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Mini GramticaCARLA MARQUESINS SILVA
LNGUA PORTUGUESA 8. ANO
Contos & Recontos 8
OFERTA AO ALUNO
978-989-23-1892-9 Esta obra parte integrante do manual Contos & Recontos 8 e no pode ser vendida separadamente.
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:: NDICE
LEXICOLOGIA
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LNGUA, COMUNIDADE LINGUSTICA, VARIAO E MUDANA
FONTICA E FONOLOGIA
MORFOLOGIA
CLASSES DE PALAVRAS
SINTAXE
SEMNTICA
LEXICOGRAFIA
REPRESENTAO GRFICA
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Pg.
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O conhecimento da forma como funciona a lngua portuguesa constitui um dos domnios da aula de Portugus.
A presente minigramtica no pretende abordar, de forma exaustiva, todos os con-tedos associados ao conhecimento explcito da lngua. Por esta razo, este compndiodever funcionar, apenas, como um auxiliar no estudo da gramtica, a utilizar na sala deaula ou em casa.
A minigramtica encontra-se dividida nas seguintes reas:
Lngua, comunidade lingustica, variao e mudana
Fontica e fonologia
Morfologia
Classes de palavras
Sintaxe
Lexicologia
Semntica
Lexicografia
Representao grfica
Em cada uma das entradas apresenta-se um conjunto de breves definies, clarase concisas, e, quando necessrio, apresentam-se exemplos que clarifiquem o conceito.Apresentam-se, ainda, algumas snteses que permitem estruturar conhecimentos.
A utilizao desta minigramtica pode associar-se ao Caderno de Atividades paraque, de modo autnomo, orientes o teu estudo, confrontando os teus conhecimentoscom definies e exemplos vrios.
As autoras
:: Caro/a Aluno/a
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Lngua, Comunidade Lingustica,Variao e Mudana
Parte da gramtica que estuda
o conhecimento e uso da lngua pelo falante
a variao lingustica
a mudana lingustica
o contacto de lnguas
a lngua padro (normalizao)
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7Minigramtica
1. VARIAO E MUDANA
1.1 Variao
As lnguas vo-se diferenciando, o que acontece devido a fatores geogrficos, histricos, entre outros. Os fatores geogrficos motivaram essencialmente o aparecimento das varie-dades do portugus e os histricos a variao histrica.
Variedades do portugusVariedades que surgiram devido a acontecimentos histricos, que levaram a populao aentrar em contacto com falantes de outras lnguas. So variedades do portugus:
a) Variedade europeiaPortugus falado em Portugal continental e nos arquiplagos da Madeira e dos Aores.
b)Variedade brasileira Portugus falado no Brasil.
c) Variedades africanas Portugus falado em frica.
Variao histricaAs lnguas podem mudar ao longo do tempo (no falamos nem escrevemos como os por-tugueses do sculo XVI) ou numa mesma poca (podem coexistir duas gramticas, es-tando uma a cair em desuso e a outra a destacar-se).
1.2 Mudana lingustica
As lnguas so entidades dinmicas e, por isso, esto sujeitas mudana. A lngua do presente diferente da lngua do passado. A Histria do Portugus est demarcada em trs fases:
Portugus antigoNome que designa a fase da lngua portuguesa falada durante a Idade Mdia (sculos II -XV).Tambm se pode dizer portugus arcaico e galaico-portugus.
Portugus clssicoNome que designa a fase do portugus europeu falado durante a Idade Moderna (sculosXVI-XVIII).
Portugus contemporneo Nome que designa a fase do portugus europeu falado a partir do sculo XIX.
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MINIGRAMTICA
8 Minigramtica
2.1 Fatores e tipos de mudana
Fatores internosFatores que levam mudana lingustica, encontrando-se dentro da estrutura da lngua.Exemplo: Fatores fonolgicos, sintticos
Fatores externosSo fatores que levam mudana lingustica, mas so exteriores estrutura da lngua.Exemplo: Fatores polticos, culturais
Mudana regularAtinge os sons da lngua, em que um dado som evolui no mesmo sentido nas palavras deuma lngua, num determinado perodo de tempo.Exemplo: As vogais breves tnicas latinas /e/ e /o/ passaram a vogais abertas no Portugus.
Mudana irregularAtinge os sons e as palavras de uma lngua, mas no de forma regular.Exemplo: A expresso Madre de Deus pronuncia-se sem [de], no registo informal, para no
haver repetio do [de].
2.2 Etimologia
Etimologia Estuda a origem e evoluo das palavras.
timoPalavra da qual deriva outra.Exemplo: O timo da palavra bispo episcopum (timo latino).
Palavras convergentes Palavras que apresentam a mesma forma, embora tenham timos diferentes.Exemplo: So (saudvel) e so (santo) derivaram, respetivamente, de sanum e sanctum (lat.).
Palavras divergentesPalavras que apresentam forma diferente, apesar de terem o mesmo timo.Exemplo: Primeiro e primrio derivaram ambas de primarium (lat.).
2. CONTACTO DE LNGUAS
Contacto entre lnguasVerifica-se contacto quando coexistem duas ou mais lnguas numa mesma regio ounuma mesma comunidade lingustica. o caso dos crioulos.
Crioulos de base lexical portuguesaCrioulos que tiveram origem no contacto entre falantes portugueses e falantes de ln-guas no europeias, nos primeiros sculos da expanso portuguesa.Exemplos: Crioulos africanos da Alta Guin, crioulos Malaio-Portugueses
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O portugus deriva essencialmente do latim, mas manifesta fortes influncias dos se-guintes substrato, superstrato e adstrato.
SubstratoConjunto de vestgios deixados por lngua indgena desaparecida, devido ao contacto comuma lngua invasora.Exemplo: Vestgios do substrato peninsular pr-romano: seara, mato, carvalho
SuperstratoConjunto de vestgios deixados por lngua de invasores que desapareceu, devido ao con-tacto com uma lngua indgena.Exemplo: Vestgios do superstrato germnico, de suevos e visigodos, na Pennsula Ibrica:
guerra, elmo, espeto, roubar
AdstratoLngua que sobrevive, aps contacto lingustico motivado por invaso territorial. Exemplo: Vestgios do adstrato rabe: alfndega, azeite, arroz, alface, azulejo
3. BILINGUISMO E MULTILINGUISMO
BilinguismoCaracterstica dos falantes que se exprimem em duas lnguas diferentes.Exemplos: Portugus e ingls
MultilinguismoCaracterstica dos falantes que se exprimem em vrias lnguas diferentes.Exemplos: Portugus, ingls, espanhol, italiano
4. LNGUA PADRO (NORMA)
Lngua padroA variedade falada e escrita que se destacou como meio de comunicao entre os falantesde estatuto social elevado de uma comunidade lingustica. sinnimo de norma padro.Exemplo: a lngua usada nos meios institucionais (escolas, tribunais), em certos pro-
gramas dos media (debates televisivos, reportagens...).
Normalizao lingusticaProcesso pelo qual uma dada variedade lingustica convertida em lngua padro.
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Fontica e FonologiaParte da gramtica que estuda
os sons e fonemas
a prosdia
os processos fonolgicos
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1. SONS E FONEMAS
1.1 Vogal e semivogal Vogal
Som produzido sem a obstruo dos rgos vocais. Corresponde ao centro da slaba.No Portugus possvel identificar foneticamente catorze vogais.Exemplo: A palavra casa tem duas vogais (/a/).
Semivogal (ou glide)Tem valor fonolgico, forma com a vogal um ditongo e nunca pode receber acento. Exemplo: Som final de pau.
1.2 Ditongo e hiato Ditongo
Sequncia no interior de uma slaba, formada por vogal e semivogal.O ditongo tem vrias propriedades.
Ditongo decrescenteFormado por vogal e semivogal.Exemplos: Pai, pau
Ditongo crescenteFormado por semivogal e vogal.Exemplo: Quatro
Ditongo oralNo apresenta ressonncia nasal.Exemplos: Vai, di, meu, feira
Ditongo nasalVerifica-se ressonncia nasal na sua pronncia.Exemplos: Do, pe, me
HiatoSequncia de duas vogais que pertencem a slabas diferentes.Exemplos: Rio a sequncia [i.o] na palavra rio, patroa, fiel
2. PROSDIA
Propriedades acentuais das slabas Slaba tnica
Tem acentuao tnica (ao nvel prosdico).Exemplo: A primeira slaba de gato: [ga]
Slaba tonaNo apresenta acento (ao nvel prosdico).Exemplo: A slaba [to] de gato
MINIGRAMTICA
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3. PROCESSOS FONOLGICOS
Processos fonolgicos so as modificaes sofridas pelos segmentos das palavras. Hprocessos de insero, supresso e alterao, que so os seguintes:
Insero de segmentosConsiste na insero de um novo som na palavra, que passa a ser articulado: em posio inicial fenmeno designado por prtese
Exemplo: Tirar > atirar em posio medial fenmeno designado por epntese
Exemplo: Area > areia em posio final fenmeno designado por paragoge
Exemplo: Ante > antes
Supresso de segmentosConsiste na supresso de um segmento na palavra: em posio inicial fenmeno designado por afrese
Exemplo: Enamorar > namorar em posio medial - fenmeno designado por sncope
Exemplo: Magis > mais em posio final - fenmeno designado por apcope
Exemplo: Et > e
Alterao de segmentosConsiste na mudana na qualidade dos segmentos.
AssimilaoAlterao de um segmento devido influncia de sons vizinhos.Exemplo: Ipse > esse
DissimilaoAlterao de um segmento por diferenciao com os sons vizinhos.Exemplo: Rolgio > relgio
Reduo voclicaEnfraquecimento de uma vogal em posio tona.Exemplo: A primeira slaba da palavra mata enfraquece em matagal.
MetteseTransposio de um som na palavra.Exemplo: Troca de segmentos em meteorologia > metreologia (em certas variedades da
lngua).
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MorfologiaParte da gramtica que estuda
os elementos que constituem uma palavra
os processos de flexo das palavras
a formao de palavras
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MINIGRAMTICA
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1. CONSTITUINTES MORFOLGICOS
Radical: constituinte que contm o significado de uma palavra.Exemplos: O radical da palavra gato [gat-].
O radical da palavra beber [beb-].
Afixo: constituinte dependente que se associa sempre a uma forma de base. (A forma debase pode ser composta por um s radical, por um radical e um ou mais afixos ou por umapalavra.) Prefixo: afixo que se coloca esquerda da forma de base.
Exemplo: Na palavra desligar, [des-] um prefixo. Interfixo: afixo que se coloca entre duas formas de base ou entre uma forma de base e
um afixo.Exemplo: Na palavra discoteca, [o] um interfixo.
