Turismo em estádios esportivos: estudo de caso do estádio Beira-Rio.
Pedro Mascarenhas de Souza Pinheiro.
Resumo:
Os estádios esportivos têm se tornado atrativos turísticos em diferentes partes do mundo, seja pela representatividade dos clubes que lá joguem, seja por diferenciais arquitetônicos ou de atrativos em sua construção. Os esportes têm a capacidade de transformar rapidamente os locais onde são praticados em ícones para um grande número de pessoas.
Os dirigentes esportivos devem considerar seus estádios também como um produto turístico, diferenciando as ações de marketing direcionadas a tal produto daquelas utilizadas para os demais produtos/serviços comercializados pelo clube.
Este estudo busca conhecer as potencialidades turísticas do estádio Beira-Rio, do Sport Clube Internacional, quais os produtos existentes dentro do complexo do estádio que podem ser considerados turísticos e quais as formas de comunicação utilizadas pelo departamento de marketing do clube para a divulgação destes produtos. Além de apresentar formas como esta área tem sido trabalhada em diferentes clubes no Brasil e exterior.
O estudo se fundamenta nos conceitos de marketing esportivo, produto turístico e no turismo esportivo, como uma recente tipologia do turismo mundial.
Para concretização deste estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica dos três temas já citados, pesquisa documental em materiais de comunicação utilizados na divulgação dos produtos turísticos do Sport Club Internacional, pesquisas em sites de clubes e estádios brasileiros e internacionais. Além de visitas ao Parque Gigante e ao estádio Beira-Rio.
Introdução:
A prática, assistência ou organização de eventos esportivos têm obrigado pessoas a
viajarem para as mais diferentes partes do mundo. Nesta linha, pesquisadores como
Pigeassou, Delpy e Gibson reconheceram o turismo esportivo como uma tipologia,
abordando as áreas onde estas duas atividades se inter-relacionam.
Este segmento do turismo tornou-se importante também economicamente,
segundo a Organização Mundial do Turismo, no ano de 2001, o esporte foi responsável
por 32 milhões de viagens de alemães, o que correspondeu a 55% das viagens feitas por
cidadãos daquele país. Já na Holanda, naquele mesmo ano, 07 milhões de viagens
tiveram como objetivo algum evento esportivo, alcançando 52% de participação do
total. (WTO, 2001)
Para Ritchie e Adair, chama muita atenção como os esportes de alto rendimento
foram influenciados por comercialização de produtos e o profissionalismo, tanto que os
ideais amadores parecem atualmente irrelevantes. Estas mudanças podem ser vistas em
patrocínios nos estádios, espectadores em frente a televisão, ouvintes de rádio, leitores
de jornais e revistas esportivas, sendo agora, mais do que nunca, um produto turístico.
(RITCHIE; ADAIR, 2004)
Os estádios esportivos têm se tornado atrações turísticas em diferentes países,
quer seja pelo tamanho das equipes que nele atuam, por suas aparições na mídia, por
terem sediado jogos de notória importância ou mesmo por diferenciais arquitetônicos,
estes espaços trazem consigo fortes imagens populares, adquiridas pela capacidade do
esporte em transformar os locais de suas práticas em ícones. (JOHN, 2002, pg. 54)
Marketing esportivo e o futebol:
O futebol, com uma maior participação da mídia, a transformação de seus atletas
em heróis e símbolos de pessoas de diferentes gerações, deixou de ser um esporte e
passou a constituir-se num negócio que movimenta altos valores financeiros.
Conforme a Arena Sports, no Brasil a indústria esportiva movimenta 31 bilhões
de reais anualmente, representando 3,3% do PIB nacional. Em estudo da Casual
Auditores Independentes chegou-se ao valor de 1, 418 bilhão de reais, gerado pelos
clubes de futebol brasileiros no ano de 2008.
A exploração dos produtos ligados ao futebol no Brasil ainda é muito recente, se
comparada às praticadas por clubes europeus e principalmente por clubes
estadunidenses de basquete, futebol americano, baseball e hóquei. Enquanto estes
tratam seu torcedor como cliente, com acomodações confortáveis, segurança em
estádios, ginásios e arenas e programas de benefícios por fidelidade, no Brasil estas
ações recém começam a aparecer e por enquanto o marketing esportivo se dá
principalmente em patrocínios e licenciamentos de produtos que muitas vezes não
possuem relação com o esporte.
