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AUTARCA DA RÉGUA PÁG. 7 “VENDAS CRESCEM, MAS NÃO O RENDIMENTO” OLGA MARTINS PÁG. 3 “EXPORTAR EXIGE MUITO CUIDADO” Este suplemento é parte integrante do Jornal de Negócios nº 2831, de 10 de Setembro de 2014, e não pode ser vendido separadamente. CONFERÊNCIA‘CM’ AGRICULTURA Venda de 150 milhões de garrafas por ano DOURO n O VOLUME DE NEGÓCIOS DOS VINHOS DO DOURO ATINGIU EM 2013 OS 485 MILHÕES DE EUROS PESO DA RÉGUA Publicidade

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AUTARCA DA RÉGUA

PÁG. 7

“VENDASCRESCEM,MAS NÃO ORENDIMENTO”

OLGA MARTINS

PÁG. 3

“EXPORTAREXIGEMUITO CUIDADO”

Este suplemento é parte integrante do Jornal de Negócios nº 2831, de 10 de Setembro de 2014,e não pode ser vendido separadamente.

CONFERÊNCIA‘CM’AGRICULTURA

Venda de 150 milhõesde garrafas por ano

DOURO

�O VOLUMEDE NEGÓCIOS DOSVINHOS DO DOUROATINGIU EM 2013 OS 485MILHÕES DE EUROS

PESO DA RÉGUA

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QUARTA-FEIRA|

10 SET 2014

�A iniciativa Prémios Agricultura2014 na região Património Mundial

Comunicação da ministra daAgricultura,Assunção Cristas�Este ano voltamos a associar--nos aos Prémios Agricultura,que visam premiar os melhoresprojetos dos setores agrícola,agroindustrial, pecuário e tam-bém florestal e que são prémiosatribuídos em conjunto pelo‘Correio da Manhã’,‘Jornal deNegócios’e BPI.Tem sido umimenso gosto acompanhar o di-namismo e a vivacidade destesprémios. Desde a primeira edi-ção, em 2012, tenho podido ob-servar a extraordinária qualida-de dos projetos que se apresen-tam e, neste momento, estamos

em fase de apresentação decandidaturas. Há sempre muitasnovidades, nomeadamente en-tre os jovens agricultores, quemostram sempre apetência porestes prémios. Mas todos estãoconvocados e são muito bem-vindos. É um gosto poder tam-bém observar aqui como os nú-meros revelados acerca do setorda Agricultura, seja de inovaçãoseja de exportação, seja de cres-cimento, têm reflexo em proje-tos tão interessantes e justa-mente distinguidos. Bom traba-lho, conto convosco.�

RÉGUAMUSEU DO DOURO

Da Régua para cima, o rioDouro é, pode dizer-se,uma ilha: está cercado devinha por todos os lados.

Mesmo que não se faça só deviticultura a produção agrária daregião (há a amêndoa, o azeite, amaçã e a cereja), a verdade é queo vinho é senhor deste reino.

No ano passado, entre vinhodo Porto e vinho de mesa, a pro-dução rondou 150 milhões degarrafas,a que corresponde umafatura de 485 milhões de euros.

Era mais do que justificada,portanto, a passagem desta ini-ciativa dos Prémios Agricultura

(CCoorrrreeiioo ddaa MMaannhhãã, ‘Jornal deNegócios’ e banco BPI) pela re-gião do Douro e pela sua históri-ca capital: Peso da Régua.

Património Mundial da Hu-manidade,graças às suas gentes,que moldaram uma paisagemúnica e de rara beleza,o Douro é,desde tempos imemoriais,berçode vinhos de eleição.

Não foi por acaso que esta‘Pátria Pequena’,como escreveuJoão de Araújo Correia, se tor-nou, pelas mãos do Marquês dePombal,a mais antiga região de-marcada de Portugal. Foi porcausa do vinho.�

Quandoa vinha faza paisagem

Ministra AssunçãoCristas louva os PrémiosAgricultura

O Bancopara aagricultura. BPI é líder no apoio à agricultura.

Nº1 no montante total acumulado de garantias emitidas pela Agrogarante, com uma quota de 24%.Fonte: Agrogarante-Sociedade de Garantia Mútua. Valores até 31/12/2013.

