IFET – GEOGRAFIA
Formações Vegetais
Biomas são espaços geográficos que
compartilham as mesmas
características físicas, biológicas e
climáticas.
Segundo o IBGE os biomas são
definidos de acordo com sua formação
vegetal, ou seja, o tipo predominante
de plantas existentes em uma
determina área.
Biomas Brasileiros: floresta amazônia;
mata atlântica; cerrado; caatinga;
pantanal e pampa
Características Gerais dos Biomas Brasileiros:
Floreta Amazônica: maior floresta
tropical do mundo sendo o maio bioma
do Brasil em relação a sua
abrangência territorial, dessa forma,
estando presente em nove países da
América Latina.
Sua vegetação é caracterizada por
apresentar matas densas constituídas,
em sua maioria, por árvores de grande
porte possuindo troncos longos e
copas fartas. O solo deste bioma é
caracterizado por ser pobre em
nutrientes e arenoso, contudo, este
fator não irá afetar sua biodiversidade.
No bioma amazônico está localizada a
maior bacia hidrográfica do mundo, a
Bacia Amazônica que juntamente co
seus afluentes constituem um sistema
hídrico particular deste bioma,
interferindo diretamente na dinâmica
da floresta, principalmente, na fauna
que apresenta três formações vegetais
distintas: a matas de várzea e as de
igapó. As dinâmicas destas formações
vegetais é regida pela ocorrência ou
não de alagamentos que podem ser
periódicos e/ou permanentes.
Ainda sobre a questão hídrica e sua
importância biológica e turística para a
região é neste bioma que acontece o
Encontro das Águas, que acontece no
estado de Manaus e é considerado, e
proporcionando o encontro de dois
grandes rios, os rios Negro e
Solimões. Este fenômeno, além de,
marcar um ponto turístico dentro do
bioma amazônico é considerado um
patrimônio cultural brasileiro.
Cerrado: segundo maior bioma
brasileiro, sendo considerado a savana
mais rica em biodiversidade do mundo.
Caracterizado por sua vegetação
peculiar juntamente com seu potencial
hídrico de absorção das águas da
chuva conferindo é reconhecido como
a “caixa d’água do Brasil”. Árvores
baixas de tronco retorcido possuindo
folhas grossas associadas às
gramíneas e arbustos caracterizam a
paisagem do cerrado que conta com
uma fauna composta por muitas
espécies endêmicas as quais
apresentam adaptações para
sobrevirem neste ambiente seco de
elevadas temperaturas. As queimadas
também possuem papel indispensável
para a caracterização destas
adaptações, visto que a ocorrência das
mesmas neste ambiente é comum.
Seu solo de cor avermelhada possui
altos índices de acidez e falta de
nutrientes, outro aspecto que interfere
nas adaptações das plantas do local,
que possuindo raízes longas
conseguem aproveitar do grande
potencial hídrico deste bioma que não
está, necessariamente, nas águas
presentes na sua superfície, mas sim,
nos diversos lençóis freáticos da
região.
Caatinga: “mata branca” significado de
seu nome caracteriza a formação
vegetal deste bioma, que em épocas
de seca perde todas as suas folhas
permanecendo somente o tronco das
árvores, os mesmo de cor branca,
além destas características, a
vegetação da caatinga conta com a
presença de muitos cactos e arbustos,
principalmente.
Com sua hidrografia dependendo,
basicamente, do rio São Francisco,
somado ao seu clima, onde é normal
acontecerem períodos de seca que
variam de 8 a 9 meses, árido e solo
raso e pedregoso a flora da caatinga
apresenta grande quantidade de
plantas xerófilas, ou seja, são
adaptadas para ao clima seco e a
pouca quantidade de água da região,
estas características associadas
garante as espécies folhas miúdas
cascas grossas e hastes espinhentas
que são adaptadas também a
evapotranspiração intensa.
Asa Branca e o mandacaru são as
espécies símbolos da caatinga.
Mata Atlântica: está entre as florestas
tropicais mais ameaças em nível
global, com vegetação de médio a
grande porte a mata atlântica
inicialmente abrangia toda a área
costeira do Brasil, e em algumas
regiões adentrava o território,
principalmente, na região sudeste.
Com altos índices de umidade, seu
solo pobre, raso, com elevados índices
de acidez e pouca oxigenação conta
com a ação da serrapileira para
garantir a biodiversidade vegetal.
Devido sua localização seu potencial
hídrico beneficia as maiores cidade do
país, entre elas, Rio de Janeiro e São
Paulo. A biodiversidade contida neste
bioma caracterizado pela forte
presença de espécies endêmicas
consegue superar o total de espécies
presentes em alguns continentes, por
este fator, principalmente, a mata
atlântica é prioritária em conservação
de espécies em nível mundial.
Contando com inúmeras cadeias de
montanha este bioma tem grande
potencial para a instalação de usinas
hidroelétricas, outro fator que contribui
para seus elevados índices de
desmatamento. As chuvas de encosta
contribuem para seu elevado índice
pluviométrico, que no mérito
hidrológico, é indispensável citar as
Cataratas do Iguaçu presente nos
limites deste bioma.
