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Vol. XVII • N° 297 • Montreal, 1 de novembro de 2013 Cont. na pág 14 Foto LusoPresse. Cont. na pág 2 Editorial Rotundas e imaginação Por Carlos DE JESUS Neste domingo o Quebeque vai votar nas autárquicas. Apesar de toda a celeuma que se tem levantado à volta da corrupção e má gestão do erário público municipal (e não só), tal como a Comissão de Inquérito da Juíza Charbonneau, a investigação policial da equipa «Marteau» e a ação coordenada da UPAC (Unité permanente anticorruption) têm vindo a demonstrar, apesar destes escândalos que já puseram na prisão várias figuras gradas Carlos Calado, um dos artistas que marcará presença. Danny Fernandes: Nas peugadas da fama! Por Ludmila AGUIAR Breathe Again é o nome do novo ál- bum de Danny Fernandes, jovem artista que se tem destacado bastante no Canadá, onde nasceu. Inicialmente, o álbum teria o nome de Emotional, por Danny Fernandes ter tido ex- periências um pouco sombrias, resultado, qua- se sempre, quando se adquire a fama. Danny Fernandes explica que durante um ano focali- zou-se na criação deste álbum e escreveu as su- as experiências, o que tinha vivido, sentido... música triste mas que conta realmente as peripé- cias de uma vida um pouco difícil nos últimos quatro anos. Este álbum é sincero, maduro e profundo. Danny Fernandes evolui através das suas experiências, tornando-se num cantor e escritor de música. «Eu durmo, como e respiro música desde o acordar até à hora de dormir», diz o jovem cantor. Daniel Fernandes é luso-descendente, nasceu em Toronto a 16 de setembro de 1985 e cresceu numa família de músicos – o avô era cantor de ópera e o irmão mais velho é o... Shawn Desman! A dado momento Daniel Fer- nandes virou-se para a dança para não andar 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 3 AM 376•BOLA 376•BOLA 376-2652 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão Centre de Carreaux Céramiques Italien Inc. 8710, rue Pascal-Gagnon Saint-Léonard QC H1P 1Y8 [email protected] Affilié avec Éco Dépôt Carreaux de Céramique Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir: *Fernando Calheiros B.A.A. Courtier hypothécaire - 514-680-4702 7879 rue St Denis, Montréal, Québec H2R 2E9 *Hélio Pereira CHA Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud Temos os melhores preços BACALHAU Preço Especial LES ALIMENTS C. MARTINS 123, Villeneuve Este MOSTO 100% PURO Tels: 845-3291 845-3292

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Vol. XVII • N° 297 • Montreal, 1 de novembro de 2013

Cont. na pág 14

Foto

Lus

oPre

sse.

Cont. na pág 2

EditorialRotundas e imaginação

• Por Carlos DE JESUS

Neste domingo o Quebeque vaivotar nas autárquicas. Apesar de toda aceleuma que se tem levantado à volta dacorrupção e má gestão do erário públicomunicipal (e não só), tal como a Comissãode Inquérito da Juíza Charbonneau, ainvestigação policial da equipa «Marteau» ea ação coordenada da UPAC (Unitépermanente anticorruption) têm vindo ademonstrar, apesar destes escândalos quejá puseram na prisão várias figuras gradas

Carlos Calado, um dos artistas que marcará presença.

Danny Fernandes:Nas peugadas da fama!

• Por Ludmila AGUIAR

Breathe Again é o nome do novo ál-bum de Danny Fernandes, jovem artista quese tem destacado bastante no Canadá, ondenasceu. Inicialmente, o álbum teria o nome deEmotional, por Danny Fernandes ter tido ex-periências um pouco sombrias, resultado, qua-se sempre, quando se adquire a fama. DannyFernandes explica que durante um ano focali-zou-se na criação deste álbum e escreveu as su-as experiências, o que tinha vivido, sentido...música triste mas que conta realmente as peripé-cias de uma vida um pouco difícil nos últimosquatro anos. Este álbum é sincero, maduro eprofundo. Danny Fernandes evolui através dassuas experiências, tornando-se num cantor eescritor de música.

«Eu durmo, como e respiro música desdeo acordar até à hora de dormir», diz o jovemcantor.

Daniel Fernandes é luso-descendente,nasceu em Toronto a 16 de setembro de 1985e cresceu numa família de músicos – o avô eracantor de ópera e o irmão mais velho é o...Shawn Desman! A dado momento Daniel Fer-nandes virou-se para a dança para não andar

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Página 21 de novembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

FICHE TECHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusChefe de Redação: NorbertoAguiarRedator-adjunto: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Osvaldo Cabral• Filipa Cardoso• Jules Nadeau• Raquel Cunha• Fernando Pires• Lélia Nunes• Ludmila Aguiar• Adelaide Vilela• António Magalhães

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé Canadienne des Postes - Envoisde publications canadiennes - Numérode convention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.

Port de retour garanti.

www.os50anos.com A nossa gente de 1963-2013

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2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓSLeiria - Estremadura (Portugal)

Bilhete de LisboaNotas soltas retiradas da “comunicação social”sobre a agricultura em Portugal

• Por Filipa CARDOSO

No espaço de um ano, entre 2011 e2012, o setor agroalimentar reduziu o défice dabalança comercial em 15%.

No mesmo período de tempo, o cômputogeral nos segmentos agroalimentar, pescas e pro-dutos florestais contribuíram para uma reduçãode 54% da dependência do exterior.

Apesar de haver menos gente a trabalhar naagricultura a produtividade na última década cres-ceu cerca de 28%.

A agricultura passou a estar na moda.O regadio do Alqueva continua a crescer.

Este ano serão cultivados 8 000 hectares de milho,o dobro do ano passado. Só este ano já foraminstalados mais de 200 pivôs de rega.

Também já há estrangeiros interessados no“grande lago” do Alqueva.

Gary Hodges, diretor-geral da MacFarlanSmith vai investir na plantação da papoila em 4mil hectares e mais tarde na construção de umafábrica de produção de morfina.

O grupo agroalimentar japonês Kagome vaiinvestir na produção de tomate e num centro deinvestigação na área do tomate.

Cada vez há mais empresários, em Portugal,que se convertem em agricultores.

Alguns exemplos: VITACRESS – produçãoe comercialização de vegetais e ervas aromáticasem “baby leaf ” (em que as folhas são colhidasantes do tempo tradicional para a apanha) comum total de vendas anual de 21 milhões de euros;

SOVENA – produz e comercializa azeite,exportando mais de 80% da produção para cercade 70 países;

VALE DA ROSA – é o maior produtor deuva de mesa do país, 5 mil toneladas. Está situadoem Ferreira do Alentejo;

LUIS SABBO – apostou na produção dedióspiros no Algarve com uma venda superior a500 mil euros;

GRUPO HUBEL – produz frutos verme-lhos em hidroponia (técnica do cultivo de plantassem solo) em 15 hectares de estufas. Exporta90% da produção para o norte da Europa;

PRIMORES DO OESTE – empresa queLino Santos criou há 30 anos e que se dedica àprodução e comercialização de legumes com umaprodução anual de cerca de 35 milhões de quilos.

Portugal está em 4º lugar a nível mundial naprodução de tomate.

O vinho representa 7% da produção agrícolae o ano de 2012 encerrou com um saldo positivo,registando um aumento de 8%, face ao períodohomólogo de 2011.

Temos também um saldo positivo em rela-ção ao leite onde também se registou um aumentode cerca de 7% na produção.

Portugal é líder no consumo de arroz. Produ-zimos cerca de 184 mil toneladas em 31 mil hec-tares.

Gostava de terminar com as palavras do ro-mano Cícero:

“A agricultura é a profissão própria do sábio,a mais adequada ao simples e a ocupação mais di-gna para o homem livre”.

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O “bandalho” fiscal• Por Osvaldo CABRAL

Os crimesde abuso fiscal nonosso país, sobretu-do os relacionadoscom a segurança soci-al, são dos mais fre-quentes e dos mais di-fíceis de investigar.

Os fiscalistas de-batem, há já algumtempo, a natureza doscrimes por abuso fis-

Este estilo autoritário do nosso Estado ébem o exemplo a que chegou o sistema de go-vernação atual, sem nenhum relacionamentode respeito para com o cidadão, nem tão poucodotado de um mínimo de pedagogia fiscal.

O pior é que não se vê este impoluto fis-cal na cobrança aos grandes devedores destepaís, como Joe Berardo, ou na região, como éo caso da falida ASTA do célebre Casino daCalheta, nem tão pouco aos que praticam aevasão descaradamente, como a banca, atravésdas off-shores.

Agora que alguns responsáveis políticosintroduziram no léxico nacional palavras co-mo “bandalho”, “estupor” e “filho da mãe”,deveriam também abrir concurso, ou fazer umaadjudicação direta, para arranjar palavreado ade-quado que classifique esta trapalhada fiscal.

Já todos sabemos que a máquina fiscalque nos rodeia é a coisa mais devoradora dasnossas vidas.

Ameaçar cidadãos indefesos com mais ob-sessão fiscal, é pior que o célebre peixe Pacu.

Pois é, alguém tem que sustentar o mons-tro.

•••VOLUNTARIADO – Ao contrário do

Estado, que tudo devora, vão surgindo pelamão de cidadãos anónimos as iniciativas maismoralizadoras de prestação social nestes tem-pos de crise.

Duas Associações deram nos últimos diasum exemplo gratificante de atitude voluntáriaem prol da nossa cidadania: a Associação deMães dos Açores, com a recolha de sanguepara um banco de medula óssea, e a Associaçãode Paralisia Cerebral de S. Miguel.

A primeira dá os seus passos há poucotempo, enquanto a segunda desenvolve umtrabalho meritório já há alguns anos, graças àcoragem de muitas famílias, sob a liderança edinamismo de Teresa Costa.

É um tónico reconfortante assistir à mo-bilização de tanta gente na nossa sociedade,contribuindo, voluntariamente, para o bem-estar de todos.

Estes sim, são um grande exemplo parao tal Estado comilão.

•••LAJES – Não vale a pena chorar sobre o

leite derramado.Há muito tempo que se sabia que a Base das

Lajes era assunto arrumado por parte dos EUA.Só os governos da república e regional é

que não perceberam.Não fizeram o trabalho de casa e deixaram

a ilha Terceira ao Deus dará.Mete dó tanta incompetência e desleixo.

cal, partindo do princípio que a incriminaçãotem a ver com o facto de alguém se ter apropri-ado de verba que não entregou ao Estado, apósa respetiva dedução.

A esta omissão há quem defenda que, nãose provando que houve apropriação voluntária,o crime passa a ser por infração de “mera inati-vidade”, atenuando a pena.

Os legisladores parece não se terem lem-brado de uma outra situação, agora ocorridacom os subsídios de desemprego e de doença,que é a segurança social enganar-se na atribuiçãodas respetivas prestações, de forma continuada,e solicitar, mais tarde, aos beneficiários, que re-ponham as verbas indevidamente pagas.

Copiando o que se passa a nível nacional,o Instituto de Desenvolvimento Social dosAçores está a distribuir pelos beneficiários desubsídio de desemprego e de doença, uma cir-cular a solicitar que sejam devolvidas as verbasde três meses indevidamente pagas.

O caso tem levantado alguma polémicanacional, sobretudo porque as cartas são redi-gidas sem nenhuma explicação para o sucedidoe avançam logo com a ameaça de que, à falta depagamento voluntário no prazo de 30 dias,“vamos proceder à dedução mensal nas presta-ções (3) a que tenha direito ou à respetiva co-brança coerciva em processo de execução fis-cal”.

Os beneficiários certamente que não terãonada contra a cara laroca da Dra. Paula Ramos,responsável pela segurança social dos Açorese que assina a carta, mas impor uma cobrança“coerciva em processo de execução fiscal” porerros cometidos pelos respetivos serviços desegurança social, não lembraria ao diabo.

Eles fazem a caramunha e depois cobramcom o chicote.

na sombra do famoso irmão. A perseverançafoi tanta que aos 11 anos já tinha um agente ejá dançava nos clipes de comerciais televisivos.Aos 16 anos tornou-se backup dancer em vári-os vídeos de música. Pouco tempo depois, aca-bou por seguir o irmão numa tournée de umano e quando regressou a casa estava prontopara dar luz à sua voz! A partir dai... o resto éhistória!

Talento é dom! E sucesso nada tem a vercom sorte, mas com determinação e trabalho.Danny Fernandes não tem intenções de parare a sua ambição cresce cada dia que passa.

