Dengue, Zica

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DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA DENGUE QUE É A DENGUE? A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. No Brasil, foi identificada pela primeira vez em 1986. Estima-se que 50 milhões de infecções por dengue ocorram anualmente no mundo. COMO A DENGUE PODE SER TRANSMITIDA? A principal forma de transmissão é pela picada dos mosquitos Aedes aegypti. Há registros de transmissão vertical (gestante - bebê) e por transfusão de sangue. Existem quatro tipos diferentes de vírus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA DENGUE? A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril inicial da doença pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde. QUAL O TRATAMENTO PARA DENGUE? Não existe tratamento específico para dengue. O tratamento é feito para aliviar os sintomas Quando aparecer os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde mais próximo, fazer repouso e ingerir bastante líquido. Importante não tomar medicamentos por conta própria.

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  • DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA

    DENGUE

    QUE A DENGUE?

    A dengue uma doena viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. No

    Brasil, foi identificada pela primeira vez em 1986. Estima-se que 50 milhes de

    infeces por dengue ocorram anualmente no mundo.

    COMO A DENGUE PODE SER TRANSMITIDA?

    A principal forma de transmisso pela picada dos mosquitos Aedes aegypti.

    H registros de transmisso vertical (gestante - beb) e por transfuso de

    sangue. Existem quatro tipos diferentes de vrus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3

    e DEN-4.

    QUAIS SO OS SINTOMAS DA DENGUE?

    A infeco por dengue pode ser assintomtica, leve ou causar doena grave,

    levando morte. Normalmente, a primeira manifestao da dengue a febre alta

    (39 a 40C), de incio abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de

    dor de cabea, dores no corpo e articulaes, prostrao, fraqueza, dor atrs dos

    olhos, erupo e coceira na pele.

    Perda de peso, nuseas e vmitos so comuns. Na fase febril inicial da doena

    pode ser difcil diferenci-la. A forma grave da doena inclui dor abdominal intensa e

    contnua, vmitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas.

    Ao apresentar os sintomas, importante procurar um servio de sade.

    QUAL O TRATAMENTO PARA DENGUE?

    No existe tratamento especfico para dengue. O tratamento feito para aliviar

    os sintomas Quando aparecer os sintomas, importante procurar um servio de

    sade mais prximo, fazer repouso e ingerir bastante lquido. Importante no tomar

    medicamentos por conta prpria.

  • COMO PREVENIR?

    Ainda no existe vacina ou medicamentos contra dengue. Portanto, a nica

    forma de preveno acabar com o mosquito, mantendo o domiclio sempre limpo,

    eliminando os possveis criadouros. Roupas que minimizem a exposio da pele

    durante o dia, quando os mosquitos so mais ativos, proporcionam alguma proteo

    s picadas e podem ser adotadas principalmente durante surtos. Repelentes e

    inseticidas tambm podem ser usados, seguindo as instrues do rtulo.

    Mosquiteiros proporcionam boa proteo pra aqueles que dormem durante o dia (por

    exemplo: bebs, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos).

    COMO DENUNCIAR OS FOCOS DO MOSQUITO?

    As aes de controle da dengue ocorrem, principalmente, na esfera municipal.

    Quando o foco do mosquito detectado, e no pode ser eliminado pelos moradores

    de um determinado local, a Secretaria Municipal de Sade deve ser acionada.

    CHIKUNGUNYA

    O QUE O CHIKUNGUNYA?

    A Febre Chikungunya uma doena transmitida pelos mosquitos Aedes

    aegypti e Aedes albopictus. No Brasil, a circulao do vrus foi identificada pela

    primeira vez em 2014. Chikungunya significa "aqueles que se dobram" em swahili,

    um dos idiomas da Tanznia. Refere-se aparncia curvada dos pacientes que

    foram atendidos na primeira epidemia documentada, na Tanznia, localizada no

    leste da frica, entre 1952 e 1953.

    QUAIS SO OS SINTOMAS?

    Os principais sintomas so febre alta de incio rpido, dores intensas nas

    articulaes dos ps e mos, alm de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer

    ainda dor de cabea, dores nos msculos e manchas vermelhas na pele. No

    possvel ter chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica imune

    pelo resto da vida. Os sintomas iniciam entre dois e doze dias aps a picada do

    mosquito. O mosquito adquire o vrus CHIKV ao picar uma pessoa infectada,

  • durante o perodo em que o vrus est presente no organismo infectado. Cerca de

    30% dos casos no apresentam sintomas.

