Post on 14-Jul-2015
description
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 1/24
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE
FABRICAÇÃO
AA CCAADDEEIIAA RREEVVEERRSSAA NNAA GGEESSTTÃÃOO DDEE
RREESSÍÍDDUUOOSS SSÓÓLLIIDDOOSS EESSTTUUDDOO DDEE CCAASSOO NNAA IINNDDÚÚSSTTRRIIAA CCOONNCCRREETTEEIIRRAA
Autores : Evelyn Paola Soto RA 079856
Sérgio Akira Sato RA 048219
Orientador : Marcius Fabius Carvalho
1° Semestre de 2008
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 2/24
Logística Reversa II
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE
FABRICAÇÃO
AA CCAADDEEIIAA RREEVVEERRSSAA NNAA GGEESSTTÃÃOO DDEE RREESSÍÍDDUUOOSS SSÓÓLLIIDDOOSS
EESSTTUUDDOO DDEE CCAASSOO NNAA IINNDDÚÚSSTTRRIIAA CCOONNCCRREETTEEIIRRAA
Melhorias na cadeia reversa de resíduos sólidos de concreto gerados por devoluções,
cancelamentos dos pedidos e atrasos na entrega.
Curso : Engenharia Mecânica
Área de Concentração : Engenharia de Fabricação
Pesquisa acadêmica desenvolvida para a disciplina – IM 326H Tópicos em Tecnologia
Mecânica Cadeia de Suprimentos, durante o primeiro semestre de 2008.
Campinas, 2008
SP – Brasil
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 3/24
Logística Reversa III
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... IVLISTA DE TABELAS ........................................................................................................... V
1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................7
1.1. Caracterização do Ambiente ..................... .................................................. .............7
1.2. Problemas, oportunidades e Limites ............................... .........................................9
1.3. Objetivos............................................................................................................... 10
1.4. Justificativa ........................................................................................................... 15
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................ ......................................... ................ 16
3. ANÁLISE ..................................................................................................................... 163.1. Situação atual .................... .................................................. .................................. 16
3.2. Análise da problemática ............................... ......................................... ................ 18
3.3. Comparação (Tabelas, Estatísticas) .......... .................................................. ........... 20
4. CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA MELHORIAS FUTURAS .............................. 21
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......... ................................ .................................. 23
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 4/24
Logística Reversa IV
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fatores de influência na modelagem da Cadeia Reversa. .............................. ...... 18
Figura 2 Perda de Valor no Tempo. ................................................................................. 18
Figura 3 Diagrama do fluxo de dados do processo de pedido e entrega de concreto ......... 16
Figura 4 Concreto Devolvido em % e Valor................................ .................................. 17
Figura 5 Motivos de Devoluções de Produtos .................................................................. 17
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 5/24
Logística Reversa V
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Tempo de Atendimento por região ......................................................................... 20
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 6/24
Logística Reversa VI
RESUMOErro! Indicador nãodefinido.
A logística reversa até alguns anos não era um tema prioritário dentro das empresas,
mas agora sua gestão se transformou numa ferramenta essencialmente competitiva. Na
atualidade milhares de empresas estão tomando ações sobre este fator essencial de negócio,
trabalhando em forma integrada nos elementos chaves como é a gestão da informação, da
demanda e dos inventários, procurando planejar por antecipação a atribuição de recursos para
conseguir a otimização de custos. Este trabalho desenvolve a análise na logística reversa da
empresa concreteira, tendo como fator determinante para a recuperação do valor no ciclo de
do concreto.
Palavras Chave: Logística reversa, Gestão da cadeia reversa, Gestão da informação, Gestão
da demanda, Gestão dos inventários, Cadeia de Suprimentos, Gerência estratégica de
suprimentos.
