Correio do Douro #19

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9 Park Hotel pronto em Outubro PÁGINA 3 PÁGINAS 06-07 e 11 Á Á Á Á Á Á Á Á Á Á ÁG G G G G G G G G G G GI I INA A A A A A A AS S S S S S 0 0 0 0 0 06 0 0 0 -0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 07 7 7 7 7 7 e e e e e e e e e e e e e e 11 1 EM MARCHA SOBRADO ESPECIAL Serviço de recolha de resíduos é dos melhores do país PÁGINA 3 Valongo no topo nacional Valongo PÁGINA 5 MATOU O AMANTE DA NAMORADA Crime passional em Amarante

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Jornal Quinzenal Regionalista

Transcript of Correio do Douro #19

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Park Hotel pronto em Outubro

PÁGINA 3

PÁGINAS 06-07 e 11PÁPÁPÁPÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁGGGGGGGGGGGGIIINAAAAAAAASS S S S S 0000006000 -0000000000007 7 7 7 7 7 eeee eeeeeeeeeee 111 EM MARCHA

SOBRADOESPECIAL

Serviço de recolha de resíduos é dos melhores do país

PÁGINA 3

Valongo no topo nacional

Valongo

PÁGINA 5

MATOU O AMANTE DA NAMORADA

Crime passional em Amarante

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1 de Maio 2010CD

Opinião

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ficha técnica

CORREIO DO DOURO – QUINZENÁRIOwww.correiododouro.pt

Propriedade Condor Publicações, Lda.Contr. 508923190Sede e Redacção Rua Dr. João Alves Vale, 78 – Est. D – 4440-644 VALONGOTel. 224210151 – Fax 224210310

Director|Oscar Queirós -Subdirector|José Luís Pinto Chefe de Redacção|João RodriguesRedacção e Colaboradores|Victorino de Queirós - J. Rocha - J. Silva - E. Queirós -Nuno Victorino - Carlos Silva, Marquês do Vale.���������Editor Miguel Pereira - João Rodrigues Filho

CORREIO ELECTRÓNICO: ������������ �� ���� � � �� �� �� �������� �� ���� � � �� �� ��������� �� ���� � � �� �� ��������� ���� � � �� �� ��������������� ���� � � �� ���Nº. Registo ERC 125216����������������� ���������

Por José Luís Pinto

Os 10 anos que passei na Câmara Municipal de Valongo, especialmen-te os últimos 8 como Vereador com pelouros atribuídos, foram de grande aprendizagem do ponto de vista cívi-co. Antes de ter passado por essa ex-periência era um vulgar cidadão pre-ocupado com a governação do meu país e do mundo em geral, eventu-almente um pouco mais esclarecido do que a média, com bastante leitura de história e de política, mas sem um grande enquadramento local. Foram os 10 anos passados ao serviço da Câ-mara e consequentemente da popu-lação em geral que me alertaram para a importância dos diversos movi-mentos associativos, sejam culturais, desportivos, sociais, de cidadãos e de instituições, em particular da Igreja, mas também de muitas outras, como o movimento rotário, os centros so-ciais, as misericórdias, casas do povo, etc.

A esmagadora maioria da popula-ção não faz a mais pequena ideia das muitas centenas de pessoas que por esse país fora dão parte do seu tem-po e muitas vezes do seu dinheiro em prol do bem-estar de muita gente que não tem outro meio de o ter sem que seja através destes movimentos de ci-dadãos. Em boa verdade, custa a crer como seria o nosso país sem estas instituições a prestar estes serviços sociais; seguramente que não o podia

fazer, quanto mais não fosse por falta de verbas.

A este tipo de preocupações soma--se agora uma outra que tem vindo cada vez mais a estar em voga: o po-der político, aos mais diversos níveis, não tem vindo a dar resposta aos an-seios das populações. A democracia e o seu inerente desenvolvimento, na minha opinião, não está neste mo-mento bem representada e assegu-rada pelos partidos políticos. Não tenho qualquer dúvida que será uma fase passageira, mas também poucas dúvidas tenho que não a ultrapassa-remos sem um movimento cívico que alerte os partidos para esta realidade. E nem sequer estou a referir-me a lis-tas de independentes, pois é fácil cons-tatar que, na sua esmagadora maioria dos que as lideraram, deve-se á sua incapacidade em conseguir convencer o seu próprio partido a aceitá-los nas respectivas listas. Referi-mo à necessi-dade de fazer chegar ao maior número de pessoas este olhar crítico, com co-nhecimento e global da realidade que nos rodeia para nela participarmos mais do que ir de 4 em 4 anos votar e neste intervalo de tempo esquecermo--nos de tudo. No fundo, deixarmos de ser espectadores e passarmos a ser ac-tores do nosso próprio destino.

Quando decidi abandonar as funções públicas que vinha desempenhando, comprometi-me comigo mesmo a de-dicar um pouco do meu tempo a estes

movimentos e instituições. E tenho-o feito. Entretanto, tive a grande honra de receber um convite do Correio do Douro para integrar a sua Direcção. Trata-se de um órgão de comunica-ção social com uma grande história, fundado por um homem de H grande, rico em preocupações sociais, em aju-dar o seus próprios, e que conseguiu, com sangue, suor e lágrimas criar um jornal e mantê-lo durante algumas dé-cadas. Alguns dos seus descendentes pretendem dar continuidade a esse projecto. Sei dos esforços que têm fei-to nestes últimos tempos, das suas lu-tas, mesmo contra os que não querem ver o jornal na rua. Pois foi com muita honra que aceitei o convite para inte-grar a Direcção do Correio do Douro, sabendo que simultaneamente me dis-ponibilizo a participar nessa luta, quer pela sobrevivência do jornal quer pe-los seus objectivos que mais não são que iguais aos meus, já que ao divulgar o que de mais importante se passa nes-ta região do país, mais não está a fazer do que a participar neste grande movi-mento cívico.

É certo que as minhas exigências profissionais, que me obrigam a tantas deslocações por esse mundo fora, não me permitem uma dedicação diária, mas tudo de mim darei para acompa-nhar o mais que possa a realidade do nosso concelho e do nosso país. Por me terem dado essa possibilidade, muito obrigado pelo convite.

Aceito!

ACEITO

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CD 3 1 de Maio 2010

Valongo

O CAMINHO FAZ-SE ANDANDO

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O CORREIO DO DOURO acaba de dar mais um passo no trajecto escolhido há 60 anos (estamos prestes a comemorá-los) pelo nosso fundador, Fernando Queirós. Este passo chama-se José Luís Pinto, engenheiro e ex-vereador da Câmara de Valongo que nos honrou ao aceitar o convite que lhe fizemos para integrar a direcção do jornal. Trata-se da concretização de um desejo antigo, de colocar no

CORREIO DO DOURO um homem de Ermesinde, a mais populosa freguesia deste concelho que é o nosso berço e de onde partimos para a área que jurámos defender: o Douro. Bem-vindo José Luís, bem-vinda Ermesinde.

OQ

Já está em marcha um novo hotel em Va-longo, devendo a unidade estar concluída já em Outubro. Inserida no complexo conheci-do como Urbanização da Fonte da Senhora, um conjunto de edifícios cuja construção acabaria abandonada há uma década pelo dono da obra, o conjunto acabaria negocia-do com investidores privados, sob a batuta da Câmara Municipal, ficando decidido no final do ano passado que ali iria nascer um hotel, um Lar de luxo (Residência Assistida) e um Hospital. Com um prazo de execução de 40 meses, a unidade hoteleira será a primeira a ser inaugurada, acto que deverá acontecer já em Outubro.

