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Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 42 (1/4): 64-71, jan./dez 1999 64 INJEÇÃO DE GÁS SECO EM RISERS RÍGIDOS COM USO DE FLEXITUBO: ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA COM SIMULAÇÕES TRANSIENTES THE INJECTION OF DRY GAS IN RIGID RISERS USING A FLEXIBLE PIPE: STUDY OF TECHNICAL FEASIBILITY WITH TRANSIENT SIMULATIONS INYECCIÓN DE GAS SECO EN RISERS RÍGIDOS CON USO DE FLEXITUBO: ESTUDIO DE FACTIBILIDAD TÉCNICA CON SIMULACIONES TRANSITORIAS Fausto Arinos de Almeida Barbuto 1 Guilherme de Almeida Peixoto 2 RESUMO Apresentam-se, aqui, os resultados de simulações multifásicas transientes, conduzidas com o objetivo de se determinar a viabilidade técnica da injeção de gás, com flexitubo, no interior do riser de Vermelho (em Pargo-1). Objetiva-se, com a injeção, estabilizar produções instáveis atenuando, ou mesmo eliminando, flutuações temporais na vazão dos fluidos produzidos, nas pressões de chegada à plataforma e holdup do líquido. Os resultados demonstraram ser tão surpreendentes quanto animadores, apesar das poucas hipóteses simplificadoras feitas na simulação conduzida, usando-se o simulador OLGA . ABSTRACT This work presents the results of multiphase transient simulations conducted for the purpose of establishing the technical feasibility of gas injection, using a flexible pipe inside the Vermelho riser (at Pargo-1). The objective of these injections is to stabilize unstable production flows, attenuating or even eliminating fluctuations in the flow rates of the produced fluids, in the incoming pressures at the platform and the in the liquid holdup. The results were just as surprising as they were stimulating, despite the few simplifying hypotheses applied in the simulation carried out, using an OLGA simulator. RESUMEN Se presentan, aquí, los resultados de simulaciones multifásicas transitorias, conducidas con el objetivo de determinarse la factibilidad técnica de la inyección de gas, con flexitubo, en el interior del riser de Vermelho (en Pargo-1). Se objectiva, con esta inyección, estabilizar producciones instables, atenuando, o aún eliminando, fluctuaciones temporales en el desague de los fluidos producidos, en las presiones de llegada a la plataforma y fracción volumétrica del líquido. Los resultados demostaron ser tan sorprendentes cuanto animadores, a pesar de las pocas hipótesis simplificadoras hechas en la simulación conducida, usándose el simulador OLGA. (Originais recebidos em 28.04.1999). 1 Setor de Tecnologia de Processamento, Produção e Transporte (SEPROT), Divisão de Explotação (DIPLOT), Centro de Pesquisas (CENPES). 2 E&P-BC/GEPRO/GENPO/GESCOM.

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    INJEO DE GS SECO EM RISERS RGIDOS COM USO DEFLEXITUBO: ESTUDO DE VIABILIDADE TCNICA COM

    SIMULAES TRANSIENTES

    THE INJECTION OF DRY GAS IN RIGID RISERS USING AFLEXIBLE PIPE: STUDY OF TECHNICAL FEASIBILITY

    WITH TRANSIENT SIMULATIONS

    INYECCIN DE GAS SECO EN RISERS RGIDOS CON USO DEFLEXITUBO: ESTUDIO DE FACTIBILIDAD TCNICA CON

    SIMULACIONES TRANSITORIAS

    Fausto Arinos de Almeida Barbuto1

    Guilherme de Almeida Peixoto2

    RESUMOApresentam-se, aqui, os resultados de simulaes multifsicas transientes, conduzidas com o objetivo de se determinar

    a viabilidade tcnica da injeo de gs, com flexitubo, no interior do riser de Vermelho (em Pargo-1). Objetiva-se,com a injeo, estabilizar produes instveis atenuando, ou mesmo eliminando, flutuaes temporais na vazo

    dos fluidos produzidos, nas presses de chegada plataforma e holdup do lquido. Os resultadosdemonstraram ser to surpreendentes quanto animadores, apesar das poucas hipteses

    simplificadoras feitas na simulao conduzida, usando-se o simulador OLGA.

