Correio do Douro #15

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DOURO QUINZENAL REGIONALISTA director|OSCAR QUEIRÓS ano|59 número|15 Sexta, 5 de Fevereiro de 2010 preço|0,25CORREIO do nova série Actualidade PÁGINA 3 Regional Oportunidade única PÁGINA 11 PÁGINAS 8- 9 Tomada de posse na Santa Casa PARA FAZER FACE À CRISE “RIGOR, TRANSPARÊNCIA, PROFISSIONALISMO” Plano Anti- Corrupção nas Câmaras Municipais Casa do Douro Actualidade PÁGINA 5 Sociedade |Matosinhos Matou o tio e já estava “com saudades dele” Ribeira de Pena Valongo Homem que estrangulou a filha Começou a ser julgado PÁGINA 4 Sociedade|Porto Regional|Lousada Vereadora envolvida requer instrução do processo para evitar ida a julgamento Milhões em facturas falsas PÁGINA 6 Remodelação urbana obriga a demolir estádio O projecto de requalificação do centro urbano de Lousada vai obrigar à demolição do actual estádio municipal e à construção de um novo nos arredores da vila, afirmou o presidente da Câmara, Jorge Magalhães. PÁGINA 4

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Jornal Quinzenal Regionalista

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DOURO

Q U I N Z E N A L R E G I O N A L I S T A

director|OSCAR QUEIRÓS

ano|59

número|15 Sexta, 5 de Fevereiro de 2010

preço|0,25€

CORREIOdonova

série

Actualidade

PÁGINA 3

Regional

Oportunidade única

PÁGINA 11

PÁGINAS 8- 9

Tomada de posse na Santa Casa

PARA FAZER FACE À CRISE “RIGOR, TRANSPARÊNCIA, PROFISSIONALISMO”

Plano Anti-Corrupção nas Câmaras Municipais

Casa do Douro

Actualidade

PÁGINA 5

Sociedade |Matosinhos

Matou o tio e já estava “com saudades dele”

Ribeira de Pena

Valongo

Homem que estrangulou a fi lha

Começou a ser julgado

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Sociedade|Porto Regional|Lousada

Vereadora envolvida requer instrução do processo para evitar ida a julgamento

Milhões em facturas falsas

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Remodelação urbana obriga

a demolir estádio

O projecto de requalifi cação do centro urbano de Lousada vai obrigar à demolição do actual estádio municipal e à construção de um novo nos arredores da vila, afi rmou o presidente da Câmara, Jorge Magalhães.

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5 de Fevcereiro2010CD

Opinião

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ficha técnica

CORREIO DO DOURO – QUINZENÁRIOwww.correiododouro.pt

Propriedade Condor Publicações, Lda.Contr. 508923190Sede e Redacção Rua Dr. João Alves Vale, 78 – Est. D – 4440-644 VALONGOTel. 224210151 – Fax 224210310

Director|Oscar Queirós - Chefe de Redacção|João RodriguesRedacção e Colaboradores|Victorino de Queirós - J. Rocha - J. Silva - E. Queirós -Nuno Victorino - Carlos Silva, Marquês do Vale.���������Editor Miguel Pereira - João Rodrigues Filho

CORREIO ELECTRÓNICO: ������������ �� ���� � � �� �� �� �������� �� ���� � � �� �� ��������� �� ���� � � �� �� ��������� ���� � � �� �� ��������������� ���� � � �� ���Nº. Registo ERC 125216����������������� ���������

��Óscar Queirós

A censura foi, sempre, uma fortís-sima condicionante da nossa cultura. Pegue-se na história e rapidamente se constata que, desde muito cedo, fomos sujeitos a leis que limitavam a liberda-de de expressão. A crer nos historiado-res, a mordaça chegou a Portugal pelas mãos da Igreja Católica – pontificava então Gregório XI – que, a pedido do rei D. Fernando, instituiu a censura episcopal. Foi a alavanca porque esperava o Poder Civil que, logo a seguir, passou a regulamentar as opiniões, sobretudo quando escritas. A coisa durou até há pouco, até ao final do regime a que chamámos Estado Novo e que tinha na Censura um dos seus principais esteios, institucionalizando um estrito controlo dos meios de comunicação. Mas não só já que exercia uma abomi-nável pressão sobre a opinião e pensa-mento de qualquer um de nós. Censu-ra prévia das publicações, apreensão sistemática de muitas delas, detenções e prisões de quem ousava dar voz ao pensamento, enfim, enormidades muitas das vezes “legitimadas” por tri-bunais que, de resto e na sua maioria, funcionavam como um dos braços da repressão dessa canalha.

Até que veio o 25 de Abril e com ele a explosão das vozes há tanto tempo caladas (pelo menos desde D. Fernan-do). Há quem diga que houve exage-ros. Opiniões.

Uma voz livre, por muito dispara-tada que seja, é sempre melhor que ver um homem amordaçado. E legislou-se nesse sentido. “Tout est bien qui finit bien” pensáva-mos, olhando para trás (sem nostal-gia). É o eras!

Não foi preciso muito para ver que mais forte que a Lei escrita e aceite era, por exemplo, a tutoria dos Ingle-ses que desde há séculos nos mantêm como trabalhadores desta sua quinta. Não acredita?

Há tempos vieram cá alguns desses patrões, alegadamente de férias. Dois deles, um casal, trouxemos três filhos e, num dia de copos – ou seja, um dia

comum para eles – desses três filhos sobraram apenas dois. O outro, uma menina, desapareceu enquanto os pais e amigos festejavam, quiçá uma ida ao supermercado (ou outro motivo fútil que eles tanto gostam de solenizar) com mais de uma dezena de garrafas de vinho, uns brandys e outras coisas que entontecem.

Nunca é demais relembrar que, enquanto isto, as crianças estavam so-zinhas num quarto, longe da vigilância de quem tinha a obrigação de delas cuidar. Mas isso se calhar é só para nós, parolos que povoam esta quinta de ingleses!

Bom, adiante que se faz tarde: a menina desapareceu, os pais, quando se aperceberam (?) chamaram ime-diatamente as televisões (do seu país) e só depois a polícia. Anos (e muitas complicações depois) continuamos sem saber o que sucedeu à pobre menina. Devo salientar que durante a investigação os ingleses (em cujo país

desaparecem mensalmente dezenas de crianças e nem todas reaparecem) viram-se, a determinada altura, em perigo de, pelo menos, serem acusados de negligência grosseiríssima.

E para obstar a tal (e às tantas a muito pior) mandaram para cá po-lícias deles, atitude estranhíssima e inaceitável que mereceu o acordo do nosso feitor (já sabem o nome). O problema é que os polícias (deles) que cá vieram meter o bedelho chegaram à mesma conclusão dos nossos especia-listas nessas coisas. E como não podia ser – até porque os pais da menina são amigos do “premier” de Sua Majesta-de – tratou-se de mandá-los regressar à base enquanto aqui se despedia o parolo que coordenava a investigação. Depois fez-se mais umas diligências e outras ninharias (para inglês e por-tuguês verem) até que se arquivou o processo. “Mais mal é de quem foi”, diz-se por cá. E por isso aceite-se a fatalidade,

esqueça-se o assunto e voltem todos aos copos.

Era assim que suas excelências, os nossos patrões, queriam, pelo que teríamos de cumprir.

Mas o polícia português obrigado a abandonar a busca por ordem – ao que me parece, directamente emana-da do nº 10 de Downing Street – não quis aceitar a (falta de) resolução para o caso. E porque sendo policia estava proibido de falar sobre a investigação, decidiu abandonar a profissão para o poder fazer. E foi assim que, já homem livre, Gonçalo Amaral escrevinhou o testemunho do que foi apurado em milhares de diligências, muitas delas feitas fora das fronteiras da quinta que habitámos.

Em forma de livro, o testemunho do que estava no inquérito – e apenas isso, sem opiniões - vendeu-se aos mi-lhares. Porque a imensa maioria destes parolos que somos não consegue dor-mir em paz sem saber o que aconteceu à pobre menina. Mas quem não gostou da “veleidade” foram os pais dela. E, para provar que continuam a cá man-dar, pediram a um tribunal português que amordaçasse Gonçalo Amaral.

E já que estavam com a mão na massa, que fizesse como se fazia em tempos de má memória: que fossem apreendidos os livros que ainda sobra-vam.

O tribunal acedeu. Foi assim que ficámos a saber que essa coisa da liberdade de expressão ou direito de opinião, plasmados na nossa Consti-tuição como direitos fundamentais, deixam de o ser, sobressaindo como muito mais fundamentais os interesses de dois súbditos da rainha Isabel II.

Podemos barafustar mas nem sei se vale a pena já que aqueles que elegemos para legislar e garantir a nossa liberdade, ao tomar conheci-mento da estranhíssima e intolerável decisão do tribunal lisboeta, decidi-ram que o melhor era meter a viola ao saco... E quem cala, consente!

Esta decisão teve pelo menos um mérito: deixou claro que continuá-mos a ser a quinta dos ingleses.

A QUINTA DOS INGLESES

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CD 3 5 de Fevereiro 2010

Actualidade

��Carla Araújo

Várias “fragilidades” detectadas nas au-tarquias poderão agora ser solucionadas com o denominado Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infracções Conexas.

Grande parte dos municípios de todo o país adoptaram, entre finais de 2009 e início de 2010, um plano anti-corrupção cujo objectivo é suposto proporcionar-lhes uma melhor ges-tão no que concerne às despesas e fiscalização de grandes projectos, contribuindo assim para uma maior transparência.

Este “Plano Anti-corrupção” equaciona determinados riscos naturalmente associados à gestão. É constituído por um conjunto de procedimentos, regras e boas práticas que, a serem implementadas, potenciarão uma ges-tão clara e transparente por parte das entida-des públicas.

