O GATO QUE ENCONTROU SEU LUGAR NO UNIVERSO

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28 Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.

Atos 17.28

Os homens sempre buscaram desde os tempos imemoriais tanto o sentido da vida, como dar sentido a vida. Um antigo hino cantava:

Por que nasci?Para que vou viver?Se eu morrer, para que vou morrer?Qual a resposta, eu perguntoQual a resposta para mim?

D'onde eu vim?Por que estou aqui?E o futuro, como será pra mim?Qual a resposta, eu perguntoQual a resposta para mim?

Os germanos da antiguidade eram encantados com as batalhas e seus cânticos retratados no Eda não imaginavam melhor destino que o de cair tombando num campo de guerra após arrancar pelo menos algumas cabeças, onde o propósito de existência era se tornar o mais temível guerreiro que o mundo poderia contemplar. Como a tribo de Esparta que sujeitava suas crianças a um duro treinamento com o propósito de torná-los poderosos guerreiros, o que o poderoso exército persa pode verificar bem de perto, ao perder enorme contingente lutando contra um pequeno grupo de soldados extraordinários. Esparta foi para a Pérsia aquilo que os germanos, principalmente os gauleses, se tornariam um dia para Roma, uma praga. A Gália enfrentou tantas vezes os romanos que ainda hoje os nórdicos de quem descendem estão imortalizados nos desenhos de Asterix e Obelix do celebre desenhista francês. A motivação das moças asiáticas de muitos feudos, clãs, famílias e fátrias da antiguidade era o sonho do casamento. Como na Índia e no Oriente os casamentos arranjados eram uma constante cultural, algo que era festejado, ritualizado. A vida da jovem, seu futuro dependeria muitas vezes do desconhecido, já que não conhecia de antemão com quem iria se casar. Apesar a expectativa era o que dava sentido as suas vidas, ser esposa e futuramente mãe, o que guardava seus anseios,

dirigindo suas expectativas. Os vestidos de casamento eram decorados, as conversas se voltavam para os preparativos, os bens, os dotes, a grande festa, era um dos propósitos de vida de muitas mulheres. Os gregos idealizaram a imortalidade na lembrança de seus feitos. O heroísmo era cultivado e ensinado e parte do que motivou o mundo grego de então era a conquista de um nome que fosse lembrado por muitas gerações, como em Ilíada de Homero. Os deuses que protagonizavam histórias bem humanas queriam do mesmo modo serem lembrados. Todo o universo mágico da religião egípcia voltava seus objetivos para um mundo do além. Assim como os antigos chineses, compreendiam a necessidade de preparativos monumentais dos chefes das grandes dinastias para que a eles fosse concedida importante posição no mundo do além. O livro dos mortos imaginava batalhas tremendas de parte das ‘’9 almas’” dos que teriam que enfrentar grandes provas que os tornaria dignos de serem um dia uma estrela nas constelações conhecidas. As pirâmides são túmulos gigantescos repletos de fórmulas mágicas e objetos que traduziam um propósito de transcender a vida, onde a morte ocupava e dominava as artes, a religião e grande parte da cultura dos povos antigos. Os egípcios viviam na média 36 anos. Morriam cedo devido a nutrição deficitária, aos limites de medicina e de higiene de sua civilização. Cada civilização teve seus valores, seus sonhos, seus objetivos de vida moldados pelos seus mitos, religiosidade e padrões culturais. A perfeição estética é herança nipônica, as artes japonesas são sempre essencialmente contemplativas, cada gesto, cada ato de determinados cerimoniais é revestido de significados, se refletindo na estética das poesias, no modo como uma princesa deveria se vestir, caminhar ou realizar uma mesura, e a busca por uma vida com sentido significava a busca da perfeição expressa nas artes, na musica, na escrita e na disciplina. Até hoje as sociedades coreana, chinesa e japonesa guardam condutas disciplinadas conduzindo as festividades, os encontros, a culinária e até a arrumação do interior de uma residência, o fen shui por exemplo é uma arte de harmonizar os objetos, padrões e cores de um ambiente, o que reflete a busca asiática pela perfeição no agir, em pensar e ser. O sentido da vida para milhares estava em aperfeiçoar as artes de talentos aprendidos até que ele alcançassem a perfeição. Cada sociedade se moldou por seus arquétipos, agindo em busca de conciliar as condições e limitações com ideais culturais. A maioria das pessoas da terra viveu sem questionar-se demasiadamente sobre o significado da vida. Apenas viveu da melhor forma que conseguiu dentro das condições, recursos e limitações que lhe foram concedidas. Ou retiradas. Aceitou os desígnios do destino, abraçou seus talentos, lutou para vencer