    ABSTRACTThis work presents the results of multiphase transient simulations conducted for the purpose of establishing the

    technical feasibility of gas injection, using a flexible pipe inside the Vermelho riser (at Pargo-1).The objective of these injections is to stabilize unstable production flows, attenuating or even eliminating fluctuations

    in the flow rates of the produced fluids, in the incoming pressures at the platformand the in the liquid holdup. The results were just as surprising as they were stimulating, despite the few simplifying

    hypotheses applied in the simulation carried out, using an OLGA simulator.

    RESUMENSe presentan, aqu, los resultados de simulaciones multifsicas transitorias, conducidas con el objetivo de determinarse la

    factibilidad tcnica de la inyeccin de gas, con flexitubo, en el interior del riser de Vermelho (en Pargo-1). Se objectiva, conesta inyeccin, estabilizar producciones instables, atenuando, o an eliminando, fluctuaciones temporales en el desague de

    los fluidos producidos, en las presiones de llegada a la plataforma y fraccin volumtrica del lquido. Los resultadosdemostaron ser tan sorprendentes cuanto animadores, a pesar de las pocas hiptesis simplificadoras

    hechas en la simulacin conducida, usndose el simulador OLGA.(Originais recebidos em 28.04.1999).

    1 Setor de Tecnologia de Processamento, Produo e Transporte (SEPROT), Diviso de Explotao (DIPLOT), Centro de

    Pesquisas (CENPES).2 E&P-BC/GEPRO/GENPO/GESCOM.

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    1. INTRODUO

    Instabilidades de produo tornam-se inconvenientesbastante comuns em sistemas flowline-riser na medidaem que os nveis de produo mdios caem. Taisinstabilidades ocorrem como consequncia direta daqueda das velocidades superficiais (vazo/rea deescoamento) dos fluidos, permitindo a segregaotemporria de uma das fases tanto no flowline quantono riser e provocando oscilaes em ambos presso dechegada e perfil vazo versus tempo. Escoamentos dostipos severe e terrain slugging so fruto destamorfologia, tal como simplificadamente descrita.

    A depender das circunstncias, pouco h a ser feito.Aumento da contrapresso em nvel topside pode seruma tentativa, mas com o cuidado para no diminuiros nveis de produo ou alterar as caractersticas dosfluidos separados, caso o controle da contrapressoseja feito no separador de produo.

    Investigadores como Hill(1) propuseram injeo de gsna base de risers como soluo para o problema. Ainjeo seria feita por meio de uma linha auxiliarexterna. Este mtodo, alm de no possuircaractersticas redutoras de produo - at pelocontrrio, o mtodo estimula a produo por elevaocontnua da coluna de lquido que se forma dentro doriser apresentou excelentes resultados(1). O mtodo, aprincpio, no apresenta inconvenientes do ponto devista meramente fluido-dinmico, embora o ponto deconexo entre a linha de gs seco e o riser possa serconsiderado estruturalmente frgil.

    Em risers rgidos em lminas dgua rasas - o que naBacia de Campos dos dias de hoje algo em torno de100 metros - a injeo de gs uma tcnica de grandepotencial, no apenas para estabilizar a vazo defluidos como tambm visando a um possvel aumentoda produo. Contudo, a injeo de gs na base doriser atravs de linha auxiliar de complexaimplementao em tal ambiente, alm de demandarobras a bordo (ex: instalao de linhas de gs secopara injeo).