Pantanal: menos bioma brasileiro que
abriga a maior planície inundável do
mundo, está localizado,
principalmente, na região centro-oeste
do país, seu relevo marcado por estas
regiões que sofrem com alagamentos
conta com um solo arenoso e argiloso,
como também, possui sua vegetação
sofrendo interferência de outros
biomas, formando um mosaico de
plantas advindas dos biomas mata
atlântica, floresta amazônica e
caatinga. As características do solo, já
mencionadas, conferem ao bioma sua
característica mais marcando no
quesito hidrográfico, seus
alagamentos, que ocorrem porque
seus solos se saturam com facilidade,
absorvendo pouca quantidade das
águas provenientes da chuva. Devido
as suas características de revelo e
hidrografia a pesa predatória e a
pecuárias são as atividades que neste
bioma tem grande potencial
degradante.
Pampa: seu nome tem o significado de
“região plana” o mesmo ocupa a
região sul do país. Com predominância
de espécies herbáceas associadas as
gramíneas, arbustos e plantas
rasteiras o cenário homogêneo do
pampa está formado. Apesar da
presença dos campos ser marcante as
matas ciliares também são muito
observadas neste bioma e, também,
possuem papel muito importante na
dinâmica do mesmo. Seu relevo
levemente ondulado associado as
gramíneas faz com que seu uso para
práticas agropecuárias seja feito de
forma intensa e seja este o fator que
mais causa o desmatamento na
região. Sobre a sua hidrografia vale
destacar que este domínio
morfoclimatático abriga a maior laguna
do Brasil: A Lagoa dos Patos que
juntamente com seus outros lagos
carrega grande potencial para a
navegação e, também, para a
instalação de hidroelétricas.
Água do Planeta
Hidrosfera
A hidrosfera corresponde a toda
parte líquida contida no planeta. Os
oceanos são responsáveis por 97,2%
de toda a água, isso significa que
cerca de 2/3 da superfície do planeta
são cobertos por oceanos.
Já as águas continentais
possuem um percentual bem inferior,
sendo encontradas nos rios, lagos
(estado líquido), nas geleiras (estado
sólido, que por sinal é a maior reserva
de água doce), os aquíferos e lençóis
freáticos. Por fim, as águas contidas
na atmosfera, que se apresentam em
forma de vapor, dão origem às
precipitações.
Ciclo da água
1. O calor irradiado pelo sol
aquece a água dos rios, lagos, mares
e oceanos ocorrendo o fenômeno
da Evaporação. Nesse momento,
ocorre a transformação do estado
líquido da água para o seu estado
gasoso, à medida que se desloca da
superfície da Terra para a atmosfera.
2. O vapor da água esfria,
se acumula na atmosfera e se
condensa na forma de gotículas, que
formarão as nuvens ou nevoeiros.
Neste momento, ocorre o processo
de Condensação, ou seja, a
transformação do estado gasoso da
água para seu estado líquido, sendo
as nuvens, as gotículas de água
líquida suspensas no ar.
3. Com muita água
condensada na atmosfera, se inicia o
processo de Precipitação, onde as
gotículas suspensas no ar se tornam
pesadas e caem no solo na forma de
chuva. Em regiões muito frias a água
condensada passa do estado gasoso
para o líquido e rapidamente para o
estado sólido, formando a neve ou o
granizo.
4. Quando o vapor de água
condensado cai sobre a superfície
terrestre, ocorre a Infiltração de uma
parte dessa água que vai alimentar os
lençóis subterrâneos.
5. Parte da água que se
infiltrou no solo pode ser absorvida
pelas plantas que, depois de utilizá-la
a devolvem à atmosfera por meio do
processo de Transpiração.
6.
Distribuição de água na hidrosfera
Calotas de gelo e geleira 2,15%
Água na atmosfera 0,001%
Água no subsolo 0,62%
Águas superficiais (rios, lagos e
biomassa) 0,029%
Oceanos 97,2%
A água
A água surgiu a partir do
resfriamento da Terra, decorrente dos
vulcões que expeliam vários gases e
do vapor de água que se evaporou,
favorecendo a ocorrência de chuvas.
A água é fundamental à vida,
independentemente do ser, até mesmo
porque a vida surgiu na água, como as
bactérias, os primeiros seres vivos
(trilobitas) e os seres aquáticos, que
saíram das águas e se transformaram
em anfíbios depois em répteis e assim
por diante.
A água é encontrada em
estados físicos. Os estados físicos da
água se apresentam em estado
líquido, sólido e gasoso.
Os rios e os lagos são águas
continentais por estarem presentes em
áreas emersas. A formação deles se
dá em decorrência do afloramento dos
lençóis freáticos. Entretanto, essa não
é a única maneira de formação de um
rio, uma vez que ele pode se originar
de derretimento de geleiras, como o
Rio Amazonas.
Os rios sofrem variações quanto
a sua velocidade e seu
direcionamento, que é determinado
por elementos do relevo. Diante disso,
percebe-se que o relevo é o divisor de
águas em nível geral e particular.
Os lagos podem ser naturais.
Sua origem é decorrente de nascentes
de águas subterrâneas, ou mesmo
artificiais (quando o homem, através
de seus conhecimentos e suas
técnicas, consegue materializar a
produção de um lago).
Os rios variam quanto à
quantidade de água, ou seja, sua
vazante. Isso é pertinente às
modificações climáticas transcorridas
durante o ano que vão determinar as
cheias (período chuvoso) e vazantes
(período de estiagem). Além disso, os
rios também podem ter seu regime
reconhecido distintamente como sendo
rios perenes, intenso e constante fluxo
de água sem que ocorra seca (rio que
não seca), ao contrário dos rios
temporários que são caracterizados
por sua presença sazonal, isso
significa que se trata de rios que
secam no período de seca ou
estiagem.
