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“Ide… anunciai a Boa-Nova.” (Mateus 28,19) Centro de Animação Bíblico-Catequética Diocese de Ponta Grossa

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“Ide… anunciai a Boa-Nova.” (Mateus 28,19)

Centro de Animação Bíblico-CatequéticaDiocese de Ponta Grossa

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Prefácio

Após mais de quinze anos de utilização da Coleção Sementes – manual de catequese elaborado na Diocese de Ponta Grossa (PR) –, utilizada por catequis-tas de muitas regiões do Brasil, é para mim motivo de alegria e grande esperança apresentar a nova coleção, totalmente reformulada no espírito do Documento de Aparecida e do processo de iniciação à Vida Cristã.

Hoje melhor compreendemos que a catequese não é uma transmissão de conteúdos de doutrina (“instrução”), nem apenas preparação para receber este ou aquele sacramento (“etapa de formatura”), mas é um processo dinâmico e abrangente de educação da fé, um itinerário de vida, que leva alguém ao encon-tro da comunhão e intimidade com Jesus Cristo e à adesão à proposta do Reino, que é vivida na Igreja.

Duas consequências brotam dessa visão: primeira – o catequista, alguém orante, que experimenta e vive seu encontro pessoal com o Senhor, é capaz de introduzir os catequizandos no Mistério (mistagogia); segunda – uma vez que esse processo de discipulado se realiza na comunidade eclesial, e toda a comuni-dade paroquial é catequizadora, com a participação da família e do sacerdote, a dinâmica toda da catequese vai inserir o catequizando na vida da comunidade...

Daí uma grande novidade da nova coleção: a inserção de celebrações litúr-gico-catequéticas ou ritos de iniciação, que vão assinalando as várias etapas e introduzindo o catequizando no Mistério do Ressuscitado, levando-o a assimilar a linguagem dos símbolos, dos gestos, da vida de oração e contemplação, bem como a participar de maneira ativa e frutuosa na Liturgia e na transformação da sociedade.

Este volume começa com uma preciosa apresentação, que expõe de manei-ra clara a mística da iniciação à Vida Cristã, sempre iluminada pela atitude de Jesus com os discípulos de Emaús. Respeita a psicologia das idades e os diversos momentos do ano litúrgico. Será muito útil para a preparação dos catequistas no início das atividades.

Parabenizando a equipe de Animação Bíblico-Catequética da diocese e a Editora Ave-Maria por colocar à disposição dos catequistas e das comunidades do Brasil este precioso instrumento, invoco sobre todos as bênçãos de Deus Uno e Trino.

Na Festa de Maria, Mãe da Divina Graça, padroeira da Diocese.

Ponta Grossa, 15 de setembro de 2011

Dom Sergio Arthur Braschi

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ApresentaçãoEsta edição reformulada do Manual de iniciação para uma vida de comunhão

com Cristo na sua Comunidade faz parte da Coleção Sementes e é expressão do amadurecimento da edição publicada em 1995 na Diocese de Ponta Grossa (PR).

Reformulada com a colaboração de catequistas, religiosos, pedagogos, psicó-logos e sacerdotes, esta edição alinha o processo catequético com as orientações do Documento de Aparecida, do Diretório Nacional de Catequese, do Estudo 97 sobre Iniciação à Vida Cristã e das diretrizes gerais da Ação Evangelizadora da Igreja (2011-2015). Deseja oferecer à Igreja um instrumento vivo e dinâmico de transmissão da fé, para auxiliar o “processo de iniciação à vida cristã”, que conduz a pessoa para um mergulho no Mistério de Cristo, formando nela um coração de discípulo missionário.

É preciso tratar com zelo uma importante parcela do povo de Deus confiada à Igreja composta de crianças e adolescentes. Para eles, a catequese de iniciação à Vida Cristã é fundamental para o crescimento na fé, porque proporciona um encon-tro pessoal com Cristo por meio da escuta da Palavra, da Celebração dos mistérios da fé e da vida comunitária.

O método de “iniciação” requer cuidado no planejamento para o êxito da ação catequética no âmbito paroquial. Necessita também de catequistas mistagogos, isto é, que tenham segurança para conduzir ao Mistério pela vivência da fé, da espiri-tualidade e do testemunho de vida de comunhão na comunidade. Por sua vez, a comunidade também é chamada a realizar essa tarefa, que é “do conjunto da Igreja”.

A formação e a criatividade de nossos catequistas são sempre uma qualida-de a ser valorizada e estimulada.

Embora o trabalho dedicado de muitos catequistas seja objeto de nosso respeito e admiração, a iniciação de nossas crianças e adolescentes tem sido fragmentada e, às vezes, insuficiente diante dos desafios e das urgências desta “mudança de época”.

Esta edição reformulada do manual da Coleção Sementes proporciona a di-minuição da distância entre a catequese e a liturgia, que são duas faces do mesmo Mistério, em vista da adesão a Jesus e do discipulado.

A catequese de iniciação à vida cristã favorece a integração entre Anúncio, Celebração e Vivência Comunitária. Por ser um método mais participativo, fo-menta a conexão entre catequista, catequizandos, família e comunidade.

A Coleção Sementes contém cinco volumes para realizar um processo global de catequese, instruindo com os quatro pilares da doutrina (crer, celebrar, viver e rezar), que favorecem a experiência das primeiras e fundamentais noções da fé. Os três primeiros volumes preparam para a intimidade com Cristo, a inserção e a per-tença à Sua comunidade, que se expressará por meio da participação eucarística. Os outros dois volumes confirmam a opção e a adesão a Jesus e à sua comunidade, consolidando no catequizando um coração de discípulo missionário para atuar, na força do Espírito Santo, como “sal da terra e luz no mundo”. (Mateus 5,13-14)

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Este manual inicia-se com uma carta de acolhida aos pais e aos catequizandos, um texto de capacitação inicial para os catequistas, uma celebração de unção e de en-vio do catequista e um encontro de acolhida dos catequizandos. Em seguida, sugere um encontro de reflexão sobre a Campanha da Fraternidade; posteriormente ocorre um Retiro com espiritualidade Quaresmal para purificação, proporcionando a experi-ência de uma renovação interior preparando-os para o Mistério Pascal.

Este volume proporcionará a continuidade do catecumenato, no itinerário catequético, conduzindo para o rito de Eleição aqueles que receberão a Ilumina-ção, participando então do Mistério Eucarístico. Será “um tempo para conveniente instrução, santificado com os sagrados ritos litúrgicos celebrados em tempos suces-sivos e de participação no Mistério Eucarístico” (Sacrosanctum Concilium 64). A 1a unidade introduzirá o catequizando na experiência quaresmal em vista da prepa-ração pascal. Nessa unidade ocorre a “purificação”, preparando mais intensamente o espírito e o coração dos catequizandos para o Mistério Pascal. A unidade propor-ciona estas experiências por meio de três temas conectados com os evangelhos do 3o, 4o e 5o domingos da quaresma que, realizando os escrutínios, preparam para a Páscoa. A 2a unidade introduz o primeiro pilar para a transmissão da fé (símbolo da fé – Creio). É realizada a Celebração Litúrgica da Entrega do Símbolo, seguida da devida instrução, realizada por meio de quatro temas que ensinam a crer em um só Deus, que é Pai, Filho, Espírito Santo e que age na Igreja. A 3a unidade é ante-cedida pela “Celebração Litúrgica de Eleição, ou inscrição do nome, com a qual a Igreja admite os catequizandos que se encontram em condições de participar da vida Sacramental” (RICA 22). Nessa unidade, composta de seis temas, desenvolve-se o segundo pilar do catecismo, explicando a celebração da fé na liturgia. Pelos sacra-mentos o catequizando perceberá os gestos que Jesus realiza em nosso favor para nossa salvação, refletindo também sobre missão, vocação e serviço. A 4a unidade, composta por seis temas, apresenta o dinamismo da vivência da fé. Trata do terceiro pilar da transmissão da fé, o agir cristão, que é norteado pelos mandamentos. Há uma celebração que favorece o exame de consciência e prepara para o sacramento da con-fissão. A unidade é encerrada com uma instrução sobre o quarto pilar, a oração cristã, que impulsiona o serviço da fé, para a construção do Reino em favor da vida plena.

Antecedido de um texto de formação para o catequista, cada encontro apre-senta orientações e é organizado segundo os quatro passos da metodologia do encontro dos discípulos de Emaús com o Ressuscitado: Acolhimento, Fundamen-tação, Espiritualização e Atividades de fixação – atividades que integram a vivência da fé em família e fomentam o compromisso cristão do discípulo missionário.

Este manual apresenta um processo pedagógico dinâmico, cristocêntrico, litúrgico-comunitário, orante e bíblico, que integra a família, o catequista, o ca-tequizando e a comunidade, ajudando o catequizando a desenvolver o costume de ouvir, celebrar, viver e rezar a Palavra de Deus dentro e fora da família.

“Ide, fazei discípulos meus... ensinando-os tudo o que vos ordenei” (Mateus 28,19-20). Desejosos de que esse mandato de Jesus à Igreja aconteça de modo sempre renovado e caracterizado pela alegria, pedimos os auxílios da Mãe da Divina Graça.

Equipe Diocesana de Animação Bíblico-Catequética

Diocese de Ponta Grossa, PR

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Carta de acolhida aos pais

“Coloquem-se a serviço uns dos outros através do amor.” (Gálatas 5,13)

Queridos pais:

A catequese e a família, unidas pelo compromisso de evangelizar, são cha-madas ao serviço do amor. É o amor que leva a pessoa a servir seus irmãos e irmãs. Na missão da Igreja, a catequese e a família buscam crescer no amor e no dom de si, para colocarem-se a serviço dos outros.

Por isso, com muito carinho e alegria na disposição de estar a “serviço do amor”, a Igreja recebe seu filho para o 3o Tempo de catequese.

Convidamos sua família a prosseguirmos juntos no caminho da educação da fé de seu filho. Estejamos unidos neste “serviço do amor”.

A família é o grande santuário da vida e também o berço da fé. As atitudes da fé, vivenciadas e testemunhadas pelos pais, têm forte influência no aprendizado das noções religiosas e na estruturação da vida de fé das crianças, adolescentes e jovens.

Todo batizado é chamado a ser um evangelizador. O pai e a mãe são os pri-meiros evangelizadores dos filhos, e a graça do matrimônio cristão ilumina a realidade do amor, ajudando os filhos a dar os primeiros passos na vida cristã.

Nosso amado santo, João Paulo II, em sua exortação apostólica Catechesi Tradendae (CT), lembra-nos de que: “a educação para a fé, feita pelos pais – a começar desde a mais tenra idade das crianças –, já se realiza quando os mem-bros de determinada família se ajudam uns aos outros a crescer na fé, graças ao próprio testemunho de vida cristã, muitas vezes silencioso, mas perseverante no desenrolar da vida de todos os dias, vivida segundo o Evangelho” (CT 68).

O Diretório Nacional de Catequese (DNC) também aponta para a importân-cia dos pais na condução do processo de educação da fé: “Para a Igreja, os pais são os primeiros e principais responsáveis pela vida e pela educação de seus fi-lhos; são os primeiros educadores da fé” (DNC 297).

“Na família, o processo de crescimento da fé brota da convivência, do clima familiar e do testemunho dos pais. É uma catequese vivencial” (DNC 299).

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos ajuda a compreender que “a catequese familiar precede, acompanha e enriquece as outras formas de ensi-namento da fé. Os pais são os primeiros que têm a missão de ensinar os filhos a rezar e a descobrir a sua vocação de filhos de Deus” (CIC 2226).

A Igreja coloca-se ao seu lado nesta linda missão de “transmitir a fé” ao seu filho; afinal, proporcionar o encontro com Jesus a alguém é o maior e mais belo gesto de amor que podemos realizar. Realizemos isso juntos em favor de seu filho.

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Que Deus ilumine “cada passo das nossas famílias” e nossa unidade a serviço do amor!

“Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê--lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria.”

(Documento de Aparecida no 29)

Catequista e equipe Diocesana de Animação Bíblico-Catequética

Diocese de Ponta Grossa (PR)

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Carta de acolhida aos catequizandos

Querido catequizando:

João Batista estava com dois de seus discípulos e, ao ver Jesus, que passava, disse: “Eis o Cordeiro de Deus”. Os dois que estavam com João Batista e ouvi-ram-no dizer isso seguiram Jesus.

Jesus, olhando para trás, viu que eles o seguiam e disse-lhes: “Que estais pro-curando?”. Eles disseram: “Rabi (que significa Mestre), onde moras?”. Ele lhes disse: “Vinde e vede”. Eles foram e viram onde Ele morava e permaneceram com Ele aquele dia. Era por volta das 4 horas da tarde.

André, irmão de Simão, era um dos dois homens que ouviram as palavras de João Batista e seguiram Jesus. Ao amanhecer, encontrou seu irmão Simão e disse-lhe: “Encontramos o Messias” (que significa Cristo), e o conduziu até Je-sus! Olhando-o, Jesus disse-lhe: “Tu és Simão, filho de João; mas serás chamado Cefas, que quer dizer pedra”.

(João 1,35-42)

Esse texto bíblico narra o chamado que Jesus fez aos dois primeiros discí-pulos. Um deles é André e o outro não é identificado. Tente dar identidade a esse discípulo; melhor ainda, identifique-se, você mesmo, com esse discípulo.

