21 a 23.7.2012

20
Ano II Número 225 Data 21 a 23.7.2012

description

Clipping Eletrônico

Transcript of 21 a 23.7.2012

Page 1: 21 a 23.7.2012

AnoII

Número225

Data21 a 23.7.2012

Page 2: 21 a 23.7.2012

folha de s. paulo - B3 - 23.7.12

Page 3: 21 a 23.7.2012

folha de s. paulo - B3 - 23.7.12

Page 4: 21 a 23.7.2012

folha de s. paulo - B3 - 23.7.12

Page 5: 21 a 23.7.2012

Stael Riani - Advogada especiali-zada em direito do consumidor,

Ouvidora da Agência Nacional de Saúde suplementar (ANS)

CursoDificuldades para cancelamento

de contrato Paguei um curso para minha so-

brinha e descobri depois de dois me-ses que ela não estava frequentando as aulas. Procurei a prestadora do ser-viço para cancelar o contrato sem o pagamento de mais uma parcela. Na verdade, depois dos dois meses vi que minha sobrinha estava em depressão e envolvida com drogas. Portanto, não tinha ânimo para fazer nada. O curso foi uma tentativa de ela fazer algo que preenchesse o tempo com algo útil para a vida dela. Expliquei a situação e o motivo do cancelamento, mas não me ouviram e disseram que eu teria que pagar a outra parcela mesmo as-sim. Não achei justo e fui para casa. Quando venceu a parcela do outro mês, recebi um telefonema de cobran-ça. Repeti a história e não resolveu. Agora, mandaram meu nome para o SPC. O que eu faço? É justo isso?

• Marcilene Pereira, por e-mail Em se tratando de contratação

de cursos livres como ginástica, idio-ma, cabeleireiro e outros, a principal reclamação que chega aos órgãos de defesa do consumidor é a rescisão, seja pelo valor da multa ou o período mínimo de permanência exigido para cancelamento. Por isso, o consumidor deve estar atento na hora da contra-tação, ler e compreender, especial-mente, a cláusula do cancelamento ou

rescisão.Há contratos que preveem a de-

volução do material didático ou o valor correspondente, a permanência do aluno no mínimo três meses ou um módulo, a perda total das mensalida-des pagas ou um valor alto de mul-ta contratual. Independentemente de serem válidas ou abusivas, o melhor é conhecê-las previamente. Registre-se que, qualquer que seja o motivo da desistência, se justo e legítimo, o fato é que o fornecedor do serviço pode exigir um valor a título de multa.

Aconselha-se o consumidor que, quando da desistência do curso, ma-nifestá-la formalmente, por meio de termo de rescisão ou cancelamento, a fim de cessar a cobrança de futuras mensalidades. Não é rara a manifes-tação da desistência pelo consumidor por meio de sua não frequência ao curso, acreditando que não indo às aulas ele não poderá ser cobrado pela instituição, o que não é verdade.

Assim, em desejando interrom-per o curso, desistir ou mesmo sus-pendê-lo temporariamente, o consu-midor deve fazê-lo mediante termo assinado, ou seja, nunca abandone o curso sem comunicação prévia e por escrito. O abandono e a infrequência não caracterizam a desistência for-mal, portanto, o curso poderá exigir o pagamento das parcelas, inclusive judicialmente, podendo até incluir o nome do consumidor nos serviços de proteção ao crédito, como no caso.

Porém, havendo dificuldade ou impedimento em rescindir, o consu-midor deve, imediatamente, procurar

um órgão de defesa do consumidor ou enviar correspondência com aviso de recebimento para garantir e com-provar sua vontade. Lembrando que cursos livres se diferem dos cursos re-gulares (faculdades, colégios), eis que esses últimos são regidos por portaria do Ministério da Educação.

Nos cursos livres as regras são estabelecidas em contrato, inclusive o conteúdo programático, formas da rescisão ou cancelamento, reajuste, multa, duração e preço. No caso em questão, em que pese desconhecer o estipulado em contrato, deve estar sendo exigido tempo mínimo de per-manência, cumprimento de um módu-lo para que o consumidor possa res-cindir para cálculo da multa.

A multa pela desistência é calcu-lada sobre os valores do material e do curso, pelo que deve se observar se o valor cobrado não é abusivo. E, para que o material não seja cobrado, ele deve ser devolvido pelo consumidor desistente em perfeitas condições de uso. O fato de a aluna não ter cursado nenhum dia quando estava disponível o serviço, e mesmo que o motivo da desistência seja justo, não enseja obri-gatoriamente a devolução do dinheiro pago, mas um abatimento do valor da multa.

Por fim, como o nome foi incluí-do no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), sugere-se que o consumidor entre com ação no Juizado Especial de Relação de Consumo, requerendo a retirada do nome até a verificação da regularidade da rescisão contratu-al.

estado de minas - direito & justiça - 23.7.12o Que diZ a lei

Direito do consumidor

estado de minas - economia - 23.7.12

Segunda via Cartão não funciona Cliente passa fome e

frio na EuropaAdemir Abreu Fialho - Belo HorizonteO consumidor Ademir Abreu Fialho conta

que em uma viagem para Lisboa, feita em 16 de junho, ele foi surpreendido pela falha de seus cartões de crédito administrados pelo Banco Santander. Segundo ele, em 13 de junho, foi feita a comunicação da viagem junto à institui-ção financeira para que fosse realizado o des-bloqueio dos cartões das bandeiras Mastercard

e Visa para uso internacional. “Segundo proto-colo, os cartões foram desbloqueados para se-rem usados em Portugal e na Itália e recebi um número de telefone de auxílio de ‘Super Linha’ no exterior, caso houvesse problemas”, lembra. Mas a surpresa veio na primeira tentativa de uti-lizar o cartão. “Quando precisava utilizar, apa-recia na tela ‘não disponível’ em todos os locais, como restaurantes, bares, livrarias, lojas, táxis, metrô e, inclusive, hotéis”, reclama. “Fiquei na Europa, em Lisboa, sem qualquer assistência,

sem recursos e sem poder pagar o hotel. Liga-va para o Banco Santander e a gerência dizia que estavam desbloqueados”, acrescenta. Ainda de acordo com Fialho, ele passou fome, frio e dormiu na rua por três dias, enquanto tentava se comunicar com a família no Brasil e solici-tar ajuda. “Não pude prosseguir viagem para Roma porque, sem o cartão para movimentar recursos e pagar as despesas, fiquei impossibi-litado de continuar a viagem de férias”, lembra. Várias ligações foram feitas para o Santander

Page 6: 21 a 23.7.2012

no Brasil, inclusive, segundo ele, para a agên-cia onde tem conta. No entanto, os atendentes o informavam de que não era possível resolver o problema. O único direcionamento dado foi para que o consumidor tentasse contato em ou-tro número de atendimento na Europa. “Nem esse e nem os telefones que ficam atrás do car-tão funcionaram”, reforça. Em contato com a Central de Atendimento ao Consumidor (CAC), Fialho foi informado pelos atendentes do banco de que o problema era do equipamento do hotel em Lisboa, que apresentava defeito, e não o car-tão. O consumidor contesta o posicionamento do Santander. “Quero uma resposta para isso e exijo todo o gasto com as passagens, já que esse problema inviabilizou a continuidade da minha viagem”, finaliza.