Sufixo: afixo que se coloca direita da forma de base. Os sufixos podem ser:a) sufixos derivacionais, que se juntam ao radical para formar uma palavra por deri va-
o;Exemplo: Na palavra trabalhador, [dor] um sufixo derivacional.
b)sufixos flexionais, que marcam a flexo das palavras;Exemplo: Na palavra amamos, [mos] um sufixo flexional.
c) constituintes temticos, que indicam a classe morfolgica de uma palavra. O cons-tituinte temtico dos nomes e adjetivos designa-se por ndice temtico e o consti-tuinte temtico dos verbos designa-se por vogal temtica.Exemplos: Na palavra livro, [o] o ndice temtico.
Na palavra, amar, [a] a vogal temtica.
2. PALAVRA SIMPLES E PALAVRA COMPLEXA
Palavra simples: palavra formada apenas por um radical (e, eventualmente, por umconstituinte temtico) a que se podero associar sufixos flexionais.Exemplos: Casa uma palavra simples constituda pelo radical [cas] e pelo ndice tem-
tico [a].Casas uma palavra simples constituda pelo radical [cas], pelo ndice tem-tico [a] e pelo sufixo de flexo de plural [s].
Palavra complexa: palavra formada por derivao ou por composio.Exemplos: Infeliz uma palavra complexa formada por derivao (constituda pelo prefixo
[in] e pelo radical [feliz]).Surdo-mudo uma palavra complexa formada por composio (constituda pordois radicais: [surd] e [mud]).
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3. FLEXO
Palavra varivel: palavra que admite flexo (em gnero, nmero, grau, etc.).Exemplo: Gatinho, gata, gatos so palavras flexionadas a partir do radical [gat].
Palavra invarivel: palavra que no admite flexo.Exemplo: Agora uma palavra invarivel porque no flexionvel.
3.1 Flexo nominal e adjetival
3.1.1 Flexo em gnero (nomes e adjetivos)
Nomes biformes: os nomes podem flexionar em gnero, tendo uma forma para o femininoe outra para o masculino. Nestes casos, o gnero gramatical corresponde, normalmente,ao gnero natural. Estes so nomes que referem seres animados.Exemplo: Gato / gata
Nomes uniformes: os nomes podem no flexionar em gnero, tendo um nico gnero gra-matical, masculino ou feminino.Exemplo: Mesa
Os nomes uniformes podem ainda ser: epicenos: nomes referentes a animais que, quando associados s palavras macho ou
fmea, permitem designar o seu sexo;Exemplo: A tartaruga macho / a tartaruga fmea
sobrecomuns: nomes referentes a pessoas. Tm um nico gnero independentementedo sexo (gnero natural) da pessoa referida;Exemplos: O cnjuge; a vtima; a testemunha
comuns de dois: nomes uniformes cujo gnero assinalado pelo determinante que osacompanha.Exemplos: O jornalista / a jornalista; o estudante / a estudante
Regra geral de formao do feminino Nomes terminados em [-o]: substitui-se [-o] por [-a]:
Exemplo: Amigo / amiga Nomes terminados em consoante: acrescenta-se [-a]:
Exemplo: Campons / camponesa Outros casos de formao do feminino
Nomes terminados em [-o]: o feminino pode formar-se de trs formas:a) -a - (exemplo: ano / an)b) -o -oa (exemplo: leo / leoa)c) -o -ona (exemplo: solteiro / solteirona)
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MINIGRAMTICA
18 Minigramtica
Nomes terminados em [-or]: acrescenta-se [-a].Exemplo: Pastor / pastora
Nomes terminados em [-e]: um pequeno nmero forma o feminino substituindo [-e] por [-a]:Exemplo: Infante / infanta
Nomes cujo feminino no se forma por flexo:
Av Av Poeta PoetisaFrade Freira Rapaz RaparigaHeri Herona Rei Rainha
Maestro Maestrina Ru RBode Cabra Co CadelaPai Me Marido Mulher
Masculino Feminino Masculino Feminino
3.1.2 Flexo em nmero (nomes e adjetivos)
Regra geral de formao do plural Palavras terminadas em vogal ou ditongo: acrescenta-se o sufixo [-s] forma de base.
Exemplos: Mesa / mesas; pai / pais; me / mes
Outros casos de formao do plural Palavras terminadas em consoante (n, r, s, z): acrescenta-se o sufixo [-es] forma de base.
Exemplos: Abdmen / abdmenes; flor / flores; deus / deuses; luz / luzes Palavras terminadas em [-al], [-el], [-ol] e [-ul]: substitui-se o [-l] final por [-is].
Exemplos: Canal / canais; papel / papis; lenol / lenis; azul / azuis Algumas palavras terminadas em [-il]: substitui-se [-il] por [-eis].
Exemplos: Fssil / fsseis; rptil / rpteis Palavras terminadas em [-m]: substitui-se o [-m] final por [-ns].
Exemplo: Tom / tons; jardim / jardins Palavras terminadas em [-s].
a) Palavras agudas e monosslabos: acrescenta-se [-es].Exemplos: Ingls / ingleses; gs / gases
b)Palavras no agudas: permanecem inalteradas.Exemplo: Lpis / lpis
Palavras terminadas em [-o]: o plural pode formar-se de trs formas:a) -o -es (Exemplos: Balo / bales; corao / coraes)b)-o -es (Exemplos: Co / ces; po / pes)c) Acrescenta-se [-s] forma de base (Exemplos: Mo / mos; cidado / cidados)
Nota: H nomes que s se empregam no plural:Exemplos: culos, frias, arredores
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3.1.3 Flexo em grau Nomes: os nomes podem flexionar nos graus normal, aumentativo e diminutivo.
AumentativoAcrescenta-se forma de base:[-o], [-aa], [-orra]
GatoMulheraaCabeorra
DiminutivoAcrescenta-se forma de base:[-inho(a)], [-zinho(a)], [-ito(a)]
CasinhaCozinho
Gatito
Gra
u
Adjetivos: os adjetivos podem variar nos graus normal, comparativo e superlativo. O graudos adjetivos pode ser construdo por processos morfolgicos (juno de um sufixo formade base) ou por processos sintticos (conjugao de palavras).
Grau do adjetivo
1. Normal { O livro antigo.
Superioridade O livro mais antigo do que a tela.2. Comparativo Igualdade O livro to antigo como a tela.
Inferioridade O livro menos antigo do que a tela.
Relativo Superioridade O livro o mais antigo da coleo.Inferioridade O livro o menos antigo da coleo.
3. Superlativo
Absoluto Sinttico O livro antiqussimo.Analtico O livro muito antigo.
O grau superlativo absoluto sinttico dos adjetivos formado por um processo morfolgico:
Regra geral Acrescenta-se o sufixo [-ssimo] forma de base:
Exemplo: Original / originalssimoa) Adjetivo terminado em [-vel]: forma o superlativo em [-bilssimo].
Exemplo: Amvel / amabilssimob)Adjetivo terminado em [-z]: forma o superlativo em [-cssimo].
Exemplo: Feliz / felicssimo
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MINIGRAMTICA
20 Minigramtica
Casos particulares na formao dos graus comparativo e superlativo
Bom Melhor timo O melhor
Mau Pior Pssimo O pior
Grande Maior Mximo O maior
Pequeno Menor Mnimo O menor
Alto Superior Supremo O superior
Baixo Inferior nfimo O inferior
Grau normalGrau comparativo de superioridade absoluto sinttico
Grau superlativo
relativo de superioridade
Formao particular no grau superlativo absoluto sinttico (os adjetivos adotam umaforma prxima da latina).
Grau normal Grau superlativo
Amigo
Antigo
Benvolo
Clebre
Comum
Cruel
Difcil
Fcil
Feroz
Fiel
Frio
Horrvel
Humilde
Livre
Nobre
Sbio
Simples
Veloz
Amicssimo
Antiqussimo
Benevolentssimo
Celebrrimo
Comunssimo
Crudelssimo
Dificlimo
Faclimo
Ferocssimo
Fidelssimo
Frigidssimo (Frissimo)
Horribilssimo
Humlimo
Librrimo
Nobilssimo
Sapientssimo
Simplicssimo
Velocssimo
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21Minigramtica
3.1.4 Flexo em caso (pronomes)
A flexo em caso manifesta-se apenas nos pronomes pessoais.Caso
Pessoa
1. singular
Nominativo(funo de
sujeito)
Acusativo(funo de
complemento direto)
Dativo(funo de
complemento indireto)
Oblquo (funo de
complemento oblquo)
Eu Me Me Mim
2. singular Tu Te Te Ti
3. singular Ele, Ela Se, o, a Lhe Si, ele, ela
1. plural Ns Nos Nos Ns
2. plural Vs Vos Vos Vs
3. plural Eles, Elas Se, os, as Lhes Si, eles, elas
Quadro-Sntese
Categorias flexionais
Gnero
Exemplos
Masculino / Feminino Gato / gata (nome)Estudioso / estudiosa (adjetivo)
Nmero Singular / PluralGato / gatosEstudioso / estudiososEle / eles
Caso Nominativo / Acusativo / Dativo / Oblquo Eu / me / me / mim
Grau Nomes: Normal / Aumentativo / DiminutivoAdjetivos: Normal / Comparativo / Superlativo
Casa / casinha / casaroBelo / mais belo do que / belssimo
Pessoa Primeira / Segunda / Terceira Eu / tu / ele
3.1.5 Flexo em pessoa
Flexo dos pronomes (e tambm dos verbos). Registam-se trs pessoas: primeira, se-gunda e terceira pessoas (s quais se associa a flexo em nmero, no caso do plural).
3.1.6 Flexo nominal e adjetival
3.2 Flexo verbal
Conjugao verbal: em portugus, h trs paradigmas de conjugao verbal que se definemem funo da vogal temtica do verbo. Os verbos que seguem o modelo de conjugao consi-deram-se regulares. Aqueles que sofrem alteraes tanto nos sufixos de flexo como nos radicaisso irregulares. H ainda os verbos defetivos, que apresentam uma conjugao incompleta,pois no flexionam em todas as formas possveis. (Exemplos: Amanhecer, chover.)
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--
[Am]
Radical verbal Vogal temtica Sufixo de pessoa
-o
a -s
a --
a -mos
a -is
a -m
Verbo amar(presente do indicativo)
Eu amo
Tu amas
Ele ama
Ns amamos
Vs amais
Eles amam
MINIGRAMTICA
22 Minigramtica
Os verbos distribuem-se por trs conjugaes: 1. conjugao: verbos com vogal temtica [a], no infinitivo; (Exemplo: Amar) 2. conjugao: verbos com vogal temtica [e], no infinitivo; (Exemplo: Beber) 3. conjugao: verbos com vogal temtica [i], no infinitivo; (Exemplo: Partir)
Os verbos podem flexionar nas seguintes categorias:
3.2.1 PessoaOs verbos flexionam em trs pessoas: primeira, segunda e terceira. Esta flexo manifesta-se
pela juno de um sufixo de pessoa ao radical verbal, como se observa no quadro que se segue.Nota: O sufixo de flexo em pessoa pode no se manifestar, como acontece na terceira
pessoa do singular do verbo amar, que se apresenta como exemplo.
