A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO … · “A história do saber da...
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSO”
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DAS CRIANÇAS
DE 0 A 3 ANOS.
BÁRBARA JAYME
ORIENTADA POR: FÁTIMA ALVES
Rio de Janeiro
2011
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSO”
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DAS CRIANÇAS
DE 0 A 3 ANOS.
Monografia de conclusão de Curso de psicomotricidade da Universidade Cândido Mendes, como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em psicomotricidade. Autor: Bárbara Jayme.
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus. Ao meu pai, que me ajudou em todos os momentos, a minha irmã e ao meu marido que me apoiaram e incentivaram todos os dias.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho monográfico ao meu marido que me apoiou todos os momentos, a minha família que acreditou em mim e aos meus alunos que juntos crescemos e aprendemos.
RESUMO
Este trabalho monográfico tem por objetivo versar a importância do lúdico para
o desenvolvimento psicomotor das crianças de 0 a 3 anos de idade. Pois o
brincar é algo essencial para o desenvolvimento da criança. Para tanto será
feito um breve panorama sobre a psicomotricidade e suas áreas de atuação.
Pretende -se analisar com este estudo como o lúdico age de forma global no
desenvolvimento da criança. Já o brincar, não pode ser visto como apenas um
passatempo e sim como uma ferramenta motivadora para o desenvolvimento e
a interação da criança com o meio, estimulando a criar, a imaginar e a viver no
mundo da fantasia por algum tempo.
METODOLOGIA
Esta pesquisa se dará a partir de análise de dados de vários autores. A
pesquisa apresentada quanto aos objetivos que se propõe serão do tipo
descritiva, sobre o tema a psicomotricidade e o lúdico.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................8
CAPÍTULO I
CONCEITO DE PSICOMOTRICIDADE............................................................10
CAPÍTULO II
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL.............................................................16
CAPÍTULO III
O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR..........................................................22
CONCLUSÃO....................................................................................................29
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................30
ÍNDICE...............................................................................................................32
8
INTRODUÇÃO
O presente trabalho monográfico tem como objetivo mostrar a
importância do lúdico na educação infantil. O trabalho propõe um entendimento
sobre o lúdico no desenvolvimento psicomotor em crianças de 0 a 3 anos de
idade, durante atividades propostas.
Entretanto, esse trabalho surgiu a partir do olhar e acompanhamento do
desenvolvimento de um grupo da educação infantil. Foi observado durante o
ano letivo, que as atividades lúdicas possibilitou aos alunos um grande avanço
nas áreas cognitiva, social, emocional e física.
O brincar pode ser definido como uma atividade primordial para a
infância, pois atua de forma significativa no desenvolvimento infantil, facilitando
o processo de ensino aprendizagem. As experiências do dia a dia podem
proporcionar um melhor desenvolvimento na criança e quando são planejadas
atividades lúdicas como ferramentas motivadoras, a espontaneidade da ação e
a liberdade que a criança precisa para aprender são exposta através do prazer
e da alegria. Entretanto, o brincar muitas vezes é visto como inutilidade e
passatempo nas escolas, encontrando pouco lugar na educação.
Contudo hoje, podemos dizer que os jogos e as brincadeiras estão
sendo aliados no processo ensino aprendizagem, pois através do brincar
podem-se introduzir elementos matemáticos, linguagem e entre outros. A
importância do lúdico é tão significativa no desenvolvimento infantil que o
Referencial Nacional para a Educação Infantil (1998) o estabelece como um
dos princípios norteadores, definindo-o como um direito da criança para
desenvolver seu pensamento e capacidade de expressão.
Diante disso este trabalho se propõe a conceituar a psicomotricidade e o
lúdico, e pesquisar como o brincar desenvolve de forma global a criança.
Assim, definimos o seguinte problema de pesquisa: “como o brincar age no
desenvolvimento psicomotor da criança?”.
9Para isso o tema será apresentado em três capítulos. Num primeiro
momento abordaremos o conceito de psicomotricidade e suas áreas de
atuação, que segundo Rocha (2003) “a psicomotricidade é uma ciência que
tem por objetivo o estudo da relação entre o pensamento e a ação, envolvendo
a emoção”. Sendo ela uma grande aliada na educação infantil, pois ela integra
todas as áreas necessárias para o desenvolvimento da criança. Podendo ser
aplicada através da educação psicomotora ou reeducação psicomotora quando
necessário.
No segundo capítulo, com a finalidade de conceituar o brincar, é
apresentado a importância do lúdico nas escolas de educação infantil.
Buscando priorizar e valorizar as brincadeiras dentro e fora de uma instituição
de ensino, pois hoje, as crianças estão sendo construídas através dos seus
status na sociedade, ou seja, as crianças já estão inseridas em um contexto
adulto, deixando de criar, fantasiar e de ser criança no momento ideal. Ainda
neste capítulo, são citadas algumas brincadeiras e suas contribuições para o
desenvolvimento infantil.
No terceiro capítulo, trataremos no primeiro momento o desenvolvimento
psicomotor das crianças de zero a três anos de idade, buscando discutir a
cronologia do desenvolvimento. Sendo também respondido o problema em
questão, como o brincar age em cada etapa do desenvolvimento, sendo eles
físico, emocional, social e cognitivo.
Para finalizar este trabalho, será feita uma breve conclusão dos
capítulos acima citados.
