REVISTA BUSINESS PORTUGALTEMA
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REVISTA BUSINESS PORTUGALTEMA
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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EDITORIAL
Editorial
Portugal em revista
CLUSTER DO MOBILIÁRIO34 - Município de Paredes36 - Divercol42 - Luís Silva SA
ARQUITETURA NACIONAL56 - GHF Arquitetura60 - Arqama
É só em Setembro que os jovens estudantes portugueses ficam a saber se alcançaram um dos principais objectivos
da sua vida estudantil, o acesso ao ensino superior. São três anos de árduo trabalho, estudo e concentração que
resultam, ou não, no alcance de uma ambição que, não raros os casos, os acompanha há muitos anos.
Mas nem todos os jovens portugueses querem um ‘canudo’. Com as contantes mudanças do mundo do trabalho,
muitos acreditam que o seu futuro está no ensino profissional e que esta é a melhor opção para garantirem o
dia de amanhã.
Por isso mesmo, nesta edição de Agosto, a Revista Business Portugal apresenta-lhe algumas das escolhas que
os seus filhos, estes jovens estudantes, têm ao dispor, de Norte a Sul do país.
Acredito que desse lado existam alguns futuros arquitectos. Nesta edição, damos a conhecer alguns dos mais
conceituados ateliers de arquitectura nacionais que têm vingado em Portugal, mas também no estrangeiro,
apresentando e conduzindo projectos de referência e que se distinguem dos demais.
Nas jornadas do seu roteiro para uma economia da dinâmica, o Presidente da República passou por Paredes
e Paços de Ferreira, onde condecorou algumas das personalidades e empresas de destaque da indústria do
mobiliário. Esta é uma indústria em que Portugal e os portugueses são exemplo em todo o mundo.
Continuamos a nossa viagem por Portugal, e nesta edição destacamos Vila do Bispo, que foi galardoado com o
Prémio Município do Ano Portugal 2015, em reconhecimento do seu desempenho em fazer desta cidade algarvia
um exemplo para o país.
Mas são muitos mais os destaques com que pode contar nesta sua Revista Business Portugal. Convido-o a
folhear a sua revista neste período dedicado às férias.Diana Ferreira não segue o novo acordo ortográfico
FICHA TÉCNICA
Diretor
Fernando Silva
EDITORA
Diana Ferreira
REDAÇÃO
Kathleen Araújo
Rita Carreira
Sara Gomes
Síliva Correia
Vera Pinto
Ana Miguel Lopes
Andreia Lobo
Marta Caeiro
Rita Burmester
Rui Roque
Sílvia Martins
PROJETO GRÁFICO, PAGINAÇÃO E DESIGN
Tiago Rodrigues
SECRETARIADO
Paula Assunção
GESTÃO DE COMUNICAÇÃO
Cátia Fernandes
Fernando Lopes
Filipe Amorim
Isabel Brandão
José Machado
José Alberto
Luís Branco
Luís Silva
Manuel Fernando
Paulo Padilha
Pedro Duarte
Rui Diogo
EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE
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4400-134 - Mafamude
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A REVISTA BUSINESS PORTUGAL NAS REDES SOCIAS
DISTRIBUIÇÃO
Gratuita no Jornal i - Dec. Regulamentar 8/99-9/6 Artº 12º nº. ID
Depósito Legal: 374969/14
Edição de agosto
Por Diana Ferreira
alguns destaques da edição de agosto
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CONCELHO DE CASTELO BRANCO64 - Freguesia de Sarzedas72 - Freguesia de Salgueiro do Campo
INOVAR PARA CRESCER76 - Aquapor80 - HR Group84 - Fercopor
MUNICÍPIOS EM DESTAQUE92 - Município de Santa Marta de Penaguião102 - Município de Oleiros
06 - município de vila do bispo
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mun
icíp
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o an
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
A Universidade do Minho atribui, desde 2013, os prémios que destacam as boas práticas do poder
local, uma organização da plataforma UM-Cidades. Este ano o grande vencedor foi o município
de Vila do Bispo com o Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza de Sagres. Os
prémios foram atribuídos no passado dia 9 de julho, numa cerimónia que decorreu no Theatro
Circo, em Braga. Segundo a UM-Cidades, a atribuição dos galardões obedece a vários critérios. São eles:
reconhecer e premiar as boas práticas em projetos implementados pelos municípios com impactos assinaláveis
no território, na economia e na sociedade, que promovam o crescimento, a inclusão e/ou a sustentabilidade;
colocar na agenda a temática da territorialização do desenvolvimento, perspetivada a partir da ação dos
municípios e ainda dar visibilidade e reconhecer, em diferentes categorias, realidades diversas que incluam
as cidades de maior dimensão, mas também os territórios de baixa densidade nas diferentes regiões do país.
Na edição deste ano, para além do grande vencedor nacional, existiram outros premiados por zonas, sendo
que Vila do Bispo venceu também na região do Algarve. Nas restantes categorias regionais foram distinguidos
mais nove municípios, são eles: Braga, zona Norte, Santa Maria da Feira, na Área Metropolitana do Porto,
Águeda, região Centro, Coruche, Alentejo, Ribeira Grande, Regiões Autónomas e Sintra, Área Metropolitana
de Lisboa. Nos municípios com menos de 20 mil habitantes os premiados são Paredes de Coura, Norte
e Lousã, na zona Centro. Em 2014, o Prémio Município do Ano Portugal 2014, foi atribuído a Lisboa ao
projeto ‘Há Vida na Mouraria’. A Universidade do Minho instituiu estes galardões em 2013, o principal objetivo
é “preencher a lacuna entre o conhecimento, a política e a prática na temática das cidades e das regiões”,
destaca a organização.
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MUNICÍPIOS DO ANO
Vila do Bispo tem para oferecer um vasto leque de atividades. Num concelho onde a terra abraça o mar, a beleza natural, aliada aos
inúmeros vestígios históricos, tornam a região num local de excelência para os amantes do turismo de natureza, prova disso, é o prémio
atribuído ao Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza de Sagres.
município de vila do bispo
Destino turístico onde natureza, praia e história se cruzam
A aposta nas potencialidades naturais e
ecológicas deram frutos e o Município de
Vila do Bispo foi o grande vencedor da 2.ª
edição, Prémios Município do Ano - Portugal
2015, tendo vencido, primeiramente, o prémio do
melhor projeto da região do Algarve. O presidente da
Câmara de Vila do Bispo, Adelino Soares, afirma que
“este prémio é o reconhecimento, a nível nacional,
do trabalho desenvolvido localmente, na promoção
das potencialidades deste território, em parceria com
associações ambientais e empresas locais”. O evento
realiza-se sempre no primeiro fim-de-semana de
outubro, este ano, a 6.ª edição, decorre de 1 a 4 de
outubro, em Sagres. A iniciativa é organizada pelo
Município em parceria com a Sociedade Portuguesa
para o Estudo das Aves (SPEA) e a Associação
Almargem, contando com o apoio do Turismo do
Algarve, do Instituto da Conservação da Natureza e das
Florestas e STRIX – Ambiente e Inovação. As sinergias
criadas em torno do evento “demonstram a importância
que tem o estudo das aves do ponto de vista ambiental
e turístico, e potencializa uma atividade que conta com
milhões de praticantes em todo o mundo, onde Sagres
surge com condições excecionais para a sua observação
(Birdwatching) ” revela o autarca, Adelino Soares. O
Festival tem impacto a nível internacional, onde no ano
transato contou com cerca de mil participantes de 18
nacionalidades diferentes. O que faz desta zona do País
especial é o número de avistamentos onde “em 2014
tivemos cerca de 140 avistamentos de aves diferentes,
entre passeriformes, rapinas e marinhas” sendo que
em 2013, ocorreram perto de 180 avistamentos “o
período migratório outonal é de agosto a novembro,
e algumas das espécies ameaçadas, que raramente
são avistadas em outros territórios, como a Gralha-de-
bico-vermelho, surgem com frequência em Sagres”, adelino soaresPresidente
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MUNICÍPIOS DO ANO
explica o responsável pelo Município de Vila do Bispo.
O Festival de Observação de Aves e Atividades de
Natureza de Sagres tem ganho dimensão ao longo das
suas 5 edições “através do envolvimento de escolas,
associações, empresas e toda a comunidade local,
conscientes dos valores ambientais a preservar e das
potencialidades turísticas do ponto de vista económico”,
salienta o presidente Adelino Soares. Mas nem só de
observação de aves vive o festival, e numa visão mais
abrangente, onde se potencializam as mais-valias
naturais da região, o Município de Vila do Bispo organiza
outras atividades como “saídas de campo, caminhadas,
saídas de barco para observação de cetáceos (golfinhos
e baleias), entre outras, tentando combater o principal
problema do Algarve, a sazonalidade”, explica o autarca.
O concelho de Vila do Bispo é um dos locais do País
com maiores potencialidades ambientais “com rotas e
percursos para os amantes do pedestrianismo” onde a
fauna e flora surgem com valores excecionais “existem
espécies endémicas como o Tojo de Sagres e o Triops
Vicentinus”, que podem ser admirados pelos amantes da
natureza, sem esquecer que “deve ser dos poucos sítios
do mundo, onde se juntam centenas de pessoas, no
Cabo de S. Vicente, para observar e aplaudir o pôr-do-sol”
realça o presidente do Município, Adelino Soares. Todas
estas características do território permitem aos visitantes
usufruir de uma experiência sem igual desfrutando da
natureza em todo o seu esplendor. Importa salientar que
“os cidadãos de Vila do Bispo estão empenhados no
sucesso do evento”. O presidente da Câmara Municipal
faz questão de frisar que “o Festival não implica grandes
custos financeiros” permitindo afirmar que “é possível
organizar um evento, que envolve a comunidade local e
que desperta interesse nos visitantes, sem gastar muito
dinheiro” conclui. Adelino Soares elogia a excelente
iniciativa da Universidade do Minho, Projeto UM-Cidades,
por premiar os municípios pelas boas práticas, referindo
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MUNICÍPIOS DO ANO
que “não é só uma vitória de Vila do Bispo é também do
Algarve e de todos os autarcas que trabalham em prol
das suas comunidades”, destaca o edil.
A riqueza histórica de Vila do Bispo
A região está repleta de vestígios que contribuem
para o relato da história de Portugal e do Mundo. Para
além de todo o património relacionado com a época
dos Descobrimentos, presente, sobretudo em Sagres,
o autarca destaca as investigações que estão a ser
realizadas em parceria com Universidades e a Marinha
Portuguesa na procura de vestígios subaquáticos da
Primeira Guerra Mundial, que “em 2017 pretendemos
que sejam reconhecidos como património da UNESCO”.
Ao longo da costa do concelho estão submersos
vários vestígios, destacando-se o navio de guerra, da
Marinha Francesa, L’Océan, que se afundou junto
à Praia da Salema, em 1759, durante a Batalha de
Lagos, um episódio da Guerra dos Sete Anos. O vasto
património histórico da região engloba também “a maior
concentração de menires conhecida em toda a Península
Ibérica. Os menires de Vila do Bispo começaram a ser
erguidos sensivelmente há 6500 anos concorrendo
para um ranking dos mais antigos, num fenómeno
que perdurou, provavelmente, até à idade do Bronze.
Vestígios mais antigos do Homem moderno, a sul da
Península Ibérica, na localidade de Vale de Boi, com
cerca de 33 mil anos. Sem esquecer as pegadas de
dinossauros que podem ser visíveis em vários locais da
freguesia de Budens”, realça o presidente do município,
Adelino Soares.
Um mar de oportunidades
Vila do Bispo é um local priveligiado por estar situado
entre a costa Atlântica e o Mediterrâneo. A localização
geográfica reúne todas as condições para a prática
de várias atividades como “o mergulho e a pesca”.
O autarca de Vila do Bispo realça que “temos praias
fabulosas para a prática do surf, bodyboard, windsurf,
Paddel e Kitesurf” afirmando que devido à configuração
do território “devem existir poucos locais no mundo
com estas condições”. Os desportos náuticos são um
atrativo e o Município está consciente da importância
que têm para o desenvolvimento da região. Neste
sentido, Vila do Bispo “é o patrocinador de vários atletas
do concelho onde se destaca a campeã europeia de
bodyboard, Joana Schenker”, revelou Adelino Soares. A
autarquia dinamiza e apoia também diversas iniciativas
relacionadas com o mar com o intuito de captar turistas
para a região. A beleza natural das praias, de excelente
qualidade ambiental, valeram ao território a distinção do
terceiro município do País com mais praias galardoadas
com Bandeira Azul e Bandeira Dourada. O mar é um
dos pontos fortes de Vila do Bispo, facto que também se
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MUNICÍPIOS DO ANO
reflete na excelente gastronomia local, destacando-se a
nível nacional pela variedade e qualidade de pescado.
Uma das apostas fortes é a afirmação de Vila do Bispo
como Capital do Perceve. A autarquia apoia todos os
anos a Associação de Marisqueiros de Vila do Bispo e
Costa Vicentina na organização do Festival do Perceve,
que este ano decorre nos dias 4, 5 e 6 de setembro
“atraindo milhares de pessoas a este certame”. Durante
todo o ano são realizadas várias reportagens da apanha
do perceve “é uma atividade arriscada e impressionante,
retratada no filme Filhos de um Mar Maior” destaca o
edil. O mar, a gastronomia, a natureza e a história tornam
Vila do Bispo num destino turístico singular “o que nos
diferencia de outros locais é o facto de usufruirmos de
um ambiente natural, com tranquilidade e segurança.
Vila do Bispo pode ser visitado durante todo o ano, num
ambiente familiar”, remata o presidente da Câmara.
Futuro: Desenvolvimento e crescimento
O concelho tem cerca de 5300 habitantes que este
ano vão ter ao seu dispor novas infraestruturas “vamos
inaugurar um lar de idosos, uma creche e um centro
escolar, equipamentos importantes para a melhoria das
condições de vida dos nossos munícipes”, revelou o
autarca. O Município apoia os estudantes de diversos
níveis de ensino, através da atribuição de bolsas de
estudo e de investigação, alimentação, transportes e
material escolar. A saúde também assume importância
para o autarca que tem proporcionado “condições de
fixação para os médicos” e que adquiriu uma unidade
móvel de saúde que “permite levar os profissionais de
saúdes às várias localidades do concelho, possibilitando
uma melhor comodidade aos munícipes”. Adelino
Soares destaca ainda que “a nível social o Município
apoia as famílias com maiores dificuldades financeiras,
bem como as Instituições de Solidariedade Social”. No
que diz respeito ao futuro “é importante dar condições de
vida aos residentes e proporcionar um bom acolhimento
a quem nos visita”. O Município vai continuar a
dinamizar e a dar visibilidade ao concelho “através de
atividades e iniciativas que projetem o nome de Vila do
Bispo, participando em feiras de turismo nacionais e
internacionais”. O autarca refere que pretende concorrer,
novamente, ao Prémios Município do Ano - Portugal em
2017 “consciente de que será difícil voltar a vencer”,
contudo o edil considera que “todos os municípios
devem participar, dando visibilidade às boas práticas do
poder local”, afirma o presidente da Câmara, Adelino
Soares.
Créditos às fotos: Município de Vila do Bispo; Carla Salvador; Jorge Menezes;
Marcelo Sousa; Nuno Barros; Ricardo Soares; Vanessa Oliveira e Vanda Rita Oliveira.
Festival do Percêbe 4, 5 e 6 de setembro
festival de observação de aves 1, 2, 3 e 4 de outubro
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ensi
no em
port
ugal
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
N a edição de agosto damos ênfase, uma vez mais, ao ensino profissional e universitário em Portugal.
Nos últimos anos, o ensino profissional tem tido bastante adesão por parte dos alunos portugueses.
O crescimento tem sido constante e acentuou-se desde 2005, quando a oferta de cursos foi
generalizada a todas as escolas geridas pelo Estado. Ainda assim, Portugal está abaixo da média
europeia, que ascende a 50.3 por cento.
Os cursos profissionais são um dos percursos do nível secundário de educação, caracterizado por uma forte
ligação com o mundo profissional.
Tendo em conta o perfil pessoal, a aprendizagem realizada nestes cursos valoriza o desenvolvimento de
competências para o exercício de uma profissão, em articulação com o setor empresarial local.
Já o ensino superior perdeu 3 mil vagas nos últimos quatro anos.
A diminuição foi constante e atira as vagas no ensino superior para próximo dos valores de 2008, ano em
que se mantinha um aumento iniciado no começo dos anos 2000.
Em Portugal também existe uma oferta variada no ensino superior privado de excelência e nesta edição
damos alguns exemplos.
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ENSINO EM PORTUGAL
O Erasmus+ tem permitido a diversos jovens e profissionais viver experiências enriquecedoras e desenvolver projetos únicos a nível
internacional. Este programa, que pretende “fazer europeus”, já ultrapassou as barreiras fronteiriças da Europa, tendo-se expandido
para o resto do mundo.
erasmus+
Da Europa para o mundo, a criar cidadãos
O Erasmus+ é o programa da União Europeia
(UE) destinado a apoiar a mobilidade de
estudantes e profissionais de educação e
formação, e parcerias entre instituições de
ensino, formação, juventude e desportos.
O Programa Erasmus+ segue-se ao anterior
Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PALV),
refletindo a necessidade de uma maior simplificação
e racionalização, maior transparência e facilidade
de acesso ao financiamento para as organizações e
cidadão europeus.
O Erasmus+ inclui o Ensino Escolar (Comenius), a
Educação e Formação profissionais (Leonardo da
Vinci), o Ensino Superior (Erasmus), o Ensino Superior
Internacional (International Credit Mobility), a Educação
de Adultos (Grundtvig), a Juventude e Desportos
(Juventude em Ação). A componente internacional,
extra comunitária, destina-se a apoiar a ação externa
da União Europeia, incluindo os seus objetivos de
desenvolvimento, através da cooperação entre a UE
e países terceiros. Por englobar todas estas vertentes,
tomou a designação de ‘Erasmus+’, conforme nos
contou Joana Mira Godinho, Diretora da Agência
Nacional Erasmus+ Educação e Formação.
O Erasmus+ entrou em vigor no dia 1 de janeiro de
2014, e tem permitido a diversos jovens e profissionais
viver experiências enriquecedoras e desenvolver projetos
únicos a nível internacional. O programa foi criado com
base na iniciativa Erasmus, célebre pelas oportunidades
que oferece aos estudantes universitários e ao pessoal
docente do Ensino Superior em termos de mobilidade
para fins de aprendizagem, estágio ou formação.
“O Programa Erasmus+ Educação e Formação
joana mira godinhoDiretora
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ENSINO EM PORTUGAL
financia instituições – qualquer instituição envolvida
em educação ou formação pode concorrer – que, por
sua vez, financiam estudantes e profissionais desta
área ao longo do ciclo de vida”, explica a diretora. O
principal beneficiário do Programa continua a ser o
Ensino Superior - grandes universidades públicas na sua
maioria.
“Quer o Ensino Escolar, quer a Formação Profissional,
quer a Educação de Adultos, estão a crescer
paulatinamente, e a sua importância no programa
Erasmus+ está a aumentar”, afirma Joana Mira Godinho.
O Programa, que outrora se focava apenas na Europa,
está neste momento a expandir-se pelo mundo inteiro
com a nova linha de financiamento International Credit
Mobility, que permite receber e enviar estudantes de e
para todo o mundo. Carlos Santos, Técnico da Agência
Nacional Erasmus+ Educação e Formação, sublinha:
“Já ultrapassámos as barreiras fronteiriças da Europa e
estamos agora a expandir-nos para o resto do mundo”.
Melhores oportunidades de emprego
No domínio da educação e formação, o programa visa
melhorar o nível de competências e aptidões dos cidadãos
europeus, criando mais oportunidades de mobilidade
para fins de aprendizagem e, simultaneamente,
reforçar a ligação da educação e formação com
o mercado de trabalho. Visa também fomentar a
cooperação transnacional com vista ao aumento da
qualidade, inovação, excelência e internacionalização
das instituições de educação e formação; promover e
sensibilizar para a criação de um espaço europeu de
aprendizagem ao longo da vida; reforçar a dimensão
internacional da educação e da formação; melhorar o
ensino e a aprendizagem das línguas; e promover a
excelência no ensino e nas atividades de investigação
no domínio da integração europeia.
“O feedback que recebemos, quer de indivíduos, quer
de instituições, é de que o programa tem muito bons
resultados e muito bom impacto”, diz Joana Mira
Godinho.
Faz parte dos planos futuros da Agência um estudo
de impacto do Programa em Portugal, com questões
relacionadas com a internacionalização do ensino e
formação no País, e a empregabilidade dos indivíduos
que frequentam o programa. Por enquanto, conta a
diretora, “sabemos que há menos desemprego entre
as pessoas que frequentaram o Erasmus, do que
entre pessoas em idênticas circunstâncias que não o
frequentaram. Existe um impacto nas taxas de emprego”.
Para um empregador, a mobilidade e multiculturalidade
é hoje muito importante. “Os empregadores estão à
procura de pessoas que tenham tido mobilidade, falem
línguas, sejam capazes de trabalhar num ambiente
multicultural, estejam habituados a trabalhar noutros
países, conheçam as culturas e modo de estudo
noutros países. Tudo são características típicas que os
empregadores hoje em dia procuram e que o programa
oferece aos beneficiários”, observa Joana Mira Godinho.
Carlos Santos acrescenta que “são as aprendizagens
colaterais, que tantas vezes não valorizamos, que lhes
dão as competências ou soft skills que são valorizados
pelos empregadores. Muitas vezes não é a física quântica
ou a medicina que vão aprender lá fora, mas são estas
caraterísticas colaterais que vão fazer a diferença mais
tarde”.
Organizações elegíveis
Com exceção das instituições comunitárias (Agências
Nacionais, Comissão Europeia, Parlamento Europeu,
Conselho da Europa), qualquer organização de
educação e formação é elegível no âmbito do Programa
Erasmus+, salvaguardando as especificidades de cada
ação.
Organizações de todos os setores envolvidos ativamente
na oferta de educação formal e não-formal, e formação
profissional poderão solicitar financiamento para os seus
alunos e funcionários.
“Este é um programa para fazer europeus”, reforça
Joana Mira Godinho. Para a diretora, isto significa “ter
pessoas tão confortáveis a trabalhar em Portugal como
em qualquer outro país. O programa financia mobilidade
e parcerias e quer contribuir para a internacionalização
das pessoas e das instituições e para a excelência do
sistema de educação dos países europeus”, acrescenta.
joana mira godinho e carlos santosDiretora e Técnico de Coordenação e Imagem
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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ENSINO EM PORTUGAL
Candidaturas ao Erasmus+
As bolsas de Educação e Formação destinam-se a
organizações, pelo que não será possível apresentar
candidaturas individuais. Os cidadãos com interesse
em terem uma experiência de formação internacional
patrocinada pelo Programa deverão contactar as
suas organizações de educação e formação para se
candidatarem. No entanto, no setor da Juventude e
Desportos podem candidatar-se grupos informais de
jovens.
“Todos os nossos beneficiários têm que indicar qual é a
relevância do projeto que apresentam para os objetivos
da Europa 2020 e para os objetivos do programa
Erasmus+. É muito importante o número de mobilidades
que vão fazer e o desempenho anterior das instituições”,
explica Joana Mira Godinho.
Todas as organizações têm de se registar no sistema
de registo online da Comissão Europeia para poderem
submeter candidaturas. Este é um novo passo no
processo de candidatura e deverão por isso dar tempo
suplementar para completar esta etapa ao fazer um
pedido. Todas as nstituições de Ensino Superior terão
que ser detentoras de uma Carta Erasmus para o Ensino
Superior (ECHE) válida para participar nas atividades do
novo programa.
Uma franca expansão
Joana Mira Godinho esteve ligada ao Ministério da
Saúde e ao Banco Mundial, onde trabalhou como
gestora de setor, programas e projetos. Hoje, em
Portugal, a gerir uma equipa composta por 44 pessoas,
sente-se satisfeita por ter encontrado um programa «a
funcionar muito bem». “O programa hoje é levado muito
a sério”, observa.
As candidaturas aumentam de ano para ano, e com elas
aumenta também o financiamento. Contudo, a diretora
da Agência não hesita em afirmar que o maior problema
continua a ser o do financiamento: “Só conseguimos
financiar cerca de 1/3 das candidaturas com qualidade
que nos enviam”. Enquanto destino para os beneficiários
do programa Erasmus+ de outros países, Portugal
vai-se assumindo como um país extremamente
interessante, com um clima e custos de vida favoráveis
a par da excelente oferta de programas educativos.
A crença na Europa e a crença na importância da
educação e formação das pessoas, sociedades e
economias encontram-se entre as palavras de ordem
quando nos referimos aos valores da Agência Nacional
Erasmus +. Em termos de gestão, o trabalho em equipa
e a transparência assumem-se como prioridades.
Apostar na inovação
O futuro da Agência adivinha-se próspero, com uma
desmaterialização em curso que poderá transformar
a Agência Nacional na primeira paperless Agency da
Europa; e com uma aplicação para smartphones prestes
a ser lançada, que será uma novidade em toda a Europa.
“Estamos a criá-la de raiz. É dirigida aos estudantes que
vêm de fora, mas também aos que vão para fora, e terá
toda a informação que um jovem necessita para viver
cá”, explica Carlos Santos.
* Em processo de submissão às autoridades competentes.
IPMAIA - INSTITUTO POLITÉCNICO DA MAIA
Linha Azul: 808 203 710Site: www.ipmaia.pt
LICENCIATURAS - IPMAIAEmail: [email protected]
CURSOS TÉCNICOS SUPERIORES PROFISSIONAIS - CTeSPEmail: [email protected]
INFORMAÇÕES
1.º CICLO - LICENCIATURAS
CURSOS TÉCNICOS SUPERIORES
PROFISSIONAIS - CTeSP 2
INSTITUTO POLITÉCNICO DA MAIA - IPMAIA 1
› Contabilidade
› Informática de Gestão
› Solicitadoria
› Treino Desportivo
› Acompanhamento de Crianças e Jovens
› Atividades Rítmicas Expressivas para
Crianças e Jovens
› Cadastro Predial
› Contabilidade e Empreendedorismo
Organizacional
› Desporto e Lazer
› Gestão Administrativa de Recursos
Humanos
› Gestão Comercial e Vendas
› Manutenção Industrial
› Produção Multimédia e Jogos Digitais
› Redes e Sistemas Informáticos
› Segurança Contra Incêndios e Proteção
Civil
› Secretariado Jurídico
› Segurança e Ciências Policiais
› Serviço Familiar e Comunitário
› Tecnologias e Programação de Sistemas
de Informação
› Treino Desportivo
› Turismo e Lazer Ativo
2) A aguardar aprovação e registo na Direção Geral do Ensino Superior.
1) Reconhecimento de interesse público pelo Decreto-Lei nº 114/2015, de 22 de junho.
Destinatários: www.ipmaia.pt
Observação:
Titulares dos 10º e 11º anos completos
realizarão provas de ingresso (gratuito)
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› Contabilidade 2
› Criminologia
› Educação Física e Desporto
› Energias Renováveis
› Engenharia de Segurança do Trabalho
› Gestão do Desporto
› Gestão da Qualidade, Ambiente e
Segurança
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› Gestão de Marketing
› Gestão de Recursos Humanos
› Informática
› Informática de Gestão 2
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› Relações Públicas
› Solicitadoria 2
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› Ciências da Educação Física e Desporto
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Saúde
› Ciências da Educação Física e Desporto
- Especialização em Treino Desportivo
› Criminologia
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Básico e Secundário 1
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› Gestão do Desporto
› Gestão de Empresas
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› Psicologia Clínica e da Saúde
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e Multimédia
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1.º CICLO - LICENCIATURAS
3.º CICLO - DOUTORAMENTO
2.º CICLO - MESTRADOS
INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DA MAIA - ISMAI
› Psicologia - Especialidade de Psicologia Clínica
2) O 1.º ano será lecionado no Instituto Politécnico da Maia - IPMaia.
ISMAI - INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DO ISMAILinha Azul: 808 202 214Email: [email protected]: www.ismai.pt
1) Obrigatório realizar provas de ingresso (gratuito).
Consultar site do ISMAI.
MAIÊUTICA - CAMPUS ACADÉMICOPORTAS PARA O FUTURO
Ano Letivo 2015 | 2016
CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA - CET *
CENTRO DE FORMAÇÃO AO LONGO DA VIDA - CFLV
› Animação em Turismo de Saúde e
Bem-Estar
› Aplicações Informáticas de Gestão
› Comércio Internacional
› Contabilidade e Fiscalidade
› Desenvolvimento de Produtos Multimédia
› Exercício Físico
› Gestão da Qualidade, Ambiente e
Segurança
› Gestão e Controlo de Energia
CFLV - CENTRO DE FORMAÇÃO AO LONGO DA VIDA
Telefone: 229 866 026Email: [email protected]: www.cflv.pt
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O investimento em Marketing é vital para o desenvolvimento. Com a globalização das tecnologias de informação e comunicação, quem
não domina o novo conhecimento que permite compreender e atuar no mercado não consegue ser competitivo.
ISMAI - artigo de carvalho vieira, coordenador do mestrado em marketing
formação universitária internacional
No ISMAI respondemos com uma ampla
fileira de formação em Gestão de Marketing,
académicos e profissionais competentes,
formando Recursos Humanos Qualificados
para responsabilidades de Gestão de Marketing -
Operacionais, Intermédias e, naturalmente, de Direção.
O bom desempenho profissional dos nossos Alunos não
é indiferente ao conjunto de mais-valias com que nos
comprometemos para o seu futuro:
• Cet.s e CTeSPs, Licenciatura e Mestrado em Marketing
reconhecidos e acreditados;
• Projetos internacionais com reconhecimento externo
da Instituição, dos seus Alunos de Marketing;
• Parcerias internacionais europeias (joint degrees em
Marketing) que fomentam a mobilidade;
• Observatório internacional de Marketing & Inovação
que presta serviço empresarial;
• Plataforma de e-learning de formação em marketing,
inovação e empreendedorismo;
• Conferências, Seminários e Workshops nacionais/
internacionais;
• Job Market de apoio à entrada e reorientação dos
nossos Alunos no mercado de trabalho;
A área Científica de Marketing no Instituto Universitário da
Maia integra o Departamento de Ciências Empresariais,
responsável por um conjunto de Licenciaturas e
Mestrados acreditados pela Agência de Avaliação e
Acreditação do Ensino Superior (a3es): Licenciaturas
em Gestão de Empresas, Gestão de Recursos Humanos,
Turismo, Energias Renováveis, Gestão da Qualidade,
Ambiente e Segurança e Engenharia de Segurança no
Trabalho; Mestrados em Gestão de Empresas, Gestão
Estratégica de Recursos Humanos, Turismo, Património
e Desenvolvimento e Sistemas de Gestão da Qualidade.
Prepare o seu futuro em Marketing com quem lhe
assegura formação:
Internacional e moderna
Coordenamos Projetos Internacionais (25 Parceiros
Europeus) de elevado impacto:
• EMIC – European Marketing and Innovation Centres
(400.000 €);
• DVJ – Developing Skiils for Future Jobs (32.644 €)
• PREMIO – Promotion of Entrepreneurship and
Innovation (62.444 €);
• ENTER – Entrepreneurship Enhancement and
Reinforcement (55.285 €);
ENSINO EM PORTUGAL
Criativa e Empreendedora
Promovemos talento, empreendedorismo, novos projetos, equipas, interatividade, multidisciplinaridade
Rigorosa e aplicada
Dispomos de sofisticado equipamento de produção vídeo, radio, webdesign, tv, cad, digital fabrication, …
A licenciatura renovada em Gestão de Marketing do ISMAI assegura uma ampla e sólida preparação em Gestão de
Marketing em diversas áreas da decisão e da gestão, inteligência estratégica da organização, gestão da mudança,
da inovação, das tecnologias e dos sistemas de informação. Os nossos licenciados em Gestão de Marketing são
competentes e qualificados ao nível estratégico, operacional, tecnológico e sectorial. Estão preparados para apoiar o
desenvolvimento e competitividade das organizações como gestores de marketing, analistas de mercado, gestores
Think tank * Seminário Americano * marketing politico * pordata * Zanenga (research seminar)
de produto, de marca, de comunicação, logística e distribuição ou direção comercial.
O novo Mestrado em Marketing tem duas especializações: on consumer; on corporation, organiza-se em Dossiers
com que os Mestrando irão enriquecer em cada Unidade Curricular e aprofunda a preparação base dos Alunos
com formação avançada que lhes confere conhecimentos e capacidades necessárias à sua inserção profissional
e empresarial plena, ao desenho e ao desenvolvimento de oportunidades de negócio/projetos que venham a
prosseguir. O ISMAI intervém, assim, numa área funcional com forte impacto na internacionalização das Empresas e
de toda a Economia Portuguesa (on corporation) e no ajuste da sua oferta comercial às expectativas e preferências
dos consumidores (on consumer). Os titulares deste Mestrado estarão habilitados para:
1. Compreender o sentido e o alcance da investigação e gestão de marketing, da nova Geoeconomia, da
nova Indústria e do novo “Consumo”;
2. Desenhar e desenvolver ofertas comerciais de valor superior e continuado à sociedade, num quadro de
sustentabilidade e responsabilidade social;
3. Integrar a nova vaga de Empreendedores, munidos dos instrumentos teóricos e práticos necessários à
conceção, implementação e controlo de projetos com elevada probabilidade de sucesso.
A investigação em Marketing no ISMAI enquadra-se na Unidade de Investigação em Ciências Empresariais e
Sustentabilidade (UNICES) com três grandes linhas de investigação - 1) Economia, Gestão e Empreendedorismo,
2) Marketing, Inovação e Serviços e 3) Capital Humano e Comportamento Organizacional com ligações formais ao
Sistema Científico e Tecnológico Nacional. Docentes desta Licenciatura e Mestrado Marketing integram Unidades
de Investigação classificadas com “Very Good“ (CICS.NOVA e CETRAD) e com “Good“ (NECE), em avaliação
internacional no âmbito da FCT.