    A injeo de gs atravs de linha auxiliar interna aoriser foi apresentada por tcnicos da E&P-BC/GEPRO. Neste caso, um flexitubo desempenhariao papel da linha interna de injeo de gs. Na ausnciade experincia operacional com aparatos deste tipo,no h como comprovar uma possvel eficcia do

    mtodo proposto para o problema em questo, emborao uso de flexitubo em outros tipos de operao (ex:induo de surgncia em poos) seja hoje tcnica comalto grau de consolidao.

    Portanto, em julho de 1997, estudos com base emsimulaes transientes para um sistema flowline-risercom injeo de gs por flexitubo foram realizados naE&P-BC/GEPRO/ GENPO/GESCOM, e resultadosencorajadores foram obtidos(2). Naquela ocasio,estudou-se o sistema flowline-riser de Vermelho-Pargo, usando-se projees realsticas de produo notempo e o simulador numrico transiente, bifsico ecomposicional OLGA. Este estudo visa a consolidare extender o trabalho feito, reportando os resultadosobtidos para os diversos casos estudados.

    2. DESCRIO DOS CASOS SIMULADOS

    A configurao bsica do sistema de produoestudado a seguinte:

    Riser descendente em PVM-3: 100 m altura,15,126 pol. ID, 90.

    Flowline: cerca de 7 718 m de comprimento15,126 pol. ID, -0,14 (mdio).

    Riser ascendente em PPG-1: 119 m altura,15,126 pol. ID, 90 graus.

    Trecho de linha horizontal: 12 m, 15,126 pol.ID, 0Presso de chegada em PPG-1: 6 bar.

    Foram analisados trs casos de produo (exportada dePVM-3) como funo do tempo. Os dois primeiroscasos j haviam sido preliminarmente estudados pelaE&P-BC. Um terceiro caso foi adicionado, e de vazototal inferior aos dois primeiros. Este ltimo, deveriacorresponder a um caso mais crtico de instabilidade defluxo, o que acabou sendo comprovado pelassimulaes conduzidas. Foram os seguintes os casosestudados:

    CASO 1: Vazo de lquido total (circa annum2 000): 10 500 m3/d, BSW= 55%, RGL= 12Presso de injeo do gs: 30 bargVazo de gs (d/dAR = 0,7) atravs do flexitubo(tabela I):

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    TABELA IVAZES DE INJEO DE GS, FLEXITUBO,

    CASO 1TABLE I

    GAS INJECTION FLOW RATES, FLEXIBLE PIPE,CASE 1

    Tempo do incioda simulao (s)

    Vazo de gs(kg/s) Qinj

    Vazo de gs(m3/s), CNTP

    0 a 5 100 0,00 0,005 100 a 10 100 0,30 0,3310 100 a 15 100 0,40 0,4415 100 a 20 100 0,50 0,5520 100 a 25 100 0,60 0,6725 100 a 30 000 0,70 0,78

    CASO 2: Vazo de lquido total (annum 1997):8 300 m3/d, BSW= 45%, RGL= 12Presso de injeo do gs: 30 bargVazo de gs (d/dAR = 0,7) atravs do flexitubo (tabelaII):

    TABELA IIVAZES DE INJEO DE GS, FLEXITUBO,

    CASO 2TABLE II

    GAS INJECTION FLOW RATES, FLEXIBLE PIPE,CASE 2

    Tempo do incioda simulao (s)

    Vazo de gs(kg/s) Qinj

    Vazo de gs(m3/s), CNTP

    0 a 5 100 0,70 0,785 100 a 10 100 0,80 0,8910 100 a 15 100 1,00 1,1115 100 a 20 100 1,20 1,3320 100 a 25 100 1,30 1,4425 100 a 30 000 1,40 1,55

    CASO 3: Vazo de lquido total (annum 2010):5 700 m3/d, BSW= 85%, RGL= 12Presso de injeo do gs: 30 bargVazo de gs (d/dAR = 0,7) atravs do flexitubo (tabelaIII):