Kryptonite,Fnk Lie e Emotional são algu-mas das notáveis canções deste álbum. Pensoque é necessário ouvir Breathe Again de frentepara trás, de cima para baixo... porque assim

conseguimos perceber quem é realmente oDanny Fernandes.

Danny Fernandes estará no próximo dia18 de novembro na Sala Rossa, situada no4848 Boul. St-Laurent. Para mais informações:514 284-0122 ou www.casadelpopolo.com

DANNY...Cont. da pág 1

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Página 31 de novembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Para daqui a três anos?

Carlos Ferreira reforma-se...• Entrevista de Norberto AGUIAR

O Ferreira Café tinha acabado de serdistinguido com mais um prémio. Foi o «WineSpectator» que lhe atribuiu o «Prémio Excelên-cia 2013» por via da sua valiosa «Carta de vi-nhos». E tem tanto mais valor este galardão sesoubermos que esta revista tem um raio de a-ção internacional, do Canadá aos Estados Uni-dos, sem esquecer a Europa, etc. De resto, esteprémio não é para admirar se nos lembrarmosque o Ferreira Café tem na sua elaborada caveuma imensidão de garrafas de vinho. Vinte mil?Vinte cinco mil? Trinta mil? Estamos em crerque o próprio Carlos Ferreira, quando quer sa-ber a sua verdadeira quantidade, deve «puxar»pelo computador para não se enganar nos nú-meros. E tem-nas de vinho tinto ao vinhobranco; do rosé ao champanhe... O Vinho doPorto, como não podia deixar de ser, ocupaum lugar muito especial na cave do FerreiraCafé. Tudo isto, aliado ao cardápio que apresen-ta ano após ano, cheio de novidades, mas sem-pre com qualidade indiscutível – são os especi-alistas que o dizem! – não admira pois que oFerreira Café, agora através do «Wine Spetac-tor», apareça mais uma vez na ribalta da restau-ração montrealense e quebequense, e isto semrenegar as origens portuguesas do seu principalmentor: o Carlos Ferreira!

O LusoPresse, posto ao corrente de maiseste triunfo gastronómico do importante res-taurante português da rue Peel, foi ao encontrodo Carlos Ferreira, um homem que começoupor ser visionário e que, hoje, é um restauradorperfeitamente realizado. A troca de palavrascom ele teve lugar na sala de visitas do belo efamoso restaurante.

«Sinto-me realizado, mas algo cansado.Esta vida é muito exigente. Não quero estar àfrente disto até aos meus últimos dias», avança-nos de entrada Carlos Ferreira na resposta apergunta feita. «Se houvesse quem quisessecomprar o restaurante, eu vendia. Mas isto éum investimento muito alto e não creio quehaja quem o queira comprar», diz-nos CarlosFerreira com uma ponta de seriedade. E logoque o confrontamos, vem outra rápida respos-

ta «Não fazes ideia do que é gerir isto, falandodos três restaurantes que fazem parte do impor-tante grupo que criou, o Ferreira Café, o Vascoda Gama e o F-Bar. São os custos com o pes-soal, na ordem dos 35%, da renda, 10%, dosprodutos, 38%, sem falar noutro tipo de logís-tica... E ainda não te falei nos impostos queestão sempre a aumentar», complementa comalgum azedume. «É, isto está para quem temtabernas, onde não há grandes despesas, prin-cipalmente com pessoal, que em restaurantescomo os meus não é nada fácil». E de seguida,«Os lucros estão sempre a descer, também fru-to da conjuntura económica da cidade, onde acâmara nada faz para ajudar os comerciantes.Montreal precisa de muitos turistas e os políti-cos desta cidade não a sabem gerir como deveser. Assim perdemos todos», afirma.

Expectante, deixámos o Carlos Ferreiradesenrolar o fio à sua meada. «Estou investin-do em Portugal no ramo do vinho e do azeite.Com 20 hectares de vinha penso poder fazerface às minhas necessidades, ao mesmo tempoque ainda posso vender algum. Quero produ-zir entre 30 e 60 mil garrafas. Esta decisão temmuito a ver com o acabar com as altas comis-sões que pago aos intermediários. A outra razãoé o amor à terra, que visito cada vez mais fre-quentemente», diz já com um sorriso nos lá-bios.

De surpresa em surpresa, o Carlos, quetambém é José, revela-nos que «vou criar omeu próprio vinho espumante. As coisas jáestão em andamento. O método é francês mascom o gosto a ser norte-americano. Fará partedos meus restaurantes e pô-lo-ei também nomercado», relata com algum orgulho na voz.

Produção de vinho em quantidade, criaçãodo seu próprio vinho espumante, sem esquecera incursão no mercado do azeite, com quatrohectares para aí virados, foi tempo de pergun-tarmos ao Carlos: - Com que então, onde estáo prazo para a tua tão propalada reforma?»

que eu vivo?!É aqui que, paradoxalmente, Carlos Ferrei-

ra já não me fala mais em vender os seus impor-tantes haveres nem que quer passar à reformadaqui a três anos... Ele agora contra-ataca e mefala no grande êxito que é o Vasco da Gama,que diz estar no bom caminho. «É o restauran-te do futuro, de comida fina mas rápida. Os cli-entes têm cada vez menos tempo para irem aorestaurante, principalmente à hora do peque-no-almoço e almoço». E logo mais à frente«Tenho outros projetos em mente. E se elesavançarem, vai ser nesse sentido, o de comidarápida, mas fina», diz-nos aguçando a nossacuriosidade. Escusado será dizer que tentámosdesvendar o véu e obtivemos resposta positi-va, mas só na condição de revelarmos a novida-de quando para isso ele nos der permissão.«Por agora, ainda não é tempo disso». Cumpri-remos com o acordado.

A nossa conversa já ia longa e, curiosa-mente, desenrolava-se de forma mais alegre, jásem que se notasse o stress do Carlos no início.É que falar em novos projetos tem o seu quêde motivador, ao passo que falar de impostose outras coisas do género nunca são muitoagradáveis.

Outro assunto que deu particular prazerao Carlos nos informar foi o da contrataçãodo seu novo chefe, um jovem de 32 anos acaba-do de chegar dos melhores hotéis de Portugal.Chama-se João Dias e vai trabalhar diretamente

com Marino Tavares, que passa a chefe execu-tivo. «O João Dias é da nova escola de hotelariaem Portugal. Vai-nos trazer criação e gestãodiária. Estou muito contente com a sua che-gada».

Estávamos em tempo de rescaldo quandoainda aflorámos a participação do Carlos Fer-reira numa das estruturas políticas da cidade deMontreal. «Sim, ainda faço parte do Conselhode Administração do Destinação Centro daCidade», um organismo composto de comerci-antes, industriais e banqueiros que se preocu-pam com o embelezamento do centro da cida-de. Depois de um mandato como conselheiro,Carlos Ferreira, este verão, assumiu o prestigi-ante cargo de presidente.

Para quem desconheça o que é o «Destina-ção Centro da Cidade», ele tem como responsa-bilidades principais a decoração e a limpezadas ruas, a feira de passeios e a parada da Festade Natal na rue Ste-Catherine.

E a entrevista acaba como começou, fa-lando-se da relação do Carlos com o vinho eos prémios: - É mais um prémio que me orgu-lha. E que também deve orgulhar todos osprodutores de vinho de Portugal, sem os quaisisto não seria de certeza possível.

Nota de rodapé: Depois da entrevista,soubemos que o Carlos Ferreira também émembro do Conselho de Administração doimportante organismo Turismo Montreal.

Carlos Ferreira fez questão de apresentar ao jornalista doLusoPresse a sua nova «conquista»: João Dias, novo chefeno Ferreira Café. Foto LusoPresse.

Fitando-me, obem sucedido empre-sário natural da regiãode Aveiro, respira fun-do e lança-me: - Nãosabes que é para isso

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Página 41 de novembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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SSSSSerra do Açor:Divulgar a nossa terra é tarefa obrigatória.

Dizem que é muito antiga, por isso a Fina daMina pesquisou e trouxe-nos este magníficoresultado: “Desconhecemos as origens de SãoJorge da Beira. No entanto, pensa-se ser umapovoação antiga. Uma terra de pastores, carvo-eiros, ferreiros. Terá servido de entreposto co-mercial de 2ª categoria às rotas comerciais quepela Serra de Cebola passavam (Rota da Lã,Rota do Sal, Carvão – Estradas Roma-nas...).

O topónimo cebola é referido num docu-mento do século XIII, mais precisamente noano de 1245, que “dicta hordem outra doaçãode huma povoaçam em termo de Covylhãa quese chama Cassegas.” Nesta doação à Ordemdo Templo e em referência ao seu limite geográ-fico é escrito: “(…) inde sicut dividit cum aera-da et etiam sicut tendit ad serram de zebolausque ad sumum.(…).”

Sou beirã daquela serra, com sentido deorgulho e de pertença! Minha mãe foi cozi-nheira, parteira e costureira e meu pai o mineirode serviço até ir para Angola. Ambos trabalha-vam para o sustento dos seus 6 filhos. A cego-nha trouxe-me em 5º. lugar. Deram-me sim-plesmente a graça de Adelaide, como a avozinhapaterna. Há quem diga que sou a cópia fiel damatriarca, por ter um caráter decisivo e altruísta.Outras vozes se levantam: “Herdastes a gene-rosidade da tua avó e o feitiozinho dela”. Sãotudo referências da aldeia, mimos que me batemao coração e entram instantaneamente, comose chegassem na palma da mão dos meus avozi-nhos. Três deles falecerem era eu ainda peque-nina. No dia em que fiz nove meses partiu aminha avozinha materna. Até dizem que obebé Adelaide a ajudou a apaziguar a doençade coração que viria a finá-la, no meio da suavida na terra. Sendo assim, conheci apenas oavô materno e dele trago ainda recatadas lem-branças e saudade.

Esta aldeia dos meus ancestrais e aquelaque me deu luz, é precisamente a terra mãe dasMinas da Panasqueira e de outras anexas per-tencentes à freguesia. Só ali vivi 10 anos masquando por lá passo adoro trepar por aqueledeslumbrante presépio agarrado à montanhado Açor e subir ao Picoto, à alta e bela cordi-lheira da Serra da Estrela! A Serra do Açor é umdos Ex-líbris da aldeia de S. Jorge da Beira. Aaltura dá lugar a uma paisagem sumptuosa, ai-rosa e saudável e proporciona aos caminhantes

S. Jorge da Beira, um presépio no Açor• Por Adelaide VILELA (texto e fotos)

a oportunidade de apreciarem a exuberante ve-getação de cada dia. Na primavera o rosa dascarquejeiras e o amarelo das moiteiras fazemdaquele lugar um paraíso sem igual. O povo deS. Jorge da Beira respira e compõe a vida de ge-ração em geração, com uma vontade intrínsecade preservar seus usos e costumes. No decorrerdos anos vimos mudar a face das mentalidades,a emigração também se juntou à evolução dostempos e das gentes para que outro clima nas-cesse nos confins da Beira Baixa. Por outro la-do a aldeia viu e sentiu-se diminuída, centenasde pessoas emigraram na década de 60. Deu-seo vaivém do povo e muitas coisas boas foramabandonadas. Assim sendo, com o apareci-mento do museu, mandado fundar pelo Sr.José Romão e por outros elementos que com-punham a Junta de Freguesia daquele ano, a al-deia de S. Jorge tornou-se a imagem de marcaque o couto mineiro necessitava. Quem visitaresta terra mineira pode agora ficar a saber tudosobre o povo e o seu modo de ser e de viver. Omuseu, para além de servir para arrecadar e con-servar todos os utensílios usados pelas gentesde Cebola abraça a cultura ancestral do povo eseus valores.

Ali ainda se preserva a Fé do povo à mo-da antiga. Se estivermos atentos damo-nosconta como o povo pára às 18h00, para rezarao toque das Ave-marias. O som chega-nos dacapela antiga, de Nossa Senhora de Fátima,linda e muito bem conservada! Vizinho deNossa Senhora é O Sagrado Coração de Jesus,que vive há muitos nos no alto da sua varanda.Quando por ali passamos o olhar não mente,emocionamo-nos ao ver o Rei abrir os braçose abençoar todos os que entram na Igreja, dooutro lado do ribeiro da ponte. Não muitolonge, em frente, vive aquele santo lugar ondeme batizaram.

