DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · A partir desta relação com o outro na...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
ESTRATÉGIAS PSICOMOTORAS PARA AQUISIÇÃO DA
LINGUAGEM GESTUAL DE LIBRAS, PARA A CONTRIBUIÇÃO
NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 10 A 13 ANOS COM
A SÍNDROME CRI DU CHAT
Sylvia Celeste Kamel Steenhagen
Orientador
Profa. Me. Fátima Alves
Rio de Janeiro
2013
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
ESTRATÉGIAS PSICOMOTORAS PARA AQUISIÇÃO DA
LINGUAGEM GESTUAL DE LIBRAS, PARA A CONTRIBUIÇÃO
NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 10 A 13 ANOS COM
A SÍNDROME CRI DU CHAT
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito
parcial para obtenção do grau de especialista em PÓS-GRADUAÇÃO “LATO
SENSU” em Psicomotricidade
Por: Sylvia Celeste Kamel Steenhagen.
AGRADECIMENTOS
Ao meu marido Mauricio, pela ajuda nas fases difíceis, me dando apoio, incentivo e carinho nesta nova fase de minha vida e principalmente na tecnologia virtual. Aos meus filhos, Julio e Sylvia pelo incentivo, força, carinho, apoio, compreensão, delicadeza, paciência e ajuda na nova tecnologia virtual incansáveis para o começo e término desta etapa de minha vida. A me fazerem acreditar que nunca é tarde para recomeçar. Aos meus pais (Julio e Beatriz), meu avô (Nassre) e meu irmão (Julio - Cancão), que já não estão entre nós, mas por terem acreditado em mim, me apoiando em toda a minha vida, me mostrando que tudo é possível quando se quer chegar a um caminho, que tudo se supera, não há deficiência, não há obstáculos, não há idade ou tempo quando realmente se quer algo na vida. A Fátima, minha professora e orientadora, pela competência, sabedoria, disponibilidade, paciência, incentivo, força e delicadeza com a qual me ensinou e orientou com muito carinho e dedicação. A Paula e Clarice, que foram minha fonte de inspiração para este estudo, que às admiro muito pela sua força e superação, que com sua presteza, carinho, atenção pude aprender e obter elementos para esta monografia. A todos os professores do curso, que foram muito importantes na minha formação acadêmica. A todos os meus colegas e amigos que aqui fiz por toda a troca de informações, conhecimentos, vivências, carinho, atenção, compreensão e apoio mutuo. A Juliana Gomes e Profª Telma do INES que com todo o seu carinho, atenção e amizade me incentivaram, apoiaram e ajuda relevante na realização deste trabalho. Ao corpo docente que sempre com sorriso nos lábios me atenderam com muita atenção, paciência e carinho. A todos aqueles que de forma direta ou indireta contribuíram para a concretização deste trabalho.
DEDICATÓRIA
A mim própria, pela superação. Ao meu marido e meus filhos, que sem eles este sonho nunca seria realizado. Aos meus professores, amigos, colegas, pais e portadores da síndrome Cri Du Chat e a todos o meu obrigado.
RESUMO
A síndrome "Cri Du Chat" ou miado do gato é uma síndrome muito
rara. Esta Síndrome recebeu esse nome pelo fato de seus portadores
possuírem um choro semelhante ao miado agudo de um gato. A
estimativa é que esta síndrome afeta cerca de 1 em 50.000 casos de
crianças nascidas no mundo, e destes casos, 1% dos indivíduos também
tem retardamento mental. Devido à dificuldade motora da criança com
esta síndrome, aprender a linguagem verbal demora mais que uma
criança comum, em média seis anos. A proposta deste trabalho é propor
o ensino da linguagem de sinais, a LIBRAS, para antecipar a
comunicação da criança com a sociedade. A pesquisa será realizada
para buscar estratégias que facilitem o desenvolvimento psicomotor
corporal, relacional e cognitivo para o aprendizado da linguagem de
LIBRAS.
METODOLOGIA A metodologia foi realizada através de pesquisa bibliográfica em livros, artigo científicos, sites e sites de entidades envolvidas no comprometimento com a divulgação de informações que abordam o tema sobre a síndrome Cri Du Chat. O intuito é pesquisar a síndrome Cri Du Chat, a contribuição da psicomotricidade como facilitadora no aprendizado da Libras e o benefício da mesma para auxiliar a criança com CDC em adquirir uma linguagem o mais cedo possível para se comunicar com a sociedade. A proposta é criar uma conscientização da importância da Libras como uma das alternativas de comunicação para crianças com síndrome Cri Du Chat e a importância da psicomotricidade para auxiliar no desenvolvimento psicomotor como o fator de facilitador para o aprendizado da Libras.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - O que é a síndrome CRI DU CHAT ( Miado do Gato) 11
CAPÍTULO II - Contribuição de diferentes tipos de comunicações 28
alternativas
CAPÍTULO III - A psicomotricidade para o auxilio no 43
desenvolvimento da criança com a síndrome Cri Du Chat
CONCLUSÃO 65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 68
WEBGRAFIA 70
ANEXO 72
ÍNDICE 74
8
INTRODUÇÃO
A síndrome "Cri Du Chat" ou miado do gato é uma síndrome muito rara.
Esta Síndrome recebeu esse nome pelo fato de seus portadores possuírem
um choro semelhante ao miado agudo de um gato.
A estimativa é que esta síndrome afeta cerca de 1 em 50.000 casos de
crianças nascidas no mundo, e destes casos, 1% dos indivíduos também tem
retardamento mental.
Esta síndrome não é um transtorno adquirido, mas sim, um
comprometimento biológico com causas orgânicas e para alguns
pesquisadores de alguma forma genética.
Ela se dá devido a quebra do cromossomo 5, constando de níveis de
comprometimentos e estes comprometimentos irão variar de acordo com a
localização e tamanho da perda no cromossomo.
Um destes comprometimentos atinge não só a parte motora, o miado de
gato, mas a fala, que se torna tardia e muitas vezes nem conseguem chegar a
falar.
A intenção deste trabalho é o ensino da linguagem gestual de LIBRAS em
conjunto com um trabalho psicomotor no deficiente para otimizar o ensino da
linguagem, com o intuito de acelerar o desenvolvimento da sua fala. Para que
possam se comunicar, integrar e socializarem com o mundo.
A psicomotricidade tem como função levar o corpo em movimento e este
movimento do corpo trará respostas e cada uma com sua importância.
Uma vez que há comprometimento motor e lingüístico, será através desde
trabalho psicomotor que a criança com esta síndrome, terá uma facilidade
maior no seu aprendizado de comunicação gestual em Libras.
Para o aprendizado da Libras precisa-se usar a motricidade e o tônus
muscular, pois se gesticula o corpo, da cintura para cima, as mãos, os
ombros, a cabeça e a expressão facial, por isto a importância da
psicomotricidade.
9
A criança vai falar de si, e essa “descoberta das palavras, das significações
lingüísticas é indissociável da experiência da relação com o outro e das
significações libidinais que se inscrevem nela” (REVUZ, 1998: 219).
A partir desta relação com o outro na linguagem que ela se torna um ser
sociável, um ser de palavras, usará a língua para nomear, interagir, expressar,
conhecer, juntar as palavras de maneira singular e criar seu próprio discurso,
recria o que experimenta de maneira própria e criativa. Interagindo com os
outros, descobre e constrói sua identidade própria no mundo.
O não aprendizado de uma linguagem para o ser humano é como se ele
não existisse, porque é apenas por meio da linguagem que entramos
plenamente em nossa sociedade, cultura e nos comunicamos com os outros,
adquirindo e compartilhando informações.
Na ausência de uma língua, o pensamento se torna aprisionado ao
concreto, ao visual, impede o conhecimento do mundo, das relações sociais,
do seu próprio posicionamento na vida.
Logo a interação com o outro a partir de um sistema lingüístico e cognitivo
será semelhante aos outros, pois a intervenção de um sistema lingüístico
natural e acessível - Libras - possibilitará o desenvolvimento tornando-o
satisfatório e prazeroso.
Por fim, a aprendizagem da Libras ajudará a estas crianças a se tornarem
mais seguros, integrados na sociedade, a desabrochar para a vida e faze-los
compreender que aos poucos e cada vez mais irão conseguir superar suas
dificuldades e atuarem na sociedade de forma digna e se sentirem felizes por
cada etapa vencida.
A monografia será dividida em três capítulos:
Capítulo I: O que é a síndrome CRI DU CHAT (Miado do Gato)
Neste capitulo será relatado as características desta síndrome.
Capítulo II: Contribuição de diferentes tipos de comunicações alternativas Neste capitulo será relatado os diferentes tipos de comunicações alternativas que podem ser usadas para ensinar a criança com síndromes e/ou dificuldade
10
de se comunicar com a sociedade. Será realçado o estudo sobre a linguagem de sinais (LIBRAS) e sua a ajuda para a comunicação das crianças com a síndrome. Capítulo III: A psicomotricidade para o auxilio no desenvolvimento da criança com a síndrome Cri Du Chat Neste capítulo será relatado o desenvolvimento psicomotor, os exercícios e os recursos facilitadores para a aprendizagem da Libras.
11
CAPÍTULO I
O que é a síndrome CRI DU CHAT (Miado do Gato)
A síndrome Cri Du Chat (CDC) é uma síndrome rara, também popularmente
chamada como síndrome do Miado do Gato, pois seu choro é muito agudo e
alto o que faz lembrar o miado do gato, mas também pode ser conhecida
como: Síndrome do cromossoma 5p- (menos), Síndrome do Grito do Gato ou
Síndrome de Lejeume do qual leva este nome por causa do geneticista
francês, Jerome Lejeume, que fez a descoberta da síndrome em 1963.
Este choro é percebido logo após o nascimento, dura várias semanas
desaparecendo ao longo do tempo.
A síndrome Cri Du Chat, é considerada uma das 5.000 doenças raras, que
recentemente se constituíram um diagnóstico completo e eficaz, permitindo
que diferentes abordagens para desenvolver específico e dar às famílias as
melhores opções de tratamento e acompanhamento.
Esta síndrome é causada pela perda de material genético do braço curto do
cromossomo 5, apresentando um cariótipo 46,XX, 5p- e 46,XY,5p .
12
Figura 1.1 Cariótipo normal (www.portalcriduchat,com.br – acesso dia
02/02/13)
Figura 1.2 Cariótipo cri-du-chat (www.portalcriduchat,com.br – acesso dia
02/02/13)
13
A Síndrome Cri Du Chat acomete 1 criança a cada 50.000 nascidos vivos no
mundo e é responsável por alterações cerebrais, retardo mental (1% dos
indivíduos) e problemas que afetam, em maior ou menor grau, dependendo do
tamanho da deleção, translocação ou perda, que varia desde todo o braço
curto do cromossomo 5p- até apenas um pequeno segmento. O
desenvolvimento neuropsicomotor e a saúde geral também são afetados.
As incidências maiores são nas meninas e nos meninos é de menos
intensidade.
É pouco provável que algum portador apresente todas as características que
descrevem a síndrome, sendo assim, o elemento mais significativo e
representativo em todos é o choro agudo e alto, similar ao de um gato, devido
à alteração da laringe (laringomalacia – amolecimento da laringe).
Ao nascimento esse sinal sugere a suspeita da síndrome Cri Du Chat
auxiliando assim o diagnóstico.
A CDC é herdada em apenas 20% dos casos, causada pela translação
equilibrada nos cromossomos de um dos pais (material genético de um
cromossomo que se uniu ao outro). As pessoas com translações equilibradas
são perfeitamente normais porque nenhum material genético foi perdido, assim
sendo, provavelmente não saberão que são portadores, ate que tenham uma
criança afetada com a CDC na família, ou um caso de reincidência da
síndrome.
Na maioria dos casos (80%) é de ocorrência esporádica, um acidente
biológico. (www.portalcriduchat,com.br – acesso dia 02/02/13)
O aconselhamento genético e testes, além de uma abordagem múltipla aos
cuidados e estimulação são as primeiras recomendações de profissionais.