Este documento, elaborado – em parceria – pelo Tribunal de Contas e a ANMP (Associa-ção Nacional de Municípios Portugueses), visa a contenção de riscos de gestão, incluindo os da corrupção. Neste âmbito foram identifica-das as cinco áreas de maior sensibilidade, tam-bém consideradas como as que poderão gerar maior risco, sendo elas: a contratação públi-ca, a gestão financeira, os recursos humanos, a concessão de benefícios e o urbanismo.

Em cada departamento municipal, tendo em conta as cinco áreas acima referidas, são identificados os potenciais riscos, os seus res-ponsáveis, e os procedimentos e práticas ade-quadas para os prevenir.

É tido como exemplo prático da utilização deste plano a áreas do urbanismo, na qual se considera importante a nomeação de um ges-tor de procedimentos, bem como a rotativida-de de funções de fiscalização. Já no sector dos Recursos Humanos são indicadas como regras a seguir a não intervenção, nos procedimentos de selecção e avaliação de pessoal, de pessoas

PLANO ANTI-CORRUPÇÃO NAS CÂMARAS MUNICIPAIS

A auxiliar de geriatria condenada em Outubro de 2007 pelo sequestro de uma recém-nascida no hospital de Pena-fiel arrisca cumprimento de prisão efectiva por incumpri-mento da sanção alternativa, que era o pagamento de uma indemnização de 30 mil euros à família ofendida.

Alice Ferreira deveria ter pago até segunda-feira passa-da a primeira tranche da indemnização, de 15 mil euros, o que não fez, confirmou a sua advogada, Susana Babo que admitiu que a mulher também não tenha condições para pagar o restante, quando se esgotar o prazo fixado, dentro de 28 meses.

“A Alice está trabalhar em geriatria, ganha pratica-mente o salário mínimo, tem duas filhas menores a seu cargo e os pais não cumprem o pagamento das pensões de alimentos. A não ser que lhe saia o totoloto, não tem a mí-nima hipótese”, disse a advogada.

No seu acórdão de 1 de Outubro de 2007, o tribunal de Penafiel decidiu que a pena de prisão só seria cumprida se a arguida falhasse o pagamento de 15 mil euros de indemniza-

ção em 28 meses e mais 15 mil em 56 meses.“A perspectiva é que não pague mesmo [qualquer mon-

tante] e não é por não o querer fazer. É por não poder cum-prir”, insistiu a advogada, referindo que a alternativa é avan-çar com sucessivos recursos se, e quando, for decretada a sua prisão efectiva.

O sequestro ocorreu em Fevereiro de 2006, quando Ali-ce Ferreira, de 38 anos, residente em Valongo, levou de uma enfermaria de obstetrícia no sexto piso do hospital Padre Américo uma bebé com dois dias de vida, filha de um casal de Lousada.

Joana Filipa, como lhe chamou a sequestradora, ou Andreia Elisabete, como foi registada pelos pais, ficou em poder da sequestradora até 12 de Março de 2008, altura em que uma cunhada a denunciou à PSP de Va-longo.

A arguida confessou os factos logo na primeira ses-são do julgamento, manifestando-se arrependida e ne-gando, no entanto, qualquer premeditação, afirmando que agiu por desespero.

Agora corre mesmo o risco de ir presa.

Valongo

SEQUESTRADORA DE BEBÉ DE PENAFIEL ARRISCA CADEIA POR FALHAR PAGAMENTO DE INDEMNIZAÇÃO

com as quais existam relações de proximidade. Em relação à concessão de benefícios públicos, o plano é particularmente importante na obri-gatoriedade de declaração de conflito de inte-resse por parte de quem intervém no processo, ou controlando a acumulação de funções de funcionários autárquicos com actividades pri-vadas.

No final de cada ano cada município terá que elaborar um relatório sobre a forma como

está a decorrer este plano anti-corrupção e de prevenção dos riscos associados à gestão.

Trata-se de uma exigência que decorre da entrada em funcionamento do Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), criado pelo Decreto- Lei n.º 54/2008, de 4 de Setembro, que aprovou uma Recomendação sobre “Pla-nos de gestão de riscos de corrupção e infrac-ções conexas”, nos termos da qual as entidades públicas devem elaborar e aprovar os seus pla-

nos de gestão de riscos.Segundo os responsáveis pelo Plano Anti-

Corrupção, este não aumenta a despesa públi-ca, não necessita de mudanças na organização das estruturas das entidades públicas, e não carece de qualquer tipo de legislação.

Veremos, então, no final deste ano, quais os benefícios que este instrumento trouxe para a melhoria do desempenho na gestão dos muni-cípios portugueses.

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5 de Fevereiro 2010 CD

Sociedade

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O tribunal de Matosinhos começou a jul-gar o homem que há oito meses estrangulou até à morte a sua filha de sete anos.

O arguido confessou que estrangulou a menina, usando um cinto de roupão, na noite de 28 de Maio de 2009, num apartamento da Praceta Aquilino Ribeiro, na freguesia de São Mamede de Infesta.

Abraçou a menina antes de a matar e, após o crime, enviou mensagens de telemóvel à ex-mulher a informá-la de que a pequena Maria João tinha ido “para o céu” e que estava “a descansar eternamente com os anjos”.

João Pinto Cerqueira justificou o crime, argumentando que queria suicidar-se e que pretendia evitar que a filha sofresse com a sua ausência.

O arguido encontrava-se separado, havia dois anos, de Rosa Maria Rodrigues Ferreira, mãe da menina, que se constituiu assistente no processo em que reclama do ex-marido uma indemnização de 100 mil euros.

João Cerqueira Pinto está acusado pelo Ministério Público da prática de um crime de homicídio qualificado.

“Terá agido em quadro de perturbação emocional, de ideia de suicídio e de apreensão quanto ao futuro da vítima”, de acordo com relatos da Polícia Judiciária do Norte feitos na

altura da detenção, 24 horas após o crime.A possibilidade de o homicida ser conside-

rado inimputável foi afastada em exames mé-dico-legais, entretanto realizados, que apenas

Matosinhos

HOMEM QUE ESTRANGULOU A FILHA COMEÇOU A SER JULGADO

PORTO

Milhões em facturas falsas

VEREADORA ENVOLVIDA REQUER INSTRUÇÃO DO PROCESSO PARA EVITAR IDA A JULGAMENTOGuilhermina Rego, a vereadora da Câmara do Porto alegadamente en-volvida num caso de facturas falsas, em negócio de sucatas, requereu a abertura de instrução do processo, na tentativa de evitar a ida a julga-mento.

António Lobo Xavier, advogado de empresas ligadas ao processo, confirmou a notícia e adiantou que dois irmãos da vereadora, co-arguidos no caso, também avançaram com o pedido de instrução.

O causídico aduziu como argumento central o facto de o Ministério Público (MP) junto do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto ter dado razão a Guilhermina Rego e aos irmãos num pro-cesso pelos mesmos factos.

De acordo com o advogado, o MP no TAF validou as provas testemunhais e do-cumentais apresentadas pela vereadora e irmãos quanto à efectiva realização das transacções dadas como fantasmas pelo MP junto do tribunal da comarca de Gaia.

“Dá-se, por isso, por integralmente sa-tisfeito”, concluiu.

Igualmente em sede de inquérito do processo-crime, os irmãos da vereadora do Conhecimento e Coesão Social “disse-ram que as compras eram verdadeiras e que tinham modo de o provar. Disseram também que a irmã não tinha a mínima intervenção na gestão do dia-a-dia da empresa”, sustentou o advogado.

Para Lobo Xavier, Guilhermina Rego está a ser, neste processo, uma “vítima de um engano judiciário”, que “não aconte-ceria se a justiça comum tivesse espera-do pelo epílogo do processo em sede de TAF”.

Questionado sobre se a sua cliente te-ria condições políticas para continuar a exercer funções de vereadora na Câmara do Porto, Lobo Xavier disse que já expli-cou todos os contornos do caso ao presi-dente da autarquia, Rui Rio.

“Admito, por isso, que continue a con-fiar nela”, observou Lobo Xavier, conside-rando que o que se passou no TAF “não deixa de ser muito relevante para se fazer esse juízo político”.

Em comunicado emitido na segunda-feira, a Câmara do Porto admitiu que conhecia o processo, mas sustentou que não existe qualquer envolvimento de Gui-lhermina Rego nos factos que lhe deram origem.

A vereadora do Conhecimento e Co-esão Social “explicou, em devido tempo, ao presidente da Câmara os contornos do mesmo [processo], tendo ficado claro que não existe, da sua parte, qualquer en-volvimento nos factos que lhe deram ori-gem”, afirma a autarquia.

Após o crime, enviou mensagens de telemóvel à ex-mulher - a quem convidara para o jantar - a informá-la de que a menina tinha ido “para o Céu” e que estava “a descansar eternamente com os anjos”.

confirmaram que sofria de depressão e tinha tendências suicidas.

A menina Maria João Ferreira Pinto fre-quentava a escola Básica da Ermida, São Ma-mede de Infesta, tinha bom aproveitamento escolar e não estava referenciada nas comis-sões de protecção de menores de Matosinhos nem da Maia, onde reside a mãe desde que se separou.

O crime foi cometido pouco depois de

João Pinto ter chamado à filha para o jantar que nunca lhe serviu e enquanto um aparelho de música instalado no apartamento debitava uma cançoneta de Tony Carreira intitulada “Tu levaste a minha vida”.

Antes de matar a menina, abraçou-a.

