2007_wpe086
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IntelignciaCompetitivaemAo:MtodosparaEstimareAnalisarReaesdeCompetidoresARTICLEJANUARY2007Source:RePEc
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4AUTHORS,INCLUDING:
SergioG.LazzariniInstitutodeEnsinoePesquisa(INSPER)58PUBLICATIONS723CITATIONS
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RinaldoArtesInstitutodeEnsinoePesquisa(INSPER)31PUBLICATIONS574CITATIONS
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MarceloL.Moura19PUBLICATIONS31CITATIONS
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Availablefrom:MarceloL.MouraRetrievedon:16June2015
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Inteligncia Competitiva em Ao: Mtodos para Estimar e Analisar Reaes de Competidores
Sergio G. Lazzarini
Rinaldo Artes
Marcelo Moura
Fbio Renato Fukuda
Insper Working PaperWPE: 086/2007
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Copyright Insper. Todos os direitos reservados.
proibida a reproduo parcial ou integral do contedo deste documento por qualquer meio de distribuio, digital ou im-
presso, sem a expressa autorizao doInsper ou de seu autor.
A reproduo para fins didticos permitida observando-sea citao completa do documento
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INTELIGNCIA COMPETITIVA EM AO: MTODOS PARA ESTIMAR E ANALISAR REAES DE COMPETIDORES*
SERGIO G. LAZZARINI
Ibmec So Paulo
RINALDO ARTES Ibmec So Paulo
MARCELO MOURA Ibmec So Paulo
FBIO RENATO FUKUDA
Ibmec So Paulo
Resumo Sistemas de inteligncia competitiva (IC) tm sido comumente tratados como a aquisio massiva de informaes sobre tendncias de mercado e aes de competidores. Muitas vezes, entretanto, sistemas de IC acabam resultando em uma grande massa de informaes que no utilizada efetivamente para entender o cenrio competitivo e delinear estratgias que permitam antever e reagir a movimentaes da concorrncia. O objetivo do presente estudo justamente ilustrar a aplicao de duas tcnicas quantitativas para a anlise de dados gerados por sistemas de IC: estimao de dados de painel dinmico e anlise de redes. O estudo utiliza dados coletados pelo sistema de IC de uma empresa do setor de seguros para automveis no Brasil, e demonstra a aplicabilidade de tais tcnicas quantitativos para avaliar padres de reaes de competidores a alteraes de preos efetuadas por empresas-chave do mercado.
Abstract
Competitive intelligence (CI) systems have commonly been treated as massive efforts of data collection involving market and competitor trends. Frequently, however, CI systems have resulted in a large amount of data that are not effectively used to understand the competitive landscape and craft strategies that allow firms to anticipate and react to competitor moves. The objective of the present study is to illustrate the applicability of two quantitative techniques to analyze data generated from CI systems: dynamic panel data estimation and network analysis. The study employs data collected by the CI system of a company from the auto insurance industry in Brazil, and demonstrates the applicability of those quantitative techniques to assess patterns of competitive reaction to price changes performed by key companies in the industry.
Outubro de 2004 * Agradecemos o suporte financeiro do Centro de Pesquisas em Estratgia do Ibmec So Paulo. Agradecemos tambm a Ana Beatriz Galvo, Marcio Poletti Laurini e Pedro L. Valls Pereira pelos comentrios e sugestes. Os erros remanescentes so de responsabilidade exclusiva dos autores. Rinaldo Artes foi parcialmente financiado pelo CNPq (PRONEX 66.2285/1997-2). Correspondncias para: Ibmec So Paulo, R. Maestro Cardim 1170 01323-001 So Paulo, SP Brazil. E-mail: [email protected]
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INTRODUO
Inteligncia competitiva (IC) tem sido comumente tratada pelas empresas como um
processo massivo de aquisio de informaes sobre tendncias de mercado e aes de
competidores. Em seu livro seminal sobre estratgia competitiva, Porter (1980, p. 72) prope
a criao de um sistema de IC para compilar, catalogar, digerir e comunicar dados sobre o
ambiente competitivo no qual a empresa est inserida. Dez anos aps a contribuio de
Porter, Kahaner (1996, p. 16) consolida a IC como um programa sistemtico para reunir e
analisar informaes sobre as atividades e a tendncia geral do negcio de seus competidores
para atingir os objetivos de sua empresa. Muitas outras contribuies se seguiram, sempre
indo na linha de proporcionar s empresas uma sistematizao do processo de coleta de dados
de competidores como, por exemplo, Marco (1999) e Miller (2002).