Atualmente classificaram mais de 5.000 doenças raras, encontrando em
cada uma, diversidade de manifestações que muitas vezes são partilhadas
pelas diversas síndromes e patologias comuns. Mas ainda há muitas
dificuldades para os afetados e suas famílias: a falta de informação, falta de
conhecimento das origens de cada doença e fazer diagnósticos de ajuste
14
necessárias para gerar uma consciência mais profunda a essas realidades,
compreende um grupo minoritário pessoas, e não excluí-los da pesquisa,
divulgação e abordagem adequada. Portadores e suas famílias não só sofrem
de falta de estratégias e tratamentos, ou para as consequências da doença,
mas também sofrem rejeição social, desinformação geral, a falta de contato
com associações e grupos de apoio para pessoas que sofrem da mesma
síndrome, a ausência de seguro social e aconselhamento jurídico, nenhum
tratamento conjunto, a falta de medicamentos e pesquisas específicas e
também a falta de apoio financeiro.
(www.enpsicopedagogia.com, postado por Lia Andrea Del Prado em 06/12/00)
Embora não haja tratamento ou prevenção para a CDC, crianças com o
transtorno podem passar por terapias para melhorar as suas competências
lingüísticas, habilidades motores e ajudá-las a desenvolver o mais normal
possível e se inserirem cada vez mais a sociedade.
1.1 Características da Síndrome
Características presentes nos indivíduos portadores de Cri Du Chat:
Os recém-nascidos apresentam o choro fraco, semelhante ao miado do
gato, por isso a denominação da Síndrome Cri Du Chat, presente logo após o
nascimento devido à alteração da laringe (laringomalácia = amolecimento da
laringe). Ao nascimento esse sinal sugere a suspeita de Cri Du Chat,
auxiliando no diagnóstico.
§ Os recém-nascidos apresentam baixo peso ao nascimento devido a um
retardo de crescimento intra-uterino;
§ Microcefalia;
§ Face arredondada;
15
§ Hipertelorismo (aumento da distância entre os olhos);
§ Prega epicântica (presente no canto interno dos olhos);
§ Estrabismo;
§ Micrognatia (desenvolvimento reduzido da mandíbula);
§ Orelhas de baixa implantação (abaixo da linha do nariz);
§ Malformações dentárias (geralmente os dentes são projetados para
frente devido a alterações no desenvolvimento crânio-facial);
§ Luxação de quadril;
§ Prega palmar transversal única;
§ Podem ocorrer problemas cardíacos e/ ou renais;
§ Pé torto congênito;
§ Hipotonia (tônus muscular diminuído), na maioria dos casos;
§ Apresenta frequentemente dificuldades na alimentação, como pouca
força para sugar, frequente engasgo com refluxo;
§ São bastante suscetíveis a infecções respiratórias e gastrintestinais;
§ Desenvolvimento pondero-estatural (peso e estatura reduzidos);
§ Déficit cognitivo;
§ Dificuldade de concentração/atenção, agitação irritabilidade, sono
agitado;
16
§ Atraso no desenvolvimento da aquisição da linguagem.
É fundamental deixar claro que nem todos os portadores de Cri Du Chat
terão todas essas características, elas dependerão da quantidade de estímulos
motores e cognitivos que receberem e da quantidade de perda do material
genético do braço curto do cromossomo 5. (http://www.portalcriduchat.com.br)
As crianças do CDC freqüentemente têm um caminhar desajeitado e
parecem inábeis. Com a educação especial precoce e um ambiente de apoio
familiar, algumas crianças atingem um nível social e psicomotor de uma
criança normal, a cerca de seis anos de idade. As habilidades motoras finas
são atrasadas também, embora algumas crianças estejam conseguindo
aprender a escrever.
As crianças se desenvolvem lentamente e permanecem muito atrás em
termos de postura estática e desenvolvimento psicomotor. Com o aumento da
idade pode piorar o atraso de capacidades intelectuais. No entanto, o
prognóstico dos afetados está intimamente relacionada com malformações
decorrentes e associada ao retardo psicomotor. Se os portadores mostrarem
sinais de curiosidade em relação ao novo, deseja comunicar o que aprendem,
o interesse nas regras de convivência, experiências interpessoais, são sinais
muito positivos para o prognóstico geral, independentemente de suas
possibilidades específicas e danos irreversíveis.
(www.enpsicopedagogia.com, postado por Lia Andrea Del Prado em 06/12/00)
As crianças com CDC têm dificuldade no treinamento do controle de suas
necessidades fisiológicas.
Muitos bebês e crianças com CDC têm um sono agitado, mas isto melhora
com idade. Muitas crianças com CDC podem ter problemas de
comportamento. Eles podem ser hiperativos, balançam muito a cabeça, podem
até dar mordidas ou se beliscarem. Alguns desenvolvem obsessões com
17
determinados objetos. Muitos têm um fascínio por cabelo e não podem resistir
a puxá-lo. (http://www.ghente.org/ciencia/genetica/cri-du-chat.htm)
1.2 Características fenotípicas
As características fenotípicas fazem com que as crianças apresentem certas
semelhanças, não obstante cada um apresente suas próprias particularidades.
Além disso, é pouco provável que algum portador apresente todas as
características que descrevem a síndrome.
O elemento mais característico e representativo é um choro agudo e débil,
similar ao de um gato, que é o que originou o nome da síndrome.
Ao final do período gestacional, o recém-nascido afetado apresenta
geralmente baixo peso, oscilando entre 1.100 g e 3.550 g, com uma média de
2.542 g.
O comprimento ao nascer oscila entre 43 cm e 52.5 cm com uma média de
48 cm. Em quase todos os casos a cabeça apresenta um tamanho reduzido
com um perímetro cefálico entre 26,5 cm e 36 cm, com uma média de 32,5 cm.
Figura 1.3 Criança neonatal com a CDC (www.portalcriduchat,com.br – acesso
dia 02/02/13)
18
Quanto às principais características observa-se: microcefalia com face
redonda na maioria dos casos, hipertelorismo ocular, ponte nasal ampliada e
aplanada, fendas palpebrais, epicanto, estrabismo, orelhas pequenas e de
implantação baixa, sulco simiesco e metacarpos ligeiramente curtos. Com
freqüência aparecem outros problemas físicos associados; poucos apresentam
cardiopatias congênitas e ou problemas renais, problemas no aparelho
respiratório, problemas de tipo ortopédicos e alterações gastrintestinais.
Graças aos avanços da medicina, a expectativa de vida pode aumentar para
os 50 anos de idade, quando superado o primeiro ano de vida que é
considerado como o mais crítico e durante o qual ocorrem em torno de 10%
dos óbitos (segundo dados do Hospital San Andrea di Vercelli, Itália)
1.3 Desenvolvimento Neuropsicomotor
O desenvolvimento psicomotor dos afetados por esta síndrome é mais lento:
a criança demora mais para sustentar a cabeça, sentar, andar ou falar;
algumas não falam. Durante o primeiro ano de vida, as crianças afetadas
apresentam hipotonia generalizada que, em idade mais avançada, derivará em
hipertonia.
Os reflexos primitivos desaparecem tardiamente, fato que contribui para o
atraso geral no desenvolvimento neuropsicomotor. Muitas podem apresentar
dificuldades durante a alimentação que vão desde a dificuldade de sucção até
engasgos freqüentes, comprometendo a boa nutrição.
A presença de problemas de saúde associados durante os primeiros anos
de vida, podem incidir nas possibilidades educativas pelas longas
19
hospitalizações, pelas consultas com especialistas diferentes, distintos
tratamentos médicos, etc...
1.4 Intervenção precoce
A intervenção deve começar no mesmo momento do diagnóstico, já que na
atualidade não existe nenhum tipo de tratamento médico nem cirúrgico que
possa curar a cromossomopatia. A única solução é a educação e a
estimulação, daí a importância de conhecê-lo o mais rápido possível.
1.5 Estimulação precoce
Entende-se por estimulação precoce aquele conjunto de técnicas
terapêuticas e educativas dirigidas a potencializar ao máximo as capacidades
das crianças no que se refere ao seu desenvolvimento psicomotor e
intelectual. Esta deve se iniciar durante os primeiros dias ou meses de vida,
abordando a criança de forma global em todas as suas áreas de
desenvolvimento.
A intervenção precoce pressupõe, além de um contato com a problemática
dos pais acerca da deficiência de seu filho, a elaboração de um programa
individual e especializado envolvendo as áreas motora, cognitiva, de
linguagem, de autonomia e socialização. Para tanto, é fundamental a avaliação
de equipe multidisciplinar composta por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos,
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e psicomotricistas que estabelecerão
20
as prioridades de tratamento a serem aplicadas à criança, ensinando aos pais
como fazê-lo e realizar o seguimento mais adequado.
- As atividades devem ter sempre um caráter lúdico, com materiais
atrativos para a criança.
- Devem-se aproveitar os momentos em que a criança esteja mais
receptivas, sem fome, sem sono, etc.
- Não se deve forçar a criança, sendo que o mais importante é motivá-la
para a aprendizagem.
- As apresentações das atividades devem começar com a mais simples,
indo gradualmente para a mais complexa e acabar com uma que a criança
saiba realizar. Essas atividades não devem apresentar com a mesma
sequência para evitar a automatização (condicionamento) das mesmas.
- É importante não adiantar a solução do exercício sem dar a
oportunidade de realização por si só. Não devemos solucioná-lo, mas sim,
oferecer a ajuda necessária.
- Oferecer a possibilidade de brincar livremente, desde os primeiros
meses. Deixar ao alcance da criança e à sua vista jogos ou objetos que
possam chamar a sua atenção.
- Todos os exercícios necessitam de um tempo de aprendizagem e é
pouco provável que nas primeiras vezes o realizem e o façam bem.
- Ter em conta que as aprendizagens podem apresentar-se de forma
rápida durante algum período e durante outros de forma mais lenta.
Nos pais de crianças afetadas pela Síndrome de Cri Du Chat, sejam
crianças maiores ou bem pequenas, o denominador comum é a falta de
21
informação e orientação que sofreram nos primeiros momentos de vida da
criança.
Finalmente, destacam-se os seguintes aspectos:
- É importante a abordagem da criança e sua família o mais
precocemente possível;
- O caráter multidisciplinar do tratamento da criança é fundamental;
- Deve-se levar em conta a individualidade da criança, ainda que todas as
crianças afetadas tenham a mesma cromossomopatia, não há duas
crianças iguais, cada uma é geneticamente diferente das outras, tem
diferentes meios familiares e sociais que os tornam diferentes uns dos
outros.
- Não devemos esquecer que antes de tudo é uma criança e que se
desenvolverá segundo suas possibilidades;
- O objetivo último das atividades propostas é ajudar as famílias a fazer
de seus filhos adultos independentes.
(www.sociedadebrasileiradepsicomotricidade.com)
22
1.6 Profissionais envolvidos no trabalho com a criança CDC
Esta seção se propõe a mostrar os profissionais que trabalham nesta area.
Veremos alguns dos profissionais da equipe multidisciplinar que trabalham com
a criança com CDC, assim como a importância e o que cada um trabalha
dentro da sua especialidade.
1.6.1 Geneticista
O Geneticista confirmará o diagnóstico do paciente através do cariótipo,
exame citogenético que estuda os cromossomos, sendo assim capaz de
detectar alterações como, por exemplo, neste caso, a delação do braço curto
do cromossomo 5. Através do mesmo exame realizado nos pais do portador, o
geneticista poderá também efetuar o aconselhamento genético a essa família,
informando o risco de recorrência da síndrome e encaminhando o paciente
para os profissionais indicados.
1.6.2 Psicomotricista
A criança com Síndrome de Cri Du Chat poderá apresentar um atraso no
desenvolvimento neuromotor (rolar, sentar, engatinhar, andar, etc.). As
dificuldades poderão apresentar-se ao nascimento ou durante o início da
infância. O diagnóstico é muito importante para que o terapeuta oriente-se
sobre problemas médicos ou contra-indicações que podem interferir nos
procedimentos de avaliação. Contudo, é essencial que tal não cause
mudanças na conduta do terapeuta no sentido de prender-se a conceitos
predeterminados sobre as potencialidades da criança com base no
desempenho das demais crianças com o mesmo diagnóstico. No tratamento
do bebê ou criança pequena, deve-se fazer uma abordagem transdisciplinar
(médico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, psicomotricista, etc.). As
crianças que participam de um programa de intervenção precoce, que significa
atendimento nos primeiros meses de vida, são beneficiadas. Os pais recebem
23
orientações práticas acerca da melhor forma para lidar com seu filho, no
aspecto de posicionamento, estímulo ao movimento, controle postural e
atividade funcional, bem como dúvidas gerais, que vão surgindo no dia a dia da
família. Os profissionais devem centralizar-se nas potencialidades e déficits
que estiverem presentes clinicamente e não somente no diagnóstico da
criança. É interessante ressaltar sobre a individualidade, onde há muitas
diversidades comportamentais e de desempenho para cada caso. O plano de
tratamento deverá estar baseado numa avaliação cuidadosa e no
estabelecimento de objetivos associado, naturalmente, ao trabalho de
orientação familiar observando e suprindo suas necessidades. A habilitação da
criança precisa ser direcionada para os três principais domínios da
aprendizagem: sensoriomotor, emocional-afetivo e cognitivo-perceptivo. A
meta da psicomotricidade é maximizar o potencial da criança através do alívio
de quaisquer déficits sensoriomotores, enfatizar o desenvolvimento neuromotor
normal e enfocar suas necessidades totais. As abordagens geralmente incluem
técnicas para melhorar o tono muscular e favorecer desenvolvimento de
padrões normais de movimento (equilíbrio, coordenação motora, marcha).