    COMO FEITO O TRATAMENTO?

    No existe vacina ou tratamento especfico para Chikungunya. Os sintomas

    so tratados com medicao para a febre (paracetamol) e as dores articulares

    (antiinflamatrios). No recomendado usar o cido acetil saliclico (AAS) devido ao

    risco de hemorragia. Recomendase repouso absoluto ao paciente, que deve beber

    lquidos em abundncia.

    COMO PREVENIR?

    Assim como a dengue, fundamental que as pessoas reforcem as medidas de

    eliminao dos criadouros de mosquitos nas suas casas e na vizinhana. Quando h

    notificao de caso suspeito, as Secretarias Municipais de Sade devem adotar

    aes de eliminao de focos do mosquito nas reas prximas residncia e ao

    local de atendimento dos pacientes.

    ZIKA

    O QUE O ZIKA?

    O Zika um vrus transmitido pelo Aedes aegypti e identificado pela primeira

    vez no Brasil em abril de 2015. O vrus Zika recebeu a mesma denominao do local

    de origem de sua identificao em 1947, aps deteco em macacos sentinelas

    para monitoramento da febre amarela, na floresta Zika, em Uganda.

    QUAIS SO OS SINTOMAS?

    Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vrus Zika no desenvolvem

    manifestaes clnicas. Os principais sintomas so dor de cabea, febre baixa, dores

    leves nas articulaes, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhido nos

    olhos. Outros sintomas menos frequentes so inchao no corpo, dor de garganta,

    tosse e vmitos. No geral, a evoluo da doena benigna e os sintomas

  • desaparecem espontaneamente aps 3 a 7 dias. No entanto, a dor nas articulaes

    pode persistir por aproximadamente um ms. Formas graves e atpicas so raras,

    mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para bito, como

    identificado no ms de novembro de 2015, pela primeira vez na histria.

    Observe o aparecimento de sinais e sintomas de infeco por vrus Zika e

    busque um servio de sade para atendimento, caso necessrio.

    COMO TRANSMITIDA?

    O principal modo de transmisso descrito do vrus pela picada do Aedes

    aegypti. Outras possveis formas de transmisso do vrus Zika precisam ser

    avaliadas com mais profundidade, com base em estudos cientficos. No h

    evidncias de transmisso do vrus Zika por meio do leite materno, assim como por

    urina, saliva e smen. Conforme estudos aplicados na Polinsia Francesa, no foi

    identificada a replicao do vrus em amostras do leite, assim como a doena no

    pode ser classificada como sexualmente transmissvel. Tambm no h descrio

    de transmisso por saliva.

    QUAL O TRATAMENTO?

    No existe tratamento especfico para a infeco pelo vrus Zika. Tambm no

    h vacina contra o vrus. O tratamento recomendado para os casos sintomticos

    baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da

    febre e manejo da dor. No caso de erupes pruriginosas, os anti -histamnicos

    podem ser considerados.

    No se recomenda o uso de cido acetilsaliclico (AAS) e outros anti-

    inflamatrios, em funo do risco aumentado de complicaes hemorrgicas

    descritas nas infeces por outros flavivrus. Os casos suspeitos devem ser tratados

    como dengue, devido sua maior frequncia e gravidade conhecida.

  • CUIDADOS PARA O PBLICO EM GERAL

    Preveno/Proteo

    Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas calas e blusas e,

    se vestir roupas que deixem reas do corpo expostas, aplique repelente nessas

    reas.

    Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteo, mosquiteiros ou

    outras barreiras disponveis.

    Cuidados

    Caso observe o aparecimento de manchas vermelhas na pele, olhos

    avermelhados ou febre, busque um servio de sade para atendimento.

    No tome qualquer medicamento por conta prpria.

    Procure orientao sobre planejamento reprodutivo e os mtodos

    contraceptivos nas Unidades Bsicas de Sade.

    Informao

    Utilize informaes dos sites institucionais, como o do Ministrio da Sade e

    das Secretarias de Sade.

    Se deseja engravidar: busque orientao com um profi ssional de sade e tire

    todas as dvidas para avaliar sua deciso.

    Se no deseja engravidar: busque mtodos contraceptivos em uma Unidade

    Bsica de Sade.