Nº1 no montante total financiado ao abrigo da Linha IFAP Curto Prazo, Agricultura, Silvicultura e Pecuária, com uma quota de 69%. Fonte: Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas. Dados relativos à campanha agrícola de 2013. Valores a 31/12/2013.

Nº1 no montante total de adiantamentos de subsídios à exploração concedidos pelo IFAP e validados pela CAP, com uma quota de 77%.Fonte: Confederação dos Agricultores de Portugal. Dados relativos à campanha agrícola de 2013. Valores a 31/12/2013.

Toda a informação nos Centros de Empresas ou Balcões BPI e em bancobpi.pt/agricultura

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QUARTA-FEIRA|

10 SET 2014|

SUPLEMENTO COMERCIAL|

III

EXPORTAR SENTIDO OBRIGATÓRIO

Além de um desígnio na-cional, exportar é vistop e l a e s m a g a d o r amaioria dos empresá-rios portugueses, in-

cluindo os dos setores agroali-mentar e agroflorestal e, muitoparticularmente,os da região doDouro,como a forma de superara crise que o País atravessa.

Esta foi a mensagem de fundoque se extraiu do primeiro pai-nel de debate da Conferência daRégua, inserida na terceira edi-ção dos Prémios Agricultura,iniciativa do CCoorrrreeiioo ddaa MMaannhhãã,‘Jornal de Negócios’ e bancoBPI, com o apoio da PWC e opatrocínio do Ministério daAgricultura.

Neste debate, Alberto Carva-lho Neto, diretor-geral da Bran-co Carvalho Neto, salientou aimportância de “trazer à região

os empresários estrangeiros,po-tenciais compradores”, em vezde as nossas empresas se limita-rem a participar em feiras inter-nacionais. Neste contexto, aler-tou para os perigos que pode re-presentar uma aventura inter-nacional.

“As coisas têm de ser bem es-tudadas e planeadas. Se assimnão for, exportar pode traduzir--se num problema complexo”,disse o empresário.

Opinião idêntica tem JaimeFerreira Borges, presidente daAdega Cooperativa de Vila Real.“Nós temos aumentado a pro-dução,as vendas e a exportação.Mas as coisas têm de ser feitascom muito rigor e muito profis-sionalismo”, afirma o dirigente,acrescentando que,“nesta casa,não se fala de crise, nem se sentea crise”.

Jorge Moutinho, gestor decompras da UNICER, preferiu

destacar a importância do setorcervejeiro na Agricultura, refe-rindo que “por cada empregogerado no setor da cerveja há ou-tro criado no setor agrícola”.

A UNICER já exporta 40 porcento da sua produção,mas,poroutro lado, é bastante elevada aquantidade de matéria-primaque tem de importar, nomeada-mente lúpulo e cevada, por sermanifestamente insuficiente aprodução nacional.�

�Empresários realçam os muitos perigos que espreitam nas chamadas janelas internacionais

“Temos sempre muito cuidado com as apostas”�O primeiro debate da Confe-rência da Régua contou tam-bém com a presença de OlgaMartins, CEO da Lavradores deFeitoria, a sexta maior exporta-dora de vinho da região do Dou-ro.“Começar do zero e, em cerca

de dez anos, tornarmo-nos osexto maior exportador é, paranós, motivo de grande orgulho”,disse Olga Martins, explicandoque a Lavradores de Feitoriavende para 24 países 65 porcento da sua produção. De res-

to, a empresária alertou para osperigos da aventura internacio-nal.“Temos sempre muito cui-dado com as apostas e estuda-mos com rigor os mercados emque pretendemos apostar”, afir-mou Olga Martins.�

PORMENORES

� POUCA CEVADAAs cervejeiras nacionaisgastam cerca de cem mil to-neladas de cevada por ano,quando a produção nacionaldeste cereal não vai alémdas vinte mil toneladas.

��APOSTA NA CHINAEm 2013, um grupo de empre-sários do Douro mostrou a re-gião e os seus produtos a 530empresários chineses.

