Mar do Norte
Oce
ano
Atân
tico
Tamisa
Ouse
Clyde
Severn
Ure
Tren
t
Avon
Edimburgo
Newcastle
Durhan
Londres
Bristol
Cambridge
Southampton
Cardiff
Liverpool Sheffield
ManchesterLeeds Hull
Plymouth
Nottingham
Bolton
Birmingham Norwich
Glasgow
ESCÓCIA
GALES
100 km0
América e África
Londres
Europa e América
Báltico e países do Norte da Europa
Indústria da lãRegiões hulhíferasCanais construídos em fins do século XVIIIRotas do comércioCidades com mais de 100 000 habitantesCarvãoProdutos exóticosProdutos fabrisAlgodãoPrincipais portos
| 133
1. A revoluçãoindustrial iniciou--se na Inglaterrano século XVIII.
2. A existência de um regimeparlamentar,cujas leis eramfavoráveis à livreiniciativa e aoinvestimento de capitais e, por outro lado, o empenhamentode nobres e burgueses nos negócios.
3. Disponibilidadede capitais,abundância dematérias-primas,existência de umvasto mercadointerno e externo,numerosa mão deobra e boas viasde comunicação.
Doc. 3 | Razões do pioneirismo da industrialização inglesa
Que a 1.ª revolução indus-trial tenha ocorrido na Inglater-ra e não no continente europeunão é fruto do acaso. Com efeito,a Grã-Bretanha dispunha deimportantes recursos em carvão,ferro, cobre e estanho. A suaagricultura fornecia matérias--primas às indústrias têxteis e àsfábricas de cerveja.
Às possibilidades naturaisde transporte oferecidas pelosrios navegáveis, portos e mar,juntava-se uma rede de canais,
estradas e carris de ferro dasminas. A guerra (nos mares, naAmérica e na Índia) estimulou ametalurgia, os têxteis e a cons-trução naval ingleses. Numaaltura em que as barreiras alfan-degárias retalhavam o continen-te europeu, homens e merca-dorias circulavam livremente naGrã-Bretanha (…) e uma sériede invenções e inovações técni-cas aumentavam a produção.
A. Michel, Le Grand Atlas (adaptado)
Porto comercial inglês.
Abundância de matérias-primas
• Ferro, carvão, lã
• Algodão (das colónias inglesas na Índia e América)
Condições políticas e sociais
• Parlamento favorável à livre iniciativa e à concorrência
• Burguesia e nobreza empreendedoras
Revolução Agrícola
• Aumento da produtividade (o que favoreceu o aumento da população e o fornecimentode matérias-primas à indústria)
• Procura de utensílios de ferro(desenvolvimento da metalurgia)
CONDIÇÕES DA PRIORIDADE INGLESA
Banco de Inglaterra, Londres.
DOC. 2 | Condições da prioridade inglesa na revolução industrial.
Boa rede de comunicações
• Rios navegáveis, bons portos e longa costa marítima
• Construção de uma extensa rede de canais e de estradas
Aumento da população
• Mão de obra abundante
• Procura de bens industriais
G1 – DA “REVOLUÇÃO AGRÍCOLA” À “ REVOLUÇÃO INDUSTRIAL”
1. Situa no espaço e no tempo oinício da revolução industrial.
2. Que condições políticas esociais favoreceram o arranqueda revolução industrial naInglaterra?
3. Refere outros fatores queexplicam a prioridade inglesa narevolução industrial (docs. 2 e 3).
AGORA, RESOLVE...
FICHA DE TRABALHO> Nº 32 (Caderno de Atividades)
Amplos mercados
• Interno (favorecido pela livre circulação de produtos e melhoria das redes de comunicação)
• Externo (vasto mercado colonial e domínio de muitos mercados europeus)
Disponibilidade de capitais
• Lucros (da agricultura e do comércio), investidos emfábricas, minas e vias de comunicação (estradas, canais)
• Financiamentos da banca às atividades económicas
132 |
Em resumo
• O arranque da industrializaçãoem Inglaterra foi o resultado da conjugação de vários fatores.
• Entre outros, destacam-se osprogressos agrícolas, os amplosmercados controlados pelosingleses, os recursos naturais, a abundância de capitais e demão de obra, para além dascondições políticas e sociaisfavoráveis à livre iniciativa e à liberdade da concorrência.
A prioridade inglesa na industrialização
Com a aprendizagem deste assunto, vais ser capaz de:• Indicar os fatores essenciais ao arranque da industrialização.
• Referir as condições naturais e as acessibilidades do territórioinglês favoráveis ao pioneirismo da sua industrialização.
… os historiadores não têm umaopinião unânime sobre as condi-ções determinantes para o arran-que da industrialização na In-glaterra?
Uns afirmam que o progressoagrícola foi necessário (mas insufi-ciente) e outros dizem que a pro-cura dos bens pelo mercadocolonial e a abundância de capitaisforam fundamentais no arranqueda "revolução industrial".