RESPOSTA DO SANTANDER“O Santander contatou a Sr. Ademir Abreu

Fialho, esclarecendo que os fatos questionados estão sendo devidamente apurados. O cliente será informado e orientado diretamente pelo banco.”

COMENTÁRIO DO LEITORO cliente informou que ainda aguarda res-

postas do banco e que, agora, o problema será resolvido na Justiça. “Dei início a um processo, no qual peço danos morais e o ressarcimento dos meus gastos com a passagem, porque tive que voltar da viagem por um problema que era do banco e não meu”, afirma.

Falha no envioCelular vai para assistência e volta sem

peçasVenicios Antônio de BarrosBarbacena /MGEm 7 de maio, o consumidor Venicios

Antônio de Barros comprou um aparelho ce-lular smartphone da marca Motorola, modelo EX225, que estava na promoção. Poucos dias depois, ele registrou a ocorrência de falhas no funcionamento do celular e acionou a empresa. “Informei o problema e me deram um proto-colo. A atendente pediu que eu enviasse para a assistência técnica o celular com todos os itens que vieram junto com o aparelho”, lembra. O procedimento foi feito pelo consumidor. “Na hora de postar, em 25 de maio, mostrei todos os itens ao atendente dos Correios. Mandei o aparelho, a bateria, a capa, o carregador, o cabo USB, o fone de ouvido e o cartão de memória, tudo dentro da caixa”, afirma. Em 13 de junho, Venicios recebeu o aparelho de volta, mas sem o cartão de memória e a embalagem do aparelho, com o manual de instruções. “Na mesma hora entrei em contato pelo 0800 e relatei o ocorrido. O atendente me informou que eu não havia en-viado o cartão de memória e que não podia fazer nada”, comenta. O consumidor diz que espera por um posicionamento da empresa. “Quero sa-ber como um produto pode dar defeito em tão pouco tempo de uso e qual o motivo de tanto descaso por parte da Motorola, ao não me de-volver todos os itens enviados a eles.”

RESPOSTA DA MOTOROLA“A Motorola lamenta o ocorrido e informa

que o caso foi solucionado de forma definitiva junto ao consumidor Venicios Antônio de Bar-ros. Para esclarecer qualquer dúvida adicional,

a Motorola coloca-se à disposição por meio de seu Serviço de Atendimento e Vendas ao Con-sumidor pelos telefones 4002-1244, para as capitais e regiões metropolitanas, e 0800 773-1244 para as demais localidades.”

COMENTÁRIO DO LEITORO consumidor informou que o cartão de

memória e a caixa com o manual de instruções foram devolvidos.

Compra on-lineCancela passagem e aguarda estornoAnderson Sander Mansur Belo Horizonte O consumidor Anderson Sander Mansur

reclama que não consegue obter respostas da empresa Decolar.com depois de fazer o can-celamento de duas passagens aéreas de Belo Horizonte para Florianópolis ida e volta. Ainda segundo o consumidor, a Decolar.com não tem respondido aos e-mails enviados por ele nem o atende nos telefones informados pela própria empresa. “Foram mais de 15 tentativas nos úl-timos 60 dias”, revela. Na única que obteve su-cesso, ele revela ter falado com um atendente, que o transferiu para outros setores no entan-to, também não conseguiu resposta. Anderson ainda aguarda pelo posicionamento da empresa para saber como e quando terá acesso ao estor-no referente ao valor da passagem cancelada. “Preciso saber quando, como e quanto terei de restituição da minha compra, que foi cancelada há mais de três meses”, afirma.

RESPOSTA DO DECOLAR.COM“Em contato com o cliente Anderson San-

der Mansur, a equipe da agência voltou a expli-car as regras e os prazos de cancelamento e re-embolso adotados pelas companhias aéreas, que já haviam sido apresentadas durante o processo de compra. É importante lembrar que os prazos e todas as cláusulas que integram a política das companhias aéreas são expostos previamente e as compras só são concretizadas depois de os clientes concordarem com essas regras por meio do ‘Li e Aceito’.”

COMENTÁRIO DO LEITORO consumidor foi procurado no telefone

informado na reclamação enviada à Segunda Via, mas não atendeu as ligações.

DificuldadeProduto não tem assistência no BrasilFrancisco FerreiraBelo Horizonte Em 7 de março, o consumidor Francisco

Ferreira comprou uma bicicleta ergométrica im-portada da marca Pro-Form pelo site de compras do Walmart. De acordo com Francisco, o produ-to era anunciado com a oferta de garantia por um ano. Mas, com pouco tempo de uso, cerca de três meses, o consumidor encontrou problemas no funcionamento da bicicleta, e foi informado de que no Brasil não há assistência técnica para o produto comprado. “Os atendentes fizeram o encaminhamento da minha reclamação ao se-tor responsável e fui informado que no prazo de dois dias úteis me responderiam. Mas não tive retorno do Walmart”, comenta. Para confir-mar as informações da empresa, o consumidor revela que chegou a ligar para companhias de equipamentos de fitness. “Eles confirmaram que

não existe assistência técnica nem peças de re-posição para essa marca no Brasil”, diz. “Dian-te disso, só me resta pedir o dinheiro de volta, mediante a devolução do produto”, acrescenta.

RESPOSTA DO WALMART“Em resposta à manifestação do Sr. Fran-

cisco Adolfo Ferreira, o Walmart.com.br infor-ma que realizou o estorno, conforme desejo do cliente. O objetivo do Walmart é oferecer aos clientes a melhor experiência de compra. Tal manifestação foi de extrema utilidade para a melhoria dos serviços.

A Central de Relacionamento como Clien-te está à disposição por meio dos canais de co-municação, [email protected] e pelo telefone 0800-705-5050.”

COMENTÁRIO DO LEITORFrancisco Adolfo Ferreira informou que o

problema foi resolvido. Segundo o consumidor, a bicicleta foi recolhida e a informação dada a ele é de que o estorno do valor será feito na pró-xima fatura, que vence em agosto.