Para Soares (2007, p.65):
“agentes determinantes e ativos da relação futebol e torcedor, os
clubes disponibilizam estruturas e segurança precária, gestão
deficiente, falta de uma equipe competitiva, preços fora da realidade
brasileira (de acordo com que os clubes oferecem), entre outros
fatores, colaboram para gerar a insatisfação do torcedor em valor do
benefício percebido (baixo valor agregado do produto – futebol).”
O aumento da cobertura do esporte na mídia, no início da década de 80, pode ser
considerado como determinante na atração de novos investimentos em patrocínio ou
promoção de eventos esportivos. (MELO NETO, 1995)
Kotler em 1991 já identificava o marketing ligado a eventos esportivos, porém o
relacionava em um grupo genérico de relações públicas. Em uma de suas primeiras
definições próprias, ele estava ligado ao patrocínio de equipes esportivas, conforme
Schlossenberg (1996, p.1) significava “o modo como as empresas distinguem-se nestes
dias, identificando-se com heróis atléticos e suas habilidades.
Ao longo dos anos ele foi tendo um caráter mais ligado à administração do
esporte, para Pozzi (1998) ele profissionaliza entidades esportivas e ajuda na realização
de eventos esportivos.
Para Melo Neto (2003), marketing esportivo é aquele praticado por entidades
esportivas (clubes, ligas, federações e confederações) com o foco voltado para produtos
e serviços.
O marketing esportivo é visto como o processo de projetar e implementar
atividades para a produção, fixação de preços, promoções de um produto esportivo, a
fim de satisfazer as necessidades ou aos desejos dos consumidores. (STOTLAR E
DUALIB, 2005)
Para Soares (2007, p.67), o marketing esportivo compreende ações voltadas para
a prática e a divulgação de modalidades esportivas, clubes e associações, seja pela
promoção de eventos ou torneios, seja pelo patrocínio a clubes esportivos.
O próprio autor faz, em sua tese de doutorado, uma linha cronológica com a
evolução do marketing esportivo no Brasil, iniciando em 1938 com o lançamento, pela
Nestlé, do chocolate Diamante Negro em homenagem ao atleta Leônidas da Silva até a
participação da empresa de marketing esportivo MSI na montagem e manutenção da
equipe campeã brasileira pelo Sport Club Corinthians Paulista, no ano de 2007.
Seguindo tendências mundiais, os clubes brasileiros começam a se voltar para
seu cliente, o torcedor, buscando seu apoio em forma de associações, participações em
programas de pontos e descontos, vendas de ingressos pela internet e outras facilidades.
Na linha destes pensamentos, o consultor Almir Somoggi define o torcedor
como um cliente esportivo, que vai aos jogos, compra ingressos, compra camisas
oficiais, DVDs comemorativos e assina pacotes de pay-per-view, e por estes motivos
ele:
Deve receber um serviço altamente qualificado, onde, além dos benefícios
funcionais, os serviços esportivos contenham outros benefícios intangíveis e
complementares, cada vez mais relevantes para o consumidor esportivo como
surpreendê-lo, diverti-lo, entusiasmá-lo, e que seja um canal para que o usuário
expresse sua personalidade, fazendo com que a entidade estabeleça uma
relação contínua através do oferecimento de experiências de consumo
memoráveis, com um alto grau de satisfação e emoção do cliente esportivo.
(SOMOGGI, 2007.)
Nesta questão de relacionamento com o torcedor, os dois principais clubes de
futebol de Porto Alegre, Grêmio e Internacional, são modelos para os demais no Brasil.
Segundo Casagrande e Depexe, a dupla grenal conseguiu criar programas que
aumentam a relação entre clube e torcedor e que promovem a fidelização dos mesmos.
