Características e
Dinâmica do Sistema
Fluvial Amazônico
Lauren BelgerLauren BelgerLEA – Ecologia - INPA
Colaboração:Juliana SchiettiSSigLab – INPA
1 Li it l i d b i ô i1. Limites e geologia da bacia amazônica
2. Hidrografia – principais tributários
3. Tipos de água
4. Hidrologia e Regime de precipitação
5. Classificação de florestas inundáveisç
5 Conceito do Rio Contínuo e Pulso de Inundação5. Conceito do Rio Contínuo e Pulso de Inundação
6 E l i d iã6. Explorar imagens da região
• Rio Amazonas nasce no Peru e percorre cerca de 6400 a 6800 km até o Atlântico
• Peru e Colômbia Rio Amazonas
• Brasil até a confluência com Rio
• Peru e Colômbia - Rio Amazonas
• Brasil até a confluência com Rio Negro - Solimões Amazonas
• Área da bacia ~ 6,8 milhões de km2milhões de kmManaus
Limites da Bacia Amazônica
Escudo das Guianas
Cordilheira Andina
Alt d li id dEscudo Brasileiro
- Alta declividade- Geologia instável- Chuvas intensas- Chuvas intensas
Pelo menos 10 milhões de anos de forte erosão. Os sedimentos são t t d l t l d té Atlâ ti dtransportados para leste e ao longo do curso até o Atlântico podem ser depositados nas planícies aluviais e no fundo dos rios.
Área de drenagem da Bacia Amazônica ~ 6,8 milhões de km2
50% da bacia é constituída pelos Escudos Brasileiro e d G i ( l õ té 1000 )das Guianas (elevações até 1000m)
15% formada pelos Andes (elevações até ~ 5000m)
35% da bacia é formada por depósitos de sedimentos andinos - Zona de extensão aluvial – e está abaixo deandinos Zona de extensão aluvial e está abaixo de 300m
EscudosZona de extensão aluvial (35%)
(50%)
Andes (15%)
Principais rios do sistema fluvial amazônico
Tipos de água do sistema fluvial amazônico
Águas brancas
Águas claras
Águas pretasg p
A natureza química da água de um rio está relacionada com a
formação geológica predominante em suas nascentes.
Formação geológica natureza química da água
De forma geral...
• Rios que drenam formações antigas como áreas dos Escudos têm águas claras
• Rios que drenam as formações recentes das cordilheirasRios que drenam as formações recentes das cordilheiras andinas e região pré-andina têm águas brancas
• Rios que drenam áreas do interior da bacia amazônicas ou escudos (solos arenosos) têm águas pretas( ) g p
Águas Brancas
• Coloração ocre • Carrega muito sedimento e
nutrientes erodidos dosnutrientes erodidos dos
Andes e encostas
• Pouca transparência (de 10 50 d f did d )
• pH: 6 2 – 7 2
a 50 cm de profundidade)
• pH: 6,2 – 7,2 Tampões minerais de argila ilita e montemorilonita, alta capacidade de
absorção
• Florestas inundadas por águas• Florestas inundadas por águas brancas são chamadas de Várzea
Águas Brancas
• Grande rios de água barrenta drenam predominantemente os Andes.
• Rio Branco é considerado semi-barrento pois drena o Escudo das Guianas (na época seca as águas transportam pouco sedimento)Guianas (na época seca as águas transportam pouco sedimento).
S li õ /ASolimões/AmazonasMadeiraPPurusJuruáI áIçá Japurá
Águas Claras
• Água cristalina (esverdeada)
• Pouca carga de sedimentos (*época chuvosa)
• Transparência alta (máxima até pouco mais de 4 m de profundidade)
• pH : 4,5 – 7,8
Ausência de tampões caulinita, baixa capacidade decapacidade de absorção.
• Florestas inundadas por águas l ã h d d I óclaras são chamadas de Igapó
Rio Tapajós
Águas Claras
Pequenos corpos d’água (Igarapés) são encontrados em toda bacia.
Grande rios drenam predominantemente o Escudo Brasileiro.p
Nascentes andinas
acima de 400 m sãoacima de 400 m são
sazonalmente claras
Tocantins/ AraguaiaXinguTapajósTrombetas
Águas Pretas
• Coloração de chá, café, coca‐cola…
• Transparência limite pode chegar a 1,3 ou 2,5 m de profundidade
B t t b di t t i t• Bastante pobre em sedimentos e nutrientes
• pH: 3,8 – 4,9p
Ausência de tampões b icompostos com baixa
capacidade de absorção, deixam livres ácidos húmicose fúlvicos.