Para o conjunto do investimento estão previstos entre 15 a 20 milhões de euros que permitirão a criação de 150 a 200 novos em-pregos directos.

O Park Hotel terá 90 quartos, o que dará outra dimensão a capacidade hoteleira do concelho, até agora sempre a braços com problemas quando se trata de alojar pesso-as que demandam Valongo para iniciativas como a Feira de Artesanato, entre outras, com os participantes a terem de se alojar nos concelhos vizinhos que se vêem assim os principais beneficiados, em termos de re-ceitas, com algumas das actividades valon-guenses.

Os munícipes de Valongo são dos que, a nível nacional, mais satisfação revelam com o serviço prestado na recolha e tratamento de resíduos. Num quadro de 69 autarquias anali-sadas, Valongo surge em segundo lugar. A con-clusão é apresentada pela Deco - Proteste.

Na edição de Abril a associação de defesa do consumidor publica os resultados do in-quérito ambiental que revela a nota positiva atribuída pelos valonguenses ao trabalho re-alizado pela Câmara Municipal no que toca à recolha e tratamento de resíduos. Sem grandes surpresas mas com grande satisfação dos au-tarcas, o concelho de Valongo aparece em se-gundo lugar num quadro que reúne a análise de resultados relativos a 69 autarquias.

Num inquérito em que a Deco-Proteste quis avaliar o grau de satisfação dos munícipes dos concelhos com mais de 50 mil habitantes, estudando parâmetros como a distância de

casa até aos ecopontos, a quantidade de resí-duos recolhidos por habitante, as recolhas se-manais, entre outros, o trabalho realizado pela Câmara Municipal de Valongo obteve resulta-dos muito positivos.

Para o executivo liderado por Fernando Melo, estudo agora publicado “é mais um es-tímulo para prosseguir com a estratégia de-lineada com vista a manter a qualidade dos serviços prestados à população”.

Recorde-se que no concelho de Valongo estão em funcionamento 3 ecocentros e estão instalados 302 ecopontos. A recolha porta-a--porta de indiferenciados é assegurada seis dias por semana, além de haver 179 contento-res públicos de grandes dimensões à disposi-ção dos munícipes.

De destacar também o serviço associado ao Número Verde do Ambiente - 800 20 20 99, disponível 24h.

José Manuel Barbosa

Sem pretender armar-me em “colunista” nem por gosto gratuito pelo maldizer, este pequeno texto apenas tem por finalidade lembrar um mal que sobra sempre dos actos eleitorais, nes-te caso das autárquicas.

Todos os partidos ou candidatos indepen-dentes durante as respectivas campanhas ser-vem-se de todos os meios disponíveis para se promoverem. É assim, e fora alguns exageros, nada há a opor, bem pelo contrário, é o jogo democrático. Desta forma, usam desde a visi-ta às feiras, até aos porta-a-porta, distribuin-do propaganda e brindes, etc. Mas também se promovem doutras formas, designadamente através dos estafados outdoors.

É precisamente a este modo de fazer “po-litica” promocional que pretendo chamar a atenção de todos, nomeadamente dos figuran-

SEJA BEM-VINDO

DEPOIS DAS ELEIÇÕES…

tes nos tais outdoors colocados no meu conce-lho em geral e na minha cidade, Valongo, em particular.

Após as últimas eleições autárquicas, em Outubro último, uma das facções concorrentes (no caso, independente), designou locais es-tratégicos para a colocação dos ditos, mas após o término da campanha deixaram arrastar por largo período de tempo a remoção daquilo que depois é apenas “lixo de campanha” e que incluem bandeirinhas colocados ao redor das rotundas (que vistas de longe mais pareciam cruzes de um qualquer cemitério), cartazes nas árvores, enfim… a panóplia do costume.

Não fora a retirada dos outdoors ter sido feita apenas a 50%, não seriam os contornos da mesma merecedora da minha critica. Os vestígios deixados denunciam, em minha opi-nião, falta de respeito para com as gentes desta terra. Se calhar, e porque a candidata indepen-dente em questão não ganhou e como também não é da terra, este tipo de “pormenores” cai no esquecimento dos então apoiantes. Estou a chamar a atenção para os “postes” desnudados que outrora albergaram a imagem da senhora em forma de cartaz e que se encontram ainda espalhados pela nossa cidade, especialmente no centro: junto à CGD, em frente ao hospital, junto ao antigo horto municipal e tantos ou-tros sítios onde a ferrugem cravada nas estru-turas “esquecidas” faz recordar que o trabalho de remoção ainda não está concluído.

Como cidadão exijo mais respeito pela mi-nha cidade e pelo meu concelho, da mesma forma que os locais foram utilizados para fazer campanha também estamos em direito de exi-gir eu finda esta, esses locais sejam deixados da mesma forma que estavam antes dessa promo-ção. E, no caso de os vestígios pouco próprios, fora de campanha, permanecerem, deveria a CMV fazer esse trabalho e endossar à respec-tivas candidaturas a factura do trabalho de re-moção e limpeza efectuado.

Talvez assim começasse a haver mais civi-lidade e respeito. Aqui, como no resto do país.

VALONGO - PARK HOTEL PRONTO EM OUTUBRO

VALONGO NO TOPO NACIONAL

SERVIÇO DE RECOLHA DE RESÍDUOS É DOS MELHORES DO PAÍS

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1 de Maio 2010CD

Sociedade

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As autoridades têm sob vigi-lância apertada os mais fre-quentados pontos de registo do euromilhões e totoloto do Grande Porto. A medida foi tomada depois de nas últimas semanas se terem registado vários assaltos logo após o fecho dos registos do boletim “que faz excêntricos”, às 19 horas de sexta-feira, altura em que as caixas registadores regurgitam com milhares de euros das apostas.

Na zona do Porto os assaltos têm incidido no concelho de Gondo-mar, designadamente em Fânzeres, Rio Tinto e S. Pedro da Cova. Os assaltantes, em número de quatro, ou dois, parecem ser os mesmos ou do mesmo bando, com um modus operandi sempre idêntico: mantêm--se à coca, nas imediações do quios-que, papelaria ou estabelecimento de cafetaria – a grande parte – e, mal soam as 7 da tarde, hora limite para os registos, dão inicio ao assal-to. Surgem de repente, de armas na mão aos gritos de que é um assalto e que ninguém se deve mexer “para não se magoar” e depois procedem pura e simplesmente à recolha dos milhares de euros que estão nas cai-xas à espera de ser canalizados para a Santa Casa da Misericórdia.

GONDOMAR TEM SIDO ALVOAté agora – a “moda” é recen-

te – os assaltos têm-se registado em Gondomar. Uma Papelaria, a “S. José”, em Rio Tinto, onde apenas foram detectados dois assaltantes.

EUROMILHÕES VIGIADO

Tratava-se de homens aparentemen-te jovens, de rosto coberto e luvas nas mãos, que, sob a ameaça de ar-mas e aos gritos, neutralizaram o proprietário, limparam as gavetas, incluindo a que seria o seu objectivo primeiro – a da máquina do euromi-lhões – e partiram levando consigo uma quantia não comunicada mas que rondará os 3 mil euros. À saída os assaltantes ainda dispararam para o ar, de modo a dissuadir qualquer veleidade às testemunhas que, no exterior, viram sair os mascarados, que além das armas empunhadas, traziam um saco com o dinheiro. Os indivíduos entraram para a uma via-tura da marca Rover e puseram-se em fuga. A PSP da esquadra de Rio Tinto, imediatamente accionada, ainda patrulhou as ruas daquela ci-

dade mas revelar-se-ia tarefa vã. Na semana seguinte, na sexta-feira san-ta, eram 19h05, seria a vez de um da Doce-Miragem, confeitaria e “pão-

energúmenos empurrou-a e deitou a mão às gavetas das caixas, fugindo com elas. No total, receita do euro-milhões e confeitaria, os assaltan-tes fugiram com aproximadamente quatro mil euros.