A dupla grenal vem se destacando e estão ampliando o trabalho em cima de
ações de marketing esportivo juntos aos seus departamentos e, os modelos aqui usados
são copiados no resto do país. (TREIN, 2009)
Como resultado destas ações tornaram-se, em um espaço de cinco anos, os
clubes de futebol com o maior número de sócios com suas mensalidades em dia do país,
sendo o Sport Clube Internacional, um dos dez maiores clubes do mundo neste quesito.
Uma das formas utilizadas para se conquistar, fidelizar e manter os torcedores
como parceiros é a transformação dos estádios em atrativos turísticos, se fazendo valer
de museus, tours pelos bastidores, lojas de produtos licenciados e restaurantes para
aumentar a participação do torcedor no cotidiano do clube.
Turismo esportivo:
Nas formas conhecidas atualmente, pode-se dizer que turismo e esporte têm suas
origens no período pós Revolução Industrial. Para corroborar com esta idéia Lourenço e
Carvalho (2008) apresentam quatro fatores que possuem papel fundamental para a
relevância que estes dois segmentos representam à sociedade. A concentração das
populações em torno dos centros urbanos, o aumento da duração do tempo de lazer, o
aumento do poder de compra e o desenvolvimento dos meios e transporte.
Com o passar do tempo “o turismo e o desporto passam a ter actividades,
contextos e práticas comuns aos dois sectores...” (LOURENÇO; CARVALHO, 2008, p.
3). Estas interseções, como se refere Pigeassou (2004) definem o turismo esportivo.
Nesta mesma linha, Kurtzman e Zauhar acreditam que “os pontos de contato entre o
esporte e o turismo têm aumentado drasticamente” (2003, p.41). O que também é
impulsionado pelo fato de que o “esporte e turismo estão entre as atividades de lazer
mais procuradas no mundo desenvolvido” (RITCHIE; ADAIR, 2002, p.1).
De acordo com Pigeassou (2003) a expressão turismo esportivo surgiu na
França, na década de 70. Sobre este segmento do turismo, Lourenço e Carvalho (2008,
p.5) afirmam que “O turismo esportivo representa assim o corpo de conhecimento e o
conjunto de práticas onde as áreas do turismo e do esporte se tornam interdependentes”.
Kurtzman argumenta que atividades de turismo esportivo incluem um ou mais
elementos físicos do esporte como correr, pular, arremessar, bater, deslizar, apanhar,
chutar e driblar, participação, assistência, organização, aprendizado de habilidades
esportivas ou até mesmo assistir jogos esportivos de times, grupos ou individuais e
define o turismo esportivo como “o uso do esporte para fins turísticos” (KURTZMAN,
2005, p.49).
Standevem e De Knop (1999, p.12) o definem como “todas as formas de
envolvimento ativo e passivo em actividades esportivas, participações casuais ou
organizadas e eventos sem finalidades comerciais que necessite viagem para fora de seu
local de moradia ou trabalho.”
Para muitos autores é consensual a análise do turismo esportivo como uma inter-
relação entre as áreas e não uma ruptura entre o esporte e o turismo, entre estes autores
se destacam Standeven e De Knop (1999) com a obra “Sport Tourism”, Pigeassou, Bui-
Xuan e Gleyse (2003) com “Epistemológical Issues on Sport Tourism: Chalenge For a
New Scientific Field”, Gammon e Robinson (2003) em “Sport and Tourism: A
Conceptual Framework”, Kurtzman e Zauhar (2003) com “A Wave in Time – The
Sports Tourism Phenomena”, entre outros.
Estudiosos do turismo esportivo como Gibson (2004), Hinch e Higham (2004) e
Weed (2006) identificaram que faltam bases teóricas para explicar a demanda,
abastecimento e impactos nesta área.
O turismo esportivo contém seis subcategorias, sendo elas, eventos esportivos,
resorts esportivos, cruzeiros esportivos, atrações esportivas, esportes de aventuras e
tours esportivos. Já turistas esportivos são aqueles que viajam motivados por esportes,
seja para visitar locais esportivos, assistir ou participar de eventos esportivos, aprender
mais sobre esportes, vivenciar o ambiente e um grande evento ou encontrar
personalidades esportivas. (KURTZMAN, 2005)
Lourenço e Carvalho (2008) dividiram a participação de turistas em atividades
ou contextos esportivos nas seguintes tipologias. Turismo de prática desportiva, turismo
de espetáculo desportivo e outros contextos turístico-desportivos.