No modo imperativo, o verbo flexiona apenas na segunda pessoa (singular e plural).Exemplo: Lava (tu) / Lavai (vs)
3.2.2 NmeroA flexo dos verbos em nmero tem dois valores: singular ou plural.Exemplo: Ele fala (singular) / Eles falam (plural)
3.2.3 Tempo verbalOs verbos flexionam em tempo, sendo possvel distinguir os seguintes paradigmas: pre-
sente, pretrito (perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito) e futuro.Uma forma verbal pode ter tempos simples (com uma s forma verbal) ou tempos com-
postos (o valor temporal formado pela conjugao de um verbo auxiliar ter ou haver e doparticpio do verbo principal ou copulativo).
3.2.4 ModoOs verbos apresentam formas verbais finitas e infinitas.
Formas verbais finitas: variam em tempo, pessoa e nmero. Estas apresentam as seguintes categorias: indicativo, conjuntivo, imperativo e condicional.
Formas verbais infinitas (no finitas): formas verbais que no variam em tempo. Estas apre-sentam as seguintes categorias: gerndio, particpio e infinitivo (pessoal e impessoal).
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23Minigramtica
Verbo lavar-se (verbo reflexivo)
Que eu me laveQue tu te lavesQue ele se laveQue ns nos lavemosQue vs vos laveisQue eles se lavem
Que eu me tenha lavado Que tu te tenhas lavado Que ele se tenha lavado Que ns nos tenhamos lavado Que vs vos tenhais lavado Que eles se tenham lavado
Se eu me lavasse Se tu te lavasses Se ele se lavasse Se ns nos lavssemos Se vs vos lavsseis Se eles se lavassem
Se eu me tivesse lavado Se tu te tivesses lavado Se ele se tivesse lavado Se ns nos tivssemos lavado Se vs vos tivsseis lavado Se eles se tivessem lavado
Quando eu me lavar Quando tu te lavares Quando ele se lavar Quando ns nos lavarmos Quando vs vos lavardes Quando eles se lavarem
Quando eu me tiver lavado Quando tu te tiveres lavado Quando ele se tiver lavado Quando ns nos tivermos lavado Quando vs vos tiverdes lavado Quando eles se tiverem lavado
Presente Pretrito perfeito Pretrito imperfeito
Pretrito mais-que-perfeito Futuro
simples composto
MODO CONJUNTIVO
MODO IMPERATIVO
Lava-teLavai-vos Lavar-se Ter-se lavado
Infinitivo impessoal simples composto
Lavando-se Tendo-se lavado
Gerndio simples composto
FORMAS NOMINAIS
Presente
Eu tenho-me lavado Tu tens-te lavado Ele tem-se lavado Ns temo-nos lavado Vs tendes-vos lavado Eles tm-se lavado
Eu lavei-me Tu lavaste-te Ele lavou-se Ns lavamo-nos Vs lavastes-vos Eles lavaram-se
Eu lavo-me Tu lavas-te Ele lava-se Ns lavamo-nos Vs lavais-vos Eles lavam-se
Eu lavava-me Tu lavavas-te Ele lavava-se Ns lavvamo-nos Vs lavveis-vos Eles lavavam-se
Pretrito imperfeito
MODO INDICATIVO
PresentePretrito perfeito
compostosimples
Eu lavara-me Tu lavaras-te Ele lavara-se Ns lavramo-nos Vs lavreis-vos Eles lavaram-se
Eu tinha-me lavado Tu tinhas-te lavado Ele tinha-se lavado Ns tnhamo-nos lavado Vs tnheis-vos lavado Eles tinham-se lavado
Pretrito mais -que-perfeitocompostosimples
Eu lavar-me-ei Tu lavar-te-s Ele lavar-se- Ns lavar-nos-emos Vs lavar-vos-eis Eles lavar-se-o
Eu ter-me-ei lavado Tu ter-te-s lavado Ele ter-se- lavado Ns ter-nos-emos lavado Vs ter-vos-eis lavado Eles ter-se-o lavado
Futurocompostosimples
composto
Eu ter-me-ia lavado Tu ter-te-ias lavado Ele ter-se-ia lavadoNs ter-nos-amos lavadoVs ter-vos-eis lavado Eles ter-se-iam lavado
MODO CONDICIONAL
simples
Eu lavar-me-ia Tu lavar-te-ias Ele lavar-se-ia Ns lavar-nos-amos Vs lavar-vos-eis Eles lavar-se-iam
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24 Minigramtica
Eu tenho feitoTu tens feitoEle tem feitoNs temos feitoVs tendes feitoEles tm feito
Eu fiz Tu fizesteEle fez Ns fizemosVs fizestes Eles fizeram
Eu fao Tu fazes Ele faz Ns fazemos Vs fazeis Eles fazem
Eu faziaTu faziasEle faziaNs fazamosVs fazeisEles faziam
Pretrito imperfeito
MODO INDICATIVO
PresentePretrito perfeito
compostosimples
Eu fizeraTu fizerasEle fizeraNs fizramosVs fizreisEles fizeram
Eu tinha feitoTu tinhas feitoEle tinha feitoNs tnhamos feitoVs tnheis feitoEles tinham feito
Pretrito mais -que-perfeitocompostosimples
Eu fareiTu farsEle farNs faremosVs fareisEles faro
Eu terei feitoTu ters feitoEle ter feitoNs teremos feitoVs tereis feitoEles tero feito
Futurocompostosimples
Verbo fazer (verbo irregular)
Que eu faaQue tu faasQue ele faaQue ns faamosQue vs faaisQue eles faam
Que eu tenha feitoQue tu tenhas feitoQue ele tenha feitoQue ns tenhamos feitoQue vs tenhais feitoQue eles tenham feito
Se eu fizesseSe tu fizessesSe ele fizesseSe ns fizssemosSe vs fizsseisSe eles fizessem
Se eu tivesse feitoSe tu tivesses feitoSe ele tivesse feitoSe ns tivssemos feitoSe vs tivsseis feitoSe eles tivessem feito
Quando eu fizerQuando tu fizeresQuando ele fizerQuando ns fizermosQuando vs fizerdesQuando eles fizerem
Quando eu tiver feitoQuando tu tiveres feitoQuando ele tiver feitoQuando ns tivermos feitoQuando vs tiverdes feitoQuando eles tiverem feito
Presente Pretrito perfeito Pretrito imperfeito
Pretrito mais-que-perfeito Futuro
simples composto
composto
Eu teria feitoTu terias feitoEle teria feitoNs teramos feitoVs tereis feitoEles teriam feito
MODO CONDICIONAL
simples
Eu fariaTu fariasEle fariaNs faramosVs fareisEles fariam
MODO CONJUNTIVO
MODO IMPERATIVO
Faz(e)Fazei Fazer Ter feito
Infinitivo impessoal simples composto
Fazendo Tendo feito
Gerndio simples composto
FORMAS NOMINAIS
Presente Particpio passado
Feito
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25Minigramtica
Eu tenho pedidoTu tens pedidoEle tem pedidoNs temos pedidoVs tendes pedidoEles tm pedido
Eu pediTu pedisteEle pediuNs pedimosVs pedistesEles pediram
Eu peoTu pedesEle pedeNs pedimosVs pedisEles pedem
Eu pediaTu pediasEle pediaNs pedamosVs pedeisEles pediam
Pretrito imperfeito
MODO INDICATIVO
PresentePretrito perfeito
compostosimples
Eu pediraTu pedirasEle pediraNs pedramosVs pedreisEles pediram
Eu tinha pedidoTu tinhas pedidoEle tinha pedidoNs tnhamos pedidoVs tnheis pedidoEles tinham pedido
Pretrito mais -que-perfeitocompostosimples
Eu pedireiTu pedirsEle pedirNs pediremosVs pedireisEles pediro
Eu terei pedidoTu ters pedidoEle ter pedidoNs teremos pedidoVs tereis pedidoEles tero pedido
Futurocompostosimples
Verbo pedir (verbo irregular)
Que eu peaQue tu peasQue ele peaQue ns peamosQue vs peaisQue eles peam
Que eu tenha pedidoQue tu tenhas pedidoQue ele tenha pedidoQue ns tenhamos pedidoQue vs tenhais pedidoQue eles tenham pedido
Se eu pedisseSe tu pedissesSe ele pedisseSe ns pedssemosSe vs pedsseisSe eles pedissem
Se eu tivesse pedidoSe tu tivesses pedidoSe ele tivesse pedidoSe ns tivssemos pedidoSe vs tivsseis pedidoSe eles tivessem pedido
Quando eu pedirQuando tu pediresQuando ele pedirQuando ns pedirmosQuando vs pedirdesQuando eles pedirem
Quando eu tiver pedidoQuando tu tiveres pedidoQuando ele tiver pedidoQuando ns tivermos pedidoQuando vs tiverdes pedidoQuando eles tiverem pedido
Presente Pretrito perfeito Pretrito imperfeito
Pretrito mais-que-perfeito Futuro
simples composto
composto
Eu teria pedidoTu terias pedidoEle teria pedidoNs teramos pedidoVs tereis pedidoEles teriam pedido
MODO CONDICIONAL
simples
Eu pediriaTu pediriasEle pediriaNs pediramosVs pedireisEles pediriam
MODO CONJUNTIVO
MODO IMPERATIVO
PedePedi Pedir Ter pedido
Infinitivo impessoal simples composto
Pedindo Tendo pedido
Gerndio simples composto
FORMAS NOMINAIS
Presente Particpio passado
Pedido
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MINIGRAMTICA
26 Minigramtica
4. FORMAO DE PALAVRAS
As palavras podem formar-se por derivao ou por composio.
4.1 DerivaoA formao de palavras por afixao pode ocorrer por meio da adio de constituintes (afi-
xao) ou sem recorrer afixao de constituintes (converso e derivao no-afixal). Afixao: processo de formao de palavras que consiste na juno de um afixo a uma
forma de base. A afixao pode ocorrer por: prefixao: consiste na juno de um prefixo a uma forma de base;
Exemplo: Refazer (prefixo [re] + forma de base [fazer]) sufixao: processo de formao de palavras que consiste na juno de um sufixo a uma
forma de base;Exemplo: Trabalhador (forma de base [trabalha] + sufixo [dor])
parassntese: consiste na juno, em simultneo, de um prefixo e de um sufixo formade base.Exemplo: Entardecer (sufixo [en] + forma de base [tard] + sufixo [ecer]. palavra formada por parassntese no se pode retirar nem o sufixo nem o prefixo (noexiste a forma tardecer ou a forma entard).