Seu catequista, tal como João Batista, tem apontado para Jesus e tem lhe ensinando os mistérios sobre a vida de Jesus, o cordeiro que Deus Pai enviou e que ofereceu sua vida como banquete para nossa salvação.

Você está em um caminho catequético de seguir a Jesus! Hoje, esse gesto que Jesus realizou e, sobretudo, a pergunta que Ele fez precisam lhe alcançar e ecoar em seu coração: “Jesus, olhando para trás, viu que eles o seguiam e disse--lhes: ‘Que estais procurando?’”.

Sinta o olhar de Jesus envolvendo-o e apaziguando o seu coração, dando--lhe confiança e segurança neste caminhar. Permita que a pergunta que Ele fez penetre em seu coração: “Que estais procurando?”...

Convido-o para responder a essa pergunta de Jesus ao longo deste ano cate-quético! Identifique em seu catequista a atitude de João Batista, que está sempre convocando-o a seguir Jesus.

Está se aproximando o momento de sua comunhão profunda com Jesus. Desde já Ele lhe convida: “Vinde e vede!”. Procure fazer deste tempo uma oportunidade para “conhecer onde Jesus mora”, um momento para “permanecer com o Senhor”, um mo-mento para crescer na intimidade com Ele, que permanece conosco na Eucaristia...

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Desejamos que sua experiência e a dos seus amigos de catequese com o Mestre seja tão profunda a ponto de vocês poderem, depois, dizer: “Encontra-mos o Senhor”. Que você possa conduzir, assim como André, outros irmãos para a experiência do encontro vivo com Jesus Cristo na Eucaristia. Somente Ele pode nos firmar, tornando-nos pedras vivas para edificarmos seu Reino neste mundo.

Caríssimo catequizando, medite sobre isso e inicie com alegria, coragem, dinamismo e firme decisão a participação neste 3o Tempo de catequese.

Seja bem-vindo! Junto com seus pais e nossa comunidade, daremos este passo em direção a este bonito caminho de “iniciação para uma vida de comu-nhão com Cristo na sua Comunidade”!

Catequista e Equipe Diocesana de Animação Bíblico-Catequética

Diocese de Ponta Grossa (PR)

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Capacitação inicial para os catequistas

Querido catequista:

Com grande alegria convidamos você para meditar sobre as palavras deste texto bíblico:

Jesus chegou a uma cidade de Samaria chamada Sicar. Havia ali o poço de Jacó e

Jesus, cansado da viagem, sentou-se à beira do poço por volta do meio-dia.

Veio uma mulher samaritana tirar água e Jesus disse-lhe: “Dá-me um pouco

de água”.

A mulher samaritana lhe perguntou: “Como o senhor, sendo judeu, pede a

mim, uma samaritana, água para beber?”. Jesus lhe respondeu: “Se você co-

nhecesse o dom de Deus e quem está pedindo água, você lhe teria pedido e dele

receberia água viva”.

A mulher disse: “O senhor não tem com que tirar água, e o poço é fundo. Onde

pode conseguir essa água viva?” ... Jesus respondeu: “Quem beber desta água

terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu der nunca mais terá sede.

Ao contrário, a água que eu der se tornará nele uma fonte de água a jorrar

para a vida eterna”. A mulher lhe disse: “Senhor, dá-me dessa água!”...

(João 4,5-15)

Neste seu caminho, catequista, há de ter muito empenho, desafios e até mesmo lágrimas! Mas saiba que Jesus está à tua espera, assim como esteve espe-rando por aquela samaritana...

A Igreja também deseja sentar-se ao lado de nossos catequizandos para tor-nar o Senhor presente na vida deles, para que possam encontrá-lo, e faz isso por meio de seu dom e da sua vocação de catequista. Antes, porém, você, querido catequista, precisa beber e ser saciado desta água viva que é Cristo, precisa dei-xar ser encontrado e amado por Ele, para daí sim evangelizar e transbordar desta água viva aos catequizandos.

Disponha-se a sentar no poço com a Igreja, ao lado de Jesus, para beber da �água viva da Palavra e dos conteúdos de nossa fé�, pois só o verdadeiro e profun-do encontro com o Senhor desperta a fé!

Quem recebe a vida nova do encontro com Jesus não pode deixar de pro-clamar a Boa-Nova para os outros. E é isso que você faz com tanto carinho e empenho em cada encontro com seus catequizandos e suas famílias. A Igreja quer realizar uma aproximação com todas as pessoas, e você tem um papel fun-damental nesse processo!

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Auxiliado pelo itinerário que este manual lhe oferece, você dará continui-dade ao tempo chamado de catecumenato com os catequizandos e viverá com eles o tempo de purificação e iluminação que os colocará à mesa com o Senhor.

O essencial neste momento do caminho é que você seja um catequista mis-tagogo, ou seja, que, bebendo da “água viva”, saiba conduzir os catequizandos até o poço Daquele que dá de beber!

Deus lhe abençoe e um bom ano catequético!

A capacitação que segue deve ser organizada pela Coordenação Paroquial de Catequese destinada ao grupo de catequistas e contém os seguintes tópicos:

1. Reflexão sobre a espiritualidade do catequista;

2. Conteúdo específico de cada tempo;

3. Metodologia e pedagogia do manual;

4. Desenvolvimento psicológico da criança entre 10 e 12 anos;

5. Os quatro pilares para a edificação da fé;

6. Celebrações litúrgicas com ritos de iniciação cristã.

(Esta capacitação deve ser organizada pela Coordenação Paroquial de Catequese destinada ao grupo de catequistas.)

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1. Reflexão sobre a espiritualidade do catequista O “sentido” que damos à vida, aos fatos e aos acontecimentos está ligado ao

tipo de espiritualidade que cultivamos. Nossas reações revelam o quanto esta-mos, ou não, impulsionados pela força vital que nos vem do Espírito Santo.

A resposta aos impactos que sentimos diante dos fatos manifestará a pro-fundidade de nossa espiritualidade; ela influenciará a maneira de enxergarmos o mundo e as coisas ao nosso redor. Pensemos numa árvore. As ações externas que a atingem exercerão maior ou menor força sobre ela de acordo com a pro-fundidade de sua raiz. Nesse exemplo, os fatos e acontecimentos do dia a dia equivalem a essas ações externas. A espiritualidade é como a raiz, que pode sustentar-nos diante dessas circunstâncias.

a) O que lhe vem à memória quando você ouve a palavra “Espiritualida-de”? Imagine algo que simbolize espiritualidade para você.

b) Procure interpretar a imagem que você formou respondendo: o que esta imagem tem a ver com espiritualidade?

c) Leia o texto bíblico de Mateus 7, 24-27 e comente o que você compreendeu.

Voltando ao exemplo da árvore, no qual a espiritualidade é a raiz, pode-mos refletir:

•Naraiz,aárvoresenteprofundamenteoimpactodetudoqueacon-tece com ela: os ventos, a seca. A raiz reagirá ou responderá a tudo isso.

• Searaizformuitosuperficial,aárvoretombará,assimacontececoma pessoa que vive de superficialidades.

• Searaizforprofunda,aárvoreresistirá.Nosmomentosdifíceisoudas grandes tempestades da vida, a pessoa saberá suportar com fir-meza, resistindo a tais situações.

• Seacontecerumtempodesecaouaridez–quepodemoscompararàquelas situações externas a nós –, com as raízes já profundas, a árvo-re encontrará uma possibilidade de vida! Imaginemos o que acontece com um coqueiro no deserto: ele busca do local mais profundo o que o mantém e lhe sustenta a vida.

Espiritualidade e Espírito Santo Espiritualidade vem de “Espírito”, ou seja, força (Espírito Santo) que envol-

ve todo o ser da pessoa.

O Espírito envolve, é movimento, dinamismo, sopro. Podemos chamar sua ação em nós de espiritualidade! O Espírito anima, impulsiona, provoca unidade, energia e ardor.

A espiritualidade é a vivência da fé sob o impulso do Espírito Santo, é deixar o Espírito Santo motivar, animar, impulsionar a vida pessoal, o relacionamento com os outros, a vida da comunidade e da família.

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Utilizando ainda a árvore como exemplo: a seiva da árvore é como a força do Espírito que envolve e permeia, vitalizando todo o nosso ser.

A espiritualidade cristã imprime um estilo de vida, um jeito de estar no mundo; não é abstrair-se do mundo, é deixar-se guiar por Deus neste mundo!

A espiritualidade cristã é Trinitária, dispõe o coração para a busca por Deus, que nos vem em Jesus Cristo (Sacramento) na força do Espírito Santo.

A Eucaristia é a mais essencial das fontes para a espiritualidade cristã; sua vivência faz aparecer os demais “traços da espiritualidade” que se recomenda ao catequista:

a) De serviço: é o levantar-se para o lava-pés, gesto próprio daquele que se sentou à mesa do Senhor.

b) Bíblica: é acolher aquilo que o Senhor fala ao discípulo na mesa que preparou para nós.

c) Mariana: é identificar-se com a Mãe de Jesus, primeiro sacrário que soube levar o Verbo Encarnado aos outros.

d) Profética e missionária: é anunciar, transmitir aos outros a alegria desse encontro, fazendo a verdade reluzir diante das trevas.

e) Transformadora: é carregar o dom do Senhor sendo sal desta terra e luz para este mundo.

A Eucaristia nos remete ao serviço de transformação do mundo: “fazei isto em memória de mim”.

Quando Jesus diz “fazei isto!”, está pedindo que nossa vida seja vivida no servi-ço de amor, como foi a dele. Entregou a sua vida para fortalecer-nos nesse serviço.

Quando Jesus diz “em memória de mim”, ensina que nossos exemplos de viver o serviço de amar, de perdoar e de ser justo remeterão as pessoas para os gestos dele, que se prolongam em nosso viver. A eucaristia nos faz portadores do Mistério para a humanidade.

Partilhando com o grupo: • AlémdaEucaristia,quaisosmeiosquevocêtemparaocultivodesua

espiritualidade?

• Assimcomoumaárvore,aespiritualidadetambémprecisaproduzirfrutos! Comente quais frutos sua espiritualidade tem produzido.

Por que utilizar um manual para fazer catequese? Fazer catequese com um manual é realizar “um itinerário educativo que vai

além da simples transmissão de conteúdos doutrinais desenvolvidos nos encontros

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catequéticos. Este manual propõe um processo participativo de acesso às Sagradas Escrituras, à liturgia, à doutrina da Igreja, à inserção na vida da comunidade eclesial e às experiências de intimidade com Deus.” (Diretório Nacional de Catequese 152)

Este manual apresenta um conjunto de passos e operações, necessárias para instruir alguém em determinada etapa do processo. Ele tem como pano de fundo um caminho; porém, ele sozinho não é todo caminho catequético, pois catequese é muito mais do que apenas aquele momento isolado do encontro. Os momentos de catequese acontecem também na família, na vida em comunida-de, nas celebrações e em tantas outras atividades.

A eficácia do processo é garantida por um bom manual, mas também exige preparo, formação, criatividade e planejamento do catequista e participação da comunidade, da família e do sacerdote.

A partir da reflexão acima, qual é a importância da utilização de um manual no processo catequético de iniciação à vida cristã?

Dinamizando o tema Formar grupos de até 10 pessoas e entregar 1 kit em embalagem de

plástico contendo:

• 3canudinhos;

• 1folhacolorida;

• 5palitosdesorvete;

• 1bexiga;

• 1pedaçodebarbante;

• 1pedaçodepapel-cartão;

• 1pedaçodefita-crepecoladanopróprioplástico;

• 1guardanapo.

Em seguida, pedir a cada grupo que, utilizando o material do kit, monte em equipe “algo que seja útil para percorrer um caminho”. Depois, os grupos podem apresentar o que montaram, explicando o significado.

Conclusão: perceber que a utilidade do manual é como um kit, no qual as coisas não estão prontas ou acabadas – nele se encontram recursos para que, mediante planejamento, participação e criatividade, seja possível ex-pressar o que se deseja.

2. Conteúdo específi co de cada tempo a) O 1o Tempo do manual da Coleção Sementes – Sementes de Vida – pro-

cura desenvolver o pré-catecumenato com um acento querigmático (primeiro anúncio vibrante de Jesus Cristo).

Dinamizando o tema Formar grupos de até 10 pessoas e entregar 1 kit em embalagem de kit em embalagem de kit

plástico contendo:

• 3canudinhos;

• 1folhacolorida;

• 5palitosdesorvete;

• 1bexiga;

• 1pedaçodebarbante;

• 1pedaçodepapel-cartão;

• 1pedaçodefita-crepecoladanopróprioplástico;

• 1guardanapo.

Em seguida, pedir a cada grupo que, utilizando o material do kit, monte kit, monte kitem equipe “algo que seja útil para percorrer um caminho”. Depois, os grupos podem apresentar o que montaram, explicando o significado.

Conclusão: perceber que a utilidade do manual é como um kit, no qual kit, no qual kitas coisas não estão prontas ou acabadas – nele se encontram recursos para que, mediante planejamento, participação e criatividade, seja possível ex-pressar o que se deseja.

• 3canudinhos;

• 1folhacolorida;

• 5palitosdesorvete;

• 1bexiga;

• 1pedaçodebarbante;

• 1pedaçodepapel-cartão;

• 1pedaçodefita-crepecoladanopróprioplástico;

• 1guardanapo.

