Dengue, Zica
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DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA
DENGUE
QUE A DENGUE?
A dengue uma doena viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. No
Brasil, foi identificada pela primeira vez em 1986. Estima-se que 50 milhes de
infeces por dengue ocorram anualmente no mundo.
COMO A DENGUE PODE SER TRANSMITIDA?
A principal forma de transmisso pela picada dos mosquitos Aedes aegypti.
H registros de transmisso vertical (gestante - beb) e por transfuso de
sangue. Existem quatro tipos diferentes de vrus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3
e DEN-4.
QUAIS SO OS SINTOMAS DA DENGUE?
A infeco por dengue pode ser assintomtica, leve ou causar doena grave,
levando morte. Normalmente, a primeira manifestao da dengue a febre alta
(39 a 40C), de incio abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de
dor de cabea, dores no corpo e articulaes, prostrao, fraqueza, dor atrs dos
olhos, erupo e coceira na pele.
Perda de peso, nuseas e vmitos so comuns. Na fase febril inicial da doena
pode ser difcil diferenci-la. A forma grave da doena inclui dor abdominal intensa e
contnua, vmitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas.
Ao apresentar os sintomas, importante procurar um servio de sade.
QUAL O TRATAMENTO PARA DENGUE?
No existe tratamento especfico para dengue. O tratamento feito para aliviar
os sintomas Quando aparecer os sintomas, importante procurar um servio de
sade mais prximo, fazer repouso e ingerir bastante lquido. Importante no tomar
medicamentos por conta prpria.
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COMO PREVENIR?
Ainda no existe vacina ou medicamentos contra dengue. Portanto, a nica
forma de preveno acabar com o mosquito, mantendo o domiclio sempre limpo,
eliminando os possveis criadouros. Roupas que minimizem a exposio da pele
durante o dia, quando os mosquitos so mais ativos, proporcionam alguma proteo
s picadas e podem ser adotadas principalmente durante surtos. Repelentes e
inseticidas tambm podem ser usados, seguindo as instrues do rtulo.
Mosquiteiros proporcionam boa proteo pra aqueles que dormem durante o dia (por
exemplo: bebs, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos).
COMO DENUNCIAR OS FOCOS DO MOSQUITO?
As aes de controle da dengue ocorrem, principalmente, na esfera municipal.
Quando o foco do mosquito detectado, e no pode ser eliminado pelos moradores
de um determinado local, a Secretaria Municipal de Sade deve ser acionada.
CHIKUNGUNYA
O QUE O CHIKUNGUNYA?
A Febre Chikungunya uma doena transmitida pelos mosquitos Aedes
aegypti e Aedes albopictus. No Brasil, a circulao do vrus foi identificada pela
primeira vez em 2014. Chikungunya significa "aqueles que se dobram" em swahili,
um dos idiomas da Tanznia. Refere-se aparncia curvada dos pacientes que
foram atendidos na primeira epidemia documentada, na Tanznia, localizada no
leste da frica, entre 1952 e 1953.
QUAIS SO OS SINTOMAS?
Os principais sintomas so febre alta de incio rpido, dores intensas nas
articulaes dos ps e mos, alm de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer
ainda dor de cabea, dores nos msculos e manchas vermelhas na pele. No
possvel ter chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica imune
pelo resto da vida. Os sintomas iniciam entre dois e doze dias aps a picada do
mosquito. O mosquito adquire o vrus CHIKV ao picar uma pessoa infectada,
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durante o perodo em que o vrus est presente no organismo infectado. Cerca de
30% dos casos no apresentam sintomas.
COMO FEITO O TRATAMENTO?
No existe vacina ou tratamento especfico para Chikungunya. Os sintomas
so tratados com medicao para a febre (paracetamol) e as dores articulares
(antiinflamatrios). No recomendado usar o cido acetil saliclico (AAS) devido ao
risco de hemorragia. Recomendase repouso absoluto ao paciente, que deve beber
lquidos em abundncia.
COMO PREVENIR?