Motivados pelo testemunho dos nossos Alunos sobre (1) a facilidade na obtenção de estágios profissionais, (2) o
reconhecimento do seu bom desempenho, quando confrontados com outras formações e (3) o forte impacto nas
Carreiras Empresariais e Profissionais dos mais séniores, faremos tudo pelo seu Futuro!
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
19
ENSINO EM PORTUGAL
No Instituto Universitário da Maia vive-se um ambiente internacional e multicultural. Orgulhamo-nos de dotar os nossos estudantes das
competências necessárias para ingressarem e serem competitivos no mercado de trabalho global e nesse processo a internacionalização
é fator crucial.
ISMAI - artigo de alexandra neves, vice-reitora para as relações internacionais
duas DÉCADAS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
A estratégia de internacionalização do ISMAI é
alicerçada em vários fatores, entre os quais
a mobilidade e o programa Erasmus+, que
ocupam um lugar de destaque.
O ISMAI, que celebra agora 25 anos, e há muito
ciente da importância da mobilidade para a formação
e empregabilidade dos seus alunos, aderiu ao Programa
há 18 anos.
Iniciando os fluxos de mobilidade com apenas 2
estudantes, o ISMAI promove atualmente a mobilidade
de aproximadamente 120 alunos incoming e 100 alunos
outgoing por ano. No total, promoveu já a mobilidade de
cerca de 1000 alunos para IES estrangeiras e acolheu
sensivelmente o mesmo número de fluxos incoming.
Quanto à mobilidade de funcionários docentes e não
docentes, o ISMAI mobiliza entre uma a duas dezenas
de fluxos por ano.
Os acordos de cooperação institucional incluem cerca
de 150 instituições de ensino superior de 30 países,
sendo 25 países participantes no programa Erasmus+.
Os benefícios de participar numa experiência de
mobilidade são inúmeros e os participantes reconhecem
a influência e o impacto que a mobilidade para
aprendizagem, ensino, formação ou estágio tem na
sua valorização pessoal e profissional. A aquisição
de conhecimentos e competências académicas e
profissionais, o desenvolvimento de competências
transversais, o enriquecimento pessoal que advém do
contacto com outras culturas, o aperfeiçoamento de
competências linguísticas, a oportunidade de vivenciar
experiências diferentes das proporcionadas no seu país
de origem, a possibilidade de viajar, alargar horizontes
e conhecer o mundo em que vivemos e trabalhamos
são apenas algumas das vantagens que os participantes
referem.
Mas o programa Erasmus+, em vigor desde 2014,
é muito mais do que mobilidade. O Erasmus+ veio
alargar grandemente o espetro de oportunidades de
internacionalização não só no âmbito do ensino superior,
mas em todos setores da educação e economia.
As três ações-chave do programa, as atividades Jean
Monnet e as ações para o Desporto do programa
Erasmus+ proporcionam inumeráveis oportunidades de
cooperação e desenvolvimento, quer a nível europeu,
quer com países terceiros.
Os projetos em parceria com organizações
internacionais são uma realidade no ISMAI, tanto no
âmbito do Erasmus+ como noutros enquadramentos.
No contexto Erasmus são exemplos: o projeto “EMIC
– European Marketing and Innovation Centers”, em
parceria com 9 IES e empresas de 7 países; o programa
“Intellectual Property Law in E-Environment: Industrial
property, copyright and related rights”, a decorrer, em
parceria com IES de 5 países; o programa “Virtual
Entrepreneurship”, realizado em parceria com IES de
4 países. Além disso, o ISMAI aguarda o resultado da
candidatura a vários projetos Erasmus+, quer como
promotor, quer como parceiro.
Esta instituição está empenhada em alargar a sua
rede de cooperação internacional e participar em
ações promovidas pelo Programa, especialmente para
desenvolvimento de projetos e realização de cursos em
conjunto, assim contribuindo não só para a capacitação e
empregabilidade da comunidade ismaiata, mas também,
e entre outros, para o desenvolvimento regional, para
uma Europa mais qualificada e mais competitiva no
panorama internacional, para os objetivos da Estratégia
Europa 2020.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
20
A Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, I.P. (ANQEP,I.P.) é um instituto público integrado na administração indireta
do Estado, sob a tutela dos Ministérios da Educação e Ciência conjuntamente com o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança
Social, em articulação com o Ministério da Economia, com autonomia administrativa, financeira e pedagógica no prosseguimento das
suas atribuições. Conversamos com Gonçalo Xufre Silva, diretor da ANQEP.
anqep
“Ser ensino profissional”
A Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP) acaba
de lançar um movimento social a favor do ensino profissional. Porquê esta
iniciativa?
O movimento #somosensinoprofissional insere-se nas estratégias de promoção e
divulgação do ensino profissional que têm vindo a ser seguidas pela ANQEP, com o
intuito de atrair os jovens ao ensino profissionalizante e de valorizar socialmente as vias
profissionalizantes de nível secundário, aproveitando as potencialidades que existem
atualmente, resultantes da adesão das pessoas aos movimentos sociais potenciados
pelas redes sociais.
O movimento tem um carácter simbólico, ao demonstrar que qualquer jovem pode
aderir ao ensino profissional, mas é também mediático. Queremos levar as pessoas
a falar do ensino profissional, a testemunhar o seu percurso profissional desde o
momento em que optaram por um curso eminentemente prático e vocacionado para
uma entrada no mercado de trabalho.
Por essa razão, o movimento inicia com jovens que são designados
“Embaixadores do Ensino Profissional”?
Exato. Os Embaixadores do Ensino Profissional são jovens adultos com um
percurso profissional bem-sucedido que começou no ensino profissional. Eles são
o testemunho vivo das vantagens que identificamos no ensino profissional. Através
destes testemunhos, esperamos que seja mais fácil fazer compreender aos jovens e às
suas famílias esta realidade. Como se sabe, em Portugal o ensino profissional tem sido
muitas vezes relegado para segundo plano, sendo encarado apenas como solução
para o combate ao abandono escolar ou para promoção do sucesso educativo.
A mensagem que queremos passar é outra. O ensino profissional tem mais-valias que
advêm da estreita relação que mantém com o mundo empresarial.
Mas é, ou não, verdade que o ensino profissional tem permitido reduzir o
abandono escolar?
Claro que sim, mas essa não é, nem pode ser, a sua missão. A redução do abandono
escolar é uma consequência deste ensino que, efetivamente, é mais atrativo pelo facto
de trabalhar matérias concretas que os próprios jovens conseguem aplicar de imediato.
A matriz curricular do ensino profissional ou de outra via profissionalizante tem esta
característica, marcadamente prática, que, de um modo geral, tem mais a ver com o
modo como os jovens gostam de aprender. Não é por acaso que alguns “maus alunos”
deixam de o ser quando chegam ao ensino profissional. Isto sucede, não pelo facto
de o ensino profissional ser mais facilitador, mas sim porque os jovens são levados a
trabalhar em projetos que adquirem significado e relevância para os próprios.
Acha que os jovens já começam a ter essa perceção, uma vez que os últimos
dados revelam que os cursos profissionalizantes já abarcam cerca de 44,5%
dos jovens que frequentam o ensino secundário?
Sim, são cada vez mais os jovens que optam de imediato por um curso profissionalizante.
Mas ainda há uma larga faixa que só se decide pelo ensino profissional depois de ter
fracassado no ensino mais tradicional, meramente orientado para o prosseguimento
de estudos.
Portanto, hoje já não faz sentido trabalhar para se garantir a frequência do ensino
profissionalizante por 50 por cento dos jovens. Já estamos muito perto disso. O
relevante agora é apostar na qualidade e na garantia das condições de empregabilidade
dos jovens.
ENSINO EM PORTUGAL
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
21
E, nessa matéria, o que é que a ANQEP tem feito?
A Agência tem em curso um projeto que visa
implementar um sistema de garantia da qualidade dos
processos formativos e dos resultados obtidos pelos
alunos das escolas profissionais, em linha com o Quadro
de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para o
Ensino e Formação Profissionais (EQAVET).
Outra matéria que concorre para a garantia da qualidade
e que tem sido uma grande preocupação por parte
da Agência consiste no ajuste das qualificações às
necessidades efetivas do mercado de trabalho, não
só no presente mas a curto/médio prazo. Só assim
poderemos ter a certeza de que estamos a preparar os
jovens para a empregabilidade.
E como é que esse ajuste é feito?
Este ajuste não pressupõe que se recolha e trate
informação não só relativa às necessidades de
qualificações das empresas no presente mas também
àqueles que vão ser os empregos de amanhã.
Com respeito ao presente e a muito curto prazo, a
Agência já dispunha de mecanismos que permitiam
auscultar as empresas, solicitando-lhes contributos para
as qualificações que são hoje trabalhadas nas nossas
escolas e centros de formação. Refiro-me, em concreto,
aos Conselhos Setoriais para a Qualificação, órgãos
técnico-consultivos constituídos para a atualização
regular das qualificações integradas ou a integrar no
Catálogo Nacional de Qualificações. Todavia, ainda não
tínhamos um instrumento que nos permitisse prospetivar
as necessidades futuras das empresas. Esse instrumento
– o Sistema de Antecipação de Necessidades de
Qualificações (SANQ) - só agora foi criado, com um
contributo de mais de 1600 empresas de todo o país.
Além disso, criámos recentemente uma metodologia de
desenho das qualificações tendo por base os resultados
de aprendizagem, ou seja, o que se espera que os
jovens saibam quando terminam as suas formações.
Dessa forma, teremos a certeza de estar a dotar os
jovens das competências efetivamente requeridas pelas
empresas. Para já, procedemos, em articulação com a
Confederação do Turismo Português, a um estudo de
redesenho das qualificações para o setor do turismo,
assente nesta metodologia. Neste momento, em
conformidade com protocolos de cooperação que
assinámos no dia 13 de maio, iniciámos um trabalho
semelhante, com outros organismos, para os setores
da metalurgia e metalomecânica, da eletrónica e
telecomunicações, comércio e serviços e cluster mar.
E os empresários? São recetivos ao ensino
profissional?
Antes de mais, importa não esquecer que todos os
cursos profissionalizantes integram um ou mais períodos
de formação em contexto real de trabalho, a que
vulgarmente designamos por “estágios”. Logo, não há
ensino profissional sem envolvimento das empresas. Em
todo o caso, na ANQEP, temos procurado potenciar esse
envolvimento e já há indícios de que algo está a mudar.
São cada vez mais as empresas que olham para as
escolas como parceiras no momento de recrutamento
ou de desenvolvimento de projetos. Outros exemplos
interessantes consistem na criação de formações à
medida das necessidades das empresas. Veja-se o
caso da Vodafone (que tem colaborado com duas
escolas públicas no desenvolvimento de vários cursos
profissionais associadas a áreas de intervenção deste
Grupo) ou na adoção por parte das empresas de
atitudes responsáveis e colaborativas no combate ao
desemprego dos jovens (ex: Grupo Nestlé – que em
Portugal está a desenvolver um projeto de apoio dos
jovens na transição para o mercado de trabalho).
Para além das matérias relacionadas com os
referenciais de formação e as matrizes curriculares
dos cursos, há alguma preocupação acrescida
por parte da Agência com a empregabilidade dos
jovens?
A ANQEP é um dos parceiros da Garantia Jovem e,
como tal, não pode descurar tudo o que se relaciona
com empregabilidade dos jovens.
Nesse sentido, assinou, no dia 18 de junho, um
Memorando de Entendimento com 56 escolas com
ensino profissional e com a ANESPO para a criação de
uma “Rede Maior Empregabilidade – Ensino Profissional”
com o intuito de promover a empregabilidade dos
jovens diplomados do ensino profissional e um melhor
conhecimento das suas dinâmicas de inserção no
mercado de trabalho.
Outro projeto centrado nesta temática consiste numa
experiência-piloto, assente numa metodologia de
outplacement, que visa dotar os jovens de competências
que lhes permitam, mais facilmente, encontrar um
emprego. O objetivo não é arranjar-lhes um emprego,
mas prepará-los para que essa procura seja melhor
sucedida.
ENSINO EM PORTUGAL
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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ENSINO EM PORTUGAL
Motivado pela responsabilidade decorrente de mais de 50 anos de ensino e de intervenção na cidade do Porto, o Centro para a
Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP) Beatriz Ribeiro & Filhos, Lda. apresenta-se como instrumento de efetivação do compromisso
assumido com todos os jovens/adultos que no Grande Porto procuram uma resposta às suas necessidades, e cujas expetativas estão
por realizar.
externato de santa clara
Externato de Santa Clara aposta na aprendizagem ao longo da vida
Missão do CQEP
O CQEP Beatriz Ribeiro & Filhos, de acordo com a missão
do Externato de Santa Clara (entidade promotora),
assegura a informação, orientação e encaminhamento,
adequados ao perfil de jovens e adultos, assim como
o desenvolvimento de processos de reconhecimento,
validação e certificação de competências adquiridos
pelos adultos ao longo da vida.
Neste sentido, a sua principal missão prende-se em
formar cidadãos com uma sólida formação pessoal,
social, científica e tecnológica e que desenvolvam as
competências necessárias para um bom desempenho
profissional e pessoal, com autonomia e espírito
crítico, com vista a integração na sociedade global em
constante mudança.
Visão do CQEP
O crescimento do Externato de Santa Clara foi-se
alargando ao longo dos anos, assente numa preocupação
constante com a adequação às necessidades do
público-alvo e com a melhoria contínua da qualidade
dos serviços prestados.
Atualmente, o Externato de Santa Clara conta com
uma tradição de mais de 40 anos de ensino noturno
e pós laboral tendo desde sempre funcionado como
uma escola de segunda oportunidade de ensino,
muito assente na personalização e acompanhamento
daniela abrunhosa, josé ribeiro, elsa alves, ana cunha e marta abrunhosaTécnica da ORVC, coordenador da CQEP e técnicas da ORVC
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
23
ENSINO EM PORTUGAL
individualizado dos alunos.
Não obstante, a constituição do CQEP foi para o Externato
de Santa Clara um fator decisivo para o prosseguimento
do objetivo fundamental da instituição, dando assim
resposta às necessidades dos cidadãos que a esta
recorrem, nomeadamente aos jovens com idade igual
ou superior a 15 anos ou, independentemente da
idade, a frequentar o último ano de escolaridade do
ensino básico, com vista à informação, orientação e
encaminhamento, tendo em conta as diferentes ofertas
de educação e formação profissional, as possibilidades
de prosseguimento de estudos e oportunidades de
emprego.
No que se refere aos adultos (com idade igual ou
superior a 18 anos), o CQEP assegura a informação,
orientação e encaminhamento, tendo por base as
diferentes modalidades de qualificação, designadamente
o reconhecimento de competências ou ofertas de
educação e formação profissional, as oportunidades
de emprego ou de progressão profissional, procurando
adequar as opções aos perfis, às necessidades, às
motivações, às expetativas e capacidades individuais.
Objetivos do CQEP
O CQEP é composto por uma equipa especializada e
empenhada na construção de percursos individuais de
qualificação escolar e formação profissional relevantes
e significativos que visam a integração social e
profissional dos cidadãos. Assim, a sua atuação prende-
se com a informação, orientação e encaminhamento de
jovens e de adultos que procurem formação escolar,
profissional ou de dupla certificação e/ou visem uma
integração qualificada no mercado de emprego; e no
desenvolvimento de processos de reconhecimento,
validação e certificação de competências (RVCC)
escolares e profissionais, adquiridas pelos adultos ao
longo da vida.
Coerente com a missão do Externato de Santa Clara,
o seu principal objetivo é servir a causa do Ensino e da
Cidade, sempre a pensar no futuro.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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Criado a 26 de setembro de 2009, dia Europeu das Línguas, o BabeliUM – Centro de Línguas procura responder à crescente necessidade
de aprendizagem de línguas estrangeiras, através de um grande leque de ações de formação na área das línguas, tanto para a
comunidade académica, como para o público em geral.
BabeliUM
Universidade do Minho promove centro de línguas
O nome BabeliUM escolhido pelo professor
Orlando Grossegesse, fundador do
BabeliUM, faz alusão ao mito da torre
de Babel. Porém, em vez de entender a
confusão das línguas como um castigo divino, adota
uma outra interpretação, surgida a partir do Iluminismo,
segundo a qual a diversidade linguística e cultural é vista
como uma dádiva. “E é com esta visão que o BabeliUM
se propõe contribuir para que a Universidade do Minho
seja uma universidade multilingue aberta ao mundo”,
afirma Cristina Álvares, diretora.
Entre as instituições de Ensino Superior em Portugal, a
Universidade do Minho (UM) é pioneira na introdução de
cursos livres de línguas e culturas estrangeiras.
“Criado para dar um enquadramento institucional
coerente à oferta educativa extracurricular do Instituto
de Letras e Ciências Humanas, o BabeliUM é o maior
projeto de interação com a sociedade que esta Escola
da Universidade do Minho possui. Ao mesmo tempo é
o executor prioritário da política de multilinguismo da
universidade”, conta a diretora.
O BabeliUM oferece vários cursos com qualidade,
lecionados por docentes competentes e qualificados,
que têm a língua que ensinam como língua materna, a
preços bastante acessíveis.
Assume-se assim como um centro de difusão de
línguas e culturas, estimulando um ensino de qualidade,
fundamentado na qualificação dos seus recursos
humanos e na prestação de serviços à comunidade.
Política de Multilinguismo
Consiste em dotar a comunidade académica e
a comunidade envolvente de competências de
comunicação em línguas necessárias à vida num mundo
cada vez mais globalizado. “A política do multilinguismo
é um vetor crucial da dinamização da Universidade do
Minho como instituição internacionalizada, aberta à
pluralidade das línguas e das culturas, em consonância
Cristina ÁlvaresDiretora
ENSINO EM PORTUGAL
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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com as políticas do Conselho de Europa e da União
Europeia, e como pólo dinamizador de uma região
também ela aberta ao mundo. Através de uma grande
diversidade de ações, eventos e serviços procura dar
ênfase à importância das línguas como ferramentas
de cognição, comunicação e convivência intercultural,
uma vez que o conhecimento de línguas aumenta
competências transversais num mundo multilingue;
promover a convivência intercultural como elemento
essencial da cidadania em democracia, contrariando
tendências xenófobas e de exclusão social; apoiar a
consciência generalizada acerca da importância da
língua portuguesa e das suas valências no contexto
europeu e internacional, nomeadamente através de
programas do ensino e da aprendizagem do português
como língua estrangeira”.
Oferta formativa
A Instituição promove um amplo e diversificado
programa de formação, dinamizando um espaço de
formação multilingue e intercultural e demonstrando
uma enorme flexibilidade em ajustar a oferta formativa
às necessidades do mercado empregador.
Assim o BabeliUM ministra cursos de Inglês, Francês,
Espanhol, Italiano, Japonês, Alemão que nos últimos
anos tem registado muita procura e ainda, Árabe, Turco,
Polaco, Checo, Galego, Russo, Romeno e Linguagem
Gestual Portuguesa, ainda que estas últimas línguas,
ultimamente, não tenham tido muita procura.
No BabeliUM também é possível aprender português
língua não materna (PLE/PL2). O curso contém três
modalidades: o curso anual, que para além das aulas
lecionadas tem um programa de atividades e de visitas
de estudo; o curso semestral, em horário pós- laboral
direcionado sobretudo para os alunos Erasmus e ainda
o curso de verão com 72 horas com um programa
de atividades culturais em paralelo, executadas com a
colaboração da European Student Network que tem na
Universidade do Minho o seu núcleo mais dinâmico.
Outros serviços
Para além de toda a oferta formativa existente o
BabeliUM também presta serviços de tradução,
interpretação, legendagem e revisão de textos, não só
a nível académico como para a comunidade em geral.
Importância do domínio das línguas
“Saber comunicar em outras línguas que não apenas a
língua materna é muito bom e positivo em vários aspetos.
É uma necessidade no mundo global, aliás sabemos que
a possibilidade de emprego e de bom emprego aumenta
com a competência em línguas estrangeiras, mas
também porque as línguas estrangeiras são ferramentas
muito importantes de conhecimento, de comunicação e
de convivência intercultural, portanto eu acho que esse
é um aspeto bastante importante e desejável no mundo
global em que vivemos. Enquanto cidadãos europeus é
suposto falarmos três línguas, a nossa língua materna e
pelo menos mais duas estrangeiras.
Em Portugal as pessoas acham que basta saber inglês,
mas as outras línguas representam uma mais-valia
importantíssima, porque, à medida que as empresas e
as instituições se internacionalizam e têm de comunicar
com clientes e públicos de diferentes países e culturas,
precisam cada vez mais de um quadro multilingue de
recursos humanos. Por isso, tentamos persuadir as
pessoas dessa vantagem”, refere Cristina Álvares.
ENSINO EM PORTUGAL
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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Há cerca de duas décadas a investir na formação de jovens e adultos no estrangeiro, a MultiWay tem contribuído para um vasto
conhecimento de outras línguas e culturas por todo o mundo.
multiway
Criar cidadãos multiculturais
A MultiWay é uma organização particular de
consultoria educativa que promove cursos e
programas no estrangeiro. Através de cursos
académicos, de línguas e programas de
carácter intercultural, a MultiWay procura contribuir para
um melhor conhecimento de outras línguas e culturas.
A empresa representa, em regime de exclusividade
para o nosso país, grande número de organizações,
universidades, colégios e escolas de línguas dos mais
variados países.
“A MultiWay nasce na sequência de um trabalho
anterior”, conta António Valadas, diretor da empresa. O
diretor orgulha-se ao afirmar ser pioneiro em Portugal
da promoção dos chamados cursos internacionais e
programas interculturais. “Já os promovo há 40 anos!”,
revela.
Oferta formativa
A empresa iniciou o seu ciclo, há cerca de 20 anos,
com os cursos académicos – programas de um ano
dirigidos a jovens do ensino secundário -, que são hoje
a sua principal atividade. A outra grande aposta voltou-se
para os cursos de línguas – maioritariamente, cursos de
Verão para jovens -, embora estes últimos representam
hoje em dia cerca de 10 por cento da atividade.
A MultiWay oferece atualmente aos seus alunos
formação em cursos que permitem estudar no ensino
secundário ou no ensino superior de outros países. Aqui
se incluem também cursos de preparação para acesso
às universidades, bem como cursos mais específicos
direcionados às mais variadas profissões e atividades,
cursos de línguas para jovens e adultos e ainda cursos
em outras áreas complementares como o design, a
moda, o cinema ou a música.
Uma das grandes apostas da empresa é o acesso a
universidades americanas, com um programa de bolsas
de estudo parciais. De destacar ainda os cursos de
acesso a Universidades no Reino Unido, os de Gestão
Hoteleira, na Suíça, os cursos de Medicina na República
Checa e os de Design e Moda em Itália.
Todas as organizações ou escolas com que a MultiWay
trabalha foram, cuidadosamente, selecionadas em
António valadasDiretor
ENSINO EM PORTUGAL
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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ESTUDAR NO ESTRANGEIROESTUDAR NO ESTRANGEIRO
A Multiway oferece uma grande variedade de cursos e programas noutros países
o mundo é a nossa escola
Avenida dos Estados Unidos da América, 100 - 13º fte. 1700-179 lisboaTel: 218 132 535 | Fax: 218 154 688Email: [email protected] | www.multiway.org
Um ano lectivo no estrangeiro para jovens no ensino secundário;
Cursos de línguas nos países onde são faladas, para todas as idades;
Colocação em Universidade nos Estados Unidos da América
Curso de Gestão Hoteleira na Suíça
Curso de Design, Artes Visuais, Comunicação e Moda em Itália e Espanha
Cursos de Cinema, Música, Artes Performativas e muitos outros.Cursos de Medicina na República Checa *novo
termos da qualidade dos cursos que oferecem e do
serviço que proporcionam.
Exigência e rigor são palavras de ordem quando nos
referimos aos valores praticados na MultiWay. “Tudo isto
tem de conduzir a uma taxa, o mais elevada possível, de
empregabilidade”, assegura o diretor.
António Valadas honra-se de ter na MultiWay cursos de
gestão hoteleira que se encontram entre os melhores do
mundo. A organização tem participado no International
Recruitment Forum, um evento que tem lugar em
Montreux duas vezes por ano, onde representantes
das maiores cadeias hoteleira mundiais vão recrutar
os estudantes do Swiss Education Group, que são as
escolas que pertencem ao grupo com quem trabalha
a Multiway.
Durante o período do curso, qualquer aluno se sentirá
devidamente e permanentemente acompanhado.
Importância das línguas
Para António Valadas, “as línguas devem ser aprendidas
nos países onde são faladas, isto porque de manhã até
à noite estamos a respirar essa língua. E também porque
devemos aprender a cultura desse país, sobretudo no
mundo dos negócios”.
Na MultiWay, as línguas aprendidas vão desde o
inglês, francês, alemão ou espanhol, ao russo, japonês,
mandarim e até mesmo o árabe, entre outras.
Os cursos de línguas para adultos funcionam durante
todo o ano e têm a duração que o aluno desejar.
São cursos intensivos de determinado idioma ou são
específicos para determinadas atividades ou profissões.
No caso dos jovens, estes cursos permitem, em
simultâneo, o contacto com jovens de todo o mundo,
sendo também uma forma útil de passar parte das férias.
Preparação para um mundo global
Os participantes nos cursos da MultiWay, para além
de aperfeiçoarem o seu conhecimento de idiomas,
alargam os seus horizontes culturais e desenvolvem a
sua capacidade de estar num mundo cada vez mais
multicultural.
“Os estudantes que estão nove meses e meio num outro
país, não vêm só a falar bem a língua do país, vêm com
três ou quatro anos de maturidade, e com um à vontade
multicultural, com autoconfiança e independência”,
observa António Valadas.
Para além desta preparação de jovens e adultos para um
mundo global, a MultiWay contribui de forma singular
para um apertar de laços entre os povos. “Ninguém
quer fazer uma guerra contra um país onde já viveu ou
de onde já recebeu um jovem em sua casa”, atenta o
diretor.
Comunicação intercultural
O futuro da empresa reserva o desenvolvimento de
alguns cursos, tais como os de jovens na Austrália, os
cursos de medicina e os cursos de design e moda, em
Itália.
Quando se reformar, o presidente confessa querer
apostar na formação em empresas sobre comunicação
intercultural, pois, “para além das regras fixas que nós
temos obrigação de saber, há depois pequenos sinais
que devemos estar habituados a detetar”.
Por enquanto, as maiores preocupações são “Criar
pessoas preparadas para funcionar em qualquer país
do mundo, tornando-as multiculturais”, conclui António
Valadas.
ENSINO EM PORTUGAL
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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O Agrupamento de Escolas de Penalva do Castelo foi reorganizado no ano letivo 2010/2011 e resultou da agregação de nove
estabelecimentos de ensino desde o pré-escolar até ao 12º ano. Rosa Figueiredo, Diretora do agrupamento, revelou, em entrevista à
Revista Business Portugal, alguns dos fatores que considera essenciais para o bom desempenho educativo.
Agrupamento de Escolas de Penalva do Castelo
Escolas em Comunidade
Num concelho com pouca densidade populacional, cerca de 950 alunos
encontram-se distribuídos por cinco escolas de educação pré-escolar, três
escolas do 1º ciclo, uma escola com 1º e 2º ciclos e a Escola-sede, com
3º ciclo e secundário. “Temos uma grande mobilidade de alunos devido,
essencialmente, a problemas de emigração da população. Mas, atualmente, estamos
num ponto em que me parece que a integração foi concretizada e conseguimos criar
uma identidade para o Agrupamento”, explica Rosa Figueiredo.
Para além dos cursos científico – humanísticos, com a oferta dos cursos de Ciências
e Tecnologias e de Línguas e Humanidades, o Agrupamento de Escolas de Penalva
do Castelo pretende dar resposta às necessidades da comunidade através da oferta
de cursos vocacionais para o ensino básico, com as áreas de pastelaria e cozinha,
eletricidade e jardinagem, e de cursos profissionais para o ensino secundário. “Temos
uma oferta a nível do ensino qualificante que abrange várias áreas, procuramos todos
os anos oferecer mais do que um curso para ver se conseguimos ir de encontro
às necessidades e preferências dos nossos alunos. Por isso, temos o curso Técnico
de Restauração, variante de Cozinha/Pastelaria, Técnico de Produção Agrária, variante
de Produção Vegetal, Técnico de Manutenção Industrial, variante de Eletromecânica,
Técnico Auxiliar de Saúde e Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores. No
ano letivo de 2015/2016, iremos abrir o curso profissional de Técnico de Gestão e
Programação de Sistemas Informáticos”, enumera a Diretora.
Para a seleção dos cursos que apresentam, a responsável pelo Agrupamento refere
que tentam proporcionar uma oferta que corresponda às necessidades da região e do
tecido empresarial, de modo a possibilitar a celebração de protocolos com as empresas
do distrito, essencialmente nos ramos da restauração e turismo, assegurando, assim,
a formação em contexto de trabalho dos alunos. Por outro lado, tentam que os alunos
procurem ofertas que os venham eventualmente ligar à terra e à região, dentro das
suas capacidades e dentro dos interesses dos alunos e das suas famílias.
No que diz respeito à gestão de todas as escolas, a Diretora afirma que tentam fazer
a melhor articulação possível entre os vários anos e os vários níveis de escolaridade,
uma boa planificação e uma ótima comunicação. “Procuramos também, na medida
(proposta para 2015/2016)Educação Pré-escolar
Ensino Básico: - 1º, 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico Regular- 2º ano do Curso Vocacional de 3º C.E.B.,de 2 anos, nas áreas de Eletricidade, Pastelaria/Padaria e Jardinagem
Ensino Secundário: - Cursos científico-humanísticos: - Ciências e Tecnologias - Línguas e Humanidades
Cursos Profissionais:- Técnico de Restauração, variante de Cozinha/Pastelaria (1º ano)* - Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos (1º ano)*- Técnico de Produção Agrária, variante de Produção Vegetal (2º ano) - Técnico de Manutenção Industrial – Eletromecânica (2º ano) - Técnico Auxiliar de Saúde (3º ano)- Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores (3º ano)
Em regime pós-laboral - Curso de Educação e formação de Adultos (EFA), de dupla
certificação (escolar de nível III e profissional de nível IV), de Técnico de Turismo Ambiental e Rural (conclusão)
- Curso de Educação e formação de Adultos (EFA), de certificação escolar, NS – Nível Secundário Tipo C (315 horas de formação), para quem tenha o 11º ano e pretenda concluir o nível secundário.*
- Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD), de 25 ou 50 horas, para conclusão do nível secundário de educação por quem frequentou e não concluiu o nível secundário em curso já extinto.
* (sujeitos ao número de matrículas)
2015/2016OFERTA EDUCATIVA E FORMATIVA
agrupamento de escolas de
penalva do castelo
p ca e
do possível, ir ao encontro das necessidades dos pais e dos alunos, não descurando
as exigências do ensino, temos exames nacionais, avaliação externa e temos que dar
uma resposta de qualidade”, conta Rosa Figueiredo.
Além da oferta diversificada de cursos e de todas as modalidades desportivas que
os alunos do Agrupamento podem praticar, o conjunto de estabelecimentos conta
com variados projetos em curso, de âmbito extracurricular, que contribuem igualmente
para o desenvolvimento integral dos alunos. Tais projetos ligam-se à educação para o
empreendedorismo e a atividades de interação com a comunidade, das quais destacou
dois: o percurso pedestre histórico-cultural “Caminho dos Galegos”, cuja XI edição, de
2015, registou quase 700 inscrições e mais de 100 figurantes, a maioria constituída
por alunos, professores e funcionários que recriaram quadros históricos associados
ao tempo das peregrinações a Santiago de Compostela; as marchas populares, que
encerraram o final do ano letivo em que estiveram envolvidos alunos e educadoras/
professores da educação pré-escolar e do primeiro ciclo.
Rosa figueiredoDiretora
ENSINO EM PORTUGAL
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
29
O Agrupamento de Escolas de Tondela Cândido Figueiredo procura adotar perante a comunidade escolar e o meio envolvente, um papel
ativo de colaboração e valorização dos recursos humanos, parte integrante da sua missão social. “Colocamos em pé de igualdade o
saber académico com a promoção da cidadania ativa”, diz em entrevista à Revista Business Portugal, Helena Gonçalves, diretora do
Agrupamento.
Agrupamento de Escolas de Tondela Cândido Figueiredo
Um agrupamento ativo
Helena Gonçalves, diretora do agrupamento, começa a nossa entrevista revelando alguns dos fatores que
considera essenciais para o bom desempenho e sucesso educativo. Nesse sentido, investem na excelência
e na qualidade, alicerçadas na capacidade de trabalho e numa visão estratégica e empreendedora, só
conseguidas com um esforço coletivo e um trabalho em equipa. “Um dos nossos principais objetivos
é reduzir o abandono escolar e dentro dos nossos recursos e das nossas possibilidades, melhorar os resultados
escolares dos nossos alunos. Assim, considero que a nossa escola oferece boas condições para os alunos aqui
permanecerem, ou para ingressarem pela primeira vez”, menciona a diretora.
A realidade do agrupamento resultou da junção, em 2012, do Agrupamento de Escolas de Tondela e o de Lajeosa
do Dão. Cobre a Escola Básica de Tondela, a Escola Básica de Lajeosa do Dão e a Escola Secundária de Molelos, às
quais se junta um conjunto de jardins-de-infância e escolas do primeiro ciclo repartidos pelas diferentes freguesias
do município. “Embora as três principais escolas correspondam a contextos diferentes, tentamos implementar a
igualdade, para que todos os nossos alunos recebam a mesma qualidade de ensino e usufruam de boas estruturas
físicas e humanas”, explica a responsável pelo agrupamento.
Num concelho onde a emigração é uma realidade, o agrupamento tem vindo a perder todos os anos algumas
dezenas de alunos e, atualmente, conta com cerca de 1.600 estudantes. De qualquer forma, o agrupamento oferece
helena gonçalvesDiretora
ENSINO EM PORTUGAL
respostas de maneira a dar um futuro ao universo estudantil.