De quando em vez lá apareço em São Jor-ge da Beira para matar saudade. Também sucedeapanhar alguns sustos. Foi o que aconteceunum certo entardecer, quando um raio de umgato rompe a toda a pressa por entre os meuspés, quase me deitou a baixo. Sem saber de on-de surgiu, pensei... alguma alma penada se cru-zou no meu caminho. Mais tarde li no siteWeb de Cebola o que o Sérgio Braz nos contaacerca do gato doido. Será o gato maluco ou éa tradição?

“Quando era garoto, ao cimo da rua daminha avó, ao Rodeio, era colocado um mastroem madeira (pinheiro), envolto em palha e ros-maninhos. No fundo era colocado um molho

de rosmaninhos. Depois de caçarem um gato,colocavam-no dentro de um cântaro de barro eatavam-no ao topo do mastro. Era então acesoo molho de rosmaninhos. O fogo propagava-sepau acima, ardia o rosmaninho e a palha, a-quecendo o “cu” do gato. O cântaro caia nochão, partia-se e o gato fugia a sete pés”. E oSérgio diz ainda que nunca entendeu bem a fi-nalidade desta tradição mas que faz parte dassuas lembranças, nas noites de S. João em S.Jorge da Beira.

Susto passado, coração pausado, numainesquecível manhã sentei-me a descansar nasescadas dos meus pais, respirando o cheirodas flores silvestres, tentava deixar-me con-quistar pelo azul do céu e pelo verde das mon-tanhas, enquanto escutava o cuco para me ins-pirar. Tudo o que começava a escrever me soavamuito bem ao ouvido e à alma. Era uma vezuma moura encantada... chorava e ria numadas galerias das minas da Panasqueira. Tinhaum filão de ouro na mão! De repente algomuito perturbador me derrubou o pensa-mento. Muitas vozes se ouviam (aflitas) aomesmo tempo: “tragam água, muita água,cordas, muitas cordas para subir os baldes doribeiro até cá em cima ao alto da estrada.

Logo me dei conta que havia fogo do outrolado. A casa estava em chamas... nunca penseivoltar a ver o branco e o vermelho daquelamoradia. Gritei até perder a voz: já chamei osbombeiros. Já boto a caneta e o papel ao diaboe vamos apagar as labaredas.

Não levou 5 minutos e o povo formouum cordão humano. Apagaram o fogo da casada aldeia que só teve tempo de consumir o for-ro, ou seja o caniço como lá se costuma dizer.

A nossa colaboradora, Adelaide Vilela,em São Jorge da Beira, terra que a viunascer.

Cont. Pág. 5, São Jorge...

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Quando chegaram os bombeiros já o sinohavia calado o seu desdém. Depois, não viramfogo algum. Perguntam: Onde é o fogo? Já oapagamos, disseram em coro. Aqui nada nosescapa. O comandante disse então ao dono dacasa que nunca tinha visto um caso destes nemuma gente tão eficaz como a de S. Jorge daBeira.

Constatei naquele ano que não há gentecomo a minha, nem gastronomia como a nos-sa. Ainda hoje fazem em S. Jorge da Beira ascélebres couves com feijões, as ervas, (esparre-gado) os chouriços, o grão-de-bico com ovo,as deliciosas filhós, arroz doce, tigelada, osbroeiros, etc. Todas estas delícias e mais al-gumas podeis prová-las um dia ao visitar S.Jorge da Beira e as Minas da Panasqueira.

As Minas da Panasqueira são das maiorese mais profundas do mundo. Parto à aventurae conto levá-los por aqueles 12 mil quilómetrosde túneis escavados por mãos de heróis quearriscavam a vida para ganhar o pão debaixodo chão do ouro negro, o volfrâmio. Estivemoslá para contar: Sigam-me na próxima ediçãodo LusoPresse.

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S. JORGE...Cont. da pág 4

Isaura e Alfredo Gregório, tios da nossarepórter, e residentes em S. Jorge.

Niall Clapham Ricardo

Luso-descendente que se afirma• Entrevista de Norberto AGUIAR

Foi o Manuel Martins, do restauranteBoca Ibérica, que nos chamou para nos apre-sentar este jovem luso-descendente, orgulhosode pertencer à comunidade portuguesa canadi-ana. Ele que é filho de um português, de Lisboa,e de uma canadiana, de Otava. Vive nos arredo-res de Montreal e quer ter participação ativa nanossa colónia, como nos define um amigonosso. Para já, Niall Clapham Ricardo colaboracom o partido nacional NPD. Por influênciado pai que tem genes socialistas, mas sobretudopor parte da mãe, que foi colaboradora do ma-logrado Jacques Layton.

A colaboração de Niall com o Novo Par-tido Democrata não é ingénua. E não é ingénuaporque o jovem Niall tem ambições para si epara a comunidade, que julga, com razão, quenão tem representatividade significativa comoo seu número deixaria prever. «Os portuguesescontinuam a não ter voz neste país. Somosnós, os mais jovens, que temos que fazer algu-

ma coisa por isso. Temos que nos implicar nos parti-dos, sejam eles quais forem, de maneira a chegarmos adeputados. E temos valores para isso, claro está, sequisermos e trabalharmos para que isso aconteça», re-sume. Para mais adiante voltar à carga e dizer que «Ésempre a mesma coisa. Os italianos, gregos e muitosoutros sabem se vender e por que não nós?», argumen-ta perguntando.

É preciso dizer que o Niall viveu em Portugal du-rante oito anos. Ele chegou a Lisboa por alturas daExpo de 1998. Depois foi parar à Bélgica e à França,onde aprendeu francês. Enquanto viveu em Portugal,as relações do pai andavam à volta do Bloco de Esquer-da, daí o jovem Niall estar mais próximo do NPD doque do Partido Liberal de Justin Trudeau, de quem diznão ser admirador e pensar que a sua política «diferepouco dos Conservadores».

Outra característica do jovem Niall Ricardo é quetem viajado muito, o que lhe tem aberto muito o espí-rito da descoberta. «Com as viagens adquirem-se valoresque de outra maneira não são possíveis. É por issoque tenho muita abertura para tudo, para todas as co-munidades. De resto, faço parte deste melting pot deque é feito este país. Não fosse eu próprio uma misturade canadiano, por banda da minha mãe, que é de origeminglesa, de português de origem judia por parte de meupai, e por aí fora», afirma.

No decorrer da nossa conversa com Niall Ricardomuitos temas foram abordados. Da política, que pelosvistos está-lhe no sangue, ao futebol, passando pelagastronomia, que diz apreciar, principalmente quandoo bacalhau está em causa. «Tenho muitas saudades dePortugal. Passei lá bons momentos. É bom lá voltarpara matar saudades», diz com um certo brilho nos o-lhos. Niall é também um grande admirador da nossaSeleção «não perdi um jogo do Europeu 2012», afirma.

Instalado no Quebeque por tempo indetermi-nado, Niall Ricardo não poucas vezes pensa nos quatroirmãos, dois a viverem na Califórnia, um trabalha naNASA e outro na DELL, enquanto os outros dois es-tão em Alberta, (Universidade, estudante de direito) ena Austrália, este como engenheiro de geologia minei-ra. Já o pai é arquiteto e faz a sua vida entre o Canadá ePortugal.

Ligado ao NPD, secção do Quebeque, onde é as-sessor político da deputada Isabelle Morin (Notre-Dame-de-Grâce-Lachine) Niall Ricardo está disponívelpara outros voos, alguns que digam mesmo respeito ànossa comunidade, como aqui ele já deixou trans-parecer. Haja, agora, convites e propostas para isso.

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Uma estreia na Galeria 3C de 9 a 30 de novembroClaudia Chin convida os amigos das artes a uma exposição de artistas portugueses

• Entrevista de Jules NADEAU

Com uma convicção e um entusias-mo evidentes, Cláudia Chin exclama: «É a pri-meira vez que as obras de José de Guimarães,de Júlio Pomar e de Rico Sequeira serão expos-tas no Canadá. Esta estreia é motivo de umgrande orgulho para a Galeria 3C». A diretoratem no rosto um enorme sorriso. No momen-to da nossa entrevista na sua galeria situada no9150 da rua Meilleur, tinham chegado seis o-bras. Os convites já foram enviados. Foramconfirmados diversos patrocínios. Para a jo-vem dama nascida em Moçambique, este even-to é também o seu batismo cultural no seio dacomunidade portuguesa daqui.

«Para além de celebrar os 60 anos de imi-gração portuguesa no Canadá, quero aumentara visibilidade das obras de artistas portuguesese provocar um interesse entre os colecionado-res de arte deste lado do Atlântico, explica ocomunicado, é uma exposição coletiva que foiorganizada por amor pela cultura portuguesa.»Os termos «por amor» aparecem em letras gor-das no cartão de convite.

A exposição realiza-se do sábado 9 ao diade 30 de novembro no 9150 rua Meilleur (local202), ao sul de Chabanel. A abertura é na quar-ta-feira dia 13 de novembro, na presença doCônsul-Geral Fernando Demée do Brito, umapoiante deste projeto único desde o princípio.Do Restaurante Portus Calle, que celebra esteano o seu 10º. Aniversário, Helena Loureiroassocia-se generosamente, e sobretudo gastro-nomicamente, ao evento, que deverá atrair nu-merosos amigos das artes da comunidade. «Es-tou muito contente que ela tenha aceitado aju-dar-me.»

Surpresa ao telefoneUma quase anedota interessante. «Quan-

do telefonei a Rico Sequeira há alguns dias, elecomeçou por me responder em inglês. Hello,can I help you? Decerto por causa do meu no-me asiático. E porque a chamada vinha do Ca-nadá. Foi muito engraçado. Perguntei-lhe deseguida se falava português ou apenas inglês.Eu sabia que ele passava tanto tempo no Lu-xemburgo como em Portugal. Disse-lhe quetinha dois quadros dele na minha galeria masele desconhecia-o.»

«Estava surpreendido e muito contentede saber que telas suas tinham atravessado oAtlântico. Ele é muito conhecido na Europa eé uma galeria do Luxemburgo que o represen-ta», explica Claudia Chin ao representante doLusoPresse. O pintor, que se aproxima dos

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sessenta, trabalha exclusivamente com uma ga-leria do Luxemburgo que tem os direitos paratodo o mercado europeu, incluindo Portugal.Estava surpreendido que a senhora chinesa aotelefone fale tão bem português durante os 20minutos que durou a conversação.» (A diplo-mada da Universidade Concordia escreve tam-bém muito bem a língua de Camões.)

«Estou a desenvolver relações a longo pra-zo com os meus clientes. Tudo muito a sério.Por exemplo, exijo certificados de autenticidadede todas as obras», assegura-nos. Espera repre-sentar mais tarde na América do Norte artistasfamosos como os que vão figurar na sua expo-sição. Claro que alguns dos artistas menciona-dos têm laços de amizade entre eles e o networ-king é essencial para ser bem-sucedido.

A experiência de Leonora MoncadaUm contacto pessoal em Lisboa começou

por identificar três grandes nomes. Deste ladode cá, para o evento de novembro, CláudiaChin pode contar com a preciosa colaboraçãode Leonora Moncada, que tem uma sólida expe-riência internacional na organização de eventosculturais. Nascida em Lisboa e Montrealensedesde 1979, a especialista em turismo, desen-volvimento e marketing, enumera-nos ao tele-fone alguns dos seus mandatos anteriores: LesDeux Mondes no teatro, Les Sept doigts de lamain, representação de artistas, tournées inter-nacionais, etc. Sem risco de nos enganarmos,adivinha-se que também é por amor que Leo-nora Moncada colabora neste projeto. Maravi-lhoso projeto da Lusofonia. Sem fronteiras!

Cláudia Chin explica as ligações entre eles:«Rico Sequeira é amigo pessoal de José Guima-rães: um engenheiro de formação que é muitoconhecido na Europa e também na Ásia. Ele

tem uma exposição solo na China. Penso queera em Pequim segundo os Média locais. EmMacau também. Devo dizer que Guimarães,representado por uma galeria em Paris e emMiami, é um amigo de Carlos Calado que é da-qui. O artista de Angola que aqui vive desde há30 ou 40 anos. Os dois amigos estudaram jun-tos há já muito tempo em Lisboa, depois en-contraram-se de novo em Angola. Donde, am-bos influenciados pela cultura africana. JúlioPomar é o artista mais conhecido de Portugal.O Picasso dos tempos modernos, como porvezes lhe chamam, possui desde há pouco tem-po uma fundação no seu nome», acrescenta adiplomada em comércio.