Dentro desta última área Pigeassou (2004) elenca o “turismo esportivo de
cultura”, que se refere a um caráter mais cognitivo da cultura esportiva, que pode estar
associado a um sentido de história esportiva, de curiosidade intelectual ou de veneração.
É nesta categoria que se enquadra o turismo em estádios e arenas esportivas que
para Gammon e Fear (2005) representa a área mais atual sendo estudada na literatura
sobre turismo esportivo. Os tours em estádios estão se tornando rapidamente uma parte
significativa para muitas destinações turísticas. Muitos estádios evoluíram de
construções funcionais e utilitárias para locais que guardam significados e
reconhecimento instantâneo tanto para fãs quanto para não fãs.
Para John (2002) A natureza global do esporte contribui para que os locais onde
são praticados se tornem ícones simbólicos mais rapidamente, atraindo turistas para si
de modo semelhante às atrações tradicionais. Tours em estádios oferecem aos turistas a
oportunidade de visitar áreas reservadas a muito poucos. Segundo Gammon (2004,
p.244) “eles prometem a melhor experiência de bastidores: seguir os passos de grandes
e privilegiados enquanto oferece uma visão interior do que acontece atrás das cortinas”.
Foi MacCannell em 1973 e 1976 quem primeiro sugeriu que as configurações do
turismo geralmente incluem áreas de frente e de fundos e que muitos turistas estão
dispostos a conhecer esta parte dos bastidores para vivenciar o local do modo que ele
realmente é (apud GAMMON e FEAR, 2005).
Nas palavras de MacCannell, “turistas normalmente participam de visitas
guiadas em estabelecimentos sociais, pois elas podem fornecer acesso fácil a áreas que
estão normalmente fechadas [...] Este tipo de tour, e a experiência causada por ele,
fornecem um leque interessante de problemas analíticos. O tour é caracterizado por
revelar o funcionamento interno do local [...] (1999, p.98).
Segundo Stevens:
“O apelo inerente ao estádio onde heróis jogaram e
lendas foram criadas dão a ele os atributos em que
se baseiam as mais reconhecidas atrações
turísticas – a atmosfera, o senso de ocasião,
evocação e emoção... É evidente que uma parte
importante do apelo do estádio como atrativo é o
seu potencial para dar ao visitante uma
experiência real de esporte como patrimônio.”
(2005, p. 213)
Muitos estádios de futebol alcançaram um status de local para ser aproveitado
através da perspectiva do turista ou do visitante ao invés da perspectiva do fã. O campo
oferece prazer a uma clientela distanciada da emoção do fã. (BALE, 1993, P.75)
Produto turístico:
Nas palavras de Girardi (2002, p.63) produto é o conjunto de todos os bens e
serviços resultantes da atividade produtiva de uma empresa. Envolve o bem material e
certas características de construção, aparência, desempenho, embalagem, prazo de
entrega, garantia e preço.
Para o turista, o produto engloba toda a experiência da viagem desde o momento
em que ele sai de casa até o momento em que ele volta (MEDLIK & MIDDLENTON
apud Middleton & Clarke, 2002). O produto turístico deve ser considerado como um
amálgama de três componentes principais de atrações, instalações no destino e
acessibilidade ao destino. (MIDDLENTON & CLARKE, 2002, p. 132)
O turismo possui as características próprias do setor de serviços, como
intangibilidade, inseparabilidade, perecibilidade e variabilidade, além de outras próprias
como a sazonalidade. Estas características estão presentes na formatação do produto
turístico, caracterizado por Sancho et al. (2002, p.90) como “conjunto de bens e
serviços que são utilizados para o consumo turístico por um determinado grupo de
usuários”.