Converso (ou derivao imprpria): processo de formao de palavras que recorre mu-dana de classe qual a palavra pertence originariamente. Este processo no implica qual-quer alterao formal palavra. Exemplo: No (advrbio) no (nome)
No vou. Um no magoa.
Derivao no-afixal: processo de formao de palavras que gera nomes, acrescentandomarcas de flexo nominal a um radical verbal.Exemplos: Alcanar alcance
Conquistar conquista
4.2 ComposioProcesso de formao de palavras que consiste na juno de duas ou mais formas de base.
Existem dois processos de composio: Composio morfolgica: processo de formao de palavras que consiste na juno de
dois radicais;Exemplo: A juno do radical [agr] ao radical [cultur] forma a palavra agricultura.
Composio morfossinttica: processo de formao de palavras que consiste na junode duas ou mais palavras.Exemplo: A juno da palavra surdo palavra mudo origina a palavra surdo-mudo.
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Classes de PalavrasParte da gramtica que estuda
a organizao das palavras em classes e subclasses
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MINIGRAMTICA
28 Minigramtica
1. CLASSE ABERTA E CLASSE FECHADA DE PALAVRAS
Classe aberta de palavras: classe de palavras que constituda por um nmero ilimitado depalavras e que se encontra aberta entrada de novas palavras. So classes abertas de pala-vras os nomes, os verbos, os adjetivos, os advrbios e as interjeies.
Classe fechada de palavras: classe de palavras que constituda por um nmero limitadode palavras e que s muito ocasionalmente aceita novos elementos. So classes de palavrasfechadas os pronomes, os determinantes, os quantificadores, as preposies e as conjun-es.
2. NOME
Classes de nomes Nome prprio: designa um referente nico. (Exemplos: Portugal, Tejo, Maria) Nome comum: pode designar um ou vrios referentes.
Nome contvel: admite ser enumerado; a sua forma plural marca uma diferena dequantidades entre singular e plural; (Exemplos: Mesa - mesas; uma mesa, duas mesas)
Nome no contvel: no admite enumerao; se aceitar forma plural, esta no marcadistino de quantidade relativamente ao singular; (Exemplos: gua, areia, saudade, tris-teza)
Nome coletivo: indicam um conjunto de objetos ou entidades. Este pode ser contvelou no contvel. (Exemplos: Bando, fauna, flora)
3. VERBO
Classes de verbos Verbo principal: ncleo do grupo verbal. ele que determina o aparecimento do sujeito ou
de outros complementos na frase. Em funo dos seus complementos, o verbo principalpode ser considerado: verbo intransitivo: no tem complementos; (Exemplo: Eu estudo) verbo transitivo direto: tem complemento direto; (Exemplo: Eu como um bolo) verbo transitivo indireto: tem complemento indireto ou oblquo; (Exemplos: Eu telefo-
nei ao Joo / Eu vou a Lisboa) verbo transitivo direto e indireto: tem complemento direto e indireto ou oblquo;
(Exemplos: Eu dei um livro ao Pedro / Eu pus a carne no forno) verbo transitivo-predicativo: tem um complemento direto e um predicativo do com-
plemento direto. (Exemplo: O Joo considera o Rui desagradvel) Verbo copulativo: verbo que liga o sujeito ao predicativo do sujeito. (Exemplos: ser, estar,
permanecer, ficar, parecer, ) Verbo auxiliar: verbo que surge antes de um verbo principal ou de um verbo copulativo.
Este verbo no determina o sujeito ou os complementos que aparecero na frase. (Exemplos:ter, ser, ir, estar a, ficar a, )
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29Minigramtica
4. ADJETIVO
Classes de adjetivos Adjetivo qualificativo: atribui uma qualidade ao nome; graduvel (compatvel com advrbios
de quantidade), variando em grau.Exemplo: Rapaz lindo muito lindo lindssimo
Adjetivo relacional: no graduvel, logo, no varia em grau; normalmente, pode ser subs-titudo por expresses como de + nome , ou relacionado com nome.Exemplo: Leitura astral dos astros relacionada com os astros.
Adjetivo numeral: integra os numerais ordinais; surge em posio anterior ao nome, sendoantecedido de um artigo definido.Exemplo: A primeira tarefa
5. ADVRBIO
Classes de advrbios Advrbio de predicado: surge no interior do grupo verbal (enquanto complemento oblquo
ou modificador). Identifica-se por ser integrado em construes negativas e interrogativas(no que se distingue do advrbio de frase).Exemplo: O Joo respondeu claramente.
Negao: O Joo respondeu no claramente (mas confusamente).Interrogao: Foi claramente que o Joo respondeu?
Os advrbios de predicado podem ter diferentes valores:
valor temporal; (Exemplo: O Joo chegou hoje.) valor espacial; (Exemplo: O Joo mora ali.) valor modal. (Exemplo: O Joo l calmamente.)
Advrbio de frase: incide sobre toda a frase, modificando-a. Identifica -se por no poder serintegrado em construes negativas e interrogativas (distinguindo-se do advrbio de pre-dicado).Exemplo: Certamente, o Joo no vai aula.
* No certamente, o Joo no vai aula. (Esta frase est incorreta.)* certamente que o Joo vai aula? (Esta frase est incorreta.)
Advrbio conectivo: estabelece uma relao entre oraes, frases ou segmentos da frase. Es-tes advrbios no surgem em construes negativas e interrogativas.
Exemplo: Primeiro, o Joo chegou. Seguidamente, veio a Maria. Depois, foram todos aocinema.
Advrbio de negao: o nico advrbio de negao no. Este surge esquerda do elementonegado, podendo este ser todo o grupo verbal ou apenas um constituinte do grupo verbal.Exemplos: O Joo no l revistas desportivas.
O Joo l no revistas desportivas mas revistas de cinema.
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MINIGRAMTICA
30 Minigramtica
Advrbio interrogativo: identifica a palavra interrogada numa frase interrogativa.Exemplo: Quando queres partir?
Advrbio relativo: introduz uma orao relativa. Onde um advrbio relativo.Exemplo: A biblioteca onde requisito livros muito grande.
Advrbios interrogativos
Quando?Onde?Aonde?Donde?
Como?Porque?Porqu?
Advrbio de afirmao: utilizado em respostas a interrogativas totais ou no interior de umafrase, para reforar o valor afirmativo de um grupo de palavras. Neste caso, o advrbio refora ovalor afirmativo da frase.Exemplos: Queres vir ao cinema? Sim.
O Joo no gosta de ver o filme, mas sim de ler o livro.
Advrbio de quantidade e grau: d informao sobre grau ou quantidade do elementosobre o qual incide. Este advrbio pode ocorrer no interior do grupo verbal ou no interior deum grupo adjetival ou adverbial. Quando associado a advrbios ou a adjetivos pode contri-buir para formar o grau.Exemplos: O Joo come muito. (modificador do grupo verbal)
O Joo est pouco feliz. (modificador do adjetivo)O Joo l demasiadamente depressa. (modificador do advrbio)O Joo o mais estudioso da turma. (grau do adjetivo)
Advrbios de quantidade e grau
MuitoPoucoBastanteAssaz
NadaTantoToQuase
ApenasMaisQuo
Advrbios de incluso Advrbios de excluso
AindaAtInclusivamenteMesmoTambm
Apenas ExclusivamenteSalvoSenoSomenteSUnicamente
Advrbio de incluso e excluso: d informao sobre a participao de uma palavra numdado grupo.Exemplos: O Joo s l livros de aventuras. (advrbio de excluso)
O Joo tambm l livros de aventuras. (advrbio de incluso)
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31Minigramtica
6. INTERJEIO
A interjeio tem a funo de exprimir a atitude / os sentimentos do locutor.
7. PRONOME
O pronome ocupa na frase o espao do nome. Nalguns casos, o pronome substitui o nome ou,no texto, refere-se a um nome que surgiu anteriormente (ou que surgir posteriormente). Os pro-nomes pessoais e possessivos apontam para as pessoas do discurso (Eu, ns, tu, vs, meu, nosso).
O pronome distingue-se do determinante porque, enquanto este acompanha um nome,ele surge isolado na frase.
Classes do pronome
Pronomes pessoaisReferem-se: aos participantes no discurso; a um grupo de palavras (anterior ou posterior no texto); a uma referncia fora do texto.
No podem ser antecedidos de um determinante.
Pronomes pessoais
Pessoasgramaticais
1. singular
Funes sintticas
Sujeito(forma tnica)
Complementodireto
(forma tona)
Complementoindireto
(forma tona)
Complemento(forma tnica)
Eu Me Me Mim, comigo
2. singular Tu Te Te Ti, contigo
3. singular Ele, ela Se, o, a Lhe Ele, ela, si, consigo
1. plural Ns Nos Nos Ns, connosco
2. plural Vs Vos Vos Vs, convosco
3. plural Eles, elas Se, os, as Lhes Eles, elas, si, consigo
Interjeies
de alegria ah!, oh!, ...de animao eia!, vamos!, ...de aplauso bravo!, viva!, ...de desejo oh!, oxal!, ...de dor ai!, ui!, ...de espanto ou surpresa ah!, hi!, ...
de impacincia irra!, hem!, ...de invocao !, pst!, ...de silncio psiu!, silncio!, ...de suspenso alto!, basta!, ...de terror ui!, uh!, ...
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MINIGRAMTICA
32 Minigramtica
Pronomes indefinidos
Variveis Invariveis
Masculino Feminino
AlgumNingum
TudoAlgoNada
SingularAlgum, nenhum, todo,muito, pouco, tanto,
qualquer
Alguma,nenhuma, toda, muita,pouca, tanta, qualquer
PluralAlguns, nenhuns,
todos, muitos, poucos,tantos, quaisquer
Algumas, nenhumas, todas,muitas, poucas,
tantas, quaisquer
Pronomes demonstrativos Apontam para uma referncia fora do texto ou para uma palavra ou grupo de palavras den-tro do texto. Localizam elementos (perto, longe, ).
Pronomes possessivosApontam para uma referncia fora do texto ou para uma palavra ou grupo de palavras den-tro do texto. Estabelecem uma relao com um valor de posse entre elementos. So geral-mente antecedidos de um artigo definido.
Pronomes demonstrativos
Variveis Invariveis
Masculino Feminino
IstoIsso
Aquilo
SingularEste, esse,
aqueleEsta, essa,
aquela
PluralEstes, esses,
aqueles Estas, essas,
aquelas
Pronomes indefinidosTm um valor no definido, vago, no especfico.