No que diz respeito aos montrealensesde origem portuguesa, Joseph Branco é muitoconhecido no mercado quebequense, depoisde ter saído vencedor de diversas competiçõesde empresas. Temos coisas de Branco numhospital da margem sul. Ele acaba de ganharoutro concurso público, há dois ou três meses,nos arredores de Montreal. Por seu lado, CarlosCalado, do atelier Circulaire, é muito conheci-do no campo da gravura, após ter começadopor fazer escultura. Uma das gravuras desteprofessor figura num sítio muito conhecidoem Lisboa. O fotógrafo Fernando dos Santostrabalha como freelancer e vai muitas vezes àcapital. A sua última exposição, 2008-2012,mostrava pessoas em espaços públicos, comoos elétricos, crianças na rua, mulheres idosasque tricotavam, vendedores de castanhas. Oseu objetivo é explorar o visual da vida quoti-diana.

No fim do nosso encontro, Cláudia Chindeu-me um exemplar da revista de luxo Viedes Arts (verão passado) onde ela explica asua vocação: «Em Portugal, durante a minhainfância, cresci rodeada de esculturas de pedraou de bronze que valorizam os lugares públi-cos. Nos fins de semana, os meus pais levavam-me e ao meu irmão a visitar museus e espaçosculturais. Chegada a Montreal, eu achava que acidade tinha falta de beleza. Decidi então deme tornar empresária e de trabalhar no domí-nio das artes.»

Para mais informações sobre a exposição:tel. 514-779-9885 e www.3Cgallery.com

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓSLeiria - Estremadura (Portugal)

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Sobre o Acordo de Livre-circulaçãoMinistro Ed Fast fala para os étnicos

• Por Norberto AGUIAR

Quarta-feira, dia 24 de outubro último, oministro canadiano do Comércio Internacional estevede passagem em Montreal para explicar junto dos re-presentantes de todos os setores da indústria do Que-beque o Tratado de Livre-circulação de Bens e Serviçosentre o Canadá e a União Europeia, assinado recente-mente pelo primeiro-ministro Stephen Harper e porJosé Manuel Barroso, presidente daquela instituição.

Poucas semanas depois do Acordo, a retificar em2014, a verdade é que já começam os contratempos,com alguns países a ameaçarem de que boicotarão oTratado se as suas reivindicações não forem atendidas.Está particularmente neste caso a Roménia, que pro-testa contra o Canadá pelo facto de não permitir queos seus cidadãos possam entrar neste país sem visa.Também a República Checa e a Bulgária padeciam domesmo problema. Padeciam, porque na última semana,o Canadá decidiu anular aquela obrigação aos checos,ficando assim a Bulgária, menos reivindicativa, a par

Ministro Ed Fast quando falava paraos jornalistas étnicos. Foto LusoPresse.

da Roménia. Os representantes diplomáticos deste úl-timo país, no Canadá, têm, de resto, aparecido nosmeios de Informação canadianos a dar conta de tal in-justiça, afirmando que não se ficarão por simples pro-testos.

Depois do encontro com os industriais quebe-quenses, quase unânimes nas vantagens de um tal acor-do, o ministro Ed Fast marcou encontro com meiadúzia de jornalistas oriundos das comunidades paralhes dar conta do Acordo Canadá – União Europeia.A reunião teve lugar no Gabinete Regional dos Minis-tros, na Velha Montreal, mais precisamente na Placed’Youville, antiga praça onde chegou a funcionar oParlamento do Canadá.

Em ambiente informal, onde até houve fotogra-fias individuais ministro/jornalista, a reprovar nestassituações, pois há sempre a possibilidade de que osjornalistas percam credibilidade, o ministro do Co-mércio Internacional Canadiano explanou em traçosgerais o que era o Acordo e quais as vantagens que tra-zia para o Canadá e para o Quebeque. Neste particular,a província ganhará galões, tal como as restantes pro-víncias canadianas, por passar a poder exportar os se-

Cont. Pág. 14, Ministro Ed Fast...

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Página 71 de novembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Paulo Jones, arquiteto...Oferece por cá os serviços relativos aos imóveis que tenha por lá

• Entrevista de Raquel CUNHA

Paulo Jones é arquiteto, e veio em janei-ro deste ano estabelecer a vida aqui em Mon-treal. Oferece um serviço único à comunidade,que o LusoPresse faz questão de vos apresen-tar; uma espécie de embaixada de arquiteturaportuguesa, ou seja, para todos os emigrantesque têm cá qualquer questão ligada a imóveisem Portugal, podem contar com ele e com asua equipa, para tratarem de tudo, desde legali-zação, legislação e burocracias, até à elaboraçãode projetos de construção ou renovação dosmesmos.

O que oferece de diferente é “um pontode apoio, eu estou cá e dou a minha cara aosemigrantes. Assim, eles podem contar comalguém por cá, que tenha experiência e umaequipa de confiança lá, para a ajuda nos pro-jetos relativos a imóveis”.

Em setembro deste ano, enquanto estavade férias em Portugal, conversou com váriosemigrantes, que construíram ou herdaram casasem Portugal. Todos eles afirmaram que tratardos projetos a distância não era compensa-tório, levava tempo e era demasiado custoso,além de que, pela distância não estabeleciamessa relação de confiança e proximidade neces-sária para a criação de um projeto eficaz. Assim,chegou à conclusão que este novo serviço quepropõe, poderia vir a ser útil a muita gente,uma vez que os clientes já não precisam de an-dar à procura de alguém por lá que não conhe-cem. Paulo Jones acredita que o projeto tempernas para andar, e afirma que a receção cátem sido muito boa. “Acho que encontrei o

meu caminho”, confessa sorridente.Oferece, portanto, todos os serviços ne-

cessários desde licenciamentos, compra deimóveis, projeto de construção ou renovaçãode moradias. Para isso, o arquiteto fornece todoo apoio necessário por cá, enquanto tem emPortugal uma equipa de confiança que abrangetodo o continente e as ilhas. Assim, legalizarimóveis, acompanhar projetos, tratar de assun-tos nas câmaras, já não é tão complicado comoantes, Paulo Jones oferece a solução, para que

fique aqui descansado com o que se passa porlá.

É, portanto, altura de dar-se a conhecer àcomunidade, de forma a angariar clientes e vera sua ideia ganhar raízes, “estou muito entusias-mado”, acrescenta. Paulo Jones conta com umbom curriculum, fruto de obras e recuperaçãode imóveis e patrimónios, tanto públicos co-mo privados. Por cá, colabora com HermanoAlves, na criação do seu novo empreendimen-to, o D. Henrique.

Nasceu em Lisboa, e por lá cresceu. Em1984 conhece a sua esposa, Maria do Céu (na-tural daqui, de Montreal) e que estava de fériasem Portugal. Casaram-se e viveram cerca de 20anos na zona de Palmela. Juntos montaramuma bem-sucedida empresa de arquitetura econstrução, um projeto chave na mão, que che-gou a contar com cerca de 50 empregados.

Os projetos abarcavam desde imóveis pri-vados, a recuperação de monumentos e patri-mónios estatais. Gosta da recuperação comouma paixão e a riqueza arquitetónica portugue-sa não deixa de o surpreender. “É preciso saberouvir o espírito do tempo”, realça.

A dificuldade de encontrar os materiaisnecessários para uma eficaz reabilitação, fize-ram com que abrisse uma loja dos mesmos,primeiro em Palmela, em 2004, seguida de outraem Lisboa, dois anos mais tarde.

Tudo corria bem, até que em 2009 a suaesposa sofre um grave problema de saúde. Éoperada em Portugal, mas decide regressar aMontreal, onde os médicos são mais inova-dores e onde tinha todo o suporte familiar.

“Foi como se andasse na autoestrada a200km/h e de repente puxasse o travão de

mão e voltasse para trás, confessa. Foi comose tudo deixasse de fazer sentido. Questioneise valia a pena tanto sacrifício, qual o papel dodinheiro na minha vida. Revi as minhas priori-dades e pensei no que era realmente importante.Assim, primeiro vieram os filhos para fazercompanhia à mãe. Gostaram tanto de Mon-treal que quiseram por cá ficar. Eu ainda andeientre cá e lá, mas no início deste ano, resolvideixar tudo, e começar a vida por cá, perto dequem me é realmente importante”.

Assim, vendeu a empresa, e trabalha agoranuma companhia de construção que lhe permi-te conhecer os termos técnicos aqui e familiari-zar-me com o processo de construção de cá, eao mesmo tempo, ganhar a vida. Tem tambémfeito alguns projetos de arquitetura, onde o demaior envergadura é, sem dúvida, a colaboraçãodo D. Henrique.

Esta ideia de criar a ponte entre cá e lá,surge-lhe como uma oportunidade, não só deajudar os portugueses como também de man-ter a ligação com Portugal, ligação que nãoquer perder de vista.

O LusoPresse apoia a ideia, e avisa os leito-res que têm agora cá quem lhe cuide das coisasrelativas a imóveis, por lá. Para saber mais,consulte o site:

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L PPaulo Jones, de Lisboa para Montreal...Foto Raquel Cunha/LusoPresse.

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Página 81 de novembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Depois de longo silêncio

Carlos Queiroz abre o livro...

PPPPPela grande admiração que nu-trimos pelo professor Carlos Queiroz,treinador que acaba de qualificar oIrão para o Campeonato do Mundode Futebol do Brasil em junho próxi-mo, decidimos publicar a entrevistaque ele concedeu recentemente aojornal Record e em que conta parteda sua carreira nos clubes onde traba-lhou, assim como deixa perceber al-gumas das «coisas» que o fizeramdeixar a Seleção Nacional.

Aqui fica, pois, o resultado da entrevistaconduzida pelo jornalista António Magalhães.

RECORD – O que o fez vir para tão lon-ge depois de sair da Seleção?

CARLOS QUEIROZ – Uma das razõesteve a ver com a oportunidade de treinar umaseleção que tinha um potencial concreto depoder estar no Brasil’14. Por outro lado, Irão...Ásia, que melhor sítio para poder distanciar-me do ambiente que vivi no futebol portuguêsnos últimos dois anos? Foi portanto a combi-nação de duas razões: o facto de ter sido conde-nado ao afastamento e a possibilidade de estarno Mundial.

R – E conseguiu!CQ – Como treinador, este não é um

Mundial qualquer para mim. É especial comofoi o de 2010, na África do Sul, ao lado do sítioonde nasci, treinando a seleção do meu país.Não se pensa muitas vezes e daí ter tomado adecisão de sair do Manchester United, onde ti-nha seguro, garantidamente, um futuro à minhafrente. Quando esta oportunidade apareceu,

foram três as razões que ponderei e que gostavade detalhar.

R – Vamos então à primeira.CQ – Quando o Irão me convidou estava

a correr um processo que pendia sobre mim eem resultado do qual eu poderia, eventualmen-te, ficar suspenso durante alguns meses se oTribunal Europeu confirmasse a acusação deter perturbado o controlo antidoping. O presi-dente da Federação do Irão pôs em cima da

mesa uma decisãosimples: independen-temente do que acon-tecer, quero que sejao treinador. Esta po-sição foi determinan-te para, depois de melivrar dessa infame a-cusação e com outrasopções se calhar ma-is atrativas em termosde prestígio e impac-to mediático, mantivea minha palavra. Poroutro lado, tendo emconta o contexto da

Cont. Pág. 14, Carlos Queiroz...

Carlos Queiroz, em ombros, quando derrotou a grande favorita (Coreia do Sul) nacorrida ao Brasil 2014.

minha saída da FPF, a possibilidade de conse-guir a qualificação para o Brasil, a terra do fute-bol, o que tem um excedente de desafio e atraçãoque não é comparável.

R – E a terceira razão?CQ – A observação que fiz dos jogadores

e o apelo que senti quando vi a paixão que exis-te no Irão pelo futebol. Aqui nada é falso. Nãoé preciso fazer propaganda para levar genteaos estádios, este país adora futebol, está nosangue dos iranianos. A combinação destesfatores foi explosiva, a decisão tornou-se sim-ples e dela tenho todas as razões para dizer quefoi uma das boas decisões da minha vida.

R – Como explica que no Irão seja umherói e em Portugal tão mal-amado?

CQ – Não se pode agradar a todos e se ca-lhar nem isso é bom. Tive a sorte de ter traba-lhado em vários continentes e o privilégio deganhar um troféu fantástico na minha vida: fizamigos praticamente em todo o lado do Mun-do e fiquei com portas abertas para voltar. Aliás,sempre que tenho um hiato na minha carreira,logo surgem convites dessas zonas. A primeiravez que saí, fui para o continente americano eé bom saber que me querem lá para diferentesprojetos. Na África do Sul foi fantástico e tivesucesso. No Japão a mesma coisa, no Manches-ter United idem. E agora aqui também.