O produto turístico possui vários componentes, transporte, meios de
hospedagem, atrações turísticas, serviços de alimentação, entre outros, que não são
necessariamente adquiridos de um único fornecedor. Segundo Medik e Middleton “para
o turista, o produto engloba toda a experiência – desde o momento em que ele sai de
casa até o momento em que ele volta” os autores completam que “o produto turístico
deve ser considerado como um amálgama de três componentes principais de atrações,
instalações no destino e acessibilidade ao destino”. (apud Middleton e Clarke, 2002)
Nas palavras de Droulers e Milani (2002):
O produto turístico inclui recursos e atrativos naturais e artificiais,
equipamentos e infraestruturas, serviços, atitudes recreativas, imagens e
valores simbólicos, constituindo-se num conjunto de determinados
benefícios capazes de atrair certos grupos de consumidores em busca de uma
satisfação das suas motivações e expectativas.
Os estádios esportivos têm se tornado atrativos turísticos em diferentes partes do
mundo, seja pela representatividade dos clubes que lá joguem, seja por diferenciais
arquitetônicos ou de atrativos em sua construção. Os esportes têm a capacidade de
transformar rapidamente os locais onde são praticados em ícones para um grande
número de pessoas.
Os dirigentes esportivos devem considerar seus estádios também como um
produto turístico, diferenciando as ações de marketing direcionadas a tal produto
daquelas utilizadas para os demais produtos/serviços comercializados pelo clube.
Ações turísticas em estádios de Futebol:
Para conhecer e identificar as ações turísticas praticadas por clubes de futebol
europeus foi utilizada a internet como ferramenta de procura, através dos sites oficiais
dos clubes ou dos estádios em questão.
Como modo de escolha, foram selecionados os clubes com maiores números de
títulos nacionais e internacionais em Portugal, Espanha, Itália, Inglaterra e Argentina,
além de casos já em implantação ou funcionamento no Brasil.
Em Portugal foram pesquisados três clubes, o Futebol Clube do Porto, com sede
na cidade de mesmo nome, o Sport Lisboa e Benfica e o Sporting Clube de Portugal
com seus estádios na capital do país, Lisboa. Os atrativos encontrados em seus
respectivos estádios, Dragão, Luz e José Alvalade diferem em poucas ações. Os três
contam com tours pelas dependências dos estádios e lojas de artigos oficiais.
Nos estádios Dragão e José Alvalade existem também museus que exibem as
histórias de seus clubes, através de troféus, uniformes antigos e atuais, artigos
importantes para o desenvolvimento dos clubes até os dias de hoje. Os preços variam de
2 a 10 euros, com valores mais baixos para crianças, idosos ou sócios dos clubes. Estas
duas agremiações organizam também festas de aniversário para crianças nas
dependências de seus estádios, com direito a jogos de futebol no campo, recreacionistas
e alimentação.
Ainda nos estádios do Porto e do Sporting, existem salas para reuniões e outros
eventos empresariais, podendo ser alugadas para realizações de diferentes tipos e
tamanhos.
Cada estádio da capital possui também um restaurante temático, o Catedral da
Cerveja, no estádio da Luz e o casa XXI no José Alvalade, ambos com vista para o
campo, estão abertos todos os dias da semana para almoça e funcionam sob locação
para jantares em dias que não há jogos sendo realizados.
Outra fonte de receita advinda do turismo para os clubes é a locação de seus
espaços para shows de artistas nacionais e internacionais.
Na Espanha foram pesquisados os estádios Camp Nou do Futebol Clube
Barcelona e Santiago Bernabéu, de propriedade do Real Madrid Clube Futebol.
O museu do F.C. Barcelona é o mais visitado de sua cidade e de toda a região da
Catalunha, tendo atingido a marca de 20 milhões de visitantes no ano de 2010. Além do
museu o estádio Camp Nou conta com o tour pelas dependências do estádio e um novo
espaço multimídia, onde os visitantes podem interagir com equipamentos que exploram
os cinco sentidos humanos. O passeio termina em uma loja oficial do Barcelona com
três andares contendo toda a gama de produtos licenciada pelo clube. O custo desta
visita completa é de 19 euros para visitantes não sócios do clube, os sócios possuem
entrada gratuita. O ingresso pode ser adquirido através do site oficial do clube na
internet.
Facilidade também oferecida no estádio Santiago Bernabéu, onde o pacote para
o tour e museu sai por até 16 euros para não sócios. No estádio da capital existem ainda
3 restaurantes, uma loja com produtos oficiais do clube e 16 salas para eventos, com
capacidades que variam de 16 a 600 pessoas.