Devemos, também, estimular a melhor integração de algumas modalidades
sensoriais como, por exemplo, a proprioceptiva (vestibular, muscular e
articular), bem como visuais e táteis. É importante usarmos ambientes,
materiais e equipamentos diversos, a fim de que sua habilitação proporcione e
possibilite uma iniciativa motora para que a criança possa usá-las no seu dia a
dia. Para assegurar a transferência dos efeitos benéficos do tratamento,
devemos incluir no programa de terapia a instrução dos pais, professores,
cuidadores e demais profissionais que atuam na habilitação e que prestem
assistência das técnicas de levantar, carregar e manusear a criança. Crianças
com CDC que recebem tratamento adequado poderão apresentar melhor
performance nos diferentes aspectos como o motor, cognitivo e social, o que
facilitará sua integração social.
24
1.6.3 Fonoaudiólogo
A princípio é importante uma avaliação do profissional e a realização de
exercícios nos órgãos fonoarticulatórios (língua, lábios, bochechas, etc), para
adequar as funções neurovegetativas (sucção, mastigação, deglutição,
respiração e fonação). O fonoaudiólogo, através de atividades lúdicas (jogos,
brincadeiras, etc), irá atuar estimulando o desenvolvimento da aquisição da
linguagem, podendo também trabalhar as alterações fonêmicas (trocar,
omissões, distorções na fala), entre outras dificuldades de linguagem. Quando
não é possível desenvolver a linguagem oral, o profissional pode utilizar a
comunicação alternativa, como gestos ou pranchas com símbolos de
comunicação. Entre outras funções, o fonoaudiólogo realiza exames
audiológicos para avaliar a audição e os encaminhamentos necessários
(exames, e outros profissionais da área da saúde), além de orientação
periódica aos familiares, complementando assim, o seu trabalho.
1.6.4 Psicólogo
O psicólogo irá atuar desde o momento do diagnóstico, afim de amenizar o
choque inicial dos pais, devendo ser capaz de ouvir e apoiar o casal, e
acompanhá-lo periodicamente em sessões de orientação, com a participação
de outros pais. Este momento é conhecido como Grupo de Pais, um momento
de "apoio mútuo"; é a oportunidade destes, de trocarem experiências e
dividirem os sentimentos de dor, tristeza, de frustração, inseguranças, de
culpa, vergonha, medos, revolta, etc, sentimentos estes comuns e freqüentes.
É natural que depois os pais comecem a se adaptar a situação e aos poucos
sentirem-se mais seguros, tornando-se menos inclinados a ver a síndrome e
mais inclinados a ver a criança. A presença de uma criança com CDC, assim
como uma criança com qualquer outro distúrbio permanente, afeta não
somente os pais como também os outros membros da família, e muito
especialmente os irmãos, que também devem ser assistidos pelo psicólogo,
afim de que, juntamente com outros irmãos de portadores de deficiência
25
mental, possam trocar suas experiências e angústias comuns, afim de suavizar
e prevenir algumas dificuldades emocionais, que podem ocorrer por
inexperiência, ingenuidade e má orientação de alguns pais. A criança
portadora de síndrome CDC, pode também necessitar de acompanhamento
psicológico individual, sendo para isto necessário se realizar uma avaliação
psicodiagnóstica, levantando suas reais necessidades, sendo então traçado
um programa adequado e individualizado que pode envolver psicomotricidade
(que tem como objetivo auxiliar na reconstrução de etapas do desenvolvimento
saltadas por ela, como também estimulação sensório motora, melhorando a
percepção que a criança tem do próprio corpo e através dele, do mundo que a
rodeia) e ludoterapia (com o objetivo de auxiliá-la na expressão de seus
sentimentos).
1.6.5 Psicopedagogo
É uma área de estudo recente que trabalha na compreensão do indivíduo
enquanto aprendiz, suas potencialidades, dificuldades e modalidades de
aprendizagem, bem como a influência do meio, da escola e da sociedade no
seu desenvolvimento bio-psico-social. Tendo em vista os portadores da
Síndrome CDC a psicopedagogia visa uma melhoria na qualidade de vida,
através de uma gama de recursos psicopedagógicos mais adequados e
qualitativos de acordo com as características individuais. A contribuição do
Psicopedagogo é importante na busca de caminhos para que os portadores da
síndrome CDC desenvolvam as suas potencialidades individuais, utilizando
processos de conhecimento, avaliação e intervenção, principalmente
trabalhando com estimulações do desenvolvimento global e especifico.
Psicólogo / Educação Especial - Área Escolar
Algumas escolas regulares têm aceitado o desafio de trabalhar com o
portador de CDC e dentro de seus conhecimentos têm alcançado evoluções. O
atendimento da educação especial tem desempenhado um papel importante
com relação ao desenvolvimento global do portador. Em nossa experiência,
26
trabalhamos com base na teoria comportamental que nos auxilia na
minimização de comportamentos inadequados que prejudicam o bom
desenvolvimento da criança no ensino de repertórios que facilitam seu
desenvolvimento, visando melhor qualidade de vida. A equipe de coordenação
e de terapeutas que compõe a escola especial (terapeuta ocupacional,
fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, psicomotricista e pedagogo
especializado) é indispensável na orientação dos professores e dos familiares.
Considerando que a falta de comunicação é um dos aspectos que acomete
uma grande parte dos portadores, introduzindo um método alternativo de
comunicação. A síndrome de CDC apresenta um leque de características
diferenciadas em cada portador e, portanto devemos olhar cada um como
único em suas limitações e explorar o máximo de suas potencialidades.
1.6.6 Educador de Física Adaptada
É uma área da Educação Física, que tem como objeto de estudo a
motricidade humana para as pessoas com necessidades educativas especiais,
adequando metodologias de ensino para o atendimento às características de
cada portador de deficiência, respeitando suas diferenças individuais. (Duarte;
Werner, 1995) A Educação Física Adaptada pode proporcionar, aos
educandos, a oportunidade de utilizarem suas habilidades por meio de
atividades motoras, jogos e desporto a fim de desenvolverem o máximo de
suas capacidades. A Educação Física se constitui em uma grande área de
adaptação ao permitir, nos programas especiais, a participação de crianças e
jovens em atividade físicas adequadas às suas possibilidades, proporcionando
que sejam valorizados e se integrem no mesmo mundo que os demais
(Cidade; Freitas).
27
1.6.7 Odontologo
A Síndrome Cri Du Chat possui como característica, a má formação dos
maxilares, alteração no aparecimento, na forma e posição dos dentes de leite e
por conseqüência pode alterar os respectivos permanentes. Orientações
básicas de Odontopediatria para auxiliar Srs. Pais e/ou Responsáveis: Os
dentes decíduos (de leite) têm sua formação a partir da 7º semana de vida
intra-uterina, daí a preocupação com antibióticos, doces, flúor em excesso, que
podem prejudicar a formação do germe permanente. O poder de absorção da
mãe para o feto é muito grande. È importante que a mãe vá ao Odontopediatra
(dentista que cuida de crianças) ainda grávida, depois leve a criança ao nascer
para uma avaliação e orientação sobre higienização, escovas, hábitos, dieta
alimentar, mamadeira noturna, etc., e assim permitindo que o profissional
acompanhe todo o desenvolvimento e crescimento da criança. Por volta dos
seis meses de idade começa a erupção dos 1º dentinhos de leite e aos seis
anos o 1º molar permanente nascerá sem a esfoliação (cair) de nenhum dente
de leite, por isso pode ser confundido com dente decíduo. A ordem de erupção
(aparecimento) dos dentes podem alterar de acordo com cada criança. O seio
materno deve ser dado por no mínimo 06 meses para fortalecer a deglutição, a
respiração, sucção, a fala, os movimentos da língua e posição dos lábios.
Caso isso não seja possível, o dentista, o médico e o fonoaudiólogo irão
orientá-los qual a melhor alternativa. As chupetas devem ser retiradas após os
dois anos de idade, para não tornarem vício, o bico da mamadeira não deve
ser aumentado, e a criança deve se alimentar o mais sentado possível, para
não alterar a formação dos maxilares e prejudicar a dentição.
28
Capitulo II
Contribuição de diferentes tipos de comunicações
alternativas
Como foi visto no capitulo I a criança com CDC tem como características
déficit cognitivo; dificuldade de concentração/atenção, atraso no
desenvolvimento da aquisição da linguagem, (devido a sua laringomalácia),
não esquecendo de lembrar que nem todos os portadores de Cri Du Chat
terão todas essas características, elas dependerão da quantidade de estímulos
motores e cognitivos que receberem e da quantidade de perda do material
genético do braço curto do cromossomo 5.
Por estas e outras características a criança com CDC cresce tendo que lidar
com mais dificuldades do que as outras crianças. No entanto existem varias
razões do porque a criança com CDC deve ter a mesma oportunidade e
freqüentar escola comum. A criança com a CDC se desenvolve melhor
academicamente e socialmente quando trabalham num ambiente inclusivo,
onde a atitude da escola como um todo é por tanto um fator significativo.
A criança com CDC leva um tempo para se desenvolver, logo precisam de
uma aprendizagem mais diluída. Ela tem, em geral, um perfil de aprendizagem
especifica com pontos fortes e fracos característicos e saber destes fatores
que facilitam e inibem o aprendizado permite que o psicomotricista,
professores, fonoaudiólogos dentre outros planejar e levar adiante atividades
relevantes e significativas ao programa do qual deva ser trabalhado.
Embora tenham facilidade de aprender visualmente, muitos têm dificuldades
visuais devido ao estrabismo, também uma das características, e por isto usam
óculos e como estratégia é interessante que a criança sente na frente, as letras
e os desenhos devem ser de um tamanho maior, claros e simples. Para
29
contornar alguns problemas no aprendizado desta criança com CDC deve-se
os profissionais envolvidos falar diretamente reforçando o discurso com
expressões faciais, sinais ou gestos, pois assim já irá preparando para se fazer
o ensinamento da Libras (linguagem de sinais manuais, para os surdos
mudos), pois este será um dos meios de comunicação em que a criança CDC
poderá se comunicar e se incluir a sociedade, seja temporariamente ou
definitivamente.
Deve-se usar na medida do possível material de apoio visual – figuras, fotos,
objetos que é um recurso muito bom, mas hoje em dia um dos recursos viso-
manual é o computador o qual serve de ferramenta para enriquecer o
aprendizado através de imagem, vídeos, sons, fotos e etc., além de dar
oportunidade de rever, reler, refazer quantas vezes for necessário.
Geralmente a criança com CDC tem flacidez muscular (hipotonia), o que
pode afetar sua habilidade motora fina e grossa e isso pode afetar sua fases
do desenvolvimento motor, tornando o desenvolvimento cognitivo mais lento.
Para contornar e como estratégias é importante oferecer meios de
comunicação diferentes, exercícios extras, principalmente para o aprendizado
da Libras.
As habilidades motoras melhoram com a pratica. Podem-se oferecer
atividades para fortalecer os dedos e os pulsos, como por exemplo: desenhar,
rasgar, apertar, cortar, construir, pintar, usar jogos multi-sensoriais, vivências e
ate mesmo quando a criança for maior e já estiver com uma coordenação
motora satisfatória tornar estas tarefas mais atraentes usando algumas desta
estratégia no computador e o uso do mouse, pois esta também auxilia na
coordenação motora e ao mesmo tempo estimulam a mente, desenvolvendo a
criatividade e planejar traduções visuais com atividades alternativas e
repetições é um meio muito bom, pois as habilidades visuais são mais fortes.
De forma geral o ser humano tem maior facilidade em memorizar
visualmente, e no processo de comunicação a eficiência se dá mais pela visão.