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O processo que este manual propõe é dedicado à interação do catequi-zando consigo mesmo, com a obra da Criação e com os outros; fomenta a confiança mútua no grupo e, sobretudo, conduz para uma relação com Deus na comunidade. É um tempo dedicado para auxiliar o catequizando a expe-rimentar a alegria do encontro pessoal e intransferível com Jesus Cristo. É preciso favorecer a vivência do processo de conversão (mudança na maneira de interpretar e decidir) para se transformar em discípulo missionário de Jesus, um discípulo que esteja consciente, esclarecido, que aja de modo coerente e generoso. No 1o Tempo, evidenciamos a “família como introdutores” nas ex-periências de fé e vida. As celebrações ajudam a inseri-lo na comunidade, dão acesso à vida litúrgica e santificam esse tempo.

O que você destacaria no processo do 1o Tempo que o manual “Sementes de Vida” realiza?

b) O 2o Tempo da Coleção Sementes – “Sementes de Esperança” – realiza parte do catecumenato, que é o tempo da catequese propriamente dita, um iti-nerário mais longo e denso no processo.

No 2o Tempo é desenvolvido um conjunto de temas, dentro da pedagogia cate-quética própria, visando realizar, de modo harmonioso e abrangente, uma exposição da história da salvação. Neste tempo de catequese, é necessário “fazer ecoar e ressoar” no íntimo da pessoa a Palavra de Deus, que renova e ilumina seu modo de agir.

O estilo “escolar, ou de aula de religião” dá lugar ao estilo “querigmático”, isto é, fraterno, comunitário, orante, celebrativo, meditativo, que faz confrontar a vida pessoal e social, proporcionando inserção na comunidade e comunhão com sua missão. No 2o Tempo, evidencia-se a figura do “padrinho como introdu-tor” nessas experiências de fé e vida.

Neste tempo de catecumenato, são realizados ritos e celebrações importan-tes para que o catequizando sinta-se progredindo no caminho da fé.

O que você destacaria no processo do 2o Tempo que o manual “Sementes de Esperança” realiza?

c) No manual do 3o Tempo – “Sementes de Comunhão” – ocorrem a con-tinuidade do catecumenato, o período chamado de Purificação, de caráter quaresmal e penitencial, e a Iluminação, que é o tempo de preparação para a recepção dos gestos de Jesus, os sacramentos pascais.

Nesse tempo, o catecumenato prossegue com a síntese dos principais con-teúdos da fé cristã, procurando favorecer o entendimento e a vivência da fé pelo catequizando.

A Purificação evidencia o sentido litúrgico da Quaresma para que o cate-quizando viva esse momento como um “retiro de quarenta dias”, que favorece a preparação da Páscoa, quando liturgicamente recomenda-se a Iluminação pela recepção do Sacramento (pastoralmente, cada comunidade realiza a Iluminação

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no momento oportuno). Mediante a participação nas catequeses e celebra-ções desse Tempo, o catequizando experimentará uma melhor assimilação do Evangelho em sua vida, da moral cristã, do sentido de pecado, de perdão e recon-ciliação. O itinerário deste manual perpassa os quatro pilares para a edificação e transmissão da fé que o Catecismo apresenta (crer, celebrar, viver e rezar).

O que você destacaria no processo do 3o Tempo que o manual “Se men tes de Comunhão” realiza?

d) O 4o e o 5o Tempos do processo da iniciação – Sementes de Participação – são chamados de Mistagogia. É um período privilegiado para um mergulho mais intenso nos “segredos” ou mistérios da fé. Pastoralmente, na Coleção Sementes, esse período abarcará as experiências do aprendizado da fé que firmará (pela Crisma ou Confirmação) o discípulo, por meio de atividades pastorais e mis-sionárias, em um projeto pessoal e comunitário de vida. Também nos séculos III ao V, ocorriam nesse tempo catequeses mistagógicas. Mistagogia é um termo formado por duas palavras gregas: mista que significa “Mistério”; e agog, que sig-nifica guia, condutor ou orientador.

Conseguimos compreender que o itinerário realizado no tempo de Mista-gogia será o momento favorável para “conduzir para dentro do Mistério ou dos segredos de Deus”. Suficientemente iniciado, cabe ao catequizando progredir na comunidade cristã e no processo formativo. Como membro da comunidade cristã, precisa sentir-se responsável por si, pela Igreja e por sua missão.

O que você destacaria no processo do 4o e 5o Tempos que o manual “Sementes de Participação” realiza?

Conhecendo o itinerário que o processo da Coleção Sementes desenvolve no catequizando nos cinco tempos:

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Observando o organograma, podemos compreender o ponto de partida e de chegada que cada um dos manuais desenvolve e ter uma visão geral do itine-rário realizado ao longo de cada tempo.

As áreas do 1o Tempo representam o Manual Sementes de Vida. Ao longo do ano, cada encontro realiza um processo, por meio de um conteúdo, que conduz a uma experiência com Deus, o qual chama para relações fraternas na comunidade.

As áreas do 2o Tempo representam o percurso realizado com o Manual Sementes de Esperança, que lançará as bases da Revelação do Deus da Aliança – experiência que em Jesus somos chamados a vivenciar a salvação na comunidade.

As áreas do 3o Tempo ajudam a compreender que o Manual Sementes de Comunhão favorece a espiritualidade e os exercícios próprios do tempo qua-

1o TempoConhecer-se eRelacionar-se

1o TempoEu comigo mesmo e

com o mundoEu e o outro

Eu e Deus

1o TempoRelações fraternas

vividas emcomunidade

2o TempoDeus se revela:

Palavra/Criação

2o TempoFaz Aliança

Dá a Lei do AmorFala pelos Profetas

2o TempoMaria do SimJesus, a nova

Aliança

2o TempoJesus anuncia:

O Reino e asBem-Aventuranças

2o TempoEle nos chama a

viver este Projetoem Comunidade

3o TempoCaminhando em

direção ao MistérioPascal

3o TempoCrer no Deus Uno e

Trino emcomunidade

3o TempoCelebrar os gestossalvíficos de Jesusem comunidade

3o TempoViver a fé professada

e celebrada

3o TempoRezar a fé numarelação viva com

Deus para a transfor-mação da realidade

4o TempoEu, adolescente:

razão e liberdade

4o TempoDialogar em família,

Respeitar asdiferenças

4o TempoFirmar as

convicções de fé nacomunidade

4o TempoFaço opções, posso

servir a comunidadeDISCIPULADO

4o TempoO agir do discípulo:

vida de oração ecultivo de fé

5o TempoServiço

aos irmãos

5o TempoA força do Espírito

na história e naIgreja é força para

a Missão

5o TempoAssumir a vocação e

MISSÃO para servir acomunidade e a

sociedade

DISCÍPULOMISSIONÁRIO

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resmal, conduzindo para a experiência do Mistério Pascal. A seguir, apresenta o símbolo da fé (credo), a inserção na comunidade pela participação no Mistério Sacramental da presença eucarística do Ressuscitado e a vivência da fé pelo agir cristão (mandamentos), tudo isso permeado pela oração cristã.

Fica claro que ao longo dos três anos ocorre um processo de inserção na comunidade, e a expressão dessa pertença comunitária é a vida eucarística.

Depois, podemos ver nas áreas do 4o e do 5o Tempos as etapas desenvolvidas pelo Manual Sementes de Participação. Já inserido na experiência da comunida-de, o catequizando retomará o conhecimento e a compreensão de si nessa fase de pré-adolescência e adolescência, seguindo no processo de maturidade da fé. Firmando suas convicções na comunidade, poderá aprofundar suas opções para o serviço de discipulado e, experimentando a atuação e a força do Espírito, po-derá tornar-se também missionário.

Esta é a visão de conjunto da catequese de iniciação que a Coleção Sementes realiza por meio da metodologia aplicada nos cinco tempos. Ela deseja inserir a pessoa no mistério do encontro com o Ressuscitado presente na comunidade, a fim de formar no catequizando um coração de discípulo missionário da Igreja para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

Refl etindo com o grupo •EssavisãodeconjuntoqueaColeçãoSementesapresentacontribuideque

formaparaarealizaçãodoserviçocatequético?

(Depois da partilha em grupo, os catequistas se reúnem, conforme os tempos nos quais ministrarão catequese, e leem o que segue.)

3. Metodologia e pedagogia do manual Este manual foi preparado com carinho para você, que acredita no serviço

catequético e faz do encontro de catequese uma ocasião festiva de convivência, de partilha e de encontro vivo com o Senhor, tornando a catequese um caminho que, pelo encontro com Jesus, forma discípulos.

No início de cada encontro, você verificará os objetivos a serem alcança-dos, o material de apoio a ser utilizado para dinamizar o encontro e um texto de formação e preparação, que servirá para seu aprofundamento pessoal e sua preparação espiritual sobre o tema a ser desenvolvido.

Você perceberá que cada um dos encontros possui quatro passos: Acolhi-mento (VER), Fundamentação (ILUMINAR), Espiritualização (CELEBRAR) e Atividades de fixação (AGIR CRISTÃO). Se olharmos para a pedagogia que Jesus utilizou no episódio de Emaús (Lucas 24), identificamos que os quatro passos realizados nos encontros são inspirados nesse processo, que servirá para levar os catequizandos à experiência de um encontro vivo e transformador. O cate-quizando precisa perceber nas atitudes do catequista os mesmos gestos de Jesus.

Refl etindo com o grupo •EssavisãodeconjuntoqueaColeçãoSementesapresentacontribuideque

formaparaarealizaçãodoserviçocatequético?

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O Senhor encontrou os discípulos no caminho e se pôs a caminhar com eles, perguntando dos fatos da vida (é a ACOLHIDA – VER), em seguida iluminou os anseios e a vida deles a partir da Palavra (é a FUNDAMENTAÇÃO – ILUMI-NAR). Isso despertou nos discípulos o desejo de permanecerem unidos e com o Senhor, a ação de graças (é a ESPIRITUALIZAÇÃO – CELEBRAR). A experiência foi tão marcante e significativa, que reorientou e enviou os discípulos para a mis-são (é a ATIVIDADE, o AGIR CRISTÃO).

Nossos encontros conservam a mesma pedagogia de Jesus. É importante compreender e desenvolver bem o passo a passo que propomos. Além disso, re-metemos o catequizando a uma reflexão e vivência de fé com a família e também a uma prática de discipulado que pedirá um compromisso concreto no intervalo da semana.

No desenvolvimento do encontro, aparecem traços da espiritualidade e me-todologia da “Leitura Orante da Palavra”, que o catequista poderá utilizar para introduzir progressivamente o catequizando em um mergulho mais profundo no Mistério, por meio das seguintes questões:

• OqueDeusfalouparamimnestetexto?(ApósaFundamentação)

• OquesintovontadededizeraDeus?(ApósaEspiritualização)

• Transformandoaoraçãoemcompromissodeaçãocristã(naatividadeecompromisso do “agir cristão”)

Como desenvolver a metodologia dos quatro passos em um encontro?

1o passo – Acolhimento: esse passo tem por finalidade evidenciar e recolher os fatos presentes na vida dos catequizandos para melhor compreender a realida-de deles (“Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles perguntando: sobre o que conversais pelo caminho?”, Lucas 24,15-17). Aplicando os métodos sugeridos e as técnicas de entrosamento; isso pode durar em torno de 10 a 15 minutos.

2o passo – Fundamentação: depois de perceber a realidade pelo Acolhimen-to, o catequista iluminará os fatos da vida com a Palavra de Deus (“explicava-lhes a Escritura”, Lucas 24,27). Ela reconduz nossa história para Deus e para o serviço. Esse passo precisa ser participativo, de construção do conhecimento, e requer um período de 20 minutos para que seja desenvolvido.

3o passo – Espiritualização: a experiência fará brotar neles o reconhecimen-to da bondade de Deus, conduzindo-os para a Espiritualização. Será o momento de experimentar a relação comunitário-pessoal com o Deus da Vida (“Ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lhes”, Lucas 24,30). As técnicas para esse momento requerem um período de 15 minutos.

4o passo – Atividades de fixação: para concluir o ciclo desse processo, é preciso que a experiência de fé seja assimilada por eles, a fim de lançá-los na integração com a família e no compromisso de atividades transformadoras (“le-vantaram-se na mesma hora e foram a Jerusalém”, Lucas 24,33). Esse momento pode durar 15 minutos.

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O intuito do processo é levar os catequizandos a uma experiência de en-contro vivo com Jesus. O catequista perceberá, no desenvolvimento do tema, o modo de realizar cada passo, promovendo uma relação viva entre eles, sem tornar cansativo ou vazio cada momento do processo e ainda sem trabalhar me-canicamente em função do relógio.

Refl etindo com o grupo • VocêjáhaviapercebidoarelaçãoexistenteentreapedagogiaqueJesus

utilizou com os discípulos de Emaús e a metodologia que desenvolve-mos em cada encontro?

• Emsuaopinião,éimportantedesenvolvernoencontrocatequéticoosquatro passos da metodologia que o manual apresenta? Por quê?

4. Desenvolvimento psicológico da criança entre 10 e 12 anos Este período abrange o tempo chamado de “indústria”, “impulso intelectual”

e “formação do caráter”.

Compreendemos como “indústria” a capacidade da criança de ser produti-va, de construir e elaborar junto. Nessa idade, as crianças apresentam habilidades para executar um trabalho manual, capacidade de inventar, destreza e aptidão para aprender e fazer as coisas sem necessitar da ajuda de alguém.