R – Mas em Espanha…CQ – Mesmo aí, onde teoricamente as coi-

sas não acabaram bem esse ano para o RealMadrid, ainda hoje, sempre que lá vou, recebomanifestações de carinho e respeito, pois anali-sam o contexto em que lá estive – nem uma bi-cicleta o presidente me deu, quanto mais umjogador. Em Portugal não tenho o mesmo apre-ço. Que hei de fazer?

R – Mas por que será?CQ – Vamos lá a ver. Há duas dimensões:

uma é o dia-a-dia e o sentimento de rua da mai-oria das pessoas. Devo dizer que em todo o la-do são inúmeras as manifestações de simpatiaque recebo, agradeço e retribuo. Depois existeum determinado setor da sociedade desportiva,neste caso do futebol, que não é estranho queexistam essas rejeições e sentimentos.

R – Porquê?CQ – Fui uma pessoa que no futebol por-

tuguês, para bem ou para o mal, desafiei interes-

Dia das Bruxas na Ilha• Por Lélia Pereira DA SILVA NUNES

A celebração do Halloween, a milenar tradiçãocelta desembarcou na América do Norte, nos meadosdo século XIX. Se no passado pagão, acreditava-seque, no último dia do verão nórdico (31 de outubro),os espíritos saíam dos cemitérios para se apossaremdos vivos e que, para mantê-los longe, as propriedadeseram decoradas com máscaras assustadoras, abóborascaricaturadas e iluminadas, no presente é uma festa di-vertida que comemora o “Dia das Bruxas”.

Uma tradição que nos remete a dois velhos cos-tumes da população do litoral catarinense: o “Pão porDeus”, em fase de extinção ou apenas sobrevivendoem diferentes leituras, e a crença da “Procissão das Al-mas”. Património espiritual da nossa gente, tanto umquanto o outro fizeram os caminhos do mar e sofreramcom o passar dos séculos alterações sensíveis.

Já o “Halloween ou Dia das Bruxas” é muito recentea sua celebração no Brasil. Para alguns, é mais uma fes-ta importada que nada tem a ver com as nossas tradiçõese que deve ser banida antes que integre o calendário cul-tural do País. Como se as tradições do Papai Noël noNatal, o coelhinho da Páscoa, o Pão por Deus, o Carna-val, o Boi Bumbá, as Folias dos Reis fossem, genuina-mente, brasileiros e já realizadas muito antes de Cabralaqui chegar. Tanto é que foi criado em caráter nacionale por decreto o “Dia do Saci Pererê” em 2005. A queridapersonagem do folclore brasileiro nascido no Sul doBrasil e popular em todo o País. A data escolhida? Ora,o próprio dia 31 de outubro. Tudo a ver? Nada a ver,com certeza.

São estes jeitos de manipular ou controlar as ma-nifestações culturais nascidas de um longo processohistórico que me afligem. Tenho observado o renascerde um nacionalismo cultural pautado numa visão etno-gráfica, numa redefinição do conceito de cultura – “co-mo conjunto das manifestações populares, do saberdos mestres e artesãos, dos valores e tradições, dosmodos de fazer e sentir de uma comunidade.” Tudo is-so em detrimento de um conceito que abraça as dife-rentes formas de criação humana. Das grandes obrasliterárias, musicais, artísticas até as manifestações dacultura popular tradicional, incluindo aquelas expres-sões que chegaram pelo caminho da diáspora. Um le-gado que não se pode jogar pela janela numa atitudeetnocêntrica. Será que se pode falar em etnocentrismonum País que recebeu a influência de tantos povos quegestaram a alma brasileira.

Esta fidelidade à nossa raiz nacional populista tem-se fortalecido ano a ano, numa resistência ao caráter“inautêntico” ou “postiço” da nossa cultura em defesada brasilidade. Aí é que mora o perigo! O que nos pre-judica não é a influência do que vem de fora, e sim a fal-ta de cultura, de acesso democrático às grandes expres-sões culturais ou às manifestações populares tradicio-nais, sejam elas brasileiras ou não.

E, antes que coloquem no mesmo caldeirão o Hal-loween e as Bruxas da Ilha, lembrem que elas devem teruma origem comum, mas no espaço telúrico e insularde Santa Catarina têm feições próprias, preservadasem dois séculos e meio de história cultural.

As Bruxas da Ilha estão eternizadas na literaturaenfeitiçando o leitor, na música, nas artes – o RealismoFantástico Ilhéu de Franklin Cascaes. Alegorias, metá-foras, tempo, espaço se fundem e emergem na criatura:sortilégios, feiticeiras, seres alados, bernúncia, o cantardos bilros nas mãos da mulher rendeira e o fadário dabruxa mulher, mítica e mitológica como as deusas feiti-ceiras de Homero.

Em tempos de “Halloween” vale a pena trazer àtona as nossas Bruxas da Ilha, de cá e de lá. Afinal, en-tre o real e o imaginário não há fronteiras.

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Página 101 de novembro de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Nomeados pelo IHTQHelena Loureiro e Carlos Ferreira feitos embaixadores

• Por Raquel CUNHA

Helena Loureiro, conhecida chefe e proprietária dos restaurantes Portus Calle e Helena,foi mais uma vez homenageada. Desta vez, a homenagem veio pelas mãos do Instituto de Ho-telaria e Turismo do Quebeque, que a nomeou como Embaixadora da respetiva fundação. Talfundação tem como objetivo a ajuda socio-financeira (como bolsas de estudo, estágios e opor-tunidades de trabalho) aos estudantes que queiram seguir uma carreira profissional na área dahotelaria e da restauração.

Helena considera-se honrada por ter sido escolhida, e confessa-se sobretudo “orgulhosapor ter conseguido um reconhecimento como este, num país que não é o meu”. Considera es-sencial a formação profissional dos jovens em Hotelaria e Restauração, o que permite uma ma-ior qualidade de serviço e respeitabilidade do setor. Helena contou-se ainda grata por seremdois os portugueses homenageados, acrescentando que Carlos Ferreira também foi destacado:“Graças a Deus fomos dois homenageados, eu e o Carlos Ferreira, o que me deixa muitocontente do re-conhecimento e envolvimento da restauração portuguesa na culturaquebequense”.

Contactado, Carlos Ferreira diz que “há coisas mais importantes para falar. Na verdade,não muda nada da minha vida. É claro que o Instituto tem a sua importância, mas o número deestudantes que quando formados ficam em Montreal é muito limitado, não temos influência noInstituto”. Carlos Ferreira, Foto LusoPresse.Helena Loureiro. L P

World Tour 2013Mariza na Place des Arts

• Por Carlos DE JESUS

No sábado, 19 de outubro passado,na sala Wilfrid-Pelletier da Place des Arts, emMontreal, Mariza, com a sala esgotada, encan-tou todos os entusiastas do fado que a foramescutar. No hall de entrada, enquanto esperáva-mos que as portas da sala se abrissem, dir-se-ia que só se ouviam os quebequenses de gema.Foi preciso chegarmos aos primeiros aplausose aos «ai fadista!» para nos darmos conta que acomunidade lusa também não se fez rogadapara vir apreciar, em grande número, a novadiva do fado.

A primeira vez que a vimos em Montreal,foi no Teatro Outremont, em outubro de 2005,para o lançamento do seu álbum, «Transpa-rente». Foi a descoberta do novo fado, longedo cenário tradicional dos retiros, com a artista,num palco sobriamente iluminado, sem xailes,nem mãos em prece.

Desta vez, Mariza pareceu-nos ainda maissóbria, apesar de alguns efeitos de luz e som,realmente espetaculares, sobretudo quando setratava de sublinhar o trabalho do baterista.

Por outro lado, os trinados, entrecorta-dos de silêncios arrastadores, pareceu-nos se-rem mais filhos da técnica que da emoção. «OBarco Negro», por exemplo, foi duma exímiaexecução, magistralmente acompanhado pelacaixa, como na versão original da Amália, maso gorjeado da artista deu-lhe um matiz tecnoque deve ter dececionado os puristas “amali-anos”.

Ninguém pode regatear-lhe o lugar queMariza ocupa na cena do novo fado. Sobretu-do junto das camadas mais novas que já nãoveem este tipo de canção como um dos pilaresdo fascismo do tempo do “Fado, Fátima e Fu-tebol”. E o apreço vai-lhe mesmo muito além-fronteiras, como atesta o facto de ter sido aprimeira portuguesa a aparecer no popularíssi-mo programa da noite da televisão americana

«Late Show With David Letterman», de tercantado no Carnegie Hall ou de ter participadono Festival Womad em 2002, uma organizaçãoda Real World de Peter Gabriel, em Reading,no Reino Unido, assim como todas as digres-sões artísticas que a tem levado a calcorrear asquatro partidas do mundo. Aliás, este espetá-culo, está incluído na sua digressão «WorldTour 2013» que já a levou a diversas cidadesdos Estados Unidos e a Toronto, na sua digres-são norte americana, e vai levá-la em seguidaaté à China, Dinamarca, Hungria, Alemanha,Luxemburgo e Suíça. Estamos deveras longedas biografias de certos artistas que no passadotransformavam as suas visitas às salas comuni-tárias e paroquiais dos luso-descendentes emdigressões apoteóticas ao estrangeiro…

Mariza, na Place des arts, ao seu me-lhor estilo! Foto de FintanStack.

L P

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De Fagundes, em Viana do CasteloMais Dados Cronológicos da sua Biografia e Vivência

• Por Fernando PIRES

Neste terceiro texto, propomo-nosexpor mais alguns elementos da biografia pes-soal, cronológica e histórica do ambicioso via-nense que vai de 1470 a 1522.

Este “navegador” e capitão, exerceu váriasfunções públicas e privadas, tanto a nível doreino, como também na Câmara de Viana, eainda como explorador da capitania das pescasnomeado por D. Manuel I.

Segundo Manuel A.F. Moreira, na sua pes-quisa sobre J.A. Fagundes, este teria nascidopor volta de 1460-1470. Era filho de Álvaro A-nes Fagundes e teria casado duas vezes.

A primeira vez com Maria Gonçalves Ma-ciel, e a segunda com Leonor Dias Boto, queteria trazido com ela uma filha...

Deve dizer-se que antes das datas acimamencionadas, os nascimentos não eram regis-tados, foi só a partir do Concílio de Trento em1561 que se determinou que “os párocos regis-tassem os nascimentos”.

Fagundes teria falecido em 1522, antes deagosto do mesmo ano, tendo sido tambémvereador da Câmara de Viana, e aí substituídopor Nuno Barros, um seu cunhado.

Diz-se que tinha dinheiro, barcos, ele ouos seus pilotos, tendo também grande experi-ência para explorar os mares do Norte.

Em 1498 foi feito nobre, escudeiro, dispen-sado de pagar impostos, e nomeado em 1499juiz conselheiro, escrivão de sisas da Alfandega.Nessa altura, o posto da alfândega era ocupadopor seu cunhado. Ainda segundo o seu biógra-fo Manuel A.F. Moreira: “em 1502 João Afon-so dizimou na Alfandega de Viana para a mulherde J.A. Fagundes, cinco côvados de pano inglêsde Hull avaliado em 750rs para uso pessoal”.

O historiador Manuel A.F. Moreira acres-centa que a influência de Fagundes em Vianaincluía: “nobres, clérigos, ricos moradores, po-bres pescadores e plebeus”.

Para este autor, que se debruçou sobre aspescarias de Viana, menciona aqui um descen-dente de Fagundes: Pedro Magalhães AbreuCoutinho, que avança que já em 1542 Diogode Teive e Pêro Vasquez de la Frontera “tinhamtrazido notícias seguras da costa canadiana, poisestiveram nos bancos da Terra Nova”...

No trabalho que fiz sobre “As Pescas e aPresença dos Navegadores Portugueses no Ca-nadá entre a data de 1500-1750” escrevi jáem 1981, que Portugal assinou um tratado decomércio com a Inglaterra em 1469, e tambémfoi assinado um outro entre Bretões e Portugal.

Quanto ao dito planisfério de “Cantino”,este só teria aparecido depois em 1502 comoamostra do continente americano, desde o caboBretão à Florida”. Ora os espanhóis só chega-ram à Florida em 1513, assim como também a-qui se afirma que o João Caboto só chegou àTerra Nova em 1497. No entanto, se Cabotosaiu de Bristol com destino à Terra Nova, faltaagora saber em que parte da ilha dos Bacalhauseste navegador, ao serviço da Inglaterra, teriaacostado visto que Gilbert Humfrey só implan-tou a bandeira inglesa em “St Johns” em 1580.