Para além dos cursos científico – humanísticos, onde oferecem os cursos de Ciências
e Tecnologias, o Agrupamento de Escolas de Tondela Cândido Figueiredo pretende
dar resposta às necessidades da comunidade através da oferta de cursos vocacionais
para o ensino básico e cursos profissionais para o ensino secundário, e ainda o
ensino regular do pré-escolar ao secundário. “Temos uma oferta a nível do ensino
profissional que abrange várias áreas, procuramos todos os anos oferecer mais do que
um curso para ver se conseguimos ir de encontro às necessidades e preferências dos
nossos alunos e das suas famílias. Por isso, temos o curso Técnico de Turismo Rural e
Ambiental e Técnico de Multimédia”, enumera a diretora.
Para a seleção dos cursos que apresentam, Helena Gonçalves refere que há o cuidado
de estabelecer uma oferta que corresponda às necessidades da região e do tecido
empresarial, de modo a possibilitar a celebração de protocolos com as empresas do
distrito, essencialmente nas unidades hoteleiras, assegurando assim, a formação em
contexto de trabalho dos alunos. Por outro lado, tentam que os alunos procurem ofertas
que os venham eventualmente ligar à terra e à região, dentro das suas capacidades
e dentro dos interesses dos alunos e das suas famílias. “Os cursos profissionais são
uma mais valia para o sucesso académico dos alunos e oferecem boas perspetivas
de trabalho dentro da região e fora dela”. “Temos vários protocolos com diversas
entidades para os nossos alunos realizarem os estágios a maior parte são realizados
nas empresas locais, mas também temos alunos em Viseu no grupo Visabeira, Aveiro
e em Óbidos”, conta a diretora.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
30
ENSINO EM PORTUGAL
Em 2010, várias escolas de Mangualde juntaram-se num só espaço e nasceu o Agrupamento de Escolas de Mangualde, passando a
ser a única escola pública do concelho. A Revista Business Portugal foi conhecer a dinâmica desde agrupamento junto do seu diretor,
Agnelo Figueiredo, engenheiro de formação e que envergou pelo ensino aos 19 anos de idade, quando ainda estudava em Coimbra em
tempos do 25 de abril.
Agrupamento de Escolas de mangualde
Educação de excelência no centro do país
“Somos uma escola pública, única no concelho de Mangualde
portanto é nesta área geográfica que exercemos a nossa influência.
Este agrupamento é jovem e resultou da agregação de três antigos
agrupamentos e escolas”, começa por explicar Agnelo Figueiredo.
A partir do momento em que passa a ser a única escola do concelho, Agnelo
Figueiredo acredita que o seu agrupamento tem que ser obrigatoriamente uma escola
integradora, inclusiva e capaz de dar respostas para todo o público do concelho.
“Temos que ter uma oferta formativa que se adeque a todos os alunos. Não podemos
privilegar uma determinada área ou outra como se faz nas grandes cidades”, frisa o
diretor. Ligado à oferta que o agrupamento interliga com a inclusão, 40 por centp
dos seus alunos do ensino secundário frequentam ofertas personalizantes o que
é ‘’muito significativo num concelho interior como Mangualde, conseguir captar
estudantes para este tipo de cursos. “Temos uma oferta abrangente e ultimamente
temos optado por ter uma oferta, dentro dos cursos profissionais, muito diversificada.
Este ano oferecemos oito cursos em regimes de meias turmas ou seja, meia turma
de mecatrónica, desporto, turismo, contabilidade, eletrónica, entre outros. São oito
percursos diferentes que abrangem uma vasta panóplia de áreas, muito negociados
com os parceiros”.
A ligação da escola à comunidade é um dos aspetos de maior importância para Agnelo
Figueiredo, conjuntamente ao tecido empresarial. “Não é possível termos uma escola
com percursos personalizantes se a escola não estiver inserida no meio e podemos
dizer, com algum orgulho, que temos 102 empresas neste momento a colaborar
conosco. Ter protocolos de colaboração com 102 empresas é um marco muito
importante. Em Mangualde temos um poder industrial considerável”, frisa, orgulhoso.
Grande parte dos alunos estagiam no final do curso e alguns posteriomente conseguem
ofertas de emprego nas empresas onde estagiaram e com as quais o Agrupamento de
Escolas de Mangualde tem protocolo ou as próprias empresas pedem prolongamento
dos estágios. “É compensador e fazemos os possíveis, apesar das dificuldades. Somos
uma escola com ambição e expetativas”, confessa. Para elaborar a oferta formativa,
Agnelo Figueiredo explica que “ouvimos os alunos, as associações empresariais e
ouvimos a comunidade intermunicipal. Através desta ligação temos a certeza de uma
oferta abrangente e complementar”.
Com 2500 alunos no total, 170 frequentam o 12.º ano e 80 invergaram por uma área
profissional. A escola recebe ainda alunos de Penalva do Castelo, Fornos de Algodres,
Nelas pois não encontrando na sua área de residência o curso que querem, procuram
Mangualde.
Porém, devido à baixa taxa de natalidade da região, a escola recebe cada vez menos
alunos e é essa a maior preocupação de Agnelo Figueiredo para o futuro da escola.
“No futuro, primeiro gostaria que esta escola que existisse. Perdemos em média todos
os anos 60 alunos, a este ritmo em 10 anos são 600 alunos, o que quer dizer que a
nossa oferta não existirá e isso já existe em concelhos vizinhos.”
Mas acrescenta “Temos vindo a progredir muito ao longo dos anos, muito ao nível
da qualidade. Gosto do que faço. Aqui temos a possibilidade de ouvir as pessoas, ver
efeitos das decisões que tomamos. Sinto-me realizado na atividade que desenvolvo e
no exercício deste cargo.”
Agnelo figueiredoDiretor
*
-INTERNATIONAL BUSINESS (4ªed.)
Prof. Doutor Vítor Corado SimõesProf. Doutor Pedro Picaluga Nevado
Duração: 221 horas
GLOBALIZAÇÃO: TENDÊNCIAS E DESAFIOS NA EUROPA E NO MUNDOINTRODUÇÃO AO INTERNACIONAL BUSINESSGESTÃO ESTRATÉGICA INTERNACIONALGESTÃO INTERCULTURALE-BUSINESS GLOBAL 2.0 & 3.0
José Maria Brandão de Brito
Vítor Corado SimõesPedro Picaluga NevadoMaria Eduarda SoaresDário Félix Rodrigues
CONTRATOS INTERNACIONAIS (PERSPETIVA JURÍDICA)INTERNATIONALIZATION PROCESSESGESTÃO DA EXPORTAÇÃO: A REALIDADE PORTUGUESABORN GLOBALS E EMPREENDEDORISMOINNOVATION AND INTERNATIONAL STRATEGIC ALLIANCES
Vasco Branco GuimarãesBent PetersenManuel Carlos Costa da SilvaPedro DominguinhosJonas Puck
GESTÃO FINANCEIRA INTERNACIONALMARKETING INTERNACIONALGESTÃO INTERNACIONAL DE RECURSOS HUMANOS E CARREIRASLOGÍSTICA GLOBAL E MACROLOGÍSTICAGESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO (PERSPETIVA INTERNACIONAL)
João Cantiga EstevesFernanda IlhéuJorge GomesJosé Augusto FelícioJorge Vieira Jordão
CONTROLO DE GESTÃO (PERSPETIVA INTERNACIONAL)FUSÕES E AQUISIÇÕES INTERNACIONAISGESTÃO INTERNACIONALGESTÃO DE IDE E SUBSIDIÁRIAS
Francisco Lopes dos SantosTelmo Francisco VieiraVítor Corado SimõesPedro Picaluga Nevado
Todos os seminários são ministrados por personalidades nacionais e/ou internacionais de relevo.
*Mentes abertas para um mundo em mudança. ** Universidade de Lisboa: SIR Iber 2015 (www.scimagoir.com/-sir_iber.php); Best Global Universities 2014 (www.usnews.com/education/best-global-universities/rankings); Academic Ranking of World Universities 2014 (www.shanghairanking.com).
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Foi no passado dia 29 de junho que o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, realizou a
5.ª jornada do ‘Roteiro para uma Economia Dinâmica’, dedicada às indústrias da madeira e do
mobiliário e centrada nos concelhos de Paredes e Paços de Ferreira.
A jornada iniciou-se logo pela manhã com a inauguração do Museu do Design de Mobiliário de
Paredes e com a inauguração da incubadora para o design de mobiliário e das Residências Criativas de
Paredes.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
33
CLUSTER DO MOBILIÁRIO
O autarca Humberto Brito, presidente do município
de Paços de Ferreira acredita que a assinatura do
protocolo para dinamização de um cluster do mobiliário
representa “a vontade genuína” de dois municípios que
uniram esforços “em prol daquilo que mais importa ao
setor, que é a capacidade e competência”.
Começando por elogiar a classe empresarial trabalhadora
do setor do mobiliário, o líder do executivo municipal
de Paços de Ferreira, considera que esta soube
“transformar momentos difíceis em oportunidades” em
tempos de crise que o país e a Europa atravessaram e
que consequentemente se conseguiram “afirmar como
referência no setor”.
Para o autarca, a assinatura de um protocolo entre os
municípios de Paredes e de Paços de Ferreira e quatro
associações empresariais para a dinamização de um
cluster de mobiliário, no encerramento da 5ª Jornada
do Roteiro para uma Economia Dinâmica, liderada por
Aníbal Cavaco Silva é “um passo essencial na promoção
do setor no país e no mundo”.
Apesar da díficil situação financeira que a câmara
municipal atravessa, Humberto Brito, destaca o
decréscimo da taxa de desemprego no concelho
e admite que “mais importante do que falar do que
nos oprime, é importante falar dos nossos projetos
de valorização para o setor e para a nossa classe
trabalhadora, que nos enche de orgulho”.
No seu discurso, congratula também os empresários
sediados em Paços de Ferreira, Arménio Moura,
Rodrigo Pedrosa Francisco e Mário Silva e os restantes
empresários do concelho vizinho, agradeciados com a
Comenda da Ordem do Mérito Empresarial, Classe do
Mérito Industrial.
“Nesta terra habituada a criar momentos difícieis
em oportunidades, foram muitas as empresas que
conseguiram afirmar-se no seu setor. Resultado disso
são os empresários que de forma absolutamente
meritória, receberão tão honrosa distinção. Como
presidente da câmara, é com muito orgulho que assito a
esta justíssima distinção”.
Humberto Brito termina o seu discurso reafirmando
a ambição do município em tornar Paços de Ferreira
Capital Europeia do Mobiliário.
Seguiu-se uma visita às empresas Aleal e ABrito, ambas sediadas em Paredes e
reconhecidas pelo elevado dinamismo que trouxeram ao setor em Portugal sendo
que a a sua produção destina-se essencialmente à exportação.
Em Paços de Ferreira, após almoço, o Presidente da República, visitou as empresas
Sarimóveis, especializada num estilo clássico e contemporâneo e em peças de
mobiliário auxiliar, a Luís Nunes da Silva, empresa dedicada ao fabrico de sofás e a
loja ‘Móveis Henrique’.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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CLUSTER DO MOBILIÁRIO
O Centro de Formação Profissional das Indústrias da Madeira e Mobiliário, em Paredes, foi palco da cerimónia de encerramento da
5.ª jornada do ‘Roteiro para uma Economia Dinâmica’, onde foi assinado um protocolo entre os municípios de Paredes e de Paços de
Ferreira, a Associação Empresarial de Paredes e Paços de Ferreira e a Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal,
para a dinamização de um ‘cluster’ de mobiliário.
Na cerimónia foram também distinguidos, por Aníbal Cavaco Silva, sete empresários do setor com a Comenda da Ordem do Mérito
Empresarial, Classe do Mérito Industrial entre os quais, Arménio Moura, Carlos Aquino, de Tábua, Mário Martins da Silva, Ilídio
Machado, Mário Silva, Rodrigo Pedrosa Francisco e Silvino Lindo.
“O protocolo, cuja assinatura testemunhei e à qual atribuo um significado muito especial, reflete a conjugação das vontades do poder
autárquico e dos agentes económicos de corrigir os erros do passado e de dar um novo impulso ao ‘cluster’ do mobiliário. A esta
nova geração, gostaria de transmitir a minha confiança nas suas capacidades. Estou certo de que podem levar ainda mais longe o
esforço e a herança do ‘saber fazer’ dos vossos antepassados”, frisou no seu discurso o chefe de Estado.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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CLUSTER DO MOBILIÁRIO
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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A cerimónia de encerramento da 5ª jornada do Roteiro para uma Economia Dinâmica, que teve lugar no Centro de Formação Profissional
das Indústrias da Madeira e do Mobiliário, em Lordelo, Paredes, contou com a presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva,
depois de este ter visitado cinco empresas de mobiliário, duas em Paredes e três em Paços de Ferreira. Nesse mesmo dia, inaugurou
também o Museu do Design de Mobiliário e o Design Hub, em Paredes.
município de paredes
“O mobiliário será o próximo caso de sucesso em Portugal”
A cerimónia culminou com a assinatura de um
protocolo para a criação de um ‘Cluster de
Mobiliário’ entre os Municípios de Paredes e
Paços de Ferreira, as respetivas associações
empresariais e as duas associações nacionais do setor.
Para Aníbal Cavaco Silva, este protocolo é importante
para “dar um novo impulso ao setor do mobiliário”.
Já Celso Ferreira, líder do executivo municipal de
Paredes, sustenta que é “um passo fundamental para o
planeamento estratégico partilhado e de implementação
conjunta”, salientando a projeção e notoriedade que o
mobiliário português poderá atingir à escala mundial
através da união de esforços das entidades envolvidas
na assinatura deste protocolo.
No decorrer da cerimónia foram também condecorados,
com o grau de Comendador da Ordem do Mérito
Empresarial, sete empresários da região. Um “ato
magnânimo de Aníbal Cavaco Silva na distinção dessas
personalidades, com histórias de vida exemplares e que
contribuíram para a evolução do setor e da região”,
considera Celso Ferreira.
Paredes, um município com tradição no setor do
mobiliário
Paredes e Paços de Ferreira são as principais
referências a nível nacional no setor do mobiliário.
Dois territórios muito semelhantes e com algum grau
de especialização, sendo que Paredes tem mais
empresas industriais e Paços de Ferreira mais empresas
comerciais. Dois territórios que se encaixam e para
Celso Ferreira a explicação para esta forte ligação tem
que ser sociológica.
“Há cerca de 25 anos, Paços de Ferreira fez um
percurso com grande mérito no domínio da cadeia de
valor, que era o modelo da época, ou seja, direto ao
consumidor final. As empresas seguiram esse modelo,
enquanto Paredes, por não ter essa geo referenciação
junto do consumidor final, foi desenvolvendo uma
competência industrial, desde logo para abastecer as
empresas comerciais de Paços de Ferreira e baseando
o crescimento na internacionalização, na exportação”,
começa por explicar o autarca em entrevista à Revista
Business Portugal.
Com o advento da crise em 2009, o mercado interno
implodiu por completo e isto levou a que os dois
modelos que foram construídos nos 20 anos anteriores
tivessem resultados diferentes. Ou seja, enquanto
Paços de Ferreira viveu e ainda vive um período
particularmente difícil, porque a procura interna é
reduzida, as fábricas de Paredes, como já apostavam
nas exportações, reforçaram essa área de negócio e
cresceram exponencialmente.
Para Celso Ferreira, “os territórios têm que se reinventar.
Aquilo que em tempos era uma fraqueza hoje é para nós
uma força, porque o modelo de negócio das empresas
foi alterado e encaminhado para os mercados externos.
E é por isso que a indústria de mobiliário em Paredes
esta a crescer”.
Em 12 meses, o desemprego em Paredes foi reduzido
em 23 por cento, um dos melhores resultados a nível
nacional. Para o ano, Celso Ferreira espera uma redução
semelhante, o que, a acontecer, “poderá ser um caso de
estudo”, como o próprio acredita.
Apostas inovadoras
Enquanto no setor do mobiliário existem em Paredes
profissionais qualificados para a primeira e segunda
transformação, para a higiene no trabalho específica do
setor, para a manutenção industrial, para a formação
profissional e para assistência pós-venda, faltavam
profissionais para o primeiro degrau, que é o da criação,
o do design.
“Os equipamentos que o senhor Presidente da
República inaugurou são absolutamente essenciais para
se constituir o primeiro degrau. É essencial apostarmos
na formação dos nossos designers. Em Paredes, temos
o curso de Engenharia de Madeiras e Mobiliário e em
Paços de Ferreira a pós-graduação em Design de
Mobiliário”, frisa o autarca.
Um dos projetos mais reconhecidos promovidos pelo
município de Paredes, o Art on Chairs, começou a
ser trabalhado sustentadamente em 2010, mas os
trabalhos e o diagnóstico, começaram a ser feitos em
1999, de forma muito organizada. Na primeira edição
do Art On Chairs, Paredes ganhou o prémio de melhor
projeto europeu do ano.
“O mobiliário português vai ser o próximo caso de
sucesso, a seguir ao do setor do calçado”, acredita
Celso Ferreira.
Futuro do setor e da região
Embora esteja no seu último mandato, Celso Ferreira,
autarca de nova geração, bem como o líder do executivo
municipal de Paços de Ferreira, acredita que a cultura de
cooperação entre os dois municípios é fundamental para
a ligação supra municipal, porque, segundo defende,
“Paços de Ferreira não vai deixar de ser a Capital do
Móvel e nós (Paredes) não vamos deixar de ser a Rota
dos Móveis nem deixar de organizar o Art on Chairs”.
“É primordial termos uma estratégia comum em benefício
de todos e não andarmos com estratégias diversificadas.
Temos tido bons projetos de média dimensão, que são
projetos individuais de Paredes, de Paços de Ferreira,
das associações setoriais e das associações locais,
mas está na hora de pegar nesses projetos de média
dimensão e torná-los de grande dimensão. É este
o segredo”, explica o autarca, acrescentando que é
importante valorizar a marca Portugal além-fronteiras.
“Temos o compromisso de tornar o mobiliário português
no melhor do mundo e necessitamos para o efeito de
valorizar a sua imagem externa. Para isso muito contribui
o ‘Cluster de Mobiliário’”, conclui.
Celso FerreiraPresidente
CLUSTER DO MOBILIÁRIO
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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A Divercol é uma empresa crucial no Cluster do Mobiliário, responsável pela produção de tintas, vernizes, esmaltes, diluentes, entre
outros. A empresa foi fundada por Rodrigo Pedrosa, há 40 anos. Agora, o empresário viu o mérito do seu trabalho reconhecido
publicamente pelo Presidente da República, através da atribuição do grau de Comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe do
Mérito Industrial.
divercol
Mobiliário com revestimentos de excelência
Aos 75 anos Rodrigo Pedrosa passa os dias
nas fábricas que possui em Lordelo, Paredes.
A principal é a Divercol, que surgiu em
1975, depois de ter regressado de Angola,
onde começou a trabalhar aos 19 anos. Recordando
os tempos de emigrante, relata que foi “gerente de
uma empresa importante onde eram produzidos rádios
e aparelhagens de som. Tenho orgulho de ter estado
em Angola, a mentalidade era diferente e existia espírito
de entreajuda”, relata Rodrigo Pedrosa, experiência
que contribuiu para a sua formação enquanto pessoa
e empresário. De volta a Portugal, com 35 anos, depois
de ter recusado algumas ofertas de trabalho que não
eram do seu agrado, decidiu dedicar-se à indústria de
colas para o mobiliário, com o apoio de um familiar (eng.
Químico) que havia vindo de Lisboa abrir uma sucursal
bancária em Paços de Ferreira, a região começou a
desenvolver-se “na área do mobiliário e carpintaria e o
princípio da minha vida foi esse”, relata o comendador,
explicando que optou pelas tintas e vernizes, “comecei
por uma área mais pequena, com muitos contratempos
e dificuldades em comprar matéria prima, mas consegui
dar a volta. Penso até, ter sido dos primeiros, fora do
sistema, a entrar nesta área industrial, a partir daí a
democracia fez tudo”, relata o interlocutor, aludindo às
dificuldades ainda existentes na criação de empresas,
um ano pós 25 de abril. Conseguiu atingir os objetivos
e a primeira entidade sugiu em Freamunde com a
designação de Frecol - Colas de Freamunde. Em 1983
adquiriu as instalações de uma fábrica de móveis em
Ferreira, Paços de Ferreira, que “a 4 de julho de 1996
às 12:20 começou a arder e desapareceu”, relata
com a certeza de uma memória infalível e, ainda com
algum desgosto, o proprietário da Divercol. Perante as
contrariedades, foi fundamental a veia do empresário
persistente e empreendedor que não desistiu. Rodrigo
Pedrosa revela, assim que após um grande contratempo,
conseguiu erguer a Divercol, em Lordelo, Paredes. Após
o incêndio em Ferreira, “já tinha este terreno comprado,
andava já a fazer levantamentos com o arquiteto para
fazer o projeto”, na altura, acrescenta o entrevistado, foi
fundamental o apoio da Câmara Municipal de Paredes
para a viabilização do projeto. O empresário revela
que a “10 de junho de 1998 mudámos para as novas
instalações. Naquela época, eram demasiado grandes,
agora, felizmente, são pequenas”, relata com orgulho o
interlocutor, demonstrando que a aposta na empresa de
Lordelo foi um sucesso.
De 2000 até ao presente
A inauguração oficial da unidade industrial de Lordelo
foi em 1999, com as novas instalações, a empresa
passou a estar preparada para vencer os novos desafios
com que o setor se tem defrontado. Rodrigo Pedrosa,
revela que a sua “filosofia de vida” é investir consoante
as possibilidades e o sucesso dos projetos que lidera
estão relacionados com esta visão de um crescimento
sustentado. O nome Divercol resulta das iniciais de
diluentes, vernizes e colas, apostando na investigação
e no desenvolvimento de novos produtos. A empresa
CLUSTER DO MOBILIÁRIO
rodrigo pedrosaAdministrador
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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conta atualmente com 35 trabalhadores, dos quais
cinco são engenheiros. Associadas à Divercol, entidade
mãe, sugiram três empresas associadas, o Tintinhas
comercializa produtos utilitários e complementos de
pintura, vendendo material com uma excelente relação
qualidade/preço. A Portimpact dedica-se à construção
de escadas e escadotes em alumínio, Rodrigo Pedrosa
faz questão de frisar que “tudo é produzido em Portugal,
prefiro comprar em Portugal, mesmo que seja mais
caro”. Existe ainda outra empresa, a Vedeta que
se dedica a uma linha de produtos especiais como
vernizes e tintas decorativas para velas, vidro, cerâmica
e ainda uma tinta aquosa para restaurar pneus, Esta
diversificação mostra que o nosso entrevistado é
detentor de um espírito polivalente, procurando sempre
novos nichos de mercado que possibilitam a exploração
de diferentes áreas de negócio. Contudo, é a produção
de material para a indústria do mobiliário que mais
vende, com o mercado em crescente desenvolvimento,
“a área do mobiliário é a que tem mais peso na faturação
da empresa”, revela o entrevistado. Na Divercol, a
vertente comercial assume uma importância crucial,
principalmente nas tintas onde “o produtor tem a vertente
do comércio, é a mistura de empresário comercial e
empresário produtor”, explica o fundador da empresa,
Rodrigo Pedrosa. O surgimento de novos projetos
revela que aos 75 anos, o comendador continua com
uma visão de mercado excecional, exemplo disso, é a
produção “do verniz aquoso para as casas de madeira,
atualmente, tem aumentado produção de casas de
madeira para exportação”, e a empresa do comendador
está a apostar fortemente neste nicho de mercado.
Um outro exemplo de inovação, é a produção de um
gel único em Portugal, desenvolvido para ser utilizado
na base do fondue. Numa visita pela fábrica, a boa
disposição apresentada durante a entrevista, é a mesma
com a qual cumprimenta todos os seus colaboradores.
O nosso interlocutor, revela que o facto de ser bem
humorado contribui para a longevidade e para a vontade
de executar novos projetos. O comendador revela
que ainda não colocou em prática todos os projetos,
revelando com humor, esperar que “o percurso de vida
acabe daqui a 31 anos, portanto aos 106”, é o tempo
que diz necessitar para executar todos os desafios que
tem em mente.
O futuro do Cluster do Mobiliário
A 29 de junho deste ano, o Presidente da República,
Cavaco Silva, presidiu à cerimónia da assinatura
do protocolo entre os municípios de Paredes e de
Paços de Ferreira e quatro associações empresariais
para a dinamização de um cluster do mobiliário.
Nesta cerimónia foram distinguidos com o grau de
Comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe
do Mérito Industrial alguns empresários do setor, entre
eles o nosso interlocutor, que confessou ter sido
supreendido com a nomeação. Contudo, reconhece
que o seu percurso enquanto empresário, mas também
como membro de associações ligadas ao setor devem
ter pesado na escolha. Rodrigo Pedrosa foi presidente
da Associação Empresarial de Paços de Ferreira e esteve
nove anos como membro da direção da Associação
Portuguesa de Tintas. No seu entender, considera que
existem outros empresários na região que mereciam
ser, igualmente reconhecidos, pois a região está repleta
de bons exemplos. Questionado sobre o futuro do setor
do mobiliário, Rodrigo Pedrosa refere que a constituição
do cluster é importante e, no seu entender, os autarcas
de Paços de Ferreira e de Paredes “são dois jovens,
virados para o futuro, sabem que é preciso procurar
outros mercados, estão com uma dinâmica muito
forte. Desejo que não haja areia nas engrenagens e
que tudo corra pelo melhor. O projeto tem condições
para andar e agora é preciso dar as mãos. Felizmente,
o nosso móvel tem crescido e ultrapassado fronteiras”,
explica o empresário. No que toca ao papel da Divercol,
o empresário, pretende continuar a desempenhar um
papel fundamental neste cluster, contribuindo para a
excelência do setor em Portugal e além fronteiras.
CLUSTER DO MOBILIÁRIO
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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O CEO da empresa, Carlos Aquino foi agraciado como Comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe do Mérito Industrial pelo
Presidente da República. O presidente da Aquinos, empresa localizada em Tábua, considera que é o “reconhecimento de 30 anos de
trabalho” na produção de sofás e colchões.
Aquinos
Maior empregador privado da zona centro
A empresa Aquinos comemora, em 2015, 30
anos de existência. Sediada na zona centro,
no Pólo Industrial de Sinde, concelho de
Tábua, a empresa produz sofás e colchões.
Atualmente, é o principal motor da economia da região,
a operar no setor privado, sendo responsável por quase
dois mil postos de trabalho, distribuídos entre Tábua e
Nelas, onde recentemente foi inaugurada uma nova
fábrica. No seguimento do reconhecimento público
aos empresários do mobiliário, que a Presidência da
República levou a cabo, Carlos Aquino considera que
é importante, mas que ao mesmo tempo “aumenta a
responsabilidade, temos de continuar a fazer o nosso
melhor, ajudar o país e criar postos de trabalho, na
zona Centro e Interior do país”, frisa o CEO da Aquinos.
O interlocutor revela que foi com muito esforço e
dedicação que a Aquinos se tornou uma referência no
setor do mobiliário. Quando foi agraciado com a Ordem
de Comendador, Carlos Aquino revela que “fiz questão
de o partilhar com a minha equipa porque sem ela não
tinha conseguido, podia ter conseguido qualquer coisa,
mas não tudo”, remata.
30 anos de trabalho, excelência e qualidade
Em retrospetiva, o presidente do Conselho de
Administração da empresa revela que a Aquinos nasceu
no dia 15 de março de 1985, “eu e os meus dois
irmãos trabalhávamos numa empresa de sofás em
Tábua, desde pequeno que tinha o sonho de ter uma
empresa, o negócio em si, a transformação, tudo isso
fazia sentido. Desde cedo aprendi o que era um sofá,
quis construir o meu próprio caminho, convidei os meus
irmãos e com seis pessoas iniciámos o negócio”, revela.
Atualmente, Carlos Aquino continua a trabalhar com
os dois irmãos, Jorge Aquino e António José Aquino,
juntos criaram a empresa que é hoje uma referência
na indústria do mobiliário em Portugal, mas também
além fronteiras. Recorrendo à sabedoria popular, Carlos
Aquino, revela que “fomos crescendo devagar, nunca
demos um passo maior do que a perna”, apostando
num crescimento sustentado e equilibrado. Ao longo dos
30 anos, a empresa apostou sempre em investimentos
que visavam o crescimento industrial, através da
criação de novas unidades industriais, recorrendo a
equipamentos de vanguarda, tendo sempre em conta
a formação e a motivação dos colaboradores, a criação
de equipas de investigação, o desenvolvimento e o
design de novos produtos. A proteção do ambiente e
a melhoria das condições de trabalho são fatores que
também pesam na gestão do grupo. A Aquimos também
sentiu a crise que assolou o país e a Europa, mas o CEO
revela que conseguiram ultrapassar o problema. Com
uma visão alargada e pragmática perceberam desde
muito cedo “que a exportação seria o caminho, o nosso
país é pequeno, fruto disso, conseguimos chegar a mais
mercados”, atualmente a exportação tem um peso de
90 por cento na faturação da empresa, sendo que os
principais mercados são França e Espanha. A presença
em África e na América do Sul não é tão expressiva
como nos mercados europeus, devido, essencialemente,
ao volume dos produtos comercializados. O segredo do
sucesso da Aquinos passou por uma aposta forte na
capacidade produtiva e também no armazenamento,
através da disponibilização de stocks, “a capacidade
produtiva instalada, em Tábua, aliada às sinergias na
produção das matérias primas mais críticas, aliciam
os nossos clientes a trabalharem connosco”, refere o
carlos aquinoCEO
CLUSTER DO MOBILIÁRIO
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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responsável. Carlos Aquino explica que “tudo o que é
preciso para construir um sofá está concentrado, em
Tábua. Trabalhamos com pele verdadeira, material que
temos de importar. Sempre que podemos tentamos
atrair a produção dos materiais para Portugal, mas nem
sempre é possível. Para além da capacidade produtiva,
temos uma capacidade de stock, armazenamos 40
mil sofás e queremos ampliar para o dobro. Temos
capacidade para armazenar 90 mil colchões, tudo
isto é permitido através de um armazém inteligente.
Oferecemos a produção e o armazenamento garantido
uma resposta rápida ao mercado”, revela o empresário.
Esta eficência e qualidade valeu à Aquinos estar
presente nas lojas IKEA e Conforama, levando os sofás e
colchões made in Portugal a todo o mundo. Atualmente,
a empresa está prestes a criar uma nova sinergia estando
a terminar “a construção de uma fábrica de produção de
espuma, um investimento de cerca de 20 milhões de
euros. A produção vai arrancar ainda este mês. Temos
também uma fábrica de produção de fibra de poliéster.
Em Nelas, inaugurámos uma unidade de produção de
sofás, que exporta 100 por cento daquilo que produz”,
relata o CEO, acrescentando que a fábrica foi inaugurada
em março, mas já estava a funcionar desde setembro
do ano passado. Na cerimónia inaugural esteve presente
o vice-primeiro ministro, Paulo Portas. Nem tudo está
facilitado para o contínuo desenvolvimento da empresa,
o facto de estar situada em Tábua tem representado
algum entrave ao nível do recrutamento. O CEO explica
que “uma das dificuldades que temos é na contratação,
sobretudo, de quadros, apesar de estarmos a 55 km
do litoral”. Contudo, grande parte dos trabalhadores
que ingressaram na Aquinos continuam na empresa,
demonstrando que “estão satisfeitos com as condições
de trabalho”, mesmo com a grande exigência e rigor
exigidas por parte do responsável, que reconhece ser
“muito exigente, mas a minha equipa sabe que pode
contar comigo para tudo, se os trabalhadores vêm
e ficam, é porque estão satisfeitos”, constata Carlos
Aquino.
Futuro passa pela aposta em novos produtos
No seguimento dos investimentos que têm sido
efetuados ao nível da expansão do negócio, com a
construção de unidades complementares, a Aquinos
“investiu cerca de 80 milhões de euros” nos últimos
cinco anos, revelou Carlos Aquino, acrescentando que
“temos alguns projetos de crescimento sempre para
exportação” e, provavelmente, no próximo ano serão
apresentados ao mercado “novos produtos” sempre
na linha conforto. A qualidade é a principal bandeira
do grupo que está atento às alterações existentes no
mercado, tanto ao nível das tendências dos clientes
como na evolução tecnológica, que tem possibilitado
o crescimento e expansão da empresa, com a aposta
em tecnologia de ponta. Exemplo disso é o sistema
de armazenamento inteligente, onde estão milhares
de sofás e colchões. O principal objectivo da Aquinos
continua a ser a afirmação como uma entidade
empresarial de referência e sucesso, baseada num
crescimento sustentável, tendo sempre em conta os
clientes, os trabalhadores e toda a região onde está
localizada, contribuindo para a expansão e dinamização
da economia local e nacional.
CLUSTER DO MOBILIÁRIO
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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CLUSTER DO MOBILIÁRIO
Foi com muito esforço e dedicação que Silvino Lindo juntamente com a sua esposa, Conceição Lindo, construiram a SML- Silvino Lindo-
Ibérica SA, uma empresa sediada em Gandra, Paredes e que está presente nos quatro cantos do mundo. Tendo iniciado atividade há 27
anos, a SML tem como principal atividade a conceção, fabrico e instalação de equipamentos para secagem de madeiras e para linhas
de acabamento da indústria de mobiliário.
SML- Silvino Lindo-Ibérica SA
Culminar de anos de trabalho e sucesso
D epois de vários anos a trabalhar por turnos
no Grupo Sonae, no setor da eletromecânica,
o que lhe permitia dar assistência a
várias empresas de mobiliário a nível de
equipamentos e notar as suas necessidades, Silvino
Lindo decide criar o seu próprio negócio. Do zero,
construiu uma empresa sólida, pioneira em vários
processos e procedimentos na área do mobiliário e que
lhe permitem ser uma referência no setor. Resultado
disso, foi a recente distinção liderada por Aníbal
Cavaco Silva, Presidente da República, na assinatura
de um protocolo para a dinamização de um cluster de
mobiliário.
Contribuição para o desenvolvimento do setor
Uma das maiores necessidades das empresas por onde
trabalhou consistia na secagem da madeira, como o
próprio nos explica.