O carro apareceria horas depois, completamente carbonizado, em Zebreiros, na margem do rio Douro.

Na sexta-feira seguinte seria a vez do minimercado “Carmel”, sito em S. Pedro da Cova, na berma da EN 209 que liga aquela antiga terra mineira a Valongo.

Os assaltantes, pelo menos dois, entraram no estabelecimento pou-co faltava para as 19h30. Na altura a proprietária estaria a conferir o di-nheiro das apostas do euromilhões. Não terá tido tempo de chegar ao fim da contagem. Os larápios, de ar-mas em riste, entram a correr lança-do o usual grito de “é um assalto, não se mexam para não se magoaram”. Na loja estava apenas a proprietária e uma familiar que se esconderia. O “raide” foi rapidíssimo tendo os assaltantes fugido com 3.500 euros, num Lancia, roubado essa manhã na cidade da Maia, sob a ameaça de armas.

De salientar que este grupo as-saltara ao final da manhã um posto de Correios em Santa Maria da Fei-ra (Argoncilhe) tendo roubado uma quantia em dinheiro que os CTTs não tornaram publica. No decorrer dessa acção, os marginais feriram à coronhada um cliente que tentou opor-se-lhes.

Estas ocorrências revelaram que os locais de registo de apostas se tor-naram num alvo fácil e lucrativo pelo que as autoridades querem pôr-lhe fim muito rapidamente antes que o fenómeno – pelos milhares de postos que existem espalhados pelo país – se transforme em algo incontrolável.

De assinalar que estes roubos não estão cobertos por seguro algum. Os “contemplados” com as “maquinas negras” da Santa Casa, haja o que houver, têm de entregar o dinheiro das apostas registadas. “Nem que para isso tenham que roubar”, como nos confidenciou, revoltado, um familiar de um dos assaltados. No máximo, o que a Santa Casa permite é o pagamento faseado mas que tem de ser inte-gralmente concluído no máximo de três meses.

TUDO PREJUÍZO

-quente”, em Fânzeres. Desta vez os encapuzados eram em numero de quatro, talvez porque o local fos-se mais frequentado. Ficou um dos bandidos ao volantes do automóvel, agora um Audi A3, pouco antes fur-tado, pelo método de carjaking, em Paredes (Vale do Sousa). Entraram de rompante surpreendendo funcio-nários e clientes, uma dezena, com um deles a gritar que era um assal-to, situação confirmada pelas arma que um deles empunhava. Todos os presente foram instados a não se mexerem enquanto que à gerente era ordenado que abrisse a caixa da maquina da Santa Casa mais outra, ao lado, esta onde estava o apuro da pastelaria. Como a senhora ficou “paralisada” com a entrada dos gatu-nos e não reagisse à ordem, um dos

Mae e filha, proprietarias do último posto assaltado, o minimercado Carmel. em S. Pedro da Cova

Um homem de 52, movido pelos ciúmes, abateu a tiro o novo amigo da sua ex-namo-rada. O caso aconteceu em Gatão, Amarante. O homicida fugiu mas não andou muito, acabando por ser detido em Baião, a algumas dezenas de quilómetros do local do crime.

Sérgio Ribeiro, tinha 38 anos e estava desempregado. Divorciado e pai de duas crianças, o homem, na-tural de Padronelo, estava há já al-gum tempo a viver numa pensão, no centro de Amarante. Recentemente conheceu “Alice” (nome fictício) com quem estabeleceu uma relação amorosa. A mulher, de 36 anos, di-vorciada, diz-se que natural de Baião

MATOU O AMANTE DA NAMORADAmas há muito a residir na Lomba, onde esteve casada, depois de se divorciar terá ido viver para Gatão, onde também reside uma irmã ca-sada. “Alice” – “mulher fogosa”, na opinião de quem a conhece –, além de Sérgio tinha outro namorado, António, de 52 anos, natural e resi-dente em Baião, onde é funcionário de uma Junta de freguesia.

Diz-se na região que Sérgio terá ganho preponderância no coração de Alice que, ao que se diz por ali, começou a fazer vida com ele. An-tónio não sabia mas começou a ver rareados os encontros com a namo-rada pelo que começou a indagar. E dessas diligências surgiu-lhe uma verdade que achou terrível: a sua mais que tudo tinha dois amores. Tê-la-á confrontado com o facto e terá conseguido convencê-la de que ele seria a melhor opção. Vai daí, conta-se, “Alice” terá “expulsado”

Sérgio de sua casa, em Gatão, para contento do baionense. Mas foi sol de pouca dura: Na última sexta-feira terá, de novo, admitido Sérgio na sua intimidade, facto que – vá lá sa-ber como – chegou ao conhecimen-to de António.

O homem terá ficado possesso e, ao final da tarde de terça-feira, me-teu uma pistola ao bolso, montou na motorizada e rumo, serra fora, de Baião até Amarante, a casa da que era e não era sua namorada. Eram 20h30 quando ali chegou. Subiu as escadas e bateu à porta. Quem veio abrir foi Sérgio, “a razão” das suas angústia e despeito. António não esteve com meias medidas, decidido a acabar com aquele que tinha por culpado dos seus tormentos. Gri-tando “vou-te f….”, sacou da arma alvejou-o, à queima-roupa, no peito. Sérgio caiu “sem dizer um ai” e An-tónio fugiu.

Alertados pelo som do disparo, Alice, a irmã e o cunhado, que es-tavam no interior da habitação “a ver o telejornal”, correram à porta. Viram Sérgio moribundo e António a pôr-se em fuga. Chamaram os so-corros que vieram acompanhados pela GNR de Amarante, a quem fo-ram fornecidos elementos sobre o alegado autor. Os militares falaram, via rádio, com os colegas de Baião que se limitaram a esperar por An-tónio, nas imediações da sua casa. Seria detido meia hora depois. Não ofereceu resistência e entregou ime-diatamente a arma que trazia ainda consigo.

Enquanto isso, Sérgio expirava a caminho do Hospital de Amarante.

O alegado homicida foi ouvido durante a tarde de ontem no Tri-bunal de Amarante, onde o Juiz de Instrução ordenou a sua prisão pre-ventiva.

Juntou-se muita gente à porta da casa de Alice

CRIME PASSIONAL EM AMARANTE

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CD 5 1 de Maio 2010

Especial Sobrado

Sobrado, a maior freguesia, em área, do concelho de Valongo, maugrado a terrível crise que assola o país, continua a crescer de uma forma sustentada. E isto graças às carac-terísticas das suas gentes, homens e mulheres sem medo, esculpidos por uma vida dura, de labuta constante para fintar os caprichos dos tempos que, diga-se, poucas vezes lhe foram favoráveis.

Está ainda na mente de todos o en-cerramento da CIFA, a fabrica têxtil que empregava milhares de pessoas, grande parte dos habitantes da freguesia e que, de um dia para o outro se viu absolutamente sem nada. Os sobradenses reagiram como só eles sabem, negando-se a sucumbir sem luta. E venceram.