� ADEGA SÓLIDANo ano passado, a Adega deVila Real cresceu 38%. Nes-te ano já vendeu mais 14 porcento do que em 2013.

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Na Régua, AndreiaVale conversoucom Alberto Carva-lho Neto, JaimeFerreira Borges,Jorge Moutinho eOlga Martins

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“Os mercados externostêm de ser bem estudados”

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QUARTA-FEIRA|

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APOSTA NA QUALIDADE COM

Azeite biológicoque delicia nos quatrocantos do Mundo��A Branco Carvalho Neto, com sede em Mirandela, produzazeite desde finais do século XIX. Os últimos anos têm sidomarcados pela exportação, com destaque para a China

� É ele quem gere os destinos daempresa e diz que não se arrependeda recente aposta no mercado chi-nês.Defensor de uma política em-presarial de proximidade,já trouxeao Douro 530 empresários chineses.

ALBERTO C. NETO

Já leva seis gerações na mesma fa-mília e é uma marca de qualidadegarantida na região do Douro. ABranco Carvalho Neto, com sede

no concelho de Mirandela, é uma em-presa de cariz familiar, que tem por ob-jetivo a venda dos produtos das casasagrícolas da família.

Nessa sua missão comercial, a Bran-co Carvalho neto conta com produtos emarcas conhecidas, como as do AzeiteCasa de Valbom, Estacal, Origens eQuintão. Mas para além dos azeites,que são, por assim dizer, a pedra de to-que da empresa,a empresa comerciali-za também vinhos (Quinta de Santa Jú-lia é apenas um exemplo) e diversosprodutos alimentares. Tudo com ori-gem nas quintas da família e com selode qualidade.

Nos últimos anos, ao mesmo tempoque a empresa tem vindo a apostar naampliação e modernização do olival,tem vindo também a diversificar cultu-ras,investindo em plantações de amen-doal e castanheiro.

Ao nível da internacionalização, de-pois de conquistados importantes mer-cados europeus,como Espanha,Françae Alemanha, a empresa orientou a bús-sola para o Oriente e resolveu apostarcom todas as forças e com sucesso nomercado chinês.�

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Ahistória da falênciaanunciada que setornou caso de sucesso��Em meados dos anos 90 do século XX, a Adega Coopera-tiva de Vila Real estava tecnicamente falida.Vinte anos de-pois, regista uma faturação superior a 7 milhões de euros

�Aideia era gerir a adega durantetrês meses,no sentido de garantiruma orientação e evitar a falênciapraticamente certa.Passaram vinteanos e,em tempos de crise,respirasaúde comercial e financeira.

JAIME F. BORGES

AAdega Cooperativa de Vila Realestá bem de saúde. A produzirbem e a exportar bem”. A decla-ração é de Jaime Ferreira Borges,

o presidente da Adega,e foi proferida naConferência da Régua dos PrémiosAgricultura 2014.

Fundada em 1955,quase hipotecava ofuturo, no início dos anos 90 do séculopassado, quando se aventurou numprojeto de investimento de quase seismilhões de euros, quando a faturaçãoanual era inferior a um milhão.

Bateu no fundo, com falência técnicadecretada, em 1994, precisamente oano em que Jaime Ferreira Borges assu-miu os destinos da instituição. A pri-meira década foi, toda ela, ocupada nachamada arrumação da casa, sendo asegunda a da aposta na enologia, nomarketing e na internacionalização.

Vinte anos passados, a Adega de VilaReal é uma referência no País pela exce-lência dos produtos e pelos resultadoscomerciais. Aliás, foi precisamente nosúltimos dois anos, em plena crise doPaís, que a Adega conseguiu os melho-res resultados da sua história: Uma fa-turação anual de 7,2 milhões de euros.

