Seminário identidade identificação 2014 UENF Mestrado Cognição Linguagem

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Seminário identidade identificação 2014 UENF Mestrado Cognição Linguagem. Com conceitos dos autores: Pierre Lévy, Bauman, Morín, Stuart Hall, Freud, entre outros. Grupo: Rafael Rivera,Ocinei Trindade, Dhienes Ferreira e Camila Peixoto

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Identidade e Identificação

Camila, Carlim, Dhienes, Ocinei e Rafael

Qual é o conceito mais geralque temos sobre identidade eidentificação?

Conjunto de caracteres próprios e exclusivos de umapessoa

A consciência que uma pessoa tem dela própria e quea torna em alguém diferente das outras

Ação ou efeito de identificar (de reconhecer algo ou alguém como sendo os próprios)

“A psicologia social entende que a identidade é uminstrumento para se pensar a articulação entre o psicológicoe o social em um indivíduo.” (COSTA, 2007, p.21)

A esse respeito, Cuche (apud COSTA, 2007, p. 21) afirmaque:

A identidade social de um individuo se caracteriza peloconjunto de suas vinculações em um sistema social:vinculação a uma classe sexual, a uma classe de idade, a umaclasse social, a uma nação, etc. A identidade permite que oindivíduo se localize em um sistema social e seja localizadosocialmente.

Aqui é o céu.

Ciberespaço é pra lá.

Contexto histórico

O problema da identidade está intrinsecamente ligado aocontexto da época e às condições e necessidades que lhe sãoimpostas.

A contextualização da identidade de Pierre Lévy

Pierre Lévy é um filósofo francês. . Interações entre a Sociedade e a Internet . Um dos maiores estudiosos sobre a Internet

O ESPAÇO TERRA:. Oralidade. Ausência de Estados. O nome marca a identidade do sujeito. Parentesco. Tatuagens ou símbolos tribais

O ESPAÇO TERRITÓRIO. Criação da escrita. Sedentarizarão do homem. Surgimento do Estado.. A posse da terra está institucionalizada.. Início das nacionalidades

“O homem se torna o habitante deum lugar.” (LEVY, 2000, p. 132).. Discurso da Nação.. Mito fundador

ESPAÇO DAS MERCADORIAS

Embora autônomo, ele permanece ligado aoTerritório, à sua ordem e à sua hierarquia,reinterpretando-o como mais um recursotransformável em mercadoria, em produto.

ESPAÇO DAS MERCADORIAS. Adquire autonomia e sujeita os demais espaços. A identidade passa a ser o papel social do sujeito na fabricação, circulação e consumo de bens e serviços. O consumismo como forma de criar a identidade. Para Pierre Lévy, neste momento, a vida gira em torno da família, trabalho e dinheiro. Seus signos passam a ser quantitativos, ilustrados por conta bancária,renda, salário e outros sinais de riqueza

O ESPAÇO DO SABER

(...) o espaço do Saber não existe, no sentido de queainda não adquiriu autonomia. Mas em outro sentido,desde o advento de sua virtualidade, sua qualidade deser é tal que seu grito ecoa na eternidade: o espaço dosaber sempre existiu.(LEVY,2000, p.121)

ESPAÇO DO SABER. O espaço do saber sempre existiu. É o não-lugar. É virtual, existe em potencial. Conectado com a TERRA, submetido à burocracia, submetido aos cálculos do capital, não se desconecta dos outros espaços.. A identidade do indivíduo se organiza em torno de imagens dinâmicas que ele produz porintermédio de exploração e transformação das realidades virtuais das quais participa. O indivíduo possui tantas identidades no Espaço do saber quanto produz “corpos virtuais” nos cinemapas e cosmos de significações que ele explora e para cuja criação contribui. No espaço do saber, o ser humano volta a tornar-se nômade, pluraliza sua identidade, explora mundos heterogêneos, é ele próprio heterogêneo e múltiplo, em devir, pensante

Contextualização para Stuart Hall

Stuart Hall relata três concepções muito diferentes de identidade, a saber, as concepções de identidade do:a) sujeito do Iluminismo,b) sujeito sociológico ec) sujeito pós-moderno

. Indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades de razão, de consciência e de ação. O centro essencial do eu era a identidade de uma pessoa. (...) pode-se ver que essa era uma concepção muito “individualista”

“Cogito, ergo sum” era a palavra de ordem deDescartes: “Penso, logo existo” (ênfase minha).Desde então, esta concepção do sujeito racional,pensante e consciente, situado no centro doconhecimento, tem sido conhecida como o“sujeito cartesiano”.

Sujeito do Iluminismo

Sujeito sociológico. A identidade é formada com a interação na sociedade. A identidade costura o sujeito à estrutura. A identidade estabiliza o sujeito e o mundo cultural tornando ambos reciprocamente mais unificados

Sujeito pós-moderno

. Não tem uma identidade fixa

. A Identidade é uma celebração móvel

(...) à medida em que os sistemas de significação e representaçãocultural se multiplicam, somos confrontados por umamultiplicidade desconcertante e cambiante de identidadespossíveis, com cada uma das quais poderíamos nos identificar —ao menos temporariamente.