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 7/24
Logística Reversa 7
1. INTRODUÇÃO
1.1. C ARACTERIZAÇÃO DO A MBIENTE
A exploração da Logística Reversa data dos anos 1975 em países desenvolvidos comoInglaterra e EUA (CARTER; ELLRAM, 1998), onde se aplicaram os conceitos do processo
de distribuição de forma inversa, com o objetivo de se atender as necessidades de
recolhimento de materiais provenientes do pós-consumo e pós-venda. A pouca atenção dada
ao retorno de produtos não consumidos e devolvidos, foi porque as quantidades não ofereciam
maiores dificuldades para as empresas, em geral elas conseguiam absorver desperdícios em
função de maiores margens de lucro. A globalização da economia, a regulação e padronização
do produto, o desenvolvimento de infra-estruturas, os avanços tecnológicos e a
sustentabilidade do meio ambiente que obrigaram as empresas a reconsiderar a forma de geriros negócios, assim como a buscar novos enfoques para manter e ampliar sua presença no
mercado.
O processo de distribuição tem sido acelerado pelo crescente volume de bens oferecidos
no mercado, onde o fornecimento de um produto em tempo e local ideal é fundamental para
que as empresas possam se destacar da concorrência. Mas, este desenvolvimento de
distribuição eficiente e eficaz para atingir aos objetivos da empresa não foi acompanhado pelo
reaproveitamento desses produtos para evitar seu descarte quando não utilizado e assim
também atender aos requisitos do cliente, o qual tem despertado a consciência de uma linha
específica de ativistas ecológicos, que tem exigido ás autoridades competentes, normas e
procedimentos para evitar o impacto do médio ambiente pelas grandes quantidades de
descarte gerado por parte das indústrias. Um exemplo disso foi a cobrança e a exigência do
retorno das baterias de celulares que geram uma grande quantidade de lixo tóxico ao meio
ambiente, porém um alto custo à indústria. Não obstante, esta exigência também tem sido
cobrada no campo das embalagens PET, baterias de celulares e produtos químicos que
causam danos (em alguns casos quase irreversíveis) ao meio ambiente e com Centros e
Grupos de Pesquisas como o CPqD (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento-Fundação
CPqD), Cenpra (Centro de Pesquisa Renato Archer), o grupo Infra V que reúne laboratórios
de universidades como USP, Unesp, Unicamp, UFSCar e Unaerp, além do Ipen e da Embrapa
trabalhando no processo de reutilização, reciclagem e/ou desenvolvimento de novos padrões
de embalagens. Num quadro não muito diferente, porém não menos grave, é o caso da
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 8/24
Logística Reversa 8
Indústria Concreteira a qual por o curto tempo de vida do concreto, merece um estudo
especial na Gestão de sua Cadeia Reversa.
Uma melhora sensível no processo desta cadeia reversa mencionada será de grande
valia para um país onde a indústria da construção civil é a que mais cresce em relação às
outras áreas econômicas. Para tanto este artigo propõe um estudo e análise dos fatores
peculiares intervenientes no processo da logística reversa, de Indústria Concreteira, com
intuito de mostrar os benefícios decorrentes da utilização da mesma para o desenvolvimento
sustentável do ambiente construído.
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 9/24
Logística Reversa 9
1.2. P ROBLEMAS , OPORTUNIDADES E L IMITES
Atualmente o gerenciamento dos resíduos sólidos na indústria concreteira, é um dostemas pouco desenvolvidos; mas existem fatores como: a reciclagem e o reaproveitamento
dos produtos derivados das devoluções, que estimulam cada vez mais a responsabilidade das
empresas sobre quando exatamente chegam ao fim o ciclo de vida de seus produtos.
Entre os problemas mais freqüentes e com maior impacto para a geração de resíduos
destacam os itens como o Slump (viscosidade do concreto devido às concentrações de água na
formulação) ou o Traço (formulação que define as quantidades e tipos de areia, pedra e
cimento), conforme se verifica na lista abaixo:
• O slump em não conformidade com os requisitos do cliente;
• O traço alterado;
• As quebras das Bombas de Concreto (BC);
• As quebras dos Caminhões Betoneiras (CB);
• Devoluções de sobras não utilizadas por parte do cliente.