10
CAPÍTULO I
CONCEITO DE PSICOMOTRICIDADE
É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto.(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE, 2010)
Assim podemos dizer que é um estudo que parte da ação pra emoção
do seres humanos. Em Rocha (2003 p.03) “a psicomotricidade tem por objetivo
o estudo da relação entre o pensamento e ação, envolvendo a emoção”. Assim
a psicomotricidade pode ser entendida como uma ciência que estuda o corpo,
integrando o movimento e a emoção. Esse corpo pode ser estudado,
trabalhado e principalmente estimulado durante o nascimento até o
envelhecimento.
Com tudo a psicomotricidade é na verdade o movimento através da
emoção, podendo ser toda ação que envolve o indivíduo com o meio. Alves
(2008 p.15) diz que é “toda ação realizada pelo individuo que represente suas
necessidades e permitem relações com os demais”.
A psicomotricidade também pode ser vista como um estudo que forneça
um conhecimento necessário para aqueles que buscam compreender o
movimento corporal, que por sua vez, para um melhor entendimento o
movimento tem que está integrado ao prazer pelo indivíduo que realize a tal
ação. Pois essa ciência segundo Maria Loureiro apud Rocha (2003 p.3) “é a
realização do pensamento através do ato motor preciso, econômico e
harmonioso”. Portanto tudo tem que estar envolvido em busca de um a
educação do movimento.
11A psicomotricidade tem o objetivo de valorizar e estimular o
desenvolvimento global do individuo, desde do emocional ao intelectual que
segundo Assunção e Coelho (1999 p.108):
A psicomotricidade integra várias técnicas com as quais se pode trabalhar o corpo (todas as suas partes) relacionando-o com afetividade, o pensamento e o nível de inteligência. Ela enfoca a unidade da educação dos movimentos, ao mesmo tempo que põe em jogo as funções intelectuais. As primeiras evidências de um desenvolvimento mental normal são manifestações puramente motoras.
Contudo podemos concluir este conceito dizendo que a psicomotricidade
é uma ciência que integra várias etapas do desenvolvimento do individuo, tanto
emocional, social, cognitivo e físico.
1.1 - Referencial histórico.
“A história do saber da psicomotricidade, representada já um século de esforço de ação e de pensamento, a sua cientificidade na era da cibernética e da informática, vai-nos permitir certamente, ir mais longe da descrição das relações mútuas e recíprocas da convivência do corpo com o psíquico. Esta intimidade filogenética e ontogenética representam o triunfo evolutivo da espécie humana, um longo passado de vários milhões de anos de conquistas psicomotoras”.(FONSECA 1988, p.99).
O corpo humano sempre foi valorizado, na antiguidade o corpo tinha o
seu lugar em destaque, como nas esculturas gregas. Mesmo que o corpo fosse
valorizado através de corpo e alma, ele já era um motivo de estudo. Foi a partir
dessa valorização do corpo humano que a sua evolução vem sendo estudada,
surgindo a psicomotricidade.
O termo psicomotricidade apareceu pela primeira vez com Dupré, no
ano de 1920, significando um entrelaçamento entre o movimento e o
pensamento. Desde 1909 ele já chamava a atenção dos seus alunos sobre o
desequilíbrio motor, denominando o quadro de debilidade motriz. Verificou que
12existia uma estreita relação entre as anomalias psicológicas e anomalias
motriz, o que levou a formular o termo psicomotricidade.
Concordando com Dupré segundo Rocha (2003 p.5) temos o Henri
Wallon que afirma que é “ sempre a ação motriz que regula o aparecimento e o
desenvolvimento da formações mentais”. Assim, a evolução da criança está
relacionada a motricidade, a afetividade e a inteligência.
A psicomotricidade vem sendo estudada há anos atrás, pois o corpo
humano é um desafio para todos. Partiu daí os psicomotricistas que tem por
objetivo desenvolver o corpo através do movimento junto com a afetividade.
1.2 - Áreas de atuações.
A psicomotricidade pode ser aplicada em duas áreas, na educação
psicomotora e na reeducação psicomotora.
A educação psicomotora pode ser vista como, preventiva, na medida em
que dá condições a criança de se desenvolver melhor em seu ambiente. É vista
também como “reeducativa quando trata de indivíduos que apresentam desde
o mais leves retardo motor até problemas mais sérios” diz Fonseca (1988
p.368).
A educação psicomotora pode ser desenvolvida em atividades simples
como jogos. Pois através do lúdico podemos propiciar o desenvolvimento
global do individuo, proporcionando o mesmo um desenvolvimento e uma
aprendizagem significativa e prazerosa.
Segundo Jean Le Bouche apud Rocha (2003, p.13) apresenta o objetivo
da educação psicomotora proposta pela comissão de renovação pedagógica
para o 1° grau, na França:
A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola primaria. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação
13psicomotora de ser praticamente desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas.
Os exercícios psicomotores, através dos gestos e dos movimentos não
devem ser propostos de forma mecânica, mais sim, de forma prazerosa para a
criança poder associar as estruturas cognitivas e as afetivas para um melhor
resultado. Pois a reeducação psicomotora acontece a todo o momento, através
de atividades do dia a dia e de jogos ou exercícios bem variados que levam o
indivíduo a perceber melhor seu corpo, dominar seus sentimentos para uma
melhor expressão corporal, e orientar-se no tempo e no espaço, para se
desenvolver integralmente.
