UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO
CURSO DE TURISMO
RENATA HAJE DE CARVALHO
IMPACTO ECONÔMICO DE MEGAEVENTOS – O CASO COPA DO MUNDO
FIFA 2014
Niterói
2010
RENATA HAJE DE CARVALHO
IMPACTO ECONÔMICO DE MEGAEVENTOS – O CASO COPA DO MUNDO
FIFA 2014
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Turismo da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Turismo.
Prof. Dr. João Evangelista Dias Monteiro
Niterói 2010
IMPACTO ECONÔMICO DE MEGAEVENTOS – O CASO COPA DO MUNDO
FIFA 2014
Por
RENATA HAJE DE CARAVALHO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Turismo da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Turismo.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________________
Prof. Dr. João Evangelista Dias Monteiro – Orientador - UFF
__________________________________________________________________
Prof. M. SC. Carlos Alberto Lidízia Soares – Departamento de Turismo - UFF
_________________________________________________________________________
Prof. M. Sc. Eduardo Antonio Pacheco Vilela – Convidado - UFF
Niterói, setembro de 2010
Aos meus familiares e amigos por tudo o que sou e pela inspiração diária de perseverança e determinação que me auxiliam a cumprir mais esta etapa de vida.
AGRADECIMENTOS
A todas as forças superiores que me guiam e me fortalecem em minhas
escolhas.
A minha mãe pelo apoio fundamental para realização de minhas conquistas
desde o meu primeiro passo.
Aos meus familiares que me proporcionaram uma visão generosa sobre a
vida sendo meus primeiros sócios, apoiadores e concorrentes.
Aos meus amigos e companheiros do curso de graduação de Turismo da
UFF em especial aos ramiros, a Paola Lohmmann e Philipe Campello que foram
essenciais para assimilar possibilidades e conhecimentos que a Universidade nos
proporciona.
A todos os professores do curso de graduação de Turismo da UFF e da
Universidad de Sevilla em especial ao Prof. M. SC. Eduardo Pacheco Vilela, ao
Prof. Marcelo Tomé ao Prof. Dantas que me abriram as portas e incentivaram a
seguir como turismóloga e ao meu orientador Prof. Dr. João Evangelista Dias
Monteiro pelo apoio constante em transformar em realidade o que era apenas uma
idéia.
A Profª. M.Ed. Erly Maria de Carvalho e Silva pela paciência e carinho na
estruturação deste trabalho.
E, por fim a todos aqueles que passaram em minha vida, pois levaram um
pouco de mim e deixaram um pouco de si, tornando meus horizontes mais
amplos.
13
O consumo é a única finalidade e o único propósito de toda produção. Adam Smith
14
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo identificar os possíveis impactos econômicos do
megaevento Copa do Mundo FIFA 2014 no Brasil. Para atingir este objetivo, apresenta
e caracteriza o conceito de megaevento, as metodologias para mensurar os impactos
econômicos de megaeventos, as fases de organização e agentes públicos e privados
envolvidos, além de identificar experiências relevantes em outros países onde foi
realizado o mesmo evento. Examina a atividade de captação de megaeventos como
estratégia de fomento ao Turismo. Como maneira de contribuir para a realidade
nacional este trabalho realiza projeções dos impactos econômicos previstos para o
Brasil a partir da análise dos impactos econômicos de megaeventos esportivos,
experiências de países-sede de Copas do Mundo da FIFA do século XXI e estudos
econômicos que avaliam os impactos econômicos para o Brasil. Assim, pode-se obter
um panorama geral de como o Brasil está estruturado para receber os impactos
econômicos, assinalando-se que esses impactos podem ser tanto positivos como
negativos dependendo da maneira como forem administradas as fases do pré-evento, o
evento e seu posterior legado.
Palavras - chave: Megaeventos. Copa do Mundo FIFA 2014. Impacto Econômico.
15
ABSTRACT
This work aims to identify the possible economic impacts of mega event FIFA World Cup
2014 in Brazil. To achieve this goal, presents and characterizes the concept of mega
event, the methodologies to measure the economic impacts of mega events, the stages
of organization and public and private actors involved, and identify relevant experiences
in other countries which had undertaken the same event. Examines the fundraising
activity of mega events as a strategy for promoting tourism. As a way to contribute to the
national reality this work analyzes the economic impact projections provided to Brazil
from the analysis of the economic impacts of sports mega-events, experiences of
countries to host the FIFA World Cups of the century and economic studies that assess
the economic impacts for Brazil. Thus, one can obtain an overview of how Brazil is
structured to receive the economic impacts, noting that these impacts can be either
positive or negative depending on how they are given the stages of pre-event, the event
and its subsequent legacy.
Keywords: Mega Event. 2014 FIFA World Cup. Economic Impact.
16
LISTA DE ILUSTRAÇOES
Figura 1 Etapas da FIFA para escolha país sede Copa do Mundo 2014 36
Figura 2 Áreas de impacto da realização da Copa do Mundo FIFA 43
Figura 3 Mapa do Brasil com as 12 cidades-sede - Copa Mundial da
FIFA de 2014...................................................................................................... 47
Figura 4 Aumento do Fluxo Turístico Doméstico 49
Figura 5 Impacto sobre o Turismo Internacional 50
17
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Os 10 principais países no mundo sede de eventos internacionais
em 2009 ................................................................................................................ 20
Tabela 2 As 10 principais cidades nas Américas sede de eventos internacionais em
2009.......................................................................................................................... 21
Tabela 3 Número de participantes, Permanência Média, e Número de Pernoites, por
Segmentos............................................................................................................... 22
Tabela 4 Gasto Médio Diário por Categoria - Visitante por
Tipo de Evento (Em US$)......................................................................................... 23
Tabela 5 Gasto Médio Total da Viagem- Visitante por
Tipo de Eventos (Em US$)....................................................................................... 24
Tabela 6 Investimentos previstos em obras para a Copa 2014 (R$ milhões).......... 44
Tabela 7 Investimentos previstos por Cidades-sede para a Copa 2014.................. 46
Tabela 8 Impactos e Valores Econômicos da Copa FIFA 2014............................... 48
Tabela 9 Posição do Brasil no Ranking Mundial de Competitividade
Econômica.............................................................................................................. 51
Tabela 10: Posição do Brasil no Ranking Mundial de Competitividade
Turística................................................................................................................... 52
18
LISTA DE ABREVIATURAS
AC - Agentes de Captação
BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
CBC&VB - Confederação Brasileira de Convention & Visitors Bureau
CBF - Confederação Brasileira de Futebol
CVB - Convention & Visitors Bureau
CVBx - Convention & Visitors Bureaux
COI – Comitê Olímpico Interncional
EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo
FGV – Fundação Getúlio Vargas
FIFA – Fédération Internationale de Football Association
FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
ICCA – International Congress and Convention Association
MTUR – Ministério do Turismo
OMT – Organização Mundial do Turismo
PIB – Produto Interno Bruto
SEBRAE - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
UIA - Union of International Associations
FIFA – Fédération Internationale de Football Association
19
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 13
2 MEGAEVENTOS: CONCEITOS E RELEVÂNCIA ECONÔMICA.............................. 15
2.1 CONCEITOS DE MEGAEVENTOS........................................................................ 15
2.2 IMPACTOS DE MEGAEVETOS............................................................................. 17
2.3 PANORAMA DE EVENTOS INTERNACIONAIS NO BRASIL ...............................19
2.4 RELEVÂNCIAS ECONÔMICAS DE MEGAEVENTOS ESPORTIVOS................... 24
3 COPA DO MUNDO FIFA 2014 – DA CAPTAÇÃO A REALIZAÇÃO....................... 30
3.1 PROCESSO DE CAPTAÇAO DE EVENTOS ........................................................ 30
3.2 ESTRUTURA INSTITUCIONAL PARA CAPTAÇAO DE EVENTOS NO
BRASIL.................................................................................................................... 33
3.3 AS ETAPAS PARA CAPTAÇAO E ESCOLHA DAS CIDADES-SEDE DA COPA
DO MUNDO FIFA 2014.......................................................................................... 36
4 POSSÍVEIS IMPACTOS DA COPA DO MUNDO FIFA 2014 NO BRASIL.............. 39
4.1 ANÁLISE DAS COPAS DO MUNDO FIFA DO SÉCULO XXI............................... 39
4.2 PROJETOS E INVESTIMENTOS PARA REALIZAÇÃO DA COPA
FIFA 2014 .................................................................................................................... 44
4.3 POSSÍVEIS IMPACTOS ECONÔMICOS DA COPA DO MUNDO FIFA 2014 NO
BRASIL................................................................................................................... 47
4.3.1 Impactos sobre Viagens Domésticas e Internacionais......................................... 49
4.3.2 Impacto Sobre Emprego e Arrecadação Fiscal................................................... 50
4.3.3 Legado e Impactos Sobre Competitividade.......................................................... 51
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 53
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 56
ANEXO A.................................................................................................................... 62
13
INTRODUÇÃO
Os megaeventos são em sua grande maioria de curto prazo com resultados e
conseqüências de longo prazo para as cidades-sedes. O que está geralmente
mencionado na literatura é relacionado à: infraestrutura, impactos econômicos e sociais,
renovação ou criação da imagem do país ou cidades envolvidas através da mídia,
especialmente da TV, e a revitalização econômica destes na realização do evento.
O processo de captação de eventos pressupõe a existência de uma rede de
relacionamentos institucionais e operacionais que o viabilizam, constituído por vários
agentes públicos e privados.
A questão que norteia este estudo é: quais são os possíveis impactos
econômicos gerados pela realização do megaevento Copa do Mundo FIFA de 2014 no
Brasil? O objetivo geral consiste em analisar esses prováveis impactos e dentre os
objetivos específicos destacam-se: identificar a importância do megaevento e
megaevento esportivo para as localidades onde são realizados; discutir a interferência
na captação de eventos internacionais para os países, cidades-sede; elencar as
cidades-sede brasileiras envolvidas neste processo; e explicar os processos de
captação de eventos internacionais e megaeventos esportivos.
Para desenvolver esses objetivos optou-se por fazer uso da pesquisa
exploratória e como procedimentos metodológicos dividiu-se a busca em três etapas.
Na primeira foi realizada a revisão bibliográfica, a fim de identificar o material de
pesquisa disponível, como livros, artigos e dados estatísticos, que dessem
embasamento teórico ao trabalho proposto. Na segunda fase foi feito um levantamento
de megaeventos e megaeventos esportivos como a Copa do Mundo FIFA realizados
14
em outros países. Na terceira fase foram discutidas os possíveis impactos do evento
Copa do Mundo FIFA de 2014 no Brasil.
Sendo assim, além dessa introdução, o trabalho está organizado da seguinte
forma:
O capítulo dois apresenta conceituação de eventos e megaeventos,
apresentação da relevância econômica dos megaeventos para os países e cidades que
os sediam.
O terceiro capítulo discute o processo de captação de eventos, a estrutura
institucional brasileira para este segmento, além disso, analisa as etapas para captação
da Copa do Mundo FIFA 2014 e os critérios na escolha da cidade sede com respectivas
influências para realização do megaevento.
No quarto capítulo são apresentados os possíveis impactos da Copa do Mundo
de 2014 com base na análise da Copas do Mundo FIFA do século XXI; nos projetos e
investimentos para a realização deste megaevento no Brasil a fim de apresentar as
conseqüências econômicas por sediar este evento.
Por último, são apresentadas as conclusões dos principais pontos abordados no
estudo.
Espera-se com este estudo construir um conhecimento que contribua com
informações valiosas para área, abrindo caminhos para discussões mais amplas.
15
2 MEGAEVENTOS: CONCEITOS E RELEVÂNCIA ECONÔMICA
Esse capítulo tem por objetivo a conceituação de megaeventos que serão
utilizados no decorrer deste trabalho. Além disso apresenta a relevância econômica dos
megaeventos para os países e cidades que os sediam e a dinâmica do mercado de
eventsos internacionais no Brasil.
2. 1 CONCEITOS DE MEGAEVENTOS
De acordo com Allen (2003) a definição de megaevento consiste na magnitude
afeta economias inteiras e repercute na mídia global. Entre eles podemos citar as
Olimpíadas e as Feiras Mundiais, embora seja difícil a muitos outros eventos se
encaixar nessa categoria. Getz (1993, p. 802), em contraponto, os define de acordo
com os impactos produzidos:
“Seu volume deveria exceder um milhão de visitantes, seu orçamento deveria
ser de, pelo menos, 500 milhões de dólares americanos e sua reputação deveria ser de um evento imperdível [...] Megaeventos, por sua grandiosidade ou significado, são aqueles que produzem níveis extraordinariamente altos de turismo, cobertura da mídia, prestígio ou impacto econômico para a comunidade local ou de destino”.
16
Hall et al. (1993) como outros pesquisadores no campo de eventos e turismo,
apresentam a seguinte definição:
“Megaeventos tais como as Feiras Mundiais e Exposições, a Copa do Mundo ou as Olimpíadas são eventos especificamente direcionados para o mercado de turismo internacional e podem ser adequadamente descritos como „mega‟ em virtude de sua grandiosidade em termos de público, mercado alvo, nível de envolvimento financeiro, do setor público, efeitos políticos, extensão de cobertura televisiva, construção de instalações e impacto sobre o sistema econômico e social da comunidade anfitriã.” (HALL et al., 1993, p.625)
Já para Roche (2000) o megaevento é reconhecido em geral, como “um evento
de produção da mídia ” com impactos político, econômico e tecnológico. Em específico,
os megaeventos esportivos tem definições próprias determinados historicamente.
Segundo Barros et al (2005) :
“Os Jogos Pan Americanos são uma versão continental dos Olímpicos que conta com esportes do Programa Olímpico e com outros característicos dos países participantes do evento. E, podemos citar no Brasil eventos de porte exemplificadores dos impactos similares e necessidade de gestão típicos dos megaeventos como o Réveillon em Copacabana, o Carnaval no Rio de Janeiro, o show dos Rolling Stones em Copacabana, os Jogos Pan Americanos 2007, Conferência sobre o Meio Ambiente no Rio em 1992, o Rock in Rio em 1985 e 2001, Folclore em Parintins-Amazonas, São Silvestre em São Paulo, Festa do Peão Boiadeiro realizada em Barretos, estado de São Paulo, Oktoberfest realizada em Blumenau no estado de Santa Catarina, as festas de verão e carnaval de Salvador no estado da Bahia, Planeta Atlântida - Evento de Rock no Rio Grande do Sul “(BARROS et al., 2005, p.4)
Para Barbosa e Zouain (2003, p.6) “megaeventos são como catalisadores e
indutores de um desenvolvimento local, regional e até nacional, podendo ser
instrumento de políticas de desenvolvimento”. A literatura menciona a provisão de
infraestrutura e os impactos econômicos e sociais como seus resultados e
consequências. Jones (2001) argumenta que para muitas cidades os megaeventos
podem ser o caminho e a forma para conseguir um reconhecimento nacional e global
através da exposição de mídia, o que pode ser bom para um destino turístico caso o
evento seja um sucesso, ou até mesmo, destrutivo caso o evento possua falhas
perceptíveis para todos os participantes e envolvidos: atletas, familiares, imprensa,
torcedores e telespectadores. Outro aspecto sempre lembrado é o grau de intervenção
urbano, seja direto na construção dos locais do evento,como infraestrutura de apoio
17
logístico, com conseqüente alteração do mercado imobiliário e seus custos,
desapropriações, com movimentação da população do seu habitat natural.