As águas continentais são de
suma importância para a sociedade,
tendo em vista que essas são
propícias ao consumo humano e de
todos os seres vivos. No caso do
consumo humano, as águas são
utilizadas em múltiplas atividades que
podem ser enumeradas em uso rural,
urbano, turístico e etc. No campo, ela
é utilizada na irrigação, para a criação
de animais, entre outros; nas cidades
seu uso é destinado às residências,
indústrias, comércios, instituições,
escolas; e no turismo é fonte de renda,
explorando as belezas de rios e lagos.
Atualmente, uma importante
reserva de água doce está
armazenada nas geleiras em estado
sólido, sua localização geográfica faz
com que as temperaturas
permaneçam sempre baixas,
conservando-as intactas, salvo as
alterações pertinentes às atividades
humanas que modificam as condições
naturais.
Geopolítica das águas
A água doce, própria para consumo, é,
ao lado do petróleo, o mais estratégico
dos recursos naturais da atualidade.
Com o crescimento do impacto das
atividades humanas sobre a natureza,
sua disponibilidade encontra-se cada
vez mais escassa, sem falar em
algumas áreas que já apresentam uma
tendência natural para esse problema.
Por isso, é quase que um consenso no
âmbito das ciências políticas que o
século XXI será marcado como o
século das disputas internacionais
pelos recursos hídricos, o que nos faz
pensar, então, na questão
da Geopolítica da água.
Em vários conflitos do passado, a
água, se não era o propósito principal
das ações militares, foi por diversas
vezes disputada, haja vista que quem
controla os recursos hídricos e sua
disponibilidade possui uma ampla
vantagem estratégica sobre qualquer
adversário.
O conflito entre o Sudão e o Sudão do
Sul – que dura várias décadas e
culminou na criação do último em
2011, mas sem uma trégua definitiva –
é um exemplo desse tipo de
ocorrência. Os recursos naturais da
região, incluindo aí alguns poços de
petróleo, oleodutos e reservas de
água, estão entre os elementos de
maior entrave entre as frentes de
batalha.
Agricultura
A irrigação é vital para a
agricultura na maior parte do planeta e
em certas regiões do Brasil. Cerca de
18% das áreas cultivadas globalmente
são irrigadas. Contudo, como elas
costumam produzir mais de uma
colheita por ano, sua participação na
produção mundial de alimentos é
proporcionalmente maior - até 40%.
No Brasil, há 3 milhões de
hectares irrigados - é relativamente
pouco dada a área plantada no país,
em parte pelos custos envolvidos, em
parte porque esta prática só se definiu
aqui a partir de 1970. Dependendo da
região onde é praticada, a irrigação
pode adotar modelos bastante
diferentes. Nas regiões sul, Sudeste e
Centro-Oeste, ela é mais comum em
arrozais e plantações de grãos: tem
crescido particularmente na cultura de
soja do Centro-Oeste. No Nordeste, é
praticada com pesado investimento
governamental, visando ao
desenvolvimento regional, e está
concentrado na fruticultura.
Para enfrentar o desperdício é
necessário ampliar a eficiência da
irrigação. Em geral, os agricultores
promovem a inundação de seus
campos ou constroem canais de água
paralelos aos canteiros. No Brasil, são
comuns os sistemas de aspersão.
Dentre eles, está o de pivô central,
com uma haste aspersora que gira em
torno de um eixo, molhando uma
grande área circular. Em todos esses
casos, as plantas só recebem uma
parte pequena da água. O resto
evapora ou e corre para corpos d'água
próximos. Muitas vezes, isso acaba
promovendo erosão, salinização da
água ou sua contaminação com
agroquímicos.
Técnicas mais eficientes
podem reduzir em até 50% a água
necessária. Uma das principais é o
sistema de gotejamento - um duto
passa ao longo das raízes das plantas,
pingando apenas a água necessária.
Produzir tomates com os sistemas de
irrigação tradicionais exige 40% mais
água que nos sistemas de
gotejamento.
Indústrias
As indústrias utilizam a água
de diversas maneiras no resfriamento
e na lavagem de seus equipamentos,
como solvente ou ainda na diluição de
emissões poluentes. Em termos
globais, a indústria é responsável por
22% de toda a água doce consumida.
Essa porcentagem é muito maior em
países ricos - 59% - e bem menor nos
países pobres - apenas 8%.
Alguns setores são
especialmente perdulários nesse
quesito. Um bom exemplo é o aço.
Antes da Segunda Guerra Mundial,
eram necessárias entre 60 e 100
toneladas de água para produzir uma
tonelada do metal. Hoje, com as novas
tecnologias, é possível reduzir esse
volume a menos de 6 toneladas de
água. Entretanto, o consumo ainda é
alto quando o comparamos com o de
outros setores: a produção de uma
tonelada de alumínio gasta apenas 1,5
toneladas de água.
Por outro lado, indústrias de
muitos países estão conseguindo usar
a água com mais eficiência. O Japão é
exemplo. Em 1965, o país utilizava
cerca de 49 milhões de litros para
produzir 1 milhão de dólares em
mercadorias. Em 1989, o volume
necessário para o mesmo
desempenho caiu para 13 milhões de
litros.
No Brasil, a maior parte das
grandes indústrias tem programas de
reaproveitamento de água, uma vez
que ela se torna cada vez mais rara e
cara. É o caso da indústria de bebidas
Ambev, que conseguiu reduzir o
volume captado por suas fábricas em
9 milhões de metros cúbicos anuais.
