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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONASINSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
ESTUDO FITOQUÍMICO DE Onychopetalum amazonicum
R.E. Fr. (Annonaceae)
BRUNA RIBEIRO DE LIMA
MANAUS2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONASINSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
ESTUDO FITOQUÍMICO DE Onychopetalum amazonicum
R.E. Fr. (Annonaceae)
BRUNA RIBEIRO DE LIMA
MANAUS2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONASINSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
ESTUDO FITOQUÍMICO DE Onychopetalum amazonicum
R.E. Fr. (Annonaceae)
BRUNA RIBEIRO DE LIMA
MANAUS2015
II
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONASINSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
BRUNA RIBEIRO DE LIMA*
ESTUDO FITOQUÍMICO DE Onychopetalum amazonicumR.E. Fr. (Annonaceae)
Orientadora: Profª. Drª. Maria Lúcia Belém Pinheiro
Colaborador: MSc. Felipe Moura Araújo da Silva
*Bolsista CNPq
MANAUS2015
Dissertação apresentada aoPrograma de Pós-Graduação emQuímica da Universidade Federal doAmazonas, como requisito parcial paraobtenção do título de Mestre emQuímica, área de concentração QuímicaOrgânica.
II
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONASINSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
BRUNA RIBEIRO DE LIMA*
ESTUDO FITOQUÍMICO DE Onychopetalum amazonicumR.E. Fr. (Annonaceae)
Orientadora: Profª. Drª. Maria Lúcia Belém Pinheiro
Colaborador: MSc. Felipe Moura Araújo da Silva
*Bolsista CNPq
MANAUS2015
Dissertação apresentada aoPrograma de Pós-Graduação emQuímica da Universidade Federal doAmazonas, como requisito parcial paraobtenção do título de Mestre emQuímica, área de concentração QuímicaOrgânica.
II
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONASINSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
BRUNA RIBEIRO DE LIMA*
ESTUDO FITOQUÍMICO DE Onychopetalum amazonicumR.E. Fr. (Annonaceae)
Orientadora: Profª. Drª. Maria Lúcia Belém Pinheiro
Colaborador: MSc. Felipe Moura Araújo da Silva
*Bolsista CNPq
MANAUS2015
Dissertação apresentada aoPrograma de Pós-Graduação emQuímica da Universidade Federal doAmazonas, como requisito parcial paraobtenção do título de Mestre emQuímica, área de concentração QuímicaOrgânica.
III
IV
V
Aos meus pais Francinete Ribeiro e
Raimundo Lima, pelo amor, incentivo e
apoio nas minhas escolhas e decisões ao
longo desses anos.
A eles eu dedico.
VI
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida, por sempre ter me dado força e coragem para
enfrentar os desafios.
À minha família, em especial aos meus pais, Francinete Ribeiro e Raimundo
Lima, pela educação, carinho e amor durante todos esses anos. A distância que nos
separa só aumenta o amor que sinto por vocês. De uma forma especial agradeço aos
meus tios, Agostinho Nunes e Marinalva Raiol, por terem me acolhido em sua casa
durante a minha vida acadêmica na UFAM.
Ao meu namorado Thiago Kunast, por todo amor, paciência e acima de tudo
pelo grande apoio durante o mestrado.
Um agradecimento a Professora Dra. Maria Lúcia Belém Pinheiro pela
orientação, carinho, confiança e conhecimento transmitido durante esses dois anos.
Ao professor Dr. Afonso Duarte Leão de Souza por ter acreditado no meu
potencial e pela oportunidade de trabalhar no Laboratório de Espectrometria de Massas.
Ao colaborador desse trabalho MSc. Felipe Moura Araújo da Silva, pela
idealização desse projeto, por todo apoio e oportunidade de crescimento profissional.
Ao doutorando Raimundo Junior pelas análises de CG-EM e CG-DIC no
Centro de Biotecnologia da Amazônia.
Ao Dr. Marcos Salvador da Universidade Estadual de Campinas, pelas análises
biológicas dos óleos essenciais.
Ao Dr. Anderson Barison da Universidade Federal do Paraná, pelas análises de
Ressonância Magnética Nuclear.
Ao CNPq pelo apoio financeiro durante o período do mestrado.
Aos professores Maria da Paz Lima e Sérgio Nunomura pelas contribuições no
exame de conhecimento.
VII
À Central Analítica pelo espaço e apoio para realização desse trabalho.
Aos meus grandes amigos Richardson Almeida e Elzalina Soares pela amizade,
paciência e companheirismo, sempre com uma palavra amiga e me encorajando a seguir
em frente.
Aos meus amigos do Laboratório de Espectrometria de Massas pela
oportunidade de aprendizado e por proporcionarem um ótimo ambiente de trabalho.
Aos amigos que conquistei durante a minha carreira acadêmica, em especial
Paula Paz, Noam Gadelha, Magaly Martins, Adriana Cavalcante, Adriana Spirotto,
Francinaldo Araújo, Orlando Amazonas, Jésika Maria, Renan Feitosa, Sidney Azevedo,
Fabiana Almeida, Mayane Pereira, Fátima Almeida e Daniele Alencar.
Por fim agradeço a todos que contribuíram direta e indiretamente para realização deste
trabalho.
VIII
“Que minha coragem seja maior
que meu medo e minha força seja
tão grande quanto minha fé.”
(Marisa Pereira)
IX
RESUMO
O gênero Onychopetalum (Annonaceae) tem sua distribuição na Região
Amazônica sendo constituído por duas espécies: Onychopetalum amazonicum (R.E. Fr)
e Onychopetalum periquino (Rusby). O presente trabalho descreve o estudo fitoquímico
desta espécie. O material vegetal (folhas, galhos e cascas), coletado na Reserva Florestal
Adolpho Ducke (RFAD), foi submetido à hidrodestilação para obtenção de óleos
essenciais e tratamento ácido-base para obtenção de frações alcaloídicas. A análise de
CG-EM dos óleos essenciais possibilitou identificar 41 constituintes, destacando-se
como os majoritários nas folhas, o (E) cariofileno (17,0%), enquanto nas cascas e
galhos observou-se (epi)-α-cadinol (24,1 e 14,0 %, respectivamente). A análise do perfil
espectrométrico por APCI-IT-MSn em escala analítica possibilitou escolher a fração
alcaloídica das folhas para isolamento de alcaloides ainda não descritos no gênero
Onychopetalum. A análise por CLAE, em escala preparativa, da fração alcaloídica das
folhas de O. amazonicum, levou ao isolamento dos alcaloides nornuciferina, anonaína,
asimilobina e O-metilisopilina (aporfínicos); isocoripalmina e estefolidina
(tetraidroprotoberberínicos) e norjuzifina (benziltetraidroisoquinolínico), cujas
estruturas foram caracterizadas por técnicas de EM e RMN (1D e 2D), aliadas à
comparação com dados da literatura. Estes alcaloides são relatados pela primeira vez no
gênero Onychopetalumm. Adicionalmente, ensaios antimicrobianos realizados pela
primeira vez nos óleos essenciais revelaram atividade moderada para o óleo essencial
das cascas o qual inibiu o crescimento das bactérias Staphylococcus epidermidis,
Escherichia coli e Kocuria rhizophila,observando-se para as três linhagens, CIM =
62,5.
Palavras-Chave: Annonaceae, Onychopetalum amazonicum, alcaloides, óleos
essenciais.
X
ABSTRACT
The Onychopetalum genus (Annonaceae) has restricted distribution to the
Amazon region, being constituted of two species: Onychopetalum amazonicum (RE Fr.)
and Onychopetalum periquino (Rusby). The present work describes the phytochemical
study of this species. The plant material (leaves, twigs and bark), collected in the
Adolpho Ducke Forest Reserve (RFAD), from previously marked individual was
submitted to hydrodistillation to obtain essential oils and acid-base treatment to obtain
alkaloid fractions. The GC-MS analysis of the essential oils enabled the identification of
41 constituents, highlighting as majority in the leaves, the (E) caryophyllene (17.0%),
while in the bark and twigs was observed (epi)-α-cadinol (24.1 and 14.0%,
respectively). The analysis of the spectrometric profile for APCI-IT-MSn of the
fractions obtained from analytical scale make possible choose the leaf alkaloidal
fraction for the isolation of alkaloids not yet described in Onychopetalum genus. The
analysis by HPLC, in preparative scale, of the leaf alkaloidal fraction of O.
amazonicum, led to the isolation of the alkaloids nornuciferine, anonaine, asimilobine
and O-methylisopiline (aporphine); isocorypalmine and stepholidine
(tetrahydrodroprotoberberíne) and norjuzifine (benzyl-tetrahydroisoquinolíne), whose
structures were characterized by MS and NMR (1D and 2D) techniques, together with
the comparison with literature data. This is the first report of these alkaloids in
Onychopetalum genus. In addition, antimicrobial tests performed for the first time with
the essential oils showed mild activity for the essential oil from the bark which inhibited
the growth of Staphylococcus epidermidis, Escherichia coli and Kocuria rhizophila,
being observed a MIC =62,5 for the three strains.
Keywords: Annonaceae, Onychopetalum amazonicum, alkaloids, essential oil.
XI
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
δ ---------------------------------------------------------------------------Deslocamento químico.
APCI---------------------------------------------Atmospheric Pressure Chemical Ionization.
CG -------------------------------------------------------------------------Cromatografia Gasosa.
CIM-----------------------------------------------------------Concentração Inibitória Mínima.
CLAE-----------------------------------------------Cromatografia Líquida de Alta Eficiência.
Da--------------------------------------------------------------------------------------------Dalton.
DAD-----------------------------------------------------------------------Diode Array Detector.
DCM--------------------------------------------------------------------------------Diclorometano.
DIC-------------------------------------------------------------Detector de Ionização de Chama.
EM ---------------------------------------------------------------------Espectrometria de Massa.
HMBC-----------------------------------------------Heteronuclear Multiple Bond Correlation.
HSQC---------------------------------------------Heteronuclear Single Quantum Coherence.
Hz----------------------------------------------------------------------------------------------Hertz.
IT--------------------------------------------------------------------------------------------Ion Trap.
J------------------------------------------------------------------------Constante de acoplamento.
LC-----------------------------------------------------------------------Liquid Chromatography.
m/z---------------------------------------------------------------------------Relação massa/carga.
OaF--------------------------------------------------------Onychopetalum amazonicum Folhas.
PFOa--------------------------------Precipitado das Folhas de Onychopetalum amazonicum.
RMN------------------------------------------------------------Ressonância Magnética Nuclear.
TFA--------------------------------------------------------------------------Trifluoroacetic Acid.
TSQ---------------------------------------------------------------------Triple Stage Quadrupolo.
