7/25/2019 Texto Dissertao 14-09-15
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CENTRO DE CINCIAS HUMANAS E SOCIAIS
PROGRAMA DE PS-GRADUAO - MESTRADO EM ESTUDOS DELINGUAGENS
JANIR RODRIGUES DA SILVA
O BRUTALISMO PAULISTA DO CENTRO DE CONVENES RUBENS GIL DECAMILLO: UMA PROPOSTA DE LEITURA PELA SEMITICA DE C. S. PEIRCE
CAMPO GRANDE - MSJULHO - 20!
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JANIR RODRIGUES DA SILVA
O BRUTALISMO PAULISTA DO CENTRO DE CONVENES RUBENS GIL DECAMILLO: UMA PROPOSTA DE LEITURA PELA SEMITICA DE C. S. PEIRCE
Texto apresentado para a banca de defesa dadissertao ao Programa de Ps-Graduao -Mestrado em Estudos de Linguagens, daUniversidade edera! de Mato Grosso do "u!#
$rea de %oncentrao& Lingu'stica e "emitica
(rientadora& Prof#) *r#) E!ui+a orto!otto Gi++i#
C"#$% G&"'() - MSJ*+,% - 20!
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O BRUTALISMO PAULISTA DO CENTRO DE CONVENES RUBENS GIL DECAMILLO: UMA PROPOSTA DE LEITURA PELA SEMITICA DE C. S. PEIRCE
Texto apresentado para a banca de defesa da dissertaoao Programa de Ps-Graduao - Mestrado em Estudosde Linguagens, da Universidade edera! de Mato Grossodo "u!#
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RESUMO
/ teoria dos signos de %ar!es "anders Peirce 69:;!ise semitica, podemos reconecer a
importCncia do intArprete na produo de significado, pois os interpretantes !gicos
dos signos atua!i+am o poder significativo desses signos por meio da inf!uBncia,
tambAm, do repertrio do intArprete# 0ossa proposta com esta pes?uisa foi exp!orar
as possibi!idades de uso da teoria, D medida ?ue e!a se oferece como uma
metodo!ogia de an>!ise s'gnica, na !eitura do signo ar?uitet@nico, co!aborando assim
com outros estudos para demonstrar ?ue a semitica de Peirce pode ser vista como
um mode!o gera! pe!o ?ua! podemos dar os primeiros passos na investigao de um
obeto# ( obetivo, o estudo da fi!iao do edif'cio do %entro de %onvenFes 2ubens
Gi! de %ami!!o, em %ampo Grande-M", ao bruta!ismo pau!ista# Para cumpri-!o,
propomos uma estratAgia de !eitura e interpretao ?ue faa uso da c!assificao
dos signos desenvo!vida por %# "# Peirce# / re!ao evo!utiva entre os tipos de
signos orienta uma metodo!ogia de interpretao do6s7 signo6s7 ar?uitet@nico6s7
presentes nessa obra, ?ue vai considerar desde as nuances ?ua!itativas atA suas
re!aFes simb!icas# %om base ne!as, esperamos amp!iar o conecimento das
singu!aridades desse edif'cio, assim como nos aprofundar no estudo da evo!uo e
atua!i+ao dos tipos de signo#
P"+"&"-/,")& signo signo ar?uitet@nico interpretao semiose#
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ABSTRACT
Te teorH of signs of %ar!es "anders Peirce 69:;
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A Angiras veio uma vez Sounaka, o famoso chefe de famlia, e perguntou respeitosamente:Caro senhor, o que aquilo pelo qual tudo o mais conhecido?
Aqueles que conhecem rahman, respondeu Angiras, dizem que h! duas formas deconhecimento, o elevado e o inferior"
# inferior o conhecimento dos $edas %"""&, e tam'm o da fontica, dos cerimoniais, dagram!tica, da etimologia, mtrica e astronomia"
# elevado o conhecimento pelo qual uma pessoa conhece o imut!vel" Atravs dele totalmente revelado para o s!'io aquilo que transcende os sentidos, que sem causa, que
n(o tem nem olhos nem ouvidos, nem m(os nem ps, que permeia tudo, mais sutil do que omais sutil ) a fonte eterna de tudo"*
+undaka panishad
-odo homem tem uma identidade que transcende em muito o mero animal ) uma ess.ncia,um significado, por mais sutil que possa ser" /le n(o pode conhecer a sua pr0pria
significa1(o essencial2 de seu olho o olhar"*
34eirce, 5675, p" 869
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SUM3RIO
10T2(*UN(##############################################################################################################9
9 %/POTUL(##################################################################################################################9#9 "emitica& breve re!ato istrico, termino!ogia e abordagens################################
9#9#Q "emitica da ar?uitetura######################################################################################rios, > ?ue A
inf!uenciado pe!a experiBncia destes# Podemos conceber a interpretao do signo
ar?uitet@nico, portanto, como um processo dia!gico entre, de um !ado, o edif'cio
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;
inf!uenciado pe!os dados iniciais do ar?uiteto e, de outro, a apreenso destes pe!as
pessoas#
( traba!o fundamenta-se na semitica de %ar!es "anders Peirce,buscando desenvo!ver a ap!icao de sua c!assificao dos signos D ar?uitetura#
Para tanto, buscamos investigar como o sentido !gico envo!vido nas tricotomias
pode nos audar a aprofundar a descrio e a interpretao de edif'cios
ar?uitet@nicos# 0o entanto, no deixaremos de estar atentos ao desenvo!vimento da
semitica como um todo, exp!orando conceitos ?ue seam re!evantes em teorias
a!Am da?ue!a mencionada, assim como nos va!endo de conceitos da istria da
ar?uitetura e da arte#
0um primeiro cap'tu!o, abordamos a semitica em seu aspecto istrico,
termino!gico e tem>tico, com Bnfase na semitica da ar?uitetura, exp!orando as
teorias de signos propostas por diferentes semioticistas# Estudamos o crescente
interesse pe!o seu estudo a partir da dAcada de 9
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da istoriografia do modernismo, desde seu in'cio atA a esco!a bruta!ista pau!ista,
inc!uindo temas vincu!ando essa tendBncia com a ar?uitetura su!-mato-grossense#
0um ?uarto cap'tu!o, procedemos D !eitura e interpretao do %entro de%onvenFes 2ubens Gi! de %ami!!o e sua fi!iao com o bruta!ismo pau!ista, ?uando
usamos a metodo!ogia e!aborada no cap'tu!o anterior# Traba!amos com
informaFes encontradas no prprio edif'cio ou ?ue foram tornadas p\b!icas# /ssim,
a an>!ise centra-se no obeto em si, suas pecu!iaridades e simi!itudes com outras
obras de ar?uitetura#
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CAP4TULO
/ proposta deste cap'tu!o A dar um panorama gera! da semitica, inc!uindo
um breve re!ato das suas origens istricas, assim como da?ue!es prob!emas gerais
?ue mo!daram o seu desenvo!vimento# /!Am disso, adentramos no campo espec'fico
da semitica da ar?uitetura, como um campo de pes?uisa interessado no processo
de significao dos edif'cios#
. S)#5675/": 8&)) &)+"7% ,576&5/%9 7)'%+%5" ) "8%&(")'
( obetivo de definir a semitica en?uanto um campo do conecimento
aut@nomo est> na agenda de v>rios estudiosos, especia!mente a partir da segunda
metade do sAcu!o W1W, como esc!arece 0]t 69tico, pois a!guns pes?uisadores preferem definiFes mais
espec'ficas, ou de!imitadas# /!girdas Greimas 69
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R
caracter'stica eterogBnea no ?ue concerne ao seu campo de abrangBncia tem>tica#
Todorov 69 concorreram com o nome semitica, e entre e!e inc!uem-se
semato!ogia, semo!ogia e semasio!ogia 60XT5, QSS: 9
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?ue corresponderia D scientia de signis# *e acordo com 0]t 6QSS:7, o substantivo
semitica foi institu'do como termo correspondente aos estudos dos signos e da
significao na /ssociao 1nternaciona! dos Estudos "emiticos, em 9 sobre car>ter arbitr>rio do signo e da sua re!ao
com a coisa significada, se e!a A uma coisa existente no mundo rea! ou uma
construo menta! e ?ua! a re!ao do signo com o significante# 0]t 69 a
diferentes caracteri+aFes do signo e seus corre!atos, dependendo dos pontos de
vista de cada pensador# /ssim, a semitica ir> abarcar um grande n\mero de
proposiFes ?ue Ds ve+es parecem irreconci!i>veis, mas ?ue guardam entre si
seme!anas essenciais#
Entre as diferenas not>veis no desenvo!vimento do campo da semitica,
destaca-se uma diviso entre os partid>rios de duas ideias de signo& uma di>dica e
outra tri>dica, como representado de maneira exemp!ar pe!as obras de erdinand de
"aussure 69:-9
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genu'nos so baseados no conceito de mediao, com um terceiro corre!ato
re!acionado com um primeiro via um segundo 60XT5, 9
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rios#
/ associao do conceito de !inguagem D ar?uitetura A bastante usua!#
comum, pois, encontrar tanto nos meios acadBmicos ?uanto profissionais a
designao da ar?uitetura como uma !inguagem, ou mesmo o uso de termos como
met>fora, sintaxe ou semCntica para designar conceitos ar?uitet@nicos# "ummerson
6QS9=7 descreve amp!amente o Yvocabu!>rioZ, as regras da Ygram>ticaZ e o YdiscursoZ
da !inguagem c!>ssica da ar?uitetura# 0o entanto, essa ana!ogia A apenas
superficia!, metafrica, pois no compreende a ar?uitetura como um signo nem
busca investigar o sistema de significao de modo sistem>tico# Por conseguinte,
uma investigao mais metdica somente ser> poss've! com o desenvo!vimento e
especia!i+ao dos conecimentos da semitica, inf!uenciada pe!as teorias do
estrutura!ismo ?ue iro aproximar-se da ar?uitetura como um texto 60XT5, 9
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69 imp!'cita ?uando > referBncia a per'odos istricos ou a!usFes a outros
edif'cios por fim, a fun1(o referencialestaria re!acionada D sua contextua!i+ao ou
propsito imediato# (utro mode!o ?ue 0]t 69
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9;
/ssim como Eco 6apud 0XT5, 9
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9=
como uma maneira de ana!isar e proetar a ar?uitetura, o campo semCntico no
pode ser exc!u'do por comp!eto# da opinio desse autor ?ue as regras sint>ticas
so evidentes e importantes para a an>!ise das YestruturasZ b>sicas da ar?uitetura,
mas ?ue Yos ?ue estudam a sintaxe pe!a sintaxe, em detrimento das dimensFes
semCnticas, acabam se expondo aos mesmos insucessos dos funciona!istasZ
62(/*E0T, QSSR, p# 9Q7#
( estudo das re!aFes entre significado e significante, termos primariamente
adotados por erdinand de "aussure, representam a base do estudo da semCntica
?ue roadbent 6QSSR7 pretende empreender# 0essa >rea, estudam-se as diversas
maneiras pe!as ?uais uma coisa pode ser significada, compreendendo, nesse caso,
as possibi!idades de significao dos e!ementos ar?uitet@nicos e o edif'cio como um
todo, assim como exp!orar as diversas camadas semCnticas do signo#
( mode!o tri>dico de signos e as tipo!ogias s'gnicas descritas por %ar!es
"anders Peirce tambAm foram amp!amente uti!i+adas nos estudos do signo
ar?uitet@nico 60XT5, 9tica e da teoria da ar?uitetura, a ap!icao dos conceitos da