Um item que chama a atenção e os olhares clínicos do gestor e o item relacionado às
devoluções de sobras que foram pagas por contrato por parte do cliente, porém são estas
sobras de materiais não utilizadas ou rejeitadas, que ao retornarem para a unidade concreteira
geram custos adicionais para serem retiradas da unidade concreteira através de um
procedimento não regulamentado, porém é um serviço cobrado e seus custos são certamente
depreciadas do lucro do pedido.
Outro fator de análise que requer uma maior atenção é o destino dos resíduos que são
pagos para serem retirados por terceiros.
A preocupação destes problemas fica em abordá-los em uma ação conjunta e integrada
com a visão ecológica e estratégica. Sendo uma das oportunidades de gestão a
operacionalização dos procedimentos e a outra sua adequada sistematização de forma a
alcançar o menor índice de devoluções que geram o transtorno da Cadeia Reversa.
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 10/24
Logística Reversa 10
Há um limite desejado pela indústria concreteira que percentualmente relaciona-se ao
grau de importância ao problema da geração dos resíduos sólidos que se equivalem a: 50%
problemas na gestão operacional, 30% relativo ao custeio e o restante 20% relativo à gestão
ambiental, portanto o foco da análise foi direcionado aos problemas da gestão operacional.
Estes índices percentuais foram colhidos através dos dados da empresa em questão e queneste caso a maior importância foi dada à gestão operacional, dado que já se utiliza um
sistema integrado de gestão para custos e há políticas industriais relativas à gestão ambiental e
que a resolução da gestão operacional favorecerá a minimização dos custos com os resíduos
sólidos e automaticamente afetará em benefícios para a gestão ambiental.
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 11/24
Logística Reversa 10
1.3. O BJETIVOS
11..33..11.. OObb j jeettiivvoo GGeerraall
Este trabalho foi desenvolvido com objetivo de obter a partir de uma análise profunda
da cadeia reversa da Indústria Concreteira, estudando os impactos sobre o meio ambiente, o
processo de entrega do produto, a imagem da empresa e os custos gerados, se desenvolverem
algumas propostas estratégicas em cada parte da cadeia de modo a minimizar estas perdas e
melhorar o nível de serviço do processo de entrega do concreto.
1.3.2. OObb j jeettiivvooss eessppeeccí í f f iiccooss
• Evitar ou (em seu defeito) diminuir a geração de resíduos sólidos através da
gestão eficiente da Cadeia Reversa;
• Agilizar o processo da Cadeia Reversa quando houver;
• Gerir os resíduos de maneira a sobrepujar o conceito atual de “não
comercializar” para não provocar a devolução voluntária;
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 12/24
Logística Reversa 15
1.4. J USTIFICATIVA
Cremos que nossa abordagem, pode trazer um grau superior de reflexão sobre os fatores
importantes, para o propósito de recuperar de forma mais efetiva e econômica possível o valor
dos resíduos gerados no processo de fabricação e os da devolução de clientes, na procura dos
maiores desafios para obter uma melhora continua no gerenciamento logístico, sem que haja
uma intenção de gerar lucros com os resíduos.
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 13/24
Logística Reversa 16
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Há um tempo os fluxos de bens e informações decorrentes do ponto de consumo para o
ponto de aquisição de matérias-primas, chamado fluxos reversos, não recebiam a devida
atenção, pois se tratava de um volume que representava apenas uma fração do volume dedistribuição direta LEITE, (2003). No entanto, recentemente a logística reversa tem sido vista
como uma fonte potencial de diferencial competitivo para as empresas.
Rogers; Tibben-Lembke (1999) definem a logística reversa como “o processo de
planejamento, implementação e controle eficiente, inclusive de custos, dos fluxos de matérias-
primas, de inventario em processo (estoques), bens finalizados, e informações relativas a eles,
do ponto de consumo para o ponto de origem com o propósito de recapturar ou criar valor ou
ainda dar disposição adequada”.