Assim como a dengue, fundamental que as pessoas reforcem as medidas de
eliminao dos criadouros de mosquitos nas suas casas e na vizinhana. Quando h
notificao de caso suspeito, as Secretarias Municipais de Sade devem adotar
aes de eliminao de focos do mosquito nas reas prximas residncia e ao
local de atendimento dos pacientes.
ZIKA
O QUE O ZIKA?
O Zika um vrus transmitido pelo Aedes aegypti e identificado pela primeira
vez no Brasil em abril de 2015. O vrus Zika recebeu a mesma denominao do local
de origem de sua identificao em 1947, aps deteco em macacos sentinelas
para monitoramento da febre amarela, na floresta Zika, em Uganda.
QUAIS SO OS SINTOMAS?
Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vrus Zika no desenvolvem
manifestaes clnicas. Os principais sintomas so dor de cabea, febre baixa, dores
leves nas articulaes, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhido nos
olhos. Outros sintomas menos frequentes so inchao no corpo, dor de garganta,
tosse e vmitos. No geral, a evoluo da doena benigna e os sintomas
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desaparecem espontaneamente aps 3 a 7 dias. No entanto, a dor nas articulaes
pode persistir por aproximadamente um ms. Formas graves e atpicas so raras,
mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para bito, como
identificado no ms de novembro de 2015, pela primeira vez na histria.
Observe o aparecimento de sinais e sintomas de infeco por vrus Zika e
busque um servio de sade para atendimento, caso necessrio.
COMO TRANSMITIDA?
O principal modo de transmisso descrito do vrus pela picada do Aedes
aegypti. Outras possveis formas de transmisso do vrus Zika precisam ser
avaliadas com mais profundidade, com base em estudos cientficos. No h
evidncias de transmisso do vrus Zika por meio do leite materno, assim como por
urina, saliva e smen. Conforme estudos aplicados na Polinsia Francesa, no foi
identificada a replicao do vrus em amostras do leite, assim como a doena no
pode ser classificada como sexualmente transmissvel. Tambm no h descrio
de transmisso por saliva.
QUAL O TRATAMENTO?
No existe tratamento especfico para a infeco pelo vrus Zika. Tambm no
h vacina contra o vrus. O tratamento recomendado para os casos sintomticos
baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da
febre e manejo da dor. No caso de erupes pruriginosas, os anti -histamnicos
podem ser considerados.
No se recomenda o uso de cido acetilsaliclico (AAS) e outros anti-
inflamatrios, em funo do risco aumentado de complicaes hemorrgicas
descritas nas infeces por outros flavivrus. Os casos suspeitos devem ser tratados
como dengue, devido sua maior frequncia e gravidade conhecida.
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CUIDADOS PARA O PBLICO EM GERAL
Preveno/Proteo
Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas calas e blusas e,
se vestir roupas que deixem reas do corpo expostas, aplique repelente nessas
reas.
Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteo, mosquiteiros ou
outras barreiras disponveis.
Cuidados
Caso observe o aparecimento de manchas vermelhas na pele, olhos
avermelhados ou febre, busque um servio de sade para atendimento.
No tome qualquer medicamento por conta prpria.
Procure orientao sobre planejamento reprodutivo e os mtodos
contraceptivos nas Unidades Bsicas de Sade.
Informao
Utilize informaes dos sites institucionais, como o do Ministrio da Sade e
das Secretarias de Sade.
Se deseja engravidar: busque orientao com um profi ssional de sade e tire
todas as dvidas para avaliar sua deciso.
Se no deseja engravidar: busque mtodos contraceptivos em uma Unidade
Bsica de Sade.
CUIDADOS PARA A GESTANTE
Preveno/Proteo
Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas calas e blusas e,
se vestir roupas que deixem reas do corpo expostas, aplique repelente nessas
reas.
Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteo, mosquiteiros ou
outras barreiras disponveis.
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Cuidados
Busque uma Unidade Bsica de Sade para iniciar o pr-natal assim que
descobrir a gravidez e comparea s consultas regularmente.
V s consultas s consultas uma vez por ms at a 28 semana de gravidez;
a cada quinze dias entre a 28 e a 36 semana; e semanalmente do incio da 36
semana at o nascimento do beb.