semitica > foi um tema controverso# roadbent 6QSSR7 observa ?ue aird foi um
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dos pioneiros na ap!icao da teoria dos signos D cr'tica de ar?uitetura, na dAcada
de RS do sAcu!o WW# /?ue!e autor vem a afirmar ?ue as primeiras an>!ises
receberam cr'ticas ostis, principa!mente por parte de 2eHner anam 69tica na ar?uitetura, os edif'cios remanescentes so Ymagn'ficos s'mbo!osZ de sua
Apoca, Yo ?ue no cega a ser surpreendenteZ, di+ o autor, Ypois goste-se ou no,todos os edif'cios simbo!i+am ou, pe!o menos, so portadores de significadosZ
62(/*E0T, QSSR, p#9==7#
Por sua ve+, ao discutir uma abordagem da semitica en?uanto ferramenta
de an>!ise no campo do proeto do ambiente constru'do, 2apoport 69!ise A a
grande profuso de termos tAcnicos e teorias ?ue o ar?uiteto ou p!aneador tem ?ue
compreender para fa+er uso proveitoso do mAtodo semitico# 0essa mesma !ina de
discusso, roadbent 6QSSR7 acredita ?ue os ar?uitetos ?ue pretendem traba!ar
com o tema no precisam dominar uma infinidade de termos, como ?uer 2apoport
69 de acordo ?ue ser> preciso dominar uma gama de termos tAcnicos
espec'ficos, assim como no se comanda um canteiro de obra sem a!guns termos
especia!i+ados#
Portanto, observamos ?ue a semitica da ar?uitetura tem sido uti!i+ada tantocomo um mAtodo descritivo e interpretativo dos signos e do significado, ?uanto como
uma ferramenta auxi!iar de proeto# Ta!ve+ ta! caracter'stica ref!ita a definio da
semitica como uma meta!inguagem, provida de autocr'tica, pois o ?ue ocorre na
ar?uitetura A exatamente o uso da semitica como mecanismo de abordagem do
proeto en?uanto suas camadas de significado, e tambAm, como forma de investigar,
criticar e ref!etir sobre os signos ar?uitet@nicos#
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uando o conte\do simb!ico da ar?uitetura A mais proeminente, a an>!ise
da !inguagem visua! da ar?uitetura pode ser instrumento de decodificao das
mensagens ?ue usam da forma constru'da como seu ve'cu!o# Ta! aspecto A bastante
aparente nos edif'cios de cuno re!igioso, por exemp!o, ?ue fa+em amp!o uso desse
artif'cio 62/M4, QS9;7# *a mesma maneira, as tendBncias estAticas tendem a criar
um discurso e uma !inguagem ?ue expressam determinadas ideo!ogias 6/1"M/0,
9
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maior parte da sua produo foi difundida atravAs de pa!estras, a!Am da pub!icao
de artigos em revistas# ( seu temperamento irasc've! teria !e rendido a!gumas
inimi+ades e preudicado a exposio de seu pensamento a um p\b!ico maior#
*estarte seu grande entusiasmo pe!a pes?uisa cient'fica, e!e no manteve nenuma
cadeira oficia! como professor na universidade, ganando a vida como funcion>rio
p\b!ico na "S" Coast Surve
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?ue o pensador americano teria aprofundado a sua definio de pragmatismo, a
corrente fi!osfica pe!a ?ua! Peirce A mais conecido#/ terceira fase, correspondente ao per'odo de 9:tica especu!ativa, !gica cr'tica e retrica especu!ativa tambAm
so acontecimentos desse per'odo#0a ?uarta fase, entre os anos de 9
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9)'%#)'%+%5"
/ semitica de Peirce est> inserida no Cmbito da?ui!o ?ue e!e camou de
YciBncias normativasZ, a saber& a estAtica, a Atica e a !gica 6ou semitica7# "antae!!a
6QSSQ, p# Q7 esc!arece ?ue essas discip!inas so camadas de normativas Ypor?ue
e!as tBm por funo estudar ideais, va!ores e normasZ#/ !gica, para Peirce 6QS9Q, p# =7, tem o mesmo sentido ?ue semitica, pois
e!e afirma ?ue, Yem seu sentido gera!, a !gica A _###` apenas outro nome para
semitica, a ?uase-necess>ria, ou forma! doutrina dos signosZ# "antae!!a 69tico, podemos cegar a conc!usFes
sobre o ?ue seriaverdadeiro a respeito dos signos em todos os casosZ# 0o entanto,
ta! operao deve ser procedida dentro de um sistema rigoroso de an>!ise, ?ue A
a?ui!o ?ue o autor cama de inte!igBncia cient'fica# 0esse sentido, Peirce deixa
entender ?ue o estudo dos signos, por ser um meio forma!, necessita de um
pensamento abstrato proetivo, e ?ue o estudo dos tipos de signos deve estabe!ecer
regras de associao entre as tipo!ogias s'gnicas de maneira ?ue um conecimento
de!as possa advir# / semitica peirciana A, pois, o estudo do pensamento !gico, das
normas ?ue regem o racioc'nio correto e propFe um mAtodo cient'fico ?ue busca
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desve!ar o modo como as ideias se encaminam para expressar-se c!aramente
6"/0T/ELL/, 9
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sentirZ e se torna poss've! na?ue!es momentos ?uando a Y?ua!idade do sentirZ, da
autoconsciBncia, aparece como !ampeos iso!ados em primeiro p!ano da ateno&
( mundo seria redu+ido a uma ?ua!idade de sentimento no ana!isado#5averia, a?ui, uma tota! ausBncia de binariedade# 0o posso cam>-!a de
unidade, pois mesmo a unidade supFe a p!ura!idade# Posso denominar a
sua forma de Primeiridade, (riBncia ou (rigina!idade# "eria a!go que
aquilo que sem refer.ncia a qualquer outra coisa dentro de!e, ou fora de!e,
independentemente de fora e de toda ra+o# 6PE12%E, QS9Q, p# Q=, grifo do
autor7#
/ secundidade refere-se D re!ao de um primeiro com um segundo e tem
caracter'sticas como ao e reao, dua!idade, conf!ito e dependBncia# Essacategoria A a?ue!a da individua!idade, pois a?ui a consciBncia individua! emerge,
resu!tado do contraste com o mundo externo# /!Am disso, e!a est> re!acionada com o
tempo passado e a memria ?ue age atravAs da Yfora brutaZ, determinando a ao
presente, pois o pretArito compe!e o presente no sentido da ao reativa# / fora
bruta, de acordo com Peirce, age na secundidade e supFe um obeto com tendBncia
a mudar o outro, pois a re!ao A de atrito entre os dois, sem, porAm, existir um
terceiro, um e!emento mediador& Ya binariedade A uma das minas categoriasZ, nosdi+ Peirce 6QS9Q, p# Q;7#
/ terceiridade refere-se D mediao, continuidade, crescimento, inte!igBncia
e comp!exificao# En?uanto ?ue a secundidade re!aciona-se com o passado, a
terceiridade re!aciona-se com o futuro# Peirce 6QS9Q, p# Q7 conc!ama ?ue embora o
passado determine o presente diretamente, o futuro precisa de um e!emento
mediador, o conecimento# 0esse sentido, a terceiridade exige o Yconecimento das
!eis da nature+aZ ?ue YA an>!ogo ao conecimento do futuro, na medida em ?ue no> nenum modo direto pe!o ?ua! as !eis se tornam por ns conecidasZ# Portanto,
en?uanto a primeiridade A definida pe!a experiBncia do sentimento puro, e na
secundidade > uma re!ao entre pares, uma consciBncia de a!teridade, na
terceiridade o mundo existe atravAs da mediao de uma mente& Ya trip!icidade
inte!ectua!, ou Mediao, A mina terceira categoriaZ 6PE12%E, QS9Q, p# Q7#
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/s categorias fenomeno!gicas so o fundamento para a noo de signo
tri>dico e para as diferentes c!assificaFes do signo propostas por Peirce#
.2.2 A (55?) (" )#5675/"
%omo exp!icitamos anteriormente, Peirce desenvo!veu a sua teoria semitica
no decorrer de v>rios anos, constantemente revendo conceitos e aprofundando-os#
/!Am disso, cabe mencionar ?ue, do modo como foi e!aborada, a semitica peirciana
A composta por trBs partes& a gram>tica especu!ativa, a !gica cr'tica e a retrica
especu!ativa, ou metodButica, re!acionadas Ds categorias fenomeno!gicas#
na primeira diviso da semitica, a gram>tica especu!ativa, ?ueencontramos as c!assificaFes dos signos e suas propriedades# %onforme os
escritos de Peirce 6QS9Q, p# Qreas da semitica de modo apenas a esc!arecer a!guns
princ'pios#
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Q;
. 2. @ O 5'% ) )* /%&&)+"7%
( pensamento de %# "# Peirce a respeito da definio de signo parece
ref!etir uma tendBncia ?ue e!e tentou exp!icitar dentro do seu prprio sistemasemitico& a de ?ue os signos crescem e se comp!exificam, Ysignos ustapondo-se a
signosZ 6PE12%E, QS9Q, p# Qdico# /?ui, apresentamos trBs definiFes do signo informadas
por Peirce&
Um signo, ou represent>men, A a?ui!o ?ue, sob certo aspecto ou modo,
representa a!go para a!guAm, isto A, cria, na mente dessa pessoa, um signo
e?uiva!ente, ou ta!ve+ um signo mais desenvo!vido# /o signo assim criado
denomino interpretante do primeiro signo# ( signo representa a!guma coisa,
seu o'eto" 2epresenta esse obeto no em todos os seus aspectos, mas
com referBncia a um tipo de ideia ?ue eu, por ve+es, denominei fundamento
do representCmen# 6PE12%E, QS9Q, p#=R, grifo do autor7#
Um signo pode ser definido tambAm destacando o aspecto cont'nuo da
semiose# /ssim, um signo A&
ua!?uer coisa ?ue condu+ a!guma outra coisa 6seu interpretante7 a referir-
se a um obeto ao ?ua! e!a mesma se refere 6seu o'eto7, de modo idBntico,
transformando-se o interpretante, por sua ve+, em signo, e assimsucessivamente ad infinitum# 6PE12%E, QS9Q, p# =, grifo do autor7#
(utras ve+es o car>ter da determinao da interpretao pe!o signo A
exp!icitado&
Um "igno A um %ognosc've! ?ue, por um !ado, A determinado 6i"e",
especia!i+ado, 'estimmt7 por a!go que n(o ele mesmo, denominado de seu
(beto, en?uanto ?ue por outro !ado, determina a!guma Mente concreta ou
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Q=
potencia!, determinao esta ?ue denomino de 1nterpretante criado pe!o
"igno, de ta! forma ?ue essa Mente 1nterpretante A assim determinada
mediatamente pe!o (beto# 6PE12%E, QS9Q, p# 9RS, grifo do autor7#
*as re!aFes estabe!ecidas entre o signo, o obeto e o interpretante, Peirce
postu!ou, a princ'pio, trBs tricotomias, expandindo-as depois para de+ tricotomias
6PE12%E, 9 para singu!ar, YA uma coisa ou
evento existente e rea! ?ue A um signoZ# ( !egissigno YA uma !ei ?ue A um "ignoZ# *o
?ua!issigno ao !egissigno > um processo de envo!tura das caracter'sticas de umsigno em outro, pois um sinsigno possui ?ua!issignos e um !egissigno possui
aspectos de ?ua!issignos e de!e participam um ou mais sinsignos#"antae!!a 6QSSQ, p# 9Q, grifo nosso7 di+ ?ue Ype!a ?ua!idade, tudo pode ser
signo, pe!a existBncia, tudo signo, e pe!a !ei, tudo deve sersignoZ# Essa autora
afirma ?ue o fato de considerar ?ua!?uer manifestao da nature+a como um signo,
sea a ?ua!idade de uma cor, um rastro no co ou as pa!avras do a!fabeto, fa+ da
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semitica de Peirce um sistema abrangente, Yanti-raciona!ista, antiverba!ista e
radica!mente origina!Z 6"/0T/ELL/ QSSQ, p# 997#( signo denota um obeto# ( obeto A percept've!, ou apenas imagin>ve!, ou