No entanto, de acordo com Higham (1999) existe um crescente número de
pesquisas acadêmicas sobre os efeitos negativos ou ambivalentes dos megaeventos,
tanto do ponto de vista econômico quanto social. Estas críticas, em sua maioria, estão
centradas no processo de escolha da cidade para o evento, que de acordo com o autor,
pode estar desviando parte dos benefícios econômicos e sociais da comunidade onde o
evento será realizado para agradar aos interesses de patrocinadores e organizadores
que, em sua maioria, tem pouco conhecimento referente à realidade local. Outra crítica
também realizada, principalmente para os países em desenvolvimento, é que os
megaeventos estão associados com a criação de uma grande infraestrutura de apoio, o
que na visão de finanças públicas significa uma grande quantidade de recursos ou
dívidas de longo prazo, que podem sobrecarregar as contas públicas, além de
prejudicar algumas áreas com maior necessidade de curto prazo, como a saúde,
educação e bem estar social.
Essas afirmações alertam para o fato que a construção de uma visão objetiva e
técnica sobre os megaeventos pode ser prejudicada pela descontinuidade política;
conflito de interesses entre a sociedade local, os organizadores e patrocinadores;
incapacidade da comunidade manter a infraestrutura esportiva do legado operacional
para o público esportivo desde o usuário ao espectador.
2.2 IMPACTOS DE MEGAEVETOS
Os megaeventos normalmente geram impactos profundos a longo prazo, tanto
positivos quanto negativos sobre as comunidades de acolhimento (MIHALINK;
CUMMINGS, 1995; MIHALIK ; SIMMONETTE, 1998; RITCHIE; AITKEN, 1985). De
acordo com Ritchie (1984) os impactos de megaeventos podem ser divididos na
seguintes áreas: economia, turismo/ comercial, física, sociocultural, psicológica, político.
18
A avaliação dos impactos econômicos de qualquer megaevento, principalmente,
de uma Copa do Mundo é uma tarefa complexa que envolve estimativas dos seus
potenciais gastos versus receitas. É necessário compreender as dimensões dos
conceitos supracitados e as fases que envolvem um evento. Segundo Barbosa (2003),
um evento é dividido em três fases distintas: o pré-evento, o evento e pós evento.
Os impactos na etapa do pré-evento estão relacionados à fase anterior a
realização do evento, onde se incluem os gastos e os impactos de atividades como:
estudos e planejamento para a realização do evento; investimentos para o processo de
licitação; gastos com treinamento; gastos com marketing; investimentos realizados para
a construção das arenas esportivas; investimentos em infraestrutura de apoio e logística
para a realização do evento; aumento dos preços de imóveis. Os impactos econômicos
desta fase tendem a uma dimensão temporal de longo prazo.
Durante a realização do evento os impactos derivam dos gastos realizados pelos
espectadores, equipes esportivas e jornalistas nas mais diversas atividades
relacionadas com o evento e com a atividade turística gerada: hotelaria, transporte,
alimentação, souveniers, impostos, entre outras. Além destes gastos, podem-se incluir
os aluguéis de espaço físico e publicitário, as taxas cobradas e os salários pagos aos
prestadores de serviço no evento. Os impactos econômicos desta fase tendem a uma
dimensão temporal finita.
Na última fase os impactos são considerados a partir do legado da infraestrutura
disponível após a realização do evento; a exposição na mídia internacional e o
consequente aumento do número de turistas para a cidade, a capacidade instalada
para sediar futuros eventos, entre outros. O impacto econômico desta etapa, em caso
de sucesso do evento pode ter a dimensão temporal infinita, dificultando a sua
mensuração.
No que tange a mensuração de impactos de eventos e megaeventos, o World
Travel and Tourism Council – WTTC (OMT, 2003) identifica os impactos gerados sobre
a economia, sejam eles diretos (através dos gastos realizados pelo visitante, com
hospedagem, transporte, lazer e demais serviços turísticos), indiretos (associados ao
investimento de capital das empresas turísticas, como gastos em edifícios e
equipamentos) ou os induzidos (como por exemplo, o comércio exterior gerado pelos
19
gastos internacionais dos turistas fora de seu país, as compras turísticas, assim como
gastos gerais pelas companhias e pelo governo em matéria de viagens e novas frentes
de negócios). (Apud Lohmann, 2008).
Esse efeito multiplicador do turismo, sobretudo no segmento de eventos, mostra
a extensa cadeia de serviços que a atividade movimenta e os benefícios que pode
causar. Segundo Mathieson e Wall (1982), o turismo gera efeitos primários, que são os
fluxos de dinheiro recebidos pelos estabelecimentos de primeira linha (hotéis,
restaurantes, transporte...), efeitos secundários, produzidos pelos gastos turísticos que
se infiltram na economia local, e terciários, que são fluxos monetários que se iniciaram
diretamente pelos gastos turísticos e desenrolaram outros negócios.
2.3 PANORAMA DE EVENTOS INTERNACIONAIS NO BRASIL
Tendo em vista os impactos da fase de pré-evento supracitada, identifica-se que
a marca por ser um destino sede de um megaevento como a Copa do Mundo da FIFA
influencia na captação de eventos internacionais tal como a Soccerex Global
Convention1 2010 que é um evento com mais de 15 anos de tradição no cenário global
com atuação em 5 continentes e realização de 24 eventos, atraindo mais de 25.000
participantes da indústria do futebol que aprendem, trocam informações e fazem
negócios, e sempre é realizado no país sede da próxima Copa do Mundo FIFA. Eventos
como estes e outros motivam os agentes envolvidos na realização de eventos a ter
mais qualificação e testam a infraestrutura da cidade que de acordo com o
planejamento já estariam sendo incrementados ou construídos para recepção do
megaevento.
Para compreender o panorama de eventos internacionais sugere-se a utilização
dos parâmetros da International Congress and Convention Association (ICCA) 2 que é a
principal entidade mundial de eventos associativos e seu ranking é referência para todo
1 Disponível em: http://www.soccerex.com/events/convencao-global-2010/ Acesso em: 02 de nov 2010
2 Disponível em: http://www.iccaworld.com/abouticca.cfm Acesso em: 05 de jun 2010
20
o segmento de turismo de eventos no mundo. A entidade só contabiliza eventos
itinerantes (que acontecem em diferentes países), com periodicidade definida e número
mínimo de 50 participantes e com critérios bem definidos. O ranking de realização de
eventos internacionais é divulgado anualmente e o levantamento mais recente, o de
2009 foi o mais completo feito pela entidade até hoje, com registro da realização de
8.315 eventos, 815 a mais do que em 2008 (7.500 eventos).
O posicionamento do Brasil teve significativo aumento no número de eventos
internacionais realizados em 2009 e, pelo quarto ano consecutivo, se consolida entre os
dez países que lideram o ranking da ICCA, ocupando a 7ª posição. Com 39 eventos a
mais que no ano 2008 é o primeiro único país latino-americano a ocupar esta posição,
desde 2006. De acordo com dados consolidados pelo estudo da ICCA, o Brasil cresceu
15,4% enquanto o mundo cresceu 10,8%. A tabela 1 apresenta o ranking mundial,
segundo ICCA:
Tabela 1: Os 10 principais países no mundo sede de eventos internacionais em 2009
Posição País Nº de Eventos
1º Estados Unidos 595
2º Alemanha 458
3º Espanha 360
4º Itália 350
5º Reino Unido 345
6º França 341
7º Brasil 293
8º Japão 257
9º China 245
10º Áustria/ Holanda 236
Fonte: Elaboração própria a partir de dados ICCA (2010)3
3 Disponível em: http://www.iccaworld.com/dcps/doc.cfm?docid=994 Acesso em: 02 ago 2010
21
Além disso, foi registrada a forte descentralização na realização de eventos no
país. Pois, em 2008 apenas 45 cidades brasileiras realizaram eventos internacionais,
enquanto em 2009 foram 48 cidades. Este resultado é conseqüência de um trabalho
realizado desde 2003 pela EMBRATUR que tinha um cenário, onde o Brasil ocupava a
19ª posição no ranking da ICCA e apenas 22 cidades sediaram pelo menos cinco
eventos internacionais ao ano. A política de descentralização praticada pela
EMBRATUR, o crescimento de novos equipamentos para eventos em várias regiões do
país e a melhoria da imagem do Brasil no exterior fizeram com que, nos últimos anos,
cidades brasileiras como: Salvador, Florianópolis, Foz do Iguaçu, Recife, Búzios,
Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Gramado, Campinas, Fortaleza e Porto Alegre fossem
incluídas no ranking da ICCA entre os destinos para eventos, segundo critérios,
previamente, mencionados.
No ranking das Américas as cidades brasileiras que mais se destacam estão nas
2ª e 3ª posições, respectivamente ocupadas, por São Paulo com 79 eventos e Rio de
Janeiro com 62 eventos realizados em 2009, tal como se observa na tabela 2:
Tabela 2: As 10 principais cidades nas Américas sede
de eventos internacionais em 2009
Posição Cidade Nº de Eventos
1º Buenos Aires 90
2º São Paulo 79
3º Rio de Janeiro 62
4º Montreal 57
5º Vancouver 46
6º Santiago do Chile 41
7º Toronto 36
8º Boston 35
9º Lima 34
10º Cidade do México 33
Fonte: Elaboração própria a partir de dados ICCA (2010)
22
Percebe-se que ao realizar uma comparação com dados supracitados e os que
foram divulgados em 20084pela mesma entidade, a cidade São Paulo realizou quatro
eventos a mais, ocupando a primeira posição entre as cidades brasileiras no ranking e
o 18ª lugar no ranking mundial de cidades. O Rio de Janeiro registrou um salto de 10
posições no ranking global de cidades já que em 2008 realizou 41 eventos, enquanto
em 2009, 62 eventos, respectivamente, 36º e 26º posições.
O desenvolvimento do segmento de eventos internacionais no Brasil motivou a
EMBRATUR solicitar uma Pesquisa de Perfil e Impacto Econômico de Eventos
Internacionais (2008) 5 a Fundação Getulio Vargas. Esse estudo (Tabela 3) aponta que,
dentre os turistas pesquisados que viajam para o Brasil para participar de eventos
relacionados ao setor de esporte6, a permanência média deles no país é de 10,29 dias
e que seu gasto médio diário é de 249 dólares americanos (incluindo gastos com
hospedagem, alimentação, compras e presentes transporte, cultura e lazer e
telecomunicação).
Tabela 3: Número de participantes, permanência média e número de pernoites, por segmentos
Segmentos Nº de
Participantes Permanência Média
Número de Pernoites
Absoluto Participação
(%)
Total
18.878 - 122.453 100
Medicina
8.476 5,96 50.518 41
Tecnologia e Meio Ambiente
5.116 6,35 32.487 27
Educação, Social e Esporte
2.1333 10,29 21.949 18
4 Disponível em: http://www.iccaworld.com/cnt/docs/2008-Statistics-Report-CountryCity-Rankings.pdf
Acesso em 16 jan 2010
5 Disponível em:
http://200.143.12.93/export/sites/default/dadosefatos/anuario/downloads_anuario/anuario_estatistico_2009___ano_base_2008.pdf 6 O dado da pesquisa não está desagregado e considera uma única categoria para turista que viaja para
participar de um evento de educação, social ou esporte.
23
Segmentos Nº de
Participantes Permanência Média
Número de Pernoites
Absoluto Participação
(%)
Outros 3.153 5,55 17.499 14
Fontes: FGV e EMBRATUR, 2008
Ao analisar os gastos de turistas que participam de eventos esportivos,
apresentados na tabela 4, verifica-se que o gasto com hospedagem refere-se a 42% do
gasto total, sendo que com compras e presentes significa 19,71% e com cultura e lazer
12,79% do total. Ao comparar os gastos dos turistas que participam de eventos
esportivos com aqueles que visitam o Brasil para participar de evento do segmento
médico ou de tecnologia e meio ambiente, pode-se observar uma diferença
significativa.
Tabela 4: Gasto médio diário por categoria – visitante por tipo de evento (em US$)
Categorias de Gasto
Medicina Tecnologia e
Meio Ambiente
Educação, Social e Esporte
Outros
Média de Gastos
por Pernoite
Total 304,44 290,07 244,92 270,46 285,10
Hospedagem e Alimentação
185,30 192,68 102,88 205,12 175,32
Compras e Presentes
38,05 24,58 48,28 20,08 33,74
Transporte
26,20 21,19 27,84 14,13 23,44
Cultura e Lazer
25,91 20,09 31,33 11,53 23,28
Telecomunicações
12,01 8,88 12,06 5,66 10,28
Outros Gastos 16,97 22,65 22,53 13,94 19,04
Fontes: FGV e EMBRATUR, 2008
Apesar do gasto médio diário dos turistas que participam de eventos esportivos
ser menor, o tempo de permanência deles no país visitado é maior, fazendo com que
24
esse tipo de turista tenha um gasto significativo no total da viagem, se comparado aos
turistas que viajam para participar de eventos médicos ou de tecnologia e meio
ambiente (Tabela 5).
Tabela 5: Gasto médio total da viagem- visitante por tipo de eventos (Em US$)
Tipo de Evento que o Turista Participa
Gasto Médio Diário (USD)
Permanência Média (dia)
Gasto Médio Total
Durante a Viagem
Medicina
$304,44 5,96 $1.814,46
Tecnologia e Meio Ambiente
$290,07 6,35 $1.841,94
Educação, Social e Esporte
$244,92 10,29 $2.520,23
Fontes: FGV e EMBRATUR, 2008
De fato, esses dados encontram-se agregados em uma única categoria
(Educação, Social e esporte), mas ainda assim o mesmo deve ser considerado. O
turismo de esporte movimenta comitivas de diversos países, imprensa entre outros,
sendo ainda um tema que interessa muitos leitores e que gera mídia sobre a atividade
esportiva e o local onde ocorre o evento.
