Da ontogênese a retrogênese psicomotora:
“A ontogênese da motricidade decorre de um processo embrionário
complexo, ou melhor, de um desenvolvimento intra-uterino” FONSECA (1998,
p.125).
Etapas psicomotoras normais da criança de 0 a 12 anos:
Origens do comportamento humano (ontogênese da motricidade)
encontram-se na embriologia e na neonatologia. Nascimento da vida humana ocorre
a partir do encontro do óvulo feminino e o espermatozoide masculino formando o
chamado zigoto que contém a informação genética que determinará o crescimento
pré-natal. A célula inicial mede cerca de 2 décimos de milímetros e pesa 6 décimos
de miligrama.
Embriologia: é o estudo sistemático e minucioso dos estados
ontogenéticos do desenvolvimento;
Compreende o estudo do desenvolvimento humano – morfológicos,
químicos e fisiológicos. Permite o estudo da neurobiologia dos comportamentos, das
cartas de motricidade, dos índices de maturidade e das de desenvolvimento.
Procura “inventariar”, detalhadamente, os comportamentos desde a
concepção até o nascimento da criança, etc.
Embrião: no fim do 1º mês de desenvolvimento possui três camadas de
células em especialização:
1. Camada externa – ectoderme: formará a pele, os pelos, as glândulas
sebáceas e sudoríparas, o sistema nervoso periférico, o sistema nervoso central, o
esmalte dentário, a retina, a córnea,o cristalino, o nervo ótico, a hipófise, etc.
2. Camada intermédia – mesoderme: formará músculos, ossos, coluna
vertebral, veias, artérias, órgãos genitais, tecido conjuntivo, córtex supra-renal, rins,
miocárdio, ganglios linfáticos, baço, sangue, etc.
3. Camada interna – endoderme: formará o epitélio do tubo digestivo
(exceto boca e ânus), epitélio respiratório (traqueia, brônquios e alvéolos) , trompa
de Eustáquio, bexiga, tireoide, timo, etc.
Período embrionário – 1º ao 2º mês:
Até a 8ª semana os braços crescem o suficiente para tocar na boca,
relação fundamental na ontogênese da motricidade; Pés e membros inferiores
seguem o mesmo desenvolvimento; Até o final do 2º mês esboçam as primeiras
pedaladas.
Os músculos começam a sua atividade motora; Período fetal – dos 2 aos
9 meses:
3º mês: a atividade neuromuscular inicia sua função dialética funcional, a
ontogênese da motricidade tem início.
4º mês: a estrutura da placenta atinge maturação, fazendo o trabalho
simultâneo dos pulmões, rins, intestinos, fígado e glândulas. Drogas e vírus podem
ultrapassar a placenta e afetar o corpo do feto.
5º e 6º meses: as posturas preferenciais tendem a uma hipotonia global e
a uma hiperextensibilidade características.
7º, 8º e 9º meses: a motricidade fetal pode ser detectada por simples
apalpação da parede abdominal. Na medida em que o espaço uterino disponível se
encontra quase totalmente ocupado, a motricidade é viva e mais localizada e eficaz.
A postura predominante é caracterizada pela flexão da coluna e pela
flexão dos membros. Em termos de ontogênese, os músculos que em primeiro lugar
iniciam a maturação são os flexores, daí a postura fetal intra-uterina.
Período neonatal
“Normalmente, o nascimento vem no momento mais adequado de
desenvolvimento do bebê. Este deve estar pronto para sobreviver em outros
“cosmos”. O seu corpo relativamente hipotônico tem que realizar várias habilidades
e contorcionismos. A cabeça primeiro e depois o resto do corpo, moldam-se às
condições anatômicas do corpo da mãe; caso contrário, outras intervenções vão ser
necessárias” (FONSECA, 1998 p.149)
Desenvolvimento da estrutura do esquema corporal; a estruturação do
esquema corporal.
Desenvolvimento psicomotor – “A evolução da criança não se realiza de
um modo regular e progressivo, mas um pouco como a evolução histórica de toda a
humanidade, por “saltos qualitativos” que se seguem a períodos de lenta maturação
a são bem sucedidas por rupturas, por “revoluções” COSTE, 1978 p.50.