Em Milão, o mesmo estádio abriga as duas maiores equipes da cidade, o San
Siro, para torcedores do A.C. Milan ou Giuseppe Meazza, para torcedores da
Internazionale. Porém, alheia as disputas em campo, as ações turísticas são organizadas
em parceria das equipes com a administração do estádio. As atrações são o tour, com
visitas diárias e custos entre 10 e 12,50 euros, o museu, também aberto todos os dias,
com entradas entre 5 e 7 euros e a loja de produtos oficiais, dividida entre as duas
equipes.
As outras grandes equipes do país como Roma e Lazio da capital e Juventus de
Turim, não disponibilizam produtos voltados ao turismo em seus estádios.
Na Inglaterra é o país onde o turismo ligado ao futebol é mais explorado, com
ações que divergem da maioria praticada em outros países europeus, os clubes ingleses
tentam atrair um público diferente de turista, apostando na nostalgia de seus torcedores.
O F.C. Liverpool, maior campeão inglês, oferece em seu estádio, o Anfield Road
duas provas desta nova mentalidade, a primeira, o Anfield Experience, que consiste em
um tradicional tour pelo museu do clube e as dependências do estádio, porém tendo
como guia algum ex-jogador campeão pelo clube e no final da visita um jantar entre os
participantes e este mesmo jogador, por um valor de 75 libras esterlinas por pessoa.
O segundo produto, Ultimate Anfield Experience, oferece no começo do dia, um
café da manhã com algum ex-jogador, em seguida o tour pelo museu e dependências do
estádio. Depois o visitante pode participar do treino da equipe de lendas do clube e
acaba sua visita com um almoço na sala de troféus de Anfield Road, este passeio está
orçado em 245 libras esterlinas. Ambos podem ser reservados através do site do F.C.
Liverpool na internet, podendo inclusive ser escolhido o jogador que o visitante gostaria
de conhecer.
Além destes, o clube oferece o tour pelas dependências do estádio e museu,
acompanhado ou não por algum ex-jogador, a loja de produtos oficiais do clube e um
restaurante em Anfield Road.
Na capital do país o Chelsea F.C. disponibiliza para seus visitantes duas
modalidades de visitas ao seu estádio e museu, a primeira, com duração de 60 minutos,
custa entre 9 e 16 libras esterlinas e a segunda, denominada de visita Platinum, é
realizada de modo privado pelo visitante e seus acompanhantes, com um guia e direito a
almoço no estádio, esta tem um custo de 50 libras por pessoa.
Além destes produtos, o clube possui um centro de convenções, o Bluewing, o
Chelsea Club e Fitness SPA e o Millenium & Copthorne Hotel, dentro do complexo do
estádio de Stanford Bridge.
É em Londres também que está o mais moderno estádio privado do país, o
Emirates, de propriedade do Arsenal F.C. Entre os produtos oferecidos está o museu do
clube e o tour pelas dependências do estádio, acompanhado ou não por algum ex-
jogador da equipe, com valores entre 8 e 35 libras por pessoa, podendo ser previamente
agendado pela internet, no site oficial do clube.
Além destes o estádio possui também uma loja com produtos oficiais,
restaurantes e centro de eventos.
O segundo maior campeão inglês, o Manchester United, oferece em seu estádio,
Old Trafford, também conhecido como Teatro dos Sonhos, as atrações mais comuns,
tour pelas dependências do estádio, museu e loja com produtos oficiais do clube.
Na América do Sul alguns clubes também se destacam na oferta de produtos
turísticos em seus estádios ou com suas marcas, um destes casos é o Club Atlético Boca
Juniors, de Buenos Aires, que possui em seu estádio, La Bombonera alguns atrativos
como o museu do clube, a loja oficial e o tour. Por estar localizado no bairro de La
Boca, um dos principais pontos turísticos da capital portenha, o estádio se privilegia
com a constante chegada de visitantes.
Além destes produtos, o Boca Juniors é o único clube dos pesquisados que
possui uma agência de viagem, com pacotes especiais para o turista ou torcedor que
quiser acompanhar os jogos de seu time fora da cidade.