Indicação erradaInsatisfeito com os serviços da seguradoraMaurício MartinsBelo Horizonte No fim do ano passado, o consumidor

Maurício Martins relata que precisou acionar os serviços da seguradora Zurich depois de se en-volver em uma batida. De acordo com o consu-midor, a espera pelo carro consertado demorou dois meses na oficina Viecar, indicada pela se-guradora. Em janeiro deste ano, depois de o veí-culo entregue, ele notou que o carro ainda apre-sentava problemas. “Quando fui buscar o carro, me informaram que o porta-malas estava baten-do, faltavam peças, mas bati a frente do carro. Então, concluí que eles retiraram peças do meu carro”, diz. Depois de registrado o problema, ele comenta que chegou a pedir o ressarcimen-to dos gastos adicionais que teve para consertar o carro na concessionária e fazer uma revisão que comprovasse que outras peças também não tinham sido removidas. “O caso se torna grotes-co quando percebemos que a seguradora sequer consegue fazer o que se propõe - que é restituir o valor reclamado - por

pura incompetência”, comenta. RESPOSTA DA ZURICH“A Zurich Seguros esclarece que vem

acompanhando o caso do Sr. Maurício Martins desde 20 de novembro de 2011, quando o se-gurado pediu a análise da cobertura da perda parcial de seu veículo. O reparo de seu carro foi autorizado em 1º de dezembro de 2011, pela oficina Viecar Serviços Automotivos Ltda. Con-tudo, o segurado decidiu fazer um segundo re-paro e pediu o reembolso do serviço realizado. O reembolso foi creditado em sua conta em 30 de junho. Todo reparo referente ao sinistro foi autorizado.”

COMENTÁRIO DO LEITOR De acordo com Maurício Martins, o pro-

blema foi parcialmente resolvido e ainda faltam R$ 60 a serem ressarcidos. “Minha reclamação não é nem pelo dinheiro, e sim pela falta de en-tendimento da empresa, que não se comunica com o cliente”, finaliza.

continuação - estado de minas - economia - 23.7.12

Page 7: 21 a 23.7.2012

PEDRO GROSSINo ritual das compras nos supermercados, as donas de

casa, além de se preocuparem com os preços, composição dos produtos e integridade das embalagens, também preci-sam se esforçar para encontrar a validade dos produtos. Na quase totalidade dos casos, ela está lá - mas, às vezes, de for-ma bem escondida. Há casos em que a data da validade está impressa em locais quase ilegíveis; em outros, há apenas a data de fabricação, e o consumidor precisa ler todo o rótulo para descobrir a vida útil do produto. Produtos importados, geralmente, vêm com a informação em outro padrão, infor-mando primeiro o ano e depois o mês.

"Nem sempre eu consigo ler onde tem a data de vali-dade. Nessas embalagens de sachê, por exemplo, é muito difícil de achar e, às vezes, impossível ler", conta a dentista Heloisa Couto. "Já deixei de levar muito produto porque não conseguir ver qual era a validade", explica.

A determinação da Agência Nacional de Vigilância Sa-nitária (Anvisa), por meio de uma portaria de 1998, é que, para produtos de duração inferior a três meses, na validade deve constar o dia, o mês e o ano. Já produtos com duração superior a três meses devem ter o mês e o ano de validade.

Ainda de acordo com Anvisa, produtos como frutas, hortaliças frescas, vinhos, bebidas alcoólicas que contenham 10% ou mais de álcool e produtos de panificação não in-dustrializados não precisam indicar validade mínima, lá que são, geralmente, consumidos em um curto espaço de tempo após a sua fabricação.

Cuidados. A nutricionista Daiane Correa explica que, sobretudo em produtos muito perecíveis, como laticínios, respeitar o prazo de validade é fundamental. "Quando um iogurte tem data de validade no dia 5, não quer dizer que no dia 6 ele já está estragado, mas não é, de forma alguma,

recomendado o consumo desse tipo de produto depois da validade. Em alguns casos, ele já está deteriorado e com mi-croorganismo, sem ainda apresentar alterações no aspecto nem no sabor", explica. No caso de pães e frutas, segundo ela, a validade pode ser determinada pelo "visual", já que é fácil identificar se o produto está apto a ser consumido.

DETERMINAÇÃOAnvisa não determina o padrãoNuma pilha de potes de creme de ricota, um deles es-

tava sem data de validade. Por um provável erro mecânico na linha de produção, a marca não foi impressa na embala-gem. Se, por engano ou pressa, algum consumidor levasse o produto pra casa, seria impossível saber qual a vida útil do creme. "É um trabalho enfadonho, mas olho a validade de item por item", conta a pedagoga Denise Pires Lessa.

Na embalagem de batata palha, foi preciso um grande esforço para identificar que a marca com as informações de fabricação e validade haviam sido impressas em cima da parte do rótulo que traz as informações nutricionais do produto. Ou o consumidor consegue ler como foi fabricado aquele produto ou até quando ele pode ser consumido.

Em produtos importados, as datas aparecem em um ou-tro padrão. Em vez de dia, mês e ano, como está habituado o consumidor brasileiro, aparece o ano e o mês, ou apenas as três primeiras letras que indicam o mês de fabricação, mas na língua de origem do produto fabricado. No molho de tomate importado dos Estados Unidos, a marcação é bem visível no rótulo, mas diz "feb013", se referindo ao mês de fevereiro do ano que vem.

Embora possa confundir o consumidor, essa falta de pa-dronização não descumpre as determinações da Anvisa, que exige apenas que as informações estejam visíveis. (PG)

o tempo - edição eletrônica - economia - 23.7.12confuso

Sem padronização, consulta do prazo de validade é difícilMesmo com boa aparência, não se deve consumir nada após o vencimento

Page 8: 21 a 23.7.2012

Sérgio Santos Rodrigues - ADVO-GADO do escritório S. santos Rodrigues Advogados Associados e mestre em di-reito

Conforme prometido na semana passada, relato hoje o ocorrido com a operadora de TV a cabo NET – também tenho certeza de que, nesse caso, repre-sento a voz de milhares de consumidores.

Aficionado por esportes, sou assi-nante tanto do canal Combate, para ver lutas, quanto do chamado Premiere Fute-bol Clube (PFC) – que é o pay-per-view do futebol.

No último dia 12, uma quarta-feira, houve um evento do Ultimate Fighting Championship (UFC), que custa apro-ximadamente R$ 75 quando cobrado avulso, e um jogo do Campeonato Bra-sileiro – Botafogo versus Corinthians – que tem praticamente o mesmo custo (os programas são exibidos em horários diferentes). Mais ainda, passando em TV aberta havia a final da Copa do Brasil – Palmeiras versus Coritiba.

Convidei alguns amigos para assis-tir aos eventos esportivos em minha casa (precisava esquecer a raiva que a Etna e o Márcio me fizeram passar nos últimos dias). Quando chego, porém, percebo que o sinal da NET havia “caído”, não só nas televisões como também na internet, isto é, apagão geral do sinal.