Pessoasgramaticais
1. singular
Pronomes possessivosUm objeto
possudoVrios objetos
possudosMeu/minha Meus/minhas
2. singular Teu/tua Teus/tuas
3. singular Seu/sua Seus/suas
1. plural Nosso/nossa Nossos/nossas
2. plural Vosso/vossa Vossos/vossas
3. plural Seu/sua Seus/suas
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33Minigramtica
Pronomes relativosIntroduzem oraes relativas com ou sem antecedente.
Pronomes interrogativosIdentificam o constituinte (a palavra) interrogado em interrogativas parciais (i.e., que notm como resposta sim ou no).
Pronomes relativos variveis O qual, os quais, a qual, as quais
Pronomes relativos invariveis Que, quem
O que? O qu? Quem? Que?
8. DETERMINANTE
Classe de palavras que, normalmente, acompanha o nome, contribuindo para construir ovalor de referncia do nome.
Classes dos determinantes
Os determinantes incluem as seguintes subclasses: Determinante artigo
Definido: tem um valor definido. Acompanha o nome ou o determinante possessivo.
Determinantes artigos definidos O, a, os, as
Indefinido: tem um valor indefinido. Acompanha o nome (exceto os nomes prprios) ouo determinante possessivo.
Determinante demonstrativo Acompanha o nome, localizando-o.
Determinantes artigos indefinidos Um, uma, uns, umas
Determinantes demonstrativosEste, esta, estes, estasEsse, essa, esses, essasAquele, aquela, aqueles, aquelas
Determinante possessivo precedido por um artigo ou por um demonstrativo e acompanha o nome com um valor deposse.
Determinantes possessivos
Meu, teu, seu, minha, tua, suaMeus, teus, seus, minhas, tuas, suasNosso, vosso, seu, nossa, vossa, suaNossos, vossos, seus, nossas, vossas, suas
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MINIGRAMTICA
34 Minigramtica
Quantificadores universais variveis
Todo, toda, todos, todasQualquer, quaisquerAmbos, ambasNenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas
Quantificadores universais invariveis Cada
9. QUANTIFICADOR
Classe de palavras que acompanha o nome, dando informaes que apontam para o n-mero, a quantidade ou parte da realidade referida.
Classes do quantificador
Quantificador universalQuantificador que se refere totalidade dos elementos de um conjunto (no seu todo ou deforma distribuda).Exemplos: Todos os alunos fizeram o trabalho. (Referncia totalidade dos alunos na sua
totalidade.)Cada aluno fez o trabalho. (Referncia totalidade dos alunos de forma distri-butiva.)
Determinante relativo Cujo, cuja, cujos, cujas
Determinante interrogativo Que?
Determinantes indefinidos Certo, certa, certos, certasOutro, outra, outros, outras
Determinante indefinido Indica uma referncia indefinida do nome.
Determinante relativoAcompanha um nome no incio de oraes relativas.
Determinante interrogativo Coloca-se junto de um nome em construes interrogativas.
Quantificador existencialQuantificador que se refere existncia de uma entidade: sem apontar para a totalidade dos elementos que a constituem;
Exemplo: Alguns alunos fizeram os trabalhos.
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35Minigramtica
Quantificadores existenciais
Algum, alguma, alguns, algumas
Pouco, pouca, poucos, poucas
Tanto, tanta, tantos, tantas
Muito, muita, muitos, muitas
Vrios, vrias
Bastante, bastantes
contribuindo para referir uma quantidade indefinida;Exemplo: Vrios alunos fizeram o trabalho.
tomando como indicador um ponto de referncia.Exemplo: Poucos alunos fizeram o trabalho. (Poucos, se considerarmos a turma.)
Quantificador numeral
Quantificador que expressa:
uma quantidade numrica inteira precisa (corresponde ao numeral cardinal);Exemplo: Cinco alunos.
um mltiplo de uma quantidade (corresponde ao numeral multiplicativo);Exemplo: O triplo dos alunos.
uma frao precisa de uma quantidade (corresponde ao numeral fracionrio).Exemplo: Um tero dos alunos .
Quantificador interrogativo
Quantificador que acompanha a palavra interrogada numa frase interrogativa. Na respostaa esta questo surgir um quantificador.
Exemplo: Quantos pes queres? Quero cinco pes.
Quantificador interrogativo Quanto? Quanta? Quantos? Quantas?
Quantificador relativo Quanto, quanta, quantos, quantas
Quantificador relativo
Quantificador que, numa orao relativa, tem como antecedente um grupo nominal.Exemplo: Li tudo quanto levei para frias.
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MINIGRAMTICA
36 Minigramtica
Conjuno subordinativa Introduz sempre frases subordinadas. A orao subordinada tambm pode ser introduzidapor uma locuo conjuntiva.
Conjunes / Conjunes
correlativas/Locues
conjuntivas coordenativas
Copulativas
Adversativas
Disjuntivas
Conclusivas
Explicativas
ConjunesENem
Conjunes correlativas
Nem nemNo s... mas tambmNo s... como (tambm)
Conjunes Mas
Conjunes Ou
Conjunes correlativas
Ou... ouQuer... querSeja... sejaOra... ora
Conjunes Logo
ConjunesPoisQuePorque
11. CONJUNO
Classes de conjunes Conjuno coordenativa
Estabelece a ligao entre dois ou mais elementos coordenados (oraes, grupos nomi-nais, adjetivais, ). Existem ainda conjunes coordenativas correlativas, como nem nem,seja seja.A coordenao entre constituintes ou entre oraes tambm pode ser feita por uma locu-o conjuntiva. Consideram-se cinco tipos de conjunes coordenativas: copulativas, adversativas, dis-juntivas, conclusivas e explicativas.
10. PREPOSIO
Palavras invariveis que exprimem relaes entre dois elementos de uma frase. As prepo-sies podem ter como complemento:
um grupo nominal; (Exemplo: Ele gosta da casa.) um grupo adverbial. (Exemplo: Vem at c.)
Preposies
aanteapsatcomconforme
consoante contradedesdedurante em
entreexcetomediante paraperante por
salvosegundosemsobsobretrs
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37Minigramtica
Conjunes /Locues
conjuntivas subordinativas
Completivas ConjunesQueSePara
Causais
Finais
Temporais
Concessivas
Condicionais
Comparativas
Consecutivas
Conjunes
PorqueComoVistoDado
Locues conjuntivas
Uma vez queVisto quePois queJ queDado que
Conjunes QuePara
Locues conjuntivas
Para queA fim de queA fim de
Conjunes
QuandoMalenquantoApenas
Locues conjuntivas
Logo queAssim queAt quePrimeiro queSempre que Todas as vezes queAgora queDesde queAntes queAntes de Depois de
Conjunes EmboraConquanto
Locues conjuntivas
Se bem queAinda queMesmo queMesmo sePosto queNem queApesar de
Conjunes SeCaso
Locues conjuntivas
A no ser queA menos queSalvo seDesde queNo caso de
Conjunes ComoConforme
Locues conjuntivas
Assim como assimBem comoTo (Tanto) que
Conjunes Que
Locues conjuntivas
De tal modo queTo queTanto queDe tal maneira que
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SintaxeParte da gramtica que estuda
os grupos de palavras
as funes sintticas
os tipos de frases
as formas de articulao entre oraes e constituintes de frase
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Comeu uma ma.Escreveu Rita.Escreveu uma carta Rita.O Joo gosta de bolos.Mora em Espanha.
MINIGRAMTICA
40 Minigramtica
1. GRUPOS DE PALAVRAS
No interior das frases, as palavras formam grupos que se organizam em torno de palavras nu-cleares. O nome do grupo de palavras est dependente da classe a que pertence a palavra nuclear.
Grupo nominalO grupo nominal um grupo de palavras cujo ncleo um nome.Exemplos: O tio / o meu carro / uma linda manh / Lisboa / Lus Vaz de Cames / elaO grupo nominal pode ter a seguinte composio:
Grupo verbal O grupo verbal um grupo de palavras cujo ncleo um verbo ou um complexo verbal.Exemplos: Chove. / O Rui chegou. / A Sofia tem um irmo. / O Joo deu flores me
ontem. O Rui est a chegar.O grupo verbal pode ter a seguinte composio:
Exclusivamente um nome ou pronome Ele chegou.O Joo ouviu verdades.
Determinante e/ou quantificador + nome(ncleo)
O Joo quis vir.Todos os alunos concordaram.
Nome (ncleo) + complemento(s) A construo da casa foi longa.
Nome (ncleo) + modificador(es) O rapaz feliz chegou a casa.
Exclusivamente um adjetivo Sinto-me cansado!
Adjetivo (ncleo) + complemento Sinto-me feliz com o meu sucesso.
Adjetivo (ncleo) + advrbio de quantidade e grau Sinto-me to/muito cansada!
Exclusivamente um verbo Chegou.Ele confessou.
Verbo (ncleo) + complemento(s)
Verbo (ncleo) + modificador(es)O Joo chegou ontem.Escreveu docemente.Pintou (um quadro) no Brasil.
Verbo (ncleo) + complemento(s) + modificador(es)
A Maria escolheu o livro na biblioteca.
Grupo adjetivalO grupo adjetival um grupo de palavras cujo ncleo um adjetivo.Exemplos: O Joo est feliz. / Fiquei contente com a tua atitude.O grupo adjetival pode ter a seguinte composio:
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41Minigramtica
Preposio (ncleo) + grupo nominal Ele contou-me o final do filme.
Preposio (ncleo) + grupo adverbial Ele foi meu amigo at ontem.
Preposio (ncleo) + orao Utilizarei o teu computador at teres concludo o trabalho.
Exclusivamente um advrbio O Joo estudou ali.
Advrbio (ncleo) + complemento Independentemente do sucedido, vou a Lisboa.
Advrbio (ncleo) + advrbio (precede oncleo)
A Sofia chegou possivelmente ontem.A Maria corre mais rapidamente.
Grupo preposicionalGrupo de palavras cujo ncleo uma preposio. Todos os grupos preposicionais so for-mados pelo ncleo preposicional e pelo seu complemento.Exemplos: Duvido da tua ideia. / Ele aguarda at amanh.O grupo preposicional pode ter a seguinte composio:
Grupo adverbialGrupo de palavras cujo ncleo um advrbio.Exemplos: Ele estuda muito. / Ele estuda provavelmente ali.
O grupo adverbial pode ter a seguinte constituio:
2. FUNES SINTTICAS
As funes sintticas tm lugar no interior da frase e podem ocorrer em diferentes planos; Ao nvel da frase; Internas ao grupo verbal; Internas ao grupo nominal.