XII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Estruturas de fármacos obtidos de plantas medicinais.................................... 18Figura 2: Distribuição geográfica da família Annonaceae. ............................................ 19Figura 3: Espécies da família Annonaceae: (A) A. squamosa; (B) A. muricata; (C) X.Aromatica; (D) X. frutescens. ......................................................................................... 21Figura 4: Representação estrutural de acetogenina de anonáceas. ................................. 22Figura 5: Acetogeninas isoladas de espécies da família Annonaceae. ........................... 23Figura 6: Principais alcaloides e seus precursores. ........................................................ 24Figura 7: Exemplos de alcaloides encontrados em Annonaceae .................................... 25Figura 8: Estrutura básica de alcaloides aporfínicos. ..................................................... 25Figura 9: Rota biossintética dos alcaloides aporfínicos.................................................. 27Figura 10: Unidades de isopreno precursoras. ............................................................... 28Figura 11: Exemplos de terpenos encontrados em óleos essenciais na famíliaAnnonaceae. ................................................................................................................... 29Figura 12: Distribuição geográfica do gênero Onychopetalum...................................... 31Figura 13: Alcaloides aporfínicos e derivados encontrados no gênero Unonopsis. ....... 32Figura 14: Alcaloide onichina. ....................................................................................... 33Figura 15: Espécie de O. amazonicum coletada na Reserva Florestal Adolpho Ducke. 38Figura 16: Extração dos óleos essenciais de O. amazonicum em um aparelho tipoClevenger modificado..................................................................................................... 39Figura 17: Constituintes majoritários nos óleos essenciais das folhas de O. amazonicum......................................................................................................................................... 47Figura 18: Constituintes majoritários no óleo essencial das cascas de O. amazonicum. 48Figura 19: Constituintes majoritários no óleo essencial dos galhos de O. amazonicum.49Figura 20: Espectro de massas das frações alcaloidicas das folhas, cascas e galhos de O.amazonicum. ................................................................................................................... 52Figura 21: Espectro de íons totais (full scan) da fração alcaloídica das folhas em escalaanalítica de O. amazonicum............................................................................................ 52Figura 22: Espectro de massas em MS2 para os íons de m/z 328 e 342 ([M+H]+)......... 53Figura 23: Espectro de massas em MS2 do íon de m/z 330 ([M+H]+)............................ 54Figura 24: Proposta de fragmentação para alcaloides benziltetraidroisoquinolínicos. .. 54Figura 25: Espectro de massas em MSn íon de m/z 312 ([M+H]+)................................ 55Figura 26: Espectro de massas MSn do íon de m/z 298 ([M+H]+).................................. 56Figura 27: Estrutura do alcalóide estefarina. .................................................................. 56Figura 28: Espectro de massas em MSn do íon de m/z 282 ([M+H]+)............................ 57Figura 29: Estrutura do alcaloide nornuciferina. ............................................................ 57Figura 30: Espectro de massas em MSn do íon de m/z 266 ([M+H]+)............................ 58Figura 31: Estrutura do alcaloide Anonaína. .................................................................. 58Figura 32: Cromatogramas de LC-DAD (1) e LC-APCI-MS (2) da fração alcaloídicadas folhas em escala analítica. ........................................................................................ 59Figura 33: Espectro de massa da amostra OaF4............................................................. 61Figura 34: Espectro de MS2 para o íon m/z 328 [M+H]+ ............................................... 61Figura 35: Espectro de RMN 1H (600 MHZ, CD3OD) da amostra OaF4. ..................... 63Figura 36: Mapa de contorno HSQC (600 MHz, CD3OD) da amostra OaF4 ................ 65Figura 37: Mapa de contorno HMBC (600 MHz, CD3OD) da amostra OaF4............... 66Figura 38: Estrutura do alcaloide estefolidina................................................................ 67Figura 39: Principais correlações observadas para a amostra OaF4 .............................. 67Figura 40: Espectro de massa da amostra OaF8............................................................ 69
XIII
Figura 41: Espectro de MS2 para o íon m/z 342 [M+H]+ ............................................... 69Figura 42: Espectro de RMN 1H (600 MHz, CD3OD) da amostra OaF8....................... 71Figura 44: Mapa de contorno HSQC (600 MHz, CD3OD) da substância OaF8. ........... 72Figura 45: Mapa de contorno HMBC (600 MHz, CD3OD) da substância OaF8. .......... 73Figura 45: Estrutura do alcaloide isocoripalmina........................................................... 74Figura 46: Principais correlações observadas para amostra OaF8. ................................ 74Figura 47: Espectros de massas da amostra OaF9.......................................................... 76Figura 48: Espectro de MS2 para o íon m/z 286 [M+H]+ ............................................... 76Figura 49: Espectro de RMN de 1H (600 MHz, CD3COCD3) de OaF9......................... 78Figura 50: Mapa de contorno HSQC (600 MHz, CD3COCD3) da amostra OaF9. ........ 79Figura 51: Mapa de contorno HMBC (600 MHz, CD3COCD3) da amostra OaF9. ....... 80Figura 53: Estrutura do alcaloide norjuzifina. ................................................................ 81Figura 54: Principais correlações observadas para amostra OaF9. ................................ 82Figura 55: Espectro de massa da amostra OaF11........................................................... 83Figura 56: Espectro de MSn para o íon m/z 268 [M+H]+ ............................................... 84Figura 56: Espectro de RMN 1H (600 MHz, CD3COCD3) amostra OaF11................... 85Figura 58: Estrutura do alcaloide asimilobina................................................................ 86Figura 58: Espectro de massa da amostra OaF13........................................................... 87Figura 59: Espectro de MSn para o íon m/z 282 [M+H]+ ............................................... 88Figura 60: Espectro de RMN 1H (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF13....................... 89Figura 61: Mapa de contorno HSQC (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF13. ............... 90Figura 62: Mapa de contorno HMBC (600 MHz, CDCl3) da substância OaF13........... 91Figura 64: Estrutura do alcaloide nornucuferina. ........................................................... 92Figura 65: Principais correlações observadas para a amostra OaF13. ........................... 92Figura 65: Espectro de massa da amostra OaF15........................................................... 94Figura 66: Espectro de MSn para o íon m/z 266 [M+H]+ ............................................... 94Figura 68: Espectro de RMN 1H (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF15....................... 96Figura 69: Mapa de contorno HSQC (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF15. ............... 97Figura 70: Mapa de contorno HMBC (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF15............... 98Figura 71: Estrutura do alcaloide anonaína. ................................................................... 99Figura 72: Principais correlações observadas para amostra OaF15. ............................ 100Figura 73: Espectro de massa da amostra OaF17......................................................... 101Figura 74: Espectro de MSn para o íon m/z 312[M+H]+ .............................................. 102Figura 75: Espectro de RMN 1H (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF17..................... 103Figura 76: Mapa de contorno HMBC (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF17............. 104Figura 77: Estrutura do alcaloide O-metilisopilina. ..................................................... 105Figura 78: Principais correlações observadas para amostra OaF17. ............................ 105Figura 78: Cromatograma de LC-DAD e LC-APCI-MS, para o PFOa. ...................... 107Figura 79: Espectro de íons totais do PFOa. ................................................................ 107Figura 80: Espectros de MS/MS dos íons de m/z 328 e 342. ....................................... 108
XIV
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Rendimentos dos óleos essenciais obtidos de O. amazonicum. ..................... 45Tabela 2: Constituintes dos óleos essenciais das folhas, cascas e galhos de O.amazonicum. ................................................................................................................... 45Tabela 3: Atividade antimicrobiana in vitro dos óleos essenciais de O. amazonicum comos respectivos valores de CIM (µg/mL-1)....................................................................... 51Tabela 4: Frações obtidas pela analise em CLAE em escala preparativa da folhas. ...... 60Tabela 5: Dados de RMN 1H, HSQC e HMBC da amostra OaF4 ................................. 68Tabela 6: Dados de RMN 1H, HSQC e HMBC da amostra OaF8. ................................ 75Tabela 7: Dados de RMN 1H, HSQC e HMBC da amostra OaF9. ................................ 82Tabela 8: Dados de RMN 1H da amostra OaF11............................................................ 86Tabela 9: Dados de RMN 1H, HSQC e HMBC da amostra OaF13 ............................... 93Tabela 10: Dados de RMN 1H, HSQC e HMBC da amostra OaF15. .......................... 100Tabela 11: Dados de RMN 1H, HSQC e HMBC da amostra OaF17. .......................... 106
XV
LISTA DE ESQUEMAS
Esquema 1: Extração alcaloídica em escala analítica..................................................... 41Esquema 2: Extração de alcaloides em escala preparativa............................................. 42
XVI
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 17
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 19
2.1 A Família Annonaceae ........................................................................................... 192.1.1 Etnobotânica da Família Annonaceae ............................................................... 20
2.2 Fitoquímica da Família Annonaceae .................................................................... 212.2.1 Acetogeninas de Annonaceae............................................................................ 222.2.2 Alcaloides .......................................................................................................... 23
2.3 Óleos Essenciais de Annonaceae e atividade antimicrobiana............................. 27
2.4 O gênero Onychopetalum ....................................................................................... 31
2.5 A espécie Onychopetalum amazonicum. ................................................................ 33
3. OBJETIVOS ............................................................................................................. 34
3.1 Geral ........................................................................................................................ 34
3.2 Específicos ............................................................................................................... 34
4. MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................... 35
4.1 Análises cromatográficas ....................................................................................... 354.1.2 Cromatografia líquida de alta eficiência analítica-CLAE ................................. 354.1.3 Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE ) preparativa.......................... 354.1.4 Cromatografia Gasosa ....................................................................................... 35
4.2 Solventes e reagentes reveladores ......................................................................... 364.2.1 Solventes............................................................................................................ 364.2.2 Reagentes reveladores ....................................................................................... 36
4.3 Métodos espectroscópicos/espectrométricos ........................................................ 36
4.4 Outros equipamentos ............................................................................................. 37
4.5 Coleta e identificação do material botânico ......................................................... 38
4.6 Obtenção dos óleos essenciais ................................................................................ 38
4.7 Análises por CG-DIC e CG-EM............................................................................ 39
4.8 Avaliação da atividade antimicrobiana dos óleos essenciais. ............................. 40
4.9 Marcha química para obtenção de alcaloides. ..................................................... 41
XVII
4.10 Análises por APCI-IT-MSn e LC-DAD-APCI-MS das frações alcaloídicas deO. amazonicum obtidas em escala analítica................................................................ 43
4.11 Fracionamento por CLAE da fração alcaloídica das folhas em escalapreparativa. ................................................................................................................... 43
4.11.1 Análise de precipitado por APCI-IT-MS e LC-DAD-APCI-MS. ................... 44
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 45
5.1 Extração dos óleos essenciais de O. amazonicum. ................................................ 45
5.2 Identificação dos constituintes voláteis presentes no óleo essencial das folhas deO. amazonicum .............................................................................................................. 45
5.3 Identificação dos constituintes voláteis presentes no óleo essencial das cascas deO. amazonicum .............................................................................................................. 47
5.4 Identificação dos constituintes voláteis presentes no óleo essencial dos galhos deO.amazonicum. .............................................................................................................. 49
5.5 Atividade antimicrobiana dos óleos essenciais de O. amazonicum..................... 50
5.6 Análises por APCI-IT-MSn das frações alcaloídicas obtidas em escala analítica........................................................................................................................................ 51
5.6.1 Análise espectrométrica da fração alcaloídica das folhas, cascas e galhos de O.amazonicum. ............................................................................................................... 515.6.2 Análise espectrométrica da fração alcaloídica das folhas de O. amazonicum... 52
5.7 Resultado do fracionamento por CLAE da fração alcaloídica das folhas,realizado em escala preparativa.................................................................................. 59
5.8 Determinação estrutural das substâncias isoladas da fração alcaloídica dasfolhas obtidas em escala preparativa de O. amazonicum. ......................................... 61
5.8.1 Determinação estrutural da amostra OaF4 ........................................................ 615.8.2 Determinação estrutural da amostra OaF8 ........................................................ 695.8.3 Determinação estrutural da amostra OaF9 ........................................................ 765.8.4 Determinação estrutural da amostra OaF11 ...................................................... 835.8.5 Determinação estrutural da amostra OaF13. ..................................................... 875.8.6 Determinação estrutural da amostra OaF15 ...................................................... 945.8.7 Determinação estrutural da amostra OaF17. ................................................... 101
5.9 Análise por LC-DAD-APCI-MS do precipitado................................................ 107
6. CONCLUSÕES....................................................................................................... 109
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 110
17
1. INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos diversas plantas têm sido utilizadas pela humanidade para fins
medicinais, visando o tratamento das mais diversas doenças, sendo os princípios ativos
e seus modos de ação desconhecidos, na maioria dos casos (CRAGG & NEWMAN,
2013). A exploração adequada destes conhecimentos etnobotânicos, transmitidos com o
passar dos anos e o avanço das técnicas de abordagens fitoquímicas culminaram com a
descoberta de poderosos fármacos (YUNES & CECHINEL-FILHO, 2001). Como
exemplo, pode ser citado o uso medicinal por 4000 anos da espécie Papaver
somniferum L. (papoula do ópio), da qual foram isolados, no inicio do século XIX, os
alcaloides morfina e codeína, os quais são usados até hoje, respectivamente, como
analgésico e antitussígeno. As cascas de Cinchona sp, plantas medicinais sul-
americanas conhecidas desde o século XVII como febrífugas, forneceram,
posteriormente, o alcaloide antimalárico quinina, cuja estrutura inspirou uma série de
medicamentos usados há algumas décadas para combater a malária (Figura 1)
(VIEGAS-JR et al., 2006; HOSTETTMANN et al., 2003; DEWICK, 2009).