Desenvolvem o gosto pela colaboração no trabalho, pela atenção firme, conseguindo concluir uma atividade até o fim. Direcionam sua energia para a aquisição de habilidades necessárias para ajustar-se ao meio em que vivem.

No “impulso intelectual”, a criança desenvolve o conceito sobre si mesma e co-nhece melhor suas habilidades pessoais, que se refletem nos estudos e nos trabalhos. Além disso, tem maior desejo de fazer parte de grupos, desenvolve a capacidade de pensar e se esforça para entender o próprio pensamento. É também capaz de deci-dir por ignorar o que se passa ao seu redor, de controlar o conteúdo de sua mente e de pensar em si mesma como potencial criadora, assim como os adultos.

No tempo da “formação e estruturação do caráter”, é o período em que os catequizandos desenvolvem sua firmeza de vontade, sua índole, sua tendência especial e inclinação para o bem ou para o mal, daí a necessidade de apontar para valores cristãos.

Nesse período, as crianças sentem-se capazes de assimilar conhecimentos e atitudes que levam ao bem de si e do outro; aprendem a se relacionar com figuras que representam o princípio da autoridade (política, Igreja).

Elas também aprendem o valor de ser competente, de ser capaz de assumir compromisso na sociedade. Inicia-se, então, um processo de “consciência de si e do que se passa a seu redor”, bem como o processo do “conceito de orientação da vida”.

Nesse período, é preciso estar atento e saber promovê-las e valorizá-las, pois, quando seus esforços são desconsiderados, a tendência é que predomi-

Refl etindo com o grupo• VocêjáhaviapercebidoarelaçãoexistenteentreapedagogiaqueJesus

utilizou com os discípulos de Emaús e a metodologia que desenvolve-mos em cada encontro?

• Emsuaopinião,éimportantedesenvolvernoencontrocatequéticoosquatro passos da metodologia que o manual apresenta? Por quê?

• Emsuaopinião,éimportantedesenvolvernoencontrocatequéticoos

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ne na criança o sentimento de inferioridade, de dúvida sobre sua competência, criando ideias e sentimentos negativos a respeito de si mesmas como: “não con-sigo fazer”, “não sou capaz”.

Os catequizandos dessa faixa etária estão aptos a ceder gradualmente o egocentrismo infantil e a compreender melhor conceitos e valores. Compreen-dem com mais clareza a si mesmos (autoestima) e reconhecem aquilo de que são capazes de realizar: identificam-se com as tarefas com maior zelo, cuidado ativo, esforço e presteza.

Buscam heróis e referenciais. Aprendem melhor por meio da capacidade vi-sual, seja em atividades em grupo, seja em passatempos como palavras cruzadas.

Estão mais despertados no interesse, leem com antecedência, apresen-tam suas atividades para receber reconhecimento ou elogio, gostam de fazer, e “fazer bonito”. Eles necessitam perceberem-se produtivos e sentirem-se perce-bidos, participantes e pertencentes ao grupo, respeitados em seu jeito de ser e de fazer as atividades.

Têm um pouco de dificuldade de envolver-se com a oração, pois lhes falta “concentração”.

Nessa idade, começa-se a trabalhar mais com a Bíblia, porque o catequi-zando tem melhor coordenação motora para procurar textos.

Para estimular os catequizandos dessa idade, é importante tomar as seguin-tes medidas:

•Iniciaroencontrofomentandoaparticipaçãodeles,reforçandoasideiase pensamentos que apresentam, orientando-os sobre o que é bom e o que não é bom (momentos do Acolhimento – Ver e da Fundamentação – Iluminar).

•Valorizar suas produções e criatividade (momentos da Espiritualização– Celebrar; das Atividades de fixação – Agir; do Vivendo a Fé em Família e do Compromisso de discípulo).

•Mostraraimportânciadeaceitarasdiferençasdascriaçõesdecadaum(momentos das Atividades de fixação – Agir; do Vivendo a Fé em Família e do Compromisso de discípulo).

•Possibilitarquecadaumexpresseseupontodevista:sejaempalavras,emdesenhos, na argila ou no papel (momentos da Espiritualização – Celebrar e das Atividades de Fixação – Agir).

Refl etindo com o grupo • Comenteoquemaischamouasuaatençãosobreodesenvolvimento

psicológico da criança dessa faixa etária.

• Percebendoosestímulosnecessáriosparaoserviçonessafasedode-senvolvimento do catequizando, você se identifica com o perfil do catequista para esse tempo?

Refl etindo com o grupo • Comenteoquemaischamouasuaatençãosobreodesenvolvimento

psicológico da criança dessa faixa etária.

• Percebendoosestímulosnecessáriosparaoserviçonessafasedode-senvolvimento do catequizando, você se identifica com o perfil do catequista para esse tempo?

• Comenteoquemaischamouasuaatençãosobreodesenvolvimento

• Percebendoosestímulosnecessáriosparaoserviçonessafasedode-

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5. Os quatro pilares para a edificação da fé É importante que o catequista saiba que o conjunto dos temas deste ma-

nual procura apresentar progressivamente conteúdos que fazem parte dos quatro pilares que a Igreja utiliza para transmitir a fé. Por meio desses quatro pilares ou grandes temas, desenvolvemos com a metodologia do manual uma catequese bíblica, litúrgica, celebrativa, vivencial e orante, ajudando a pessoa a sistematizar ou compreender a fé revelada na Escritura.

Os quatro pilares são:

1o Crer (temas sobre a Revelação – indicados no organograma com o coração).

2o Celebrar (temas sobre Liturgia e Sacramento – indicados no organogra-ma com a estrela).

3o Viver (temas sobre mandamentos para o Agir – indicados no organograma com a seta).

4o Rezar (temas sobre Oração – indicados no organograma com a cruz)

6. Celebrações litúrgicas com ritos de iniciação cristã Uma novidade nesta edição reformulada do manual são as celebrações litúr-

gico-catequéticas ou ritos de iniciação (indicadas no organograma com o sol). Elas contêm elementos inspirados no processo da “iniciação à vida cristã”, aproximan-do a catequese da celebração litúrgica; afinal, aquilo que é ensino da catequese torna-se “vida celebrada” na liturgia.

Elas ajudam o catequizando a iniciar progressivamente nas celebrações litúrgicas e a descobrir a linguagem dos ritos, dos símbolos, dos gestos e das posturas, dando acesso à vida de oração e contemplação. Também o permitem acompanhar o ano litúrgico para a vivência eclesial e uma participação mais ativa, plena e frutuosa na liturgia. Integram o catequizando, a família e a comu-nidade, proporcionando a todos que compreendam a vitalidade e a força que esses mistérios têm de atualizar no tempo a presença viva de Deus.

As celebrações litúrgico-catequéticas são excelentes oportunidades para a compreensão do processo feito, pois, além de colaborarem na inserção do cate-quizando na vida da comunidade, permitem salientar o papel catequizador dela. O catequista pode avaliar, pela convivência entre os catequizandos, se as atitu-des deles estão sendo permeadas pelos valores do Evangelho. Tudo isso substitui as insuficientes “provas”, porque a catequese não é um curso sobre fé e religião, mas deseja imprimir na vida as atitudes cristãs, para que a pessoa saiba proceder tendo o Evangelho como critério de ação.

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Partilhando com o grupo: • Oquevocêcompreendeusobreaimportânciadascelebraçõesdos

ritos de iniciação?

• Emgrupos,verifiqueabaixooconjuntodetemasqueserátrabalhadoneste tempo e identifique, conforme os símbolos, a qual dos quatro pilares cada um deles pertence. Verifique os momentos em que estão as celebrações de ritos de iniciação.

Creio no Deus Trindade que

age na Santa Igreja

Capacitação

inicial para oscatequistas

Celebração de unção e envio do catequista

Encontro de acolhida dos

catequizandos

Encontro sobre a Campanha

da Fraternidade

RETIRO COM ESPIRITUALIDADE QUARESMAL PARA

A PURIFICAÇÃO

Quaresma – puri� cando o coração para a

Páscoa, pela Oração.

CELEBRAÇÃO LITÚRGICA DA ENTREGA DO

SÍMBOLO DA FÉ

Creio em um só Deus!

A primeira pessoa: o Pai

Creio em um só Deus!

A segunda pessoa: o Filho

Creio em um só Deus!

A terceira pessoa: o Espírito Santo

CELEBRAÇÃO LITÚRGICA DE

ELEIÇÃO OU INSCRIÇÃO DO NOME

Liturgia – celebração que atualiza

o “Mistério da fé”

Missa – celebração da fé com sinais,

símbolos, palavras e ações para um agir cristão

Sacramentos do “Batismo” e da

“Con� rmação” para “ser” e “agir” como cristão

Celebrando o signi� cado da Eucaristia com símbolos, gestos

e palavras

Sacramentos de Cura – Penitência

e Unção dos Enfermos

Sacramentos do Serviço da

Comunhão – Ordem e Matrimônio

Caminho seguro para a vivência

da fé e do amor – Mandamentos

Os três primeiros

mandamentos ensinam a crescer

na relação com Deus

Quaresma – renovando o

coração para a Páscoa, pelo Jejum.

Quaresma – iluminando o

coração para a vida nova, pela Caridade.

Introdução ao símbolo da fé – eu Creio,

nós cremos!

Os sete mandamentos para viver

como irmãos na comunidade

Preparando o exame de consciência

para o Sacramento da Con� ssão

Introdução para a vida de oração

O “Pão Nosso” como dinamismo para a vida cristã

CELEBRAÇÃO LITÚR-GICA DO ÉFETA E

REDIÇÃO DO SÍMBOLO DA FÉ

Celebração do Natal Anexo:

Ano litúrgico

Objetivo do conjunto dos encontros do 3o Tempo: é o tempo para favo-recer a vivência da espiritualidade própria do tempo quaresmal, conduzindo para a experiência do Mistério Pascal. Os escrutínios, que confrontam a vida do catequizando com os evangelhos do 3o, 4o e 5o domingos da Quaresma, propor-cionam a purificação que ilumina o horizonte do itinerário catequético.

É dada continuidade à exposição dos conteúdos de aprofundamento pelo catecumenato. Trata-se da catequese propriamente dita por meio dos quatro pi-lares da fé: creio, celebro, vivo e rezo.

Esse processo é permeado por uma pedagogia mistagógica, realizada com segurança e espírito orante, que possibilita ao catequizando a experiência do en-contro com o Ressuscitado professado, celebrado, vivido, rezado e comunicado nas ações da comunidade cristã.

A finalidade é levar o catequizando a sentir-se impelido a viver o amor fra-terno e comunitário na força do Espírito Santo, participando também da missão que a comunidade recebeu.

Essa experiência deve ser adquirida com alegria e entusiasmo. O verdadeiro cristão só existe quando a pessoa for equilibrada e harmônica. Para isso, é impor-tante conhecer no que cremos, celebrar com a comunidade aquilo que cremos, viver de acordo com a fé e manter a esperança da fé pela oração. Reflita sobre isso!

Os catequizandos precisam ser incentivados na troca de experiências, na convivência com simplicidade e naturalidade.

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A eficácia do serviço catequético fundamenta-se na experiência de fé, no testemunho e na participação comunitária do catequista, na busca permanente de formação e na criatividade para preparar e desenvolver os encontros, virtudes próprias de quem ama.

Para concluir a formação, vamos meditar no que segue:Grupo 1: a iniciação cristã de uma pessoa não se avalia por meio de “provas”.

O fundamental é acompanhar o catequizando ao longo do caminho e perceber no processo o conjunto de ações cristãs que estão sendo gravadas em seu cora-ção e refletidas em seus gestos.

Grupo 2: a catequese não se resume somente ao momento do encontro com o catequista ou ao manual; outras atividades catequéticas são necessárias para que ocorra o encontro pessoal com Jesus: a vida da comunidade deve ser catequizadora; a ação dos pais cristãos deve catequizar; o testemunho pessoal do catequista deve ser coerente; enfim, a catequese não vai bem quando o “con-junto da vida e do testemunho cristão da comunidade dos batizados vai mal”.

Todos: catequese é um processo dinâmico; não se resume a fórmulas mági-cas. Ela depende também de um catequista orante, mistagogo, que experimenta e vive o encontro pessoal com o Senhor, capaz de conduzir com segurança os catequizandos para o Mistério de Cristo presente na comunidade. Tenhamos um coração dócil e disposto para um aprendizado constante, e o Espírito do Senhor nos conduzirá. Amém!

Desejamos a todos um ano catequético repleto da luz e da sabedoria de Deus.

Equipe Diocesana de Animação Bíblico-CatequéticaDiocese de Ponta Grossa – PR

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Celebração de unção e envio do catequistaSugerimos que essa celebração

seja realizada preferencialmente em um horário de missa com a comuni-dade, pais e catequizandos. Poderá ser adaptada se não for possível contar com a presença de um sacerdote.

Material de apoio: • cópiadestacelebraçãoparadiri-

gente, sacerdote e catequistas

• velasparatodososcatequistas

• círiopascalaceso

• Bíblia(cadacatequistadevelevara sua)

• óleo (para o padre abençoar eungir os catequistas)

(Combinar os cantos antecipadamente com a equipe da celebração litúrgica.)

Após o Oremos, depois da ComunhãoO sacerdote, diácono, ministro,

comentarista ou coordenador(a) de catequese convida os catequistas a se dirigir o mais próximo possível da mesa da Palavra (Ambão).