“Faziam os móveis mas a madeira era seca ao tempo
e estava sempre sujeita a certas condições. Muita
estragava-se e havia muito prejuízo. Começamos então
por fabricar secadores de madeira, foi um êxito, temos
centenas espalhados por Portugal, cerca de 98 por
cento dos secadores no país são SML”, sendo o primeiro
grande passo inovador de Silvino Lindo, sucedido pela
introdução de caldeiras em biomassa, aproveitando os
resíduos das fábricas que até então eram queimados ao
ar livre havendo posteriormente um aproveitamento da
biomassa e energético.
Depois, quando o setor estava mais ou menos
estabilizado, a SML começa a fabricar cabinas de pintura
para tratar a madeira de início e os móveis no final.
“Foi igualmente um passo de sucesso. Há cerca de
sete anos trabalhávamos muito com verniz agora é só
lacados, é o que o mercado internacional pede neste
momento e nós adaptamos as nossas cabinas para
trabalhar com todos os produtos. Neste momento
os produtos aquosos estão muito fortes também por
questões ambientais. Com as cabinas de pintura, onde
fomos pioneiros, deixou-se de poluir o ambiente porque
absorvem todos os resíduos”, conta o empresário.
O mercado de fabricação de paletes foi o que se
seguiu, paletes de madeira provenientes de serrações.
Posteriormente, a empresa introduz-se nas serrações
pois Silvino Lindo considera que “este setor é que
deveria ter os secadores de madeira e que deviam
fornecer madeira seca aos fabricantes de móveis
e é o que esta a acontecer agora. Os fabricantes
deixaram de comprar secadores, compram a madeira
já seca e só a que necessitam. Desde o controlo
energético às movimentações das matérias-primas
silvíno lindoCEO
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CLUSTER DO MOBILIÁRIO
sendo uma engenharia de processos, os móveis estão
todos estudados. Trabalhamos no melhoramento dos
processos e procedimentos, assim como na manutenção
dos equipamentos, para que as empresas tenham cada
vez menos custos.
Vamos ao encontro do que o cliente necessita e
normalmente estamos presentes nas áreas mais difíceis
e específicas. Trabalhamos também para o mercado
do calçado, do têxtil e para todo o tipo de trabalho
especializado e é isso que nos dá valor acrescentado.”,
refere o líder da SML.
Os nossos produtos
• Secadores para madeiras e cortiça;
• Secadores para o tratamento de paletes de madeiras;
• Cabinas de pintura para mobiliário e para calçado;
• Caldeiras de Biomassa Florestal;
• Aspiração industrial;
• Sistema integrado de redes de ar comprimido;
• Redes de incêndio.
A ‘escola’ SML
A SML tem 68 funcionários, todos formados na empresa
e a formação é uma das prioridades de Silvino Lindo.
Formado na Escola Industrial, o empresário considera
que a sua formação foi determinante no trabalho que
desenvolveu posteriormente.
“Quem estudou na Escola Industrial estava perfeitamente
preparado para o mercado de trabalho. Tínhamos a
parte técnica e a prática, o que foi muito importante. Já
saíram daqui alguns funcionários que se estabeleceram
e que são empresários de sucesso, fruto da formação
que damos aqui diariamente e isso para mim é um
orgulho. O nosso objetivo é que os nossos funcionários
se formem de forma adequada ao nosso tipo de trabalho
e que cresçam”.
Presente nos quatro cantos do mundo
Ao longo de 27 anos de atividade a dimensão da SML
foi crescendo e hoje tem equipamentos em 20 países
diferentes, França, Espanha, Brasil, Equador, Estados
Unidos da América, Roménia, são alguns exemplos,
sendo atualmente uma empresa perfeitamente
internacionalizada.
“A SML acrescenta valor, moderniza as empresas,
diminui custos de produção. Desenvolvemos o projeto
desde a modelação peça a peça até à fabricação, à
montagem e a assistência pós venda e 60 por cento dos
secadores de madeira existentes no mercado espanhol
são SML sendo que é um mercado difícil de penetrar”,
refere.
Em termos de feiras internacionais a SML expõe em
França, Itália, Brasil e México e o futuro da empresa
passará pela América Latina pois Silvino Lindo considera
que o setor ainda não esta muito desenvolvido e os
processos ainda estão muito rudimentares tendo assim
um potencial enorme.
Uma empresa familiar
Foram 27 anos de desenvolvimento, de constante
evolução e sempre atentos às necessidades do
mercado sendo que o mais importante, segundo Silvino
Lindo, para uma empresa vingar é a humildade e ter
uma boa estrutura familiar.
“Começamos esta empresa sem nada, tudo foi fruto do
nosso trabalho e do nosso esforço. Iniciei a empresa
juntamente com a minha esposa e hoje tenho os meus
três filhos a trabalhar connosco, a Diana que trabalha na
parte comercial, a Sílvia que terminou o curso de Gestão
de Empresas trabalha também na SML e o André que
trabalha na parte técnica”.
Na comemoração do seu 57º aniversário a família
de Silvino Lindo e os seus funcionários prepararam
uma surpresa para o empresário e comemoraram em
conjunto a data especial, reflexo e reconhecimento do
seu esforço e dedicação.
“Foi um dia e uma comemoração marcantes para mim.
Não estava à espera mas fiquei muito feliz”, confessa
Silvino Lindo.
Distinção por parte do Presidente da República
Para além de empresário de sucesso, Silvino Lindo é
também um autarca de sucesso. Enquanto Presidente
da Junta de Freguesia de Gandra, fez a distribuição de
água da freguesia desde o projeto à execução sendo
uma mais valia para a região e que ainda se reflete
atualmente no concelho.
Mas foi no papel de empresário que Silvino Lindo foi
condecorado com o grau de Comendador da Ordem do
Mérito Empresarial, Classe do Mérito Industrial por Aníbal
Cavaco Silva, facto que orgulha o empresário.
“Se me foi atribuída essa distinção foi porque acharam
que merecia e pelo trabalho que desenvolvi de evolução
deste setor. Estou obviamente muito orgulhoso”.
Posteriormente, destaca a importância da assinatura do
protocolo para a dinamização do cluster de mobiliário.
“Este protocolo é muito importante para nós, empresários
e para a região no geral. Não foi fácil as duas associações
envolvidas chegarem a um acordo mas Aníbal Cavaco
Silva teve muita influência nesta decisão. Foi uma das
coisas mais importantes que poderiam ter feito”,conclui.
silvíno e conceição lindo
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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CLUSTER DO MOBILIÁRIO
Perto de comemorar os seus 30 anos de história, a empresa portuguesa Luís Nunes da Silva, Lda nasceu em 1986 e é hoje uma
referência nacional e internacional na conceção, desenvolvimento e fabrico de sofás.
Luís Nunes da Silva, Lda
O SUCESSO DOS SOFÁS PORTUGUESES
Desde o seu surgimento, foram muitas as
transformações da empresa sempre com
olhos postos no futuro, na continuidade e
na qualidade pela qual é reconhecida. Ter
um sofá confortável, personalizado, atrativo e produzido
tendo em conta padrões de alta qualidade é o sonho de
qualquer pessoa. E não é mero acaso que em tempos o
slogan da casa era “A Qualidade que Conhece”.
A história da empresa tem início quando o administrador
Luís Silva tinha os seus 10 anos de idade, e começou
a trabalhar na área.
Atualmente, o conforto e a qualidade são os pontos-
chave da empresa, agora com uma equipa de
30 pessoas, que veio a crescer progressivamente
adaptando-se às necessidades e à crescente procura
dos clientes.
É com orgulho que o administrador Luís Silva, fala sobre visita do presidente da república
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CLUSTER DO MOBILIÁRIO
as suas instalações que inaugurou a 2 de janeiro de
1995 e sem qualquer tipo de ajuda externa. É também
com orgulho que fala do seu “braço direito” nas
decisões da empresa, o seu colaborador Paulo Antunes,
que chegou com o mote de certificar a empresa,
adaptando os processos e procedimentos consoante as
necessidades do mercado.
Luís Silva sempre foi visionário, adotando um plano
estratégico que tem permitido alcançar um crescimento
sustentável, sendo este o motivo do sucesso. A
certificação veio facultar à empresa um processo
automatizado e simplificado. A organização que exige
uma certificação ajuda a todo o trabalho e a projetos
futuros.
Concluído o processo da certificação, seguiu-se um
novo objetivo - a internacionalização. Hoje, a exportação
da empresa representa 95 por cento do volume de
negócios. Neste sentido, o seu produto estende-se a
países como: França, Itália, Noruega, Alemanha, Rússia,
Estónia e ainda Cazaquistão, Angola, Moçambique, entre
outros.
A carteira de clientes é fixa e fiel. Embora um sofá não
seja algo que se troque com frequência, o cliente da
Luís Silva volta. Apesar da qualidade dos sofás e da
flexibilidade da empresa para satisfazer o cliente com
o seu produto final, esse não é o único segredo para
a fidelização do mercado. Desta forma, fornecem-
se hotéis 5 estrelas a celebridades e a todos os que
procuram qualidade, conforto e dedicação por um preço
competitivo em função de todo o produto oferecido.
Luís Silva está agora a passar o seu conhecimento ao
filho, Luís Miguel Silva, que demonstra grande paixão
pelo negócio e, que, por sua vez, tem vindo a adquirir
competências na área da gestão da produção, compras
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CLUSTER DO MOBILIÁRIO
a fornecedores e logística.
A formação continua destaca-se como uma mais-valia,
no sentido de alcançar uma melhor qualidade. Os sofás
Luís Silva são concebidos desde o design, passando
pelas melhores matérias primas, procurando sempre
acrescentar algo de inovador ao mercado.
Os três pilares da empresa tomam hoje decisões
conjuntas pela visão e consciência das necessidades
que o futuro pode apresentar.
Com os olhos postos no futuro, Luís Silva, quer agora
ser uma marca ainda mais reconhecida. Este é, portanto
um dos grandes objetivos para o futuro, reforçar a marca
e levá-la às bocas do mundo.
um o
lhar
sobr
e par
edes
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Paredes integra-se numa das regiões mais prósperas e paisagisticamente interessantes de Portugal:
o Vale do Sousa.
Pertencente ao distrito do Porto e à região Norte o município é limitado a norte por Paços de Ferreira,
a nordeste por Lousada, a este por Penafiel, a sudoeste por Gondomar e a oeste por Valongo.
O concelho de Paredes possui uma grande tradição na indústria do mobiliário, assegurando cerca de 30 por
cento da produção de mobiliário nacional. A relação tradição/modernidade da arte de trabalhar a madeira nas
suas diferentes vertentes sustentam um produto turístico-cultural denominado ‘Rota dos Móveis’.
Com quatro cidades (Paredes, Rebordosa, Gandra e Lordelo) é o concelho português com maior número de
cidades.
Com uma mancha florestal considerável - segunda maior do Vale do Sousa - é sistematicamente apontada
como uma mais-valia que o concelho potencia, dada ser fonte de riqueza e de emprego no município. De
realçar que a zona sul do concelho tem área inserida na Rede Natura 2000.
A cidade integra também a Rota do Românico do Vale do Sousa.
Quem visita a freguesia tem muito para visitar e vários sabores para experimentar, tais como o tradicional
cabrito assado no forno a lenha, a sopa seca e a regueifa.
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REVISTA BUSINESS PORTUGALUM OLHAR SOBRE PAREDES
Junta de Freguesia de Gandra assume como desafio expandir o saneamento.
Junta de freguesia de gandra
Visitar Gandra e descobrir a terra do mobiliário e da “Posta”
Dispensa balanços do mandato que lidera
desde 2013 na Junta de Freguesia da
Gandra, no concelho de Paredes. Prefere
falar da região com mais de seis mil
habitantes, do seu desenvolvimento nos últimos anos e
das suas gentes. Paulo Ranito, 46 anos, é advogado de
profissão e presidente de Junta por paixão. “Não estou
a tempo inteiro, estou é sem tempo”, ironiza enquanto
se prepara para responder às questões colocadas pela
Revista Business Portugal.
Então, optamos por pedir a Paulo Ranito que nos dê a
conhecer Gandra através dos seus olhos. “A freguesia
de Gandra tem muitas valências, quer a nível turístico,
gastronómico e geográfico”, começa por contextualizar.
Para quem não sabe, Gandra é a primeira freguesia
fronteira para quem se descola a Paredes via A4 oriundo
da cidade do Porto. Por isso, “é chamada a porta do
concelho”.
Há cerca de dois anos, uma requalificação profunda
da estrada nacional 15, orçada em mais de dois
milhões de euros, somou-se à lista de intervenções que
elevam o potencial da Gandra. “Foram usados materiais
nobres, como granito, as infra-estruturas aereas foram
eliminadas e tudo está excelente”, confirma Paulo
Ranito. Uma via nestes moldes, garante o presidente,
“propicia o potencial gastronómico”.
Historicamente, a razão do “elevado número de
restaurantes”, prende-se com o facto de “antigamente
a freguesia ser a última paragem de quem se deslocava
vindo de Amarante e vila real ao Porto.” Hoje não serão
as mesmas “casas de repasto” desses tempos, mas
muitos deles mantêm a mesma estrutura nuclear.
Por outro lado, as zonas industriais sediadas na região,
gozam ao mesmo tempo do espaço necessário, da
mão-de-obra e do acesso particularmente favorável
quer pela A4, quer pela A41, ao Aeroporto de Sá
Carneiro, na Maia, distrito do Porto. Ora, a acessibilidade,
também à linha ferroviária, tem em muito contribuído
para “potenciar e desenvolver a indústria do mobiliário
que começou a desenvolver-se na década de 70 e 80”,
garante Ranito.
“A freguesia de Gandra nas décadas de 70 e 80 era
capaz de albergar quase 90 fábricas de móveis que
vendiam sobretudo para o mercado interno”, recorda
o presidente. Um comércio que sofreu a estagnação
derivada da sua pequena dimensão de negócio. “As
fábricas que sobreviveram foram as que se voltaram
para o comércio internacional, porque conseguiram criar
outras estruturas.”
Uma indústria que, “com a ajuda da Câmara Municipal
de Paredes tem tido um crescimento exponencial”,
tornando o conselho na verdadeira ‘capital do móvel’,
e aponta como exemplo o projeto ‘art on chairs’
recentemente distinguido internacionalmente. Para
quem associa Paços de Ferreira a esta expressão,
Paulo Ranito desengana: “O concelho de Paredes é o
maior produtor de móveis do país, ao contrário do que
paulo ranitoPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
51
UM OLHAR SOBRE PAREDES
as pessoas dizem.” Segundo o presidente a explicação
é uma: “Paços de Ferreira vende muito o que Paredes
produz!” Seja como for o mote de ‘capital do móvel’
produz efeitos em termos de marketing.
Quando chegou à presidência vinha com uma presença
já em dois mandatos anteriores, na qualidade de
membro da Assembleia de Freguesia. Foi o anterior
presidente de Junta e um amigo vereador do presente
executivo municipal, que lhe lançou o desafio do novo
cargo. Refletindo sobre as mudanças pessoais de ter
aceitado o repto, Paulo Ranito acusa a notoriedade com
que se viu a braços. “O maior impacto que tive foi com
a exposição pública, a qual não estava nada habituado.
Pensei que por ser uma Junta de Freguesia seria uma
coisa pequena, mas não!”
‘Senhor presidente pode-me ajudar?’
Paulo Ranito tem constatado que o presidente de uma
Junta de Freguesia tem uma proximidade muito grande
da população. “Qualquer evento que ocorra, a pessoa
não vai à Câmara Municipal, mas vem ter connosco,
mesmo que seja para os aspetos mais insignificantes
e díspares!”
Quezílias com vizinhança. Limpeza de matas. “As
pessoas pensam sempre que a Junta de Freguesia
tem competência para resolver tudo, mas para além
das competencias legais temos contrangimentos
orcamentais”.
A freguesia da Gandra requer “muita atenção”, alerta o
Paulo Ranito. Gere a sua própria rede de abastecimento
de água, com captação e tratamento. Conta com mais
de quatro mil contadores instalados. “Temos mantido
e melhorado as nossas estruturas e temos canalizado
muita da nossa energia para esses recursos.” A existência
de uma nova concessão para a exploração da água no
concelho tem tornado num desafio a manutenção da
rede nas mãos daquela autoridade local.
Outra das bandeiras da equipa de Paulo Ranito é
colmatar as necessidades da freguesia ao nível do
saneamento, cuja estrutura e acesso estão, segundo o
seu presidente, deficitárias. “Há saneamento que passa
na nacional 15, mas abarca uma faixa muito estreita da
freguesia. E nós queremos estendê-lo a toda ela.” Para
isso, confessa “precisamos de negociar e trabalhar com
a Câmara Municipal de Paredes, já tivemos mais do que
uma reunião e estamos a caminhar nesse sentido”.
Ao nível educativo, a freguesia conta com
estabelecimentos de ensino até ao Básico. Há três
anos foi inaugurado o Centro Escolar. O que originou
que todas as escolas primárias fossem encerradas e
os alunos direcionados para o novo equipamento. “Tem
condições excelentes, um pavilhão com aquecimento
e uma cantina, salas de aula climatizadas, bem como
transportes dos alunos ”, destaca o presidente da Junta.
Em jeito de conclusão, porque o dia vai longo, Paulo
Ranito, reserva algumas dicas para quem quiser meter
os pés à estrada e conduzir até à Gandra. “Somos
conhecidos pelos tradicionais grelhados, dos quais
destaca a célebre Posta, um prato típico de carne, e
o bacalhau na brasa” Depois há outras iguarias da
panificação, como sendo a Broa de milho, caseira e
produzida em forno de lenha. As Festas da Freguesia de
Gandra decorrem durante seis dias a partir do primeiro
fim de semana de agosto. Mas em cada um dos seus
“lugares”, o Lugar da Granja, das Fontainhas e de
Vilarinho há sempre uma festa religiosa que continua a
realizar-se anualmente. Fica o convite.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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UM OLHAR SOBRE PAREDES
Desde 2007, à frente dos destinos da Junta de Freguesia de Duas Igrejas, António Bessa Oliveira e a sua equipa têm norteado o seu
trabalho através de políticas de proximidade que visam o desenvolvimento, a qualidade de vida e o bem-estar da população desta
freguesia do concelho de Paredes.
Junta de freguesia de duas igrejas
Luta pelo desenvolvimento e qualidade de vida
O topónimo da Freguesia de Duas Igrejas
parece não deixar espaço para grandes
dúvidas acerca da sua origem. Conta-se que,
de facto, existiram duas igrejas, uma vez que
se construiu uma nova, por motivos de proximidade, sem
demolir a outra. Situada no concelho de Paredes, Duas
Igrejas tem uma área de cerca de quatro quilómetros
quadrados e uma população superior a quatro mil
habitantes, pese embora eleitores sejam pouco mais
de três mil. A indústria e a agricultura são principais
atividades económicas que predominam na freguesia.
António Bessa Oliveira encontra-se a liderar a Junta
de Freguesia de Duas Igrejas, desde 2007, altura em
que por força das circunstâncias, teve que substituir o
anterior presidente em exercício.
“Quando vim para a Junta de Freguesia, foi algo
inesperado, porque foi na sequência da morte do
anterior autarca, ou seja, uma situação extraordinária”,
referiu, acrescentando que quando tomou posse a
sua principal preocupação centrou-se na ampliação
do cemitério da freguesia, uma vez que não existiam
campas disponíveis. “A minha prioridade foi resolver
a situação referente ao cemitério, que se encontra
resolvida desde 2013”, evidenciou o autarca.
Atualmente, a maior preocupação do executivo de
Duas Igrejas passa pela requalificação de algumas
infraestruturas viárias da freguesia, nomeadamente, a
AV. 13 de Maio, via por onde passa cerca de 70 por
cento da população diariamente e que se encontra
extremamente degradada, como nos confessou o
presidente da Junta de Freguesia. “No decorrer deste
mandato, queremos pavimentar outras vias que ainda
se encontram em terra batida e construir uma casa
mortuária”, referiu, lembrando que são obras bastante
ansiadas pelos habitantes, mas que a Junta de
Freguesia também entende de grande importância para
o desenvolvimento da freguesia e para a melhoria da
qualidade de vida da população.
No que concerne ao embelezamento dos espaços,
“apostámos na requalificação do adro da Igreja e
da Avenida Padre Manuel Pinto Preda, no entanto
pretendemos requalificar as restantes vias envolventes
e criar espaços de aparcamento”, destacou.
Esfera social
A freguesia de Duas Igrejas regista um equilíbrio entre
população mais envelhecida e população mais jovem,
por isso mesmo António Bessa Oliveira tem levado
a cabo políticas sociais transversais, lembrando a
construção de um centro escolar e da criação de um
centro de convívio para os mais idosos, e OTL, para as
crianças no período de férias escolares, em colaboração
com a ADI - Associação de Solidariedade Social de
Duas Igrejas.
“Em colaboração com esta associação, já
disponibilizávamos diversas atividades como karaté,
ginástica, destinadas a todos, mas agora abrimos duas
salas para um centro de convívio, para proporcionar
atividades e convívio”, reiterou o autarca, sublinhando
que este espaço tem colaboradores em regime de
antónio bessa oliveiraPresidente
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UM OLHAR SOBRE PAREDES
voluntariado e a frequência dos idosos tem um pequeno
custo associado, no sentido de suportar as atividades
desenvolvidas e o lanche providenciado diariamente.
Quanto à Adi, António Bessa Oliveira disse ser uma
associação sem fins lucrativos que pretende dar resposta
às necessidades sócio-económicas dos cidadãos da
freguesia de Duas Igrejas e, neste momento, “estamos
a trabalhar no sentido de virmos a prestar apoio
domiciliário”, lembrou.
Ainda a nível associativo, o presidente da junta, lembra
a existência de mais duas associações, que estão a
desenvolver atividades culturais e desportivas. São elas
‘A PorDuas’ e ‘Associação Cultural e Desportiva de Duas
Igrejas’.
Festividades e património
As Festas do Divino Espírito Santo, que se realizam sete
semanas após a Páscoa e as Festas da Nossa Senhora
do Ó, a padroeira da freguesia que se realiza em julho,
são as que apresentam maior expressão na freguesia.
“O papel da Junta é colaborar com as comissões de
festas, no que for preciso, como na disponibilização
de espaços, logística e disponibilização de recursos
humanos para limpeza”, lembrando que contam com
o apoio da Câmara Municipal de Paredes. As duas
festas atraem muitos visitantes de outras paragens,
principalmente pelos grupos de animação e pela
procissão religiosa.
O património da freguesia obriga a uma visita,
nomeadamente a Igreja Matriz, a Capela do Espírito
Santo, o Cruzeiro de Soutinho e a Casa Brasonada da
Agrela. António Bessa Oliveira referiu ainda o Centro de
Espiritualidade Betânia, uma estrutura que nasceu para
dar apoio aos diversos grupos missionários dehonianos.
A construção, rodeada de uma bela e extensa quinta,
serve também para dinamizar algumas iniciativas
orientadas para a juventude.
Olhos postos no futuro
Nos últimos anos, a face da freguesia de Duas Igrejas
tem vindo a mudar, afirmando-se cada vez mais no
contexto concelhio, sendo este um reflexo das políticas
de proximidade adotadas pelo executivo. E para este
mandato António Bessa Oliveira, presidente da Junta
de Freguesia, reiterou à população que conte com
todo o seu esforço e dedicação, em prol de uma maior
valorização e qualidade de vida.
Loja Social (antiga Escola Primária do Souto)
Centro Escolar JI-EB1 Duas Igrejas
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REVISTA BUSINESS PORTUGALUM OLHAR SOBRE PAREDES
“Temos caracterizado a nossa ação nestes últimos 18 meses em prol das pessoas, é nesse sentido que temos canalizado o nosso
trabalho e o nosso empenho”. Quem o diz é José Augusto Borges, presidente da Junta de Freguesia de Louredo, no concelho de
Paredes. Através da implementação de várias medidas de apoio à população, a Junta de Freguesia tem proporcionado melhores
condições de vida aos seus fregueses nas mais diversas áreas, como é exemplo a saúde.
Junta de freguesia de louredo
Em prol das pessoas
Com um património invejável em relação ao
restante concelho, a freguesia de Louredo
conta, em cada edifício, em cada monumento
e até em casa fachada, um pedaço de
história. E são esses pedaços que José Augusto Borges,
juntamente com o restante Executivo, têm feito questão
de preservar. “A nossa conduta à frente dos destinos
da freguesia tem como propósito manter os nossos
traços originais, a nossa ruralidade, e pensar bens nos
projetos que queremos levar a efeito em termos de
reestruturação da freguesia e do seu património”, refere
o edil.
Para tal, a Junta de Freguesia tem feito nos últimos
18 anos um trabalho intensivo e de excelência no que
concerne ao restauro e conservação do património
arquitetónico e histórico de Louredo. “O que temos é
muito vasto e muito rico, pelo que temos desenvolvido
vários projetos nesse âmbito”, esclarece José Augusto
Borges. Desta feita, foi recuperada a igreja matriz,
“um edifício do século XVII que estava em completa
decadência, onde foram investidos cerca de um milhão
e 200 mil euros. A igreja foi restaurada no exterior mas
também no interior, onde os altares são todos em talha
de ouro”.
Outros dois marcos da freguesia encabeçaram também
este restauro, nomeadamente o Pelourinho e a Forca.
“Criamos uma zona verde envolvente, que se tornou um
espaço e lazer muito aprazível e trouxe outra beleza à
freguesia”, diz-nos o presidente. “Todas as intervenções
que temos vindo a fazer ao longo dos tempos têm,
precisamente, como base a nossa história, o nosso
passado e tentamos preservar esse nosso património”.
Com foco nas pessoas
Seguindo o que tem acontecido no concelho de
Paredes, que é atualmente um dos concelhos mais
jovens do distrito do Porto, a freguesia de Louredo tem
recebido muitos jovens e casais em início de vida que
escolhem Louredo para construir a sua família. “Foram
construídos aqui dois pólos de bastante qualidade, o que
tem chamado novas pessoas para cá”, diz José Augusto
Borges.
Com o objetivo de proporcionar a estes novos casais
mas também a toda a população de Louredo, a Junta
de Freguesia tem estabelecido alguns protocolos com
entidades na área da saúde, para uma ajuda extra às
famílias mais carenciadas.
“No âmbito da saúde oral, temos um protocolo com
a CESPU. Nos últimos tres meses realizamos 216
consultas dentárias que estão a ser financiadas pela
Junta de Freguesia. Pretendemos eliminar os problemas
de saúde oral em Louredo no espaço de dois anos”.
Já na área dos olhos, José Augusto Borges e o seu
Executivo já ofereceram com o apoio da Câmara
Municipal de Paredes, perto de 30 pares de óculos
a pessoas carenciadas e várias contas de medicação
para que aqueles com menos posses possam garantir o
direito á saúde e assim, adquirir os seus medicamentos.
“Temos caracterizado estes 18 meses nas pessoas e na
ação social,com apoio alimentar e oferta de cadeiras de
rodas a diminuídos fisicamente, este tem sido o nosso
grande empenho”.
Questionado sobre o futuro, José Augusto Borges diz
que este passa pela dinamização do que a freguesia
tem para oferecer atualmente, “sem pensar em
grandes obras. Sinto que quando chegamos há 18
anos, não tínhamos nada e hoje temos o essencial à
freguesia e é desta forma que devemos pautar o nosso
trabalho”, crescer e desenvolvermo-nos com qualidade,
naturalidade e tranquilidade, finaliza.
josé augusto borgesPresidente
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Proximidade e carinho aos clientes fazem o sucesso dos supermercados Euro Poupança.
supermercados europoupança
Se é para ir ao supermercado, não é para comprar problemas!
As prateleiras nunca ficam vazias. O chão
da loja cheira a limpeza. Os funcionários
atendem os clientes no que eles precisam.
Respondem às dúvidas sobre os produtos,
com simpatia e clareza. “Fazemos a diferença pelo
atendimento personalizado e de proximidade”, explica
João Ferreira, 36 anos, dono dos supermercados Euro
Poupança.
Tudo começou há nove anos quando era um fornecedor
daquele supermercado. Na altura, o negócio sofria
alguns reveses e entre perder dinheiro e assumir a
gestão da loja, João Ferreira decidiu arriscar e ficar com
o estabelecimento.
Hoje com três lojas situadas nas freguesias de Lordelo,
Baltar e Sobrado os desafios que se colocam são muitos.
Desde logo face à concorrência. O segmento encontra
oponentes de peso. Grandes marcas de supermercados.
Vencê-los, implica vender com diferenciação.
Sob o lema “A Força de Vencer”, transformada em
imagem de marca, o administrador enfrenta uma grande
batalha ao nível dos recursos humanos. “Lidar com
pessoas é um dos maiores desafios de quem trabalha
nesta área.” Com “nome bem implantado” e o negócio
“bem enraizado”, João Ferreira revela o segredo do
sucesso: “Temos uma forma de estar no mercado
diferente da concorrência”.
Ocupado, sempre ocupado, João Ferreira interrompe a
entrevista para atender um fornecedor e dar ordens a
um dos funcionários. Voltando ao assunto, conseguimos
saber em que consiste essa tal diferenciação: “Na
disposição de produtos, no preço, mas essencialmente
no tratamento com o cliente.”
É com “muita proximidade” que lidam com quem
diariamente faz compras na loja, adianta João Ferreira.
Ao contrário do que acontece noutras grandes
superfícies conhecidas por “poupar nos funcionários”
e “deixar os clientes na fila de espera”, nas três lojas
Euro Poupança não falta gente a trabalhar. Ao todo são
28 empregados. “Até me dizem que é um exagero ter
tantos funcionários e eu digo que devíamos ter mais
para o cliente ter sempre perto de si alguém que lhe dê
uma informação caso precise.”
Quem percorre os corredores do Euro Poupança não
encontra o caos “que existe um pouco por todo o lado”,
sublinha João Ferreira. “Quando era comercial, via
muitos defeitos nas lojas que visitava. Clientes a serem
mal tratados. Sempre pensei que isso não poderia
acontecer.” A verdade é que muitos donos e gerentes
de superfícies comerciais esquecem-se de algo que
o administrador faz questão de ter sempre presente:
“São os clientes que nos dão a vida a ganhar. Quanto
mais carinho e atenção lhes dermos e eles se sentirem
próximos de nós, mais optam pela nossa loja.”
A experiência diz-lhe que “cada vez mais os clientes
precisam de ser atendidos por pessoas que os
conheçam e onde não sejam simplesmente mais
alguém.” E não custa dizer: “Bom dia!” Ou simplesmente
perguntar: “Precisa de alguma coisa?” Entrar na loja e
saber que o funcionário pode aconselhar a uma compra
esclarecida é uma das vantagens de um supermercado
local. Com esta forma de estar “ganhamos todos os dias
novos clientes”, assegura.
Nos primeiros oito anos em que João Ferreira assumiu a
gerência, a loja registou um surpreendente crescimento.
“Fruto desse trabalho do dia-a-dia na procura da
satisfação do cliente”, diz. Na loja não há problemas
no que diz respeito a trocas. O cliente pode reclamar
com qualquer produto, mas sai da superfície comercial
sempre bem atendido. “Há esse tato de não dificultar a
vida às pessoas”, diz João Ferreira e desabafa: “Hoje em
dia a nossa vida já é uma dificuldade. Imagine que vai
ao supermercado e ainda vai comprar problemas? Não
quero isso para os meus clientes!”
joão ferreiraAdministrador
REVISTA BUSINESS PORTUGALUM OLHAR SOBRE PAREDES
arqu
itet
ura
naci
onal
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Nesta edição de Agosto damos especial destaque a um tema que desempenha um papel crucial no
panorama nacional: a Arquitetura.
Desde a construção nova a particulares, à construção de unidades públicas, à reabilitação e
recuperação de edifícios, a arquitetura faz de qualquer meio um organismo vivo e dinâmico que,
para além da sua vertente artística, envolve várias dimensões e áreas de conhecimento.
Assim sendo, no universo arquitetónico existe uma importante componente técnica, uma dimensão construtiva
- através de materiais e técnicas de construção moldadas às exigências de uso e conforto dos espaços - uma
dimensão humana, que vai de encontro às expectativas dos seus utilizadores, e uma dimensão local, uma vez
que um mesmo objeto terá de se adaptar ao local onde se insere.
Neste contexto, cabe ao talento do arquiteto projetar uma obra esteticamente harmoniosa atendendo a todas
estas valências, refletindo na sua “obra de arte” os princípios de construção, beleza e função.
Importa ainda referir que a arquitetura encontra-se em permanente evolução, estando intrinsecamente aliada
a ferramentas tecnológicas avançadas que permitem conceber e organizar projetos de espaços públicos e
privados de uma forma muito mais eficaz que outrora.
E para melhor contextualizarmos os nossos leitores, nas próximas páginas expomos a visão de diferentes
arquitetos portugueses que nos dão a conhecer não só o seu método de trabalho, como os projetos nacionais/
internacionais que executam nos seus gabinetes e, de igual forma, a sua perspetiva sobre a essência e
importância da arquitetura para a sociedade.
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REVISTA BUSINESS PORTUGALARQUITETURA NACIONAL
As memórias são reflexos dos espaços. Recuamos no tempo e logo as tornamos indissociáveis de onde tudo aconteceu: a cozinha
da avó, a sala onde os nossos filhos deram os primeiros passos, o escritório onde trabalhamos, o restaurante especial que tanto
apreciamos. São esses espaços onde nos sentimos bem que fazem toda a diferença.
área branca
Criatividade e inovação em sintonia
É partindo desse princípio que surgiu a
Areabranca, uma marca da empresa White
Area, que procura aliar a arquitetura e o design
de interiores às melhores memórias dos seus
clientes.
Esta empresa, sediada em Rio Meão, Santa Maria da
Feira, surge do sonho de duas jovens empreendedoras,
de criar uma empresa diferente do existente até então.
Para isso decidiram deixar os seus empregos fixos na
área da arquitetura e design de interiores e colocaram
mãos à obra.
O risco era grande mas a vontade de vencer era maior.
Começaram sozinhas, sem recorrer a qualquer apoio
da Banca, num espaço pequeno com apenas duas
secretárias e em que foram as próprias a aplicar o
chão e a pintar as paredes. Passado um ano e meio,
reconhecem com um sorriso e um brilhozinho nos
olhos que não poderiam ter tomado melhor decisão. A
Areabranca, apesar de ser uma empresa jovem, é já um
sucesso tendo como mais valia as várias vertentes que
tem ao dispor do seu cliente. O segredo? Trabalho, muito
trabalho, rigor e dedicação. É daí que vem a qualidade
reconhecida pelos seus clientes.
