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Rua Jaime Reis, 369 - São Francisco80510-010 - Curitiba (PR)

Responsável: - Teodoro Travagin – 5531 (DRT-PR)

Fones / Fax: (41) 2105-6343E-mail: [email protected]

Site: www.arquidiocesedecuritiba.org.brApoio e Colaboração: Fone: (41) 2105-6342

Responsável: Aline TozoE-mail: [email protected]

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Agenda Mensal dos Bispos

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A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de ComunicaçãoCONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Bispo da Arquidiocese deCuritiba: Dom José Mário Angonese | Chanceler: Élio José Dall'Agnol | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto.| Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Rivael de JesusNacimento| Jornalista responsável: Teodoro Travagin | Assessoria de Comunicação: Sintática Comunicação | Revi-são: Cláudia Mara Ribas dos Santos e Aline Tozo | Foto da capa: Patryck Madeira |Colaboração voluntária: 12 ComissõesPastorais| Apoio: Centro Pastoral Projeto gráfico e diagramação: Editora Exceuni - Aldemir Batista - [email protected] (41) 3657-2864. Impressão: Gráfica ATP - Tiragem: 10 mil exemplares.

Expediente

Arquidiocese de Curitiba | Março 20162

01 - Reunião do Setor Cabral, naParóquia Nossa Senhora daSalete

- Expediente do Clero na Cúria- Visita no Seminário Bom Pastor

02 - Encontro da CRB com o Cardeal Dom JoãoBrás de Aviz, no Santuário da Divina Miseri-córdia

- Expediente de Leigos na Cúria- Visita no Seminário Propedêutico

03 - Reunião do Setor Boqueirão, na Paróquia San-ta Rita de Cássia

- Reunião do Setor Mercês- Visita no Seminário São José

04 - Reunião do Setor Centro- Reunião dos Formadores, no Seminário Rai-

nha dos Apóstolos- Visita no Seminário Rainha dos Apóstolos

05 - Formação Bíblica para os Catequistas do Se-tor Campo Largo

06 - Missa de Inauguração da Nova Capela doSantuário de Schoenstatt

07 a 10 - Reunião do Conselho Permanente em Brasília– DF

14 a 16 - Assembleia do Regional Sul II da CNBB, emGuarapuava

17 - Reunião do Setor Cajuru- Reunião do Setor Pinheirinho, na Paróquia São

Francisco (Xaxim)- Evento na PUC

18 - Reunião do Setor Pinhais19 - Missa da Festa no Seminário São José

- Missa de Jubileu de Ouro da Paróquia SãoJosé, na Vila Oficinas

20 - Missa de Ramos na Catedral22 - Missa na Comunidade Fonte de Misericórdia24 - Missa do Crisma, na Catedral

- Celebração do Lava-pés, na Catedral25 - Liturgia da Paixão, na Catedral26 - Vigília Pascal, na Catedral27 - Missa de Páscoa, na Catedral29 - Expediente do Clero, na Cúria30 - Expediente de Leigos, na Cúria31 - Reunião do Setor Capão Raso

- Missa de Votos Perpétuos, na ComunidadeShalom

01 - Expediente na Cúria04 - Reunião dos Formadores no

Seminário Rainha dos Apóstolos05 - Missa na Comunidade Canção Nova06 - Ordenação Diaconal do Seminarista Eder, na

Capela Nossa Senhora de Fátima08 - Expediente na Cúria12 - Posse na Paróquia Santa Edwiges13 - Abertura dos Cursos do IAFFE, na Faculdade

Vicentina- Inauguração da Capela São Lucas, da Paró-

quia São Lucas14 a 16 - Assembleia do Regional Sul II da CNBB, em

Guarapuava18 - Reunião do Setor Almirante Tamandaré, na Pa-

roquia São João Batista19 - Missa de Abertura da Escola Discípulo Amado,

na Casa de Retiros do Mossunguê- Missa da Festa no Seminário São José- Crisma na Paróquia Santo Antônio Maria Claret

20 - Missa de Ramos22 - Expediente na Cúria24 - Missa do Crisma, na Catedral25 - Liturgia da Paixão26 - Vigília Pascal27 - Missa de Páscoa30 - Crisma na Paróquia Nossa Senhora das Graças31 - Crisma na Paróquia Nossa Senhora das Graças

Caro leitor,Este ano iniciamos as edições de 2016 da revista Voz da Igreja da

Arquidiocese de Curitiba apontando como tema central a Campanhada Fraternidade Ecumênica (CFE) de 2016: “Casa comum, nossa res-ponsabilidade”. O lema bíblico “Quero ver o direito brotar como fontee correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,2) nos indica que énosso Deus o primeiro a desejar a pureza de nosso planeta (nossacasa). Ganham destaque as questões do saneamento básico no Brasile sua importância para garantir desenvolvimento, saúde integral equalidade de vida para todos. O Brasil é apenas o 112º no ranking desaneamento básico mundial e é um dos países com o índice mais altode pessoas que não possuem banheiro. A falta de sistemas de esgota-mento sanitário atinge quase metade (44,8%) dos municípios brasilei-ros, trazendo diversas doenças à população.

Com a intenção de superar a mera discussão de ideias sobre o temada CFE, transformando-as em ações sociais e políticas, nossa igrejalocal lança neste mês o edital do Fundo Diocesano de Solidariedade(FDS). A página da Dimensão Social apresenta motivação para a coletano Domingo de Ramos e alguns passos para quem deseja ter acessoaos recursos financeiros provindos da CFE.

A Comissão Família e Vida deseja aprofundar a reflexão sobre afalta de cuidado com as políticas públicas de saúde e alerta-nos sobreo risco de se justificar o aborto no caso de fetos acometidos pelo ZikaVírus. Será este realmente o caminho? Cremos que a morte nunca ésolução.

Somos uma Igreja em saída: a missão assume lugar central emnossos trabalhos de evangelização. O Setor Juventude relembra a pre-sença dos jovens curitibanos em Guiné Bissau e, também, a missão“Jesus no Litoral”. Com o mesmo propósito de reforçar a nossa missio-nariedade, a Pastoral Rodoviária, que neste ano completa 40 anos,apresenta um belo artigo sobre sua longa história.

A Páscoa está chegando, Jesus ressuscitado se mostra presente emnosso meio. A mistagogia pascal é referenciada pela Comissão Litúrgi-ca em seu artigo, que explica os significados dos símbolos pascais.

Estamos em pleno Jubileu da Misericórdia. A Comissão Econômicae Dízimo traz uma reflexão sobre o tema Dízimo e Misericórdia. Aopartilharmos o que temos, ajudamos nossos irmãos com um poucodaquilo que Deus nos deu. Este é o primeiro passo, que nos convoca air além e colocarmo-nos a serviço do irmão.

Nesta edição de março não poderia ficar de fora menções às trans-ferências e posses de novos párocos em nossa Arquidiocese. Tambémtrazemos uma novidade: a criação da Pastoral do Empreendedor, queem uma de suas primeiras atividades trouxe o Pe. Joãozinho, Dehonia-no, um dos grandes responsáveis pelas ações e surgimento desta pas-toral. Por fim, vale destacar o texto reflexivo trazido pelo Pe. Fabianosobre o Celibato como valor.

Que Deus abençoe largamente nossos trabalhos neste ano de 2016!

Ação Evangelizadora MARLON ROZA EPE. ALEXSANDER CORDEIRO LOPES

Coordenação da Ação Evangelizado-ra da Arquidiocese de Curitiba

Dom José Antônio PeruzzoArcebispo da Arquidiocese

de Curitiba

Dom José Mário AngoneseBispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

Região Episcopal Norte

Casa comum, nossa responsabiliade!Casa comum, nossa responsabiliade!Casa comum, nossa responsabiliade!Casa comum, nossa responsabiliade!Casa comum, nossa responsabiliade!

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TEMPO DE TEMPO DE TEMPO DE TEMPO DE TEMPO DE QUQUQUQUQUARESMAARESMAARESMAARESMAARESMA,,,,,TEMPO DE TEMPO DE TEMPO DE TEMPO DE TEMPO DE FRAFRAFRAFRAFRATERNIDTERNIDTERNIDTERNIDTERNIDADEADEADEADEADE

DOM JOSÉ ANTÔNIO PERUZZOArcebispo da Arquidiocese de CuritibaVoz do Pastor

Todos os anos, por ocasião da Qua-resma, nós católicos somos interpela-dos à reflexão acerca de temas e pro-blemas que tocam no cotidiano das nos-sas comunidades, do nosso povo. É jáum fato regular do calendário litúrgicoda Igreja no Brasil.

Neste ano as atenções se voltampara a temática “Casa comum, nossaresponsabilidade”. Como nos anos re-centes, também desta vez os olhos sevoltam para situações existenciais danossa gente e do nosso ambiente. Nãose pode esquecer também que já pelaquarta vez, ao falar de fraternidade,participam nossos irmãos de algumasoutras confissões evangélicas. Afinal,com eles temos muito mais igualdades

do que diferenças. E somos discípulosdo mesmo Senhor; vivemos da mesmaPalavra.

Por que um tema sobre saneamen-to básico foi associado à quaresma(tempo de conversão) e ao ecumenis-mo? Parecem questões tão distintas,tão distantes até! Água potável, esgo-to sanitário, limpeza urbana e preser-vação do meio ambiente afiguram-semuito mais a abordagens sobre admi-nistração de políticas públicas do quesobre espiritualidade. Sim, o questiona-mento é válido, mas somente até certoponto. A Bíblia é farta de situações ecitações nas quais a fidelidade a Deusdesdobra-se em muitos temas ante oirmão e sua dor. Um sábio ucraniano semanifestava assim: “Se estou com fome,o meu problema é material. Mas se meuirmão está com fome, então o meu pro-blema é espiritual”.

Se a falta de saneamento e de cui-dado com o meio ambiente é motivo decontradições com a vida dos outros,então o silêncio se pareceria com indi-ferença à dor, equivaleria a frieza antea necessidade do outro, negaria o sen-tido de fraternidade. Afinal, se cremosna ressurreição do Senhor, isso é incom-patível com realidades que provocam ador e a morte. Claro, é evidente que asmotivações fundantes para isso não de-

vem ser as de ordem política, ou fi-losófica, ou ideológica. O gran-

de fundamento, a grande cau-sa, é Jesus Cristo. É em fide-

lidade a ele que a Igreja seinquieta ante as nega-

ções da vida e da fra-ternidade.

Exercitemo-nosna arte de imagi-

nar. Suponha-mos que so-

mos um da-queles discí-pulos quec a m i n h a -vam comJesus notempo emque ele per-

corria os caminhos da Palestina. “Emcasa”, como escreve Marcos (9,33), osdiscípulos estariam a falar com Jesussobre os dramas das crianças que nas-cem com microcefalia, por causa do ví-rus Zika. Acaso não seriam eles, discí-pulos, ensinados a evitar quaisquer for-mas de água parada nos quintais? NoBrasil, mais de 4.000 crianças morrempor ano por falta de água potável e desaneamento. Como olhar para estesnúmeros tendo diante dos olhos o quese lê em Mc 10,14: “Deixai as criançasvirem a mim”?

Por onde começar? É preciso reco-nhecer que a temática é complexa erequer muitos estudos e imensos recur-sos. No entanto, muito se pode fazerdesde casa, desde os ambientes famili-ares. São providências que não depen-dem de nenhum poder exterior, de ne-nhuma lei ou providência vinda do po-der público. Em tempos de Campanhada Fraternidade, cada cristão, por acei-tar ser “irmão” dos outros, pode assu-mir atitudes que a vida e o bom ambi-ente para todos. Tudo pode começarpor cuidados em não desperdiçar água,nem alimentos, bem como apagar lu-zes nos cômodos vazios, separar o lixo,ser cuidadoso no descarte de pilhas,evitar que se acumule água parada... Alista se alongaria. É urgente que se co-mece! As atitudes se multiplicarão apartir de dentro da nossa casa.

Mas há também a parte da espiritu-alidade. Esta também pede comporta-mentos e decisões. Somos chamados acuidar da casa comum que Deus nosdeu. É nossa responsabilidade fazerdela um lugar saudável. E isso passatambém pela nossa interioridade, ouseja, pelo coração de cada um. ComoQuaresma, não apenas “Campa-nha”, é muito importante que rea-prendamos o valor do jejum. Trata-se de uma forma admirável de al-guém testemunhar que se coloca nasmãos de Deus e vive somente da intimi-dade com Ele. E se os mais pobres rece-berem o que não for consumido no je-jum, então sim a fraternidade seria umanobre experiência.

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DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTOArcebispo Emérito de CuritibaPalavra de Dom Pedro

A SEMANA A SEMANA A SEMANA A SEMANA A SEMANA SANTSANTSANTSANTSANTAAAAAA Igreja Católica comemora na Se-

mana Santa os Mistérios da Paixão –Morte e Ressurreição de Nosso SenhorJesus Cristo. A Semana Santa só é com-preendida por um profundo ato da fé.

A Igreja, durante a Quaresma (inici-ada no dia de Cinzas), preparou os fiéispara as celebrações da Semana Santa.Há mais de cinquenta anos, no períododa Quaresma, a igreja realiza a Campa-nha da Fraternidade.

Todo ano, a Campanha da Fraterni-dade escolhe um tema e um lema parareflexão, oração, penitência e uma co-leta para a solidariedade das obras so-ciais das Dioceses e da CNBB.

O tema da Campanha da Fraterni-dade neste Ano Santo é Casa Comum,nossa responsabilidade e seu lema:“Quero ver o direito brotar, comofonte e correr a justiça qual riachoque não seca” (Amós, 5, 24).

Qual é o sentido do tema e do lema?Cada pessoa deve responsabilizar-sepela própria vida e pela de seus irmãos.A primeira necessidade da Casa Comumé a saúde.

Como anda a saúde? A experiênciamostra-nos que há tantos enfermos.

Muitos pobres não conseguem ser bematendidos nos hospitais, por médicos,não encontram lugar para um interna-mento, e não têm recursos para aquisi-ção dos remédios. Para conservar a saú-de, é necessária uma alimentação sa-dia, uma água potável, uma residênciapara morar, uma limpeza com a águapara evitar o contágio da Dengue, àsvezes mortal.

Desse modo, é preciso evitar a do-ença e viver com saúde e a graça deDeus.

Mas o que importa isso para a Se-mana Santa?

Importa porque todos devem sen-tir-se bem para celebrá-la santa-mente.

Os próprios doentes devem confor-mar-se com a sua enfermidade e ofere-cê-la a Cristo, acompanhando-o na suaPaixão e Morte na Cruz. Os sadios com-prometam-se a viver o preceito de amora Cristo e a seus irmãos. Para isso, acom-panhem com espírito de fé todos os ri-tos litúrgicos.