    CUIDADOS PARA A GESTANTE

    Preveno/Proteo

    Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas calas e blusas e,

    se vestir roupas que deixem reas do corpo expostas, aplique repelente nessas

    reas.

    Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteo, mosquiteiros ou

    outras barreiras disponveis.

  • Cuidados

    Busque uma Unidade Bsica de Sade para iniciar o pr-natal assim que

    descobrir a gravidez e comparea s consultas regularmente.

    V s consultas s consultas uma vez por ms at a 28 semana de gravidez;

    a cada quinze dias entre a 28 e a 36 semana; e semanalmente do incio da 36

    semana at o nascimento do beb.

    Tome todas as vacinas indicadas para gestantes.

    Em caso de febre ou dor, procure um servio de sade. No tome qualquer

    medicamento por conta prpria.

    Informao

    Se tiver dvida, fale com o seu mdico ou com um profi ssional de sade.

    Relate ao seu mdico qualquer sintoma ou medicamento usado durante a

    gestao.

    Leve sempre consigo a Caderneta da Gestante, pois nela consta todo seu

    histrico de gestao.

    CUIDADOS COM O RECM-NASCIDO

    Proteger o ambiente com telas em janelas e portas, e procurar manter o beb

    com uso contnuo de roupas compridas calas e blusas.

    Manter o beb em locais com telas de proteo, mosquiteiros ou outras

    barreiras disponveis.

    A amamentao indicada at o 2 ano de vida ou mais, sendo exclusiva nos

    primeiros 6 meses de vida.

    Caso se observem manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou

    febre, procurar um servio de sade.

    No dar ao beb qualquer medicamento por conta prpria.

    Informao

    Aps o nascimento, o beb ser avaliado pelo profi ssional de sade na

    maternidade. A medio da cabea do beb (permetro ceflico) faz parte dessa

    avaliao.

  • Alm dos testes de Triagem Neonatal de Rotina (teste de orelhinha, teste do

    pezinho e teste do olhinho), podero ser realizados outros exames.

    Leve seu beb a uma Unidade Bsica de Sade para o acompanhamento do

    crescimento e desenvolvimento conforme o calendrio de consulta de puericultura.

    Mantenha a vacinao em dia, de acordo com o calendrio vacinal da

    Caderneta da Criana.

    CUIDADOS COM O RECM-NASCIDO COM MICROCEFALIA

    Proteger o ambiente com telas em janelas e portas, e procurar manter o beb

    com uso contnuo de roupas compridas calas e blusas.

    Manter o beb em locais com telas de proteo, mosquiteiros ou outras

    barreiras disponveis.

    A amamentao indicada at o 2 ano de vida ou mais, sendo exclusiva nos

    primeiros 6 meses de vida.

    Caso se observem manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou

    febre, procurar um servio de sade.

    No dar ao beb qualquer medicamento por conta prpria.

    Leve seu beb a uma Unidade Bsica de Sade para o acompanhamento do

    crescimento e desenvolvimento conforme o calendrio de consulta de puericultura.

    Mantenha a vacinao em dia, de acordo com o calendrio vacinal da

    Caderneta da Criana

    Informao

    Alm do acompanhamento de rotina na Unidade Bsica de Sade, seu beb

    precisa ser encaminhado para a estimulao precoce

    Caso o beb apresente alteraes ou complicaes (neurolgicas, motoras

    ou respiratrias, entre outras), o acompanhamento por diferentes especialistas

    poder ser necessrio, a depender de cada caso.

  • QUAIS AS CONSEQUNCIAS PARA UM BEB SE ELE FOR PICADO E

    TIVER ZIKA?

    Entre pessoas infectadas pelo vrus Zika (adultos e crianas), cerca de 80%

    no desenvolvem sintomas, sejam adultos ou crianas. Dentre essas pessoas,

    apenas uma pequena parcela pode vir a desenvolver algum tipo de complicao,

    que dever ser avaliada pelos mdicos, uma vez que o Zika uma doena nova e

    suas complicaes ainda no foram descritas.

    O VRUS ZIKA PODE SER TRANSMITIDO POR RELAO SEXUAL?