Estima-se que na Região Amazônica existam pelo menos 80.000 espécies vegetais,
muitas das quais são comercializadas como plantas medicinais, demonstrando a
importância que esta floresta possui como maior reservatório natural da diversidade
vegetal do planeta (FONSECA, 2005; MACIEL et al., 2002 ). Em meio a esta grande
diversidade, várias espécies pertencentes à família Annonaceae destacam-se por serem
empregadas na medicina popular. Suas propriedades farmacológicas vêm sendo
confirmadas cientificamente e atribuídas à presença de compostos bioativos, como
alcaloides, acetogeninas de anonáceas entre outros (LEBOEUF et al., 1982a; COSTA et
al., 2013; ALALI et al., 1999). Apesar dos diversos estudos referentes ao isolamento de
18
compostos bioativos na família Annonaceae, ainda existem gêneros com pouco ou
nenhum estudo fitoquímico, como é o caso do gênero Onychopetalum, que até o
presente momento apresenta dois trabalhos na literatura (ALMEIDA et al., 1976;
SILVA et al., 2015a).
Figura 1: Estruturas de fármacos obtidos de plantas medicinais.
Visando contribuir para o conhecimento químico do gênero Onychopetalum, o
presente trabalho teve como objetivo, realizar o estudo fitoquímico dos óleos essenciais
e frações alcaloídicas das folhas, galhos e cascas de O. amazonicum. Em adição, o
potencial antimicrobiano dos óleos essenciais foi avaliado frente a diversas linhagens de
micro-organismos.
N
O
HO
H
HO
CH3 NCH3
H
H3CO
O
HO
N
H3CO
N
H
H
HO H
morfina codeína
quinina
19
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A Família Annonaceae
Annonaceae é uma família que tem sua distribuição pantropical (Figura 2)
constituída atualmente por cerca de 109 gêneros e 2440 espécies (CHATROU et al.,
2012). No Brasil, registram-se 392 espécies (29 gêneros), com cerca 287 espécies
distribuídas Região Amazônica (MAAS et al., 2015).
Esta família pode ocorrer como árvores, arvoretas e lianas, sendo a maioria das
espécies plantas lenhosa. Suas folhas são alternadas, inteiras e dísticas. As flores podem
ser axilares ou não axilares, raramente terminais com seus frutos principalmente
apocárpicos. Nas cascas observa-se a presença de fibras longas e resistentes. Seus
troncos apresentam no corte transversal marcas de chamas e quando cortados exalam
um forte odor (RIBEIRO et al., 1999; MAAS et al., 2007a)
Figura 2: Distribuição geográfica da família Annonaceae.
Fonte: http://www.thecompositaehut.com/www_tch/images/webcurso_spv/mapas/annonaceae.jpg
20
2.1.1 Etnobotânica da Família Annonaceae
Além de fornecer frutos comestíveis tais como graviola (Annona muricata L.),
fruta-do-conde (Annona squamosa L.), cherimóia (Annona cherimola Mill.) e a atemoia
(híbrido de A. cherimola x A. squamosa) (Figura 3), algumas espécies desta família, são
utilizadas na medicina popular com diversas finalidades (PBMH, 2013; DI STASI &
HIRUMA-LIMA, 2002). O chá das cascas da espécie Rollinia leptopetala R. E. Fries
(recentemente incorporada ao gênero Annona) tem sido usado popularmente como
digestivo e para tratar tumores (AGRA et al., 2007). As folhas de algumas espécies do
gênero Unonopsis são utilizadas por povos indígenas na Amazônia para o tratamento de
demência e dificuldades na fala (ADAMS et al., 2007a).
A espécie Annona squamosa é considerada em algumas comunidades da Índia
uma fruta sagrada, devido a resultados significativos da sua utilização para tratamento
contra a diabetes (GAJALAKSHMI et al., 2011). As sementes de Xylopia frutescens
Aubl. (Figura 3) (conhecida popularmente como embira) são empregadas como
estimulantes para bexiga e no combate a doenças intestinais (AGRA et al., 2007). O chá
das folhas da espécie Xylopia aromatica (Lam.) (Figura 3) tem sido usado por índios da
Região Amazônica como diurético e para tratamento de edemas na pele (DI STASI &
HIRUMA-LIMA, 2002).
21
Figura 3: Espécies da família Annonaceae: (A) A. squamosa; (B) A. muricata; (C) X.Aromatica; (D) X. frutescens.
Fontes:http://biogeodb.stri.si.edu/bioinformatics/dfm/metas/view/18154;http://www.botanicalgarden.ubc.ca/potd/2007/04/annona_muricata.php;http://fest2012.greennation.com.br/pt/obra/297/Evando-Ferreira-Lopes/Pimenta-de-macaco-Xylopia-aromatica.
2.2 Fitoquímica da Família Annonaceae
A família Annonaceae é rica em muitas classes de metabolitos secundários,
sendo os alcaloides derivados do esqueleto isoquinolínico os constituintes mais
recorrentes (LEBOEUF et al., 1982a).
Dentre os constituintes não alcaloídicos, são encontrados compostos aromáticos,
acetogeninas de anonáceas, terpenoides, entre outros (ALALI et al., 1999;
ANKISETTY et al., 2006; ALITONOU et al., 2013). Na classe dos terpenoides,
destacam-se os monoterpenos, sesquiterpenos, diterpenos, triterpenos e esteróides,
sendo o triterpeno policarpol considerado um marcador taxonômico da família
(TAVARES et al., 2006; PALAZZO et al., 2009; SILVA et al., 2015a). Também são
22
marcadores na família as acetogeninas de anonáceas, classe de produtos naturais isolada
exclusivamente das espécies de Annonaceae (RUPPRECHT et al., 1990).
2.2.1 Acetogeninas de Annonaceae
As acetogeninas de anonáceas são identificadas como derivados de ácidos
graxos de cadeia alifática, contendo em sua estrutura 35 a 37 átomos de carbono. São
caracterizadas por possuírem uma γ-lactona terminal, contendo de 1 a 3 anéis
tetrahidrofurano (THF) e diversas funções oxigenadas ao longo da cadeia (Figura 4).
Existem também acetogeninas que ao invés de apresentar anel THF, apresentam anel
tetrahidropirânico (THP). (ALALI et al., 1999; LI et al., 2008; KOJIMA & TANAKA,
2009). Estes compostos são conhecidos por exibirem uma ampla atividade biológica tais
como: anticâncer, antiparasitário, inseticida e efeitos imunossupressores (LIAW et al.,
2010).
Figura 4: Representação estrutural de acetogenina de anonáceas.
Em estudos realizados por Sun e colaboradores (2014) com o fruto da espécie
Annona muricata, foram isoladas três acetogeninas, que apresentaram significativas
atividades inibidoras contra células cancerosas da próstata. A acetogenina esquamocina,
isolada da espécie Annona squamosa, apresentou potencial controle contra Aedes
aegypti (Figura 5) (COSTA et al., 2014). Das sementes de Annona cornifolia, foi
isolada a acetogenina cornifolina, sendo esta ativa contra linhagens tumorais,
principalmente sobre glioma de ratos (Figura 5)(LIMA et al., 2012).
nOR´
OH
R
OH OH
O
CH3
O
23
Figura 5: Acetogeninas isoladas de espécies da família Annonaceae.
2.2.2 Alcaloides
Os alcaloides são compostos nitrogenados de baixo peso molecular amplamente
distribuído no reino vegetal, especialmente entre as angiospermas. Estes metabólitos
secundários são conhecidos por possuírem uma basicidade típica, no entanto, o nível de
basicidade varia bastante, dependendo da estrutura da molécula e da presença de outros
grupos funcionais. São classificados de acordo com a natureza do átomo de nitrogênio
contido em sua estrutura e pela sua rota biossintética. Dentre os aminoácidos envolvidos
na biossíntese dos alcaloides os principais são: L-ornitina, L-lisina, L-tirosina e o L-
triptofano, estes são respectivamente precursores de alcaloides do tipo tropânicos,
piperidínicos, isoquinolínicos, indólicos (Figura 6), entre outros (DEWICK, 2009).
O
O O (CH2)9(CH2)4CH3
OHOH OH
O
CH3H
H HH
O
(CH2)3
O
(CH2)10
OHOH
OO(CH2)6
OH
esquamocina
cornifolina
24
Figura 6: Principais alcaloides e seus precursores.
Como descrito anteriormente, alcaloides derivados do esqueleto isoquinolínicos
são recorrentes nesta família (LEBOEUF et al., 1982a). Na figura 7 estão reportados
alguns exemplos destes alcaloides. Das folhas de Annona sericea foram isolados
alcaloides dos tipos aporfínicos (nornuciferina) e benziltetraidroisoquinolínico (3-hidro-
xinornuciferina) (CAMPOS et al., 2008). Alcaloides do tipo bisbenzilisoquinolínicos
tais como filogalina foram isolados das cascas de Guatteria boliviana (MAHIOU et al.,
2000). Estudos realizados por Granell e colaboradores (2004) com a espécie Xylopia
colombiana reportam o isolamento de alcaloides bisbenziltetraidroisoquinolínicos como
a medelina e antioquina. Os alcaloides palmatina e jatrorrhizina do tipo
NH2CO2H
NH2
MeN CO2Me
O
O
O
O
O
NNH2 CO2H
NH2
CO2H
NH2OH
NH
MeO
OH
MeO
OHH
NH
CO2H
NH2
NHMeO
N
CH3
L-Ornitina Tropânico
L-Lisina
Piperidínico
L-Tirosina
Isoquinolínico
L-Triptofano Indólico
25
protoberberínicos, foram isolados da espécie Annickia kummeriae (MALEBO et al.,
2013).