Tome todas as vacinas indicadas para gestantes.
Em caso de febre ou dor, procure um servio de sade. No tome qualquer
medicamento por conta prpria.
Informao
Se tiver dvida, fale com o seu mdico ou com um profi ssional de sade.
Relate ao seu mdico qualquer sintoma ou medicamento usado durante a
gestao.
Leve sempre consigo a Caderneta da Gestante, pois nela consta todo seu
histrico de gestao.
CUIDADOS COM O RECM-NASCIDO
Proteger o ambiente com telas em janelas e portas, e procurar manter o beb
com uso contnuo de roupas compridas calas e blusas.
Manter o beb em locais com telas de proteo, mosquiteiros ou outras
barreiras disponveis.
A amamentao indicada at o 2 ano de vida ou mais, sendo exclusiva nos
primeiros 6 meses de vida.
Caso se observem manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou
febre, procurar um servio de sade.
No dar ao beb qualquer medicamento por conta prpria.
Informao
Aps o nascimento, o beb ser avaliado pelo profi ssional de sade na
maternidade. A medio da cabea do beb (permetro ceflico) faz parte dessa
avaliao.
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Alm dos testes de Triagem Neonatal de Rotina (teste de orelhinha, teste do
pezinho e teste do olhinho), podero ser realizados outros exames.
Leve seu beb a uma Unidade Bsica de Sade para o acompanhamento do
crescimento e desenvolvimento conforme o calendrio de consulta de puericultura.
Mantenha a vacinao em dia, de acordo com o calendrio vacinal da
Caderneta da Criana.
CUIDADOS COM O RECM-NASCIDO COM MICROCEFALIA
Proteger o ambiente com telas em janelas e portas, e procurar manter o beb
com uso contnuo de roupas compridas calas e blusas.
Manter o beb em locais com telas de proteo, mosquiteiros ou outras
barreiras disponveis.
A amamentao indicada at o 2 ano de vida ou mais, sendo exclusiva nos
primeiros 6 meses de vida.
Caso se observem manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou
febre, procurar um servio de sade.
No dar ao beb qualquer medicamento por conta prpria.
Leve seu beb a uma Unidade Bsica de Sade para o acompanhamento do
crescimento e desenvolvimento conforme o calendrio de consulta de puericultura.
Mantenha a vacinao em dia, de acordo com o calendrio vacinal da
Caderneta da Criana
Informao
Alm do acompanhamento de rotina na Unidade Bsica de Sade, seu beb
precisa ser encaminhado para a estimulao precoce
Caso o beb apresente alteraes ou complicaes (neurolgicas, motoras
ou respiratrias, entre outras), o acompanhamento por diferentes especialistas
poder ser necessrio, a depender de cada caso.
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QUAIS AS CONSEQUNCIAS PARA UM BEB SE ELE FOR PICADO E
TIVER ZIKA?
Entre pessoas infectadas pelo vrus Zika (adultos e crianas), cerca de 80%
no desenvolvem sintomas, sejam adultos ou crianas. Dentre essas pessoas,
apenas uma pequena parcela pode vir a desenvolver algum tipo de complicao,
que dever ser avaliada pelos mdicos, uma vez que o Zika uma doena nova e
suas complicaes ainda no foram descritas.
O VRUS ZIKA PODE SER TRANSMITIDO POR RELAO SEXUAL?
Os estudos sobre possveis formas de transmisso do vrus Zika precisam ser
avaliados com mais profundidade. Essas anlises devem vir acompanhadas de
trabalhos cientficos para que o Ministrio da Sade possa passar populao
orientaes seguras sobre a transmisso do vrus. O Ministrio da Sade vem
acompanhando a situao do vrus Zika no mundo, por meio da Organizao Pan-
Americana de Sade (Opas/OMS) e outros organismos internacionais.
QUEM FOI INFECTADO PELO VRUS ZIKA UMA VEZ PODE TER A
DOENA DE NOVO?