Minha esposa (grávida), primeira-mente, liga para o 4004-7777 e é atendida por um simpático “atendente eletrônico”, que parece ser uma pessoa do outro lado da linha que responde imediatamente de-pois de dar ao cliente diversas opções de digitar números antes de um ser humano verdadeiro atender o chamado.

Depois de digitar dezenas de núme-ros entre opções de atendimento, número do CPF etc. e esperar alguns minutos na linha, vem o operador de telemarketing – que assim como o entregador da Etna é o menos responsável pelos dissabores do cliente – com a frase padrão: “Fula-no de tal, boa- noite, por favor confirme o nome completo do titular e a data de nascimento”.

Posso reproduzir o diálogo quase com perfeição, pois estava ao lado do telefone no viva voz. Relatado o pro-blema, a atendente pede mais alguns minutos para “estar verificando o que está acontecendo” (sic). Pede que sejam feitos vários testes; desliga-se aparelho, religa-se aparelho, testa-se o aparelho e nada. Solução: amanhã um técnico vai à residência na parte da manhã ver o que aconteceu e essa é a solução.

Não pra mim. Cansado, com raiva da Etna, querendo receber os amigos e, mais ainda, fazer jus ao absurdo que cus-ta mensalmente a TV a cabo, queria uma solução imediata ou o envio de um téc-nico de plantão. Ligo novamente, agora eu. Procedimento padrão: opções, núme-ros, voz eletrônica e minutos depois o ser humano surge do outro lado da linha. Introdução padrão “confirme nome com-pleto”.

Relato meu drama (não cheguei a comentar com o rapaz o drama com a Etna; limitei-me aos fatos concernentes à NET e meus convidados). Não havia solução mesmo; só no dia seguinte. Perdi o UFC e o futebol (ofereci um DVD aos meus amigos).

Pedi, então, que ao menos viessem descotados da minha fatura os valores proporcionais dos dois eventos pagos que eu havia perdido. Minha surpresa:

– Senhor, a conta só pode ser con-testada depois que é enviada.

E eu retruco:– Tudo bem, entendo. Mas minha

conta vem em débito automático, logo, não tem como eu contestar isso porque já pagarei automaticamente por algo que não vi.

– Senhor, me desculpe, mas o se-nhor só pode contestar a conta depois de pagá-la.

– O que? Isso é absurdo. Tenho que pagar por algo que não vi para de-pois contestar e a NET analisar se vai me compensar?

– São regras da empresa senhor. (Lembrei-me das famigeradas regras da Etna).

– Não acredito.– Pode acreditar. Há algo mais em

que eu possa te ajudar?Não resisti. Tive que ser sincero na

resposta:– Na verdade, é difícil falar em

‘algo mais’, já que você não me ajudou em nada (acho que ouvi risos do outro lado).

– A NET agradece sua ligação, boa-noite.

Eu não agradeço à NET. Ela não foi legal comigo. Nem a Etna. Por que isso acontece aqui? Difícil explicar. A título de comparação, recentemente, fui aos Estados Unidos comprar coisas para minha filha que nascerá em dezembro. Adquiri tudo pelo site amazon.com e mandei entregar no hotel.

Chegando lá, uma mercadoria não tinha chegado. Entrei no site pra recla-

mar. Espantei-me com a presteza. O site disponibiliza um link em que você coloca o numero do telefone onde está e depois clica em um botão. Ao clicar, em menos de cinco segundos seu telefone já está to-cando: é uma pessoa do site ligando para tentar resolver o problema (eles nem dei-xam o consumidor pagar a ligação).

Relembremos a título de compara-ção: a Etna tem um 0800, mas não aceita ligação de celular. A NET tem seu nume-ro também, mas que para chegar no ser humano demora uma eternidade. A ama-zon.com liga para você automaticamente quando você clica um botão e em menos de cinco segundos você fala com um ser humano realmente disposto a resolver o problema.

E, de fato, resolveram. Indago de novo: por que não fazemos isso aqui?

Não sou “demandista”, mas creio que talvez o custo-benefício de “enrolar” o cliente seja melhor que o de resolver o problema, porque poucos buscam seus direitos na Justiça. Acho que se devem evitar as indenizações exacerbadas, mas o Poder Judiciário tem que estar aler-ta para o famoso dano moral punitivo e combater cada vez mais as empresas que não têm compromisso com o consumidor e, por consequência, com a lei que rege suas relações.

Embora tenha contado dois casos particulares em uma coluna jurídica, o meu objetivo é atentar para o desrespei-to a essas normas que assolam o país. É necessário que essas empresas sejam punidas e, para evitar o enriquecimento ilícito do consumidor em alguns casos, que o Judiciário siga a cor-rente vanguardista que determina o pagamento de indenização a en-tidades de caridade. O importante é que haja uma atitude que vise coibir esses atos.

Encerro meus protestos. Es-pero ter desabafado por muitos. Quem quiser saber o desfecho dos casos pode me mandar e-mail que responderei com maior pra-zer.

Em tempo: NET, o número do protocolo da ligação em que seu funcionário diz que tenho que pagar uma conta para contestá-la, mesmo assumindo que o serviço não estava disponível, está anota-do. See you in court!

estado de minas - direito & justiça - 23.7.12o direito passado alimpo

O desrespeito ao consumidor parte II: a NET e conclusões

Page 9: 21 a 23.7.2012

Marinella CastroA partir de hoje, as operadoras de telefonia

celular que tiveram pior resultado por estado no índice de qualidade medido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estão proibidas de vender novos chips e também de aceitar clientes pela portabilidade. Em Minas Gerais, a venda de novos chips está suspensa na TIM, que também não pode ampliar a carteira no Distrito Federal e em outros 17 estados. No país, a Oi e a Claro tam-bém foram afetadas pela ação da Anatel. O des-cumprimento da medida rende multa diária de R$ 200 mil às operadoras.

No Brasil, são 255 milhões de linhas ativas de celulares, volume superior à população do país, que está próxima dos 200 milhões de habitantes, o que mostra a grande adesão do brasileiro ao ser-viço. A oferta cresceu, mas a qualidade ficou para trás. No primeiro semestre de 2011 o Procon de Belo Horizonte recebeu 1.670 reclamações rela-cionadas com a telefonia móvel. O termômetro da baixa qualidade deu um salto assustador, cresceu 182%. De janeiro a junho, foram 4.706 reclama-ções. Entre as queixas estão queda de sinal, co-branças abusivas, descumprimento de promoções ofertadas, até a qualidade ruim do serviços de call center, que resolve pouco os conflitos entre as ope-radoras e seus clientes.