Muitas vezes, entretanto, a aquisio de informaes no passa por nenhum crivo
objetivo no sentido de nortear qual tipo de informao deve ser buscada, e qual a finalidade
esperada pela empresa com a sua aquisio. O resultado gerado acaba sendo insatisfatrio,
resultando em uma grande massa de informaes que no utilizada efetivamente para
entender o cenrio competitivo e delinear estratgias que permitam antever e reagir a
movimentaes da concorrncia. Neste sentido, Miller (2002) insiste que a fora motora da IC
deve ser o valor estratgico que gera, e no propriamente o volume de dados que proporciona
s empresas.
Portanto, fundamental gerar modelos de interao estratgica entre empresas que
permitam uma coleta mais focada de informaes, e um uso prtico mais bem delineado. Isto
pode ser feito por meio de uma metodologia que, a partir de dados de mercado e da atuao de
competidores, permita entender:
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Qual o padro de comportamento dos competidores de forma a prever suas possveis aes futuras, dadas determinadas condies de mercado; e
Como os competidores iro reagir s mudanas de estratgias efetuadas pela empresa. O objetivo do presente estudo justamente ilustrar a aplicao de mtodos
quantitativos para a anlise de dados gerados por sistemas de IC, visando municiar os gestores
de anlises que efetivamente informem o processo de deciso estratgica. O estudo utiliza
dados coletados pelo sistema de IC de uma empresa do setor de seguros para automveis, e
demonstra como tais dados podem ser utilizados para avaliar padres de comportamento de
competidores (por exemplo, quais firmas so seguidoras de preos e de quais outras firmas?),
alm de prever reaes de competidores a alteraes de preos efetuadas pelas empresas do
mercado.
O texto dividido em cinco partes. Na prxima seo, utilizam-se noes de teoria
dos jogos para propor uma forma de modelar reaes de competidores. Em seguida, utilizam-
se tcnicas de modelagem de equaes dinmicas para efetivamente estimar padres de
reao. Introduzindo tcnicas de anlise de redes modelagem competitiva, o estudo ento
utiliza os resultados das regresses dinmicas para analisar quais firmas aparentemente
seguem as outras no mercado, derivando alguns indicadores quantitativos teis para entender
padres de reao de uma forma sistmica. Comentrios finais e sugestes para pesquisas
futuras encerram o artigo.
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MODELANDO REAES DE COMPETIDORES
Foco da Modelagem
A modelagem de reaes de competidores deve ser balizada pelos objetivos
estratgicos da empresa, notadamente com base nos tipos de movimentao da concorrncia
que a firma quer antecipar. De uma forma geral, o processo de anlise pode envolver decises
de longo, mdio ou curto prazo. Decises de longo prazo envolvem movimentos de entrada e
sada de competidores de uma determinada indstria. Decises de mdio prazo envolvem
alteraes nos atributos e na gama de produtos ofertados por competidores, logo tomando o
nmero de competidores na indstria como dado (exgeno). Decises de curto prazo referem-
se a mudanas de preos efetuadas pelas firmas presentes em uma certa indstria, logo
considerando de uma forma exgena o nmero de competidores e os atributos dos produtos
ofertados pelos mesmos. A flexibilidade da firma em alterar suas estratgias tende a ser maior
no caso de mudanas de curto prazo, uma vez que envolvem menores custos irrecuperveis do
que, por exemplo, decises de entrada em novos mercados (ECONOMIDES, 1993).
O presente estudo foca na modelagem de decises de curto prazo. Mais
especificamente, procura-se modelar e analisar padres de reao de competidores a mudanas
de preos na indstria. Embora sistemas de IC tambm possibilitem dados teis para
alteraes estratgias de mdio e longo prazo, o foco deste estudo na modelagem de curto
prazo permite demonstrar efetivamente a aplicao de tcnicas quantitativas para prever
reaes de preos.