DOMINGO DE RAMOSParticipe das bênçãos dos Ramos,

com a mesma fé e alegria, contemplan-do Jesus entrando em sua casa e cora-ção com palma abençoada, que é a bên-ção de Cristo.

NA QUINTA-FEIRAO Bispo em sua catedral sagra o óleo

do Crisma, benze os óleosdos Catecúmenos parao Batismo e dos Enfer-mos para o sacramen-

to da Unção dos Doentes.Muitos são ungidos no Ba-

tismo, na Crisma, na Ordenação Pres-biteral e Episcopal, bem como na doen-ça grave e idade avançada.

Nessa mesma missa, os presbíterosrenovam diante de seu Bispo os com-promissos assumidos no dia da ordena-ção: ser sacerdote como Cristo.

À noite é celebrada a missa da insti-tuição da Eucaristia, que é o sacrifícioda Paixão, Morte e Ressurreição de Cris-to. A Eucaristia é a fonte, o ápice davida espiritual.

Também há a cerimônia dos Lava-pés. Lavar os pés é colocar-se a serviçodos irmãos na evangelização, caridadee doença.

SEXTA-FEIRA SANTAA Paixão e Morte de Cristo na cruz é

o maior ato de amor para a salvação detodos os homens e mulheres. Esse atode amor gratuito de Cristo deve ser re-tribuído com uma doação total, acei-tando plenamente as cruzes de nossavida.

SÁBADO SANTO E PÁSCOAA Ressurreição de Cristo, celebrada

no Sábado Santo e Domingo de Páscoa,é a maior festa litúrgica do ano.

São Paulo nos ensina que, se Cristonão tivesse ressuscitado, seria vã nossafé, vazia nossa pregação (1 Cor. 15,4).

Cada um de nós quer viver mais tem-po. Entretanto, um dia, esperadapela doença ou repentina, aconte-ce a morte.

Crer que a morte não é extermínioda vida, não é o aniquilamento, desa-parecimento, castigo imposto ao ser hu-mano (Sab. 3, 1 e seguintes). A mortedeve ser preparada, porque ninguémsabe o dia, a hora, a circunstância. Es-teja sempre preparado.

Que todos os leitores deste artigocelebrem bem a Semana Santa, ondequer que se encontrem.

No Ano da Misericórdia, seja a Se-mana da esperança, da alegria e da gra-tidão a Cristo que se encarnou e mor-reu, pela salvação de cada um de nós.Que seja a festa da paz. Foi com estapalavra que Cristo Ressuscitado saudouos Apóstolos. Que Ele nos saúde assimnesta Páscoa. E nós também saudemosa todos com o abraço da paz.

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Juventude MURILO MARTINHAKSetor Juventude

PROJETO PROJETO PROJETO PROJETO PROJETO ROTROTROTROTROTA 300A 300A 300A 300A 300

SETOR JUVENTUDE: [email protected]

(41) 2105-6364 / 2105-6368 / Assessor Eclesiástico: Pe. Waldir Zanon Junior

O Projeto é inspirado pelo dinamismo da JMJ Rio 2013 epelas conclusões do Encontro de Revitalização da PastoralJuvenil de 2013. Ele se desenvolve a partir da peregrinação daImagem de Nossa Senhora Aparecida nas dioceses brasilei-ras, no período de 2015 a 2017. Sua elaboração e exe-cução acontecem em clima missionário da juventudelocal e está em sintonia com a organi-zação da Comissão do Projeto Jubilardo Tricentenário do Encontro da Ima-gem de Nossa Senhora Aparecida.

O Projeto desenvolvido comos jovens vai destacar três ei-xos pastorais:

1. Missão: postura e experi-ência missionária, defesa davida;

2. Assessoria: quantidade equalidade de assessores;

3. Estruturas de acompanhamento: espaços próprios ju-venis, Setor da Juventude.

O projeto se concluirá com as atividades do dia 30 de ju-

lho de 2017 e também com o II Encontro Nacional de Revitali-zação da Pastoral Juvenil, a ser realizado em agosto de 2017,na cidade de Aparecida.

ROMARIA DA JUVENTUDEA Romaria da Juventude no Santuá-

rio Nacional de Aparecida nasceu de umpedido da Igreja do Brasil, que brota doDocumento 85 da CNBB e este ano está

incluída no Projeto Rota 300. É umevento que reunirá a juventudedas dioceses do Brasil e aconte-cerá entre os dias 9 e 10 de abril,no Santuário Nacional de Apare-cida. O evento, contará com for-mações, espiritualidade, shows,atrações culturais, vigília, roma-

ria e um momento especial que será a celebração da missacom a presença de 400 bispos de todo o Brasil que estarão naAssembleia Nacional dos Bispos da CNBB.

http://jovensconectados.org.br/rota300

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Animação Bíblico-Catequética

NONONONONOVOS OLHARES NA INICIAÇÃO À VIDVOS OLHARES NA INICIAÇÃO À VIDVOS OLHARES NA INICIAÇÃO À VIDVOS OLHARES NA INICIAÇÃO À VIDVOS OLHARES NA INICIAÇÃO À VIDAAAAACRISTÃ DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBACRISTÃ DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBACRISTÃ DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBACRISTÃ DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBACRISTÃ DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA

O início das atividades pastoraisda Comissão Bíblico-Catequéticasempre marca a possibilidade da no-vidade. Novos planejamentos, cro-nogramas, encontros e formações;novas coordenações, catequistas,famílias e até alguns párocos.

Somos ungidos para construirnovos dias na eterna esperança deum mundo mais humano. Somosevangelizadores que se inspirampara abrir portas, mudar atitudes,acender luzes, promover liberdade,mergulhar nas nossas complexida-des e, sobretudo, unir-se mais inti-mamente a Jesus Cristo.

Usemos do simbólico. Observe omosaico. Nele há a multiplicidadede peças. Somente com a singulari-dade de cada peça é possível formaro todo. As peças não precisam abrirmão do que eram. Não foram desca-racterizadas, desfeitas e não assumemnovo personagem, mas passam acompor o todo que jamais consegui-riam sozinhas. As singularidades, nes-te caso, compõem o todo.

Percorrer o caminho de fé comnossas singularidades é virtuoso,ontológico e simbológico. Olhar emoutra direção é sentir-se parte da

multiplicidade dos afazeres da vida.Sendo assim, o ministério que re-cebemos de Deus não acontece sin-gularmente ou ocasionalmente; so-mos membros da comunidade deJesus Cristo. O ministério de agen-tes da iniciação à vida cristã é, por-tanto, paradigmático, ou seja, nosesvaziamos de nossas superficiali-dades para nos unirmos ao corpoevangelizador de Cristo.

A iniciação à vida cristã em estilocatecumenal não é singularmente odesvendar pastoral da atual Igrejano Brasil, mas é proposta de fé emCristo que põe a Igreja em movi-mento. A comunidade primitiva via-se encantada pelo Cristo porque sealimentava de experiências com oRessuscitado. Ela é uma Igreja comu-nhão, em saída, destemida, querigmá-tica e orante. De fato, a Igreja deveser, nos dias atuais, Povo de Deus acaminho da maturidade de fé.

Neste ano, a Comissão Bíblico-Catequética quer intensificar o es-tudo, as visitas e a partilha de práti-cas efetivas (ou ainda em constru-ção) dos projetos da iniciação a vidacristã de nossa arquidiocese. Passa-dos dez anos de frutíferos esforços

na consolidação dos projetos da ini-ciação à vida cristã, parece perigosocair no pastoralismo idealizado, ouseja, dar como suficiente o que fi-zemos até então. Porém, a cadaano, é preciso estudar, refletir, cui-dar, reprogramar e experimentar ainiciação à vida cristã na comunida-de paroquial. É encantada e encan-tadora a comunidade paroquial queimplantou uma nova mentalidadeda iniciação à vida cristã.

Em 2016, a coordenação arquidi-ocesana se propôs a cuidar com maisesmero das comunidades paroqui-ais com dificuldades, com ausênciade lideranças ou com necessidadesmateriais. Somos elo de colabora-ção e de comunhão com as comuni-dades paroquiais.

Sendo assim, a Comissão Bíblico-Catequética, na sua função reflexi-va e orientativa, continuará a pro-mover encontros que ajudam noentendimento de uma nova men-talidade. É o protagonismo dos ca-tequistas, coordenadores, agentesdo batismo, famílias e párocos quetorna presente uma Igreja maisprofética, acolhedora e mistagó-gica.

O Encontro com as Coor-denações é habitualmenterealizado no início do ano.

O principal objetivo é reu-nir todas as coordenações daarquidiocese para ler, estu-dar, celebrar, conviver e par-tilhar, criando caminhos paraa implantação do itineráriocatequético. Unidos somosuma Igreja mais autêntica eprofética.

REFLETINDO COM AS COORDENAÇÕES...REFLETINDO COM AS COORDENAÇÕES...REFLETINDO COM AS COORDENAÇÕES...REFLETINDO COM AS COORDENAÇÕES...REFLETINDO COM AS COORDENAÇÕES...

PE. LUCIANO TOKARSKICoordenador da Comissão Bíblico-Catequética

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COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: [email protected]

Fones: 2105-6318./ Coordenação: Pe. Luciano Tokarski. Assessoria: Regina Fátima Menon.

CONSOLIDANDO OCONSOLIDANDO OCONSOLIDANDO OCONSOLIDANDO OCONSOLIDANDO OCACACACACATECUMENATECUMENATECUMENATECUMENATECUMENATOTOTOTOTO...............

Passaram-seos anos, estudos eangústias, parti-lhas e desafios; ealgumas comu-nidades paro-quiais consegui-ram dar passosna consolidaçãodo itinerário dainiciação à vidacristã de adultos– o catecume-nato.

Em 2016 acoordenaçãoarquidiocesanarealizará novasvisitas aos seto-

res pastorais desejando reforçar o projeto do catecume-nato, formando agentes e promovendo a troca de expe-riências frutuosas. Uma paróquia em movimento catecu-menal é uma comunidade cuidadora de adultos - cate-quizandos e catecúmenos.

A Escola de Coordenadores de Catequese já está con-solidada em nossa arquidiocese e vem preparando e for-mando lideranças para assumirem a coordenação emsuas paróquias.

Não podemos nos contentar apenas com a boa von-tade e a disponibilidade de inúmeros catequistas que as-sumem com ardor esse ministério tão importante – acoordenação da catequese. É essencial que eles sejampreparados adequadamente.

UMA PUMA PUMA PUMA PUMA PASTORAL DO BAASTORAL DO BAASTORAL DO BAASTORAL DO BAASTORAL DO BATISMO RENOTISMO RENOTISMO RENOTISMO RENOTISMO RENOVVVVVADADADADADAAAAA...............Neste ano de 2016 acontecerá a

segunda Escola de Agentes da Pasto-ral do Batismo, com o objetivo de for-mar, com inspiração catecumenal, aslideranças para o ministério da pre-paração de pais e padrinhos para obatismo de crianças.

Temos visto em nossa arquidioce-se a adesão crescente de paróquias àpreparação personalizada de pais epadrinhos. Essa Escola tem o impor-tante objetivo de preparar os agentespara encontros celebrativos, bíblicos eorantes com seus interlocutores.

A iniciação à vida cristã deve serum caminho que conduz ao encontropessoal com Jesus Cristo e que geradesejo de vida em comunidade. É as-

FORMANDO NOVOSFORMANDO NOVOSFORMANDO NOVOSFORMANDO NOVOSFORMANDO NOVOSCOORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORESDE CADE CADE CADE CADE CATEQUESETEQUESETEQUESETEQUESETEQUESE...............

sim que, gradualmente, formamos no-vos discípulos missionários de Je-sus Cristo.

Os encontros, as formações, asreuniões e as escolas serão espaçosde convívio e partilha de fé.

Que este ano seja um tempo de vín-culos humanos, avanços pastorais ecrescimento espiritual para todos osagentes da iniciação à vida cristã!

Que Maria, Mãe de Misericórdia,rogue por nós junto a seu Filho Jesus!

ESCOLA DE AGENTESDO BATISMO 2016

1ª etapa: 09 de abril de 20162ª etapa: 06 de agosto de 2016Abertura das inscrições: 07 mar

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Posses CÔN. ÉLIO DALL´AGNOL Chanceler e Vigário Geral da Arquidiocese de Curitiba

A pedido do Jornal a Voz da Igreja,estou respondendo o motivo de umaposse de pároco. Neste ano, o Sr. Ar-cebispo nomeou 26 novos párocospara a Arquidiocese de Curitiba, en-tre religiosos e diocesanos. Para en-tender o motivo das nomeações, pre-cisamos nos reportar às nomeaçõesde Bispos feitas pelo Vaticano.

O Santo Padre é o responsável portoda a Igreja Católica Apostólica Ro-mana, espalhada pelo mundo afora.A Igreja compreende milhares de Di-oceses no mundo inteiro. O Papa é res-ponsável por todas elas. Seria huma-namente impossível ao Papa adminis-trá-las sozinho. Assim, nomeia Bisposque são seus colaboradores, “delega-dos” que auxiliam o Papa na adminis-

PPPPPADRES E POSADRES E POSADRES E POSADRES E POSADRES E POSSESSESSESSESSES

tração da Igreja. Cada Bispo tem auto-nomia na sua Diocese, porém, está emsintonia com o Santo Padre. A cada cin-co anos o Bispo tem a obrigação de fa-zer sua visita ad limina, (Cân. 400 doCDC), isto é, ir até Roma reverenciar ostúmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo,bem como prestar contas nas várias se-cretarias do Vaticano e, ao final, teruma audiência com o Papa.

Assim acontece também nas Dioce-ses com a nomeação de párocos. O Bis-po é responsável por todas as paróqui-as da Diocese. Seria impossível ele ad-ministrar a todas. Assim, ele delega pa-dres para auxiliá-lo na administraçãodos sacramentos e na parte financeira.O pároco também está sujeito ao Bis-po. No dia da posse, o Bispo entrega ao

pároco as chaves da paróquia (senti-do simbólico). O pároco faz, publica-mente, a Profissão de Fé, prometen-do que conservará e professará todasas verdades contidas no Creio, faztambém um Juramento de Fidelida-de: será fiel à Igreja, ao Papa, ao Bis-po e à comunidade. Desse modo elese torna responsável por aquele pe-queno rebanho que foi a ele confiado(Cân. 519 do CDC)

O Pároco tem obrigação de pres-tar contas ao seu Bispo sobre a admi-nistração da paróquia, tanto na partesacramental quanto econômico-finan-ceira, através de relatórios mensais.

Sendo a Igreja uma instituição divina ehumana, ela é regida pelo Espírito Santoe administrada por seres humanos.