Tipo de solo drenado (areias t ) ã filtquartzosas) não filtram a
matéria orgânica que acaba exportada para os rios.
• Florestas inundadas por águas pretas são chamadas de Igapó
Águas Pretas
Pequenos tributários de águas pretas estão espalhados pela bacia amazônica A maior concentração está na região do rio Negroamazônica. A maior concentração está na região do rio Negro.
Rio NegroJaúJaúUrubuCuieirasCuieirasUatumãTeféTefé
Características físicas e químicas dos três principais tipos de rios da bacia amazônica
Características físicas e químicas dos três principais tipos de rios da bacia amazônicabacia amazônicabacia amazônica
Parâmetros Água-branca Água-preta Água-claraParâmetros Água branca Água preta Água clara
Origem Encostas dos Andes Escudo das Guianas Relevo plano dos Escudos Brasileiro e
geomorfológicaEncostas dos Andes e Terra firme lixiviada Escudos Brasileiro e
das Guianas
Cor ocre marrom café verde( oliva)Cor ocre marrom-café verde(-oliva)
Transparência 0 1 0 5 1 3 2 9 1 1 4 4p(disco de Secchi) 0,1 – 0,5 m 1,3 – 2,9 m 1,1 – 4,4 m
S di t 0 08 0 40 /lit 0 02 0 10 /litSedimentos 0,08 – 0,40 g/litro – 0,02 – 0,10 g/litro
Conteúdo húmico 14 1 mg/litro 26 6 mg/litro 2 3 mg/litroConteúdo húmico 14,1 mg/litro 26,6 mg/litro 2,3 mg/litro
pH da água 6,2 – 7,2 3,8 – 4,9 4,5 – 7,8
Nutrientes inorgânicos rico pobre variávelinorgânicos p
Vegetação várzea igapó igapó
Sioli (1954, 1984), Schmidt (1972), Prance (1978), Furch (1984), Irion (1984), Junk (1984), Sombroek (1984)
g ç g p g p
Descarga de sedimentos: contribuição relativa dos tributários+ [ ] - [ ] ~30 % das águas fluem
pelas planíciespelas planícies
Até 80% dos sedimentos podem ser depositados
20 a 30 cm anuais20 a 30 cm anuais
Ilha daIlha da Marchantaria
19901990
2000
Água branca decantadaÁgua branca decantada
1 2Dinâmica Fluvial
erosãoDa mesma forma que as planícies aluviais são construídas também
erosão
podem ser erodidas. sedimentação
LEVEE
3 4
Correntes removem sedimentos molesd it t t d
OXBOW LAKE
LEVEELAKESe depositam em outras partes do curso
Margens de erosão e sedimentaçãoMargens de erosão e sedimentação
Lagos de meandro abandonadoLagos de meandro abandonado
Rios de meandros e Formação de lagos Rio Juruá
Dinâmica fluvialA cada 2500 anos a planície inundável do RioA cada 2500 anos a planície inundável do Rio Amazonas, entre os rios Purus e Negro, seja
renovada pelos processos de erosão erenovada pelos processos de erosão e deposição.