2.4 RELEVÂNCIAS ECONÔMICAS DE MEGAEVENTOS ESPORTIVOS
Considera-se que o turismo de eventos esportivos é responsável por diversos
impactos nas suas cidades-sede desde impactos econômicos a impactos ambientais,
os resultados de uma política de desenvolvimento deste setor tendem a variar de forma
significativa e alterar todas as etapas do evento, principalmente, o legado.
A partir de 1950, os investimentos em megaeventos esportivos têm crescido
notavelmente e grande parte destes está diretamente relacionada às variáveis
tangíveis. Os custos para sediar os Jogos Olímpicos, por exemplo, são maiores hoje.
25
Os gastos com a operacionalização dos Jogos Olímpicos de Verão de Munique
em 1972 chegaram a 550 milhões de dólares, enquanto nos Jogos de Sydney em 2000
ultrapassaram 1,2 bilhão de dólares (PREUSS, 2000). O Comitê Organizador dos Jogos
de Pequim em 2008 estimou um investimento total de 33,7 bilhões de dólares (LIN,
2003). Consequentemente, a mensuração dos impactos diretos de tais eventos em todo
o sistema em que este se envolve é tarefa complexa, começando pelo tamanho do
evento. De acordo com Heinemann (2003), podemos apenas medir com acuidade os
custos e benefícios tangíveis diretos, tais como os investimentos necessários, custos
administrativos de planejamento, organização e realização do evento. Os outros
impactos são conseqüências e podem apenas ser medidos e calculados com certo grau
de incerteza. Kèsenne (1999) enfatiza que apesar de todas essas dificuldades, claro
está que existem aspectos políticos envolvidos nos estudos sobre custos e benefícios.
Interesses políticos podem predominar levando a erros de cálculos e apresentação de
dados tendenciosos.
O comitê organizador da Olimpíada de Atlanta (1996) estimou um impulso de 5,1
bilhões de dólares na economia e um aumento de 77.000 empregos (BARCLAY, 2009).
Na maioria das vezes tais argumentos têm por base os relatórios de impactos
econômicos oriundos de estudos encomendados pelos governantes ou empresas
esportivas para justificar seus investimentos, uma vez que os custos para realizar tais
megaeventos são cada vez maiores. O custo de realizar os jogos olímpicos em Atenas
foi de aproximadamente 12,2 bilhões de dólares, enquanto que em Londres 2012, 16,7
bilhões de dólares representaram somente a parcela de financiamento público (Golden
Goal, 2010).
Roche (2000) enfatiza que megaeventos esportivos são organizados,
geralmente, pelo esforço conjunto de organizações não-governamentais internacionais,
tais como o Comitê Olímpico Internacional (COI) ou da FIFA junto aos governos
nacionais e os seus organismos associados. E, que para estes, cada vez mais, é
necessário o apoio de empresas globais a fim de patrocinar os para megaeventos,
fornecendo a contribuição financeira e generalizada para exposição do evento com
divulgação do país sede.
26
Segundo o estudo Baade e Matheson (2004) a Copa do Mundo FIFA, é o
segundo maior evento esportivo do mundo e o impacto econômico deste não pode
justificar a magnitude dos gastos e as perdas entre 5,5 e 9,3 bilhões dólares na Copa
do Mundo de 1994 realizada nos Estados Unidos, enquanto as previsoes eram de
lucros no entorno de 4 bilhões de dólares projetados pelos promotores do evento. O
estudo também analisa os anfitriões da Copa de 2002, o Japão e a Coréia do Sul, que
gastaram no total 4 bilhões dólares na construção ou reforma de antigas instalações a
fim de adequar-se ao evento e torna evidente o quanto Copa do Mundo pode ser uma
honra ou fardo para o país-sede.Em relação à Copa do Mundo de futebol de 2002
(Coréia e Japão) encontram-se dois trabalhos que apresentam dados referentes ao
número de turistas atraídos para a competição. Primeiramente, Lee & Taylor (2005)
afirmam que entraram na Coréia, durante o período do evento, 403 mil turistas, sendo
que destes 232 mil tinham como interesse principal da viagem acompanhar os jogos.
Foi estimado por estes autores, que aproximadamente 500 milhões de dólares foram
injetados na economia local, sendo que destes, a metade foi no setor de cultura e
recreação. Os autores frisam que os gastos com ingressos foram computados dentro
deste setor, o que pode ter o superestimado.
Gelan (2003) que identifica maiores gastos em acomodação, mas o gasto com
souvenir está na segunda posição, à frente da alimentação, enquanto, Horne e
Manzenreiter (2004) apresentam dados que clareiam mais a discussão relacionada ao
impacto econômico proporcionado por turistas em megaeventos esportivos. Segundo
estes autores, utilizando-se de dados provenientes dos Ministérios do Turismo dos
países sedes, durante o período da Copa do Mundo entraram no Japão 482 mil turistas,
enquanto que na Coréia entraram 463 mil. Os dados demonstram que o número de
turistas não foi significativamente maior ao ano anterior, obviamente, sem a edição da
Copa do Mundo. O autor ainda afirma que o acréscimo do número de turistas no Japão
foi de 30 mil, enquanto que na Coréia os números se mantiveram iguais, portanto,
afirmando que a edição da Copa do Mundo não produziu um impacto econômico
diferenciado se comparado ano anterior a realização do evento.
Conforme Barclay (2009), a construção de novos estádios pode aumentar
atividade econômica, mas também pode elevar os custos de oportunidade para o setor
27
público e, geralmente, tem por conseqüência a redução de outros serviços públicos, um
maior empréstimo do governo ou impostos mais altos. Aliado a esse aspecto negativo
da dívida pública, a falta de planejamento após o megaevento esportivo pode provocar
a subutilização das infraestruturas construídas e, com isso, produzir alto custo de
manutenção. Existem grande riscos para os países em desenvolvimento e os estádios
construídos para o megaevento se tornem “elefantes brancos”.
Brenke e Wagner (2006), ao analisarem os efeitos da Copa do Mundo em 2006
na Alemanha, constataram que as expectativas estavam sobrevalorizadas, de forma
que os empregos adicionais eram somente temporários e os custos de infraestrutura e
promoção da Copa 2006 foram significativos. Eles concluíram que os principais
beneficiários dos eventos foram a FIFA e a German Foootball Association (DFB). Pillay
e Bass (2008) apontam que, ao contrário que se espera na Copa da África do Sul, os
empregos gerados pela construção de estádios fora, temporários e após o evento
esportivo o desemprego urbano poderá subir.
Apesar de algumas considerações desfavoráveis aos aspectos de impactos
econômicos na realização de grandes eventos, Noll e Zimbalist (1997) identificam que
os organizadores geralmente alegam que eventos, como a Copa do Mundo, geram
estímulos para os negócios domésticos (e.g. restaurantes, hotéis e outros negócios) e,
portanto, benefícios econômicos maiores que os custos.
Clarck (2008) aponta que o interesse de diferentes países para sediar eventos
globais como megaevento esportivo é crescente e cada vez mais visto como uma forma
de acelerar o desenvolvimento da economia:
A enorme variedade e interesse em tais eventos está muito crescente. Uma nova era das nações e localidades em sediar eventos mundiais está sobre nós. A rivalidade ao palco dos Jogos Olímpicos, Copas do Mundo e Campeonatos, Festivais Culturais, Exposições, Global e cimeiras é mais intensa do que
28
nunca. Apesar da comunicação virtual generalizada, grandes encontros de escala desse tipo tornaram-se novamente extraordinariamente popular. China em breve hospeda sua primeira Olimpíada e a primeira EXPO (Beijing e Shanghai 2008, 2010). A Índia sediará os Jogos da Commonwealth (Delhi 2010), a Rússia a sua primeira Olimpíada de inverno (Sochi 2014) e África do Sul sua primeira Copa do Mundo (2010). A realização de tais eventos mundiais é uma maneira que as cidades de globalização das economias em rápido crescimento podem acelerar o seu desenvolvimento em "papéis de entrada” para suas nações. Tais papéis exigem alta especificação de edifícios, logística avançada, infra-estrutura avançada, e uma grande qualidade do lugar. Além disso, a concorrência para sediar as Olimpíadas de 2012 foi o mais intensa que nunca. A eventual vitória de Londres para Madrid, Paris, Nova York e Moscou, enfatizou a noção de que tais jogos globais são para as principais cidades globais hospedarem, deu os jogos em si um impulso, e assegurou que Chicago, Madri, Tóquio, Rio e outros teriam mais chances de se candidatar e concorrer para sediar os jogos de 2016. (CLARCK, 2008, p.124)
No próximo capítulo é feita uma análise da Copa do Mundo FIFA 2014 desde o
processo de captação a mensuração de seus impactos tendo em vista a relevância
apresentada nos demais países sedes de megaeventos esportivos e o atual cenário
mundial de interesses econômicos e promoção de imagens.
29
3 COPA DO MUNDO FIFA 2014 – DA CAPTAÇÃO A REALIZAÇÃO
Esse capítulo apresenta o processo de captação de eventos, a estrutura
institucional brasileira para este segmento, além disso, analisa as etapas para captação
da Copa do Mundo FIFA 2014 e os critérios na escolha da cidade sede com respectivas
influências para realização do megaevento.
3.1 PROCESSO DE CAPTAÇAO DE EVENTOS
Os agentes que podem fomentar a captação de eventos para um destino são: o
poder público, a iniciativa privada e o Convention & Visitors Bureau (CVB) locais. Estes
órgãos deverão “[...] trabalhar juntos somando esforços para conseguir captar o maior
número de eventos nacionais e internacionais e, conseqüentemente, de turistas para as
localidades-sedes.” (MATIAS, 2007, p.99)
Os eventos passíveis de serem captados possuem algumas características
particulares e deve ser rotativos, isto é sem uma sede fixa, dessa forma cada edição é
realizada em uma cidade distinta. São promovidos geralmente por entidades de classe
ou associações que possuem filiados em diversas localidades. O fato de os membros
da associação não estarem concentrados em um único local justifica a mobilidade do
evento.
As ações de captação podem ser direcionadas para candidatura de um evento
nacional ou internacional. Os eventos nacionais são promovidos por entidades de
classe nacionais e em função disso ocorrem em cidades Brasileiras.
30
Nos eventos internacionais, as entidades promotoras possuem membros em
diferentes países. Dessa forma, têm abrangência internacional e seus eventos podem,
em tese, ser sediados em qualquer país onde existam associados da entidade.
Os benefícios e oportunidades gerados pelo Turismo Internacional de Eventos
fazem com que a concorrência entre os destinos para sediar esses eventos seja
intensa. As cidades brasileiras que se candidatam a sediar um evento internacional
enfrentam a concorrência de destinos estrangeiros. Assim, faz-se necessário um
planejamento de candidatura bem estruturado para obter mais chances de sucesso.
Para Britto (2002) o processo de captação envolve três atividades fundamentais:
análise das condições do destino para sediar eventos, avaliação dos eventos que
podem ocorrer no destino e definição da estratégia de captação de eventos. Segundo a
EMBRATUR (1995, p. 11) “O planejamento para a captação de eventos é constituído
por uma série de etapas [...] tendo como objetivo principal consolidar-se como o destino
vencedor.”
A análise interna de um destino é um dos primeiros passos para o trabalho de
captação de eventos. Devem ser avaliados os fatores que influenciam a competitividade
do destino perante a concorrência do mercado internacional de eventos. É primordial
que os responsáveis por fomentar a captação, agentes de captação (AC), tenham
ciência das verdadeiras condições deste núcleo para sediar eventos e receber turistas.
Para atender de forma satisfatória a demanda dos visitantes os AC devem ter
uma visão sistêmica da localidade que atuam e preocupar-se com todas as múltiplas
ofertas de lazer e serviços oferecidos aos turistas e também com a soma dessas partes.
“Em síntese, o conjunto das organizações que compõem o sistema de turismo produz
uma resultante em termos de geração de valor para cada cliente.” (PETROCCHI, 2001,
p.15).
Uma premissa fundamental para realizar um evento é a existência de oferta de
espaço apropriado para tal. Dessa forma, centros de convenções são equipamentos
fundamentais para as localidades desenvolverem o Turismo de Eventos
Conservação e modernização destes equipamentos, localização próxima à rede
hoteleira, boa acessibilidade e existência de espaços versáteis capazes de adequar-se
31
para atender às necessidades de diferentes eventos, são diferenciais competitivos dos
centros de convenções.
O porte destes estabelecimentos deve estar de acordo com a capacidade
hoteleira da região. Eventos internacionais recebem obrigatoriamente participantes
estrangeiros, fazendo com que a rede hoteleira obedeça aos padrões e serviços
internacionais de hospedagem.
Boa acessibilidade aérea é outra premissa imprescindível para as cidades
desenvolverem o Turismo Internacional de Eventos. De acordo com o relatório
consolidado da Pesquisa de Impacto Econômico dos Eventos Internacionais realizados
no Brasil entre setembro de 2007 e janeiro de 2008 (EMBRATUR/FGV), 97,7% dos
turistas de eventos internacionais utilizam transporte aéreo regular para chegar à
localidade do evento. A relevância da acessibilidade aérea é observada pela
EMBRATUR (2007) “todos os participantes do evento devem ter condições de chegar
ao local, por via aérea, entre 2 e 3 dias que antecedem ao mesmo, devendo haver um
aeroporto internacional num raio de 150 km em relação ao local do evento”. Assim a
capacidade de voos de uma cidade está diretamente ligada com a viabilidade deste
lugar em sediar um evento internacional.
Para Petrocchi (2001), a análise macro ambiental interna é uma fotografia do
sistema de turismo, onde tudo deve ser analisado. A observação destes fatores
permite que os AC avaliem quais eventos o destino tem estrutura turística e de serviços
adequadas para sediar.
Além dos fatores relativos à infraestrutura dos equipamentos turísticos e de
apoio, a capacidade de um destino em atrair eventos internacionais é influenciada pelo
(a):
Singularidade do destino. Esta singularidade está relacionada com
atratividade do destino, seus atrativos turísticos naturais e culturais.
Histórico de eventos da região. A expressividade de eventos já realizados
com sucesso garante credibilidade ao local como um destino de eventos.
Custo acessível de realização do evento e para participação do público
alvo.
32
Qualificação da mão de obra utilizada para dar suporte à execução dos
eventos. Para atender os turistas do exterior de forma adequada deve
existir a disponibilidade de mão de obra com conhecimento de idiomas
estrangeiros.