Se compararmos os tipos de memória visual, auditiva, mecânica, tátil, olfativa e
degustativa, a menos eficiente é a degustativa.
30
Mas o que é comunicação alternativa?
É o uso integrado de componentes, incluindo símbolos, recursos,
estratégias e técnicas utilizadas pelos indivíduos, a fim de complementar a
comunicação. (ASHA, 1991). www.slideshare.net
Com o objetivo de tornar a criança com distúrbios de comunicação o mais
independente e competente possível em suas situações comunicativas,
podendo assim ampliar suas oportunidades de interação com as outras
pessoas e com a sociedade.
A Comunicação Alternativa tem duas divisões:
• A Comunicação Não Aplicada:
Engloba as expressões próprias da criança, tais como os sinais manuais,
expressões faciais, movimentos corporais, gestos e piscar de olhos. Esta se
aproveita muito para começar a aplicar o ensinamento da Libras, o seu dia-
a-dia, pois ela estará usando todas estas características espontaneamente.
As expressões são totalmente produzidas pelas crianças, ou melhor, ela é
realizada por meio de ações que a própria criança pode produzir sem o
auxilio de outra pessoa ou equipamento.
Um caso muito utilizado neste aprendizado é a linguagem de LIBRAS
(linguagem de sinais manuais, para os surdos mudos), que devido a sua
característica de movimentos gestuais, facilita e acelera a linguagem da
criança com a CDC com o mundo.
31
• A Comunicação Aplicada
Engloba todas as formas de comunicação que possuem expressões
lingüísticas fora do corpo da criança com os objetos reais, miniaturas de
objetos, pranchas de comunicações com fotografias, figuras e símbolos
gráficos, e ainda, os sistemas computacionais, recursos adaptados
dependendo da dificuldade de alguém para selecionar e indicar os
estímulos necessários para que seja interpretado.
Estes irão auxiliar no aprendizado da Libras onde se usa o lúdico para
melhor fixar o conteúdo.
2.1 – Tipos de Comunicações Alternativas
Os sistemas alternativos da comunicação podem ser de:
RECURSOS DE ALTA TECNOLOGIA:
Sistemas computacionais e Softwares específicos.
COMUNICADORES COM VOZ GRAVADA:
São comunicadores onde as mensagens podem ser gravadas pelo parceiro
de comunicação.
COMUNICADORES COM VOZ SINTETIZADA
No comunicador com voz sintetizada o texto é transformado eletronicamente
em voz.
COMPUTADORES
Com o avanço da tecnologia têm surgido novos sistemas de CAA
(Comunicação Alternativa Assistida) para as pessoas com necessidades
32
especiais como o Classroom, o OverlayMaker, o Comunicar com Símbolos,
o Boardmaker, o Invento, entre outros.
http://www.comunicacaoalternativa.com.br
Ex: Software da Prodeaf--- O ProDeaf é um software de tradução de texto e
voz na língua portuguesa para Libras - a língua brasileira de sinais, com o
objetivo de realizar a comunicação entre Surdos e ouvintes.
http://www.prodeaf.net/
GenVirtual, o software foi inspirado pelo brinquedo Genius, que utilizava botões
coloridos para construir sequências musicais. Mais que divertir, a versão criada
utiliza a terapia por meio da música para estimular atenção, concentração e
memorização de cores e sons nas crianças deficientes.Também ajuda o
aprendizado motor com execução e repetição de movimentos realizados com
os membros. www.tec-edulivre.com.br
Software VE-LIBRAS Rybená (tradutor de textos em português para Libras),
esse texto é traduzido para a língua de sinais. "Qualquer pessoa que tenha um
computador com acesso a Internet e esse software instalado consegue utilizá-
lo. www.assembla.com/space/polibras
Outros sistemas e software que já existem e ou ainda estão em face de
desenvolvimento.
BAIXA TECNOLOGIA:
Objetos reais, miniaturas, fotografias, símbolos gráficos e pranchas de
comunicação, Pec’s, TEACCHT e etc.
Ao se usar estes meios de comunicação ao profissional deve observar e
estabelecer qual a necessidade e qual o tipo de estimulo será necessário usar
após a avaliação, se possível por uma equipe multidisciplinar e familiar para
verificar a possibilidade e situação da criança.
Na avaliação deve-se testar:
• As habilidades físicas da criança, acuidade visual e auditiva, habilidades
perceptivas, fatores de fadiga.
33
• Habilidades motoras – Preensão manual, flexão e extensão dos
membros superiores, habilidades de virar páginas
• Habilidades cognitivas – Compreensão, expressões, nível de
escolaridade, fases de alfabetização.
• Local onde o sistema será utilizado – escola, casa, comunidade, -- o
ideal é que seja utilizado em todos os locais de convívio da criança para
assim ter uma maior fixação.
• Com quem o sistema será utilizado: Pais, Amigos, Familiares,
Psicomotricistas, Professores, Fonoaudiólogos e comunidade em geral
– o ideal é que todos estes usem a Libras ou qualquer outro tipo de
comunicação alternativa.
• Com qual objetivo o sistema será utilizado: Comunicação, ensino de
sala de aula.
34
É importante que se faça um levantamento das habilidades já existentes e
da potencialidade da criança, adolescente ou adulto, pois tendo em mãos os
dados desta avaliação, é possível preparar o recurso a ser utilizado da melhor
forma possível para esta criança ou individuo de acordo com o resultado obtido
respeitando sua idade, seu grau de dificuldade e necessidade. Observar se a
adaptação do formato dos recursos, os tipos de recursos e de estímulos e
estratégias utilizadas, a quantidade de estímulos, a participação da criança ou
individuo na construção do recurso, o ambiente e o profissional estão sendo
bem aceitos ou não.
A adaptação do formato de recursos:
Estes nos primeiros momentos da aprendizagem da Libras ou qualquer
outro tipo de deficiência irão beneficiar muito a criança com a síndrome CDC
ou qualquer outra síndrome ou deficiência.
Pode-se usar:
• Pranchas e Fichários: Onde a criança ou individuo aprenderá os sinais
dos nomes dos seus familiares, seus afazeres do dia-a-dia, as comidas.
Se trabalhará a organização junto com os sinais da Libras.
• Prancha de Estímulos Removíveis: Onde a criança ou individuo tira de
uma prancha e coloca na outra prancha associando as imagens. Ex: Pai
x Mãe/ Menino x Menina...
• Pranchas Temáticas: Onde constará de associações também de
imagens, mas com o objeto e símbolos associados aos afazeres do dia-
a-dia. Ex: Banho – Sabonete/ Pasta de dente – escovar os dentes, Leite
e Pão – Café da manhã...
• Prancha Fixa na Parede: Onde se fixará o local e o que se faz neste
local. Ex: Ficha no banheiro – banho, lavar as mãos, escovar os dentes,
fazer necessidades fisiológicas, quarto – dormir, estudar, brincar...
35
• Prancha fixa na mesa da escola ou creche: Onde se fixa o retrato dos
coleguinhas, professoras e funcionários da escola ou creche.
• Prancha Frasal: Está já é para criança mais velha, adolescente ou
adulto, onde se monta a frase com o que fez no dia ou ainda fará
através de figuras, letras soltas e palavras soltas.
• Fichas de comunicação: Onde se coloca a figura, o sinal, a palavras ou
letras separadamente e cada cartão tem uma representação simbólica
do que se quer.
• TEACCHT ou Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com
déficits relacionados à Comunicação, Treatment and Education of
Autistic and related Communicattion handicapped Children é um
programa que envolve as esferas de atendimento educacional e clínico,
em uma prática com abordagem psicoeducativa, tornando-o por
definição,um programa transdisciplinar .
www.scielo.br/pdf/rcefac/v11s2/a12v11s2.pdf
Devemos relembrar que um sistema de comunicação não se caracteriza
unicamente pelos símbolos que são utilizados e, certamente, que não nos
devemos limitar aos comercialmente mais conhecidos. O importante é que os
símbolos sejam funcionais e perceptíveis para o seu utilizador e que o outro
interveniente receba um feedback auditivo e/ou visual igualmente perceptível.
2.2 Libras
Neste sub-capítulo será apresentado um breve resumo do que é a língua de
sinais a Libras e sua história.
36
2.2.1 Breve história da Libras
Não se sabe ao certo onde, como surgem às Línguas de Sinais das
comunidades surdas, mas consideramos que estas são criadas por homens
que tentam resgatar o funcionamento comunicativo através dos demais canais
por terem um impedimento físico, ou seja, surdez, ou algum tipo de
comprometimento de fala. (www.editora-arara-azul.com.br). O atendimento
escolar especial às pessoas deficientes teve seu início, no Brasil na década de
cinqüenta do século XIX.
A primeira escola de surdos no Brasil foi criada pela Lei no839, de 26 de
setembro de 1857, por Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, o Imperial Instituto dos
Surdos-Mudos, voltado à educação literária e ensino profissionalizante de
meninos com idade entre 7 e 14 anos; teve como primeiro professor
Ernesto Huet, cidadão surdo francês, trazendo consigo a Língua de Sinais
Francesa. Conforme Goldfeld (1997), em 1911 o IISM, segue a tendência
mundial, e estabelece o oralismo puro como filosofia de educação, entretanto,
a língua de Sinais sobreviveu na sala de aula até 1957, e nos pátios e
corredores da escola a partir desta data, quando foi severamente proibida.
Mazzota (1999) descreve que, em 1929, é fundado o Instituto Santa
Teresinha na cidade de Campinas SP, depois de duas freiras passarem quatro
anos no Instituto de Bourg-la-Reine em Paris – França, a fim de ter uma
formação especializada no ensino de crianças surdas, funcionava em regime
de internato só para meninas surdas.
Os principais Institutos de Educação de Surdos tiveram como modelo a
educação francesa e conseqüentemente, independente da contradição entre
ensino oralidade ou Língua de Sinais, carregam consigo a Língua Francesa de
Sinais. Por isso a escola tem relação direta com o desenvolvimento da Língua
de Sinais em nosso país, pois é nesse espaço que os surdos se encontram
quando crianças.
Na sociedade capitalista, o surdo para ser civilizado deve falar comportar-se
como o esperado para todas as crianças. Mas, em Campo Grande, no dia 10
de novembro de 1993, é “reconhecida oficialmente pelo município à linguagem
37
gestual codificada na Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS – e outros recursos
de expressão a ela associados, como meio de comunicação objetiva e de uso
corrente”. (Lei 2.997 de 10/11/93, Juvêncio César da Fonseca)
As Línguas de Sinais são reconhecidas “cientificamente” como língua, por
serem compostas pelos universais lingüísticos, por apresentarem os aspectos
fonológicos, morfológicos, sintático e semântico-pragmático, mas usualmente
são atingidas pelo preconceito lingüístico e estereótipo por seus usuários
serem principalmente pessoas consideradas deficientes.
Esse modo de investigação propiciou a verificação da construção de uma
comunidade utente de uma língua espaço-visual, recentemente regulamentada
pela LEI nº 10.436 de 20/04/2002 dispõe que:
“Art. 1o é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a
Língua brasileira de sinais – LIBRAS e outros recursos de expressão a ela
associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua brasileira de sinais – LIBRAS a
forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de
natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um
sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de
comunidades surdas do Brasil”. (http://www.oabsp.org.br_noticias,
2002). Depois de muita luta, os surdos conquistaram o reconhecimento pela
regulamentação da Libras. . (www.editora-arara-azul.com.br).
2.2.2 O que é a Libras?
Uma língua de sinais ou língua gestual, é uma língua que se utiliza de
gestos e sinais e expressões faciais e corporais, em vez
de sons na comunicação. As línguas de sinais são de aquisição visual e
produção espacial e motora. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Língua_de_sinais)
É uma língua natural de cada comunidade surda, assim como entre outros
idiomas falados é grande a variedade de língua de sinais no mundo.
Cada País Estado tem sua própria língua de gestual, devido a diferenças
culturais onde as variações lingüísticas também são existentes dentro de um
38
só País. Não se sabe quando a língua de sinais se iniciou, mas sua origem
remota possivelmente a mesma época ou épocas anteriores aquelas em que
foram sendo desenvolvida a língua oral. Uma pista interessante para esta
possibilidade da língua de sinais terem se desenvolvido primeiro que a língua
oral é o fato de que o ser humano desenvolve primeiro a coordenação motora
dos membros antes de se tornar capaz de coordenar o aparelho
fonoarticulatório. A língua de sinais é criação espontânea do ser humano e se
aprimoram exatamente da mesma maneira que a língua oral, nenhuma é
superior ou inferior a outra, cada língua se desenvolve e expande a medida da
necessidade de seus usuários. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Língua_de_sinais).