No Procon de Belo Horizonte, a TIM lidera o ranking. A operadora acumulou 1.983 reclama-ções no primeiro semestre. O número mais do que triplicou em relação ao índice acumulado em igual período do ano passado. Seguindo a TIM, a Oi, com vendas suspensas em cinco estados, acumu-la 1.367 reclamações. A Claro, que está proibida de comercializar novas linhas em três unidades da federação, fechou o semestre com 833 queixas registradas no Procon, e a Vivo, que não foi sus-pensa pela Anatel, também não fica de fora: está na quarta posição, com 523 queixas. %u201CA suspensão da venda de chips ocorre porque a má qualidade do serviço chegou a um nível incontro-lável. A atuação da agência reguladora tem sido muito tímida%u201D, critica Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da ProTeste %u2013 Associação de Consumidores. No ranking da enti-dade, a telefonia também fechou 2011 no topo do pódium de queixas.

A administradora Aline Oliveira e o engenhei-ro Breno Amorim saíram da TIM este ano, portan-do o número para a Oi. %u201CMudamos de ope-radora porque o serviço estava horroroso%u201D, dispara Aline, que cancelou todo um pacote de serviços domésticos e empresariais. Segundo ela, a situação tornou-se tão precária que ela não conse-guia mais se comunicar com os colegas da empre-sa. %u201CA ligação simplesmente não completa-va. Isso sem falar na internet no celular, lentíssima, que não funcionava.%u201D

Para Breno Amorim, as empresas venderam uma quantidade muito grande de linhas e não in-vestiram na infraestrutura. Na nova operadora Aline diz que sentiu alguma melhora na qualidade

do serviço, mas mesmo assim não está satisfeita. %u201CO call center não funciona. Depois de muito tempo no telefone, a ligação cai sem que o problema seja resolvido. Falta planejamento para as empresas de telefonia celular%u201D, desabafa a consumidora. Ela acredita que a medida da Ana-tel %u201Cvai fazer uma pressão%u201D, mas não vai resolver o problema. %u201CO serviço está muito precário.%u201D

O funcionário público Tarcísio da Silva foi no sábado à loja da TIM em Belo Horizonte para reclamar que as ligações não estão atingindo o alvo na primeira chamada. Ele considera que a responsabilidade maior pelas deficiências na te-lefonia móvel é do governo federal. %u201CAs empresas estrangeiras vêm para o Brasil e não querem investir em qualidade%u201D, opinou. Segundo ele, o call center é um bom exemplo de ação que merece grandes investimentos. Ele clas-sifica o serviço como %u201Ca pior invenção já feita. Não serve para resolver, serve para irritar o consumidor%u201D.

A coordenadora do Procon Municpal, Maria Laura Santos, aponta que a reclamação dos consu-midores aparece em diversos setores da prestação de serviços: desde falta de sinal, passando pela cobrança indevida, até descumprimento de promo-ções e dificuldade para cancelar o serviço.

A telefonia móvel é campeã de reclamações nos Procons e também abarrota o Judiciário. Em Minas, o Juizado Especial de Relações de Con-sumo precisou criar uma unidade específica para dar conta de atender a demanda dos consumi-dores. %u201CA situação chegou a esse ponto porque houve inércia e falta de fiscalização da agência reguladora%u201D, aponta Maria Inês Dolci. Segundo ela, há muitos anos o serviço vem apresentando fortes e reiteradas reclamações. Em sua opinião, para o serviço melhorar é preciso que seja retomado o marco regulatório do setor e que empresas tenham obrigações de cumprir planos de investimentos. %u201CDurante vários anos, as operadoras aplicaram seus investimentos onde acharam mais vantajoso, deixando de lado o pós-vendas.%u201D No Procon da Assembleia Legis-lativa, desde 2006 a telefonia móvel também vem se mantendo entre os três serviços mais reclama-dos.

Com a medida, a Anatel espera que em seis meses usuárias da telefonia móvel como a babá Jaqueline Siqueira sintam melhorias no serviço. Jaqueline tem três chips, das operadoras TIM, Oi e Vivo. O que mais incomoda a usuária é a interrup-ção do serviço. %u201CÀs vezes a gente gasta os créditos da promoção porque a primeira ligação cai e é preciso fazer outra, pagar duas vezes.%u201D

Planos para melhoriasPara fazer frente ao cerco da agência regula-

dora, as prestadoras deverão apresentar Plano Na-cional de Ação de Melhoria da Prestação do Ser-viço Móvel Pessoal (SMP), detalhado por estado, no prazo de até 30 dias, contendo medidas capazes de garantir a qualidade do serviço e das redes de

telecomunicações. Novas vendas só serão permitidas após aná-

lise e aprovação do plano apresentado pela Anatel. As operadoras suspensas terão também que afixar avisos sobre suspensão em suas lojas e ter men-sagem gravada no call center. As prestadoras que não foram proibidas de comercializar em nenhum estado também deverão apresentar sua estratégia de melhorias.

A TIM informou que vai cumprir as exigên-cias da Anatel e prepara-se para apresentar o plano de ações. A operadora vai se reunir nesta semana com a agência reguladora para apresentar sua estra-tégia, segundo a empresa, para atender plenamente as exigências determinadas pelo órgão regulador. De acordo com a TIM, neste ano serão investidos cerca de R$ 3 bilhões em infraestrutura. %u201CA empresa reconhece a existência de gargalos capa-zes de causar danos aos clientes e está empenhada para se adequar aos novos padrões adotados pela agência%u201D, reforçou a companhia por meio de nota.

A TIM informou que está atenta às queixas, como as de ligações interrompidas ou entrecorta-das, mas aponta que tem melhorado seu desem-penho, medido pelo Índice de Desempenho no Atendimento (IDA) da Anatel. Segundo o índice, a operadora reduziu em 36% a taxa de reclama-ções no primeiro trimestre, na comparação com o ano passado, e hoje tem a segunda melhor perfor-mance do setor. Segundo a operadora, o número de demandas de seus consumidores nos órgãos com-petentes manteve a taxa registrada em 2010, de 0,04% das reclamações sobre a base de assinantes.

Na sexta-feira, a empresa entrou com man-dado de segurança contra a decisão da Anatel de suspender as vendas e ativações de novos chips da empresa em 18 estados do país e no Distrito Fede-ral. A decisão da Justiça pode ser conhecida hoje.

A Oi informou que entregará, ao longo da próxima semana, uma versão preliminar do seu plano de ação. A empresa destacou que vai otimi-zar o ritmo de seus investimentos até o fim do ano. A operadora anunciou investimentos da ordem de R$ 6 bilhões para 2012, o que representa R$ 1 bilhão a mais do que em 2011. Entre este ano e 2015, a companhia pretende investir R$ 24 bilhões no país.