Pouca restrição de ingresso de turistas ao país.
Estabilidade política e econômica.
Após averiguar as condições do destino para sediar eventos internacionais, os
AC devem avaliar os eventos internacionais que podem ocorrer no destino. Para isso é
necessário realizar um levantamento dos eventos internacionais existentes, passíveis
de ser captados para a localidade.
Essa pesquisa pode ser feita em diferentes fontes como calendário de eventos
de associações de classe internacionais, de CVBx, de centros de convenções e hotéis.
Existem ainda bases de dados de eventos internacionais da ICCA e Union of
International Associations (UIA). O acesso a essas bases de dados é condicionado ao
pagamento de uma quantia estipulada e possibilita a obtenção de informações
detalhadas de eventos de entidades internacionais.
Ao buscar eventos que percorrem diferentes países, deve-se verificar o número
de participantes das últimas edições e avaliar se a expectativa de público das edições
futuras pode ser acomodada adequadamente na localidade em questão. Os destinos
devem sempre buscar captar eventos com necessidades de serviços que possam ser
atendidas por sua oferta turística.
Cidades que porventura possuam uma infra-estrutura turística moderada podem
não estar aptas para receber eventos de grande porte, entretanto podem atender as
exigências de serviços necessários para sediar um acontecimento de porte menor.
É importante constatar se para o evento escolhido a entidade internacional
promotora possui associação Brasileira filiada e representatividade no Brasil. Devem
ser avaliadas ainda a quantidade de membros e a eventual presença de Brasileiros
integrantes da diretoria internacional da entidade.
33
3.2 ESTRUTURA INSTITUCIONAL PARA CAPTAÇAO DE EVENTOS NO BRASIL
A EMBRATUR (1995, p.11) observa que “é importante conhecer a força e o
reconhecimento político-científico dos Membros Brasileiros junto a Entidade
Internacional”. A força e o reconhecimento dos membros Brasileiros influenciam
diretamente na chance do Brasil sediar o evento da entidade tal como aconteceu em
nosso processo de captação da Copa do Mundo de 2014.
Os AC também devem investigar o histórico do rodízio do evento e sua
periodicidade. Ao conhecer as características do evento, a entidade de classe Brasileira
deve ser contatada e o respectivo representante Brasileiro motivado a tentar captar
uma edição do evento para o destino e liderar o processo de captação.
Dado o interesse da entidade Brasileira em propor a candidatura do evento
internacional, esta deve entrar em contato a entidade internacional promotora do evento
para averiguar o critério de seleção e a possibilidade de inserção do Brasil na
candidatura. Em seguida, a entidade nacional deve formalizar da candidatura Brasileira
juntamente a entidade internacional.
Normalmente, a defesa de candidatura de um evento futuro ocorre em uma
edição anterior do evento. Nos casos dos congressos mundiais, a antecedência mínima
costuma ser de três anos. (EMBRATUR, 1995). No caso da Copa do Mundo,
geralmente, antecede duas edições do evento (oito anos).
As entidades internacionais promotoras do evento entregam às candidatas um
manual com os requisitos e procedimentos necessários para o processo de
candidatura.
As exigências e procedimentos variam de acordo com cada entidade e evento.
Por isso, os AC devem estudar cada caso particular e elaborar suas estratégias, isto é
um plano de como alcançar as metas estabelecidas (KOTLER, 2000).
O estabelecimento de uma estratégia para a captação de um evento tem por
objetivo comunicar aos membros da entidade internacional a singularidade da cidade
34
candidata e seus respectivos serviços (BRITTO, 2002). Uma estratégia eficiente deve
ser direcionada para propiciar sucesso da candidatura de um destino.
De acordo com a EMBRATUR (1995), a estratégia de atuação para captação de
um evento deve atentar-se para:
Identificar os pontos fortes e fracos das cidades candidatas concorrentes.
Verificar como é a tomada de decisão para a cidade sede do evento. É
importante identificar as pessoas que possuem direito a voto na eleição
das cidades candidatas e estabelecer formas para sensibilizá-los
diretamente. Em geral os responsáveis pela eleição são os membros da
diretoria, e/ou os conselheiros ou ainda todos os membros da entidade.
Atender todas as exigências propostas pela entidade internacional.
Uma das exigências mais comuns estabelecidas no processo de
candidatura de um evento é a elaboração dossiê de candidatura ou
bidding book. Este dossiê é um dos principais instrumentos para a defesa
de candidatura, por isso é importante que seja elaborado com elevado
padrão de qualidade e informações bem redigidas, precisas e completas.
Os dados expostos não devem ser apenas os solicitados pela entidade
promotora. Deve-se buscar enaltecer os pontos fortes da cidade
candidata.
A EMBRATUR (1995) esclarece que o dossiê além de contemplar os
requisitos mínimos exigidos pela entidade deve conter as seguintes
informações:
Cartas de apoio ao evento de autoridades para fortalecer a candidatura
tais como: Governador e prefeito da cidade candidata; Ministério das
Relações exteriores, Ministério correspondente a temática do evento,
instituições ligadas ao turismo (Ministério do Turismo, EMBRATUR,
secretaria de turismo local, CVB, Companhias Aéreas), sociedades
científicas nacionais e latino-americanas, outras entidades que possam
fortalecer a candidatura.
35
Dados claros e objetivos referentes à infra-estrutura turística e de apoio da
cidade
Justificativa do interesse da cidade ou país em sediar o evento,
ressaltando a importância científica e o potencial da cidade ou país na
especialidade do evento.
Viabilidade econômica do projeto, demonstrando a previsão de receitas e
despesas.
Fotos dos locais disponíveis para sediar o evento, atrativos turísticos e
informações da cidade candidata e do Brasil.
Esse dossiê deve ser confeccionado no idioma solicitado pela entidade
promotora. Normalmente é exigido o idioma espanhol para a postulação de eventos
latino-americanos e o inglês para as edições mundiais, tal como foi o dossiê
apresentado a FIFA.
Além do dossiê de candidatura, outros procedimentos podem ser utilizados pela
entidade internacional para avaliar os destinos candidatos. Dentre eles uma visita de
inspeção dos membros da diretoria da entidade internacional para constatar
pessoalmente como é a infra-estrutura local do destino postulante.
A entidade internacional pode solicitar a realização de uma apresentação sobre o
destino, proferida pelo responsável da candidatura nacional para os demais membros
da associação. Neste momento devem ser embasadas as razões científicas que
motivam a realização do evento e os aspectos positivos, culturais e turísticos, para os
participantes do evento. Para a EMBRATUR (1995) a excelência nesta apresentação é
relevante para a escolha dos votantes na eleição da futura sede do evento.
Outra demanda que pode ser fixada é a confecção de um projeto que contemple
a viabilidade financeira do evento.
Para cumprir as exigências da entidade internacional de forma plena devem-se
identificar quais os órgãos públicos e privados podem formar parcerias para a captação
de um evento, e de que forma cada um pode contribuir para o sucesso da postulação.
36
3.3 AS ETAPAS PARA CAPTAÇAO E ESCOLHA DAS CIDADES-SEDE DA COPA DO
MUNDO FIFA 2014
O processo de captação do evento da Copa do Mundo FIFA 2014 seguiu o
envolvimento dos agentes descritos acima pelo manual da EMBRATUR (1995) e as
etapas e relevantes deste processo podem ser observadas na figura 1:
Figura 1 - Etapas da FIFA para escolha país sede Copa do Mundo 2014 Fonte: Brazil BID Inspection Report for the 2014 FIFA World Cup™
7
7Disponível em: http://pt.fifa.com/mm/document/affederation/mission/62/24/78/inspectionreport% 5fe
%5f24841.pdf: Acessado em 12 abr 2010.
Escolha do Brasil como país sede da Copa do
Mundo FIFA 2014 (30/10/2007)
Projeto das cidades-sede
Escolha das cidades-sede
(01/2010)
Execução dos projetos
Evento 2014
37
Segundo Porter (1999), um importante argumento que os governos candidatos
utilizam para captar um megaevento refere-se aos benefícios econômicos que podem
ser gerados.
As 12 cidades-sede escolhidas em meados de 2009 8para receber os jogos de
2014 são: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS),
Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN),
Recife (PE) e Salvador (BA). Dezoito cidades foram candidatas. Além das 12 escolhidas
ainda participaram da disputa: Rio Branco (AC), Belém (PA), Maceió (AL), Goiânia
(GO), Florianópolis (SC) e Campo Grande (MS).
Segundo o secretário-geral da FIFA, Jerome Valcke, 9a escolha obedeceu a
critérios técnicos, com base nas visitas feitas por técnicos da entidade, no começo de
2009, e nos projetos entregues pelas cidades. Além dos estádios, aspectos como a
rede hoteleira, sistema de transporte urbano, aeroportos, segurança pública e opções
de lazer também foram levados em conta na hora da escolha. A FIFA prefere menos
sedes por uma questão de economia. Cada cidade sede tem de ter seu próprio centro
de imprensa, hotéis oficiais, campos de treinamento, equipe de voluntários, por
exemplo. Em um torneio como a Copa, com 64 jogos, dez sedes seria um número bom.
Em média, cada cidade receberia seis jogos em um mês.
De acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o fato de o Brasil
ter, aproximadamente, 47% do território da América do Sul, buscou-se privilegiar cada
uma das regiões geográficas do país, conseqüentemente, aumentando número de
sedes comparado as Copas anteriores.
Entre os critérios exigidos pela FIFA é que os estádios que receberão os jogos
da Copa tenham pelo menos 40.000 lugares. Além disso, o estádio da abertura do
mundial deverá ter no mínimo 60.000 assentos; o de encerramento, mais de 80.000. A
FIFA recomenda ainda que todos os espectadores tenham cadeiras individuais
numeradas, com encosto de pelo menos 30 centímetros de altura. Banheiros limpos e
em número suficiente, corredores de entrada e saída largos e tribunas de imprensa
8 Disponível em: http://pt.fifa.com/worldcup/brazil2014/destination/cities/index.html Acessado em 27 de jun. de 2010. 9 Disponível em: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/cidades-copa-2014/cidades-
sede-copa-2014-estadios-capitais-fifa-cbf-abertura-final.shtml Acesso em: 10 fev 2010
38
bem equipadas - raridades nos campos brasileiros - são outras exigências. Também é
preciso haver hospitais e estacionamentos nas imediações das arenas.
Segundo Ricardo Teixeira, as reformas dos estádios particulares como, por
exemplo, o Morumbi em São Paulo (SP) são de inteira responsabilidade dos seus
donos. Já as obras dos estádios públicos, como Maracanã e Mineirão, serão pagas
através de parcerias público-privadas. As reformas ou construções dos estádios devem
começar no máximo até o dia 31 de janeiro de 2010. Já o prazo final para a entrega
definitiva de todos os estádios em plenas condições de uso será o dia 31 de dezembro
de 2012. Em 2013, o país deverá receber a Copa das Confederações, que serve como
uma espécie de ensaio geral para o Mundial. Outro aspecto relevante, é que a cidade
sede do primeiro jogo da Copa receberá o Congresso Anual da FIFA, uma semana
antes do mundial. Com isso, a cidade terá a visita de mais de 200 dirigentes de todo o
mundo, consequentemente, gerando muitos benefícios financeiros para o município e
para a cidade.
No entanto, a maximização dos benefícios econômicos e financeiros gerados
pelo evento Copa FIFA 2014 no Brasil dependerá da eficácia e eficiência do
planejamento e execução dos projetos de infraestruturas relacionados à preparação do
país para receber o evento.
Sendo assim, o próximo capitulo apresenta uma análise dos possíveis impactos
econômicos relacionados com o evento.
39
4 POSSÍVEIS IMPACTOS DA COPA DO MUNDO FIFA 2014 NO BRASIL
Este capítulo apresenta os possíveis impactos da Copa do Mundo de 2014 com
base na análise da Copas do Mundo FIFA do século XXI ; nos projetos e investimentos
para a realização deste megaevento no Brasil a fim de apresentar as consequências
econômicas por sediar este evento .
4.1 ANÁLISE DAS COPAS DO MUNDO FIFA DO SÉCULO XXI
A FIFA realiza este tipo de megaevento desde 1930 em diferentes continentes.
As Copas do mundo do século XXI são: Japão-Coréia em 2002, primeira copa na Ásia
e marca o rodízio mundial do torneio com dois países-sede; Alemanha, 2006 pós-
queda do Muro de Berlim; a África do Sul em 2010, primeira no continente africano e a
próxima acontecerá no Brasil em 2014, a 20ª edição do evento que marca o retorno à
América do Latina após 18 anos, pois a última foi no México em 198610.
A Copa do Mundo tem um significado simbólico enorme e pode formar,
reposicionar ou solidificar a imagem de um país. Um dos objetivos que norteou a Copa
do Mundo FIFA 2006 foi reposicionar o estereótipo dos alemães como sendo povo
receptivo e que sabe fazer boas festas (Lewis, 2006). Os organizadores, o governo e o
Deutsche Zentrale für Tourismus (DZT) lançaram uma iniciativa de hospitalidade em
nome do governo alemão, que incluía recursos de manutenção do governo, marketing
10
Disponível em: http://pt.fifa.com/worldcup/archive/index.html Acessado em: 02 de mai 2010
40
local para a Alemanha, um programa cultural e um serviço de campanha e simpatia
(IMC, 2005, p .15).
Na Copa de 2006 na Alemanha, conforme a FIFA, se podem destacar os
seguintes pontos dos impactos: estímulo a dois milhões de visitantes na Alemanha
durante os jogos, as diárias para estrangeiros nos hotéis cresceram 31%, as vendas
avulsas de ingressos geraram dois bilhões de euros, investimento no valor de 1.5
bilhões de euros nos estádios a fim de adequá-los no padrão do evento, o “Green Goal”
11com a preocupação na sustentabilidade e crescimento Econômico (GDP) no país
sede ficou estimado de 0.3%.
Segundo Watts (2002) após a Copa do Mundo de 2002, Coréia do Sul e o Japão
se preocupam com o baixo uso e altos custos de manutenção dos estádios.
Segundo Kim; Gursoy; Lee (2004)12, apesar dos benefícios econômicos serem
abaixo da expectativa, o saldo do intercambio social e cultural é alto após a realização
do evento, pois nações que antes estavam envolvidas em problemas políticos,
desenvolveram afinidades e valorizaram suas respectivas culturas.Os dados divulgados
pela FIFA relacionados à Copa do Mundo da África do Sul indicam que: 3,1 milhões de
espectadores assistiram aos 64 jogos do mundial nos 10 estádios situados em 8 das 9
províncias do país: Gauteng, Mpumalanga, Limpopo, Free State, Kwa-Zulu Natal,
Western Cape, Northwest e Eastern Cape. E, que esta foi a terceira maior participação
agregada depois dos Estados Unidos, em 1994, e da Alemanha, em 2006.