“Estagiamos juntas durante ano e meio, depois
mantivemos o contato mas cada uma foi trabalhar para
um sítio diferente. Começamos a ter algum trabalho
extra e quisemos ter um negócio em comum. O nosso
objetivo era ter um espaço em que pudéssemos receber
fornecedores e clientes, um espaço independente,
nosso”, começa por explicar Tânia Camboa Cabral.
O espaço que outrora servia para desenvolverem os
seus projetos começa a ser pequeno para o volume de
trabalho que possuem e mudar de instalações começa
a ser um objetivo a cumprir. Um objetivo de futuro, que
acreditam, facilmente será riscado à lista de muitos
outros que escreveram há um ano e meio quando
iniciaram a Areabranca.
Nem tudo foi fácil, todas as empresas têm os seus altos
e baixos, mas a procura por novas oportunidades e
desafios é constante por parte desta dupla de arquitetas.
“No ínicio do ano vimos o setor muito parado e
começamos então a dedicarmo-nos a pensar em
outras alternativas porque não estávamos a receber
feedback como no final do ano anterior. O importante
é não estarmos paradas, procurar novas alternativas, ir
ao encontro dos clientes”, conta por sua vez, Juliana
Cardoso Soares.
Para além de todos os serviços ligados à arquitetura,
como projetos de execução, licenciamentos, projetos
desde o esquiço até ao final da obra, passando por
perceber o que o cliente pretende, a Areabranca oferece
serviços ligados á decoração/design de interiores,
construção de maquetes, visualização arquitetónica 3D,
Web design e design gráfico. Fazendo uso de tecnologias
de ponta, como os Oculus Rift, proporcionando aos
seus clientes uma experiência única de imersão 3D,
onde podem circular pelo projeto da sua casa como se
estivessem realmente lá.
“Temos padrões de qualidade muito elevados e
preferimos não fazer um trabalho a fazê-lo sem
qualidade e recusamo-nos a dar ao cliente aquilo que
não gostávamos de ter para nós e isso é fundamental.
Primamos sempre pelo gosto do cliente porque é ele
que vai viver o espaço”, destaca Juliana Cardoso Soares.
Evidenciar materiais de marcas portuguesas é também
um dos princípios desta equipa que quer crescer de
forma consolidada e passo a passo apesar de não
lhes faltar sonhos e vontade de criar projetos novos e
inovadores.
“Tivemos já desafios e clientes interessantes. Entre eles,
a RTP, para quem tivemos o prazer de colaborar. Outro
desafio aliciante foi avaliar as unidades de saúde familiar
entre Douro e Vouga de forma a otimizar os espaços
a nível físico e sensorial, bem como a informação que
chega aos utentes. O objetivo tinha como pressuposto
melhorar a qualidade de vida dos utentes e profissionais
de saúde que utilizam os centros de saúde. Estamos a
contribuir para a felicidade das pessoas e isso é ótimo”,
conclui Tânia Camboa Cabral.
Juliana Cardoso soares e Tânia camboa cabralAdministradoras
“A arquitetura é cultura, não precisa de ser arquiteto para ter bom gosto!” refere Arquiteto Hélder António Ferreira, gestor do gabinete
com o seu nome. Licenciado pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1981, trabalhou em profissão liberal vários anos e abre
o seu gabinete em 1990.
gabinete hélder ferreira
ARTE E A CULTURA ALIADAS À ARQUITETURA
O seu percurso profissional começou quando
ainda estudava. Fale-nos sobre dele.
Comecei a trabalhar num atelier quando frequentava
o 3º ano de Belas Artes, ainda estudante trabalhei no
LNEC, por concurso, cumpri o serviço militar obrigatório
como arquiteto e estava a dar aulas na cidade
universitária quando fui convidado a participar num
concurso internacional para equipamento, que fiquei em
1º lugar e trabalho com essa ONG até hoje.
E quando deu o salto e abriu o seu espaço?
O meu arranque foi através de uma organização
internacional, consequência de ter ganho o concurso
que referi, tendo como consequência realizado vários
trabalhos em Portugal, nas ilhas da Madeira e Açores.
Houve várias sociedades pontuais com colegas mas
sempre com gabinete próprio e desde 1990 em firma
organizada.
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REVISTA BUSINESS PORTUGALARQUITETURA NACIONAL
Quando começou a ter trabalho a nível nacional?
Foi o facto de ter vários trabalhos que me impulsionou a
ter aberto o gabinete. Comecei com projetos nacionais
nas áreas da habitação, equipamento e indústria;
entretanto na área do turismo. O trabalho variava
conforme as necessidades e a evolução do mercado.
Para sobreviver temos de ser proativos, criar mercado
e incentivar as pessoas a investir em obras que valem a
pena de modo a todos lucrarem.
Hoje já tem uma equipa que trabalha consigo.
Como a carateriza?
É uma equipa dedicada e muito empenhada. Estamos
ligados a vários gabinetes de engenharia que nos apoio
e com os quais temos parcerias.
Houve algum projeto que o marcou?
Eu tento manter distanciamento de todos os projectos
mas sempre com muito empenho e dedicação a todos
os trabalhos. Temos obras de caráter social lares de
juventude e seniores, habitação social, de luxo, escolas
e várias igrejas com dimensão e alguma complexidade,
edifícios industriais. Temos trabalhos em Lisboa, Cascais,
Portimão, Setúbal, Porto, Funchal, Machico, Alentejo e
fora de Portugal em Angola, Guiné-Bissau, Alemanha.
Acredita que o trabalho dos arquitetos portugueses
é reconhecido a nível internacional?
Eu acredito que sim, há muitos arquitectos portugueses
com trabalhos fora do país. O ensino da arquitetura
em Portugal foi e continua a ser bom, com muita
qualidade, fornece uma boa informação como ponto de
partida, mas como em todas as profissões há bons
e maus profissionais. Temos excelentes exemplos do
que referi, há muitos anos. Tendo estado em contacto
com novos países, na sequência da descolonização
portuguesa, encontramos exemplos de arquitectura
que sobreviveram a guerras e estão lá, cumprindo a
função inicial ou adaptada a outras realidades, é esse o
objectivo da arquitectura – servir, ser útil.
Sente um fosso cultural muito elevado quando faz
um projeto para Portugal ou para outro país?
Existem sempre diferenças, cultura, clima, mentalidades,
etc.. Quando iniciei projetos para Angola, fiz questão de
visitar o país pela primeira vez em 2010, para poder
absorver o máximo de informação arquitetónica e
cultural dos angolanos, conhecer. Creio que é essencial
compreender a arquitetura a todos os níveis: desde o
melhor e mais famoso edifício do país à casa do comum
cidadão, porque ambos têm sabedoria e detalhes que
vão ser úteis quando estamos a lançar os primeiros
esquiços do projeto.
Posto isto, acredita que o estudo do local é
importante?
Sem dúvida. Eu costumo dizer que a roda já foi inventada
há muito tempo, é preciso vê-la de outra perspetiva. Eu
tento ‘beber’ informação às construções comuns, aos
musseques, nas intervenções mais simples porque o
instinto de sobrevivência das pessoas leva-as a utilizar
os recursos naturais de uma forma como muito saber
e que, se não sairmos dos gabinetes para as irmos ver,
nunca saberíamos que elas existem e que são utilizadas
daquela forma; é importante falar com as pessoas,
compreender as suas necessidades e fundamental ter
em consideração as caraterísticas do local.
Hélder antónio ferreiraGestor
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
59
ARQUITETURA NACIONAL
Viajar para conhecer novas culturas é importante
para a profissão de arquiteto?
Sim, é fundamental para valorizar o conhecimento e criar
uma maior capacidade de entendimento dos desafios
que se nos deparam em cada novo projeto.
A crise que afetou a construção civil levou-o a
implementar outro tipo de posicionamento no
mercado nacional?
Acho que nos esquecemos da nossa verdadeira escala
de país e cometeram-se loucuras em termos de
ocupação do território, por pura ignorância e estamos
a sofrer as consequências. Houve e continua a haver
falta de planeamento, com visão global e distanciamento
suficiente para podermos analisar com objetividade o
que pretendemos. Deparamo-nos com uma pesada
e complicada teia burocrática no âmbito da legislação
que nos dificulta muito nos investimentos estrangeiros e
que ainda não conseguimos ultrapassar. Não podemos
ir pelo facilitismo, temos que avançar em conjunto com
rigor, com objetividade em resolver os problemas do
país. Há pela frente muito trabalho de reinventar, de nos
superarmos, de encarar a nova realidade de profunda
crise estrutural, há novos e complicados desafios.
Qual é a sua visão sobre o setor da arquitetura
em Portugal?
Houve uma grande evolução cultural e de mentalidade.
Hoje as pessoas maioritariamente já a encaram como
necessária, o que é bom para todos os profissionais,
criando oportunidade de intervenção. Há futuro, mas o
caminho não vai ser fácil.
O que é, para si, uma boa arquitetura?
É a intervenção que responde aos quesitos pré-definidos,
desempenhando a função ao qual está destinada. Não
me atrevo a criticar, gosto ou não gosto e digiro em
silêncio. Não há regras para o gostar.
Por onde passa o futuro deste gabinete?
Trabalhar, trabalhar com empenho e humildade, mas
sempre com atitude.
Luta diária contra a burocracia em Portugal para
conseguirmos a aprovação dos projetos em curso,
investimentos estrangeiro e continuação de projetos em
África com trabalho de fiscalização das obras de nossa
autoria. Várias parcerias com outros colegas em diversos
países. Não vamos ter um caminho de “autoestrada”,
muita luta, muita perseverança.
60
REVISTA BUSINESS PORTUGALARQUITETURA NACIONAL
A arquitetura define-se entre muitos outros parâmetros pela sua simplicidade e o gabinete ARIPA Arquitectos, sediado na rua Julieta
Ferrão em Lisboa, adota essa mesma premissa nas várias obras que abraça, sendo hoje uma referência nacional especialmente em
projetos hospitalares que independentemente da sua dimensão procura tornar simples.
aripa
EDIFÍCIOS QUE SE GUARDAM NA MEMÓRIA
Como último responsável pelo gabinete, o
arquiteto, Ilídio Pelicano, é apoiado pela sua
filha também arquiteta, Sara Pelicano. Ilídio
Pelicano começa por contar a história do
gabinete de uma forma peculiar: “A vida não é aquilo
que nós programamos, mas aquilo que vai acontecendo
ao lado do que programámos”, esclarecendo que
quando decidiu ser arquiteto não imaginava o percurso
e dificuldades que teria de enfrentar.
A primeira alavanca deste gabinete aconteceu em 1978
quando os arquitetos decidiram concorrer a um projeto
de arquitetura para um Centro de Saúde em Terras de
Bouro que acabaram por ganhar tendo a felicidade de
acompanhar a obra e vê-la entrar em funcionamento.
A partir daí, orientaram o gabinete para este tipo de
projetos no âmbito da saúde, sendo que o início da
ARIPA teve por base uma estratégia: apostar naquele
que na sua ótica é dos projetos mais difíceis em termos
arquitetónicos - o projeto hospitalar -, que, segundo
Ilídio Pelicano, era um daqueles que a maior parte dos
arquitetos colocava de lado, dada a sua complexidade
“nós optámos porque para além de serem projetos
muito desafiantes e complexos, estão relacionados com
o ser humano e com a criação de melhores condições
de saúde para as pessoas e isso para nós é muito
importante”, informa-nos o nosso interlocutor.
Assim, em 1979 o gabinete forma-se por um lado,
mediante uma perspetiva comercial e por outro,
procurando uma estrutura mais coordenada dentro do
setor da prestação de serviços de projeto.
Seguindo este nicho de atividade, o arquiteto revela
que em 1987/89 a ARIPA ganhou, em simultâneo,
dois hospitais no âmbito de projetos de conceção/
construção: o Hospital Divino Espírito Santo em
Ponta Delgada, Açores, e o Hospital de Leiria (fase
de concurso), cada com cerca de 50/60 mil metros
quadrados de área bruta total.
O gabinete ARIPA posicionou-se assim no mercado e
a carteira de projetos aumentou de forma significativa.
Prova disso foram os concursos de conceção/
construção de que saiu vencedor para os hospitais
de Santa Maria da Feira, Penafiel e Tomar, em regime
de conceção/construção e, ainda, o hospital Dr. João
de Almada no Funchal, entre muitos outros de norte
a sul de Portugal. “A partir de 1998, evoluiu-se para
os projetos exclusivamente de conceção (com ou sem
pré-qualificação) sob anonimato, através de concursos
internacionais de conceção, tendo saído vencedor do
IPO de Lisboa à Praça de Espanha”, realça o arquiteto.
Para além destes, seguiram-se outros concursos
de projeto de âmbito concetual, nomeadamente: o
Hospital da Guarda, da Póvoa de Varzim, Vila do Conde
e das Caldas da Rainha, estes dois últimos entretanto
suspensos por decisão governamental.
Mais recentemente, no âmbito das Parcerias Público-
Privadas, a ARIPA venceu os concursos para os hospitais
de Cascais (incluindo prestação de cuidados clínicos) e
hospital da Ilha Terceira, recentemente inaugurado.
Mantêm-se suspensos face à crise económica os
hospitais Central da Madeira, de Proximidade de
Barcelos, de Proximidade do Seixal, e remodelação
sara pelicano e ilídio pelicanoAdministradores
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
61
ARQUITETURA NACIONAL
ampliação de Castelo Branco, tendo entrado em
funcionamento mais recentemente, o hospital de
Proximidade de Lamego, todos estes em regime de
concursos internacionais de conceção.
Encontram-se em desenvolvimento as ampliações e
remodelações do hospital de São-João do Porto e IPO
de Coimbra.
Importa ainda referir que partir de 1983, a ARIPA
estende a sua atividade ao mercado externo, sendo
classificada pelo Banco Mundial (N.Y. - U.S.A.), para
estudos para países em vias de desenvolvimento, pelo
Governo da República Federal da Alemanha e pelas
Nações Unidas - (1986) e, incluída na Base de Dados
HABIRES – CNUA.
Arquitetura como perspetiva de vida
De acordo com Ilídio Pelicano, os arquitetos são apenas
uma componente de uma grande equipa, em que o
processo tem de ser gerido e compatibilizado entre
si de forma a despistar erros. Neste sentido, o nosso
interlocutor defende que os projetos têm de ser cada vez
mais aferidos e rigorosos. Como anteriormente afirmado
e devido à crise, assiste-se em Portugal à suspensão
de um vasto conjunto de projetos, o que muito afeta a
arquitetura e os arquitetos.
Respondendo sobre o que poderia ser melhorado
nesta área, Ilídio Pelicano realça que seria importante “o
reconhecimento por parte das entidades governamentais
de que a profissão de arquiteto é fundamental para o
bem-estar deste país, não havendo população saudável
sem equipamentos saudáveis, preventivos e curativos”
e sublinha, “bem projetados por quem esteja habilitado
para os realizar”.
Atualmente, o gabinete ARIPA continua a registar um
peso significativo na área hospitalar, não só no âmbito
nacional, mas também internacional, nomeadamente
em projetos de centros de saúde e hospitais na Argélia,
Moçambique (hospitais de Massinga e Xai-Xai) e Angola.
Mas para além dos projetos hospitalares, este gabinete
também se encarrega de projetos de outro tipo de
equipamentos coletivos e ainda recuperações em
escolas e universidades, requalificação de habitações
sociais, espaços urbanos, planeamento, entre outros
serviços. Presentemente, a ARIPA conta com uma
equipa de 15 arquitetos, duas secretárias que servem
de apoio ao gabinete, e quatro estagiários.
E o que faz com que um projeto seja bem-sucedido e
possua qualidade? O arquiteto não hesita em responder
e explica minuciosamente: “temos de realizar um
projeto cujos custos de manutenção, funcionamento,
de economia energética, de espacialidade, de vibração
interior dos espaços, de conforto e bem-estar – funcione
e custe o mínimo possível a quem o vai explorar e ainda
que acolha bem quem da obra se aproxima e dela
guarde boa memória quando da mesma se afaste”.
E apesar de todos os obstáculos que a arquitetura
portuguesa enfrenta atualmente, Ilídio Pelicano afirma
que existe uma vontade férrea de continuar em Portugal,
acrescentando que é neste país e não noutro, que
pretende colocar todo o seu conhecimento e esforço.
Numa linha geral, Ilídio Pelicano e Sara Pelicano
enfatizam o facto de que a arquitetura não existe pela
beleza nem pela grande dimensão em si mesma, mas
pela capacidade que cada um de nós tem de apreender
o edifício e os volumes na sua globalidade quando os
edifícios são colocados à nossa disposição ou seja,
quando os utilizamos. Edifícios sem humanos e sem uso,
são peças ocas e vazias de significado.
Para o futuro, o arquiteto ambiciona que a ARIPA continue
viva por muitos e bons anos, “capaz de ultrapassar todos
os momentos menos bons e que cada elemento que
a integra tenha contribuído para construir um ‘barco’
capaz de se aguentar num mar revolto”, conclui o
arquiteto. Como planos para os próximos tempos, Ilídio
Pelicano diz que gostaria de continuar a participar em
parcerias com empresas portuguesas e estrangeiras,
estabelecendo pontes de trabalho fora de Portugal e
participar na recuperação/reabilitação do património
construído no domínio da saúde em Portugal porque nos
tempos atuais obra nova no domínio da saúde é utopia.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
62
ARQUITETURA NACIONAL
Quando falamos da ARQAMA falamos de um atelier relativamente recente, criado em 2012, que trabalha na sua essência obras de
reabilitação/recuperação, tanto a nível geral como interiores e exteriores. Vocacionada para a arquitetura, remodelação de interiores,
decoração e design, esta empresa sediada em Belas conta atualmente com uma carteira de obras de cariz particular localizadas na
área da grande Lisboa e arredores.
arqama
REABILITAÇÃO: UMA FORMA DE CONCRETIZAR SONHOS
ARQAMA reflete na sua designação não
só o nome da arquiteta fundadora, Ana
Mafalda Almeida, mas também a sua vasta
bagagem de experiência, tendo colaborado
entre 2004 e 2012 com vários arquitetos e gabinetes
de arquitetura, onde desempenhou o cargo de
coordenadora de arquitetura. Hoje assume a função
de gerente e arquiteta coordenadora da ARQAMA,
onde desenvolve vários projetos em diferentes áreas da
arquitetura e design.
Não afastando a hipótese do universo da construção
nova, as arquitetas Ana Mafalda Almeida e Solange
Sousa revelaram à Revista Business Portugal, que
mediante o cenário económico atual a empresa tem-
se concentrado intensamente naquela que consideram
ser uma área com futuro na arquitetura: recuperação/
reabilitação de imoveis e arquitetura de interiores.
Neste sentido, a grande missão desta empresa é
a arquitetura no seu todo e o acompanhamento
personalizado ao cliente, sobretudo, o serviço integrado
e chave na mão. De acordo com Ana Mafalda Almeida
“interessa-nos a reabilitação urbana, a recuperação de
imóveis e a remodelação de interiores porque existem
tantos imóveis espalhados pelas nossas cidades,
conscientemente são áreas cujo mercado tem um
potencial enorme e que ao intervirmos melhoram o
património e o edificado” acrescentando que cada vez
mais as pessoas já se preocupam com o espaço «casa».
Atualmente, a ARQAMA tem em mãos duas obras de
especial destaque: uma moradia em Linda-a-Velha,
que conta com uma área bastante considerável e que
segundo as arquitetas é “a obra do ano” porque tem
sido um desafio constante, com um nível de exigência
bastante elevado, uma vez que será totalmente
recuperada e remodelada. E uma penthouse em Belas,
que é igualmente uma obra que exige redobrada
dedicação.
Sobre os principais desafios inerentes à reabilitação
urbana, as nossas interlocutoras explicam que depende
muito do tipo de intervenção na obra. No entanto, como
trabalham obras que já têm a sua raiz salientam que
muitas vezes ficam um pouco limitadas aos espaços e
às estruturas, sendo desafiante arranjar soluções que
permitam concretizar as vontades dos clientes. Mas,
para as jovens arquitetas, o essencial é fazer com que a
intervenção arquitetónica proporcione o maior conforto
possível e no final possa refletir a «casa de sonho» do
cliente. A par da arquitetura a ARQAMA abraça também
a área do design dispondo de ferramentas como
design Interiores e de mobiliário que conferem uma
mais-valia ao cliente. Uma das áreas que Ana Mafalda
Almeida identifica como vital é o design de mobiliário,
muito solicitado também pelo mercado externo, que
permite personalizar a casa e criar um ambiente com
um estilo peculiar e personalizado, “o espaço reflete
sempre a alma de quem o habita e como tal terá que
corresponder às suas necessidades”.
Relativamente às características diferenciadoras deste
gabinete, Solange Sousa realça que o trabalho da
reabilitação é complicado mas é sempre feito com
gosto, dedicação e muito esforço e isso tem-se refletido
nas várias obras que possuem “além disso andamos
sempre em cima dos acontecimentos, acompanhamos
a obra do início ao fim, estamos sempre em contacto
com os nossos clientes e é essa proximidade e esse
apoio que nos diferencia, sendo essencial para o
sucesso do nosso trabalho” esclarece.
Para o futuro, as arquitetas afirmam que ainda há
muita obra para fazer em Lisboa e Ana Mafalda
Almeida adianta que felizmente as mentalidades das
pessoas já estão a mudar em relação à importância
que tem área da reabilitação/recuperação e
principalmente na remodelação de interiores, “são
obras cujo acompanhamento profissional de um técnico
especializado faz toda a diferença, ficam esteticamente
e funcionalmente de acordo com as exigências do
cliente e monetariamente mais económicas no sentido
que estabelecem um fio condutor para o resultado
final, por norma o projeto de arquitetura estende-
se, posteriormente e na maioria das vezes, à fase de
decoração e design de mobiliário” afirmando que tem
boas expectativas quanto ao futuro da ARQAMA.
ana mafalda almeida e solange sousaArquitetas
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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ARQUITETURA NACIONAL
Desvendando um pouco sobre a história deste gabinete de arquitetura, o arquiteto fundador revela que começou a trabalhar em 1978.
Mais tarde e depois de passar por vários gabinetes de arquitetura, entendeu que estava em condições de dar início a uma aventura com
a arquitetura em exclusivo, arrancando em Lisboa com o CCG Arquitectos em 1994, sendo este “fruto de um projeto de vida” conforme
indica.
CCG arquitectos
O PRAZER DE FAZER ARQUITETURA
Cândido Gomes explica que inicialmente foi
vital avaliar as suas capacidades, refletir sobre
as suas experiências pretéritas e conhecer-se
a si próprio.
À medida que identificou referências, foi igualmente
adotando o que as viagens lhe revelavam, acabando por
descobrir aquilo que nele lhe despertava maior interesse
e sensibilidade.
A partir daí avançou com projetos de forma determinante
e concisa. Algumas das suas obras conhecidas são
o Castelo, a Barbacã e a Igreja de São Francisco,
todos na Cidade de Portalegre, o Complexo Cultural e
Museológico da Levada em Tomar, a Escola Básica de
Palmela, o Núcleo Sede do Museu Municipal de Vila
Franca de Xira, Escolas Secundárias de Viseu e Vila
Viçosa, entre muitos outros.
Para além das obras nacionais, o CCG Arquitectos
também está presente além-fronteiras, tendo iniciado
a sua atividade em Cabo Verde e na Argélia, em
programas tão vastos como planos, habitação individual
e multifamiliar, equipamentos educativos e desportivos,
museus, turismo e cultura.
Um dos prazeres revelado por este gabinete é a
colaboração desenvolvida com artistas plásticos. Esta
partilha de experiências, proporciona ao trabalho uma
visão que acresce ao funcional, o desejo do belo e da
singularização de cada intervenção.
Desta feita, para Cândido Gomes a dimensão social
da arquitetura é primordial. Mas a sua dimensão
funcional não deverá subvalorizar os aspetos da beleza
e durabilidade (tempo) que têm de ser devidamente
acautelados.
Sobre o seu modo de atuar no universo profissional,
Cândido Gomes esclarece: “Tenho um profundo
respeito por todas as pessoas e tento produzir num
quadro de comportamento que, do ponto de vista ético
e profissional, proporcione o prazer de viver” contando
que tudo isto é o desafio.
Neste contexto, o arquiteto não poupa nas palavras
quando questionamos sobre quais os caminhos que
ditam os seus projetos “o desafio de desenhar um
garfo, uma cadeira ou uma cidade é igual, as estruturas
de pensamento são iguais” e mediante este prisma,
elucida-nos que cada obra tem de valer por si e dar
conforto, qualidade e prazer a quem a vai usufruir.
Assim, o CCG Arquitectos possui um projeto pessoal
que, cada obra corresponda a um autorretrato em
matéria e em forma materializada.
E quando falamos do mercado externo, a Argélia é
desde logo destacada. A equipa do CCG Arquitectos
já trabalha com obras argelinas há algum tempo e tem
obtido sucesso. Prova disso são os concursos ganhos,
nomeadamente, em 2012, sendo o 1º classificado
com o concurso público Internacional para projeto de
modernização das unidades hoteleiras da Empresa
de Gestão Turística de Zeralda, Argélia; Também 1º
classificado em 2006 no concurso para a “Elaboração
de uma Piscina Olímpica” em Setif, ou o concurso público
Internacional para a “Elaboração do Centro de Formação
de Jovens Talentos” também em Setif. “Apesar de
muitas vezes ser difícil, tem sido gratificante trabalhar na
Argélia, tendo em conta a boa relação estabelecida com
os nossos clientes e o reconhecimento dos mesmos
quanto à nossa qualidade e empenho” conclui Cândido
Gomes.
C Â N D I D O C H U V A G O M E S A R Q U I T E C T O S , L D A .R . D E “ O S É C U L O ” 5 0 , 1 º D , 1 2 0 0 - 4 3 6 L I S B O A | P O R T U G A L
T E L + 3 5 1 2 1 3 4 3 2 5 4 5 | A T E L I E R @ C C G - A R Q U I T E C T O S . P T | W W W . C C G - A R Q U I T E C T O S . P T
Cândido gomesArquiteto
conc
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Para quem não conhece, Castelo Branco é a sede do terceiro maior município português, com 1
438,19 km² de área2 e 56 109 habitantes, estando subdividida em 19 freguesias. O município é
limitado a norte pelo município do Fundão, a leste por Idanha-a-Nova e a sul por Espanha.
É certo que Portugal dispõe de cidades com um património riquíssimo, em que a história, o turismo,
a gastronomia e a cultura fazem delas lugares dignos de investir, viver e visitar. Deste modo, damos-lhe a
conhecer nas entrevistas que se seguem a região de Castelo Branco, uma cidade com uma forte componente
rural, sendo interessante não só do ponto de vista turístico como da própria valorização dos seus produtos
endógenos que, por conseguinte, elevam a sua qualidade gastronómica.
Mas as potencialidades desta região vão muito além da gastronomia. A vasta oferta turística, o crescente
empreendorismo, os projetos inovadores, as oportunidades de emprego, o dinamismo das associações, as
festividades e eventos tradicionais, são algumas mais-valias que contribuem para o bem-estar de quem vive
e visita a cidade.
E não é por acaso que em 2006 Castelo Branco foi considerada, mediante um estudo elaborado pela DECO,
a 2ª capital de distrito do país com melhor qualidade de vida.
Desta feita, convidamo-lo a ler e ficar a conhecer aquilo que pode encontrar na cidade e os projetos que os
autarcas têm delineados para os próximos tempos.
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
A rede das proclamadas “Aldeias do Xisto” integra 27 aldeias de 16 concelhos que se situam no centro de Portugal, no território
que se situa entre Castelo Branco e Coimbra. Sarzedas é a única Aldeia do Xisto que foi agraciada com um título nobiliárquico e, por
conseguinte, a Revista Business Portugal foi descortinar a natureza da mesma.
Junta de Freguesia de Sarzedas
COMBATE AO DESPOVOAMENTO
Mas quando falamos da freguesia de
Sarzedas, não podíamos deixar de falar
com Celeste Rodrigues, que mais do
que Presidente da Junta de Freguesia é
uma lutadora nata pelos ideais da Terra, que de forma
dedicada e apaixonante, tenta diariamente elevar o
nome da freguesia e fazer valer o seu potencial.
Sarzedas é, deste modo, uma freguesia rural, com 1400
habitantes e composta por 43 localidades. É uma das
maiores freguesias do concelho, com uma área de 17
mil hectares, o que faz com que tenha aldeias compostas
por uma população mais envelhecida e outras com uma
população mais jovem e ativa. É também uma vila com
património histórico muito rico, sendo que em 1212
teve os primeiros forais, dados por D.Sancho na altura
do repovoamento.
Urgência em atrair população
Do ponto de vista populacional, Sarzedas está a sofrer
com o acentuado despovoamento.
Neste momento, a presidente afirma que a sua grande
preocupação centra-se na desertificação, “e de
momento o meu sonho é aumentar a população desta
freguesia” desabafa. No entanto, Celeste Rodrigues
afirma que a falta de apoio para esta problemática tem
sido uma constante “as políticas do governo não estão
direcionadas para o despovoamento das nossas aldeias,
exemplo disso foi a imposição de portagens na A23 que
ainda complicou mais o acesso a Sarzedas” enfatiza a
presidente. Apesar disso, a nossa entrevistada revela
que já se nota a volta de algumas pessoas à aldeia, não
só das que já tinham raízes, mas também por parte de
quem não tinha qualquer vínculo à Terra.
De acordo com a presidente, motivos para viver na sua
vila não faltam. Nas palavras da nossa interlocutora,
Sarzedas tem locais lindíssimos, ribeiras, trilhos e
percursos pedestres homologados. Distingue-se pelos
traços de cor demarcados a caminho da Fonte da Vila.
Antiga vila e sede de concelho, o seu pelourinho, o largo,
as igrejas e capelas, que se destacam numa malha
urbana com casas históricas e gentes calorosas. E no
alto de São Jacinto, junto à Igreja Matriz, o Campanário
com a sua Torre Sineira.
Potencialidades da freguesia
Recentemente foi criado um Centro de BTT - dos mais
modernos do país segundo a presidente - que será
brevemente inaugurado e que inicialmente contará
com quatro percursos de BTT “este centro é para nós
muito importante porque atrai pessoas de fora para a
freguesia, sendo que estas poderão usufruir não só do
desporto em si mas também do contacto com as nossas
paisagens” salienta.
Atualmente Sarzedas conta com um total de 30
associações que trabalham para um objetivo comum:
celeste rodriguesPresidente
CONCELHO DE CASTELO BRANCO
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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potenciar a freguesia criando os seus mais diversos
eventos e ações.
Relativamente à gastronomia, esta aldeia de xisto
também tem motivos de orgulho. Prova disso foi o
prémio gastronómico recebido na Feira de Sabores e
Tradições, em Castelo Branco, que venceu com os
pratos de “carne de cabra” e “sopa da boda”.
Para a presidente todas as festas tradicionais são
importantes para trazer pessoas à freguesia. Uma delas,
e a que menciona como a mais marcante, é a Feira
Medieval, que se realiza em finais de maio e que atrai
imensos visitantes “é uma feira bastante positiva porque
nos ajuda a promover os nossos produtos locais, o
artesanato e é ótimo para a nossa economia” sublinha.
Das valências inerentes à freguesia, Celeste Rodrigues
menciona um dos maiores empregadores: o Lar da
Santa Casa da Misericórdia de Sarzedas, que presta um
serviço a tempo inteiro, prestando também assistência
diurna e apoio ao domicílio.
Esperança no futuro
Uma das coisas que Celeste Rodrigues preza é a sua
proximidade com as pessoas. De acordo com a nossa
interlocutora, o futuro de Sarzedas passa pela luta ao
despovoamento “queremos fomentar o crescimento, o
desenvolvimento, uma vez que temos potencialidades
naturais para que as pessoas possam vir para cá com
todas as condições, mas sabemos que é necessário
termos gente empreendedora que crie novos postos de
trabalho. Temos em termos económicos, uma grande
riqueza na Floresta e no Olival, que começam a ter uma
exploração cada vez mais profissionalizada e competitiva
e que esperamos tenham um grande impulso com o
Programa Comunitário Portugal 2020. O nosso grande
objetivo é que as pessoas percebam que Sarzedas
tem potencial, tem respostas e tem futuro”, finaliza a
presidente.
CONCELHO DE CASTELO BRANCO
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Situada no extremo norte do concelho de Castelo Branco, com uma área de 44,47km2, a freguesia da Lardosa conta atualmente com
1000 habitantes e é vincada pela sua vasta história, tendo um foral que remonta ao ano de 1223.
Junta de Freguesia de Lardosa/vale da Torre
OUVIR A POPULAÇÃO E RESPONDER ÀS SUAS NECESSIDADES
Para darmos a conhecer melhor a natureza
desta freguesia, contamos com a entrevista
do Presidente da Junta, José Dâmaso, que
também nos elucidou sobre a função da Junta
nas diversas atividades locais.
Hoje em dia o empreendedorismo em Lardosa incide,
essencialmente, na agricultura, no lar e na Scutvias e
algumas oficinas e minimercados, restauração sendo
estes os maiores empregadores da localidade.
E porque todas as freguesias necessitam de grupos
associativos para dar vivacidade às mesmas, Lardosa
não foge à regra e atualmente embarga oito grupos: o
Centro Popular de Cultura e Desporto de Lardosa, um
Grupo de Bombos da Lardosa, o Rancho Folclórico “Os
Loureiros” da Lardosa, um Grupo de Cantares do Vale
da Torre, Associação Social Recreativa e Cultural do Vale
da Torre, Associação de Festas da Lardosa a Associação
de Caça e Pesca e, por fim, o Núcleo de Intervenção
Cultural (NIC). “A Junta dá todo o apoio que as
associações precisam, porque estas desempenham um
papel muito importante, sendo as maiores dinamizadoras
da freguesia” realça o José Dâmaso.