Conflitos
A água doce, própria para
consumo, é, ao lado do petróleo, o
mais estratégico dos recursos naturais
da atualidade. Com o crescimento do
impacto das atividades humanas sobre
a natureza, sua disponibilidade
encontra-se cada vez mais escassa,
sem falar em algumas áreas que já
apresentam uma tendência natural
para esse problema. Por isso, é quase
que um consenso no âmbito das
ciências políticas que o século XXI
será marcado como o século das
disputas internacionais pelos recursos
hídricos, o que nos faz pensar, então,
na questão da Geopolítica da água.
É errôneo, porém, pensar que
as tensões diplomáticas e os conflitos
internacionais pela água sejam uma
novidade no mundo. Desde as
primeiras civilizações, a disputa por
territórios com áreas de rios e reservas
hídricas foi algo recorrente. No século
XX, vários casos assinalaram também
essa questão, que tende a intensificar-
se ao longo das próximas décadas em
várias regiões do planeta.
Em vários conflitos do
passado, a água, se não era o
propósito principal das ações militares,
foi por diversas vezes disputada, haja
vista que quem controla os recursos
hídricos e sua disponibilidade possui
uma ampla vantagem estratégica
sobre qualquer adversário.
O conflito entre o Sudão e o
Sudão do Sul – que dura várias
décadas e culminou na criação do
último em 2011, mas sem uma trégua
definitiva – é um exemplo desse tipo
de ocorrência. Os recursos naturais da
região, incluindo aí alguns poços de
petróleo, oleodutos e reservas de
água, estão entre os elementos de
maior entrave entre as frentes de
batalha.
Durante a Guerra dos Seis Dias (1967), quando Israel conseguiu
ampliar em grande parte suas
fronteiras recém-criadas no Oriente
Médio, um dos alvos conquistados
foram as Colinas de Golã, que abrigam
as nascentes do Rio Jordão,
responsável por alimentar o Mar Morto
e que é amplamente necessário para o
país atualmente e também para
palestinos e jordanianos. Atualmente,
aliás, o acesso às águas subterrâneas por parte da população
palestina na região é controlado pelo
Estado israelense, o que gera uma
elevada discórdia e motiva muitos dos
atentados terroristas ocorridos na
região em questão.
O Oriente Médio, aliás, é um
dos pontos de maior risco da elevação
do número de disputas internacionais
pela água. Em primeiro lugar, é
preciso ressaltar que, dos
quinze países que mais sofrem com a escassez de água, dez estão nessa
região. Em segundo lugar, a própria
instabilidade político-diplomática
existente entre os países locais já
eleva qualquer risco existente.
O caso dos rios Tigre e
Eufrates é um exemplo dessa tensão
existente. As nascentes desses dois
rios encontram-se no território da
Turquia, mas o leito é de importante
utilização econômica também para
Síria e Iraque. Em 1998, houve uma
elevada tensão entre os países citados
em virtude da construção de uma
barragem por parte dos turcos na
montante desses rios, o que diminuiria
suas vazões para as áreas de jusante
para sírios e iraquianos.
Em 2003, a tensão novamente
se instalou, incluindo até os Estados
Unidos, que haviam acabado de
invadir o território do Iraque. Na
ocasião, houve fortes disputas no
âmbito político interno que quase
culminaram em um conflito
generalizado. Mais tarde, em 2007,
sírios e iraquianos, diante de uma forte
seca que ocorreu na região, passaram
a questionar mais veementemente a
vazão dos rios em seus territórios por
causa de suas utilizações em território
turco.
Atualmente, o controle dos rios
Tigre e Eufrates é alvo, inclusive, de
grupos terroristas, mais precisamente
do Estado Islâmico, que buscam o
controle não só da vazão dos rios, mas
de inúmeras obras hidráulicas
existentes ao longo de seus leitos.
Nesse caso, o caráter estratégico de
uma ocupação sobre cursos d'água
torna-se uma arma de guerra capaz de
ampliar sobremaneira os níveis das
disputas geopolíticas na região.
Um processo semelhante a
esse ocorre na bacia do Rio Nilo, no
continente africano, envolvendo Egito,
Etiópia, Tanzânia, Uganda e Sudão.
Os acordos internacionais sobre a
vazão do rio e o controle de suas
atividades parecem, até hoje, não
diminuir a tensão política que existe
entre esses países em torno da
utilização das águas desse importante
rio. Mais ao sul do continente, na bacia
de Okavango, a disputa acontece por
parte de Etiópia, Botsuana, Angola e
Namíbia.
Diante desses e também de
outros cenários existentes em
praticamente todos os continentes do
planeta, ressalta-se então que o
controle da água, sobretudo das
nascentes de grandes rios e também
de áreas de grande disponibilidade
subterrânea desse recurso, é um item
altamente estratégico. Por isso, teme-
se que o mundo possa conhecer ainda
mais conflitos e até mesmo guerras
generalizadas pela posse da água
potável, que se encontra cada vez
menos disponível em várias partes do
mundo.
Questão energética
As fontes de energia são recursos da
natureza ou artificiais utilizados pela
sociedade para a produção de algum
tipo de energia. Esta, por sua vez, é
utilizada com o objetivo de propiciar o
deslocamento de veículos, gerar calor
ou produzir eletricidade para os mais
diversos fins.
Trata-se de um assunto extremamente
estratégico no contexto geopolítico
global, pois o desenvolvimento dos
países depende de uma infraestrutura
energética capaz de suprir as
demandas de sua população e de
suas atividades econômicas. As fontes
de energia constituem-se também
como uma questão ambiental, pois, a
depender das formas de utilização dos
diferentes recursos energéticos,
graves impactos sobre a natureza
podem ser ocasionados.