Figura 7: Exemplos de alcaloides encontrados em Annonaceae
Alcaloides aporfínicos e derivados são bastante encontrados em diferentes
espécies da família Annonaceae (SILVA et al., 2007; DUTRA et al., 2012; SILVA et
al., 2014). Quimicamente estes alcalóides são caracterizados como bases tetracíclicas
formadas pelo acoplamento oxidativo direto entre anéis aromático A e D de núcleos
típicos benzilisoquinolínicos (Figura 8) (STÉVIGNY et al., 2004).
Figura 8: Estrutura básica de alcaloides aporfínicos.
N H
H
HH
H
OCH3
OCH3
N
OH
NO
OH
H3CO
H3COOCH3
OOH
OH
MeOOMe
N N CH3CH3
O CH3
N+
OCH3
OCH3
H3CO
H3COCl
-
nornuciferina filogalina
antioquinapalmatina
N R3b
7a
6a
3a
1a
11a11
10
9
8
7
6
5
43
2
1
26
A rota biossintética para os alcaloides aporfínicos (Figura 9) inicia-se a partir do
aminoácido L-tirosina. Duas moléculas de L-tirosina paralelamente sofrem reação, uma
é descarboxilada para formar a dopamina e a outra sofre uma reação de transaminação
dando origem ao ácido 4-hidroxifenilpirúvico. Posteriormente, os produtos das duas
reações sofrem condensação através da reação de Mannich, formando (S)-
Norcoclaurina. Reações seguintes de metilação e oxidação levam a formação de (S)-
Reticulina. Sendo a (S)-Reticulina precursora dos alcaloides aporfínicos, formados
posteriormente em acoplamento oxidativo (DEWICK, 2009). Diversas atividades
biológicas são descritas na literatura para estes tipos de alcaloides e derivados, tais
como: citotóxica, antimicrobiana e antiprotozoários (PAULO et al., 1992; SILVA et al.,
2007; SILVA et al ., 2012a; COSTA et al., 2013).
27
Figura 9: Rota biossintética dos alcaloides aporfínicos.
Fonte: DEWICK, 2009
2.3 Óleos Essenciais de Annonaceae e atividade antimicrobiana
Óleos essenciais são misturas complexas constituídas por terpenoides (mono e
sesquiterpenos) e fenilpropanoides, sendo estes metabólitos responsáveis por suas
características organolépticas. Podem ser obtidos a partir de folhas, cascas, caule, flores,
frutos e sementes (BIZZO et al., 2009; BAKKALI et al., 2008).
Os terpenoides formam uma grande e diversificada família de produtos naturais,
constituídos de unidades de isopreno C5, envolvendo diretamente na sua formação as
unidades biologicamente ativas: Dimetilalil difosfato (DMAPP) e Isopentenil difosfato
(IPP) (Figura 10). Sua origem pode ser a partir de duas vias biossintéticas: via do
NMe
MeO
OHH
MeO
OH
O
-CO2
OH
O
NH2
L-Tirosina
OHNH2
Tiramina
OHNH2
OH
Dopamina
O
OH
CO2H
Ácido 4-hidroxifenil-pirúvico
CHO
OH4-hidroxifenil-acetaldeído
reação do tipo Mannich
NH
OH
OHH
OH(S)- Norcoclaurina
SAMSAM
NH
MeO
OHH
OH
(S)- Coclaurina
NMe
MeO
OHH
OH(S)-N-metilcoclaurina
NMe
MeO
OHH
OH
OH
(S)-3´ - hidroxi- N-metilcoclaurina (S)- Reticulina
SAMN
R
Alcalóides Aporfínicos
Acoplamentooxidativo
O2
28
mevalonato e a via desoxi-xilulose fosfato. São classificados de acordo com o número
de unidades de isopreno: hemiterpenos (C5), monoterpenos (C10), sesquiterpenos (C15),
diterpenos (C20), sesterterpenos (C25), triterpenos (C30) e tetraterpenos (C40) (DEWICK,
2009).
Figura 10: Unidades de isopreno precursoras.
Os óleos essenciais da família Annonaceae são constituídos por mono e
sesquiterpenos, observando-se que os monoterpenos são comumente encontrados em
frutos e sementes e sesquiterpenos em folhas, cascas e raízes (FOURNIER et al., 1999).
De acordo com Fontes e colaboradores (2013) os óleos essenciais da espécie
Guatteria pogonopus tem como constituintes majoritários γ-patchouleno, (E)-
cariofileno e β-pineno. Estudos realizados por Costa e colaboradores (2011a), com as
espécies Annona salzmannii e A. pickelii, constatou-se que os óleos de ambas espécies
eram constituídos predominantemente de sesquiterpenos e que os compostos
majoritários eram o biciclogermacreno e (E)-cariofileno. O óleo essencial da espécie
Xylopia frutescens tem como principais constituintes (E)-cariofileno, biciclogerma-
creno, germacreno D e α-copaeno (FERRAZ et al., 2013). Para a espécie Annona
foetida, o biciclogermacreno (35,12%), (E)-cariofileno (14,19%) e α-copaeno (8,19%)
foram identificados como os compostos majoritários (COSTA et al., 2009). A espécie
Bocageopsis pleiosperma Maas apresentou na composição dos óleos essenciais o
sesquiterpeno β-bisaboleno como constituinte majoritário. (SOARES et al., 2015a).
Trabalho de Silva e colaboradores (2015b) sobre óleo essencial de espécies Unonopsis
Dimetilalil disfosfato(DMAPP ) (C5 )
Isopentenil difosfato(IPP) (C5 )
OPP OPP
29
guatterioides, U. stipitata, U. floribunda, U. rufescens e U. duckei, revelou como
constituintes majoritários os sequiterpenos óxido de cariofileno e espatulenol com
exceção de U. guatterioides e U.stipitata (Figura 11).
Figura 11: Exemplos de terpenos encontrados em óleos essenciais na família Annonaceae.
A resistência de micro-organismos contra os medicamentos disponíveis no
mercado constitui-se em um sério problema de saúde pública, gerando a necessidade de
busca de novos compostos bioativos para o combate às graves enfermidades por eles
produzidas. Os óleos essenciais tem chamado atenção como fontes naturais seguras,
cujos estudos têm revelado inúmeras atividades medicinais, como anti-oxidante, anti-
inflamatória, anti-vira, anticarcinogênica e antimicrobiana (SHAABAN et al., 2012).
Várias espécies de Annonaceae da Amazônia têm revelado atividade
antimicrobiana como pode ser constatado em alguns relatos citados a seguir. A espécie
Guatteriopsis blepharophylla teve óxido de cariofileno como composto majoritário,
sendo relatada uma potente atividade contra a bactéria Rhodococcus equi exibindo um
H
H
(E)- cariofileno
O
H
H
β-elemeno
biciclogermacreno
H
β-selineno
óxido de cariofileno
30
CIM de 50µg mL-1 (COSTA et al., 2008). A espécie B. pleiosperma Maas apresentou na
composição dos óleos essenciais o sesquiterpeno β-bisaboleno como constituinte
majoritário, sendo a ele atribuída a moderada atividade contra Staphylococcus
epidermidis. Os óleos de Duguetia lanceolata, constituídos principalmente de β-
elemeno, óxido de cariofileno o β-selineno apresentaram significativa atividade contra
Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Escherichia coli e Candida albicans
(SOUSA et al., 2012).
31
2.4 O gênero Onychopetalum
O gênero Onychopetalum tem sua distribuição restrita a Região Amazônica,
sendo as espécies encontradas frequentemente em florestas não inundadas. Este gênero
é constituído por 2 espécies: O. amazonicum (R.E. Fr) e O. periquino (Rusby) (Figura
12), tendo sido incorporado desde 1959 ao informal “Grupo-Unonopsis”, que inclui os
gêneros Bocageopsis e Unonopsis (MAAS et al., 2007b; CHATROU et al., 2012).
Neste grupo informal “Grupo-Unonopsis”, o gênero Onychopetalum apresenta
apenas dois estudos fitoquímicos referentes à espécie O. amazonicum (ALMEIDA et
al., 1976; SILVA et al., 2015a). Já no gênero Bocageopsis poucos relatos fitoquímicos
são descritos na literatura. A espécie B. pleiosperma Maas apresentou na composição
dos óleos essenciais o sesquiterpeno β-bisaboleno como constituinte majoritário,
enquanto que das folhas foram isolados alcaloides dos tipos: aporfínicos, oxoaporfínico,
benziltetraidroisoquinilínico e β-carbolínico (SOARES et al., 2015a; 2015b).
Figura 12: Distribuição geográfica do gênero Onychopetalum.
Fonte: MAAS et al., 2007b
O.amazonicum
O. periquino
32
O gênero Unonopsis é de longe o mais estudado, principalmente com relação à
prospecção de alcaloides, destacando-se os do tipo aporfinico e derivados (Figura 13)
(SILVA et al., 2014; YOSHIDA et al., 2013; SIQUEIRA et al., 1998). Estudos
realizados por Waechter e colaboradores (1999) com U. buchtienii identificaram
alcaloides oxoaporfínicos, tais como liriodenina, enquanto que de U. guatterioides
foram reportados alcaloides aporfínicos, oxoaporfínicos e azafluorenona (SILVA et al.,
2012b). Das cascas do caule de U. lindimani foi isolado o alcaloide do tipo
oxoaporfínico lisicamina (SILVA et al., 2007).
Figura 13: Alcaloides aporfínicos e derivados encontrados no gênero Unonopsis.
Aporfínicos
Anonaina
NH
H
O
O NH
H
HO
H3CO
Oxoaporfínicos
Azafluorenona
NO
OCH3H3CO
HO
H3C
asimilobina
liriodenina lisicamina
5,8-dimetoxi-7-hidroxi-1-metil-4-azafluore-9-ona
N
O
O
O
N
O
H3CO
H3CO
33
2.5 A espécie Onychopetalum amazonicum.
A espécie O. amazonicum, conhecida popularmente como envira preta e envira
caju, tem sua distribuição na Região Amazônica brasileira (Amazonas, Mato Grosso,
Pará e Rondônia) e na Venezuela (Amazonas). Suas arvores tem cerca de 10 a 30
metros de altura, chegando a 90 cm de diâmetro. Frequentemente são encontradas em
florestas não inundadas, com um período de frutificação de setembro a janeiro e o de
floração em janeiro, junho e setembro (MAAS et al., 2007b).
Na literatura há apenas dois relatos de estudo químico. No primeiro trabalho
foram reportados nas cascas do tronco os esteróides, sitosterol e estigmasterol, além do
alcaloide onichina (Figura 14) (ALMEIDA et al., 1976). O segundo trabalho envolve a
extração de policarpol das cascas (SILVA et al., 2015a).
Figura 14: Alcaloide onichina.
N
O
34
3. OBJETIVOS
3.1 Geral
Contribuir para o conhecimento químico e biológico do gênero Onychopetalum
(Annonaceae) por meio de estudos fitoquímicos e pela investigação do potencial
antimicrobiano dos óleos essenciais da espécie O. amazonicum.