Quanto aos testemunhos históricos con-cretos das pescas portuguesas neste continentenas águas da costa Este do Canadá não deixamdúvidas.

No seu trabalho histórico Manuel A.F.

Moreira continua a se interrogar sobre algunsacontecimentos históricos do destino da car-tografia portuguesa e da leitura que dela se faz.Por exemplo, diz-nos o historiador: “ondeesteve a figura de Fagundes durante o tempohistórico mais denso dos mares que mandouexplorar?”

Um descendente de Fagundes, Pedro Cou-tinho, avança com a seguinte afirmação: “histo-ricamente só conheço um-uns pretensos pa-rentes de Génova “que” inventaram um testa-mento de Cristóvão Colombo para poderemherdar bens em benefício de Espanha. Masfoi inventado depois não na hora da morte deColombo, acrescentando: “E era tão falso quenão passou nos tribunais.”

No que diz respeito à metáfora do ninhode ratos que utilizei no primeiro texto, seriauma consequência daquilo que o historiadorbiógrafo de Fagundes avança, dizendo o se-guinte: “sabe-se que o desaparecimento de do-cumentos deu-se em 1494-1495”. Ora, este úl-timo ano, foi o fim do reinado de D. João II,que não deixou descendentes. Tinha D. ManuelI três anos. (Aliás peço desculpa de no primeirotexto ter dito que D. Manuel era filho de D.Manuel, errei).

Na sua pesquisa histórica sobre “A Cartade Capitania Passada a Fagundes em 1521,Manuel A.F. Moreira citando E.A. Betten-court entre os séculos XV e XVI, Lisboa,1882, páginas: 132-135”, afirma o seguinte:“não encontramos na chancelaria de D. Manuelo original da mesma carta, por terem roubadoa folha correspondente à data do lugar ondedevia encontrar-se”. Nós perguntamos: seráque se passou o mesmo com a cartografia por-tuguesa?

O historiador Henry P. Biggar, chefe dosArquivos canadianos na Europa, doutor de le-tras na Universidade de Oxford, citado no meutrabalho de 1981, afirma que: “não existemdocumentos que justifiquem que outros euro-peus chegaram à Terra Nova antes dos Portu-gueses”.

Para além dos escritos do historiador Big-gar, vejamos também o que nos diz ainda ohistoriador Manuel Moreira citando VitorinoMagalhães Godinho sobre as “Descobertas”do rico Fagundes. “Ao adquirir tão grande quan-tidade de trigo, João Álvares Fagundes não es-taria a organizar a sua expedição por sua incum-bência do Monarca à região, cujo reconheci-mento os Cortes Reais deixaram incompleto?”

Se Fagundes era homem rico, ser-lhe-iaassim possível investir na pesca dos mares dacosta canadiana, porque nessa época as salinasdo sal português eram ouro branco.

Porque tanto para vascos como para bre-tões, esse ouro só existia nas chamadas “gabe-las” francesas, ou seja, minas de sal, que maistarde seriam abertas na ilha Madalena, hojepertencente ao Quebeque!

Ref.: Centro de Estudos Regionais Viana do Cas-telo – Janeiro 2012.

João Álvares Fagundes – A Atração dos MaresGelados – 1470/1522.

Pedro Magalhães Abreu Coutinho – Fagundes ea Descoberta do Canadá – Ponte de Lima, 2000.

B. Municipal V. do C. – Pero do Campo Tourinho.O Grande Donatário 1482-1155 (?) – Biblioteca

de Viana. L P

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Vítor Gonçalves assina...

“Pensamentos” poéticos• Por Raquel CUNHA

No passado domingo, dia 27 de outubro, o Clube Portugal de Montreal foi palcodo lançamento do livro “Pensamentos” de Vítor Gonçalves. A cerimónia realizou-se pelas17 horas, com a casa meio cheia. Com o prefácio de Joaquina Pires, este livro pretende ex-pressar os mais íntimos pensamentos que o autor foi passando para o papel nos últimos a-nos. “Já há uns anos que escrevo o que me vai na alma, pensamentos que me afligem emmomentos de nostalgia, de saudades do meu país, mas também em momentos positivos,em que penso na minha família e na vida em geral. Reflito também sobre as mudanças domundo, as injustiças que vemos”.

Este livro, escrito em forma de poesia, é um mostrar de alma deste português oriundode Torres Novas, emigrado por cá há quase 25 anos. Muitos o conhecem como o simpáticosecretário do referido clube, mas muitos hão de se surpreender com esta amostra do que depoético lhe corre na alma.

MARIA AMÉLIA GOMES FÉLIX1932 - 2013

Faleceu em Montreal no dia 21 de ou-tubro de 2013, com 81 anos de idade, MariaAmélia Gomes, natural da Trafaria, viúva deFrancisco Félix.

Deixa na dor o seu filho João António(Daphne), a sua filha Margarida (falecidoTito), os (as) seus (as) netos (as) Shawn(Amanda), Edigio (Keely), Diana (Alex),Tessa e Anthony, a sua bisneta Emma, osseus bisnetos Ethan e James, as suas irmãsFlorinda e Emília, assim como os seus so-brinhos e sobrinhas, restantes familiares eamigos.

Os serviços fúnebres estiveram a cargo deMAGNUS POIRIER Inc.222 Boul. des Laurentides, LavalTél. 514-727-2847 www.magnuspoirier.comAntónio RodriguesCelular 514-918-1848

O velório teve lugar na terça-feira dia22 de outubro de 2013, das 16h às 22h, e naquarta-feira 23 de outubro a partir das 9h.Seguiu-se a missa de corpo presente, às 11hna Igreja St-Martin, situada ao 4080 Boul.St-Martin Ouest, tendo sido sepultada emcripta no cemitério de Laval, situado ao 5505Ch. Bas St-François.

A família vem por este meio agradecera todas as pessoas que, de qualquer forma,se lhes associaram neste momento de dor.A todos o nosso obrigado pelo vosso con-forto. Bem Hajam.

Antonio RodriguesConseiller aux familles10 300, boul. Pie-IXMontréal (Québec) H1H 3Z1Général : 514 727-2847 / 1 888 727-2847Télécopieur: 514 322-2252Ligne directe : 514 727-2828 - poste [email protected] P

Carlos VeigaNova voz no panorama musical quebequense

LUSOPRESSE – Carlos Veiga, um au-tor compositor de origem portuguesa, que hálongos anos trabalha na cena musical francó-fona do Quebeque, acaba de lançar o seu pri-meiro disco.

Foi no passado dia 21, no Bistro à Jojo,que o artista apresentou o seu primeiro álbum«Paroles». Embora este seja o seu primeirotrabalho discográfico, há já mais de 17 anosque Carlos Veiga trabalha no mundo da música,dos quais uma boa parte como animador das

noites musicais do “Jam Night” do Bistro àJojo, na rua St-Denis, em Montreal, onde tempartilhado o palco com uma plêiade de artistasde renome como Éric Lapointe, Stéphanie Bé-dard, Sébastien Plante, Élizabeth Blouin-Brathwaite, Paul Deslauriers, Ricky St-Laurent,Steve Hill, Garou, Martin Deschamps, Lauren-ce Jalbert, Bob Walsh, Guy Bélanger, Jean Mil-laire, Nick Payne, Breen Leboeuf, Gardy Furye muitos outros.

Foi esta sólida presença ao lado de grandesnomes da canção quebequense que lhe deram

a coragem para se lançar para a frente com esteálbum que promete ser a aurora de um novodestino.

Numa entrevista que deu no mês passadoà Radio Centre-Ville, em Português, Carlos Vei-ga declarou que foi o nascimento da sua filhaque o levou a tomar esta decisão. «Eu sabia quetinha a voz e o talento para avançar mas nuncatinha tempo. Quando soube que ia ser papa,decidi-me a lançar-me.»

Neste seu primeiro disco, Carlos Veigainspirou-se de temas da sua vida pessoal, parti-lhando com o ouvinte a suas histórias de amore de deceção. A maioria das composições foiescrita pelo Carlos Veiga com outros colabora-dores. A canção que dá título ao álbum «Paro-les» é da sua inteira autoria.Fazem parte deste álbum os seguintes títulos:1. Paroles (paroles: Carlos Veiga, musique:Carlos Veiga)2. Bistro (paroles: Carlos Veiga et SébastienPlante, musique: Bruce Cameron)3. Sais-tu toi (paroles: Carlos Veiga et LéaLaliberté, musique: Léa Laliberté)4. Melodia (paroles: Florence K, musique:Antony Rozankovic)5. L’heure est venue (paroles: Carlos Veiga etSébastien Plante, musique: Sébastien Planteet Bruce Cameron)6. Espérer (paroles et musique: YanickBoivin)7. Trop souvent (paroles: Carlos Veiga etChristian Bourque, musique: Christian Bour-que)8. Salut mes frères (paroles: Bruce Cameron,musique: Ken Picard)9. Je vivrai sur tes pleurs (paroles: Roger Ta-bra, musique: Carlos Veiga et Bruce Came-ron)10. Je vivrai sur tes pleurs (deuxième partie)11. Bistro (version étendue).

Carlos Veiga.

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Luís de Moura Sobral

- Partilha saberes sobre a arte, a azulejaria e a cultura lusitana• Por Raquel CUNHA

Luís de Moura Sobral é professor cate-drático do Departamento de História da Artee Estudos Cinematográficos da Universidadede Montreal e, ao mesmo tempo, regente daCátedra de Cultura Portuguesa no âmbito dasArtes Visuais e História da Arte da mesmaUniversidade.

Para quem não sabe, uma Cátedra é umgrupo de estudos e investigação, normalmentesubsidiado por agentes externos à academia,neste caso conta com o apoio do InstitutoCamões. Foi o próprio professor, dedicadoao estudo das artes lusitanas, quem sentiu anecessidade de criação de tal grupo. Deixar umlegado, dar continuidade e incentivar os estudosna área são os seus reais objetivos.

Neste sentido, realizou-se na passada se-mana (16 a 18 de outubro) um Colóquio Inter-nacional sobre a Presença da Cultura Lusófonanas épocas Pré Moderna, Moderna e Contem-porânea, que teve lugar na Universidade deMontreal e em que participaram ilustres nomesdo ramo. Foi ainda projetado o filme «Azule-jos. Uma utopia cerâmica» da autoria e realiza-ção do próprio professor. O LusoPresse quissaber mais e por isso conversou com o simpáti-co professor Luís de Moura Sobral. Fica aquio resumo da conversa.

O documentárioCom a ajuda de dois cineastas luso-des-

cendentes, Andrew Lima e Robert Reis, Luísde Moura Sobral, quis criar uma obra que refle-tisse a arte da azulejaria portuguesa, mas queao mesmo tempo sobrevivesse enquanto nar-ração cinematográfica isolada. Por isso, comduas semanas de filmagem em Portugal e umano Brasil, o filme acompanha o professor,numa viagem refletida sobre esta arte tão portu-guesa. Parte de Montreal, dos Bancos da Ave-nida Saint-Laurent; segue para Portugal, pas-sando pelo Metro de Lisboa, pelo Museu Naci-onal do Azulejo, pelo Palácio de Sintra e outroslocais com obras-primas do séc. XVIII; paraterminar, no Brasil, onde existe uma grandeherança de azulejos portugueses. A questão departida e aquela que conduzirá toda a narrativa,consiste no porquê da decoração cerâmica ter

tido em Portugal uma importância tão grande,que não teve em outros países europeus.

Ou seja, os portugueses usaram os azule-jos como decoração, numa quantidade e qualida-de como nenhum outro país, acreditando quea cerâmica pudesse atingir o mesmo nível artís-tico que a pintura em tela.

Utopia por quê? Porque consideraram quepoderia ser a forma sublime e exclusiva de deco-ração total. Tal fenómeno, aconteceu duranteo séc. XVIII, e por um período de tempo muitocurto (menos de 50 anos), mas dos quais sãooriundos a maioria dos painéis ilustrativos. Oazulejo cai em desuso enquanto manifestaçãoartística, para ressurgir apenas nos anos 90 emLisboa, com os painéis no Metro de Lisboa. Apartir daí, o azulejo enquanto base artística ga-nha um novo fôlego, que se tem mantido maisou menos vivo nesta época contemporânea.

Contudo, ainda hoje não se sabe o porquêde tal fenómeno, apenas se encontram explica-ções ligadas a questões utilitárias, e considera-se sobretudo uma questão de gosto. Mas comose explica o gosto?