Os meios de transporte e
comunicação, além das residências,
indústrias, comércio, agricultura e
vários campos da sociedade,
dependem totalmente da
disponibilidade de energia, tanto a
eletricidade quanto os combustíveis.
Por isso, com o crescimento
socioeconômico de diversos países, a
cada ano a procura por recursos para
a geração de energia cresce, elevando
também o caráter estratégico e até
disputas internacionais em busca de
muitos desses recursos.
As fontes de energia podem ser
classificadas conforme a capacidade
natural de reposição de seus recursos.
Existem, assim, as chamadas fontes renováveis e as fontes não renováveis.
Fontes renováveis de energia
As fontes renováveis de energia, como
o próprio nome indica, são aquelas
que possuem a capacidade de serem
repostas naturalmente, o que não
significa que todas elas sejam
inesgotáveis. Algumas delas, como o
vento e a luz solar, são permanentes,
mas outras, como a água, podem
acabar, a depender da forma como o
ser humano faz o seu uso. Vale
lembrar que nem toda fonte renovável
de energia é limpa, ou seja, está livre
da emissão de poluentes ou de
impactos ambientais em larga escala.
Tipos de energia produzidos com fontes renováveis: Energia eólica
Como já adiantamos, o vento é um
recurso energético inesgotável e,
portanto, renovável. Em algumas
regiões do planeta, a sua frequência e
intensidade são suficientes para a
geração de eletricidade por meio de
equipamentos específicos para essa
função. Basicamente, os ventos fazem
os chamados aerogeradores, que
ativam turbinas e geradores que
convertem a energia mecânica
produzida em energia elétrica.
Atualmente, a energia eólica não é tão
difundida no mundo em razão do alto
custo de seus equipamentos. Todavia,
alguns países já vêm adotando
substancialmente esse recurso, com
destaque para os Estados Unidos,
China e Alemanha. A principal
vantagem é a não emissão de
poluentes na atmosfera e os baixos
impactos ambientais.
Energia solar A energia solar é o aproveitamento da
luz do sol para a geração de
eletricidade e também para o
aquecimento da água para uso. Trata-
se também de uma fonte inesgotável
de energia, haja vista que o sol – ao
menos na sua configuração atual –
manter-se-á por bilhões de anos.
Existem duas formas de
aproveitamento da energia solar: a
fotovoltaica e a térmica. No primeiro
caso, são utilizadas células específicas
que lançam mão do chamado “efeito
fotoelétrico” para a produção de
eletricidade. No segundo caso, utiliza-
se o aquecimento da água tanto para
uso direto quanto para a geração de
vapor, que atuará em processos de
ativação de geradores de energia,
lembrando que podem ser utilizados
também outros tipos de líquidos.
No mundo, em razão dos elevados
custos, a energia solar ainda não é
muito utilizada. Todavia,
gradativamente, seu aproveitamento
vem crescendo tanto com a instalação
de placas em residências, indústrias e
grandes empreendimentos quanto com
a construção de usinas solares
especificamente voltadas para a
geração de energia elétrica.
Energia hidrelétrica
A energia hidrelétrica corresponde ao
aproveitamento da água dos rios para
a movimentação das turbinas de
eletricidade. No Brasil, essa é a
principal fonte de energia elétrica do
país, ao lado das termoelétricas, haja
vista o grande potencial que o país
possui em termos de disponibilidade
de rios propícios para a geração de
hidroeletricidade.
Nas usinas hidroelétricas, constroem-
se barragens no leito do rio para o
represamento da água que será
utilizada no processo de geração de
eletricidade. Nesse caso, o mais
aconselhável é a construção de
barragens em rios que apresentem
desníveis em seus terrenos, com o
objetivo de diminuir a superfície
inundada. Por isso, é mais
recomendável a instalação dessas
usinas em rios de planalto, embora
também seja possível em rios de
planícies, porém com impactos
ambientais maiores.
Biomassa
A utilização da biomassa consiste na
queima de substâncias de origem
orgânica para a produção de energia,
ocorrendo por meio da combustão de
materiais como a lenha, o bagaço de
cana e outros resíduos agrícolas,
restos florestais e até excrementos de
animais. É considerada uma fonte de
energia renovável porque o dióxido de
carbono produzido durante a queima é
utilizado pela própria vegetação na
realização da fotossíntese, o que
significa que, desde que haja controle,
o seu uso é sustentável por não alterar
a macrocomposição da atmosfera
terrestre.
Os biocombustíveis, de certa forma,
são considerados como um tipo de
biomassa, pois também são
produzidos a partir de vegetais de
origem orgânica para a geração de
combustível, que é empregado
principalmente nos meios de
transporte em geral. O exemplo mais
conhecido é o etanol produzido da
cana-de-açúcar, mas podem existir
outros compostos advindos de
vegetais distintos, como a mamona, o
milho e muitos outros.
Energia das marés (maremotriz) A energia das marés – ou maremotriz
– é o aproveitamento da subida e
descida das marés para a produção de
energia elétrica, funcionando de forma
relativamente semelhante a uma
barragem comum. Além das
barragens, são construídas eclusas e
diques, que permitem a entrada e a
saída da água durante as cheias e as
baixas das marés, o que propicia a
movimentação das turbinas.
Fontes não renováveis de energia
As fontes não renováveis de energia
são aquelas que poderão esgotar-se
em um futuro relativamente próximo.