Curvas de Reao: Especificao Bsica
til apresentar uma especificao bsica de reao competitiva a partir de noes de
teoria dos jogos. Em particular, suponha que em uma determinada indstria ou mercado
existam n competidores com atributos de produtos j pr-definidos. No necessrio que os
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produtos tenham os mesmos atributos, mas que estes atributos no sejam substancialmente
alterados durante o horizonte de anlise. Note, portanto, que o modelo tem efetivamente foco
no curto prazo, uma vez que toma a estrutura de indstria (nmero de competidores) e os
atributos dos produtos como exgenos.
Cada firma i escolhe um preo Pi, apresentando custo marginal constante ci e custo fixo
Fi. Assume-se que o mercado diferenciado, sendo que a demanda da firma i em um
determinado perodo dada por
(1) , += ij jijiiiii PPQ 0sendo que ii > 0 e ji 0 (j i). Ou seja, um aumento do seu prprio preo (Pi) causa uma
reduo na demanda da firma i, ao passo que um aumento nos preos dos competidores (Pj)
no causa tal efeito, podendo tipicamente favorecer sua demanda. Utilizando (1), o lucro da
firma i pode ento ser expresso como
(2) iij
jij
iii
iiiiiiii FPPcPFQcP +== ))(()( 0 . De forma a derivar padres de resposta competitiva, vamos supor inicialmente que as
firmas escolhem preos visando maximizar lucro, tal como expresso por (2). A condio de
primeira-ordem para tal maximizao resulta na curva de reao da firma i aos preos
escolhidos pelos competidores j i:
(3) , += ij jijii PP 0sendo que 0i = (0i iici)/(2ii) e ji = ji/(2ii). Como assumimos que ii > 0 e ji 0, espera-se que a firma i reaja de uma forma no negativa a um aumento de preos dos
competidores. A interseco das curvas de reao das n firmas resulta no equilbrio de Nash:
um conjunto de preos escolhidos dos quais nenhuma das firmas teria incentivos para se
desviar. Para existncia de tal equilbrio, necessitamos que o sistema de curvas de reao dos
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n competidores tenha soluo, ou seja, dever existir um vetor de preos {P1, P2,..., Pn} que
seja soluo do sistema
(4) .
+=
+=+=
njjn
jnn
jj
j
jj
j
PP
PP
PP
0
222
02
111
01
M
Curvas de Reao: Especificao Modificada
Na prtica, entretanto, a utilizao do equilbrio de Nash como previso de preos com
base em curvas de reao como (4) pode ser problemtica. Primeiro, o equilbrio de Nash
pode no existir ou podem ocorrer mltiplos equilbrios; matematicamente, o sistema (4) pode
no ter uma soluo ou produzir mltiplas solues, dependendo dos parmetros ji. Segundo, e talvez mais importante, o atingimento do equilbrio pode no ser automtico, envolvendo na
verdade complexos processos de aprendizagem e ajustamento. Uma das formas mais comuns
de se modelar tais processos usar a suposio de que cada firma observa as escolhas
passadas dos outros jogadores e reage de forma a aumentar o seu resultado (FUDENBERG &
LEVINE, 1999). Neste caso, as curvas de reao envolveriam preos defasados dos
competidores como, por exemplo, nos estudos de Cotterill, Putsis Jr., & Dhar (2000); Roy,
Hanssens & Raju (1994); Slade (1992); e Steekamp, Nijs, Hanssens & Dekimpe (2002).
Um terceiro problema que no se sabe, a priori, o que efetivamente cada firma
maximiza. No se garante que todas as firmas agem maximizando lucros ou tomando por base
as reaes dos competidores. Por exemplo, firmas podem baixar preos em um certo
momento para ganhar market share, elevando preos subseqentemente quando percebem que
esto tendo menores margens. Este tipo de comportamento sugere um padro cclico nas
reaes de preos, o que pode ser capturado, por exemplo, introduzindo o prprio preo
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defasado da firma na sua curva de reao. Nesta mesma linha de raciocnio, as firmas podem
tambm cometer erros no seu processo de reao: em outras palavras, a curva de reao da
firma i seria sujeita a um componente estocstico ei. Desta forma, pode-se sugerir uma
especificao dinmica da curva de reao (3), como segue:
(5) . itijj
tij
it
ii
iit ePPP +++= 110
Se a firma i atuar maximizando lucros, ento esperaramos ii = 0 e ji 0. Se a firma i atuar da forma cclica descrita anteriormente, ento podemos esperar ii < 0. Por outro lado, podemos ter ii > 0 se a precificao da firma responder, por exemplo, a uma determinada tendncia de elevao ou reduo de seus custos. Logo, uma vantagem desta especificao
dinmica que ela mais flexvel, podendo acomodar diferentes formas de reao, sem a
necessidade de impor a hiptese de que todos os competidores reagem de forma a maximizar
seus lucros de uma forma esttica.