PADRES PARÓQUIA DATA POSSEPe. Francisco Antonio de Lima, C.Ss.R. São João Batista – Rebouças 24/01/16

Pe. Osmair Prestes Santíssimo Sacramento 06/02/16

Pe. Luiz Carlos Persegani Silveira N. Sra. do Rocio e Sto Antônio – Parolin 06/02/16

Côn. Élio José Dall’Agnol N. Sra. da Luz – Catedral 07/02/16

Pe. Marcelo Pimentel N. Sra. de Nazaré – Boa Vista 07/02/16

Pe. Ilson Luis Hubner, C.M. N. Sra. da Anunciação – Col. D. Pedro II 07/02/16

Pe. Ângelo Carlesso Primo São Carlos Borromeu 10/02/16

Pe. Darci Bubniak São José Operário – Alto Boqueirão 13/02/16

Pe. Juarez Testoni, S.D.B. São Cristóvão – Vila Guaíra 13/02/16

Pe. Gilberto M. Bohnmittelstead, S.C.J. Jesus Mestre – PUC 14/02/16

Pe. Giovanni Battista Erittu, O.S.J. Sr. Bom Jesus – Portão 14/02/16

Pe. Luiz Alberto Kleina Imaculada Conceição – Guabirotuba 14/02/16

Pe. Magnus Antonio Petry Menino Jesus de Praga – V. Lindóia 14/02/16

Pe. Maurício Gomes dos Anjos Sagrado Coração de Jesus – Água Verde 14/02/16

Pe. João Batista Chemin N. Sra. do Carmo – Boqueirão 19/02/16

Pe. Henryk Bazis, S.Chr. Senhor Bom Jesus – Balsa Nova 20/02/16

Pe. Danilo Vitor Pena São Benedito – Capão da Imbuia 21/02/16

Côn. Genivaldo Ximendes da Silva N. Sra. do Rosário de Belém 21/02/16

Pe. André Marmilicz, C.M. Santa Cândida 21/02/16

Pe. José Mussiol Neto Sagrada Família – Colombo 27/02/16

Pe. Antônio Polanczyk, S.Chr. São Sebastião – Bateias 28/02/16

Pe. Kazimierz Przegendza, S.Chr. São João Batista – Tingui 28/02/16

Pe. Robinson Sérgio dos Santos São Miguel Arcanjo – Portão 06/03/16

Pe. Nilton Lopez, S.J.B.P. São José Operário – Pinhais 06/03/16

Pe. Rui Ari Azevedo P. Lima, F.N. Santa Edwiges – CIC 12/03/16

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Arquidiocese de Curitiba | Março 2016 9

Liturgia PE. MAURÍCIO GOMES DOS ANJOSReitor e pároco do Santuário Sagrado Coração de Jesus

Coordenador da Comissão de Liturgia

Desenvolvimento da Desenvolvimento da Desenvolvimento da Desenvolvimento da Desenvolvimento da PáscoaPáscoaPáscoaPáscoaPáscoado Senhordo Senhordo Senhordo Senhordo Senhor e os símbolos delae os símbolos delae os símbolos delae os símbolos delae os símbolos dela

COMISSÃO LITÚRGICA: [email protected]

(41) 2105-6363./ Coordenação: Pe. Maurício Gomes dos Anjos.

A Páscoa é uma festa móvel (celebrada emdatas diferentes em cada ano) por sua vincula-ção ao ciclo lunar. Os judeus celebram a Páscoano dia da primeira lua cheia da Primavera (nohemisfério norte). Os católicos acertaram aocelebrar a Páscoa no domingo após a primeiralua cheia da Primavera no hemisfério norte.Para nós, no Brasil e no hemisfério sul, a Pás-coa acontece na primeira lua cheia do outono.Essa data foi definida no Concílio de Nicéia, ce-lebrado no ano de 325.

Essa festa solene da ressurreição do Cristoé celebrada pela Igreja com o Tríduo Pascal daPaixão, Morte e Ressurreição do Senhor, queresplandece como ponto culminante da cami-nhada quaresmal e núcleo central do Ano Litúr-gico. O Tríduo Pascal começa com a celebraçãoeucarística da última Ceia, na quinta-feira à tar-dinha, estende-se na sexta-feira da Paixão eMorte de Cristo na Cruz, culmina na Vigília Pas-cal do sábado à noite e se encerra com a cele-bração da tarde do domingo da Ressurreição(NALC 19).

Como surgiu e organizou-se o TRÍDUO PAS-CAL ao longo da história?

Até o século II a festa dos cristãos era odomingo, vivido e celebrado como dia de ale-gria, a páscoa semanal. A partir do segundoséculo firmou-se a prática de uma festa de Pás-coa a cada ano. Até o final do século IV era aúnica festa anual da Igreja do “Cristo crucifica-do, sepultado e ressuscitado”. Essa festa era aVIGÍLIA PASCAL que durava toda a noite, culmi-nando ao amanhecer com a eucaristia que mar-cava a entrada no Pentecostes, entendidocomo cinquenta dias de festa e de alegria.

Foi ao redor dessa festa (a Vigília pascal)que estruturou-se o Tríduo Pascal que celebraa paixão de Cristo (sexta-feira santa), sua sepul-tura (sábado) e sua ressurreição (domingo).

O Tríduo Pascal possui uma unidade, na qualcada dia é entendido como momento progres-sivo da única páscoa da ressurreição: quinta-feira – Páscoa da Ceia; sexta- feira – Páscoa daCruz – o cordeiro imolado; Sábado: Páscoa daRessurreição.

Ao longo dos séculos, o Tríduo Pascal pas-sou por muitas reformas. Basta lembrar que acelebração da vigília pascal era antecipadapara as primeiras horas da manhã do sábadosanto. Foi o Papa Pio XII que permitiu que a Vi-gília voltasse a ser celebrada na noite do sába-do (comece ao anoitecer e termine antes da au-rora do domingo). É momento de meditar: “Cris-to morreu pelos nossos pecados, segundo as Es-crituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceirodia, segundo as Escrituras” (1Cor 15,3-4) Segun-do uma antiquíssima tradição, esta noite é “emhonra do Senhor”, e a vigília que nela se cele-

bra, comemorando a noite santa em que o Se-nhor ressuscitou, deve ser considerada como“mãe de todas as santas vigílias” (Sto. Agosti-nho, Sermo 219, PL 38, 1088).

Nessa vigília, de fato, a Igreja permanece àespera da ressurreição do Senhor e celebra-acom os sacramentos da iniciação cristã (Ceri-monial dos bispos n. 332). A vigília pascal, naqual os judeus esperaram a passagem do Se-nhor que os libertaria da escravidão, foi obser-vada como memorial celebrado todos os anos;era a figura da futura e verdadeira Páscoa deCristo, isto é, da noite da verdadeira libertação,quando Jesus “rompeu o inferno, ao ressurgirda morte vencedor” (Missal Romano, VigíliaPascal, n. 19, Proclamação da Páscoa).

A realidade pascal, celebrada na Vigília,assume particular valor com o seu caráter no-turno. Celebração que se desenvolve durantea noite, de modo que começa após o início danoite e termina antes do amanhecer de domin-go. “Toda a vigília pascal seja celebrada duran-te a noite, de modo que não comece antes doanoitecer e sempre termine antes da aurora dedomingo” (Paschalis Sollemnitatis,n. 78).

Desde o início, a Igreja tem celebrado aPáscoa anual, solenidade das solenidades,com uma vigília noturna. Com efeito, a ressur-reição de Cristo é o fundamento da nossa fé eda nossa esperança, e por meio do Batismo eda Confirmação fomos inseridos no mistériopascal de Cristo: mortos, sepultados e ressus-citados com Ele. Com Ele também havemos dereinar (Cf. SC 6; cf. Rm 6, 3-6).

A celebração da Vigília se desenvolve emtorno de quatro símbolos que falam da passa-gem da morte para a vida. Baseia-se nos quatroelementos fundamentais da origem da vida eaos quatro estados físicos da matéria: Terra (pãoe vinho) > Sólido > Água > Líquido Palavra > Ar> Gasoso Fogo > Plasma (energia).

Assim, a vigília estrutura-se em quatro par-tes:

a. Liturgia da Luz e o Exulte – Fogob. Liturgia da Palavra – Arc. Liturgia Batismal – Águad. Liturgia Eucarística – Terra (pão e vinho)Aprofundemos um pouco mais a primeira

parte (fogo) neste artigo, e quem sabe futura-mente tenhamos a possibilidade de aprofun-dar as outras.

A bênção do FOGO NOVO é de origem da Li-turgia Galicana. No começo tinha por objetivosubstituir, por um sacramental, as fogueiraspagãs que se acendiam no início da primaveraem honra de Votan, a divindade fecundadorada terra em vista de abundantes colheitas. Dizo documento Paschalis Sollemnitatis, n. 82: “Namedida em que for possível, prepare-se fora da

igreja, em lugar conveniente, o braseiro para abênção do fogo novo, cuja chama deve ser talque dissipe as trevas e ilumine a noite”.

Entre todos os simbolismos que derivam daluz e do fogo, O CÍRIO PASCAL é a expressão maisforte por sua riqueza de significados. Prepare-se o círio pascal que, no respeito da veracidadedo sinal, “deve ser de cera, novo cada ano, úni-co, relativamente grande, nunca artificial, parapoder recordar que Cristo é a luz do mundo (Pas-chalis Sollemnitatis, 82).

O Círio Pascal deriva de antigos costumesde se iluminar a noite com muitas velas. Os cris-tãos viram nessas velas simbolizado o Cristoressuscitado – Ele venceu as trevas da morte.Ele é nossa Luz. Evoca a lua cheia de Nisan (sím-bolo da salvação pascal) e o rito da luz (quando,ao fim da tarde, os hebreus acendiam as lâm-padas), que é uma ação pelo dom da luz. Repre-senta Cristo ressuscitado, vencedor das trevase da morte (os cravos do círio), Senhor da histó-ria (os algarismos), princípio e fim de tudo (á e&!), sol que não conhece acaso. É aceso com ofogo novo, produzido em plena escuridão, poisna Páscoa tudo renasce.

Foi a Liturgia Galicana quem introduziu asinscrições de Cristo, ontem e hoje, princípio efim, á e &! (alfa e ômega). Inscreve-se o algaris-mo do ano corrente, para realçar que Cristo é ocentro da História e a Ele compete o tempo, aeternidade, a glória e o poder pelos séculos. Sãoimpostos ainda cinco grãos de incenso numaespécie de cravo de cera vermelha, rezando:“por suas santas chagas (estes são os símbolosdelas), suas chagas gloriosas, Cristo Senhor nosproteja e nos guarde”. Há uma explícita referên-cia ao sofrimento, à cruz, à dor – mistério dapaixão. A tipologia da luz é descrita no Exulte,que forma um todo orgânico com o anúncio dalibertação pascal. A aclamação “Eis a luz deCristo” é um memorial da Páscoa. A procissãocom o círio marca a presença de Cristo no meiodo seu povo.

“O círio pascal, colocado junto do ambãoou perto do altar, permaneça aceso ao menosem todas as celebrações litúrgicas mais sole-nes deste tempo, tanto na missa como nas lau-des e vésperas, até ao domingo de Pentecos-tes. Depois, o círio é conservado com a devidahonra no batistério, para acender nele os círi-os dos neobatizados. Na celebração das exéqui-as o círio pascal seja colocado junto do féretro,para indicar que a morte é para o cristão a suaverdadeira Páscoa. Fora do tempo da Páscoanão se acenda o círio pascal, nem seja conservadono presbitério” (Paschalis Sollemnitatis, n. 99).

Aproveitemos da riqueza dos nossos sím-bolos, como meios eficazes da graça provenientedo Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição.

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JOSIANE MARIA MARQUES SOUZAAssistente SocialDimensão Social

“A fim de promover a fraternidade cristãcriou-se em 1998 um fundo para a

sustentabilidade das ações e atividadesde promoção humana, através das

Campanhas da Fraternidade”

COMISSÃO DA DIMENSÃO SOCIAL:[email protected] / (41) 2105-

6326. / Coordenadores: Pe. Antônio Fabris, DiáconoGilberto Félis e Diácono Antônio Carlos Bez.

CAMPCAMPCAMPCAMPCAMPANHA DANHA DANHA DANHA DANHA DA A A A A FRAFRAFRAFRAFRATERNIDTERNIDTERNIDTERNIDTERNIDADEADEADEADEADEAs Campanhas da Fraternidade

são uma proposta de evangelizaçãoque nos apresentam um tema paraconscientização dos fiéis e que seexpressa concretamente atravésdos recursos arrecadados na Coletada Solidariedade – destinados aoFundo Diocesano de Solidariedade- FDS. Estabelecem, ainda, um com-promisso para a comunidade cristãpor meio de repasses financeiros aprojetos de relevância social.

FUNDO DIOCESANO DESOLIDARIEDADE – FDS

Instituído pela CNBB, o FDS éuma atitude de partilha de formaorganizada, composta por recursosda coleta da Campanha da Fraterni-dade. Sua finalidade é apoiar proje-tos de combate à exclusão social.

NA ARQUIDIOCESE DE CURITIBAO FDS iniciou suas ações em 2008,

recebendo projetos corresponden-tes ao tema da Campanha da Frater-nidade. Atualmente é acompanha-do diretamente pela Dimensão So-cial da Arquidiocese de Curitiba.Desde então, foram contempladosinúmeros projetos com recursos ar-recadados para paróquias, pastoraise entidades com atuação na área so-cial.

PRINCÍPIOS DO FDSFORTALECER a consciência de

cidadania, acesso aos direitos e

conhecimentos dos deveres.PROMOVER a autonomia coleti-

va dos grupos, comunidades, pasto-rais, paróquias e movimentos arqui-diocesanos.

SOLIDARIEDADE a fim de cumpriro “chamado” e a “promessa” paravida em abundância, como desejaCristo.

TRANSPARÊNCIA na aplicaçãodos recursos levantados com a fina-lidade de tornar público o proces-so, desde a coleta da solidariedade,a aplicação nos projetos contempla-dos, a prestação de contas e os re-sultados obtidos.

INSCRIÇÕES DOS PROJETOSOs projetos são encaminhados com

roteiro próprio (ver modelo no sitewww.arquidiocesedecuritiba.org.br),avaliados em conformidade com otema da Campanha da Fraternidadedo ano vigente e aprovados peloConselho Gestor do FDS.

São considerados os projetos decaráter coletivo, com inspiraçãoeclesial, que compreendam compo-nentes de políticas públicas na áreasocial, priorizando-se as paróquias,pastorais, movimentos e institui-ções sociais ligadas à arquidiocesede Curitiba.