Mantendo a nobreza das suas caracterís-ticas rurais, Sobrado iniciou um caminho de empreendedorismo que multiplicou industrias e serviços que acabaram por absorver os mi-lhares de vítimas do encerramento da CIFA. Mas foi mais longe e já são muitos os que vêm de foram trabalhar para Sobrado.

SOBRADO DONA DO SEU FUTURO

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Elevada a vila a 19 de Abril de 2001, a freguesia que nos seus primórdios se cha-mava Santo André de Sobrado, tem sabi-do modernizar-se, resistindo a interesses especulativos e sem cair na tentação de um urbanismo selvagem e desrespeitador das suas raízes.Aqui, as tradições respeitam-se.E a prova, se necessária se impusesse, está

nos festejos do S. João, na célebre “Bu-giada”, ano após ano repetidas no mais absoluto respeito pela lenda e história originais. E reconhecendo isso, mais a especificidade que a tornam única no mundo, a “Bugiada” traz todos os anos a Sobrado dezenas de milhar de forasteiros, o que a torna na maior festividade de toda a região e uma das maiores do país.

O RESPEITO PELAS TRADIÇÕES

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1 de Maio 2010CD

Especial Sobrado

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O que o levou a candidatar-se a presiden-te da junta?

Na impossibilidade de o presidente ante-rior, António Monteiro, prosseguir o seu tra-balho por motivos de saúde, eu como conhe-cedor dos problemas da freguesia achei que faria um bom trabalho em prol de Sobrado, assim avancei com a minha candidatura com o apoio do meu partido, com um programa que

os sobradenses aprovaram e que estou a pôr em prática.

Atendendo às características muito pró-prias desta freguesia e ao facto de contar com muitos idosos quais são os seus projec-tos para aumentar a qualidade de vida desta faixa etária?

A junta vai organizar vários eventos duran-

te o ano, pois o objectivo principal é tirar os ido-sos de casa e dar-lhes condições para que eles

SOBRADO EM CARLOS MOTA está há meio ano à frente dos destinos da freguesia e, mau grado a escassez de verbas, está confiante no trabalho que pode e quer fazer por Sobrado. Nesta curta entrevista Carlos Mota fala de muitos dos aspectos da sua terra. Mais do que o que já existe, refere o que está em curso e as grandes batalhas que quer ganhar, como a construção de uma segunda ligação da freguesia à A41. Passeios para peões, novas ruas, mais cultura, mais actividades para jovens e ido-sos, água e saneamento, o presiden-te fala de tudo, da realidade de uma freguesia bem diferente de todas as outras do concelho.

“Jovens e idosos: Que-remos proporcionar--lhes o máximo possí-vel para a ocupação dos seus tempos livres

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CD 7 1 de Maio 2010

Especial Sobrado

MARCHA A NÃO PERDERNuma próxima edição – Especial S. João de Sobrado – será publicada a continuação desta entrevista com Car-los Mota. Nesse texto o presidente da Junta de Sobrado fala exaustivamente de temas vitais para a freguesia como a

Zona Industrial, Novas Acessibilidades

e Plano Director Municipal.

se pos-sam sentir úteis e ao mesmo tempo fazer com que a vida deles não seja tão sedentária mas mais dinâmica. Como sabe, ainda estou aqui há muito pouco tempo e o que posso adian-tar é que já há projectos em prática e outros que estão a ser programados. O objectivo é o que atrás afirmo, assegurando que terão todo o apoio que precisarem da parte da Junta de

Freguesia. Em Sobrado não há velhos. Velhos são os trapos, como diz o ditado. O que temos é pessoas, umas coma mais idade que outras mas todos de inquestionável utilidade para a nossa terra.

Do lado oposto – falando de idades – a freguesia também tem muitas crianças, uma população jovem bastante significativa. E para esses?

É uma das nossas maiores preocupações. Queremos proporcionar-lhes o máximo pos-sível para a ocupação dos seus tempos livres. Assim, e a título de exemplo e da nossa vonta-de, e para lhes proporcionar mais e melhores locais, iremos melhorar o Campo de Jogos da Casa do Povo – em colaboração com a Câma-ra Municipal – para que ali possam as nossas crianças e jovens fazer desporto com todas as condições que merecem. Estamos também a diligenciar no sentido de ao longo do ano, e com a colaboração de algumas associações da Freguesia, levar a efeito várias acções para que eles desenvolvam um espírito cooperativista.

Como estão em iniciativas culturais?

A nível da cultura contamos com a colabo-ração das associações da Freguesia que apre-sentam vários projectos e nós, dentro do que nos é possível, apoiamos outros eventos. As apostas deste executivo são a cultura, o des-porto e a educação.

Continuando na qualidade de vida dos seus habitantes, como está a freguesia no que

“Uma nova ligação, na Lomba, à A41 é o dos nosso maiores cavalos de batalha

toca a água e saneamento?

Hoje posso dizer que mais de 90% da freguesia usufrui de saneamento bási-co. Mas claro que nos preo-cupa aqueles que ainda não estão abrangidos. E por isso aproveito a ocasião para as-segurar que tudo faremos, junto dos organismos res-ponsáveis, para que se pos-sa melhorar a nossa rede e estendê-la a todos os sobra-

denses.

O que é que nos tem a dizer acerca dos problemas surgidos recentemente com A 41?

É, neste momento, se não maior, um dos cavalos de batalha da Junta de Freguesia. De facto o traçado da A41, no que passa por So-brado, só tem uma entrada, concretamente na Rotunda do Ciclista. O que nós pretendemos é que seja feita uma outra ligação na zona da Lomba ao nó de Gandra. Desse modo todos nós poderíamos usufruir dessa auto-estrada. Como devem estar informados, a Câmara Mu-nicipal e a Junta de Freguesia estão a fazer um grande esforço junto do Ministério que tutela este sector para que isso se venha a tornar rea-lidade. Estamos confiantes.

Assim de repente e pondo de parte o que já referiu, que problemas elegeria com prio-ritários para resolver?

Os ligados à circulação automóvel e pe-donal. Posso dizer que um dos problemas da freguesia é a falta de passeios em muitas das ruas de Sobrado. A Junta está empenhada em melhorar significativamente as condições de circulação das pessoas, dando-lhes mais segu-rança. Paralelamente estamos a tentar interce-der para introduzir melhoramentos das nossas estradas, em especial a EN209 que não possui condições para suportar um aumento do trá-

fego. Por isso, será preciso construir variantes para melhor escoamento do trânsito. Estamos com o problema nas mãos e não descansare-mos enquanto não forem encontradas e imple-mentadas

“A Junta está empe-nhada em melhorar ����� �������������condições de circu-lação das pessoas, dando-lhes mais segu-rança.

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1 de Maio 2010CD

Especial Sobrado

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FEIRA DAS ABELHASHá muitos anos que

se realiza, às terças, a feira local.

No entanto, lem-bram-se os mais anti-gos, até aos anos 50 do século passado, a fre-guesia acolhia no mês de Junho, além da fa-mosíssima “bugiada”, a Feira das Abelhas, cer-tame de raízes popula-

res e bem remotas que, infelizmente caíram no esquecimento colectivo.

E se alguém decidisse homenagear esse pedaço da memória desta terra, organizando uma réplica dessa feira de antanho?

Fica aqui a ideia e a disponibilidade do nos-so jornal em colaborar para esse efeito.

Sem grandes pergaminhos no que toca a gastronomia própria, So-brado é no entanto bem conhecido e demandado pelo seu saboroso ca-brito Assado no Forno. Mas não só pois na doçaria a freguesia também atingiu a distinção com os famosos “Doces de Sobrado”, uma especiali-dade que muitos confundem com as tradicionais cavacas.