As atividades psicomotora têm como elementos básicos, áreas
referentes ao desenvolvimento da psicomotricidade segundo Rocha (2003) a
Coordenação global, Coordenação Motora Fina e Óculo-Manual, Esquema
Corporal, Lateralidade, Estruturação Espacial, Estruturação Temporal e Ritmo.
A coordenação global envolve o movimento de todo o corpo. Segundo
Alves (2008 p. 21) a coordenação motora envolve grandes pares musculares
na execução de movimento amplos.
Oliveira (2000, p.41) diz que “esses movimentos, desde o mais simples
ao mais complexo, são determinados pelas contrações musculares e
controlados pelo sistema nervoso”. Portanto a coordenação global é
considerada como a possibilidade de controles dos movimentos amplos do
nosso corpo.
A coordenação motora fina envolve pequenos músculos, que podem ser
estimulados através de atividades simples como: picar papel, escrever e entre
outras ações que envolvam a pequena musculatura.
A coordenação óculo manual é um controle que um individuo possui
atrvés do movimento das mãos que são acompanhados pela visão. Oliveira
(2000, p.43) afirma que “a coordenação óculo-manual se efetua com precisão
sobre a base de um domínio visual previamente estabelecido ligado aos gestos
executados, facilitando assim, uma maior harmonia do movimento”.
14O esquema corporal, segundo Alves (2008, p.22) é “a formação do eu,
da personalidade da criança, isto é, o desenvolvimento do esquema corporal, a
criança toma consciência de seu corpo e das possibilidades de expressar-se
por meio desse corpo”. Portanto o esquema corporal é um elemento
indispensável para a criança ter consciência da sua própria personalidade, que
é através dela que o corpo é utilizado para sua expressão, pois ele é a
referencia do ser humano.
A lateralidade é capacidade motora de percepção do corpo, em dois
lados o esquerdo e o direito. Oliveira (2000, p.62) define a lateralidade como:
A propensão que o ser humano possui de utilizar preferencialmente mais um lado do corpo que o outro em três níveis: mão, olho e pé. Isto significa que existe um predomínio motor, ou melhor, uma dominância de um dos lados. O lado dominante apresenta maior força muscular, mais precisão e mais rapidez. É ele quem inicia e executa a ação principal. O outro lado auxilia esta ação e é igualmente importante. Na realidade os dois não funcionam isolados, mas de forma complementar.
Portanto é a escolha de um lado predominante que a criança faz, sendo
uma importante escolha, pois interfere nas suas ações.
A estrutura espacial é a maneira que a criança se orienta diante um
espaço físico e de perceber a localização das coisas, referindo a perto, longe,
em cima, embaixo. Oliveira (2000, p.74) afirma que é através do espaço e das
relações espaciais que nos situamos no meio em que vivemos.
A estrutura temporal é a capacidade de se situar através do tempo como
hora, meses, etc. Piaget apud Rocha declara que:
O tempo e a coordenação dos movimentos quer se trate dos deslocamentos físicos ou movimentos no espaço, quer se trate destes movimentos internos que são as ações simplesmente esboçadas, antecipadas ou reconstituídas pela memória mas cujo desfecho e objetivo final é também espacial.(2003, p.31).
Embora a questão da estrutura espacial e a estrutura temporal, muitas
das vezes, serem estudadas separadamente elas são indissociáveis. Oliveira
apud Rocha (2003, p.31) enfatiza a “importância das noções de corpo, espaço
15e tempo estarem intimamente ligadas, para facilitar o entendimento do
movimento humano”.
O ritmo está ligado em toda a atividade humana, ele é uma função que
pode ser educada através de exercícios rítmicos. Oliveira (2000, p.92) diz que
o ritmo é um dos conceitos mais importante da orientação temporal. “O ritmo
não envolve, porém, somente as noções de tempo, mas está ligado ao espaço
também. A combinação dos dois dá origem ao movimento”. Assim percebemos
que o ritmo é uma função que abrange as varias áreas psicomotoras.
Portanto a educação psicomotora tem a finalidade de melhorar a o
comportamento do individuo, que pode ser trabalhado desde da educação
infantil.
A reeducação psicomotora visa à correção motora do individuo, podendo
ser desde um atraso motor até problemas mentais, que levam ao distúrbio
psicomotores.
A reeducação psicomotora tem por objetivo desenvolver esse aspecto comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao individuo a possibilidade de dominar seu corpo. De economizar sua energia, de pensar seus gestos a fim de aumentar-lhes a eficácia e a estética, de completar e aperfeiçoar seu equilíbrio. (COSTE apud ROCHA 2003, p.10).
Portanto a reeducação psicomotora visa propiciar condições para o
individuo expressar seus movimentos e principalmente ter domínio corporal.
Além de ter um olhar diferenciado para aquela criança, a reeducação pode ser
motora, assim como afetiva.
16
CAPÍTULO II
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Torna-se indispensável iniciar este estudo sobre a importância do brincar
para o desenvolvimento psicomotor da criança, sem expor alguns aspectos que
permitam elaborar um breve referencial histórico sobre o lúdico.
As brincadeiras infantis permeiam deste a época grego-romano. Que a
cada dia foi evoluindo para um melhor aproveitamento desta prática, pois deste
então Platão e Aristóteles já defendiam a importância do “aprender brincando”.