atA inimagin>ve! em a!gum sentido# Esse \!timo caso ocorre com as pa!avras, comono caso da pa!avra estre!a, nos esc!arece Peirce 6QS9Q, p# =, grifo do autor7, pois
Yno A esta palavra em si mesma ?ue pode ser transposta para o pape! ou
pronunciada, mas um de seus aspectos*# *e forma sucinta, o signo representa o
obeto em um de seus aspectos, o ?ue por sua ve+ depender> a categoria da ?ua! o
fundamento do signo pertence# 0o entanto, nada impede ?ue o signo tena mais de
um obeto, embora por simp!ificao considera-se ?ue aa um apenas#( obeto dentro da tr'ade signo, obeto e interpretante , corresponde D
segunda categoria fenomeno!gica, assim, pois, representa a dua!idade, o contato
com o outro no mundo de causa e efeito# *essa forma, Peirce afirma aver um
obeto imediato, interno ao signo, e outro, o obeto dinCmico, fora do signo e
independente de suas determinaFes&uanto ao (beto, pode ser o (beto en?uanto conecido no "igno, e
portanto uma 1deia, ou pode ser o (beto ta! como A, independente de
?ua!?uer aspecto particu!ar seu, o (beto em re!aFes tais como seria
mostrado por um estudo definitivo e i!imitado# /o primeiro destes denomino
(beto 1mediato, ao \!timo, (beto *inCmico# 6PE12%E, QS9Q, p# 9RQ7#
0o entanto, o signo no tem a prerrogativa de desvendar o obeto pode
apenas represent>-!o ou referir-se a e!e em a!gum dos seus aspectos# Essa
exp!icao do obeto depende do intArprete e da vivBncia pessoa! ?ue d> abertura
para a interpretao# Tra+endo de vo!ta a ateno para o obeto, Peirce 6QS9Q, p# =7
afirma ?ue se o obeto e o signo so duas entidades distintas Ydeve aver, no
pensamento ou na expresso, a!guma exp!icao, argumento ou outro contexto ?ue
mostre como, segundo ?ue sistema ou por ?ua! ra+o, o "igno representa o (betoZ#
( signo e sua exp!icao, por sua ve+, se desdobram em outro signo, atA ?ue,
idea!mente, numa sucesso de signos, poderia se cegar ao \!timo onde se
encontraria toda a istria do desenvo!vimento da?ue!e primeiro signo#/ segunda tricotomia A o modo como o signo representa o obeto# /
tricotomia nascida da re!ao entre signo e obeto dinCmico A ta!ve+ a mais
conecida da semitica peirciana, a saber& 'cone, 'ndice e s'mbo!o# ( primeiro tipo
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QR
de signo dessa !ista, o 'cone, se refere ao Y(beto ?ue denota apenas em virtude de
seus caracteres prpriosZ# ( 'ndice A um tipo de signo ?ue se Yrefere ao (beto ?ue
denota em virtude de ser rea!mente afetado por esse (betoZ# ( s'mbo!o YA um signo
?ue se refere ao (beto ?ue denota em virtude de uma !ei, norma!mente uma
associao de ideias gerais#Z 6PE12%E, QS9Q, p# Q7#/s definiFes dos signos da segunda tricotomia dependem das propriedades
do signo em si 6?ua!idade, existente, !ei7, pois A a partir desses aspectos ?ue e!e
estabe!ece suas re!aFes com o obeto dinCmico ?ue e!e ir> sugerir, indicar ou
representar# *e um modo simp!ificado, podemos entender ?ue da re!ao do
?ua!issigno com seu obeto dinCmico, o signo ser> um 'cone da re!ao do sinsigno
com o obeto dinCmico, o signo ser> um 'ndice da re!ao do !egissigno com oobeto dinCmico, o signo ser> um s'mbo!o# 1sso se torna mais comp!exo ?uando
consideramos ?ue, uma ve+ ?ue um sinsigno contAm um ?ua!issigno 6> ?ue tem
uma aparBncia7, e!e pode tambAm funcionar como 'cone e, como um !egissigno
contAm tanto um ?ua!issigno ?uanto um sinsigno 6para ?ue e!e possa agir nos casos
particu!ares7 pode tambAm funcionar como um 'ndice ou como um 'cone#"antae!!a 69 factua!mente !igado#Z
6"/0T/ELL/ 9ssico A a re!ao entre fumaa e
fogo, o primeiro um 6signo7 'ndice do segundo# Por fim, o s'mbo!o nos remete a uma
re!ao onde o signo 6!egissigno7 e o obeto esto unidos por uma conveno, ou !ei#
(s inos nacionais ou o significado das pa!avras seriam exemp!os dessa categoria#(s s'mbo!os vo a!Am da apresentao de uma mera ?ua!idade, u!trapassam os
!imites das re!aFes de causa e efeito do 'ndice, abrangendo-os ao mesmo tempo&
Yda' ?ue os s'mbo!os seam signos tri>dicos genu'nos, pois produ+iro como
interpretante um outro tipo gera! ou interpretante em si, ?ue para ser interpretado,
exigir> um outro signo, e assim ad infinitumZ 6"/0T/ELL/, 9
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Q
( interpretante A o terceiro e!emento da tr'ade do signo e A assunto vita! na
semitica peirciana, pois esse e!emento A a?ue!e ?ue carrega o significado para
uma mente espec'fica# ( processo de significao torna-se comp!eto somente com a
ao desse terceiro e!emento# Em uma de suas definiFes do interpretante, Peirce
6QS9Q, p#9R97 assim o define&
( "igno cria a!go na Mente do 1ntArprete, a!go ?ue, pe!o fato de ser assim
criado pe!o signo, tambAm foi, de um modo mediato e re!ativo, criado pe!o
(beto do "igno, embora o (beto sea essencia!mente outro ?ue no o
"igno, e esta criao do signo A camada 1nterpretante#
"antae!!a 6QSSQ, p# Q;7 di+ ?ue o Yinterpretante A o efeito interpretativo ?ue o
signo produ+ em uma mente rea! ou meramente potencia!Z# En?uanto o n've! doobeto, ref!etindo seu aspecto dua!, se divide em dois termos, teremos trBs
interpretantes, ref!etindo o seu aspecto de terceiridade# Peirce 6QSS=, p#9R=7 afirma
?ue, do mesmo modo ?ue fi+emos com o obeto, devemos fa+er com o interpretante,
distinguindo entre um interpretante imediato e um interpretante dinCmico# /!Am
disso, devemos considerar o terceiro aspecto como sendo o interpretante fina!, ?ue
YA a?ui!o ?ue finalmente se decidiria ser a interpretao verdadeira se se
considerasse o assunto de um modo to profundo ?ue se pudesse cegar a umaopinio definitivaZ#
( interpretante imediato A interno ao signo, e remete ao seu potencia!
interpretativo, ainda ?ue em n've! abstrato, independente de uma interpretao,
como se tivesse em si o *0/ de determinadas possibi!idades interpretativas# (
interpretante dinCmico, nos informa "antae!!a 6QSSQ, p# Q=7, refere-se Yao efeito ?ue
o signo efetivamente produ+ em um intArprete# Tem-se a' a dimenso psico!gica do
intArpreteZ# E comp!ementa& Y_###` pois trata-se do efeito singu!ar ?ue o signo produ+
em cada intArprete particu!arZ# Por sua ve+, o interpretante dinCmico se apresenta
em trBs tipos, a saber& o interpretante dinCmico emociona!, o interpretante dinCmico
energAtico e o interpretante dinCmico !gico, ?ue correspondem Ds categorias de
primeiridade, secundidade e terceiridade, respectivamente#Por fim, o interpretante fina! Yse refere ao resu!tado interpretativo a ?ue todo
intArprete estaria destinado a cegar se os interpretantes dinCmicos do signo fossem
!evados atA o seu !imite \!timoZ 6"/0T/ELL/, QSSQ, p# QR7# *as re!aFes tri>dicas
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35/93
Q:
estabe!ecidas entre o representCmen e o interpretante fina!, ou sea, segundo os
efeitos ?ue o interpretante fina! est> apto a produ+ir no intArprete, isto A, na mente
interpretadora, temos mais trBs c!asses de signos, ?ue corresponde a ter de "igno# 6PE12%E, QS9Q, p# ;7
/ respeito do argumento, Peirce 6QS9Q, p# =7 assim escreve&
Um /rgumento sempre A entendido por seu 1nterpretante como fa+endo
parte de uma c!asse gera! de argumentos an>!ogos, c!asse essa ?ue, como
um todo, tende para a verdade# 1sto pode ocorrer de trBs modos, dando
origem D tricotomia de todos os argumentos simp!es em *eduFes,
1nduFes e /bduFes#
/ deduo A um interpretante ?ue fa+ parte de uma c!asse gera! de
argumentos an>!ogos cua tendBncia A se confirmar como verdadeiro# ( seu modo
de verificao A atravAs da construo de um diagrama onde as re!aFes
estabe!ecidas nas premissas so ana!isadas atravAs de e!aboraFes mentais, ?ue,
confirmando-se como verdadeiro num certo n\mero de casos an>!ogos, conc!ui-se
pe!a necess>ria, ou prov>ve!, verdade de tais re!aFes# 0a induo, o interpretante
no a representa como capa+ Yde proporcionar, a partir de premissas verdadeiras,
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Qveis, as ?uais, presume-se, devem !evar a conc!usFes
verdadeiras# / abduo A um mAtodo de formar ipteses a partir da constatao de
certas regu!aridades, sea por meio de seme!ana ou contiguidade# *e acordo com
Peirce 6QS9Q, p# RS7, Ya abduo A um mAtodo de formar uma predio gera! sem
nenuma certe+a positiva de ?ue e!a ir> se verificarZ# uma iptese adotada
provisoriamente em virtude da sua possibi!idade de verificao experimenta!#
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;S
2 CAP4TULO
/ funo deste cap'tu!o A estabe!ecer parCmetros para a ap!icao da teoria
exposta no cap'tu!o anterior# %omeamos pe!a abordagem do estudo das ideias de
teoria e ap!icao para, depois, adentrarmos o estudo de um roteiro de ap!icao
das tricotomias e da teoria dos interpretantes, o entendimento de pr>tica e ap!icao
en?uanto usadas na !eitura dos signos#
2. T)%&5" ) "$+5/"% (" )#5675/"
/ semitica de Peirce pode, em um primeiro momento, se mostrar bastante
forma!, com sua descrio pormenori+ada dos tipos de signos e suas re!aFes# 0o
entanto, no se deve considerar a c!assificao tipo!gica dos signos como o seu
\nico aspecto, pois o fim \!timo da semitica peirceana A a estruturao do
pensamento como via de acesso ao saber cient'fico 6PE12%E, QSS=7# %abe ressa!tar
?ue o camino para atingir ta! processo comea com a descrio dos tipos de
signos, ou sea, atravAs da e!aborao de um diagrama ?ue permite ?ue sea
montada uma espAcie de diagrama do signo em ?uesto# /ssim, no caso da
ar?uitetura, encontramos essa discriminao sendo feita por diversos autores, sendo
?ue, por ve+es o signo ar?uitet@nico A tomado como um todo e existe a tentativa de
situ>-!o dentro de uma tipo!ogia 6P1G0/T/21, QSS= "/0T/ELL/, 9ve! a ateno epistemo!gica ?ue nos fa+
ver com disponibi!idade de enxergar ou de estranarZ, afirma a autora# Essa
capacidade de apreender o signo na mente e ana!is>-!o de modo deta!ado, para
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;9
descobrir seus componentes m'nimos e u!gar uma possibi!idade !gica de semiose,
parece ser o ?ue Peirce 6QS9Q, p#=7 intenta ao escrever ?ue a semitica exige uma
Yobservao abstrativaZ, ?ue re?uer ?ue sea criado, na imaginao, um Ydiagrama
m'nimo, um esboo sum>rioZ#
/ ap!icao de conceitos da semitica de Peirce a obetos concretos, de
modo a ana!is>-!os ou interpret>-!os, ainda A causa de ?uestionamentos# /o indagar
sobre o conceito mesmo de ap!icao, e mais exatamente sobre a especificidade da
semitica ap!icada, Gi++i 6QSS=7 afirma ?ue, pe!o menos em certo sentido, uma
ap!icao confirma ?ue > uma semitica gera! ?ue A co!ocada em pr>tica sobre