Alguns recursos energéticos, como o
petróleo, possuem o seu esgotamento
estimado para algumas poucas
décadas, o que eleva o caráter
estratégico que esses elementos
possuem.
Os principais tipos de recursos energéticos não renováveis: Combustíveis fósseis
A queima de combustíveis fósseis pode ser empregada tanto
para o deslocamento de veículos de
pequeno, médio e grande porte quanto
para a produção de eletricidade em
estações termoelétricas. Os três tipos
principais são: o petróleo, o carvão mineral e o gás natural, mas existem
muitos outros, como o nafta e o xisto
betuminoso.
Trata-se das fontes de energia mais
importantes e mais disputadas pela
humanidade no momento. Segundo a
Agência Internacional de Energia,
cerca de 81,63% de toda a matriz
energética global advém dos três
principais combustíveis fósseis acima
citados, valor que se reduz para 56,8%
quando analisamos somente o
território brasileiro. Por esse motivo,
muitos países dependem da
exportação desses produtos, enquanto
outros tomam várias medidas
geopolíticas para consegui-los.
Outra questão bastante discutida a
respeito dos combustíveis fósseis
refere-se aos altos índices de poluição
gerados pela sua queima. Muitos
estudiosos apontam que eles são os
principais responsáveis pela
intensificação do efeito estufa e pelo
agravamento dos problemas
vinculados ao aquecimento global.
Energia nuclear (atômica) Na energia nuclear – também
chamada de energia atômica –, a
produção de eletricidade ocorre por
intermédio do aquecimento da água,
que se transforma em vapor e ativa os
geradores. Nas usinas nucleares, o
calor é gerado em reatores onde
ocorre uma reação chamada de fissão nuclear a partir, principalmente, do
urânio-235, um material altamente
radioativo.
Embora as usinas nucleares gerem
menos poluentes do que outras
estações de operação semelhante
(como as termoelétricas), elas são alvo
de muitas polêmicas, pois o
vazamento do lixo nuclear produzido
ou a ocorrência de acidentes podem
gerar graves impactos e muitas
mortes. No entanto, com a emergência
da questão sobre o aquecimento
global, o seu uso vem sendo
reconsiderado por muitos países.
Cada tipo de energia apresenta suas
vantagens e desvantagens, de forma
que não há nenhuma fonte que se
apresente, no momento, como
absoluta sobre as demais em termos
de viabilidade. Algumas são baratas e
abundantes, mas geram graves
impactos ambientais; outras são
limpas e sustentáveis, mas inviáveis
financeiramente. O mais aconselhável
é que, nos diferentes territórios, exista
uma grande diversidade nas matrizes
energéticas para atenuar os seus
respectivos problemas, o que não
acontece no Brasil e em boa parte dos
demais países.
Uso de energia no Brasil e no Mundo
Apesar dos avanços tecnológicos das
últimas quatro décadas, proporcionados
pela Revolução Técnico-Científico
Informacional, o principal recurso da
matriz energética é o mesmo desde a
Segunda Revolução Industrial (1850) – o
petróleo – tendo o carvão como segundo
maior demanda e o gás natural em
terceiro. Neste caso, apesar dos
investimentos em fontes alternativas –
solar, eólica, geotérmica, mantêm-se os
combustíveis fósseis como a principal
forma de obtenção de energia em nível
mundial.
Esquema com matriz energética mundial
(Foto: Revista Escola)
Combustíveis fósseis são originados a
partir da decomposição de restos de
seres vivos, depositados em partes mais
baixas da crosta terrestre. Neste caso,
podemos perceber que cerca de 85% da
matriz energética mundial é baseada em
recursos finitos, emitindo cada vez mais
CO2 na atmosfera, alterando as
condições climáticas do planeta.
É importante frisar que há esforços em
investir e aumentar o consumo de
energia proveniente de fontes
renováveis como a solar e a eólica.
Países como Estados Unidos, China e
Alemanha investem cada vez mais em
pesquisas para tornar mais eficiente a
captação e a distribuição de energia
originada pelo vento e sol.
Já no Brasil, diferente da mundial,
observamos que a matriz energética
nacional é diversificada, tendo quase
metade dela proporcionada por fontes
renováveis, como a hidrelétrica e
biomassa (conhecida como biodiesel).
Gráfico com matriz energética brasileira (Foto:
Ministério de Minas e Energia)
A diversificação demonstra que o Brasil
está inserido neste novo cenário de
mudanças e discussões sobre o clima e
o desenvolvimento sustentável, já que
busca alternativas à importação,
extração e uso em larga escala de
energias não-renováveis, como o
petróleo, gás natural e carvão.
Investimentos em produção de
biocombustíveis a partir da cana-de-
açúcar e na construção de usinas
hidrelétricas, principalmente, na região
Norte, trazem o Brasil para um patamar
de um dos países com matriz energética
mais limpa do mundo.
Quase tudo que fazemos e usamos hoje
passa por algum gasto de energia. Ir à
escola ou ao trabalho, assistir à
televisão, cozinhar, tomar banho, em
tudo há gasto energético. Todavia,
existem diferentes formas de sua
produção, distribuição e consumo, tanto
de combustíveis, como de energia
elétrica.
A maioria dos transportes são movidos a
partir de óleos refinados do petróleo
(gasolina, diesel e querosene) sendo,
então, o maior consumidor da indústria
petrolífera. É, por isso que, uma entre
diversas dificuldades em implementar
sistemas eficientes de transporte público
– como metrôs, trens, ciclovias etc –
além da introdução e barateamento de
carros híbridos, que também são
movidos à eletricidade, são originados
pelas indústrias petroquímicas, que
influenciam as ações governamentais na
área energética. Dessa maneira, das 25
maiores empresas do mundo em 2013,
mais da metade é vinculada ao setor de
energia.