De acordo com o governo sul africano13 o orçamento para a Copa do Mundo de
2010 foi norteado por um protocolo de financiamento do tesouro nacional que priorizou
o investimento em infraestrutura, logística, comunicação e segurança, itens necessários
para garantir um legado duradouro. Assim, o investimento de 2,24 bilhões de dólares
americanos direto do governo fez parte de um programa em que os gastos foram
concentrados entre os anos de 2006 e 2010. Durante esse período, o governo investiu
mais de 57,14 bilhões de dólares americanos na infraestrutura do país, com transporte
11
“Green Goal”, ou “Gol Verde” foi criado pelo governo alemão junto a FIFA e outros parceiros desde 2001, portanto cinco anos antes da Copa, estabelecendo entre outras coisas, a redução de 20% do consumo de energia e água e do volume de resíduos. 12
KIM, H.J., GURSOY, D. and LEE, S. (2006) 'The impact of the 2002 World Cup on South Korea: comparisons of pre- and post-games', Journal of Tourism Management, Vol. 27, No. 1, pp.86-96. 13
Disponível em: http://www.sa2010.gov.za/en/node/515 Acesso em: 25 ago 2010
41
ferroviário de mercadorias, produção de energia, comunicações, aeroportos e portos de
entrada.
Este orçamento também contemplou a construção e a reforma de estádios, além
de programas de esportes e recreação, artes e cultura, policiamento e serviços médicos
de emergência, afinal, os financiamentos do governo nacional foram suplementados por
contribuições dos governos provinciais, locais e outros parceiros de forma a contribuir
com as necessidades de todos os envolvidos.
A preocupação ambiental também fez parte da Copa do Mundo de 2010, já que o
projeto foi baseado na experiência da Alemanha, onde se experimentou o primeiro
evento “Green Goal”. As cidades de Johanesburgo e a Cidade do Cabo se adaptaram
ao projeto que visa à sustentabilidade.
O impacto econômico, segundo pesquisa realizada pela Grant Thornton, a Copa
do Mundo FIFA 2010 tende a contribuir na geração de 415.400 empregos e aumento do
fluxo em impostos de renda com 19.3 bilhões rands (2,5 de dólares americanos) a mais
para o governo. O legado desta Copa ainda é difícil ser avaliado, pois o evento ocorreu
há apenas quatro meses da confecção deste trabalho e muitos dados econômicos de
2010 ainda não foram divulgados pelo governo. No entanto, é importante observar a
gestão dos recursos e investimentos realizados pelo governo, pois dentro dos três
mundiais realizados no século XXI, este reune características semelhantes às que o
Brasil tende a enfrentar já que ambos são países ainda em desenvolvimento e
necessitam focar os investimentos em infraetsrutura urbarna.
A metodologia freqüentemente utilizada nos estudos de impactos de eventos
esportivos é a análise de insumo-produto, que pode estimar os efeitos diretos e
indiretos desses eventos na economia. Alguns autores consideram, entretanto, que os
efeitos multiplicadores obtidos superestimam os efeitos reais, pois a metodologia utiliza
hipóteses de oferta ilimitada de fatores de produção e desconsideram os efeitos de
substituição e custos de oportunidade, tal como foi supracitado neste trabalho. Além
disso, haja vista que os multiplicadores estão baseados numa estrutura de produção
vigente da economia, não captam as mudanças que a realização do evento esportivo
pode provocar nas relações produtivas. Existem também casos em que o método de
42
insumo-produto não é capaz de captar certos vazamentos durante o evento esportivo
(Barclay, 2009; Madden, 2006; Porter, 1999).
Swinnen e Vandemoortele (2008) destacam algumas diferenças entre a
Alemanha e a África do Sul como sedes da Copa do Mundo. A primeira diferença
repousa no custo de investimentos em infraestruturas. Enquanto que, na África do Sul
os investimentos requeridos foram altos para construir novos estádios, a Alemanha já
possuía a maior parte da infraestrutura esportiva. Uma segunda diferença recai sobre o
custo do capital e custo do trabalho nos dois países, uma vez que, o primeiro é maior
nos países em desenvolvimento enquanto que o segundo é maior nos países
desenvolvidos.
Contrapondo Barclay (2009) avalia que a construção de novos estádios pode
aumentar a atividade econômica, mas também pode elevar os custos de oportunidade
para o setor público, implicando na redução de outros serviços públicos, endividamento
do setor público e/ou aumento dos impostos.
A falta de planejamento pode refletir negativamente no legado do evento,
provocado pela subutilização das infraestruturas construídas e, com isso, produzir alto
custo de manutenção. Existem grandes riscos para os países em desenvolvimento e os
estádios construídos para o megaevento se tornem “elefantes brancos” (BARCLAY,
2009) tal como aconteceu na Coréia e tende a ocorrer na África do Sul, devido a pouca
tradição no esporte e falta de planejamento a fim de que os estádios se tornem aptos a
receberem outros esportes ou eventos que sejam mais de acordo com os costumes dos
moradores das cidades-sede.
A infraestrutura deficiente, que frequentemente restringe o crescimento
econômico de uma região, quando revitalizada em virtude de Copa do Mundo, pode
produzir uma redução de custo e fornecer um impulso de produtividade à própria
economia (SWINNEN; VANDEMOORTELE, 2008). Ainda de acordo com Barclay
(2009), a Coréia do Sul despendeu 2 bilhões de dólares americanos em dez novos
estádios e o Japão 4 bilhões na construção de sete novos estádios. A figura 2
elaborada pela Match Service,14 agencia da FIFA, contém as principais áreas de
14
A Match Service é agência responsável é a empresa de serviços escolhida pela FIFA para fornecer os serviços de bilheteria, hospedagem e tecnologia da informação (TI) para a Copa das Confederações da FIFA, a Copa do Mundo da FIFA nas Copas de 2006, 2010 e 2014.
43
impacto nas cidades-sede durante a realização de uma Copa do Mundo: SPORTE
GIONAL E LOCAL
Figura 2 - Áreas de impacto da realização da Copa do Mundo FIFA Fonte: Elaboração própria a partir dados Match Services
15
A Copa do Mundo de 2014 representa outro grande evento esportivo
programado para o Brasil16. Na sua preparação, uma série de obras de infraestrutura,
reformas e construção de estádios estão sendo programadas. Em meados de 2009 as
12 cidades-sede da Copa, que abrigarão jogos da competição, foram escolhidas, tal
como supracitado no item 3.4 deste trabalho. É provável que o Brasil tenha grande
visibilidade com a promoção dos megaeventos esportivos agendados, contudo os
benefícios econômicos que tais eventos proporcionam ao país-sede são difíceis de
estimar, pois envolvem obras de infraestrutura urbana, reformas/construção de
estádios, fluxos turísticos, investimentos privados (rede hoteleira, por exemplo) e
divulgação internacional do país.
15
Disponível em: http://pt.fifa.com/worldcup/organisation/matchag/index.html Acessado em 15 ago 2010
16 O Brasil, em 30 de outubro de 2007, foi escolhido pela FIFA como país sede da Copa das
Confederações FIFA 2013 e da Copa do Mundo FIFA 2014. Além de ser sede Olimpíadas Militares de 2011, Jogos Olímpicos de 2016 (Ministério do Esporte, 2010).
AEROPORTOS
TRANSPORTE REGIONAL E LOCAL
HOTÉIS
CIDADES
HOSPITALIDADE
ESTÁDIOS
AAuummeennttoo nnoo vvoolluummee ddee ppaassssaaggeeiirrooss,,
ccoonnffeerrêênncciiaa ddee vviissttooss,, rreecceeppççããoo ddooss
VVIIPPss –– PPRRIIMMEEIIRRAA IIMMPPRREESSSSÃÃOO
AAuummeennttoo ddoo ttrrâânnssiittoo llooccaall ee rreeggiioonnaall
QQuuaannttiiddaaddee ee QQuuaalliiddaaddee
SSeerrvviiççooss,, EEnnttrreetteenniimmeennttoo,, CCoomméérrcciioo,,
SSeegguurraannççaa,, eettcc..
AAllttaa qquuaalliiddaaddee ddooss sseerrvviiççooss
PPaaddrrããoo IInntteerrnnaacciioonnaall
44
4.2 PROJETOS E INVESTIMENTOS PARA REALIZAÇÃO DA COPA FIFA 2014
O Ministério do Esporte divulgou no início de fevereiro de 2010 os investimentos
em infraestrutura para a Copa 2014, no que diz respeito à mobilidade urbana (avenidas,
corredores metropolitanos, acessos a aeroportos, urbanização no entorno dos estádios)
e reformas e construção de estádios. Segundo esses dados, quase a totalidade dos
investimentos (R$ 10,1 bilhões) será financiada por órgãos e esferas públicas, tal como
apresenta a tabela 6. Tal fato aponta para a inexistência de recursos oriundos da
“iniciativa privada” ou de Parcerias Público-Privada (PPP). O governo federal argumenta
que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) buscará parte
dos recursos em empréstimos feitos junto às condições e operações de mercado17, o
que pode ser considerado um financiamento privado (BASTOS; COBOS, 2010).
Tabela 6: Investimentos previstos em obras para a Copa 2014 (R$ milhões)
Fonte: Ministério do Esporte (2010)
17
Podem-se considerar fontes de recursos na composição do funding do BNDES, por exemplo, as captações no Mercado, através de operações compromissadas com o Banco do Brasil utilizando parte dos títulos públicos adquiridos junto ao TN; e captação através de Depósitos Interfinanceiros, junto a instituições financeiras privadas nacionais. Em 30 de junho de 2009, essas fontes atingiram
45
A reforma ou construção dos estádios para a Copa FIFA 2014 parece ser a
primeira iniciativa no cronograma de preparação das cidades para as competições. Dos
doze estádios sede da Copa de 2014, três são de propriedade privada (Complexo
Esportivo Curitiba do time Atlético Paranaense; Morumbi do time São Paulo Futebol
Clube;18 Beira Rio do time Esporte Clube Internacional) e juntas correspondem a 6,2%
no total de investimento previsto em estádio (R$ 5,2 bilhões). Conforme também
demonstra a tabela 6, o BNDES será o principal financiador das obras em estádios,
cerca de R$ 3,1 bilhões (64,8% do total). Aliás, desse total, R$ 25 milhões serão
concedidos sob forma de crédito ao Clube Atlético Paranaense e R$ 150 milhões ao
São Paulo Futebol Clube.
As três esferas do governo se destacam no financiamento de infraestrutura
urbana, o BNDES fomentará, sobretudo, os investimentos nos estádios de futebol. Pois,
o total dos investimentos previstos em obras de infraestrutura urbana e estádios
correspondem a 0,7% do PIB dos está-sede, tal como demonstrado na tabela 7.
Em relação ao total do PIB municipal, o investimento de R$ 15,4 bilhões
representa 1,9% do PIB do conjunto das cidades-sede. Contudo, o montante de
investimentos destinados para as obras na cidade de São Paulo seja proeminente
(20,1% dos investimentos), tal montante representa somente 0,9% do PIB da cidade.
Por outro lado, os investimentos destinados para a adequação da Copa FIFA 2014 em
Cuiabá (MT) correspondem 11,3% do seu PIB (Tabela 7).
18
Provável alteração do estádio do São Paulo Futebol Clube por um estádio ainda a ser construído do Corinthians Futebol Clube
46
Tabela 7: Investimentos previstos por Cidades-sede para a Copa 2014
Fonte: Ministério do Esporte (2010), IBGE (PIB de 2007)
Os investimentos previstos na cidade de Fortaleza se concentram para a reforma
do estádio Castelão (59,8%), enquanto em Belo Horizonte as obras com infraestrutura
urbana representam juntas 71,5% do total previsto de investimento de Minas Gerais,
com destaque para as Avenidas Antonio Carlos e Pedro I.
O município de São Paulo tem previsto investir, aproximadamente 2,5 bilhões de
reais para a Construção do Monotrilho (Linha Ouro), sendo maior montante em todo o
Brasil (16,6%). A construção do Monotrilho Norte em Manaus também é representativo,
afinal, prevê 62,2% do PIB total amazonense e 7,4% do total do brasileiro.
Os investimentos previstos na maioria das cidades-sedes se concentram nas
obras de infraestrutura urbana. A grande exceção é Brasília, pois seus recursos estão
67,2% comprometidos com a reforma do estádio Mané Garrincha.
Os investimentos estimados permitem vislumbrar alguns dos impactos da Copa
2014 sobre a economia brasileira e para os estados-sede que têm os prazos das obras
previstos para o final de 2012, ano antecedente da Copa das Confederações FIFA
2013. As informações possibilitam também simular os impactos distinguindo as
47
diferentes fontes de financiamento dos recursos tal como se demonstra no próximo item
deste capítulo.
4.3 POSSÍVEIS IMPACTOS ECONÔMICOS DA COPA DO MUNDO FIFA 2014 NO BRASIL
Segundo as estimativas do documento referencial Turismo 2011-2014, do
Ministério do Turismo, o Brasil deverá receber aproximadamente, 600 mil turistas
estrangeiros na ocasião da Copa do Mundo e movimentar dezenas de milhões de
brasileiros pelas 12 cidades-sede (Figura 3), produzindo um impacto direto na atividade
turística, gerando emprego, renda e inclusão social.
Figura 3: Mapa do Brasil com as 12 cidades-sede - Copa Mundial da FIFA de 2014
Fonte: Portal da FIFA – Copa do Mundo FIFA Brasil 20148
A infraestrutura necessária para a realização do evento é complexa,
compreendendo não apenas os estádios, que devem se adequar às especificações da
FIFA, como também a estrutura de tecnologia de informação em cada cidade-sede, os
centros de mídia (International Media Centers, ou IMCs) e de broadcasting
(International Broadcasting Center, ou IBC), e as instalações dos Fan Parks (espaço
urbano, timbrado pela FIFA, para exibição pública dos jogos). E, ainda existem diversos
48
aspectos da infraestrutura local que devem atender a determinados padrões
necessários à viabilidade do evento, como complexos hoteleiros e acessos aos
diversos modais de transporte que devem facilitar o deslocamento associado à Copa.