(Enquanto os catequistas caminham em direção ao Ambão, o dirigente

explica à comunidade:)

Dirigente:

– Queridos irmãos e irmãs, ale-gremo-nos, pois hoje é um dia especial para nossa comunidade. Neste momen-to os catequistas receberão da Igreja e de nossa comunidade a oração de en-vio para que cumpram com a graça de Deus a sua missão de introduzir nossos catequizandos no conhecimento da fé, favorecendo o encontro vivo com Cristo.

(O catequista, com a sua Bíblia aberta, aproxima-se.)

Sacerdote ou diácono (impondo a mão sobre os catequistas, reza):

– Pai de bondade, abençoai nossos catequistas a fim de que, movidos pelo vosso Espírito Santo, cumpram fiel-mente a sua missão de anunciar a tua Palavra. Que eles possam introduzir nossos catequizandos, adolescentes e adultos no conhecimento e no encon-tro vivo com o vosso Filho, para melhor participarem dos mistérios da fé. Con-cedei também que nossa comunidade seja uma “comunidade catequizadora”, na qual as pessoas possam encontrar, pelo nosso testemunho, a presença de Jesus Cristo, que dá sentido para a vida. Isso vos pedimos em nome do vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Dirigente:

– Cantemos todos juntos:

Vem, vem, vem, vem, Espírito San-to de Amor, vem a nós, traz a Igreja um novo vigor. (2 vezes)

Dirigente:

– Agora os catequistas voltados para a Palavra de Deus no Ambão, se-gurando sua Bíblia, colocam uma das mãos sobre ela e rezam.

Catequistas:

– Senhor, com o Batismo nos tornastes mensageiros de vossa Pala-vra. Nós, catequistas, acolhemos com gratidão e alegria o convite que nos fizestes para colaborarmos no cres-cimento do Corpo de Cristo. Dai-nos

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a Vossa graça para educarmos na fé e animarmos nossa comunidade.

Que o teu Espírito seja nossa força para que, como profetas, anunciemos tua presença pela Palavra.

Canto:

Vem, Espírito Santo, vem, vem ilu-minar! (2 vezes)

(O Círio deve estar aceso e ao redor deve haver uma vela para cada catequista.)

Dirigente:

– Agora os catequistas se dirigem para perto do Círio Pascal e estendem a mão em direção a ele, rezando.

Catequistas:

– Cristo Ressuscitado, dai-nos a luz do teu Espírito e imprime em nós os teus pensamentos, a tua maneira de ver a história, de compreender e julgar a vida, de amar sem medida, de agir como servos sempre em favor da vida. Ajuda--nos a promover os pequenos e fracos, a anunciar a esperança, para que, unidos na comunidade, possamos realizar o projeto da fraternidade, da justiça e da paz onde vivemos, levando tua Palavra como luz para o mundo. Amém.

(Os catequistas pegam suas velas, segurando também a Bíblia.)

Dirigente:

– Nesse momento o sacerdote acen-de uma vela no Círio e com esta acende

a vela da coordenadora, que acenderá a dos catequistas. Enquanto isso, acom-panhemos esse gesto, cantando.

Canto:

Dentro de mim existe uma luz, que me leva por onde deverei andar...

Dirigente:

– Nesse momento o sacerdote, junto com a comunidade, estende as mãos so-bre os catequistas para proferir a oração da unção e envio para o serviço de educar na fé e de promover o encontro dos cate-quizandos com Cristo Ressuscitado.

(Os catequistas, com as mãos livres, ajoelham-se.)

Sacerdote e comunidade:

– Pai de bondade, que ungistes vosso Filho com o Espírito Santo, nós vos pedimos que, volvendo vosso olhar em favor dos nossos catequistas, der-rame sobre eles vossa unção para que eles anunciem com vigor, coragem e entusiasmo vossa Palavra, que é vida, fa-zendo-nos vitoriosos em todo combate.

(Enquanto isso, unge as mãos dos catequistas e o povo canta.)

Canto:

Envia teu Espírito, Senhor / A nós des-cei divina luz. (ou outro canto oportuno)

(Bênção para toda a comunidade e canto final.)

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Encontro de acolhida dos catequizandos

Objetivos: • Acolhercomalegriaoscatequizandos

parapromoverumambientefraterno. • Expressarossentimentosquefarão

parte da caminhada familiar e dosencontrosdecatequese.

Material de apoio: • Bíblia • imagemdeJesus • vasovazio • tecidodacordotempolitúrgico • crachá com nome de cada catequi-

zandoedocatequista • alfinetesdegancho • recortedas “carinhas”queestãono

CadernoEspecial,napágina239

• 3 palitos sem ponta para cadacatequizando

• cola • tesoura

Preparação do ambiente: • Prepararoambientedoencontro,deixando-oacolhedorealegre. • Colocarumtecidodacordotempolitúrgiconamesa;nocentro,colocara

imagemdeJesus,ovasovazioecracháscomalfinetesdegancho.

Início do encontro:Que bom que vocês vieram! Vamos dar continuidade à nossa caminhada de

fé. Este ano será muito especial para todos nós, pois participaremos da mesa que o Senhor preparou para nós! Participemos com alegria e disposição deste encontro.

(O catequista se apresenta, pega o crachá com seu nome e o prende em sua roupa.)

Cada um de nós, um de cada vez, se dirigirá até a mesa, pegará o seu crachá e se apresentará à nossa comunidade de catequizandos. Em seguida, cada um poderá prender o crachá em sua roupa e retornar ao seu lugar. Vamos permitir que, ao longo de nossos encontros, Deus possa ter-nos em suas mãos, modelan-do nosso coração para que sejamos aquilo que Ele deseja fazer de nós. Juntos, cantemos, acolhendo-nos uns aos outros.

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Canto: “Olaria de Deus”

Os catequizandos vão ter que entrar na olaria de Deus. (2 vezes)

E descem como um vaso velho e quebrado e sobem como um vaso novo. (2 vezes)

Dinâmica de acolhida: expressandoossentimentos.Objetivo:possibilitarqueoscatequizandosexpressemseussentimentoscom

liberdade,promovendoumambientefraterno.Desenvolvimento: (orientado pelo catequista)1.Convidaroscatequizandosaformarumcírculoedistribuirtrêspalitospara

cadaum.2.Pedirquerecortemastrês“carinhas”queestãonoCadernoEspecial(na

página239)ecolemnospalitos.3.Explicarqueacadaperguntaexpressarãoseussentimentosapenaslevan-

tandoumadas“carinhas”quereceberam. • Quandovocêchegaemsuacasa,comovocêsesente? • Quandovocêestádoente,comovocêfica? • Quandovocêsaicomseusamigos,comovocêsesente? • Comovocêsesentiuquandocomeçaramasférias? • Quandovocêficasemverosamigos,comosesente? • Comovocêestásesentindoagora? • Quandovocêmagoaumapessoa,oquevocêsente? • Comovocêsesentequandonãoobedeceaseuspais? • ComovocêsesentequandosabequeéodiadeiraoencontrodeJesus

namissa? • Oquevocêsenteaoversituaçõesdeinjustiçaesofrimento?

Conclusão:avidanacomunidadedeféeducanossocoraçãoparaquepossa-mosencontraremJesusenosirmãosaforçaetambémamaneiracristãparavivermosasdiversassituaçõesdenossavida.

Enquanto cantamos, procurem perceber o que você sente e escolha uma das carinhas para expressar seu sentimento em relação ao que aprendeu.

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Canto: “Vem Espírito”

Vem Espírito, vem Espírito. (2 vezes)

Sozinho eu não posso mais, sozinho eu não posso mais, sozinho eu não posso mais viver.

Eu quero amar, eu quero ser aquilo que Deus quer. (2 vezes)

Sozinho eu não posso mais, sozinho eu não posso mais, sozinho eu não posso mais viver.

Voltando aos lugares, vamos ouvir com atenção a Palavra de Deus. Perceba os sentimentos que a história bíblica despertará em você, note o que mais cha-mar a sua atenção e depois partilharemos.

(O catequista pega sua Bíblia e lê o texto de Lucas 10,25-37.)

Vamos conversar sobre a história que ouvimos e os sentimentos que ela despertou em nós. (instante)

Peguem o recorte da “carinha” que tem apenas os olhos. Desenhe nela uma expressão que demonstre seu sentimento diante do convite que Jesus faz no fi-nal da história: “vai e faça o mesmo” (momento para desenharem).

Enquanto cantamos, colocaremos no vaso a “carinha” que desenhamos. Com este gesto ofereceremos a Jesus nossos mais sinceros sentimentos e, sobre-tudo, nosso compromisso ao convite que Ele nos fez.

Canto: “Eu quero ser”

Eu quero ser, Jesus amado, como o barro nas mãos do oleiro.

Rompe-me a vida, faz-me de novo.

Eu quero ser... eu quero ser... um vaso novo!

Reflexão:éesteovasoquequeremossereofereceraJesus.Essessentimen-tosdevemsercultivadosemnossacaminhadacatequética.Acatequesegeraavidaemcomunidadeenosensinaavivercomoirmãos,agindodojeitoqueJesusagiu,tendoosmesmossentimentosdelediantedassituaçõesquetrazemdesafiosaonossocoração.

Atenção: guardar uma “carinha” alegre para utilizar no próximo encontro.

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Ei, catequista, não se esqueça de se reunir com os

outros catequistas do 3o Tempo para preparar o “retiro com espiritualidade

quaresmal para a purificação”. Por meio de um bilhete, um telefonema ou pessoalmente, avise os pais e os

catequizandos a respeito da data, horário e local do retiro. Verifique as

informações sobre o retiro para orientar os catequizandos.

Oração finalDe mãos dadas, rezemos a oração que Jesus nos ensinou:

“Pai nosso, que estais no...”

Compromisso para o catequizando realizar com sua famíliaEscolher uma “carinha” para entregar à sua família.

Explicar aos pais o motivo da escolha da carinha em rela-ção ao que sente por sua família.

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Encontro sobre a Campanha da Fraternidade

Objetivos: • DescobrirotemaeolemadaCampa-

nhadaFraternidadedoanocorrente,refletirsobreaquestãoedefiniraçõesconcretas.

• Mobilizar-separaumavidamaiscris-tãefraterna.

• Concluirqueafraternidadeéalgoqueseconstróinodiaadia.

Material de apoio: • Bíblia • tecidodacordotempolitúrgico • imagemougravuradaSagradaFa-

mília • cartaz(deixar enrolado)daCampa-

nhadaFraternidadedoanocorrente • fitaadesiva

• 1cópiadaoraçãodaCampanhadaFraternidadeparacadacate-quizando

• 1cartolinaparacadagrupo • revistas,tesouraecola • rádio eCD para ouvir amúsica

daCampanhadaFraternidade

Preparação do encontro: • ArrumaroambientedoencontrocomaBíblia,avelaeotecidodacordo

tempolitúrgico.(Atenção:háumsubsídiofornecidopelaCNBBchamado“EncontroCatequé-ticocomCriançaseAdolescentes”quecontémváriasdinâmicasparareflexãocomotema.Podeserpreviamenteadquiridoemlivrariascatólicas.)

Acolhimento – Ver a realidade“Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles.” (Lucas 24,15)

Catequizandos, sejam bem-vindos!

(O catequista mostra a “carinha” alegre do encontro anterior.)

Jesus nos chamou e nós respondemos “sim” com nossa presença aqui. Va-mos participar com alegria, procurando mergulhar na intimidade com Jesus através deste encontro com os irmãos. Como foi a experiência realizada em fa-mília? Qual “carinha” vocês escolheram e o que conversaram sobre aquilo que ela representa em relação à sua família?

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(Catequista, deixe que partilhem; enquanto isso, coloque em um lugar de destaque a imagem ou a gravura da Sagrada Família.)

Olhemos para a imagem da Sagrada Família e, enquanto cantamos, peça-mos a bênção para nossas famílias.

Canto: “Olhando a Sagrada Família”

Olhando a Sagrada Família Jesus, Maria e José, saibamos viver a partilha dos gestos de amor e de fé! (2 vezes)

Fundamentação – Iluminar“Explicava-lhes as Escrituras.” (Lucas 24,27)

Dinâmica:refletindosobreaCampanhadaFraternidade.Objetivo:descobriro tema,o lemaeareflexãopropostapela

Campanhadoanocorrente.Desenvolvimento: (Orientado pelo catequista.) 1. ConvidaroscatequizandosapegarsuaBíbliaesentarem-

-seemcírculoaoredordamesa. 2. Colocarno centrodocírculouma faixa coma inscrição

CAMPANHADAFRATERNIDADE 3. Refletircomoscatequizandossobreosseguintesitens: • VocêslembramoquerepresentaaCampanhadaFrater-

nidade?(Deixar que falem.) • AlguémselembradealgumdostemasdasCampanhas

daFraternidadedosanosanteriores?(Ajudar os catequi-zandos a relembrar alguns temas.)

• Quaisaçõesnossacomunidade já realizoucomrelaçãoàsCampanhasdaFraternidade?(Deixar que falem.)

• QuemdevocêsjáouviufalarsobreotemaeolemadaCampanhadaFraternidadedesteano?(Deixar que falem, em seguida, abordar o texto que segue.)