ANLISE EMPRICA: ESTIMANDO E ANALISANDO CURVAS DE REAO
Dados
Utilizamos dados de preos de aplices de seguros para um determinado modelo de
automvel e um nvel de risco mdio do cliente, compiladas por uma empresa do setor. Os
dados envolvem preos escolhidos por cinco competidores em 55 regies distintas de todo o
Brasil. Por questes de confidencialidade, a identidade das firmas no ser revelada. Os
preos dos competidores foram observados no perodo que vai de junho de 2002 a maio de
2004. Logo, os dados tm estrutura em painel: para cada firma, existem sries temporais de
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preos para cada regio.1 Devido a este fato, sero utilizadas a seguir tcnicas economtricas
especficas para a estimao de modelos de painel dinmico (isto , modelos para dados em
painel envolvendo a varivel dependente defasada como uma varivel explicativa). Em
seguida, utilizando os resultados desta estimao, ser demonstrada a aplicao de tcnicas de
anlise de redes para se examinar padres de interao competitiva na indstria em questo.
Aplicao de Tcnicas de Estimao de Painel Dinmico
Foi ajustado, separadamente, um modelo de curva de reao para cada competidor.
Algumas variveis de controle foram includas no modelo (5) visando uma melhor descrio
da situao real e, conseqentemente, a obteno de um melhor ajuste. razovel supor que
as variaes de preos se comportem diferentemente nas diversas regies, refletindo
caractersticas especficas do mercado local. Para acomodar essas especificidades, foram
includas no modelo final variveis indicadoras de regio, definidas por
=
pertence no se ,0k regio pertence observao a se ,1
kR ,
sendo k = 1, ..., 55. Alm disso, prev-se a existncia de efeitos sazonais na variao de
preos; a introduo desses efeitos no modelo foi feita atravs de variveis indicadoras de
ms, definidas como
=
ms outro algum em tomadafoi se ,0k ms no tomadafoi observao a se ,1
kM ,
sendo k = 1, ..., 12. Finalmente, os preos dos seguros tendem a ser afetados pela taxa de juros
vigente, uma vez que o ganho de margem financeira constitui uma importante parte do lucro
das seguradoras. Como uma proxy dos efeito da taxa de juros nos preos, adicionou-se ao
1 H regies em que, devido a falhas no processo de obteno dos dados, o intervalo de tempo foi menor do que o
apresentado anteriormente.
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modelo informaes sobre a taxa Selic defasada (St-1). Desse modo, chega-se ao seguinte
modelo:
(6) , itk
ktik
kk
ikt
iij
it
ij
it
ii
iit eMRSPPP ++++++=
==
12
1
55
116110
sujeito s restries de identificabilidade:2 . 011 == ii
O modelo (6) apresenta algumas particularidades que devem ser levadas em conta no
processo de estimao.3 A introduo de Pit-1 como varivel explicativa acarreta problemas de
endogeneidade. A soluo discutida em Arellano & Bover (1995) e Doornik & Hendry (2001)
tomar defasagens da varivel dependente como variveis instrumentais. Para completar a
lista de variveis instrumentais, incluram-se as variaes defasadas de preos de cinco outras
concorrentes. A estimao dos modelos foi feita atravs do mtodo GMM em dois passos,
implementado no pacote Ox atravs da rotina DPD; ver detalhes do mtodo e da rotina em
Doornik, Bond & Arellano (2002).4 O modelo exige que as sries de preos no tenham razes
unitrias. Neste sentido, foram aplicados os testes LLC (LEVIN, LIN & CHU, 2002) e ADF
(MADDALA & WU, 1999 e CHOI, 2001), que visam detectar a existncia de razes unitrias
para dados em painel. Conforme indicado na Tabela 1, todos os testes rejeitam a existncia de
razes unitrias, dado que so altamente significativos. 2 Note que desse modo o intercepto do modelo (0i) refere-se primeira regio, no ms de janeiro. Alm disso, tendo os erros do modelo mdia zero, os parmetros das variveis indicadoras de ms refletem a diferena mdia
existente com o ms de janeiro, mantida as demais variveis constantes. Analogamente, os parmetros de regio
refletem a diferena mdia em relao primeira regio, mantidas as demais variveis constantes.