O alegado homicida terá mesmo tentando matar-se, ou pelo menos ensaiou o suicídio, na madrugada seguinte ao crime, pou-co antes de a PJ o ter encontrado com a roupa molhada, junto à praia de Cabedelo, em Vila Nova de Gaia.Terá feito nova tentativa de suicídio já quando se encontrava no Estabe-lecimento Prisional de Custóias, a cumprir prisão preventiva.Foi depois transferido para a cadeia de Caxias.

PSP leva corpo da menina para autópsia que viria a confirmar a morte por asfixia

João Pinto Cerqueira argumentou que queria suicidar-se, evitar que a filha sofresse

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CD 5 5 de Fevereiro 2010

Actualidade

A PJ solicita a colaboração do público para localiza-ção de imagens furtadas em Chaves, onde desconhe-cidos assaltaram uma capela e uma igreja, distan-tes uma da outra 100 metros, situadas no Lugar de Paimogo, freguesia de Calvão - Chaves,

por arrombamento tendo furtado várias imagens, designadamente um Senhor do Bom Caminho (foto), em madeira policromada, com túnica em tecido, roxa e cabelo natural, com cerca de 1,30 de altura, na posição genuflectida, Sec. XIX.

IMAGENS FURTADAS NO INTERIOR DE UMA CAPELA E DE UMA IGREJA EM CHAVES

Eram tio e sobrinho, e “até nem se davam mal”. As excepções advinham quando o primeiro recebia dinheiro que, como se sabe, é essencial para ir beber uns copitos, gosto que ambos comungariam e ao qual dedicavam o grosso dos parcos rendimentos que auferiam. Na semana passada repetiu-se mais uma disputa que, desta vez foi longe de mais, só terminando quando o sobrinho disparou um tiro de caçadeira que causou morte imediata ao familiar. O alegado homicida, que aparenta pro-blemas do foro psíquico, conseguiu “lu-dibriar” as autoridades apenas alguns dias. Depois foi detido. E confessou.

Joaquim Rosas Fernandes tinha 61 anos e vivia com um sobrinho, Pedro Jorge Melo, de 39, no lugar de Viela, fre-guesia de Santa Marinha, em Ribeira de Pena, lá onde termina a região de Basto.

Segundo a vizinhança, “davam-se bem” mas tinham uma inclinação vin-cada pelo vinho e seria isso, a par de uma alegada deficiência mental do so-brinho, que fazia com que discutissem “muitas vezes” que é como quem diz: “sempre que havia dinheiro em casa”. Ambos o disputavam porque “o que tivesse mais, era o que mais bebia”. Mesmo assim, dizem alguns, “o velho era o que mais tino tinha e sempre que podia, poupava algum. Mas era o diabo em casa quando o sobrinho descobria”. E terá sido o que aconte-ceu ao fim da tarde de quarta-feira passada. Joaquim e Jorge, “já com os copos”, terão encetado uma discussão à volta de dinheiro. Segundo vizinhos, “o sobrinho descobriu que o tio tinha recebido um dinheirito e tentou que ele lho desse”. Joaquim recusou e, no

Ribeira de Pena

MATOU O TIO E HORAS DEPOIS JÁ ESTAVA “COM SAUDADES DELE”

calor da discussão, o Pedro Jorge em-punhou uma caçadeira, apontou “à barriga do tio” e disparou. O homem morreria ali mesmo, escassos minutos depois.

O alerta seria dado mais tarde, numa altura em que o Pedro Jorge, talvez mais sóbrio, já se tinha desfeito da arma – escondeu-a numa mata vi-zinha – contando às autoridades uma história que não o envolvia. Os polí-cias fizeram de conta que acreditavam mas ficaram a rondar. Acabaram por prendê-lo na última segunda-feira tendo-o apresentado ao Juiz de Ins-trução, de turno, no tribunal de Ribei-ra de Pena. O magistrado ouviu-o du-rante várias horas tendo optado por o deixar em liberdade até julgamento, desde que o Jorge, agora arguido, se apresente duas vezes por semana no

“Ele já está com saudades”Vizinhos, conhecidos e autoridades, re-conhecem no alegado homicida, “alguém ��� ������������ ����������”, coisa que o jornalista não está capacitado para julgar. No entanto e depois do contacto que com ele tivemos, temos de reconhe-cer que tem um comportamento pouco comum. O melhor é passar a explicar: Quando chegamos à aldeia, nas imediações da casa – miserável – onde o crime terá ocorrido, quis o azar que a primeira pessoa que encontrámos fosse o próprio Pedro Jorge. Mas isso, naquelas circunstâncias, só ele o sabia, claro. E falou sempre na terceira pessoa: “���������� ���������������������������� � ������������������������������������ ����!”. E indicou �������������� ������������������������falar do assunto que ali nos levava. Sempre na terceira pessoa: “"����������������!����������#���������#������������� �������$����%�������������������������&�'�(�������� ����� ���������������������������)��*���������%����������������”. E como se não desse mostras de querer dizer mais, aceitamos o silêncio, não insis-tindo quando virou costas. O mais estranho estava para vir. Fomos dali visitar a “casa”, um local em miseráveis condições, falámos com dois vizinhos e seguimos para o tal café onde, entre outros, estava o nosso interlocutor de há pouco. Foi quase por sinais, mais ou menos evidentes, que nos ������������������������������������que procurávamos. Mas nem por isso ele assumiu, antes pelo contrário: manteve o “distanciamento”, falando como se não integrasse a trágica história. Começou por repetir que “��������������#������������fez uma paragem no discurso, cortada apenas uma única vez para dizer que “ele ������������������������%� �������!�+���������������������”. E mais não disse, deixando então que o seu olhar se afastas-se para muito longe de nós. Sabe-se lá para onde…

posto da GNR da sede do concelho.

DE ACORDO COM A LEI

Alguns dos vizinhos dos protago-nistas deste caso ficaram “pasmados” com o facto de o Jorge ficar em liber-dade; outros nem por isso pois conti-nuam a pensar que “ele não é perigo-so”. Ao que apurámos, junto de fonte judiciária, o MP não pediu a prisão preventiva. O alegado autor do disparo mortal, para além de se encontrar na altura embriagado, confessou o crime, informou as autoridades do local onde escondera a arma e não apresenta ris-co de fuga, tudo razões que desacon-selham a medida de coacção máxima.

E por isso regressou a casa, onde agora – e pelo menos até julgamento, vai viver sozinho.

Casa imunda������������������������������ �� ������ ����������������� ���� ������������ ���/������������0������� �� ������1������� ��������!���������������������'�2��������#!������/��������������������%� ��0�������� �������������������� 3����������������������#�������/���#��0����������������������������� &����������&��/��#��� ���0��������������������������#�������������������������#���%��'4������������� ������������� ������ 5&������ ���������������������������������������� ��������'

O homicida ‘ele está com saudades do tio’...

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Regional

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O projecto de requalificação do centro urbano de Lousada vai obri-gar à demolição do actual estádio municipal e à construção de um novo nos arredores da vila, afirmou o presidente da Câmara, Jorge Ma-galhães.

O novo equipamento vai custar 1,3 milhões de euros e vai ser dis-ponibilizado nas imediações da área urbana, na zona onde a autarquia já tem vários equipamentos desporti-vos, nomeadamente um campo rel-vado de hóquei em campo.

Segundo Jorge Magalhães, o novo estádio terá capacidade para 3000 lugares sentados, lotação que o autarca considera suficiente para acolher os espectadores que habitu-almente assistem aos jogos da Asso-ciação Desportiva de Lousada, que milita na segunda divisão nacional, Série Norte.

O autarca espera que o novo complexo desportivo possa servir outras modalidades, para além do futebol.

“Queremos um estádio o mais polivalente possível”, observa Jorge Magalhães.

O novo estádio terá um campo relvado e será dotado de bancada coberta e todas as infra-estruturas de apoio.

Os balneários estarão preparados para dar apoio a outras modalidades que se praticam na zona desportiva municipal, em especial o atletismo e os desportos radicais.

A demolição do actual estádio, situado no centro da vila, junto ao mercado, é uma das acções previstas no projecto de remodelação urbana já aprovado pela câmara e que vai implicar um investimento de seis milhões de euros.

Esta acção, apoiada em 70 por cento pelos fundos do QREN, deverá arrancar até Maio, abrangendo várias artérias da sede do concelho de Lou-sada.

Com a demolição do estádio, na terceira e última fase desta interven-ção urbanística, vai ser possível criar

naquela zona - cerca de 70 mil me-tros quadrados - novas áreas verdes e de estacionamento automóvel, além de equipamentos de lazer para a po-pulação.

“Posso garantir que não está pre-vista qualquer operação de urbaniza-ção na zona do actual estádio”, enfa-tizou à Lusa o autarca lousadense.

A Avenida Senhor dos Aflitos, um dos principais arruamentos, pas-sará a ser quase integralmente pedo-nal, prevendo-se a disponibilização de 300 metros, entre a Praça da Re-pública e os paços do concelho, para estacionamento e áreas dedicadas aos peões.

A Praça da República receberá um pavimento novo e mobiliário ur-bano moderno, mas vai manter duas vias de sentido único separadas por um corredor ajardinado.

É propósito da autarquia, com este projecto, criar mais condições para que os munícipes acorram ao centro da vila.

Segundo Jorge Magalhães, esta

aposta deverá constituir uma mais-valia para o comércio tradicional, que enfrenta presentemente a con-corrência de várias grandes superfí-cies que se têm instalado em Lousa-da.

TROFA

Secretário de Estado inaugura creche em S. Martinho de Bougado

  Com a bênção do bispo auxiliar

do Porto, D. João Miranda Teixeira, foi inaugurada a semana passada a Creche do Centro Social e Paroquial de S. Martinho de Bougado, na Tro-fa, numa cerimónia que contou com a presença do Secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, da Presidente da Câmara Municipal da Trofa, Joana Lima e do Vereador da Acção Social da Autarquia, José Magalhães, entre outras entidades do concelho.