Podemos adquirir de diversas maneiras
a energia elétrica que abastece nossas
residências, parques industriais e
prédios públicos. Pode-se obter pelas
hidrelétricas, com o represamento
d’água, gerando quedas para fluir entre
as turbinas. Também temos as
termoelétricas – usinas que geram
energia a partir do aquecimento de
grande quantidade de água pela queima
de gás natural, biomassa e Urânio
enriquecido. Além, obviamente, das
novas fontes limpas – solar, eólica,
geotérmica, maremotriz, etc.
Problemas socioambientais
Poluição Atmosférica
A poluição atmosférica está associada,
principalmente, à queima de carvão e
de combustíveis derivados de petróleo.
Esses dois insumos alimentam
grandes setores da economia atual,
como a própria geração de energia
(termoelétricas), a produção industrial
e o transporte, totalizando
aproximadamente 90% da energia
comercial utilizada no mundo. Estima-
se que, entre 1960 e 1996, com o
incremento das atividades industriais e
de transporte (rodoviário e aéreo), a
emissão de carbono (CO e CO2)
resultante da queima desses
combustíveis, mais que dobrou. O
transporte rodoviário, uma das maiores
fontes de poluentes, joga mais de 900
milhões de toneladas de CO2 por ano
na atmosfera. De 1950 até 1994, a
frota mundial de veículos (carros,
ônibus e caminhões) cresceu nove
vezes, passando de 70 milhões para
630 milhões. No Brasil, de acordo com
o capítulo Cidades Sustentáveis da
Agenda 21, a taxa de motorização
passou de 72 habitantes por
automóvel em 1960 para pouco mais
de 5 em 1998, podendo chegar essa
relação a 4,3 em 2005, enquanto a
quantidade média diária de viagens
por habitante, segundo a projeção,
deve subir de 1,5 registradas em 1995
para 1,7 viagens.Os efeitos nocivos do
crescimento automotivo têm aparecido
continuamente em levantamentos de
saúde. Uma estatística, divulgada pela
Organização Mundial de Saúde (OMS)
em 1999, apontou a poluição como
responsável por um número maior de
mortes do que o trânsito, em
decorrência de problemas respiratórios
ou cardíacos desencadeados pela
exposição contínua ao ar poluído. Os
pesquisadores europeus, que
avaliaram os efeitos da poluição do ar
em três países (Áustria, Suíça e
França), estimam que essa seja a
causa de 40 mil mortes anuais,
metade das quais ligadas diretamente
à poluição produzida por veículos
automotores. A poluição gerada
(monóxido de carbono, óxidos de
enxofre e nitrogênio, material
particulado) pelo transporte também é
apontada como a responsável por 25
mil novos casos anuais de bronquite
crônica e mais de 500 mil ataques de
asma. Esses dados confirmaram
informações de pesquisas anteriores,
realizadas no Reino Unido, que
mostraram que a poluição abrevia a
vida de 12 a 24 mil pessoas por ano e
provoca outras 24 mil internações.Os
dados brasileiros também revelam
prejuízos significativos à saúde, em
particular de gestantes, crianças e
idosos. Um grupo da Faculdade de
Medicina da USP constatou, em 1997,
que a concentração de poluentes
atmosféricos em São Paulo,
principalmente nos meses de inverno,
pode aumentar até 12% o risco de
mortes por doenças respiratórias.Os
experimentos feitos com animais de
laboratório indicaram que, após 3
meses de exposição aos poluentes,
aparecem sintomas de rinite alérgica e
crises de asma, além da redução das
defesas imunológicas pulmonares, o
que dobra o risco de contrair câncer. O
ar de São Paulo recebe, anualmente,
cerca de 3 milhões de toneladas de
poluentes, 90% deles emitidos por
veículos automotores. Os efeitos
agudos da poluição se manifestam,
sobretudo, durante o inverno, quando
a procura por atendimento em pronto-
socorros infantis aumenta 25% e o
número de internações por problemas
respiratórios sobe 15% em relação às
outras estações, quando o egime mais
intenso de chuvas e ventos ajuda a
dispersar a poluição. Entre as crianças
esse índice chega a 20% e a taxa de
mortalidade de idosos acima de 65
anos, nesse período do ano, aumenta
até 12%.