    TABELA IIIVAZES DE INJEO DE GS, FLEXITUBO,

    CASO 3TABLE III

    GAS INJECTION FLOW RATES, FLEXIBLE PIPE,CASE 3

    Tempo (s) do incioda simulao

    Vazo de gs(kg/s) Qinj

    Vazo de gs(m3/s), CNTP

    0 a 5 100 0,00 0,005 100 a 10 100 0,60 0,6710 100 a 15 100 0,80 0,8915 100 a 20 100 1,20 1,3320 100 a 25 100 1,60 1,7725 100 a 30 000 2,00 2,22

    As propriedades PVT dos fluidos (leo, gs e guaproduzidos e gs de injeo) usadas ao longo desteestudo, foram fornecidas pela E&P-BC.

    As simulaes conduzidas buscaram no somenteratificar a viabilidade da injeo de gs no interior doriser como tambm vazes e pontos timos de injeo.Peixoto et al.(2) usaram, de forma racionalmenteprogramada, um schedule de injeo de gs comofuno do tempo de acordo com as tabelas de I a III.

    Os pontos de injeo de gs escolhidos foram: na basedo riser (0 m), 20 m, 30 m, 50 m e 80 m acima dabase da juno flowline-riser, sendo o ltimo caso(80 m) rodado apenas a ttulo de motivaoinvestigativa, j que no se esperava boa performancepara pontos de injeo localizados muito acima noriser - expectativa plenamente confirmada pelassimulaes.

    As sees de riser acima do ponto de injeo tiveramseus dimetros modificados, no arquivo do OLGA,para refletir o dimetro equivalente do espao anularriser-flexitubo, que 13,626 pol. Admitiu-se que oflexitubo tem dimetro externo de 1,5 pol.

    Alm disto, algumas hipteses simplificadoras foramadmitidas nas simulaes feitas, ora em nome daobjetividade do estudo, ora por fora da prprianatureza das simulaes, isto , em situaes em quenada havia o que ser feito. Entre tais hipteses, devemser citadas:

    * O gs a ser injetado pelo flexitubo tem a mesmacomposio do gs em equilbrio com o lquidoproduzido, quando na verdade deveria possuircomposio de gs seco. Assim, evitou-se a incluso deum branch extra e o uso de trs fluidos (lquido+gsem equilbrio, gs seco e fluido resultante dacomposio dos dois fluidos anteriores). Simplificao.

    * O flexitubo, suspenso dentro do riser, forma umespao anular perfeitamente concntrico com esteltimo. Hiptese obrigatria.

    * A perda de carga e a distribuio de fases ao longodo espao anular flexitubo-riser so as mesmas que seobtm ao se utilizar uma tubulao de dimetroequivalente. Hiptese obrigatria.

    * A injeo de gs e a turbulncia extra assim geradano contribuem para a formao de emulses leo-gua. Hiptese obrigatria.* O perfil do flowline retilneo e sempre descendente.Simplificao.

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    A atenuao das oscilaes de produo podem seraferidas pelo acompanhamento de algumas variveis desada. Para a consecuo deste objetivo, foramselecionados o holdup e a presso em diversos pontosao longo do riser, assim como a vazo mssica total delquido produzida - referenciada neste artigo comoVMTL. O objetivo verificar se existe atenuao naoscilao da produo.

    Sero constatadas nas sees seguintes, que asoscilaes so muito mais fortes para algunsparmetros de processo do que para outros, e que se apresso de chegada em Pargo-1 no oscila muitofortemente em torno de um valor mdio, o mesmo nopode ser dito em relao VMTL.

    Todos os casos estudados foram comparados com seusequivalentes dummy, isto , casos sem a presena doflexitubo e em que, conseqentemente, nenhum gs injetado. O objetivo aqui claro: apresentar um quadroda produo sem a influncia de qualquer mtodo deatenuao de instabilidades.