Sabias que... DOC. 1
Os fatores de arranque da industrializaçãoA Inglaterra dispôs, no século XVIII, de uma série de fatores
favoráveis ao arranque da industralização. Entre esses fatores des-tacamos os seguintes (docs. 2 e 3):
• condições políticas e sociais – a revolução liberal de 1688 consa-grou o Parlamento como o principal órgão político da Inglaterra;esta circunstância permitiu que muitos dos seus deputados –membros da nobreza e da burguesia – aprovassem leis favoráveisà livre iniciativa e ao investimento de capitais;
• disponibilidade de capitais, provenientes da produção agrícola,do comércio colonial e europeu (a Inglaterra tornou-se, no séculoXVIII, na primeira potência comercial do mundo) e do setorfinanceiro (o sistema bancário britânico era, desde 1790, o maisdesenvolvido do mundo); muitos dos capitais foram investidosna construção de estradas e canais e na criação de novas fábricas;
• a abundância de matérias-primas, como lã, ferro, carvão e,ainda, algodão proveniente das colónias inglesas da Índia e daAmérica;
• existência de um vasto mercado interno e externo em resulta-do do aumento da população na Inglaterra e do domínio docomércio colonial e europeu;
• numerosa mão de obra, em resultado do aumento demográfico.Mas a Inglaterra dispunha ainda de outras condições favoráveis.
As condições naturais e as acessibilidades do território
A Inglaterra dispunha de boas condições naturais que facilita-vam os transportes. O país é pouco acidentado e os cursos de águanumerosos; no litoral, existem muitos e acessíveis portos.
Mas, para além das boas condições naturais, a Inglaterra intro-duziu grandes melhorias nas vias de comunicação:
• na construção de estradas, com destaque para a utilização depavimentos formados por várias camadas de cascalho e areiacomprimidos (técnica de McAdam);
• na construção de canais, sobretudo, através da regularizaçãodas margens e escavação dos leitos dos rios (antes de 1800, esta-vam abertos mais de 2500 km de canais), que ligavam os gran-des centros industriais aos portos.
A construção de estradas e, sobretudo, de canais permitiu otransporte mais fácil de mercadorias (lã, algodão, ferro, carvão) econtribuiu para o desenvolvimento de um vasto mercado interno.
G1
SUGESTÕESMETODOLÓGICAS
• Preenchimentodos espaços embranco numesquema, no finalda aula, a fim de os alunossistematizarem os contéudos maissignificativos.
GUIA DOPROFESSOR
• Documentos de apoio à aula(secção “Banco de Recursos”).
• Suportemultimédia de aula.
METASCURRICULARES
• Descritores dedesempenho no.s 1.4. a 1.6.
| 139
1. A “InglaterraVerde” é a doscampos no sul e no sudeste,onde ocorreu a revoluçãoagrícola; a“Inglaterra Negra”é a das regiõeshulhíferas emetalúrgicas, no centro e nortedo país, onde sedeu a revoluçãoindustrial.
2. A poluição do ar(fumos, mauscheiros), daságuas (despejosnos rios e riachos) e apoluição sonora(ruídos dasmáquinas).
3. Falta decondições de higiene e de segurançanas fábricas;incêndios,explosões,desabamentos e inundações nas minas.
4. Horário detrabalho longo,desemprego,habitaçõesdeficientes e acanhadas,alimentaçãopobre, doenças(destaque para a tuberculose) e gravesproblemas sociais(alcoolismo,mendicidade,prostituição,entre outros).
Manchester é a grande cidade transformadora de teci-dos, fio, algodão (…). Circunstâncias favoráveis: a 10 léguasdo maior porto de Inglaterra, onde chegam as matérias--primas da América; ao lado, as grandes minas de carvãode terra para fazer trabalhar a baixo preço as suas máqui-nas (…); três canais e um caminho de ferro para transpor-tar rápida e economicamente, para toda a Inglaterra e paratodas as partes do globo, os seus produtos.
Junto às colinas elevam-se 30 a 40 fábricas. À sua voltanasceram humildes habitações dos operários, onde se ouveo barulho das fornalhas, os silvos do vapor. À volta desteasilo de miséria, um dos riachos arrasta as águas fétidasque os trabalhadores da indústria tingiram de cores negras(…). Um fumo espesso e negro cobre a cidade. O Sol pare-ce um disco sem raios.
A. Tocqueville, "Viagem na Grã-Bretanha e na Irlanda", in Les Mémoires de L’Europe, 1835 (adaptado)
Doc. 3 | Manchester, uma grande cidade industrial
DOC. 2 | Grandes chaminés de fábricas eestruturas de minas (País de Gales, cerca de 1820).
DOC. 4 | Bairro operário, Londres (cerca de 1830). DOC. 5 | Acidente de trabalho (meados do século XIX).
G1 – DA “REVOLUÇÃO AGRÍCOLA” À “ REVOLUÇÃO INDUSTRIAL”
1. O que é a “Inglaterra Verde”? E a “Inglaterra Negra”?
2. Que problemas ambientais resultaram da expansão da indústria (docs. 2 e 3)?
3. Refere dificuldades que afetavam os operários nos locais de trabalho (doc. 5).
4. Identifica os problemas económicos e sociais dos operários no começo da revolução industrial (doc. 4).
AGORA, RESOLVE...