O colóquioFoi o objetivo do colóquio refletir sobre

a presença da Cultura Lusófona nas épocas prémoderna, moderna e contemporânea. Os trêsdias de programa, abordaram as mais diversasáreas, desde a Literatura ao Urbanismo, passan-do pela História e pela História da Arte. Comconvidados oriundos de Portugal, Espanha,Brasil, e Cabo Verde, o congresso contou comvários especialistas de renome.

De referir ainda que o que se procura é a-brir o diálogo, trazendo uma comunidade inter-nacional de especialistas sobre a Cultura Lusita-

na, e colocando Montreal no mapa como pon-to de encontro de partilha de saberes, para osestudiosos do tema.

Este é já o segundo colóquio organizadopela Cátedra, e cujo resultado foi um sucesso,já que houve um verdadeiro intercâmbio entreacadémicos dos mais diversos lugares, temas eidades. Sendo essa a meta pretendida, Luís deMoura Sobral projeta a continuação do bomtrabalho que a Cátedra tem feito.

Nota: O LusoPresse informa que o filme«Azulejos. Uma Utopia Cerâmica» se estreoua 24 de março deste ano no Festival Internacio-nal de Cinema sobre Arte da FIFA, foi premi-ado em Lisboa, pela SOS Azulejo, e será apre-sentado na próxima semana em Toronto. Nofim de novembro passará em Lisboa, no Mu-seu Nacional do Azulejo, no Porto, na Faculda-de de Belas Artes e em Coimbra, no MuseuMachado de Castro.

A equipa organizadora do colóquio. Foto LusoPresse.

L P

O colóquio, como se vê, teve boa aderência do público. Foto LusoPresse.

Emigrantes açorianos“Os verdadeiros embaixadores”

O Secretário Regional do Turismo eTransportes afirmou, em Ponta Delgada, quenão há “ninguém melhor” do que os emigran-tes açorianos para serem os “verdadeiros em-baixadores” do Destino Açores.

Vítor Fraga, que falava segunda-feira à noi-te no jantar do 18.º Encontro Internacionalde Turismo, uma iniciativa do jornal O Emi-grante/Mundo Português, referiu-se aos emi-grantes açorianos, mas também a todos ospresentes nesta reunião, que têm a oportunida-de de contactar de forma direta com o DestinoAçores, considerando que “terão essa vontadee se sentirão estimulados por tudo aquilo” queo arquipélago tem para oferecer.

Numa referência específica à estratégia dedesenvolvimento da promoção do DestinoAçores junto das comunidades emigrantes edos mercados naturais dos EUA e do Canadá,Vítor Fraga revelou que o novo sistema tarifá-rio será colocado nos canais de distribuição daSATA já a 28 de outubro.

Este novo sistema tarifário, recentementeanunciado pelo Presidente do Governo Regio-nal, “irá possibilitar reduções nas tarifas atuaisentre 16% e 57%”, passando os Açores a “terpreços muito competitivos para que, quem nosquiser visitar, possa cá vir”.

Nesta estratégia de desenvolvimento paraa América do Norte será aumentada a acessibi-lidade através do incremento do número devoos, que chegarão a ser diários para Boston

Cont. Pág. 14, Emigrantes...

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EDITORIAL...Cont. da pág 1

CARLOS QUEIROZ...Cont. da pág 8

ses e pus em causa conceitos e métodos e comisso desafiou pessoas, as suas posições, as suascomodidades, as suas relações. Como me diziaEriksson, não é impune que na vida se usa trêspalavras: sim, talvez e não. Não é impune que,depois, se queira viver com tranquilidade e aindiferença das pessoas que desafiamos quandodizemos não.

R – Não estranha, então?CQ – Não estranho nem me perturba por-

que valeu a pena. E tanto que valeu a pena tertido a ousadia de pensar e de dizer e a coragemde fazer que os resultados deixaram à evidênciao que foram as transformações, as evoluções,progressos significativos que aconteceram naFPF, nos clubes, nos jogadores e nalguns trei-nadores. Mas isso é o que eu penso sobre mime aquilo que valeu a pena fazer.

R – Não é esse o pensamento de muitagente…

CQ – Há outras pessoas que não têm amesma opinião, principalmente aquelas queforam desalojadas das suas comodidades e posi-ções. Mas todas elas têm o meu respeito e a-tenção. É normal que tenham reagido.

R – Qual foi o seu “pecado”?CQ – Diziam muitas vezes que era preciso

mudar as mentalidades. Assim fiz. E nessas

de alguns municípios quebequenses (e não dosmenores), o que deveria deveras inquietar oseleitores, mas particularmente os que, de anopara ano, têm vindo a ver os impostos camará-rios aumentar desmesuradamente, muito paraalém das taxas de inflação, apesar de tudo isto,se acreditarmos nas últimas sondagens vindasa público, o nível de participação nestas eleiçõespouco mais significativo vai ser que nos escru-tínios precedentes, ou seja entre 40 e 50 por-cento dos cidadãos com direito a voto.

Como explicar esta indiferença do eleitora-do vis-à-vis um órgão político e administrativode primeira instância e do qual depende, quaseem linha direta, o bem-estar físico das popula-ções, visto que é na municipalidade que se resol-vem as questões imediatas de primeira necessi-dade, como o fornecimento da água, o evacua-mento dos esgotos, o alcatroar das ruas, a pa-vimentação dos passeios, o embelezamentode parques e jardins, a construção de centroscomunitários culturais e bibliotecas, assim co-mo a circulação urbana e os estacionamentosque tanto nos podem facilitar a vida como no-la complicar.

Esta indiferença situa-se a vários níveis.Primeiro, o absentismo desmesurado dos jo-vens eleitores que alguns põem na conta docomodismo e do desinteresse pela res publica,tanto mais que poucos são os proprietáriosque se encontram nesta fatia etária e a quem acoisa dói. Outros põem a indiferença na contado cinismo ambiente. «Quem quer que se can-didate é para se servir não para servir», dizem.Ainda os há que se queixam da falta de escolha.«Bonnet blanc, blanc bonnet». Esta últimaasserção não deixa de ter um certo fundamento.Quando não se sabe por quem votar, vota-secom os pés, ficando em casa.

No caso de Montreal a escolha é deverasconfrangedora. Todos os candidatos se anun-ciam como cheios de boas intenções, portado-res de soluções miraculosas que não conven-cem. Mas nenhum com um projeto deverasaliciante, um único projeto que fosse, que pu-desse resolver alguns dos inúmeros desafioscom que se debatem os montrealenses diaria-mente. A título de exemplo, os engarrafamen-tos monstros e endémicos de que sofre Mon-treal. Todos dizem que vão criar melhores mei-os de transporte, vias reservadas para os auto-carros ou, até, linha de carros elétricos, comonos tempos antigos. Mas tudo soluções a lon-go prazo e dispendiosas quando a resoluçãodo problema é mais que urgente. E nenhumainda se lembrou de aplicar aqui, uma soluçãosimples e pouco dispendiosa que iria poupartempo e dinheiro não só à câmara como aosutentes e que já fez as suas provas por toda aEuropa. Referimo-nos às rotundas rodoviáriasque fazem com que o trânsito seja fluído, quese evitem as despesas com semáforos e sinaisde stop (onde o espaço o permita, claro), fazen-do assim que não se desperdice gasolina a parara todas as esquinas e aumentando a poluição eo smog que, já está provado, é cancerígeno,sem falar do estado de tensão permanente dosautomobilistas e mesmo dos peões. Mas não.Fazem-se cruzamentos em forma de espargue-te, como a junção da Pine com a Parc, ou umemaranhado de pontes e viadutos como a cir-cular de Rockland sobre a Metropolitaine. Paraquê fazer simples quando se pode fazer com-plicado!

Já ouvimos argumentar que os condutoresnorte-americanos não estão preparados para

as rotundas, que um tal sistema criaria muitaconfusão e acidentes. Ora quando sabemosque na Europa a maior parte do parque auto-móvel tem transmissão manual, o que exigeao automobilista não só atenção ao trânsitocomo às mudanças, e que todos se adaptaram,como é que por aqui, com a grande maioriados carros equipados de transmissões automá-ticas, os condutores e condutoras não se adap-tariam? Serão por acaso os ases do volante decá menos exímios que os seus congéneres dooutro lado do Atlântico?

O problema não está nos automobilistas,está nos líderes políticos e nos arquitetos eengenheiros urbanos não estão para fazerfrente nem à educação dos condutores nem àscausas reais dos engarrafamentos. E, quandoestão, fazem-no erradamente. Estamos a lem-brarmo-nos de dois casos concretos. Uma ro-tunda, em Montreal, encravada, a dois passosa norte da 40, entre a 15 e a linha de caminho-de-ferro de Deux-Montagnes, que tem, à en-trada de cada acesso, um painel a dar prioridadea quem entra na rotunda em vez de a dar aquem já lá circula. Como diria o alentejano, is-to é obra de engenheiro! Um outro, fora deMontreal, para os lados de Saint-Jean-sur-le-Richelieu, uma rotunda bem desenhada, comprioridade para quem circula nela e tudo, mascom um maciço arquitetónico e floral impo-nente no centro que impede a vista de quemnela circula. Isto só prova que os engenheirosrodoviários destas bandas ou nunca viajaramna Europa ou não percebem patavina de rodo-via.

Este é apenas um dos aspetos da má go-vernação ou da falta de imaginação dos líderespolíticos. E dizer que já houve tempo em queum candidato a «maire» de Montreal foi eleitocom a promessa de criar uma ilha artificial nomeio do rio São Lourenço. Isto num país ondenão faltam ilhas nem lagos. E que foi eleito ecriou a ilha. É a ilha de Santa Helena, onde foifeita a Exposição Universal de Montreal de1968. Chamava-se Jean Drapeau. Só que naque-la época a juventude gritava «l’imagination aupouvoir»! E a juventude tinha a força do futuropelo seu lado.

circunstâncias, rapidamente se conclui quequando não é possível mudar as mentalidades,temos de mudar as pessoas. Não há alternativa,pois se não for assim não há progresso. Aomudar tudo isso, criei anticorpos e não apenasao nível do dirigismo desportivo.

R – Onde mais?CQ – Aqueles que veiculavam a mensagem

desportiva a nível da informação. Houve pes-soas que se sentiram incomodadas com umanova ideia pois não ia ao encontro dos padrõesestabelecidos.

R – Está a falar de quem, de jornalistas?CQ – Sim, de alguma imprensa também.

Há líderes que conheci e conheço que viajamao sabor dos ventos e cair das folhas. Há outrosque lideram verdadeiramente. Quando se optapor esta forma de estar, esses incómodos sãonaturais. Percebo-os perfeitamente e não te-nho ressentimentos.

R – Nem mesmo com Amândio Carva-lho?

CQ – Não porque percebo perfeitamenteas circunstâncias dessas pessoas. Só que numadeterminada circunstância eu era o líder e tinhade tomar posições. Hoje, que estou longe doprocesso, essas pessoas são-me completamen-te indiferentes. Respeito-as pela sua existência,por aquilo que foram, por aquilo que são, masnão me dizem absolutamente nada. Não lhesguardo rancor. Como líder fiz o que achavaque devia fazer.

R – Saiu então por cima, é isso?CQ – Já levo mais de 32 anos de treino.

Sabem de onde vim e onde comecei. Não é fá-cil mantermo-nos num nível de treino e deresponsabilidades como reflete a minha car-reira: Manchester United, Real Madrid, Spor-ting e 4 ou 5 seleções. Nunca fui pessoa de mepropagandear, mas não há muitos treinadoresque dirigiram duas vezes a seleção do Mundo.Só que eu não telefono aos jornalistas que co-nheço a dizer isso. Não é o meu estilo, o quenão quer dizer que não respeito quem o faça.Hoje até há assessores que fabricam imagens…

R – Sente orgulho na sua carreira?CQ – Manter-me durante 32 anos no top

do futebol mundial não foi uma coisa fácil. Fi-lo à custa da credibilidade do meu trabalhojunto dos treinadores e dos jogadores que têmsido os meus agentes em quase todos os con-tactos e oportunidades que tive na minha vida.Não trabalho nem trabalhei com agentes apromoverem-me e a venderem-me. Sinto todoo orgulho de ter escolhido uma forma de estarque é a minha. Eu não conhecia o José Augustonem o Alex Ferguson. Mas foi através da cre-dibilidade e os resultados do meu trabalho queconstruí as minhas amizades e com elas o car-tão de crédito para novas oportunidades. Repi-to: ser escolhido para dirigir por duas vezes aSeleção do Mundo não é a mesma coisa quevencer um concurso televisivo de SMS.