seus limites, amou, chorou e correu atrás de suas ambições pessoais, ou por amor sacrificou-se pelo bem dos parentes, dos amigos e até em nome de sua nação. Mais se posicionaram do que questionaram. O ideal de vida para um esquimó possui inúmeros pressupostos fruto do gelo, do frio, da necessidade comunitária essencial para a sobrevivência e um agrupamento de leis simplificado, tão simplificado que suas questões jurídicas eram decidas pelo ritual do tambor, onde os litigantes cantavam suas reclamações e dançavam diante do conselho dramatizando o acontecido na tentativa de ganhar a causa pela melhor dramatização. Quase uma referencia ao sistema anglo-saxão e sua jurisprudência moderna, onde os advogados apelam com todos os recursos dramáticos possíveis a simpatia do grupo de jurados. Alexandre, o Grande. em seus últimos anos, ainda que de modo precoce, sofria de profunda depressão. Os historiadores contemporâneos escreviam que, ao ficar bêbado, choramingava que a vida perdera o sentido, porque todas as terras a serem conquistadas ele já tinha conquistado. Por quase 10 anos ele ficou a frente de um exército numeroso indo cada vez mais distante, adoecido pelo desejo de conquista, chegando até o interior da Índia. Seus soldados se rebelaram quando após a conquista de vários reinos locais ele ainda os incitava a prosseguir, quando o que mais desejavam em naquele momento era rever seus filhos, esposas e famílias que haviam deixado há muitos anos para trás. O choque da perda do apoio de seus generais o colocou contra a parede de sua loucura, do seu exagero. Hitler gritava a noite em pesadelos contínuos em fruto de seu histérico desejo de conquistas em busca de um terceiro Reich que jamais haveria de chegar, do mesmo modo Stalin, que em seus delírios ansiava manter o poder a tal modo que matou a todos os antigos colaboradores, amigos, estadistas, generais e até parentes. O medo de ser assassinado e o desejo de se manter no poder conduziram ao massacre de milhões de pessoas. Ninguém o socorre quando em seu escritório é tomado de um enfarte aos cinquenta e poucos anos de vida. Sua ambição sem sentido, o desgraçou, assim como desgraçou a milhões de indivíduos. Em busca de um sentido para existência Nietsche ergueu sua voz contra toda a esfera do Cristianismo, odiando a doutrina de Cristo de tal modo que no final de seu ensaio “O Anticristo” ele enseja uma lei que pudesse banir o evangelho e o cristianismo da terra na qual em seu sexto artigo escreve:

“Artigo 6.o

É preciso chamar a história «sagrada» com o nome que ela merece, isto é, história maldita. Usar-se-ão as palavras «Deus», «Salvador», «Redentor», «Santo», como alcunhas, como marcas dos criminosos.

Para Nietsche era necessário negar ao evangelho e a doutrina de Cristo de modo completo e absoluto, porque o sentido da existência era viver de acordo com a natureza humana e suas idiossincrasias, seus desejos, paixões, vontade egoísta, a compaixão lhe era tido como fraqueza e por isso ansiava que o sentido verdadeiro fosse a dos deuses nórdicos, Thor, Odin, os antigos deuses germânicos que convidavam aos homens a viverem sem razão, pela força, pelo martelo e para a guerra. Então enlouquece.

"Nietzsche pede constantemente ajuda contra terrores noturnos. Nunca sabe onde se encontra. Chama à atenção o fato de que, embora tenha vivido durante muito tempo na Itália, erre com freqüência ao falar o idioma italiano". “É comum vê-Io rabiscar garatujas com lápis vermelho ou azul, quando não está ensaiando cartas incompreensíveis para amigos, príncipes e reis ou chamando o guarda da clínica de Bismarck.”

Após intensa e continua luta de negar valores espirituais elencados de modo amoroso e pragmático por Cristo, o filosofo destruiu sua mente.