3 Detalhes tcnicos sobre o modelo podem ser encontrados em Arellano & Bond (1991) & Arellano (2003), por
exemplo. 4 Essa rotina estima os parmetros do modelo (6) indiretamente atravs do ajuste do modelo
, sendo o operador diferena. itk
ktikt
iij
it
ij
it
ii
it MSPPP ++++=
=
12
11611
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Uma suposio do modelo que os erros no sejam auto-correlacionados. Quando
isso acontece, os resduos diferenciados ( ) devero apresentar auto-correlao
negativa de primeira ordem e no apresentar auto-correlao de segunda ordem. Ou seja, os
coeficientes autoregressivos AR(1) devero ser significantes e negativos, e os coeficientes
AR(2) devero ser no significativos (ver ARELLANO, 2003). Os resultados dos testes
mencionados encontram-se na Tabela 1; tais resultados no contrariam a suposio de
ausncia de auto-correlao dos erros (p < 0,05). A adequao dos instrumentos foi avaliada
pelo teste de Sargan (ARELLANO, 2003; DOORNIK & HENDRY, 2001). Se os
instrumentos so vlidos, a hiptese nula de adequao dos instrumentos no deve ser
rejeitada. No h evidncias de inadequao dos instrumentos em nenhum dos modelos
(Tabela 1).
it
itit 1
Tabela 1: Estatsticas dos testes de raiz unitria, auto-correlao dos resduos
diferenciados (e ) e do teste de Sargan (p valores entre parnteses) itit e 1
Raiz unitria LLC ADF AR(1) AR(2) Sargan
Empresa 1 -9,76 (
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da taxa Selic. As colunas da tabela indicam as estimativas dos parmetros de cada um dos
cinco modelos. Em todas as empresas, os preos reagem positivamente aos seus prprios
preos defasados, o que se alinha idia, discutida anteriormente, de que a precificao das
firmas pode ser, em parte, resultado de dinmicas especficas s mesmas (por exemplo, uma
tendncia de aumento de custos das firmas). O efeito dos competidores sobre a precificao
de uma empresa apresenta resultados mistos. Em alguns casos (como, por exemplo, a empresa
1 reagindo aos preos das empresa 2), o efeito do preo do concorrente positivo, o que
alinhado s nossas expectativas discutidas anteriormente. Em outros casos (como, por
exemplo, a empresa 5 reagindo aos preos das empresa 2), o efeito negativo. Uma
explicao para a existncia de efeitos negativos dos preos dos competidores uma possvel
multicolinearidade entre os preos das firmas: se elas reagirem a uma tendncia ou choque
comum, ento possvel que parte do efeito dos preos defasados dos competidores j esteja
incorporado no prprio preo da firma, ou at mesmo das outras firmas includas no modelo.
Outra explicao possvel que a reao das empresas variao de preos das concorrentes
no a mesma em todas as regies; isso exigiria ajustar um modelo para cada regio ou um
modelo que permitisse que cada regio tivesse seu conjunto de parmetros. Na seo de
concluso do estudo, apresentamos algumas indicaes de melhoria do modelo nesta linha.