    Os estudos sobre possveis formas de transmisso do vrus Zika precisam ser

    avaliados com mais profundidade. Essas anlises devem vir acompanhadas de

    trabalhos cientficos para que o Ministrio da Sade possa passar populao

    orientaes seguras sobre a transmisso do vrus. O Ministrio da Sade vem

    acompanhando a situao do vrus Zika no mundo, por meio da Organizao Pan-

    Americana de Sade (Opas/OMS) e outros organismos internacionais.

    QUEM FOI INFECTADO PELO VRUS ZIKA UMA VEZ PODE TER A

    DOENA DE NOVO?

    Outros vrus parecidos com o Zika geram imunidade para a vida inteira. Quem

    j teve dengue pelo vrus 1, por exemplo, no voltar a ter pelo mesmo vrus. O

    mesmo acontece com a febre amarela. Porm, ainda no h estudos suficientes

    para afirmar isso em relao ao vrus Zika.

    Vrus Zika X Microcefalia

    O QUE A MICROCEFALIA?

    Microcefalia uma malformao congnita, em que o crebro no se

    desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebs nascem com permetro

    ceflico (PC) menor que o normal, ou seja, igual ou inferior a 32 cm. Essa

    malformao congnita pode ser efeito de uma srie de fatores de diferentes

  • origens, como substncias qumicas e agentes biolgicos (infecciosos), como

    bactrias, vrus e radiao.

    J H CONFIRMAO QUE O AUMENTO DE CASOS DE MICROCEFALIA

    NO BRASIL CAUSADO PELO VRUS ZIKA?

    O Ministrio da Sade confirmou a relao entre o vrus Zika e a microcefalia.

    O Instituto Evandro Chagas, rgo do ministrio em Belm (PA), encaminhou o

    resultado de exames realizados em um beb, nascida no Cear, com microcefalia e

    outras malformaes congnitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada

    a presena do vrus Zika. Essa uma situao indita na pesquisa cientfica

    mundial.

    As investigaes sobre o tema, entretanto, continuam em andamento para

    esclarecer questes como a transmisso desse agente, a sua atuao no organismo

    humano, a infeco do feto e perodo de maior vulnerabilidade para a gestante. Em

    anlise inicial, o risco est associado aos primeiros trs meses de gravidez. O

    achado refora o chamado para uma mobilizao nacional para conter o mosquito

    transmissor, o Aedes aegypti, responsvel pela disseminao doena.

    COMO FEITO O DIAGNSTICO?

    Aps o nascimento do recm-nascido, o primeiro exame fsico rotina nos

    berrios e deve ser feito em at 24 horas do nascimento. Este perodo um dos

    principais momentos para se realizar busca ativa de possveis anomalias congnitas.

    Tambm possvel diagnosticar a microcefalia no pr-natal. Entretanto, somente o

    mdico que est acompanhando a grvida poder indicar o mtodo de imagem mais

    adequado.

    Ao nascimento, os bebs com suspeita de microcefalia sero submetidos a

    exame fsico e medio do permetro ceflico. So considerados microceflicos os

    bebs a termo com permetro ceflico menor de 32 centmetros. Eles sero

    submetidos a exames neurolgicos e de imagem, sendo a Ultrassonografia

    Transfontanela a primeira opo indicada, e, a tomografia, quando a moleira estiver

    fechada. Entre os prematuros, so considerados microceflicos os nascidos com

    permetro ceflico menor que dois desvios padres.

  • QUAL O TRATAMENTO PARA A MICROCEFALIA?

    No h tratamento especfico para a microcefalia. Existem aes de suporte

    que podem auxiliar no desenvolvimento do beb e da criana, e este

    acompanhamento preconizado pelo Sistema nico da Sade (SUS). Para orientar

    o atendimento desde o pr-natal at o desenvolvimento da criana com microcefalia,

    o Ministrio da Sade desenvolveu o Protocolo de Ateno Sade e Resposta

    Ocorrncia de Microcefalia Relacionada Infeco pelo Vrus Zika. O documento

    prev a mobilizao de gestores, especialistas e profissionais de sade para

    promover a identificao precoce e os cuidados especializados da gestante e do

    beb.

    O Protocolo define tambm as diretrizes para a estimulao precoce dos

    nascidos com microcefalia. Todas as crianas com esta malformao congnita

    confirmada devero ser inseridas no Programa de Estimulao Precoce, desde o

    nascimento at os trs anos de idade, perodo em que o crebro se desenvolve mais

    rapidamente.