Outros vrus parecidos com o Zika geram imunidade para a vida inteira. Quem
j teve dengue pelo vrus 1, por exemplo, no voltar a ter pelo mesmo vrus. O
mesmo acontece com a febre amarela. Porm, ainda no h estudos suficientes
para afirmar isso em relao ao vrus Zika.
Vrus Zika X Microcefalia
O QUE A MICROCEFALIA?
Microcefalia uma malformao congnita, em que o crebro no se
desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebs nascem com permetro
ceflico (PC) menor que o normal, ou seja, igual ou inferior a 32 cm. Essa
malformao congnita pode ser efeito de uma srie de fatores de diferentes
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origens, como substncias qumicas e agentes biolgicos (infecciosos), como
bactrias, vrus e radiao.
J H CONFIRMAO QUE O AUMENTO DE CASOS DE MICROCEFALIA
NO BRASIL CAUSADO PELO VRUS ZIKA?
O Ministrio da Sade confirmou a relao entre o vrus Zika e a microcefalia.
O Instituto Evandro Chagas, rgo do ministrio em Belm (PA), encaminhou o
resultado de exames realizados em um beb, nascida no Cear, com microcefalia e
outras malformaes congnitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada
a presena do vrus Zika. Essa uma situao indita na pesquisa cientfica
mundial.
As investigaes sobre o tema, entretanto, continuam em andamento para
esclarecer questes como a transmisso desse agente, a sua atuao no organismo
humano, a infeco do feto e perodo de maior vulnerabilidade para a gestante. Em
anlise inicial, o risco est associado aos primeiros trs meses de gravidez. O
achado refora o chamado para uma mobilizao nacional para conter o mosquito
transmissor, o Aedes aegypti, responsvel pela disseminao doena.
COMO FEITO O DIAGNSTICO?
Aps o nascimento do recm-nascido, o primeiro exame fsico rotina nos
berrios e deve ser feito em at 24 horas do nascimento. Este perodo um dos
principais momentos para se realizar busca ativa de possveis anomalias congnitas.
Tambm possvel diagnosticar a microcefalia no pr-natal. Entretanto, somente o
mdico que est acompanhando a grvida poder indicar o mtodo de imagem mais
adequado.
Ao nascimento, os bebs com suspeita de microcefalia sero submetidos a
exame fsico e medio do permetro ceflico. So considerados microceflicos os
bebs a termo com permetro ceflico menor de 32 centmetros. Eles sero
submetidos a exames neurolgicos e de imagem, sendo a Ultrassonografia
Transfontanela a primeira opo indicada, e, a tomografia, quando a moleira estiver
fechada. Entre os prematuros, so considerados microceflicos os nascidos com
permetro ceflico menor que dois desvios padres.
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QUAL O TRATAMENTO PARA A MICROCEFALIA?
No h tratamento especfico para a microcefalia. Existem aes de suporte
que podem auxiliar no desenvolvimento do beb e da criana, e este
acompanhamento preconizado pelo Sistema nico da Sade (SUS). Para orientar
o atendimento desde o pr-natal at o desenvolvimento da criana com microcefalia,
o Ministrio da Sade desenvolveu o Protocolo de Ateno Sade e Resposta
Ocorrncia de Microcefalia Relacionada Infeco pelo Vrus Zika. O documento
prev a mobilizao de gestores, especialistas e profissionais de sade para
promover a identificao precoce e os cuidados especializados da gestante e do
beb.
O Protocolo define tambm as diretrizes para a estimulao precoce dos
nascidos com microcefalia. Todas as crianas com esta malformao congnita
confirmada devero ser inseridas no Programa de Estimulao Precoce, desde o
nascimento at os trs anos de idade, perodo em que o crebro se desenvolve mais
rapidamente.
A estimulao precoce visa maximizao do potencial de cada criana,
englobando o crescimento fsico e a maturao neurolgica, comportamental,
cognitiva, social e afetiva, que podero ser prejudicados pela microcefalia.
Os nascidos com microcefalia recebero a estimulao precoce em servios de
reabilitao distribudos em todo o pas, nos Centros Especializado de Reabilitao
(CER), Ncleo de Apoio Sade da Famlia (NASF) e Ambulatrios de Seguimento
de Recm-Nascidos.