GASTRONOMIA

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CD 9 1 de Maio 2010

Especial Sobrado

Falar de Sobrado, das suas tra-dições e potencialidades obri-ga a que se distinga o ciclismo como modalidade profunda-mente enraizada na terra. E prova de que os sobradenses são gente grata, Sobrado deu ao ciclismo grandes atletas de que se destacam 3 campeões: Fernando Moreira, Joaquim Leão e Nuno Ribeiro, todos vencedores da prova rainha do ciclismo nacional, a Volta a Portugal em Bicicleta.E se o primeiro desses campeões já nos deixou há muitos anos, os dois últimos continuam entre nós, para regozijo e honra da terra. Joa-quim Leão e Nuno Ribeiro são os rosto vivo de uma terra de campeões. E quando se sabe o que custa calcorrear milhares de quilómetros por serras e planícies, sempre à frente do pelotão dos bravos, pode fazer-se uma ideia da têmpera da gente de Sobrado.São os heróis vivos de uma terra arrojada.

TERRA DE CAMPEÕES

Sobrado tem sabido conservar, com orgu-lho, aquele aspecto rude e aconchegante de certa ruralidade, facto que lhe garante características únicas no concerto do município. E isso é tan-to mais louvável quando, visivelmente, tem sabido acompanhar a evolução dos tempos e consequente modernidade, sem perder o essencial da sua génese. Isto só prova que é possí-vel o casamento harmo-nioso entre dois mundos, aparentemente antagóni-cos.

Afastada, geografica-mente, do grande centro que é a área Metropoli-tana do Porto, a que por

O FUTURO NAS MÃOSdireito pertence, a fregue-sia tornou-se agora mais próxima ao beneficiar de acessos à auto-estrada, benesse que até há bem pouco tempo a era única freguesia do concelho a não possuir.

Assim, agora, os in-dustrias e comerciantes estão a poucos minutos do Porto, aeroporto, por-to de Leixões, e muito mais próximos do mer-cado com futuro imenso que é a Galiza.

Sobrado, desenganem--se os que sabendo da sua existência para ela nunca olharam, tem o futuro nas suas próprias mãos.

E sabe como, quando e para onde quer ir.

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Especial Sobrado

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FUTSAL

Faltam ainda três jornadas mas já ninguém tira o título de campeão de série à equipa de futsal da ASC Sobra-do. A disputar a 2ª Série da 1ª. Divisão Distrital da AFP, a equipa sobradense tem assegurada a subida à Divisão de Honra da modalidade, facto que ga-nha maior amplitude quando se sabe que esta é a terceira subida consecu-tiva, um feito a todos os títulos excep-cional e que diz bem da dinâmica das gentes desta ilustre freguesia

O extraordinário desempenho de Sobrado na modalidade de futsal ganha foros de ineditis-mo se atentarmos ao facto de o futsal surgiu na Associação Social e Cultural de Sobrado (ASCS) apenas em 2006. Segundo o seu presi-dente, Paulo Figueiredo, “depois de uma época de aprendizagem – a modalidade, a direcção e os jogadores eram todos novatos –, os ele-mentos da ASCS ligados ao futsal decidiram que tinham todas condições para efectuar uma aposta clara na promoção da modalida-de. E assim se começou a formar uma equipa que levou os sobradenses da 3.ª Divisão até ao escalão de Honra da Associação de Fute-bol do Porto. Três subidas de divisão conse-

SOBRADO CAMPEÃO 

cutivas, resultado de outros tantos primeiros lugares de série e, até ao momento, o título de campeão da segunda divisão distrital”.

Nesta época desportiva, 2009/10, a ASCS garantiu a conquista do primeiro lugar de sé-rie a cinco jornadas do fim. Assim, e quando faltam ainda três jornadas (joga hoje, Sábado, no Marco de Canaveses) para o fim do campe-onato, a equipa liderada por Miguel Pereira já

leva 16 pontos de vantagem sobre o segundo classificado e 28 sobre o terceiro.

APURADA PARA JOGO DE CAMPE-ÕES, COM NACIONAIS À VISTA

Dentro de sensivelmente um mês realizar-se--á o jogo de atribuição do título de campeão da I Divisão Distrital. A equipa sobradense já

está apurada para essa final e, segundo Paulo Figueiredo, “irá encontrar, provavelmente, a equipa do Vermoím” uma equipa que embora conceituada e perigosa, não está fora do alcan-ce do time da terra do Bugio.

Mas não se pense que as ambições de So-

brado se ficam pelo já alcançado. Não. Os seus dirigentes, atletas e adeptos, querem mais, muito mais. Sem embandeirar em arco, Paulo Figueiredo não hesita em tornar públicos os ambiciosos objectivos: “alcançado que está o patamar mais alto do futsal distrital, a ASCS tem agora como meta atingir os campeona-tos nacionais”. E para que não restem dúvidas quando a resolução e empenho da equipa e dirigentes, o presidente assegura que espera atingir esse desiderato “já na próxima época”.

Para tal, a associação tenciona manter grande parte do plantel – em equipa que ga-nha não se mexe – e reforçá-la, assegurando a contratação de 3/4 atletas para o  fortaleci-mento do grupo.

Segundo o presidente, também se manterá a equipa técnica , liderada por Miguel Pereira, coadjuvado por César Monteiro e José Olivei-ra.

O NOME DOS CAMPEÕES

O plantel desta época é composto por: Emí-lio, Gato, Luís, Edu, Martins, Renato, Bruno, Catolino, Pedrinho, Pinto, Nuno, Ventoinhas, Vieira, Reta.

Directores ligados ao futsal: Paulo Figueire-do, Marco Aurélio, Filipe Silva, Vítor Hugo, Jorge, Hélder Carneiro, Pedro Costa, António Carlos. Na conversa com o nosso jornal, Paulo Fi-gueiredo quis deixar “uma palavra de apreço e gratidão para o Sr. Vítor Sousa, director executivo da New Way / Elite Club, e um dos co-responsáveis por todo este sucesso”. O diri-gente estendeu os agradecimentos à “Câmara Municipal de Valongo que tem sido funda-mental, assim como a Junta de Freguesia de Sobrado”

A Associação Social e Cultural de Sobrado (ASCS) foi fundada em 1989 e desde 2000, altura em que Paulo Figueiredo assumiu a presidên-cia, é uma das colectividades mais activas na freguesia de Sobrado. O teatro, a música, a dança e a edição do jornal Alô Sobrado são algumas das áreas de actuação da ASCS e que têm sido alvo de rasgados elogios por parte da comunidade sobradense e responsáveis concelhios.

POPULAÇÃO COM A EQUIPA Depois de um arranque considerado “algo tímido”, a população de Sobrado já se rendeu aos encantos do futsal e desta sua equipa em particu-lar. Os jogos do Sobrado, realizados no Pavilhão Municipal da freguesia, registam uma assistência absolutamente fora do vulgar para estes cam-peonatos. Raro é o jogo em que estão menos de 200 pessoas, algo impensável em qualquer outro pavilhão do distrital. Segundo Paulo Figueiredo, “o seu constante e caloroso apoio também tem sido a razão do sucesso deste projecto”.

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Valongo

“NÃO CONSTRUÍMOS CENÁRIOS NEM PERSONAGENS PARA A CAM-PANHA”

Muitos previam que 2009 seria era o ano do PSD em Campo. Consegue dizer-nos o que falhou, porque é que perdeu?