3.2 Específicos
Avaliar as frações alcaloídicas das folhas, cascas e galhos utilizando técnicas
APCI-IT-MSn e LC-DAD-APCI-MS, a fim de selecionar as mais promissoras
para estudo fitoquímico;
Isolar constituintes das frações alcaloídicas e caracterizá-los através de técnicas
de RMN 1D/2D e EM;
Caracterizar os compostos presentes nos óleos essenciais das folhas, cascas e
galhos de O. amazonicum, através de análises cromatográficas por CG-EM e
CG-DIC;
Avaliar a atividade antimicrobiana dos óleos essenciais das folhas, cascas e
galhos de O. amazonicum.
35
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Análises cromatográficas
4.1.1 Cromatografia em camada delgada – CCD
As análises foram realizadas em cromatoplacas pré-fabricadas de sílica gel TLC
de 0,2 mm de espessura e indicador de fluorescência F254 da Sorbent Techonologies.
Para detecção dos compostos usou-se irradiação com lâmpada ultravioleta (UV) (264 e
365 nm) e revelação com reagente Dragendorff.
4.1.2 Cromatografia líquida de alta eficiência analítica-CLAE
Utilizou-se um cromatógrafo Acella® (Thermo Scientific), operando
simultaneamente com um detector PDA e um detector de espectrometria de massas
(TSQ Quantum Acess). Foi utilizada uma coluna Luna C18 (5µm, 150 x 4,60 mm)
Phenomenex. As fases móveis utilizadas foram metanol e água acidificada (0,01%
TFA).
4.1.3 Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE ) preparativa
O isolamento em escala preparativa foi realizado em um cromatógrafo modelo
Shimadzu®, CBM-20A, equipado com detector de UV SPD-20A, desgaseificador DGU-
20A e sistema binário de solventes LC-6AD. Utilizou-se uma coluna Luna C18 (5µm,
250 x 15.00 mm) Phenomenex. As fases móveis utilizadas foram metanol e água
acidificada (0,01% TFA).
4.1.4 Cromatografia Gasosa
Os óleos essenciais foram analisados em um cromatógrafo gasoso acoplado aos
detectores de ionização de chama (DIC) e espectrometria de massas (EM), modelo
CG2010/ QP2010 Plus (Shimadzu©). As análises foram realizadas no Centro de
36
Biotecnologia da Amazônia (CBA), sob responsabilidade do MSc. Raimundo Carlos
Pereira Junior.
4.2 Solventes e reagentes reveladores
4.2.1 Solventes
Para o preparo dos extratos foram utilizados solventes grau PA (Nuclear®).
Utilizaram-se solventes grau HPLC para as análises cromatográficas analítica e
preparativa, bem como para as análises por espectrometria de massas. Os espectros de
RMN foram obtidos em solventes deuterados.
4.2.2 Reagentes reveladores
Reagente de Dragendorff (modificação de Munier) (MUNIER, 1953 apud
Merck, 1971): Solução A: 1,7 g de nitrato de bismutto III e 20,0 g de ácido tartárico
dissolvidos em 80 mL de água destilada. Solução B: 16,0 g de iodeto de potássio
dissolvidos em 40 mL de água destilada. A mistura de partes iguais destas soluções
constitui a solução estoque. Para borrifação das cromatoplacas, adicionou-se 10,0 g de
ácido tartárico, dissolvidos em 50 mL de água destilada. Após borrifação das placas
cromatográficas os spots das substâncias alcaloídicas apresentaram coloração laranja.
4.3 Métodos espectroscópicos/espectrométricos
Os espectros de massas foram registrados em espectrômetro do tipo Íon-trap,
modelo LCQ Fleet (Thermo scientific), operando com fonte de ionização química à
pressão atmosférica (APCI); e espectrômetro do tipo triplo-quadrupolo, modelo TSQ
Quantum Acess, operando com fonte de ionização química à pressão atmosférica
(APCI). As análises de espectrometria de massas foram realizadas no laboratório de
espectrometria de massas da Universidade Federal do Amazonas - UFAM.
37
Os espectros de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de 1H e 2D foram
obtidos em equipamento modelo Bruker Avance 600 (600 MHz), do Departamento de
Química da Universidade Federal do Paraná-UFPR, sob responsabilidade do professor
Dr. Anderson Barison. As amostras foram solubilizadas em clorofórmio, acetona e
metanol deuterados (CDCl3, CD3COCD3 e CD3OD). Tetrametilsilano (TMS) foi
utilizado como padrão de referência interna. Os deslocamentos químicos foram
expressos em ppm (δ) e as constantes de acoplamento (J) foram registradas em Hertz
(Hz).
4.4 Outros equipamentos
Liquidificador Indústrial: Modelo JBM35 - Motor: 1/2 CV - 50/60 Hz;
Balança analítica: MARK classe 1 (máx. 220 g – mín.10 mg);
Pipeta automática: Gilson ®, P 1000 e P 200 ;
Ultrasson: Unique, modelo USC-2800;
Evaporador rotatório: Heidolph, tipo Heizbad OB.
38
4.5 Coleta e identificação do material botânico
As folhas, galhos e cascas de O. amazonicum foram coletadas na Reserva
Florestal Adolpho Ducke, no dia 11 de março de 2014 (Figura 15), de indivíduo
previamente marcado (nº 163). Sua exsicata encontra-se depositada no herbário do
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) sob o N º218341.
Após a coleta, as diferentes partes da planta foram separadas, limpas e secas a
temperatura ambiente por 20 dias. Posteriormente o material foi triturado
separadamente e pesado.
Figura 15: Espécie de O. amazonicum coletada na Reserva Florestal Adolpho Ducke.
Fonte: Lima, 2014
4.6 Obtenção dos óleos essenciais
Aproximadamente 100 g das folhas, cascas e galhos foram submetidas à
extração dos óleos essenciais pelo processo de hidrodestilação em aparelho tipo
Clevenger modificado (Figura 16). Utilizou-se 2L de água destilada durante 4 horas de
extração. Os óleos essenciais foram coletados em um frasco pequeno de vidro, sendo
adicionado sulfato de sódio anidro (Na2SO4) para retirar a água do meio. Seu
rendimento foi calculado dividindo-se a massa do óleo pela massa do material inicial e o
resultado multiplicado por 100. Os óleos obtidos foram acondicionados em frascos
âmbar, fechados e armazenados na temperatura de -15°C até as análises.
39
Figura 16: Extração dos óleos essenciais de O. amazonicum em um aparelho tipo Clevengermodificado.
Fonte: Lima, 2014
4.7 Análises por CG-DIC e CG-EM
As amostras foram diluídas em diclorometano (1mg/mL) e analisadas por CG-
DIC e CG-EM. Para a análise em CG-DIC foi utilizada uma coluna DB-5 (30m x
0,25mm x 0,25 µm) temperatura programada de 60 a 240 ºC com um gradiente
3°C/min. Hélio foi utilizado como gás de arraste com fluxo de 0,80 mL / min. O modo
de injeção foi split com razão 1:50, com o injetor a 250°C e o volume de injeção 1µL.
Na análise por CG-EM os espectros de massas foram obtidos em uma faixa de
detecção de m/z 40-600, as condições da análise foram as mesmas utilizadas para CG-
DIC. Para obtenção do índice de retenção foi injetada uma série homóloga de
hidrocarbonetos (C8-C30). Os índices de retenção foram calculados utilizando a
equação de Van der Dool-Kratz (Dool & Kratz, 1963). Os constituintes foram
identificados com base na comparação dos espectros obtidos com aqueles armazenados
39
Figura 16: Extração dos óleos essenciais de O. amazonicum em um aparelho tipo Clevengermodificado.
Fonte: Lima, 2014
4.7 Análises por CG-DIC e CG-EM
As amostras foram diluídas em diclorometano (1mg/mL) e analisadas por CG-
DIC e CG-EM. Para a análise em CG-DIC foi utilizada uma coluna DB-5 (30m x
0,25mm x 0,25 µm) temperatura programada de 60 a 240 ºC com um gradiente
3°C/min. Hélio foi utilizado como gás de arraste com fluxo de 0,80 mL / min. O modo
de injeção foi split com razão 1:50, com o injetor a 250°C e o volume de injeção 1µL.
Na análise por CG-EM os espectros de massas foram obtidos em uma faixa de
detecção de m/z 40-600, as condições da análise foram as mesmas utilizadas para CG-
DIC. Para obtenção do índice de retenção foi injetada uma série homóloga de
hidrocarbonetos (C8-C30). Os índices de retenção foram calculados utilizando a
equação de Van der Dool-Kratz (Dool & Kratz, 1963). Os constituintes foram
identificados com base na comparação dos espectros obtidos com aqueles armazenados
39
Figura 16: Extração dos óleos essenciais de O. amazonicum em um aparelho tipo Clevengermodificado.
Fonte: Lima, 2014
4.7 Análises por CG-DIC e CG-EM
As amostras foram diluídas em diclorometano (1mg/mL) e analisadas por CG-
DIC e CG-EM. Para a análise em CG-DIC foi utilizada uma coluna DB-5 (30m x
0,25mm x 0,25 µm) temperatura programada de 60 a 240 ºC com um gradiente
3°C/min. Hélio foi utilizado como gás de arraste com fluxo de 0,80 mL / min. O modo
de injeção foi split com razão 1:50, com o injetor a 250°C e o volume de injeção 1µL.
Na análise por CG-EM os espectros de massas foram obtidos em uma faixa de
detecção de m/z 40-600, as condições da análise foram as mesmas utilizadas para CG-
DIC. Para obtenção do índice de retenção foi injetada uma série homóloga de
hidrocarbonetos (C8-C30). Os índices de retenção foram calculados utilizando a
equação de Van der Dool-Kratz (Dool & Kratz, 1963). Os constituintes foram
identificados com base na comparação dos espectros obtidos com aqueles armazenados
40
na biblioteca Wiley, 7ª edição do equipamento e comparação dos índices de retenção
calculados com os da literatura (ADAMS, 2007).
4.8 Avaliação da atividade antimicrobiana dos óleos essenciais.
Os experimentos para a avaliação da atividade antimicrobiana dos óleos
essenciais das cascas do tronco, folhas e galhos de O. amazonicum foram realizados no
Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP, sob
responsabilidade do Dr. Marcos José Salvador.
Os óleos essenciais foram avaliados quanto à atividade antimicrobiana,
utilizando o método de micro diluição em caldo (placas de 96 poços), como descrito
anteriormente (SALVADOR et al., 2002; COSTA et al., 2010). Vinte microlitros de
soluções de amostra-teste e de soluções-controle (positivo e negativo) foram aplicadas
em poços de 5 mm de diâmetro para dar uma concentração entre 10 a 500 µg/ml. As
soluções foram preparadas em DMSO, em concentração de 5000 µg/mL. Como
controles positivos foram utilizados discos de cloranfenicol (100 µg/mL) e cetoconazol
(100 µg/mL) e como controle negativo foi usada uma solução de dimetilsulfóxido
(DMSO)-esterilizado e água destilada (5:95, v / v). A concentração inibitória mínima
(CIM) foi calculada como a concentração mais baixa que mostra completa inibição de
uma estirpe testada (SALVADOR et al., 2002). Cada teste de sensibilidade foi realizado
em duplicata para cada micro-organismo avaliado e repetido três vezes. As estirpes de
micro-organismos utilizados foram Kocuria rhizophila (ATCC 9341), Staphylococcus
aureus (ATCC14458), Staphylococcus epidermidis (ATCC 12228), Escherichia coli
(ATCC 10538), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), Candida albicans(ATCC
10231), Candida parapsilosis (ATCC 22019), Candida tropicalis (ATCC 157),
Candida glabrata (ATCC 30070) e Candida dubliniensis (ATCC 778157).