Ainda em Buenos Aires o Clube Atlético River Plate oferece em seu estádio,
Antonio Vespúcio Liberti, conhecido como Monumental de Nuñez o maior museu de
um clube de futebol da América Latina, ainda oferece tour pelo interior do estádio e
uma loja com produtos oficiais do clube.
No Brasil algumas experiências começam a surgir, no estado de São Paulo foram
encontradas algumas ações ligadas ao turismo, o Santos Futebol Clube, possui em seu
estádio um memorial do clube, com ingressos entre 3 e 10 reais, uma loja com produtos
do clube e a possibilidade de arrendar para eventos o gramado da Vila Belmiro, o
ginásio anexo e os vestiários. Existe ainda o projeto de um museu destinado a Pelé,
maior estrela do clube.
No Cícero Pompeo de Toledo, o Morumbi, estádio do São Paulo Futebol clube
estão presentes o memorial do clube, a loja com produtos oficiais, o restaurante e bar
Santo Paulo, aberto todos os dias e que durante os jogos é utilizado como espaço VIP do
estádio.
Além destas instalações, existe o programa Batismo Tricolor, onde qualquer
pessoa, independente de idade, sexo e religião comparece a uma cerimônia onde a
figura do Santo Paulo o legitima como torcedor do clube. Pelo valor de R$120,00 o
torcedor comparece ao evento no gramado do estádio em grupos de 20 pessoas, recebe
um certificado de “São Paulinidade”, um vaso com grama do Morumbi, uma camisa do
projeto entre outros artigos.
Ainda na capital Paulista, há no estádio Paulo Machado de Carvalho, o
Pacaembu, o Museu do Futebol. Instalado em uma área de 6.900 m² é de iniciativa do
Governo do Estado e da Prefeitura da cidade de São Paulo e administrado pelo Instituto
da Arte do Futebol Brasileiro. Possui exposição permanente contando a história do
futebol brasileiro. Além das exposições permanentes e temporárias as instalações
podem ser alugadas para eventos empresariais.
Ainda no prédio existe o bar O Torcedor, administrado pela AmBev e aberto de
terças a domingos das 10:00 a meia-noite, porém se encontra fechado em dias de jogos.
Segundo o site oficial do museu mais de 940.000 visitas foram realizadas desde
sua inauguração. Os ingressos custam entre 3 e 6 reais, e a entrada é gratuita para idosos
e crianças estudantes da rede pública.
Em Curitiba o Clube Atlético Paranaense possui o estádio mais moderno entre
todos os participantes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro, inaugurado em
1999 o estádio José Américo Guimarães, mais conhecido como Arena da Baixada é um
importante ponto turístico da capital do estado.
No estádio são realizados tours, para que se possa conhecer o seu interior e
dependências normalmente de acesso proibido a torcedores em dias de jogos. São seis
horários fixos de visita de segunda a domingo, porém, em dias de jogos, o último
horário será o de quatro horas antes do começo da partida. O valor do ingresso é de 7
reais e se adquirido com a revista oficial do clube, o custo fica em 10 reais.
O clube também oferece visitas ao seu centro de treinamentos, o C.T. do Caju,
realizadas aos sábados a cada quinze dias, somente no horário das 09h30min. Foi neste
centro que ficou hospedada a seleção brasileira de futebol antes de sua viagem para a
Copa do Mundo de 2010.
O Sport Club Internacional:
Fundado em 04 de Abril de 1909 pelos irmãos Poppe o Internacional logo se
tornou uma das forças do futebol gaúcho. De acordo com seu estatuto é “uma sociedade
civil, sem fins lucrativos, com prazo indeterminado de duração e tem por finalidade
atividades esportivas, sociais e culturais.”
Seu estádio, José Pinheiro Borda, mais conhecido como Beira-Rio, foi fundado
em 06 de Abril de 1969 e tem como marco em sua história, ter sido construído com
recursos obtidos através de doações de torcedores do clube. O estádio está localizado as
margens do Lago Guaíba, e é o escolhido pela FIFA para abrigar os jogos da Copa do
Mundo de 2014 a ser realizada no Brasil.