Eu não perdi, o PSD não perdeu. Não se esqueça que nós nunca fomos poder em Cam-po. Simplesmente não ganhámos as eleições, mas ganhámos algo muito importante que foi o respeito e o apreço das pessoas da nossa ter-ra. As eleições não mudaram nada, éramos e somos um grupo de pessoas que possui perfil, capacidade e disponibilidade para os cargos a que nos candidatamos. Alguns de nós até fazem teatro mas não construímos cenários nem personagens para a campanha. Éramos simplesmente nós próprios e as pessoas sabem disso, como sabem que podem sempre contar connosco.

Mas tudo isso não bastou para ganhar a Junta…

Eu sei. Mas temos a consciência tranquila. Fizemos o melhor que sabíamos fazer, volto a dizer que tínhamos um grupo de candidatos de indiscutível valor. Sabe, o PSD em Campo, ao contrário do PS e da CDU, não tem sede. É um partido com pouca implantação e que vive mais da projecção pessoal e profissional de alguns militantes e simpatizantes. Digamos que não temos uma máquina montada em permanência como têm esses partidos. No en-tanto isso não impossibilitou de fazermos, na minha modesta opinião, a melhor campanha que alguma vez se fez em Campo. Lembro-me das arruadas em todos os lugares e sempre

� Passaram-se seis meses sobre o acto eleitoral de 9 de Outubro de 2009, onde o PS voltou a ganhar a Junta de Freguesia de Campo. Ao contrário do que ficou ex-presso nas urnas, que não deu maiorias, o Executivo não integra a segunda força política mais votada, o PSD, que ficou a escassos 138 votos da vitória. Hélio Rebelo, presidente dos social-democratas de Campo, analisa, em entrevista ao nosso jornal, este primeiro meio ano de Alfredo de Sousa à frente dos destinos da freguesia. E desta apreciação o que sobressai são criticas e questões, nomeadamente sobre a necessidade e até legalidade de algumas decisões e contratos do Executivo. É uma entrevista desassombrada mas prudente, onde o nosso interlocutor não escamoteia nem foge a qualquer questão.

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CAMPO EM BALANÇO

com centenas de pessoas. No dia das eleições, mesmo perdendo, tivemos a oportunidade de agradecer e falar para centenas de pessoas junto à sede de campanha. Gente que nos co-nhece e que não tem problemas de dar a cara por uma alternativa ao PS local. Eu acredito na valor de cada um de nós, e por alguma razão tivemos mais 713 votos que nas legislativas e o PS menos 555 votos.

Não acha que essa perda de votos do PS se deve ao aparecimento da lista independente afecta à Coragem de Mudar?

Também. Houve muitos socialistas que votaram na lista independente mas também houve muitos sociais-democratas que o fize-ram. Estou convencido de que se não tivesse havido esta lista possivelmente teríamos ga-nho as eleições. Sabe, a Coragem de Mudar tinha em Valongo o objectivo de ficar à frente do PS, mas em Campo o objectivo era outro. Tratava-se de um conflito pessoal, familiar, en-tre os candidatos oriundos do PS e que criou algumas situações caricatas. Mais do que lutar pelos interesses da Freguesia, o que estava em causa era ganhar um ao outro, eram problemas familiares. Lembro-me, por exemplo, da histó-ria dos outdoors e da zaragata que aconteceu na sede do PS entre o Alfredo Sousa e apoian-tes da Odete Dias.

FORA DO EXECUTIVO

O PSD foi a segunda força mais votada num escrutínio onde o PS não conseguiu maioria absoluta. No entanto está fora do executivo da Junta. Porquê?

O PSD foi contactado pelo Sr. Alfredo Sou-

sa, sendo convidado a integrar um executivo constituído por 3 elementos do PS, 1 do PSD e 1 da CDU. Naturalmente recusámos a propos-ta, fazendo ver ao presidente da junta que não seria o PSD a dar uma maioria ao PS quando este não a obteve no acto eleitoral. Manifes-tamos também a nossa disponibilidade para integrar um executivo desde que fosse respei-tada a vontade da população de Campo, ou seja, desde que se reconhecesse o PSD como a segunda força política desta freguesia, a pou-cos votos da primeira e a muitos da terceira. De facto, não podemos esquecer que o PSD obteve mais votos que a CDU e que a lista in-dependente juntos.

“O PS PREFERIU FAZER UMA COLI-GAÇÃO COM A CDU”

E porque não obtiveram esse reconheci-mento, preferiram não fazer parte?

Nós sabemos que o Sr. Alfredo Sousa anda a dizer às pessoas que nós não quisemos fazer parte do executivo, e isso é completamente falso. A verdade é que o PS preferiu que nós não estivéssemos; preferiu fazer uma coligação com a CDU. Repare, numa segunda conversa o Alfredo Sousa convida-nos para vogais do

Continua página 12

CAMPO EM BALANÇO

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Valongo

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executivo mas informa-nos de que o tesou-reiro seria o Sr. Manuel Santos, candidato da CDU. Na sua opinião era a pessoa mais habi-litada para o cargo. Percebemos que o acordo estava feito. Aliás o acordo era pré-eleitoral, facto que já nos foi confirmado por elemen-tos da máquina partidária socialista. É óbvio que o PS tinha toda a legitimidade para fazer de forma directa ou indirecta uma coligação com a CDU; o que não podia era pedir ao PSD que validasse um executivo PS/CDU, quando a vontade popular, expressa nas urnas, foi outra. Vou mais longe: eu próprio se tivesse ganho a Junta de Freguesia de Campo tentaria deixar de fora do executivo o PS. Não andaria com rodeios dizendo uma coisa e fazendo outra.

Concorda com a integração Fernando Baltarejo e José Manuel Carvalho no execu-tivo?

Não vejo problema algum. Possivelmente, e cada um na sua área, serão os dois elementos com mais capacidade dentro do actual execu-tivo. No entanto, penso que têm sido bastante mal tratados pelo actual Presidente da Junta. Em primeiro lugar, penso que a cultura presi-dencialista imposta pelo Sr. Alfredo Sousa faz desanimar qualquer elemento do executivo e em segundo não me parece ser muito correcto escolher as duas pessoas em causa para o exe-cutivo e depois estar constantemente a criticar o trabalho que eles fizeram no anterior manda-to. É tudo menos coerente tecer críticas ao de-sempenho de uma pessoa e depois convidá-la para trabalhar consigo. Eu nunca o faria.

“MUITO MODESTO…”

Passados seis meses sobre as eleições como avalia o trabalho deste executivo?

Acho que tem sido muito modesto e que na prática ainda nada foi feito pela terra. Sei que o tempo ainda é pouco mas pelo menos no pla-no das intenções e dos projectos já poderia ter sido realizada muita coisa. Este executivo anda a reboque das outras forças políticas, nomea-damente o PSD. Onde nós estivermos há-de aparecer sempre o Sr. Alfredo Sousa a dizer “eu também estou”. Dou-lhe o exemplo da nova centralidade. Foi o PSD que em 2005 apresen-tou esta ideia, foi o PSD que em 2007 propôs à Câmara Municipal de Valongo a respectiva alteração em sede de PDM da classificação dos actuais terrenos. Foi o PSD, e já depois das eleições de Outubro passado, que solicitou à CMV a realização do respectivo levantamen-to topográfico. É o PSD que irá apresentar em primeiro lugar um esboço do que se pretende para o local e é o PSD que toma a iniciativa de falar e convencer os actuais proprietários da importância de colaborarem com desenvolvi-mento da nossa terra. É um trabalho que não se vê mas que tem contado com a colaboração de muita gente, nomeadamente do nosso com-panheiro João Paulo Malta. Estando o PSD ou não no executivo da Junta de Freguesia de Campo, garanto-lhe que esta será uma obra a concretizar brevemente. Temos um executivo camarário sensível a esta necessidade e bastan-te empenhado na sua realização.