Em Roma os jogos tinham o objetivo de formar soldados e cidadãos
devotos e obedientes. Também usavam os doces em formas de letras e
número para atrair as crianças no processo de alfabetização.
Assim podemos perceber que há tempos o lúdico é presente no
desenvolvimento do ser humano, pois o brincar reflete a expressão cultural de
diversas sociedades.
Hoje, mesmo em séculos diferentes, podemos ver várias crianças, sendo
miniaturas de um adulto, e a importância do lúdico no processo educativo tem
como base resgatar o mundo do faz de conta, da imaginação para a criança
viver cada etapa da sua vida.
Quem quer que se ocupe com a analise das concepções de criança que subjazem quer ao discurso comum quer a produção cientifica centrada no mundo infantil, rapidamente se dará conta de uma grande disparidade de posições. Uns valorizam aquilo que a criança já é e que a faz ser, de facto, uma criança; outros, pelo contrário, enfatizam o que lhe falta e o que ela poderá (ou deverá) vir a ser. Uns insistem na importância da iniciação ao mundo adulto; outros defendem a necessidade da proteção face a esse mundo. Uns encaram a criança como um agente de competência e capacidades; outros realçam aquilo de que ela carece. (PINTO e SARMENTO, 1997. p.33)
17Contudo a criança é construída através dos estatuas sociais, uns
priorizam a importância de ser criança e outros já priorizam que desde de cedo
deve aprender o que a sociedade impõe. Através desses “estatus sociais”
muitas vezes a criança perde o tempo de ser criança e é por isso que o lúdico é
tão importante no ambiente escolar, principalmente na educação infantil.
O lúdico, para Fonseca (1998, p.9): (...) desde há muito que a atividade lúdica é reconhecida como um componente essencial da existência humana, fundamental para o crescimento e desenvolvimento. É um comportamento universal e um meio natural de proporcionar prazer. Promove todos os aspectos da aprendizagem emocional, social, cognitiva e física... É principalmente através da atividade lúdica que a criança aprende
O lúdico é essencial na vida de qualquer ser, mas parece ser um papel
não tão importante, sendo visto apenas como diversão. Porém é sim um
importante fator que possibilita o desenvolvimento da criança como pessoa,
além do aspecto pessoal e social. Os momentos prazerosos do brincar são
essenciais para a formação de uma criança plena e preparada para a realidade
em que vivemos, pois:
brincando (...) as crianças aprendem (...) a cooperar com os companheiros (...), a obedecer as regras do jogo (...), a respeitar os direitos dos outros (...), a acatar a autoridade (...), a assumir responsabilidades, a aceitar penalidades que lhe são impostas (...), a dar oportunidade aos demais (...), enfim, a viver em sociedade. (KISHIMOTO, 1993, p. 110)
O lúdico resgata a criança interna de um ser humano e cabe, as
instituições de ensino desempenhar esta prática para dentro e fora das salas
de aulas, pois a brincadeira tem um importante papel de contribuir para o
desenvolvimento amplo das crianças, tendo um envolvimento ativo por parte
delas nas atividades, favorecendo a participação, a interação e o raciocínio,
desenvolvendo suas habilidades.
O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo. Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um
18interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem um esforço voluntário. (...) As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física e mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento. (...) As atividades lúdicas integram as várias dimensões da personalidade: afetiva, motora e cognitiva. Como atividade física e mental que mobiliza as funções e operações, a ludicidade aciona as esferas motora e cognitiva, e à medida que gera envolvimento emocional, apela para a esfera afetiva. Assim sendo, vê-se que a atividade lúdica se assemelha à atividade artística, como um elemento integrador dos vários aspectos da personalidade. O ser que brinca e joga é, também, o ser que age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. (TEIXEIRA, 1995, p. 23).
Entretanto, para muitos o brincar é apenas uma brincadeira, mas, para
muitos também, o brincar tem a função de educar o físico, cognitivo, emocional
e o social da criança.
Indiscutivelmente, as atividades lúdicas exercem um grande poder de
sedução nas crianças, pois são nestes tipos de atividade que elas se
concentram com uma maior facilidade, pois propõe um fazer sem obrigação.
Segundo Vygotsky (1991 p. 20):
(...) as atividades lúdicas, além de auxiliarem a criança a compor sua própria personalidade, desafiam e motivam os professores a buscarem a exploração, a reflexão, a descoberta, a cooperação e a aceitação de modelos de crianças ativas, interativas, criativas e
exploradoras. Além disso, ocorre uma espontaneidade na construção do conhecimento
com os outros alunos, um acaba auxiliando o outro na tomada de decisões,
contribuindo para a socialização.
Entendemos assim que a brincadeira é algo essencial para a vida da
criança, que esta intimamente ligada ao seu processo de desenvolvimento ao
seu processo de ensino aprendizagem. Está pratica é tão importante que o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) o estabelece
como seus principais norteadores, definindo-o como um direito da criança para
desenvolver seu pensamento e capacidade de expressão.
As atividades lúdicas podem auxiliar no desenvolvimento global da
criança como, por exemplo: Ao brincar com o grupo de imitar os animais como:
gato, cobra, macaco e entre outras, pode ser estimulada a coordenação ampla
19da criança. Brincando de massinha, são estimuladas as coordenações motoras
fina, com os jogos de encaixe além da coordenação motora fina são
estimuladas a óculo manual, as noções espaciais e entre outras. Assim
percebemos que essas atividades por mais simples que sejam auxiliam para o
desenvolvimento do individuo.