A Claro informou que já entregou seu plano de ação à Anatel. Segundo a empresa, os investimentos em 2012 em ações de melhoria somam R$ 3,5 bilhões. Para todo o Brasil, o Plano de Ação da Claro privilegia investimentos em infraestrutura e tecnologia para ace-lerar o atendimento aos clientes, além de treinamento e competência nas centrais de atendimento, para atender as solici-tações na primeira chamada (resolução imediata). (MC)

estado de minas - edição eletrônica - economia - 23.7.12consumidor

Hora da mudança na telefonia celularA partir de hoje, começa a valer a medida da Anatel que proíbe a venda de novos chips em 18 estados e no Distrito Federal. Empresas punidas

são campeãs de queixas dos Procons

Page 10: 21 a 23.7.2012

Brasília. A TIM entrou ontem com mandado de segurança na Justiça Federal contra a decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de proibir a comercialização de novos pacotes de voz e dados a partir de segunda-feira em 18 Esta-dos, incluindo Minas Gerais, e no Distrito Federal. A operadora pediu que o juiz do processo suspenda imediatamente a deci-são da agência e autorize a comercializa-ção de novas linhas pela empresa. A TIM contestava os dados que levaram à decisão da Anatel e diz que "considera a punição excessiva e provoca um desequilíbrio na competitividade do mercado".

No entanto, ficou para a segunda-feira a decisão da Justiça Federal de Brasília so-bre o recurso apresentado pela TIM contra a decisão da Anatel. Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal do Distri-to Federal, o juiz designado, Tales Krauss Queiroz, vai analisar o caso durante o fim de semana e, a princípio, deliberar na se-gunda-feira. Caso seja constatada urgência no pedido, a decisão pode ser antecipada para o plantão deste fim de semana.

A péssima qualidade do serviço da TIM estava na mira da Anatel e a agência já vinha conversando com a empresa há cerca de um ano e meio. Segundo uma fonte da agência, no caso da Claro e da Oi, a aten-ção da agência com a situação da qualida-de dos serviços se intensificou no começo deste ano. "Eles não foram surpreendidos. Talvez as operadoras não achassem que fôssemos tomar medidas de suspensão", disse a fonte. No caso da TIM, em parti-cular, a fonte disse que, ao longo do ano passado, houve períodos em que a qualida-de do serviço melhorou, mas em seguida alguma ação promocional da companhia aumentava o número do clientes e os índi-ces voltavam a piorar.

Aviso. As operadoras de telefonia ce-lular que tiveram as vendas de chips de ce-lular suspensas terão de colocar um aviso em cada posto de venda e uma gravação no centro de atendimento avisando que as vendas estão suspensas se não quiserem re-ceber multa de R$ 10 mil por dia para cada Estado em que houver descumprimento. A informação foi publicada no "Diário Ofi-cial" de ontem, no texto que informa os detalhes da suspensão das vendas das ope-radoras de telefonia celular.

Também ontem, a Anatel determi-nou que a Telefônica adote providências para diminuir o número de interrupções no serviço de telefonia fixa no Estado de São Paulo. A empresa terá de reduzir em 40%, no mínimo, no período entre 1º de julho deste ano a 30 de junho de 2013, as inter-rupções ocorridas entre os dias 1º de julho de 2011 a 30 de junho de 2012.

Em Porto Alegre, o Procon local che-gou a um acordo com as operadoras TIM e Claro e autorizou a volta da comercializa-ção de novas linhas de celular das duas em-presas. A Oi está suspensa lá pela Anatel.

Reunião com Oi sem novidadeBrasília. Representantes da Oi estive-

ram na manhã de ontem em reunião com a Anatel. A empresa disse que não acionará a Justiça questionando a suspensão, como fez a TIM, mas prometeu investimentos. Como forma de apresentar resultados mais rápidos à agência, a Oi informou que vai "otimizar" os investimentos previstos em R$ 6 bilhões para este ano.

Após a reunião, o superintendente de serviços privados da Anatel, Bruno Ramos, disse que a Oi fez uma apresentação "muito básica" sobre como está a sua rede e consi-derou o encontro "decepcionante".

PROMESSARede vai ficar melhor daqui a seis me-

sesBRASÍLIA. A Anatel prevê uma me-

lhora mais consistente nas redes das opera-doras de celular, a partir do plano de ação a ser apresentado à agência, no prazo de até seis meses. A avaliação foi passada pelo superintendente de Serviços Privados da Anatel, Bruno Ramos. "Os reflexos de me-lhoria na qualidade da rede devem aparecer no prazo de seis meses", afirmou Ramos.

Ele disse que, a cada seis meses, a Anatel fará a análise de desempenho das operadoras a partir do cumprimento das ações propostas para os próximos dois anos. Os planos de melhoria na qualida-de dos serviços móveis (voz e internet) já começaram a ser a apresentados pelas operadoras esta semana. Estes planos estão previstos na medida cautelar da Anatel, que proíbe, a partir de segunda-feira, a venda de novos planos de serviços pela TIM, Oi e Claro. Mesmo sem serem punidas com a proibição nas vendas de chips de celulares, Vivo, Sercomtel e CTBC também deverão

apresentar um plano de melhoria na quali-dade do serviço.

RIGORProcons cobram mais atitude de agên-

cias reguladorasA decisão da Anatel de suspender a

venda de novas linhas das operadoras TIM, Claro e Oi nos Estados onde elas apresen-tam problemas deu mais fôlego aos órgãos ligados à defesa do consumidor. O presi-dente da Comissão de Defesa do Consumi-dor da OAB-Minas, Bruno Burgarelli, es-pera que a iniciativa contribua para que as agências do país passem a advogar também em prol dos consumidores.

As entidades foram criadas nos anos 90. Hoje, o país já conta com dez agências, responsáveis pela fiscalização das ativida-des de serviços públicos executados por empresas privadas, mediante prévia con-cessão.

"Essas agências sempre priorizaram o interesse econômico. Pressionadas pelas empresas privadas, nunca se preocuparam com o consumidor. Elas sempre criaram regulamentações contrárias até mesmo ao Código de Defesa do Consumidor, dificul-tando a atuação dos procons", disse.

Segundo Burgarelli, as maiores re-clamações registradas nos procons estão ligadas aos segmentos que possuem agências reguladoras. Dados do Procon da capital mostram o serviço de telefo-nia como o quarto colocado no ranking de reclamações registradas de janeiro desse ano até o último dia 19 de julho (veja arte).

De acordo com a coordenadora do Procon de Belo Horizonte, Maria Lau-ra Santos, o consumidor brasileiro não tinha o hábito de reclamar nas agências reguladoras. Há dois anos, porém, os procons começaram a divulgar com mais ênfase os espaços para reclama-ções oferecidos pelas ouvidorias das agências. "Com o alto índice de recla-mações registrado nas ouvidorias, as agências começaram a reagir", diz Ma-ria Laura, lembrando também a recente decisão da ANS, que proibiu a venda de 268 planos de saúde de 37 operado-ras por demora no atendimento. (Ana Arsênio)

o tempo - edição eletrônica - economia - 21.7.12telefonia

TIM entra na Justiça contra a suspensão feita pela AnatelJuiz vai analisar pedido da empresa e decisão sai até segunda-feira

Page 11: 21 a 23.7.2012

continuação - o tempo - edição eletrônica - economia - 21.7.12

Brasília. O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pesso-al (SindiTelebrasil) considera radical a decisão to-mada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) contra as operadoras TIM, Claro e Oi. A extensão da medida - que proibiu a venda de novas linhas em todos os Estados - é um dos "exageros" apontados pela entidade.