Fleischmann (2001) ressalta a necessidade de se recuperar o valor dos bens, produtos ou
resíduos, visto ser esta a motivação para a comercialização dos mesmos. Ele define a logística
reversa como “o processo de planejamento, implementação, e controle eficiente e eficaz
do fluxo de entradas e armazenagem de materiais secundários e informações
relacionadas, opostas ao sentido tradicional da cadeia de suprimentos, com o propósito
de recuperar valor ou descartar corretamente materiais”.
Tem-se definido dois canais reversos distintos, de acordo com sua origem na cadeia
reversa, estes são, os canais de distribuição reversos de pós-consumo CDR-PC (LEITE, 2003)
e os canais de distribuição de pós-venda CDR-PV (LEITE, 2003).
Segundo Mueller (2005), a Logística Reversa de pós-consumo vem trazendo o conceito
de se administrar não somente a entrega do produto ao cliente, mas também o seu retorno,
direcionando-o para ser descartado ou reutilizado. Após chegar ao consumidor final o produto
pode seguir em três destinos diferentes: ir para um local seguro de descarte, como aterros
sanitários e depósitos específicos; um destino não seguro, sendo descartado na natureza,
poluindo o ambiente, ou por fim voltar a uma cadeia de distribuição reversa.
O segundo canal de logística reversa de pós-venda caracteriza-se pela devolução de
produtos com pouco ou nenhum uso, que são devolvidos entre os elos da cadeia de
distribuição direta ou pelo consumidor final (FULLER; ALLEN, 1995; LEITE, 2003).
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 14/24
Logística Reversa 17
Para este novo formato, o fornecedor não se preocupa apenas em garantir o produto para
o cliente, no menor tempo possível e com total segurança, mas também em estar pronto para
um regresso imediato, caso este seja necessário.
Na realização de projetos de Cadeia de Distribuição Reversa ( Reverse Supply Chain),
(Leite e Felizardo, 1999), destacam fatores que condicionam a necessidade de tornar possível
este fluxo e fatores que podem modificar a estrutura e organização destes Canais Reversos,
entre os quais temos:
Condições do fluxo de materiais:
• Os Custos ainda não têm precisão em sua definição e são de difícil avaliação;
• A Oferta de materiais reciclados, o qual permite a continuidade industrial
necessária;
• A Qualidade adequada no processo industrial e constante para garantir
rendimentos operacionais economicamente competitivos;
Condições essenciais:
• Tecnologia e o teor de determinada matéria-prima podem variar em função do
produto de pós-consumo utilizado, redundando em custos diferentes e
orientando o mercado de pós-consumo para aquele que se apresente mais
conveniente;
• A Logística que caracteriza as matérias de pós-consumo, e em particular a
transportabilidade dos mesmos, é de enorme importância na estruturação e
eficiência dos canais reversos.
• O Mercado deve existir quantitativa e qualitativamente para os produtos
fabricados com materiais reciclados;
Fatores modificadores:
• Ecologia: novos comportamentos passam a exigir novas posições estratégicasdas empresas sobre o impacto de seus produtos e processos industriais;
• Governo: legislação, subsídios que afetam o interesse nos materiais reciclados.
• Responsabilidade Social: valorização social e possibilidade de produção e
consumo de produtos ecologicamente corretos.
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 15/24
Logística Reversa 18
Figura 1 Fatores de influência na modelagem da Cadeia Reversa.Fonte: LEITE, 199
A análise da modelagem, para Blackburn et. al.(2004) apud García (2006, pág. 6) deve
levar em conta o valor do produto e sua depreciação no tempo, produtos de alto valor com
rápida depreciação precisam de sistemas ágeis onde o tempo de resposta é o fator relevante
para recuperação de valor, este é o caso da Indústria Concreteira.
Já para produtos com depreciação
baixa, ou de baixo valor é necessária uma
rede reversa eficiente em custo de modo a
minimizar a perda na cadeia.
Figura 2 Perda de Valor no Tempo.Fonte adaptado de: Blackburn et. al., 2004.