Chuva ácida
Os principais ácidos da chuva são o
sulfúrico (H2SO4) e o nítrico (HNO3),
formados pela associação da água
com dióxido de enxofre (SO2) e óxidos
de nitrogênio (NOx), produtos da
queima de combustível fóssil, que
podem ser carregados pelo vento por
distâncias superiores a 1.000
quilômetros do ponto de emissão,
ocasionando chuvas ácidas distantes
da fonte primária de poluição, o que
acaba se tornando um problema sem
fronteiras territoriais.O dióxido de
enxofre e os óxidos de nitrogênio
podem causar danos tanto pela
precipitação seca, que se depõe sobre
a vegetação e as estruturas
(monumentos, prédios, etc.), como
pela precipitação úmida, dissolvidos na
chuva ou em vapores d'água
atmosféricos. Para a saúde humana os
principais danos causados pela
ingestão de água ou alimentos
contaminados por metais pesados
presentes na chuva ácida são os
problemas neurológicos. Há,
normalmente, fluxos naturais de
enxofre e nitrogênio causados pelas
emissões vulcânicas, pela queima de
biomassa e pela iluminação solar. São
fluxos uniformemente espalhados, que
não causam grandes precipitações. O
fator significativo aqui também são as
ações humanas porque o fluxo
derivado destas é concentrado em
poucas regiões industriais, porém tem
a desvantagem adicional de poder se
espalhar e afetar a população de
outras regiões, dependendo do regime
dos ventos.Por dois anos consecutivos
(1999-200), pesquisadores norte-
americanos, europeus e indianos do
Projeto INDOEX (Indian Ocean
Experiment) constataram a existência
de uma mancha marrom de 10 milhões
de quilômetros quadrados de extensão
com 3 a 5 Km de espessura formada
por resíduos poluentes - fuligem,
sulfatos, nitratos, partículas orgânicas,
cinzas e poeira mineral - sobre a Índia
e o Oceano Índico, obstruindo a
passagem da luz solar e provocando
chuva ácida. Para os cientistas, a
mancha resulta da alta concentração
de poluentes emitidos em toda a Ásia
e acumulados sobre essa região em
decorrência dos padrões de circulação
climática. No decorrer da década de
1990, os países asiáticos lançaram na
atmosfera cerca de 34 milhões de
toneladas de dióxido de enxofre ao
ano, quase 40% a mais do que os
Estados Unidos, até então o maior
responsável pela emissão desse gás
no mundo. Por causa do incremento
da industrialização e da frota de
veículos, além do consumo intenso de
carvão como gerador de energia,
esses números devem triplicar até
2010, sobretudo na China, Índia,
Tailândia e Coréia do Sul.
Vazamento de petróleo
No caso brasileiro, além do lixo, dos
esgotos lançados in natura e de
materiais contaminados oriundos das
dragagens portuárias, a ocorrência
crescente de vazamentos de petróleo
têm sido um fator crescente de
poluição dos ecossistemas costeiros.
Quando o vazamento ocorre em alto
mar, existe todo um processo que
pode o6correr com a mancha
provocada, fazendo com que ela se
disperse antes de chegar à costa.
Como o óleo é menos denso do que a
água, ele tende a flutuar, atingindo
uma grande superfície. Neste
processo, os compostos mais nocivos
evaporam, pois são muito voláteis, e
as partes mais pesadas dos
hidrocarbonetos, com o batimento das
ondas se agregam a pequenas
partículas em suspensão no oceano,
sedimentando lentamente. Antes do
afundamento da plataforma P-36, em
março de 2001, e do acidente com a
plataforma P-7, em abril, a Petrobrás
somava 18 desastres causados desde
março de 1975 por vazamento de óleo
e gasolina ou emissão de vapores de
soda caústica, nove deles somente
entre 1990 e 2000. Em quatro deles
(janeiro, março, junho e julho de 2000),
foram lançados mais de 5 milhões de
litros de petróleo na região costeira da
Baía de Guanabara (RJ), em Araucária
(PR) e em Tramandaí (RS).Para o
ecossistema marinho, o custo desses
vazamentos pode representar o
comprometimento no longo prazo da
diversidade biológica e genética,
composta por organismos e plantas
que formam a base da cadeia
alimentar e são responsáveis pela
dispersão intra e inter-oceânica das
espécies. Uma alteração significativa
do ambiente oceânico poderá agravar
a diminuição dos principais estoques
pesqueiros, já considerados sob risco
uma vez que 70% deles são
superexplorados ou estão em seu
limite biológico de reprodução. Outro
sinal visível da degradação dos
ambientes oceânicos é a descoloração
dos recifes de coral.
Desmatamento
O desmatamento promovido para
obtenção de fontes energéticas
(madeira e carvão) e a transformação
de florestas em terrenos cultiváveis
reduziram em 70% o parque florestal
europeu e asiático entre os séculos
XIX e início do século XX. De um total
estimado em 62,2 milhões de
quilômetros quadrados, restam
somente 33,4 milhões de florestas.
Atualmente, 46% das matas nativas do
planeta estão sob o mesmo risco de
destruição pelo desmatamento que
consome, todo ano, 17 milhões de
hectares de florestas tropicais, de
acordo com o WWF e o Centro
Mundial de Monitoramento e
Conservação (WCMC). A Organização
das Nações Unidas para a Agricultura
e Alimentação (FAO) divulgou que,
entre 1980 e 1995, houve um aumento
de 4% na cobertura florestal da
Europa, mas as condições da mata
são precárias em virtude de incêndios,
secas, pragas e poluição atmosférica.
Nas áreas reflorestadas mais de 25%
das árvores apresentam processos de
desfoliação e número de matas
primárias saudáveis reduziu, no
mesmo período, de 69% para 39%. As
queimadas para prática de técnicas
agropecuárias são a principal forma de
desmatamento. A expansão de áreas
urbanas, a construção de malhas
viárias e a implantação de projetos
hidrelétricos ou para extração de
minérios, além do comércio de
madeira, incluindo o ilegal, que
movimenta aproximadamente U$ 6
bilhões por ano, também contribuem
para a desvastação. O manejo
inadequado da terra e uso excessivo
de fertilizantes, somados ao
desmatamento da cobertura vegetal,
também são responsáveis pela
desertificação de áreas extensas ao
redor do planeta, particularmente na
África, onde mais da metade do
território são de terrenos semi-áridos,
áridos ou desérticos. No Brasil, onde a
perda de terras cultiváveis chega a U$
4 bilhões ao ano, a desertificação já
compromete 980 mil quilômetros
quadrados.
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