"Não precisava suspender a comercialização em todos os Estados", afirmou Eduardo Levy, dire-tor executivo do SindiTelebrasil. Para ele, ainda que a agência reguladora quisesse punir as operadoras com a suspensão de vendas, isso deveria ter sido feito apenas no Estado em que a empresa tivesse os piores indicadores de qualidade. Na prática, isso representaria a suspensão em apenas três Estados, considerando o número de operadoras que foram

atingidas pela decisão inédita da Anatel.Liberação. O SindiTelebrasil estima que a co-

mercialização de novas linhas seja liberada pela Anatel no início de agosto. Para Levy, o setor é um dos que mais investe no país. "Nunca investimos tanto como em 2011 e no primeiro trimestre de 2012, o investimento foi 30% superior ao do mes-mo período do ano passado".

O executivo insiste que a trava nas vendas de novas linhas não resolve o grande problema: a bu-rocracia que trava o avanço dos investimentos em infraestrutura.

Ele destaca a resistência às antenas. Para Levy, as antenas causam apenas um "problema estético" nos municípios, mais ainda assim, isso pode ser re-solvido. "Quanto mais antenas tivermos, menores elas serão".

o tempo - edição eletrônica - economia - 22.7.12telefonia

Operadoras de celular pretendem reiniciar vendas já em agostoPara sindicato das empresas, proibição em todo o país é ‘exagero’ da Anatel

Page 12: 21 a 23.7.2012

hoje em dia - economia - 23.7.12

hoje em dia - economia - p.12 - 21.7.12

Page 13: 21 a 23.7.2012

continuação - hoje em dia - economia - p.12 - 21.7.12

Page 14: 21 a 23.7.2012

metro - economia - p.6 - 23.7.12

Page 15: 21 a 23.7.2012

São Paulo. Hoje entra em vigor a proibi-ção de venda de chips para telefones celulares pela TIM, Oi e Claro, em 19 Estados brasilei-ros. O motivo apresentado pela Agência Nacio-nal de Telecomunicações (Anatel) foi a falta de qualidade na prestação de serviço. Uma situa-ção que acabou sendo provocada pela guerra de preços entre as operadoras de telefonia mó-vel nos últimos anos puxando uma expansão do consumo acima da capacidade das redes. O número de linhas subiu 40% entre 2009 e 2011, para 242 milhões, e o consumo médio de dados e voz por usuário explodiu no período. Os in-vestimentos em infraestrutura, porém, ficaram abaixo do necessário e afetaram a qualidade do serviço, segundo especialistas.

"O que temos visto são reclamações de pessoas que tentam ligar, mas a ligação cai. Ou a internet que não funciona. As duas falhas são causadas pela superlotação das antenas", disse João Paulo Bruder, analista de telecomunica-ções da consultoria IDC.

"A queda de preços estimulou o aumento das vendas e do uso do telefone. As operado-ras investiram, mas, em alguns locais, o uso do celular foi maior do que elas estimaram", disse o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude.

A oferta de planos ilimitados para liga-ções entre números da mesma operadora fez o brasileiro falar mais ao celular. A novidade, introduzida pela TIM em 2009 com o lança-mento do plano Infinity, foi copiada ou adapta-da pelas concorrentes.

A população aproveitou. Gilmara Cer-queira, por exemplo, trabalha no turno da noite em um restaurante em São Paulo e fala com amigos durante o trajeto do trabalho até em casa - são três horas e meia no ônibus.

O tempo médio que o brasileiro gasta conversando ao celular saltou 33,7% nos últi-mos três anos, para 115 minutos por mês em 2011, aponta a Teleco. Com o brasileiro mais tempo ao celular e um número de linhas maior, o tráfego de voz disparou cerca de 85% entre 2009 e 2011. O serviço de dados cresce ainda mais rápido. Em 2010, segundo a Cisco, o trá-fego via smartphones subiu 112% sobre o ano anterior.

O preço da banda móvel por celular cai junto, à medida que a população "renova" os aparelhos. No ano passado, 9 milhões de smar-tphones foram vendidos no Brasil, alta de 84% em relação a 2010, segundo a IDC. As opera-doras lançaram a "internet pré-paga ilimitada" a custos reduzidos - R$ 0,33 ao dia pela Oi e

R$ 0,50 pela TIM, por exemplo.Em comunicados, TIM, Claro e Oi infor-

maram que investem bilhões todos os anos em infraestrutura e que vão apresentar planos para resolver eventuais falhas e que irão acelerar in-vestimentos.

OUTRO LADOPara teles, lei restringe a expansãoSÃO PAULO. A TIM, a mais penalizada

pela proibição da venda de novos pacotes em 18 Estados e no Distrito Federal, ainda tenta recorrer da determinação na Justiça. A compa-nhia entrou com um mandado de segurança na Justiça Federal, em Brasília, na última sexta-feira, que aguarda julgamento.

As empresas afirmaram ter investido pe-sadamente em infraestrutura nos últimos anos, mas sofrem dificuldades na implantação da rede em diferentes regiões do país.

Os entraves incluem legislação restritiva dos municípios para a instalação de antenas e a utilização do solo para a passagem dos ca-bos ópticos. Há casos de espera de até três anos para obtenção de uma licença de antena.

Diante das críticas, o Ministério das Tele-comunicações já fala em acelerar o andamento de um projeto de lei federal que vai uniformi-zar regras para as licenças nos municípios.

o tempo - edição eletrônica - economia - 23.7.12celulares

Guerra de preços piorou sinalNúmero de linhas e troca de informação cresceu acima da capacidade da rede

A decisão da Agência Nacional de Telecomunica-ções (Anatel) de suspender a venda de novos pacotes de três das quatro maiores operadoras de telefonia móvel do país causa em nós, cidadãos, um gostinho saboroso de vingança. Não sabemos até quando a dureza de Dil-ma em manter a posição da Anatel, anunciada ontem, terá validade, mas só o fato de já ter havido uma movi-mentação para que haja um avanço nas relações entre consumidores e prestadores de serviço é um alívio para quem paga caro e não recebe um atendimento digno por parte dessas empresas.