    A estimulao precoce visa maximizao do potencial de cada criana,

    englobando o crescimento fsico e a maturao neurolgica, comportamental,

    cognitiva, social e afetiva, que podero ser prejudicados pela microcefalia.

    Os nascidos com microcefalia recebero a estimulao precoce em servios de

    reabilitao distribudos em todo o pas, nos Centros Especializado de Reabilitao

    (CER), Ncleo de Apoio Sade da Famlia (NASF) e Ambulatrios de Seguimento

    de Recm-Nascidos.

    A MICROCEFALIA PODE LEVAR A BITO OU DEIXAR SEQUELAS?

    Cerca de 90% das microcefalias esto associadas com retardo mental, exceto

    nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e

    o nvel de gravidade da sequela vo variar caso a caso. Tratamentos realizados

    desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.

  • H REGISTRO DE SURTOS DE MICROCEFALIA EM OUTROS PASES?

    A Polinsia Francesa notificou um aumento incomum de pelo menos 17 casos

    de malformaes do Sistema Nervoso Central em fetos e recm-nascidos durante

    2014-2015, coincidindo com o surto de Zika vrus nas ilhas da Polinsia Francesa.

    Nenhuma das gestantes relataram sinais de infeco pelo vrus Zika, mas em quatro

    testadas foram encontrados anticorpos (IgG) para flavivrus em sorologia, sugerindo

    infeco assintomtica. Do mesmo modo que no Brasil, as autoridades de sade da

    Polinsia Francesa tambm acreditam que o vrus Zika pode estar associado s

    anomalias congnitas, caso as gestantes estivessem infectadas durante o primeiro

    ou segundo trimestre de gestao.

    QUAL PERODO DA GESTAO MAIS SUSCETVEL AO DO

    VRUS?

    Pelo relatado dos casos at o momento, as gestantes cujos bebs

    desenvolveram a microcefalia tiveram sintomas do vrus Zika no primeiro trimestre

    da gravidez. No entanto, o cuidado para no entrar em contato com o

    mosquito Aedes aegypti para todo o perodo da gestao.

    NESTE MOMENTO, QUAL A RECOMENDAO DO MINISTRIO DA

    SADE PARA AS GESTANTES?

    O Ministrio da Sade refora s gestantes que no usem medicamentos no

    prescritos pelos profissionais de sade e que faam um pr-natal qualificado e todos

    os exames previstos nesta fase, alm de relatarem aos profissionais de sade

    qualquer alterao que perceberem durante a gestao. Tambm importante que

    elas reforcem as medidas de preveno ao mosquito Aedes aegypti, com o uso de

    repelentes indicados para o perodo de gestao, uso de roupas de manga comprida

    e todas as outras medidas para evitar o contato com mosquitos, alm de evitar o

    acmulo de gua parada em casa ou no trabalho. Independente do destino ou

    motivo, toda grvida deve consultar o seu mdico antes de viajar.

  • NESTE MOMENTO, QUAL A RECOMENDAO DO MINISTRIO DA

    SADE PARA GESTORES E PROFISSIONAIS DE SADE?

    importante que os profissionais de sade estejam atentos avaliao

    cuidadosa do permetro cerebral e idade gestacional, assim como notificao de

    casos suspeitos de microcefalia no registro de nascimento no Sistema de

    Informaes sobre Nascidos Vivos (SINASC). Por ser uma fonte de contato direto

    com a populao, os profissionais tambm devem reforar o alerta sobre os

    cuidados para evitar a proliferao do mosquito da dengue, e orientar as gestantes

    sobre as medidas individuais de proteo contra o Aedes aegypti.

    Alm da notificao no Sinasc, o Ministrio da Sade enviou orientao para que

    seja feito o registro em uma ficha especfica, adotada de maneira excepcional, que

    trs mais detalhes dos casos que sero investigados.

    SAIBA TAMBM

    COMO O COMPORTAMENTO DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI?

    O Aedes aegypti um mosquito domstico, vive dentro de casa e perto do

    homem. Ele tem hbitos diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao

    amanhecer e ao entardecer. A reproduo acontece em gua limpa e parada, a

    partir da postura de ovos pelas fmeas. Os ovos so colocados em gua limpa e

    parada e distribudos por diversos criadouros estratgia que garante a disperso

    da espcie. Se a fmea estiver infectada pelo vrus da dengue quando realizar a

    postura de ovos, h a possibilidade de as larvas j nascerem com o vrus a

    chamada transmisso vertical.