California Management ReviewVol. 46, N-2, p.7
Existem setores da indústria nos quais o processo de gerenciamento da Logística Reversa e as
iniciativas de reaproveitamento de resíduos são incipientes, como na indústria concreteira, na
qual é necessário lidar com os fatores que influenciam nos fluxos de retorno, identificando os
obstáculos e dificuldades a serem transpostos para a consecução de um sistema logístico
reverso eficiente, o qual só pode ser alcançado se houver uma ação conjunta e integrada entre
todos os agentes da cadeia produtiva.
% Perda
Em valor
Tempo InsensívelProduto de baixovalor marginal dotempo de retorno
Tempo
Tempo SensívelProduto de alto
valor marginal dotempo de retorno
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 16/24
Logística Reversa 19
Entretanto, na produção do concreto, não podem ser ignorados os custos que o processo
de logística reversa pode acarretar quando não é feito de forma intencional. Isto é, pode
acontecer e é o que se percebe com mais freqüência que materiais que voltam aos seus centros
produtivos acarretam custos adicionais, muitas vezes altos para as empresas, uma vez que,
processos como armazenagem, separação, conferência, distribuição serão feitos emduplicidade, e assim como os processos, os custos também são duplicados.
Durante o processo de fabricação e distribuição do concreto consideram-se cinco os
fatores que influenciam diretamente: os materiais constituintes, o processo construtivo, as
propriedades físicas do concreto e o tipo de carregamento e a natureza do ambiente a que é
exposto. Dos quais o fator variação das propriedades físicas do concreto tem um impacto
significativo e influi no retorno de produtos. Neste caso o Slump é utilizado como indicador
para determinar a consistência através do ensaio de abatimento do concreto; e verificar se a
trabalhabilidade do concreto é correta.
O slump deve estar no intervalo determinado pela obra em questão e pode haver um
limite máximo de diferença deste slump da ordem de 2,5 para mais ou para menos
considerados pelos engenheiros como um limite aceitável.
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 17/24
Logística Reversa 16
3. ANÁLISE
3.1. S ITUAÇÃO ATUAL
Em visita às Indústrias concreteiras foi possível verificar in-loco o grande problema dogerenciamento do resíduo sólido que é gerado e que em alguns casos fica claro que é difícil
evitar tal situação.
Para uma melhor compreensão do processo de pedido e entrega do concreto, se elaborou
o diagrama de fluxo de dados, representado na figura 3 e seu fluxo enumerado pelos
processos identificam a seqüência correta que nos permitirá uma visão mais clara da interação
das atividades envolvidas no processo.
Figura 3 Diagrama do fluxo de dados do processo de pedido e entrega de concreto
Para focar melhor o estudo da cadeia reversa na indústria concreteira nos baseamos na
análise dos dados proporcionados por uma importante empresa do país, os quais são
mostrados nas figuras 4 e 5. No primeiro gráfico se detalha a quantidade de concreto
devolvido em percentagem e valor, considerando o exercício fiscal de 12 meses, em cada uma
das 9 regiões que estão dentro do radio de atuação da empresa. No segundo gráfico se
apresentam os principais motivos das devoluções de produtos em percentagens considerando
um período mensal, as características de cada motivo serão abordadas no seguinte ponto.
Cliente Faz pedidos
D1 Pedidos
ArmazenaPedidos
D2 Estoques
D3 Recursos
CaminhõesBombas
Motoristas
Quantidades
Quantidades
Aprovado para entrega
DFD-Diagrama de Fluxo de Dados
Lançar
Pedidos
1
Programar Entregas
2
Verificar Recursos
Disponíveis
4
Verificar estoques
3
Estoques disponíveis
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 18/24
Logística Reversa 17
Uma das práticas comuns realizadas pelas empresas concreteiras, para um destino dos
resíduos gerados, é o pagamento a terceiros para a retirada do concreto por transporte,
observando-se este fato como um fator de risco por não se ter atualmente um conhecimento
do destino final destes resíduos. Sabe-se que o destino final dos transportes são aterros, porém
não há um controle efetivo dos mesmos podendo estes estar sendo utilizados em obras quepodem causar algum risco de vida, como construções de lajes ou vigas com material não
apropriado para este destino.