O Ministério do Esporte, por meio da consultoria contratada, Consórcio da Copa
2014, em especial da empresa consorciada Value Partners Brasil Ltda., com
experiência no setor esportivo internacional, desenvolveu um modelo 19a fim de calcular
os potenciais impactos econômicos resultantes da realização da Copa do Mundo no
Brasil, tal como pode ser observado na tabela 8.
Tabela 8: Impactos e Valores Econômicos da Copa FIFA 2014
Tipo de Impactos Valor Percentual (%)
Impactos Econômicos
Potenciais R$ 183,2 bilhões 100%
Impactos Diretos
R$ 47,5 bilhões 26%
Impactos Indiretos R$ 135,7 bilhões 74%
Fonte: Ministério do Esporte (2010), IBGE (PIB de 2007)
Considerando a metodologia abordada por Barbosa (2003) dividem-se as etapas
dos megaeventos e seus respectivos impactos econômicos nas seguintes: pré-evento,
evento e legado. Compreende-se que na primeira etapa o gasto com infraestrutura
urbana inclui, por exemplo, os transportes que devem seguir normas da FIFA, portanto,
o estudo apresentado pelo Ministério do Esporte identifica que o impacto será de R$ 33
bilhões, sendo que 78% deste investimento é responsabilidade do setor público.
A organização dos investimentos tem a seguinte distribuição: 5,7 bilhões de reais
serão destinados aos estádios, 11,6 bilhões de reais à mobilidade urbana e 5,5 bilhões
de reais aplicados em portos e aeroportos. As áreas de telecomunicações, energia,
segurança, saúde e hotelaria também têm recursos previstos. Os tributos arrecadados
19
Disponível em:
http://portal.esporte.gov.br/arquivos/assessoriaEspecialFutebol/copa2014/estudoSobreImpactosEconomicosCopaMundo2014.pdf Acessado em:20 de mai de 2010
49
entre 2010 e 2011estão estimados em 3,6 bilhões de reais e entre 2012 e 2013 em 4
bilhões de reais.
4.3.1 Impactos sobre Viagens Domésticas e Internacionais
As figuras 4 e 5 retratam os períodos supracitados e identificam,
respectivamente, as alterações e impactos sobre as viagens domésticas após o Brasil
ser o foco dos projetos da próxima Copa e figura 5 evidencia os impactos econômicos
do turismo internacional relacionando as divisas geradas pelo turismo com a chegada
de turistas estrangeiros no Brasil até o ano de realização da Copa de 2014.
Figura 4: Aumento do Fluxo Turístico Doméstico Fonte: Ministério do Esporte (2010)
50
Figura 5: Impacto sobre o Turismo Internacional Fonte: Ministério do Esporte (2010)
A segunda fase cronologicamente corresponde aos meses de junho e julho de
2014, período da realização do evento. O estudo supracitado considera que o país
receberá 600 mil turistas estrangeiros, alcançando um total de 7,21 milhões de turistas.
Em relação às viagens domésticas a projeção é de 3,1 milhões de brasileiros viajando
pelo Brasil durante do evento. Espera-se que com o turismo, a Copa do Mundo de 2014
gere 9,4 bilhões de reais.
4.3.2 Impacto Sobre Emprego e Arrecadação Fiscal
Por outro lado, as estimativas apontam que o evento terá capacidade de para
gerar 710 mil empregos (diretos e indiretos). Desse total, 330 serão permanentes e 380
temporários. E, os postos de trabalho permanentes aumentam a massa salarial em 6,8
bilhões de reais e os temporários em 1,6 bilhão de reais, o que gera um incremento de
5 bilhões de reais no consumo das famílias brasileiras entre 2010 e 2014. Ainda,
segundo o mesmo estudo o Brasil arrecada com tributos quase 7 bilhões de reais com
a realização do Mundial e R$ 2,9 bilhões em 2014. Esse total vai superar em 33 vezes
a isenção oferecida para a FIFA, que será de R$ 500 milhões. A desoneração fiscal dos
produtos e serviços envolvidos na realização do Mundial faz parte das garantias
51
governamentais oferecidas pelo Brasil à federação internacional, pois os países-sede
têm que cumprir esta exigência imposta pela FIFA.
4.3.3 Legado e Impactos Sobre Competitividade
A terceira e última fase destina-se a compreensão do legado do mundial em que
se prevê um impacto no PIB até 2019 no valor de 135 bilhões de reais. Esta previsão é
baseada nos investimentos, consumo e turismo, que continuam a ser realizados nos
anos seguintes ao mundial com tendência de deterem mais valor agregado, devido aos
benefícios motivados pelas melhorias na infraestrutura urbana, divulgação positiva de
destinos turísticos do Brasil nas esferas nacionais e internacionais e fortalecimento de
símbolos nacionais.
Os possíveis impactos econômicos previstos pelo estudo do Ministério de
Esportes tendem ser positivos como se observa na tabela 9, que demonstra o Brasil
galgando 12 posições em 2014 se comparado ao posicionamento em 2009. Essa
indicação é pode ser realizada com base ranking mundial da competitividade
econômica 20realizado entre 139 países, segundo critérios do Fórum Econômico
Mundial.
Tabela 9: Posição do Brasil no ranking mundial de competitividade econômica
Ano Posição no Ranking
2005 57
2006 66
2007 72
2008 64
2009 56
2014 44
Fonte: Fórum Econômico Mundial (WEF), 2010
20
Disponível em: http://www.weforum.org/en/initiatives/gcp/Global%20Competitiveness%20Report/index.htm Acesso em 20 jul 2010
52
Os dados supracitados indicam que os impactos econômicos do evento Copa
2014 tem potencial para gerar efeitos econômicos, turísticos e sociais importantes e que
os mesmos estão distribuídos entre o período pre-evento, evento e pós-evento. O
aumento na competitividade econômica e turística (tabela 10), aumento nos fluxos
turístico internacional e nacional, geração de emprego, entre outros sustentam esta
tendência.
Tabela 10: Posição do Brasil no ranking mundial
de competitividade turística
Ano Posição no Ranking
2007 59
2008 49
2009 45
2014 37
Fonte: Fórum Econômico Mundial (WEF), 2010
A Copa de 2014 tende a desencadear um complexo conjunto de planos de
negócios referentes a investimentos privados, além de planos de investimentos
públicos. A relevância econômica da Copa está distribuída de forma direta e indireta em
campos variados da economia. O investimento e a renda gerada no turismo de eventos
têm alto poder de alavancagem em termos de empregos. A Copa favorece, em
particular, o turismo receptivo internacional e contribui, para o processo de
desenvolvimento nacional, ao integrar diversas cidades em um esforço que requer alto
grau de profissionalismo em um grande elenco de atividades econômicas, lideradas
pelo turismo.
53
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados apresentados neste trabalho refletem os possíveis impactos da
Copa do Mundo na atividade turística, na competitividade econômica e turística do
Brasil. Como foram constatados, os impactos econômicos dos megaeventos como a
Copa do Mundo FIFA são avaliados de acordo com as etapas da realização do evento.
Sendo assim, os impactos foram divididos em: de investimentos, no período pré-evento;
de gastos dos turistas, no período do evento; legado, pós-evento.
No capítulo 2 foram identificadas conceituações dos megaeventos utilizados no
decorrer deste trabalho como, por exemplo, a de Barbosa e Zouain (2003, p.6)
“megaeventos são como catalisadores e indutores de um desenvolvimento local,
regional e até nacional, podendo ser instrumento de políticas de desenvolvimento”.No
entanto, foi apresentado o contraponto através de conceituações com a Higham (1999)
em que o autor destaca o número crescente de pesquisas acadêmicas sobre os efeitos
negativos ou ambivalentes dos megaeventos, tanto do ponto de vista econômico quanto
social. Estas críticas, em sua maioria, estão centradas no processo de escolha da
cidade para o evento, que de acordo com o autor, pode estar desviando parte dos
benefícios econômicos e sociais da comunidade onde o evento será realizado para
agradar aos interesses de patrocinadores e organizadores que, em sua maioria, tem
pouco conhecimento referente à realidade local. A literatura menciona a provisão de
infraestrutura e os impactos econômicos e sociais como seus resultados e
consequências. Também se demonstrou a relevância econômica dos megaeventos
para os países e cidades que os sediaram como Estados Unidos, China e Alemanha.
Analisou-se ainda a dinâmica do mercado de eventos internacionais no Brasil que tende
a ser cada vez mais qualificada já que a agenda tem eventos de grande relevância
54
nacional o que reflete de forma positiva para maior capacitação e qualificação dos
agentes envolvidos neste processo bem como a realização de seus serviços.
No decorrer do capítulo 3 se apresentou o processo de captação de eventos, a
estrutura institucional brasileira para este segmento através da EMBRATUR, CVBx e
agentes das iniciativa privada, além disso, analisou-se as etapas para captação da
Copa do Mundo FIFA 2014 e como influenciam no planejamento das cidades sedes
envolvidas nesta captação da FIFA e as mesmas expõem suas fraquezas e pontos
fortes para se adequarem aos critérios de escolha da cidade sede.
No quarto capítulo foi apresentado os possíveis impactos da Copa do Mundo de
2014 com base na análise da Copas do Mundo FIFA do século XXI, Coréia do Sul,
Japão, Alemanha e África do Sul que indicaram a necessidade do desenvolvimento de
metodologia de pesquisas para mensurar os impactos e justificar gastos, o resultado
positivo do planejamento dos investimentos que geraram na Alemanha um legado
positivo, pois se obteve mudança da imagem de forma positiva e infraestrutura criada
para o evento sendo inserida nas visitas pelos turistas e dia a dia dos moradores. Mas,
também sinalizou a necessidade de prévia análise antes do endividamento público
como foi observado no case da Coréia do Sul- Japão e África do Sul que apesar de
terem condições diferentes de desenvolvimento econômico comprometeram a máquina
pública com altos investimentos que não foram utilizados pela população.
Entre os principais resultados da Copa do Mundo FIFA 2014 o trabalho destacou
a melhoria da infraestrutura urbana nas cidades-sede, o que representa efetivamente
um impacto de longo prazo no nível de competitividade econômica e turística.
É importante ressaltar que apesar dos possíveis impactos negativos como, o
endividamento público, decorrente da necessidade da preparação do para a realização
do evento, o trabalho sustenta a idéia de que os impactos positivos são superiores aos
negativos para realização de megaeventos, em especial uma Copa do Mundo FIFA.
No entanto, os resultados derivados do evento dependem do planejamento e da
capacidade de execução dos projetos.
O turista de eventos contribui com despesas em diversas atividades econômicas
da localidade que o evento ocorre. Além disso, a permanência do turista não é
necessariamente restrita aos dias em que o evento ocorre, podendo ampliar sua estada
55
na região visitando outros destinos turísticos estimulando a promoção dos destinos
indutores do turismo.
Os megaeventos em especial a Copa do Mundo FIFA colaboram ainda com
questões mais amplas, como a possibilidade de intercâmbio comercial e empresarial
através de eventos realizados nas três fases (pré-eventos, evento e legado).
Conseqüentemente, a criação de mais oportunidades de negócios, favorecendo
diretamente a economia local e contribuindo para a geração de empregos interferindo
no índice de competitividade econômica e turística de um país.
56
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ANEXO A - POLÍTICA DA EMBRATUR DE APOIO INSTITUCIONAL À CAPTAÇÃO, PROMOÇÃO E REALIZAÇÃO DE EVENTOS INTERNACIONAIS
O PRESENTE DOCUMENTO APRESENTA OS CRITÉRIOS ESTABELECIDOS PELA GERÊNCIA DE EVENTOS QUE DEFINEM A VIABILIDADE DO APOIO DA EMBRATUR À CAPTAÇÃO, À PROMOÇÃO E À REALIZAÇÃO DE EVENTOS INTERNACIONAIS, BEM COMO OS PROCEDIMENTOS ADOTADOS EM CADA ETAPA DO PROCESSO. ESCLARECE TAMBÉM, SOBRE O RELACIONAMENTO PROFISSIONAL ENTRE A EMBRATUR COM SEUS PARCEIROS.
ESTA POLÍTICA É UM REFERENCIAL DE PROCEDIMENTOS-PADRÃO. CASOS EXCEPCIONAIS NÃO PREVISTOS OU DISTINTOS DAQUELES MENCIONADOS NESTE DOCUMENTO SERÃO ANALISADOS PELA EMBRATUR.
1. TIPOS DE EVENTOS APOIADOS
Congressos científicos internacionais
Congressos técnicos internacionais
Eventos esportivos internacionais
A solicitação de apoio da EMBRATUR à candidatura deverá ser apresentada pela entidade
Brasileira representante do segmento. Faz-se igualmente necessário o respaldo do Convention
Bureau e/ou da secretaria de turismo responsável pela localidade candidata a sediar o evento.
2. CRITÉRIOS DE APOIO À CAPTAÇÃO E À PROMOÇÃO DE EVENTOS
A EMBRATUR É UMA AUTARQUIA SUBORDINADA AO MINISTÉRIO DO TURISMO COM ABSOLUTA RESPONSABILIDADE NA APLICAÇÃO DE SEUS RECURSOS E NA GARANTIA DO RETORNO POSITIVO DOS INVESTIMENTOS, EM CONSONÂNCIA COM A POLÍTICA NACIONAL DO TURISMO. CONSIDERANDO QUE A DEMANDA DE APOIO, É MAIOR QUE A POSSIBILIDADE DE ATENDIMENTO, TORNA-SE INDISPENSÁVEL A DEFINIÇÃO DE CRITÉRIOS E PRIORIZAÇÃO DE EVENTOS, DE FORMA A MAXIMIZAR AS OPORTUNIDADES DE RESULTADOS.