    POR QUE SE S A FMEA PICA?

    A fmea precisa de sangue para a produo de ovos. Tanto o macho quanto a

    fmea se alimentam de substncias que contm acar (nctar, seiva, entre outros),

    mas como o macho no produz ovos, no necessita de sangue.

  • USAR CALA COMPRIDA E MEIAS PODE COLABORAR PARA A

    PREVENO PICADA DO MOSQUITO?

    Sim, porque o Aedes aegypti pica as pessoas preferencialmente nas pernas e

    nos ps. Ele tem rejeio claridade e atrado pelo calor, por isso teria preferncia

    por tecidos escuros. O importante eliminar os criadouros do mosquito, para que ele

    no circule.

    QUAL A ORIGEM DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI? POR QUE ESSE

    NOME?

    O A. aegypti originrio do Egito. A disperso pelo mundo ocorreu da frica:

    primeiro da costa leste do continente para as Amricas, depois da costa oeste para

    a sia. O gnero Aedes s foi descrito em 1818. Logo verificou- se que a

    espcie aegypti, descrita anos antes, apresenta caractersticas morfolgicas e

    biolgicas semelhantes s de espcies do gnero Aedes e no s do j conhecido

    gnero Culex. Ento, foi estabelecido o nome Aedes aegyptie.

    QUANTAS PESSOAS UM MOSQUITO CAPAZ DE INFECTAR?

    O mosquito fmea suga sangue para produzir ovos. Se o mosquito da dengue

    estiver infectivo, poder transmitir o vrus da dengue neste processo. Em geral,

    mosquitos sugam uma s pessoa a cada lote de ovos que produzem. Mas ele

    capaz de picar mais de uma pessoa para um mesmo lote de ovos que produz. H

    relato de que um s mosquito da dengue infectivo transmitiu dengue para cinco

    pessoas de uma mesma famlia, no mesmo dia.

    COMO O AEDES AEGYPTI CHEGOU AO BRASIL? H REGISTRO

    HISTRICO DE DENGUE NO PASSADO?

    As teorias mais aceitas indicam que o A. aegypti tenha se disseminado da

    frica para o continente americano por embarcaes que aportaram no Brasil para o

    trfico de escravos. H registro da ocorrncia da doena em Curitiba (PR) no final do

    sculo XIX e, em Niteri (RJ), no incio do sculo XX.

  • MITOS E VERDADES

    O AUMENTO DE CASOS DE MICROCEFALIA EST RELACIONADO AO

    USO DE MOSQUITOS COM BACTRIA?

    No verdadeira a informao de relao entre a incidncia do vrus Zika com

    os mosquitos portadores da bactria Wolbachia. Desde 2014, a Fundao Oswaldo

    Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministrio da Sade, desenvolve o projeto

    Eliminar a Dengue: Desafio Brasil que prope o uso de uma bactria naturalmente

    encontrada no meio ambiente, inclusive no pernilongo, chamada Wolbachia. Quando

    presente no Aedes Aegypti, a bactria capaz de impedir a transmisso da dengue

    pelo mosquito. A iniciativa, sem fins lucrativos, uma abordagem inovadora para

    reduzir a transmisso do vrus da dengue pelo mosquito Aedes aegypti de forma

    natural e autossustentvel. A pesquisa indita no Brasil e na Amrica Latina. O

    estudo j foi realizado, com sucesso, na Austrlia, Vietn e Indonsia.

    OS CASOS DE MICROCEFALIA ESTO RELACIONADOS AO USO DE

    VACINAS ESTRAGADAS?

    O Ministrio da Sade esclarece que todas as vacinas ofertadas pelo Programa

    Nacional de Imuizao (PNI) so seguras e no h nenhuma evidncia na literatura

    nacional e internacional de que possam causar microcefalia. O PNI responsvel

    pelo repasse, aos estados, dos imunobiolgicos que fazem parte dos calendrios de

    vacinao. Uma das ferramentas essenciais para o sucesso dos programas de

    imunizao a avaliao da qualidade dos imunobiolgicos. O controle de qualidade

    das vacinas realizado pelo laboratrio produtor obedecendo a critrios

    padronizados pela Organizao Mundial de Sade (OMS). Aps aprovao em

    testes de controle do laboratrio produtor, cada lote de vacina submetido anlise

    no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Sade (INCQS) do Ministrio da

    Sade. Desde 1983, os lotes por amostragem de imunobiolgicos adquiridos pelos

    programas oficiais de imunizao vm sendo analisados, garantindo sua segurana,

    potncia e estabilidade, antes de serem utilizados na populao.