FICHA DE TRABALHO Nº 32 (Caderno de Atividades)
138 |
Os problemas ambientais
Em resultado do desenvolvimento industrial, a paisagem deInglaterra alterou-se. Com efeito, a par da Inglaterra Verde, – a dos campos (no sul e no sudeste) – surgiu a Inglaterra Negra dasregiões hulhíferas e metalúrgicas (do centro e oeste do país).
Na Inglaterra Negra, multiplicaram-se as máquinas a vapor e osaltos fornos. As grandes chaminés das minas e das fábricas lançavampara o ar golfadas de fumo negro e espesso. De igual modo, as fábri-cas têxteis, dispersas por todo o país, despejavam nos rios e riachoságuas sujas e tingidas dos trabalhos de fiação e tecelagem (docs. 2 e 3).
Os maus cheiros, os ruídos das máquinas, os ambientes poucoarejados das instalações afetavam as populações (doc. 3).
Mas, para além dos graves problemas ambientais, a 1.ª RevoluçãoIndustrial trouxe, também, a degradação das condições de vida dasclasses populares.
Com a aprendizagem deste assunto, vais ser capaz de:• Mostrar as implicações da industrialização no consumo intensivo
de recursos não renováveis e nas alterações no ambiente.
• Relacionar a industrialização com a degradação da vida em geral.
A degradação das condições de vida em geral
Os trabalhadores, que viviam nos centros mineiros e indus-triais, enfrentavam difíceis condições de vida.
As instalações industriais eram, muitas vezes, exíguas, sem con-dições de higiene e de segurança (doc. 5); nas minas ocorriam, comfrequência, incêndios, explosões, desabamentos, inundações.
O horário de trabalho era longo (até 1860, doze a quinze horaspor dia) e, muitas vezes, sem descanso ao domingo. Recorria-se, comfrequência, à mão de obra feminina e infantil (doc. 1), por ser maisbarata e mais dócil. Por isso, o desemprego dos homens era elevado.
Os operários alimentavam-se mal e moravam em habitaçõesdeficientes e acanhadas (doc. 4). Na verdade, a alimentação erapobre, pois o leite, a carne e o peixe eram raros. Por outro lado,moravam em bairros pobres, em casas de reduzidas dimensões esem higiene.
As populações, por falta de condições, estavam sujeitas a muitasdoenças, com particular destaque para a tuberculose. A mortalida-de infantil era elevada e a esperança de vida curta.
As dificuldades económicas do operariado provocaram, tam-bém, sérios problemas sociais, como o alcoolismo, a criminalidade,a mendicidade, a prostituição (doc. 4).
Assim, podes concluir, a industrialização contribuiu para o con-sumo intensivo de recursos não renováveis (madeira, carvão), paraalterações nos equilíbrios ambientais (doc. 3) e para graves problemassociais. Estes últimos iriam ser corrigidos ao longo do século XIXpor iniciativa de patrões esclarecidos e pelas entidades públicas.
Em resumo
• Nas primeiras décadas doséculo XIX, a industrializaçãotinha já provocado problemasambientais graves em cidades e regiões mineiras de Inglaterra,como a poluição do ar e das águas dos rios.
• Nas fábricas, onde seconcentravam os operários, as condições de trabalho erammuito duras e a segurançaprecária.
• Junto às fábricas,aglomeravam-se os bairrosoperários pobres e sujos; as doenças eram frequentes e os problemas sociais graves.
… o trabalho infantil de menoresde 8 anos (doc. 1) só foi proibidoem meados do século XIX?
As crianças eram usadas parapuxar vagões nas galerias dasminas, para limpar as partes me-nos acessíveis das máquinas oupara atar fios na parte de trás dosteares.
Sabias que... DOC. 1
G1 3. Implicações ambientais da atividadedas sociedades industrializadas
SUGESTÕESMETODOLÓGICAS
• Levantamento das ideias tácitasdos alunos sobreos conceitos“poluição” e “problemasambientais”.Registo no quadrodas informaçõesmais relevantespara despoletar o assunto da aula.
INTERDISCIPLI-NARIDADE ECIDADANIA
• Proposta depesquisa, emtrabalho de pares,seguido de debate(em data aanunciar peloprofessor) sobre:“A exploração dotrabalho infantil,ontem e hoje”.
GUIA DOPROFESSOR
• Documentos de apoio à aula(secção “Banco de Recursos”).
• Animaçãointerativa“Implicaçõesambientais e sociais da 1ª RevoluçãoIndustrial”.
• Suportemultimédia de aula.
• Cronologiainterativa temática“Inovaçõestécnicas da RevoluçãoAgrícola e da 1ª fase da RevoluçãoIndustrial”.
METASCURRICULARES
• Descritores dedesempenho no.s 3.1. a 3.3.
Top Related