Ao se falar de língua de sinais refere-se a língua materna/ natural do surdo, de
uma comunidade de surdos, mas também pode ser usada por pessoas que
tem dificuldade de falar, problemas de laringe, síndromes, pois esta é uma
língua de produção manuo-motora e de recepção visual, com vocabulário e
gramática própria, não depende da língua oral.
De acordo com o INES (Instituto Nacional de Educação para Surdos), o
alfabeto datilológico usado no Brasil é um conjunto de 27 formatos ou
configurações diferentes de uma das mãos, cada configuração
correspondendo a uma letra do alfabeto do português escrito incluindo a "ç".
39
ALFABETO EM LIBRAS
Fonte: www1.prefpoa.com.br
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/alfabeto-libras/index.php
A língua de sinais tem algumas propriedades próprias, tais como: o uso de
gestos simultâneo, o uso do espaço e a organização e ordem que dai resultam.
Assim a língua de sinais possuem uma modalidade de produção motora, (face,
mãos e corpo, mais precisamente da cintura para cima) e uma modalidade de
percepção visual.
Informações Técnicas
Sinais:
• Os sinais são formados a partir da combinação da forma e do
movimento das mãos e do ponto no corpo ou no espaço onde esses
sinais são feitos. Nas línguas de sinais podem ser encontrados os
seguintes parâmetros que formarão os sinais:
40
• Configuração das mãos (CM): São formas das mãos que podem ser da
datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão
predominante (mão direita para os destros ou esquerda para os
canhotos), ou pelas duas mãos. Os sinais DESCULPAR, EVITAR e
IDADE, por exemplo, possuem a mesma configuração de mão (com a
letra y). A diferença é que cada uma é produzida em um ponto diferente
no corpo.
• Ponto de articulação (PA): É o lugar onde incide a mão predominante
configurada, ou seja, local onde é feito o sinal, podendo tocar alguma
parte do corpo ou estar em um espaço neutro vertical (ao lado do corpo)
ou espaço neutro horizontal (frente do corpo).
• Movimento (M): Os sinais podem ter um movimento ou não. Movimento
é a deslocação da mão no espaço na execução do sinal. Por exemplo,
os sinais PENSAR e EM-PÉ não têm movimento; já os sinais EVITAR e
TRABALHAR possuem movimento.
• Expressão facial e/ou corporal (EF/C): As expressões faciais / corporais
são de fundamental importância para o entendimento real do sinal,
sendo que a entonação em Língua de Sinais é feita pela expressão
facial para dar vida e entendimento ao sinal executado.
• Orientação/Direção (O/D): Os sinais têm uma direção com relação aos
parâmetros acima, é a direção que o sinal terá que ser executado.
Assim, os verbos IR e VIR se opõem em relação à direcionalidade.
• A datilologia (alfabeto manual): usada para expressar nomes de
pessoas, lugares e outras palavras que não possuem sinal, estará
representada pelas letras separadamente.
(http://www.libras.org.br/libras.php)
Para a realização de um sinal precisa-se atentar para cada um destes
parâmetros, visto que uma pequena mudança já poderá significar outro sinal.
41
A língua de sinais não segue a ordem frásica da língua oral, assim o
importante não é colocar um sinal atrás do outro. O importante é representar a
informação, reconstruir o conteúdo visual da informação, pois o surdo ou a
pessoa com problema de fala lida mais com a memória visual.
Na educação do surdo vale fundamentar cincos modelos educacionais e
presentes em maior ou menor intensidade nas escolas para surdos que são o
Oralismo, a Comunicação Total, o Bilingüismo, a Pedagogia do Surdo e
processo Intercultura.
Existem muitos métodos orais diferentes na educação com o surdo, o
oralismo é um dos recursos que usa o treinamento da fala, leitura labial e
outros. Este recurso é usado dentro de metodologias orais, entre eles, o
“verbotonal”, “oral modelo”, ‘materno reflexivo’, ‘perdoncini’ e entre outros.
(http://www.libras.ufsc.br).
Estes métodos podem ser usados para pessoas que tem um grau de surdez
ou não, mas o que ira diferenciar um do outro é através de exames de
audiometrias (Audiometria: exame da audição realizado por meio de
instrumentos e avaliação da capacidade para apreender os diferentes sons da
fala e de classificação de surdez em vários graus: são eles - Leve/ Moderada/
Severa / Profunda).
Segundo DORZIAT (2006) as técnicas mais utilizadas no modelo oral:
O TREINAMENTO AUDITIVO.
O DESENVOLVIMENTO DA FALA.
A LEITURA LABIAL.
• O treinamento auditivo:
Estimulação auditiva para reconhecimento e discriminação de ruídos,
sons ambientais e sons da fala, geralmente fazem treinamento com as
aparelhagens como AASI (é o aparelho de amplificação sonora individual,
42
que aumenta os sons, possibilitando que o sujeito com surdez consiga
escutar, é conhecido popularmente como ‘aparelho auditivo’) e outros.
• O desenvolvimento da fala:
Exercícios para a mobilidade e tonicidade dos órgãos envolvidos na
fonação, lábios, mandíbula, língua etc, e exercícios de respiração e
relaxamento. (http://www.libras.ufsc.br)
• A leitura labial:
Treino para a identificação da palavra falada através da decodificação
dos movimentos orais do emissor. Essa técnica de leitura labial: “ler” a
posição dos lábios e captar os movimentos dos lábios de alguém está
falando é só útil quando o interlocutor formula as palavras de frente com
clareza e devagar. (STROBEL, 2006) A Comunicação Total inclui todo o
espectro dos modos lingüísticos: gestos criados pelas crianças, língua de
sinais, fala, leitura, oro-facial, alfabeto manual, leitura e escrita.
(http://www.libras.ufsc.br)
• A Comunicação Total:
A comunicação total é que trouxe o reconhecimento e valorização de
língua de sinais. Ela inclui todo o espectro dos modos lingüísticos: gestos
criados pelas crianças, língua de sinais, fala, leitura oro-facial, alfabeto
manual, leitura e escrita. A Comunicação Total incorpora o desenvolvimento
de quaisquer restos de audição para a melhoria das habilidades de fala ou
de leitura oro-facial. (http://www.libras.ufsc.br)
• O Método Verbotonal:
É um método de educação da audição e linguagem que a partir da
estimulação da motricidade, da afetividade e de todos os canais sensoriais,
inclusive, e, principalmente, o auditivo, objetiva criar condições para que a
expressão oral aconteça através de uma fala o mais natural possível.
(http://www.arpef.org.br/metodo.asp)
43
Capitulo III
A psicomotricidade para o auxilio no desenvolvimento
da criança com a síndrome Cri Du Chat
Neste capítulo falaremos de como é possível uma criança com CDC
(síndrome Cri Du Chat) pode chegar a se comunicar com a sociedade em geral
e aprender a Libras desde cedo.
O trabalho psicomotor precocemente feito com a criança com CDC facilitará
o aprendizado da Libras e a ajudará na aquisição da língua oral mais a frente,
pois a criança com a síndrome Cri Du Chat ou com déficit de oralização
apresentam capacidades cognitivas para serem letradas e consequentemente
alfabetizadas pelo estimulo continuo através de jogos educativos e recursos
fonoaudiologicos, psicomotores, psicopedagogicos e dentre outros, para que
construam seus próprios conhecimentos sobre o mundo letrado que esta
presente no seu dia-a-dia.
Será mostrado também que a coordenação global e a experimentação
levam a criança a adquirir a dissociação dos movimentos. Isso significa que ela
deve ter condições de realizar múltiplos movimentos ao mesmo tempo, cada
membro realizando uma atividade diferente. (Oliveira, 2008 p.41)
A psicomotricidade é a relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a
emoção, procura educar o movimento ao mesmo tempo em que evoluem as
funções da inteligência. Sem este suporte psicomotor, o pensamento não
poderá ter acesso aos símbolos e a abstração. Esta relacionada ao processo
de maturação, em que o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e
orgânicas.
A estimulação do desenvolvimento psicomotor é fundamental para que haja
consciência dos movimentos corporais integrados com a emoção e expressado
44
pelo movimento, o que proporciona ao ser uma convivência de individuo
integral.
“É sempre muito importante proporcionar à criança oportunidade para
brincar e criar livremente suas brincadeiras e jogos. Pois alem de desfrutar
da alegria de brincar, isto contribuirá significativamente para o seu
desenvolvimento psicomotor”. (Machado e Nunes, 2012, p.31)
3.1 Desenvolvimento motor
Não podemos falar em desenvolvimento motor sem antes falarmos um
pouquinho do que é Psicomotricidade e Motricidade, considerando algumas
definições:
“É uma ciência que tem por objeto o estudo do homem através do seu corpo
em movimento nas suas relações com seu mundo interno e externo” (SBP,
1984).
Segundo Fátima Alves, (2012), “Psicomotricidade é o corpo em ação”. Onde
se entende que a “Psicomotricidade envolve toda ação realizada pelo
individuo, que represente suas necessidades e permita sua relação com os
demais. É a interação entre o psiquismo e motricidade.
De uma maneira estática, a motricidade pode ser definida como resultado
da ação do sistema nervoso sobre a musculatura, como resposta à
estimulação sensorial, enquanto o psiquismo poderia ser considerado como o
conjunto de sensações, percepções, imagens, pensamentos, afeto etc.
“A mobilidade deve ser compreendida em sua evolução, a partir dos
movimentos reflexos e incoordenados, até os movimentos coordenados que
têm finalidade e gestos, de valor simbólico”. (Alves, Fátima, p. 18)
Segundo Lagrange, (1974, p.41) “A psicomotricidade é um meio de ajudar a
criança superar mais ou menos suas deficiências, favorecendo a evolução do
45
seu esquema corporal e da sua organização perceptiva”. Onde “tudo isto será
necessário para amenizar as dificuldades de aquisição da leitura, escrita e de
calculo no futuro.”
Para Galvani, (2002, p.22) “A psicomotricidade é a área ampla que engloba
a tripolaridade do homem: - intelectual: aspectos cognitivos, - emocional:
aspectos afetivos e – motor: aspectos orgânicos”.
Segundo a teoria Walloriana o principal conceito é: “O individuo só terá
condições de ativar seus potencias psíquicos nas atividades psicofuncionais,
se for trabalhado corporalmente nos seguintes aspectos: esquema e imagem
corporal, equilibração, coordenação, lateralização, tonicidade”. A
experimentação corporal por meio das sensações e emoções resultará no
equilíbrio tônico-emocional. A estimulação por vias perceptivas da memória, da
atenção e descriminação da coordenação viso-motor e desencadeará ações
preciosas e coesas.
(www.cursoseducacaoadistancia.com.br/teorias_aplicadas/cursos_a_distancia
_henri_wallon.htm).
Como vimos acima há diferentes e inúmeras definições para o que é
Psicomotricidade e/ou Motricidade, mas no fundo todas dizem as mesmas
coisas de modos diferentes.
A educação ou reeducação psicomotora normalmente deve-se começar a
partir dos 3 anos de vida, pois é nesta fase que a criança adquiri consciência
de seu corpo, de suas possibilidades e limites e passa a usá-la a seu favor,
mas pode-se e deve-se começar o trabalho motor nos primeiros meses de
vida, pois ela já sente e percebe o toque, a cheiro, o movimento ao seu redor e
inconscientemente a descobrir seu próprio corpo; ex: brinca com seus pés,
suas mãos, os coloca na boca; e estas sensações devem ser aproveitadas
para começar o trabalho de estimulação precoce motora, o que à ajudará mais
tarde para o domínio e reconhecimento do seu corpo.
46
Como cada criança e individuo tem seu tempo de desenvolvimento,
maturação cerebral e é entre os 3 anos e 10 anos que o sistema nervoso da
criança diversifica, para um belo dia chegar a maturação completa, pois antes
ele apenas capta informações e vai armazenando. É nesta idade, de 3 anos a
10 anos, o período em que o pensamento da criança passa de global para
analítico, vai deixando de ser ingênua e começa a ficar critica em relação a si
própria e aos outros. É preciso ensinar a criança a ter harmonia com o mundo
a sua volta e é para esta finalidade que deve tender a educação global, pois
será a partir desta finalidade que o psicomotricista e outros profissionais
começaram a determinar e condicionar suas ações, praticas e os meios que
irão trabalhar.