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REVISTA FAMÍLIA CRISTÃEdição fevereiro 2016Campanha da Fraternidade

e Saneamento Básico

Planeta TPlaneta TPlaneta TPlaneta TPlaneta Terraerraerraerraerra, a nossa casa, a nossa casa, a nossa casa, a nossa casa, a nossa casaA Campanha da Fraternidade

Ecumênica 2016 aborda o tema CasaComum, propõe um olhar atento àTerra e convida a uma consciência

fraterna para com o planeta

As Igrejas que integram o Con-selho Nacional de Igrejas Cristãs(Conic), Igreja Católica ApostólicaRomana (Icar); Igreja Episcopal An-glicana do Brasil (IEAB); Igreja Evan-gélica de Confissão Luterana no Bra-sil (IECLB); Igreja Sirian Ortodoxa deAntioquia (Isoa) e Igreja Presbiteri-ana Unida (IPU), assumiram o com-promisso da unidade: “Que todossejam um, como tu, Pai, estás emmim e eu em ti; que também elesestejam em nós, a fim de que omundo creia que tu me enviaste” (Jo17,21) e empreenderam juntas maisuma vez a Campanha da Fraternida-de Ecumênica (CFE), 2016.

O ecumenismo é uma manifes-tação de que a paz e a unidade nadiversidade são possíveis porque ocentro é a fé em Jesus Cristo. Esta éa quarta vez que o Conic promove acampanha e as ações juntas é umapelo para a promoção do diálogo,da justiça, da paz e do cuidado coma criação. Também é uma compro-vação de que Igrejas irmãs podemrepartir dons e recursos na sua mis-são, pois o ecumênico é marcadopelo desafio de construir uma CasaComum (oikoumene) para todos osseres vivos.

A CFE 2016 apresenta o temaCasa Comum, nossa responsabilida-de e o lema: ”Quero ver o direitobrotar como fonte e correr a justiçaqual riacho que não seca” (Am 5,24).As Igrejas juntas manifestam umaatitude profética por estruturas quefragilizam a dignidade humana.

O cuidado com a criação é umabusca pela justiça, sobretudo nospaíses pobres e em situação de vul-nerabilidade social. A campanhasempre propõe uma reflexão a par-tir de um problema específico dafragilidade humana. Este ano tratada ausência dos serviços de sanea-mento básico em nosso País. A te-mática está em sintonia com a encí-clica do papa Francisco Laudato Si’:

cuidar da Casa Comum, que temchamado a atenção para o atualmodelo de desenvolvimento queameaça a vida e destrói a biodiver-sidade.

Saneamento básico -O abastecimento de água, o esgota-mento sanitário, o manejo de resí-duos sólidos e o manejo de águaspluviais, os quatro eixos que com-põem o saneamento básico, são ne-cessários para que haja saúde e vidadigna para a população. A duplacombinação entre água e esgoto éuma condição para erradicar a po-breza e a fome, bem como reduzir amortalidade infantil e dar sustenta-bilidade ambiental. Segundo o Fun-do das Nações Unidas para a Infân-cia (Unicef) e dados da OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS), 2,4 bi-lhões de pessoas ficaram sem aces-so ao saneamento de qualidade em2015.

O Brasil ocupava, em 2011, a 112ªposição mundial no que se refereao item saneamento básico. O índi-ce de Desenvolvimento do Sanea-mento no Brasil foi de 0,581, inferi-or a algumas nações do norte da Áfri-ca, Oriente Médio e América Latina.Mas a responsabilidade pela CasaComum é de todos, ou seja, dos go-vernantes e da população. Nessesentido, uma ação prática das Igre-jas cristãs, segundo o objetivo daCFE, é mobilizar a população dosmunicípios para reclamar planos desaneamento básico e exercer o con-trole social sobre sua execução. “As-segurar o direito ao saneamentobásico para todas as pessoas e em-

penharmo-nos, à luz da fé, por polí-ticas públicas e atitudes responsá-veis que garantam a integridade e ofuturo de nossa Casa Comum” (Tex-to-Base, nº 26).

Hoje, as preocupações no cam-po do saneamento passam a incor-porar não só questões de ordem sa-nitária, mas também de justiça so-cial e ambiental. E seu conceito pas-sa a ser entendido de duas manei-ras: saneamento básico e sanea-mento ambiental.

Saneamento básico, conforme aLei nº 11.445/07, é o conjunto de ser-viços, infraestruturas e instalaçõesfísicas, educacionais, legais e insti-tucionais que garantam: a) abaste-cimento de água potável; b) esgo-tamento sanitário; c) limpeza urba-na e manejo de resíduos sólidos; d)drenagem e manejo das águas plu-viais urbanas; e) articulação entre osaneamento básico e as políticas dedesenvolvimento urbano e regionalde habitação, de combate à pobre-za e de sua erradicação, de prote-ção ambiental e de promoção dasaúde.

Na Resolução nº 64/292, de 28 dejulho de 2010, da Assembleia Geralda Organização das Nações Unidas(ONU), aparece o direito à água e àdisposição do esgotamento sanitá-rio, como algo essencial para a con-cretização de todos os direitos hu-manos. Milhares de pessoas nomundo se tornam vulneráveis a do-enças, como, por exemplo, diarreia,cólera, hepatite e febre tifoide, de-vido à precária disposição do esgo-tamento sanitário, água e higiene.Estudos apontam que uma crian-

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ça morre a cada 2 a 5 minutos emrazão da má qualidade da água po-tável, falta de esgotos e higiene bá-sicos.

Segundo a ONU, o mundo preci-sa investir ao longo de cinco anos 53bilhões de dólares anuais para uni-versalizar o acesso à água tratada ea soluções para os esgotos sanitári-os. O investimento equivale a 0,1%do Produto Interno Bruto (PIB) glo-bal em 2010. Em paísesem desenvolvimento,o investimento podetrazer um retorno esti-mado entre 5 e 28 dóla-res por 1 dólar investi-do. A OMS estima que,para cada 1 dólar inves-tido em saneamento,seriam economizados4,3 dólares em saúde.

Urgências - Fe-lizmente, nos últimosanos, a difusão dos ser-viços públicos de sane-amento básico no Bra-sil apresentou signifi-cativos avanços, porémsua implantação aindaé lenta. Dados da Pes-quisa Nacional porAmostra de Domicílios(Pnad) de 2013, do Ins-tituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística(IBGE), mostram que85% das moradias pos-suem acesso à água en-canada. Já o porcentualde domicílios com aces-so à rede coletora deesgotos ou fossa séptica é de 76,2%em 2013. Cerca de 10% dos domicíli-os não são contemplados pelo ser-viço público de coleta de resíduossólidos domiciliares, enquanto queapenas 0,4% não conta com o forne-cimento de eletricidade.

Dados de 2013 mostram que cer-ca de 154 milhões de pessoas tive-ram acesso à água encanada e 93,3milhões foram servidos por redescoletoras de esgotos sanitários. Masapenas 39% dos esgotos recebemtratamento. Já a perda de água nadistribuição foi de 37%. A média de

consumo de água no mesmo ano

era de 166,3 litros por habitante pordia. O menor consumo foi no Nor-deste, 125,8 litros; e o maior foi noSudeste, com 194,0 (Sistema Nacio-nal de Informações sobre Sanea-mento, SNIS, 2013). O padrão bási-co estimado pela ONU é de 120 li-tros/dia por habitante.

O saneamento básico é essenci-al para evitar doenças. Em 2015,houve mais de 340 mil internaçõesde crianças por infecções gastroin-

testinais. Cerca de metade delasveio a óbito por falta de atendimen-to imediato de saúde. Se todos ti-vessem coleta de esgotos sanitári-os haveria uma redução de 74,6 milinternações. No mesmo ano, 2.135pessoas morreram por infecçõesgastrointestinais.

Para a ONU, a cobrança pelo ser-viço de saneamento não deve ultra-passar de 5% do orçamento famili-ar, o que não ocorre atualmente. Ogoverno pretende universalizar osaneamento básico no Brasil entre2014 e 2033, gastando 508,45 bilhõesde reais. Não obstante, há a neces-

sidade de investir em média 25 a 26bilhões de reais/ano, mas atual-mente o valor não passa dos 9 bi-lhões de reais.

Outra urgência é o direito à mo-radia saudável que inclua proteçãocontra riscos à saúde e à vida daspessoas com redes de água, sanea-mento básico, gás e energia elétri-ca, transporte público, limpeza e lo-calização adequada. Pela não con-templação desse direito, no mun-

do, 1 bilhão de pessoasfazem suas necessidadesa céu aberto e mais de 4mil crianças morrem porano devido à falta deacesso à água potável esaneamento básico. Se-gundo informações pu-blicadas no jornal El País,em julho de 2015, cercade 120 milhões de lati-no-americanos não têmacesso a banheiros. OBrasil encontra-se entreos dez países do mundoonde há menos acesso abanheiros.

Resíduos - Em2011, as 100 maiores ci-dades do País produzi-ram mais de 5,1 bilhõesde metros cúbicos deesgoto. Desses, acima de3,2 bilhões de metroscúbicos não receberamtratamento. Os extre-mamente pobres são osque gastam mais com otransporte público, apre-sentam mais problemasde saúde por falta de sa-

neamento e escolas de baixa quali-dade de ensino e aprendizagem.Dos domicílios em bairros precári-os, 76% têm problemas de qualida-de da construção e dos serviços bá-sicos.

O Brasil gera cerca de 150 mil to-neladas diárias de resíduos, e cadaindivíduo gera 1 quilo de resíduossólidos por dia. Só a população deSão Paulo (SP) gera entre 12 mil e 14mil toneladas por dia. As 13 maio-res cidades geram 31,9% dos resídu-os sólidos no ambiente urbano bra-sileiro.

Ainda existem centenas de li-

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xões ou vazadouros a céu aberto,onde é depositado o lixo bruto semqualquer cuidado. Para solucionaressa dura realidade se faz necessá-rio o aterro controlado, para queneste local se despeje o lixo coleta-do bruto, com cuidado de cobrir osresíduos com uma camada de terra,de modo a não causar danos ou ris-cos à saúde pública, à segurança eimpactos ambientais. Também ainstalação de aterros sanitários paraos resíduos sólidos com adequadadisposição, sob controle técnico eoperacional. Atualmente, dos resí-duos sólidos, 50,8% vão para lixões,21,5% para aterros controlados e27,7% para aterros sanitários. As so-bras de alimentos representam 69%do total descartado no País. São 14milhões de toneladas que alimen-tariam 19 milhões de pessoas diari-amente.

“Quando vamos ao médico o pri-meiro indicativo se estamos doen-tes é o sangue. Com essa analogiaentendo que a água é o indicadorda saúde da terra. A água integrali-za e soma todos os efeitos positivose negativos que estão logo acima,na superfície da terra. Isso entendeo ordenamento territorial, a manei-ra como as pessoas colocam suascasas nos territórios e como o lixo éproduzido e coletado, o esgoto ou a fal-ta dele. Tudo fatalmente atinge as cida-des e toda a nossa vida”, avalia o profes-sor de Engenharia da UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul (UFR-GS), Carlos André Mendes.

De acordo com dados do Censo2010 cerca de 29,9 milhões de pes-soas residem em localidades rurais.Apenas 42% das moradias dispõemde água canalizada para uso domés-tico. Muitas habitações rurais nãodispõem de banheiros e fossas. Dos16,2 milhões de pessoas em situa-ção de extrema pobreza no Brasil,metade reside no meio rural, repre-sentando 25% da população rural.

O Brasil apresenta uma situaçãode exploração e uso predatório einadequado da água. As empresasde abastecimento apresentam índi-ces de perda de água tratada de até60%, um dos maiores do mundo. Aformação de uma nova consciênciasocial, política e ecológica compro-

metida com a preservaçãodas gerações futuras é umaurgência da nossa geração,bem como o direito a univer-salização do acesso à águapotável e de uso doméstico.

Legislação - A gera-ção e controle de resíduossão diretamente relaciona-dos à conservação e proteçãodo meio ambiente e aos ser-viços de saneamento. Muitosresíduos continuam sendodespejados de maneira in-controlada no meio ambien-te, e seus efeitos maléficospodem ocasionar e agravardoenças.

A redução do lixo é umdos objetivos específicos dacontribuição da Campanha daFraternidade Ecumênica.Planejar as compras e usarsacolas retornáveis para carregá-las,evitando as embalagens plásticasdescartáveis, escolher produtoscom menos embalagem e não des-cartáveis, substituir os copos descar-táveis, cozinhar somente o que seráconsumido evita o desperdício, re-duz a geração de resíduos. Outraação importante que deve ser esti-mulada é a reciclagem e o reuso.

A distribuição do esgotamentosanitário no Brasil é bastante irre-gular. O sistema de tratamento, ge-ralmente, elimina a matéria orgâni-ca, mas deixa passar os micro-orga-nismos. Essas substâncias tóxicas ebactérias provocam alergias respi-ratórias, nasais, intestinais e de peleque vão acometer, sobretudo, as cri-anças por muito tempo.

A Constituição Federal de 1988contempla o saneamento no artigo21, inciso XX, ao afirmar que: “esta-belece como competência da Uniãoinstituir diretrizes para o sanea-mento básico” e no artigo 200, inci-so IV, “Estabelece como competên-cia do SUS (Sistema Único de Saúde)participar da formulação da políticae da execução das ações de sanea-mento básico”.

No dia 5 de janeiro de 2007 foipromulgada a Lei Nacional de Sane-amento Básico (LNSB) Lei no 11.445,que propõe o controle social emquatro funções de gestão dos servi-

ços públicos de saneamento básico:planejamento, regulação, prestaçãoe fiscalização.

Cada município deve elaborar oPlano Municipal de SaneamentoBásico (PMSB) de forma participati-va, conforme Decreto no 8.211/2014.A Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010,institui a Política Nacional de Resí-duos Sólidos, esclarece seus princí-pios, objetivos, instrumentos e di-retrizes e abordar as responsabili-dades de quem gera os resíduos e opoder público.

“O que preocupa é a situação daprestação dos serviços públicos desaneamento entregue por muitosmunicípios do país para empresasprivadas. É a privatização do sanea-mento. Particularmente não concor-do com isso. Na prática é entregarum bem vital para a lógica do mer-cado e do lucro. Nenhuma empresaprivada prestará caridade, mas de-sejará obter lucro. O cidadão quenão poderá pagar pelo serviço ficarásem acesso a esse bem vital”, denun-cia o defensor público Daniel Marti-ni, do Ministério Público do RioGrande do Sul.

Fonte: Revista Família Cristã ano 82,Fevereiro 2016, número 962

Crédito Judinei Vanzeto, especialpara a Revista Família Cristã

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Pastoral Rodoviária

40 ANOS40 ANOS40 ANOS40 ANOS40 ANOSA Pastoral Rodoviária (Serviço

da Igreja Católica Apostólica Ro-mana ao povo da estrada), ligada àCongregação da Missão Provínciado Sul, de Curitiba-PR, está atuan-do nas estradas do Brasil desde1976. A Pastoral Rodoviária, nesseestilo como é feita no Brasil, é úni-ca no mundo. É reconhecida pelaCNBB como uma das pastorais quefazem parte do Setor da Mobilida-de Humana.