Desenvolvimento da estruturação do esquema corporal
A) Apreensão da imagem do corpo no espelho. A criança colocada diante
de um espelho:
até o 3º mês: permanece insensível à sua imagem
No 4º mês: olha fixamente para sua imagem
até a 17ª semana: olha para sua imagem e lhe sorri
24ª semana: volta-se para a pessoa refletida no espelho
5º mês: estende a mão para sua imagem e surpreende-se por encontrar
uma superfície lisa e dura.
6º mês: ri e estende seus braços para a imagem
12º mês: executa diante do espelho gestos conhecidos, mas com
dificuldade
14º mês: passa a mão por detrás do espelho: início do período
experimental
15º mês: reconhece a dualidade imagem-personagem
20º mês: beija a sua própria imagem
B) Exploração e reconhecimento do próprio corpo:
12ª semana: acompanha com os olhos o deslocamento de suas mãos.
15ª semana: acompanha os movimentos de seus pés e tornozelos.
17ª semana: presta grande atenção à sua mão direita.
20ª semana: dirige a atenção para sua mão esquerda.
5º - 6º mês: leva os pés à boca.
15º mês: morde um dedo e é surpreendido pela dor.
Evolução da preensão e da coordenação óculo-manual – Evolução da
fixação ocular:
10º dia: fixação do olhar
3ª semana: volta os olhos a direção de um som
23º dia: o olhar segue um objeto que se desloca
7ª - 8ª semana: a ameaça de um dedo próximo provoca batimento de
pálpebras
10ª semana: procura com os olhos a origem de um ruído
17ª a 30ª semana: estende as mãos e os lábios para os objetos que a
cercam
Fim do 3º mês: olha o objeto de que acaba de se afastar
Nas 47 semanas: larga os objetos e os vê cair divertida.
16ª semana: a mão começa atraindo o olhar, quando toca num objeto.
Aos 5 meses a criança pode ser capaz de agarrar.
Desenvolvimento da função tônica e da postura em pé – A partir do 4º ou
5º mês: a cabeça se torna capaz de se orientar por um movimento contínuo,
equilibrando-se sobre o eixo do corpo.
6 meses: adquire a postura sentada
9 meses: mantém-se em pé com ajuda de algo em que se apoie.
A partir dos 12 meses: aquisição do equilíbrio realiza os 1º passos.
Final do 2º ano: motricidade global se aperfeiçoa. Os reflexos arcaicos ou
“automatismos primários” – COSTE, 1978 p.53.
Reflexo de Moro ou "reflexo de abraço": decompõem-se em 2 tempos - a
criança abre os braços, os dedos afastam-se, somente o polegar e o indicador
permanecem fletidos, a cabeça é jogada para trás, o dorso em extensão; os
membros superiores retomam em flexão-adução e desenham um arco de círculo.
Reflexo de empertigamento e marcha automática: criança em posição
vertical, plantas dos pés apoiadas no chão: ela empertiga-se progressivamente.
Reflexo de Galant: excitando-se a pele da criança, provoca-se um
encurvamento do tronco.
Reflexo de passagem do braço: coloca-se a criança de barriga para baixo,
o rosto apoiado contra a mesa. Num 1º tempo, a criança volta a cabeça. Num
segundo tempo, ela flete o braço correspondente à orientação de seu rosto e coloca
a mão defronte da boca.
Reflexo de transposição: se mantivermos a criança em posição vertical, o
peito de um de seus pés em contato com a borda da mesa, seu pé se eleva então,
colocando para cima da mesa.
Reflexos nociceptivos, o alongamento cruzado: se excitarmos a planta do
pé da criança, estando a sua perna estendida, a outra perna dobra-se e o pé
desloca-se na direção da zona excitada.
Reflexo de “fossar”: à estimulação da pele ao redor da boca, a criança
volta a diversas vezes, 1º para o lado do estimulado, depois para o outro, até que
para o lado estimulado. Esse reflexo desaparece por volta da 3ª semana.