As brincadeiras tradicionais estão perdendo espaço na sociedade, pois
através delas a criança também interage e se desenvolver de forma lúdica e
prazerosa. Já as brincadeiras de roda ou jogar bola continua em destaque
universal.
As brincadeiras de esconde-esconde, por exemplo, além da criança
aprender a sequência numérica ela é desafiada o tempo todo, a ser criativa
para se esconder do outro e aceitar a regra quando for achada. Esta atividade
muitas vezes é um suporte no período de adaptação na educação infantil, pois
é atrativa para criança se distrair e imaginar. A partir de esconder objetos e
pessoas a criança começa a entender a brincadeira, sabendo que o objeto que
foi escondido está em algum lugar, assim como seus responsáveis.
Através do lúdico a criança começa a enfrentar suas primeiras
frustrações, como entender regras e tudo mais. Ao jogar aparece várias
situações problemas e é através delas que a criança é capaz de criar seu
próprio mecanismo de defesa, ou seja, sendo exposto sua autonomia, pois é
neste momento que a aprendizagem significativa é feita, envolvendo o
cognitivo, o social, o emocional e o físico do individuo.
Há diversas formas de brincar, que segundo o Referencial Curricular
para Educação Infantil “a brincadeira pode ser definida em três categorias:
brincar de faz de conta ou com papéis, considerada atividade fundamental da
qual se originam todas as outras; brincar com materiais de construção e brincar
com regras”. (BRASIL, 1998, p.28).
Através das brincadeiras de faz de conta a criança começa a imitar atos
dos adultos que estão presente no seu dia-a-dia como varrer a casa, dar
mamadeira para a boneca, colocá-la para dormir e entre outras. Desta forma a
20criança está fazendo as representações dos seus responsáveis, como a sua
mãe.
"As interações da criança com pessoas de seu ambiente desenvolvem-lhe, pois, a fala interior, o pensamento reflexivo e o comportamento voluntário. [...] A brincadeira fornece, pois ampla estrutura básica para mudanças da necessidade e da consciência, criando um novo tipo de atitude em relação ao real, nela aparece a ação na esfera imaginativa numa situação de faz-de-conta" (OLIVEIRA 1992 p.57).
A brincadeira de faz de conta é uma grande aliada para ajudar buscar
dados referente a vida da criança, que geralmente começam a aparecer
através da representações do faz de conta, que muitas vezes são
características da sua vida. Pois as imitações são feitas através de atos
anteriores, presente no inconsciente da criança. De acordo com Cerisara
(2002),
A imitação assume papel fundamental no desenvolvimento da criança em geral, e na brincadeira em especial na medida em que indica que primeiro a criança faz aquilo que viu o outro fazendo, mesmo sem ter clareza do significado desta ação, para então, à medida que deixa de repetir por imitação, passa a realizar a atividade conscientemente, criando novas possibilidades e imitações. (CERISARA, 2002 p.130).
Através do faz de conta a criança inicia seu processo de imaginação,
pois ela começa vivenciar situações de um adulto, antecipando suas vivencias
de um mundo que ainda não é dela e através dessas brincadeiras ela cria,
imagina e vive como se fosse real. Segundo kishimoto (2001, p.39) “o faz de
conta permite não só a entrada no imaginário, mas a expressão de regras
implícitas que se materializam nos temas das brincadeiras”.
As brincadeiras com os materiais de construção permite que a criança
explore esses objetos, que certamente está vinculado ao faz de conta. Pois
utilizando esses materiais a criança imagina, fantasia e cria objetos como trem,
carro, casa e entre outros.
Esses materiais admitem que a criança empilhe, derrube, equilibre as
peças, etc. essa exploração permite que a criança expresse o seu imaginário e
consequentemente os seus problemas.
21Já as brincadeiras com regras permitem a criança a cumprir tal
combinados feitos pelo grupo. Piaget (1978 p.50) diz que o jogo de regras é a
atividade lúdica do ser socializado.
As atividades lúdicas é um recurso atrativo e educativo, pois ela está
presente desde muito cedo no comportamento dos indivíduos e em sua vida
social. Cabe ao professor utilizar este recurso que muitas vezes, auxilia e
media o professor durante o ensino de aprendizagem dos seus alunos. Está
prática contribui para o desenvolvimento social, físico e mental da criança, já
que o ato de jogar favorece a socialização e a construção do conhecimento.
Segundo Friedmann (1996, p.68), baseando-se nos estudos de Piaget,
afirma que o jogo pode ser utilizado como forma de incentivar o
desenvolvimento humano por meio de diferentes dimensões, que são o
desenvolvimento: a) da linguagem: onde a jogo é um canal de comunicação de
pensamentos e sentimentos; b) moral: é um processo de construção de regras
numa relação de confiança e respeito; c) cognitivo: dá acesso a um maior
numero de informações para que, de modo diferente, possam surgir novas
situações; d) afetivo: onde facilitem a expressão de seus afetos e suas
emoções; e) físico-motor: explorando o corpo e o espaço a fim de interagir no
seu meio integralmente.
Cada brincadeira em particular contribui de forma significativa para o
desenvolvimento global do individuo.