41
4.9 Marcha química para obtenção de alcaloides.
O material vegetal triturado (folhas, cascas e galhos) foi submetido à extração
alcaloídica em escala analítica e preparativa, de acordo com metodologia adaptada
descrita previamente na literatura (SOARES et al., 2015b).
As frações alcaloídicas em escala analítica (Esquema 1) foram obtidas conforme
descrita a seguir: 500 mg de material vegetal (folhas, galhos e cascas) foram
transferidos para um recipiente de vidro, adicionando-se 5 mL de hidróxido de amônio a
10% (NH4OH) e 5 mL de diclorometano (DCM), agitando-se em seguida. Após
extração, a fase DCM foi transferida para um funil de separação, acrescentando-se 5 mL
de ácido acético a 10%. A fração aquosa ácida, foi tratada com hidróxido de amônio
concentrado, até alcançar o pH 10, acrescentando-se em seguida 5 mL de DCM. Após a
extração, a fase orgânica foi separada e seca sob uma corrente de nitrogênio.
Esquema 1: Extração alcaloídica em escala analítica.
500 mg (cascas,galhos e folhas)
5mL NH4OH (10%) e5mL CH2Cl2
Fase DCM : adiçãode 5 mL ácidoacético 10%
Fase aq. ácida: adiçãoNH4OH conc. (até pH
10)+
5mL DCM
Fase DCM(Fração alcaloídica)
Secas em N2 (g)
Extração eseparação
Extração eseparação
42
Quanto à extração em escala preparativa (Esquema 2), cerca 300 g de folhas
trituradas foram maceradas com 2L de NH4OH 10% e 2L de CH2Cl2 por 72h. Em
seguida a fase orgânica foi transferida para um funil de separação e extraída com
solução de ácido acético 10% (2x 500mL). Posteriormente, a camada aquosa ácida
obtida foi ajustada com NH4OH (concentrado) até pH 10 e extraída com 600 mL de
DCM. Durante a etapa final de extração, observou-se a formação de um precipitado,
com teste positivo para alcaloides ao reagente de Dragendorff, sendo separado, seco sob
uma corrente de nitrogênio, pesado (421,8 mg) e codificado como PFOa. A fase DCM
final, contendo a fração alcaloídica, foi concentrada em um evaporador rotativo, seca
em um dessecador e pesada (1,16 g).
Esquema 2: Extração de alcaloides em escala preparativa
300g (Folhas)2L NH4OH (10%) 2L
DCM
Decantação 72 h
Fase DCM : adição ácidoacético 10%( 2 x 500mL)
Fase aq. ácida: adiçãoNH4OH conc. (até pH
10)+
600mL DCM
Fase DCM (Fraçãoalcaloídica)
Fração alcaloídica1,16 g
Precipitado
Precipitado421,8 mg
Extração eseparação
Extração eseparação
43
4.10 Análises por APCI-IT-MSn e LC-DAD-APCI-MS das frações alcaloídicas de
O. amazonicum obtidas em escala analítica.
As frações alcaloídicas obtidas em escala analítica (casca, galhos e folhas) foram
diluídas a concentração de 10 ppm em metanol grau HPLC, sendo os espectros de full
scan obtidos por inserção direta em espectrômetro de massas do tipo ion trap (LCQ
Fleet), equipado com fonte de APCI e operando em modo positivo de aquisição. Os
espectros de MSn foram obtidos por inserção direta em espectrômetro de massas do tipo
ion trap (LCQ Fleet) equipado com fonte de APCI (modo positivo - energias de colisão
entre 15 e 20 %). A faixa de massa analisada foi de m/z 100-1000.
Para a análise de LC-DAD-APCI-MS da fração alcaloídica das folhas utilizou-se
um sistema UHPLC, modelo Acella® (Thermo Scientific), acoplado a um
espectrômetro de massas do tipo triplo-quadrupolo, modelo TSQ Quantum Acess
(Thermo scientific), dotado de uma fonte de APCI (modo positivo) e monitorando a
faixa de m/z 100-1000. Utilizou-se uma coluna Luna C18 (5µm, 150 x 4,60 mm)
Phenomenex com fluxo de 1 mL/min. As fases móveis utilizadas foram metanol (B) e
água acidificada (A) (0,01% TFA), com gradiente B de 20-80% durante 14 minutos,
seguido de 80% por 10 min. O detector DAD foi ajustado para o monitoramento entre
200-600 nm.
4.11 Fracionamento por CLAE da fração alcaloídica das folhas em escala
preparativa.
Após escalonamento adequado do método utilizado em escala analítica, cerca de
100 mg da fração alcaloídica das folhas foram solubilizados em 500µL de metanol/
diclorometano (1:1) e submetidos a fracionamento em escala preparativa em
cromatógrafo modelo Shimadzu® (CBM-20A), equipado com detector de UV (SPD-
20A), desgaseificador (DGU-20A), sistema binário de solventes (LC-6AD) e looping de
44
500µL. Foi utilizada uma coluna Luna C18 (5µm, 250 x 15.00mm) Phenomenex com
fluxo de 8 mL/min. As fases móveis utilizadas foram metanol (B) e água acidificada (A)
(0,01% TFA), com gradiente de B de 20-80% durante 14 minutos, seguido de 80% por
10 min, o que resultou em 17 frações. As frações foram analisadas por espectrometria
de massas, sendo posteriormente encaminhadas as mais promissoras para análises de
RMN 1D e 2D.
4.11.1 Análise de precipitado por APCI-IT-MS e LC-DAD-APCI-MS.
O precipitado codificada como PFOa, obtido na marcha alcaloídica em escala
preparativa, foi analisado por APCI-IT-MS e LC-DAD-APCI-MS, nas mesmas
condições utilizadas para a fração alcaloídica das folhas.
45
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Extração dos óleos essenciais de O. amazonicum.
As amostras obtidas de óleos essenciais de O. amazonicum apresentaram uma
coloração amarelo claro e rendimentos que variaram de 0,16 a 0,34% (Tabela 1).
Observou-se o elevado rendimento das cascas em relação às demais partes da planta
analisada. Os rendimentos obtidos são coerentes com aqueles existentes na literatura
para outras espécies da família Annonaceae (FOURNIER et al., 1999; ALITONOU et
al., 2013; KARIOTI et al., 2004).
Tabela 1: Rendimentos dos óleos essenciais obtidos de O. amazonicum.
Amostra Rendimento %Folhas 0,18Cascas 0,34Galhos 0,16
5.2 Identificação dos constituintes voláteis presentes no óleo essencial das folhas de
O. amazonicum.
Através da análise de CG-EM e CG-DIC dos óleos essenciais obtidos das folhas
de O. amazonicum foi possível caracterizar 87,8% da composição química (Tabela 2).
Os principais compostos identificados nas folhas foram (E)-cariofileno (17,0%), óxido
de cariofileno (11,9%), espatulenol (10,4%) α-copaeno (8,4%) e biciclogermacreno
(5,8%) (Figura 17).
Tabela 2: Constituintes dos óleos essenciais das folhas, cascas e galhos de O. amazonicum.
Compostos Folhas Cascas Galhos I.Ra I.Rb,f I.Rb,c I.Rb,g
δ-Elemeno 0,7 - - 1335 1338 - -α-Cubebeno 0,7 1,3 - 1348 1350 1350 -α-Copaeno 8,4 3,4 0,2 1374 1377 1377 1374β-Bourboneno 0,6 - - 1387 1386 - -β-Elemeno 2,7 2,9 4,2 1389 1393 1393 1393α-Gurjuneno 3,6 14,9 10,6 1409 1406 1406 1406(E)-Cariofileno 17,0 3,7 - 1417 1421 1421 -Aromadendreno 1,6 - - 1439 1440 - -α-Humuleno 3,1 0,9 - 1452 1455 1455 -allo-Aromadendreno - 21,2 2,4 1458 - 1463 1462γ-Gurjuneno - 1.3 - 1475 - 1476 -
46
γ-Muroleno 2,9 - - 1478 1478 - -Germacreno D 1,7 - - 1480 1482 - -β-Selineno 0,7 0,7 1,4 1489 1487 1487 1487Biciclogermacreno 5,8 - - 1500 1497 - -α-Murolene 1,2 0,7 - 1500 1501 1501 -(E,E)-α-Farneseno - - 0,4 1505 - - 1500γ-Cadineno - 1,9 1,8 1513 - 1515 1515(E)-Calameno - - 1,9 1521 - - 1528δ-Cadineno 5.4 3,9 2,4 1522 1524 1524 1524α-Calacoreno 2,7 - 1,3 1544 1544 - 1543Elemol - - 2,5 1548 - - 1550Germacreno B 1,0 - - 1559 1558 - -β-Calacoreno 0,8 - - 1564 1564 - -(E)-Hidrato sesquisabineno - - 0,5 1577 - - 1578Espatulenol 10,4 - - 1577 1579 - -Óxido de cariofileno 11,9 3,8 4,9 1582 1584 1584 1584Viridiflorol 0,7 0,9 1,4 1592 1593 1592 1593Guaiol 1,1 - - 1600 1598 - -Sesquituriferol - - 0,7 1604 - - 1604Epóxido humuleno II 1,1 - 3,4 1608 1610 - 16081,10-di-epi-Cubenol - - 3,2 1618 - - 1615Isolongifolan-7-alfa-ol - - 2,4 1618 - - 16211-epi-Cubenol - 3,2 2,8 1627 - 1629 1629epi-(α)-Cadinol - 24,1 14,0 1638 - 1643 1642Cubenol 1,4 0,8 - 1645 1642 1647 -α-Cadinol 0,5 1,3 0,7 1652 1655 1655 1651Cadeleno - - 0,9 1675 - - 1675Mustakona - - 1,1 1676 - - 1678Eudesma-4(15),7-dien-1β-ol - - 1,8 1687 - - 1687Ciperotundona - 1,3 8,1 1695 - 1695 1695
Sesquiterpenos não oxigenados (%) 60,7 56,9 27,5Sesquiterpenos oxigenados (%) 27,1 35,3 47,5Total identificados (%) 87,8 92,2 75,0
a Índice de retenção de acordo com Adams (2007); b Índice de retenção calculado de acordo com Van derDool-Kratz (1963) para os componentes da folhas f, cascas c e galhos g.
Estes compostos majoritários foram anteriormente observados em espécies da
família Annonaceae. O óleo essencial da espécie Xylopia frutescens tem como
principais compostos (E)-cariofileno (31,48%), biciclogermacreno (15,13%),
germacreno D (9,66%) e α-copaeno (4.55%) (FERRAZ et al., 2013). Segundo Maia e
colaboradores (2005), o espatulenol e óxido de cariofileno foram identificados como
constituintes principais nas espécies Guatteria juruensis (77,5%) e Guatteria
microcalyx (44,2%), respectivamente. Para a espécie Annona foetida, o
biciclogermacreno (35,12%), (E)-cariofileno (14,19%) e α-copaeno (8,19%) foram
identificados como os compostos majoritários (COSTA et al., 2009).