A partir de Curitiba-PR, 3 PadresMissionários Vicentinos percor-rem todo o Brasil rezando missasem Postos de Gasolina. No dia 7de fevereiro, a Pastoral Rodoviá-ria reuniu os Padres (Marian, Ger-mano, Miguel, Arno e Eliéser) e osagentes de pastoral dos leigos paraum encontro, comemorando os 40anos de existência da Pastoral.Compareceram pessoas de Natal-RN, Sorriso-MT, Barra Mansa-RJ,Divinolândia-SP, Irati-PR, Lapa-PR,Campo Largo-PR, Campo Magro-PR, São Mateus do Sul-PR, Vargi-nha-MG, Carmo da Cachoeira-MG,Santa Rita de Jacutinga-MG, SãoJosé dos Pinhais-PR e Curitiba-PR.O Encontro aconteceu no Seminá-rio N. Sra. das Graças, bairro Orle-ans, em Curitiba-PR.

Equipe da Pastoral Rodoviária –Estão envolvidos em tempo plenona Pastoral Rodoviária três padresda Congregação da Missão (Laza-ristas), congregação fundada porSão Vicente de Paulo, na França,em 1625. Os padres da Pastoral Ro-doviária pertencem à Província deCuritiba-PR:

1. Padre Mário (Marian Li-tewka), nascido aos 07/08/1937 emCracóvia, Polônia. Sacerdote des-de 18/10/1961. No Brasil, desde1962. E nas estradas desde 1976.

2. Padre Germano (Germano Na-lepa), nascido aos 05/07/1956 emCampo Magro-PR. Sacerdote desde23/12/1979. Na Pastoral Rodoviáriaa partir de 1996.

3. Padre Miguel (Miguel Staron),nascido aos 13/07/1955 em Conten-da-PR. Sacerdote desde 23/03/1980e nesta Pastoral desde 1993.

A Pastoral Rodoviária tornou-se viável, porque muita gentetem ajudado a Equipe ao longodos anos.

Nossa Senhora da Estrada – Ospadres divulgam a devoção à NossaSenhora da Estrada, distribuindo, aofinal das celebrações, decalques,posters e selinhos adesivos com aimagem d’Ela, bem como rosários.O quadro original de Nossa Senhorada Estrada encontra-se na igreja “DelGesú” em Roma, na Itália. Foi pinta-do por um artista desconhecido, tal-vez há uns 800 anos. Alguém colo-cou esse quadro numa capelinha àbeira da estrada, no início do cami-nho que saía de Roma para o interi-or. Já naqueles tempos, viajar pelas

estradas era uma tarefa difícil(mato fechado, rios sem pontes) eperigosa (feras e bandidos). Os vi-ajantes costumavam parar na fren-te da capelinha à beira da estradae oravam a Deus pedindo a suaproteção por intercessão da Vir-gem Maria. Com o decorrer dotempo, o pessoal começou a cha-mar a imagem da Mãe de JesusCristo, que estava dentro daquelacapelinha, de imagem de NossaSenhora da Estrada.

Serviço religioso – Os padres daPastoral Rodoviária viajam pelasrodovias de todos os Estados doBrasi. Nos trajetos visitam, ao me-nos uma vez por ano, aproximada-mente 7.000 postos de combustí-veis. O número de postos, onde secelebram as Missas dos Motoris-tas, ultrapassa atualmente a quan-tia de 1.600. Para o serviço pasto-ral, a Equipe dispõe de três cami-nhões-capela (as capelas estãomontadas dentro de furgões).Abrindo a porta traseira do furgão,surge o altar, as caixas de som, o

Fotos: Pe. Máikol

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Arquidiocese de Curitiba | Março 2016 15

microfone, os folhetos da celebra-ção, as folhas de cânticos e os de-mais assessórios preparados parafins religiosos. Os serviços presta-dos pelos padres da Pastoral Rodo-viária são gratuitos, compreenden-

do missas e outros atendimentospastorais. O Roteiro com a progra-mação das Missas dos Motoristas éorganizada a partir de convites (pe-didos) feitos pelos proprietários ougerentes dos estabelecimentos ro-

doviários. Se alguém quiser, faça oseu convite a qualquer um dos pa-dres da Equipe, quando os encon-trar em uma das muitas viagens pas-torais pelo Brasil afora. Ou, pelo en-dereço:

PASTORAL RODOVIÁRIAAvenida Jaime Reis, 531

80510-010 Curitiba-PRPor telefone: (41) 3223-0561

Por e-mail:Pe. Germano:

[email protected]. Mário:

[email protected]. Máikol:

[email protected] O roteiro de Missas Rodoviárias dos

Padres Mário, Miguel e Germanoestá sendo apresentado tambémnos programas dirigidos aos cami-nhoneiros através de:

· Rádio GLOBO de São Paulo-SP· Rádio APARECIDA de Aparecida do

Norte-SP· Rádio CANÇÃO NOVA de Cachoeira

Paulista-SP· Rádio LONDRINA de Londrina-PR· Rádio SANT’ANA de Ponta Grossa-PR

Visite www.pastrodo.com.br

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Vida e Família

Arquidiocese de Curitiba | Março 201616

Zika vírus: peça providencialZika vírus: peça providencialZika vírus: peça providencialZika vírus: peça providencialZika vírus: peça providencialO aborto é uma ação tão antina-

tural e prejudicial que, para ser acei-to na sociedade, precisa de todauma estratégia de ação, visando oconvencimento das pessoas, quesão levadas propositalmente aoerro.

Quando surgiu o alarde a respei-to do zika vírus e sua ligação com amicrocefalia as pessoas atentas àsestratégias antivida logo percebe-ram que uma nova fase desta tramaestava sendo colocada em prática.Não demorou para a confirmação.Em poucas semanas, figuras do go-verno, da mídia, de movimentos fe-ministas e até mesmo da ONU seapressaram em cobrar a liberação doaborto em casos de microcefalia.

ESTRATÉGIAEstamos diante de uma tática

conhecida do movimento abortista:explorar casos de comoção social,

primeiramente alardeando-os e,depois, no auge da ebulição das dú-vidas angustiantes do momento,propõe-se a legalização o aborto. Aestratégia visa dois fins: 1) abrir umprecedente para o aborto em umcaso específico e, com isso, 2) am-pliar as legalizações já existentes,de forma que, em determinadomomento, dadas tantas legalizaçõespontuais, tendo a sociedade aceitovárias exceções para a lei que proí-be o aborto, não haja mais por quenão legalizá-lo definitiva e total-mente.

Esta estratégia fora usada nosEUA, até a legalização do aborto na-quele país. Em 1973, uma gestanteentrou com um pedido de permis-são para abortar, por estar grávidadevido ao suposto estupro. A dis-puta jurídica, conhecida como Roevs. Wade, foi favorável ao aborto,gerando uma ação em cascata que,

como dissemos, legalizou totalmen-te o aborto naquele país. Aconteceque o caso foi premeditado, pois amulher, Jane ROE, não havia sido es-tuprada! Ela admitiu que mentiucomo estratégia para legalizar oaborto! No Brasil, acompanhamosrecentes exemplos claros dessa es-tratégia: a pressão para o aborto nocaso de pré-adolescentes gestantes,de anencefalia e de células-troncoembrionárias (com a promessa deretirar as pessoas das cadeiras deroda, o que já se comprovou infun-dada).

O imediatismo é outra caracte-rística desta ação premeditada.Após explorar um fato, com todasorte da alarmismo na mídia, algumgrupo logo se propõe a levar ao STFo pedido de legalização do aborto.Também isto é parte da estratégia.Propositalmente não se leva a ques-tão ao legislativo, pois se sabe queali, onde há representantes eleitospelo povo, a questão do aborto nãopassa, uma vez que a ampla maioriados brasileiros é contrária ao assas-sinato de bebês. Leva-se, então, aquestão aos Ministros, cuja colegia-lidade atual foi quase toda aponta-da pelo governo que há anos estáno poder e que já se manifestou fa-vorável ao aborto[2].

OS INTERESSADOSAqueles que estão ávidos em le-

galizar o aborto, usando das circuns-tâncias que se apresentam no mo-mento, não são pessoas ignorantes.São grupos financiados por grandesfundações, geralmente estaduni-denses, que derramam rios de di-nheiro nos países pobres, a fim depromover o controle populacional,no qual o aborto tem uma função

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para a estratégia do abortopara a estratégia do abortopara a estratégia do abortopara a estratégia do abortopara a estratégia do aborto

PE. SILVIO ROBERTO, MICDiretor da Casa Pró-Vida Mãe Imaculada

eminente. O argumento utilizado,entre outros, é que abortar criançascom deficiência é um “direito huma-no”.[1]

Une-se ao conluio das ONGs,fundações e da mídia o próprio go-verno brasileiro, que deveria ser oprimeiro a defender a Constituição,rechaçando o aborto. Sempre é bomlembrar que estes grupos não repre-sentam os brasileiros, em sua mai-oria contrários ao aborto.

O que estamos assistindo, comojá denunciado em outros textos pró-vida, é a legalização da eugenia, ouseja, de limpeza racial. Definimosquem pode ou não nascer, segundonossas conveniências financeiras epadrões estéticos. Ontem o direitode nascer foi negado às criançascom anencefalia, hoje aos com mi-crocefalia e amanhã aos que nãotem olhos verdes… Estamos regre-dindo como sociedade ao planomoral das tribos mais subdesenvol-vidas, como de certos índios quematam seus filhos deficientes re-cém-nascidos. Diante disso, cabe anós brasileiros não nos deixarmosinfluenciar pelo alarmismo reinan-te, opondo-nos à ideia de ver no abor-to a solução dos nossos problemas.

MAS E A REALIDADEDA MICROCEFALIA?

Ao denunciarmos a orquestradatática de manipulação social que osdefensores do aborto fazem, usan-do desta tragédia que é a microce-falia, não estamos de forma algumarelativizando-a. A microcefalia éalgo muito sério, uma questão desaúde pública. No entanto, jamais oaborto – ou seja, o assassinato deum ser humano indefeso – deve sero meio para sanar um problema; isso

pelo simples fato que uma vida édigna, independentemente de suascondições. Além do mais, há outrosfatores a ponderar:· Admitir o aborto nesses casos é,

como já dito, aceitar a tática daindústria do aborto para legali-zá-lo totalmente no país.

· Muitas crianças com microcefa-lia terão uma vida muito saudá-vel, como o caso da jovem quetornou-se jornalista[3]. Vamosabortar “preventivamente” to-das essas crianças?

· Até o momento não está devi-damente confirmado que o víruszika é o causador da microcefa-lia.

· Não podemos nos nivelar porbaixo na luta contra enfermida-des. Somos um povo altamentecapaz, que deve usar de seus re-cursos financeiros e tecnológicos

Fontes:[1] http://acordaterradesantacruz.com.br/

w p - c o n t e n t / u p l o a d s / 2 0 1 3 /0 3 /Funda%C3%A7%C3%A3o-MacArthur-e-o-aborto-no-Brasil-English.pdf (pp 33-34)

[2] http://acordaterradesantacruz.com.br/w p - c o n t e n t / u p l o a d s / 2 0 1 3 /0 3 /defesavidabrasil.pdf (p. 18 e ss.).

[3] http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2015/12/jovem-com-microcefalia-escreve-livro-e-tira-diploma-de-universi-dade-em-ms.html

para vencer esta praga. Usandouma comparação, não se descri-minaliza o assassinato como for-ma de combater as altas taxas dehomicídio no país.“Reivindicar o direito ao aborto

e reconhecê-lo legalmente, equiva-le a atribuir à liberdade humana umsignificado perverso e iníquo: o sig-nificado de um poder absoluto so-bre os outros e contra os outros. Masisto é a morte da verdadeira liber-dade” (João Paulo II, EvangeliumVitae, nº 20).

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Reflexão

Escândalo? Escândalo? Escândalo? Escândalo? Escândalo? Não, umaNão, umaNão, umaNão, umaNão, umaReflexão! Sim? Sim! Não? Não!Reflexão! Sim? Sim! Não? Não!Reflexão! Sim? Sim! Não? Não!Reflexão! Sim? Sim! Não? Não!Reflexão! Sim? Sim! Não? Não!

O mundo globalizado é conectado:imagem e informação influem mais doque reflexão. Entre e-mails e telefone-mas, mensagens “in box” e “prosas deWhatsApp”, recentemente andaramconstantes os questionamentos diantede um burbúrio súbito, gerado com di-vulgação maliciosa na Imprensa, daamizade entre São João Paulo II e umafilósofa. Um mal juízo simplesmenteporque ambos trocavam cartas com fre-quência. A partir daí, parece oportunauma conexão com um assunto neste mêsde março, no qual São José recordado é.Do sonho e do encanto, justo e portantosanto, sua continência e castidade cau-sam reflexão na humanidade. Aprovei-tando o ensejo, parece oportuno medi-tar sobre um tema correlato: o celibato.

Uma entrega “Pelo Reino dos Céus”feita por quem “vive na Terra”.

José sonhou o “Sonho de Deus” (Mt1,20), o fez realidade, e assim, até JesusCristo lhe foi “submisso” (Lc 2,51). É jus-to afirmar que o próprio Filho de DeusEncarnado na realidade humana apren-deu a ser casto também com o Esposoda Virgem Maria.

Falar em Celibato com honestidadeimplica perceber uma mística, compre-ender que é um Dom, uma graça, umaentrega. Ele não existe sem o “compo-nente espiritual”, aquilo que a tradiçãocatólica chama de “sobrenatural”.

Urge abandonar o chavão: “ser celi-batário é não casar”. Até porque existempessoas não casadas que não são celi-batárias. E não só. A questão é maisampla e não pode ser reduzida à mera“contraposição ao casamento” e nemmesmo abordada apenas sob aspectosreducentes muitas vezes à dimensão ge-nital e erótica, que embora sejam natu-

rais ao ser humano, não são as únicas queo compõem. Tampouco é aceitável perma-necer no linguajar do “pode e não pode” oupara piorar: “o Papa é que não quer!”

Aparentemente a vocação natural éaquela de continuar a Obra da Criação:“Por isso o homem deixará seu pai e suamãe e se unirá à sua mulher e os doisserão uma só carne” (Gn 2,24). Muitobem! Mas, o mesmo Deus que deu umacompanheira a Adão “porque ele estavasó” (Gn 2,18) , também suscita “vocaçõessolitárias”.