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Tabela 2: Estimativa dos parmetros do modelo (erros-padro entre parnteses)
Modelo de curva de reao para a Efeito Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3 Empresa 4 Empresa 5 0,349** -0,181** -0,087* 0,056 -0,119** Empresa 1 (0,058) (0,049) (0,041) (0,054) (0,025) 0,154* 0,346** 0,050 0,061 -0,094** Empresa 2 (0,064) (0,058) (0,053) (0,056) (0,035) -0,242* -0,111 0,610** -0,126 -0,038 Empresa 3 (0,099) (0,080) (0,065) (0,072) (0,040) 0,086 -0,057 -0,080 0,573** -0,041 Empresa 4 (0,080) (0,061) (0,048) (0,059) (0,026) -0,187 -0,220 -0,004 -0,166 0,551** Empresa 5 (0,105) (0,130) (0,073) (0,134) (0,088) -76,67 165,01** 30,70 251,59** -17,22 Taxa Selic (50,25) (32,20) (34,99) (35,05) (26,42)
* p < 0,05 ** p < 0,01
Aplicao de Anlise de Redes para Avaliar Reaes Competitivas
Uma melhor visualizao conjunta das reaes competitivas pode ser obtida por meio
de tcnicas de anlise de redes (WASSERMAN & FAUST, 1994). Para um conjunto de n
firmas, a matriz de reao pode ser definida como uma matriz nn sendo que a clula ij inclui a mudana esperada de preos da firma i em resposta ao acrscimo de uma unidade monetria
no preo da firma j. Ou seja, cada clula ij corresponde ao parmetro ii estimado pela regresso (5); cada linha da matriz corresponde aos parmetros da curva de reao de uma
determinada firma i, sendo a clula da diagonal o parmetro referente a como a firma reage a
mudanas passadas no seu prprio preo (ii). Se o parmetro no significativo, por
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definio iguala-se a clula equivalente na matriz a zero.5 A Tabela 3 apresenta a matriz de
reao resultante dos parmetros obtidos na Tabela 2.
Tabela 3: Matriz de reao resultante dos parmetros estimados das curvas de reao
(ver Tabela 2)
Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3 Empresa 4 Empresa 5 Empresa 1 0,349 0,154 -0,242 0,000 0,000 Empresa 2 -0,181 0,346 0,000 0,000 0,000 Empresa 3 -0,087 0,000 0,610 0,000 0,000 Empresa 4 0,000 0,000 0,000 0,573 0,000 Empresa 5 -0,119 -0,094 0,000 0,000 0,551
Esta matriz envolve relaes direcionais, pois pode apresentar parmetros diferentes
dependendo se a firma i est reagindo aos preos das firma j, ou a firma j est reagindo aos
preos das firma i. No h, a priori, razo para exista simetria nestes padres de reao. Se
uma firma j reage significativamente aos preos escolhidos no perodo anterior pela firma i,
ento por conveno utiliza-se a notao direcional j i. Isto permite construir um grfico (rede) com base na matriz de reao, sendo que os ns da rede seriam as n firmas envolvidas
na anlise, e os laos entre os ns seria feita com base nos padres de reao. Se uma firma j
reage aos preos da firma i, ento cria-se uma seta indo de j para i. Se ambas as firmas reagem
aos preos uma da outra, ento a seta bidirecional. Se o efeito no significativo, ento no
5 Uma alternativa para a construo dessa matriz seria estimar novos modelos excluindo-se as empresas que no
apresentaram relao significativa com outras firmas. Porm, como nesta aplicao importa apenas a
significncia do efeito e no sua magnitude, isso no se mostra necessrio.
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h conexo entre as firmas. A Figura 1 ilustra este tipo de representao de rede com base na
matriz de reao apresentada na Tabela 3.
Figura 1: Rede descrevendo padres de interao competitiva com base na matriz de
reao apresentada na Tabela 3
Observa-se na figura que a empresa 1 apresenta um maior nmero de setas indo em
direo mesma. Isto indica que muitos competidores seguem variaes de preos passadas
desta firma. Logo, trata-se provavelmente de uma firma que lidera mudanas de preos entre
as empresas includas nesta amostra. A empresa 5, por sua vez, parece ser mais uma
seguidora de preos, pois efetivamente segue mudanas efetuadas pelas empresas 1 e 2. A
empresa 4 aparentemente no reage a mudanas efetuadas pelos competidores, somente a
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variaes de seus prprios preos passados; no jargo de anlise de redes, trata-se de um ator
isolado. Desta forma, a representao grfica da rede de reaes competitivas, com base na
matriz de reao, permite uma anlise geral dos padres de interao estratgica obtidos a
partir de informaes geradas por sistemas de IC. Com base nesta anlise, uma firma pode
inferir, por exemplo, quais firmas devem reagir a possveis mudanas de preos efetuadas pela
mesma. Este tipo de informao crucial, por exemplo, para avaliar os impactos de uma
poltica de elevao de preos, que pode precipitar diferentes padres de reaes dos
competidores.