47
Figura 17: Constituintes majoritários nos óleos essenciais das folhas de O. amazonicum.
Em estudos realizados por Owolabi e colaboradores (2013) com óleo essencial
de Annona muricata, o (E) cariofileno (38.9%) foi identificado como composto
majoritário, demostrando uma notável atividade citotóxica. O óleo essencial da espécie
Guatteria pogonopus apresentou significativa atividade antitumoral, estando presente
(E)-cariofileno (11,36%) como um dos principais constituintes (FONTES et al., 2013).
5.3 Identificação dos constituintes voláteis presentes no óleo essencial das cascas de
O. amazonicum
Através dos dados de CG-EM e CG-DIC do óleo essencial das cascas obtido de
O.amazonicum foi possível caracterizar 92,2% dos constituintes do óleo (Tabela 2). Foi
observada a predominância dos compostos (epi) α-cadinol (24,1%), allo-aromadendreno
(21,2%), α-gurjuneno (14,9%,), δ-cadineno (3,9%) e óxido de cariofileno (3,8%)
(Figura 18), sendo estes compostos já identificados em espécies da família Annonaceae,
como as espécies Annona muricata, Polyalthia longifolia, Duguetia lanceolata,
H
H
H
HOH
H
(E)-cariofileno
espatulenol
α-copaeno
O
H
H
óxido de cariofileno
biciclogermacreno
48
Artabotrys pallens (KOSSOUOH et al., 2007; OGUNBINU et al., 2007; SOUSA et al.,
2012; THANG et al., 2013).
Para o composto (epi) α-cadinol, tem sido relatado na literatura sua atividade
antimicrobiana. O óleo essencial de Piper amalago, constituído por 12,70% de (epi) α-
cadinol, apresentou atividade antifúngica satisfatória contra Candida albicans, Candida
parapsilosis e Candida tropicalis (CARRARA et al., 2010). Em um estudo realizado
com a espécie Ocimum basilicum L., o composto (epi) α-cadinol foi um dos
constituintes principais (11,4%, 12,4%, 8,6% e 10%, respectivamente, no verão, outono,
inverno e primavera), onde foi observada atividade antimicrobiana contra bactérias
gram-positivas e gram-negativas (HUSSAIN et al., 2008).
Figura 18: Constituintes majoritários no óleo essencial das cascas de O. amazonicum.
H
HOH
H
H
H
(epi)α-cadinol allo- aromadendreno
α -gurjunenoδ -cadineno
O
H
H
óxido de cariofileno
H
49
5.4 Identificação dos constituintes voláteis presentes no óleo essencial dos galhos de
O.amazonicum.
Através dos dados de CG-EM e CG-DIC do óleo essencial dos galhos obtido de
O.amazonicum foi possível caracterizar 75,0% da sua composição química (Tabela 2),
tendo como constituintes majoritários (epi)α-cadinol (14,0%), α-gurjuneno (10,6%),
ciperotundona (8,1%), óxido de cariofileno (4,9%) e β-elemeno (4,2 %) (Figura 19).
Figura 19: Constituintes majoritários no óleo essencial dos galhos de O. amazonicum.
Com relação aos compostos majoritários encontrados nos galhos pôde-se
observar uma semelhança com os presentes nas cascas, principalmente pelo alto teor de
(epi) α-cadinol.
Quando comparados os constituintes principais presentes nas folhas, cascas e
galhos de O. amazonicum, o composto óxido de cariofileno foi o único que esteve
presente em todas as amostras com teores 11,9, 3,8 e 4,9% respectivamente. A espécie
Guatteriopsis blepharophylla teve óxido de cariofileno (69,25%) como composto
H
HOH
O
H
O
H
H
(epi)α- cadinol
ciperotundona
α -gurjuneno
óxido de cariofileno
β - elemeno
50
majoritário, sendo relatada uma potente atividade contra a bactéria Rhodococcus equi
exibindo um CIM de 50µg mL-1 (COSTA et al., 2008).
No total, 41 constituintes foram identificados nos óleos essenciais de O.
amazonicum, destacando-se a presença de sesquiterpenos e a ausência de monoterpenos,
o que está em acordo com estudos anteriores com espécies de Annonaceae, onde é
comumente observado monoterpenos em frutos e sementes e sesquiterpenos em folhas,
cascas e raízes (FOURNIER et al., 1998).
5.5 Atividade antimicrobiana dos óleos essenciais de O. amazonicum.
O óleo essencial das cascas de O. amazonicum (CIM 62,5 µg/ml ) demonstrou
atividade contra as bactérias gram-positivas K. rhizophila ATCC 9341 e S. epidermidis
ATTC 12228, e a bactéria gram-negativa E. coli ATCC 10538 (Tabela 3). Nenhum
efeito contra S. aureus ATCC 14458, P. aeruginosa ATCC 27853, C. albicans ATCC
10231, C. parapsilosis ATCC 22019, C. tropicalis ATCC 157, C. glabrata ATCC
30070 e C. dubliniensis ATCC 778157 foi observado para os três óleos essenciais.
Esta atividade pode estar associada à presença do composto de um dos
compostos majoritários allo-aromadendreno (21, 1%), uma vez que (epi) α-cadinol (24,
1%) e α-gurjuneno (14, 9%) são os principais compostos no óleo essencial dos galhos,
parte da planta que não exibiu qualquer atividade. Estudos realizados por Parmena e
colaboradores (2012) com a espécie Monanthotaxis discolor (Annonaceae)
demonstraram atividade antimicrobiana associada à presença do composto allo-
aromadendreno (11,7 – 12,8%).
51
Tabela 3: Atividade antimicrobiana in vitro dos óleos essenciais de O. amazonicum com osrespectivos valores de CIM (µg/mL-1)
aCIM– Concentração inibitória mínima em µg/mL-1; bControle positivo: cloranfenicol para as estirpes debactérias e cetoconazol para cepas de leveduras; c cepa padrão; d(-)não apresentou inibição. As amostrasavaliadas na gama de 12,5 e 500 µg/mL-1.
5.6 Análises por APCI-IT-MSn das frações alcaloídicas obtidas em escala analítica
5.6.1 Análise espectrométrica da fração alcaloídica das folhas, cascas e galhos de O.
amazonicum.
Nos espectros de íons totais da fração alcaloídica de O. amazonicum (Figura 20),
para as cascas e galhos foram observados perfis complexos com diversos sinais sendo
registrados na região de m/z 100-800 a ausência de sinais majoritários de m/z par,
apontando para menor abundância de alcaloides se comparado ao perfil alcaloídico das
folhas. Tendo em vista a complexidade observada, as amostras de cascas e de galhos
foram reservadas para estudos posteriores.
Microrganismo Folhas Cascas Galhos ControlePositivob
CIMa CIM CIM CIMStaphylococcus aureus (ATCC 14458)c -d - - 25Staphylococcus epidermidis (ATCC 12228)c - 62,5 - 50Escherichia coli (ATCC 10538)c - 62,5 - 50Kocuria rhizophila (ATCC 9341)c - 62,5 - 50Candida albicans(ATCC 10231)c - - - 12,5Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853) - - - >500Candida parapsilosis (ATCC 22019)c - - - 12,5Candida tropicalis (ATCC 157)c - - - 12,5Candida glabrata (ATCC 30070)c - - - 12,5Candida dubliniensis (ATCC 778157)c - - - 12,5
52
Figura 20: Espectro de massas das frações alcaloidicas das folhas, cascas e galhos de O.amazonicum.
5.6.2 Análise espectrométrica da fração alcaloídica das folhas de O. amazonicum.
No espectro de íons totais da fração alcaloídica das folhas (Figura 21) foram
observados diversos picos de m/z par, indicando possíveis alcaloides, destacando-se os
de m/z 342, 330, 328, 312, 298, 282, e 266 ([M+H]+). Estes foram submetidos ao
processo de fragmentação em sequência (tandem ou MSn).
Figura 21: Espectro de íons totais (full scan) da fração alcaloídica das folhas em escala analíticade O. amazonicum
No espectro de MS2 dos íons de m/z 342 e 328, observaram-se perdas de elevada
massa, resultando no pico base de m/z 178 (Figura 22). Perdas de elevada massa são
100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000m/z
0
20
40
60
80
1000
20
40
60
80
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
0
20
40
60
80
100328,16
342,08282,06178,15 266,12108,06 369,24 397,04 662,88577,35549,35446,61 769,79694,94
423,39 697,15
349,07
328,29681,14439,28219,16 317,15 397,38 665,10 710,97266,24 559,24473,12203,27149,10 642,61 725,18 858,35773,83 972,55894,78
235,23 314,24663,26
251,23 338,35203,22 397,28267,17175,16
455,32161,23 579,37485,20 607,48369,14749,21668,53
836,81 884,77 935,68 979,97
NL:9,38E3
NL:2,27E4
NL:3,16E3
folhas
cascas
galhos
brunas_PE_Folhas #41 RT: 0,84 AV: 1 SB: 9 1,52-1,70 NL: 2,28E3T: ITMS + c APCI corona Full ms [100,00-800,00]
220 240 260 280 300 320 340 360 380 400m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
328,15
282,05
342,10
329,14
266,12 330,14283,07 298,12 343,12312,10 326,16286,20 338,20280,07262,21 369,22300,13234,25 250,14 390,89344,25 356,01219,17202,28 383,23 397,27
53
incomuns em esqueletos aporfínicos, porém são comumente observados em esqueletos
do tipo benziltetraidroisoquinolínicos (SCHIMIDT et al., 2005) e
tetraidroprotoberberínicos (JEONG et al., 2012). O pico base de m/z 178 foi
previamente descrito como um fragmento chave para tetraidroprotoberberínicos
contendo grupos metoxila e hidroxila ligados ao anel A (SOARES et al., 2015b).
Embora seja possível predizer o padrão de substituição destes compostos, não é possível
garantir a exata posição de substituição, uma vez que substituições em diferentes
posições irão fornecer os mesmos fragmentos de massa.
Figura 22: Espectro de massas em MS2 para os íons de m/z 328 e 342 ([M+H]+).
Analisando o espectro MS2 do íon de m/z 330 (Figura 23) foi observada uma
perda de 138 Da, resultando em um íon fragmento m/z 192. Em estudo de fragmentação
realizado com alcaloides benziltetraidroisoquinolínicos foi sugerido um conjunto de
fragmentações chave (a-e) (Figura 24), através das quais é possível determinar o sítio de
substituição em duas partes essenciais do esqueleto benziltetraidroisoquinolínico, a
parte tetraidroisoquinolínica e a parte benzílica. O íon observado de m/z 192 tem sido
descrito como fragmento chave do tipo b, observado em isoquinolínicos contendo N-
metila e metoxila adjacente à hidroxila, conforme observado para alcaloides N-metil-3-
hidroxicoclaurina, reticulina e N-metilcoclaurina (SCHMIDT et al., 2005).