A decisão, apesar de atingir todo o Brasil, trata de maneira regionalizada os problemas da telefonia. Não é porque a TIM lidera o ranking de reclamações em Minas que somente ela deva ser punida no Estado. Os mineiros também sofrem, e muito, com a Claro, a Vivo e a Oi. Sou usuário de uma destas três últimas e, para manter uma conversa que dure mais de três minutos, te-nho que refazer a ligação pelo menos de quatro a cinco vezes.

Já desisti de reclamar e acabo como qualquer outro cidadão: engolindo os desacatos das operadoras.

A partir de segunda-feira, se nada mudar até lá, nin-

guém terá como comprar um chip da TIM em Minas, como os paulistas não terão como adquirir os pacotes da Claro, e os amazonenses, os da Oi. A Vivo, por enquan-to, escapou da punição em todas as regiões. Não quer dizer nada. É ruim do mesmo jeito.

Pior é que a operadora espanhola tratou logo de tirar proveito dessa situação. Em anúncios vistosos nas páginas 2 e 3 da "Folha de S. Paulo" de ontem, ela mostrou oportunismo inadequado para o momento. Sua mensagem vendia mais velocidade, mais cobertura, mais gente para falar e mais qualidade.

Pelo jeito, não é somente a Anatel que deve agir, mas, também, o Conselho Nacional de Autorregula-mentação Publicitária. Justamente no momento em que um órgão de fiscalização do setor puxa a orelha das multinacionais da telefonia, a Vivo, dissimuladamente, finge que nada é com ela.

O pedido de desculpas enviado por torpedos pela TIM deveria ser ampliado a todas as operadoras, com a ressalva de que desculpas somente não servem para nada. O espaço publicitário usado para vender mais de-veria servir para um sonoro pedido de perdão por tantos anos de estresse causados a milhares de brasileiros.

o tempo - edição eletrônica - opinião - 21.7.12heron Guimarães

Gostinho de vingança

Page 16: 21 a 23.7.2012

metro - economia - p.6 - 23.7.12

super notícia - 23.7.12

Page 17: 21 a 23.7.2012

super notícia - 23.7.12

Page 18: 21 a 23.7.2012

folha de s. paulo - B4 - 23.7.12

Page 19: 21 a 23.7.2012

estado de minas - superesportes - p.4 - 21.7.12

Page 20: 21 a 23.7.2012

RICARDO PLOTEKA reinauguração do está-

dio Independência, em Belo Horizonte, está completando três meses, após intervenções de R$ 150 milhões, dinheiro público usado para refazer um bem particular, que pertence ao América e que, nem sequer, será usado em jogos dos even-tos da Fifa que acontecerão no Brasil em 2013 - Copa das Confederações - e em 2014 - Copa do Mundo.

Excetuando-se a questão "filosófica" que nos remete a pensar se o dinheiro do con-tribuinte, tão escasso em áreas básicas do Brasil, deveria ser usado em tal empreitada, al-guns questionamentos se tor-nam imperativos em relação ao resultado obtido com a nova arena da capital mineira.

Muita gente tem dito que o novo Independência ficou mui-to bonito, e é verdade. Mas pa-rece que é só.

Entre algumas imperfei-ções da nova edificação, a mais grave, sem dúvida nenhuma, diz respeito aos 6.000 lugares no anel superior dos quais só se consegue ver o jogo em pé.

Isso se deve a um erro de projeto que colocou guarda-corpos - que realmente são ne-cessários devido à inclinação do setor - bem na direção da vi-são dos torcedores. Resultado: os ingressos para essa parte do estádio estão sendo vendidos pela metade do preço original, uma exigência do Ministério Público para tentar amenizar o equívoco.

Solução? Depois de muito relutar, a Secretaria de Esta-do Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), a responsá-vel pela reforma do estádio, e a

BWA, empresa que administra a nova arena, encomendaram um estudo para buscar alternati-vas ao problema. Das três apre-sentadas, a mais cara - cerca de R$ 8 milhões - recomendava a colocação de vidros no lugar de todos os guarda-corpos.

Nenhuma delas foi consi-derada viável, e, ao que tudo indica, o estádio, com "padrão Fifa", segundo a Secopa, con-tinuará com cerca de 25% de seus lugares sem oferecer con-dições de se ver os jogos sen-tado.

Outro problema que parece de difícil resolução atinge aos cadeirantes. Os lugares "exclu-sivos" destinados a eles ficam junto com os de outros torce-dores. Porém, o que realmente atrapalha, ou melhor, inviabili-za completamente a visão das pessoas com necessidades es-peciais, é que esses lugares fi-cam atrás de várias cadeiras de torcedores que, como é costu-me no Brasil, assistem às parti-das em pé, mesmo tendo assen-tos disponíveis. A BWA diz que fará uma campanha para tentar conscientizar os torcedores a se sentarem.

No setor corporativo, o mais caro do estádio, alguns camarotes também têm pontos-cegos devido à obstrução por parte das cabines de imprensa.

"Detalhezinho". O acesso ao estádio também é difícil. Como ele está em uma área re-sidencial e com ruas estreitas, em dias de jogos, vários quar-teirões ao redor são fechados, e só se consegue chegar a certos setores do Independência an-dando muito, o que, para pes-soas com dificuldade de loco-moção, dificulta bastante.

Há que se ressaltar que a

Polícia Militar e a BHTrans têm se mostrado sensíveis à questão e aberto os bloqueios para quem transporta esse tipo de torcedor.

Sem falar nos transtornos para quem mora na região do estádio.

CONDIÇÕES DE TRA-BALHO

Imprensa tem dificuldadesAlém de todas as questões

que dizem respeito aos torcedo-res, os jornalistas que precisam trabalhar no novo Independên-cia também têm do que se quei-xar.

Três meses após a reinau-guração, o estádio ainda não tem internet fixa para a trans-missão de dados. Mas não há a internet móvel? Só de vez em quando! O sinal de internet mó-vel raramente funciona, o que obriga muitos jornalistas a sa-írem do estádio para transmitir matérias.

Se o sinal de internet mó-vel deixa, e muito, a desejar, o mesmo pode se dizer do sinal de telefonia celular. Há muitos pontos da arena onde os celula-res ficam sem sinal, impedindo o uso dessa alternativa à falta de internet fixa.

Mistura. Em jogos de me-nor público, tem se notado al-guns torcedores, inclusive tra-jando camisas de clubes, sen-tados nos lugares destinados à imprensa.

Mesmo que esses lugares estejam vazios, é prudente que isso não aconteça, pois alguns torcedores podem, como já vi-mos várias vezes em outros es-tádios, representar algum tipo de ameaça aos jornalistas, que, muitas vezes, são vistos como simpatizantes dessa ou daquela agremiação.(RP)

o tempo - edição eletrônica - esportes - 22.7.12independÊncia

Bonito, muito bonito; e daí?Boas campanhas dos times da capital nas Séries A e B devem atrair cada vez mais torcedores