Catequista:

A Igreja do Brasil começou as Campanhas da Fraternidade em 1962. No tempo da Quaresma, ela convida os fiéis a refletir sobre alguma questão social, ambiental, religiosa ou econômica. Dessa forma, propõe um gesto concreto de solidariedade e caridade que serve de testemunho de “fraternidade cristã”, de conversão e também de mudança de vida.

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Todos:

– A Campanha da Fraternidade ajuda a comunidade cristã a refletir e a rea-lizar gestos concretos de fé.

Catequista:

– A cada ano é proposto um novo e importante tema para reflexão por meio do qual os cristãos são convidados a tomar iniciativas transformadoras. Tudo isso exercita na conversão por meio de gestos concretos.

Estamos vivendo com a Igreja o tempo da Quaresma. O espírito quaresmal acentua a necessidade de fraternidade, estimula um compromisso com a evan-gelização e nos faz olhar com maior atenção para as necessidades apresentadas.

Todos:

– Cada um de nós é chamado a refletir sobre as ações concretas que pode-mos realizar em favor do próximo e em relação às temáticas apresentadas na Campanha da Fraternidade.

Catequista:

– O amor cristão não é puramente um sentimento interior; é, sim, um com-portamento expresso por atitudes concretas, dentro e fora da comunidade, de hospitalidade, solidariedade, respeito e testemunho. Vamos pegar nossa Bíblia e ler o texto de Atos dos Apóstolos 4,32-35.

O texto nos apresenta o jeito fraterno e solidário de viver, que caracteriza uma comunidade cristã.

Quando o cristão vive os ensinamentos de Jesus e os leva a sério, ele se transforma e se compromete com a comunidade e com a sociedade. Sabe colocar generosamente em comum os dons que tem e aquilo que lhe pertence. Consequentemente, acontece a justiça, a verdadeira fraternidade, e aparecem ações que amenizam a pobreza e a miséria e, sobretudo, promovem a dignidade do ser humano – porque um cristão su-pre a necessidade do outro, partilhando livre e conscientemente o que possui.

1. Neste momento, o catequista deve desenrolar o cartaz da Campanha da Fraternidade do ano e apresentar o tema, o lema e o significado das ima-gens representadas no cartaz.

2. Pedir a cada um para olhar o cartaz e dizer o que mais chamou a sua atenção (o catequista deve começar o gesto).

3. Ao término da experiência, fixar o cartaz da Campanha da Fraternidade em um lugar de destaque e distribuir a cópia da oração.

Conclusão: agora que compreendemos o tema, o lema e a reflexão que a Igreja nos propõe com esta campanha, vamos rezar a oração deste ano.

O que Deus falou para mim neste texto?

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Espiritualização – Celebrar“Ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lhes.” (Lucas 24,30)

O catequista pede aos catequizandos que procurem o texto bíblico indicado no lema da Campanha da Fraternidade do ano corrente.

1. Orientá-los a ler em silêncio e a perceber o que o texto está dizendo e qual é a palavra que chama a sua atenção. Em seguida, convidar alguns a dizer a Palavra em voz alta.

2. Depois, explicar que, ao ouvirem o texto novamente, deverão pensar na resposta que dariam para a Palavra (ler o texto).

3. Para finalizar, o catequista deve ler mais uma vez o mesmo texto bíblico, pedindo a cada um que pense em um gesto concreto que possa realizar em favor desta campanha.

Vamos ouvir o hino da Campanha da Fraternidade.

O que sinto vontade de dizer a Deus?

Atividades de fixação – Agir cristão“Levantaram-se na mesma hora e foram a Jerusalém.” (Lucas 24,33)

1. Formar três grupos com a comunidade de catequizandos.

2. Entregar uma cartolina para cada grupo, revistas, cola e tesoura.

3. Orientar cada grupo a escrever o tema da Campanha da Fraternidade e , por meio das figuras coladas, expressar seu significado.

4. Após o término da atividade, orientar cada grupo a apresentar seu cartaz a todos e colocá-lo ao lado do cartaz da Campanha da Frater-nidade.

Vivendo a fé em família –Transformando a oração em compromisso de ação cristã

(O catequista explica que cada um levará a oração da campanha para sua casa.)

Reúna sua família e juntos rezem a oração da Campanha da Fraternida-de. Peça a seus pais que escrevam embaixo da oração um gesto concreto que possam realizar em favor daquilo que a campanha sugere e leve a oração ao retiro.

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LEMBRETE AOS PAIS

Queridos pais, não se esqueçam de levar seu filho para participar do “Retiro com espiritualidade quaresmal para purificação” que será no dia _____/______ às ______horas. Local __________________________.

Pedimos que estejam presentes duas horas após o início do retiro para participar, por meio de um gesto, da celebração final. Qualquer dúvida, estou à sua disposição. Telefone: _______________________

Eu, __________________, e a comunidade esperamos vocês com carinho!

Compromisso do discípulo de Jesus para a semana

Durante a semana, procure estar atento para colocar em prática o compromisso que você fez, durante a espiritualização, sobre a Campanha da Fraternidade.

LEMBRETE AOS CATEQUISTAS

Você poderá dar continuidade às reflexões sobre a Campanha da Fraternidade em outros

encontros, utilizando os materiais ou o subsídio da CNBB indicados no material de apoio. Não se esqueça de verificar com os outros

catequistas do 3o Tempo se está tudo certo para o retiro. Consulte se o padre poderá estar

presente; será uma alegria!Oriente os catequizandos para que no dia

do retiro estejam com tênis e meia, mas que também levem chinelo.

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Retiro com espiritualidade quaresmal para purificação

Aos pais, sacerdotes e catequistasNo 1o Tempo do itinerário da ca-

tequese, que chamamos também de pré-catecumenato, os catequizandos receberam o anúncio do Deus vivo e de Jesus Cristo, enviado por Ele para a salvação de todos. Essa experiência proporciona abertura de coração para uma adesão àquele que é o caminho, a verdade e a vida (RICA 9).

No 2o Tempo, foram admitidos ao catecumenato, quando são alimenta-dos pela Igreja com a Palavra de Deus e incentivados por atos litúrgicos, re-cebendo bênçãos sacramentais. Eles recebem formação e exercitam-se pra-ticamente na vida cristã (RICA 18-19).

No 3o Tempo, dando continuidade ao processo formativo catecumenal, os catequizandos prosseguirão o itinerário catequético com maior acento na espiri-tualidade, buscando �passar do homem velho para o homem novo, que tem sua perfeição em Cristo” (RICA19). Para isso,

a Quaresma favorecerá o momento do itinerário chamado de iluminação e purificação. Esse tempo é dedicado a preparar mais intensamente o espírito e o coração.

Propondo o retiro com espiritualida-de quaresmal, desejamos proporcionar uma renovação do coração dos catequi-zandos, dispondo-os para uma frutuosa celebração do Mistério Pascal.

O período da purificação e ilumina-ção se prolongará por toda a Quaresma, na qual os catequizandos perceberão melhor a dinâmica da vida cristã auxi-liados pelos evangelhos proclamado no 3o, 4o e 5o domingos, quando acontece o que chamamos de escrutínios.

Os escrutínios, que favorecerão o discernimento e o progresso do catequi-zando na compreensão da mensagem cristã, têm finalidade dupla:

1) Ajudam a tomar consciência das “sombras” que há no coração do homem para eliminá-las.

(Sugerimos que este retiro seja realizado a partir da abertura do tempo litúrgico da Quaresma.)

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2) Ajudam a tomar consciência das “luzes” que há no coração do ho-mem para reforçá-las.

A partir do retiro quaresmal e da participação dos catequizandos e seus familiares na liturgia dominical deste tempo, desejamos que os cate-quizandos abandonem o desânimo e o pecado e, purificando seus corações, se encham de um “vigor novo” em Cristo, iluminando-se.

Preparando o retiro 1. Em comunhão com os demais ca-

tequistas deste tempo, organizar os detalhes necessários para o retiro dos catequizandos: local, data, ho-rário, organização do ambiente e desenvolvimento do conteúdo.

2. Comunicar aos pais dos catequi-zandos a importância desse retiro, data, horário e local.

3. Combinar com os pais a partici-pação deles no encerramento do retiro. Também poderiam estar os padrinhos, quando for possível a participação deles.

4. Preparar o ambiente escolhido com os elementos próprios do tempo quaresmal, para favorecer a parti-cipação dos catequizandos.

5. Convidar uma equipe de cantos para animar o retiro.

6. Atentar para que o desenvolvimen-to do retiro ocorra em duas horas, a fim de que, na reflexão final, possam acolher os pais, como combinado com eles anteriormente.

7. Encerrar o retiro com um lanche para confraternização, o qual po-derá ser fruto da partilha de cada família.

Objetivos: • Favorecerapercepçãodaslu-

zes e sombras no caminho da vida cristã.

• RefletirqueotempolitúrgicodaQuaresma favorece a purifica-ção do coração e a iluminação das sombras do pecado com a luz do Ressuscitado.

• Proporcionar uma renovação do coração dos catequizan-dos, dispondo-os para uma frutuosa celebração do Mis-tério Pascal.

Material de apoio: • tecido da cor do tempo litúrgico

• cartazdaCampanhadaFra-ternidade

• cruz grande com suportepara que possa ficar em pé

• 3cabosdevassouraoubam-bus

• 1 laranja grande recortadaem borracha EVA, para ser colada na cruz

• 1envelopeparasercoladonofruto e dentro dele a palavra VIDA NOVA em destaque

• 3 tiras de EVA, cada uma es-crita com uma das palavras: ORAÇÃO, JEJUM E CARIDADE

• 1velagrande

• cartolinapreta, cartolinaco-lorida, revista, cola e tesoura para cada grupo

Iniciando o retiro Receber com alegria os catequi-

zandos, até que todo o grupo se reúna, e lembrar aos pais que estejam presen-tes duas horas depois para um gesto na celebração final.

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A equipe de cantos poderá execu-tar algumas músicas para animação do ambiente.

1. Acolhimento e reflexão(Os catequistas reúnem o grupo para

dar início ao retiro.)

Catequista 1:

– Sejam bem-vindos! Estamos muito felizes com a presença de todos vocês neste retiro. Hoje experimenta-remos um momento muito especial que nos ajudará a perceber o signifi-cado deste caminho que a Igreja nos propõe no tempo litúrgico que cha-mamos de Quaresma. Com alegria, vamos cantar, enquanto receberemos alguns símbolos próprios do tempo da Quaresma:

(Cada pessoa que trouxer um símbolo o colocará sobre o tecido enquanto

todos cantam.)

Como compor o simbolismo?

1) O primeiro catequista entra com o tecido roxo e o cartaz da Campanha da Fraternidade; após estender o tecido no canto do local, colocará sobre ele o cartaz.

2) O segundo catequista entra com a cruz, colocando-a no suporte, em pé, sobre o tecido.

3) O próximo catequista entra com o fruto feito de EVA, no qual deve estar fixado o envelope, colando-o na cruz.

4) Três catequizandos, previamen-te orientados, entram cada um com um cabo de vassoura ou bambu, colocan-do-os no chão diante da cruz.

Canto: “Vem e eu mostrarei”

Vem, e eu mostrarei que o meu ca-minho te leva ao Pai.

Guiarei os passos teus e junto a ti hei de seguir. Sim, eu irei e saberei como chegar ao fim. De onde vim, aonde vou, por onde irás, irei também.

Vem, eu te direi o que ainda estás a procurar. A verdade é como o sol e inva-dirá teu coração. Sim, eu irei e aprenderei minha razão de ser. Eu creio em ti que crês em mim e à tua luz verei a luz.

Vem, e eu te farei da minha vida participar. Viverás em mim aqui, viver em mim é o bem maior. Sim, eu irei e viverei a vida inteira assim. Eternidade é, na verda-de, o amor vivendo sempre em nós.

Catequista 2:

– Vamos pegar a oração da Cam-panha da Fraternidade que trouxemos de casa. Em silêncio, olhemos por um instante para esta simbologia:

Coloquemos a nossa mão esquer-da sobre o coração e a mão direita, com a oração da Campanha da Fraternida-de, estendamos na direção da cruz.

Peçamos a Deus pela Campanha da Fraternidade e pela abertura de co-ração para vivermos bem este retiro. Digamos juntos:

Senhor Jesus, / eu quero acolher a tua voz / e compreender o significado deste tempo de Quaresma.

Catequista 3:

– Abaixando nossas mãos, vamos fechar nossos olhos, colocando-nos diante da presença de Deus. Apresen-te a Ele sua família, seus desafios e alegrias. Vamos colocar tudo isso aos pés da cruz.

(Enquanto todos cantam, um catequista leva uma grande vela

acesa e a coloca em frente à cruz.)

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Canto: “Ninguém te ama com Eu”

Ninguém te ama como Eu, nin-guém te ama como Eu.

Olhe pra cruz; esta é a minha gran-de prova; ninguém te ama como Eu.

Ninguém te ama como Eu, nin-guém te ama como Eu.

Olhe pra cruz; foi por ti, porque te amo, ninguém te ama... como Eu.

Catequista 1:– Vamos formar uma estrada na

direção da cruz e, para isso, utiliza-remos nossos calçados. Esse gesto simbolizará que hoje queremos dar novos passos em direção a Jesus!

(Os catequizandos, orientados pelos catequistas, constroem um caminho

com seus tênis.)