A descoberta do inconsciente

A descoberta do inconsciente impactou o pensamento científico.Essa descoberta destrói o conceito do sujeito racional, consciente ecom identidade fixa e unificada.

A identidade agora é vista como um processo de uma vidainteira, inconsciente e fantasiado.

A descoberta do inconsciente

Esta perda de um “sentido de si” estável é chamada, algumas vezes, dedeslocamento ou descentração do sujeito. Esse duplo deslocamento -descentração dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social ecultural quanto de si mesmos - constitui uma “crise de identidade” parao indivíduo.

Alguns descentramentos:. A linguagem:. A alteridade na linguagem: sabemos que é noite por que não é dia. O significado é instável, assim como a identidade.

. A nação:

. Produz um sistema de representação cultural,alfabetização nacional, supressão das diferençasculturais.. Assim como as pessoas tem uma identidadefantasiada e se percebem como “inteiras”, asnações também, tem um discurso fantasiado e deinteireza.

A Globalização

. É um descentramento, compressão do espaço-tempo.

. Eventos do outro lado do mundo tem impacto quase que imediato nomundo inteiro.. Colapso das identidades nacionais. Pluralismo cultural em escala global. Tensão entre o local e o global é intensificada. Ter em vista que a globalização é desigual, com fluxo desigual demercadorias, de imagens, de culturas de uma fronteira para a outra.

“Num mundo de fronteiras dissolvidas e de continuidades rompidas, as velhas certezas e hierarquias da identidade nacional têm sido postasem questão.” (Stuart Hall)

Culturas hibridas

. Pessoas dispersas pelo mundo, carregam traços das culturas, dastradições, linguagem e histórias de sua terra natal. elas não são e nunca serão unificadas no velho sentido, porque elassão, irrevogavelmente, o produto de várias histórias e culturasinterconectadas, pertencem a uma e, ao mesmo tempo, a várias “casas”(e não a uma “casa” particular)

Reafirmação das “Raízes culturais”

“O ressurgimento do nacionalismo e de outras formas departicularismo no final do século XX, ao lado da globalização e a elaintimamente ligado, constitui, obviamente, uma reversão notável,uma virada bastante inesperada dos acontecimentos.”

Identidade segundo Raquel Recuero

Identidade segundo Raquel Recuero

. Softwares e estrutura cada vez mais complexastrazem formas mais complexas de expressão dosatores . Do IRC e chats ao Orkut e Facebook.

. O uso de palavras características de um ator, decores nas falas, de uso de letras maiúsculas, denicknames que expressem formas de construçãode uma identidade em chats.

Identidade segundo Raquel Recuero

. Usa o termo atores

. Um ator é representado no ciberespaço por umperfil, um blog, um twitter ou apenas umnickname num chat.. A página pessoal está sempre “em construção”,pode ser regularmente atualizada para refletiras últimas configurações do self “ (Döring, 2002,on-line).

Identidade segundo Raquel Recuero

“Essas apropriações funcionam como umapresença do “eu” no ciberespaço, um espaçoprivado e, ao mesmo tempo, público.”(...) “Assim, perfis do Orkut, weblog, fotologs,etc.são pistas de um “eu” que poderá ser percebidopelos demais. São construções plurais de umsujeito, representando múltiplas facetas de suaidentidade.”

Na internet ninguém sabe

que sou um cachorro.

Pierre Lévy

Pierre Lévy

Identidade Ciberespaço

Identidade e Identificação

Identidade, Lévy (2000)

“(...) espaço do saber, a identidade doindivíduo organiza-se em torno de imagensdinâmicas que ele produz por intermédio deexploração e transformação das realidadesvirtuais das quais participa.” (p.134).

Bauman

Zygmunt Bauman: sociólogo polonês

Sólida

Liquida

IDENTIDADE construída a partir de

valores comuns a um país, a uma

cultura, a um povo.

IDENTIDADE construída a partir de

experiências e escolhas individuais.

Ambiente novo e sem precedentes para atividades de vida

individuais, confrontando os indivíduos com uma série de desafios

nunca antes enfrentados.

INTERAÇÃO

LAÇOS FLUIDOS

• não permanecem;

• não se estreitam;

• desobedecem à lei da

gravidade, ou seja, à ausência

de peso.

VIVÊNCIA

DO AFETO

COMPRO-

METIMENTO,

RedesComunidades

(Laços humanos)

Conectar

X

DESCONECTAR

Nos precede.

Nós nascemos em

uma comunidade.