A MICROCEFALIA PODE LEVAR A BITO OU DEIXAR SEQUELAS?
Cerca de 90% das microcefalias esto associadas com retardo mental, exceto
nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e
o nvel de gravidade da sequela vo variar caso a caso. Tratamentos realizados
desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.
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H REGISTRO DE SURTOS DE MICROCEFALIA EM OUTROS PASES?
A Polinsia Francesa notificou um aumento incomum de pelo menos 17 casos
de malformaes do Sistema Nervoso Central em fetos e recm-nascidos durante
2014-2015, coincidindo com o surto de Zika vrus nas ilhas da Polinsia Francesa.
Nenhuma das gestantes relataram sinais de infeco pelo vrus Zika, mas em quatro
testadas foram encontrados anticorpos (IgG) para flavivrus em sorologia, sugerindo
infeco assintomtica. Do mesmo modo que no Brasil, as autoridades de sade da
Polinsia Francesa tambm acreditam que o vrus Zika pode estar associado s
anomalias congnitas, caso as gestantes estivessem infectadas durante o primeiro
ou segundo trimestre de gestao.
QUAL PERODO DA GESTAO MAIS SUSCETVEL AO DO
VRUS?
Pelo relatado dos casos at o momento, as gestantes cujos bebs
desenvolveram a microcefalia tiveram sintomas do vrus Zika no primeiro trimestre
da gravidez. No entanto, o cuidado para no entrar em contato com o
mosquito Aedes aegypti para todo o perodo da gestao.
NESTE MOMENTO, QUAL A RECOMENDAO DO MINISTRIO DA
SADE PARA AS GESTANTES?
O Ministrio da Sade refora s gestantes que no usem medicamentos no
prescritos pelos profissionais de sade e que faam um pr-natal qualificado e todos
os exames previstos nesta fase, alm de relatarem aos profissionais de sade
qualquer alterao que perceberem durante a gestao. Tambm importante que
elas reforcem as medidas de preveno ao mosquito Aedes aegypti, com o uso de
repelentes indicados para o perodo de gestao, uso de roupas de manga comprida
e todas as outras medidas para evitar o contato com mosquitos, alm de evitar o
acmulo de gua parada em casa ou no trabalho. Independente do destino ou
motivo, toda grvida deve consultar o seu mdico antes de viajar.
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NESTE MOMENTO, QUAL A RECOMENDAO DO MINISTRIO DA
SADE PARA GESTORES E PROFISSIONAIS DE SADE?
importante que os profissionais de sade estejam atentos avaliao
cuidadosa do permetro cerebral e idade gestacional, assim como notificao de
casos suspeitos de microcefalia no registro de nascimento no Sistema de
Informaes sobre Nascidos Vivos (SINASC). Por ser uma fonte de contato direto
com a populao, os profissionais tambm devem reforar o alerta sobre os
cuidados para evitar a proliferao do mosquito da dengue, e orientar as gestantes
sobre as medidas individuais de proteo contra o Aedes aegypti.
Alm da notificao no Sinasc, o Ministrio da Sade enviou orientao para que
seja feito o registro em uma ficha especfica, adotada de maneira excepcional, que
trs mais detalhes dos casos que sero investigados.
SAIBA TAMBM
COMO O COMPORTAMENTO DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI?
O Aedes aegypti um mosquito domstico, vive dentro de casa e perto do
homem. Ele tem hbitos diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao
amanhecer e ao entardecer. A reproduo acontece em gua limpa e parada, a
partir da postura de ovos pelas fmeas. Os ovos so colocados em gua limpa e
parada e distribudos por diversos criadouros estratgia que garante a disperso
da espcie. Se a fmea estiver infectada pelo vrus da dengue quando realizar a
postura de ovos, h a possibilidade de as larvas j nascerem com o vrus a
chamada transmisso vertical.
POR QUE SE S A FMEA PICA?
A fmea precisa de sangue para a produo de ovos. Tanto o macho quanto a
fmea se alimentam de substncias que contm acar (nctar, seiva, entre outros),
mas como o macho no produz ovos, no necessita de sangue.