2.1 Funes sintticas ao nvel da frase
As funes sintticas que tm lugar ao nvel da frase so as seguintes: sujeito, predicado,modificador e vocativo.
Sujeito Funo sinttica desempenhada pelos elementos da frase que concordam com o verbo eque podem ser substitudos por um dos pronomes ele/ela/eles/elas/isso (isto).Exemplos: Os meus alunos so muito interessados./ Eles so muito interessados.
Amanh, a Ana e o Joo vm visitar-me. / Eles vm visitar-me.O que me disseste terrvel. / Isto terrvel.
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MINIGRAMTICA
42 Minigramtica
PredicadoFuno sinttica desempenhada pelo grupo verbal.Exemplos: A Maria deu flores me ontem.
Espantosamente, o rato escapou do gato.
Modificador (de frase)Funo sinttica desempenhada por elementos da frase no exigidos por nenhum dos seusconstituintes. Por esta razo, o modificador (de frase) pode ser eliminado sem alterar o seusentido nuclear.Exemplos: Felizmente, no perdi o autocarro.
Cientificamente, o Joo muito competente.Eu fiquei contente, quando tu chegaste a casa.
Vocativo Funo sinttica desempenhada por um constituinte que se utiliza quando se chama algum ou quando se invoca algo ou algum, a quem se dirige o discurso.Exemplos: Maria, vem c.
Eu queria, vento, sentir a tua fora!Eu penso, Maria, que tu s a minha luz.
2.2 Funes sintticas internas ao grupo verbalAs funes sintticas que tm lugar no interior do grupo verbal so as seguintes: comple-
mento (direto, indireto, oblquo e agente da passiva), predicativo (do sujeito, do complementodireto), modificador (do verbo).
Complemento diretoFuno sinttica desempenhada pelo complemento exigido pelo verbo, que pode ser subs-titudo pelo pronome pessoal na forma acusativa: -o(s)/-a(s).Exemplos: Ele rasgou a carta./ Ele rasgou-a.
A Maria confessou que se perdeu. / A Maria confessou-o.
Complemento indiretoFuno sinttica desempenhada por um complemento preposicional exigido pelo verbo,que pode ser substitudo pelo pronome pessoal na forma dativa: -lhe, -lhes.Exemplos: O Pedro telefonou me. / O Pedro telefonou-lhe.
A Sofia deu uma prenda prima. / A Sofia deu-lhe uma prenda.
Complemento oblquo Funo sinttica desempenhada por um grupo preposicional ou por um grupo adverbial queno pode ser substitudo pelo pronome pessoal na forma dativa: -lhe, -lhes. Trata -se de umgrupo de palavras essencial ao verbo, pelo que no pode ser eliminado da frase.Exemplos: O Joo vai Madeira. (*O Joo vai-lhe. / *O Joo vai.)
O Joo gosta de bolos. (*O Joo gosta-lhes. / *O Joo gosta.) Nota: O smbolo * assinala o facto de o complemento no poder ser substitudo pelo pro-
nome na forma -lhe, -lhes nem ser possvel eliminar o complemento da frase.
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43Minigramtica
Complemento agente da passiva Funo sinttica desempenhada por um grupo preposicional introduzido pela preposio por,numa frase passiva. O complemento agente da passiva corresponde ao sujeito numa fraseativa.Exemplo: A ma foi comida pelo Joo.
Predicativo do sujeitoFuno sinttica desempenhada por um grupo de palavras (grupo nominal, grupo adjetival,grupo preposicional e grupo adverbial) que surge em frases com verbo copulativo.Exemplos: O Joo mdico.
A meninas ficaram felizes.Os alunos esto na sala de aulas.A minha casa fica aqui.
Predicativo do complemento diretoFuno sinttica desempenhada pelo grupo de palavras que se relaciona com o complementodireto pedido por um verbo transitivo predicativo.Exemplo: A Maria considera o Joo um gnio.Nota: O predicativo do complemento direto distingue-se do complemento direto pelo
facto de no ser pronominalizvel pelo pronome pessoal na forma acusativa: Eu acho este livro fantstico. > Eu acho-o fantstico.
Modificador (do verbo)Funo sinttica desempenhada por elementos da frase no exigidos pelo verbo. Trata -sede um grupo de palavras que no essencial ao verbo para que este complete o seu sentido,pelo que pode ser omitido da frase.Exemplos: Joaquim rezou alto.
O Joo est em casa desde ontem.A Maria gosta de estudar em casa.
2.3 Funes sintticas internas ao grupo nominal Modificador (do nome)
Funo sinttica desempenhada por elementos da frase no exigidos pelo nome. Trata -sede um grupo de palavras que no essencial ao nome para que este complete o seu sentido,pelo que pode ser omitido da frase. Os modificadores (de nome) subdividem -se em: modificadores restritivos e modificadores apositivos. Modificador restritivo
Modificador do nome que restringe a referncia do nome sobre o qual incide.Exemplos: Os alunos que estudaram passaram de ano. (Somente os que estudaram
passaram de ano.)Ele comprou um livro interessante.O aluno mais moreno meu primo.
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MINIGRAMTICA
44 Minigramtica
Modificador apositivoModificador do nome que no restringe a referncia do nome sobre o qual incide.Exemplos: Os alunos, que estudaram, passaram de ano. (Eles passaram de ano por-
que estudaram.)O Rui, o meu primo, acabou de chegar.
3. TIPOS DE FRASE
As frases podem ter quatro tipos (declarativo, interrogativo, exclamativo e imperativo) eduas formas (ativa e passiva).
3.1 Tipos de frase
Frase declarativaFrase em que o locutor faz uma afirmao (assero).Exemplos: Hoje est a chover.
Gosto imenso de chocolate. Frase interrogativa
Frase em que o locutor faz uma pergunta, tendo como objetivo solicitar uma informaoou levar execuo de uma ao.Exemplos: Como se chama esta rua?
Passas-me o sal? Frase exclamativa
Frase em que o locutor expressa um sentimento.Exemplos: Que belo dia!
Consegui passar no exame!Estou a ficar zangado!
Frase imperativaFrase em que o locutor expressa uma ordem ou um pedido do falante.Exemplos: D c o livro!
Fecha a janela!
3.2 Formas de frase
Frase ativaFrase que se ope frase passiva. construda com verbos transitivos diretos, transitivosdiretos e indiretos ou transitivos predicativos. Frase em que o sujeito entendido comoagente da ao.Exemplo: O Joo come uma ma.
Frase passivaFrase que se ope frase ativa e na qual o verbo conjugado com o auxiliar ser. Nesta fraseo complemento apresentado como sujeito. Exemplo: A ma comida pelo Joo.
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4. ARTICULAO ENTRE ORAES E CONSTITUINTES
As frases podem ser simples ou complexas, no que respeita ao nmero de oraes que ascompem.
4.1 Frase simplesFrase constituda por um nico verbo principal ou copulativo.Exemplo: O Joo vai ao cinema.
4.2 Frase complexa
Frase constituda por dois ou mais verbos principais ou copulativos. Estas frases so, assim,compostas por duas ou mais oraes.
Exemplos: O Joo vai ao cinema e a Maria fica em casa.O Joo vai ao cinema porque no quer perder aquele filme.
As frases complexas podem articular-se por coordenao ou por subordinao.
4.2.1 CoordenaoProcesso de articulao de frases em que entre duas unidades da mesma categoria, ou
seja, entre os elementos que se coordenam, no existe qualquer relao de subordinao. A coordenao pode articular oraes ou grupos de palavras.
Exemplos: O Joo e a Maria foram ao cinema. (Coordenao de dois grupos nominais)O Joo quis um bolo e a Maria escolheu um sumo. (Coordenao de duasoraes.)
A coordenao pode ser sindtica ou assindtica. Coordenao sindtica
Coordenao entre elementos da frase feita atravs de uma conjuno (ou locuo con-juntiva) efetivamente expressa.Exemplo: A Professora entrou e os alunos seguiram-na.
Coordenao assindticaCoordenao entre elementos de uma frase sem o auxlio de uma conjuno (ou locuoconjuntiva). Na escrita, os elementos coordenados esto separados por uma vrgula.Exemplo: A professora entrou, os alunos seguiram-na.
As oraes coordenadas subdividem-se em cinco tipos: coordenada copulativa, coorde-nada adversativa, coordenada disjuntiva, coordenada conclusiva e coordenada explicativa. Orao coordenada copulativa
Orao introduzida por uma conjuno coordenativa copulativa, que transmite uma ideia deadio. Exemplo: O Manuel foi escola e levou o recado para a professora.
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Orao coordenada adversativa Orao introduzida por uma conjuno coordenativa adversativa, que transmite uma ideiade contraste em relao ao que dito na orao com que se combina. Exemplo: Estou doente mas vou escola.
Orao coordenada disjuntivaOrao introduzida por uma conjuno coordenativa disjuntiva, que transmite uma ideiade alternncia. Exemplo: Vens ou ficas.
Orao coordenada conclusiva Orao introduzida por uma conjuno coordenativa conclusiva, que transmite uma ideiade concluso em relao ao que dito na orao com que se combina. Exemplo: Estou doente, logo no vou escola.
Orao coordenada explicativa Orao introduzida por uma conjuno coordenativa explicativa. Esta orao apresenta --se como uma justificao do que foi dito na orao com a qual se combina. Exemplo: Est a chover, pois as ruas esto molhadas. (Ou seja, eu afirmo que est a cho-
ver, e justifico esta afirmao com o facto de as ruas estarem molhadas.)
4.2.2 SubordinaoProcesso de articulao de elementos da frase no qual um se assume como subordinante
e outro como subordinado. O elemento subordinado est dependente do subordinante e desempenha uma funo sinttica na frase.
De acordo com o tipo de funo sinttica que as oraes subordinadas desempenham, estas classificam-se em oraes subordinadas substantivas, oraes subordinadas adjetivas eoraes subordinadas adverbiais. Orao subordinada substantiva
Orao que, ao inserir-se na frase, desempenha a funo sinttica de sujeito ou comple-mento de um verbo. As oraes subordinadas substantivas podero ser oraes completi-vas ou oraes relativas (sem antecedente). Orao subordinada (substantiva) completiva
Orao subordinada substantiva que sujeito ou complemento de um verbo, sendo in-troduzida por uma conjuno subordinativa completiva. Exemplo: Eu quero que tu venhas festa.