Quanto ao futuro, a estratégia passapela intensificação da exportação, comdestaque para os mercados da Europa,América do Norte e Angola.�

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SUPLEMENTO COMERCIAL|

V

DOURO NEM SÓ DE VINHO VIVE AAGROINDÚSTRIADAREGIÃO,EMBORASEJAASUAPEDRAANGULAR.AQUI FALAMOS TAMBÉMDO AZEITE E DAFORMACOMO ACERVEJAAJUDAAAGRICULTURAMPENSA

Indústria cervejeirainveste cem milhõesno setor agroalimentar��Para além do lúpulo, a UNICER gasta, por ano, 50 mil to-neladas de cevada e 35 mil toneladas de milho. Da cervejaque produz, mais de 40 por cento é vendida ao estrangeiro

� Licenciado em Engenharia Ali-mentar,Jorge Moutinho é responsá-vel pelas compras dos materiais in-corporados diretamente nos produ-tos UNICER,como matérias-primase materiais de embalagem.

JORGE MOUTINHO

AUNICER é a maior empresa por-tuguesa de bebidas refrescantes,com mais de 1500 colaboradores,constituindo a cerveja e a água os

dois pilares fundamentais.Na região deTrás-os-Montes, concentra a sua ver-tente negocial ligada ao turismo,atravésda gestão dos parques lúdico-termais deVidago e Pedras Salgadas,onde investiucerca de 70 milhões de euros.

Mas o que faz uma cervejeira no meioda agricultura? É que as duas principaiscentrais de cerveja portuguesas inves-tem cerca de cem milhões de euros porano no chamado agroalimentar.

A UNICER, responsável por metadedesse valor,necessita para a produção decerveja de mais de 50 mil toneladas decevada e de 35 mil toneladas de milho.Além disso,esta cervejeira tem apostadona produção de lúpulo,embora no nossopaís se produza apenas dez por cento dasnecessidades.

Jorge Moutinho revelou,no debate doPeso da Régua,dos Prémios Agricultura2014,que,“por cada emprego que é cria-do na indústria da cerveja,é criado outrona agricultura”, sublinhando que “émuito estreita a ligação entre a indústriada cerveja e o agroalimentar”.

Ao nível das exportações,Jorge Mou-tinho revela que 40 por cento da cervejaproduzida é vendida no estrangeiro.�

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Como chegar em dezanos ao top ten dosprodutores do Douro��Fundada no ano 2000,a Lavradores de Feitoria conseguiu,em poucos mais de uma década, tornar-se no sexto maiorexportador de vinhos da Região Demarcada do Douro

� Já licenciada em Engenharia Quí-mica,resolveu tirar Enologia naUTAD e nunca mais largou a área dosvinhos.Estagiou no Douro e em Bor-déus.Em 2001,foi convidada a inte-grar os Lavradores de Feitoria.Ficou.

OLGA MARTINS

ALavradores de Feitoria nasceu deum compromisso declarado coma excelência, mas foi tambémfruto da vontade de dezena e

meia de produtores provarem que, efe-tivamente,a união faz a força.

Sozinhos, a gerir quintas dispersaspelas três sub-regiões do Douro (BaixoCorgo, Cima Corgo e Douro Superior),perceberam,na viragem do milénio,queindividualmente não iriam a lado ne-nhum e que juntos somavam uma áreade 600 hectares de vinha e um conjuntode marcas com qualidade e potencial.

Criaram uma equipa técnica de pri-meira linha, apostaram fortemente nalógica da sustentabilidade, juntarammarcas, mercados e parcerias, forman-do um projeto de tal madeira positivoque, em menos de uma década saltoupara o top ten dos maiores exportadoresde vinho da Região do Douro.

“Acho que o segredo está em vermosos concorrentes nacionais não comoinimigos mas como aliados.Quando va-mos com dez marcas para o estrangeirovendemos mais e melhor do que comuma marca só”, afirma Olga Martins, aCEO da empresa.

A Lavradores de Feitoria é a sextamaior exportadora de vinhos do Douro,colocando em 24 países mais de 65 porcento da sua produção.�

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VI|

QUARTA-FEIRA|

10 SET 2014

Vendas são superioresa 485 milhões de euros”�Diretor Regional de Agricultura,Manuel Cardoso, fala de uma região única em Portugal