Catequista 2:– Faremos um momento em grupo

chamado de “luzes e sombras”. Para isso, vamos ouvir as orientações desta atividade:

Cada grupo receberá uma cartoli-na preta, revista, cola e tesoura.

Nela, vocês colarão figuras que simbolizem “as sombras”, ou seja, aquilo que impede nosso coração de caminhar em direção a Deus.

Na cartolina colorida, que será entregue depois, vocês colarão figuras que simbolizem as luzes, ou seja, aqui-lo que ajuda nosso coração a caminhar para as coisas do alto.

(O catequista forma grupos de até seis catequizandos e distribui o material,

orientando sobre a atividade e o tempo que deve ser gasto.)

Catequista 3:

– Permanecendo reunidos como estamos nos grupos, vamos fazer si-lêncio e ouvir aquilo que cada grupo

explicará sobre o cartaz que simboliza as sombras e o cartaz das luzes. Ao tér-mino da explicação de cada grupo, os cartazes serão colocados no caminho que montamos.

(Os catequistas organizam a apresentação dos grupos para que

todos ouçam a partilha e coloquem o cartaz no caminho.)

2. Formação e espiritualidade

Catequista 1:

– Acompanhemos a reflexão utili-zando a imagem do ciclo litúrgico que está em nosso manual. A Igreja expres-sa o Mistério da Salvação oferecido à humanidade, em Jesus Cristo, por meio de cada celebração durante um ano li-túrgico. Olhemos para a ilustração: ela apresenta o conjunto das celebrações que compõem o ano litúrgico.

Vamos pintar o centro desta ima-gem no qual há um símbolo que significa: Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador dos homens. Vamos dizer juntos: “As celebra-ções do ano litúrgico revelam que Jesus Cristo é nosso Salvador”.

Catequista 2:

– Há uma índole própria para cada tempo do ano litúrgico. Ela aju-da a compreender e viver melhor o momento do Mistério da Salvação que está sendo celebrado.

Olhemos para a imagem. A ín-dole do Ciclo do Natal faz com que as celebrações proporcionem aos fiéis a preparação para a acolhida do Salvador que nos foi dado. Já a índole do Tempo Comum ajudará os fiéis a acolher a men-sagem do Reino que Jesus veio anunciar.

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Catequista 3:

– O tempo da Quaresma que estamos vivendo com a Igreja está dentro do Ciclo da Páscoa. A índole da Quaresma é de reflexão e penitência, características próprias desse tempo. É importante entender que as atitudes que a Igreja nos recomenda nesse tem-po estão em conformidade com uma adequada preparação para a grande celebração do Mistério da Morte e Ressurreição de Jesus, o qual também podemos chamar de Mistério Pascal.

Vamos compreender melhor o tempo da Quaresma, sua índole e o mistério nele celebrado. Vamos formar três grupos. Os grupos se reunirão para um momento de leitura do texto, refle-xão e oração em nosso retiro.

(Cada catequista acompanha um dos grupos e orienta de forma que o mo-

mento seja de oração e reflexão. Ao término da experiência,

reunir os grupos em torno do símbolo da Quaresma.)

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Texto para reflexão dos grupos 1, 2 e 3.

O nome Quaresma vem da ex-pressão quarenta e está baseado no símbolo do número 40 na Bíblia: foram quarenta dias de dilúvio, quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo de-serto e quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública. Os quarenta dias indicam o tempo de preparação para a experiên-cia de “algo novo”.

A Quaresma inicia-se na Quarta-Fei-ra de Cinzas e termina na Quinta-Feira Santa pela manhã; a cor litúrgica desse tempo é o roxo, indicando tempo para reflexão e penitência.

É um tempo litúrgico que favo-rece a experiência de conversão, de penitência e nos prepara para a grande festa da Páscoa.

A Quaresma é o tempo ideal de preparação dos catequizandos que receberão sacramentos. É o momento próprio para a purificação do coração e iluminação dos catequizandos que se aproximam da luz do Ressuscitado.

A Igreja nos convida a viver a Quaresma como um caminho a Jesus Cristo, escutando sua Palavra. Nesse tempo, somos chamados a exercitar algumas atitudes cristãs que nos aju-darão a ter maior intimidade com Jesus: a ORAÇÃO, o JEJUM e a CARIDA-DE, compartilhando com o próximo e praticando boas obras (esmola).

GRUPO 1

a) Os catequizandos devem ler o texto para reflexão, refletir e conversar em grupo sobre o que compreenderam.

b) Após a conversa sobre o texto lido, os catequizandos leem, rezam e refletem Mateus 6,1-4.

• Leiam uma vez e respondam:qual palavra do texto chamou mais a sua atenção, permane-cendo em seu coração?

• Leiam novamente o texto erespondam: o que Deus está me dizendo com essa Palavra?

• Parafinalizar,leiamotextoeres-pondam: o que eu sinto vontade de dizer a Deus e como posso expressar isso em meu dia a dia? Faça seu compromisso.

GRUPO 2

a) Os catequizandos devem ler o texto para reflexão, refletir e conversar no grupo sobre o que compreenderam.

b) Após a conversa sobre o texto lido, os catequizandos leem, rezam e refletem Mateus 6,5-8.

• Leiamumavez e respondam:qual palavra do texto chamou mais a sua atenção, permane-cendo em seu coração?

• Leiam novamente o texto erespondam: o que Deus está me dizendo com essa Palavra?

• Parafinalizar,leiamotextoeres-pondam: o que eu sinto vontade de dizer a Deus e como posso expressar isso em meu dia a dia? Faça seu compromisso.

GRUPO 3

a) Os catequizandos devem ler o texto para reflexão, refletir e conversar em grupo sobre o que compreenderam.

b) Após a conversa sobre o texto lido, os catequizandos leem, rezam e refletem Mateus 6,16-18.

• Leiamumavez e respondam:qual palavra do texto chamou

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mais a sua atenção, permane-cendo em seu coração?

• Leiam novamente o texto erespondam: o que Deus está me dizendo com essa Palavra?

• Parafinalizar,leiamotextoeres-pondam: o que eu sinto vontade de dizer a Deus e como posso expressar isso em meu dia a dia? Faça seu compromisso.

Atenção: enquanto são feitas as experiências nos grupos, um cate-quista deve ficar à espera dos pais, em um local à parte, para orientá-los a entrar na sala do retiro, assim que os grupos terminarem a atividade, e participar da reflexão final.

3. Reflexão final e envio

Catequista 1:

– Refletimos que o tempo da Quaresma é propício para uma amiza-de profunda com Deus e nos ajuda a identificar as “sombras do pecado” em nosso caminho, impulsionando nosso coração para buscar em Jesus Cristo a purificação de nossas faltas por meio das “luzes do perdão e da salvação”.

Na Quaresma, aprendemos a con-templar a cruz de Jesus e a compreender que esse tempo nos ajudará a alcançar os frutos de vida que vem dela.

Aprendemos no texto que a Igreja nos recomenda algumas atitudes cristãs para alcançar os frutos da cruz. Vamos re-petir juntos quais são estas três atitudes: ORAÇÃO, JEJUM E CARIDADE (esmola).

Catequista 2:

– A espiritualidade quaresmal nos propõe o jejum como uma disciplina

para o coração, desejando nos conduzir à liberdade. O jejum é uma bonita expe-riência que nos ajuda a escolher o que é essencial e a renunciar com liberda-de e alegria aos excessos. É importante que o jejum não crie uma sensação de ausência ou de falta, mas que abra um espaço de união com Deus, o Sumo Bem. Podemos jejuar não somente nos abstendo de alimentos, mas também de alguns apegos, atitudes e palavras. A oração é sinal de nosso desejo de Deus e de nossa união com Ele. A Quaresma é um tempo que educa para a virtude da intimidade com Deus. A caridade (esmola) é um modo de traduzir nossa vida de união com o Senhor em gestos concretos de solidariedade; ela nos as-semelha com o Mestre, que não veio para ser servido, mas para servir.

Catequista 3:

(O catequista convida três catequizandos e orienta a cada um que pegue um dos bambus; depois, entrega a eles a tira de EVA com uma das palavras – ORAÇÃO,

JEJUM, CARIDADE –, pedindo que colem as tiras no bambu; em seguida, explica

que se utilizem delas para retirar, juntos, o fruto da cruz. Será lido o que

está no envelope.)

– As atitudes da oração, do jejum e da caridade são como três instru-mentos que vão nos preparar, durante a Quaresma, para retirarmos o fruto da cruz de Cristo Ressuscitado, que é a vida nova oferecida na Páscoa! Conhecemos a beleza de seu significado e agora so-mos convidados a nos utilizar dele.

Catequista 1:

– Convidamos os pais para, com seus filhos, dirigir-se até o ca-

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minho formado com os sapatos dos catequizandos. Ao calçarem os sapa-tos em seus filhos, comprometam-se também a ajudá-los neste caminho quaresmal por meio dos gestos da oração, do jejum e da caridade, a fim de que suas famílias possam prepa-rar-se para colher o fruto da vida nova

do Jesus Ressuscitado. Enquanto isso, cantemos:

Canto: “Vem e eu mostrarei” (ou outro adequado para o momento)

(Os catequistas convidam as famílias para a partilha fraterna do lanche

se assim foi combinado.)

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1a UnidadeEscrutínio quaresmal: discernindo o caminho

para uma vida de intimidade com Cristo em sua Comunidade

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Objetivos: • AprofundaroconhecimentosobreosignificadodotempolitúrgicodaQua-

resma,propícioparaaexperiênciadapurificaçãodocoração. • Compreenderqueaoraçãoéumdosinstrumentosquefavorecemoitinerá-

rioquaresmalemdireçãoàPáscoa. • ConhecerevivenciarasquatromaneirasderezarqueaIgrejanosapresenta.

Material de apoio: • tecidodacordotempolitúrgico • cruz • imagemdeNossaSenhora • gizdeceraparausocomum • coraçãograndedeEVA • Bíblia • papelsulfiteparaconfecçãodecartões

1o Encontro

Quaresma – purificando o coração para a Páscoa, pela Oração

Formando e preparando o catequista para o encontroAo longo do ano litúrgico, as celebrações revelam progressivamente o

Mistério da Salvação que Jesus realizou. O ano litúrgico inicia-se no primeiro domingo do Advento, tempo que prepara para acolher o nascimento de Jesus, e é concluído com a festa que proclama Jesus como Rei do Universo.

Para que possamos compreender a mensagem integral revelada na Sa-grada Escritura, a Igreja organizou um conjunto de leituras bíblicas. Elas são proclamadas nas celebrações a cada três anos e foram divididas em ano A, B e C.

purificando o coração para purificando o coração para

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No ano A, a liturgia da celebração segue o Evangelho escrito por São Mateus; no ano B, a liturgia utiliza o Evangelho de São Marcos e no ano C, o Evangelho de São Lucas. O Evangelho escrito por São João é reservado princi-palmente para as grandes Festas e Solenidades celebradas.

O tempo da Quaresma foi se formando progressivamente dentro do ano litúrgico. O modo de celebrar esse tempo começou na metade do ano 200 e está ligado a uma experiência penitencial que prepara os fiéis para a Páscoa. Até o século IV, havia apenas uma semana de jejum que antecedia a Páscoa. Na metade do século IV, foram acrescentadas outras três, constituindo as quatro semanas da Quaresma. No fim do século IV, a estrutura da Quaresma passou a ser de quarentas dias, considerados à luz do simbolismo bíblico, que dá a esse tempo um valor salvífico-redentor. Tal número está associado ao caminho do povo de Israel, que andou quarenta anos no deserto antes de chegar à terra prometida, e também com o caminho de Jesus, que passou quarenta dias no deserto antes de anunciar o Reino.

A Quaresma é um tempo forte de conversão e de mudança interior, tempo de deixar tudo o que é velho em nós, de assumir tudo o que traz a vida. Mo-mento de graça e salvação com o qual nos preparamos para viver, de maneira intensa, livre e amorosa, a festa mais importante do ano litúrgico: a Páscoa, aliança definitiva e vitória sobre o pecado, a escravidão e a morte. É importan-te fazer da Quaresma um tempo favorável de avaliação de nossas opções de vida para corrigir os erros e aprofundar a vivência da fé, abrindo-nos a Deus e aos outros para realizarmos ações concretas de fraternidade e solidariedade.

A espiritualidade da Quaresma é caracterizada por uma atenta, profunda e prolongada escuta da Palavra de Deus. Essa Palavra que chama à conversão e “purificação”, infundindo confiança na misericórdia de Deus, “ilumina” a vida com a Ressurreição. Ela nos propõe jejum (penitência), oração e caridade. O jejum, como disciplina que conduz à liberdade; a oração, como sinal de nosso desejo de Deus e de nossa união de coração com Ele; a caridade (esmola), tra-duzida em solidariedade.

A Quaresma inicia-se na Quarta-Feira de Cinzas e se prolonga até Quinta--Feira Santa pela manhã. Foi o Papa Urbano II que recomendou a imposição das cinzas sobre a cabeça dos clérigos e dos leigos do sexo masculino, en-quanto nas mulheres se devia fazer o sinal da cruz na testa com as cinzas. A prescrição de usar para as cinzas as palmas bentas do Domingo de Ramos do ano anterior só aparece no século XII.