Orao subordinada (substantiva) relativa (sem antecedente)Orao subordinada substantiva que introduzida por uma palavra relativa sem ante-cedente. Estas oraes podem desempenhar a funo sinttica de sujeito, de comple-mento direto, de complemento indireto, de complemento oblquo e de modificador (dogrupo verbal).Exemplos: Quem vai ao mar avia-se em terra. (funo de sujeito)
Conheo bem quem acabou de chegar. (funo de complemento direto)Escrevi a quem me telefonou. (funo de complemento indireto)Ela come um chocolate onde se sente bem. (funo de modificador)
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Orao subordinada adjetivaOrao que, na frase, desempenha a funo sinttica de um adjetivo. Estas oraes po-dem ser oraes relativas (com antecedente) ou oraes gerundivas. Orao relativa
As oraes subordinadas adjetivas podero ser oraes relativas restritivas ou oraes re-lativas explicativas.
Orao gerundivaOrao subordinada com funo de modificador, na qual o verbo surge no gerndio.Exemplo: Os alunos, estudando a matria, passaro de ano.
Orao subordinada (adjetiva) relativa restritivaOrao subordinada introduzida por uma palavra relativa. Esta orao tem a funo derestringir a informao presente no antecedente.Exemplo: Os alunos que estudaram tiveram boas notas. (No todos os alunos mas
somente aqueles que estudaram tiveram boas notas.) Orao subordinada (adjetiva) relativa explicativa
Orao subordinada introduzida por uma palavra relativa. Esta orao tem a funo deacrescentar uma explicao informao presente no antecedente.Exemplo: Os alunos, que estudaram, tiveram boas notas. (Afirma-se que todos os alunos
tiveram boas notas e acrescenta-se a informao de que tal ocorreu porqueeles estudaram.)
Orao subordinada adverbialOrao que, ao inserir-se na frase, desempenha a funo sinttica de modificador do grupoverbal ou da frase. As oraes subordinadas adverbiais podero ser oraes causais, finais,temporais, concessivas, condicionais, comparativas ou consecutivas. Orao subordinada causal
Orao subordinada introduzida por uma conjuno (ou locuo) subordinativa causal,que exprime a razo, o motivo do acontecimento descrito na orao subordinante. Exemplo: Abre a porta depressa porque est a chover.
Orao subordinada finalOrao subordinada introduzida por uma conjuno (ou locuo) subordinativa final, queexprime a finalidade da realizao do acontecimento descrito na subordinante. Exemplo: Para que conseguisse bater o recorde, treinei todos os dias.
Orao subordinada temporalOrao subordinada introduzida por uma conjuno (ou locuo) subordinativa tempo-ral, que refere uma indicao de tempo em relao qual a subordinante interpretada. Exemplo: Quando chegar a casa, vou fazer chocolate quente.
Orao subordinada concessiva Orao subordinada introduzida por uma conjuno (ou locuo) subordinativa concessiva, que refere um contraste perante o que dito na subordinante. A orao subordinada concessiva exprime um facto que poderia impedir o que se afirma na su-bordinante, mas que no tem fora suficiente para o fazer.Exemplo: Embora tenha estudado imenso, no passei no exame.
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Articulao entre oraesQuadro-Sntese
Oraocoordenada
Oraes Exemplos
Copulativa O Joo estuda e a Rita l.
Adversativa O Joo foi praia mas no tomou banho.
Disjuntiva O Joo vai ao cinema ou vai encontrar-se com os colegas.
Conclusiva A Rita adora cinema, logo vai querer ver este filme.
Explicativa A Rita adora ler, pois tem imensos livros em casa.
Orao subordinada
Substantiva
Adjetiva
Adverbial
Completiva O Joo pensa que o seu clube vaiganhar.
Relativa (semantecedente) Quem tudo quer tudo perde.
Relativa restritiva
Os alunos que gostam de futebolvo participar no torneio.
Relativa explicativa
As bibliotecas, que tm livros detodas as categorias, so bons locais para pesquisar.
Gerundiva O livro, tendo boas ilustraes,deve ser dado s crianas.
CausalO Joo quer comprar estas sapatilhas porque so boas paraa escalada.
Final O Joo comprou este livro paraoferecer me.
TemporalA Rita vai ao parque quando estbom tempo.
ConcessivaAinda que esteja de frias, a Ritatem imenso trabalho.
Condicional Se o Joo for ao cinema, eu voucom ele.
Comparativa A Rita to alta como o Joo ().
Consecutiva O Joo correu tanto que estmuito cansado.
Orao subordinada condicionalOrao subordinada introduzida por uma conjuno (ou locuo) subordinativa condi-cional, que exprime a condio em que se verifica o facto expresso pela subordinante.Exemplo: Se tu fores festa, vais conhecer a Maria.
Orao subordinada comparativaOrao subordinada introduzida por uma conjuno (ou locuo) subordinativa compa-rativa. Esta orao exprime o grau. (Exemplo: Ela canta to bem como dana.)
Orao subordinada consecutivaOrao subordinada introduzida por uma conjuno (ou locuo) subordinativa consecutiva,que exprime a consequncia de um facto referido na orao subordinante. Esta orao ex-prime a consequncia do grau associado ao facto expresso na subordinante.Exemplo: Ele to alto que no cabe na porta.
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LexicologiaParte da gramtica que estuda
o lxico e o vocabulrio
a significao e as relaes semnticas entre palavras
os processos irregulares de formao de palavras
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1. LXICO E VOCABULRIO
LxicoConjunto de todas as palavras de uma lngua. Inclui as palavras que so efetivamente usa-das (vocabulrio), as que caram em desuso e as que podem ser criadas por processos deconstruo das palavras.
VocabulrioConjunto das palavras que so usadas num determinado contexto.
2. FAMLIA DE PALAVRAS
A famlia de palavras constituda por palavras (formadas por derivao e por compo-sio) que possuem um radical comum.
Exemplo: Escola, escolar, escolaridade so palavras da mesma famlia.
3. SIGNIFICAO LEXICAL
3.1 Denotao e conotao
DenotaoSignificado primeiro de uma palavra.Exemplo: Os lees so animais selvagens (lees = animais).
ConotaoSignificados secundrios associados a uma palavra.Exemplo: Os lees festejaram a vitria com emoo (lees = adeptos de um clube de
futebol portugus).
3.2 Polissemia e monossemia
Polissemia
Propriedade das palavras que tm vrios significados.
Exemplo: O peso na conscincia f-lo parar com a mentira.O excesso de peso f-lo parar de comer chocolates.A palavra peso polissmica.
MonossemiaPropriedade das palavras que tm um s significado.Exemplo: Decalitro significa medida de dez litros.
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4. RELAES SEMNTICAS ENTRE PALAVRAS
Hiperonmia/hiponmiaH palavras que, por terem um significado mais geral (hipernimos), incluem o significadode outras (hipnimos).Exemplo: O significado da palavra flor (hipernimo) inclui o de rosa, malmequer, cravo, mag-
nlia (hipnimos), pois podemos dizer a rosa uma flor; o cravo uma flor.
Holonmia/meronmiaH palavras cujo significado refere um todo (holnimo) do qual outras so partes consti-tuintes (mernimos).Exemplo: Ptalas, caule, raiz (mernimos) so partes de flor (holnimo), porque podemos
dizer a flor tem ptalas; a flor tem caule; a flor tem raiz.
Sinonmia e antonmiaH palavras que podem ser usadas no mesmo contexto, sem que haja alterao de signifi-cao. Estamos perante um caso de sinonmia.Exemplo: Os alunos tiveram bons resultados no exame. / Os estudantes tiveram bons re-
sultados no exame.
Tambm h palavras que, embora partilhem alguns traos, tm significados opostos. So,neste caso, antnimos.Exemplo: Quando novo era louro, agora velho sou grisalho.
4.1 Campo lexical
Campo lexicalConjunto de palavras associadas a um mesmo domnio, pelo seu significado.Exemplo: As palavras manual, recreio, cantina, sala de aula, professor, aluno fazem parte do
campo lexical de escola.
4.2 Campo semntico
Campo semnticoConjunto dos significados que uma palavra pode ter.Exemplo: Campo semntico de cabea: cabea de lista; ter boa cabea; cabea do alfinete
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5. PROCESSOS IRREGULARES DE FORMAO DE PALAVRAS
Extenso semnticaProcesso atravs do qual uma palavra ganha um novo significado.Exemplo: A palavra rato, da zoologia, ganhou um novo significado na rea da informtica.
EmprstimoProcesso atravs do qual se transfere uma palavra de uma lngua para outra.Exemplo: A palavra jazz uma palavra inglesa, usada tambm no portugus.
AmlgamaProcesso atravs do qual se criam novas palavras a partir da juno de partes de duas oumais palavras.Exemplo: Cibernauta foi formada a partir da juno de ciberntica e astronauta.
SiglaPalavra formada atravs das iniciais de um grupo de palavras.Exemplo: RTP Rdio Televiso Portuguesa
AcrnimoPalavra formada atravs da juno de letras ou slabas iniciais de um grupo de palavras.Exemplo: DECO Defesa do consumidor
OnomatopeiaPalavra formada pela imitao de um som natural.Exemplo: Tlim, tlam (som de campainha); ui! (interjeio)
TruncaoProcesso atravs do qual se criam novas palavras, a partir do apagamento de parte da pa-lavra de que deriva.Exemplo: Foto (de fotografia)
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SemnticaParte da gramtica que estuda
o significado das unidades lingusticas
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1. SIGNIFICADO
As unidades portadoras de significados so as seguintes:
Constituintes morfolgicosUnidades mnimas portadoras de significado.Exemplo: O prefixo [auto] significa o prprio: automotor, automvel.
TextoUnidade mxima de significado.Exemplo: Uma carta, uma notcia, uma fbula so textos portadores de significado.
2. VALOR TEMPORAL
A categoria tempo pode exprimir-se atravs:
da flexo verbal;
Exemplo: O Manuel corrige o texto. (Localizao no tempo presente)
de verbos auxiliares;
Exemplo: O Manuel vai corrigir o trabalho. (Localizao no tempo futuro)
de grupos adverbiais ou preposicionais;
Exemplos: O Manuel l amanh. / O Manuel l na prxima semana. (Localizao notempo futuro.)
de oraes.Exemplos: O Manuel chegou enquanto eu passeava com o co. (Relao de simulta-
neidade entre duas situaes.)O Manuel viu televiso antes de jantar. (Relao de anterioridade de uma si-tuao em relao a outra.)O Manuel amanh vai viajar. (Relao de posteridade em relao ao tempo emque o enunciado produzido.)
3. VALOR ASPETUAL
Os valores aspetuais so marcados num dado enunciado atravs da informao lexical egramatical a presente.
A informao lexical expressa pelo significado de uma palavra.
A informao gramatical expressa pelo significado de uma palavra e pelos tempos ver-bais, auxiliares verbais, nomes (contveis/no contveis), quantificadores, modificadores
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, ainda, possvel representar o valor aspetual atravs da forma como se representam as si-tuaes que os verbos denotam. Distinguem-se, neste mbito, situaes estativas e eventos.