CONCLUSES
Este estudo procurou ilustrar a aplicao de mtodos quantitativos para a anlise de
dados provenientes de sistemas de IC. Focando especificamente em decises de curto prazo
notadamente, como firmas mudam seus preos em funo das mudanas efetuadas por
competidores o estudo apresentou duas tcnicas complementares. Primeiro, utilizaram-se
tcnicas de estimao de painel dinmico para se avaliar como firmas mudam seus preos em
resposta aos preos passados dos competidores, sendo os preos observados em diversos
mercados (regies). Segundo, com base nos resultados desta estimao, utilizaram-se tcnicas
de anlise de redes para se avaliar, de uma forma sistmica, como se do os padres de
interao competitiva na indstria: por exemplo, quais as firmas que mais seguem outras
empresas no seu processo de precificao, e quais firmas so seguidas (isto , so lderes)
neste processo.
Trata-se, entretanto, de um estudo preliminar que abre espao para diversas linhas de
pesquisa futuras. O foco do estudo em decises de curto prazo, obviamente, deixa uma lacuna
acerca das possveis tcnicas que poderiam ser utilizadas para modelar outros tipos de deciso
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associadas a sistemas de IC. Por exemplo, uma empresa pode querer prever quais firmas
devem entrar em determinadas regies e quando elas devem entrar. Como frisado
anteriormente, e exemplificado neste estudo, o primeiro passo modelar o tipo de interao
estratgica envolvida e quais as variveis determinantes da escolha de entrada. razovel
supor que firmas iro ter diferentes custos de entrada em diferentes mercados; neste sentido,
uma varivel que poderia ser coletada e utilizada para prever este processo seria, por exemplo,
quo adjacente o novo mercado dos mercados atuais explorados pela firma, tanto em termos
geogrficos (distncia) quanto tecnolgicos (competncias requeridas para explorar o novo
mercado). Se a deciso de entrada for uma varivel dicotmica (entra ou no entra em
determinado perodo), podero ser usados modelos com varivel dependente limitada para se
analisar padres de entrada das firmas e efetuar previses (ver, por exemplo, MADDALA,
1983).
Se o objetivo for analisar reaes de preos, podem tambm ser utilizadas outras
tcnicas para refinar os procedimentos descritos no estudo. Por exemplo, podem ser utilizados
modelos de estimao hierrquica para analisar como os coeficientes de resposta s mudana
de preos dos competidores poderiam variar de acordo com cada regio ou mercado (ver, por
exemplo, SNIJDERS & BOSKER, 1999). Neste caso, se existirem K regies, ser ento
estimado um vetor de coeficientes de reposta i1i, i2i,..., iKi indicando como a firma i responde s variaes de preos da firma j em cada regio. Obviamente, para a estimao de
tal modelo sero necessrias sries temporais suficientemente longas para cada regio onde as
firmas esto operando conjuntamente. Um outro possvel refinamento das tcnicas
apresentadas aqui estimar as curvas de reao das firmas simultaneamente. Isto porque
provvel que os erros associados estimao de cada curva, eti, sejam correlacionados entre as
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firmas devido, por exemplo, a choques de mercado que afetam conjuntamente as empresas e
as fazem alterar os preos de uma forma mais ou menos alinhada. Tcnicas de estimao de
painel dinmico envolvendo regresses mltiplas j comeam a estar disponveis (ALONSO-
BORREGO & ARELLANO, 1999).
Seja qual for o foco do anlise, h um amplo espao para se criar e disseminar tcnicas
de modelagem de decises a partir de sistemas de IC. A crescente quantidade de dados
disponveis s empresas a respeito de tendncias de mercado e competidores implica que a
obteno de informaes pode no mais ser um aspecto diferenciador. A maior lacuna parece
estar associada necessidade de se criar procedimentos de anlise que permitam converter
informaes em decises que efetivamente resultem em vantagens competitivas.
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