O Beira-Rio está situado em uma ampla área também de propriedade do Sport
Club Internacional, o Parque Gigante, que conta com um ginásio de esportes
(Gigantinho), três campos de treinamento, centro de eventos, área de lazer, loja oficial
de produtos do clube e do patrocinador esportivo e uma churrascaria.
Recentemente o clube, através de seu departamento de marketing, passou a
trabalhar ações voltadas ao turismo em suas dependências, uma destas ações, a Visita
Colorada, proporciona a torcedores e visitantes conhecer as dependências do estádio, o
passeio, com duração aproximada de 40 minutos é realizado com o acompanhamento de
guias, e os torcedores podem conhecer as suítes, os camarotes, os vestiários, o túnel de
acesso ao campo, o gramado de jogo, entre outros atrativos.
Os valores variam de R$7,00 a R$12,00, sócios do clube, crianças com menos de
seis anos de idade e crianças estudantes em escolas públicas de comunidades carentes
têm a entrada gratuita. O tour ocorre de terças a domingos entre as 09h e o meio dia e
entre as 13h30min e às 17h.
No ano de 2010 foi inaugurado no complexo Beira-Rio o Museu Sport Club
Internacional - Ruy Tedesco com 1.200 m² onde estão expostos troféus, fotos, flâmulas,
vídeos e entrevistas de personalidades que ajudaram a construir a história deste clube. O
espaço está aberto de terça a domingo das 10h as 18h com custos que variam entre
R$5,00 e R$10,00, sendo gratuito para sócios em dia e crianças de até cinco anos. O
visitante ainda pode optar por adquirir o passaporte para as duas atrações, tendo um
acréscimo de R$5,00 nos ingressos do visita colorada.
Outro ponto de interesse no Parque Gigante é o Centro de Eventos Presidente
Arthur Dallegrave, o local foi concebido para realizações de eventos de todos os portes
como casamentos, formaturas, convenções, banquetes, shows, casamentos, entre outros.
Com 2650 m² de área construída, tem capacidade para 800 pessoas sentadas ou mil
pessoas em pé.
Ainda como atração no complexo está a churrascaria Montana Grill, situada
junto ao Lago Guaíba a casa está aberta diariamente em horários de almoço e janta,
inclusive em dias de jogos no estádio.
Como meio de comunicação com os turistas o Sport Club Internacional se utiliza
de seu site oficial na internet, com informações detalhadas do Visita Colorada, museu e
centro de eventos, newsletter para visitantes que tenham se cadastrado quando do
momento da visita ou que tenham contatado o clube através de e-mail. Há também
folders do Visita Colorada e da churrascaria Montana em hotéis, restaurantes e no
aeroporto de Porto Alegre, através de parceria com a empresa Display Card, que exibe
folders de restaurantes, hotéis, auto-locadoras e pontos turísticos da capital gaúcha
Conclusão:
Ao analisar as ações voltadas para o turismo em estádios de futebol pode-se
perceber que os diferentes clubes se utilizam de projetos muito semelhantes. Em todos
os estádios pesquisados foram encontrados os mesmos produtos como tour, museu e
loja de produtos oficiais.
As ações mais marcantes e com maiores diferenciais em marketing vêm de
clubes ingleses, que contrataram ex-jogadores para apelar ao saudosismo do torcedor de
uma época de glórias de suas equipes.
No Brasil estas ações estão em fase inicial, com os clube não fazendo grandes
investimentos em instalações e divulgações de seus produtos, sendo a comunicação
entre clube e turista baseada no site oficial de cada equipe. As secretarias de turismo dos
municípios pesquisados não apresentavam qualquer menção a estádios em seus sites ma
internet, denotando falta de apoio do poder público a esta tipologia turística.
O Sport Club Internacional está na vanguarda do futebol brasileiro em matéria
de gestão corporativa e os resultados surgem em todas as esferas do clube, no que tange
a turismo já existe um produto bem desenvolvido e com boa aceitação por parte dos
visitantes.
Como sugestão para novas pesquisas está a descoberta das motivações de
turistas brasileiros a visitarem estádios de futebol e a percepção de dirigentes de
marketing de clubes de futebol sobre a importância de se desenvolver atividades
voltadas ao turismo.
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