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USAR CALA COMPRIDA E MEIAS PODE COLABORAR PARA A
PREVENO PICADA DO MOSQUITO?
Sim, porque o Aedes aegypti pica as pessoas preferencialmente nas pernas e
nos ps. Ele tem rejeio claridade e atrado pelo calor, por isso teria preferncia
por tecidos escuros. O importante eliminar os criadouros do mosquito, para que ele
no circule.
QUAL A ORIGEM DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI? POR QUE ESSE
NOME?
O A. aegypti originrio do Egito. A disperso pelo mundo ocorreu da frica:
primeiro da costa leste do continente para as Amricas, depois da costa oeste para
a sia. O gnero Aedes s foi descrito em 1818. Logo verificou- se que a
espcie aegypti, descrita anos antes, apresenta caractersticas morfolgicas e
biolgicas semelhantes s de espcies do gnero Aedes e no s do j conhecido
gnero Culex. Ento, foi estabelecido o nome Aedes aegyptie.
QUANTAS PESSOAS UM MOSQUITO CAPAZ DE INFECTAR?
O mosquito fmea suga sangue para produzir ovos. Se o mosquito da dengue
estiver infectivo, poder transmitir o vrus da dengue neste processo. Em geral,
mosquitos sugam uma s pessoa a cada lote de ovos que produzem. Mas ele
capaz de picar mais de uma pessoa para um mesmo lote de ovos que produz. H
relato de que um s mosquito da dengue infectivo transmitiu dengue para cinco
pessoas de uma mesma famlia, no mesmo dia.
COMO O AEDES AEGYPTI CHEGOU AO BRASIL? H REGISTRO
HISTRICO DE DENGUE NO PASSADO?
As teorias mais aceitas indicam que o A. aegypti tenha se disseminado da
frica para o continente americano por embarcaes que aportaram no Brasil para o
trfico de escravos. H registro da ocorrncia da doena em Curitiba (PR) no final do
sculo XIX e, em Niteri (RJ), no incio do sculo XX.
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MITOS E VERDADES
O AUMENTO DE CASOS DE MICROCEFALIA EST RELACIONADO AO
USO DE MOSQUITOS COM BACTRIA?
No verdadeira a informao de relao entre a incidncia do vrus Zika com
os mosquitos portadores da bactria Wolbachia. Desde 2014, a Fundao Oswaldo
Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministrio da Sade, desenvolve o projeto
Eliminar a Dengue: Desafio Brasil que prope o uso de uma bactria naturalmente
encontrada no meio ambiente, inclusive no pernilongo, chamada Wolbachia. Quando
presente no Aedes Aegypti, a bactria capaz de impedir a transmisso da dengue
pelo mosquito. A iniciativa, sem fins lucrativos, uma abordagem inovadora para
reduzir a transmisso do vrus da dengue pelo mosquito Aedes aegypti de forma
natural e autossustentvel. A pesquisa indita no Brasil e na Amrica Latina. O
estudo j foi realizado, com sucesso, na Austrlia, Vietn e Indonsia.
OS CASOS DE MICROCEFALIA ESTO RELACIONADOS AO USO DE
VACINAS ESTRAGADAS?
O Ministrio da Sade esclarece que todas as vacinas ofertadas pelo Programa
Nacional de Imuizao (PNI) so seguras e no h nenhuma evidncia na literatura
nacional e internacional de que possam causar microcefalia. O PNI responsvel
pelo repasse, aos estados, dos imunobiolgicos que fazem parte dos calendrios de
vacinao. Uma das ferramentas essenciais para o sucesso dos programas de
imunizao a avaliao da qualidade dos imunobiolgicos. O controle de qualidade
das vacinas realizado pelo laboratrio produtor obedecendo a critrios
padronizados pela Organizao Mundial de Sade (OMS). Aps aprovao em
testes de controle do laboratrio produtor, cada lote de vacina submetido anlise
no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Sade (INCQS) do Ministrio da
Sade. Desde 1983, os lotes por amostragem de imunobiolgicos adquiridos pelos
programas oficiais de imunizao vm sendo analisados, garantindo sua segurana,
potncia e estabilidade, antes de serem utilizados na populao.