Na criança com CDC deve-se ater a sua maturidade física e mental para se
trabalhar, deve-se respeitar o momento dela e a sua etapa a ser vivida, ainda
haverá varias etapas a ser vivenciadas e superadas para que a criança com
CDC tenha sua aptidões salientadas para a escrita e leitura. Ela deve ter um
trabalho onde perceba as diferentes formas, tamanhos, associar sons,
organização de tempo/espaço, lateralidade, memorização, simbolização, etc.
É necessário que a criança com CDC e qualquer outra criança sindromica ou
não tenham as mesmas aptidões acima citadas e o mais importante é que a
criança deve poder liberar a mão dominante ser bem lateralizada para poder
executar gestos precisos, ter a possibilidade de refrear e de parar estes gestos,
para assim a Libras ser de fácil entendimento para ela e para os outros que a
rodeiam.
Em fim: O que é Psicomotricidade? É o corpo em movimento (ação),
pensamento e linguagem, são unidades inseparáveis. O movimento é o
pensamento em ato e o pensamento é o movimento sem ato e sem estes dois
não teremos a atividade física em si.
47
3.2 Estruturações funcionais da Psicomotricidade
Não podemos começar a falar nos recursos e exercícios psicomotores e
parâmetros estruturais para o ensino da Libras sem antes falarmos e
entendermos do desenvolvimento funcional de todo o corpo e suas partes.
O desenvolvimento psicomotor abrange o desenvolvimento funcional de
todo o corpo e suas partes. Este desenvolvimento esta dividido em nove
fatores psicomotores:
1) Coordenação motora global:
É a ação simultânea de diferentes grupos musculares na execução de
movimentos voluntários, amplos e relativamente complexos.
Ex: Para caminhar, utilizamos a coordenação motora ampla em que os
membros superiores se alternam coordenadamente para que haja
deslocamento. (Machado e Nunes, 2012, p.31)
2) Coordenação motora fina:
É uma fase de correção, refinamento e diferenciação do movimento. O
uso coordenado de pequenos músculos, resultando do desenvolvimento dos
músculos a um grau em que possa desempenhar pequenos movimentos
específicos que exijam precisão na coordenação de olhos e mãos.
Ex: Recortar, desenhar, escrever, segurar, etc. (Mattos, 2005, p.65).
3) Equilíbrio:
Reúne um conjunto de aptidões estáticas (sem movimento) e dinâmicas
(com movimento), abrangendo o controle postural e o desenvolvimento das
aquisições de locomoção. O equilíbrio estático caracteriza-se pelo tipo de
equilíbrio conseguido em determinada posição, ou de apresentar a capacidade
de manter certa postura sobre uma base. O equilíbrio dinâmico é aquele
48
conseguido com o corpo em movimento, determinando sucessivas alterações
da base de sustentação. (Machado e Nunes, 2012, p. 33)
4) Esquema corporal:
É o saber pré-consciente a respeito do seu próprio corpo e de suas
partes, permitindo que o sujeito se relacione com espaço, objetos e pessoas
que o circundam. As informações proprioceptivas ou cinestesias é que
constroem este saber acerca do corpo e, à medida que o corpo cresce,
acontecem modificações e ajustes no esquema corporal.
Ex: A criança sabe que a cabeça esta em cima do pescoço e sabe que ambos
fazem parte de um conjunto maior que é o corpo. (Machado e Nunes, 2012, p.
33)
5) Lateralidade:
É a capacidade de vivenciar os movimentos, utilizando-se, para isso, os
dois lados do corpo, ora o lado esquerdo, ora o lado direito. Por exemplo: a
criança destra, mesmo estando com a mão direita ocupada, é capaz de abrir a
porta com a mão esquerda. Isto é diferente da dominância lateral que é a
maior habilidade desenvolvida em um dos lados do corpo devido à dominância
cerebral, ou seja, pessoas com dominância cerebral esquerda têm maior
probabilidade de desenvolverem mais habilidades do lado do corpo e, por isso,
são destras. Com os canhotos, acontece o inverso já que sua dominância
cerebral é do lado direito. (Machado e Nunes, 2012, p. 33)
6) Estruturação espacial:
Situamos-nos por meio do espaço e das relações espaciais para
vivermos no meio estabelecendo relações entre as coisas, fazendo
49
observações, comparando, combinando-as, vendo as semelhanças e
diferenças entre elas. Nesta comparação entre os objetos, constatamos as
características comuns a eles (e as não comuns também). (Alves, 2007, p.69)
7) Estruturação temporal:
A noção do tempo se desenvolve a partir da audição. É mais difícil
apreender-la do que a noção de espaço. Temos o tempo rítmico, que é
aquele que demarca o compasso de tudo que fazemos e é individual, como
o ritmo do nosso batimento cardíaco, de nossa respiração, dos nossos
passos ao caminhar. ... Temos também a noção de tempo cronológico que
diz respeito às idéias temporais, como ontem, hoje, amanhã. ...E ainda há a
noção de tempo subjetivo que esta diretamente ligada à questão afetiva
quando, dependendo do grau de ansiedade e motivação que colocamos
nos fatos, estes parecem durar mais ou menos tempo. (Machado e Nunes,
2012, p. 35)
8) Ritmo:
Diz respeito à movimentação própria de cada um.Existem ritmo lento,
moderado, acelerado, cadenciado e noção de duração e sucessão, no que diz
respeito è percepção dos sons no tempo. (Machado e Nunes, 2012, p. 35)
(Machado e Nunes, 2012, p. 36)
9) Percepções:
Capacidade de obter informações sobre um ambiente, distinguindo as
diferenças que cada informação contém, envolve a discriminação de formas,
tamanhos, cores, sons etc. Para compreendermos melhor as percepções,
iremos abordar três tipos, que são:
50
9.1) Percepção Auditiva: Perceber, discriminar e interpretar os diversos
tipos de sons. Estes trabalhos com as percepções musicais podem ser
desenvolvidos a fim de que a criança apure a audição para o reconhecimento e
a prática da fala. (Almeida, 2007, p.67)
9.2) Percepção visual: Desenvolve a capacidade visual, para responder
com êxito a uma informação sensorial. Identificação, organização e
interpretação dos dados sensoriais captados pela visão. (Mattos, 2005, p.203)
9.3) Percepção tátil: Perceber, discriminar e identificar objetos pelo tato.
Mattos (2005, p.202) afirma que a percepção tátil é o sistema que dá
informação a respeito de estímulos em contato com a pele, originando a maior
parte dos receptores cutâneos.
3.3 Parâmetros estruturais para o aprendizado da Libras
Neste sub capitulo será explicado o porquê a psicomotricidade é importante
para o desenvolvimento da aprendizagem da Libras.
Como já foi falado anteriormente a Libras requer pontos de articulações
específicos que são expressados por toques no corpo ou no espaço neutro,
onde é preciso usar os parâmetros desta língua e a importância de saber os
fatores psicomotores.
ASPECTOS ESTRUTURAIS:
A LIBRAS têm sua estrutura gramatical organizada a partir de alguns
parâmetros que estruturam sua formação nos diferentes níveis lingüísticos.
Três são seus parâmetros principais ou maiores: a Configuração da(s) mão(s)-
(CM), o Movimento - (M) e o Ponto de Articulação - (PA); e outros três
51
constituem seus parâmetros menores: Região de Contato, Orientação da(s)
mão(s) e Disposição da(s) mão(s). (FERREIRA BRITO, 1990)
Os parâmetros principais são:
a) configuração da mão (CM)
b) ponto de articulação (PA)
c) movimento (M)
a) Configuração da mão (CM): é a forma que a mão assume durante a
realização de um sinal.
Ex:
TELEFONE BRANCO
CM [Y] CM [B ]
Fonte: http://vendovozes.googlepages.com/aspectoslinguisticosLibras.pdf
b) Ponto de articulação (PA): é o lugar do corpo onde será realizado o sinal.
EX:
LARANJA APRENDER
Fonte: http://vendovozes.googlepages.com/aspectoslinguisticosLibras.pdf
52
c) Movimento (M): é o deslocamento da mão no espaço, durante a realização
do sinal.
Ex.:
GALINHA HOMEM
Fonte: http://vendovozes.googlepages.com/aspectoslinguisticosLibras.pdf
Direcionalidade do movimento
a) Unidirecional: movimento em uma direção no espaço, durante a realização
de um sinal.
b) Bidirecional: movimento realizado por uma ou ambas as mãos, em duas
direções diferentes.
c) Multidirecional: movimentos que exploram várias direções no espaço,
durante a realização de um sinal.
Tipos de movimentos
a) Movimento retilíneo:
Ex:
ENCONTRAR ESTUDAR PORQUE
Fonte: http://vendovozes.googlepages.com/aspectoslinguisticosLibras.pdf
53
b) movimento helicoidal:
Ex:
ALTO MACARRÃO AZEITE
Fonte: http://vendovozes.googlepages.com/aspectoslinguisticosLibras.pdf
c) Movimento circular:
Ex: BRINCAR IDIOTA BICICLETA
Fonte: http://vendovozes.googlepages.com/aspectoslinguisticosLibras.pdf
54
d) Movimento semicircular:
Ex:
SURDO SAPO CORAGEM
Fonte: http://vendovozes.googlepages.com/aspectoslinguisticosLibras.pdf
e) Movimento sinuoso:
Ex: BRASIL RIO NAVIO
Fonte: http://vendovozes.googlepages.com/aspectoslinguisticosLibras.pdf
f) Movimento angular:
Ex:
RAIO ELÉTRICO DIFÍCIL
Fonte: http://vendovozes.googlepages.com/aspectoslinguisticosLibras.pdf
55
Parâmetros secundários
a) Disposição das mãos: a realização dos sinais na LIBRAS pode ser feito
com a mão dominante ou por ambas as mãos.
Ex:
Fonte: http://www.acessobrasil.org.br/libras/
b) Orientação das mãos: direção da palma da mão durante a execução do
sinal da LIBRAS, para cima,
para baixo, para o lado, para a frente, etc. . Também pode ocorrer a mudança
de orientação durante a execução de um sinal.
Ex.:
Fonte: http://www.acessobrasil.org.br/libras/
56
c) Região de contato: a mão entra em contato com o corpo, através do:
Toque: MEDO, ÔNIBUS, CONHECER.
Duplo toque: FAMÍLIA, SURDO, SAÚDE.
Risco: OPERAR, PESSOA.
Deslizamento: CURSO, EDUCADO, LIMPO, GALINHA.
Componentes não manuais
Além desses parâmetros, a LIBRAS conta com uma série de componentes
não manuais, como a expressão facial ou o movimento do corpo, que muitas
vezes podem definir ou diferenciar significados entre sinais. As expressões
faciais e corporais podem traduzir alegria, tristeza, raiva, amor, encantamento,
etc., dando mais sentido à LIBRAS e, em alguns casos, determinando o
significado de um sinal.
Ex.:
O dedo indicador em [G] sobre a boca, com a expressão facial calma e
serena, significa silêncio; o mesmo sinal usado com um movimento mais
rápido e com a expressão de zanga significa uma severa ordem: Cale a boca.
Sinais faciais: em algumas ocasiões, o sinal convencional é modificado,
sendo realizado na face, disfarçadamente.
Ex: ROUBO, ATO-SEXUAL.
Como percebemos o conhecimento e o trabalho com o conhecimento da
estruturação funcional da psicomotricidade é de grande importância para o
bom aprendizado da Libras, pois será através deles que os parâmetros
estruturais da Libras poderá ser precisa e entendível por todos que a rodeiam.
57
3.4 RECURSOS E EXERCÍCIOS FACILITADORES DE
APRENDIZAGEM DA LIBRAS
Neste sub-capítulo veremos que a coordenação visomotora é a mais
importante para crianças com CDC, crianças sindromicas, crianças normais,
crianças surdas, adolescentes e adultos com alguma seqüela.
A comunicação visual, que pode ser definida como todas como todas as
formas de expressão da língua que possam ter seus conteúdos apreendidos
pela visão. A manifestação deste conteúdo pode ser materializada pela
linguagem verbal ou não verbal.
Com o objetivo de estimular a comunicação visual por meio de gestos,
expressões faciais e corporais que são meios potenciais de comunicação e
expressões para os surdos, crianças com CDC e crianças síndromicas e etc
tem influencia determinante na realização na realização em Libras.