Assim, terão prioridade os eventos que se enquadrem nos seguintes critérios:
EVENTOS COM CARÁTER INTERNACIONAL PROMOVIDOS POR UMA ENTIDADE INTERNACIONAL RECONHECIDA, COM PELO MENOS 05 ANOS DE EXISTÊNCIA LEGAL E QUE POSSUA ASSOCIADOS EM DIVERSOS PAÍSES (MÍNIMO DE QUATRO PAÍSES). A ENTIDADE BRASILEIRA PROPONENTE TAMBÉM DEVE SEGUIR O CRITÉRIO DE NO MÍNIMO 05 ANOS DE EXISTÊNCIA LEGAL;
EVENTOS ITINERANTES QUE ALTERNEM SUA REALIZAÇÃO EM DIFERENTES PAÍSES (AS EDIÇÕES ANTERIORES DEVEM TER ACONTECIDO EM NO MÍNIMO 03 PAÍSES DISTINTOS);
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EVENTOS JÁ CONSOLIDADOS QUE ESTEJAM, NO MÍNIMO, NA 2ª EDIÇÃO, E QUE A CAPTAÇÃO OCORRA A PARTIR DA 3ª EDIÇÃO;
EVENTOS COM NO MÍNIMO 500 PARTICIPANTES;
APRESENTAR UMA FREQÜÊNCIA MÍNIMA DE 20% DE PARTICIPANTES PROCEDENTES DE OUTROS PAÍSES;
O PROJETO DO EVENTO PRECISA ATENDER RIGOROSAMENTE ÀS DIRETRIZES E ÀS EXIGÊNCIAS DA ENTIDADE INTERNACIONAL DO EVENTO EM QUESTÃO;
TER, PREFERENCIALMENTE, UM ORGANIZADOR PROFISSIONAL DE EVENTOS DEVIDAMENTE CADASTRADO NO MINISTÉRIO DO TURISMO;
TER, PREFERENCIALMENTE, UMA OPERADORA OU AGÊNCIA DE TURISMO OFICIAL DEVIDAMENTE CADASTRADA NO MINISTÉRIO DE TURISMO;
INCLUIR EM SUA PROGRAMAÇÃO OFICIAL PACOTES PRÉ OU PÓS TOURS QUE CONTEMPLEM PELO MENOS OUTRO DESTINO BRASILEIRO QUE NÃO AQUELE DA REALIZAÇÃO DO EVENTO.
3. PROCEDIMENTOS ADOTADOS PELA EMBRATUR NO PROCESSO DE APOIO
3.1 ATRIBUIÇÕES DA EMBRATUR
A EMBRATUR, NO CONTEXTO DA AÇÃO DE APOIO À CAPTAÇÃO E À PROMOÇÃO DE EVENTOS INTERNACIONAIS, TEM COMO PRINCIPAL ATRIBUIÇÃO O ATENDIMENTO DE DEMANDAS ENCAMINHADAS PELAS ENTIDADES BRASILEIRAS E/OU CONVETION E VISITORS BUREAUX, COM O OBJETIVO DE DISPONIBILIZAR APOIO INSTITUCIONAL, TÉCNICO, RECURSOS FINANCEIROS E FERRAMENTAS PROMOCIONAIS QUE POSSIBILITEM POTENCIALIZAR A CANDIDATURA BRASILEIRA DO EVENTO DE INTERESSE.
Para tanto, a entidade/Convention Bureau, deverá preencher e encaminhar à Gerência de Eventos a Ficha de Captação (Anexo 1) ou a Ficha de Promoção (Anexo 2), unidade que procederá a análise das informações e informará ao interessado sobre as possibilidades de apoio e atendimento dos itens selecionados.
COMO ESTRATÉGIA INSTITUCIONAL, A EMBRATUR UTILIZA CADASTROS E FONTES DE PESQUISAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ENTIDADES INTERNACIONAIS VISANDO À SENSIBILIZAÇÃO DA MESMA EM RELAÇÃO À IMPORTÂNCIA DO DESTINO TURÍSTICO BRASIL E SEU POTENCIAL PARA SEDIAR EVENTOS. PARA TANTO, ENVIA FOLDERS, BRINDES, RELEASES E UTILIZA A EQUIPE DE PROFISSIONAIS ATUANTE NOS ESCRITÓRIOS DO EXTERIOR PARA REALIZAR VISITAS IN LOCO.
RESSALTAMOS QUE A PESQUISA E A IDENTIFICAÇÃO DE EVENTOS INTERNACIONAIS A SEREM CAPTADOS, É UMA AÇÃO PROSPECTIVA DOS CONVENTION BUREAUX, ORGANIZADORAS DE EVENTOS, CENTROS DE EVENTOS, OPERADORES DE TURISMO E DEMAIS EMPRESAS DA CADEIA PRODUTIVA DO TURISMO.
A EMBRATUR PODERÁ DESENVOLVER ACORDOS DE COOPERAÇÃO COM ENTIDADES ASSOCIATIVAS DA CADEIA PRODUTIVA OU ÓRGÃOS OFICIAIS DE TURISMO DE OUTROS PAÍSES, VISANDO A TROCA DE EXPERIÊNCIAS, INFORMAÇÕES E A DEFINIÇÃO DE NOVAS ESTRATÉGIAS DE CAPTAÇÃO, APROXIMAÇÃO COM ENTIDADES INTERNACIONAIS PROMOTORAS DE EVENTOS COM POTENCIAL DE REALIZAÇÃO NO BRASIL. NESTES CASOS, SERÃO ESTABELECIDOS CONTATOS DIRETOS COM ENTIDADES PROMOTORAS DE EVENTOS FACILITADOS OU INTERMEDIADOS POR ESTES PARCEIROS.
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3.2 SENSIBILIZAÇÃO DA ENTIDADE NACIONAL OU INTERNACIONAL PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURA
É PAPEL DA EMBRATUR MOTIVAR AS ENTIDADES PROMOTORAS INTERNACIONAIS E SUAS ASSOCIADAS LOCAIS A ELEGER O BRASIL COMO SEDE DE SEUS RESPECTIVOS EVENTOS. ASSIM, A APROXIMAÇÃO COM OS INTEGRANTES DE DIRETORIAS DESSAS ENTIDADES, COM OBJETIVOS DE PROMOÇÃO INSTITUCIONAL DO PAÍS COMO UM TODO, SEM DIRECIONAMENTO DE DESTINOS ESPECÍFICOS, PODERÁ OCORRER ATRAVÉS DAS SEGUINTES AÇÕES:
ENVIO DE MATERIAL PROMOCIONAL SOBRE O BRASIL. A DISTRIBUIÇÃO DESTES MATERIAIS DEVE OCORRER DA FORMA MAIS PERSONALIZADA POSSÍVEL, PREFERENCIALMENTE ATRAVÉS DE CONTATO DIRETO COM OS REFERIDOS TOMADORES DE DECISÃO.
ENVIO DO CALENDÁRIO DE EVENTOS INTERNACIONAIS, O QUE REITERA A CAPACIDADE DA INFRA-ESTRUTURA DO PAÍS PARA RECEBER EVENTOS INTERNACIONAIS;
MANUTENÇÃO DE CONTATO ATRAVÉS DE INFORMATIVOS SOBRE OS EVENTOS CAPTADOS.
3.3 DEFINIÇÃO DA CIDADE-SEDE
NÃO CABE À EMBRATUR A INDICAÇÃO E, PRINCIPALMENTE, A DEFINIÇÃO DA CIDADE-SEDE DE NENHUM EVENTO. ESSA RESPONSABILIDADE É INTEIRAMENTE DA ENTIDADE PROMOTORA DO EVENTO E SEUS MEMBROS, QUE ADOTARÃO OS CRITÉRIOS DE SELEÇÃO QUE JULGAREM MAIS APROPRIADOS AO CONJUNTO DE EXIGÊNCIAS DO EVENTO.
NO CASO DA EMBRATUR SER PROCURADA POR ENTIDADES INTERNACIONAIS OU NACIONAIS QUE ESTEJAM EM VIAS DE CAPTAÇÃO DE EVENTOS INTERNACIONAIS O PROCEDIMENTO PADRÃO SERÁ O SEGUINTE:
ESTANDO DEFINIDO O DESTINO: ACIONAR OS ÓRGÃOS OFICIAIS DE TURISMO E CONVENTION & VISITORS BUREAU CORRESPONDENTES;
NÃO ESTANDO DEFINIDO O DESTINO: ACIONAR A FEDERAÇÃO DOS CONVENTION & VISITORS BUREAUX E REPASSAR A TODOS OS ÓRGÃOS OFICIAIS DE TURISMO A INFORMAÇÃO, AO MESMO TEMPO, ATRAVÉS DE OFÍCIO CIRCULAR.
HAVENDO A ENTIDADE PRÉ-SELECIONADO ALGUNS DESTINOS, A MESMA DEVERÁ ENVIAR À EMBRATUR UM DOCUMENTO (OFÍCIO OU E-MAIL) DEFININDO ESTA PRÉ SELEÇÃO E SE POSSÍVEL, O CRITÉRIO UTILIZADO, PARA A MESMA.
É PAPEL DA EMBRATUR ESCLARECER E REFORÇAR OS REQUISITOS DE INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS QUE A CIDADE-SEDE DEVERÁ CONTEMPLAR. A CIDADE SEDE DEVE ESTAR CIENTE QUE SERÁ OBJETO DE AVALIAÇÕES TÉCNICAS, AS QUAIS SERÃO DETERMINANTES NA DECISÃO FINAL POR PARTE DA ENTIDADE DE CLASSE BRASILEIRA E/OU INTERNACIONAL QUE PROMOVE O EVENTO.
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A SEGUIR, SÃO APONTADOS OS REQUISITOS FUNDAMENTAIS QUE SERÃO ESTIMULADOS PELA EMBRATUR A SEREM OBSERVADOS PELAS ENTIDADES E QUE ASSEGURAM A QUALIDADE DE PADRÃO INTERNACIONAL AOS PARTICIPANTES E À REALIZAÇÃO DO EVENTO.
INFRA-ESTRUTURA DA CIDADE
CENTRO DE CONVENÇÕES E EXPOSIÇÕES: CAPACIDADE DOS CENTROS DE CONVENÇÕES E DOS ESPAÇOS PARA EVENTOS DA REDE HOTELEIRA, BEM COMO A DISPONIBILIDADE DE DATAS;
ACESSIBILIDADE DE TRANSPORTES: TODOS OS PARTICIPANTES DO EVENTO DEVEM TER CONDIÇÕES DE CHEGAREM NO LOCAL, POR VIA AÉREA, ENTRE 2 E 3 DIAS QUE ANTECEDEM AO MESMO, DEVENDO HAVER AEROPORTO INTERNACIONAL NUM RAIO DE 150 KM EM RELAÇÃO AO LOCAL DO EVENTO;
CAPACIDADE HOTELEIRA: SUFICIENTE E ATENDENDO AO PADRÃO DE QUALIDADE DOS HOTÉIS NORMALMENTE UTILIZADOS PELOS PARTICIPANTES, COM PROXIMIDADE DO LOCAL DA REALIZAÇÃO DO EVENTO;
OPÇÕES PARA ALIMENTAÇÃO: DENTRO DOS PADRÕES NORMALMENTE UTILIZADOS PELOS PARTICIPANTES E QUE ESTEJAM NAS PROXIMIDADES DO LOCAL DO EVENTO, DEVENDO COMPORTAR O NÚMERO DE PARTICIPANTES;
TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO FACILMENTE DISPONIBILIZADAS;
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TERCEIROS ADEQUADA E QUALIFICADA.
3.4 DESENVOLVIMENTO DE PARCERIAS
A EMBRATUR TEM UM IMPORTANTE PAPEL NO ESTÍMULO DO ESTABELECIMENTO DE PARCERIAS NO PROCESSO DE CAPTAÇÃO DE EVENTOS INTERNACIONAIS, DESENVOLVENDO UM TRABALHO DE ORIENTAÇÃO SOBRE O PAPEL DE CADA UMA DAS ENTIDADES/EMPRESAS NESSE PROCESSO.
ASSIM, É SUGERIDA QUE A PROMOTORA ENVOLVA AS SEGUINTES PARCERIAS RELACIONADAS ABAIXO:
1. GOVERNO – ÓRGÃOS OFICIAIS DE TURISMO LOCAIS E ESTADUAIS;
2. CONVENTION & VISITORS BUREAU DA CIDADE CANDIDATA (QUANDO EXISTIR);
3. ORGANIZADORES DE CONGRESSOS E EVENTOS;
4. CENTRO DE CONVENÇÕES E FEIRAS;
5. OPERADORAS DE TURISMO OU AGÊNCIA DE VIAGENS ESPECIALIZADA EM EVENTOS;
6. EQUIPAMENTOS DE HOSPEDAGEM;
7. EQUIPAMENTOS DE ALIMENTAÇÃO;
8. COMPANHIA(S) AÉREA(S);
9. PRESTADORES DE SERVIÇOS TERCEIRIZADOS;
10. ENTIDADES DE CLASSE LIGADAS AO SEGMENTO DE CONGRESSOS E EVENTOS.
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3.5 A ESTRATÉGIA DE CAPTAÇÃO E AS ATRIBUIÇÕES DOS PARCEIROS
UMA VEZ DEFINIDOS OS PARCEIROS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE CAPTAÇÃO, E DE ACORDO COM AS EXIGÊNCIAS DA ENTIDADE NO PROCESSO DE DEFINIÇÃO DO DESTINO, SERÁ DESENVOLVIDA A ESTRATÉGIA DE CAPTAÇÃO.
CABERÁ A CADA UM DOS PARCEIROS ENVOLVIDOS A OBTENÇÃO DOS SEGUINTES ITENS:
CARTAS DE APOIO DE ÓRGÃOS PÚBLICOS DA ESFERA ESTADUAL E LOCAL RESPONSÁVEIS : CVBS E ÓRGÃOS DE TURISMO LOCAIS E ESTADUAIS.
CARTAS DE APOIO DE ENTIDADES LIGADAS À ÁREA DO EVENTO RESPONSÁVEL: ENTIDADE PROMOTORA.
INFORMAÇÕES GENÉRICAS E TURÍSTICAS SOBRE O ESTADO E MUNICÍPIO RESPONSÁVEL: ÓRGÃOS DE TURISMO LOCAIS E ESTADUAIS.
INFORMAÇÕES SOBRE A INFRA-ESTRUTURA FÍSICA E DE SERVIÇOS LOCAIS RESPONSÁVEIS: CVB OU ORGANIZADORA DE CONGRESSOS E EVENTOS.
PLANO DE VIABILIDADE FINANCEIRA, INCLUINDO ORÇAMENTO E PREVISÃO DE RECEITAS, PLANO DE COMERCIALIZAÇÃO E PLANTAS DE EXPOSIÇÃO, BLOQUEIO DO CENTRO DE EVENTOS.
RESPONSÁVEIS: ORGANIZADORA DE CONGRESSOS E EVENTOS E ENTIDADES CORRELATAS.
BLOQUEIO DE HOTELARIA RESPONSÁVEIS: OPERADORA OU AGÊNCIA DE TURISMO.
DETALHAMENTO DAS INFORMAÇÕES TÉCNICAS, DESCRIÇÃO DE FORMATO DE SALAS, APRESENTAÇÃO DE PLANTAS E DISCRIMINAÇÃO DE SERVIÇOS CORRELATOS, RESERVA E GARANTIA DE DATA – RESPONSÁVEL: CENTRO DE EVENTOS.