ENTREVISTA

Correio da Manhã – Estamos noDouro, uma das principais re-giões vinícolas do País. Como éque vai a agricultura,ou melhor,aviticultura,no Douro? Manuel Cardoso– O Douro,podedizer-se,é uma região de grandesucesso, não apenas nacional,mas mundial, ao nível da agri-cultura e,muito particularmen-te,da vitivinicultura.Basta o vi-nho do Porto, que representa,em valor, mais de 40 por cento,das exportações de vinho detodo o País, para que esta regiãopontifique.Mas o Douro dá car-tas também ao nível dos vinhosde mesa, cada vez em maiorquantidade e em melhor quali-dade,mas também noutros pro-

gócios de 485,4 milhões de eu-ros.São dados notáveis.– 150 milhões de garrafas,485,4milhões de euros, quer dizer quetêm crescido as vendas? – Dos números que disponho,em 2013 verificou-se um de-créscimo de 1,3 por cento naquantidade vendida, mas umasubida de 4,1 por cento no volu-me de negócios, uma vez que opreço médio do vinho de mesaaumentou 2,3 por cento e o preçodo vinho do Porto cresceu 6,3por cento.– E este ano,como é que estão ascoisas? – Até ao final de maio, a regiãodo Douro registava um cresci-mento de 0,3 por cento nas ven-das e um aumento do volume denegócios na ordem dos 2,6 porcento.São bons sinais.– Que dados tem no que diz res-peito à utilização do VITIS? – O programa de apoio à recupe-ração da vinha tem sido muitoutilizado nesta região. Já foramconvertidos 7 mil hectares de vi-nha e temos mais mil hectaresem projeto.Temos candidaturasno valor de 22 milhões de euros.– E o PRODER? – Já foram investidos no Douro300 milhões de euros. Esta éuma fase de transição para oPDR,que será menos burocráti-co, e não tenho dúvidas de quecontinuará a ser excelente oaproveitamento do programa.�

Em 2013 verificou-seum decréscimo de 1,3%na quantidade vendida,mas uma subida de 4,1%no volume de negócios

No âmbito do PRODER,já foram investidos na região do Douro mais de 300 milhões de euros

O vinho é o grandeproduto da região,mastemos de referir a amên-doa,azeite,cereja,maçã,pêssego e morango

As vendas,em 2013,atingiram os 150 mi-lhões de garrafas,numvolume de negócios de485 milhões de euros

��SECUNDINO CUNHATEXTOS

��NUNO ANDRÉ FERREIRAFOTO

PERFIL

�MANUEL CARDOSO é médi-co veterinário e tem pós--graduações em Gestão eConservação da Natureza eem Ciências Agrárias. Foiresponsável pela área depaisagem protegida da albu-feira do Azibo e vereador daCâmara Municipal de Mace-do de Cavaleiros. É, desdenovembro de 2011, diretorda Direção Regional de Agri-cultura e Pescas do Norte.

neste lugar,da região demarcadamais antiga do mundo.– Esse trabalho foi feito em prolda vinha,que é o motor da econo-mia local. A esse nível, o Dourorespira saúde? – Muita saúde. Posso dizer-lheque,mesmo em tempos de crise,

dutos agrícolas de exceção.– Sim, porque ao contrário daideia que muita gente tem,o Dou-ro não é só vinho? – Longe disso. O vinho é, semdúvida, o grande produto da re-gião, mas não pode, quando sefala de agricultura, deixar de sereferir a amêndoa,o azeite,a ce-reja, a maçã, o pêssego ou o mo-rango. Este Douro é um enormemosaico e é assim que deve servisto e entendido.– É um dos lugares do País emque a paisagem foi, de algumaforma,moldada pelo homem,emfunção de uma atividade? – Diria, se me permite, que nãofoi de alguma forma, mas emtoda a linha. A paisagem doDouro, a vinha em socalcos, quea UNESCO classificou como Pa-trimónio Mundial da Humani-dade, foi, efetivamente, molda-da pelo homem. E esse trabalhode séculos foi de tal maneira ex-cecional que levou à criação,

o Douro consegue resultadosimpressionantes. Para ter umaideia, as vendas, em 2013, de vi-nhos com denominação de ori-gem protegida Porto e Douro,atingiram os 12,5 milhões de cai-xas, 150 milhões de garrafas, oque resultou num volume de ne-

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SUPLEMENTO COMERCIAL|

VII

DEBATE CONFERÊNCIANARÉGUA

Estamos a crescer ao ní-vel da produção e daqualidade, quer no vi-nho do Porto quer nosvinhos de mesa,e,para-

doxalmente, o rendimento dosprodutores tem diminuído”.