Reflexos labiais, de sucção e de deglutição: quando os lábios se fecham,
é o reflexo de sucção; o reflexo de deglutição produz-se ao contato com o alimento.
A estruturação espaço-temporal: o tempo, o espaço, a distância e o ritmo
O tempo: essa percepção é muito frágil na criança de 5 anos.
Compreensão de duração: a criança utiliza, de forma rudimentar.
Desenvolvimento da noção de tempo: progressivamente, com a ajuda das
pessoas à sua volta, é que a criança compreenderá que o tempo é independente da
mudança.
Desenvolvimento da estruturação temporal:
4 anos – reconhece um dia da semana
5 anos - “manhã”, “tarde”
6 anos - indica o dia da semana
7 anos – o mês
8 anos – 0 ano
8-9 anos - o dia do mês
12 anos - avalia a duração de uma conversa – desde as férias
12 anos – indica a hora com uma aproximação de 20 minutos
O espaço – “O mundo espacial da criança constrói-se paralelamente ao
seu desenvolvimento psicomotor, à medida da crescente eficácia de sua
gestualidade e da crescente importância dos fatores relacionais que criam o espaço
da comunicação” COSTE, 1978 p.59.
Desenvolvimento da percepção do espaço: referencia os trabalhos de
Piaget – 1ª aquisições no estágio sensório-motor (0-18 meses).
A distância relacional – Sentido físico: calculável em centímetros ou
metros.
Sentido afetivo: “longe dos olhos”.
Varia de um grupo sócio-cultural a outro.
Varia de um grupo geográfico a outro.
Varia de um indivíduo para outro (ex. extrovertido)
O ritmo – fator de estruturação temporal que sustenta a adaptação ao
tempo.
Eventos naturais: ritmo das estações, dos dias, das horas, etc
Internos: batida cardíaca, respiratório, digestivo, hormonais, etc
Maturação psiconeurológica; gerontomotricidade
Maturação psiconeurológica –
“A evolução da motricidade é profundamente complexa, muito
mais do que parece, mesmo nas formas mais automatizadas, pois funciona desde o
feto, numa estreita relação com o sistema de necessidades, e está a certos reflexos
primitivos e arcaicos que traduzem a fenomenologia da sua satisfação diária”
FONSECA, 1998 p.162.
Para o funcionamento do sistema motor é necessário a coordenação de
vários componentes neurais e musculares de uma maneira altamente integrada e
diferenciada.
Para que um movimento ocorra com sucesso o cérebro precisa ter
condições de perceber o movimento em cada uma das suas etapas.
“O movimento e o seu fim são uma unidade, e desde a motricidade fetal
até a maturidade plena, passando pelo momento do parto e pelas sucessivas
evoluções, o movimento é sempre projetado face a satisfação de uma necessidade
relacional” FONSECA 1998 p.163.
Gessel: estudou as proliferações dos aspectos motores. Concluiu que é o
próprio movimento que liberta o estado caótico de inconsciência absoluta,
característico do momento do nascimento.
Minkowski: a evolução motora é, essencialmente, a evolução nervosa. Em
cada idade o movimento toma características profundamente significativas, como
processo maturativo.
Jackson apud Fonseca, 1998 levantou o problema de que as funções
neuropsicomotoras são o resultado de uma evolução hierarquizada, evolução que
será a passagem:
do mais organizado ao menos organizado,
do mais simples ao mais complexo, e
do mais automático ao mais voluntário.
Os centros superiores são ao menos organizados, os mais complexos e
os mais voluntários.
Jean Piaget:considera que a motricidade interfere na inteligência antes da
aquisição da linguagem.
A inteligência verbal ou reflexiva repousa numa inteligência sensório-
motora ou prática, que por seu lado se apoio nos hábitos e associações adquiridas
para as recombinar.
A realização do movimento leva à assimilação, que se torna elemento de
compreensão prática e ao mesmo tempo compreensão da ação.