    3. RESULTADOS DAS SIMULAES

    A anlise dos resultados ser feita caso a caso, acomear por aqueles j previamente analisados peloE&P-BC, isto , os casos 1 e 2 descritosanteriormente. O caso 3, mais grave, ser analisadopor ltimo. Nos casos abaixo, sempre que houverinjeo de gs, esta se referir base do riser. Casoscom injeo em outros pontos do riser sero analisadosem seo vindoura. QLiq a produo exportada porPVM-3.

    CASO 1:O caso 1, de todos o mais brando, apresenta osseguintes perfis temporais de produo (VMTL) e depresses no topo do riser:

    VMTL, sem injeo de gs, QLiq = 10500 Sm3/d (PVM-3)

    Tempo (s)

    VM

    TL

    (kg/s

    )

    -20

    40

    100

    160

    220

    280

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 1 - VMTL, caso 1, sem injeo de gs.Fig. 1 - VMTL, case 1, without gas injection.

    Presso x Tempo, topo do riser, sem injeo de gs, QLiq=10500 Sm3/d

    Tempo (s)

    Pres

    so

    (bar

    )

    6

    6.25

    6.5

    6.75

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 2 - Perfil da presso no topo do riser, caso 1, seminjeo de gs.Fig. 2 - Pressure profile at the top of the riser, case 1,without gas injection.

    Com base nas figuras 1 e 2, pode-se verificar queapesar da pequena variao de presso no topo doriser, grande a variao na produo de lquidoproduzido. O holdup na chegada de Pargo-1 comporta-se do seguinte modo:

    Holdup x Tempo, topo do riser, sem injeo de gs, QLiq = 10500 Sm3/d

    Tempo (s)

    Hol

    dup

    (-)

    0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 3 - Holdup na chegada em PPG-1, caso 1, sem injeode gs.Fig. 3 - Incoming holdup at PPG-1, case 1, without gasinjection.

    Aps a injeo de gs na base do riser, a VMTLassume o seguinte perfil:

    VMTL x Tempo, com injeo de gs, QLiq = 10500 Sm3/d

    Tempo (s)

    VM

    TL

    (kg/s

    )

    -20

    40

    100

    160

    220

    280

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 4 - VMTL versus tempo, caso 1, com injeo de gsna base do riser.Fig. 4 - VMTL versus time, case 1, using gas injectionat the base of the riser.

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    De acordo com a tabela I, torna-se possvel relacionaro amortecimento das oscilaes na VMTL com ainjeo temporizada de gs pelo flexitubo. Observe-seque a partir de t=15 000 (Qinj=0,4 kg/s), a VMTL j setorna constante para efeitos prticos.

    O amortecimento da presso e do holdup no topo doriser so, igualmente, dignas de nota, de acordo com asfiguras 5 e 6.

    Presses x Tempo, topo do riser, com injeo de gs, QLiq=10500 Sm3/d

    Tempo (s)

    Pres

    so

    (bar

    )

    6

    6.25

    6.5

    6.75

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 5 - Presses no topo do riser, com injeo de gs nabase do riser, caso 1.Fig. 5 - Pressures at the top of the riser, using injectionat the base of the riser, case 1.

    Holdup x Tempo, topo do riser, com injeo de gs, Qliq=10500 Sm3/d

    Tempo (s)

    Hold

    up (

    -)

    0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 6 - Holdup no topo do riser em funo do tempo,caso 1.Fig. 6 - Holdup at the top of the riser as a timefunction, case 1.

    A evoluo das variveis demonstradas nas figuras de4 a 6 indica que a produo atingiu um padro deescoamento estvel e homogneo a partir det=20 100 s, ou algo como Qinj=0,6 kg/s. Com holdupem torno de 0,3, o padro bubble-to-slug flow.

    CASO 2:

    Para uma vazo inicial de 8 300 Sm3/d em PVM-1, aVMTL demonstrada na figura 7.

    VMTL x Tempo, sem injeo de gs, QLiq = 8300 Sm3/d

    Tempo (s)

    VMTL

    (kg/

    s)

    -20

    40

    100

    160

    220

    280

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 7 - VMTL, caso 2, sem injeo de gs.Fig. 7 - VMTL, case 2, without gas injection.