A atenção do olhar é o aspecto mais significativo na comunicação com a
criança. Quando bebê ainda esta se desenvolvendo ele brinca com a
linguagem oral ao produzir vocalizações e sons universais, até
aproximadamente 6 meses, a partir daí, a gesticulação predomina na
comunicação e sua atenção fica totalmente voltada aos estímulos visuais do
ambiente. Sua atenção esta centrada em todos os movimentos a sua volta,
sobre tudo os manuais, corporais, expressões faciais, movimentos corporais,
apontações etc que a palavra falada geralmente acompanha. Já nos bebês
surdos estas mesmas percepções são reconhecidas, menos a palavra falada.
Deve-se ressaltar que há muitos sinais que podem ter seus significados
facilmente apreendidos visualmente denominados de Icônicos; outros, que não
apresentam transparência na significação, são totalmente arbitrários, o que
impede o entendimento do seu significado.
Assim sendo, o traço da icônidade da Libras, deverá se estimulada a
comunicação por meio do corpo e da expressão facial, onde a finalidade da
58
expressão facial é o desenvolvimento da atenção visual da criança para estes
aspectos.
A expressão facial e corporal esta presente em ambas as formas de
comunicação, Libras e Oral, o que ocorre de diferente é que na Libras esse é
um parâmetro fundamental na organização gramatical da língua, determinando
mudanças de significado no discurso e na Oral é de fácil entendimento esta
diferenciação.
(www.letramento em Libras vol.I.pdf)
3.4.1 COORDENAÇÃO FINA DAS MÃOS E DOS DEDOS
Aqui veremos que a motricidade fina refere-se aos movimentos precisos das
mãos e dos dedos. Evidencia a velocidade de reprogramação de ações, à
medida que as informações tátil-perceptivas se ajustam às informações visuais
e cinestésicas.
A motricidade fina refere-se aos movimentos precisos das mãos e dos
dedos.
As informações visuais participam como mobilizadoras iniciais dos
programas de ação e na falta da visão evidencia-se o tato. Daí sua
contribuição como função de detecção de limites, contornos, formas, com
funções de estabilização de posições e direções, a fim de proporcionar a
coordenação dos dados captados visualmente, com os dados captados
manualmente.
Só possuir uma coordenação fina não é suficiente. É necessário que haja
também um controle ocular, isto é, a visão acompanhando os gestos da mão.
Chamamos isto de coordenação óculo-manual ou visomotora.
Ex: A escrita.
https://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/45987/motricidade-fina
Constitui em um dos aspectos particular da coordenação global. É de muita
importância no desenvolvimento das praxias, grafismo. Entretanto, para o bom
desenvolvimento da destreza, não pode se desenvolver isoladamente. Apóia-
59
se no trabalho de coordenação dinâmica geral; não pode desassociar a
habilidade manual do apoio oferecido pelo eixo corporal e a cintura escapular
do membro superior, os exercícios globais dos quais reforçam a tonicidade da
musculatura dorsal; a independência braço-tronco, fator de precisão na
coordenação óculo-manual, deverá ser trabalhada globalmente juntamente
com exercícios específicos e no aperfeiçoamento das praxias usuais, onde a
criança deve aprender seus hábitos do dia-a-dia aperfeiçoando-se para
fazerem independentemente dos outros. Ex: Vestir, comer, higiene pessoal e
etc.
É necessário que a criança desenvolva a habilidade manual, a coordenação
e a precisão dos gestos finos conforme seu
desenvolvimento, respeitando assim sua maturidade motora e com crianças
com CDC e outras crianças especiais ajudando-as com
diversos exercícios motores para que este desenvolvimento motor seja mais ou
menos dentro do esperado.
A seguir veremos alguns exemplos de exercícios que facilitaram este
desenvolvimento motor.
3.4.1.1 COORDENAÇÃO VISO-MANUAL
A habilidade manual ou destreza constitui um aspecto particular da
coordenação global.
Exs:
1) Lançar e pegar a bola, pois este trabalhará o campo visual e a
motricidade do membro superior, o ato de pegar a bola completará a
coordenação entre o espaço sinestésico e o espaço visual desenvolvendo a
habilidade manual.
2) Andar de quatro, trepar, lançar, lançar e pegar, estes são exercícios
globais onde se estimula a habilidade manual do apoio pelo eixo corporal e a
cintura escapular do membro superior.
60
3) Brincar de asa do avião, de bater asas onde os braços ficam abertos
independentes do tronco, estes estimularão a percepção de que os braços não
estão colados ao tronco e podem se movimentar independentemente.
3.4.1.2. COORDENAÇÃO GLOBAL (GROSSA)
Realização de grandes movimentos com todo o corpo, envolvendo as
grandes massas musculares, havendo harmonia nos deslocamentos. Não a
precisão nos movimentos, embora seja importante a coordenação perfeita dos
movimentos. (http://espacoeducar-liza.blogspot.com.br)
Junto com estas atividades pode-se já ir trabalhando a estimulação da parte
da audição, o ritmo, frear e regras; mas com crianças com a síndrome CDC
que têm o tônus muscular também afetado e às vezes demoram a ficar em pé
e a andar, pode-se trabalhar com a criança sentada algumas destas atividades
e já ir trabalhando o ritmo e audição e as regras.
Exs:
1) Marchar, Batendo Palmas: Canta-se a música “Marcha Soldado” e a
criança tem que acompanhar o ritmo batendo palmas e os pés.
2) Correr: Brincadeira de Pic-Pega, Bola Atrás, Estatua e etc.
3) Saltar: Amarelinha, Coelhinho na toca e etc.
3.4.1.3. COORDENAÇÃO MOTORA FINA
“É a capacidade para realizar movimentos específicos, usando os pequenos
músculos, a fim de atingir a execução bem sucedida da habilidade. Requer um
ato de grande precisão no movimento. Movimentos manuais em que
coordenação e a precisão são essenciais”. ( Lindací A. de S. Scagnolato).
61
Esta coordenação é a mais importante e a mais trabalhada, pois permite
movimentos mais delicados e específicos que outros tipos de coordenação
motora. A coordenação motora fina é usada em tudo que se faz manualmente,
permitindo dominar o ambiente, propiciando manuseio dos objetos. Ex;
Recortar, lançar em um alvo, costurar, escrever, digitar, etc.
Aqui a criança com CDC tem que começar com os exercícios do mais
simples ao mais complexo conforme ela for evoluindo na sua habilidade
motora.
Podemos usar nestas habilidades motoras - objetos de manipulação, jogo
de construção, jogo de encaixes, jogo de empilhar ou jogos pedagógicos e nas
rotinas diárias em casa com o auxilio dos pais, usando os dedos e outras
indicações visuais como brinquedos (carrinho, bolas, bonecas ou livrinhos).
São diversas as atividades que podem ser usadas.
Ex:
1) Rasgar folhas de papel: Jornal, Revista e observar bem o
desenvolvimento do modo de rasgar, pois auxiliará bastante para seguir
para o próximo passo.
2) Caixas táteis: com diferentes texturas, formas, cores, tamanhos e etc.
3) Desenhos livres com diferentes tipos de materiais; Giz de cera, Giz
molhado, Guache, Tinta própria para pintura a dedo e etc.
4) Cartelas com formas e desenhos em barbantes para passar os
dedinhos e sentir o movimento.
5) Colorir desenhos já impressos e conforme o desenvolvimento ir
atentando para o limite.
6) Alinhavo com canudinhos em placa de isopor.
7) Brinquedo Lego ou tipo Lego para encaixe.
8) Caixa de encaixe de formas diferentes.
9) Separar objetos em caixas, potes, copos de diversos tamanhos, cores e
formas, dando o comando de só usar o dedo polegar e indicador, pois
62
assim já começa a trabalhar o movimento de pinça fina. Neste já
começará a definição da mão predominante.
10) Massinha de diferentes texturas.
11) Abrir e fechar latas, garrafas, potes, feche Clair, velcro e etc.
12) Abotoar, amarrar sapato, alinhavar com lã e agulha sem ponta (existe
de plástico).
13) Bolinha de sabão.
14) Trabalhinhos impressos para fazer o movimento com os dedinhos e
depois com o lápis.
15) Culinária:
Muitos se perguntam: O que as crianças podem aprender e desenvolver
enquanto cozinham ou aprendem a cozinhar?
A culinária por incrível que pareça é um dos exercícios psicomotores de
grande valia, pouco usado e valorizado, pois trabalham a parte motora, as
percepções: visuais, olfativa, gustativa, tátil e audição.
Desenvolve também a concentração, criatividade, responsabilidade, exercita
a memória, limite, capacidade de ordenação, já que é preciso se organizar
para colocar uma receita em andamento, capacidade de seguir orientações,
63
exercitar o trabalho em equipe e aprender a se integrar da melhor maneira
com o grupo, preciso aprender a dividir os utensílios e as tarefas quando
necessário e de valor educacional em diversas matérias quando já maiores.
Ex:
Português: Por meio das receitas e dos rótulos das embalagens, as
crianças melhoram a leitura, a capacidade de interpretação e aprimoram o
vocabulário.
Matemática: Ajuda com conceitos de soma, subtração, divisão e
multiplicação e jogos de estimativa e trabalha unidades de medidas
(quantidade, tempo, temperatura, massa, entre outros).
Ciências: A utilização dos mais variados ingredientes ajuda a conhecer
sua origem, os estados físicos de cada um deles e a diferença entre material
orgânico e não-orgânico. A importância de se separar e sobre lixo, desperdício,
cuidados e respeito à natureza, valores nutricionais e etc.
Geografia: Ainda em relação aos alimentos, pode-se estudar a região de
onde vêm os alimentos - como o tipo de solo, clima e hidrografia, melhores
regiões para os cultivos.
História: Estuda-se a cultura das regiões por meio de seus hábitos
alimentares.
Arte: ao modelar e imaginar novas formas de preparar os
alimentos, completa e integra o trabalho.
http://educarparacrescer.abril.com.br.
Outro ponto importante é o cultivo da paciência, pois têm que aguardar ficar
pronto para depois degustarem.
Também é muito importante dar noção de perigo, pois a cozinha é o lugar
mais perigoso de uma casa e com isto deve-se informar a criança sobre as
64
regras básicas de segurança avisando-as do perigo de mexer na gaveta e no
manuseio de facas, do perigo do fogo, da panela quente, do forno quente
explicar as conseqüências para já terem noção do que é correr risco e se
machucar.
Com a criança com síndrome Cri Du Chat também é importante usar a
culinária, pois irá trabalhar, reforçar e desenvolver o tônus muscular, a
coordenação motora, os sentidos e todo o desenvolvimento acima citado, mas
começando com os mais fáceis e do qual estão acostumados a se alimentar,
pois eles têm problemas de deglutição e as vezes refluxos.
Ex: Gelatinas coloridas, enrolar brigadeiros, passar no granulado e colocar na
forminha, amassar a massa para biscoitos, abrir a massa e fazer as formas,
mexer a massa de bolo, quebrar o ovo, espremer a fruta, misturar o suco e etc.
Como vimos existem numerosos e diversos exercícios que podem ser feitos
para facilitar o exercício motor para o preparo para o aprendizado da Libras e
todos de forma bem lúdica o que gera momentos de alegria para estas
crianças e para qualquer outra criança.
65
CONCLUSÃO
Através desta pesquisa, a intenção é mostrar que a síndrome Cri Du Chat é
caracterizada por diversos e diferentes problemas e alguns deles são: o déficit
cognitivo, problema motor e atraso ou falta de linguagem. Vale lembrar que
nem todos têm todas as características da criança com CDC. Tudo dependerá
da quantidade de estímulos motores e cognitivos que receberam e da
quantidade de perda do material genético do braço curto do cromossoma 5.
Uma intervenção precoce é importante para que os pais possam ter contato
com o problema e elaborar um programa individual e especializado,
envolvendo as áreas motoras, cognitivas, de linguagem, de autonomia e
socialização.
É fundamental que os pais procurem uma avaliação multidisciplinar
composta por médicos, psicomotricistas, psicólogos, fonoaudiólogos,
psicopedagogos, odontopediatras, educadores de física adaptada, etc que irão
estabelecer as prioridades de tratamento a serem aplicadas e ensinando aos
pais como fazê-lo e seguir realizando o mais adequado possível.
Foi pesquisado diversas e diferentes intervenções possíveis de
comunicações alternativas que possam ser usadas para auxiliar a criança com
CDC a se comunicar com o mundo exterior e assim se inserir na sociedade.