Distúrbios psicomotores – MEUR e STAES 1989 p.27
1. Perturbações motoras -
debilidade intelectual que se traduz, na criança, por atraso no nível motor,
ou
problema de ordem psicológica: ex.: crianças superprotegidas não têm
vontade de aprender.
2. Grandes déficits motores - sintoma: hemiplegia. Em geral relacionadas
ao nascimento.
3. Perturbações do equilíbrio – a criança cai com regularidade, choca-se
contra outras pessoas, anda com os pés afastados, corre com o tronco para frente.
Sintomas objetivos: teste de ROMBERG: criança sentada, pés juntos, se
o corpo inclinar lentamente, podemos diagnosticar.
Causas:
Motoras: problemas no vestíbulo da orelha interna ou no cerebelo
Psicológica: criança com ausência de confiança em si mesma.
4. Perturbações da coordenação: ausência de gestos harmônicos;
desajeitada à mesa; habilidades manuais inadequadas.
Discronometria: atraso no desencadeamento do movimento e em sua
parada;
Dismetria: não localização do movimento;
Assinergia: deficiência de coordenação entre os diversos componentes
musculares dos movimentos.
Adiadococinesia: dificuldade de executar rapidamente movimentos
alternados.
Causas:
Perturbações vestibulares ou cerebelosas.
Perturbações da sensibilidade superficial ou profunda.
Perturbações psicológicas ou afetivas: a criança não se concentra em seu
trabalho, fica ansiosa, insegura.
5. Perturbações da sensibilidade – a criança não faz o mesmo gesto que
lhe demonstramos, exceto diante de um espelho; deixa cair objetos que segura.
Sintomas objetivos: pode-se descobrir na criança a dificuldade ou a
impossibilidade:
de manter uma posição, quando os olhos estão fechados.
de perceber um movimento com os olhos fechados.
Perturbações da sensibilidade superficial e profunda: a criança não
consegue localizar uma sensação tátil.
não consegue reconhecer uma forma geométrica ou uma letra desenhada
em sua mão.
não consegue reconhecer um objeto em sua mão.
Causas: frequentemente de ordem motora e neurológica.
Perturbações intelectuais – o atraso intelectual
A debilidade pode ser leve, moderada ou profunda. As realizações da
criança são de uma idade inferior à sua idade real.
Causas: neonatais, alcoolismo, moléstias (encefalite, meningite,
hemorragia cerebral)
Outras perturbações:
Perturbações do esquema corporal –
Perturbações da lateralidade –
Perturbações da estrutura espacial –
Perturbações do grafismo –
Gerontomotricidade –
“De uma imaturidade característica, o ser humano caminha para a
maturidade, vencendo vários obstáculos e integrando várias aquisições que são
essenciais para lidar com as realidade existentes, culminando posteriormente numa
desmaturidade declinativa na terceira idade” FONSECA, 1998 p.344.
A senescência, como antítese da adaptação e da evolução, implica uma
complexa rede de mudanças desintegradoras e progressivas;
A deterioração seletiva ocorre em diferentes ritmos e em diferentes zonas
do cérebro;
A doença de Alzheimer é progressiva e raramente responde ao
tratamento.
O empobrecimento neuronal causado pelo tempo, conduz a um declínio
funcional irremediável no envelhecimento normal.
Perturbações da memória imediata e de médio termo;
Desintegração neuropsicológica: discriminação figura-fundo;
Diminuição no processamento da informação auditiva;
Perda na discriminação tátilo-quinestésico: capacidade de discriminação
de pressão, forma e textura;
Inteligência: cristalizada
Modificações afetivas: solidão, isolamento, etc.
Pseudodemência: perturbações na linguagem, na motricidade e na
percepção, etc.
Desorganização e desincronização motora: perda da memória, falta de
iniciativa, etc.
Disfunções e desintegrações que variam de indivíduo para indivíduo, mas
seguindo sempre um processo de involução universal.
“No fim da vida está a morte, como focou Engels. Envelhecemos como
vivemos e merecemos, e o processo de envelhecimento natural pré-programado
geneticamente, inicia-se muito antes da terceira idade, designação esta introduzida
por Huet” FONSECA, 1998 p.349.