a!gum assunto concreto# 0o entanto, o obeto de ap!icao tambAm inf!ui nesse ato,
pois e!e somente A Yconecimento de fato ?uando representado ;Z# E como o obeto
6o representado7 A anterior ao processo de significao, Ya genera!idade da
representao sofre determinaFes do obetoZ# Portanto, na ap!icao da semitica,
um processo dinCmico A estabe!ecido, no ?ua! o pensamento entra em confronto
com o obeto, e desse ato cria-se uma representao Ycada ve+ mais prxima do
obeto, ainda ?ue nunca comp!eta, dado ?ue os prprios obetos de representao
esto em evo!uoZ 6G51441, QSS=, p#R7# /firmaFes seme!antes so fornecidas
por "antae!!a 69tica no se processa, portanto, como mera
reiterao ritua!'stica de frmu!as sagradas, visto ?ue, ao se defrontar com
seu obeto na atividade metodo!gica de sua ap!icao pr>tica, a teoria pode
sofrer reificao de seus conceitos# / ?uesto da ap!icao A pois
indagao dup!a& a teoria desvendando seu obeto e o obeto testando os
conceitos ?ue o fa!am# 6"/0T/ELL/, 9
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;Q
Em outro momento, "antae!!a 6QSSQ7 propFe ap!icaFes pr>ticas de !eituras
atravAs da teoria dos signos de Peirce a diversos processos e tipos de signos
concretos, como a pub!icidade, a fotografia, ou mesmo o teatro, e assevera ?ue a
semitica por si s no possui uma cave-mestra ?ue permite abrir todas as portas
da significao# (s conceitos estabe!ecidos na semitica esto engendrados numa
teoria abstrata, e por isso mesmo e!a Ys nos permite mapear o campo das
!inguagens nos v>rios aspectos gerais ?ue as constituemZ e, por isso, Ya ap!icao
semitica rec!ama pe!o di>!ogo com teorias mais espec'ficas dos processos de
signos ?ue esto sendo examinadosZ# /ssim, a semitica A um guia para o
investigador, um Ymapa !gicoZ, como assevera essa autora, e so+ina Yno nos tra+
conecimento espec'fico da istria, da teoria e pr>tica de um determinado processode signos#Z 6"/0T/ELL/, QSSQ, p# R7# 0esse sentido, a semitica permite Ycapturar a
nature+a eidtica@de seu obeto de estudo, identificando os seus modos de ser, mais
especificamente, seus processos de representao na sua genera!idade#Z6G51441,
QSS=, p# R7#
0a verdade, essas pa!avras audam a e!ucidar e desfa+er as mir'ades de
preconceitos ?ue existem na oposio entre teoria e pr>tica, como se a primeira
fosse a!go estAri! e distante en?uanto a segunda fosse o obetivo do mundo materia!#
/!Am do mais, esc!arece ?ue o primeiro obeto da semitica no A a c!assificao
dos signos, e sim o Yperscrutar acurado dos modos como a consciBncia-pensamento
opera transformando ?ua!?uer coisa ?ue se !e apresentaZ# 6"/0T/ELL/, 9 re!acionado com a terceira categoria fenomeno!gica,
portanto, dentro da tr'ade do signo, A representado pe!o interpretante, o e!emento de
terceiridade respons>ve! pe!a efetiva significao do signo# 0]t 6QSS:, p# 97 di+
?ue YPeirce deu uma definio pragm>tica da significao ?uando definiu o
4%onforme exp!anao da autora, em nota de rodapA, o termo eidAtico A uti!i+ado Yno sentidop!at@nico de eidos, ?ue designa a estrutura do 2ea! e sua inte!igibi!idadeZ# 6121, 9
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;;
interpretante como o prprio resu!tado significante, ou sea, o efeito do signoZ# /
significao depende do efeito conunto dos trBs corre!atos, ?ue A a?ui!o ?ue Peirce
cama de semiose, definida como Yuma ao, ou inf!uBncia, ?ue A, ou envo!ve, a
cooperao de trBs sueitos, o signo, o seu obeto, e o seu interpretante, essa
inf!uBncia tri-re!ativa ?ue no A de maneira a!guma reso!vida entre paresZ 6PE12%E,
9ve!, como destacado
acima, tem-se um signo genu'no, ao contr>rio da?ue!es momentos em ?ue, como
ocorre no 'ndice, a re!ao se d> com caracter'sticas de secundidade, com dois
pares envo!vidos 6signo e obeto7, no ?ua! o interpretante no A !evado em
considerao&
Um signo degenerado no menor grau A um "igno (bsistente, ou ndice, ?ue
A um signo cua significao de seu (beto se deve ao fato de ter e!e uma
2e!ao genu'na com a?ue!e (beto, sem se !evar em considerao o
1nterpretante# _###` Um "igno Genu'no A um "igno Transuaciona!, ou
Sm'olo, ?ue A um signo cua virtude significante se deve a um car>ter ?ue
s pode ser compreendido com a auda de seu 1nterpretante# Toda emisso
de um discurso A exemp!o disto# 6PE12%E, QS9Q, p#Q:-Q
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;=
o interpretante A, ao menos, em todos os casos um an>!ogo prximo de
uma modificao da consciBnciaR_###`# 6PE12%E, 9reas do conecimento, ref!etindo o car>ter transaciona! da prpria
semitica# Portanto, a semitica est> apta a Yreco!er os significados naturaisZ, nas
pa!avras de 1bri 6QSSR, p#Q97# Para esse autor, o significado A constru'do pe!o
6*o origina! em ing!Bs& /!toug te definition does not re?uire te !ogica! interpretant 6or, for tatmatter, eiter of te oter tIo interpretants7 to be a modification of consciousness, Het our !acJ ofexperience of anH semiosis in Iic tis is not te case, !eaves us no a!ternative to beginning ourin?uirH into its genera! nature Iit a provisiona! assumption tat te interpretant is, at !east, in a!!cases, a sufficient!H c!ose ana!ogue of a modification of consciousness _###`#
7*o origina! em ing!Bs& Tis means tat uman experience is not a subcutaneous or subective affair,taJing p!ace beneat our sJin or inside our consciousness rater it is a transactiona! affair, taJingp!ace among a c!uster of agencies# Experience is a dia!ogue 'etBeen se!f and Ior!d#
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;
reconecimento da a!teridade, pois a semitica deve ser constru'da da interao
com as formas do obeto, destacando a conatura!idade entre experiBncia e
pensamento# Por isso, embora a e!aborao individua! dos signos se dB de forma
menta!, isto A, atravAs do pensamento, e!a no se ocupa apenas dos obetos de
terceiridade, ?ue so a?ue!es re!ativos ao pensamento e D cognio, mas se propFe
a observar Ysignos ?ue designam desde o mais indeterminadamente vago ao mais
determinadamente definido, do > imediatamente inserido na !inguagem D?ui!o ?ue
ma! se pode di+erZ 6121, QSSR, p#QQ7# %onc!ui-se ?ue os signos so anteriores D
!inguagem, mas s se estruturam atravAs de!a, atravAs do ato de reco!er os
padrFes Y?ue permitem supor ?ue o obeto estea sob a!guma regra ou sistema rea!
de regras ?ue possibi!item prever o curso futuro de sua condutaZ 6121, QSSR, p#Q=7#
En?uanto ap!icao dos conceitos da semitica peirceana D ar?uitetura,
podemos nos indagar, seguindo as tricotomias e suas categorias, sobre os
e!ementos re!acionados aos sentidos e sobre a?ue!es ?ue se do como um
conecimento, ou sea, !igados D esfera do pensamento coordenado# /s cores,
formas e texturas so e!ementos b>sicos mas tambAm A importante o conte\do ?ue
e!as de!imitam# 1bri 6QSSR, p#QR, grifo do autor7 di+ ?ue isso ?uer di+er ?ue a
semitica peirceana tem um obetivo desafiador& Ya de designar signos ?ue deem
conta do universo dos sentimentos, de um !ado, e da conduta, de outroZ#
"eguindo o percurso de aprofundamento no entendimento da re!ao entre
teoria e pr>tica, "antae!!a 69ticas sociais em ?ue se defrontam agentes co!etivos
_###` ?ue sofrem determinaFes istricas das foras produtivasZ# ( segundo tipo de
postura a se evitar A a?ue!e ?ue concebe as produFes cu!turais Ycomo meras
sombras, ref!exos de base econ@mica, ignorando o comp!exo tecido dos sistemas
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;R
semiticos _###` ?ue evidencia as produFes cu!turais como resu!tantes de m\!tip!as
determinaFes internasZ 6"/0T/ELL/, 9ficas ^
e atua!mente os v'deos ^ significaram e significam na difuso de uma imagem da
ar?uitetura ref!ete o seu car>ter visua!#
/?ui, retomamos errara 6QS9Q7, ?ue afirma ?ue embora a paisagem possa
ser considerada pe!as Yformas de sua materia!idade e as transformaFes ?ue entre
e!as se processamZ, e!a pode ser apreendida apenas no momento da Yfugacidade de
um instanteZ# Essa afirmao parece ser bastante verdadeira para a ar?uitetura, pois
no podemos apreender o signo ar?uitet@nico a no ser momentaneamente# / !u+,por exemp!o, A um e!emento ?ue inf!ui como percebemos esse signo, e se
consideramos um e!emento, a textura, teremos diversas tona!idades e diversas
aparBncias# /ssim, como meio mnem@nico e pr>tico, adotaremos a fotografia como
formato para apreender esse momento# 0o entanto, acreditamos, certos aspectos do
signo ar?uitet@nico u!trapassam a fugacidade, como A o caso dos e!ementos
convencionais, de cu!tura e ?ue eng!obam um conecimento, re!egado aos aspectos
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;
de terceiridade do signo& e!es esto !igados ao passado e ao futuro, pois so meios
?ue permitem ?ue interpretemos as coisas de modo significativo# Portanto, temos
duas instCncias# Em primeiro !ugar, o signo A est>tico, ?ueremos descobrir suas
especificidades formais e materiais# Em segundo !ugar, e!e A dinCmico, pois
?ueremos abordar a sua evo!uo en?uanto istria#
Percorreremos agora o itiner>rio b>sico para a ap!icao das c!asses de
signos D !eitura# (s estudos sobre a ap!icao, seu uso como recurso metodo!gico
para !er os signos e, mesmo, sobre tipos especiais de signos, tBm sido
desenvo!vidos a partir dos conceitos gerais da semitica peirciana# Primeiramente,
recorremos a "antae!!a 6QSSQ7 para as consideraFes gerais sobre semitica
ap!icada de extrao peirciana#
1niciando o nosso percurso, o primeiro passo da !eitura semitica A Yabrir-se
para o fen@meno e para o fundamento do signoZ 6"/0T/ELL/, QSSQ, p# Q necess>rio exercitar a abi!idade de !oca!i+ar o modo como o sinsigno
caracteri+a o signo como a!go espec'fico dentro de um universo de signos# Por fim,
tomamos o !egissigno e situamos a?ue!a particu!aridade numa genera!idade#
%onc!u'da a an>!ise do signo em si, procede-se D observao do signo em
re!ao ao obeto# %omo o signo tem dois obetos - o obeto imediato e o obeto
dinCmico - "antae!!a 6QSSQ7 indicar> ?ue o me!or modo de iniciar a an>!ise ser>
atravAs da observao do obeto imediato, > ?ue ser> e!e ?ue dar> o recorte ao
obeto dinCmico&
_###` o obeto imediato depende, portanto, da nature+a do fundamento do
signo, pois A o fundamento ?ue vai determinar o modo como o signo pode
se referir ou se ap!icar ao obeto dinCmico ?ue est> fora de!e# 6"/0T/ELL/,
QSSQ, p# ;=7#
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;:
0o caso dos ?ua!issignos, o obeto imediato A uma mera sugesto das
?ua!idades do obeto dinCmico e age por seme!ana# ( obeto imediato do sinsigno
A um recorte do obeto dinCmico, e designa, portanto, um aspecto existencia!