22
CAPITULO III
O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
O desenvolvimento psicomotor é um processo continuo na evolução dos
seres humanos, envolvendo o cognitivo, social, emocional e o físico. Segundo
Alves (2008, p.87) “desenvolvimento é um processo ordenado, regular e
continuo que envolve todas as áreas do organismo e da personalidade”.
A cronologia do desenvolvimento nos permite organizar atividades
compatíveis a idade da criança, respeitando cada individuo como um ser único,
e observar o seu desenvolvimento que acontece desde o primeiros minutos de
vida.
O desenvolvimento de zero a três anos é a questão central deste
capítulo, com o objetivo de mostrar a evolução do desenvolvimento da criança,
pois cada “período é diferente do outro e, em cada um deles, a criança tem
formas peculiares de pensar e de se comportar, determinando e
estabelecendo, então, o seu caráter do que pode ser aprendido neste período,
o que de melhor a criança é capaz de realizar”. (Alves 2008 p.88)
Segundo Santos (1999), antigamente a criança era vista como um ser
ingênuo, inocente, gracioso ou ainda imperfeito e incompleto.
Atualmente a criança é um ser que está tomando espaço não só apenas
em estudos como no panorama educacional e comercial. Sendo um cidadão
mais ativo e único para a sociedade.
3.1- Crianças de o zero a doze meses.
Desde o primeiro mês de vida a criança é movida através dos seus
reflexos primitivos, ou seja, reação involuntária a um estimulo interno e consiste
nas primeiras formas de movimento humano.
23Segundo Bueno (1998 p.34) no primeiro mês a criança tem uma “reação
inata, começa a olhar, deixa de chorar quando alguém se aproxima e comunica
suas necessidade através do choro”.
Já no segundo mês o bebê acompanha os estímulos com os olhos,
emite sons vocais; brinca com as mãos e figura combinadas podem
desencadear sorrisos.
No terceiro mês a criança já começa a sacudir o chocalho; sorri em
resposta de outro sorriso.
Segundo Santos (1999 p.15) nesses três primeiros meses “as atividades
mais marcantes da vida da criança e o choro, o sono, os movimentos e as
primeiras manifestações sociais”.
Com o chora a criança sinaliza a fome a dor e o sono, portanto o chora é
a primeira comunicação da criança com o mundo social.
A partir dos primeiros movimentos do bebê é que aparecem os reflexos
motores da criança, podendo ser inserida pela mãe as massagens; as
brincadeiras com objetos; as conversas, pois ele já responde com os sorrisos,
marcando uma interação mais afetiva com as pessoas que o cerca.
O quarto mês da criança é marcado pelo o reconhecimento dos
familiares e Bueno (1999 p.34) afirma que o bebê já se aproxima dos objetos
apalpando-os; ri alto; rola e começa se orientar no espaço.
No quinto mês o bebê já senta com apoio; pega objetos ao seu alcance;
leva os pés a boca; o desenvolvimento preensão muda a visão do mundo. E a
partir do sexto mês ele já balbucia; utiliza seu corpo e os objetos do espaço.
(Bueno 1999 p.34)
Do quarto ao sexto mês o bebê explora mais seu corpo e os
movimentos, ele já consegue levar os objetos até a boca, reflexo de sucção.
O desenvolvimento da criança esta cada vez mais aprimorados e seu
brinquedo preferido é o seu corpo. “A brincadeira, nessa face, torna-se tão
essenciais para o seu desenvolvimento, como o sono e a alimentação. Suas
24atividades desencadeiam-se um ciclo brincar-comer-dormir”. (Santos 1999
p.32)
Assim percebemos que deste de muito cedo o lúdico é algo que deve
estar presente na vida, pois ajuda ativamente no desenvolvimento da criança.
Entre o sétimo e o oitavo mês a autora Jocian Bueno (1998, p.35) afirma
que a criança já é capaz de:
• Procura objetos caídos, joga-os: • Simboliza presença e ausência (Cadê, achou); • Simboliza aceitação e rejeição, sorrindo ou chorando conforme quem vê; • Preensão ativa do polegar; • Crise de angustia distônica, ou seja, chora quando a mãe não esta por perto; • Estabelece relação percebida reconhecida do objeto; • Reconhece-se alegremente no espelho; • Transfere objeto de uma mão para a outra; repete atos que lhe interessam, ou seja, bate palmas, dá pontapés em brinquedos suspensos no berço para vê-los alcançar; • Começa demonstrar compreensão das palavras e emite sons parecendo gostar de ouvir sua própria voz; • Engatinha; • Vocaliza silabas
A partir no sétimo mês a criança é mais curiosa, ela começa descobrir a
diferença dos objetos e o seu desenvolvimento motor dá um grande avanço
que a partir do nono mês ele já fica em pé segurando em moveis.
Nessa faixa etária a criança interage mais na brincadeira como o outro
ela dar abjetos para o adulto e logo em seguida pega novamente, promovendo
um momento de troco e socialização. Os brinquedos de encaixe também são
bem explorados por eles.
A partir da cronologia de desenvolvimento Bueno (1998 p.34) afirma
que aos noves meses o bebê “mantém-se de pé com apoio; pega objetos
escondidos a sua frente; movimento de pinça e as primeiras palavras de duas
silabas servindo para nomear tudo, instituindo assim a memória”.