    E o perfil da presso para o topo do riser apresentado na figura 8.

    Presses x Tempo, topo do riser, sem injeo de gs, QLiq=8300 SM3/d

    Tempo (s)

    Pres

    so

    (bar

    )

    6

    6.25

    6.5

    6.75

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 8 - Presso no topo do riser, caso 2, sem injeo degs.Fig. 8 - Pressure at the top of the riser, case 2, withoutgas injection.

    Aps a simulao com injeo de gs, obteve-se oseguinte perfil de VMTL (fig. 9) no topo do riser:

    VMTL x Tempo, topo do riser, com injeo de gs, QLiq=8300 Sm3/d

    Tempo (s)

    VMTL

    (kg/

    s)

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    180

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 9 - VMTL versus tempo, caso 2, com injeo de gs.Fig. 9 - VMTL versus time, case 2, using gas injection.

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    Neste caso, possvel observar-se a atenuao noperfil da VMTL, embora esta ainda oscile visivelmentepara Qinj=1,4 kg/s. Estudos posteriores, no relatadosaqui, indicam que a VMTL estabiliza-se para Qinj emtorno de 1,7 kg/s.

    A presso no topo do riser aps a injeo de gs estdemonstrada na figura 10.

    Presses x Tempo, topo do riser, com injeo de gs, QLiq=8300 Sm3/d

    Tempo (s)

    Pres

    so

    (bar

    )

    6

    6.25

    6.5

    6.75

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 10 - Perfil de presso no topo do riser com injeo degs, caso 2.Fig. 10 - Pressure profile at the top of the riser usinggas injection, case 2.

    Apesar de atenuar muito mais sensivelmente, aspresses no so variveis de processo to importantescomo as VMTLs. O comportamento do holdup apresentado na figura 11.

    Holdup x Tempo, topo do riser, com injeo de gs, QLiq=8300 Sm3/d

    Tempo (s)

    Hol

    dup

    (-)

    0.2

    0.25

    0.3

    0.35

    0.4

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 11 - Holdup, caso 2, com injeo de gs.Fig. 11 - Holdup, case 2, using gas injection.

    Neste parmetro demonstra-se sensvel amortecimento,e quase total atenuao em torno de 0,22, ou bubbleflow. importante observar a escala reduzida dogrfico na figura 11.

    CASO 3:

    Dentre todos, este o caso de menor vazo e,conseqentemente, o mais crtico em termos deinstabilidade. Na figura 12 apresenta-se a VMTL para

    este caso, de acordo com o OLGA, em situaoprojetada para o ano 2010:

    VMTL x Tempo, sem injeo de gs, QLiq=5700 Sm3/d

    Tempo (s)

    VMTL

    (kg/

    s)

    -10

    50

    110

    170

    230

    290

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 12 - VMTL, caso 3, sem injeo de gs.Fig. 12 - VMTL, case 3, without gas injection.

    Observe-se que, apesar de corresponder a menor vazode produo inicial em PVM-3, o caso 3 apresentapicos de VMTL de amplitude similar queles japresentados, ou algo em torno de 280 kg/s, espaadospor perodos contudo maiores (aproximadamente 5 000s). O comportamento da presso no topo do riser apresentado na figura 13.

    Presses x Tempo, topo do riser, sem injeo de gs, QLiq=5700 Sm3/d

    Tempo (s)

    Pre

    sso (

    bar)

    6

    6.25

    6.5

    6.75

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 13 - Presses no riser, caso 3, sem injeo de gs.Fig. 13 - Pressures in the riser, case 3, without gasinjection.

    Aps a injeo de gs no riser, o perfil de VMTLassume o seguinte formato:

    VMTL x Tempo, com injeo de gs, QLiq=5700 Sm3/d

    Tempo (s)

    VMTL

    (kg/

    s)

    -40

    20

    80

    140

    200

    260

    320

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig 14 - VMTL, com injeo de gs, caso 3.Fig. 14 - VMTL, using gas injection, case 3.