Figura 5 Motivos de Devoluções de Produtos
Figura 4 Concreto devolvido em % e valor
1.7
2.9
4.6
4.6
9.8
12.1
18.5
19.1
26.6
0 5 10 15 20 25 30
%
Contaminação do Agregado
Atraso Cliente
Erro de Programação
Trânsito
Quebra Central
Atraso empresa
Quebra CB
Quebra BC
Slump / Traço Alterado
Motivos de Devolução
Concreto Devolvido [% & Valor]
0.0% 0.2% 0.4% 0.6% 0.8% 1.0% 1.2% 1.4% 1.6% 1.8%
0
1000
2000
3000
000
5000
6000
% Volume Devolvido 0.01202601 0.01238223 0.01698285 0.00666599 0.00339046 0.00 0.0139982 0.0037984 0.01138460 % Volume Devolvido 0.01011587 0.01255452 0.01442237 0.00713381 0.0072182 0.01541782 0.01427179 0.00579285 0.01100407 % Volume Devolvido 0.005 Vol Devolvido Acumulado -exercicio fiscal-últimos 12 meses
1612
Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Região 5 Região 6 Região 7 Região 8 Região 9
769 1192.5 307 312.5 503.5 124.5 87 4908 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 19/24
Logística Reversa 18
3.2. A NÁLISE DA PROBLEMÁTICA
Na empresa em questão analisada atualmente há cerca de 30 unidades concreteiras no
país e destas, as maiores unidades chegam a possuir até 5 silos de concreto, os quais apenasatendem aos pedidos regionais, por ter seu raio de atuação limitado pelo fator do ciclo de vida
curto do concreto, onde o lead-time de entrega do pedido fica reduzido em 2,5 horas a partir
da reação química do concreto.
Na empresa em questão analisada atualmente há cerca de 30 unidades concreteiras no
país e destas, as maiores unidades chegam a possuir até 5 silos de concreto e claramente
soma-se a esta informação o fato de que por ser um produto com um ciclo de vida muito curto
que estes silos apenas atendem aos pedidos regionais, haja vista que o lead-time de entrega de
um pedido a partir da reação química do concreto é de 2,5 horas o que limita o raio de atuação
de uma unidade concreteira.
De acordo ao acima mencionado entre os principais índices coletados na indústria
concreteira um alto grau de devoluções dos produtos se encontram relacionados à:
a) Slump ou Traço alterado que refletem diretamente na viscosidade ou
consistência do concreto é o fator de maior índice de não aceite do produto e
ganha de longe do segundo colocado e ainda é uma das poucas formas para se
aferir a não conformidade do produto com o pedido efetuado. O slump é aferido
através do Cone de Abrams que é muito semelhante a um funil com medidas de
30 cm de altura, boca maior do cone de 20 cm e boca menor superior do cone de
10 cm e que é completada com o concreto e ao se retirar o cone verifica-se a
medida em centímetros que o concreto cede por gravidade. O slump deve estar
no intervalo determinado pela obra em questão e pode haver um limite máximo
de diferença deste slump da ordem de 2,5 para mais ou para menos considerados
pelos engenheiros como um limite aceitável. A variação do slump pode estar
influenciada pela Bomba de Concreto (BC) que é instalada no cliente e com isso
alguns tipos de devoluções podem ocorrer devido à bomba não adequada ao
concreto recebido.