    Destaca-se que no h relatado nesse sistema de notificao sobre

    microcefalia relacionada vacinao, bem como, no existe at o momento na

  • literatura mdica nacional e internacional evidncias sobre a associao do uso

    de vacinas com a microcefalia.

    O VRUS ZIKA TAMBM CAUSA GUILLAIN-BARR?

    A Sndrome de Guillain-Barr uma reao a agentes infecciosos, como vrus

    e bactrias, e tem como sintoma a fraqueza muscular e a paralisia dos msculos. Os

    sintomas comeam pelas pernas, podendo, em seguida, irradiar para o tronco,

    braos e face. A sndrome pode apresentar diferentes graus de agressividade,

    provocando leve fraqueza muscular em alguns pacientes ou casos de paralisia total

    dos quatro membros. O principal risco provocado por esta sndrome quando ocorre

    o acometimento dos msculos respiratrios, devido a dificuldade para respirar.

    Nesse ltimo caso, a sndrome pode levar morte, caso no sejam adotadas as

    medidas de suporte respiratrio. O vrus Zika pode provocar tambm a Sndrome de

    Guillain-barr. A Sndrome de Guillain-Barr uma doena rara. Assim como todas

    as possveis consequncias do vrus Zika, a ocorrncia da Guillain-Barr relacionada

    ao vrus continua sendo investigada.

    O MINISTRIO DA SADE VAI DISTRIBUIR REPELENTES PARA

    MULHERES GRVIDAS?

    O Governo Federal vai distribuir repelentes para todas as grvidas inscritas no

    programa Bolsa Famlia. O Governo est em contato com os fabricantes de

    repelentes para definir exatamente a quantidade que o setor pode fornecer.

    O MINISTRIO DA SADE MUDOU O PARMETRO PARA IDENTIFICAR A

    MICROCEFALIA PARA ESCONDER O NMERO DE CASOS?

    Todos os casos de crianas com microcefalia relacionada ao vrus Zika sero

    investigados. A mudana para o parmetro do permetro ceflico igual ou menor de

    32 centmetros segue recomendao da Organizao Mundial da Sade (OMS) e

    apoiada pela Sociedade Brasileira de Gentica Mdica e com o suporte da equipe

    do SIAT (Sistema Nacional de Informao sobre Agentes Teratognicos). Cabe

    esclarecer que o Ministrio da Sade adotou a medida de 33 cm, que totalmente

  • normal para crianas que nascem aps 37 semanas gestacionais, com o objetivo de

    compreender melhor a situao do aumento de casos de microcefalia. A partir da

    primeira triagem desses casos suspeitos, muitos dos diagnsticos realizados

    precocemente e preventivamente j foram descartados. Portanto, a nova medida

    visa agilizar os procedimentos clnicos, sem descuidar dos bebs que fizeram parte

    da primeira lista de casos notificados.

    SNDROME DE GUILLAIN-BARR

    A sndrome de Guillain-Barr, tambm conhecida por polirradiculoneuropatia

    idioptica aguda oupolirradiculopatia aguda imunomediada, uma doena do

    sistema nervoso (neuropatia) adquirida, provavelmente de carter autoimune,

    marcada pela perda da bainha de mielina e dos reflexos tendinosos. Ela se

    manifesta sob a forma de inflamao aguda desses nervos e, s vezes, das razes

    nervosas, e pode afetar pessoas de qualquer idade, especialmente, os adultos mais

    velhos.

    O processo inflamatrio e desmielizante interfere na conduo do estmulo

    nervoso at os msculos e, em parte dos casos, no sentido contrrio, isto , na

    conduo dos estmulos sensoriais at o crebro.

    Em geral, a molstia evolui rapidamente, atinge o ponto mximo de gravidade

    por volta da segunda ou terceira semana e regride devagar. Por isso, pode levar

    meses at o paciente ser considerado completamente curado. Em alguns casos, a

    doena pode tornar-se crnica ou recidivar.