Contudo a linguagem do bebê já vai dando sentido como: papa para
papai e mama para mamãe, ou seja, os sons que ele ouve desde o nascimento
25já começam a ter sentido para ele, e há uma grande evolução por parte dos
balbucios.
Com dez meses a criança já utiliza o copo; repete sons ouvidos; aprende
a falar as primeiras palavras. E entre onze e doze meses ela já e capaz de
andar sozinha; já diz entre três a quatro palavras, aumentando assim seu
repertório linguístico e já entende frases curtas e alguns comandos.
Assim podemos perceber que o desenvolvimento do ser humano é
ampliado gradativamente desde o social ao motor. E o lúdico tem uma grande
contribuição para o desenvolvimento global do individuo, pois as atividades
lúdicas para Santos (1999, p.7) “são ferramentas indispensáveis no
desenvolvimento infantil, porque para a criança não há uma atividade mais
completa que o brincar. Pela brincadeira ela é introduzida no meio sociocultural
do adulto, constituindo num modo de assimilação e recriação da realidade”.
O brincar é um meio de aprendizagem e exploração, é onde a criança se
desenvolve de forma plena e sadia.
3.2 - Criança de um a dois anos.
O primeiro ano de vida da criança á marcada por várias mudanças, que
são mais visíveis a partir dos quinze meses de vida.
Segundo Alves (2008 p.89) “com um ano a criança anda com ajuda e
sua linguagem passa ser constituída por três palavras. Mais tarde com um ano
e três meses, anda sozinha, seu vocabulário passa a ser de nove palavras
sendo uma linguagem de ação”.
Entretanto a linguagem da criança é constituída através da referencia do
adulto, pois ela já quer saber o nome de tudo. Também, começa a imitar atos e
gestos de um adulto, ou seja, tendo como referência as pessoas maiores que o
cercam durante o dia.
Nesta fase, também a aparência física da criança muda em relação a
anterior, ela deixa de ser um bebê e passa para criança. Segundo Santos
26(1999) esse período de transição varia de criança para criança. Portanto ela já
não tem mais um aspecto de bebê e sim de uma criança mais ativa.
A partir dos dezoito meses a criança começa a ter autoconfiança no seu
deslocamento sobre o espaço. Cada vez mais tem necessidade de correr, pular
e explorar todo o espaço com agilidade e euforia. O seu desenvolvimento
motor vai se aprimorando a cada dia.
Nesta fase, a criança começa a buscar pela autonomia querendo fazer
algumas tarefas sozinhas como: comer, andar e entre outras. Segundo Santos
(1999 p. 58) a autonomia:
“É um processo longo que atravessa várias fases da infância, sendo que a pessoa poderá ser dependente até a vida adulta; tudo vai depender do tratamento que lhe é dado. Mesmo sem pretender que a criança dessa faixa etária seja autônoma, as raízes do sentido da autonomia começam a fluir quando ela aprende a andar sozinha, a dizer que quer e a explorar o mundo de modo independente, e quando descobre que é capaz de iniciar suas próprias atividades”.
A autonomia cada vez mais, vai dando sentido para o desenvolvimento
da criança, que ao realizar as atividades sozinhas é apenas um processo que
sendo bem administrado, ajudo no seu processo social e assim a criança aos
poucos vai percebendo que precisa do outro.
Em busca desta autonomia a criança ouve palavras como: não, que
também são usada por ela. Nesta faixa etária o não é uma das palavras
preferidas, este não é essencial no desenvolvimento social, emocional e
cognitivo, já que a criança diz com a intenção de mostras seus desejos e as
suas vontades com uma segurança do que pensa ser melhor para ela.
O não muitas vezes pode representar para os pais, os professores uma
forma de autoridade sobre a criança, porem com exagero ou com
agressividade pode ser torna do um sentimento de culpa na criança, deixando-
a cada vez mais frustrada.
A frustração é um sentimento que deve se enfrentado durante a fase de
desenvolvimento do ser humano, porém deve haver paciência e calma para
uma boa educação, pois, “a formação de hábitos e a colocação de limites
27devem ser feitos com base na compreensão e funcionalidade, sem ameaças ou
castigo, pois a coação leva à ansiedade e insegurança; é repressora da livre
expressão, do pensamento e da ação”. (Santos 1999 p.59)
Porque não o lúdico para auxiliar a criança a enfrentar esse momento da
sua vida? Pois através da ludicidade ela interage, chora, sorrir e envolve todos
os sentimentos possíveis para uma interação com o outro. O brincar desta fase
é como abrir um mundo imaginário, pois a brincadeira permite a exploração e
os jogos são companheiros fieis das crianças.
Contudo a faixa etária de um a dois anos é um momento de uma
expansão rápida e significativa, onde a criança interpreta ações do seu
cotidiano, através do lúdico.
3.3 - Crianças de dois a três anos
A partir dos dois anos de idade a criança começa a ter mais habilidades
de fazer representação mental.
Segundo Bueno (1998) a criança passa a ter “noção de totalidade
corporal, reconhece a diferença sexual, usa colher e lápis, salta com os dois
pés juntos, o real esta confuso com a fantasia e o seu vocabulário aumenta.”
Aos dois anos, também a criança tende a ficar mais agitado, pois gosta
de correr, pular, arrastar e etc. Alves (2008 p.30) diz que a criança nesta fase
gosta de atividades motora ampla. No entanto a partir de dois anos ela
necessita de espaço para suprir suas “energias”.