Esta estrutura há muito espe-rada pela população local foi cons-truída ao abrigo do Programa Pares do Ministério da Segurança Social, tendo as obras começado em Maio de 2009. Actualmente aquela valên-cia já está em actividade e recebe 38 crianças até aos três anos de idade, tendo como capacidade máxima 50 utentes.

 

Inês Oliveira revela “Identidade” na Casa da Cultura da Trofa 6 de Fevereiro, na Casa da Cultura

   A Câmara Municipal da Trofa

inaugura, amanhã (6 de Fevereiro) pelas 18h00, a Exposição de Foto-grafia “Identidade” de Inês Oliveira na Casa da Cultura. 

A Exposição estará disponível, na Casa da Cultura da Trofa, de Terça a Sexta-feira, entre das 10h00 às 19h00, e ao Sábado das 10h30 às 17h00. A Apresentação Fotográfica, “Identidade”, permanecerá na Casa da Cultura até ao dia 27 de Fevereiro.

Inês Oliveira nasceu a 22 de De-zembro de 1990, tendo apenas 19 anos de idade. A artista integrou, em 2008, o Curso Artístico Especia-lizado na Escola Secundária Soares dos Reis, na área de Comunicação Audiovisual, e neste momento está a frequentar o 2º ano do Curso de Artes Plásticas, na Faculdade de Belas-artes da Universidade do Por-to, no ramo de Multimédia. A jovem artista recebeu, em Junho de 2008, o 1º Prémio do Concurso Fotográ-fico RFM, do lançamento do álbum “Live Act” dos Fingertips. Em 2009, fez Fotografia Promocional da Si-lence Design (design de interiores) e do Foster Ray (Músico Britânico). Nesse mesmo ano participou no “Making of ” do desfile da Red Oak, no Portugal Fashion, e fez o trabalho fotográfico dos “10 anos a Cantar dos Meninos Cantores do Município da Trofa”.

A Câmara Municipal da Trofa oferece, assim, a oportunidade de to-dos os Trofenses conhecerem o tra-balho desta jovem artista e, ao mes-mo tempo, promove o livre acesso ao conhecimento cultural e artístico.

Naquela que é uma aposta da Câmara Municipal de Felgueiras na descentralização dos actos de decisão política e no inteirar-se das potencialidades e carências das freguesias do concelho, o Executivo municipal – composto pelo presidente, Inácio Ribeiro, e seis vereadores – deslocou-se, em visita oficial, à freguesia de Airães, onde se realizou a reu-nião de Câmara, em sessão ordi-nária e aberta ao público, na sede da Junta.

Nesta deslocação de trabalho – que durou todo o dia –, os au-tarcas, a fim de tomarem conhe-cimento dos problemas, anseios e obras em curso na freguesia, visitaram, da parte da manhã, zonas do património natural e cultural, bem como instituições, fizeram contactos junto da po-pulação e participaram, ainda, na apresentação de uma mono-grafia.

FELGUEIRAS

Presidência aberta

REUNIÃO DE CÂMARA REALIZOU-SE EM AIRÃES

Na reunião camarária, realizada de tarde, para além dos assuntos da respectiva Ordem de Trabalhos, os populares presentes puderam usar da palavra e fazer interpelações ao presidente da Câmara, que tratou todas as abordagens com deferência.

No final, o Presidente da Junta de Freguesia, Sr. Vítor Vasconcelos, agradeceu a iniciativa da Câmara e homenageou, com a inauguração de uma galeria fotográfica, todos os presidentes de junta que o antecede-ram.

Inserida no programa da visita oficial do Município à freguesia foi apresentada a monografia da igreja local, intitulada “Santa Maria de Airães – vivências e transformações de uma igreja româ-

APRESENTADA MONOGRAFIA DA IGREJA ROMÂNICA DE AIRÃES

nica”, com 120 páginas, da autoria de Maria Leonor Botelho, especialista em História da Arte.

O acontecimento teve início no interior do templo, onde a autora fez a

contextualização histórica daquele espaço sagrado no estilo do Româ-nico. Depois, a sessão cultural prosse-guiu, na sede da Junta, em cerimónia dirigida pelo presidente da Câmara.

O edil, congratulando-se com aquele momento, fez a invocação do “valoroso labor dos habitantes de Airães e do vasto património natu-ral e patrimonial da freguesia”. Por sua vez, a Directora do Românico do Vale do Sousa, Rosário Machado, apresentou o projecto orientador de preservação do património români-co da região e evidenciou as suas potencialidades turísticas e cultu-rais.

O evento terminou com um Verde D’Honra, depois de os Escuteiros de Airães terem ani-mado o evento com cantares de Janeiras.

Lousada

REMODELAÇÃO URBANA OBRIGA A DEMOLIR ESTÁDIO

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5 de Fevereiro 2010 CD

Sociedade

6

O Espaço Internet da Câmara Municipal de Valongo comemorou neste final de Janeiro o sexto aniversário. Com o intuito de assinalar esta data junto dos utilizadores frequentes, a autarquia preparou uma cerimónia especial onde o Presidente da Câmara, Fernando Melo, entregou diplomas aos mais recentes forman-dos dos cursos “OraSénior Digital”, “OraJúnior Digital” e “OraDigital”, para além de condeco-rar os participantes dos concursos “Net Paper”, “Poesia Digital” e “Fotografia”. Os grupos que desenvolveram as empresas virtuais no âmbito do “Ora_net_digital” também foram alvo de um reconhecimento público.

EXPECTATIVAS SUPERADAS

Passados seis anos do arranque do projec-to, o balanço que a Câmara Municipal faz do Espaço Internet não poderia ser mais positivo, até porque o projecto já ultrapassou largamen-te os propósitos inicialmente traçados.

O Pichel partiu…O Pichel partiu…O “Zé Jaquim”, como eu o tratava (e poucos mais!), partiu no dia 25 de Janeiro de 2010… partiu para o céu dos folgazões!A doença não o venceu, nem ele o admitiria. Venceu-o a tristeza… ou não! Acho que ele decidiu partir…É justo! Uma alma tão grande e um espírito tão divertido não podem pertencer só a um pequeno grupo de amigos como nós, sob pena de estarmos a ser demasiado egoístas!O Pichel foi, é, e continuará a ser, um folga-zão universal e, onde quer que esteja agora, estarão muitos em diversão contínua – nós já fomos felizardos em termos tido a nossa parte!Mas com saudade o recordamos… já não veremos mais leitões nem burros a passear dentro de um restaurante, não veremos uma vitela dependurada numa árvore do Bom Jesus de Braga e a ser assada às tiras em gre-lhadores de lenha para os cerca de cinquenta amigos que seguiram o Pichel até lá; não ve-remos o Rão Kyao na adega do Pichel a tentar ���������������� �����������������������������������"���#��������������eternos palavrões e os insultos amigáveis para os “morcões” que no restaurante apare-�����������������������������$%�����&������������������������������Acredito que não! O Pichel continuará vivo em nós, nas nossas recordações, algumas das quais já relatadas e outras que guardaremos até ao momento da sua ressuscitação…Parabéns, Pichel! Parabéns por quem foste e por quem és… Boa viagem, amigo!Ah! E já sabes… quando quiseres aparecer cá estaremos à tua espera para mais algumas loucuras!Até sempre, maluco! Onde estiveres, parte-os todos à gargalhada. Nós, por cá, nunca te esqueceremos!Um grande abraço!

Manuel Pinto

Mais pobresO mês de Janeiro não foi generoso para com os valonguenses. Antes pelo contrário. Em lugar de nos dar tirou. Tirou-nos a D. Irene Ventura, uma senhora adorada por múltiplas gerações de valonguenses, pela sua simpatia, carinho e elegância no trato, fosse com quem fosse; pela sua serenidade perante toda e qualquer situação. Era uma espécie de avó de muitos de nós. Partiu.�����������������������'���*��������-tou a abrir as portas de Valongo à morte. Desta vez para nos levar a exuberância, a comicidade, a diversão louca com que nos brindava o Pichel. Este homem bom, abso-lutamente genial no que toca a fazer rir, era considerado (em segredo) pela indus-tria farmacêutica como muito superior, em ���&���������������������������������para os tristes, deprimidos e desiludidos da vida. Um destes dias, se conseguirem descobrir que substância fazia do Pichel um homem tão divertido, tão talentoso, tão alegre e desprendido, podem ter a certeza que iremos ter nas farmácias comprimidos para a boa disposição, para o ânimo, para a vontade de viver, com um nome estampado na embalagem: PICHEL.Dizem-nos que a sua presença foi requerida noutro lugar, onde estará, a esta hora, em plena azáfama, a dar de comer e a fazer rir outros seres. Ficaram saudades, muitas saudades.Até sempre, Pichel e D. Irene,

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Um caso de sucesso

ESPAÇO INTERNET DE VALONGO COMEMORA 6º ANIVERSÁRIO

Os dados recentes indicam que já frequen-taram os cursos de formação disponibilizados pelo Espaço Internet de Valongo cerca de seis mil pessoas, tendo registado uma afluência na ordem das 200 mil utilizações, sendo que mui-tos dos frequentadores do serviço são residen-tes em concelhos vizinhos, reforçando assim a importância deste equipamento na promoção e democratização do acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação.

Iniciativas como o “Concurso de Poesia Di-

gital”, “O Dia da Informática”, “As TIC na Idade Sénior” e também os cursos – OraDigital, Ora-JúniorDigital e OraSéniorDigital, são activida-des regulares promovidas pelo Espaço Internet.

Instalado no Fórum Cultural de Ermesin-de pode ser utilizado de terça a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 19h00, sendo que à sexta-feira o horário se prolonga até às 23h00. Aos sábados funciona das 15h00 às 19h00 e das 21h00 às 23h00. Ao domingo ape-nas está disponível das 15h00 às 19h00.

r uma onda de assaltos nunca vista.

No espaço de poucos dias os larápios assaltaram o café Valival, no centro de Susão tendo ali furta-do, além de alguns bens de menor valor, a máquina de tabaco. No dia seguinte, coube a vez ao café Ana-bel, a seguir ao viaduto que dá aces-so ao Centro Comercial, de onde também foi levada a máquina de tabaco.

Poucas horas depois, também a coberto da noite, os larápios deci-diram aproximar-se ainda mais do centro da cidade, indo directos

ao seu “coração”. A vítima foi a Casa Grilo, na Rua de S. Mame-de. Dali foram levados 6000 (seis mil) euros de tabaco e 200€ em dinheiro. Não contentes, os ban-didos ainda se divertiram vanda-lizando o estabelecimento.

Atendendo a que se trata de um fenómeno em crescendo, tal-vez não fosse asneira a autarquia interceder junto do Comando Metropolitano da PSP no sentido de se dotar a esquadra de Valon-go com mais meios humanos e motorizados, para que seja pos-sível um policiamento eficaz.

ONDA DE ASSALTOS EM VALONGO

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Valongo

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Diz-se que “não se mexe em equipa que ganha” e foi isso precisamente o que fizeram os Irmãos da Santa Casa de Misericórdia de Valongo que em Janeiro último reconduziram os órgãos dirigentes, com Albino Poças a continuar à frente, como Provedor.

Foi perante uma plateia de notáveis valon-guenses e responsáveis de outras Misericórdias que, no passado 15 de Janeiro tomaram posse os órgãos sociais da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Valongo.

Empossados pelo presidente da Assem-bleia Geral da Instituição, Agostinho Rodri-gues, a sessão solene começou pelo juramento da praxe e formalização da posse de todos os escolhidos para continuar a relevante obra que têm vindo a fazer, com Albino Poças como timoneiro. Perante os seus pares e as dezenas de convidados – onde se destacavam o presi-dente do Secretariado da União das Misericór-dias Portuguesas, Manuel Lemos; o Presidente da Câmara Municipal de Valongo, Fernando Melo; o Padre Alfredo, Capelão da Instituição e o juiz conselheiro, Camilo Moreira Camilo – o Provedor, falando no plural, explicou que “ao decidirmos assumir o compromisso para gerir os destinos desta Instituição, por mais três anos, fizemo-lo plenamente conscien-tes das dificuldades que iremos ter que ven-cer e, também, da responsabilidade que irá cair sobre os nossos ombros”. Albino Poças reforçou o peso do futuro, salientando que “após nove anos de um crescimento, cons-tante e bem visível, da nossa Instituição, os anos que vêm a seguir são, por isso mesmo, de uma maior responsabilidade”, admitindo que “foi, precisamente, por termos a noção dessas dificuldades – provocadas particularmente pela crise que o país atravessa – que se fazem sentir, com mais intensidade, nas nossas Ins-tituições, que mais pesaram para tomarmos esta decisão e aceitarmos o novo desafio”.

AVISO À “NAVEGAÇÃO”

Para o Provedor, “os problemas com que debatemos no presente deixam transparecer um futuro muito nebuloso e repleto de incer-tezas”.

Por isso “e dentro deste principio, o tra-balho dos responsáveis pela gestão das nos-sas Misericórdias - todas elas - tem que ser pautado pelo máximo rigor, transparência, profissionalismo e, mais do que tudo isto, vontade de servir no presente sem deixar de pensar no amanhã”. E porque a realidade é o que é, com a Santa Casa a desempenhar um papel insubstituível no plano da assistência aos mais necessitados, e cada vez com mais valências, junta-se-lhe uma outra característi-ca – esta de outra índole – que é o facto de a instituição ser já dos maiores empregadores do concelho. E isto, na opinião do Provedor não permite facilidades: “Jamais a nossa nobre missão pode ser usada ou utilizada como pal-co de ensaios para amadores ou, pior ainda, para vaidades balofas ou outras atitudes do género que só podem conduzir ao caos e descrença nas Instituições, conduzindo a

Tomada de posse na Santa Casa

PARA FAZER FACE À CRISE “RIGOR, TRANSPARÊNCIA, PROFISSIONALISMO”

ÓRGÃOS SOCIAIS ELEITOS (TRIÉNIO 2010/2012) Assembleia-geralPresidente: 1o

Secretário: 2o

Secretário:

Eng.º Agostinho Rodrigues Dra. Maria Manuela Rocha José Fernando Abreu

Mesa Administrativa: Provedor: Vice-Provedor: Secretário:Tesoureiro: Vogal:

Albino da Silva Martins Poças Prof.a Dra. Rosa Maria S. M. Rocha Dra. Rosa Maria Vale José Fernando Santos CastroAntónio Pais dos Santos

Conselho Fiscal: Presidente: 1o Vogal: 2o Vogal:

António Augusto M. C. Paupério Manuel António Ferreira José Augusto Castro Paupério

Fernando melo, presidente da Câmara de ValongoManuel Lemos, presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias

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Valongo

inevitáveis prejuízos, com reflexos na qua-lidade dos serviços que são ministrados por nós aos mais carenciados da nossa Sociedade”.

Para finalizar, Albino Poças reafirmou sole-nemente o que o move, assumindo perante to-dos, “particularmente dos Irmãos da nossa Misericórdia, que este grupo de mulhe-res e homens que acabam de tomar posse, se empenharão ao máximo, para defender e cumprir os valores contidos nas Obras de Misericórdia e que tudo farão para que esta Instituição continue, como vem acontecendo ao longo dos anos, a caminhar sempre no sentido da modernização e renovação, pro-curando proporcionar aos nossos UTENTES - idosos e crianças - uma melhoria progressi-va e constante, de modo a valorizar sempre mais a sua qualidade de vida e o seu bem-estar. Não deixaremos, também, nunca, de atender pontualmente às situações - por ve-zes desesperadas - de casos de famílias ca-renciadas que vão chegando até nós, cada vez com mais frequência”.

Para o Provedor, “este será o rumo da nos-sa caminhada nos próximos três anos, con-victos, que este será o melhor caminho, para pôr em prática os princípios que nos guiam e, também, para defender os valores que nos foram legados pelos nossos antepassados. Te-mos consciência que os tempos que correm e os que vêm a seguir não são fáceis, mas esta-mos aqui para trabalhar”.

FERNANDO MELO GARANTE APOIO

A seguir ao Provedor coube a Fernando Melo o uso da palavra. O presidente da Câma-ra de Valongo relevou o papel único que a ins-tituição desempenha junto da comunidade e, relembrando a sensibilidade social que nunca escondeu, afirmou que, tal como até agora, “a Santa Casa da Misericórdia de Valongo pode contar com o apoio e cooperação” do municí-pio, na prossecução dos nobres objectivos que estão na génese da instituição.

Por último discursaria Manuel Lemos, pre-sidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, deixando palavras de incentivo aos dirigentes da Santa Casa de Valongo, relembrando – se preciso fosse – que “os tempos que correm tornam estas institui-ções ainda mais essenciais”, lembrando que, por isso, “é de esperar que continue a aumen-tar o número de pessoas que, cada vez mais, a elas [Misericórdias] ocorrem” a pedir auxílio.

No fim houve um Porto de Honra a marcar o início de mais um triénio a espalhar o Bem, como tem sido característico da nobre institui-ção valonguense.

-Agostinho Rodrigues, presidente da AG Maria Manuela Rocha, secretária da AG

José Fernando Abreu, secretário AG Albino Poças. Provedor

Rosa Maria S. M. Rocha, vice-Provedora Rosa Maria Vale, secretária da Mesa Administrativa

José Fernando Santos Castro, Tesoureiro António Pais dos Santos, vogal

Manuel António Ferreira, 1.º vogal do CFAntónio Augusto M. C. Paupério, presidente Conselho Fiscal José Augusto Castro Paupério, 2 vogal CF

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5 de Fevereiro 2010 CD

Valongo

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A festa do golo

AD VALONGO – Fábio Vieira (GR), Hugo Azevedo, Nuno Rodri-gues Miguel Viterbo e Jorge Alves (1 golo), Nuno Ribeiro (GR-nj), Jorge Vieira (1 golo); Rafael Almeida (nj), Tiago Pimenta (nj) e António Costa (nj) – Treinador: Paulo Pereira

SL BENFICA – Ricardo Silva (GR), Valter Neves, Ricardo Perei-ra, Tiago Rafael e Caio; Carlos Silva (GRnj), Diogo Rafael (1 golo) Pedro Afonso, Toni Sanches e Carlitos – Treinador: Luís Senica

Árbitros: Rego Lamelas e Paulo Rai-nha, da AP Minho e Sílvia Coelho, da AP Porto

Uma moldura humana que por costume apoia a equipa sempre que joga em casa, um adversário que hu-milhou o Valongo na deslocação a Lisboa 12-2, uma vontade férrea de não defraudar os adeptos, enfim, vá-rios condimentos para uma grande exibição.

Não se notaram as ausências de João Marques - lesionado – e Fran-cisco Barreiro – castigado – dois jogadores de inegável qualidade, normalmente utilizados por Paulo Pereira, sendo certo que, se estives-sem disponíveis dariam certamente grande contributo à equipa.

O intervalo chegou sem que se fizessem golos, coisa rara na moda-lidade, não significando por isso que não tivessem havido oportunidades de ambos os lados. Mas é certo que era o resultado justo.

A segunda metade abre pratica-mente com o gélido golo do Benfi-ca, conseguido num remate de meia distância que apanhou de surpresa a defesa local. Esse golo mexeu com os jogadores que imprimiram uma velocidade no jogo de tal ordem, que proporcionou à assistência os melho-res 25 minutos de hóquei dos últimos anos!

Os rapazes de Valongo estavam inconformados e lançaram-se para cima do Benfica. Era bola cá bola lá. Numa das investidas do Benfica, bem atrás da baliza de Fábio Vieira, o Valongo fez a décima falta, sofrendo assim um livre directo e consequente expulsão. O keeper valonguense evi-tou o 0-2. Em superioridade numéri-ca, e isso aconteceu por duas vezes, o

Hóquei em Patins – Nacional da I Divisão

AD Valongo 2 Benfica 1

O EXPECTRO DA LUZ NÃO PAIROU SOBRE VALONGOQualquer ponto que o Valongo conseguisse tirar ao Benfica, depois de uma pesada derrota em Lisboa (12-2) era, sem dúvida muito bom, até porque, há que reco-nhecer, os objectivos dos encarnados são muito mais vastos e ambiciosos que os do Valongo. Daí o facto de ter conseguido arrancar os três pontos, aliados a uma exibição admirável, foi de facto ouro sobre azul, perdão sobre o verde das camisolas suadas daqueles jovens jogadores, que, certamente, têm um grande futuro à sua frente.

Benfica montou uma quadra ofensiva junto à baliza de Fábio, mas os rapa-zes de Valongo estavam intranspo-níveis. Numa das investidas à baliza encarnada, defendida por Ricardo Silva, Ricardo Pereira comete falta para grande penalidade. O miúdo Jorge Alves foi chamado a cobrar o penalty, fez golo com um remate ir-repreensível.

Estava feita a igualdade e o Ben-fica em risco porque estava com nove faltas, ou seja em risco de sofrer livre directo. Bastava para isso que sofres-se a décima falta, o que até aconteceu mas, diga-se, o árbitro Rego Lamelas, não quis marcar, reforçando o que para nós estava a ser um péssimo trabalho. Adiante. Os jogadores va-longuenses não baixaram os braços e carregaram os encarnados para a defesa, onde tentaram construir uma muralha. De pouco lhes valeu. Faltava um minuto para o términus da partida quando o veterano Jorge Vieira fez o golo que selou uma ex-traordinária vitória sobre o Benfica, o que já não acontecia há muitos anos.

Valongo viveu assim mais me-morável tarde de hóquei em patins

Carlos Silva

MIÚDOS MAS JÁ VENCEDORESNo intervalo deste jogo, os miúdos dos escalões benjamins e escolas da AD Valongo, foram homenageados

pelo clube que dignamente representaram ao venceram a pré-competição da Associação de Patinagem do Porto. Foi bonito de ver aqueles pequerruchos entusiasmados a correr para o centro do rinque com uma alegria conta-giante. Ali, receberam individualmente, das mãos do vice-presidente da Câmara de Valongo, João Paulo Baltazar, a medalha alusiva à prova que conquistaram.

o presidente do clube, João Carlos Paupério, e o vice-presidente da Câmara galardoam os valentes miúdos

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CD 11 5 de Fevereiro 2010

Regional

Todos conhecem os múltiplos problemas que a Casa do Douro (CD) tem tido ao longo dos últimos 20 anos. Vários Governos, vários Ministros, vários Secretários de Es-tado e diversos outros interlocuto-res institucionais têm, ao longo dos anos, prometido e legislado sempre no sentido de despir a Instituição representante da Lavoura Duriense das suas competências e atribuições que também eram fonte das suas re-ceitas.

O anterior Governo PS deu a machadada final nesta Instituição não honrando os compromissos escritos existentes e usurpando-lhe, via IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e Porto), atribuições e o seu último grande activo que é o cadas-tro dos vitivinicultores do Douro.

Contudo, o novo Ministro da Agricultura, António Serrano, pare-ce querer inverter a situação tendo dado indicações ao IVDP, na pessoa do seu Presidente (Luciano Vilhe-na), no sentido de que se parassem todas as questões legais que decor-riam nos Tribunais e que se chegasse a um acordo com a CD para a reso-lução de todos os imbróglios pen-dentes e que permitisse a esta meios de subsistência. O Ministro estabe-leceu ainda a data de 31 de Janeiro de 2010 como aquela em que tudo

Casa do Douro

OPORTUNIDADE ÚNICA

deveria estar resolvido.A CD, ao longo dos anos, tem

tido, por parte dos políticos, uma série de promessas que não têm pas-sado disso mesmo. Por outro lado

o actual Presidente do IVDP desta-cou-se como um dos mais acérrimos opositores da CD. Não admira, pois, que ao mesmo se deva o facto de as negociações (tendo-se chegado ao

final do prazo indicado pelo Minis-tro) não terem ainda tido resultados práticos. Estamos em condições de afirmar - e segundo fontes do pró-prio IVD - nessa Instituição não de-

corre nenhum trabalho nem estudos no sentido da apresentação de uma proposta negocial; tudo parece estar centralizado no Presidente que tem reunido com a Direcção da CD mas destas reuniões nem actas têm sido escritas.

Isto mais parece um negócio de feira!!!

Num momento em que se abre uma oportunidade única para que se faça justiça e se pacifique a Lavoura duriense é inadmissível que assun-tos tão sérios sejam tratados com tamanha leveza e displicência. Para já há um prazo que não foi cumpri-do sem que haja registo de qualquer acto negocial efectivo, muito menos resultados.

Perguntamos: haverá boa-fé ne-gocial da parte do IVDP para uma efectiva resolução do problema como lhe foi exigido pela tutela?

Aquilo que sabemos e que cons-tatámos ao longo dos anos é que é prática corrente no IVDP (princi-palmente na vigência da gestão de Luciano Vilhena), quando as coisas não correm de feição atirar as culpas para a CD e os seus órgão directivos. Esperamos que tal não volte a acon-tecer agora que o prazo dado pelo Ministro está ultrapassado.

João Rodrigues

O descontentamento avoluma-se no seio dos alunos da Escola Superior de Comunicação Admi-nistração e Turismo de Mirandela. Segundo os próprios o problema residirá na Professora que lecciona as disciplinas de Direito Civil (I e II) e Reais. Para os que dizem que a senhora não se encontra à altura da função, a prova estaria no facto de a média de aprovações nas res-tantes disciplinas de Direito ron-dar os 60% enquanto naquelas por ela ministrada não passa de 13%.

Os alunos apontam graves falhas pedagógicas e de relacio-namento à docente que dizem ex-plicar mal e de forma incompleta as matérias que depois exige nas avaliações: “Fui a quase todas as aulas mas a Prof. não ensinou as ratoeiras que depois saíram nos testes. Acresce que estes quase

sempre contêm erros” disse-nos um aluno.

Quando confrontada com as acusações a docente reclama ser formada em Coimbra e ter um conhecimento profundo das leis que ensina. No entanto os alunos continuam a reclamar, brandindo as baixas taxas de sucesso das dis-ciplinas por ela ministradas como justificação.

À direcção da instituição ”já apresentámos queixa há mais de um ano e não há forma de ha-ver uma decisão” afirma um ou-tro aluno, que confessa não saber mais que fazer.

Mas alguma coisa terá de ser feita, alguma solução encontrada para que estes jovens deixem de ter vontade de desistir.

João RodriguesAcabam de ser eleitos os órgão

sociais da AEVP (Associação de Ex-portadores de Vinho do Porto) para

ALUNOS DESCONTENTES COM PROFESSORA

Douro - Fernando Pinto nos órgãos sociais da AEVP

COM DEUS E COM O DIABO

o triénio 2010/2012.Esta notícia não teria grande des-

taque se entre os eleitos não estivesse

Fernando Pinto que ocupará o cargo de Secretário da Assembleia Geral.

Ora, este senhor é também o Presidente das Caves Vale do Rodo, é membro do Conselho Regional da Casa do Douro e da respectiva Co-missão Permanente. Sabendo-se que a Casa do Douro é a representante da Lavoura (Produção) e a AEVP representa o Comércio, tendo em conta os interesses de cada um, es-tranha-se que alguém possa estar ao mesmo tempo nos dois lados, “com Deus e com o Diabo”.

Esmiuçando a situação: Fernan-do Pinto sempre tem alegado defen-der os lavradores, aqueles que têm que trabalhar a terra, podar as vi-nhas, fazer as enxertias e a vindima, trabalho pelo qual os Exportadores tentam pagar o mínimo possível chegando-se ao ponto de, como este ano, raiar a pura exploração.

Que papel terá Fernando Pinto quando reúne com os seus asso-ciados das Caves Vale do Rodo a prometer-lhes o maior rendimento possível e em seguida quando reúne com os seus pares do Comércio na AEVP? Irá ele defender que posição? Para nós não restam dúvidas de que estará ao lado do Comércio a tentar esmifrar o preço, o mais baixo pos-sível, pelo suor e pelo trabalho dos lavradores de que se diz também re-presentante.

João Rodrigues

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5 de Fevereiro 2010 CD

Regional

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Em Abril de 2009 era dado o alarme para o apareci-mento de um novo vírus, que ameaçava uma rápida pro-pagação a nível mundial, inicialmente denominado de gripe suína e mais tarde por H1N1 ou Gripe A.

A denominada pandemia de gripe é um surto global de uma variante de gripe suína cujos primeiros casos ocorreram no México em meados do mês de Março de 2009 e que rapidamente se propagou por todo o mundo, com o primeiro alerta dado na América do Norte e logo em seguida na Europa e Oceânia, tendo como princi-pais sintomas o aparecimento repentino de febre, tosse, dores de cabeça intensas, dores musculares e nas articu-lações, fl uxo nasal e irritação nos olhos.

Em 25 de Abril de 2009 era declarado pela Organiza-ção Mundial de Saúde (OMS) que esta epidemia era um caso de emergência para a saúde pública internacional, pelo que todos os países deveriam desde logo acentuar a vigilância relativamente à propagação do vírus.

As mortes atribuídas a este vírus foram-se multi-plicando, o estado de alarme por todo o mundo foi-se intensifi cando, e nos hospitais eram criadas salas de iso-lamento para os doentes que manifestassem comporta-mentos associados aos sintomas deste vírus.

Em Junho de 2009 o laboratório suíço de soluções medicinais NOVARTIS anunciava a criação de uma va-cina contra o vírus H1N1, a qual estaria disponível em Setembro desse ano.

Pouco depois deste anúncio o governo britânico aler-tava que a vacina poderia trazer factores de risco para a saúde, tais como: paralisia e insufi ciência respiratória,

podendo mesmo levar à morte. Muitas foram as opiniões relativas á sua efi cácia. Surgiram, por entre os profi ssio-nais de saúde, diversas opiniões controversas, aumentan-do ainda mais as dúvidas da população sobre a toma ou não da vacina, em paralelo com a notícia de que tudo isto

teria surgido apenas de um confl ito de interesses entre a Organização Mundial de Saúde (OMS) e as farmacêuti-cas.

Mais recentemente, já em 2010, surge a comunicação de que tudo isto poderá não ter passado de um falso alar-me de pandemia. O rosto desta tese foi o alemão  Wol-fand Wodarg, presidente cessante da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa que, através de um relatório, pediu um debate, denunciando a actuação de grandes laboratórios farmacêuticos, bem como uma alegada infl uência na compra de milhares de vacinas por parte dos governos de todo o mundo para combater o vírus H1N1.

Posto à votação, 96 parlamentares votaram a favor da realização do debate “Falsas pandemias: uma ameaça para a saúde”, contra a opinião dos restantes 82 depu-tados que disseram “não”. Mesmo em maioria, os que eram a favor foram derrotados porque seria necessária uma maioria de dois terços para aprovar o projecto de resolução, fi cando assim a realização deste debate adia-da, quem sabe se para as “calendas gregas”.

Às controversas declarações de Wolfand, a Organi-zação Mundial de Saúde reagiu célere contrapondo que não se tinha tratado de nenhum falso alarme, visto que a gripe A provocou já a morte de 14 mil pessoas em todo o mundo, desde o seu aparecimento.

Teremos que aguardar por novos desenvolvimentos para percebermos se a Gripe A é de facto um novo vírus, ou apenas uma variante circunstancial aproveitada oportu-namente para o enriquecimento da Indústria Farmacêutica

GRIPE A TERÁ SIDO FALSO ALARME?

Por Carla Araújo | Jornalista

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CD 13 5 de Fevereiro 2010

Regional

Encontro em Lamego alerta para os perigos que as crianças enfrentam na InternetA divulgação dos perigos reais que as crianças e os jovens enfrentam na utili-zação diária da Internet e a abordagem que a família e a escola devem usar para proteger os mais novos dos riscos online vão ser os principais temas em debate no encontro que a Câmara Municipal de Lamego vai organizar, no próximo dia 8 de Fevereiro, para assinalar o Dia Euro-peu Internet Mais Segura. Este colóquio reunirá um vasto leque de especialistas e investigadores que vão promover a utilização responsável e segura das novas tecnologias de informação e comunica-ção.Dividido em dois painéis, dirigidos se-paradamente a alunos e a pais, encar-regados de educação e professores, o encontro Internet Mais Segura decorrerá na Escola Secundária/ 2,3 da Sé, visando expor os principais perigos associados à utilização da Internet por parte dos mais novos: o livre acesso a conteúdos impróprios, legais ou ilegais, os contac-tos potenciais por parte de pessoas mal intencionadas e a realização de práticas comerciais e publicitárias não-éticas. Recentemente, estas ameaças à seguran-ça online foram actualizadas, passando também a incluir os comportamentos irresponsáveis ou compulsivos e o co-pyright, ou seja, a violação dos direitos de autor. Promovido pela Câmara Municipal de Lamego, através do espaço Internet Lamego Digital, também vão estar repre-sentadas as seguintes entidades: o pro-jecto MiúdosSegurosNa.Net., o Projecto DADUS, a Escola Segura, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Peri-go de Lamego e o Gabinete de Psicologia da autarquia. A entrada é livre para o público em geral.

MESÃO FRIO

Apoio psicológico a doentes oncológicos

A Câmara Municipal de Mesão Frio aprovou, em reunião de câmara um protocolo com a Liga Portuguesa contra o Cancro - Núcleo Regional do Norte (LPCC-NRN), envolvendo ainda o Centro de Saúde de Mesão Frio. O protocolo prevê apoio psicológico a doentes onco-lógicos e familiares.A Unidade de Psico-Oncologia da LPCC-NRN disponibilizará gratuitamente a sua equipa de técnicos de saúde mental, para a realização de consultas de psico-oncologia em Mesão Frio. As consultas terão lugar no Centro de Saúde do con-celho, em espaços clínicos adequados para a realização de sessões de psico-terapia individual, casal e/ou grupal, assegurando a existência dos recursos que forem solicitados pela Unidade de Psico-Oncologia da LPCC-NRN. A Câmara Municipal facultará transporte gratui-to aos técnicos de saúde mental da LPCC-NRN, sempre que os mesmos se desloquem a Mesão Frio por solicitação do Centro de Saúde do concelho.Esta iniciativa partiu da Liga Portugue-sa contra o Cancro que está envolvida num importante projecto que objectiva a expansão e a potencialização dos Cui-dados de Saúde Mental prestados aos Doentes Oncológicos e aos seus familia-res em Portugal.

Alto Douro investe na agricultura

Nova unidade de transformação impulsiona exportação de baga de sabugueiro

Os agricultores da região Távora-Varosa já têm à sua disposição uma moderna uni-dade de transformação de baga de sabugueiro, apetrechada com equipamento de frio que permite que este produto, colhido nos meses de Agosto e Setembro, seja processado e armazenado em condições adequadas com vista à sua exportação. Situ-ada na freguesia de Dalvares, Tarouca, as novas instalações integram a Régiefrutas – Cooperativa Agrícola de Interesse Público Távora-Varosa, recentemente constituída, da qual fazem parte os municípios de Lamego e Tarouca como sócios fundadores, detendo em conjunto 25 por cento do capital. A criação da Régiefrutas visa dar um novo impulso ao sector agrícola, com a dina-mização de produtos regionais, em particular a baga de sabugueiro, integrando um plano mais amplo de desenvolvimento estratégico da região. A importância da concretização deste investimento, cujo valor ascendeu a 3.900.000 euros, levou o Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, António Serrano, a deslocar-se à nova unidade industrial, a 20 de Janeiro último, para presidir à ceri-mónia de inauguração.Vocacionada sobretudo para a exportação, a construção da unidade de transforma-ção da baga de sabugueiro na região do Douro é, na opinião de Francisco Lopes, presidente da Câmara Municipal de Lamego, “de primordial importância para os nossos agricultores, sendo um bom exemplo da sua capacidade empreendedora e da colaboração profícua entre diferentes autarquias”. O autarca sublinha ainda que a participação pública na criação deste equipamento está devidamente alicerçada, em ����������� ����������������������������������� ���������������������-mento comunitário.Para além dos Municípios de Lamego e Tarouca, prevê-se que em breve outras autar-quias da região passem a integrar esta cooperativa que veio substituir a Organização de Produtores Agrícolas do Varosa.

“Um encontro, um escritor”. Tem sido o lema, ao longo do ano lectivo, do Agrupamen-to de Escolas de Mesão Frio, concretamente da Biblioteca do Agrupamento, para a promo-ção de hábitos de leitura junto dos seus alunos e, de alguma forma, uma medida de combate ao insucesso escolar. Desta feita, os alunos do pré-escolar e do 1º ciclo de Barqueiros, Cida-delhe e Oliveira visitaram, no passado dia 27 de Janeiro, a Escola EB 2/3 Secundária Prof. António da Natividade para conhecerem três escritores: César Luís de Carvalho, Cristina Bernardes e Maria Elisa de Carvalho, esta últi-ma com 8 anos de idade e aluna do 3º ano do ensino básico, no Colégio da Imaculada Con-ceição, em Lamego.

César Luís de Carvalho apresentou aos alunos presentes o livro “Uma mão cheia de histórias” que, como explica o autor, promove a criatividade. São histórias experimentadas, ouvidas e trabalhadas pelas crianças, inseridas

Mesão Frio

“UM ENCONTRO, UM ESCRITOR

no projecto “Cada texto, um tesouro” com o objectivo de incentivar os actos de ler e de es-crever. Cristina Bernardes apresentou o livro “Nuvem ou o sonho de ser almofada” onde nos transporta para um mundo de sonhos e fantasia. A pequena escritora Maria Elisa de Carvalho apresentou o “Livro de Magia” de sua autoria.

Aldina Pereira, Directora do Agrupamen-to, realçou a importância destas iniciativas como forma de inculcar nas crianças o prazer da leitura e como forma de combater o insu-cesso escolar, destacando a força do exemplo que Maria Elisa de Carvalho pôde transmitir aos presentes. A escritora e também Directora Pedagógica do Colégio da Imaculada Concei-

ção, em Lamego, Cristina Bernardes realçou a importância destas actividades em ambiente escolar. Em representação da Câmara Muni-cipal, Nelson Fonseca destacou a importância do trabalho que está sendo realizado entre o Município e o Agrupamento, seja na Biblioteca Itinerante, seja através do Plano Nacional de Leitura, visando sempre o fomento de hábitos de leitura da população estudantil do concelho.

Perante um auditório de crianças, a es-critora Maria Elisa de Carvalho, também ela ainda criança, foi o foco da atenção dos seus pares e professores presentes. “Não se pode de-sistir, sempre a acreditar” foi esta a receita da pequena escritora aos seus colegas para expli-car como escrever um livro. Bastante solicita-da pelos pequenos alunos de Mesão Frio para explicar como com tão tenra idade conseguiu escreveu um livro, a pequena escritora referiu que “basta olhar para o que nos rodeia e escre-ver sobre isso”.

Page 14: Correio do Douro #15

5 de Fevereiro 2010CD

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Page 15: Correio do Douro #15

CD 15 5 de Janeiro 2010

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kuLendas

Mais vale rir

Das Sete CidadesConta a lenda que o arquipélago dos Açores é o que hoje resta de uma ilha maravilhosa e estranha onde vivia um rei possuidor de um grande tesouro e uma imensa tristeza por não ter um fi lho que lhe sucedesse no trono.Esta dor tornava-o amargo com a sua rainha estéril e cruel com o seu povo. Mas uma noite perante os seus olhos desceu uma estrela muito brilhante dos céus que aos poucos se foi materializando numa mu-lher de beleza irreal envolta em luz prateada. Com uma voz que mais parecia música essa mulher prometeu-lhe uma fi lha bela como o sol sob a condição que o rei expiasse a sua crueldade e injustiça através da paciência. O rei teria que construir um palácio rodeado por sete cidades cercadas por muralhas de bronze que ninguém poderia transpor. A princesinha fi caria aí guardada durante trinta anos longe dos olhos e do carinho do rei. O rei aceitou o desafi o. Decorreram 28 anos e com eles cresceram a impaciência e o sofrimento do rei, que um dia não aguen-tou mais. Apesar de ter sido avisado que morreria e que o seu reino seria destruído, o rei dirigiu-se às muralhas, desembainhou a espada e nelas descarregou a sua fúria. A terra estremeceu num ruído terrível e das suas entranhas saíram línguas de fogo enquanto o mar se levantou sobre a terra e a engoliu. No fi m de tudo, restaram apenas as nove ilhas dos Açores e o palácio da princesa, transformado agora na Lagoa das Sete Cidades dividida em duas lagoas: uma verde como o vestido da princesa e a outro azul, da cor dos seus sapatos.

Joãozinho escreve a JesusO Joãozinho falava com a mãe pedindo uma bicicleta nova. A senhora viu ali uma boa oportu-nidade para ele tomar consciência das suas atitudes. Disse-lhe então: - Bem, Joãozinho, ago-ra não é época de Natal e nós não temos dinheiro para ir comprar uma bicicleta. Há outras coisas mais urgentes. Que tal escreveres uma carta a Jesus e pedires-Lhe uma bicicleta? O Joãozinho fi cou a meditar e fi nalmente resolveu sentar-se e escrever a tal carta: “Querido Jesus: Ultimamente tenho sido um menino bonzinho e gostaria de ganhar uma bicicleta nova. Teu amigo, Joãozinho” Mas Joãozinho lembrou-se que, na verdade, Jesus sabia que tipo de menino ele era. Então, rasgou a carta e resolveu tentar mais uma vez. “Querido Jesus: Tenho sido um menino que-rido este ano e quero uma bicicleta nova. Sinceramente, Joãozinho” Bom, Joãozinho sabia que não estava a ser totalmente honesto. Rasgou a carta mais uma vez e tentou novamente. “Querido Jesus: Acho que fui um menino bonzinho este ano. Posso ganhar uma bicicleta? Joãozinho”.Foi então que Joãozinho olhou para o fundo de sua alma, o que, aliás, era o que queria a sua mãe desde o início. Amassou mais uma vez a carta e saiu a correr para a rua, em direcção à Igreja. Entrou, sentou-se e fi cou a meditar. De repente levantou-se e agarrou na imagem de uma santa e saiu a correr para casa. Escondeu a santinha debaixo da cama e escreveu a seguinte carta: “Jesus, tenho a tua Mãe! Se quiseres vê-la novamente, dá-me uma bicicleta! Assinado: Você sabe quem”.

Dois amigos cruzam-se na rua…- Ei lá! Onde é que vais a correr com tanta pressa?, pergunta um – Deixa-me, tenho que tentar impedir que dois gajos andem à porrada!, responde, desabrido.- Oh pá! Quem são?, insiste o outro. - O Zé, que vem ali atrás de mim... E eu!

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8 de Janeiro 2010CD

Última

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Atafonas

Por Manuel Pinto

Tem havido uma negligência absoluta tanto por parte dos proprietários como por parte das autarquias relativamente à conservação e preservação dos moinhos de água ao longo do Rio Ferreira. Encontramos inúmeros em ruínas, os quais, devidamente protegidos e restaurados, servi-riam para diferentes fi ns sociais, para além do interesse directo na preservação de tão simples obras de arte que nos liga a um passado todo ele construído em volta do nosso rio.

A história dos moinhos remonta à des-coberta da agricultura.

Existem três tipos de moinhos: - as Atafonas (que remontam ao Neo-

lítico);- os Moinhos de Água (de origem gre-

ga);- os Moinhos de Vento (de origem ára-

be).Das várias formas de aproveitamento

da utilidade da água do rio foram utiliza-dos através dos tempos diferentes “ferra-mentas” para extracção do seu potencial, tais como:

- o almofariz natural; - o almofariz portátil; - o pilão;- a mó de rebolo;- a mó rotativa;- os moinhos de água.   Os moinhos de água podem ainda di-

vidir-se em dois tipos: os de Rodízio ou de Roda Horizontal (que remontam ao século I a.C. e que foram introduzidos em Portugal pelos Romanos) e as Azenhas ou de Roda Vertical (que remontam ao sécu-lo VI d.C. e que foram introduzidos pelos Árabes).

Por causa das alternativas, mas princi-palmente pela pouca água e pelas ETAR’s, os moinhos começaram a perder interesse para a função que foram construídos…

Ao longo do Rio Ferreira existem Moi-nhos de Rodízio desde o séc. X e Azenhas desde o séc. XIV.

Segundo alguns inquéritos industriais, em 1881 existiam, só em Gondomar – par-te fi nal do rio -, 60 moinhos e em 1986 exis-tiam 82 moinhos, mas apenas 35 estavam em bom estado. Hoje, este número baixou para dez, mas existiram mais do dobro ao longo de todo o rio.

Na mesma data, na zona de S. Pedro da Cova, foram identifi cados 29 moinhos to-dos em funcionamento. Em 1986 existiam 23 moinhos mas só 4 em funcionamento. Em 1992 existem 18 moinhos (16 de Rodí-zio e 2 Atafonas) só estando em funciona-mento 4 (todos de Rodízio). Hoje só 2…  

As Atafonas encontram-se uma na Al-deia de Couce e outra no Carvalhal.

TRIBUNAL DO LEITOR

O RIO FERREIRA (2)

O RIO E A HISTÓRIA (B) – OS MOINHOS

A IMPORTÂNCIA DO MOLEIRO

Nas ombreiras da porta de alguns moi-nhos eram gravados, por vezes, certos símbolos, como, por exemplo, um em que de um lado estava gravada uma cruz e do ���������������������� ���������������ca que o dono do moinho estava isento de impostos à igreja e não prestava serviços ����� �����������������������������������que o moleiro estava isento de ir para a ����������������� �

���� ����� �� ��������!���� ��� ��"���#��cia social do moleiro, no século XVIII e XIX, época em que a sociedade ainda dependia ��������������������������$���

Há, algures por aqui perto, “alcunhas” ���������������������!����������������������� ����� "��� %�"���� ��� &'������( � ��������� �� ������)���� ��� ���� &��������(��ou seja, originária de uma família ligada no passado à moagem, portanto, uma família ��������"���#����������������������da pois produtora da farinha necessária à �������$��������"�"���*+�

�����������������������������������ões circundantes e faziam a entrega em sa-������������������������������� �

Podemos achar que uma obrigação de preservação dos moinhos é da exclusiva ��"������������ ���� ���� "��"���)���� �Nada de mais errado…

Conhecer o nosso passado é conhecer-mo-nos a nós mesmos e tudo o que com-"+����"���������"�����.����������� �Preservar esse património é, consequente-mente, da responsabilidade de todos nós e �/���"������������

Mas é claro que não podemos, em princípio, interferir com a propriedade dos

������ � 0�� �������� �� ������� �� "��"���dade não é um direito absoluto, pois, caso contrário, não haveria direitos de proprie-dade menores, tais como arrendamentos, ������������ ����������������%"��"����*+�

Quer isto dizer que, se houver um re-conhecimento de valor patrimonial sobre certo bem por parte das autoridades com-petentes, a acção a desenvolver será ���������������������"����������

����� �� 1�� ��� �������� �� 1���salvo raras excepções, tem havido uma negligência absoluta tanto por parte dos proprietários como por parte das autarquias relativamente à conser-vação e preservação dos moinhos de )���� ��� ������ ��� 2��� 3����� � �����

tramos inúmeros em ruínas, os quais, devidamente protegidos e restaura-dos, serviriam para diferentes fins so-ciais, para além do interesse directo na preservação de tão simples obras de arte que nos liga a um passado todo ��������������������������������

Há, pois, que acordar, fazer baru-lho, para que as autoridades compe-tentes zelem por esta parte do nosso património e para que um dia não nos arrependamos de ter sido negligentes ao sermos acusados pelos nossos des-cendentes de descuido, de incúria, por não ter conseguido preservar tão sim-"���"�������������"�����.���

(continua)

Moinhos de vento