O tempo de renovação deve variar do sentidoO tempo de renovação deve variar do sentido oeste leste
Margem de deposição Sucessão vegetalSucessão vegetal
Vazão: contribuição relativa dos grandes tributários
~214 milhões de litros/seg
15 16% de toda água liberada15-16% de toda água liberada nos oceanos anualmente
A precipitação varia espacial e temporalmente na bacia amazônica
A precipitação varia espacial e temporalmente na bacia amazônica
Variação intra-anual
Hemisfério Norte maior precipitação em junho e julho
ç
Hemisfério Sul maior precipitação em março e abril
Em geral, chove intensamente (200 mm/mês) cerca de 6 meses do ano em praticamente toda bacia
Variação interanual e interdecadal dificulta previsões
Variações na precipitação ao longo do ano
Variações intra-anuais na precipitaçãoprecipitação
Flutuações nos níveis de águaAmplitude de variação de até 25 mAmplitude de variação de até 25 m
Tributários do sul
Oeste picos entre março e maioOeste picos entre março e maioCentral picos entre junho e julho
Norte vazante entre outubro e fevereiro
Sul picos entre março e abrilTributários do norte
Sul picos entre março e abril
Variação no nível da água – Rio Negro emManaus 10mVariação no nível da água Rio Negro em Manaus 10mPico da cheia em junho – Seca em outubro e novembro
Período de inundação Período de secaPeríodo de inundação Período de seca
Os tributários do sul alagam primeiroOs tributários do sul alagam primeiro
Várzea Áreas alagáveisÁreas alagáveisVárzeaTerras baixas do Terciário e Quarternário
Alagadas por água branca
Rico em nutrientesRico em nutrientes
~ 200.000 km²
IgapóTerras baixas do Terciário
Alagadas por água preta ou água claraAlagadas por água preta ou água clara
Pobre em nutrientes
~ 100.000 km²
Sioli (1954), Prance (1979), Junk (1993)
ChavascalSavana
~152.000 km2
150
ológ
ico pluviosidade (mm/dia)
cota campo RNL (cm)cota rio Negro (dm)
100
omet
oro
50tro
hidr
0Parâ
met
0
mar-04
mai-04
jul-04
set-04
nov-04
jan-05mar-
05mai-
05jul-0
5set
-05nov
-05jan-06mar-
06
P
ma ma ju se no ja ma ma ju se no ja ma
Dois conceitos importantes...
Conceito do Rio Contínuo (Vannote et al. 1980)
Variações ao longo do sistema fluvial
Conceito do Pulso de Inundação (Junk et al. 1989)
Variações laterais/ transversais no sistema fluvial
Conceito do Rio Contínuo Cabeceiras
Teoria de equilíbrio energético da geomorfologia fluvialFoz
As comunidades rio abaixo são
FozTanto as ineficiências das As comunidades rio abaixo são
adaptadas para capitalizar sobre as ineficiências de processamento rio
cabeceiras como os ajustes rio abaixo são previsíveis.p
acima.p
• Mudanças sistemáticas nas características físicas das nascentes para boca dos rios (largura do canal profundidade entrada de luzboca dos rios (largura do canal, profundidade, entrada de luz, temperatura...).
• Variações nas características físicas promovem um contínuo de ajustes biológicos consistentes com os padrões de carga transporte utilização ebiológicos consistentes com os padrões de carga, transporte, utilização e armazenamento de matéria orgânica.
Substituição de espécies ao longo do contínuo de mudanças físicas.
1a a 3a ordem - cabeceiras Conceito do Rio ContínuoVannote et al. 1980
• Floresta ripária pouca luz• Baixa produtividade primária
Vannote et al. 1980cortadoresraspadoresp p
• Recurso alóctone• Heterotrófico
raspadores
4a a 6a ordem – médio porte
• Aumenta disponibilidade de luz• Cresce a produtividade primária• Cresce a produtividade primária • Baixa dependência de recurso alóctonealóctone• Autotrófico (grau de luminosidade)
> 6ª ordem – grandes rios
• Floresta ripária insignificante• Disponibilidade de luz alta• Aumenta profundidade e turbidez• Limitação da produtividade primária• Recebe matéria orgânica fina particulada
O conceito do pulso da inundaçãoO conceito do pulso da inundação
Florestas alagáveis na Amazônia Central
amplitude média de cerca 10 m
Inundação periódica das planícies aluviais devido a flutuações nos níveis da água dos rios
Processo resultante das variações intra anuais deProcesso resultante das variações intra-anuais de precipitação na área de captação dos grandes rios.
O conceito do pulso da inundação
(J k t l 1989)
O conceito do pulso da inundação
(J k t l 1989)
Nível máximo
(Junk et al. 1989)(Junk et al. 1989)Nível mínimo
• anualregularia • regular
• ± previsível
eqüê
nci
Força motriz que determina osd t d á l á i
fre
• Formação de uma alta diversidade de
processos dentro das áreas alagáveis
Nível máximoNível mínimo
çhabitats
• Dinâmica no desenvolvimento das
Nível máximo
Dinâmica no desenvolvimento das comunidades de plantas e animais
• Ciclos biogeoquímicosncia
• Ciclos biogeoquímicos
• Ciclos de vidafreq
üên
• Ritmo de crescimento
• Atividades econômicas da população
f
• Atividades econômicas da população humana
ArcviewArcview
Obrigada!!!Obrigada!!!
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