DESCRIÇÃO DE MALHA AÉREA, APLICAÇÃO DE DESCONTOS A PARA VIABILIZAÇÃO DE VIAGENS DA DEFESA DA CANDIDATURA, PROMOÇÃO DO EVENTO – RESPONSÁVEL: COMPANHIA AÉREA.
ELABORAÇÃO DE PACOTES TURÍSTICOS E SUGESTÃO DE OPÇÕES DE PRÉ E PÓS TOURS QUE TENHAM, PREFERENCIALMENTE, RELAÇÃO COM O TEMA DO EVENTO RESPONSÁVEL: OPERADORA OU AGÊNCIA DE TURISMO.
Caberá à EMBRATUR, de acordo com seus recursos orçamentários e/ou disponibilidade de prazo para viabilização:
ARTICULAÇÃO JUNTO AO GOVERNO FEDERAL PARA OBTENÇÃO DE CARTAS DE APOIO DE ÓRGÃOS FEDERAIS INTRÍNSECOS AO EVENTO;
POSSIBILIDADE DE ARTICULAÇÃO COM A EMBAIXADA BRASILEIRA E ESCRITÓRIOS BRASILEIROS DE TURISMO NO PAÍS ONDE ACONTECERÁ A CAPTAÇÃO PARA SENSIBILIZAÇÃO JUNTO AOS PÚBLICOS DE INTERESSE;
PRESTAR APOIO TÉCNICO NA MONTAGEM E/OU PRODUÇÃO DOS DOSSIÊS DE CANDIDATURA DO BRASIL COM INFORMAÇÕES ADICIONAIS (BIDDING BOOK);
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DISPONIBILIZAR MATERIAL PROMOCIONAL SOBRE O BRASIL COMO DESTINO TURÍSTICO;
PRODUZIR MATERIAL DE DIVULGAÇÃO SOBRE O DESTINO (SHELL FOLDER, SHELL CARTAZ, BANNER, E-MAIL MARKETING PERSONALIZADO);
ARTICULAR COM AS ENTIDADES DE CLASSE, ÓRGÃOS OFICIAIS DE TURISMO E CONVENTION & VISITORS BUREAUX PARA OTIMIZAR AS VISITAS DE INSPEÇÕES;
VERIFICAR A POSSIBILIDADE DE PRESENÇA DE REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO DO TURISMO/EMBRATUR À DEFESA DA CANDIDATURA E/OU DA VISITA DE INSPEÇÃO, DEMONSTRANDO O APOIO DO GOVERNO FEDERAL À REALIZAÇÃO DO EVENTO NO BRASIL.
3.6 ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO E AS ATRIBUIÇÕES DA EMBRATUR
APÓS A EFETIVA CAPTAÇÃO DO EVENTO, SUGERE-SE A REALIZAÇÃO DE AÇÕES PROMOCIONAIS COM OBJETIVO DE AMPLIAR O POTENCIAL DE GERAÇÃO DE NEGÓCIOS DO MESMO, ESTIMULANDO O AUMENTO DE PARTICIPANTES E DE SUA PERMANÊNCIA NO DESTINO. NESSE SENTIDO, É IMPORTANTE, POR EXEMPLO, A INCLUSÃO DE PACOTES TURÍSTICOS A SEREM REALIZADOS ANTES E APÓS O EVENTO EM SUA PROGRAMAÇÃO DE VIAGEM.
SÃO AS SEGUINTES AÇÕES PROMOCIONAIS QUE PODERÃO SER ARTICULADAS PELA EMBRATUR, PARCEIROS E A ENTIDADE PROMOTORA DO EVENTO:
DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAL PROMOCIONAL DO BRASIL, DO ESTADO E DA CIDADE-SEDE PREFERENCIALMENTE NAS EDIÇÕES ANTERIORES DO REFERIDO EVENTO. EVENTUALMENTE, PODERÃO SER ESTUDADAS POSSIBILIDADES DE DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAL NOS EVENTOS RELACIONADOS AO TEMA E/OU QUE TENHAM COMO PARTICIPANTES O MESMO PÚBLICO ALVO E/OU DE INTERESSE;
ENVIO DE MATERIAL PROMOCIONAL VIRTUAL AO MAILLING DOS POTENCIAIS E EFETIVOS PARTICIPANTES DO EVENTO;
POSSIBILIDADE DE ARTICULAÇÃO COM AS EMBAIXADAS BRASILEIRAS E ESCRITÓRIOS BRASILEIROS DE TURISMO NO PAÍS ONDE ACONTECERÁ A PROMOÇÃO PARA SENSIBILIZAÇÃO LOCAL;
DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAL PROMOCIONAL DIFERENCIADO E BRINDES À DIRETORIA DA ENTIDADE PROMOTORA, VISANDO O EFEITO MULTIPLICADOR DA DIVULGAÇÃO DA IMAGEM DO BRASIL;
POSSIBILIDADE DE ORGANIZAÇÃO DE VISITAS DE INSPEÇÃO PROMOCIONAIS (PÓS- CAPTAÇÃO);
POSSIBILIDADE DE INSTALAÇÃO DE STAND INSTITUCIONAL DO EVENTO NA EDIÇÃO IMEDIATAMENTE ANTERIOR À EDIÇÃO BRASILEIRA;
APRESENTAÇÃO DE VÍDEOS E APRESENTAÇÃO EM POWER-POINT DE IMAGENS DO BRASIL E DO DESTINO DURANTE AS ATIVIDADES TÉCNICAS E A PROGRAMAÇÃO DA EDIÇÃO ANTERIOR À BRASILEIRA;
Produção de materiais sobre o evento (shell folder, shell cartaz, banner).
O apoio da EMBRATUR está condicionado à disponibilidade orçamentária e, também, aos prazos necessários para a implementação das ações.
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3.7 - CELEBRAÇÃO DE CONVÊNIOS PARA APOIO À CAPTAÇÃO E À PROMOÇÃO
A EMBRATUR disponibiliza recursos financeiros para a implementação de ações de captação e
de promoção, que são viabilizados por meio da celebração de convênios com as entidades promotoras.
O valor limite para a solicitação de recursos é de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) para
eventos com até 1.000 participantes e de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais) para eventos com mais
de 1.000 participantes. Ressaltamos que para celebração dos mesmos, faz-se necessário a contrapartida
por parte do proponente de um mínimo de 10% do valor total a ser concedido pela EMBRATUR.
A análise da respectiva solicitação - Projeto Básico (Anexo 3) e Plano de Trabalho (Anexo 4) é
realizada pela equipe técnica da Gerência de Eventos da EMBRATUR que, de acordo com a
disponibilidade orçamentária, compatibilidade de prazo para que o convênio seja firmado (mínimo
de 60 dias que antecede a realização da ação) e se a documentação solicitada está completa avalia
também se as ações propostas estão compatíveis com as previstas na legislação vigente.
As ações passíveis de serem inseridas num convênio são as seguintes:
Locação de espaço;
ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS BRASILEIROS PARA DELEGADOS OU DIRETORIA DA ENTIDADE PROMOTORA, COQUETÉIS COM APRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS E DEGUSTAÇÃO DE PRODUTOS TÍPICOS BRASILEIROS;
Contratação de empresa montadora de eventos;
Contratação de serviços de terceiros/pessoa física (palestrantes, recepcionistas, mestre de cerimônia, fotógrafo, outros);
Organização, realização ou participação em Road-Shows;
Organização e realização de Fam-Tours;
Contratação de shows (musical, dança, cultural);
Contratação de exposições (fotos, pinturas, etc.);
Contratação de empresa de transporte /carga aérea (somente para material promocional);
Locação de equipamentos (computadores, áudio-visual, data show, telão, TV, som, tradução simultânea, etc.);
Passagens aéreas (classe econômica), diárias, traslado, alimentação e hospedagem (Para no máximo dois participantes, obrigatoriamente da entidade ou convention bureau pertinentes)
Produção de material promocional e de divulgação do evento (folder, cartazes, brindes, DVD, site, etc.).
Não será permitido nos convênios:
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Montagem de stand próprio do conveniente nas feiras em que exista stand da EMBRATUR;
Utilização de recursos para pagamento de espaço em stand da EMBRATUR nos eventos
Pagamento somente de passagens aéreas e hospedagem
Pagamento, a qualquer título, a militar ou a servidor público, da ativa, ou a empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, por serviços de consultoria ou assistência técnica e/ou pagamento de diárias e passagens.
Finalmente, a aprovação do convênio será realizada após análise dos documentos (ANEXO 5)
por parte das demais unidades da EMBRATUR responsáveis pela verificação quanto a observância dos
requisitos para formalização do referido instrumento entre as partes (EMBRATUR e entidades).
A solicitação dos recursos, por meio de convênio, deverá obedecer aos seguintes procedimentos:
a) Convênios para Captação
Após análise e aprovação da ficha de captação preenchida com a solicitação de apoio financeiro,
será feito o seguinte procedimento:
Encaminhamento pela entidade do Projeto Básico, do Plano de Trabalho e de Ofício dirigido à Presidente da EMBRATUR – Senhora Jeanine Pires oficializando a solicitação, assinado por representante legal da entidade proponente. Também deverá ser encaminhada a documentação necessária à celebração de convênio (ANEXO 5);
EMBRATUR faz a análise da documentação e das certidões da Entidade;
Aprovação do convênio;
Empenho do valor a ser concedido;
Prestação de contas por parte da entidade proponente.
b) Convênios para Promoção:
Visando otimizar a promoção dos eventos internacionais a EMBRATUR firmou em 2004, um Acordo de Cooperação Técnica com a Associação Brasileira de Organizadoras de Eventos – ABEOC NACIONAL tendo por objeto o apoio à divulgação e promoção no exterior de eventos internacionais itinerantes com edição já confirmada para o Brasil.
PROCEDIMENTOS PARA O ENVIO DE PROJETOS:
Preparação do projeto básico e do plano de trabalho pela entidade proponente (sob orientação do organizador de eventos associado à ABEOC ou pelo próprio CVB, quando este for a Entidade Proponente);
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Organizador de Eventos Associado à ABEOC ou o CVB encaminha à ABEOC NACIONAL o Projeto Básico, o Plano de Trabalho e Ofício dirigido à Presidente da EMBRATUR – Senhora Jeanine Pires, assinado por representante legal da entidade proponente;
Avaliação pela ABEOC NACIONAL do potencial de geração de negócios do evento;
Encaminhamento pela ABEOC à EMBRATUR do ofício com a definição do resultado, ofício da entidade proponente, projeto básico e plano de trabalho;
Entidade proponente envia as certidões necessárias para a EMBRATUR (ANEXO 4);
EMBRATUR faz a análise da documentação e das certidões da Entidade;
Aprovação do convênio;
Empenho do valor a ser concedido;
Prestação de contas por parte da entidade proponente.
Para tanto, foram definidas as atribuições dos parceiros envolvidos na ação:
1. Entidade proponente (associação, sociedade, organização não governamental sem fins lucrativos). A documentação a ser incorporada no Plano de Trabalho deverá ser da entidade, celebradora do convênio. Ex. Sociedade Brasileira de Cardiologia, Instituto dos Arquitetos do Brasil, Convention & Visitors Bureau da cidade sede do evento.
2. Empresa organizadora do evento, será a monitora da elaboração e do acompanhamento do projeto e ainda a intermediadora do envio do projeto à ABEOC NACIONAL.
3. ABEOC NACIONAL, receptora e analisadora do potencial de geração de negócios do projeto e encaminhadora do mesmo para a EMBRATUR;
4. EMBRATUR, receptora final do projeto, definidora da verba e celebradora do convênio com a entidade proponente.
ENDEREÇO PARA ENVIO DOS PROJETOS
ABEOC - Associação Brasileira de Empresas de Eventos
A/C.: Senhora Taís Boturão
Rua Teixeira da Silva, 660 - 10º andar - conj. 101 - Paraíso - 04002-033 - São Paulo - SP - Brasil
Telefones: (11) 3887-3743 / 3887-4397 - Fax: (11) 3884-4894
3.8. APOIO À REALIZAÇÃO DO EVENTO
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O objetivo desta ação é promover a imagem institucional do Brasil junto ao público presente ao evento, de modo a incrementar o potencial do país enquanto destino turístico. Além de divulgar os atrativos e a oferta, visa estimular a visitação de roteiros integrados à programação pré e pós evento.
São ações que não demandam recursos financeiros e poderão ser viabilizadas pela EMBRATUR, contemplando os seguintes itens:
E-mail marketing personalizado;
Material promocional sobre o Brasil;
Produção de material de divulgação (shell folder, shell letter, banner);
Apoio Institucional.
3.9 APOIO A PROJETOS POR MEIO DE VERBA DESCENTRALIZADA
O Ministério do Turismo e a EMBRATUR, a partir do planejamento consolidado na Política Nacional do Turismo, descentralizam as ações e orientam que as demandas dos estados e municípios sejam encaminhadas aos Fóruns Estaduais de Turismo implantados em todas as unidades federativas.
Desta forma, os recursos financeiros disponíveis tanto no Ministério do Turismo como na EMBRATUR para promoção nacional e internacional, respectivamente, são disponibilizados aos fóruns Estaduais para que estes órgãos, representantes da iniciativa privada e do poder público estadual, definam seus pleitos prioritários. Estes pleitos, por sua vez, são encaminhados de forma direta pelos Fóruns, devidamente chancelados, ao Ministério do Turismo (eventos nacionais) ou a EMBRATUR (eventos internacionais) que os analisa tecnicamente e então realiza o repasse do recurso.
Sintetizamos a seguir, as etapas necessárias para o encaminhamento de projetos de eventos nacionais e internacionais.
Encaminhamento do projeto para o Fórum Estadual de Turismo do Estado no qual se realiza o evento. Este órgão analisa o projeto, aprova o mérito, com respectiva definição de valores;
O Fórum chancela o projeto e envia para o Ministério do Turismo ou para a EMBRATUR o Plano de Trabalho, juntamente como ofício de formalização do pleito para o Ministério do Turismo ou para a presidente da EMBRATUR, e a ata da reunião que aprovou o projeto com a respectiva lista de presença.
Os projetos são analisados pelos seguintes departamentos:
Ministério do Turismo – Secretaria de Políticas do Turismo – Departamento de Marketing: no caso de eventos nacionais
EMBRATUR – Diretoria de Turismo Negócios e Eventos – Gerência de Turismo de Eventos: no caso de eventos internacionais.
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O recurso é liberado conforme disponibilidade ou um crédito do valor aprovado é aberto em nome do projeto junto a agência de publicidade e propaganda licitada pelas respectivas instituições.
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