Não há muitos treinadores que dirigiramduas vezes a Seleção do Mundo. Só que eu nãotelefono aos jornalistas...

R – Diz valeu a pena fazer o que fez,mas teve de fugir para o Irão…

CQ – Não sei se tive de fugir ou se con-denei algumas pessoas a ficar.

R – Sente-se perseguido pelo futebol portu-guês?

CQ – Nunca direi isso. Recebi provas deamizade de muita gente do futebol português.Quando foi o meu caso na FPF, apresentei co-mo testemunhas abonatórias sir Alex Fergu-son, Jorge Nuno Pinto da Costa – nunca o es-quecerei – e Luís Filipe Vieira. Disponibiliza-ram-se para ser minhas testemunhas num con-

texto que não era muito fácil. Pela gratidão que devoaos presidentes que representam duas instituições co-mo o FC Porto e o Benfica e que abonaram a meu fa-vor, nunca poderei dizer que do futebol português nãotenho manifestações de apoio. Pelo contrário, maiorita-riamente tenho um apoio, estima e confiança que é paramim imaculada e que guardarei para toda a minha vida.

R – Mas nem todos abonam a seu favor...CQ – Há pessoas que ocuparam, num determina-

do momento, setores de decisão que não tiveram amesma opinião e sobretudo não a tiveram fundamen-tando-as em pressupostos inaceitáveis, infames, injus-tos e incorretos. Não querendo voltar nunca mais naminha vida àquilo que se passou – se o fizesse daria pa-ra 10 entrevistas destas, para um livro ao estilo do Car-losgate ou até para uma tese de doutoramento sobrecomo fazer cair Carlos Queiroz – não posso deixar derecordar como as coisas aconteceram e que voltar a fa-lar no assunto não é bom para mim nem para o futebolportuguês. Se calhar até é bom que nunca se saiba o querealmente se passou nesta história.

O treinador português que conduziu o Irão aoMundial abriu finalmente o livro depois de um longosilêncio após um processo “bárbaro”...

MINISTRO ED FAST..Cont. da pág 6

us produtos para um aglomerado de países cuja popula-ção atinge os 500 milhões de pessoas. «É o maior emais importante acordo comercial jamais conseguidopelo Canadá», diria o ministro.

Concretamente, o Quebeque beneficiará da «su-pressão dos direitos de impostos atualmente requeridospela União Europeia sobre toda a maquinaria e outrosequipamentos»; terá «um melhor acesso ao setor dosserviços profissionais»; beneficiará de «regras mais pre-visíveis para os seus investimentos»; e terá possibilida-des de novos mercados para os seus produtos agrícolase agroalimentares».

Ed Fast também se referiu às vantagens que todasas outras províncias encontrarão no Acordo que levouvárias anos a maturar. «De facto, é todo o país que be-neficiará».

Depois da sua ligeira mas eficaz apresentação, oministro pôs-se à disposição dos Média presentes. A-qui, sobressaiu a intervenção do representante romeno,que não deixou de fazer saber ao ministro as preocupa-ções da sua comunidade em relação ao comportamentodo seu governo. Ed Fast tentou, sem conseguir? con-vencer o jornalista romeno de que o tempo arranjará as

nos meses de julho e agosto, enquanto para Torontochegarão a seis ligações semanais.

Na época baixa, existirão, no mínimo, trêsvoos semanais para Boston e dois para Toronto.

Para Vítor Fraga, pretende-se “incrementar aacessibilidade”, de forma a “captar mais fluxos turísticospara a Região”, mas também permitindo que as comuni-dades emigrantes tenham condições de visitar os A-çores “com maior regularidade e maior assiduidade”.

Na sua intervenção, o Secretário Regional sali-entou ainda que esta nova estratégia possibilita tambéma realização de viagens por curtos períodos de tempo,já que a oferta de acessibilidade disponibilizada no mer-cado “permite, a quem quiser, fazer short-breaks nosAçores”.

Os Açores, frisou Vítor Fraga, são “a porta daEuropa”, defendendo que é desta forma que o DestinoAçores se tem que apresentar “perante o continenteamericano”.

“Qualquer norte-americano que queira visitara Europa, tem uma boa forma de o fazer: basta vir aosAçores”, afirmou o Secretário Regional do Turismo eTransportes.

EMIGRANTES..Cont. da pág 13

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Impacto nas eliminatórias…• Por Norberto AGUIAR

Depois de um princípio de épocamuito positivo, que se prolongou até ao mêsde agosto, quando chegou mesmo a liderar aZona Este do campeonato da Major LeagueSoccer, onde está integrado, o Impacto come-çou a fraquejar de tal maneira que foi precisoesperar – sem jogar – pelo último encontro datemporada regular, Nova Iorque Red Bull –Chicago Fire, para saber que estava qualificadopara a fase seguinte. A vitória dos nova-iorqui-nos (5-2) sobre a formação da Cidade dos Ven-tos foi decisiva, pois uma vitória ou empatedo Chicago Fire arredava de forma definitivaos montrealenses dos play-offs...

Desta forma, o Impacto, que conquistou49 pontos, os mesmos do Chicago, e que ob-teve 14 vitórias, também aqui houve empate,só passa à fase seguinte porque conseguiu mar-car mais três escassos golos (50 contra 47) queo seu adversário. E é com esse escasso pecúlioque o Impacto de Montreal passa à fase seguin-te, fazendo história na sua curtíssima carreira– dois anos – na MLS ao aceder à competiçãode fecho de temporada.

Primeiro campeãoPara que os nossos leitores possam perce-

ber a mecânica desta liga, que já é uma das me-lhores do Mundo, como se pode comprovarpela média das suas assistências aos jogos, arondar os vinte mil espetadores por partida,quase o dobro do que acontece, por exemplo,em Portugal, avançaremos sucintamente coma sua estrutura, baseada em duas zonas, Este eOeste, com aquela a ter 10 equipas, enquantoesta tem nove. No fim das 34 jornadas docampeonato regular, onde as equipas da mesmazona disputam mais jogos entre si, há o cam-peão da Supporters Shield, numa homenagemda MLS a todos os seus apaniguados. O vence-dor desta taça, por ter acabado com mais pon-tos entre as 19 equipas, fica automaticamenteapurado para a Liga dos Campeões da CON-CACAF. Este ano, o grande vencedor é o No-va Iorque Red Bull, com 59 pontos, mais umdo que o Sporting Kansas City (58), mais doisdo que o Timbers de Portland (57) e mais trêsdo que o Real Salt Lake (56). Em 17 anos deatividade futebolística no interior da MLS, queajudou a fundar em 1996 mais nove equipas,esta é a primeira vez que o clube de Nova Iorqueganha este campeonato! Mais. Esta é a únicacompetição que o Nova Iorque Red Bull ganhaem toda a sua história, enquanto todas as ou-tras equipas americanas já têm um qualquertroféu no seu bornal. O Red Bull substitui as-

sim o San Jose Earthquakes como campeãoda Taça Supporters Shield. San Jose que, esteano, nem sequer conseguiu o apuramento paraa fase eliminatória, ao quedar-se na sexta posi-ção da Zona Oeste, com os mesmos pontosdo Colorado Rapids, mas com menos setegolos marcados. De notar, de resto, o grandeequilíbrio entre as equipas desta liga, como sepode ver pela classificação zonal e final. En-quanto o campeão Nova Iorque Red Bull ame-alhou 59 pontos, o último dos 10 clubes apu-rados, por acaso o Impacto, conseguiu 49 pon-tos. Poucas ligas no mundo conseguem tereste equilíbrio...

Taça da MLSÉ bom terminar o Campeonato da MLS

em primeiro lugar. Porque o vencedor ganha aTaça Supporters Shield e porque dá acesso di-reto à Liga dos Campeões da CONCACAF,com possibilidades, ganhando-a, de disputaro Campeonato Mundial de Clubes. Mas nadacomo ganhar a Taça MLS, só possível parauma das 10 equipas – cinco de cada zona – quese apuram para as eliminatórias de fim de épo-ca. E é nessa condição que há possibilidadesde um quinto lugar obtido na fase regular deuma das zonas possa, depois, dar direito a ga-nhar a tão almejada Taça MLS. Foi assim aindaem 2012, já para não falar em anos anteriores,quando o Los Angeles La Galaxy, que termina-ria fora da liderança, já aqui dita que foi conse-guida pelo San Jose Earthquakes, a venceu.

Dito isto, nesta fase que se iniciou ontem,com o jogo Seattle Sounders – Colorado Ra-pids e continua hoje com o embate Dynamode Houston – Impacto, qualquer das 10 forma-ções em liça pode chegar ao título, mercê doequilíbrio que se verifica entre todos os conten-dores.

Para melhor compreensão dos nossos lei-tores desportistas, aqui deixamos o acasala-mento das equipas que estão incluídas nestafase final da MLS.

AcasalamentosAcima já deixámos os embates da pre-eli-

minatória de cada zona. Refira-se que aquelesembates são disputados num só jogo, em casada formação que ficou melhor posicionada natabela classificativa. Assim sendo, o Impactosó passará à meia-final (agora a duas mãos) dasua série caso vença o jogo de hoje em Hous-ton, no Texas. Se conseguir a vitória, os mon-trealenses têm o destino marcado para domin-go, às 15h30, no Estádio Saputo, quando de-frontarão o Red Bull.

Vejamos os restantes confrontos:

Zona EsteDia 2 de novembro• Revolution Nova Inglaterra – Sporting Kan-sas CityDia 3 de novembro• Dynamo/Impacto – Nova Iorque Red BullZona OesteDia 2 de novembro• Seattle Sounders/Colorado Rapids – Timbersde PortlandDia 3 de novembro• Los Angeles La Galaxy – Real Salt Lake

Depois desta ronda zonal das meias-finais,a duas mãos, defrontar-se-ão os dois vencedo-res em final da respetiva zona. Assim, haverá ocampeão da Zona Este e o da Zona Oeste. Es-cusado será dizer que, depois, os dois campeõesse defrontam para o grande título final: a Taçada MLS!

Últimos jogos do ImpactoNeste período que mediou a saída do nosso

jornal, o Impacto disputou três desafios. Oprimeiro foi na Califórnia, contra o La Galaxy(derrota por 0-1); o segundo foi no EstádioSaputo, quando ganhou (2-1) ao União de Fila-délfia e o terceiro, no passado sábado, em To-ronto, diante da formação local, quando perdeupor 1-0. Esta última derrota diante dos rivaistorontenses quase custou a passagem à faseseguinte da equipa quebequense.

Prémios individuaisO melhor marcador da prova, por isso

com direito a troféu, é Camilo Sanvezzo, doWhitecaps de Vancouver, com 22 golos marca-dos. Di Vaio (20) copiou a sua equipa e depoisde liderar esta tabela deixou-se ultrapassar nofinal pelo jovem brasileiro e por Mike Magee(21) do Chicago Fire. Diego Valeri, argentinodo Timbers de Portland ficou na frente como

o homem do último passe, com 13 assistênciasdecisivas.

Já Landon Donavan (La Galaxy), omelhor jogador americano de todos os tempose o mais completo de toda a MLS, apesar deter começado a época mais tarde, assistiu osseus colegas com 9 passes decisivos e marcou10 golos. Este pecúlio fez com que Donavanigualasse o recorde de golos de toda a históriada MLS com 134 golos, os mesmos de JeffCunnigam, já retirado.

Até final da época, a 7 de dezembro, ou-tros prémios serão atribuídos, como o do joga-dor mais valioso da época.

Landon Donavan - O médio que bate recordes.

Recitalde Violoncelo e Piano

O Consulado-Geral de Portugal emMontreal informa que no âmbito do pla-no de atividades culturais para o ano de2013, em colaboração com a Embaixadade Portugal em Otava e com o patrocíniodo Camões, I.P., vai promover um concer-to do duo Fernando Costa, Violoncelo, eLuís Costa, Piano, que terá lugar quarta-feira, dia 27 de novembro de 2013, pelas20h00, na Chapelle historique du Bon-Pasteur (100, rue Sherbrooke Est, Mon-treal).

A entrada é livre, devendo os interes-sados adquirir o seu bilhete de ingresso nabilheteira da Chapelle historique du Bon-Pasteur, a partir do dia 20 de novembro de2013.

Informação detalhada sobre a carreiraartística de Fernando Costa e Luís Costa,encontra-se disponível em http://www.dacapo.pt/seccao-Talenti&-Gemeos-Luis-e-Fernando-Costa.

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