da?ue!e# ( obeto imediato do !egissigno A um conecimento ad?uirido# E!e A um
recorte tempora![espacia! do obeto dinCmico e vem engendrado com a istria do
obeto do signo#
*o obeto dinCmico, "antae!!a 6QSSQ, p#;R7 dir> ?ue e!e Ydetermina o signoZ#
/ssim, mediado pe!o obeto imediato, o signo se referir> ao seu obeto dinCmico de
trBs modos& o ic@nico, o indicia! e o simb!ico# 0o primeiro, de maneira associativa
entre as ?ua!idades do obeto e do signo no segundo, atravAs de uma re!ao
indicia! de fato no terceiro, sobretudo, atravAs das convenFes sociais#
( interpretante, por sua ve+, se dividir> em trBs n'veis# / importCncia do
primeiro n've!, o interpretante imediato, na !eitura semitica reside na sua inf!uBncia
a priorina interpretao, pois e!e A uma possibi!idade abstrata do signo anterior ao
intArprete e define atA certo ponto o conte\do da interpretao# /ssim, a depender
do car>ter do signo, isto A, se A um 'cone, 'ndice ou s'mbo!o, existiro possibi!idades
interpretativas re!ativas Ds suas caracter'sticas# %ertamente, um 'cone ter>caracter'sticas de vague+a, e, para ser interpretado, exigir> ?ue se formem Ycadeias
associativasZ entre ?ua!idades 6"/0T/ELL/, QSSQ, p# ;:7# (s 'ndices tero um
espectro menor de possibi!idades interpretativas, devido D sua re!ao existencia!
com o obeto, ?ue encamina a interpretao para determinada direo de uma
existBncia# (s s'mbo!os, por sua ve+, tero Yum potencia! interpretativo inexaur've!Z,
pois, a depender do intArprete, novas camadas surgiro no processo de an>!ise#
"antae!!a 6QSSQ, p# ; ainda ?ue Ytodo s'mbo!o A incomp!eto na medida em ?ues funciona como signo por?ue determina um interpretante ?ue o interpretar> como
s'mbo!o, e assim indefinidamenteZ#
( segundo n've! do interpretante, o interpretante dinCmico, est> a!inado
com uma interpretao particu!ar do signo# "antae!!a 6QSSQ7 a!erta para o fato de ?ue
?uando se fa+ uma !eitura semitica, A essa a posio do ana!ista, e recorda ?ue,
mesmo ?ue tentemos captar o interpretante imediato, ser> a partir do interpretante
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; a an>!ise# *istinguem-se trBs n'veis no interpretante
dinCmico& no primeiro, o interpretante dinCmico de n've! emociona!, predominam os
sentidos, o signo desperta Y?ua!idades de sentimento e emoFesZ, como di+
"antae!!a 6QSSQ, p# =S7# ( segundo, o interpretante dinCmico de n've! energAtico,
exigir> a!gum dispBndio de energia na semiose, > ?ue nesse n've!, os obetos so
nomeados e exigir> uma ao menta! ou f'sica do intArprete# ( terceiro A o
interpretante dinCmico de n've! !gico, ?ue contAm as regras interpretativas do signo,
?ue s podem ser apreendidas de modo ra+o>ve! se o intArprete estiver apto a
compreender aspectos da !inguagem referida#
Por fim, ao referir-se ao interpretante fina!, "antae!!a 6QSSQ, p# =97 escreve
?ue, para um intArprete particu!ar, esse A apenas um Y!imite idea!, aproxim>ve!, mas
inating've!Z# Podemos apenas !anar conecturas sobre o desenro!ar do seu
processo significativo futuro, pois o signo sempre est> se atua!i+ando e todas as
interpretaFes so apenas aproximaFes do seu sentido \!timo#
( itiner>rio estabe!ecido por "antae!!a 6QSSQ7 ser> o nosso guia b>sico na
tarefa de !eitura# %omo observado pe!a descrio, ao considerar os signos do n've!
de primeiridade atA a terceiridade, estamos percorrendo o camino dos significadosmais e!ementares aos mais comp!exos#
/o comentar a especificidade da ap!icao da teoria dos signos D
ar?uitetura, erro 6QSSR7 afirma ?ue, nas nossas pes?uisas, podemos encontrar
duas situaFes distintas& em um dado momento, podemos ter acesso D
documentao, em outros, e!a nos fa!ta de modo irremedi>ve!# /ssim, e!e afirma,
Ysempre, pe!o camino da deduo 6?uando > documentao7 ou pe!a abduo
6nos casos contr>rios7, devemos cegar a an>!ises compar>veisZ# Para o autor, a
inexistBncia de documentao, como p!antas, cortes, diagramas, memoriais e outras
descriFes dadas pe!os proetistas sobre as obras, deve ser substitu'da pe!o prprio
constru'do, ?ue YimpFe a observao, a !eitura diretaZ 6E22(, QSSR, p# Q;:7#
( ato de construir A mediado por signos, de acordo com erro 6QSSR7# E!e
afirma ?ue as prescriFes do construir, ?ue so concepFes, transitam pe!os signos
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=S
de maneira codificada, ?ue terminam por deixar suas marcas no constru'do# /ssim,
nada A mais apropriado para distinguir essas marcas do ?ue a teoria dos signos#
Esse autor centra a sua pes?uisa na ideia de materia!, Ycomo tudo o ?ue serve para
a construo da obraZ, e busca encontrar ne!e os sinais da produo do signo
ar?uitet@nico# 0o entanto, o materia! no A apenas a?ui!o ?ue A concreto, mas Ya
matAria e os omens ?ue a traba!amZ, portanto, amp!ia-se o escopo da definio
para os aspectos sociais e istricos da obra#
En?uanto mAtodo, erro 6QSSR7 uti!i+a as trBs tricotomias mais gerais da
semitica de Peirce, acrescidos de coment>rios e subcategorias, de maneira no
ortodoxa, como esc!arece# Portanto, como metodo!ogia e!a se asseme!a ao descrito
por "antae!!a 6QSSQ7, mas a Bnfase est> em um aspecto do signo e no na sua viso
gera!#
/s trBs primeiras tipo!ogias de signo 6?ua!issigno, sinsigno e !egissigno7 so
uti!i+adas para gerar operaFes ?ue Yestudam o materia! no interior de suas
determinaFes espec'ficasZ, de!imitam o ?ue e!e A em determinado momento
istrico, e tBm por funo dar um YretratoZ do materia! em determinado contexto
6E22(, QSSR, p# Q;
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signos na interpretao# "e tomarmos o signo ar?uitet@nico como um conceito inicia!
amp!o, !ogo percebemos ?ue e!e A composto de muitas camadas s'gnicas# Essas
camadas so portadoras de significados prprios e emitem uma mensagem ?ue,
para ser decodificada em sua p!enitude, depende de um intArprete idea!# Por sua
ve+, o ar?uiteto, como criador-emissor, como di+ Pignatari 6QSS=7, tambAm aprendeu
a dominar um determinado cdigo, norma!mente ref!etindo a sua fi!iao a
determinada cu!tura ar?uitet@nica# /ssim, o signo ar?uitet@nico A fruto do
entrecru+amento das intenFes dos ar?uitetos en?uanto emissores de uma
mensagem e das possibi!idades de interpretao por parte dos usu>rios dos
edif'cios, sendo ?ue esse processo est> sempre se atua!i+ando, tra+endo novos
signos ao signo inicia!#/ interpretao, ou significao, na semitica de Peirce, est> intimamente
!igada ao conceito de interpretante, pois somente esse e!emento mediador, em sua
nature+a de terceiridade, A a fora ?ue re\ne as partes significantes do signo e torna
poss'veis as interpretaFes individuais# Peirce 6QS9Q, p# 9R=7 usa a pa!avra
YinterpretaoZ como sin@nimo de YsignificaoZ# / interpretao nasce, portanto, do
processo dia!gico dos interpretantes no discurso, en?uanto ?ue o significado seria a
Ysoma tota! de todas a prediFes condicionaisZ de determinada inteno, consciente
ou ?uase-consciente, dada por certa pressuposio# *esse modo, Peirce argumenta
?ue existiro diferentes graus de interpretao de um significado, a depender do
conecimento pr>tico ?ue a pessoa tem do signo em ?uesto# E!e c!assifica em trBs
as possibi!idades de interpretao&
_###` estabe!eci trBs graus de c!are+a da 1nterpretao# ( primeiro era a
fami!iaridade ?ue uma pessoa tem com um signo e ?ue a torna apta a
uti!i+>-!o ou interpret>-!o# Em sua consciBncia, e!a tem a impresso de
sentir-se vontade com o "igno# Em resumo, A 1nterpretao no
Sentimento# ( segundo era a /n>!ise Lgica 6###7# ( terceiro### /n>!ise
Pragm>tica poderia parecer uma /n>!ise *inCmica, mas identifica-se com o
interpretante fina!# 6PE12%E, QS9Q, p#9R=7#
Portanto, na semitica de Peirce, > uma distino entre a?ui!o ?ue existe
como possibi!idade !atente do interpretante e a?ui!o ?ue e!e camou de Yobservao
co!atera!Z ou Yconecimento co!atera!Z, o ?ua! no se constitui como parte do
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interpretante# Para e!e, uma fami!iaridade com a?ui!o ?ue o obeto denota seria
observao co!atera!, en?uanto ?ue uma fami!iaridade com o sistema de signos ao
?ua! ?ueremos interpretar seria Yum prA-re?uisito para se obter ?ua!?uer ideia
significada pe!o signoZ 6PE12%E, QS9Q, p# 9R97# Ento, a depender da fami!iaridade
com o sistema de signos, determinado aspecto do interpretante ser> mais aparente#/ssim, numa pintura, por exemp!o, os e!ementos visuais como o esti!o de um
vestido, nos di+ Peirce 6QS9Q, p# 9RQ7, no fa+em parte da YsignificaoZ ou do
Ydiscurso da pinturaZ# Esse A um conecimento co!atera!# ( e!emento definidor nesse
caso, isto A, a?ui!o ?ue A o ?ue o interpretante significa, !evando em conta ?ue o
!eitor tivesse toda a informao co!atera! necess>ria, Y?uer di+er exatamente a
?ua!idade do e!emento entendedor da situao, em gera! um e!emento bastantefami!iar _###` issoA o 1nterpretante do "igno ^ sua significCnciaZ#
Peirce 6QS9Q7 afirma ainda ?ue a?ui!o ?ue o interpretante tra+ para a
interpretao pode ser a!go ?ue o intArprete nunca tena visua!i+ado Yde uma