  • Bol. tc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 42 (1/4): 64-71, jan./dez 199970

    Neste caso, nem mesmo uma alta vazo de injeo degs (2 kg/s, ou aproximadamente 2,2 m3/s @ 1 atm e 0oC) conseguiu estabilizar a VMTL ocorrida nos casosanteriores. Uma boa atenuao das oscilaes daVMTL (isto , as oscilaes tornam-se inferiores ag5% da VMTL mdia) s atingida paraQinj > 3,0 kg/s, (fig. 15 e tabela IV).

    VMTL x Tempo, com injeo de gs (Tabela 4), QLiq=5700 Sm3/d

    Tempo (s)

    Pre

    sso (

    bar)

    0

    40

    80

    120

    160

    200

    240

    280

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 15 - VMTL, com maior injeo de gs, caso 3.Fig. 15 - VMTL, using more intense gas injection, case 3.

    Neste caso, (fig. 15), uma boa atenuao somente sedar aps t=25 100 s, com uma injeo de gs superiora 3 kg/s, ou aproximadamente 3,3 m3/s @ 1 atm e 0oC. Na tabela IV apresenta-se o programa de injeode gs em funo do tempo decorrido a partir do incioda simulao.

    TABELA IVINJEO DE GS (AUMENTADA) VISANDO

    ESTABILIZAO DA VMTLTABLE IV

    GAS INJECTION (AUGMENTED) AIMED ATSTABILIZING THE VMTL

    Tempo do incioda simulao (s)

    Vazo de gs(kg/s) Qinj

    Vazo de gs(m3/d), CNTP

    0 a 5 100 0,00 0,005 100 a 10 100 0,90 1,0010 100 a 15 100 1,50 1,6615 100 a 20 100 2,00 2,2220 100 a 25 100 2,50 2,7725 100 a 30 000 3,00 3,33

    O caso 3, apesar da sua severidade, dentre os trsapresentados o menos preocupante, pois espera-se quePargo-1 consiga processar, com grande folga, umavazo exportada de PVM-3 de aproximadamente 5 700m3/d no ano 2010. O caso crtico, por surpreendenteque isto possa parecer, justamente aquele de maisalta VMTL e de mais fcil estabilizao, isto , o caso1. Neste, oscilaes por menores que sejam podemafetar o descarte de gua, causando problemas deordem ambiental.

    Na seo a seguir, sero apresentados os resultadospara injeo em diversos pontos do riser.

    4. PONTOS DE INJEO DE GS versusESTABILIZAO

    A eficincia da injeo de gs atravs do flexitubo devevariar de acordo com o ponto de injeo, isto , com aposio que a extremidade injetora do flexitubo ocupadentro do riser. Se por um lado a perda de carga dosfluidos no espao anular aumenta medida que aextremidade injetora fica mais prxima da base doriser pois o trecho anular tende extenso mxima maior o efeito de elevao proporcionado. Por outrolado, maior a perda de carga para o gs que escoaatravs do flexitubo.

    No entanto, as simulaes revelam que, quanto maisprximo se encontra a extremidade do flexitubo dabase do riser, mais eficientemente se d a atenuaodas oscilaes na produo. Como exemplo, seranalisada a influncia que o ponto de injeo exerce nocaso 1. Nas figuras de 16 a 19 demonstram-se asatenuaes da VMTL para diversos pontos de injeo.

    VMTL x Tempo, injeo na base do riser, QLiq=10500 Sm3/d

    Tempo (s)

    VMTL

    (kg/

    s)

    -10

    40

    90

    140

    190

    240

    290

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 16 - Injeo de gs na base do riser.Fig. 16 - Gas injection at the base of the riser.