Normalmente devido a criança com a síndrome CDC não se oralizar antes
de seis anos de idade. O uso da linguagem de LIBRAS se mostra interessante,
pois através desta linguagem, é possível preencher esta lacuna de antecipar o
tempo de aprendizado de comunicação.
A Libras é uma língua falada gestualmente no mundo todo, pois todos
gesticulam ao falar e o nosso corpo fala através de gestos e comportamentos.
A contribuição da psicomotricidade pôde mostrar a ajuda ao
desenvolvimento de aspectos motores, cognitivos e afetivos da criança com
CDC é de grande valia; aperfeiçoando, trabalhando e ajudando no
desenvolvimento motor e funcional desta criança em questão, através das
atividades psicomotoras. Onde estas dificuldades serão trabalhadas e
66
estimuladas pelo psicomotricista, auxiliando-a a ter a consciência do seu corpo,
do espaço e estimulando seus sentidos; audição, visão, olfato, tato, paladar, o
sistema vestibular e proprioceptivo. Esta intervenção deverá ser estimulada
desde bebê se possível ou assim que for possível, pois quanto mais cedo
melhor para a criança.
A intervenção da psicomotricidade deverá ser através de exercícios,
atividades e jogos lúdicos, com o intuito de facilitar e enriquecer seu trabalho
proposto e como facilitador para o aprendizado da Libras junto a criança com
CDC.
O desenvolvimento psicomotor da criança com CDC é mais lento, ela
demora em sustentar a cabeça, sentar, andar ou falar e por isto não podemos
dizer que seu desenvolvimento é igual ao de uma criança dita normal e tão
pouco comparar os devidos desenvolvimentos. A criança sindromica tem um
déficit mais atrasado do que os outros logo a idade cronológica é uma e a
cognitiva é outra.
Não é necessário que uma criança com CDC ou qualquer outra criança
precise de um preparo motor antes de aprender a Libras. A Libras por ser uma
linguagem gestual em que se usa não só as mãos, mas sim da cintura para
cima e as expressões faciais é sempre bom trabalhar a parte motora. Já para
uma criança que tenha uma dificuldade motora devido a algum problema motor
ou atraso motor este preparo tem que ser feito, para que assim quando ela
usar a Libras esta seja de bom entendimento para outras pessoas.
No ensinamento da Libras devemos primeiro trabalhar o concreto para
depois trabalhar o abstrato numa abordagem psicomotora onde começa-se
pelo:
• Afetivo: Sentir segurança e desejo do descobrir, o ritmo, lateralidade e
conceito.
• Motor: Primeiro os braços, tronco, mãos, expressões faciais e depois o
resto do corpo.
• Cognitivo: O descobrir.
67
Deve-se usar a interação sensorial e estimulando todos os sentidos. O
trabalho motor vai depender de como a criança será estimulada, pois quando
estimulada a parte cognitiva vem mais rápido e muito bem resolvida.
O trabalho lúdico é fundamental para o ensino da Libras, pois vai além de
uma simples brincadeira. É através da ludicidade que o profissional avaliará,
programará e executará seu trabalho com a criança com a síndrome CDC e/ou
outras crianças onde o brinquedo representará o concreto e a brincadeira a
vivência, o entretenimento, o movimento corporal, a expressão verbal e/ou não
verbal.
É brincando que a criança busca abranger e dominar os fatos do seu
alcance, transmitem a realidade imediata do seu dia-a-dia do qual costuma
presenciar, pois através da criatividade que a criança e o ser humano em geral
soluciona os problemas do seu cotidiano, avançando e buscando melhorar a
sua condição de vida da melhor maneira possível e com todas as suas
potencialidades.
Como foi percebido a psicomotricidade é importante para a aprendizagem
da Libras, que é uma opção para ajudar a criança com a síndrome Cri Du
Chat, na comunicação com a sociedade.
Segundo declaração, (em anexo), de uma Mãe de uma criança com a
síndrome CDC a Libras e a comunicação alternativa ajudaram muito a criança
no desenvolvimento para a fala.
68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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• ALVES, Fátima, Psicomotricidade: Corpo, Ação e Emoção, Ed. Wak, 2012
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• FERREIRA, Carlos Alberto de Mattos e RAMOS, Maria Inês Barbosa (Orgs.), Psicomotricidade, Educação especial e Inclusão social, 2ª edição, Ed. WAK, 2012
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69
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• MACHADO, Jose Ricardo Martins e NUNES, Marcos Vinicius da Silva,
100 Jogos Psicomotores: Uma Prática Relacional na Escola, Ed. Wak, 2012
• ZAPPOROLI, Kelem, Estratégias Lúdicas para o ensino da criança
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• http://www.portalcriduchat.com.br/novo/
Acesso 04/01/2013
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• http://www.ghente.org/ciencia/genetica/cri.du.chat.htm
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• http:// www.slideshare.net Acesso em 07/01/13 • http://silvanapsicopedagoga.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html, acesso 02/02/2013
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Acesso 03/03/2013
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• http://www.ines.gov.br Acesso em 09/03/13 • http://www.tec.edulivre.com.br Acesso em 09/03/13 • http://www.editora-arara-azul.com.br Acesso em 10/03/13
• http://www.editora-arara-azul.com.br Acesso em 10/03/13
• http://www.libras.org.br/libras.php Acesso em 10/03/13 • http://www.libras.ufsc.br Acesso em 10/03/13 • http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/alfabeto.libras/index.php Acesso em 10/03/13 • http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v11s2/012v.11s2.pdf Acesso em 10/03/13 • https://www.facebokk.com Acessos em 07 e 11/05/13
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ANEXO Aqui veremos o relato de uma Mãe, Paula Ramos, que tem a filha, Clarice, com a síndrome Cri Du Chat, da qual tive o enorme prazer de ensinar Libras para ela quando ela tinha 2 para 3 anos de vida. Realmente é e era uma menina doce e esperta assim como sua Mãe e sua família Ela foi minha fonte de interesse e inspiração para a realização desta monografia. A vocês Paula e Clarice um super muito OBRIGADO por toda a oportunidade de ter trabalhado e convivido com vocês. Este relatos foram vistos na rede social https://www.facebook.com nos dias 07 e 11/05/13. Paula Ramos SEMANA DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A SÍNDROME DE CRI DU CHAT!!! Como essa é uma semana de conscientização, a cada dia vou publicar alguma coisa que a história dos livros não conta... Vou começar pelo nascimento da Clarice, minha filha, hoje com 13 anos! Quando ela nasceu, eu e meu marido tínhamos 20 anos e estávamos terminando a faculdade. Morávamos com minha mãe, não tínhamos nada de dinheiro e já seria um desafio absurdo criar um filho sem nenhuma questão... Nem preciso dizer a facada que foi receber a notícia da síndrome... Alguns médicos foram extremamente pessimistas e deram prognósticos terríveis: de que ela não andaria, não falaria, não conseguiria se alimentar... Enfim, MUITO DIFICÍL é pouco para expressar tudo que passamos naqueles primeiros anos: incertezas, medos, revolta, luto... Mas uma vontade enorme de investir toda nossa energia na estimulação da Cla. Começamos a procurar informações sobre a síndrome e percebemos que: a literatura médica era compatível com aquele prognóstico terrível (então fugimos dela)... Mas achamos alguns sites de associações de outros países que continham relatos de familiares sobre a síndrome. Essa informação foi preciosa para dar o pontapé inicial na nossa luta. Percebemos que, como todas as síndromes, o cri-du-chat tem um espectro enorme de variação. Causa um atraso global no desenvolvimento (motor, cognitivo, emocional etc), afetando principalmente a fala. Grande parte das pessoas com a síndrome, compreende bem o que lhes falam, adota algum tipo de comunicação alternativa... Mas, em geral, não fala. Nessa ocasião, contudo, descobrimos o caso de uma menina na Austrália (Hanne http://www.criduchat.asn.au/content/hanne), que na época tinha 10 anos e que falava, andava e estava até se alfabetizando... Isso foi o que precisava naquele momento para investir tudo na Cla, acreditando que ela iria se desenvolver o máximo que ela poderia.
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Hoje, as famílias de pessoas que nascem com essa síndrome, têm à sua disposição muito mais informação... E acredito que as histórias precisam ser contadas, para também encher de esperança os pais de crianças que estão por vir! Para que eles possam acreditar e investir em seus filhos com toda a sua energia e amor, como a única forma de garantir-lhes dignidade e auto-estima... Respeitando e valorizando sua forma de ser no mundo.
(Este relato foi acessado no https://www.facebook.com no dia 07/05/13) Paula Ramos SEMANA DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A SÍNDROME CRI-DU-CHAT!!! Mais uma parte da história em homenagem a essa semana... Olhando para trás, o grande desafio e que mudou definitivamente a vida da Clarice foi o desenvolvimento da fala... Como sabíamos que a síndrome causa um grande comprometimento na fala, nossa preocupação era garantir uma comunicação efetiva com a Cla, mesmo que não chegasse a falar. Por isso, investimos em proporcionar uma comunicação alternativa e, aos 2 anos, paralelamente à escola passou a frequentar uma Associação para surdos (ARPEF) - que combinava o ensino da Língua de sinais (LIBRAS) com o trabalho de fono e fala. Aos poucos, começou a usar sinais para se comunicar e se referir a pessoas e coisas que faziam parte do seu universo. Com 3 anos, começou a usar também um material de comunicação alternativa baseado em figuras e fotos para se comunicar na escola (desenvolvido pela Miryam Pelosi - Terapeuta Ocupacional). Com isso, ela descobriu a maravilha de se expressar e ser compreendida! Com o tempo, foi substituindo os sinais por palavras. Aos cinco anos - após a chegada de Nina, nossa cadela - passou a juntar duas palavras e abandonou os sinais. Nessa época, ainda poucas pessoas entendiam o que ela falava. Fez muita fono e a qualidade e quantidade da fala foi melhorando cada vez mais. Lembro de como contávamos as palavras em uma frase, surpresos com seus avanços... Atualmente, aos 13 anos, fala pelos cotovelos! A entrada na adolescência trouxe vários desafios, mas é uma menina muito feliz, que adora conversar com todo mundo, contar histórias e curte muito cantar. Ultimamente, tem vivido um encantamento com o irmão (Bernardo - 1 ano e 5 meses), com quem é super carinhosa e fez até uma 'poesia': “Bê, eu te amo, você é um pássaro!”. Também tem as horas mais difíceis, em que consegue dizer “estou com ciúmes do meu irmão” e “não me trata assim que nem neném... eu não gosto disso!”. E com todas as dificuldades, a capacidade de comunicação trouxe uma possibilidade real de construir sua subjetividade, expressar sentimentos, preferências... construir argumentações e, sem precisar de mediação, mostrar para o mundo quem ela é.
(Este relato foi acessado no https://www.facebook.com no dia 11/05/13)
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 1
AGRADECIMENTOS 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O que é a síndrome CRI DU CHAT (Miado do Gato) 11
1.1 - Características da Síndrome 14
1.2 - Características fenotípicas 17
1.3 - Desenvolvimento Neuropsicomotor 18
1.4 - Intervenção precoce 19
1.5 - Estimulação precoce 19
1.6 - Profissionais envolvidos no trabalho com
a criança CDC 22
1.6.1 Geneticista 22
1.6.2 Psicomotricista 22
1.6.3 Fonoaudiólogo 24
1.6.4 Psicólogo 24
1.6.5 Psicopedagogo 25
1.6.6 Educador de Física Adaptada 26
1.6.7 Odontologo 27
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CAPÍTULO II Contribuição de diferentes tipos de 28 comunicações alternativas 2.1 Tipos de comunicações alternativas 31 2.2 Libras 35
2.2.1 Breve história da Libras 36
2.2.2 O que é a Libras? 37
CAPÍTULO III A psicomotricidade para o auxilio no 43 desenvolvimento da criança com a síndrome Cri Du Chat
3.1 Desenvolvimento motor 44
3.2 Estruturações funcionais da 47
Psicomotricidade
3.3 Parâmetros estruturais para 50
o aprendizado da Libras
3.4 Recursos e Exercícios 57
facilitadores de aprendizagem
da Libras
3.4.1 Coordenação fina das mãos e 58
dos dedos
3.4.1.1 Coordenação Viso-Manual 59
3.4.1.2 Coordenação Global (Grossa) 60
3.4.1.3 Coordenação Motora fina 60
CONCLUSÃO 65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 68
WEBGRAFIA 70
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ANEXO 72
ÍNDICE 74