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 20/24
Logística Reversa 19
Um dos fatores detectados que causaram a variação do slump foi a falta de
conhecimento adequado dos motoristas sobre a aplicação do concreto para uma
obra especifica, incorrendo em erros na dosagem d’água.
b) Quebras de Bombas de Concreto (BC) não deveriam participar com certa
relevância em um índice como este, porém como ocorre normalmente nos
equipamentos eles possuem um MTBF ( Max Time Between Failure) não muito
grande por trabalhar constantemente com “material pesado” e como as pedras de
granito que ora são pequenas, ora são grandes. Como estas bombas são
instaladas no cliente para o bombeamento do concreto, ocorrem casos em que o
caminhão betoneira chega ao local e a bomba de concreto está quebrada ou
quebra durante o bombeamento e como o tempo para a montagem de uma nova
bomba ou a espera para o conserto pode ser grande ocorre a perda do concreto.
c) Quebras do Caminhão Betoneira (CB) podem ser das mais diversas possuindo
um claro elemento que pode ser atacado previamente, um item como a
Manutenção Preventiva que as empresas em geral delegam a um segundo plano,
pois o investimento neste quesito sempre possui um retorno em longo prazo e
que sua eficiência apesar de conhecida dificilmente pode ser mensurado pelos
gerentes por demandarem mais controle e conseqüentemente mais mão de obra
para executá-los (fato do qual é sempre questionado em novos investimentos) e
obviamente mais custo além da própria Manutenção Preventiva.d) Atraso da Concreteira que reflete diretamente no aumento do índice de
resíduos sólidos. Portanto é fundamental que haja uma política de gestão
eficiente para a diminuição no atraso. Entrando em maiores detalhes podemos
perceber que se houver o atraso pela Concreteira, então fatalmente acarretará um
comprometimento no indicador de Quantidade de Resíduos Sólidos.
Uma das causas que podem ser citadas como atraso da concreteira é relativo a uma dos
fatores mais antigos e conhecidos na literatura industrial, ou seja, a falta de estoques.
Como o estoque de concreto é um produto de difícil armazenagem devido à sua
pericividade do ciclo de vida, manter altos índices de estoques acarretam no aumento do risco
de perdas e conseqüentemente no aumento do custo final do produto, com isto é necessário
manter um abastecimento contínuo, adequado e com freqüência, linear para minimizar os
riscos, o que gera eventualmente a falta do produto na concreteira.
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 21/24
Logística Reversa 20
3.3. C OMPARAÇÃO (T ABELAS , ESTATÍSTICAS )
Tabela 1 Tempo de Atendimento por região
Na pesquisa em campo obtemos alguns dados relativos às quantidades em m3
fornecidos aos clientes e suas respectivas classificações por tempo de atendimento percebem-
se nesta tabela que o tempo de atendimento medio é adequado ao tempo máximo para o
fornecimento do concreto que atualmente é 2.5 horas.
Outra observação importante é que a média percentual do volume devolvido não
ultrapassa 1.5%, fato do qual o investimento para o gerenciamento da cadeia reversa não
aumento nos últimos anos e apesar de ser notada uma maior necessidade na área operacional
relacionada aos resíduos sólidos, o destino incerto pode ser mais perjudicial à imagem das
empresas, pois podem arranhar sua marca.
<=30min 30-60min >60minRegião 1 60.10 12.80 27.20
Região 2 41.00 10.20 48.80
Região 3 52.50 8.00 39.50
Região 4 53.80 15.40 30.80
Região 5 59.80 11.00 29.20
Região 6 46.60 11.70 41.60
Região 7 77.60 6.60 15.80
Região 8 54.80 9.20 36.00
Tempo de atendimentoRegião
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 22/24
Logística Reversa 21
4. CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA MELHORIAS FUTURAS
Os autores concordam que a boa administração da Logística Reversa reflete em
vantagens competitivas para as empresas. No resultado da análise realizado na cadeia reversa
da indústria concreteira, se identificaram que um dos maiores problemas está na falta de umapolítica para decidir o destino dos resíduos gerados que permitam a integração da logística
reversa ao fluxo normal de produção e distribuição do concreto.
Como o índice de devoluções não é regular, buscar uma oportunidade no
reaproveitamento deste material devolvido é ainda um grande desafio para este ramo da
construção civil, e não é abordado pelas empresas com afinco.