Feira do feijão frade - outubro
No seu plano de festividades, Lardosa já contava com
as romarias de verão, a festa de Santo António e uma
festa histórica em honra de São Sebastião realizada no
dia 19 Janeiro designada de “Bodo”. “Mas chegamos
à conclusão que estas festas não tinham a força
que pretendíamos para potenciar a freguesia, então
lançamos o desafio e criamos a Feira do Feijão Frade”
explica o presidente, realçando que o feijão-frade
sempre foi um produto típico de Lardosa e diferenciador
pela alta qualidade nele inerente.
De acordo com José Dâmaso, esta feira foi um sucesso
logo no seu primeiro ano, isto porque que os agricultores
locais puderam escoar o seu produto e encetar
contactos importantes para futuras encomendas.
Esta feira decorre no primeiro fim-de-semana de outubro
e conta com cerca de 60 expositores e seis restaurantes.
Para além do feijão e dos seus mais variados pratos e
subprodutos, o presidente refere que outros produtos
regionais podem ser apreciados e adquiridos na feira,
como é o caso dos queijos, enchidos, mel, vinho, pão
e bolos.
Importante será ainda referir que um dos pratos ali
confecionados, nomeadamente, “Feijão-frade Refogado
com sardinhas em Molho de Escabeche” ficou em
primeiro lugar no Concurso Perdidos e Achados da Feira
Sabores de Perdição em Castelo Branco.
Aliado à Feira, há dois passeios incorporados na festa
que é um passeio de bicicletas antigas e um passeio
pedestre, de forma a proporcionar às pessoas uma
interessante viagem pelos caminhos paisagísticos de
Lardosa.
Hoje, José Dâmaso desabafa que a Junta, ao criar
este evento, nunca pensou que o mesmo tivesse tanta
importância para a freguesia e significasse tanto para as
gentes da Terra.
Locais a visitar
E quem vem à feira pode ficar para visitar alguns lugares
emblemáticos da freguesia. O forno comunitário por
exemplo, é um marco histórico e bastante apreciado.
Por sua vez este forno encontra-se de frente para a
Igreja Matriz de São Martinho, que tem cinco altares com
uma talha dourada sendo, de igual forma, alvo de várias
visitas. Outros pontos de atração são a capela de São
Sebastião, as fontes romanas - fonte da Devesa e fonte
Coberta “e temos o cuidado de fazer trilhos pedestres
que passem por lá para as pessoas poderem apreciar a
nossa riqueza cultural e natural” salienta José Dâmaso.
Num futuro próximo, uma das obras que José Dâmaso
ambiciona concretizar é a Casa Museu “já temos o
espaço, e queremos expor peças antigas e tradicionais
de Lardosa como teares, máquinas de costura,
ferramentas de campo, objetos antigos do caminho
de ferro. Agora só nos falta o despacho da Câmara”
explica o presidente. Outra obra que José Dâmaso
planeia concretizar é um espaço de lazer para crianças e
adultos, com baloiços e máquinas de desporto.
josé dâmasoPresidente
CONCELHO DE CASTELO BRANCO
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Constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, a União de freguesias de Escalos de Cima e Lousa, com um
total de cerca de 1.700 habitantes, tem a sua sede em Escalos de Cima e conta hoje com um presidente dinâmico e experiente, José
Lourenço, que pretende criar soluções elevando a qualidade de vida da população.
União de freguesias Escalos de Cima e Lousa
UMA FREGUESIA COM FUTURO EM ASCENSÃO
Desde a sua entrada, o presidente identifica
algumas obras públicas realizadas pela Junta
de Freguesia que marcaram a diferença. Uma
delas foi a remodelação de ruas degradadas,
requalificando a parte antiga da freguesia, outra foi
reforço da iluminação nos espaços públicos, bem como,
a manutenção de parques.
Do ponto de vista cultural, o presidente faz questão
de distinguir as Danças da Lousa, recentemente
reconhecidas como Património Cultural Imaterial,
uma vez que estas são o reflexo da identidade da
comunidade de Lousa.
Trata-se de um conjunto de danças cerimoniais (dança
das virgens, dança dos homens e dança das tesouras)
realizadas em honra de Nossa Senhora dos Altos Céus,
padroeira da freguesia, que se realiza no terceiro fim-
de-semana de Maio e cuja origem está associada à
Lenda da Praga de Gafanhotos que assolou a região
no século XVII.
Para além destas danças, José Lourenço realça na área
artesanal, o conhecido bordado de Castelo Branco,
trabalhos de cortiça e barro.
Área social
Perante uma população maioritariamente idosa, José
Lourenço indica que a junta está sempre focada em
dar respostas sociais destinadas à terceira idade. Neste
sentido e em parceria com os Centros de Dia existentes
na freguesia, um dos projetos que o presidente visa
implementar é um Centro de Noite em cada aldeia que
sirva de complemento aos Centros de Dia existentes.
“Porque há pessoas que não têm os familiares por perto
e precisam de cuidados permanentes e é por isso que
estamos a tentar, juntamente com a Câmara Municipal,
avançar com este projeto o quanto antes” revela o
presidente.
Neste contexto, o nosso interlocutor salienta que a
colaboração da Câmara Municipal “é essencial para dar
respostas às várias necessidades e aos projetos que nos
foram apresentados os quais Junta de Freguesia apoia”
afirma o presidente.
No que concerne a festas e eventos, esta União de
Freguesias está bem servida.
Na freguesia de Escalos de Cima há a Feira de Santo
Amaro, realizada a 15 de janeiro; Festa em honra de
S. Pedro que se realiza no 2º domingo de maio; o São
João no mês de junho e o S. Sebastião no mês de
setembro.
Já na Lousa, romaria de Santa Bárbara que se realiza
na segunda-feira a seguir á Páscoa; a Festa em honra
da Nossa Senhora dos Altos Céus, que se realiza no
terceiro fim de semana de maio onde se podem apreciar
as Danças Tradicionais; a festa de Santo António no mês
de Junho e a festa de S. Sebastião no mês de agosto.
Para além das festividades tradicionais da união de
freguesias, o presidente enumera a longa e importante
rede associativa da região: Squalius, que gere o rancho
folclórico, os Guardiões da Luz (associação juvenil),
Escalar, os Turbulentos (associação de motas), o Clube
desportivo e Associação de Caça e Pesca. Já na
Lousa há a associação Lousarte, que gere as danças
tradicionais da Lousa, a ACAPEL (associação de caça e
pesca), a União Lousense e a Liga de amigos da Lousa.
Quanto ao património cultural e religioso, José Lourenço
fala das capelas quinhentistas, cruzeiros, a igreja Matriz,
várias sepulturas medievais, fornos antigos, moinhos,
lagaretas (lagares antigos), entre outros.
Respondendo à questão sobre por onde passa o futuro
da freguesia, o presidente afirma ter vários projetos
em mente para pôr em prática, como ruas e parques
infantis, assim como considera fulcral manter e restaurar
obras públicas já existentes.
Em modo de conclusão, José Lourenço considera
que a sua atuação enquanto presidente da união tem
sido positiva e que continuará com o mesmo espirito
dedicado em prol daquilo que são as necessidades da
população.
José lourençoPresidente
CONCELHO DE CASTELO BRANCO
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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CONCELHO DE CASTELO BRANCO
Terra de José Hipólito Vaz Raposo, conhecido político monárquico, que se notabilizou como um dos mais destacados dirigentes do
Integralismo Lusitano. São Vicente da Beira, freguesia do concelho de Castelo Branco, foi sede de concelho entre 1195 e 1895.
Atualmente, a freguesia recorda os tempos de outrora com a celebração da Viagem Medieval que já vai no segundo ano. No primeiro
ano recordou-se D. Afonso Henriques e no segundo D. Sancho I.
junta de freguesia de s.vicente da beira
Freguesia com história
Vítor Louro refere que São Vicente da Beira
é uma das mais anigas vilas de Portugal
pertencendo hoje ao concelho de Castelo
Branco.
Segundo a lenda, a povoação foi fundada por D. Afonso
Henriques, em 1173, tendo recebido o nome de
S. Vicente em virtude de nesse dia os restos mortais
daquele santo estarem a ser transladados. Recebeu
foral, pela primeira vez, em 1195, pelas mãos de
D. Sancho I, sob o propósito de povoar um território
que, depois das invasões muçulmanas, se encontrava
praticamente deserto.
Mas viajemos até aos dias de hoje. É uma das maiores
freguesias do concelho “O património, aqui, é muito
vasto e acreditamos que um investimento para a
divulgação do mesmo em termos turísticos seria uma
mais valia para a região, não só para S. Vicente da Beira,
mas também para o concelho Castelo Branco”, refere o
nosso interlocutor.
Baseado nisso mesmo, Vítor Louro tem em mente juntar
o vasto património onde possam ser expostos todos os
bens existentes na freguesia condignamente.
São peças riquíssimas, algumas únicas no país e talvez
no mundo, que datam nas suas inscrições terem sido
criados há centenas de anos.
Envelhecimento da população
Com cerca de 1.300 habitantes, a falta de crianças e o
elevado envelhecimento da população têm-se revelado
os grandes problemas de São Vicente da Beira. “Neste
momento, contabilizamos cerca de três nascimentos por
ano. Sabemos que não podemos inverter este situação
mas acreditamos que podemos manter a qualidade
de vida de quem vive na freguesia e daqueles que
pretendam morar entre nós”, diz o presidente da Junta
de Freguesia.
Para tal, contam com a preciosa ajuda da Santa Casa da
Misericórdia de São Vicente da Beira que ajuda os mais
carenciados e serve de suporte aos nossos habitantes
mais idosos.
“Felizmente podemos dizer que a freguesia de São da
tem o essencial paea alguma qualidade de vida”, finaliza
Vítor Louro.
vítor louroPresidente
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Com apenas 600 eleitores, a freguesia de Benquerenças, em Castelo Branco, é uma verdadeira ‘freguesia-dormitório’, Com pouco
comércio e serviços que possam empregar os habitantes, quem aqui vive trabalha nas freguesias vizinhas, com maior incidência em
Castelo Branco. A Revista Business Portugal conversou com Carlos Barreto, presidente da Junta de Freguesia, cumprindo atualmente
o seu primeiro mandato.
junta de freguesia de benquerenças
Em crescente evolução
Apenas 12 quilómetros separam
Benquerenças da capital concelhia
albicastrense. Esta proximidade é uma mais
valia para esta pequena aldeia que vê todos
os dias os seus habitantes deslocarem-se até Castelo
Branco para trabalharem. “Não temos muito comércio
nem serviços implementados aqui em Benquerenças,
pelo que os habitantes da freguesia trabalham fora
daqui”, refere o presidente de Benquerenças.
Para colmatar esta necessidade, a Junta de Freguesia
assume nas suas instalações os serviços de correios,
pois de outra forma “as pessoas teriam obrigatoriamente
que se deslocar a Castelo Branco para enviar uma
carta ou receber uma encomenda”. Além disso, e com
a implementação do sistema PayShop, a Junta de
Freguesia entendeu ser uma vantagem para os seus
fregueses poderem usufruir do mesmo, pelo que este
está também disponível na sede da Junta desde o início
do mandato de Carlos Barreto.
Ainda promovendo um serviço de proximidade com a
sua população, a Junta de Freguesia tem um protocolo
com o Centro de Saúde local tratando dos pedidos de
receitas de medicação crónica e outros, não obrigando
a população de Benquerenças a deslocar-se ao mesmo.
A falta de equipamentos
Ao contrário do que seria espectável, até porque a escola
já foi encerrada, Benquerenças tem muitas crianças, “só
que como os pais trabalham fora da aldeia, preferem
colocá-las em escolas próximas dos seus empregos,
por se tornar mais fácil de leva-los e ir busca-los à
escola”, explica-nos o nosso interlocutor.
Perante esta realidade, Carlos Barreto acredita ser
fundamental a criação de um parque infantil em
Benquerenças para que as crianças da freguesia possam
brincar durante o tempo que aí estão. “Obviamente,
não temos condições financeiras para tal, pelo que já
apresentamos este projeto à Câmara Municipal e já
reinvindicamos o mesmo”, esclarece o edil.
Pensando também nos mais velhos e na restante
população, Carlos Barreto tem o objetivo de transformar
a antiga escola primária num espaço multiusos.
“Gostávamos de criar naquele espaço uma sala de
convívio, um local onde as pessoas possam estar umas
com as outras, onde possam organizar alguns eventos,
no fundo, um espaço multiusos para Benquerenças”.
Felizmente, esse é um projeto já foi entregue na Câmara
de Castelo Branco a aguardar que seja aprovado .
Um outro projeto deste Executivo e que está igualmente
em fase de apreciação é a criação de um percurso
pedestre com uma extensão de 10 quilómetros,
classificado em grau médio de dificuldade. “Acreditamos
que este projeto trará muita gente a Benquerenças e,
consequentemente, a Castelo Branco, pelo que será um
ganho para todo o concelho”, refere o nosso interlocutor.
O Centro de Dia
Instituição com grande peso na freguesia é o Centro de
Dia. Esta instituição de solidariedade social atua também
na aldeia de Maxiais. Com as valências de centro de
dia e apoio domiciliário a cerca de 35 pessoas. “É uma
instituição muito importante aqui em Benquerenças e
mantemos uma relação de proximidade com a mesma
em prol dos nossos fregueses”.
Carlos Barreto aproveita a oportunidade para deixar
o convite a todos os leitores para que visitem
Benquerenças no último fim de semana de agosto e
vivenciarem as Festas da Nossa Senhora das Preces.
carlos barretoPresidente
CONCELHO DE CASTELO BRANCO
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CONCELHO DE CASTELO BRANCO
Distando apenas 18 km de Castelo Branco encontramos a freguesia de Malpica do Tejo. Com uma paisagem lindíssima com o Tejo como
pano de fundo, as potencialidades turísticas são muitas. Captar mais visitantes e investir na progressão do turismo é um dos grandes
objetivos de José Manuel Galvão, Presidente da Junta de Freguesia de Malpica do Tejo.
Junta de freguesia de malpica do tejo
À beira Tejo plantado
Nasceu em Angola e em 1974 regressa a
Portugal em pleno 25 de abril, época de
revolução. Malpica do Tejo era onde tinha a
sua família e é lá que vive, apenas com um
pequeno período de interregno a morar em Lisboa.
No seu último mandato como presidente da freguesia,
José Manuel Galvão, tem o sentimento de dever
cumprido mas acredita que o futuro da sua freguesia
passará pela aposta turística e dinamização das
potencialidades da freguesia, muitas delas, únicas.
“Estamos situados junto ao rio Tejo que faz fronteira com
Espanha e temos cerca de 560 habitantes. No sentido
de potenciar o turismo na região criei, juntamente com
dois sócios, uma empresa turística em que recorremos
ao melhor que temos: a paisagem e o rio Tejo”, conta-
nos o autarca.
A empresa, criada através de um financiamento do
Proderm, adquiriu um barco para navegar no Rio Tejo
e com apenas um ano de atividade, o balanço tem sido
bastante positivo. As atividades da empresa não se ficam
por aqui e incluem passeios pedrestes, BTT, passeios de
burro, programas de apanhas, um leque de opções para
tornar a visita a Malpica do Tejo inesquecível.
“Remodelamos o café que era dos meus pais e surgiu
então a Tasca Maria Faia que é um restaurante típico
e desta forma tentamos levar mais turistas à aldeia. A
gastronomia beirã é conhecida pela sua qualidade e é
isso que confecionamos”, revela José Manuel Galvão.
Neste sentido, assume um problema que está a dificultar
o contacto dos visitantes com o rio.
“Estamos a divulgar bastante a região e está a correr
bem mas falta-nos um caminho condigno para o rio.
Estamos relativamente perto do rio Tejo mas temos
josé manuel galvãoPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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CONCELHO DE CASTELO BRANCO
uma grande dificuldade que é o acesso. Estamos a
quatro quilómetros e meio do rio, dois quilómetros já
conseguimos alcatroar com fundos comunitários mas o
resto ainda está em terra batida. Existe um proprietário
que não nos deixa arranjar um caminho condigno para
o rio apesar de ser possível lá ir, com um carro ligeiro
não é fácil”, informa.
Ligação com Espanha
Hoje em dia o Tejo é bastante largo mas há 30, 40 anos
passava-se a pé e a ligação entre Portugal e Espanha
era feita desta maneira potenciando o intercâmbio entre
os dois países.
“Havia muitas famílias de Malpica a residir em Espanha
e existe uma relação de proximidade em que nós agora,
mesmo com o rio cheio, conseguimos ir a Espanha com
alguma regularidade e eles cá. Esse percurso é feito
de barco e passam vários espanhóis aqui por dia para
visitarem a nossa freguesia e Castelo Branco”, explica
o presidente.
Ajudar a população
Em Malpica do Tejo existe um centro de dia que
emprega algumas pessoas e neste momento prepara-
se para inaugurar um novo lar, que já está construído
faltando apenas o licenciamento. A inauguração está
prevista para este mês, altura em que o lar entrará em
funcionamento.
“Temos também apoio domiciliário, às pessoas que
ainda conseguem estar em casa mas que necessitam
de algum apoio, ou porque vivem sozinhas porque têm
algumas limitações”.
Já na clase mais jovem, existe uma escola primária e
pré primária a funcionar com cerca de 30 crianças e que
emprega dois professores e uma auxiliar de educação.
Não é uma das escolas para fechar, acredita o autarca.
Autarca de muitos ofícios
Para além de presidente de junta, José Manuel Galvão
é também mediador de seguros, presidente do lar de
Malpica do Tejo e empresário. Cargos, que apesar da
responsabilidade, lhe dão muito orgulho
“Não me posso queixar, para além de preidente da
junta também sou presidente do lar, é díficil mas só me
queixo da falta de tempo. Tenho muito apoio da câmara
municipal, que está sempre disponível para nos ouvir e
ajudar. É o meu último mandato, temos feito muita coisa
para o bem da população de Malpica e o lar é a obra
de que mais me orgulho. Neste momento são só 10
quartos, mas que albergam 17 pessoas que certamente
ficarão felizes de ficar na terra delas”, explica.
Festas ao longo do ano
A festa mais emblemática da freguesia acontece no
primeiro fim de semana de agosto mas existem outras
atividades ao longo do ano que trazem muita gente à
região.
Outro evento que recebe milhares de pessoas é a
apanha da azeitona e José Manuel Galvão explica
porquê.
“Antigamente só os ricos é que tinham oliveiras mas
agora as pessoas que têm o seu terreno a primeira
coisa que fazem é plantá-las e há 50 anos foi criada
a cooperativa da azeite. As pessoas que não vivem cá
todos os anos vêm a Malpica do Tejo ajudar a apanhar
as azeitonas. É um orgulho para eles terem o seu azeite”.
Com esta atividade foi também desenvolvida, tendo já
sete edições, a Feira da Azeitona que dura dois dias e
são dois dias de festa.
A padroeira de Malpica é a Senhora das Neves e é feita
uma romaria na segunda-feira de Páscoa.
O grande desejo do autraca é que a sua terra continuasse
dinâmica e que dessem continuidade ao seu trabalho.
“Um dos objetivos é termos também mais hotelaria e
está a decorrer um projeto mais direcionado para o
turismo rural, com cerca de três camas, no centro da
freguesia. Temos que continuar a apostar no turismo”,
conclui.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
74
Desta vez exibimos uma freguesia pertencente ao concelho de Castelo Branco: Salgueiro do Campo, que integra também a localidade de
Palvarinho, terra igualmente influente a nível social e económico na freguesia. Encontra-se a 12 quilómetros de Castelo Branco, numa
encosta do monte da Penha e debruçada para um vale, tendo uma área de cerca de 30km2 e cerca de 800 habitantes.
Junta de Freguesia de Salgueiro do Campo
UM COMPROMISSO: REVITALIZAR SALGUEIRO DO CAMPO
Com uma povoação muito antiga e de
característica extremamente rural, esta é uma
freguesia onde a agricultura de subsistência
é a realidade da maior parte da população
Salgueirense.
Segundo a lenda, o nome da freguesia tem origem
numa época em que os matagais eram contínuos e,
pelas feras existentes, era perigosa a sua travessia.
Os almocreves, nas suas viagens para a charneca,
costumavam agrupar-se junto a uma fonte, a atual Fonte
Fria, perto da qual existia um enorme salgueiro, que
acabou por dar o nome à povoação.
Numa entrevista com o presidente da Junta de
freguesia, Sebastião Gomes, ficamos a conhecer alguns
dos seus projetos que trarão vantagens e incentivos
para a freguesia.
Deste modo, o presidente manifesta que tem uma
série de projetos em vista para concretizar. A primeira
intervenção que considera crucial é um projeto que
visa a requalificação da escola da freguesia, de forma
a proporcionar melhores condições à comunidade
educativa, assim como a ampliação dos dois cemitérios
de Palvarinho e Salgueiro.
E porque a dinamização da freguesia é sempre
importante, Sebastião Gomes afirma que o
Associativismo está muito presente no quotidiano da
freguesia. Exemplo disso são a Associação Popular do
Palvarinho, a Associação do Centro Social de Salgueiro
do Campo, o Centro de Convívio de Palvarinho e o
CCRSC - Centro Cultural e Recreativo de Salgueiro
do Campo. Todas trazem dinâmica às duas aldeias
da freguesia, com atividades revitalizantes como por
exemplo festas populares, noite de fados, passeios de
tratores, entre outros certames.
Por exemplo, o CCRSC organizou o primeiro torneiro
inter-aldeias com as aldeias vizinhas (cerca de oito
equipas), e conta já este ano com a 3ª edição, depois
deste costume desportivo entre aldeias do concelho
praticamente se ter perdido.
Neste contexto, ao nível do desporto existe uma grande
tradição na prática do futebol na freguesia. Salgueiro
do Campo possui um campo de futebol com bancadas
cobertas, pertença do Centro Cultural e Recreativo de
Salgueiro do Campo, fundado em 1978, cuja equipa se
sagrou campeã da IIª Divisão Distrital em 2001/2002.
A festa mais marcante de Salgueiro do Campo é a festa
de São Pedro, padroeiro da aldeia, que se realiza a 17
e 18 julho, contando com missa, procissão, jantar e
animação musical.
Quanto ao futuro, ainda que Sebastião Gomes tenha
esperança que melhores dias virão, ainda tem um
problema a colmatar: “o despovoamento, a nossa aldeia
está a ficar deserta. Primeiro porque não há emprego, a
maioria dos jovens que agora acaba o curso ficam por
lá, depois por causa da centralização de tudo, escolas,
saúde, habitação, etc. Mesmo que queiramos que as
pessoas se fixem na freguesia, não existem apoios nem
facilidades para que estas possam construir habitação ou
mesmo reconstruír” salienta o presidente, acrescentando
que assim será complicado ver a freguesia crescer. Neste
âmbito, Sebastião Gomes afirma que a sua missão para
o futuro é manter e recuperar os espaços da freguesia,
criando melhores condições para a população residente.
E apesar dos obstáculos, para os próximos tempos o
presidente segue confiante: “O balanço que faço do
mandato é positivo, espero que nos próximos dois anos
consigamos realizar aquilo que foi a nossa campanha,
e acredito que vamos conseguir chegar a bom porto”
conclui.
sebastião gomesPresidente
CONCELHO DE CASTELO BRANCO
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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Inovar é criar algo novo, ter um ideia e colocá-la em prática, alguma coisa que seja pensada com um
objetivo específico e que gere um resultado. A inovação está associada ao crescimento, um profissional que
tenha um espírito inovador tem uma probabilidade maior de crescer, isto também se reflete no sucesso dos
negócios e no crescimento das empresas. A palavra inovação significa ideias novas em ação, nesta edição
mostramos casos de sucesso de empresas que souberem adotar os modelos certos, inovaram e cresceram.
Entidades que operam há décadas e que continuam no mercado de forma sólida porque souberam posicionar-
se, apostando nos modelos certos de inovação. A FERCOPOR – Grupo Alberto Ferreira da Costa é uma empresa
de Construção, Promoção e Investimentos Imobiliários que atua nos vários segmentos do mercado imobiliário,
como habitação, comércio, escritórios, armazéns e indústria. Iniciou a atividade na área da construção e
promoção imobiliária em Portugal no ano de 1981, tendo já uma vasta experiência no setor. Outro exemplo é
a Pedra Base – Consultoria e Formação vocacionada para o apoio às organizações empresariais e públicas,
na criação de valor e de vantagens competitivas através do contínuo processo de melhoria dos modelos de
negócio e gestão das pessoas. A HR Group trabalha na conceção, fabricação e comercialização de vestuário
de trabalho e uniformes, e comercialização de material de protecção, higiene e segurança no trabalho. O
HR Group através do seu know how ambiciona consolidar uma posição de liderança nos mercados onde
atua desde 1986, nomeadamente Portugal Continental e Ilhas, França, Angola, Moçambique, Cabo Verde
e S. Tomé e Príncipe. As empresas já reconheceram a importância da inovação e recorrem a práticas que
estimulam esta vertente aumentando a competitividade e o crescimento, que resulta muitas vezes na procura
e conquista de novos mercados. Inovação, crescimento, competitividade e internacionalização são o caminho
para o fortalecimento da economia e os empresários portugueses estão a dar bons exemplos do caminho
certo a seguir.
inov
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ra c
resc
er
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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Desde 1987, a AQUAPOR / LUSÁGUA é um dos principais players do mercado na Gestão de Concessões Municipais e Prestações
de Serviços de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais diretamente à população, às autarquias e às industrias.
Atualmente o Grupo é constituído por várias empresas tais como TRATAVE, Águas de Gondomar, Águas do Vouga, Águas da Teja, Águas
do Planalto, Águas da Figueira, Águas do Lena, Luságua Alcanena, Águas de Alenquer, Águas de Azambuja, Luságua Lisboa, Águas de
Cascais, Águas do Sado, Visaqua e Aquagest, empresas que constituem uma enorme fonte de know-how do grupo e mesmo referências
no setor. A Revista Business Portugal conversou com António Cunha, diretor da Aquapor.
Aquapor
em prol do cluster da água, pelo desenvolvimento do setor
INOVAR PARA CRESCER
Para que possamos contextualizar os leitores,
importa inicialmente perceber como surgiu a
empresa e qual o papel que desempenham no
setor?
Em 1987 é constituída a LUSÁGUA como operador
privado de sistemas municipais de abastecimento de
água e de saneamento de águas residuais. Dez anos
depois é criada a AQUAPOR, uma sociedade de direito
privado com o intuito de ser o instrumento empresarial
da Águas de Portugal e vocacionada para a participação
no mercado nacional e internacional de concessões
de abastecimento de água e saneamento de águas
residuais. Em 2001 dá-se a aquisição da totalidade do
capital social da LUSÁGUA pela AQUAPOR, que após a
reestruturação dá origem ao atual grupo de empresas.
Em 2008 a Águas de Portugal vende a totalidade da
AQUAPOR à Criar Vantagens, atual e único acionista,
com capital 100 por cento português.
A AQUAPOR é, atualmente, um dos maiores operadores
privados a nível nacional no mercado de concessões de
sistemas de abastecimento de água e de saneamento
de águas residuais e ultimamente tem alargado o
leque de serviços na área do ambiente, através da
sua participada LUSÁGUA, ao mercado dos resíduos e
gestão dos recursos energéticos.
Em Portugal, o grupo AQUAPOR opera em
diferentes regiões, através de empresas diversas.
Quais são as entidades que pertencem ao grupo e
em que localidade operam?
A AQUAPOR, através das concessões em que participa
na vertente ‘em baixa’, distribuiu, em 2014, 50 milhões
de m3 de água a cerca de 378 mil clientes.
Adicionalmente, as empresas Tratave e Águas do Vouga
servem 11 municípios ‘em alta’ e uma população de
455 mil habitantes. Presta assim serviços de distribuição
de água a um universo de 878 mil habitantes e de
recolha e tratamento de águas residuais a mais de
1,7 milhões de habitantes, estando presente em 25
antónio cunhaDiretor
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
79
INOVAR PARA CRESCER
municípios. No âmbito das concessões ‘em baixa’, a
AQUAPOR participa nas empresas Águas de Gondomar,
Águas da Teja, Águas do Planalto, Águas da Figueira,
Águas do Lena, Luságua Alcanena, Águas de Alenquer,
Águas de Cascais, Águas do Sado, Águas da Azambuja
e Luságua Lisboa. No âmbito das concessões em alta,
participa na Tratave e na Águas do Vouga.
A AQUAPOR detém ainda a LUSÁGUA, empresa que
atua na prestação de serviços ambientais de operação e
manutenção de infraestruturas hidráulicas (ETA, ETAR,
entre outros), assistência técnica, auditoria especializada,
controlo analítico, recolha de resíduos e limpeza urbana,
bem como na área das TI ao nível de consultadoria e
fornecimento de software especializado.
Na área internacional participa ainda na Visáqua,
empresa de direito moçambicano, e na Lusaquis, a
empresa veículo de direito português para o mercado
angolano.
A AQUAPOR apresenta soluções ao nível da gestão
do ciclo urbano da água, da gestão integrada de
resíduos e na gestão de recursos energéticos, o
que são estes três ciclos e qual a sua importância?
A estruturação de tais soluções decorreu na necessidade
identificada de clarificar a oferta ao mercado.
Os ciclos identificados iniciam-se com a etapa de
produção/disponibilização do recurso, passam pela
sua utilização – na qual se valorizam a eficiência e a
utilização racional e terminam com a reutilização, ou
valorização, voltando a reiniciar-se os ciclos.
A importância da estruturação desta oferta com o apoio
da empresa LUSÁGUA, prestadora de serviços dentro
do grupo, permite direcionar o desenvolvimento de
soluções ambientais, já perspetivando o futuro, aos
objetivos ambientais nacionais e comunitários no
que toca à preservação do ambiente e dos recursos
naturais. Trata-se de uma visão global do que acontece
nas nossas comunidades, onde os serviços, quando
baseados em know-how sólido, geram sinergias que
não seriam possíveis de alcançar separadamente.
Tendo em conta que existem várias entidades a
operar no setor, o que vos diferencia das restantes
empresas?
O que diferencia a AQUAPOR é sobretudo a experiência
e know-how de quase 30 anos na operação dos
sistemas e áreas atrás mencionadas. Por outro lado,
somos um grupo que detém uma grande e diversificada
estrutura, onde se englobam entidades gestoras de
abastecimento e drenagem de águas residuais, tanto
na vertente em alta como em baixa. E tal permite-nos
oferecer propostas de serviços completas, credíveis
e sólidas que acrescentam valor ao mercado das
tecnologias do ambiente.
A AQUAPOR apostou na internacionalização
estando presente em Moçambique, Angola e
Arábia Saudita, que trabalho estão a desenvolver
nesses países?
A Área Internacional da AQUAPOR está vocacionada
para, no âmbito de assistência técnica e contratos de
gestão, assegurar a transferência de conhecimento
desenvolvido no seio do grupo.
A AQUAPOR está presente fisicamente em três
mercados, Moçambique, Angola e Arábia Saudita.
Em Moçambique, a VISAQUA tem concentrado a sua
atividade em contratos de prestação de serviços e
consultoria nas áreas da gestão de resíduos sólidos e
saneamento.
A VISAQUA, a par do trabalho de gestão de resíduos
sólidos que serve 520.000 habitantes na região da
Matola, está a desenvolver dois importantes projetos
de consultoria na área do saneamento e da redução de
emissões e adaptação às alterações climáticas.
Em Angola, a atividade, em parceria com a AET
Greentech, tem-se concentrado em contratos de
prestação de serviços e consultoria nas áreas da gestão
de resíduos sólidos e saneamento, que incluem recolha
de RSU, varredura e limpeza de praias.
Na Arábia Saudita, foi estabelecido um acordo com a
Al Bawani, tendo em vista a criação de uma empresa.
Recentemente foi acordada a constituição de um
consórcio, com a TAWZEA, para os concursos de
Operação e Manutenção de cinco cidades industriais.
No vosso entender, a constituição de um cluster da
água, tanto em Portugal, como internacionalmente
é benéfico para o setor? Porquê?
Sim, para nós é claro que a existência de um cluster
forte da água ajuda todas as empresas ligadas ao setor.
O setor teve um grande desenvolvimento nos últimos
anos e houve uma forte aposta na infraestruturação
do país por forma a que a globalidade da população
pudesse ter acesso a água de boa qualidade e a
sistemas adequados de tratamento de águas residuais.
Esta aposta fez com que surgissem várias empresas
ligadas ao setor com grande capacidade técnica e
de realização de projetos, ao nível do melhor que se
faz internacionalmente. Assim será sempre positivo
fomentar e proporcionar a associação e cooperação
entre elas, de modo a que haja uma alavancagem das
capacidades, tanto em Portugal, como principalmente
no estrangeiro.
Finalizando, por onde passa o futuro do grupo
AQUAPOR?
Se por um lado existem fortes constrangimentos
económicos na conjuntura nacional, por outro o setor
está a atingir um nível de desenvolvimento que começa
a exigir evoluções significativas ao nível da gestão dos
recursos nas empresas gestoras e prestadoras de
serviços em sistemas de abastecimento de água e
águas residuais. As leis ambientais são cada vez mais
complexas e exigentes, exigindo dos operadores cada
vez mais sofisticação na operação e manutenção das
suas infraestruturas.
Espelho disso são os plano estratégicos para o setor,
como o PENSAAR 2020 e mais recentemente o
POSEUR, onde claramente se quer introduzir uma
nova abordagem na utilização de fundos para o
desenvolvimento do setor. O foco passa a estar mais
na eficiência e eficácia da gestão dos recursos do
que no investimento produtivo em infraestruturas, tal
como acontecia nos anteriores planos comunitários de
apoio. Esta abordagem está alinhada com a estratégia
dos últimos anos da AQUAPOR, na medida em que
temos procurado agregar o know-how das empresas
e transformá-lo em produtos e soluções, de preferência
inovadoras, que ajudem os clientes a aumentar a sua
performance, quer no domínio nacional, quer no
internacional.