Vocações Solitárias?É necessário compreender o termo

solitário como positivo e não como ne-gativo. Uma “solidão consagrada” podenão ter nada de individualismo e egoís-mo. Por isso, um bom exemplo é São JoãoBatista, que alimentando-se de gafanho-tos e mel silvestre era um verdadeiroeremita que vivia sozinho e para a vindaministerial de Jesus preparou caminho(cf. Evangelho de Mateus cap.3). “Umavoz clamava no deserto” (Is 40,3). No de-serto, a “solidão” é vista como um im-portante componente da vida de quemtem um contato com o Deus que fala noSilêncio e chama a uma existência vol-tada para a dedicação total em prol deseu Reino. Enquanto o celibatário devepreocupar-se com o apostolado, “O ho-mem casado preocupa-se com as coisasdo mundo, procurando agradar a sua es-posa” (I Cor 7,33) . E assim o deserto e osilêncio, a solidão em si, tem seu gran-de valor.

A tradição judaico-cristã, já desde asabedoria (por vezes esquecida) dospadres e mães do deserto, apresentauma “solidão”, que alguns autores cris-tãos denominam “solidão povoada”:pela oração, pela dedicação ao próximo,

pela mística, pelas amizades... Aí, a “au-sência de um ser exclusivo” (como exigema unidade e fidelidade conjugal) dá lu-gar à presença de um Deus que “inclui”mais estreitamente ao Projeto de seuReino quem a Ele se dedica integralmen-te. E aí reside a dificuldade de grandeparte das pessoas em compreender avocação celibatária. Geralmente porquefalta mística e espiritualidade, estudo eexperiência de comunidade.

Voltar aos primeiros séculos lembrao surgimento da vida comunitária reli-giosa, onde os votos de obediência, po-breza e castidade passaram a fazer par-te do cenário cristão. Alguém pode op-tar por uma vida esponsal e familiar ouaté por uma simples vida de solteiro.Porém, quem escolhe algo para dedicar-se a Deus e ao próximo não optando pelalinda possibilidade de constituir umafamília, não é um “miserável ser infeliz”,“mal amado” ou “pobre coitado” comoalguns tablóides da moda midiática ten-tam enfatizar.

Viver exclusivamente para Deus nãosignifica um afastamento do próximo.Até mesmo os eremitas e os monges ca-tólicos que se recolhem em oração paraadquirir uma íntima amizade com Deus,o fazem também para “interceder pelosirmãos”. Aí se vê que a amizade em suasdiversas formas é uma dimensão impor-tante para a vida consagrada e mesmopara os celibatários. Neste sentido ébastante esclarecedora a resposta dadapelo Papa Francisco aos que “se escan-dalizaram” com o fato do Papa João Pau-lo II trocar tantas cartas com uma desuas amigas, que nesta história era a fi-lósofa Anna Tymieniecka: “Desta relaçãode amizade se sabia... os livros dela sãoconhecidos, ele era um homem inquie-to... Para um homem que não tem umaboa relação de amizade com uma mu-lher, falta qualquer coisa. Uma relaçãoamorosa com uma mulher que não sejaesposa é pecado. Uma amizade com umamulher não é pecado. O Papa é um ho-mem e precisa também das ideias dasmulheres. Até mesmo o Papa tem um co-ração que pode ter uma amizade sadia esanta com uma mulher. Existem santosamigos, como Francisco e Clara... Mas asmulheres não são bem consideradas, nãoentendemos o bem que uma mulher podefazer à vida de um padre e da Igreja, nosentido de aconselhar, de ajudar, de teruma amizade sadia” (cf.: Entrevista com oPapa Francisco no vôo de regresso à Romadepois da recente visita ao México).

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PADRE FABIANO DIAS PINTOPresbítero da Arquidiocese de Curitiba Mestrando em Direito

Canônico pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz – Roma

O celibato não é dogma de fé. É umanorma disciplinar da tradição da Igreja.E não abrange todos os graus do Sacra-mento da Ordem e nem todos os RitosCatólicos.

Já o Concílio de Elvira (por volta doano 326) tornou o Celibato obrigatóriono Ocidente cristão, sendo que posteri-ormente outros Concílios e Decretais dossucessores dos apóstolos, bem como ofamoso Concílio de Trento (1545-1563),reforçaram tal Disciplina, acolhida peloConcílio Vaticano II (1962-1965) e susten-tada até hoje.

O Magistério da Igreja produziu aEncíclica Sacerdotalis Celibatus, que em1974 abordou mais especificamente oCelibato requerido aos sacerdotes, especi-almente os de Rito Latino. O grande Papa(agora Beato Paulo VI) enumerou trêsgrandes motivos pelos quais aquele quedeseja exercer o ministério sacerdotal preci-sa também acolher o dom do celibato emsua vida: 1. Motivo Cristológico (Jesus Cris-to não casou, era célibe, totalmente en-tregue ao Pai); 2. Motivo Escatológico (“nocéu ninguém se casa e nem se dá emcasamento” (Mt 22,30). O sacerdote, quenesta terra prepara o Reino dos Céus,vive esta realidade de desprendimentocomo sinal da vida futura que ele mes-mo anuncia, todo entregue a “fazer o céuna terra”. 3. Motivo Eclesiológico (a Igrejaprecisa de pessoas livres e fiéis em Cris-to que estejam prontas e disponíveis,com dedicação exclusiva a serviço doEvangelho, seja para a Evangelização,seja por exemplo para dar Unção dosEnfermos pela madrugada).

Fixar-se apenas na ótica do negati-vo, centrando-se nos problemas, sem umrealce espiritual, sem uma observaçãomística mais aprofundada, torna impos-sível ver o celibato como DOM DE DEUS.Problemas existem sim. Enumerá-losocuparia páginas, pois são específicos,concretos, dolorosos. Relacionam-se apequenas quedas humanas ou até a fra-cassos horrorosos. Porém, quem se dis-põe a servir recebe a graça de Deus paraser firme nas resoluções e fiel aos pro-pósitos com resultados honrosos. “Quan-do me sinto fraco então é que sou forte” (IICor 12,10).

Então hoje é mais difícil do que antes?Se Sim ou Não, fato histórico com-

provado é que os santos e os pecadoresprecedentes nesta humanidade de his-tória cíclica tiveram lá suas dificuldades.Mas, houve quem soube ter boa vonta-de, com abertura a Deus que no ser hu-mano manifesta “o querer e o fazer” (Fili-penses 2.13). O cristão fala imperativa-mente “seja feita a vossa vontade” (Mt 6,10)ao rezar o Pai Nosso. Porém, equilibrar amente e o coração, a razão e a emoção éuma questão de espiritualidade e for-mação, pois “o coração tem razões que aprópria razão desconhece” (Blaise Pascal).O coração humano pode ser inclinadopara o mal ou para Jesus que disse: “por-que é do coração que provém os maus pen-samentos, os homicídios, os adultérios, asimpurezas, os furtos, os falsos testemunhos,as calúnias” (Mt 15,19).

Há quem diga que os padres devem ca-

E o E o E o E o E o CelibatoCelibatoCelibatoCelibatoCelibato Sacerdotal?Sacerdotal?Sacerdotal?Sacerdotal?Sacerdotal?sar: tendo esposa algunsproblemas da Igreja de-saparecerão!

Será que o matri-mônio também nãotem lá seus desafi-os? Que o digammesmo, e por exem-plo, as boas famíliascristãs. Casar não é “oremédio para todos osmales”. A própria Igre-ja Católica nos seusRitos Orientais uni-dos ao Papa de Roma, bem como a Igre-ja Ortodoxa e os protestantes evangéli-cos tem pastores casados. Todavia, elestem, entre outras situações, tambémdesafios e problemas como existem noRito Latino Católico. Não é por terem lí-deres casados que resolvidas estão to-das as questões afetivas e familiares.“Na Igreja há diversidade de dons e caris-mas...” (ICor 12,4). Só não entende quemnão quer! Na Exortação Apostólica Fami-liares Consortio, o Santo Papa João PauloII dizia: “a Revelação Cristã conhece doismodos específicos de realizar a vocação dapessoa humana, na sua plenitude ao amor: oMatrimônio e a Virgindade (vida consagra-da). Seja um ou seja outro, na sua forma pró-pria são uma concretização da verdade maisprofunda do ser humano, do seu ‘ser ima-gem de Deus’”(n.11).

E porque no mundo tem tanta gente comdificuldade de entender? O que fazer?

Por um lado a sociedade realça a li-berdade, por outro, cerceia com a des-confiança quem “ousa ser diferente”. Emuma pós-modernidade líquida (comoacena o filósofo Zygmunt Baumann) vê-se o mundo do fast food, descartável,rápido e pragmático, onde ocorre a “coi-sificação” do humano, permitindo o rei-nado do utilitarismo e até do niilismo(como apontava Bento XVI). Uma conse-quência de tal realidade é a influênciana tomada de decisões diante do pri-mado do temporário. É a valorização doefêmero com o encanto pelo passagei-ro: “que seja eterno enquanto dure” disse opoeta Fernando Pessoa. Entretanto, paraos cristãos, definitivas e não meramen-te permanentes são as opções humanasde estado de vida. No contexto atual éclaro que não se tem muita solidez aoredor, resultando em escolhas preju-dicadas. Para a lgumas pessoas os imples fato de optar e e leger, oucom algo ou com alguém se compro-meter é uma via “somente para quemnão tem mais para onde correr”. E emum mundo assim, ter que se assumirou assumir é pesado. Rareia o com-promisso e a responsabi l idade é jo-gada para os outros. Por vezes, es-quecidos os direitos e abandonadosos deveres, a fa lta de responsabi l i -dade leva até mesmo à violência. E aterra acaba sorvendo sangue inocen-te, como na história de Caim e Abel,onde sentimentos desordenados cria-ram um juiz que se tornou algoz em vezde “ser guardião”. Ao abandonar o cui-dado e querendo fugir da responsabili-dade ainda disse a Deus: “Por acaso sou

guarda de meu irmão?” (Gn 4, 9). Comoaponta o Papa Francisco na recente Encí-clica Laudato Si, o cuidado com o mundo ecom o próximo são necessários. Mas,quem não é capaz de comprometer-se,também não é capaz de cuidar de algoou alguém. Lutar por uma causa exigecompromisso, mesmo que seja a renún-cia ao desfrute de algo bom e justo,como é a vida conjugal, em vista de umbem inspirado para viver inteiramentecom Deus que é o Sumo Bem.

No fim das contas, o que mais im-porta é lançar-se nas mãos de Deus “comas mãos limpas e o coração puro, abando-nando as vaidades” (Sl 23,4) e sendo ca-paz de fazer escolhas duradouras.Urge que na atualidade cada pessoapossa ser um “anjo da guarda” ao in-vés de ser um “Caim” para o seu pró-ximo. Isso se consegue com um apro-fundamento que permita “pensar deforma mais elevada”, deixando-se mo-delar pelos ensinamentos de Cr istona vida, dando atenção não apenas aosaspectos f is io lógicos ou biológicos,sociais e intelectuais. É preciso orien-tar a afetividade junto de uma espirituali-dade autenticamente cristã, capaz de sus-tentar uma opção, em conformidade como mandato de Jesus. “Dizei somente: ‘Sim’,se é sim; ‘não’, se é não. Tudo o que passaalém disto vem do Maligno” (Mt 5,37).

Em um mundo plural em que se afir-ma tanto a necessidade de “respeitaropções”, convém perceber que o celiba-to precisa ser visto como uma escolhapessoal de uma pessoa vocacionada quetem o direito de eleger seu próprio es-tado de vida, em uma direção definitivaaberta à ação do Espírito Santo, que dáa sua graça e proporciona fidelidade.Uma opção livre e consciente de dedica-ção exclusiva a Jesus Cristo à luz da fé,enche o mundo de esperança, reforça aprática da caridade e gera perseverançanos valores propostos pelo Evangelho:“e quem perseverar até o fim será salvo” (Mt24,13).

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Dízimo

Mensagem da Equipe Arquidiocesana da PMensagem da Equipe Arquidiocesana da PMensagem da Equipe Arquidiocesana da PMensagem da Equipe Arquidiocesana da PMensagem da Equipe Arquidiocesana da Pastoral do Dízimoastoral do Dízimoastoral do Dízimoastoral do Dízimoastoral do Dízimo

CLOVIS VENÂNCIOMembro da Pastoral Arquidiocesana do Dízimo

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO: Coordenador da Comissão:

João Coraiola Filho / Coordenador da Pastoral do Dízimo: William Michon.

COMISCOMISCOMISCOMISCOMISSÃO 10: DIMENSÃOSÃO 10: DIMENSÃOSÃO 10: DIMENSÃOSÃO 10: DIMENSÃOSÃO 10: DIMENSÃOECONÔMICA E DÍZIMOECONÔMICA E DÍZIMOECONÔMICA E DÍZIMOECONÔMICA E DÍZIMOECONÔMICA E DÍZIMO

AAAAATENÇÃO!TENÇÃO!TENÇÃO!TENÇÃO!TENÇÃO!Vem aí o 16º Seminário

Arquidiocesano daPastoral do Dízimo

Quando:

17 de abril de 2016 (Domingo)

Local: Auditório da Igreja da

Ordem, em Curitiba.

Assessor (Palestrante):

André Luiz Moreira dos Santos

Nº de Vagas: 160

Estamos vivendo o tempo qua-resmal, que teve início no dia 10 defevereiro, Quarta-feira de Cinzas, ese estende até o Domingo de Ra-mos, dia 20 de março. Este sempreé um tempo forte de conversão epenitência, mas especialmenteneste ano, em que celebramos tam-bém o Ano da Misericórdia, institu-ído pelo Papa Francisco, é uma opor-tunidade ímpar de sermos tocadosno coração pela graça divina e en-contrarmos o caminho da conversãoe amor ao próximo, através da ver-dadeira caridade fraternal em nos-sas comunidades.

Conversão é mudança de atitu-des, de mentalidade. É reconhecera força da graça de Deus.

Realmente, embora a todo otempo o cristão deva estar em per-manente processo de conversãopessoal, é durante a Quaresma queo católico é convidado, de modoespecial, a assumir (as) três atitu-des que são os pilares da vida cristã:o Jejum, relação do homem consigomesmo; a Oração, relação do ho-mem com Deus e, a Caridade, rela-ção do homem com o próximo. É,pois, um tempo rico para reflexãosobre a nossa vida, quando deve-mos buscar valorizar o que temosrealizado de bom e dar um novorumo ao que temos feito e que nosafasta de Deus. É o convite expres-so à conversão.

Assim, especialmente nessetempo, compete aos integrantes daPastoral do Dízimo conscientizarem-se sempre mais e, sobretudo, pro-

curar conscientizar a todos os fiéissobre como se deve entender a prá-tica da caridade cristã, tendo porfoco, a DIMENSÃO SOCIAL OU SOLI-DÁRIA DO DÍZIMO, como expressãoconcreta de partilha.

Neste contexto e, ainda dentrodos princípios pastorais de evange-lização, os membros das equipes doDízimo devem procurar orientarsuas ações, inclusive no sentido deexigir das demais lideranças da co-munidade eclesial em que atuam adestinarem, de forma sistemática,uma parte significativa da arrecada-ção dizimal às atividades das pasto-rais sociais de sua Paróquia.