Situao estativaSituao no dinmica, que no leva a uma mudana de estado.Exemplo: O Joaquim minhoto.
EventoSituao dinmica, que leva a uma mudana de estado. Consideram-se dois tipos de even-tos:
evento no durativo;Exemplo: J acabei o trabalho de casa.
evento durativo.Exemplo: Estou a construir um puzzle.
4. VALOR MODAL
O valor modal a manifestao da atitude do locutor face ao seu enunciado. O locutor pode, atravs da entoao, de advrbios, dos auxiliares dever e poder, de certos ver-
bos principais, etc., expressar uma modalidade epistmica, dentica ou apreciativa.
Modalidade epistmicaO locutor representa, atravs do seu enunciado, um valor de certeza ou de probabilidade.
Valor de certezaExemplo: Certamente vai estar calor.
Valor de probabilidadeExemplo: Talvez v ao cinema.
Modalidade denticaO locutor expressa, atravs do seu enunciado, a permisso ou a obrigao.
Valor de permissoExemplo: Podes ir ao cinema.
Valor de obrigaoExemplo: Tens de treinar seis horas por dia.
Modalidade apreciativaO locutor manifesta apreciaes sobre o contedo de um enunciado.Exemplo: Infelizmente, no terminei o trabalho a horas.
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LexicografiaParte da gramtica que estuda
a realizao dos dicionrios, lxicos e terminologias
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1. DICIONRIO
Existem vrios tipos de dicionrio.
Dicionrio monolingueDicionrio que contm uma lista de palavras de uma s lngua e a respetiva informao.
Dicionrio bilingueDicionrio elaborado a partir de uma lngua, que contm, para cada entrada, o seu equiva-lente noutra lngua.
Dicionrio de aprendizagemDicionrio destinado ao ensino, que contm uma lista de vocbulos mais geral.
Dicionrio de sinnimosDicionrio monolingue que contm um sinnimo para cada entrada.
Dicionrio etimolgicoDicionrio que apresenta, para cada entrada, informao sobre a sua etimologia.
Os dicionrios organizam-se por entradas.
EntradaCada palavra ou expresso que faz parte de uma lista de um dicionrio, qual forne-cida informao.Exemplo: Alpendre, s.m. Cobertura saliente de um edifcio, apoiada por um lado sobre
pilastras, e encostada pelo outro parede mais alta; telheiro (in Dicionrio es-colar bsico de Portugus, Verbo).
2. TERMINOLOGIA
Terminologia uma lista de palavras pertencentes a uma rea especfica, podendo seracompanhadas por definies.
Exemplo: Terminologia Lingustica
3. THESAURUS
Um thesaurus um dicionrio que pretende apresentar as palavras de uma lngua exausto.
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Representao grficaParte da gramtica que estuda
a grafia e a ortografia
a pontuao e os sinais auxiliares de escrita
a configurao grfica
relaes entre palavras escritas e entre grafia e fonte
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1. GRAFIA E ORTOGRAFIA
GrafiaConjunto das formas que integram um sistema de escrita, destinado a codificar os sons epalavras.
OrtografiaSistema de regras que tem origem num acordo, que estabelece a grafia correta das palavrase o uso dos sinais de pontuao para uma lngua.
O Novo Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa data de 1991. Destina-se aosoito pases lusfonos.
Entrou no sistema de ensino portugus, de forma generalizada, no ano letivo de2011/2012.
1. O alfabeto da lngua portuguesa formado por 26 letras, cada uma delas com uma formaminscula e maiscula.
k, w e y so usados em: nomes prprios (de pessoas) estrangeiros e seus derivados;
Exemplo: Kantiano nomes de locais (topnimos) estrangeiros e seus derivados;
Exemplo: Washington washingtoniano siglas, smbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso
internacional.Exemplo: km quilmetro
2. Hfena) Mantm-se o hfen:
nas palavras compostas que designam espcies botnicas ou zoolgicas; Exemplos: Couve-flor, andorinha-do-mar, estrela-do-mar nas palavras compostas, pertencentes a diferentes reas de especialidade;
Exemplos: Febre-amarela, pedra-azul nas palavras compostas cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou
verbal, constituem uma unidade;Exemplos: Ano-luz, arcebispo-bispo, arco-ris
a A ()b B (b)c C (c)d D (d)e E ()f F (efe)g G (g ou gu)
h H (ag)i I (i)j J (jota)k K (capa ou c)l L (ele)m M (eme)n N (ene)
o O ()p P (p)q Q (qu)r R (erre)s S (esse)t T (t)u U (u)
v V (v)w W (dabliu)x X (xis)y Y (psilon)z Z (z)
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nas formaes em que o segundo elemento comea por h;Exemplos: Anti-higinico, geo-histria
nas formaes em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal com quese inicia o segundo elemento;Exemplos: Anti-ibrico, micro-ondas
nas formaes por prefixao:
com os prefixos circum- e pan-, quando o 2. elemento comea por h, m, n ou vogal;
Exemplos: Circum-navegao, pan-africano
com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando o 2. elemento comea por r;Exemplos: Hiper-realista, inter-regional, super-resistente
com os prefixos ps-, pr- e pr-;Exemplos: Ps-graduao, pr-natal, pr-fabricado, pr-europeu
b)Suprime-se o hfen:
nas formaes em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo ele-mento comea por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se;Exemplo: Antirreligioso, microssistema
nas formaes em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo ele-mento comea por vogal diferente.Exemplo: Autoestrada, autoavaliao
3. Acentuao grfica
a) No se acentuam graficamente:
os ditongos representados por ei ou oi da slaba tnica das palavras paroxtonas;Exemplos: Assembleia, apoio, joia, boia
as formas verbais terminadas em -em;Exemplos: Deem, creem, veem
palavras homgrafas de palavras proclticas;Exemplos: Para (), flexo de parar, e para, preposio
palavras graves terminadas em vogal tnica .Exemplos: Vo > voo
b)Uso facultativo do acento:
nas formas verbais do pretrito perfeito do indicativo, para as distinguir das corres-pondentes formas do presente do indicativo;Exemplos: Ammos, louvmos > amamos, louvamos
na forma verbal dmos no presente do conjuntivo.Exemplo: Dmos / demos
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4. Sequncias de consoantesa) Conservao de sequncias consonnticas
Exemplos: Adepto, aptido, compacto, erupo, dico, faccioso, corrupo, caracters-tica, facto, subtil, seco, tectnico, npcias
b)Eliminao de consoantes mudas cc > c
Exemplo: Leccionar > lecionar c >
Exemplo: Infeco >infeo ct > c
Exemplo: Projecto > projeto p > c
Exemplo: Adopo > adoo pc > c
Exemplo: Decepcionado > dececionado pt > t
Exemplo: Cepticismo > ceticismo
c) Grafia dupla devido oscilao de pronncia cc / c
Exemplo: Perfeccionista ou perfecionista c /
Exemplo: Dico ou dio (dico em Portugal) ct / t
Exemplo: Conector ou conetor p /
Exemplo: Concepo ou conceo (conceo em Portugal) pt /t
Exemplo: Conceptual ou concetual bd / d
Exemplo: Sbdito ou sdito (sbdito em Portugal) bt / t
Exemplo: Subtil ou stil (subtil em Portugal) gd / d
Exemplo: Amgdala ou amgala (amgdala em Portugal) mn / n
Exemplo: Amnistia ou anistia (amnistia em Portugal)
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2. PONTUAO E SINAIS AUXILIARES DE ESCRITA
Sinais de pontuaoConjunto de sinais grficos, usados na escrita, para representar tipos de frases e para deli-mitar frases ou segmentos de frases. So ainda utilizados para representar a entoao evalores textuais e discursivos. Ponto (final)
Sinal de pontuao usado no fim de perodo (parte constituinte de pargrafo) ou abre-viatura.Exemplo: O Sr. Dr. Santos nasceu em 1950.
Ponto de interrogaoSinal de pontuao usado em fim de frase interrogativa.Exemplo: Em que pensas?
Ponto de exclamaoSinal de pontuao usado em fim de frase exclamativa, imperativa ou depois de interjei-o.Exemplo: Oh! Que filme fantstico!
Dois pontosSinal de pontuao que normalmente usado para introduzir o discurso direto, a enu-merao e a exemplificao.Exemplo: A biblioteca adquiriu novos livros de autores portugueses: Jos Lus Peixoto,
Mrio Cludio, valter hugo me Ponto e vrgula
Sinal de pontuao usado para separar elementos de uma enumerao ou frases ligadaspor conectores, quando se encontram dentro do mesmo perodo.Exemplo: A escola est em obras; as aulas, contudo, continuam.
VrgulaSinal de pontuao usado na intercalao de oraes subordinadas adverbiais numafrase ou de um modificador entre o verbo e seu complemento. Tambm pode surgir an-tes de um conector, em incio de perodo. Exemplo: O meu pai, assim que viu os assaltantes, chamou a polcia.
ReticnciasSinal de pontuao usado para assinalar graficamente a interrupo de frases ou a he-sitao, espanto, dvidaExemplo: Gostaria de te contar um segredo mas
TravessoSinal de pontuao usado em incio do discurso direto, ou para intercalar uma frase ouuma palavra.Exemplo: Parece-me disse o Lus desconfiado que vai arrefecer.
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Sinais auxiliares de escritaSinais grficos usados para separar ou destacar elementos da frase ou do texto. Os mais uti-lizados so os seguintes: as aspas aspas altas parnteses curvos ( ) parnteses retos [ ] asterisco * cardinal # barra oblqua / chaveta }
Formas de destaqueFormas grficas de pr em relevo palavras, frases, partes do texto que se querem destacar.Tambm so usadas para assinalar uma palavra estrangeira (caso do itlico). As formas de destaque mais utilizadas so as seguintes: Itlico
Exemplo: newspaper Sobrescrito
Exemplo: Exmo. Sr.
Subscrito:Exemplo: n.occ
Nota de rodapExemplo: Cairo1
(1) Capital do Egito
Relaes entre grafia e fonia de palavras Homonmia
Relao entre as palavras que tm a mesma grafia, so pronunciadas da mesma ma-neira mas tm significados distintos. Exemplo: Sonho (forma do verbo sonhar) e sonho (nome comum)
HomofoniaRelao entre as palavras que se pronunciam da mesma forma, mas tm grafia e signi-ficado distintos.Exemplos: Cem (100) e sem
HomografiaRelao entre as palavras que tm a mesma grafia, mas pronncia e significado distintos.Exemplos: A sede / Tenho sede.
ParonmiaRelao entre palavras que apresentam grafia muito semelhante.Exemplos: Discrio / descrio
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