E não se importa que os louros sejam re-colhidos pelo actual presidente de Junta?

Não. Nós não trabalhamos para medalhas. Nós trabalhamos para a nossa terra, e sem fal-sas modestas, acho que temos algumas provas dadas. Olhe o problema da A41 que cortava a ligação da Lamosa à Ribeira. Já ninguém fala disso. Já não há deputados nem comunicados à população. Mas nós temos acompanhado a obra. Já fomos ao local com o Sr. Vereador Dr.

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Arnaldo Soares e representantes do empreitei-ro para evidenciar as nossas pretensões e fazer dos problemas inerentes à passagem da auto--estrada uma oportunidade de melhoramento da rede viária daquela zona da freguesia.

O facto de a Câmara de Valongo ser geri-da pelo PSD ajuda…

Ajuda, não vou mentir. Naturalmente te-mos um relacionamento excelente com os ac-tuais vereadores. Mas isso por si só não é su-ficiente. Sabe, tem que haver ideias, tem que haver vontade, tem que haver essencialmente trabalho e capacidade de expormos as nossas pretensões. Dou-lhe o exemplo do Centro de Saúde Campo. O PSD colaborou imenso na conquista do terreno. O Sr. Presidente da Junta fez grande aparato do seu bom relacio-namento com o Secretário de Estado da saúde, Dr. Manuel Pizarro. Inclusivamente fez saber que teria ido almoçar com ele e lhe teria fala-do do assunto. Sabe o que aconteceu? Em 2009 tínhamos em PIDDAC 100.000 euros para a construção do Centro de Saúde de Alfena e de

Campo. Em 2010, e para o mesmo fim, temos apenas 10.000 euros. Posso-lhe dizer que nem para o projecto essa verba chega. Como vê não chega ter bons relacionamentos, se é que se tem…

“CONTRATOS SÓ COM APOIANTES DE ALFREDO SOUSA”

É preciso saber o que queremos?

O que queremos e o que não queremos. Não se pode dizer que vamos apoiar as colec-tividades e depois não dar nada; não se pode aumentar os feirantes e depois não resolver problemas básicos como o da não existência de casas de banho. Não se pode ter um terre-no junto à Ponte dos Arcos, dizer que o local é perigoso para as crianças, e não avançar com a construção imediata do passeio; não se pode criticar o anterior presidente da junta, acusá--lo de má gestão e depois apoiar-se desse ar-gumento para continuar com manutenção de contratos ilegais e, pior, efectuar novos contra-tos, também eles muito duvidosos do ponto de

vista da legalidade, com pessoas particulares, apoiantes activos do Sr. Alfredo Sousa na cam-panha. Admira-me a CDU colaborar com este tipo de “apadrinhamento”.

Está a falar de quê, em concreto?

Posso-lhe dizer que a Junta de Campo tem dois contratos de avença, um com um supos-to vigilante do cemitério e outro com uma senhora de limpeza, cujas pessoas que assina-ram o contrato não são as que desempenham os respectivos serviços. Já questionámos o Sr. Presidente da Junta, mas ele justifica-se no facto de serem situações herdadas do anterior executivo. Não demonstra grande interesse em corrigir as mesmas, possivelmente devido ao trabalho que isso acarretaria. Além disso re-alizou novos contratos, um deles com o res-ponsável pelo seu blog na campanha eleitoral, agora supostamente para a manutenção do site da Junta de freguesia e pelo valor de 80 euros mensais. Quanto à manutenção convido os ha-bitantes de Campo a irem ao site; quanto ao valor pago mensalmente, tenho conhecimen-

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Valongo

to, e por comparação, que a Junta de Ermesin-de está a pagar cerca de 30 euros pelo mesmo serviço! Foi também realizado um contrato de avença com mais um apoiante, que colabora-va nas iniciativas de campanha do PS, e que sem experiência nenhuma, e de um momento para o outro, passou a ser fiscal da feira. Neste caso, por exemplo, posso dizer-lhe que a pes-soa em causa vai receber 250 euros por mês, em vez dos 140 euros que recebe o fiscal já anteriormente contratado e que possui vários anos de experiência. Questionado o Presidente da Junta, este justifica a decisão dizendo não confiar no fiscal antigo e de assim ser possível um fiscal fiscalizar o outro. E digo-lhe mais: tive a oportunidade de consultar os contra-tos e respectivos pagamentos, e colocando de lado a nossa opinião de falta de legalidade dos mesmos, posso-lhe dizer que não estão a ser solicitado aos contratados as declarações de não dívida à Fazenda e à Segurança Social bem como os respectivos currículos e certificados de habilitações e há contratos assinados que não foram previamente aprovados em reunião de executivo. É caso para perguntar, o que faz

a CDU no executivo?

O que quer dizer com isso?

Quero dizer que a CDU enquanto res-ponsável pela tesouraria da junta de fregue-sia deveria pugnar pela legalidade dos actos administrativos realizados e não deveria dar quórum às vontades do presidente. Dou-lhe um exemplo: O contrato para a manutenção do site teve início em 1 de Dezembro de 2009 mas até essa data não havia nenhuma decisão do executivo sobre o mesmo. Em Fevereiro úl-timo, quando recebi as actas das reuniões de junta alertei ao Sr. Alfredo Sousa do sucedido. Sabe o que fizeram? Alteraram a acta de 20 de Janeiro incluindo na mesma uma correcção à acta de 11 de Novembro de 2009 no sentido de fazer constar a autorização de realização do contrato. E mais uma vez fizeram mal pois não evidenciaram o resultado da votação realiza-da, ou seja, não sabemos quem votou a favor e quem votou contra. O que sabemos é que estes factos provam a desatenção das pessoas que fazem parte do executivo e provam também

a existência de pagamentos sem que os actos administrativos estejam legalmente realizados.

TAXA DE MANUTENÇÂO DO CEMI-TÉRIO DA RESPONSABILIDADE DO EXECUTIVO PS/CDU

Votaram a favor da Taxa de manutenção do cemitério?

Nós não votamos a favor. A taxa foi defi-nida e aprovada por unanimidade no actual executivo, que não se esqueça é de coligação PS/CDU. O PSD apenas participou na votação da tabela na Assembleia de Freguesia, onde se absteve. Ao contrário do que o PS e CDU an-dam a dizer o PSD não tem responsabilidade nenhuma com aplicação dessa taxa. Não nos foi explicado como chegaram ao valor dos 10 euros. Não sabemos se é muito ou se é pouco. O que sabemos e sabíamos na altura é que a medida ia ter os votos favoráveis dos membros do PS e da CDU na Assembleia de Freguesia. Aliás ficámos admirados com a posição da CDU e com o facto desta força política ter dado uma

volta de 180 graus relativamente às posições as-sumidas no anterior mandato. Mas lá devem de ter a sua razão.

Acha que este executivo terá condições para fazer um bom trabalho até o fim do mandato?

Espero que sim. Têm todas as condições para o fazer. Têm uma maioria, têm um orçamento aprovado. Têm as taxas que querem aprovadas. Digamos que têm o que é preciso para funcio-nar. Agora é uma questão de ideias, empenho e trabalho.

E dinheiro?