    VMTL x Tempo, injeo a 20 m da base, QLiq=10500 Sm3/d

    Tempo (s)

    VMTL

    (kg/

    s)

    -10

    40

    90

    140

    190

    240

    290

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 17 - Injeo de gs a 20 m da base do riser.Fig. 17 - Gas injection 20 m from the base of the riser.

  • Bol. tc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 42 (1/4): 64-71, jan./dez. 1999 71

    VMTL x Tempo, injeo a 50 m da base, QLiq=10500 Sm3/d

    Tempo (s)

    VMTL

    (kg/

    s)

    -10

    40

    90

    140

    190

    240

    290

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 18 - Injeo de gs a 50 m da base do riser.Fig. 18 - Gas injection 50 m from the base of the riser.

    VMTL x Tempo, injeo a 80 m da base, QLiq=10500 Sm3/d

    Tempo (s)

    VMTL

    (kg/

    s)

    -20

    20

    60

    100

    140

    180

    220

    260

    300

    0 5000 10000 15000 20000 25000 30000

    Fig. 19 - Injeo de gs a 80 m da base do riser.Fig. 19 - Gas injection 80 m from the base of the riser.

    Nas figuras de 16 a 19 fica claro que, quanto maisprxima da base do riser a extremidade injetora doflexitubo estiver, mais eficientemente as oscilaes deproduo sero atenuadas. Caso isso no seja possvel,a injeo de gs a aproximadamente 5/6 (83,3%) docomprimento total do riser ainda produz resultadossatisfatrios.

    5. CONCLUSES

    Realizou-se um estudo integralmente numrico-computacional sobre trs casos de produo instvelpara as plataformas PVM-3 (Vermelho) e PPG-1(Pargo), nos quais buscava-se estimar o efeito da

    injeo de gs, por meio de um flexitubo introduzidono interior do riser, na estabilizao da produo. Oestudo foi realizado com o simulador transientecomposicional OLGA. Os casos estudados tm comobase expectativas futuras ou realizadas de produopara o sistema em questo, todos apresentandoinstabilidades de escoamento. O caso 1, de 10 500Sm3/d de lquido, para o ano 2000; o caso 2, de 8 300Sm3/d, do ano de 1997. Finalmente, o de maiorinstabilidade, o caso 3, de 5 700 Sm3/d para o ano2010.

    De acordo com as respostas das simulaes, observou-se que a injeo de gs conduz a uma estabilizao daproduo (vazes, holdups, presses de chegada),ainda que para o caso 3, o de maior instabilidade, umamaior vazo de gs seja necessria para que condiesestveis de produo possam ser obtidas.

    O mtodo proposto por tcnicos da E&P-BC/GEPRO/GENPO possui, a princpio, potencial deaplicao em risers rgidos, possivelmente o do sistemaVermelho-Pargo, objeto deste estudo.

    Finalmente, possvel vislumbrar um potencial para oaumento da produo quando o controle do sistemaglobal este constitudo pelas plataformas, linhas queas conectam e facilidades de separao de leo, gua egs - no consegue conviver com as instabilidades deescoamento, ocasionando repetidas paradas deproduo em razo de shutdowns indesejados, ouquando o sistema comporta um aumento de produoque somente no ocorre devido s instabilidades e/ou contrapresso no riser atravs do qual os fluidosascendem at a plataforma coletora.

    Nomenclaturas

    OLGA - OLJE & GAS Transient Simulator.E&P-BC Explorao e Produo Bacia deCampos.PVM Plataforma de Vermelho.PPG Plataforma de Pargo.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    (1) HILL, T. J. Gas injection at riser base solves slugging, flow problems. Oil and Gas Journal, Tulsa, v. 88, n. 9, p. 88-92,Feb., 1990.

    (2) PEIXOTO, G. A., OLIVEIRA, G. P. H., CAMPOS, A. L. F. Injeo de gs no duto PVM-3/PPG-1 para evitarintermitncia severa na planta de Pargo. Maca : PETROBRAS. E&P-BC. GEPRO, 1997. 18 f. Relatrio interno.