    Causas

    No se conhece a causa especfica da sndrome. No entanto, na maioria dos

    casos, duas ou trs semanas antes, os portadores manifestaram uma doena aguda

    provocada por vrus (citomegalovrus, Epstein Barr, da gripe e da hepatite, por

    exemplo) ou bactrias (especialmenteCampylobacter jejuni ). A hiptese que essa

    infeco aciona o sistema de defesa do organismo para produzir anticorpos contra

    os micro-organismos invasores. No entanto, a resposta imunolgica mais intensa

    do que seria necessrio e, alm do agente infeccioso, ataca tambm a bainha de

    mielina que reveste os nervos perifricos.Cirurgias, vacinao, traumas, gravidez,

  • linfomas, gastrenterite aguda e infeco das vias respiratrias altas podem ser

    consideradas outras causas possveis da polirradiculoneuropatia aguda.

    H indcios de que possa ocorrer uma correlao entre o aumento de casos da

    sndrome de Guillain-Barr e a infeco por Zika virus.Como a doena no de

    notificao compulsria s autoridades pblicas de sade e s aparece depois que o

    vrus no est mais presente no organismo fica difcil determinar a possvel relao

    entre os dois episdios.

    Sintomas

    O sintoma preponderante da sndromede Guillain-Barr a fraqueza muscular

    progressiva e ascendente, acompanhada ou no de parestesias (alteraes da

    sensibilidade, como coceira, queimao, dormncia, etc.), que se manifesta

    inicialmente nas pernas e pode provocar perdas motoras e paralisia flcida. Com a

    evoluo da doena, a fraqueza pode atingir o tronco, braos, pescoo e afetar os

    msculos da face, da orofaringe, da respirao e da deglutio.

    Em nmero menor de casos, o comprometimento dos nervos perifricos pode

    produzir sintomas relacionados com o sistema nervoso autnomo, como taquicardia,

    oscilaes na presso arterial, anormalidades na sudorese, no funcionamento dos

    intestinos e da bexiga, no controle dos esfncteres e disfuno pulmonar.

    Os sintomas regridem no sentido inverso ao que comearam, isto , de cima

    para baixo.

    Diagnstico

    O diagnstico tem como base a avaliao clnica e neurolgica, a anlise

    laboratorial do lquido cefalorraquiano (LCR) que envolve o sistema nervoso central,

    e a eletroneuromiografia.

    muito importante estabelecer o diagnstico diferencial com outras doenas

    autoimunes e neuropatias, como a poliomielite e o botulismo, que tambm podem

    provocar dficit motor.

    Tratamento

    O tratamento da sndrome conta com dois recursos: a plasmafrese (tcnica

    que permite filtrar o plasma do sangue do paciente) e a administrao intravenosa

    de imunoglobulina para impedir a ao deletria dos anticorpos agressores.

  • Exerccios fisioterpicos devem ser introduzidos precocemente para manter a

    funcionalidade dos movimentos.

    Medicamentos imunosupressores podem ser teis, nos quadros crnicos da

    doena.

    Importante: A sndrome de Guillain-Barr deve ser considerada uma

    emergncia mdica que exige internao hospitalar j na fase inicial da

    enfermidade. Quando os msculos da respirao e da face so afetados, o que

    pode acontecer rapidamente, os pacientes necessitam de ventilao mecnica para

    o tratamento da insuficincia respiratria.

    Recomendaes

    Esteja atento s seguintes consideraes:

    * Em grande parte dos casos, a sndrome de Guillain-Barr um distrbio

    autolimitado. No entanto, o paciente deve ser levado imediatamente para o hospital

    assim que apresentar sintomas que possam sugerir a doena, porque pode precisar

    de atendimento de urgncia;

    * Como ainda no foram determinadas as causas da doena, no foi possvel

    tambm estabelecer as formas de preveni-la;

    * O processo de recuperao da sndrome, em geral, vagaroso, mas o

    restabelecimento costuma ser completo;

    * muito pequeno o nmero de casos da sndrome em que a causa pode ser

    atribuda vacinao, em geral, contra gripe e meningite. Por isso, as pessoas

    devem continuar tomando essas vacinas normalmente;

    * A fisioterapia um recurso fundamental especialmente para o controle e

    reverso do dficit motor que a sndrome pode provocar.

    Edio revista e atualizada em 05/01/2016

    Publicado em 18/08/2011