Esse é mais difícil. Sabe, a Junta recebeu mui-to dinheiro nos últimos anos relativamente a vendas de terrenos. Nem todo o dinheiro foi bem gasto e a prova disso foram os cerca de 500.000 euros gastos no edifício sede. Houve um terreno que vendemos e que não tínhamos a certeza da sua propriedade. Ficou combinado no mandato anterior reservar 250.000 euros para eventual resti-tuição do dinheiro ao legítimo proprietário. Nes-te momento esse dinheiro não existe. A somar a isto tudo o Sr. Presidente da Junta, e mal na nossa opinião, não chegou a acordo com a outra parte, o reclamante do terreno, e agora segundo sei, o processo vai mesmo para tribunal. Numa primeira fase já não vamos receber os 300.000 de um terreno que vendemos à BRISA, pois o di-nheiro ficará à ordem do tribunal e numa segun-da fase espero – e digo isto com profunda preo-cupação – que a Junta de Freguesia tenha pelo menos metade da razão. Se assim não for, todos teremos um grande problema para resolver.

Deixando a Junta de Freguesia de Campo agora de parte, como vê o futuro próximo do PSD em Campo e no concelho de Valongo?

Vejo com muito bons olhos. As autárquicas de 2009 proporcionaram ao PSD de Campo a entrada de um conjunto de novos militantes de incontestável valor. Pessoas jovens, com formação a vários níveis e desprendidos de ou-tros interesses que não o de ajudar a sua terra. Sabe o PSD sempre se preocupou com formação das pessoas e a competência que as mesmas têm para desempenhar ou não um determinado lu-gar. Na Câmara Municipal de Valongo temos um conjunto excelente de autarcas e sendo este o último mandato do Dr. Fernando Melo, es-tamos naturalmente a preparar a sua sucessão. O Dr. Fernando Melo fez um grande trabalho neste concelho. Foram os centros culturais, foi o saneamento, foram os pavilhões gimnodes-portivos, foi a via distribuidora e neste man-dato vamos ter as escolas e a revisão do PDM. Foram anos e anos de progresso mas que não vão parar nos próximos tempos. Penso que o Dr. João Paulo Baltazar tem o perfil e a compe-tência para continuar a obra. É um homem da terra, que gosta da nossa terra. Sinceramente, e considerando as novas lideranças politicas dos partidos ao nível concelhio não antevejo mais candidatos ao mesmo nível. Penso que 2013 voltará a ser o ano do PSD. Quanto às Juntas de Freguesia penso que temos condições para continuar a governar e bem as juntas de Erme-sinde e Sobrado. Em Alfena acho que teremos condições para voltar a ter uma Junta PSD, não desconsiderando o bom trabalho do anterior e actual executivo. Em Valongo, e com o fim do reinado do actual presidente da Junta, ha-verá condições para chegarmos ao poder. Por fim em Campo, penso que é uma questão de tempo. O trabalho deste executivo estar a ser avaliado como nunca o foi. Em 2013 voltaremos a ser uma alternativa. Da nossa parte teremos a responsabilidade de voltarmos a escolher os melhores. Da parte da população esperamos que façam a escolha certa. Que premeiem o trabalho e a competência, que queiram o me-lhor para a sua terra. Se todos o fizermos Cam-po ficará a ganhar.

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Valongo

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A ‘equipa’ d’A Regional valonguense

O restaurante A Regional Valonguen-se continua a apostar na diferença, promovendo novo jantar vínico onde, uma vez mais, logrou obter uma união perfeita entre a mais genuína tradição da cozinha tradi-cional portuguesa e a excelência dos néctares da Herdade do Esporão (Reguengos de Monsaraz). Foi um autêntico conserto de fragrâncias e sabores.

Sob a batuta dos proprietários, Ismael e Marta – a chef da cozinha – o salão do se-gundo piso do restaurante valonguense re-cebeu um concerto de comidas e vinhos cujo defeito foi apenas o de não se eternizar.

O “prelúdio” foi o aperitivo, a cargo de um fabuloso espumante do Esporão.

Seguiu-se um “sinfonia de entradas” que constituiu o primeiro grande momento da festa gastronómica: Favas estufadas com chouriço; sapateira recheada, enchidos e fumados, migas de bacalhau, guisado de camarão, pataniscas absolutamente divi-nas, carapauzinhos, mexilhão ao vinagre-te, camarão simples e salgadinhos. O tudo regado por um fabuloso Esporão Verdelho.

O segundo “momento” surgiu inespera-damente em terrinas, com aquilo que deve-ria ser uma simples sopa mas que inebriou os sentidos mesmo dos que habitualmente dispensam um prato que faz parte da dieta humana desde a pré-história. E que tinha de especial esta sopa? Não sabemos, o melhor é mesmo passar n’A Regional Valonguense e perguntar à chef Marta. O que podemos adiantar é que se tratou de Sopa de Cação e, ou muito nos enganámos, ou tinha toques de deuses.

O terceiro momento chegou também vindo do mar. Chamaram-lhe Bacalhau Simplório mas esse era apenas o nome que lhe escolheram, porque algo que sabe tão bem, coisa que sabe a música ao palato, de

CONCERTO GASTRONÓMICO NA REGIONAL VALONGUENSE

A HERDADE DO ESPORÃO enviou a Valongo um especialista dos seus néctares. Tratou-se de João Palhinha, um jovem que durante todo o longo jantar mostrou enorme disponibilidade para explicar aos felizes comensais as características de cada um dos vinhos que ali se casavam com a arte da chef Marta.

simplório só pode mesmo ter o nome. Para acompanhar esta especialidade foi escolhido o Esporão Reserva Branco. Foi um momento tão bom que a maior parte dos clientes-con-vidados não resistiram a pedir bis. Ismael, o proprietário, cirandava feliz por entre mesas, prometendo que a sua cara-metade, a Mar-ta, viria explicar como se faz da cozinha uma arte.

Mas nada é eterno. E ainda bem, porque a chef estava nos seus domínios a cinzelar novos sabores que pouco depois chegavam à sala,

em travessas religiosamente transportadas por solícitos funcionários. No ar já estavam novas fragrâncias que rapidamente fizeram olvidar o “simplório” bacalhau. Tratava-se de Costeletas de Porco Preto, com castanhas e migas de legumes. Rapidamente o estômago de quem lá estava tratou de arranjar lugar para receber mais esta dádiva que seria regada com Esporão Touriga Nacional, ele também uma dádiva.

Notava-se no rosto de todos que depois disto mais não seria possível. E ninguém de-

mandava mais.Engano. Estava a chegar o último e doce

prazer: encharcada, pudim de mel e sericaia (doce alentejano), iguarias acompanhadas por um distinto Esporão Late Harvest, um vinho cor de palha, feito com uvas que atingem um estado de sobre maturação, perfeitamente apropriado para acompanhar sobremesas.

No fim todos perguntavam quando seria o próximo “concerto” de fragrâncias e sabo-res de que A Regional Valonguense se tornou especialista.

Os proprietários d’A Regional ladeados pelos representantes da Herdade do Esporão

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Especial Sobrado

VALONGUENSE PESCA CONGRO DE 25 QUILOS

José Nogueira, um amante

da pesca que todos os fins de semana, com um grupo de amigos, se dedica àquele hobby, retirou há dias das águas do Molhe da Pedra, na Figueira da Foz, um congro com 25 quilos. De salientar que, um mês antes já havia ali pescado um “irmão mais novo” deste peixe, outro congro, com “apenas” 16 quilos.

Carlos Silva

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Especial Sobrado