O futuro da AQUAPOR continua a passar também pelo
seu core business principal, ou seja, o mercado privado
de concessões do setor da águas, na expectativa de que
ele se volte a dinamizar, pois consideramos que é uma
ferramenta essencial para atingir o nível qualitativo e
quantitativo que o setor necessita.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
80
INOVAR PARA CRESCER
Influenciado pela família, com pai e mãe solicitadores, António Fonseca decidiu enveredar pela área. Mais tarde, em 2008, acrescentou
mais uma função ao seu trabalho, tornando-se agente de execução, profissão que o obrigou a “reformular toda a estrutura” laboral,
revelou.
António Fonseca
O papel do agente de execução na Guarda
António Fonseca optou inicialmente por uma
área de formação bem distinta da solicitadoria.
O entrevistado revelou que completou até o
curso de gestão de empresas e, só mais
tarde, depois de todos os conhecimentos que adquiriu,
enquanto “menino de recados” do pai, ajudando no
que era necessário, percebeu como “funcionava a
estrutura”. Posteriormente, decidiu mudar de carreira
e foi estudar novamente, “na altura, tirei o curso, ainda
pela Câmara dos Solicitadores, no Porto”, relata o
interlocutor. Em 2008, resolveu inscrever-se como
agente de execução, vertente que continua a exercer
até ao dias de hoje. Explica que trabalha em parceria
com “alguns advogados, 90 por cento dos processos
que tenho para resolver surgem por esta via”, revela
o agente de execução. António Fonseca confessa
que quando decidiu enveredar pelas penhoras, não
pensou que fosse uma profissão “tão exigente, quer
psicologicamente, quer fisicamente”, tendo mesmo,
passado por alguns problemas de saúde, devidamente
solucionados. António Fonseca explica que “de 2008 a
2011, julgo que era o único a ter as execuções, no
distrito da Guarda, foi muito complicado, tinha muito
trabalho, fui obrigado reformular a estrutura. Na altura,
como rebentou a crise, surgiram muitas execuções, em
diversas áreas, estava de segunda a quinta-feira fora do
escritório”, ocupado com as diligências. O agente de
execução convive com realidades difíceis que, por vezes,
“nos chocam e alguns casos levamos para casa, somos
afetados. Depois, começamos a conviver e, se calhar,
ficamos um pouco mais insensíveis, mas é a minha
função. Tive um caso de uma senhora que trabalhou
comigo um dia no terreno e desistiu, vamos a locais
muito complicados”, relata o interlocutor, exemplificando
a complexidade do trabalho realizado. No presente,
consegue manter algum distanciamento e explica que
é trabalho que tem de ser feito, tem a noção que num
meio relativamente pequeno como é a Guarda existem
“pessoas que não me apreciam devido à profissão, mas
tenho clientes que também já foram meus executados,
inclusivamente, há pessoas que pensam que eu sou
cobrador e me procuram, aí tenho de explicar como
funciona todo o processo, que têm de consultar um
advogado e que depois ele me delega o processo”,
revela António Fonseca. Para além da Guarda, atua
também na zona do Sabugal, Almeida, Vila Nova de Foz
Côa, Pinhel, Seia, Gouveia, Trancoso, Aguiar da beira,
Mangualde, Fornos de Algodres, Belmonte e Figueira
de Castelo Rodrigo. As áreas do comércio, construção
civil e agricultura é onde realiza a maioria das diligências.
No que diz respeito à profissão, considera que “seria
bastante importante a Câmara dos Solicitadores passar
a Ordem dos Solicitadores, em termos de execução,
penso que está a funcionar muito bem”, funções
facilitadas pelo programa Sistema Informático de
Suporte à Atividade do Agente de Execução, SISAAE,
acrescentando que “quando comecei, em 2008, devia
estar a funcionar assim”, o que demonstra a evolução do
trabalho desde essa altura. António Fonseca revela que
existe uma relação saudável e de cooperação entre os
colegas da região. Quanto à perspetiva, que tem vindo a
ser noticiada, de virem “a fazer a execução das dívidas
do Estado, no âmbito dos processos administrativos”
considera que devem “ser capazes de o fazer, tal como
as execuções”, que antes eram da responsabilidade dos
tribunais.
António fonsecaAgente de Execução
VestuárioProfissional
Design
VestuárioProfissional
Standard
VestuárioProfissional
Técnico
Equipamentosde
ProtecçãoIndividual
Soluções Integradas de Vestuário Profissional
e Equipamentos de Protecção Individual
767.000 Equipamentos deProtecçãoIndividualComercializadosAnualmente
153.000Peças deVestuário
ProfissionalAnualmenteProduzidas
245.000Personalizações
21.500 m Área Logística
4.000 Artigos emCatálogo
95PessoasDedicadasà Produção deVestuárioProfissionale Comercializaçãode EPI’S
HR Protecção, SA HR Indústria, SA
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
82
INOVAR PARA CRESCER
O HR Group, é constituído pelas empresas HR Protecção S.A. e HR Indústria S.A., com sede em Mangualde – Viseu, com 30 anos de
experiência na área da concepção, fabricação e comercialização de vestuário de trabalho e uniformes e comercialização de material de
proteção, higiene e segurança no trabalho (EPI´s – equipamentos de proteção individual).
HR – Group
Uma referência no mercado dos EPI´s e do Vestuário Profissional
A HR Protecção S.A. foi fundada a 11 de
setembro de 2001, em casa dos seus
administradores (Hermínio Rodrigues e
Isabel Cabral), em Pedreles – Mangualde,
dedicando-se, na altura, à comercialização de EPI´s. Mais
tarde, em 2008, em resposta às constantes solicitações
que ia recebendo do mercado e fruto também da
experiência acumulada na conceção e comercialização
de vestuário profissional, a HR Protecção S.A. avançou
para a aquisição da Benilde Confeções, Lda. - que
já contava com 22 anos de experiência no âmbito
da confeção e fabricação de vestuário profissional
e que deu origem à HR Indústria, S.A. - permitindo a
incorporação da fileira industrial no HR Group.
Desde então, o HR Group, passa a ser constituído pelas
empresas HR Proteção S.A. e HR Indústria S.A.
O HR Group conta com uma equipa resiliente, de
excelente qualidade, preparação e conhecimento do
sector, empregando atualmente 95 colaboradores.
“Estamos e continuamos focados para sermos
considerados uma empresa referência nacional e
internacional, no nosso setor”, afirma o diretor geral,
Fernando Mateus.
Neste âmbito, de fazer notar o recente posicionamento
estratégico, que visou ser um pouco mais pragmático,
ou seja, a estratégia que foi delineada foi comunicar com
o mercado de forma mais clean. O processo passou por
reposicionar comunicacionalmente o HR Group, tendo
sido definidos quatro grandes segmentos:
• HR Group Safety;
• HR Group Tech;
• HR Group Line;
• HR Group Design.
O HR Group Safety inclui uma vasta gama de EPI´s
(equipamentos de proteção individual), desde os
capacetes ao calçado de segurança, passando pelas
luvas, óculos, máscaras, descartáveis, entre outros.
O segmento HR Group Tech inclui toda uma gama de
vestuário profissional certificado (vestuário de proteção)
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
83
INOVAR PARA CRESCER
e produzido em Portugal, que se insere na temática de
produtos de valor acrescentado, ou seja, artigos que
incorporam uma maior complexidade técnica. “Um dos
exemplos concretos do segmento Tech é a nossa gama
AntartidA, que é uma gama de vestuário profissional
para a fileira/logística do frio; este ano a AntartidA vai
estar presente na feira A+A Dusseldörf, na Alemanha,
fazendo parte do stand From Portugal. Esta é uma gama
que está certificada com o selo Portugal Sou Eu, insígnia
que muito nos orgulha”.
Já o segmento HR Group Line consiste em vestuário
profissional de coleção do catálogo da empresa, que
tem um serviço de stock mais imediato, que já estão
definidos e que não podem alterar a gama. “O que o
cliente procura é um produto com relação qualidade/
preço interessante”.
Por último, no HR Group Design, desenvolvem
produtos com particular incidência na área do vestuário
profissional à medida e imagem do cliente por três vias:
com design HR, utilizando o design do cliente ou em
parceria de designers (HR e Cliente). “Esta é a linha que
estamos a dar mais cartas, porque é um mercado mais
diferenciado. Ao apresentamos isto e quando falamos
que temos desde o design, concepção, planeamento de
corte, produção, acabamento e a própria personalização
temos a fileira integrada o que nos dá alguma vantagem
competitiva e penso que isso é um fator crítico de
sucesso”, comenta Fernando Mateus.
Com objetivo de reforçar a qualidade de vida do
trabalhador o HR Group tem como missão proporcionar
conforto, ergonomia, mobilidade e funcionalidade aos
utilizadores dos seus produtos.
“Não podemos abdicar de alguns vetores chave, por um
lado a personalização, por outro, pensar que este setor é
mais de que um cumprimento legal e assim acrescentar
valor ao mercado em componentes de qualificação
subjetiva, nomeadamente perceção de conforto,
bem-estar e qualidade de vida. Não nos pretendemos
posicionar num mercado «do que a lei obriga», mas sim
fortalecer a produtividade das indústrias, das empresas
e das instituições. Tudo isto são as correntes que
assumimos. Cada vez mais acreditamos que temos uma
Responsabilidade Social acrescida, porque os nossos
artigos contribuem duma forma veemente para a
Qualidade de Vida Laboral de quem os utiliza e, por essa
via, da Felicidade corporativa. Efetivamente, para além
da segurança (que para nós se assume cada vez mais
como um requisito básico e inerente a quem está neste
sector), pretendemos fortalecer a qualidade de vida no
trabalho e daí o nosso posicionamento no mercado –
partilhar qualidade de vida”, comenta Fernando Mateus.
Com presença no mercado de Portugal Continental
e Ilhas, Moçambique, Cabo Verde, Angola, França e
São Tomé e Príncipe, a empresa possui um conjunto
de marcas próprias e representa algumas marcas
de prestígio na área. Por outro lado a parceria com
a Elis Portugal/Elis França tendo como destinatário
final o vestuário profissional da Autoeuropa e a
produção do vestuário profissional duma prestigiada
marca internacional com grande presença e elevada
notoriedade no nosso pais na área da restauração/
fast food, constituem dois momentos de relevância
estratégica para o fortalecimento do HR Group.
“O nosso propósito é, cada vez mais, atingir o cliente
final, definir um conjunto de parceiros fortes que
nos possam representar no mercado internacional,
deter uma estrutura comercial externa mais reduzida,
acompanhada com um crescimento consistente na
estrutura comercial interna”, completa.
Quando questionado sobre a avaliação que atualmente
faz do setor, Fernando Mateus revela que “este é um
setor bem formado/preparado, que tem evoluído
positivamente nas últimas décadas e que nos orgulha,
fruto também de muitas parcerias que o setor faz com
as universidades e com centros tecnológicos e nesse
caso, nós não somos exceção. Estamos atentos às
universidades/centros de investigação e tentamos,
sempre que possível, participar em projetos em que
possamos promover sinergias”.
No que toca a projetos a médio prazo, o HR Group
vai estar presente na maior feira do setor na Europa
– A+A Dusseldörf, Alemanha, onde vão apresentar a
nova gama AntartidA Plus, vestuário profissional contra
o frio, que neste momento se encontra em processo
de renovação de certificação, nomeadamente: a calça,
o blusão, o casaco, a parka, o anorak e o fato macaco
(EPI de Categoria II de acordo com a norma NP EN
342) e Vestuário de Proteção Contra Ambientes Frios,
nomeadamente: colete (EPI Categoria II de acordo
com a norma NP EN 14058). De salientar também o
processo de certificação de vestuário profissional de alta
visibilidade, de acordo com a norma EN ISO 20471.
Recentemente, concluíram um Sistema de Incentivos
à Inovação em modernização na unidade industrial o
que lhes permite pensar em lançar novos produtos. E
ainda, estão a preparar um novo posicionamento em
termos virtuais, que poderá incluir um simulador de
vestuário profissional que irá melhorar e reforçar a área
do segmento do design.
Por fim, Fernando Mateus desvenda que o que os
distingue das outras empresas do mesmo setor “é a
atitude, a capacidade de ir à luta, o acreditar e confiar
no HR Group, nas suas pessoas, nas suas soluções e
naturalmente, no mercado”, conclui.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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INOVAR PARA CRESCER
Sediada em Lisboa, a Pedra Base é uma empresa focada no apoio às organizações, empresariais e públicas, na criação de valor e
de vantagens competitivas através do contínuo processo de melhoria dos modelos de negócio e gestão das pessoas. Em entrevista à
Revista Business Portugal, Anabela Vaz Ribeiro, fundadora e líder da Pedra Base, fala-nos sobre os serviços que a empresa oferece aos
seus clientes e sobre as áreas em que atua.
pedra base
Pedra Base, experiência consolidada em consultadoria e formação
A Pedra Base é uma entidade de Consultoria e Formação constituída em 1997
que apoia as empresas e instituições em diversas vertentes, neste sentido,
quais os serviços que têm para oferecer?
- A Pedra Base disponibiliza serviços integrados de formação e consultoria em diversos
domínios da gestão. Apoiamos as empresas através das suas equipas de gestão em
processos de mudança organizacional, desenvolvimento do negócio e alinhamento do
seu modelo de gestão com a sustentabilidade.
A Pedra Base trabalha para os objetivos da organização, sendo que nos procuram
quando há decisões a tomar que afetam as pessoas, as operações e o negócio como
um todo. A gestão espera que proporcionemos uma perspetiva isenta, agregadora e
ajustada ao mercado em que estão inseridos. A nossa experiência centra-se sobretudo
em PME’s, a maioria multinacionais, mas temos também muitos casos de consultoria
a empresas familiares. A natureza integrada dos nossos serviços propicia esta ligação
porque temos uma equipa pluridisciplinar que consegue intervir nas principais áreas da
empresa, desde a área comercial, aos recursos humanos e sempre no apoio à gestão.
Tendo em conta a importância da aplicação da ética ao mundo empresarial,
que papel desempenham nesta área? Os vossos clientes estão sensibilizados
para esta matéria?
A Pedra Base é a única empresa em Portugal a trabalhar na área da ética empresarial
de forma consolidada e nos últimos anos temos realizado diversos projetos em ética e
conduta, mas também nos domínios da responsabilidade social e da sustentabilidade.
Investimos muito nestes temas nos últimos 10 anos e de facto temos vindo a assistir
a uma crescente necessidade de apoio da parte das empresas, nos mais diversos
setores de atividade. A nossa intervenção tem ido desde a indústria farmacêutica, aos
transportes, banca, setor público, entre outros.
O despertar para este tema vem sobretudo da necessidade e as empresas sentem
de facto uma necessidade crescente de criar confiança nos clientes e nos mercados
destino. As empresas não querem ver-se envolvidas em escândalos éticos que
arruínam o negócio e a reputação, para além de saírem muitíssimo dispendiosos. Por
isso, optam por formalizar a ética na organização e criar instrumentos e mecanismos
de acompanhamento internos. É aí que podemos ajudar. Desde a formalização dos
valores e princípios (porque eles existem; são é difíceis de demonstrar) à criação dos
instrumentos e alinhamento dos colaboradores.
Qual a importância da implementação de políticas de responsabilidade social
e sustentabilidade nas empresas/organizações? Os gestores portugueses
estão sensibilizados para estas áreas?
Mais uma vez a sensibilidade vem muitas vezes dos requisitos dos clientes. Naturalmente
que existem empresas pioneiras que acreditam nos benefícios da adoção de políticas Anabela vaz ribeiroAdministradora
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
85
INOVAR PARA CRESCER
de sustentabilidade, porque compreendem as mais-
valias para o negócio. Contudo, na maioria dos casos
são fatores externos que alavancam estes processos.
A sustentabilidade é um objetivo que todos procuramos
alcançar. A responsabilidade social é o contributo
que podemos dar enquanto organização para esse
grande objetivo. Ao implementar uma política de
responsabilidade social a organização está a funcionar
de acordo com uma nova filosofia de gestão, mais
inovadora, que incorpora os desafios do futuro em
termos de desenvolvimento, de economia de recursos,
de investimento nas comunidades. As organizações
que compreendem o conceito obtêm resultados
muito positivos, pois a sustentabilidade traz muitas
oportunidades ao negócio. Para além disso, os
mercados internacionais valorizam e exigem políticas
coerentes neste domínio, pois não querem correr riscos
e ver a sua imagem ameaçada por más práticas. Por
isso as empresas portuguesas que fornecem grandes
cadeias internacionais são alvo de tantos questionários
e auditorias. Temos apoiado muitas empresas nestes
processos e de facto podemos afirmar que estamos
capacitados para responder a estes desafios com um
baixo nível de esforço.
O acréscimo da competitividade e rentabilidade
passa por seguir boas práticas de gestão, neste
sentido que conselhos têm para dar às empresas
portuguesas?
O maior conselho que podemos dar é o investimento
nas suas pessoas. Faz-se muita formação para
cumprir requisitos legais e regulamentares, mas muito
pouca para desenvolver as pessoas e as equipas. A
liderança e as estruturas de decisão também carecem
de atualização, de programas que lhes mostrem a
inovação de processos, de metodologias, acesso às
melhores práticas. Só com esse conhecimento e apoio
especializado poderão evoluir para outros patamares de
desenvolvimento dos seus negócios.
No que toca Pedra Base, futuramente quais são os
vossos projetos?
Para além da nossa aposta nas áreas da ética e da
sustentabilidade, apoiar os nossos clientes na resposta
a uma necessidade relacionada com o bem-estar
organizacional, que designamos como corporate
wellness. Começámos a trabalhar há um ano atrás nesta
nova área e vamos lançar o serviço formalmente no dia
13 de outubro num evento em Lisboa.
A Corporate Wellness é uma dimensão da
responsabilidade social interna que engloba o conjunto
de políticas e ações desenvolvidas pela organização
com o objetivo de promover a saúde física, mental e
social dos colaboradores e o seu bem-estar em geral.
As alterações demográficas, tecnológicas, económicas,
políticas e, inclusive, ambientais que se operam
atualmente exigem uma abordagem mais flexível e
profunda aos riscos associados ao trabalho e ambiente
em que este é exercido, mas também aos estilos de
vida que podem potenciar ou despoletar esses riscos,
e que interferem significativamente com o desempenho
das pessoas.
O bem-estar está assim diretamente relacionado com
a sustentabilidade, observando-se um impacte direto
na capacidade da organização para ser produtiva e
competitiva, com pessoas saudáveis, que exercem a
sua competência de forma plena, comprometidas com
objetivos e resultados.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
86
INOVAR PARA CRESCER
“O foco da empresa sempre foi investir nas cidades do Porto e Vila do Conde, esta última devido às raízes do fundador da FercoPor,
Alberto Ferreira da Costa. Atualmente decidimos inovar e alargar as zonas de investimento para a capital com a compra de um terreno
no centro de Lisboa e investimos recentemente em Vila Nova de Gaia”, refere Mário Almeida, gestor da FercoPor.
FERCOPOR – GRUPO ALBERTO FERREIRA DA COSTA
QUALIDADE | CONFORTO | LOCALIZAÇÃO | INOVAÇÃO | RIGOR
Somos uma “empresa de promoção e
investimentos imobiliários que é detida
por um construtor português que está
radicado no Brasil há muitos anos e iniciou
a sua atividade no ramo da construção. Começou pela
construção tradicional de habitações e passou para o
ramo empresarial e pela hotelaria.”
Recentemente o fundador da FercoPor, Alberto
Ferreira da Costa, “enamorou-se pelo antigo edifício
da Coats&Clark, em Vila Nova de Gaia, e adquiriu-o
para potenciar uma nova vertente de negócio àquele
espaço.”
Alberto da Costa Júnior, administrador da FercoPor
clarifica que “ o pai, Alberto Ferreira da Costa é português,
natural de Vila do Conde, daí a origem do nome da
empresa mãe: Rio Ave - Investimentos Imobiliários,
que detém milhares de metros quadrados construídos
no Nordeste do Brasil, tendo aí iniciado a sua atividade
em 1969. A FercoPor, na pessoa de Alberto Ferreira da
Costa, iniciou a sua atividade na área da construção e
promoção imobiliária, em Portugal, no ano de 1981.
Para além disso, queremos ter imóveis em carteira para
arrendar – que é outro braço do negócio – e queremos
que esses imóveis estejam bem situados e que gerem
receitas. Queremos transformar terrenos em espaços
lucrativos: pelo negócio da venda e para manter uma
carteira de imóveis através do arrendamento. O caso
da Coats&Clark entra na lógica do imóvel que está na
carteira de arrendamento e gera retorno a longo prazo.”
Com empreendimentos já construídos e em pleno
funcionamento, como é o caso da Casa da Praça em
pleno centro histórico da cidade de Vila do Conde,
Mário Almeida salienta que é um “empreendimento
com uma parte de habitação que se focou no ramo da
venda e outra parte dedicada ao comércio, com lojas
e escritórios para arrendamento.” O Centro Empresarial
FercoPor I está implantado à face da Estrada Nacional
Nº13 em Vilar (Vila do Conde) e “é composto por 15
armazéns e lojas disponíveis para arrendamento e já
está praticamente todo ocupado.” Alberto da Costa
Júnior complementa: “ temos seis prédios construídos
na cidade do Porto, nomeadamente na zona da Avenida
ferreira da costa júnior e mário almeidaAdministradores
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
87
INOVAR PARA CRESCER
e Rotunda da Boavista (Praça Mouzinho de Albuquerque)
e também comprámos alguns terrenos na zona nobre
desta cidade e que, neste momento, estão em carteira.”
A antiga fábrica Novinco, em Matosinhos, foi comprada
pelo grupo FercoPor, e vai ser transformada num parque
industrial, mas como explica o gestor “já estava num
estado de degradação muito avançado tivemos de optar
pela demolição total do edifício ao contrário do que
pretendemos fazer com o edifício que adquirimos em
Vila Nova de Gaia.”
A mais recente aquisição da FercoPor foi o antigo
edifício da Coats&Clark, sito na Avenida Vasco da Gama
(E.N. 222) em Vila Nova de Gaia, com aproximadamente
32 mil metros quadrados de área de construção que
corresponde a 12 pavilhões. Este ”foi um dos muitos
edifícios visitados pela administração, mas foi eleito
não só pela sua localização”, próximo da Câmara
Municipal, metro e da cidade do Porto, “mas também
por ter caraterísticas únicas.” E reforça afirmando que
“queremos manter a traça do edifício, mas com uma
vertente mais moderna, os espaços são muito diferentes
e potenciam a junção dos mais diversos ramos de
atividade. O nosso desejo era que uma empresa se
pudesse implantar neste local e ter os parceiros no
mesmo edifício.” A dinamização dos espaços e a
junção de parceiros fazem parte da visão de futuro
que Mário Almeida tem para este edifício: “era ótimo os
funcionários poderem vir trabalhar e também pudessem
deixar os filhos na creche, o carro no mecânico e ir ao
ginásio sem ter de deixar o edifício.”
Numa visão micro, Alberto da Costa Júnior salienta que
“quanto maior for o número de empresas a instalar-
se no edifício, mais serviços podem ser prestados à
população, procuramos pequenas e médias empresas
e/ou indústrias que tragam diversidade de serviços para
o centro da cidade. A colaboração da Câmara Municipal
foi “undamental no desenvolvimento do nosso projeto e
queria agradecer ao presidente da Câmara municipal,
Eduardo Vítor Rodrigues, por ter sido inexcedível”
Mário Almeida, gestor da FercoPor, reforça que a
“Câmara Municipal, na pessoa do presidente, abraçou
o projeto desde a primeira visita e demonstrou total
disponibilidade para ajudar em tudo o que compete
à Câmara Municipal e tem sido incansável no que lhe
temos solicitado.” A perspetiva de reabilitação do edifício,
de criação de emprego e o facto de gerar movimento na
cidade “são fatores que trazem benefícios para a cidade
e a Câmara Municipal soube ter essa visão, bem como
os laços afetivos que ligam os gaienses à empresa
Coats&Clark que agora é nossa inquilina.” Além disso,
reforça o administrador da FercoPor, Alberto da Costa
Júnior, “o conceito vai para além disso. Queremos abrir
o centro empresarial a todas as pessoas que queiram
visitar o edifício para que possam usufruir deste espaço
e dos serviços, como ginásios, restauração, centro de
estudos, entre outros. A maioria das pessoas não imagina
o que está por detrás da fachada. Num futuro muito
próximo contamos ter 50 por cento da área ocupada
e estamos a trabalhar no nome e imagem para o local.”
cida
de d
e can
tanh
ede
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
A EXPOFACIC - Exposição, Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Cantanhede celebra
25 anos. Considerada um dos maiores certames da região centro, a Expofacic é
a montra do concelho, este ano decorre de 23 de julho a 2 de agosto. Através
de centenas de expositores, os visitantes ficam a conhecer as potencialidades da
região no que diz respeito à agricultura, comércio, turismo, gastronomia, entre outros. A feira
popular e os espetáculos musicais são outros dos atrativos. A freguesia de Ançã é uma das que
se faz representar durante esta semana, o bolo de Ançã e o roteiro turístico pelas ruas típicas
da localidade e património arquitetónico são os principais pontos de interesse. No verão, a
piscina natural localizada no centro da vila ganha também especial destaque. Cantanhede é um
concelho que se divide entre a Praia da Tocha e as vinhas pertences ao Roteiro da Bairrada,
uma região diversa com vários pontos e locais de interesse que passam pelo enoturismo, as
praias, o património histórico, a gastronomia e o lazer. A economia do concelho de Cantanhede
vive sobretudo do setor terciário e da agricultura e pescas, na última década a indústria tem
conhecido alguma evolução e crescimento. As principais entidades empregadoras estão
localizadas no parque industrial de Cantanhede, Tocha, Murtede e Febres. Este crescimento é
resultante do forte investimento municipal no reforço dos fatores de atratividade para instalação
de empresas, designadamente nos acessos através de uma rede de estradas e vias rápidas.
89
REVISTA BUSINESS PORTUGALCIDADE DE CANTANHEDE
Reza a história que a freguesia de Ançã teve o seu nome atribuído por monges italianos que assim a terão nomeado pela abundância de
água e caça. Esta localidade histórica com foral concedido em 1514 tornou-se vila em 2001 e é detentora de um riquíssimo património
cultural.
Junta de Freguesia de Ançã
Ançã: Uma freguesia a descobrir
Merecem destaque várias edificações e
marcos, como a Fonte de Ançã, cujo
caudal é superior a 20.000 litros por
minuto, ou a Capela de São Bento, a
mais importante das capelas de Ançã, onde se fazem
as maiores romarias – S. Bento e S. Tomé, construída
no final do século XVI, mais precisamente no ano
de 1599, que se ergue no cimo de um outeiro, do
lado oposto à Várzea, por onde corre a Ribeira. Mas
podíamos ter referido qualquer outro do seu sem fim de
pontos de interesse: os moinhos de água recuperados
e preservados, as casas nobres brasonadas, o Museu
Etnográfico, a Capela de Nossa Senhora das Mercês,
a casa onde nasceu Jaime Cortesão, o Terreiro do
Paço, o Paço dos Marqueses de Cascais ou as Janelas
Manuelinas. Outro excelente motivo para visitar Ançã é o
bolo de Ançã, a sua origem perde-se no tempo, tendo
o segredo do seu fabrico sido transmitido de pais para
filhos. O bolo é de confeção simples mas de reconhecida
qualidade, e tem como base um processo artesanal de
fabrico, sendo amassado manualmente e cozido em
forno de lenha. Este fabrico tradicional, mantido durante
gerações de boleiras, tornou-o num produto típico
desta vila, conhecido e apreciado sobretudo na Beira
Litoral. Como produto característico de uma localidade,
pretende-se que a sua confeção continue a ser a mais
fiel e genuína, preservando as características únicas
que o tornaram num famoso património gastronómico.
João Perdigão, presidente da Junta de Freguesia, tem
mais um encanto a acrescentar à sua vila: a simpatia
e o calor das gentes da terra, que sabem acolher e
mostrar o que de melhor preservam, exemplo disto são
os passeios guiados gratuitos com oferta de jeropiga
que os funcionários do posto de turismo proporcionam
aos visitantes. É desta união que brota também o forte
associativismo que coroa a vila com constante animação,
com instituições como o Ançã Futebol Clube, Avança –
Associação para o Desenvolvimento e Promoção da
Qualidade de Vida no Meio Rural, a Confraria do Bolo
de Ançã, o Grupo de Teatro NOVO RUMO, o Grupo
Típico de Ançã e a Philarmónica Ançanense e várias
festas populares durante o ano, tornando Ançã num
destino em que a cultura e a diversão se cruzam.
Mais recentemente, Ançã viu também concretizar-
se um projeto de grande utilidade e que traz grandes
vantagens à população: o Espaço do Cidadão, onde é
possível aceder a vários serviços de atendimento público
no mesmo local potenciando o desenvolvimento da
zona e onde nem falta o atendimento digital assistido,
permitindo aos cidadãos interagir com a Administração
Pública de uma forma rápida e eficaz. João Perdigão
tem ainda um desejo que quer ver concretizado no
seu mandato: construir um auditório para que todos os
grupos e entidades associativas possam ter um palco
para mostrar o melhor do seu trabalho.
joão perdigãoPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
90
CIDADE DE CANTANHEDE
A União de Freguesias de Covões e Camarneira foi constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa pela agregação das
antigas freguesias e tem a sua sede em Covões.
A empresa nasceu em 2012, resultado da veia empreendedora de Manuel Ribeiro e João Paulo Ramos. Em três anos de trabalho, a
RRMP tem 11 colaboradores e trabalha para o mercado europeu.
União de Freguesias de Covões e Camarneira
RRMP
Freguesias ricas em tradição
“A qualidade é a nossa prioridade”
Esta freguesia do concelho de Cantanhede tem
cerca de 4000 habitantes no seu conjunto e
uma vasta tradição gastronómica, musical e
cultural. Covões, freguesia muito antiga tem a
sua Banda Filarmónica, ininterruptamente, desde 1868
e, agregada a ela, uma escola de música de ensino
gratuito. Tem ainda uma orquestra juvenil e um grupo
coral. Merece ainda destaque o “Monumento ao Músico”,
Sediada na Zona Industrial da Praia da Tocha,
a RRMP opera na área da metalomecânica
de alta precisão, setor onde são exigidos
critérios rigorosos de produção, assegurados
pelo controlo de qualidade. Manuel Ribeiro, sócio e
responsável de produção explica que “quando as
pessoas nos perguntam o que fazemos, costumo dizer
que estamos por trás de tudo aquilo que nos rodeia,
produzindo componentes para vários utensílios”.
homenagem do povo aos músicos e o recentemente
inaugurado “Monumento aos combatentes” sem
esquecer a imponente Igreja matriz e os Cruzeiros do
Santíssimo de Covões e do Monte Arcado, assim como
a escultura de Santo António executada por João de
Ruão. Já em Camarneira, são paragens obrigatórias a
Capela de Nossa Senhora dos Milagres, o Cruzeiro da
Camarneira e o Monumento ao Emigrante.
Estas são duas freguesias com uma forte ligação e
tradição no associativismo, nomeadamente nas áreas
socias, culturais e desportivas. Covões e Camarneira
possuem três IPSS que atuam nas valências da infância
e terceira idade.
Mas é igualmente importante referir a excelência do
leitão assado de Covões. Foi a partir desta convicção
profundamente enraizada na comunidade que a
Filarmónica de Covões decidiu organizar o Festival
do Leitão do Concelho de Cantanhede, que decorre
Inicialmente, a empresa foi “criada para fazer peças
para máquinas de ferramentas”, mas três anos depois
estão também presentes na medicina dentária, no setor
automóvel e na aeronáutica, embora o maior volume de
produção continue a ser para as máquinas ferramenta.
Manuel Ribeiro trabalhou na área desde muito cedo, a
experiência de 20 anos de trabalho na Suíça associada
à “visão” do João Paulo Ramos, levaram os dois amigos
de Cantanhede a constituírem a RRMP. Na altura,
trabalhavam no ramo da distribuição, “a dada altura, João
Paulo disse que devíamos mudar de setor, a distribuição
ia entar em crise. Devíamos mudar para a área da
metalomecânica”, revela o responsável de produção. O
investimento inicial foi com capitais próprios e com o
apoio do QREN, os “equipamentos que temos são muito
dispendiosos”, explica Manuel Ribeiro, relatando como
foram os primeiros meses de trabalho, “começámos
com três máquinas, durante esse tempo, procurámos
dois clientes para fazer peças de teste entrando naquilo
anualmente em Covões, e cuja edição inaugural assumiu
desde logo contornos de grande feira de gastronomia
temática. Este evento, que celebra este ano a sua 10ª
edição envolve todas as associações locais e tem
como organizadores a Prodeco – secção de futebol e
a Prodeco – centro social. Este ano o evento «decorre
no fim de semana de 15 e 16 de agosto no Pavilhão
de Covões e num ambiente geral de festa, animado
com espectáculos musicais, folclore, actuações teatrais
e mostras regionais diversas, o leitão é servido como
manda a tradição, com batata cozida com pele, laranja
e outros complementos e vai à mesa acompanhado
com vinho de Cantanhede ou com o seu magnífico
espumante tinto. Antes disso é possível apreciar outros
pratos associados ao rei do certame, como a cabidela
de leitão, confecionada de forma única, ou a entrada de
bola de leitão, a anteceder a canja de galinha ou o caldo
verde gandarez. A não perder.
que consideramos ser o modo escola. Durante ano e
meio fomos buscar pessoas com formação base em
engenharia mecânica, é difícil formar os primeiros
profissionais, mas depois é fácil, a formação agora é
mais rápida”, ao fim de seis meses temos profissionais
a produzir os primeiros componentes de forma
autónoma. Futuramente, a RRMP pretende apostar na
especialização, através da criação de setores distintos, a
curto prazo querem chegar aos 20 colaboradores.
Asdrúbal torresPresidente
mun
icíp
ios e
m d
esta
que
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Esta edição da Revista Business Portugal coloca, mais uma vez, em evidência as dinâmicas autárquicas, os projetos e os
objetivos dos autarcas, projetando as suas estratégias, no sentido de catapultar os seus concelhos e as suas freguesias para
um desenvolvimento sustentável.
Santa Marta de Penaguião apresenta-se como um município com grande expressão em termos culturais e patrimoniais, que
respira história e tradição. As suas caves são um ex-líbris do concelho marcado pela produção de vinho de qualidade, sendo um dos
principais motores económicos da região.