maneira to c!ara ?uanto antesZ# /ssim, o interpretante A a?ue!e e!emento ?ue
i!umina a mente interpretadora, tra+endo D tona um significado ?ue independe da
vontade da?ue!a mente, pois e!e estava a!i !atente#Por outro !ado, o Yconecimento co!atera!Z A a vivBncia do intArprete em
re!ao ao assunto tratado# *e acordo com Peirce 6QS9Q, p# 9R;, grifo do autor7, Y_###`signo a!gum pode ser entendido ^ ?ue nenumaproposi1(opode ser entendida ^ a
menos ?ue o intArprete tena um Yconecimento co!atera!Z de cada um de seus
(betosZ#Portanto, notamos ?ue Peirce deixa c!aro ?ue devemos ter uma fami!iaridade
com a?ui!o ?ue pretendemos interpretar, necessitamos de um conecimento
co!atera! das coisas# "ea pintura, ar?uitetura ou !iteratura, no importa ?ua! o
sistema de signos, para estud>-!os pe!a semitica, devemos ter um grau m'nimo de
fami!iaridade com seus sistemas de signos devemos ter a!gum conecimento prAvio
a respeito da?ue!a !inguagem ?ue ?ueremos entender#PanofsJH 6QS9=7 e!aborou um sistema de descrio e interpretao das
obras de artes visuais ?ue institui passos sistem>ticos de aproximao ao obeto
estudado, divididos em trBs partes# Em um primeiro momento, A feita uma descrio
prA-iconogr>fica, ?ue constitui mais ou menos a?ui!o ?ue se propFe ?uando fa+emos
a !eitura pe!a semitica uti!i+ando-nos essencia!mente dos e!ementos da
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primeiridade, ?ua!issignos em sua maioria# 0esse momento, de acordo com
PanofsJH 6QS9=7, ana!isamos os obetos expressos pe!as formas e cores# / seguir,
temos an>!ise iconogr>fica, em ?ue os temas e conceitos expressos pe!os obetos
so ana!isados, seme!ante a uma an>!ise simb!ica sob o ponto de vista da
semitica peirceana# Por fim, na interpretao icono!gica, ana!isam-se os aspectos
da Yistria dos sintomas cu!turais ou Ys'mbo!osZ, ou sea, o intArprete toma seu
!ugar e profere uma interpretao particu!ar# / facu!dade re?uerida nesse momento,
afirma PanofsJH, ser> a Yintuio sintAticaZ, ?ue A um e!emento corretivo aos
anteriores e ?ue constitui no conecimento da Yistria dos sintomas cu!turaisZ, o
?ue se asseme!a com a?ui!o ?ue Peirce cama de Yconecimento co!atera!Z#
/ an>!ise icono!gica de PanofsJH oferece um comparativo para a an>!isesemitica ?ue permite ?ue nos aprofundemos em a!guns aspectos dessa \!tima# Em
primeiro !ugar, podemos observar ?ue estamos diante de dois momentos, um de
descrio e outro de interpretao# %omo sabemos, Peirce no formu!ou a sua
semitica como um mAtodo para descrio ou interpretao de obras de artes, mas
sim como um sistema gera! ?ue pudesse ser adaptado Ds diferentes discip!inas
6"/0T/ELLL/, QSSQ7# Portanto, a observao dos passos adotados no mAtodo
icono!gico pode nos audar a estabe!ecer certos parCmetros para a an>!ise
semitica# Por fim, tomando o interpretante dinCmico !gico como a?ue!e e!emento
da semitica de Peirce ?ue se refere Ds interpretaFes particu!ares, e !evando em
considerao as correFes referidas acima, podemos empreender um !eitura do
signo ar?uitet@nico do modo mais rigorosos poss've!#/ interpretao envo!ve uma Yfacu!dade menta! compar>ve! D de um c!'nico
nos seus diagnsticosZ, afirma PanofsJH 6QS9=, p#RQ7# Esse mesmo tipo de mente A
re?uerida pe!a semitica, como > notado por Peirce 6QS9Q7, ?ue dec!ara ?ue a
semitica exige uma a!ta capacidade de abstrao de seus conceitos, mas ?ue porfim exige ?ue uma interpretao individua! sea procedida para discriminar os
resu!tados#%ompreendemos dessas observaFes ?ue o significado A resu!tado de um
processo dia!gico, dinCmico, e ?ue os signos esto sempre se atua!i+ando# /ssim,
ao re!acionarmos determinada ar?uitetura a um esti!o ou per'odo art'stico, agimos
como intArprete dotado de um repertrio ?ue ser> rea!imentado por novas
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informaFes e conecimentos ?ue sero sobrepostos na evo!uo do significado
dentro do processo istrico#0o entanto, o signo ar?uitet@nico, considerado um ente comp!exo, exibe
diversos n'veis interpretativos, a depender do tipo de interpretante dinCmicoconsiderado# /ssim, o pes?uisador, ao se posicionar como um !eitor desse signo
assume posturas subetivas e seu repertrio inf!ui no n've! de interpretao# /ssim,
entre o ir e vir da construo do significado, o intArprete atua!i+a o prprio significado
do obeto de estudo#
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@ CAP4TULO
0este cap'tu!o, estudamos aspectos da ar?uitetura brasi!eira para
acompanar o desenvo!vimento de suas caracter'sticas essenciais, concentrando-
nos no desenvo!vimento da teoria e pr>tica do modernismo no rasi!, cu!minando na
an>!ise do bruta!ismo pau!ista# /na!isamos tambAm, brevemente, a ar?uitetura
moderna na cidade de %ampo Grande-M"# a+endo assim, pretendemos nos
aprofundar nos aspectos istoriogr>ficos desse per'odo, ?ue nos servir> de
fundamento para a parte deste texto dedicada D an>!ise e interpretao do edif'cio#
@. B&)) &)+"7% (" "&;*57)7*&" 8&"5+)5&": &)/&5"?)9 5()'75("() ) " /&5"% ()*#" +5'*")# '" "&;*57)7*&" #%()&'" 8&"5+)5&"
/tua!mente, o modernismo A um evento consagrado dentro da istria da
ar?uitetura brasi!eira# 0omes como o de L\cio %osta, (scar 0iemeHer, 2ino Levi,
Eduardo /fonso 2eidH, 3i!anova /rtigas e Pau!o Mendes da 2oca so conecidos
pe!os brasi!eiros em gera!# / capita! federa!, ras'!ia, A considerada um 'cone do
urbanismo e da ar?uitetura moderna do rasi!, e sua construo certamente inf!uiu
para criar uma imagem da ar?uitetura brasi!eira do sAcu!o WW#0o entanto, como procuraremos demonstrar, as ideo!ogias do modernismo
ar?uitet@nico europeu foram se assentando aos poucos no rasi!, e somente depois
de a!gumas dAcadas de transformaFes se estabe!eceu uma ar?uitetura moderna
genuinamente brasi!eira#/ dimenso continenta! do rasi! propiciou o surgimento de aspectos
diferenciados na ar?uitetura, conforme a regio# ( c!ima, as condiFes f'sicas e
topogr>ficas e a tAcnica construtiva, assim como os materiais e a mo-de-obra de
cada !oca! certamente so e!ementos ?ue mo!dam o modo de edificar#Lemos 69
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=R
construo ?ue fosse !eg'tima, no apenas em sua parte externa, as facadas, mas
?ue abrigasse, no partido ar?uitet@nico como um todo, as ideias inspiradoras de
cada esti!o# Essa roupagem externa foi bastante comum, afirma a?ue!e autor& Ye, por
isso, os esti!os a?ui cegados serviram, muitas ve+es desvincu!ados de toda sua
ra+o de ser nestas p!agas iso!adas, de motes a novas possibi!idades de
composio art'sticaZ 6LEM(", 9
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vo!tado para o gosto neoc!>ssico, mas mesmo com a introduo do ensino oficia! de
ar?uitetura, muito demoraria para ?ue os ar?uitetos brasi!eiros fossem tomados com
a!guma seriedade 6"EG//, QS9S7# /!Am disso, teria avido atrito entre os mestres
de obras e artesos portugueses e a nova c!asse profissiona! ?ue se formava no
mais, ruand 6QSS:7 escreve ?ue a inf!uBncia do esti!o neoc!>ssico ^ o verdadeiro
neoc!>ssico, frisa esse autor ^ foi constante atA por vo!ta de 9rio c!>ssico, desde referBncias D GrAcia e 2oma
antigas atA o esti!o Lu's W3, passando pe!os pa!>cios ita!ianos# ( neoc!>ssico se
tornou o esti!o oficia! do 1mpArio, e sua metodo!ogia e conceitos formais foram
usados nos edif'cios oficiais das principais cidades brasi!eiras da Apoca#Embora > existissem ind'cios da necessidade de mudanas, ainda nas
\!timas dAcadas do sAcu!o W1W, a pr>tica ar?uitet@nica brasi!eira estava
fundamentada na composio 'eau;Darts ?ue, va!e frisar, era mantida por um
contrato socia! entre os ar?uitetos e usu>rios, atravAs de regras compositivas e
uti!it>rias# 0esse per'odo, na Europa, > se experimentava com o concreto armado e
a ind\stria comeava a produ+ir em grande esca!a muitos dos materiais ?ue iriam
promover o avano de uma ar?uitetura ?ue pFe Bnfase na funo e no dom'nio da
ra+o no modo de proetar, como o ferro e o vidro#( movimento neoco!onia! marca outro ponto de convergBncia na ar?uitetura
brasi!eira# "egaIa 6QS9S7 afirma ?ue o apogeu desse movimento se deu por vo!ta
dos anos 9ssico e ao ec!etismo e
o posterior desenvo!vimento de um primeiro modernismo, ?ue e!e cama de
program>tico, pois suas propostas estavam mais no p!ano das ideias do ?ue na
execuo de fato#
(s proponentes iniciais do neoco!onia!, estabe!ecidos no 2io de .aneiro e"o Pau!o, eram avessos D rigide+ da composio c!>ssica ^ a composio 'eau;D
arts^ e se re!acionavam com ideo!ogias va!ori+adoras dos aspectos tradicionais da
construo co!onia!, marcada pe!a inf!uBncia portuguesa, com casas a!pendradas,
paredes brancas e te!ados p!anos de te!a cana! formando !ongos beirais# "egaIa
6QS9S, p# ;
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=:
neoco!onia! foi a Yintroduo do contraponto regionalista^ a busca da ar?uitetura
identificadora da naciona!idade ^ como fator de renovaoZ# Ta! constatao deixa
evidente o envo!vimento da ar?uitetura com o ufanismo emergente no rasi!,