Com efeito, esta é também umaforma coerente de nossa Igreja Ca-

tólica colocar em prática a sua op-ção preferencial pelos pobres eoprimidos, expressa nos documen-tos recentes do seu Magistério.

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Arquidiocese de Curitiba | Março 2016 21

Dimensão MissionáriaIR. PATRÍCIA SOUZA

COMIDI

Missionários(as)Missionários(as)Missionários(as)Missionários(as)Missionários(as)misericordiosos(as)misericordiosos(as)misericordiosos(as)misericordiosos(as)misericordiosos(as)

como o Pcomo o Pcomo o Pcomo o Pcomo o Paiaiaiaiai

COMISSÃO DIMENSÃO MISSIONÁRIA: [email protected]

(41) 2105-6375 – Ir. Patrícia / (41) 2105-6376 - Patryck Madeira

Em nossa Igreja local – Arquidiocese de Curitiba – so-mos interpelados a viver a Alegria da Missão e a sermostestemunhas daquilo que experimentamos “O que vi-mos e ouvimos, isso vos anunciamos” (1 Jo, 3). E comoIgreja somos convocados pelo Papa Francisco a viver amisericórdia: “Misericordiosos como o Pai”. Por uminstante, podemos nos perguntar: Qual a ligação en-tre esses dois conceitos? Qual se sobrepõe?

A partir disso convidamos a refletir que a Miseri-córdia e Missão, ou vice-versa, andam unidas nomesmo projeto redentor e salvador. Foi assim comos profetas e com os apóstolos, os primeiros e os detodos os tempos. Misericórdia e Missão são duas pa-lavras que se ajudam a explicar, quando se fala daação evangelizadora da Igreja, sobretudo se conside-rarmos a missão da Igreja como “reflexo do movimen-to de Deus em direção a seus filhos e filhas, um movi-mento que parte da misericórdia do coração do Pai. Apalavra misericórdia carrega os vestígios de sua etimolo-gia, pois só pode ter misericórdia alguém que é misericors,ou seja, cujo coração reage diante da miséria do outro (Dici-onário Crítico de Teologia – verbete: misericórdia, p. 1150).Não há misericórdia se não houver miséria!

O Papa Francisco, em Misericordiae Vultus nº 1, apresenta Je-sus Cristo como “rosto da misericórdia do Pai”, afirmando que a “mi-sericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus deNazaré”. De fato, “a missão que Jesus recebeu do Pai, foi a de revelaro mistério do amor divino na sua plenitude. Os sinais que realiza,sobretudo para com os pecadores, as pessoas pobres, marginaliza-das, doentes e atribuladas, decorrem sob o signo da misericórdia.Tudo n’Ele fala de misericórdia. N’Ele, nada há que seja desprovidode compaixão” (MV, 8).

Em nosso caminho de cada dia, em nossa peregrinação missioná-ria, encontramos sempre algum ferido. Há pessoas que atravessamcircunstâncias dolorosas: falta de carinho, abandono, solidão, misé-ria... Há outras feridas na alma, afastadas de Deus, longe Dele, quenão o conhecem, que lhe são indiferentes... Esperam que sejamosbons samaritanos em suas vidas, que cuidemos delas, que sejamosseus amigos! “A Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia deDeus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela, deve che-gar ao coração e à mente de cada pessoa” (MV, 12).

A comunidade missionária vive um desejo inexaurível de ofere-cer misericórdia, fruto de ter experimentado a misericórdia infinitado Pai (cf. EG, 24. 31).

Participe de nossas reuniões

mensais do COMIDI toda 2ª

quarta-feira do mês, às 19:30

horas, na Cúria (Salão Rainha).

Você, Assessor(a) da IAM, nossa

reunião será dia 05/03, às 14:00,

na Cúria (Salão Rainha).

Fonte: http://www.diocesesa.org.br/wp-content/uploads/2015/10/%E2%80%9CMISERIC%C3%93RDIA-E-MISS%C3%83O%E2%80%9D..pdf

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Arquidiocese de Curitiba | Março 201622

PPPPPadre curitibano nomeado para adre curitibano nomeado para adre curitibano nomeado para adre curitibano nomeado para adre curitibano nomeado para episcopadoepiscopadoepiscopadoepiscopadoepiscopadoNomeação

O papa acolheu dia 17,o pedido de renúncia apre-sentado por dom José Má-rio Stroeher, em confor-midade com o cânon 401parágrafo 1, do Código deDireito Canônico. Na mes-ma data, nomeou padreRicardo Hoepers, bispo dadiocese de Rio Grande(RS). Atualmente, padreHoepers estava como pá-roco da paróquia SantoAgostinho e diretor comu-nitário do Studium Theo-logicum Claretiano em Cu-ritiba (PR).

Padre Ricardo Hoepersé natural de Curitiba. Nas-ceu em 16 de dezembrode 1970. Filho de Francis-co Hoepers e Doraci dosSantos Hoepers. Ingressouno Seminário Arquidioce-sano São José aos 19 anos.Cursou Filosofia na Uni-versidade Federal do Pa-raná e Teologia no StudiumTheologicum. Recebeu aordenação presbiteral em31 de janeiro de 1999. Pos-sui especialização e mes-trado Bioética. É doutor emTeologia Moral para Acca-demia Alfonsiana deRoma. Na trajetória comopadre, foi diretor da Facul-dade de Filosofia da arqui-diocese de Curitiba (2002-2003), coordenador geraldo clero (2005 a 2008),membro do ConselhoPresbiteral e do Colégiode Consultadores, asses-sor eclesiástico da pasto-ral da Pessoa Idosa, no re-gional Sul 2 da CNBB. É au-tor do livro “Teologia Mo-ral no Brasil: um perfil his-tórico”.

http://cnbb.com.br/index.php?option=com_content

&view=article&id=18177:papa-francisco-nomeia-bispo-para-rio-grande-e-coajutor-

dejuazeiro&catid=114&Itemid=106

Depoimento PDepoimento PDepoimento PDepoimento PDepoimento Pe. Ricardo Hoeperse. Ricardo Hoeperse. Ricardo Hoeperse. Ricardo Hoeperse. Ricardo Hoepers

Foto : Patryck A. MadeiraEstou vivendo um momentoinédito na minha vida. Umamistura de emoções perpassao meu coração e todo o meu ser.Na minha sacristia, fixo osolhos para Santo Agostinho eSanta Mônica e insisto para queeles me deem uma resposta eacalentem meu coração, poisnossas histórias não são tãodiferentes. O fato é que agoravenho dobrando meus joelhose pedindo que o Espírito Santoconduza este novo momento daminha vida.

Não me sinto sozinho, seique tem uma multidão de ami-gos e amigas, e de pessoas que ainda nãoconheço orando comigo. Os frutos dessa cor-rente já se espalham através da alegria e doentusiasmo com que o povo da Diocese doRio Grande vem demonstrando ter.

A acolhida de Dom José Mário Stroeherfoi imediata. Senti que estou entrando emuma família muito humana e fraterna, semformalidades ou etiquetas que nos distanci-am, mas que abraça e toca os sinos de ale-gria para acolher um novo irmão que chega.Acolhida essa própria do pontificado do PapaFrancisco. A Diocese do Rio Grande já estáno meu coração e quero amá-la com todo omeu ser e dar o meu melhor para esta precio-sa porção do povo de Deus nos confins donosso país. Ali, vou para aprender, mais doque ensinar; vou para fazer comunhão, maisdo que governar; vou para servir e lavar ospés dos mais vulneráveis e necessitados damisericórdia de Deus.

Então escolhi como lema a passagem dolivro do Deuteronômio em que Moisés, no seuúltimo discurso, antes de sua morte, convidao povo de Israel para que de fato se voltem

ao Senhor e coloquem em práticaos seus mandamentos. No capítu-lo 30, versículos 13 e 14, ele diz:“E não está além-mar [...] mas apalavra está muito perto de ti, estána tua boca e no teu coração, paraque a ponhas em prática”. Daí sur-ge o meu Lema, no versículo 19:ELIGE ERGO VITAM (“Escolhe, pois,a vida”). Só poderemos colocar emprática a vontade do Senhor quan-do optarmos pela Vida, porquenosso Deus é um Deus da Vida enão da morte.

Escolher a vida é acreditar noser humano; é defender os vulne-ráveis e excluídos; é cuidar do pla-

neta, nossa casa comum; é discernir moral-mente para o bem da pessoa; é agir com res-ponsabilidade, pensando no futuro do nossoplaneta; é proteger a vida humana do seu iní-cio até o seu entardecer; é cuidar da criação,dom de Deus.

Todos nós podemos optar pela vida, masprecisamos aprender a discernir entre o beme o mal e, por isso, minha prioridade será aformação da consciência reta e o resgate dosvalores cristãos, especialmente a solidarie-dade, num mundo onde prevalece a globali-zação da indiferença.

Que Nossa Senhora da Luz possa nos gui-ar nessas águas mais profundas e que SãoPedro nos ajude a lançar as redes para umapesca abundante de homens e mulheres deboa vontade que ajudem a testemunhar a miseri-córdia de Deus nesta Diocese do Rio Grande.

Meu agradecimento a todos pelas mani-festações de amizade e carinho.

À Igreja particular de Curitiba, minha gra-tidão e à Igreja do Rio Grande meu coração.

Elige ergo vitam (Dt 30,19)Pe. Ricardo Hoepers

Depoimento segundo leigaDepoimento segundo leigaDepoimento segundo leigaDepoimento segundo leigaDepoimento segundo leiga

Querido amigo, hoje Bispo Ricardo HoepersNós sabíamos que seu carisma e sua

missão o levariam a lançar suas redes emáguas mais profundas...Como Pároco daParóquia de Santo Agostinho e Santa Mô-nica, revestido de uma aura de amor fra-terno, acolhimento e piedade, venceu de-safios e nos aprimorou na vida comunitá-ria. Ocupou-se em nos transmitir uma es-piritualidade baseada na oração. Fez acon-tecer o CUORI, movimento onde grupos de

Data de Ordenação e MinistérioData de Ordenação e MinistérioData de Ordenação e MinistérioData de Ordenação e MinistérioData de Ordenação e MinistérioOrdenação episcopal dia 14 de maio de 2016, as 9h00 na Catedral Basílica de Curitiba.O início do ministério como Bispo Diocesano de Rio Grande será no dia 03 de junho, na

Catedral de São Pedro em Rio Grande/RS.

pais rezam por seus filhos. Promoveu belís-simas adorações ao Cristo Eucarístico e àmagnífica novena em honra ao padroeiro etambém a leitura orante da Palavra. O quedizer de suas breves e profundas homilias...A saudade já está batendo!

Vai, querido Bispo Ricardo, vai enrique-cer e unir o Povo de Deus em Rio Grande!

Conte sempre com nossa gratidão, amore oração.

Osneli Rita Bruzamolin

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ALINE VONSOVICZ,Jornalista – Pastoral do Empreendedor de CuritibaPascom

EmpreendedoresEmpreendedoresEmpreendedoresEmpreendedoresEmpreendedores leigos são acolhidos leigos são acolhidos leigos são acolhidos leigos são acolhidos leigos são acolhidos por por por por poruma nova Puma nova Puma nova Puma nova Puma nova Pastoral na Arquidiocese de Curitibaastoral na Arquidiocese de Curitibaastoral na Arquidiocese de Curitibaastoral na Arquidiocese de Curitibaastoral na Arquidiocese de Curitiba

A Pastoral do Empreendedor de Curitiba surgiu para fomentar a Fé como fundamento para as relações de trabalho

Durante muito tempo, a Igreja sevoltou para o trabalho com os maispobres e necessitados, em um ver-dadeiro pastoreio dessas ovelhas,mas sentia-se a necessidade de atin-gir novas camadas da sociedade,pois nelas se encontravam “aflitose exaustos, como ovelhas sem pas-tor” (Mateus 9:35). Tendo como fun-damento as Diretrizes da Ação Evan-gelizadora da Igreja no Brasil 2011-2015 (documento da CNBB – Confe-rência Nacional dos Bispos do Bra-sil) que pedem um olhar pastoralvoltado a diferentes camadas da soci-edade, com a ação do Espírito San-to, nasceu na Arquidiocese de Curi-tiba a Pastoral do Empreendedor.

Esse grupo católico tem a missãode cuidar pastoralmente dos em-preendedores e empresários denossa Arquidiocese, conscientizan-do-os sobre a visão Cristã nos negó-cios, a confiança ilimitada em Deus,bem como a ética cristã, tendo Je-sus como referência de sucesso. APastoral do Empreendedor de Curi-tiba pretende mostrar aos empre-sários que suas vitórias são um sinalda grandeza de Deus e fruto do Seudesígnio e, além disso, que eles sãoinstrumentos do Seu projeto.

Desde outubro de 2015 o grupo

vem se encontrando mensalmenteem Paróquias de Curitiba e em 2016foi acolhido pela Comissão Conse-lho de Leigos, que promove a voca-ção e missão, formação e espiritua-lidade, organização e atuação do lei-go em diferentes campos da socie-dade.

Sempre solicitados pela Igrejapara a doação de recursos, os em-presários agora terão um olhar di-recionado às suas demandas espiri-tuais. “A Pastoral do Empreendedorquer ser uma ajuda de qualidadepara os empresários, principalmen-te no cuidado das virtudes cristãs. Opróprio Papa Francisco disse aosempresários que uma empresapode ser lugar de santificação, sem-pre chamados a serem solidários”,afirma o padre Anísio José Schwirko-wski, sacerdote referencial da Pas-toral do Empreendedor de Curitiba.

EMPREENDEDORX EMPRESÁRIO

Há uma diferença: os empresári-os são líderes e proprietários de umnegócio, muitas vezes adquirido ougerenciado pela sucessão familiar.Já os empreendedores são aquelesque possuem ideias e iniciativasinovadoras e entram no mundo dosnegócios com objetivo de fomentaro novo e/ou resolver problemas emcomum. No entanto, os dois públi-cos são um dos principais agentesestratégicos para o desenvolvimen-to de uma nação, pois contribuempara a geração de trabalho e renda,além de produzirem bens e servi-ços para a sociedade.

Apesar desse importante papel,na maioria das vezes, os empresári-os estão inseridos dentro de umacultura de valorização do “ter”, emdetrimento do “ser” e passam a re-

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produzir esse modelo, de uma cul-tura imediatista e instrumentalizan-te, em que o lucro se torna um ele-mento preponderante nas relaçõesinterpessoais e de trabalho.

Para inverter esse cenário, emque muitas vezes a pessoa não é va-lorizada como imagem e semelhan-ça de Deus, e assumir Cristo comomodelo de vida para superar os de-safios com dignidade, é que a Pas-toral do Empreendedor de Curitibasurgiu. A partir dos dons e talentosde seus integrantes, ela atuará namobilização da ética cristã nos ne-gócios, contribuirá em ações sociaisde nossa cidade e desenvolverá aespiritualidade dos membros e gru-po como um todo.