Destaca-se que no h relatado nesse sistema de notificao sobre
microcefalia relacionada vacinao, bem como, no existe at o momento na
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literatura mdica nacional e internacional evidncias sobre a associao do uso
de vacinas com a microcefalia.
O VRUS ZIKA TAMBM CAUSA GUILLAIN-BARR?
A Sndrome de Guillain-Barr uma reao a agentes infecciosos, como vrus
e bactrias, e tem como sintoma a fraqueza muscular e a paralisia dos msculos. Os
sintomas comeam pelas pernas, podendo, em seguida, irradiar para o tronco,
braos e face. A sndrome pode apresentar diferentes graus de agressividade,
provocando leve fraqueza muscular em alguns pacientes ou casos de paralisia total
dos quatro membros. O principal risco provocado por esta sndrome quando ocorre
o acometimento dos msculos respiratrios, devido a dificuldade para respirar.
Nesse ltimo caso, a sndrome pode levar morte, caso no sejam adotadas as
medidas de suporte respiratrio. O vrus Zika pode provocar tambm a Sndrome de
Guillain-barr. A Sndrome de Guillain-Barr uma doena rara. Assim como todas
as possveis consequncias do vrus Zika, a ocorrncia da Guillain-Barr relacionada
ao vrus continua sendo investigada.
O MINISTRIO DA SADE VAI DISTRIBUIR REPELENTES PARA
MULHERES GRVIDAS?
O Governo Federal vai distribuir repelentes para todas as grvidas inscritas no
programa Bolsa Famlia. O Governo est em contato com os fabricantes de
repelentes para definir exatamente a quantidade que o setor pode fornecer.
O MINISTRIO DA SADE MUDOU O PARMETRO PARA IDENTIFICAR A
MICROCEFALIA PARA ESCONDER O NMERO DE CASOS?
Todos os casos de crianas com microcefalia relacionada ao vrus Zika sero
investigados. A mudana para o parmetro do permetro ceflico igual ou menor de
32 centmetros segue recomendao da Organizao Mundial da Sade (OMS) e
apoiada pela Sociedade Brasileira de Gentica Mdica e com o suporte da equipe
do SIAT (Sistema Nacional de Informao sobre Agentes Teratognicos). Cabe
esclarecer que o Ministrio da Sade adotou a medida de 33 cm, que totalmente
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normal para crianas que nascem aps 37 semanas gestacionais, com o objetivo de
compreender melhor a situao do aumento de casos de microcefalia. A partir da
primeira triagem desses casos suspeitos, muitos dos diagnsticos realizados
precocemente e preventivamente j foram descartados. Portanto, a nova medida
visa agilizar os procedimentos clnicos, sem descuidar dos bebs que fizeram parte
da primeira lista de casos notificados.
SNDROME DE GUILLAIN-BARR
A sndrome de Guillain-Barr, tambm conhecida por polirradiculoneuropatia
idioptica aguda oupolirradiculopatia aguda imunomediada, uma doena do
sistema nervoso (neuropatia) adquirida, provavelmente de carter autoimune,
marcada pela perda da bainha de mielina e dos reflexos tendinosos. Ela se
manifesta sob a forma de inflamao aguda desses nervos e, s vezes, das razes
nervosas, e pode afetar pessoas de qualquer idade, especialmente, os adultos mais
velhos.
O processo inflamatrio e desmielizante interfere na conduo do estmulo
nervoso at os msculos e, em parte dos casos, no sentido contrrio, isto , na
conduo dos estmulos sensoriais at o crebro.
Em geral, a molstia evolui rapidamente, atinge o ponto mximo de gravidade
por volta da segunda ou terceira semana e regride devagar. Por isso, pode levar
meses at o paciente ser considerado completamente curado. Em alguns casos, a
doena pode tornar-se crnica ou recidivar.