“A criança de dois a três anos tem plena capacidade de andar, e por isso esse período é marcado pela “explosão motora”. Ela corre, pega coisas do chão sem desequilibrar, anda nas pontas dos pés e, por alguns segundos, equilibra-se num pé só, sobe e desce escadas...” (SANTOS, 1999 p.88)
O desenvolvimento motor grosso já está bem evoluído, agora a
motricidade fina fica cada vez mais apurada e a criança já e capaz de
manusear e manejar objetos pequenos.
28Nesta fase, o desenvolvimento físico não cresce tão rápido quanto os
períodos anteriores, mas em compensação há uma enorme mudança nas
áreas cognitivas, sociais e emocionais.
Com um vocabulário mais elaborado, esta fase torna-se difícil e
desafiadora para os adultos, porém mais ainda para as crianças. Os adultos
tendem a achar que a criança e desobediente, mimada ou teimosa, pois a
palavra eu e não são as mais utilizadas durante o dia delas.
Essa é uma fase que as crianças inicia o seu processo de maturação e o
brincar é uma das formas de manifestações.
“O brincar para a criança de dois anos é um meio de expressão que simboliza suas experiências, o conhecimento de seu pequeno mundo, seus desejos, suas frustrações, seus sonhos e suas fantasias”. (SANTOS, 1999 p. 90).
Assim percebemos a importância do lúdico para o desenvolvimento
psicomotor não apenas para crianças de zero a três anos, mas para todo a
vida, que diante essa etapa do desenvolvimento pode deixar bem evidente
como o lúdico penetra em cada fase do desenvolvimento do individuo.
29
CONCLUSÃO
Este estudo propôs apresentar para os profissionais da educação a
importância do lúdico para o desenvolvimento global da criança.
Através deste trabalho podemos perceber como o lúdico contribui para o
desenvolvimento da criança, pois ele está presente desde cedo no
comportamento dos indivíduos e em sua vida social.
As brincadeiras ganharam espaço no ambiente pedagógico, pois através
de estudos realizados sobre a temática foi comprovado que sua utilização
contribui para o desenvolvimento social, físico, emocional e cognitivo do
individuo, já que o ato de brincar favorece a socialização e a construção do
conhecimento.
Portanto, cabe aos professores, aos psicomotricistas e qualquer
profissional que esteja ligado com o processo de desenvolvimento da criança,
utilizar mais esses recursos para que o aluno possa ter uma aprendizagem
significativa e ao mesmo tempo prazerosa.
Também é necessário deixar claro que educar não se resume na
transmissão de informações e conteúdos e que cada jogo não deve ser apenas
jogado, mas sim verificar o verdadeiro valor e os objetivos que apresentam
para serem discutidos e colocados em prática, oferecendo assim possibilidades
para que a criança possa escolher um caminho referente ao seu potencial de
visão de mundo.
Utilizar o lúdico significa transportar para o campo do ensino-
aprendizado condições para ampliar a construção do conhecimento
introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de
cooperação e interação social.
Concluiu-se que o lúdico contribui de forma significativa para o
desenvolvimento da criança, sendo uma parceria possível e importante para o
processo educativo.
30
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 4º ed. Rio de Janeiro; Wak, 2008. ASSUNÇÃO, Elizabete e COELHO José Maria Tereza. Problemas de aprendizagem. São Paulo: Ática, 1997. BRASIL. Ministério da Educação e do Porto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasília MEC/SEF 1998 V.1. BUENO, J.M. psicomotricidade, teoria e prática: estimulação, educação e reeducação psicomotora com atividades aquáticas. São Paulo: editora Lavise 1998. CERISARA, Ana Beatriz. O brincar e suas teorias. São Paulo pioneira thomson learning, 2002. FONSECA, V. da. Aprender a aprender. Porto Alegre: Artmed, 1998.
FONSECA, V. da Psicomotricidade: psicologia e pedagogia, São Paulo: Martins Fontes, 1988. FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender – o resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 1993. _____________O jogo e a educação infantil. IN: jogo brinquedo, brincadeira e educação.5ª ed. São Paulo; Cortez, 2001.
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31ROCHA, Dina Lúcia chaves. A importância das atividades psicomotoras escolares na educação infantil. Dissertação de mestrado. Rio de Janeiro 2003. SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedo e infância: um guia para pais e educadores em creche. 2º ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. TEIXEIRA, C. E. J. A ludicidade na Escola. São Paulo: Loyola, 1995. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991. WEBGRAFIA: SBP: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE. disponível em : www.psicomotricidade.com.br. Acessado em 10 de outubro de 2010.
32
ÍNDICE
INTRODUÇÃO....................................................................................................8
CAPÍTULO I
CONCEITO DE PSICOMOTRICIDADE............................................................10
1.1 Referencial histórico............................................................................11
1.2 Áreas de atuações..............................................................................12
CAPÍTULO II
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL.............................................................16
CAPÍTULO III
O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR........................................................22
3.1 Crianças de zero a doze meses..........................................................22
3.2 Crianças de doze meses a dois anos..................................................25
3.3 Crianças de dois anos à três anos......................................................27
CONCLUSÃO................................................................................................... 29
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................30
ÍNDICE...............................................................................................................32