Algumas condições e fatores particulares de cada unidade concreteira não favorecem
uma solução única no reaproveitamento dos resíduos sólidos como é o caso de unidades onde
a cidade cresceu ao seu redor e atualmente não há espaço físico para mudar o procedimento
atual, exceto se houver um estudo de uma nova planta para a cidade em outro local, mas
existe um pequeno leque de opções que podem ser adequados de acordo com as deficiências
estudadas e que devem ser estudas caso a caso.
Uma das oportunidades para aproveitamento de forma imediata dos resíduos sólidos de
retorno de forma imediata e que sem um investimento de soma vultosa é a utilização do
concreto devolvido reaproveitando-o na elaboração de novos produtos como de:
• Mourões;
• Plaquetas para calçamento;
• Sarjetas para o meio fio;
Há dois fatores que podem limitar a produção deste ou daquele produto, sendo estes:
• O espaço disponível em cada unidade concreteira para a secagem dos produtos
fabricados;
• O “aproveitamento dos resíduos no mesmo dia da devolução” em detrimento damão de obra e da máquina que permanece revirando os resíduos.
Uma das ações corretivas para conseguir a melhora contínua dentro da gestão
operacional que se considera fundamental são a capacitação e desenvolvimento de
competências dos motoristas em temas como:
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 23/24
Logística Reversa 22
• A importância da dosagem adequada d’água no caminhão betoneira;
• Slump correto em cada uma das aplicações finais do concreto;
• Conhecimento da importância do traço e suas variâncias relativas ao Slump
Por estarem estes envolvidos diretamente com a variação do slump após a saída docaminhão da unidade concreteira, ou seja, a partir deste momento a qualidade do concreto
encontra-se totalmente nas mãos do motorista, assim sua capacitação pode ter reflexos muito
positivos para a diminuição do indicador de resíduos sólidos gerado pela variação do slump
ou traço alterado.
Outro fator interessante para evitar as perdas é o de melhorar ainda mais o fluxo de
informações, realizando um uso adequado do feedback que facilite o controle do sistema,
partindo, por exemplo, desde o motorista até a unidade concreteira para evitar solicitações
erradas de concreto adicional por parte do cliente sem o prévio conhecimento in-loco do
andamento do descarregamento.
Melhorar os procedimentos para o retorno do concreto com pesagem de caminhão ou
controle de vazão para mensurar de forma mais acurada as quantidades perdidas e assim
direcionar mais investimentos para evitá-los.
5/12/2018 ReverseSCM_V07 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/reversescmv07 24/24
Logística Reversa 23
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLACKBURN; J. D. et al. Reverse Supply Chains for Commercial Returns. California
Management Review Vol. 46, No.2 Winter 2004. In : GARCIA G. Manuel, XIII SIMPEP
Bauru, São Paulo, SP. 2006. Logística Reversa : uma alternativa para reduzir custos ecriar valor. P. 6-7.
BLACKBURN; Joseph D., GUIDE Jr., V. Daniel R., SOUZA; Gilvan C., WASSENHOVE;
Luk N. Van. , Reverse Supply Chains for Commercial Returns. California Management
Review Vol. 46, No.2 Winter 2004.
CARTER, C.R.; ELLRAM, L. M., Reverse logistics: a review of the literature and
framework for future investigation. Journal of Business Logistics, vol.19, n.01, 1998. p.85-
102.
FLEISCHMANN, M.. Quantitative Models For Reverse Logistics. Berlin, Springer, 2001.
Lecture Notes in Economics and Mathematical Systems, 501P.
FULLER, Donald, ALLEN, Jeff. Reverse Channel Systems. In Polonky, 1995.
LEITE, P.R.. Logística Reversa: Meio Ambiente E Competitividade. São Paulo, Prentice
Hall, 2003.
POLONSKY, Michael J., et al (Eds.). Environmental Marketing: Strategies Practice ,
Theory and Research. New York: Haworth Press, 1995.
ROGERS, D.S; TIBBEN-LEMBKE, R.S., Going Backwards: Reverse Logistics Trends
And Practices Pittsburgh , Pennsylvania: Rlec Press, 1999