LANÇAMENTOO Ano da Misericórdia é o mo-

mento oportuno para recuperar oolhar àqueles que estavam afasta-dos da fé católica. Cerca de 100 em-

presários e empreendedores cató-licos foram convidados para o lan-çamento da Pastoral do Empreen-dedor de Curitiba na noite do dia 11de Fevereiro, no Santuário SantaRita de Cássia. Além da apresenta-ção desta Pastoral, o Encontro paraEmpreendedores Católicos contoucom a presença do padre João Car-los Almeida (SJC), o padre Joãozinho,que dedica aos mais diversos tiposde atividades de liderança, da mú-sica à presença midiática.

O sacerdote falou aos empresá-rios sobre as sete as virtudes do lí-der amoroso, tema de seu livro que

continua a intensa epopeia de “OMonge e o Executivo”. A partir doemblemático “Hino ao Amor”, escri-to por Paulo de Tarso, o autor des-vendou os segredos do sucesso dolíder amoroso, que supera mil difi-culdades e encontra a maneira cor-reta de atingir suas metas.

A iniciativa, que já está presenteem outras cidades como Salvador,Brasília, Ribeirão Preto e Maringá,terá apenas uma formação arquidi-ocesana, mas outras ações estãosendo planejadas para que sejamformados novos grupos nas diver-sas paróquias da cidade.

PASTORAL DA COMUNICAÇÃO: [email protected]

(41) 9999 - 0121 / Coordenador: Antonio Kayser.

Fotos PASCOM

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ALINE VONSOVICZJornalista - Pastoral do Empreendedor de CuritibaPrograme-se

PUCPR promove diálogo entre ciência, culturaPUCPR promove diálogo entre ciência, culturaPUCPR promove diálogo entre ciência, culturaPUCPR promove diálogo entre ciência, culturaPUCPR promove diálogo entre ciência, cultura

e fé por meio do e fé por meio do e fé por meio do e fé por meio do e fé por meio do Átrio dos GentiosÁtrio dos GentiosÁtrio dos GentiosÁtrio dos GentiosÁtrio dos GentiosEncontro debaterá temas que tocam,antes de tudo, a existência humana e

sua relação com o transcendente

O Instituto Ciência e Fé, da PUC-PR, juntamente com a Arquidioce-se de Curitiba e a Conferência Naci-onal dos Bispos no Brasil (CNBB),realizam o Átrio dos Gentios, encon-tro promovido pelo Vaticano quevisa promover o diálogo entre a ci-ência, a cultura e a fé. Evento acon-tece em abril, na PUCPR.

Promovido desde 2009 peloPontifício Conselho para a Culturada Santa Fé e realizado em espaçossimbólicos de diferentes cidades domundo, essa é a primeira vez que oÁtrio de Gentios acontecerá no Bra-sil. O encontro será nos dias 11, 12 e13 de abril, reunindo intelectuais,artistas, acadêmicos cristãos e nãocristãos, para discussões e debatesde temas que tocam, antes de tudo,a existência humana e sua relaçãocom o transcendente.

De acordo com o Diretor do Ins-tituto Ciência e Fé, Fabiano Incerti,um dos idealizadores do evento noBrasil, o objetivo principal é o diá-logo entre crentes e não crentes,numa perspectiva de “fronteira”, ouseja, um encontro de saberes, deexperiências e de culturas. “A fé, asciências, a arte, a política, a ética, asolidariedade e a sustentabilidade,são temas constantes nos debatese favorecem perguntas profundas einquietantes, sobre as quais todosnós somos chamados a responder”,explica.

Além disso, Incerti esclarece queé fundamental colocar o Átrio dosGentios em perspectiva da NovaEvangelização, atendendo a um dosprincipais objetivos do Concílio Va-ticano II, o aggiornamento. “Isto é,a atualização da mensagem cristã,em constante atenção e diálogo como mundo contemporâneo e seusdesafios”, complementa.

Para explorar o tema ”Deus,

Cosmos, Humanidade: um diálogode fronteiras”, ponto central doevento, debate entre o cardeal ita-liano Gianfranco Ravasi – presiden-te do Pontifício Conselho para a Cul-tura – e com o astrofísico MarceloGleiser. O encontro contará tam-bém, com discussões sobre a rela-ção entre espiritualidade e tecno-logia, com a presença do escritor LuliRadfahrer. Para o fechamento, nodia 13 de abril, show da FamíliaLima, que mescla a música clássicacom o estilo pop. Mais detalhes daprogramação serão divulgados embreve.

“Acreditamos que este tema nosinstiga a perguntar sobre as possi-bilidades de aproximação dessastrês dimensões essenciais para nos-sa existência; questões que em al-gum momento da vida temos cora-gem de fazer para nós mesmos”,esclarece Incerti.

POR QUE ÁTRIODOS GENTIOS

O nome Átrio dos Gentios se re-fere ao templo de Jerusalém cons-truído depois do exílio, durante osanos 20-19 AC. Além das áreas re-servadas aos membros populares deIsrael, foi preparado, na parte inter-na do templo, um espaço reservadoaos não judeus e aos “gentios” quequeriam chegar próximo do espaçosagrado e questionar os rabinos emestres da lei em questões de es-piritualidade, do mistério, da reli-gião, de Deus. Este foi o “Pátio dosGentios”, um espaço para que todospudessem atravessar sem distinçãode cultura, língua ou vocação religi-osa, no qual era possível se pergun-tar sobre as grandes questões davida e da sociedade.

A partir disso, o Pontifício Con-selho para a Cultura se inspirou paracriar lugares de liberdade de ex-pressão e respeito por aqueles quenão acreditam e aqueles que fazemperguntas sobre sua fé.

Inspirado no discurso do PapaBento XVI à Curia Romana, no Natalde 2009, o Átrio dos Gentios nasceda possibilidade do encontro trans-parente e honesto entre as pessoasque creem e aquelas que não cre-em. Por isso, segundo Incerti, o Átriodos Gentios é, primeiramente, umespaço de fraternidade e de respei-to mútuo, onde há convergências debuscas, de sentimentos, de experi-ências.

Assessoria de Comunicação PUC PRFonte: www.facebook.com/Pastoral

doEmpreendedorCuritiba

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Paróquia em Destaque PE. TADEU CAMILO Paróquia Senhor Bom Jesus - Colombo

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PPPPParóquia aróquia aróquia aróquia aróquia Senhor Bom JesusSenhor Bom JesusSenhor Bom JesusSenhor Bom JesusSenhor Bom Jesus em Colombo em Colombo em Colombo em Colombo em Colombo

Para o Páro-co Padre TadeuCamilo, a parce-ria da Paróquiacom a Prefeiturana Festa da Uva

vem de encontro com as motivaçõesdo Papa Francisco, que pede que a Igre-ja não fique em seus templos e nem oslíderes nas sacristias, mas a Igreja

PPPPPalavra do Párocoalavra do Párocoalavra do Párocoalavra do Párocoalavra do Párocodeve estar onde o povo se encontra.

A Igreja esteve presente no meio damassa mostrando a força do volunta-riado, o nosso ser comunidade. A uniãodas cinco Comunidades testemunhouuma Paróquia, Igreja Viva. Como Pá-roco, posso testemunhar que a identi-dade da fé estavam estampados nosrostos dos voluntários que expressa-vam a alegria do Evangelho.

A comunidade Senhor Bom Jesuslocaliza-se no bairro São Gabriel queem seu início era conhecido comoRessaca. Teve início com a constru-ção de uma igreja em 1900. Dona Le-opoldina de Camargo doou o terrenoe posteriormente a esta doação deterra houve outras, tornando-se o queé hoje. A comissão de frente à cons-trução foi Dr. Francisco de Camargoe seu irmão Severo de Camargo. E em1901 foi concluída a obra. Dr. Fran-cisco, católico praticante, mandouvir da Europa as imagens do SenhorBom Jesus e de Nossa Senhora dasNeves. Estes passaram a ser os pa-droeiros dessa comunidade.

O nome do bairro São Gabrielconta o seguinte: Ressaca foi o seuprimeiro nome e o padre Alberto, doCabral, teria ido até Colombo parafazer uma visita ao Vigário. Ele per-guntou ao sacristão:

– Onde está o vigário?– Está na Ressaca!– Como? Ele bebe?– Não, é que aqui temos um luga-

rejo cujo nome é Ressaca.Os dois padres tomaram a deci-

são de montar uma comissão de ha-bitantes, na qual foi solicitada amudança do nome, oficializada em04 de junho de 1931. Nessa época acomunidade pertencia à Paróquia deSanta Cândida, dirigida pela Congre-gação Vicentina. Passado algum tem-po a Congregação e os Padres Passi-onistas passaram a atender a Cape-la Senhor Bom Jesus e Nossa Senho-ra das Neves, hoje Paróquia SenhorBom Jesus.

Fonte da história: http://paroquiasenhorbomjesus.com.br/paroquia/

História daHistória daHistória daHistória daHistória daPPPPParóquiaaróquiaaróquiaaróquiaaróquia

PPPPParóquiaaróquiaaróquiaaróquiaaróquiaSenhor BomSenhor BomSenhor BomSenhor BomSenhor Bom

JesusJesusJesusJesusJesuspresente napresente napresente napresente napresente na

FFFFFesta da Uvaesta da Uvaesta da Uvaesta da Uvaesta da Uvade Colombode Colombode Colombode Colombode ColomboA Festa da Uva é, sem dúvida, o maior

evento do Município de Colombo. Com apresença de milhares de pessoas quecomparecem à festa, vindas de toda re-gião metropolitana de Curitiba e até deoutros Estados, o evento que este anocompletou a sua 53ª edição faz questãode manter a tradição dos antigos colo-nos italianos, que traziam o espírito defé e religiosidade. Para tanto, a Prefei-

tura de Colombo firmou uma parceriacom a Paróquia Senhor Bom Jesus paraque a Paróquia ficasse responsável pelorestaurante principal do evento. Essaparceria já dura três anos e os voluntá-rios da Paróquia se preocupam em man-ter a tradição da culinária italiana, sem-pre com muita alegria, fé e união, comofoi repassado pelos antepassados quecolonizaram o Município de Colombo.

Organização antecipadaOrganização antecipadaOrganização antecipadaOrganização antecipadaOrganização antecipada

O CAEP (Conselho de Assuntos Eco-nômicos Paroquial) é responsável portodo planejamento e organização da par-ticipação da Paróquia Senhor Bom Je-sus nesse evento. Toda logística é pen-sada de forma responsável e organiza-da, da elaboração do cardápio à divi-são de tarefas, tudo é visto antecipada-mente para proporcionar uma melhor

execução dos trabalhos. Segundo o Pre-sidente Executivo do CAEP, ZuudiSakakihara, a participação da ParóquiaSenhor Bom Jesus neste grande eventosó é possível graças à organização e aotrabalho dos voluntários que com amore união dedicam seu tempo e esforços etambém fazem do seu trabalho umamaneira de evangelizar.

Fotos e textos: PASCOM

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Painel do Leitor

Arquidiocese de Curitiba | Março 2016 27

Coletiva da Campanha da FColetiva da Campanha da FColetiva da Campanha da FColetiva da Campanha da FColetiva da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016raternidade Ecumênica 2016raternidade Ecumênica 2016raternidade Ecumênica 2016raternidade Ecumênica 2016Na manhã do dia 10, a Arquidio-

cese de Curitiba recebeu a impren-sa em uma coletiva. Além de DomJosé Antônio Peruzzo, arcebispometropolitano e Dom José MárioAngonese, bispo de Curitiba, esti-veram presentes João Ferreira San-tiago, Coordenador da CFE 2016,Dom Naudal Gomes, Bispo da Dio-cese Anglicana de Curitiba e PastorSinodal Odair Airton Braun da IgrejaEvangélica de Confissão Luterana noBrasil. Nesta Campanha da Fraterni-dade Ecumênica, queremos instau-rar processos de diálogo que contri-buam para a reflexão crítica dosmodelos de desenvolvimento quetêm orientado a política e a econo-mia. Às 12 horas, na Catedral Basíli-ca de Curitiba, Dom Peruzzo presi-diu a Missa de Abertura Oficial daCampanha da Fraternidade, com atradicional Imposição das Cinzas.“Sem Deus, somos como cinzas”,lembrou o arcebispo.

Fotos: Patryck A. Madeira e Stephany Bravos

GABAON 2016GABAON 2016GABAON 2016GABAON 2016GABAON 2016“Vê a Alegria que te vem de Deus” (Baruc 4,36)

Fotos: Patryck A. MadeiraDe 6 a 9 de fevereiro aconteceu emCuritiba o Gabaon, o Carnaval Católico,um grande evento organizado pela Re-novação Carismática Católica da Arqui-diocese de Curitiba. Cerca de 20 mil pes-soas passaram pelo evento, que aconte-ceu no ginásio da PUC. Foram quatrodias de muito louvor, animação, oração,pregação, confissões, adoração, showse celebração da Santa Missa.

Há 27 anos o Gabaon tem atraídodiversas famílias, jovens e criançaspara uma vida de intimidade com Deus,com o intuito de estar ao mesmo temporenovando a espiritualidade e pulandocarnaval de uma forma diferente. O ob-jetivo geral do Gabaon é proporcionar aseus participantes, durante os dias decarnaval, uma opção saudável e alegre,dentro de um contexto cristão, a promo-ção de valores que gerem o fortalecimen-to da família e da sociedade. Em umasociedade ameaçada pela violência,

pelas drogas e pela desagregação dasfamílias, o Gabaon oferece uma opçãodiferenciada de entretenimento carna-valesco, onde valores familiares e cris-tãos são realçados. Consol idadocomo um dos maiores eventos de car-naval cristão do Brasi l e como omaior evento de carnaval da cidade,bem como superando os tradicionaisbailes de clubes e os desfiles de escolasde samba, o Gabaon sempre é mais uma

opção para quem deseja viver um car-naval repleto da alegria verdadeira sema necessidade de bebidas alcoólicas,drogas e afins.

Os pais que foram ao Gabaon nãoprecisaram se preocupar, pois as crian-ças tiveram o seu momento no espaçoGabaon Kids, feito especialmente paraos pequeninos.

Além do Arcebispo de Curitiba, DomJosé Antônio Peruzzo, estavam presen-tes a Irmã Zélia, da Copiosa Redenção; oPadre Gevanildo Torres, da CançãoNova; o Padre Roger Luis, da CançãoNova; os cantores católicos Gil Montei-ro e Tony Allysson e também diversasbandas, ministérios de música, teatro edança da Renovação Carismática Cató-lica da Arquidiocese de Curitiba.

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