Mais para sul, encontramos Gavião, uma vila portuguesa no distrito de Portalegre, com uma paisagem monumental, um artesanato
tradicional e uma gastronomia regional rica, variada e saborosa, vale a pena conhecer este Alentejo diferente.
Na freguesia de Vimeiro, as praias e o turismo de aventura e religioso aliados à história e cultura são os pontos-chave para atrair
visitantes a esta que é a mais antiga freguesia do concelho da Lourinhã.
Carregado e Cadafais é constituída por um conjunto de paisagens urbanas e, ainda, por alguns traços rurais que lhe conferem
caraterísticas únicas, que valem a pena conhecer.
A União de Freguesias de Apúlia e Fão torna a organizar o maior festival do marisco do norte, assim como a jornada gastronómica
que já é distintiva da região. É em terras de sol e mar, com algum encanto à mistura que poderá, conhecer sabores e saberes.
Aproveite ainda para conhecer Oleiros!
REVISTA BUSINESS PORTUGALMUNICÍPIOS EM DESTAQUE
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REVISTA BUSINESS PORTUGALMUNICÍPIOS EM DESTAQUE
Em pleno “Reino Maravilhoso”, como Miguel Torga descreve a Região Demarcada do Douro, encontramos o pequeno município, apenas
em dimensão mas grande em termos culturais e patrimoniais, de Santa Marta de Penaguião.
município de santa marta de penaguião
No Douro os durienses têm que viver bem”
Entre curva e contracurva, num pequeno
percurso entre Vila Real e o Peso da Régua,
Santa Marta é um destino de paragem
obrigatória. As suas Caves, que outrora foram
as maiores da região e uma das maiores a nível nacional,
são um ex-líbris do concelho pautado pela produção de
vinho de qualidade, sendo um dos principais motores
económicos da região. Os produtores conservam
a tradição e as suas uvas produzem dos melhores
vinhos do mundo, premiados consecutivamente além-
fronteiras. Estes são alguns dos motivos para se deixar
encantar por um dos concelhos mais bonitos da mais
bela região do país.
Um concelho que respira história e tradição
Quando a questão é o surgimento da Região Demarcada
do Douro, Santa Marta de Penaguião, ganha nítido
destaque e Luís Reguengo Machado, líder do executivo
municipal, começa por nos explicar o porquê.
“Santa Marta é o melhor concelho da Região Demarcada
do Douro por duas razões: primeiro porque é padroeira
desta região e porque sendo a região do Douro a mais
antiga região do mundo demarcada e regulamentada,
foi um penaguiense Frei João de Mansilha que projetou,
elaborou e fundamentou o Douro. Portanto, podemos
dizer com muita alegria que o Douro nasceu a partir
de Santa Marta e por isso somos o concelho mais
diferenciador na região”. Assumindo o papel principal,
o vinho de Santa Marta sempre acompanhou a
gastronomia típica da região e é recorrente ser premiado
pela sua qualidade e diferenciação.
“A nossa gastronomia prende-se muito com a produção
do vinho. O vinho é o nosso produto por excelência
e a gastronomia acompanha-o de certa forma. Hoje
em dia não é diferente mantemos o nosso cabrito, as
nossas tripas, o nosso cozido. Temos vários pratos com
castanha porque Santa Marta, para além do Douro
também tem o Marão, o que nos dá um potencial
turístico e de paisagem ímpar. Temos cerca de 15
produtores engarrafadores que, no último concurso em
que estiveram presentes conseguiram 10 medalhas e o
nosso vinho do Porto alcançou uma grande medalha de
ouro”, realça o autarca.
Potenciar a arte de bem receber
Que o Douro está na moda, toda a gente o sabe mas,
para Luís Reguengo Machado ainda há muito a fazer no
que respeita ao turismo duriense. “O Douro tem muita
visita turística mas não tem turismo”, explica.
No seu entender, a solução passa por apresentar o
Douro na rua, pela qualidade de bem receber e pela
apresentação dos melhores produtos que o Douro tem
para oferecer.
“Os agentes turísticos têm que perceber que para
haver turismo tem que haver paisagem e para haver
paisagem tem que haver criação de riqueza, ou seja,
os durienses têm que receber em função daquilo que
produzem para continuarem a produzir e a manter a
paisagem e, simultaneamente, viverem bem para ficar
no Douro. Passando este paradigma o que é preciso é
que o Douro se sirva na rua. Há a ideia de que no Douro
existem muitos e bons serviços e é verdade, que são as
unidades hoteleiras de quatro e cinco estrelas e essas
sim sabem servir bem mas, o nosso Douro serve-se na
rua, serve-se na tasca, no restaurante, à beira da estrada
e são esses os turistas que nos queremos, turistas que
comam e durmam no Douro. Não queremos os que
chegam aqui com um pacote pré-pago, em que fazem
duas ou três visitas e vão embora, não deixando um
luís reguengo machadoPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
cêntimo na região”.
Em Santa Marta de Penaguião, esse trabalho já está a
ser desenvolvido de modo a aumentar o fluxo turístico
no concelho.
“Estamos a desenvolver um trabalho junto da
restauração e da hotelaria que passa por saber dar
de beber, saber dar de comer e saber acolher. Temos
também em andamento uma nova unidade hoteleira e
temos a expetativa que em agosto a mesma vai avançar.
O mais importante é termos o Douro em cada esquina,
para que quem visite Santa Marta se sinta no Douro,
que seja bem servido com o vinho e a gastronomia de
qualidade de modo a que mais tarde volte e recomende
aos seus amigos”.
Ligação entre concelhos vizinhos
Ferrovia a dez minutos, A24 a cinco e o rio Douro a mais
de um par de minutos, chegar a Santa Marta é fácil. Num
espaço médio de meia hora, o concelho proporciona
várias realidades únicas no Douro. Na opinião de Luís
Reguengo Machado, a proximidade entre Vila Real,
Lamego e Peso da Régua deve ser potenciada como
geradora de emprego para pessoas da região.
“Não é prioritário que Santa Marta cresça enquanto
emprego só por si. O que é prioritário é que o eixo Santa
Marta, Vila Real, Peso da Régua e Lamego crie mais
de mil empregos. É importante que se criem bolsas de
emprego que permitam que as pessoas se mantenham
nas suas casas”, ressalva acrescentando que a sua
principal missão enquanto autarca passa essencialmente
pelo bem-estar e felicidade dos penaguienses.
Outra das soluções apontadas pelo autarca para a criação
de emprego passa por gerar riqueza, nomeadamente
através do vinho e das potencialidades de recursos do
Marão como a castanha, a resina e o mel. Incentivar
a produção de produtos regionais que permitam gerar
rendimentos e que facilitem que as pessoas se fixem
na região, nomeadamente os mais jovens que, segundo
Luís Reguengo Machado, estão a começar a formar-se
em áreas em que possam ser úteis para Santa Marta
e que Santa Marta lhes possa dar a oportunidade para
as aplicar.
Iniciativas para penaguienses e não só
Promoção é a palavra de ordem num concelho com
vários eventos ao longo do ano. Na divulgação da cultura
local reside a maior preocupação numa autarquia que
começa a ser reconhecida nacional e internacionalmente.
“Estamos a realizar muitos eventos culturais
essencialmente para promover o nosso concelho
porque entendemos que é através da nossa cultura que
conseguimos vender os nossos produtos. Estes eventos
têm duas vertentes: uma é local, ou seja, satisfazer as
vontades da população local e proporcionar momentos
de alegria e, numa segunda vertente o nosso objetivo é
criar eventos que tragam pessoas de fora”.
Na Caminhada Noturna que a autarquia realizou, houve
cerca de 600 participantes e mais de 350 vieram de
fora de Santa Marta.
“Tivemos espanhóis, gente de Lisboa, do Alentejo, do
Minho e de Timor a participar na nossa Caminhada
Noturna, sendo uma oportunidade muito boa para
promovermos o nosso concelho. Estamos a realizar
muitos eventos culturais essencialmente porque
entendemos que é através da nossa cultura que
conseguimos promover os nossos produtos. ”.
A Semana Cultural de Santa Marta de Penaguião é
uma tradição longa de 26 anos que visa dar às nossas
coletividades a oportunidade de mostrarem os seus
trabalhos e é uma montra extraordinária da cultura da
região.
Futuro promissor
São muitos e promissores os projetos definidos para
o futuro de Santa Marta de Penaguião. A educação, o
emprego para os mais jovens e o turismo são as áreas
que irão merecer maior destaque e mais intervenção por
parte da autarquia.
“Para o futuro temos vários projetos âncora sendo que
o primeiro é a felicidade e bem-estar de quem vive em
Santa Marta. O segundo é a educação. É importante que
Santa Marta forme as melhores pessoas do país para
que seja distintiva e diferente. Por outro lado, temos as
áreas económicas onde estão projetados três projetos
a nível turístico: um centro de interpretação do Douro
que irá ser complementado com um miradouro a que
chamamos “Douro Vivo” em que colocaremos todas as
castas regulamentadas e autorizadas do Douro e criar
um espaço de lazer para que quem nos visite e queira
estar durante o dia tenha todas as condições para se
sentir em casa, complementado pelo Marão”.
A nível económico os projetos passam pela criação
de uma plataforma logística e de uma incubadora de
empresas.
“Se conseguimos concretizar todos estes projetos Santa
Marta será um Município totalmente sustentável”, finaliza
Luís Reguengo Machado.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
É em terras de sol e mar, com algum encanto à mistura que poderá, no próximo mês de agosto, saborear o que de melhor há no norte do
país. A União de Freguesias de Apúlia e Fão torna a organizar o maior festival do marisco do norte, assim como a jornada gastronómica
que já é característica da região. A apresentação dos festivais contou com uma degustação dos principais pratos que aí serão servidos.
união de freguesias de apúlia e fão
Festivais de sabores e de cores
Foi junto às belas praias da Apúlia, e já com
um aroma delicioso a pairar no ar, que Luís
Peixoto, presidente desta União de Freguesias,
juntamente com o seu Executivo, apresentaram
o programa dos três festivais que, por esta altura,
enchem Fão e Apúlia de turistas e de todos os que são
‘bom garfo’.
Organizados integralmente pela União de Freguesias de
Apúlia e Fão, Luís Peixoto refere que os festivais são
complementares “e não se sobrepõem. Na Apúlia temos
pratos variados, de carne e peixe, com destaque para o
mais recente prato do concelho, o polvo da pedra. Em
Fão, a aposta passa claramente pelo marisco”.
A 11ª Jornada Gastronómica toma lugar entre 31 de
julho e 5 de agosto, na freguesia de Apúlia, “é um evento
mais diversificado”, diz Luís Peixoto, fazendo questão de
referir que todas as condições de higiene e segurança
estão garantidas. Este ano, o festival ocorre junto ao
edifício da Colónia de Férias, proporcionando uma
magnífica vista para o mar.
Em Fão, de 8 a 17 de agosto, decorre a 19ª Festa
da Cerveja e do Marisco que já é considerado por
muitos o maior festival de marisco do norte. “Aqui
temos marisco sempre fresco, complementado com
saborosas sobremesas típicas como as Clarinhas de
Fão, os afamados folhadinhos e dois doces novos
já galardoados: os Cavalinhos de Fão e as Folhas de
Outono”, revela o edil.
A complementar esta oferta gastronómica tem também
lugar a Feira de Artesanato, um evento que é também já
uma referência na região e que atrai muitos a Fão. Esta
feira acontece em simultâneo com o festival de marisco,
no mesmo recinto.
Uma das novidades de 2015 passa pelo estacionamento,
uma vez que está garantido um parque com capacidade
para cerca de 160 viaturas, com vigilância. Do parque
aos recintos está também garantido o transporte através
de autocarros, que farão viagens regularmente de 10
em 10 minutos.
Então, do que está à espera?
Luís PeixotoPresidente
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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
Gavião pertence ao distrito de Portalegre e quer marcar a diferença através de uma aposta forte no turismo, a natureza da região é
propícia com o Tejo em pano de fundo. Os museus e os percursos pedestres são outro dos atrativos e o município está a criar todas as
condições necessárias para que Gavião se torne uma referência.
município de gavião
Gavião, o concelho onde o Alentejo é diferente
Gavião é uma vila que pertence ao distrito de
Portalegre. O lema do município é “Um Alentejo
diferente”, o que significa esta máxima?
Situado ao extremo do Norte Alentejano, é por excelência
o único concelho que abraça as duas margens do
Rio Tejo pela freguesia de Belver. O concelho insere-
se no Distrito de Portalegre (Alentejo) e insere-se na
sub-região do Alto-Alentejo. É composto por quatro
freguesias: União das Freguesias de Gavião e Atalaia,
Belver, Margem e Comenda.
Nos dias de hoje, o concelho de Gavião dedica-se a
uma economia virada para a agricultura, pecuária e
pequena indústria, aliada a estes setores está a sua
geografia muito diversificada e contrastante. A este
contraste de paisagens multifacetadas há no entanto
uma homogeneidade de alma humana: as gentes são
de boa feição e de sublime beleza nos afetos.
Por tudo isto nos intitulamos de ‘Um Alentejo Diferente’
Em termos turísticos e, para quem nunca visitou
Gavião, quais são os atrativos do concelho? Que
eventos há a destacar?
Beneficiar das nossas paisagens, do Tejo, da Praia do
Alamal, da Ribeira da Venda, do Castelo de Belver, do
Museu do Sabão, do Museu das Mantas e Tapeçarias,
dos Percursos Pedestres e de tantas outras coisas boas
que temos e que pretendemos fomentar é um privilégio
que os nossos visitantes podem desfrutar. Aliando a tudo
isto uma oferta gastronómica de eleição, estão reunidos
os condimentos para uma escapadinha ao ‘Alentejo
Diferente’.
Temos quatro freguesias com uma identidade muito
própria e em todas queremos ter uma atividade
de referência onde os produtos locais possam ser
divulgados.
Se em Belver temos a Feira Medieval, no terceiro fim
de semana de junho e a Feira dos Folares, (sábado josé pioPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
de Páscoa) em Margem a já tradicional Festa do
Feijão-Frade, (durante o mês de 0utubro) na sede de
concelho a Feira de Artesanato Gastronomia e Atividades
Económicas, (3º fim de semana de julho), na Comenda
teremos, este ano, pela primeira vez na Ribeira da Venda
a Festa da Juventude (18 e 19 de setembro).
Para além disso, sobretudo nos meses de verão, são
inúmeras e por todo o concelho as festas de cariz
religioso e pagão.
O Alentejo, à semelhança das regiões do interior
do país, sente as dificuldades inerentes à
desertificação. O município de Gavião está a ser
afetado? O que está a ser feito para combater esta
tendência?
É verdade um dos grandes problemas do interior do país
é a desertificação e o concelho de Gavião não foge à
regra. Poderia enumerar imensas coisas que fazemos
para minorar esta tendência, mas há uma verdade que
é indesmentível, quando o poder Central não quer, não
ajuda, não incentiva, todos os nossos esforços são
infrutíferos. Lamentavelmente temos um país a duas
velocidades, onde o Litoral é privilegiado em relação
ao resto do país. É desumano e injustificado todos
os dias sentirmos que os nossos jovens vão sair para
estudar e não vão regressar mais. Será que o interior
não tem potencialidades? Não acredito!!! Até porque ali
ao lado está Espanha, mais propriamente a Estremadura
Espanhola, e só a título de exemplo veja-se o incrível
desenvolvimento de uma cidade chamada Badajoz.
E já agora a talhe de foice, Madrid fica no interior de
Espanha.
Quais as infraestruturas disponíveis no concelho
em termos de escolas e apoio a idosos? Em
termos associativos existem entidades?
Em jeito de brincadeira costumo dizer, que começamos
a ter todos os espaços de utilização coletiva que têm as
grandes cidades. Falta-nos gente para os utilizar.
Temos um concelho devidamente infraestruturado, à
nossa dimensão temos um centro de saúde moderno
e eficiente, excelentes instalações escolares, uma
biblioteca municipal devidamente equipada, um bom
pavilhão desportivo, espaços verdes de qualidade,
um moderno complexo desportivo, um cine teatro
de excelente qualidade, uma rede viária adequada às
necessidades, muitas e ativas associações e quatro lares
de terceira idade, que fazem da economia social o maior
empregador do concelho.
Se estamos satisfeitos? Não, não estamos, queremos
mais e melhor e para isso temo-nos vindo a substituir
à Administração Central nos apoios aos nossos
concidadãos senão vejamos:
A criação do Cartão do Idoso que proporciona redução
da água a 50 por cento do custo, a redução dos custos
de ambulância também a 50 por cento e a existência de
uma equipa multidisciplinar para pequenas reparações
em casa. Também e através do Gabinete de Ação Social
do Município existe uma parceria com a Universidade
Sénior espaço de convívio de excelência para os menos
jovens com aulas de música, culinária, bordados,
costura, dança, teatro, informática, hidroginástica, etc.
Para além disso é proporcionado a todos os séniores
anualmente uma viagem que lhes permite conhecer
melhor o nosso país.
Mas não descuramos o apoio aos mais jovens, as bolsas
de estudo aos estudantes do ensino superior, a oferta
de manuais escolares a todos os estudantes até ao 2º
Ciclo, os apoios à natalidade, os apoios à construção
de habitação para os mais jovens, são exemplos que
referenciamos.
Inserido ainda na política de fixação de pessoas e
empresas no concelho, fixamos as mais baixas taxas
de IMI permitidas por Lei, isentamos de derrama as
empresas, devolvemos a todos munícipes os 5 por
cento de IRS que cabiam ao Município.
Também nas políticas sociais, somos diferentes, ao
contrário do Governo Central, acreditamos no Interior
do País.
Fomos contra o encerramento de todos os serviços de
proximidade, queremos ter os mesmos direitos e as
mesmas oportunidades de quem vive no Litoral.
Quais os projetos, que a Câmara Municipal de
Gavião, tem para o futuro?
De forma sustentada entendemos como fundamental a
criação de postos de trabalho como grande projeto para
o futuro e é nesse sentido que a nossa maior aposta
incidirá na criação de um espaço na Zona Industrial que
pretenderá ser uma incubadora de empresas, sobretudo
viradas para o empreendedorismo e novas tecnologias.
Não descuramos contudo aquilo que entendemos ser
uma lacuna na sede de concelho, a inexistência de uma
piscina municipal descoberta e tudo faremos para que
esse objetivo também seja uma realidade.
Manteremos uma aposta forte na criação de condições
para que o turismo seja uma das nossas principais
fontes de riqueza e de criação de postos de trabalho.
Para finalizar, gostaria de deixar alguma
mensagem aos seus munícipes?
Como já perceberam, mantemo-nos fiéis ao nosso
compromisso eleitoral. Temos como primeira
prioridade as pessoas, a exclusão social, e o apoio ao
desemprego. Somos ambiciosos e estamos confiantes
que com a ajuda de todos conseguiremos ultrapassar
todos os obstáculos. Somos audazes nas propostas e
determinados na sua defesa. Queremos um concelho
dinâmico e preparado para os desafios da modernidade.
Queremos mais e melhor concelho de Gavião.
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Inserida na grande área metropolitana de Lisboa, a freguesia do Carregado e Cadafais oferece “qualidade de vida, onde o objetivo
principal é proporcionar bem-estar a todos os habitantes”. Quem o afirma é José Manuel Mendes, presidente da junta de freguesia do
Carregado e Cadafais responsável pelo comando dos destinos da terra.
união de freguesias do carregado e cadafais
Uma freguesia viva
Carregado e Cadafais é uma freguesia
portuguesa do concelho de Alenquer com
cerca de 15 mil habitantes e cerca de 25
quilómetros quadrados.
A freguesia que pertence ao núcleo urbano da cidade é
banhada pelo rio Tejo e é constituída por um conjunto de
paisagens urbanas e, ainda, por alguns traços rurais que
“lhe dão uma característica diferente”, refere o autarca.
Uma freguesia extremamente diversificada e rica
culturalmente “temos uma população com bastantes
etnias e várias comunidades, sobretudo Cabo Verdianos,
Paquistaneses, Chineses, Ucranianos, Angolanos,
Guineenses, Moçambicanos, Brasileiros, há uma grande
diversidade cultural”, conta José Mendes, presidente da
junta de freguesia.
Com bastantes equipamentos públicos, de teor social
e de serviço à população, tais como centro de saúde,
posto de correios, escolas com 1º, 2º e 3º ciclo e cerca
de 11 coletividades “que ajudam a tornar mais eclética
a própria resposta cultural, recreativa e desportiva da
freguesia”, boas acessibilidades e uma ótima rede de
transportes esta é uma freguesia com “características
arquitetónicas muito específicas”, que se “sustenta a
ela própria” e que “qualifica a vida de quem cá reside”,
salienta o presidente.
Em termos empresariais, embora tenham uma elevada
taxa de desemprego, tem também nos seus domínios
algumas empresas de referência nacional e internacional,
tais como a Matutano, indústrias do ramo automóvel
– Manuel da Conceição Graça, Salvador Caetano -
empresas de logística - Luís Simões, armazéns das
grandes superfícies comerciais, e algumas pequenas e
médias empresas. “Foi feito um estudo por uma empresa
de marketing que revelou que a freguesia representava
cerca de 50 por cento da receita total direta e indireta no
concelho de Alenquer”, acrescenta José Mendes.
Do ponto de vista turístico temos o ex-libris da antiga
freguesia do Carregado um marco de caminho para
indicações das estradas, em Cadafais temos duas torres
romanas e ainda, temos a primeira linha de caminhos de
ferro em Portugal.
Já no que toca à gastronomia a região tem como
produto típico as broas de mel.
Festividades
Os eventos e demais certames que ocorrem anualmente
na freguesia são os festejos do 25 de abril com uma
volta de bicicleta à freguesia, o dia da vila que se realiza
a 4 de junho onde consagram duas entidades ou
personalidades que se destacaram na vila ao longo dos
tempos. As festas dos Cadafais em final de julho e em
setembro as festas do Carregado. No Natal realizam um
almoço de convívio com os idosos da freguesia. E em
paralelo, colaboram com as escolas locais no Carnaval,
no dia mundial da criança e no encerramento do ano
letivo.
Ação social
A intervenção das Autarquias e dos Municípios no
âmbito da Ação Social, tem-se revelado cada vez mais
indispensável e pertinente, tendo como principal objetivo
a atenuação dos fenómenos de pobreza e exclusão
social.
Assim sendo, e com um grande número de famílias
carenciadas a Junta de Freguesia de Carregado e
Cadafais procura dar respostas às necessidades
existentes no âmbito da ação Social, apresentando
um inúmero leque de serviços e projetos que possam
ajudar na resolução de alguns problemas que surjam,
José manuel mendesPresidente
MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
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junto dos segmentos mais vulneráveis da população. De
maneira, a conseguir promover uma plena integração
social. “Temos uma loja social nas antigas instalações
da escola primária, onde as pessoas têm ao dispor
vestuário, calçado, móveis e alimentos. Mensalmente
distribuímos um cabaz com géneros alimentares a cerca
de 90 famílias carenciadas; diariamente uma empresa
fornece a cerca de 20 crianças necessitadas o jantar;
temos o convívio sénior para pessoas com mais de 50
anos para que estas possam ocupar de forma positiva
os tempos livres; apoiamos pontualmente, dentro do
possível, a compra de medicamentos para pessoas
necessitadas; organizamos passeios com os mais
idosos. Já nas instalações da junta temos apoio judicial,
pagamos a um advogado para fazer um trabalho de
aconselhamento, temos também ao serviço da junta
uma psicóloga que também faz trabalho comunitário,
principalmente direcionado para crianças. Também
fazemos apoio em termos de documentação para a
segurança social, temos também um protocolo com o
instituto de emprego e formação profissional onde as
pessoas que estão desempregadas e estão à procura
de emprego podem vir às instalações da junta no âmbito
do registo eletrónico quinzenal e também temos uma
colaboração com a reinserção social em que recebemos
várias pessoas que cumprem horas de trabalho
comunitário, em colaboração com a Direção – Geral de
Reinserção e Serviços Prisionais – Equipa do Oeste”,
conta o presidente.
Projetos
Relativamente, a projetos futuros “já disponibilizamos
um espaço para ter uma loja do cidadão e estamos
aguardar a aprovação. Enviamos um baixo assinado
e várias petições dos utentes do Centro de Saúde do
Carregado, para o Ministério da Saúde, Diretor do ACES-
Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo
e ao Diretor da ARSLVT – Administração Regional de
Saúde Lisboa e Vale do Tejo, IP, a reclamar sobre a falta
de médicos no Centro de Saúde do Carregado.
Solicitámos, mais uma vez, à Câmara Municipal de
Alenquer e a outras entidades competentes a limpeza
urgente do Rio da Regateira (Ribeira do Sarra). Assim
como a resolução urgente das descargas de poluentes
nesta ribeira, e dos maus cheiros dai provenientes.
Temos envidado esforços no sentido de existir mais
policiamento de proximidade.
Reclamámos também a urgência da construção de um
parque urbano com zonas pedonais” conclui.
MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
Situado numa zona de grande beleza natural, o município de Oleiros carateriza-se pelas suas paisagens rurais de pinhais e abundantes
cursos de água. É também na sua gastronomia tradicional e única que reside uma das principais razões que tornam Oleiros um ponto
de paragem obrigatória.
município de oleiros
Município rico em património natural
“Oleiros tem um património natural e
gastronómico riquíssimo e ao longo
destes anos o município tem tentado
tirar o maior proveito disso já que no
meio onde estamos inseridos não abunda outro tipo de
património”, conta-nos Vítor Antunes, vice-presidente da
câmara municipal.
Oleiros apresenta também um interessante património
religioso, como se pode observar na sua Igreja Matriz,
classificada como Imóvel de Interesse Público.
Evolução no setor do turismo
No entender de Vítor Antunes e do atual executivo
municipal a grande aposta de futuro do município deve
passar pelo turismo e consequentemente pela criação e
dinamização de unidades hoteleiras e restauração.
“Temos tentado divulgar e criar condições que possam
trazer até nós o máximo de visitantes e de turistas.
Se recuarmos alguns anos praticamente não existia
uma cama para as pessoas pernoitarem em Oleiros.
Hoje, felizmente essa situação já não acontece e o
nosso concelho dispõe de algumas boas unidades de
alojamento”.
Neste sentido, Vítor Antunes enumera algumas unidades
hoteleiras que estão ao dispor dos visitantes e turistas
dando especial destaque ao Hotel Santa Margarida.
“Recordo o Hotel de Santa Margarida, que entrou em
vítor antunesVice-Presidente
REVISTA BUSINESS PORTUGALMUNICÍPIOS EM DESTAQUE
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funcionamento em 2012 e que o município construiu
através dos seus meios sendo que o terreno já nos
pertencia O município criou a infrestrutura, equipou-a
e abriu o procedimento com vista à concessão desse
hotel. À margem disto têm surgido outros investidores
do concelho e hoje Oleiros já dispõe de boas unidades a
nível de turismo e alojamento”.
O autarca destaca igualmente e numa vertente de turismo
rural, o empreendimento Vilar dos Condes, na freguesia
de Madeirã, a Casa dos Hospitalários na freguesia de
Álvaro, uma aldeia integrada na rede de Aldeia de Xisto,
uma unidade de alojamento na freguesia do Estreito, o
turismo rural de S. Torcato Moradal, um dos mais antigos
do concelho e também a Casa do Dão, esta em Oleiros.
A criação de um novo empreendimento, designado
Refúgidos do Pinhal, é também uma realidade neste
concelho empreendedor, um projeto que está em fase
de ultimação das obras e que entrará em funcionamento
ainda este mês de agosto.
“Com todas estas unidades hoteleiras foram criadas as
condições para que as pessoas possam vir a Oleiros
visitar o concelho e degustar a nossa gastronomia que é
riquíssima”, declara Vítor Antunes.
Cabrito Estonado e o seu Festival
Oleiros é conhecido pelo seu cabrito estonado, uma
especialidade única e no sentido de divulgar e promover
esta iguaria realiza-se no concelho um festival anual,
o Festival do Cabrito Estonado. Este ano, o município
concretizou um desejo antigo que consistia na criação
da Confraria do Cabrito Estonado, que teve lugar no dia
31 de maio deste ano. Mas os eventos não se ficam
por aqui.
“A partir do próximo dia 5 de agosto entraremos na
época alta de Oleiros em que de facto nos visitam
muito imigrantes e pessoas de concelhos vizinhos. Vai
abrir nesse dia a nossa XV Feira do Pinhal, um certame
que ganhou expressão e que trouxe algum dinamismo
ao nosso território. Nesta feira é possível encontrar
os nossos melhores produtos, o melhor artesanato
e gastronomia da região para além dos espetáculos
musicais e dos nossos espetáculos pirotécnicos, já que
estamos no concelho em que temos uma das melhores
unidades pirotécnias do país, que é a Pirotecnia
Oleirense”, explica Vítor Antunes.
Ao longo dos anos a câmara tem vindo a trabalhar a
questão do turismo e para isso muito contribuiram as
associações do concelho. Associações dinâmicas e
que colaboram com regulariedade nestes eventos e em
vários que a câmara organiza ao longo do ano.
“No ínicio de novembro o município promove também
o Festival do Medronho e da Castanha, onde fazemos
uma mostra desses produtos e o respetivo calendário
de animação. Em conjunto com a associação Pinhal
Total, o município organiza também uma Rota BTT pelo
concelho”, frisa o vice-presidente.
No seu entender, a integração no Geo Parque NaturTejo
é também uma mais valia e uma das principais razões
para receberem cada vez mais pessoas no concelho.
Criação de emprego e fixação de pessoas na
região
Vítor Antunes assume que uma, se não a principal
preocupação do executivo, é criar condições para
empresas se sediarem no concelho e consequentemente
gerarem emprego pois como na maior parte dos
municípios do interior do país, Oleiros debate-se com
a desertificação.
“As empresas não se vão sediar em Oleiros se não
criarmos as condições para isso e consequentemente
as pessoas não se vão fixar cá. Temos incentivos
para a natalidade, temos a água ao mais baixo custo
do país, apoiamos as nossas crianças a nível de
transportes escolas e dos livros, enfim, temos um lote
de incentivos para que as pessoas se possam fixar aqui.
Estes incentivos, sem a criação de emprego, não são
suficientes”, reflete.
No sentido de combater o desemprego e a consequente
desertificação, o município criou um Gabinete de Apoio
ao Investidor, para apoiar quem queria criar o seu
negócio e o seu posto de trabalho no município.
“Temos vários produtos endógenos e a aposta deve e
poderá passar por aqui”, acredita Vítor Antunes.
Apoio Sénior
Para apoiar a classe sénior do concelho, maioritariamente
marcado por uma população mais idosa, o município
desenvolveu vários projetos inovadores no concelho.
“Disponibilizamos uma carrinha de transporte para os
idosos usufruirem de tratamentos nas Termas da Ladeira
e temos também uma Unidade Móvel de Saúde que
percorre as nossas freguesias com uma assistente
social e uma enfermeira e que prestam alguns cuidados
necessários a nível de saúde a quem necessitar”, explica
Vítor Antunes.
Numa vertente mais cultural e diversificada, o município
apoia também as visitas anuais levadas a cabo pelas
freguesias disponibilizando para o efeito os seus
autocarros à população sénior.
Preocupação ambiental
Oleiros é um concelho maioritariamente florestal e
foi alvo de um flagelo muito grande ao longo destes
anos sendo que o mais grave foi em 2003 em que
praticamente 60% do seu território foi afetado por um
grande incêndio. Hoje, a floresta esta praticamente
composta a nível de regeneração natural e o “que
necessitava era de limpeza e desbaste para que não
aconteça o mesmo flagelo”, diz o autarca.
Com as recentes visitas do Secretário de Estado do
Ordenamento do Território e do Ministro do Ambiente,
a autarquia quer consolidar passos no sentido de
preservar essa floresta.
“É igualmente importante delimitar espaços e territórios,
saber quem são os seus donos e estes tratarem deles a
nível de limpeza. Tem sido um trabalho muito árduo por
parte do município”, frisa.
Apesar do desgaste e esforço que é necessário, Vítor
Antunes admite que gosta de se sentir útil às gentes da
sua terra e que quando querem tratar de um assunto
“é à minha porta que vem bater, dando algum espaço
ao presidente da câmara, que tem igualmente muito
trabalho.”
“Estou muito satisfeito, tem sido um desafio muito
aliciante”, finaliza.
REVISTA BUSINESS PORTUGALMUNICÍPIOS EM DESTAQUE
Eventos e Reuniões
Auditório O auditório do Hotel Do Parque é uma sala em anfiteatro, preparada com os mais recentes equipamentos audiovisuais. O auditório tem capacidade para 175 pessoas e está equipado com vídeo projector, retroprojector, quadros de apoio, ecrã, sistema de som, videoconferência e cabine para tradução simultânea.
Salão Terrace O Salão Terrace está preparado para receber vários eventos, com possibilidade de se subdividir em três salas independentes. Capacidade. 150 pessoas com plateia, 45 pessoas em mesa em «U», 100 pessoas organizadas em sala de aula ou 350 pessoas em banquete ( mesa redonda). Cada uma das sub salas recebem 25 pessoas em plateia, 20 pessoas em mesa em «U» e 20 pessoas em sala de aula.
Business Center O Hotel do Parque dispõe das infra-estruturas e dos equipamentos necessários para responder às necessidades de grupos empresariais, na realização de congressos, apresentações, reuniões, workshops, simpósios, seminários ou colóquios. Todas as salas têm luz natural e estão equipadas com retroprojectores, ecrãs, sistema de som, quadros de apoio e Internet sem fios - Wireless. Dispõem ainda de salas para equipas de secretariado e bares de apoio para coffee break com serviço de catering.
Aventura e Lazer Pode sempre aliar ao trabalho um pouco de lazer. A nossa unidade proporciona ainda momentos inesquecíveis, contando para isso com um Salão de Festas com capacidade para 350 pessoas e um Health Club & Spa para praticar um pouco de exercício ou simplesmente relaxar. Mas se procurar um pouco de atividade ao ar livre pode sempre aventurar-se em passeios TT, caminhadas ou atividades mais radicais num belo cenário rodeado de serras, rios e passando também por aldeias de xisto.
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