A afirmação é de José ManuelGonçalves, vice-presidente daCâmara Municipal da Régua, efoi proferida no painel institu-cional da Conferência da Réguados Prémios Agricultura 2014,em que participaram tambémArtur Cristóvão, vice-reitor daUniversidade de Trás-os-Mon-tes e Alto Douro (UTAD), MariaCeleste Hagatong, administra-dora do BPI, e Paulo Morais Vaz,diretor da Escola de Hotelaria eTurismo Douro-Lamego (EHT).

O autarca alertou para a ne-cessidade urgente de corrigir

esse paradoxo e adiantou que,“nos últimos dez anos, os agri-cultores do Douro perderam,emrendimento, cerca de mil mi-lhões de euros”.

Já Artur Cristóvão, vice-rei-tor da UTAD, destacou o “bai-xíssimo” interessepor parte dos jo-vens no curso deEngenharia Flores-tal, “o que vai tergraves consequên-cias para o País”.

“Arriscamo-nosa perder o saber téc-nico em que já fo-mos tão ricos e, abreve prazo, teremos de impor-tar engenheiros florestais”,disseo académico.

Paulo Morais Vaz destacou opapel que a EHT tem desempe-

nhado, nos últimos 14 anos, nodesenvolvimento turístico daregião, sublinhando que “a es-cola deu o seu contributo paraque a região tenha hoje excelen-tes hotéis e restaurantes”.

Por seu lado, Maria CelesteHagatong, admi-nistradora do BPI,realçou a importân-cia destes PrémiosAgricultura, falounuma “lufada de arfresco” e lembrouque “muitos vence-dores fizeram saberao banco que esteprémio lhes trouxe

vantagens comerciais”.De resto, Celeste Hagatong

chamou a atenção para o facto deo BPI ter criado uma linha espe-cífica de apoio à exportação.�

Vendas crescemmas rendimento cai�A região do Douro tem registado elevado crescimento, em termos de quan-tidade e qualidade. No entanto, o rendimento dos agricultores tem diminuído

PORMENORES

� 250 MIL HECTARESA Região Demarcada doDouro estende-se por umaárea de cerca de 250 milhectares, pertencente a 19concelhos dos distritos deVila Real, Bragança, Viseu eGuarda.

� REGIÃO MAIS ANTIGAFoi há mais de 250 anos (1756)que o governo de Portugal, li-derado por Marquês de Pom-bal, criou a Região Demarcadado Douro. Em cinco anos foramcolocados os 335 marcos quedelimitam a região.

� PATRIMÓNIO MUNDIALHá mais de dois mil anosque se produz vinho na re-gião do Alto Douro vinhatei-ro. Os séculos moldaramuma paisagem que foi clas-sificada como PatrimónioMundial em 2001.

� ATÉ AOS 300 METROSO vinho do Porto é produzidoem terrenos que não ultrapas-sem a cota de 300 metros dealtitude, a partir das águas dorio Douro. Foi essa a razão quelevou à criação de outros vi-nhos espirituosos, como porexemplo o moscatel Favaios.

�AEscola de Hotelaria e Turis-mo Douro-Lamego tem uma ele-vada taxa de empregabilidadenos seus cursos.No final do pas-sado ano letivo,conseguiramemprego cerca de 90 por centodos formados.Aescola tem,nes-ta altura,250 alunos.

ESCOLA COM TAXADE EMPREGO ALTA

��“O turismo do Douro dependeda agricultura”,dizJosé ManuelGonçalves, vice-presidente daCâmara da Régua,para quem “aagricultura é a mola real do des-envolvimento desta região”.

AGRICULTURAGARANTE TURISMO

“Estesprémios sãouma lufadade ar fresco”M. Celeste Hagatong

Segundo painel: Artur Cristóvão (UTAD), José ManuelGonçalves (C.M. Régua), Maria Celeste Hagatong (BPI) e Paulo Morais Vaz (Escola Hoteleira Lamego).

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