Avaliação qualitativa e quantitativa em psicomotricidade
Avaliações Qualitativas e quantitativas – L. PICQ e P. VAYER (1985)
Toda ação educativa necessita inicialmente da observação que implicará
na avaliação.
Observação: consideração das ações e dos comportamentos da criança.
Válida enquanto se observa os fenômenos como eles ocorrem, sem querer modificá-
los.
Avaliação: julgamento que o observador faz do que ele observa.
“Ora, um julgamento é uma comparação em relação a alguma coisa. É
necessário, então considerar que se esta “alguma coisa” é o que esperamos, o
julgamento torna-se um julgamento de valor PICQ e VAYER (1985, p233).
Avaliações Qualitativas e quantitativas
I - O conhecimento da criança–história e meio ambiente: aceitar a criança
como ela é conhecendo sua história.
Questionário preenchido pelos pais ou pelo profissional durante a
entrevista: forma simples para conhecer a história da criança.
A criança vista pelos outros (diferentes testes):
Observações médicas – informações sobre acidentes ocorridos no
momento do nascimento, ou desde a primeira infância.
Observações psicológicas – uso de alguns critérios que serão uma
referência e também uma forma de conhecimento:
Testes de nível mental.
Teste de nível escolar
Exames de desenvolvimento e do comportamento psicossocial.
Como a criança vê a si mesma: o próprio desenho: aplicação do teste da
figura humana de Goodenough.
Observação do desenvolvimento e do comportamento psicomotor: evitar
prender-se à descrição das dificuldades particulares ou as competências escolares,
buscando observar as capacidades gerais.
O exame psicomotor – Realizado com a criança na sala de trabalho,
usando materiais preparados anteriormente (folha de prova, cronômetro, bolas,
elástico, etc.)
Observação da média e grande infância (6 -11 anos): prova dos testes de
Ozeretski:
Coordenação dinâmica das mãos.
Coordenação dinâmica geral
Equilíbrio (controle postural)
Controle segmentário (controle do próprio corpo).
Organização espacial (orientação direita-esquerda).
De acordo com Picq e Vayer (1988) “a educação psicomotora procura as
técnicas mais eficazes, cujo objetivo é o de obter uma melhora progressiva no
comportamento geral da criança”.
Devem ser trabalhadas as seguintes funções:
A consciência do próprio corpo;
domínio do equilíbrio;
O controle e a eficácia das diversas coordenações globais e parciais;
O controle da inibição voluntária e da respiração;
A organização do esquema corporal e a orientação no espaço;
A estruturação espaço-temporal correta e maiores possibilidades de
adaptação ao mundo exterior.
Avaliação de Picq Vayer (1985) -dirigido às crianças de idade escolar,
com diferentes tipos de inadaptação – debilidade mental, deficiências sensoriais;
inadaptações motoras, sensoriais e psico –afetivas.
Dar ênfase ao trabalho com:
Percepção e controle do próprio corpo;
Regulação de condutas motoras;
Adaptações perceptivo-motoras.
Prática psicomotora –
Espaço psicomotor: local amplo para os exercícios psicomotores e
reservado para os exercícios sentados, com mesa e cadeiras adaptadas à estatura
da criança.
Para crianças com menos de 5 anos, se possível, um tapete para a
execução de determinados exercícios sensoriomotores no chão.
Ambiente alegre, exclusivo para às reeducações psicomotoras, decorado
com trabalhos e desenhos das crianças.
“Psicomotricidade na sua essência não é só a chave da sobrevivência,
como se observa no animal e na espécie humana, mas é, igualmente, a chave da
criação cultural. Em síntese, é a primeira e última manifestação da inteligência. A
psicomotricidade, em termos fologenéticos, te, portanto, um passado de vários
milhões de anos, porém uma história restrita de apenas cem anos” FONSECA (2004
p.11)
Avaliações Qualitativas e quantitativas – L. PICQ e P. VAYER (1985)
Toda ação educativa necessita inicialmente da observação que implicará
na avaliação.