Uma menina nascida sobre o signo do tigre, ou do macaco, no interior de uma vila qualquer no interior do japão feudal, fazendo com graciosidade a cerimônia do chá, imersa numa religião xintoísta, onde a deusa da agricultura manifestava-se em forma de raposa, foi muito mais feliz do que o filósofo, ainda que jamais tenha especulado sobre o que significa viver ou existir.

Porque, independente das tradições culturais e dos símbolos que compõe o universo das relações humanas, o transcendente não pode ser desprezado. O espiritual não pode ser suprimido, negado, esquecido. Ou relegado a ficção.

No cerne das coisas que existem, uma das maiores revelações divinas, a mais intrigante e espiritual das proposições sobre a existência humana foi tirada de uma peça de teatro da Grécia antiga, citação da obra “Cretica”, do poeta Epimênides e da poesia de Arato (Aratus Phaenomena):

28 Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos (Epimênides); como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração (Aratos).

De Zeus começa; jamais deixemosDe amar seu nome. Com ele, Zeus, estão cheios

Todos os caminhos que palmilhamos, e todos os negócios dos homens;

Enche “ele” também o mar, todo o ribeiro e baía;E todos, em tudo, precisamos da ajuda de Zeus,

Pois também somos sua geração (Fenômenos, 1-5)

Essa presença divina inunda a terra e as relações humanas. Quando o homem nega essa herança, essa dimensão na qual ele vive, se move, onde ele canta, dorme, ri, chora e perece, ele vive sem sentido algum. Ele não encontra seu lugar no universo. Quando luta contra sua consciência, seu espírito e as dimensões mais profundas se sua pessoa, rejeitando-a, encontra os ‘cordões prateados que o amarram a existência’. Havia uma lenda sobre o fio da vida, que os chineses criam que amarrava a alma ao individuo, similar ao fio da vida que as tecelãs do destino grego cortavam quando terminava o tempo determinado para uma pessoa neste mundo. O amor a vida, ao próximo, a bondade, a benignidade, a graça, a compaixão e a misericórdia são poderes espirituais que unem nosso coração as leis divinas. E aos propósitos ocultos de Deus. A alegria da dádiva, do compartilhar, o regozijo diante da vida, a vontade de festejar rir e dançar, são herança dessa dimensão divina que nos envolve. Quando o espírito humano está em harmonia com as leis espirituais que emanam do Trono, que agem de acordo com a vontade de Cristo, leis que permeiam o cosmos segundo a intenção do Espírito de Deus, quando essa harmonia é alcançada, a plenitude da vida é manifesta.

E o verdadeiro sentido da existência é percebido no íntimo do coração.

O sentido da vida foi contemplado, previsto e promovido em toda sua plenitude por JESUS:

2 E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:3 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;4 Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;5 Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;

8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;10 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.12 Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.(Mt 5)

E toda pessoa que em algum momento da história viveu, dançou, chorou ou sorriu, lutou e amou, independente dos pressupostos culturais e dos objetivos propostos em sua história de vida, a essência dessas palavras, contemplou ao céu, como o gato da capa deste estudo, encontrando seu lugar no universo.

O resumo do sentido da história humana, da história de Fu Hao, Shin Min ah, Ashawarya, ou de nossa história é de uma vida que nos foi concedida como uma DÁDIVA, um dom, segundo a vontade do Deus que criou e que sustenta o universo.

“... porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.” (Apocalipse 4:11 RA)

Vidas concedidas com invulgar importância, jamais destituídas de valor ou dignidade, doadas por Ele para Ele, por causa dele, continuamente pertencentes a Ele.

“todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos;

O sentido da vida está conectado a Deus e a Cristo, inexoravelmente unidas a essas dimensões da eternidade. A manifestação de Cristo é a revelação de um grandioso mistério da Vida. E sem o qual a vida não fará qualquer sentido em lugar algum e em tempo algum.

e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.” (1 Coríntios 8:6 RA)

“15  Este [Jesus] é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 16  pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 17  Ele é antes de todas as coisas.  (Colossenses 1:15,16,17 RA)

Que você então o perceba, o encontre, o conheça. E estabelecendo um vínculo de amizade e fé, de confiança e gratidão, receba maiores revelações, de modo que seus olhos se fixem nas estrelas, assim, encantado.

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