destaca esse autor, ao afirmar ?ue Ya busca de uma arte moderna no contexto
brasi!eiro foi a!imentada por um intenso debate da ?uesto da naciona!idadeZ#*ependendo do !oca! e da profundidade do conecimento da tradio
construtiva do rasi! co!@nia, devia-se o car>ter de origina!idade das construFes de
cuno neoco!onia!, como afirma ruand 6QSS:7# Muitas ve+es tomado como uma
simp!es roupagem, constitu'do de um vocabu!>rio forma! seme!ante aos esti!os
ec!Aticos em moda, o neoco!onia! foi adaptado para diferentes tipo!ogias edi!'cias,
sem se !evar em conta as origens dos e!ementos usados# (utrora, o movimento serevestia de um car>ter meramente ar?ueo!gico, embora mesmo sob este aspecto,
esc!arece a?ue!e autor, essa tendBncia audou a se criar uma autoconsciBncia da
cu!tura ar?uitet@nica brasi!eira, marcada pe!o constante emprAstimo e importao de
va!ores da Europa#ruand 6QSS:7 afirma ?ue o mais importante A ?ue a!guns pioneiros da
ar?uitetura moderna, como L\cio %osta 69sticas# Esse per'odo, de poucas rea!i+aFes efetivas,
isto A, de poucas construFes fina!i+adas, se distingue por um car>ter iconoc!asta,
reconece a?ue!e autor, ?ue escreve ?ue o esp'rito dos primeiros modernistas
estava vo!tado para a Y_###` busca da atua!i+ao estAtica sem a orientao de
correntes espec'ficas _###`Z 6"EG//, QS9S, p# =Q7#
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=ssica com
seu eixo de simetria marcado na facada#
F5*&"
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Gregori arcavcJi& %asa na rua "anta %ru+, "o Pau!o, 9sticos advindos da geometri+ao de e!ementos e do uso de
mAtodos construtivos, como o do concreto armado, os contratantes comearam a
va!ori+ar essas formas, e suas tendBncias Ymoderni+antesZ e no-acadBmicas
predominaram em todo o rasi!, cuo exemp!ar mais e!o?uente foi o /rt *Aco#
PorAm, perdia-se um aspecto importante da e?uao ?ue formava o pensamento
moderno, ?ue A insepar>ve! das propostas das vanguardas, mas ?ue poucos
ar?uitetos, muito menos os contratantes, sabiam apreciar&
( engaamento po!'tico-ideo!gico do futurismo, o antiirraciona!ismo, o anti-
subetivismo e a e!iminao do supArf!uo nas p!ataformas dos programas do
neop!asticismo o!andBs, do construtivismo russo, do purismo francBs, e da
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Q
auaus a!em ^ todos foram manifestos contr>rios ao otimismo e D
frivo!idade *Aco, nascidos em contextos istricos convu!sivos, com
assumido engaamento ideo!gico e socia!# unciona!ismo, uti!itarismo,
estandardi+ao, foram pa!avras de ordem numa formu!ao de
modernidade engaada# 6"EG//, QS9S, p# =7#
( ar?uiteto franco-su'o Le %orbusier foi o principa! difusor dos princ'pios da
ar?uitetura moderna ta! como desenvo!vidos na Europa e, unto a isso, da?ue!es
desenvo!vidos por e!e prprio no rasi!# / sua primeira visita ao pa's ocorreu em
9rio por pa'ses !atino-americanos, divu!gando a
ideo!ogia raciona!ista na ar?uitetura, marcada pe!os conceitos de funciona!idade,
eficiBncia e economia# / segunda visita, de uno a agosto de 9rio da nova ar?uitetura brasi!eira#
F5*&" 2
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;
L\cio %osta e e?uipe, com esboos de Le %orbusier& MinistArio da "a\de e Educao, 2io de.aneiro, 9
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=
fundamentada num racioc'nio obetivo, e a segunda essencia!mente manua!,
dando forma ade?uada Ds conc!usFes decorrentes do exame pre!iminar#
Para Le %orbusier, as duas abordagens eram simu!tCneas e indispens>veis#
Embora, como reconece ruand 6QSS:7, as conc!usFes a ?ue Le %orbusiercegava nem sempre fossem corretas, Ypois o racioc'nio nem sempre se baseava
em premissas indiscut'veis ou !evava em considerao determinadas
circunstCnciasZ, o seu processo de traba!o parece envo!ver a?ue!e ir e vir entre o
mundo externo e interno, entre teoria e pr>tica, conceito e proeto# /inda de acordo
com ruand 6QSS:7, a preocupao com e!ementos formais, de modo a evidenciar a
preocupao p!>stica da ar?uitetura, foi importante para !ibertar os ar?uitetos
brasi!eiros do beco sem sa'da ?ue era a apreenso meramente funciona!ista outerica das ideias# / ar?uitetura YA o ogo s>bio, correto e magn'fico de vo!umes
reunidos sob a !u+Z, como afirma Le %orbusier 69
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a partir da esco!a carioca, ?ue encontrava o camino dentro da pr>xis moderna,
integrando necessidades !ocais ao ide>rio modernista internaciona!, marcadamente
inf!uenciado por Le %orbusier# %omo afirmado anteriormente, a exposio Yra+i!
ui!dsZ 69
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R
entre!aam unidos por uma f!uente !inguagem caracteri+ada pe!a conciso,
pe!a economia de pa!avras e pe!a ausBncia de met>foras#
ruand 6QSS:, p# Q
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9 uma prioridade da Atica, mas sim uma prioridade estAtica, ?ue A dominada por
um vocabu!>rio forma! bem espec'fico# Para a autora, a esco!a pau!ista usou Y_###` a
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:
ra+o geomAtrica abstrata, a geometria e um conunto de princ'pios compositivos
para criar e desenvo!ver suas formasZ# Univo!umetria, uti!i+ao de um n\c!eo
ordenador, unificao espacia! interna, continuidade interior-exterior, prisma e!evado
sobre pi!otis e o abrigo e!evado so aspectos formais e!encados como partes do
discurso forma! dos ar?uitetos pau!istas desse per'odo# ( discurso ideo!gico centra-
se nas ideias socia!istas de co!etivismo e universa!idade, reafirmadas nas formas do
edif'cio# Por isso, afirma "egaIa 6QS9S7, o proeto e o deseno eram to importantes
para a ar?uitetura pau!ista, pois era o meio pe!o ?ua! os conceitos podiam ser
e!aborados de modo !gico#Posteriormente, o bruta!ismo pau!ista, > des!igado de seu car>ter conceitua!,
iria se degenerar na?ui!o ?ue erro 6QSSR7 camou de Ybruta!ismo caboc!oZ, ?ue Auma deferBncia ao car>ter YmaneiristaZ ?ue essa tendBncia teria tomado a partir do
forma!ismo no uso da estrutura e dos materiais#
@.@ A&;*57)7*&" #%()&'" )# C"#$% G&"'(): "+*' "$)/7% (% #%()&'5#%
( primeiro ar?uiteto a se insta!ar na cidade de %ampo Grande, em 9
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por sua importCncia dentro do conunto de
edif'cios do Par?ue dos Poderes, a!Am de ser uma obra de acesso p\b!ico e ?ue
propFe uma re!ao de uso com um grande n\mero de usu>rios#
1niciamos com uma descrio gera! do edif'cio, buscamos situ>-!o
fisicamente e indicar suas caracter'sticas formais e compositivas, ao mesmo tempo
?ue, comparativamente, traamos as suas simi!aridades com o bruta!ismo pau!istaem outras obras desse momento na ar?uitetura moderna depois, apresentamos a
!eitura semitica a partir dos conecimentos estabe!ecidos nos cap'tu!os anteriores
e, por fim, buscamos tra+er o conceito de interpretao para a discusso# Uti!i+amo-
nos da referBncia a outras ar?uiteturas, re!acionando-as, na tentativa de demonstrar,
comparativamente, a evo!uo e atua!i+ao desse conceito como a evo!uo e
atua!i+ao do signo, ?ue no contato com um intArprete, cresce, admite variaFes e
ad?uire novos significados#
. C)'7&% () C%')'?) R*8)' G5+ () C"#5++%
/ps a diviso do Estado do Mato Grosso e da criao do Estado de Mato
Grosso do "u!, em 9
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RQ
F5*&" @
I#")# () "7+57) (% P"&;*) (% P%()&)9 )# C"#$% G&"'() - MS. N" $"&7) *$)&5%&9)'/%'7&"-) % C)'7&% () C%')'?) R*8)' G5+ () C"#5++%. F%'7): G%%+) E"&7,.
( prAdio do centro de convenFes foi obeto de concurso p\b!ico em 9
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R;
P+"'7" );*)#=75/" (% $5% 7&&)%9 5'/+*5'(% % )7"/5%'"#)'7% ) "&(5' (% C)'7&% ()C%')'?) R*8)' G5+ () C"#5+%. F%'7): ,77$:./)'7&%()/%')'/%).#.%.8&"77"/,#)'75(@@.
/!go ?ue > pudemos conc!uir ipoteticamente antes mesmo de uma an>!ise
semitica forma!, mas ?ue a an>!ise audou a verificar, A ?ue forma!mente, o edif'cio
apresenta ter muitas das caracter'sticas compositivas do bruta!ismo pau!ista#
%ompFem essas caracter'sticas o grande abrigo, univo!umetria, integrao entre
interior e exterior e unificao espacia! interna# / variedade dos materiais usados na
construo tambAm A redu+ida, como na?ue!a esco!a& o concreto, o vidro, uso da
estrutura met>!ica para as es?uadrias# / composio p!>stica A formada por um
conunto de formas geomAtricas puras, com poucas intersecFes# / empena em
concreto aparente da facada A recortada em !ocais precisos e compFe pe!a
subtrao de formas# /s >guas p!uviais so encaminadas por g>rgu!as ?ue formam
com as empenas uma unidade forma!, um artif'cio bastante comum entre os
partid>rios do bruta!ismo pau!ista# 0o exterior, predomina o vo!ume retangu!ar,
en?uanto ?ue no interior o ogo da conformao espacia! dada pe!o retCngu!o
encontra-se em oposio Ds formas ci!'ndricas ou com cantos arredondados# Ta!ve+,
o e!emento menos aparentado a essa esco!a sea a forma do auditrio principa!, um
vo!ume piramida! com o topo cortado, encimado por cobertura met>!ica em a+u!