100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340m/z
0
20
40
60
80
1000
20
40
60
80
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
178,08
313,13151,10
279,12163,07 296,16 328,16251,14119,07 146,12 190,14137,08 267,1395,07 219,14 235,17204,08178,09
192,10 342,18163,09151,11 327,14294,16 310,13190,15 204,06119,03 265,16135,09 281,15107,09 255,14237,24218,19
NL:1,57E4
NL:1,39E4
54
Figura 23: Espectro de massas em MS2 do íon de m/z 330 ([M+H]+).
Figura 24: Proposta de fragmentação para alcaloides benziltetraidroisoquinolínicos.
Fonte: SCHIMIDT et al., 2005.
brunas_PE_folhas_msms #1180 RT: 7,64 AV: 1 NL: 9,46E2F: ITMS + c APCI corona Full ms2 330,00@cid25,00 [90,00-331,00]
100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
192,09
179,11
180,13
315,11299,09152,00 281,13 330,33313,12298,06176,35 267,07143,15 165,20119,98 235,04190,38 253,15111,10
-138 Da
N
OR2
HOR1
b
NH RHO
OR2
R3
OR4
1
OR4
R3
e
IT MS2
R3
OR4
O
HO
R2IT MS3 IT MS3
O
H2O
R2
c
a
O
d
IT MS2IT MS2
R1NH2
([M+H-R1NH2]+)
b
e
55
Nos espectros MSn do íon de m/z 312 (Figura 25), foram observadas perdas
sequenciais de 17, 15 e 15 Da. Segundo as fragmentações chave propostas por Stévigny
e colaboradores (2004), esta sequência está de acordo com um esqueleto aporfínico. A
perda inicial sugere ausência de N-metilação, enquanto as perdas sucessivas sugerem a
presença de metoxilas adjacentes na estrutura.
Figura 25: Espectro de massas em MSn íon de m/z 312 ([M+H]+).
Analisando o espectro de MSn do íon de m/z 298 (Figura 26), observa-se
também uma perda inicial de 17 Da. As perdas competitivas de 15 e 31 Da são também
consideradas como chave para caracterizar metoxilas adjacentes. De acordo com
estudos de fragmentações realizados por Soares e colaboradores (2015b) o íon de m/z
298 com perdas de 17, 15 e 31 Da foi descrito como sendo o alcaloide proaporfínico
estefarina (Figura 27).
80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300m/z
0
20
40
60
80
1000
20
40
60
80
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
0
20
40
60
80
100295,19
312,01281,04266,19189,23
280,02
264,18
221,10 235,19 266,12251,39 295,28265,16
280,26
NL:1,81E2
NL:4,35E2
NL:1,13E2
-15 Da
-15Da
N H
CH3O
CH3O
-17Da
MS2
MS3
MS4
56
Figura 26: Espectro de massas MSn do íon de m/z 298 ([M+H]+).
Figura 27: Estrutura do alcalóide estefarina.
Analisando o espectro de MSn do íon de m/z 282 (Figura 28) foi observada
perda inicial 17 Da, seguido de perdas sequenciais de 15 e 15 Da, sugerindo a presença
de metoxilas adjacentes no anel A e ausência de N-metilação. Esta mesma sequência de
fragmentação foi anteriormente descrita para o alcaloide aporfínico nornuciferina
(Figura 29) (SILVA et al., 2012b).
80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280m/z
0
20
40
60
80
1000
20
40
60
80
100R
elat
ive
Abu
ndan
ce
281,04
267,21298,27192,17
252,92219,23207,02 269,43 282,79178,39160,02 237,98266,12250,20
281,25252,98221,15193,08 203,30
NL:9,42E2
NL:1,55E2
CH3O
CH3O
N H
-17Da
-15Da
-31Da
MS2
MS3
NH
H3CO
H3CO
O
1
23 4
5
6
7a
3b
3a
1a
8
9
10
11
126a
7
57
Figura 28: Espectro de massas em MSn do íon de m/z 282 ([M+H]+).
Figura 29: Estrutura do alcaloide nornuciferina.
A análise do espectro MSn do íon de m/z 266 (Figura 30) também evidenciou
um perfil de fragmentação típico de alcaloides aporfínicos, com perdas sequenciais de
17, 30 e 28 Da (STÉVIGNY et al., 2004). Estas perdas são coerentes com o alcalóide
anonaína (Figura 31), já descrito em diversas espécies da família Annonaceae
(VENDRAMIN et al., 2013;YOSHIDA et al., 2013; TELES et al., 2015; RABÊLO et
al., 2015).
80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280m/z
0
20
40
60
80
1000
20
40
60
80
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
0
20
40
60
80
100265,15
250,97 282,21267,12218,87250,16
233,83
220,92236,27 265,11
235,16
250,29
NL:4,15E3
NL:3,94E1
NL:1,50E1
-15 Da
-15Da
-17DaMS2
MS3
MS4
NH
H3CO
H3CO
58
Figura 30: Espectro de massas em MSn do íon de m/z 266 ([M+H]+).
Figura 31: Estrutura do alcaloide Anonaína.
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260m/z
0
20
40
60
80
1000
20
40
60
80
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
0
20
40
60
80
100249,04
251,08235,18 266,19206,07177,10 219,12191,25219,05
191,29221,12206,24 232,22 249,29203,19
191,18
219,35
NL:1,70E3
NL:6,81E1
NL:2,20E1
O
OA
N H
-17Da
-28Da
-30Da
MS2
MS3
MS4
N
O
OH1
2
3
3a
3b
4
5
6a
7
7a
8
9
10
11
11a
1a
59
5.7 Resultado do fracionamento por CLAE da fração alcaloídica das folhas,
realizado em escala preparativa.
No cromatograma obtido através de LC-APCI-MS (Figura 32) foi possível
observar a presença de diversos alcaloides, sendo os majoritários os de m/z 342, 328 e
282, e os minoritários os de m/z 296, 326, 312, 280 e 266. Através do perfil de DAD
(Figura 32) foi possível confirmar a similaridade estrutural entre os dois principais
compostos majoritários (m/z 342, 328), sendo o perfil observado característico de
esqueleto tetraidroprotoberberínico.
Figura 32: Cromatogramas de LC-DAD (1) e LC-APCI-MS (2) da fração alcaloídica das folhasem escala analítica.
A análise dos cromatogramas (Figura 32) permitiu ainda observar nítida
separação entre os alcaloides de natureza distinta tetrahidroprotoberberínicos (A) e
aporfínicos (B), sendo o método cromatográfico utilizado em escala analítica, ajustado
para escala preparativa. O fracionamento resultou em 17 frações, cujas codificações são
apresentadas na tabela 4. Após analisadas por CCD e espectrometria de massas, as
RT: 2.40 - 14.19 SM: 15B
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14Time (min)
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
350000
uAU
7.79
10.72
6.28
10.31
11.51
11.9611.059.297.33
7.97
10.926.45
10.51 11.71 12.167.50 8.53 12.356.82 8.96 12.879.075.92 13.565.43 9.775.022.86 3.50 3.72 4.26
NL:3.81E5Total ScanPDAlcdadmsFAFpequenaescala
NL:4.44E6TIC MSlcdadmsFAFpequenaescala
200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400wavelength (nm)
0
100000
200000
300000
400000
500000
600000
700000
800000
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bsor
banc
e
228.00
283.00
379.00 393.00231.00
282.00
378.00 390.00361.00
NL:4.16E5lcdadmsFAFpequenaescala#1816-1913RT: 6.05-6.37AV: 98
NL:8.18E5lcdadmsFAFpequenaescala#2308-2392RT: 7.69-7.97AV: 85
m/z 328
m/z 342
m/z 296
m/z 280
m/z 312
m/z 326
m/z 266
m/z 282
(A) (B)
1
2
60
frações codificadas como OaF4 (32,2 mg), OaF8 (15,4 mg), OaF9 (1,0 mg), OaF11(0,5
mg), OaF13(2,2 mg), OaF15 (2,9 mg) e OaF17 (2,7 mg) foram submetidas a análises de
MSn e RMN 1D e 2D para determinação estrutural.
Tabela 4: Frações obtidas pela analise em CLAE em escala preparativa da folhas.
Amostra Massa (mg)OaF1 0,3OaF2 0,4OaF3 0,9OaF4 32,2OaF5 19,8OaF6 0,8OaF7 3,5OaF8 15,4OaF9 1,0OaF10 0,2OaF11 0,5OaF12 0,7OaF13 2,2OaF14 1,2OaF15 2,9OaF16 0,1OaF17 2,7Total 84,8
61
5.8 Determinação estrutural das substâncias isoladas da fração alcaloídica das
folhas obtidas em escala preparativa de O. amazonicum.
5.8.1 Determinação estrutural da amostra OaF4
A amostra codificada como OaF4 (32,2 mg) apresentou-se como um sólido
amorfo. A análise de massas de OaF4 (Figura 33) evidenciou a presença de uma íon
base em m/z 328 [M+H]+. Este íon foi submetido à análise de MSn (Figura 34), onde foi
observado uma elevada perda de massa (150 Da) resultando no pico de m/z 178. Como
descrito anteriormente este tipo de fragmentação chave tem sido observada em
estruturas tetraidroprotoberberínicas contendo metoxila e hidroxila no anel A.
Figura 33: Espectro de massa da amostra OaF4.
Figura 34: Espectro de MS2 para o íon m/z 328 [M+H]+
220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
328,31
298,23212,04 226,03 250,05 326,17264,01 286,13 342,18 378,20356,21 444,25388,21 408,22 494,37424,18 478,41464,29
100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
178,08
313,13151,10
279,12163,07 296,16 328,16311,15251,14119,07 146,12 190,14137,09 161,09 285,15267,1395,07 219,14164,15107,92 235,17204,08
-150 Da
62
O íon base em m/z 328 [M+H]+, correspondendo à molécula protonada, indicou
a fórmula molecular C19H21NO4 para o composto. Na região aromática do espectro de
RMN de 1H foi possível observar quatro sinais, constituindo dois grupos distintos: o
primeiro, com dois hidrogênios em δ 6,84 (1H, s) e 6,81 (1H, s), caracterizando um anel
aromático 1, 2, 4, 5, tetrassubstituído, contendo hidrogênios com relação para; e o
segundo, com dois dubletos em δ 6,87 (1H, d, J=8,4 Hz) e 6,92 (1H, d, J=8,4 Hz),
sugerindo a presença de um anel benzênico 1, 2, 3, 4, tetrasssubstituído, estando os dois
hidrogênios orto acoplados (Figura 35).
Na região alifática do espectro de RMN de 1H, observou-se um par de dubletos
em δ 4,73 (1 H, d, J=15,9 Hz) e 4,43 (1 H, d, J=15,9 Hz) correlacionado, em
experimento HSQC, a um carbono em δ 53,4, evidenciando a presença de um grupo
metileno desprotegido, compatível com o C-8 da ponte berberínica de alcaloides
protoberberínicos (BLANCHFIELD et al., 2003). No espectro de RMN de 1H foram
observados dois singletos em δ 3,87 (3H, s) e 3,88 (3H, s), com deslocamentos
característicos de metoxilas. No mapa de contorno HSQC observou-se que os sinais em
δ 3,87 (3H, s) e 3,88 (3H, s) estavam correlacionados, respectivamente, a sinais de
carbono em δ 56,6 e δ 60,7, confirmando a presença das metoxilas. