Contra o Arminianismo e Seu Idolo Dourado, o Livre-Arbítrio, por Augustus Toplady

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  • Nothing in my hand i bring,

    Simply to the cross i cling

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    Traduzido do original em Ingls

    Arminianism: The Golden Idol of Freewill

    By Augustus Montague Toplady (1740 1778)

    Via PBMinistries.org

    (Providence Baptist Ministries)

    Traduzido por Camila Almeida

    Reviso e Capa por William Teixeira

    1 Edio: Novembro de 2014

    Salvo indicao em contrrio, as citaes bblicas usadas nesta traduo so da verso Almeida

    Corrigida Fiel | ACF Copyright 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bblica Trinitariana do Brasil.

    Traduzido e publicado em Portugus pelo website oEstandarteDeCristo.com, com permisso de

    PBMinistries.org (Providence Baptist Ministries), sob a licena Creative Commons Attribution-

    NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

    Voc est autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

    desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que tambm no altere o seu contedo

    nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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    Contra o Arminianismo e Seu dolo Dourado, o Livre-Arbtrio Por Augustus Toplady

    No a ns, SENHOR, no a ns, mas ao teu nome d glria,

    por amor da tua benignidade e da tua verdade. (Salmos 115:1)

    Alguns expositores tm suposto que este Salmo foi escrito pelo profeta Daniel; por ocasio

    da libertao milagrosa de Sadraque, Mesaque e Abednego, quando saram ilesos da for-

    nalha de fogo ardente, para a qual foram levados segundo a ordem do rei Nabucodonosor.

    E, de fato, no h passagens insuficientes, no prprio Salmo, que paream apoiar esta

    conjectura. Como, onde lemos, no quarto versculo (falando sobre os dolos dos pagos, e,

    talvez, com especial referncia quela imagem de ouro que Nabucodonosor ordenou ser

    adorada): Os dolos deles so prata e ouro, obra das mos dos homens. Tm boca, mas

    no falam; olhos tm, mas no veem [vv. 4-5].

    Eu ouso dizer que, em tal auditrio como este, uma quantidade de Arminianos esto pre-

    sentes. Eu temo que todas as nossas assembleias pblicas tm muitos deles. Talvez, no

    entanto, mesmo essas pessoas, idlatras como elas so, podem estar aptas a censurar, e,

    em verdade, com justia, o absurdo daqueles que adoram dolos de prata e ouro, obra das

    mos dos homens. Mas, permitam-me perguntar: Se assim to absurdo adorar a obra

    das mos de outros homens, o que deve ser adorar as obras de nossas mos? Talvez,

    voc possa dizer: Deus no permita que eu faa isso. No entanto, permita-me dizer-lhe,

    que esperana, confiana, f e dependncia para a salvao, so todos atos, e estes

    tambm muito solenes, de culto Divino, e sobre o que voc depende, no todo ou em parte,

    para sua aceitao diante de Deus, e para sua justificao diante de Seus olhos, seja o que

    for, em que voc descansa, e confia, para a obteno de graa ou glria; se for algo menos

    do que Deus em Cristo, voc um idlatra, quanto a todos os intentos e propsitos.

    Muito diferente a ideia que a Escritura nos d, sobre o Deus para sempre bendito, em

    relao queles falsos deuses adorados pelos pagos; e a partir desta representao de-

    gradante do verdadeiro Deus, o Arminianismo gostaria de corromper a humanidade. Nosso

    Deus (diz o Salmo 115, versculo 3) est nos cus; fez tudo o que lhe agradou. Esta no

    a ideia Arminiana sobre Deus: pois os nossos defensores do livre-arbtrio e nossos negocia-

    dores de mudanas nos dizem que Deus no faz tudo o que Ele quer; que h um grande

    nmero de coisas que Deus quer fazer, e busca e se esfora para faz-las, e ainda assim

    no consegue efetu-las; eles nos dizem, como algum engenhosamente o expressa: Que

    toda a humanidade, Ele de bom grado salvaria, mas, anseia pelo que Ele no pode ter.

    Esfora-se assim, para ressoar exteriormente, um Deus desapontado, cambiante.

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    Como isso compatvel com aquela descrio majestosa: O nosso Deus est nos cus?

    Ele est sentado no trono, pesando e distribuindo o destino dos homens; detendo todos os

    eventos em Sua prpria mo; e dirigindo todos os elos da cada cadeia das causas secun-

    drias, desde o incio at o fim dos tempos. O nosso Deus est no cu, possuindo todo o

    poder; e (o que a consequncia natural disso) Ele fez tudo o que Lhe aprouve; ou como

    o Apstolo expressa: (as palavras so diferentes, mas o sentido o mesmo) Aquele que

    faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade (Efsios 1:11).

    Por isso que ns tanto trabalhamos, e sofremos reprovao: mesmo porque dizemos (e

    o mximo que ns podemos dizer sobre o assunto, eleva-se a no mais do que isso: a

    saber, que) o nosso Deus est nos cus, e tudo fez como Lhe agradou. E, segundo a Sua

    prpria vontade soberana Ele o far, at o fim; embora todos os Arminianos sobre a terra

    procurem derrotar a inteno Divina, e obstruir as rodas do governo Divino. Ele, que est

    no cu, ri deles com desprezo, e faz ocorrer os Seus prprios propsitos, s vezes, at

    mesmo atravs daqueles mesmos meios incidentes, que os homens se esforam para

    arremessar em Seu caminho, com uma perspectiva insensata para desapont-lO de Seus

    propsitos. Todos, diz o Salmista, so teus servos (Salmos 119:91). Eles tm, todos,

    uma tendncia direta, seja de forma efetiva ou permissiva, para prosseguir em Seus

    desgnios inalterveis da providncia e graa. Observe: efetivamente, ou permissivamente.

    Pois ns nunca dizemos, nem queremos dizer, que Deus o autor do mal, ns apenas

    sustentamos, que por razes desconhecidas para ns, mas bem conhecidas para Deus,

    Ele o permissor eficaz (no o agente, mas o permissor) de tudo o que acontece. Mas

    quando falamos sobre o bem, ento, ns ampliamos o termo; e afirmarmos, com o Salmista,

    que todo o auxlio que feito sobre a terra foi feito pelo prprio Deus.

    Lembro-me de uma citao do grande Monsieur Du Moulin, em seu admirvel livro,

    intitulado Anatome Arminianismi. Sua observao , que os mpios, no menos que os

    eleitos, cumprem os sbios e santos e justos decretos de Deus; mas, ele diz, com esta dife-

    rena: O prprio povo de Deus, depois de serem convertidos, esforam-se para obedecer

    Sua vontade a partir de um princpio de amor, enquanto os que so deixados na

    perversidade de seus prprios coraes (que toda a reprovao que disputamos), os

    quais no se importam com Deus, nem est Deus em todos os seus pensamentos; essas

    pessoas se assemelham a homens remando em um barco, os quais vo para o mesmo

    lugar em que eles viram as costas. Eles viram as costas para o decreto de Deus; e ainda

    assim, voltam para esse mesmo ponto, sem o saber.

    Uma grande disputa, entre a religio do Arminianismo e a religio de Cristo, : quem

    permanecer com o direito de louvor e glria pela salvao de um pecador? A converso

    decide este ponto de uma vez; pois eu penso que, sem qualquer imputao de falta de

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    caridade, eu arrisco dizer, que cada pessoa realmente despertada, pelo menos quando ela

    est sob o brilho da face de Deus em sua alma, cair de joelhos, com este hino de louvor

    ascendente a partir de seu corao: No a ns, SENHOR, no a ns, mas ao teu nome d

    glria: Eu sou salvo, no pela minha justia, mas por amor da Tua misericrdia e da Tua

    verdade [Salmos 115:1].

    E isso verdadeiro mesmo quanto s bnos da vida que agora h. Deus quem exalta

    um e abate outro (veja Salmos 75:7). A vitria, por exemplo, quando prncipes rivais guer-

    reiam, toda de Deus. No dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha (Eclesiastes

    9:11), como tal. o decreto, a vontade, o poder e a providncia de Deus que efetivamente,

    embora s vezes de forma invisvel, ordena e dispe todos os eventos.

    Na famosa batalha de Azincourt, na Frana, onde, se no me engano, 80.000 franceses

    foram totalmente derrotados por cerca de 9.000 Ingleses, sob o comando do nosso imortal

    rei Henrique V, depois que o grande negcio do momento acabou, e Deus tinha dado quele

    renomado prncipe a vitria, ele ordenou que o Salmo anterior (ou seja, o 114), e parte

    deste Salmo de onde eu li aquela passagem agora considerada, fosse cantado no campo

    de batalha, como forma de reconhecimento que todo o sucesso, e todas as bnos, seja

    de que tipo for, vem descendo do Pai das luzes. Alguns de nossos historiadores nos contam

    que, quando o Ingls triunfante veio quelas palavras que tomei para o meu texto, todo o

    exrcito vitorioso caiu de joelhos, como um s homem, no campo da conquista; e clamou,

    com um s corao e uma s voz: No a ns, SENHOR, no a ns, mas ao teu nome d

    glria, por amor da tua benignidade e da tua verdade.

    E assim ser quando Deus reunir o nmero dos Seus eleitos, e completamente ajunt-los

    na plenitude do Seu reino redimido. Qual voc acha que ser a sua cano quando voc

    vier para o cu? Bendito seja Deus, pois Ele me deu o livre-arbtrio; e bendito seja o meu

    querido eu, que fez um bom uso dele? Oh no, no. Tal cano como essa ainda nunca

    foi ouvida no cu, nem nunca ser, enquanto Deus for Deus, e o cu for cu. Olhe para o

    Livro do Apocalipse, e ali voc encontrar o servio dos bem-aventurados, e a fora com

    que eles cantam. Eles lanam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno s de tomar

    o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue nos compraste

    para Deus de toda a tribo, e lngua, e povo, e nao (Apocalipse 5:9).

    H graa distinguidora para voc! Nos compraste... de toda a tribo e etc., ou seja, dentre

    o restante da humanidade. Esta eleio no particular e a redeno limitada?

    A Igreja abaixo pode ser passvel de errar, e se qualquer igreja visvel na terra finge ser

    infalvel, a prpria pretenso muito demonstra que ela no assim. Mas h uma Igreja, que

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    me arrisco dizer ser infalvel. E que Igreja essa? A Igreja dos glorificados, que brilham

    como estrelas mo direita de Deus. E, sobre o testemunho infalvel desta Igreja infalvel;

    um depoimento gravado nas infalveis pginas da inspirao; ouso afirmar, que nem um

    gro de Arminianismo jamais acompanhou um santo para o cu. Se aqueles do povo de

    Deus, que esto em laos da iniquidade, no so explicitamente convertidos do Arminia-

    nismo, enquanto eles vivem e permanecem entre os homens; ainda assim eles deixam tudo

    para trs, no Jordo (ou seja, o rio da morte), quando eles passam. Eles podem ser

    comparados a Paulo, quando ele descia de Jerusalm para Damasco, e a graa de Deus

    o feriu, ele caiu como um defensor do livre-arbtrio, mas ele se levantou como um defensor

    da livre graa. Portanto, ainda que o bolor do orgulho farisaico (este um bolor maldito que

    o Esprito de Deus retire-o de todas as nossas almas); apesar daquele bolor poder ter

    aderido a ns no presente; no entanto, quando viermos a estar diante do trono e diante do

    Cordeiro, tudo isso findar, e cantaremos, em um coro eterno e pleno, com anjos eleitos e

    os homens eleitos: No a ns, SENHOR, no a ns, mas ao teu nome d glria.

    E por que no cantaramos esse cntico agora? Por que no devemos procurar, sob a

    influncia do Esprito, antecipar a linguagem dos cus, e ser to celestiais quanto

    pudermos, antes de irmos para o cu? Por que devemos condenar essa cano sobre a

    terra, a qual ns esperamos cantar para sempre, diante do trono de Deus, acima? , para

    mim, realmente surpreendente, que os Protestantes e a Igreja dos homens da Inglaterra,

    considerados meramente como criaturas racionais, e como pessoas de bom senso, que

    professam estar familiarizado com as Escrituras, e reconhecem o poder de Deus, tenham

    objeces quanto a cantar essa cano, No a ns, SENHOR, no a ns, mas ao teu

    nome d glria, por amor da tua benignidade e da tua verdade.

    Ainda mais assombroso e deplorvel que alguns, que at mesmo fazem profisso de

    religio espiritual, e falam sobre uma obra interior de Deus em seus coraes, at agora

    percam de vista a humildade e a verdade a ponto de sonharem: ou que o seu prprio brao

    ajudou o Todo-Poderoso a salv-los, ou pelo menos que o seu prprio brao seria capaz

    de t-lO impedido de salv-los. O que pode refletir mais profunda desonra a Deus, que tal

    ideia? E o que pode ter uma tendncia mais direta para gerar e nutrir o orgulho do corao,

    o qual engana os homens?

    Aprouve a Deus livrar-me da armadilha Arminiana, antes que eu tivesse dezoito anos. Antes

    desse perodo no houve (com a mais baixa auto-humilhao confesso isso) um defensor

    do livre-arbtrio mais arrogante e violento dentro do limite dos quatro mares. Um exemplo

    de meu zelo ardente e amargo, ocorre exatamente agora minha memria. Por volta de 12

    meses antes da bondade Divina conceder-me olhos para discernir, e um corao para

    abraar a verdade, eu estava discursando um dia, em companhia, (pois julguei-me capaz

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    de lidar com todos os predestinarianos do mundo), sobre a universalidade da graa, e os

    poderes do livre-arbtrio humano. Um bom velho cavalheiro (agora com Deus) se levantou

    da cadeira, e vindo a mim, me segurou por um dos meus botes do casaco, enquanto ele

    suavemente me dirigia estas palavras: Meu caro senhor, h algumas marcas de espiritu-

    alidade em sua conversao; embora machadas com uma mistura infeliz de orgulho e

    autojustia. Voc tem falado, em grande parte, em favor do livre-arbtrio, mas, a partir de

    seus argumentos, vamos experincia. Permita-me fazer uma pergunta. Como foi com

    voc, quando o Senhor o resgatou na chamada eficaz? Voc teve qualquer participao na

    obteno daquela graa? No; voc no teria resistido e lutado contra isso, se o Esprito

    de Deus houvesse deixado voc na mo de seu prprio conselho?.

    Senti a conclusividade dessas simples, porm convincentes interrogaes, mais fortemente

    do que eu estava, ento, disposto a reconhecer. Mas, bendito seja Deus, desde ento eu

    fui capacitado a reconhecer a gratuidade e a onipotncia de Sua graa, vezes inumerveis;

    e a cantar (o que eu confio ser minha cano eterna quando o tempo mais existir): No a

    ns, SENHOR, no a ns, mas ao teu nome d glria.

    Ns nunca conhecemos muito sobre o cu em nossas prprias almas, nem permanecemos

    to alto sobre o monte da comunho com Deus, como quando o Seu Esprito, soprando em

    nosso corao, faz que fiquemos quietos no escabelo da graa soberana, e inspire-nos com

    este clamor: Deus, seja meu consolo de salvao, mas seja Teu todo o louvor disso.

    Apliquemos brevemente a regra e compasso da Palavra de Deus, s vrias partes das

    quais a salvao se compe; e logo perceberemos que todo o edifcio feito de graa, e

    de graa somente. Voc pergunta: em que sentido eu aqui considero a palavra graa?

    Quero dizer, por este importante termo, a voluntria, soberana e gratuita bondade de Deus;

    completamente incondicional e totalmente independentemente de toda e qualquer sombra

    de dignidade humana, seja antecedente, concomitante ou subsequente. Esta , precisa-

    mente, a noo bblica de graa, a saber, que ela (ou seja, a salvao em todos os seus

    ramos) no depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece

    (Romanos 9:16). E assim , que a graa reina, para a vida eterna dos pecadores, atravs

    da justia de Jesus Cristo, nosso Senhor (cf. Romanos 5:21).

    1. Examinando esta solene verdade, comecemos onde o prprio Deus comeou, ou seja,

    com a eleio. A quem estamos em dbito, pela primeira de todas as bnos espirituais?

    O orgulho me diz: A mim. A justia prpria diz: A mim. A vontade no-convertida do

    homem diz: A mim. Mas a f se une Palavra de Deus, dizendo: No a ns, SENHOR,

    no a ns, mas ao Teu nome seja toda a glria, pelo Teu designado amor eletivo: Tu no

    nos escolheste na suposio de que ns primeiro escolhermos a Ti, mas, por meio da

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    operao vitoriosa do Teu poderoso Esprito, ns escolhemos a Ti como nossa poro e

    nosso Deus, em consequncia da Tua primeira e livre escolha para sermos o Teu povo.

    Oua o testemunho daquele Apstolo que recebeu os acabamentos de sua educao

    espiritual no terceiro cu: Assim, pois, tambm agora neste tempo ficou um remanescente,

    segundo a eleio da graa. Mas se por graa, j no pelas obras; de outra maneira, a

    graa j no graa. Se, porm, [ou seja, a eleio] pelas obras, j no mais graa; de

    outra maneira a obra j no obra (Romanos 11:5-6).

    Esquadrinhemos esse raciocnio; e o encontraremos invencvel. H um remanescente, ou

    seja, alguns da humanidade cada, que sero eternamente salvos por Cristo. Este remanes-

    cente segundo a eleio. A prpria vontade e escolha de Deus so a regra determinada,

    pelo que o remanescente salvo medido e numerada. Esta eleio uma eleio da

    graa, ou um ato livre, soberano e imerecido da parte de Deus. O Apstolo no quis deixar

    de fora a palavra graa, para que as pessoas no imaginassem que Deus os elegeu em

    considerao de algo que Ele viu neles acima dos outros.

    Bem, mas (alguns podem dizer) admitindo que a eleio seja pela graa, as nossas boas

    obras previstas no tm um pouco de participao na questo? Deus no teria alguma

    pequena recompensa em relao ao nosso bom futuro comportamento?, No, responde

    o Apstolo, de modo nenhum. Se a eleio por graa, ou seja, a partir de mera miseri-

    crdia e amor soberano; ento no mais por obras, direta ou indiretamente, no todo ou

    em parte; de outra maneira, a graa j no graa. Se alguma coisa humana, mesmo

    que pequena, fosse misturada com a graa, como um motivo para que Deus mostre favor

    a Pedro (por exemplo) acima de Judas; a graa evaporaria completamente e seria aniqui-

    lada, a partir daquele momento. Pois, como Agostinho observa: A graa deixa de ser graa,

    a menos que ela seja total e absolutamente independente de qualquer coisa e de tudo, seja

    bom ou ruim, no objeto da mesma.

    De modo que, como o Apstolo acrescenta, se fosse possvel a eleio ser pelas obras,

    ento j no mais um ato de graa, mas um pagamento, em vez de um dom: de outra

    maneira a obra j no obra. Por um lado, a obra deixa de ser considerada como influen-

    te na eleio, se a eleio a filha da graa; por outro lado, a graa no tem nenhuma

    relao na eleio, se as obras tm alguma participao nela. Graa e condicionalidade

    so dois opostos incompatveis; um totalmente destri o outro; e no mais podem subsistir

    juntos, do que duas partculas de matria podem ocupar o mesmo espao ao mesmo

    tempo.

    Qual, portanto, dessas canes contrrias, vocs cantam (pois toda a arte e esforo dos

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    homens, unidos, nunca poderiam unir as duas canes em uma)? Vocs so a favor de

    queimar incenso a vocs mesmos, dizendo: Nossa justia, e o poder de nosso prprio

    brao, nos obtiveram essa riqueza espiritual? Ou, com os anjos e santos na luz, vocs

    depositam as suas mais brilhantes honras no estrado do trono de Deus: No a ns,

    SENHOR, no a ns, mas ao teu nome d glria, por amor da tua benignidade e da tua

    verdade (Salmos 115:1).

    Certamente, a eleio no o ato do homem, mas de Deus: fundamentado, apenas, no

    soberano e gracioso deleite de Sua prpria vontade. Ela no vem das obras, para que

    ningum se glorie (Efsios 2:9); mas unicamente dEle, Quem disse: Compadecer-me-ei

    de quem me compadecer, e terei misericrdia de quem eu tiver misericrdia (Romanos

    9:15). Deus tem mrito sobre ns, no ns sobre Ele: e foi o Seu livre-arbtrio, no o nosso,

    que desenhou a linha intransponvel entre os eleitos e predestinados.

    2. A aliana do amor de Deus por ns em Cristo um outro ribeiro, que flui a partir da fonte

    da graa sem mistura. E aqui, como no exemplo anterior, cada pessoa verdadeiramente

    despertada se isenta de qualquer ttulo de louvor; lana isso para longe de si mesmo, com

    as duas mos; e no apenas com as mos, mas com o corao tambm; enquanto seus

    lbios reconhecem, No a ns, Tu, Divino e Coeterno Trino, no a ns, mas ao Teu nome

    d glria!.

    Como possvel, que ou os propsitos de Deus, ou Sua aliana a nosso respeito, sejam,

    em qualquer aspecto, suspensos pela vontade ou pelas obras dos homens; considerando

    que tanto os Seus propsitos e Sua aliana foram estabelecidos, e fixados, e acordados,

    pelas Pessoas da Trindade, no s antes que os homens existissem, mas antes que os

    prprios anjos fossem criados, ou do prprio tempo ter iniciado? Tudo era vasta eternidade,

    quando a graa nos foi dada, federalmente, em Cristo, antes que o mundo existisse (veja 2

    Timteo 1:9). Portanto, bem pode o Apstolo, no prprio texto onde ele faz a afirmao

    acima, observar, que a santa vocao, com o qual Deus efetivamente converte e santifica

    o Seu povo no tempo, foi derramada sobre ns no segundo as nossas obras, mas de

    acordo com o prprio livre propsito e destinao eterna de Deus.

    O arrependimento e a f, nova obedincia e perseverana, no so condies de

    participao na aliana da graa (pois, ento, seria um pacto de obras); antes so as

    consequncias e evidncias de participao no pacto, pois, no tendo eles ainda nascido,

    nem tendo feito bem ou mal (para que o propsito de Deus, segundo a eleio [que o

    padro da misericrdia pactual], ficasse firme, no por causa das obras, mas por aquele

    que chama), Foi-lhe dito a ela: O maior servir ao menor. Como est escrito: Amei a Jac,

    e odiei a Esa (Romanos 9:11-13).

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    Agora, se voc considera essa passagem como referindo-se posteridade de Jac e Esa,

    ou a Jac e Esa, eles mesmos, ou (que , evidentemente, o significado do Apstolo) como

    referindo-se a ambos; o argumento ainda vir para o mesmo ponto, por fim; ou seja, que

    os conselhos e determinaes Divinos, em qualquer perspectiva que voc os considere,

    so absolutamente independentes das obras, porque os decretos imanentes de Deus e

    transaes da aliana ocorreram antes que os objetos houvessem feito bem ou mal.

    Naturalmente, todo o bem que feito nos homens, vem de Deus, como o gracioso efeito, e

    no como a causa de Seu favor; e todo o mal, que Deus permite (tais so a Sua sabedoria

    e poder) subserviente a promover, em vez de interferir para impedir, a realizao de Sua

    santssima vontade. Menciono a permisso Divina do mal, apenas incidentalmente neste

    lugar: pois, propriamente, isso pertence a um outro argumento. Meu presente empreendi-

    mento mostrar que o bem, e as graas que Deus opera (no permissivamente, mas

    eficazmente) nos coraes de Seu povo da aliana, so o fruto, no a raiz, do amor que

    Ele tem por eles.

    3. A quem estamos em dbito pela expiao de Cristo, e pela redeno, por Seu sangue,

    mesmo pela remisso dos pecados? Aqui, semelhantemente, No a ns, Senhor, no a

    ns!. Foi Deus quem disse: j achei resgate (J 33:24). Foi Deus Quem satisfez a Sua

    prpria justia com um Cordeiro para o holocausto. Foi Deus quem aceitou a Expiao da

    mo do nosso Fiador, em vez da nossa. Foi Deus Quem concedeu livremente as bnos

    desta redeno completamente consumada, para o consolo e resgate eternos de todos

    aqueles que so capacitados a confiarem e gloriarem-se na cruz de Cristo. Contra tais

    pessoas a justia Divina no tem nada a alegar, e sobre eles, no h penalidade a infligir.

    A espada da vingana, j tendo atingido a natureza humana sem pecado dAquele seme-

    lhante a Jeov, torna-se, para os que creem, um curtana, uma espada de misericrdia,

    uma espada sem corte. Graas misericrdia reconciliadora de Deus, o Pai, e da graa

    sangrante de nosso Senhor Jesus Cristo! O livre-arbtrio humano e mrito no tiveram

    nenhuma relao com o assunto, do incio ao fim.

    4. Como o perdo nos isenta da punio, assim a justificao (ou seja, a aceitao de Deus

    em relao a ns como perfeitos cumpridores de toda a Lei) nos credencia para o reino dos

    cus. O primeiro de Deus, ou o passar por nossas transgresses, de modo a no

    tomar conhecimento deles; e de Deus, ou deixar-nos seguir, finalmente, impunes.

    Mas a justificao (que o concomitante inseparvel do perdo) no meramente

    negativa, mas carrega em si mais de positividade, e nos exalta a um estado mais elevado

    de felicidade, do que o mero perdo (se fosse possvel ser conferido sem justificao) faria.

    __________

    [1] Curtana: uma espada sem corte colocada diante de um soberano Ingls, em uma coroao, como um

    emblema de misericrdia Fonte: Thefreedictionary.com N. da T.

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    de Deus, ou declarar-nos positiva e realmente justos, no apenas inocentes,

    mas tambm justos. So Bernardo, em algum lugar, preserva essa distino bvia e justa.

    Suas palavras, lembro-me, so que Deus : No menos poderoso para justificar, do que

    rico em misericrdia para perdoar.

    Agora, a grande pergunta : a Deus dado todo o louvor por este dom inefvel? Devemos,

    como pessoas justificadas, cantar o louvor e glria a ns mesmos; ou o louvor e glria a

    Deus?

    A Bblia determinar essa questo, em um momento; e nos mostrar que o Pai, o Filho e o

    Esprito Santo, so os nicos autores, e, consequentemente, devem receber toda a glria

    por nossa justificao: Deus [o Pai] quem os justifica (Romanos 8:33); ou seja, quem

    nos aceita para a vida eterna; e isso gratuitamente pela sua graa, pela redeno que h

    em Cristo Jesus, e Deus imputa a justia [de Cristo] sem as obras (Romanos 3:24;4:6),

    ou seja, sem ser movido a isso por qualquer considerao de boas obras, e sem ser

    impedido a partir de por qualquer considerao de ms obras, feitas pela pessoa ou

    pessoas a quem a justia de Cristo imputada, e que so declarados justos apenas em

    consequncia daquela justia imputada.

    A justificao tambm o ato de Deus o Filho, em concordncia com o Pai. So Paulo

    declara expressamente, que ele buscava ser justificado em Cristo (veja Glatas 2:17). A

    segunda Pessoa na Divindade vincula, como tal, a aceitao de Seu povo atravs daquele

    mrito transferido, o qual, como Homem, Ele operou para este fim. Agora, deixe-me

    perguntar-lhe, se voc ajudou Cristo a pagar o preo de sua redeno, e na realizao de

    uma sequncia de perfeita obedincia para a sua justificao? Se voc o fez, voc tem

    direito a uma parte proporcional de louvor. Mas, se Cristo tanto obedeceu, e morreu, e

    ressuscitou, sem a sua ajuda, segue invencivelmente que no h nenhum tipo de reivin-

    dicao da menor partcula daquele louvor, que resulta dos benefcios adquiridos e garan-

    tidos por Sua obedincia, morte e ressurreio. Os prprios benefcios so todos seus

    prprios, se Ele te concede f para abra-los; mas a honra, a glria e as aes de graa

    voc no pode atribuir a si mesmo, sem extrema impiedade e sacrilgio.

    Deus o Esprito Santo une-Se na justificao dos remidos do Senhor. Ns somos,

    declarativa e evidentemente, justificados pelo Esprito do nosso Deus (1 Corntios 6:11).

    Cujo condescendente e cativante ofcio revelar um Salvador ferido ao corao

    quebrantado e um Salvador de um pecador auto-esvaziado, e derramar o amor justificador

    de Deus na alma humana (cf. Romanos 5:5). Aqui o adorvel Esprito nem precisa, nem

    recebe, qualquer ajuda dos pecadores que Ele visita. Sua graciosa influncia soberana,

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    livre e independente. No podemos mais ordenar, ou proibir o Seu agir, do que podemos

    ordenar, ou proibir, o brilho do sol.

    A concluso, a partir do todo, : que no a nossa bondade, mas a misericrdia de Deus;

    no a nossa obedincia, mas a justia de Cristo; no a nossa suscetibilidade, mas a benefi-

    cncia do Esprito Santo; devem ser agradecidos por toda a nossa justificao.

    E, no lio fcil dizer, do fundo do corao: No a ns, Senhor, no a ns!. A auto-

    justia, se apega a ns, to natural e apegado a ns como a nossa pele, nem pode qualquer

    poder, seno aquele de uma mo Todo-Poderosa, esfolar-nos dele. Lembro-me de um

    exemplo, de um clrigo, agora vvido e eminente, acima de muitos, pelos seus trabalhos e

    utilidade. Esta digna pessoa assegurou-me, h um ano ou dois, que ele uma vez visitou um

    criminoso, que estava sob sentena de morte, por uma ofensa capital (acho que por

    assassinato). Meu amigo se esforou para apresentar-lhe o mal que fizera; e convenc-lo

    de que ele estava perdido e arruinado, a menos que Cristo o salvasse por Seu sangue,

    justia e graa. Eu no estou muito preocupado com isso, respondeu o malfeitor hipcrita,

    eu, certamente, no tenho levado uma vida to boa como alguns tm; mas, tenho certeza,

    que muitos foram para Tyburn2, os quais eram homens muito piores do que eu. Ento voc

    v, um assassino pode ir para a forca, confiando na sua justia prpria! E voc e eu iramos

    para o inferno, confiando em nossa justia prpria, se Cristo no tivesse nos interrompido

    no caminho.

    Ouso crer, que o criminoso acima mencionado, se o assunto fosse iniciado, tambm teria

    valorizado a si mesmo quanto ao seu livre-arbtrio. E livre-arbtrio, verdade, ele tinha; e

    ele foi deixado em poder dele, e arruinou-se em consequncia. O livre-arbtrio tem levado

    muitos homens a Tyburn, e (deve ser temido) de Tyburn para o inferno, mas ainda no

    levou uma nica alma santidade e ao cu. Para a tua perda, Israel, te rebelaste contra

    mim, o livre-arbtrio pode fazer isso por ns; mas Deus o seu ajudador (Osias 13:9).

    Sua livre graa deve ser o nosso refgio e nosso abrigo de nosso prprio livre-arbtrio, ou

    seria bom que a melhor pessoa que h dentre ns nunca tivesse nascido.

    Em uma palavra, toda a glria por nosso perdo e justificao pertence Trindade, e no

    ao homem. sta uma das joias da coroa de Deus, inalienvel de Si mesmo; a qual Ele

    __________

    [2] Tyburn era um vilarejo no condado de Middlesex, prximo localizao do Marble Arch da atual Londres.

    Seu nome vem de um tributrio do rio Tmisa, que hoje completamente coberto desde sua nascente at

    seu desembocar no Tmisa. Durante muitos sculos, seu nome foi sinnimo de pena capital, tendo sido o

    principal local de execuo dos criminosos de Londres, alm de traidores e mrtires religiosos. Sua

    notoriedade ficou ainda maior depois da construo em 1571 de um grande cadafalso, conhecido como A

    rvore de Tyburn.

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    nunca renunciar, nem compartilhar com quaisquer outros seres. impossvel, na prpria

    natureza das coisas, que Ele jamais o faa, assim como pode qualquer um da humanidade

    depravada ser justificado pelas obras, e sendo assim justificado, no possa participar de

    nenhuma parte do louvor? Como, eu digo, pode qualquer um de ns ser justificado por

    nossas prprias aes, vendo que somos totalmente incapazes at mesmo de pensar um

    bom pensamento at que o prprio Deus sopre-o em nossos coraes (2 Corntios 3:5)?

    Permita-me observar mais uma coisa, sob este artigo, a saber, que, se o Esprito de Deus

    tem despido voc de sua justia prpria, Ele no o despiu a fim de deix-lo nu, mas vai

    vesti-lo com vestes finas (Zacarias 3:4). Ele lhe dar uma veste, pelos seus trapos; a

    justia de Deus, pela podre justia do homem. Estragada, de fato, a encontraremos, se ns

    a tornarmos um pilar de confiana. Direi sobre isso, como Dr. Young diz sobre o mundo:

    No se apoie sobre ela; no se apoie em tua justia prpria, pois caso se debruce, ela

    perfurar o teu corao; na melhor das hipteses, ela uma cana quebrada; mas, frequen-

    temente, uma lana que em sua ponta mais afiada, a paz sangra e a esperana expira.

    A autossuficincia o prprio vnculo da incredulidade. Isso infidelidade essencial, e um

    dos seus ramos mais mortais. Voc um infiel, caso voc confie na sua justia prpria.

    Voc Cristo? Voc um homem da Igreja? No; voc no tem, aos olhos de Deus, nem

    parte nem sorte neste assunto. Voc est morto espiritualmente, enquanto voc finge viver.

    At que voc seja dotado de f na justia de Cristo, seu corpo (como um grande homem

    expressa) no melhor que o caixo vivo de uma alma morta. O Cristo um crente (e

    no em si mesmo, mas) em Cristo. E qual a lngua de um crente? Senhor, eu, em mim,

    sou um pecador pobre, arruinado, perdido. Pela mo de Teu bom Esprito sobre mim, eu

    me lano aos ps da Tua cruz; e olho para Teu sangue, para que me lave; por justia, para

    que me justifique; por graa, para que me faa santo; por consolo, para fazer-me feliz; e

    por fora para manter-me em Teus caminhos.

    5. Pela santidade, o princpio interior das boas obras; e pelas boas obras, elas prprias, as

    evidncias exteriores de santidade interior; somos compelidos graa, somente, e poder

    do Deus Altssimo. Ns no fazemos dEle um devedor para ns, por amar e realizar os

    Seus mandamentos; mas ns nos tornamos, adicionalmente, devedores a Ele, ao coroar-

    mos Seus outros dons da graa, pela concesso de operar em ns o que perante ele

    agradvel por Cristo Jesus (Hebreus 13:21).

    No digam: Nesta perspectiva, a santificao expulsa da questo, e as boas obras so

    colocadas deriva. Nada pode ser mais palpvel e flagrantemente falso. A renovao de

    corao e de vida so to essenciais, e constituem uma to vasta parte do esquema evan-

    glico da salvao, que se fosse possvel que a santidade e os seus frutos morais fossem

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    realmente desconsiderados, a corrente seria, de uma s vez, dissolvida e toda a tessitura

    se tornaria uma casa de areia. Os Arminianos, tm, nos ltimos tempos, feito um enorme

    clamor sobre: Antinomianos! Antinomianos!. A partir da vasta experincia, a boca capaz

    de falar. Os modernos Arminianos veem tanto real Antinomianismo entre eles mesmos, e

    em suas prprias tendas, que o Antinomianismo torna-se a ideia predominante do partido,

    e a palavra de vigilncia favorita. Porque eles tm a praga, eles acham que cada corpo

    tambm a tem. Como a lepra est em suas paredes, eles imaginam que nenhuma casa

    est sem ela. Assim: Tudo parece contaminado, quele de olhar corrompido; como tudo

    parece amarelo, ao olho invejoso.

    [...]

    No que diz respeito santificao e obedincia, verdadeiramente assim chamadas; estas

    somente podem fluir, e no podem deixar de fluir, a partir de um novo corao. Este novo

    corao da prpria autoria de Deus, e dom do prprio Deus: E dar-vos-ei um corao

    novo, e porei dentro de vs um esprito novo; e tirarei da vossa carne o corao de pedra,

    e vos darei um corao de carne [um suave corao crente, penitente]. E porei dentro de

    vs o meu Esprito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juzos, e os

    observeis (Ezequiel 36:26-27).

    Agora, Deus cumpre esta promessa, segundo a operao de Seu bendito Esprito, pelo

    fogo mstico, cuja ao derreteu nossos coraes em f penitencial; Ele, ento, aplica-lhes

    o selo de Sua prpria santidade; a partir deste momento, comeamos a ter a imagem e a

    inscrio de Deus sobre nosso temperamento, palavras e aes.

    Esta a nossa doutrina licenciosa, ou seja, uma doutrina que (sob a influncia do Esprito

    Santo) conforma a alma, cada vez mais, a Deus, cuidadosamente referindo, ao mesmo

    tempo, todo o louvor desta conformidade ativa e passiva, ao prprio Deus, a Quem o dom

    pertence; cantando com os santos do passado: Senhor... tu s o que fizeste em ns todas

    as nossas obras (Isaas 26:12); e quanto a todas as obras assim operadas, pela vontade

    de agradar-Te, pelo esforo de agradar-Te, pela capacidade de agradar-Te, e por cada ato

    pelo que ns Te agradamos: No a ns, SENHOR, no a ns, mas ao teu nome d glria,

    por amor da tua benignidade e da tua verdade (Salmos 115:1).

    E, de fato, se no fosse essa a verdade do caso, ou seja, se a converso e a santificao

    e boas obras no fossem dons de Deus e de Sua operao; os homens teriam, no somente

    um pouco, mas muito, mesmo, muitssimo, que vangloriarem-se de ser seus prprios

    conversores, santificadores e salvadores. Diretamente contrrio letra clara da Escritura,

    que questiona: Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que no tenhas recebido? (1

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    Corntios 4:7), a saber, do alto. Isso no menos contrrio diretriz das Escrituras; Aquele

    que se gloria glorie-se no Senhor (1 Corntios 1:31).

    6. Uma vez mais. A quem devemos agradecer pela perseverana em santidade e boas

    obras at o fim? Oh!, talvez diga um velho Fariseu: os agradecimentos so devidos

    minha prpria vigilncia, minha fidelidade, ao meu prprio esforo, e aos meus prprios

    aperfeioamentos. Sua suposta vigilncia atende a um propsito muito ruim, se voc fizer

    disso um mrito. O inimigo das almas no se importa com a converses de palha, se voc

    perecer por libertinagem aberta, ou por uma confiana enganosa em sua imaginria justia

    prpria. Se voc ir para o inferno com um casaco preto ou um branco, tudo o mesmo

    para ele. No, por mais branco que voc possa tecer ser encontrado preto, e um mero

    so Bento a equip-lo para as chamas, se Deus no vestir-lhe na justia imputada de Seu

    bendito Filho.

    Mas, para o presente, deixando os Fariseus e legalistas s mos dAquele que por si s

    capaz, e tem o direito, de salvar ou destruir; permita-me falar com o verdadeiro crente em

    Cristo. Voc foi chamado, pode ser, h dez ou vinte anos atrs, ou mais, para o conheci-

    mento de Deus; e voc ainda encontrado, morando sob o gotejar do santurio e andando

    nEle, o seu Senhor; s vezes fraco, mas sempre desejando avanar; perseguido, mas no

    desamparado; abatido, mas no destrudo. Como isso ocorre? Como se d que muitos

    professores ardentes que resplandeciam exteriormente, por um tempo, como luminares de

    primeira grandeza, apagaram-se, extinguiram-se, desapareceram; enquanto o pavio que

    fumega e a dbil fasca da graa, continua a sobreviver e, por vezes, concede luz e calor?

    Enquanto mais que uns poucos, talvez, que uma vez pareciam estar enraizados como

    rochas, e estveis como pilares na casa de Deus, se fizeram como a gua que corre em

    ritmo acelerado. Por que voc est de p, embora em si mesmo, seja to ou mais fraco do

    que eles? Um filho de Deus pode rapidamente responder a esta pergunta. E ele responder

    assim: Mas, alcanando socorro de Deus, ainda at ao dia de hoje permaneo... (Atos

    26:22). No por minha prpria fora e poder, mas pelo Esprito do Senhor dos Exrcitos

    (veja Zacarias 4:6).

    E Aquele que o manteve at hoje, o sustentar todos os dias. O Seu Esprito que Ele d

    gratuitamente ao Seu povo uma fonte de gua que jorra, no por um ano, e no por toda

    a vida, somente; mas para a vida eterna (Joo 4:14). A fidelidade de Deus a voc a fonte

    de sua fidelidade a Ele. Cristo ora por voc, e por isso Ele o mantm vigiando em orao.

    Ele preserva voc de cair; ou, quando cado, Ele restaura a sua alma, e te conduz adiante

    novamente no caminho da justia, por amor do Seu nome. Ele decretou, e pactuou, e

    prometeu, e jurou, dar-lhe a coroa da vida; e, para isso, Ele, no menos solenemente,

    engajou-se e irrevogavelmente vinculou a Si mesmo, para tornar voc fiel at a morte.

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    Bem, ento, diz um Arminiano, se estas coisas so assim, estou seguro em todos as

    ocasies. Eu posso dobrar meus braos, e ainda me deitar para dormir. Ou, se eu escolher

    levantar-me e ser ativo, eu posso viver como eu desejar. Satans foi o iniciador deste racio-

    cnio: e ele o ofereceu, como dinheiro corrente e verdadeiro ao Messias, mas Cristo rejeitou-

    o como dinheiro falso. Se Tu s o Filho de Deus, disse o inimigo: Se tu s de fato o

    Messias a Quem Deus sustenta, e Seus eleitos, em Quem a Sua alma se deleita, lana-Te

    daqui a baixo; impossvel que Tu pereas, faa o que Tu quiseres, nenhuma queda pode

    prejudicar-te; e teu Pai, absolutamente prometeu que os Seus anjos te guardariam em todos

    os Teus caminhos; lana-te, portanto, corajosamente, do pinculo, e no tema mal algum.

    A argumentao do Diabo foi igualmente insolente e absurda, em todos os pontos de vista.

    Ele argumentou, no como uma serpente em sua astcia, mas como uma serpente cuja

    cabea estava machucada (veja Gnesis 3:15), e que no tinha mais de compreenso do

    que modstia. Cristo silenciou esta pilha de palha, com uma nica frase: No tentars o

    Senhor teu Deus (Mateus 4:7). Assim disse o Messias. E assim, ns dizemos. E essa a

    resposta suficiente a este sofisma, cuja palpvel irracionalidade cortaria a sua prpria

    garganta, sem a ajuda de qualquer resposta.

    Os filhos de Deus ficariam muito feliz, se eles pudessem viver como eles quisessem, pois

    a vontade, o desejo, o anelo, de uma alma renovada (ou seja, do novo homem, ou a parte

    regenerada do crente, pois o velho Ado nunca foi um santo, nem nunca ser) , digo eu,

    a vontade e o desejo de uma alma renovada, agradar a Deus em todas as coisas, e nunca

    ao pecado, em qualquer ocasio ou em qualquer grau. Este o estado a que nossos

    suspiros aspiram; e em que (se a imperfeio da natureza humana admitisse tal felicidade

    abaixo) ns desejamos andar. Pois, cada pessoa verdadeiramente regenerada pode

    sinceramente juntar-se ao apstolo Paulo, ao dizer: Assim que eu mesmo com o

    entendimento sirvo lei de Deus (Romanos 7:25), e gostaria de melhor obedec-la.

    A preservao de Deus a perseverana do bom homem. Os ps dos seus santos [Deus]

    guardar (1 Samuel 2:9). O Arminianismo representa o Esprito de Deus como se Ele

    agisse como guarda de uma carruagem, que v os passageiros em segurana, fora da

    cidade por alguns quilmetros; e, em seguida retorna e volta atrs, e deixa-os prosseguir o

    resto de suas prprias viagens. Mas a graa Divina no lidar assim com os peregrinos de

    Deus. Ela os acompanha at o fim de sua jornada, e eternamente. Assim que o peregrino

    mais mediano de Sio pode clamar com Davi, em plena certeza de f: Certamente que a

    bondade e a misericrdia me seguiro todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do

    Senhor por longos dias (Salmos 23:6). Portanto, pela graa preservadora, pela preser-

    vao da graa: No a ns, SENHOR, no a ns, mas ao teu nome d glria, por amor da

    tua benignidade e da tua verdade (Salmos 115:1).

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    7. Depois que Deus conduziu o Seu povo atravs do deserto da vida, e os trouxe para a

    beira daquele rio que fica entre eles e Cana celestial, Ele suspende o Seu cuidado deles

    nesta questo de mais profunda necessidade? No, bendito seja o Seu Nome. Pelo

    contrrio, Ele (sempre, com segurana, e de forma geral, confortavelmente) os acompanha

    at o outro lado; para a boa terra que est muito longe, para aquela boa montanha, e o

    Lbano!

    Eu sei, h alguns Arminianos fervorosos que nos dizem que um homem pode perseverar

    at que ele venha a morrer, e ainda quase perecer no prprio momento da morte; e eles

    ilustram essa miservel desonra a Deus e doutrina que abala a alma, pelo smile do atolar

    de um navio na entrada do porto.

    bem verdade, que algumas embarcaes de madeira tm perecido assim. Mas no

    menos verdade, que vasos escolhidos de Deus so infalivelmente salvos de perecerem

    assim. Pois, atravs da Sua bondade, cada um deles sustentado por Aquele que os vem-

    tos e mares, tanto literais e metafricos, obedecem. E a segurana deles esta: Quando

    passares pelas guas estarei contigo, e quando pelos rios, eles no te submergiro (Isaas

    43:2).

    E os resgatados do Senhor voltaro; e viro a Sio com jbilo, e alegria eterna haver

    sobre as suas cabeas (Isaas 35:10); ora, os regatados do Senhor esto longe de afun-

    darem na lama diante da vista da terra firme.

    Mesmo um pai terreno particularmente cuidadoso e terno por uma criana moribunda, e,

    certamente, quando os filhos de Deus esto nessa situao, Ele (falando maneira dos

    homens) tem duplamente misericrdia de Sua prole indefesa, os quais so Seus por

    eleio, por adoo, por pacto, pela redeno, pela regenerao, e por milhares de outros

    laos indissolveis.

    No h marcas de naufrgios, nenhuns restos de embarcaes perdidas, flutuando sobre

    aquele mar, que flui entre a Jerusalm de Deus abaixo e a Jerusalm que de cima. O

    excelente Dr. William Gouge fez uma observao completa sobre a presente questo:

    Se um homem fosse lanado em um rio, devemos considera-lo como seguro,

    enquanto ele for capaz de manter a cabea acima da gua. A Igreja, corpo mstico de

    Cristo, lanado no mar do mundo [e, posteriormente, no mar da morte]; e Cristo, seu

    Cabea, mantm-Se no alto, mesmo no cu. Existe, ento, qualquer temor, ou a

    possibilidade, que se afogue um membro deste corpo? Se algum deve ser afogado,

    ento ou o prprio Cristo deve ser afogado em primeiro lugar, ou ento esse membro

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    deve ser retirado de Cristo: ambos so impossveis. Em virtude, portanto, desta unio,

    vemos que sobre a segurana de Cristo, depende a nossa. Se Ele est seguro, assim

    ns estamos. Se ns perecemos, ento Ele deve perecer.

    Bem, portanto, os crentes moribundos podem cantar: No a ns, Senhor, mas ao Teu

    nome, d glria! Teu amor misericordioso nos conduz, quando no conseguimos prosse-

    guir, e, pelo amor de Tua verdade, Tu nos salva completamente sem que nem mesmo um

    se perca.

    8. Quando a alma resgatada for realmente trazida glria, que msica ela cantar, ento?

    O contedo do texto ainda ser a linguagem dos cus: No a ns, SENHOR, no a ns,

    mas ao teu nome d glria.

    Enquanto estamos na terra, temos necessidade daquele cuidado notvel, que Moiss deu

    aos filhos de Israel: Quando, pois, o Senhor teu Deus os lanar fora de diante de ti, no

    fales no teu corao, dizendo: Por causa da minha justia que o Senhor me trouxe a esta

    terra para a possuir; porque pela impiedade destas naes que o Senhor as lana fora de

    diante de ti. No por causa da tua justia, nem pela retido do teu corao que entras a

    possuir a sua terra... Sabe, pois, que no por causa da tua justia que o Senhor teu Deus

    te d esta boa terra para possu-la, pois tu s povo obstinado (Deuteronmio 9:4-6).

    Agora, se a Cana terrenal, que era apenas uma herana transitria, era inatingvel por

    mrito humano; se at mesmo os bens materiais no nos so dados pelo nosso prprio

    bem a justia; quem ousar dizer que o prprio cu a compra de nossa justia prpria!?

    Se as nossas obras no podem merecer at mesmo as convenincias de escape e supri-

    mentos temporais, como possvel, que sejamos capazes de merecer as riquezas infinitas

    da eternidade? No precisaremos de nenhum alerta contra a justia prpria, quando

    chegarmos seguros quele melhor pas. A linguagem de nossos coraes e das nossas

    vozes, ser; e os anjos se uniro ao concerto; e todos os eleitos, os anjos e os homens,

    para sempre e sempre, tocaro em suas harpas essa nota: No a ns, SENHOR, no a

    ns, mas ao teu nome d glria, por amor da tua benignidade e da tua verdade.

    Oh! que um senso desta amorosa misericrdia e verdade possam ser, de forma calorosa e

    transformadora, experimentadas por nossos coraes! Porque, na verdade, meus queridos

    irmos, a experincia de sentir o poder de Deus sobre a alma que faz com que o

    Evangelho seja cheiro de vida para vida. No obstante o propsito de Deus seja firme como

    o seu trono; apesar de que toda a justia e redeno de Cristo estejam consumadas e

    completas, como um agente Divino e onipotente poderia faz-lo; no obstante estou con-

    vencido de que Deus sempre ser fiel, a cada alma a quem Ele chamou das trevas para a

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    Sua maravilhosa luz; e embora ningum possa arrancar o povo de Cristo de Suas mos;

    ainda assim, eu no sou menos satisfeito, que esse deve ser sentimento percebido sobre

    tudo isso, qual seja, uma percepo operada em nossos coraes pelo Esprito Santo, que

    dar a voc e a mim o conforto dos decretos graciosos do Pai, e da obra consumada do

    Messias.

    Eu sei que est crescendo mui popularmente o falar contra sentimentos espirituais. Mas

    no me atrevo a participar deste clamor. Pelo contrrio, adoto a orao do apstolo, que o

    nosso amor a Deus, e as manifestaes de Seu amor por ns, cresam mais e mais em

    cincia e em todo o sentimento (Filipenses 1:9 traduo literal). E, no desejo

    entusistico, em nome de vocs e de mim mesmo, que sejamos do nmero daqueles

    homens piedosos, que, como a nossa Igreja justamente expressa, sentem em si mesmos

    as obras do Esprito de Cristo, mortificando as obras da carne, e inclinado as suas mentes

    para coisas elevadas e celestiais. Na verdade, o grande empreendimento do Esprito de

    Deus elevar e abaixar. Elevar as nossas afeies a Cristo, e abaixar as insondveis

    riquezas da graa comunicando-as aos nossos coraes. O conhecimento disso, e desejo

    sincero por isso, so todos os sentimentos pelos quais eu pleiteio. E, por estes sentimentos,

    desejo sempre pleitear. Satisfeito como eu sou, que, sem alguma experincia e deleites

    deles, no podemos ser felizes, vivendo ou morrendo.

    Deixe-me perguntar-lhe, por assim dizer, um por um; o Esprito Santo comeou a revelar

    essas coisas profundas de Deus sua alma? Se assim for, d a Ele a glria por isso. E,

    assim como voc valoriza a comunho com Ele; medida que voc valoriza o consolo do

    Esprito Santo; esforce-se para ser encontrado no caminho de Deus, at mesmo o alto

    caminho da f humilde e do amor obediente, sentado aos ps de Cristo, e desejoso de

    absorver aquelas doces, arrebatadoras e santificadoras comunicaes da graa, que so

    ao mesmo tempo um penhor, e uma preparao para o pleno cu completo, quando voc

    vier a morrer. Deus me livre, que alguma vez pensemos levemente sobre os sentimentos

    religiosos! Pois, se, em algum grau, no nos sentimos pecadores, nem sentimos que Cristo

    precioso; eu duvido que o Esprito de Deus tenha alguma vez operado salvificamente em

    nossas almas.

    No, longe de serem limitadas a isso, nossos desejos pelo sentimento interior da presena

    de Deus, deveria aumentar continuamente, quanto mais perto chegamos do fim de nossa

    peregrinao terrena, e semelhana da expanso progressiva de um rio, o qual, embora

    estreito e apertado quando primeiro comea a fluir, nunca deixa de alargar-se e aumentar,

    na proporo em que se aproxima do oceano em que desagua.

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    Deus nos conceda uma graciosa e grande mar de Seu Esprito, a fim de reabastecer

    nossos canais sedentos, transbordar nosso fluxo escasso e acelerar o nosso curso lngui-

    do! Se este no for o nosso grito, um sinal, ou que a obra da graa ainda no foi iniciada

    em ns; ou que ela est, de fato, em mar baixa, e desbotada com aqueles sedimentos que

    tendem a desonrar a Deus, eclipsar a glria do Evangelho, e espalhar nuvens e escurido

    em nossas almas.

    Alguns Cristos so como marcos deteriorados; que permanecem, verdade, no caminho

    direito, e carregam alguns traos de impresso apropriada, mas to miseravelmente muti-

    lados e desfigurados, que eles quase no consegue ler ou saber o que se far com eles.

    Que o bendito Esprito de Deus faa com que todos os nossos coraes, nesta manh, se

    submetam a uma renovada impresso; e sacie-nos com uma nova edio de nossas

    evidncias para o cu! Oh! que chuvas de bnos desam sobre voc, a partir do alto!

    Que voc possa ver, que Cristo, e a graa de Deus nEle, tudo em todos! Enquanto voc

    est na terra, voc pode nunca atribuir toda a glria a Ele! E, tenho certeza, que quando

    voc for para o cu, voc nunca a atribuir a qualquer outro.

    ORE PARA QUE O ESPRITO SANTO use este texto para trazer muitos

    Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

    Sola Scriptura!

    Sola Gratia!

    Sola Fide!

    Solus Christus!

    Soli Deo Gloria!

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    10 Sermes R. M. MCheyne

    Adorao A. W. Pink

    Agonia de Cristo J. Edwards

    Batismo, O John Gill

    Batismo de Crentes por Imerso, Um Distintivo

    Neotestamentrio e Batista William R. Downing

    Bnos do Pacto C. H. Spurgeon

    Biografia de A. W. Pink, Uma Erroll Hulse

    Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

    Doutrina da Eleio

    Cessacionismo, Provando que os Dons Carismticos

    Cessaram Peter Masters

    Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepo da

    Eleio A. W. Pink

    Como Ser uma Mulher de Deus? Paul Washer

    Como Toda a Doutrina da Predestinao corrompida

    pelos Arminianos J. Owen

    Confisso de F Batista de 1689

    Converso John Gill

    Cristo Tudo Em Todos Jeremiah Burroughs

    Cristo, Totalmente Desejvel John Flavel

    Defesa do Calvinismo, Uma C. H. Spurgeon

    Deus Salva Quem Ele Quer! J. Edwards

    Discipulado no T empo dos Puritanos, O W. Bevins

    Doutrina da Eleio, A A. W. Pink

    Eleio & Vocao R. M. MCheyne

    Eleio Particular C. H. Spurgeon

    Especial Origem da Instituio da Igreja Evanglica, A

    J. Owen

    Evangelismo Moderno A. W. Pink

    Excelncia de Cristo, A J. Edwards

    Gloriosa Predestinao, A C. H. Spurgeon

    Guia Para a Orao Fervorosa, Um A. W. Pink

    Igrejas do Novo Testamento A. W. Pink

    In Memoriam, a Cano dos Suspiros Susannah

    Spurgeon

    Incomparvel Excelncia e Santidade de Deus, A

    Jeremiah Burroughs

    Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvao

    dos Pecadores, A A. W. Pink

    Jesus! C. H. Spurgeon

    Justificao, Propiciao e Declarao C. H. Spurgeon

    Livre Graa, A C. H. Spurgeon

    Marcas de Uma Verdadeira Converso G. Whitefield

    Mito do Livre-Arbtrio, O Walter J. Chantry

    Natureza da Igreja Evanglica, A John Gill

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    Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a

    John Flavel

    Necessrio Vos Nascer de Novo Thomas Boston

    Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A C. H.

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    Objees Soberania de Deus Respondidas A. W.

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    Orao Thomas Watson

    Pacto da Graa, O Mike Renihan

    Paixo de Cristo, A Thomas Adams

    Pecadores nas Mos de Um Deus Irado J. Edwards

    Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural

    Thomas Boston

    Plenitude do Mediador, A John Gill

    Poro do mpios, A J. Edwards

    Pregao Chocante Paul Washer

    Prerrogativa Real, A C. H. Spurgeon

    Queda, a Depravao Total do Homem em seu Estado

    Natural..., A, Edio Comemorativa de N 200

    Quem Deve Ser Batizado? C. H. Spurgeon

    Quem So Os Eleitos? C. H. Spurgeon

    Reformao Pessoal & na Orao Secreta R. M.

    M'Cheyne

    Regenerao ou Decisionismo? Paul Washer

    Salvao Pertence Ao Senhor, A C. H. Spurgeon

    Sangue, O C. H. Spurgeon

    Semper Idem Thomas Adams

    Sermes de Pscoa Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

    Owen e Charnock

    Sermes Graciosos (15 Sermes sobre a Graa de

    Deus) C. H. Spurgeon

    Soberania da Deus na Salvao dos Homens, A J.

    Edwards

    Sobre a Nossa Converso a Deus e Como Essa Doutrina

    Totalmente Corrompida Pelos Arminianos J. Owen

    Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

    Propsitos de Cristo na Instituio de Sua Igreja J.

    Owen

    Supremacia e o Poder de Deus, A A. W. Pink

    Teologia Pactual e Dispensacionalismo William R.

    Downing

    Tratado Sobre a Orao, Um John Bunyan

    Tratado Sobre o Amor de Deus, Um Bernardo de

    Claraval

    Um Cordo de Prolas Soltas, Uma Jornada Teolgica

    no Batismo de Crentes Fred Malone

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    2 Corntios 4

    1 Por isso, tendo este ministrio, segundo a misericrdia que nos foi feita, no desfalecemos;

    2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, no andando com astcia nem

    falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos conscincia de todo o homem,

    na presena de Deus, pela manifestao da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho est

    encoberto, para os que se perdem est encoberto. 4 Nos quais o deus deste sculo cegou os

    entendimentos dos incrdulos, para que lhes no resplandea a luz do evangelho da glria

    de Cristo, que a imagem de Deus. 5 Porque no nos pregamos a ns mesmos, mas a Cristo

    Jesus, o Senhor; e ns mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

    que disse que das trevas resplandecesse a luz, quem resplandeceu em nossos coraes,

    para iluminao do conhecimento da glria de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porm,

    este tesouro em vasos de barro, para que a excelncia do poder seja de Deus, e no de ns. 8 Em tudo somos atribulados, mas no angustiados; perplexos, mas no desanimados.

    9 Perseguidos, mas no desamparados; abatidos, mas no destrudos;

    10 Trazendo sempre

    por toda a parte a mortificao do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

    se manifeste tambm nos nossos corpos; 11

    E assim ns, que vivemos, estamos sempre entregues morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste tambm na

    nossa carne mortal. 12

    De maneira que em ns opera a morte, mas em vs a vida. 13

    E temos portanto o mesmo esprito de f, como est escrito: Cri, por isso falei; ns cremos tambm,

    por isso tambm falamos. 14

    Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitar

    tambm por Jesus, e nos apresentar convosco. 15

    Porque tudo isto por amor de vs, para que a graa, multiplicada por meio de muitos, faa abundar a ao de graas para glria de

    Deus. 16

    Por isso no desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

    interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

    Porque a nossa leve e momentnea tribulao

    produz para ns um peso eterno de glria mui excelente; 18

    No atentando ns nas coisas que se veem, mas nas que se no veem; porque as que se veem so temporais, e as que se

    no veem so eternas.