tur?uesa#
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Mais especificamente, esse edif'cio se aparenta bastante aos prAdios da fase
bruta!ista de 3i!anova /rtigas, sendo ?ue muitos dos seus e!ementos compositivos
apontados acima aparecem reunidos tambAm, de maneira exemp!ar, no prAdio da
/U-U"P, em "o Pau!o 6fig# 7, como o ogo entre transparBncia e opacidade ?ue
se d> com o vo!ume de concreto aparente sobrepondo-se ao prisma envidraado,
anu!ando-o pe!o sobreamento# Esse edif'cio, assim como a residBncia de Pau!o
Mendes da 2oca, no utant 6fig# R7, tambAm na capita! pau!ista, ?ue antecedem
crono!ogicamente o do %entro de %onvenFes, podem ter inf!uenciado sua
ar?uitetura embora isso sea a!go ?ue no se possa afirmar com certe+a, devemos
considerar, a!Am dos aspectos formais ?ue so comuns, o fato de ?ue os seus
ar?uitetos e respectivas obras tBm sido tomados como referBncias gerais dobruta!ismo, sendo reconecidos por seus pares e em pub!icaFes brasi!eiras sobre o
assunto#
0o entanto, o bruta!ismo, como a consu!ta Ds suas definiFes conceituais
apontou, no pode ser redu+ido a um forma!ismo 6a uma estAtica bruta!ista7, mas
apoia-se em orientaFes de ordem pr>tica, para a conduta dos ar?uitetos com o
proeto 6Atica bruta!ista7, com conse?uBncias para a configurao do espao, das
estruturas, definiFes no uso de materiais e outras com as ?uais um proeto de
ar?uitetura deve se envo!ver, ?ue apontem sempre para o co!etivo, em detrimento
dos va!ores individuais# "ob esse ponto de vista, seria dif'ci! determinar se o
ar?uiteto do %entro de %onvenFes estava a!inado tambAm com a ideo!ogia de
/rtigas e dos demais ar?uitetos do bruta!ismo, ?ue o defendiam a partir dessa
vertente Atica# ( ?ue a an>!ise semitica pode fa+er a esse respeito A vo!tar-se para
o edif'cio com essa ?uesto, buscando ?uais?uer ind'cios de ?ue esse tipo de
vincu!ao tambAm ocorre#
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0o %entro de %onvenFes > um espao interno amp!o e !ivre, ?ue integratodos os e!ementos# astante caracter'stico tambAm A o uso de !aes nervuradas,
deixadas D vista tanto nos ba!anos ?uanto no interior, de modo seme!ante ao
usado no edif'cio da acu!dade de /r?uitetura, em "o Pau!o# (utra simi!aridade
seria o espao comunit>rio como e!emento definidor da p!anta e os usos individuais
^ no caso, espec'ficos - como vo!umes independentes, nas >reas adacentes, ?ue A
trao do bruta!ismo pau!ista, especia!mente identificado por "egaIa 6QSS:7 como um
signo da predominCncia do co!etivo sobre o individua!#
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Em s'ntese, crono!ogicamente, a no ser ?ue se considere como uma obra
tardia, no A poss've! denominar esse prAdio como bruta!ista# orma!mente,
poder'amos associ>-!o a esta tendBncia com mais certe+a e, certamente, a!go a ser
discutido A se A portador dos caracteres ideo!gicos ou se seria mais ade?uado
c!assific>-!o como a?ue!a ar?uitetura maneirista D ?ua! a!ude erro 6QSSR7#
Para associar conceitos e ap!icao pr>tica nesse edif'cio, assim como em
outros, > diferentes modos de proceder, conforme as esco!as tericas e
metodo!gicas# Para este estudo, tomamos a obra como apta a participar de um
di>!ogo semitico, para o ?ua! a nossa contribuio advAm do nosso conecimento
do sistema de signos ar?uitet@nicos e da nossa experiBncia com a ar?uitetura, ?ueco!ocamos a servio da interpretao desse edif'cio em espec'fico# Trata-se, desse
ponto de vista, de uma interpretao ?ue A constru'da por meio desse di>!ogo, ?ue
envo!ve um processo ana!'tico do edif'cio, no ?ua! nos co!ocamos a servio da?ui!o
?ue e!e est> apto a nos comunicar, por meio de seus e!ementos formais, materiais e
gerais# Essa interpretao no se apresenta como uma interpretao das intenFes
do ar?uiteto tampouco como uma construo !ivre de ideias da parte do ana!ista,
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mas como um exerc'cio de ir ao edif'cio e retornar ao campo da ref!exo ?ue A
constante, com vistas a atingir uma ra+oabi!idade interpretativa#
Propomos um estudo da genera!idade e da especificidade do edif'cioen?uanto forma materia! significante, com vistas a construir uma intepretao a partir
da sua capacidade de expresso e de comunicao# ( obetivo A compreender a
obra en?uanto portadora de significados para o !ugar# Para isso, tomando como
referBncia metodo!gica tanto Peirce 6QS9Q7 ?uanto PanofsJH 6QS9=7 ^ a partir das
re!aFes > estabe!ecidas neste texto -, propomos um percurso ana!'tico-
interpretativo organi+ado em duas partes# / primeira, uma !eitura guiada por duas
das tricotomias peircianas mais gerais 69) e =)7, para descrever o edif'cio,
respectivamente, em si mesmo 6signo em si7 e em sua referencia!idade 6re!ao
signo-obeto7, a partir do seu conte\do# / segunda, guiada pe!a -!o em sua re!ao
interpretativa 6re!ao signo-interpretante7, consideradas as ?uestFes co!ocadas a?ui
sobre sua fi!iao ao bruta!ismo# 2eservadas as ?uestFes de cuno istoriogr>fico
para esse segundo p!ano, ne!e pretendemos tra+er a!gum entendimento Ds
seguintes proposiFes& 9# evidenciar, na !eitura, a diversidade de camadas s'gnicas
da ar?uitetura e Q# demonstrar a interdependBncia entre edif'cio e tradico,
representada como semiose dos interpretantes do signo ar?uitet@nico#
Essa !eitura, por sua ve+, poder> audar a compreender aspectos atA ento
no desenvo!vidos dessa istria e pertinentes a uma interpretao !oca! das
convenFes esti!'sticas, inf!uenciada pe!o repertrio desse ar?uiteto#
%onsiderando os aspectos !evantados atA a?ui, nem todos re!acionados
neste texto, procedemos D ap!icao da metodo!ogia de !eitura nas p>ginas
seguintes# Usamos as figuras , :, < e 9S como meio mnem@nico no processo de
!eitura e interpretao#
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Rstico
e!ementar na composio da facada, t'pico do bruta!ismo pau!ista, como expresso
nas fig# 6 e R7# 0essa experiBncia com o edif'cio, no a!meamos perceber as
formas na sua re!ao com as funFes dos espaos todavia, a percepo ainda
incomp!eta dada por esse ogo compositivo inf!ui o intArprete a imaginar e intuir tais
associaFes, as ?uais, por um rigor metodo!gico, procuramos deter em nome de
pro!ongar a experiBncia de contemp!ao do signo, no a contaminando com a
busca da ra+o da sua existBncia ao certo#/ ori+onta!idade, uma caracter'stica do bruta!ismo pau!ista, est> expressa
pe!as !inas ?ue coordenam o n've! do o!ar na perspectiva do ori+onte e somente
A interrompida pe!os recortes geomAtricos, ?ue marcam um ritmo e uma cadBnciapara o o!ar# /s cores so pontuais, mas se expressam proeminentemente, !iberam
o prAdio do monocromatismo pe!a efuso do verme!o e do a+u!#/o passar da contemp!ao a um o!ar atento para os aspectos singu!ares
do signo, os sinsignos, iniciamos uma investigao atenta Ds propriedades f'sicas do
edif'cio, especia!mente em sua facada, ?ue marcam de existBncia concreta a?ue!a
composio de formas e cores# (s amp!os p!anos ori+ontais evidenciam agora as
marcas das f@rmas de concreto - existentes em a!guns p!anos dessa facada ^ e
sua propriedade de serem \nicas, como as digitais de uma pessoa# *a mesma
forma, o desgaste das cores, das es?uadrias e as impressFes f'sicas ?ue as
pessoas deixam nos e!ementos ar?uitet@nicos impregnam o edif'cio de
singu!aridades existenciais# %omo afirma erro 6QSSR7, essas marcas singu!ares
tambAm contam a istria do fa+er ar?uitet@nico atravAs da ocorrBncia do materia!
em um contexto espec'fico#
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Peirce 6QS9Q, p# Q, grifo do autor7 assegura ?ue todo Y_###` !egissigno
significa atravAs de um caso de sua ap!icao, ?ue pode ser denominada Fplica"*
/o ana!isar os !egissignos, resgatamos o conceito de tipo!ogia em ar?uitetura, ?ue A
uma c!assificao dos edif'cios pe!as suas caracter'sticas mais b>sicas como forma
e funco# /?ui, o edif'cio existente se apresenta como uma rAp!ica das convenFes
?ue do origem aos tipos ou sea, a!Am de ser portadora dos sinsignos ?ue
distinguem esse edif'cio de outros do mesmo tipo, sua materia!idade A, tambAm, o
modo como o tipo se atua!i+a em um caso particu!ar# Podemos reconecer tipo!ogias
pe!os e!ementos formais, > ?ue os de uso no so evidentes nessa observao feita
atA a?ui# Pe!a forma de edif'cio retangu!ar e de p!anos !ivres, reconecemos um
trao comum dos edif'cios modernistas# /ssociando isso aos materiais, de!ineiam-sev'ncu!os com o bruta!ismo pau!ista#
/ primeira tricotomia A o primeiro passo na apreenso do nosso obeto& A o
?ue nos toca a princ'pio e a sua ao A, sobretudo, sobre o n've! do sensrio,
embora e!ementos gerais > preparem o racioc'nio para os prximos passos#
.@ S)*'(" 7&5/%7%#5"
0o caso da apreenso dos obetos de referBncia do edif'cio por meio dos'cones, recorremos Ds re!aFes de seme!ana ?ue podem ser sugeridas pe!os
e!ementos ?ua!itativos observados# Entre os ?ua!issignos mais evidentes, a
opacidade pode sugerir forma!idade, rigide+ e a transparBncia, !eve+a, integrao#/s re!aFes de seme!ana a?ui se estabe!ecem entre esta e outras obras
de cuno modernista e, tambAm, com a pintura abstrata modernista 6abstracionismo
geomAtrico e com o concretismo7, suas formas redu+idas a e!ementos geomAtricos
b>sicos, e!aboradas pe!a subtrao de formas& esse recurso das composiFes do
abstracionismo geomAtrico so percept'veis na facada, especia!mente unto D
entrada e no vo!ume do auditrio, uma pirCmide com seu topo recortado 6ig# ticas# ( diagrama ^ em conunto com a imagem e a met>fora ^ A
um ipo'cone, ?ue A um representCmen ic@nico# Peirce 6QS9Q, p# R=7 descreve o
diagrama como a!go ?ue representa as re!aFes do signo com o obeto atravAs da
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ana!ogia das suas partes internas 6do signo7 com as re!aFes entre partes do obeto#
( 'cone-diagrama orienta a tomar a p!anta de ar?uitetura en?uanto um diagrama# /
p!anta, uma p!anificao gr>fica do piso do edif'cio, permite ver a organi+ao e a
re!ao entre as diferentes >reas internas e externas do edif'cio no espao tota! ?ue
e!e ocupa 6ig# =7#Embora o 'cone-diagram>tico, de um !ado, permita apenas associar p!antas
?ue so particu!ares 6sinsignos7, de outro, devemos considerar ?ue > diagramas
?ue assumem a condio de um tipo 6um !egissigno7# Tais tipos so signos gerais e,
como tais, embora tambAm operem por simi!aridade de suas partes, carregam
consigo um comportamento ?ue A gera!# / p!anta, assim, A concebida como um tipo
desenvo!vido ?ue sinteti+a os individuais# *esse modo, em si mesma, pertence aop!ano da apresentao, e na re!ao de referBncia, ao da representao, ?ue pode
remeter tanto a um individua! ?uanto a um gera!#0essa \!tima re!ao de referBncia funciona no mais iconicamente, mas
simbo!icamente e, como outras tipo!ogias, pode sinteti+ar caracteres ideo!gicos#
/ssim, vemos ?ue no %entro de %onvenFes 2ubens Gi! de %ami!!o a!guns signos
ic@nicos a!iam-se a signos convencionais e nos camam a ateno, ao mesmo
tempo, por sua simi!itude com outras obras ar?uitet@nicas e pe!os conte\dos
conceituais ?ue referenciam# %omo > referimos anteriormente, essa p!anta
apresenta em sua configurao signos ?ue remetem ao bruta!ismo pau!ista,
entretanto, no podemos afirmar ?ue e!es contenam o car>ter ideo!gico
a!imentado por /rtigas e outros ar?uitetos deposit>rios da ideia de sentido co!etivo
do espao#(s aspectos formais-ic@nicos do edif'cio, ainda, a!imentados por suas !inas,
se apresentam sugerindo ritmo, continuidade e !inearidade 6esta pe!a associao
com a !ina do ori+onte7# ( prAdio aparece como um e!emento univo!umAtrico,conformando um b!oco s!ido# /spectos crom>ticos - como a cor verme!a, o a+u!
tur?uesa - e os vo!umes conformam signos ic@nicos e, captados de modo g!oba!, so
visua!mente marcantes, pois destacam tanto as partes como o edif'cio em re!ao
ao entorno# %abe notar ?ue "anvitto 6QSSQ7 exp!icita o fato de os prAdios do
bruta!ismo pau!ista se mostrarem como e!ementos so!enes na paisagem da cidade,
ao mesmo tempo ?ue se iso!avam exteriormente para se abrir internamente#
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Pode-se di+er ?ue os 'ndices reve!am os primeiros traos uti!it>rios do signo
ar?uitet@ni
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