Na Quarta-Feira de Cinzas celebramos o Mistério de Deus misericor-dioso, que acolhe nossa penitência, nossa conversão. Isto é, celebramos o reconhecimento de nossa condição de criaturas limitadas, mortais, pecado-ras. Conversão consiste em crer no Evangelho, o que significa aderir a ele e viver como Jesus ensinou. Por esse motivo, ouvimos: “Convertei-vos e crede no Evangelho”.

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No tempo litúrgico da Quaresma, todos os fiéis, especialmente os catequi-zandos, são convidados a “passar do homem velho para o homem novo, buscando sua perfeição em Cristo” (RICA 19). O tempo da Quaresma favorecerá o itinerário catequético com o momento chamado de iluminação e purificação. Trata-se de um tempo dedicado para preparar mais intensamente o espírito e o coração.

Ele proporcionará uma renovação do coração dos catequizandos, dis-pondo-os para uma frutuosa celebração do Mistério Pascal. A Quaresma favorecerá o tempo da purificação e iluminação, sobretudo com os evangelhos proclamados no terceiro, quarto e quinto domingos da celebração litúrgica. Dessa forma, os catequizandos perceberão melhor a dinâmica da vida cristã, vivenciando nas celebrações o que chamamos de “escrutínios”.

Os escrutínios favorecem, pela escuta do Evangelho, o discernimento e o progresso do catequizando na compreensão da mensagem cristã e têm fina-lidade dupla:

• Ajudamatomarconsciênciadas“sombras”queexistemnocoraçãodohomem, a fim de eliminá-las.

• Ajudamatomarconsciênciadas“luzes”queexistemnocoraçãodoho-mem, a fim de reforçá-las.

A liturgia dominical desse tempo animará os catequizandos e seus familia-res para que abandonem o desânimo e o pecado, purificando seus corações, a fim de enchê-los de um “novo vigor” em Cristo, iluminando-os.

A experiência de encontro com Jesus faz a pessoa conhecer a verdade sobre si mesma, faz-nos discípulos missionários.

Na reflexão litúrgica do terceiro domingo da Quaresma, a Igreja nos con-vida a meditar e a reviver o encontro de Jesus, que liberta e lava o homem de seu pecado.

O confronto de nossa vida com os evangelhos desse tempo ajudará a per-ceber o mal e o pecado, na perspectiva da Aliança, isto é, da misteriosa relação de amor entre Deus e seu povo.

No Evangelho da samaritana (João 4,5-42), no ano A, por meio de Jesus, Deus oferece ao homem a felicidade – não a felicidade ilusória, parcial e fa-lível, mas a vida eterna. Quem acolhe o dom de Deus e aceita Jesus como “o Salvador do mundo” torna-se um homem novo, adquire uma “vida nova” e, saciado no Espírito, caminha ao encontro da vida plena e definitiva.

Com o Evangelho do ano B (João 2,13-25), Jesus apresenta-se como o “Novo Templo”, no qual Deus se revela aos homens e lhes oferece o seu amor. Convida-nos a olhar para Ele e a descobrir, em suas indicações, em seu anúncio, em seu “Evangelho”, a proposta de “vida nova” que Deus nos quer apresentar.

No ano C, com o Evangelho da figueira (Lucas 13,1-9), o Senhor nos convida para a libertação, a transformação radical que é a mudança de men-talidade. A proposta é centrar a vida em Deus para que seus valores passem a

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ser nossa prioridade fundamental. Se isso não acontecer, diz Jesus, nossa vida será cada vez mais controlada pelo egoísmo que leva à morte; porém, o que Ele deseja é que participemos da “vida nova”.

Enfim, a mensagem dos evangelhos do terceiro domingo da Quaresma ensina que precisamos percorrer um caminho para conhecer o Senhor. Jesus vai se revelando aos poucos e despertando o desejo cada vez maior de que saibamos quem Ele é. Deus está sempre à espera do homem, cuidando dele, reedificando o que foi ao chão por causa de seus cansaços, de suas sedes ou de suas necessidades.

Cada um é convidado a ser testemunha viva, coerente, entusiasmada com a “vida nova” que Jesus nos oferece.

Acolhimento – Ver a realidade“Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles.” (Lucas 24,15)

(Preparar o ambiente do encontro colocando no chão o tecido da cor do tempo litúrgico, uma cruz, giz de cera e um grande coração.)

Queridos catequizandos, sejam bem-vindos! Depois do retiro que fizemos, percebemos que neste tempo de Quaresma nosso coração é convidado a uma intimidade maior com o Senhor. A Palavra de Deus e a oração nos auxiliarão nesta experiência.

(O catequista apresenta aos catequizandos a imagem de Nossa Senhora, colocando-a sobre o tecido, e os convida a se aproximar da simbologia.)

Maria soube ouvir com atenção a Palavra de Deus e a Ele respondeu com amor. Peçamos que a Mãe de Jesus nos ensine essa virtude da oração, cantando.

Canto: “Ensina teu povo a rezar”

Ensina teu povo a rezar, Maria, mãe de Jesus, que um dia teu povo se anima e caminha com teu Jesus. (2x)

Ensina teu povo a rezar, Maria, mãe de Jesus, que um dia teu povo desperta e na certa vai ver a luz. (2x)

Olhemos para a simbologia em silêncio. Os exercícios espirituais que a Qua-resma propõe nos ajudam a purificar o coração.

Depois do estudo do texto, procure rezar, meditar e vivenciar a Palavra, preparando-se para o Encontro.

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Coloque sua mão direita sobre seu coração, incline sua cabeça.

Perceba aquilo que precisa ser purificado, lavado e perdoado em sua vida.

Aproximemo-nos deste grande coração e, com o giz de cera, cada um escre-verá aquilo que percebeu (instante).

Voltando aos nossos lugares, acolhamos a Palavra de Deus e, com atenção, escutemos o versículo bíblico.

(O catequista lê pausadamente.)

“Derramarei sobre vós água pura, e ficareis purificados de todos os vossos pecados.

Eu vos darei um coração novo e colocarei dentro de vós um espírito novo. Ti-rarei vosso coração de pedra e vos darei um coração de carne.” (Ezequiel 36,25-26)

(O catequista pega sua Bíblia e coloca-a sobre o grande coração.)

É a Palavra de Deus que renova e purifica nosso coração. Peçamos que Maria nos ensine a guardar a Palavra, como ela, no coração.

Fundamentação – Iluminar “Explicava-lhes as Escrituras.” (Lucas 24,27)

As celebrações dominicais nos mostram o rosto de Jesus pelo Mistério da Salvação que Ele realizou, o que acontece ao longo do ano litúrgico da Igreja, que começa no primeiro domingo do Advento, tempo que prepara para acolher o nascimento de Jesus, e termina com a festa que proclama Jesus como Rei do Universo.

A Igreja organizou um conjunto de leituras bíblicas para que possamos compreender toda a mensagem revelada na Bíblia. Elas são proclamadas nas celebrações a cada três anos e foram divididas em anos A, B e C.

Nas celebrações do ano “A”, o Evangelho escrito por São Mateus nos ajuda a compreender a vida e a missão de Jesus; nas celebrações do ano “B”, entende-mos isso com o Evangelho de São Marcos e, no ano “C”, é o Evangelho escrito por São Lucas que nos ensina os mistérios de Jesus. O Evangelho escrito por São João é reservado para as grandes festas e solenidades.

Dentro do ano litúrgico, o tempo da Quaresma favorece a preparação para celebrar a Páscoa. Por ser a festa litúrgica mais importante, a Igreja estende a pre-paração da Páscoa por quarenta dias. Daí o nome Quaresma, ou seja, o período de quarenta dias, que começa na Quarta-Feira de Cinzas e vai até a Quinta-Feira Santa pela manhã.

Nós, cristãos, celebramos todo ano a festa da Páscoa, a maior de todas as festas; é a vitória de Deus que ressuscitou e ilumina nossa vida, triunfando sobre o pecado e a morte.

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Nesse tempo forte da vida da Igreja, somos convidados a intensificar nossa vida de oração, que é um diálogo com Deus.

Perceberemos que a oração é um dos instrumentos que favorecem a ex-periência da purificação de nosso coração, pois nos coloca na intimidade com o Senhor.

Catequizandos:

– A oração é dom, porque, diante da sede que nosso coração possui, somen-te Deus tem a água viva para saciar esta sede.

Catequizandas:

– A oração é também aliança, porque em Jesus Cristo aprofundamos nossa relação de amizade com Deus Pai.

Todos:

– A oração é comunhão, porque fecunda o relacionamento entre nós e Deus.

O diálogo, que é a oração, pode ocorrer de quatro maneiras:

1. Oração de súplica: quando pedimos a Deus sua graça.

2. Oração de perdão: quando confiamos em sua misericórdia.

3. Oração de intercessão: quando nosso coração se volta para as neces-sidades dos irmãos.

4. Oração de louvor: quando exaltamos as maravilhas que Ele realiza.

Já que a Quaresma é um tempo favorável para a purificação do coração e a oração é um importante instrumento que nos coloca em intimidade com Deus para que Ele nos purifique e ilumine, vamos fazer um exercício a fim de crescer-mos na vida de oração em preparação para celebrarmos a Páscoa.

(O catequista forma três grupos e orienta cada catequizando a contar sobre seu modo de rezar para identificar com qual das quatro maneiras

costuma fazer sua oração.)

Para concluirmos este momento de nossa partilha nos grupos, vamos ler juntos esta frase de São Pedro Crisólogo:

Todos:

– “O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe.” (São Pedro Crisólogo)

A Quaresma é o tempo ideal para nossa preparação aos sacramentos. Ela é chamada de “tempo da purificação e iluminação”, porque renova a comunidade dos fiéis e os dispõe para a celebração do Mistério Pascal.

O que Deus falou para mim neste texto?

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Espiritualização – Celebrar“Ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lhes.” (Lucas 24,30)

Os textos bíblicos que rezamos na liturgia durante o tempo da Quaresma são belíssimos e nos conduzem à oração e ao verdadeiro espírito deste “tempo favorável para a purificação e iluminação”.

Cada grupo lerá um dos textos bíblicos utilizados na liturgia do terceiro domingo da Quaresma; em seguida, todos conversarão sobre a “pista para re-flexão” e, para concluir o momento, cada catequizando escreverá uma oração, utilizando-se de uma das quatro formas que aprendemos.

Grupo 1: Evangelho da samaritana, João 4,5-42, do ano A.

Pista para reflexão: por intermédio de Jesus, Deus oferece ao homem a fe-licidade – não a felicidade ilusória, parcial e falível, mas a vida eterna. Quem acolhe o dom de Deus e aceita Jesus como “o Salvador do mundo” torna-se um homem novo, adquire uma “vida nova” e, saciado no Espírito, caminha ao en-contro da vida plena e definitiva.

Escreva sua oração conforme uma das quatro formas (súplica, perdão, inter-cessão ou louvor):

Grupo 2: Evangelho de João 2,13-25, do ano B.

Pista para reflexão: Jesus apresenta-se como o “Novo Templo”, no qual Deus se revela aos homens e lhes oferece seu amor. Convida-nos a olhar para Ele e a descobrir em suas indicações, seu anúncio, seu “Evangelho” essa proposta de “vida nova” que Deus nos quer apresentar.

Escreva sua oração conforme uma das quatro formas:

Grupo 3: Evangelho da figueira, Lucas 13, 1-9, ano C.

Pista para reflexão: o Senhor nos convida para a libertação, a transfor-mação radical, que é a mudança de mentalidade. A proposta é centrar a vida em Deus para que seus valores passem a ser nossa prioridade fundamental. Se isso não acontecer, diz Jesus, nossa vida será cada vez mais controlada pelo egoísmo que leva à morte, mas o que Ele deseja é que participemos da “vida nova”.

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Escreva sua oração conforme uma das quatro formas:

(No final da atividade, o catequista reúne todos ao redor da simbologia e cada um lerá a oração que escreveu.)

Conclusão: a mensagem dos evangelhos do terceiro domingo da Quaresma ensina que precisamos percorrer um caminho para conhecer o Senhor. Jesus vai se revelando aos poucos e despertando o desejo cada vez maior de que saibamos quem Ele é. Deus está sempre à espera do homem, cuidando dele (figueira), reedificando o que foi ao chão (templo) por causa de seus cansaços, de suas sedes ou de suas necessidades (samaritana).

Vamos celebrar nossa amizade com Deus proporcionada pela oração di-zendo juntos:

Todos:

– Cada um é convidado a ser testemunha viva, coerente e entusiasmada com a “vida nova” que Jesus nos oferece.

O que sinto vontade de dizer a Deus?

Atividades de fixação – Agir cristão“Levantaram-se na mesma hora e foram a Jerusalém.” (Lucas 24,33)

Prepare um bonito cartão para entregar aos seus pais. Siga estes passos:

1. Na frente do cartão, copie as quatro maneiras de rezar que você apren-deu no encontro de hoje, explicadas no texto de Fundamentação.

2. Na parte de trás do cartão, copie a oração que você fez na atividade da Espiritualização.

3. Leve o cartão para casa, pois ele será utilizado na atividade sugerida no compromisso do discípulo de Jesus.

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Vivendo a fé em família –Transformando a oração em compromisso de ação cristã

Depois que você realizar o compromisso do discípulo de Je-sus, peça a seus pais que escrevam uma oração com base em uma daquelas quatro formas que a Igreja ensina.

Leve a oração escrita por eles para o próximo encontro.

Compromisso do discípulo de Jesus para a semanaColoque na cama de seus pais o cartão que você preparou

na Atividade de fixação.