Observação: consideração das ações e dos comportamentos da criança.
Válida enquanto se observa os fenômenos como eles ocorrem, sem querer modificá-
los.
Avaliação: julgamento que o observador faz do que ele observa.
“Ora, um julgamento é uma comparação em relação a alguma coisa. É
necessário, então considerar que se esta “alguma coisa” é o que esperamos, o
julgamento torna-se um julgamento de valor PICQ e VAYER (1985, p233).
Avaliações Qualitativas e quantitativas –
I - O conhecimento da criança –história e meio ambiente: aceitar a criança
como ela é conhecendo sua história.
Questionário preenchido pelos pais ou pelo profissional durante a
entrevista: forma simples para conhecer a história da criança.
A criança vista pelos outros (diferentes testes):
Observações médicas – informações sobre acidentes ocorridos no
momento do nascimento, ou desde a primeira infância.
Observações psicológicas – uso de alguns critérios que serão uma
referência e também uma forma de conhecimento:
Testes de nível mental.
Teste de nível escolar
Exames de desenvolvimento e do comportamento psicossocial.
Como a criança vê a si mesma: o próprio desenho: aplicação do teste da
figura humana de Goodenough.
Observação do desenvolvimento e do comportamento psicomotor: evitar
prender-se à descrição das dificuldades particulares ou as competências escolares,
buscando observar as capacidades gerais.
O exame psicomotor – Realizado com a criança na sala de trabalho,
usando materiais preparados anteriormente (folha de prova, cronômetro, bolas,
elástico, etc.)
Observação da média e grande infância (6 -11 anos): prova dos testes de
Ozeretski:
Coordenação dinâmica das mãos.
Coordenação dinâmica geral
Equilíbrio (controle postural)
Controle segmentário (controle do próprio corpo).
Organização espacial (orientação direita-esquerda).
De acordo com Picq e Vayer (1988) “a educação psicomotora procura as
técnicas mais eficazes, cujo objetivo é o de obter uma melhora progressiva no
comportamento geral da criança”.
Devem ser trabalhadas as seguintes funções:
A consciência do próprio corpo;
domínio do equilíbrio;
O controle e a eficácia das diversas coordenações globais e parciais;
O controle da inibição voluntária e da respiração;
A organização do esquema corporal e a orientação no espaço;
A estruturação espaço-temporal correta e maiores possibilidades de
adaptação ao mundo exterior.
Avaliação de Picq Vayer (1985) -dirigido às crianças de idade escolar,
com diferentes tipos de inadaptação – debilidade mental, deficiências sensoriais;
inadaptações motoras, sensoriais e psico –afetivas.
Dar ênfase ao trabalho com:
Percepção e controle do próprio corpo;
Regulação de condutas motoras;
Adaptações perceptivo-motoras.
Prática psicomotora
Espaço psicomotor: local amplo para os exercícios psicomotores e
reservado para os exercícios sentados, com mesa e cadeiras adaptadas à estatura
da criança.
Para crianças com menos de 5 anos, se possível, um tapete para a
execução de determinados exercícios sensoriomotores no chão.
Ambiente alegre, exclusivo para às reeducações psicomotoras, decorado
com trabalhos e desenhos das crianças.
“Psicomotricidade na sua essência não é só a chave da sobrevivência,
como se observa no animal e na espécie humana, mas é, igualmente, a chave da
criação cultural. Em síntese, é a primeira e última manifestação da inteligência. A
psicomotricidade, em termos fologenéticos, te, portanto, um passado de vários
milhões de anos, porém uma história restrita de apenas cem anos” FONSECA (2004
p.11).
Bibliografia:
COSTE JC. A psicomotricidade. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992.ALVES F. Psicomotricidade: Corpo, Ação e Emoção. 3ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2007.MEUR A, STAES L. Psicomotricidade: educação e reeducação níveis maternal e infantil. São Paulo: Manole, 1991.FONSECA V. Psicomotricidade: Filogênese, Ontogênese e Retrogênese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.FONSECA V. Psicomotricidade - perspectivas multidisciplinares. Ed. Artmed, 2004.