O cartaz de Berlim traz implícita a pergunta “quem é você?” e a questão da globalização (p.34)

Bauman

Prensky

http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2013/10/brasil-possui-4-maior-populacao-de-nativos-digitais-do-mundo-diz-onu.html

Brasil possui a 4ª maior população de ‘nativos digitais’ do mundo, diz ONU

Morin

EDGAR MORIN

Comunicação

Estamos fora dela

Fazemos parte da natureza

Proximidade psíquica ou espiritual entre os

interlocutores

1. Objetivar-se e

2. Reconhecer-se a si mesmo como um outro.

Identidades múltiplas e variadas

Identidade

Cultura

O conceito de identidadeapresentado na modernidade estásuperado.

“A identidade única, identidadesexual, profissional, ideológica,deu lugar a uma série deidentificações sucessivas”.(MAFFESOLI apud COSTA, 2007, p.25)

Lógica da identidade Lógica da identificação

“As identificações sucessivas, que se podemempiricamente observar, são apenas a expressãodessa multipersonalidade, cujas características estãomais ou menos cristalizadas para o que é umindivíduo (...)”. (MAFFESOLI apud COSTA, 2007, p. 25)

“(...) a distinção que pode ser feita entreindivíduo, que possui uma identidade precisa,faz sua própria história e participa, pelocontato com outros indivíduos, da históriageral, e pessoa, que tem identificaçõesmúltiplas no âmbito de uma teatralidade global.O indivíduo tem uma função racional, a pessoadesempenha papéis emocionais.” (MAFFESOLIapud COSTA, 2007, p. 25)

Maffesoli (apud COSTA, 2007, p. 26) compara aunidade do Deus à unidade do eu, e a multiplicidadecaracterística das religiões politeístas à multiplicidadedo eu.

Transição: monoteísmo “politeísmo de valores”.

identidade/monoteísmo identificação/politeísmo.

“Assim, o deslocamento da lógica da identidade para alógica da identificação nos mostra que a identidade passaa se constituir, prioritariamente, considerando fatoresrelacionais, em uma época em que se pode perceberclaramente o declínio do individualismo nas sociedadesde massa, emergindo novos tipos de agrupamentossociais baseados no afeto e no prazer de estar junto.”(MAFFESOLI apud COSTA, 2007, p. 26)

Novos grupos identificações novas configuraçõesidentitárias

“(...) o processo de construção designificado com base em um atributocultural, ou ainda em um conjunto deatributos culturais inter-relacionados, o(s)qual (ais) prevalece (m) sobre outrasfontes de significados. Para umdeterminado indivíduo ou ainda um atorcoletivo, pode haver identidadesmúltiplas. No entanto, essa pluralidade éfonte de tensão e contradição tanto naautorepresentação quanto na ação social.”(CASTELLS apud COSTA, 2007, p. 24)

“ A Matéria-prima para construção de identidades éfornecida pela história, geografia, biologia, porinstituições produtivas e reprodutivas, pela memóriacoletiva, por fantasias pessoais, pelos aparatos de podere revelações de cunho religioso. Todos esses materiais,ao serem processados pelos indivíduos e pelos grupossociais, têm seus significados reorganizados medianteas tendências sociais e os projetos culturais enraizadosna estrutura social e na visão de tempo/espaço.”(CASTELLS apud COSTA, 2007, p.24)

“É a linguagem o veículo por meio do qualos atributos culturais que tornam possívela construção da identidade chegam aténós, sendo ela própria um dos atributosprincipais quando se revela na forma dalíngua.” (CASTELLS apud COSTA, 2007,p.33)

Identidade segundo Freud

• Conexões: Freud explica?“É na palavra e pela palavraque o inconsciente encontrasua articulação essencial.” •Quem sou eu dentro e forada rede?

Curiosidade mata? Quantas vezes? •Curiosidade Ressuscita? • Caiu na rede é peixe: devorado.

A dor e a delícia de ser o que é e o que não é na internet.

Navegar é preciso: identifique-se na poeira do espaço.

“O Ciberespaço (a web) é a melhor metáfora denossos tempos, o território onde somos o quesomos, somos o que não somos e o quequeremos ser; lugar e não-lugar, onde o que háde mais novo e mais arcaico na humanidade sefundem num tempo eternamente presente.”(COSTA, 2007, p. 13)

Identidade nos tempos atuais

Análise de casos

Obrigado (a)!

COSTA, M. A. B. DA IDENTIDADE A IDENTIFICAÇÃO. Estudo sobre asexpressões da identidade em logins e nick names no Ciberespaço.Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Cognição eLinguagem, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro,Campos dos Goytacazes, RJ, 2007.

http://conceito.de/identidade

http://www.dicio.com.br/identidade/

www.dicio.com.br/identificacao

Hall, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. TupyKurumin, 2006.

Lévy, Pierre. Inteligência coletiva (A). Edições Loyola, 2007.

Lévy, Pierre. que é o virtual?, O. Editora 34, 2003.

Recuero, Raquel. Redes sociais na internet. Sulina, 2009.