Causas
No se conhece a causa especfica da sndrome. No entanto, na maioria dos
casos, duas ou trs semanas antes, os portadores manifestaram uma doena aguda
provocada por vrus (citomegalovrus, Epstein Barr, da gripe e da hepatite, por
exemplo) ou bactrias (especialmenteCampylobacter jejuni ). A hiptese que essa
infeco aciona o sistema de defesa do organismo para produzir anticorpos contra
os micro-organismos invasores. No entanto, a resposta imunolgica mais intensa
do que seria necessrio e, alm do agente infeccioso, ataca tambm a bainha de
mielina que reveste os nervos perifricos.Cirurgias, vacinao, traumas, gravidez,
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linfomas, gastrenterite aguda e infeco das vias respiratrias altas podem ser
consideradas outras causas possveis da polirradiculoneuropatia aguda.
H indcios de que possa ocorrer uma correlao entre o aumento de casos da
sndrome de Guillain-Barr e a infeco por Zika virus.Como a doena no de
notificao compulsria s autoridades pblicas de sade e s aparece depois que o
vrus no est mais presente no organismo fica difcil determinar a possvel relao
entre os dois episdios.
Sintomas
O sintoma preponderante da sndromede Guillain-Barr a fraqueza muscular
progressiva e ascendente, acompanhada ou no de parestesias (alteraes da
sensibilidade, como coceira, queimao, dormncia, etc.), que se manifesta
inicialmente nas pernas e pode provocar perdas motoras e paralisia flcida. Com a
evoluo da doena, a fraqueza pode atingir o tronco, braos, pescoo e afetar os
msculos da face, da orofaringe, da respirao e da deglutio.
Em nmero menor de casos, o comprometimento dos nervos perifricos pode
produzir sintomas relacionados com o sistema nervoso autnomo, como taquicardia,
oscilaes na presso arterial, anormalidades na sudorese, no funcionamento dos
intestinos e da bexiga, no controle dos esfncteres e disfuno pulmonar.
Os sintomas regridem no sentido inverso ao que comearam, isto , de cima
para baixo.
Diagnstico
O diagnstico tem como base a avaliao clnica e neurolgica, a anlise
laboratorial do lquido cefalorraquiano (LCR) que envolve o sistema nervoso central,
e a eletroneuromiografia.
muito importante estabelecer o diagnstico diferencial com outras doenas
autoimunes e neuropatias, como a poliomielite e o botulismo, que tambm podem
provocar dficit motor.
Tratamento
O tratamento da sndrome conta com dois recursos: a plasmafrese (tcnica
que permite filtrar o plasma do sangue do paciente) e a administrao intravenosa
de imunoglobulina para impedir a ao deletria dos anticorpos agressores.
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Exerccios fisioterpicos devem ser introduzidos precocemente para manter a
funcionalidade dos movimentos.
Medicamentos imunosupressores podem ser teis, nos quadros crnicos da
doena.
Importante: A sndrome de Guillain-Barr deve ser considerada uma
emergncia mdica que exige internao hospitalar j na fase inicial da
enfermidade. Quando os msculos da respirao e da face so afetados, o que
pode acontecer rapidamente, os pacientes necessitam de ventilao mecnica para
o tratamento da insuficincia respiratria.
Recomendaes
Esteja atento s seguintes consideraes:
* Em grande parte dos casos, a sndrome de Guillain-Barr um distrbio
autolimitado. No entanto, o paciente deve ser levado imediatamente para o hospital
assim que apresentar sintomas que possam sugerir a doena, porque pode precisar
de atendimento de urgncia;
* Como ainda no foram determinadas as causas da doena, no foi possvel
tambm estabelecer as formas de preveni-la;
* O processo de recuperao da sndrome, em geral, vagaroso, mas o
restabelecimento costuma ser completo;
* muito pequeno o nmero de casos da sndrome em que a causa pode ser
atribuda vacinao, em geral, contra gripe e meningite. Por isso, as pessoas
devem continuar tomando essas vacinas normalmente;
* A fisioterapia um recurso fundamental especialmente para o controle e
reverso do dficit motor que a sndrome pode provocar.
Edio revista e atualizada em 05/01/2016
Publicado em 18/08/2011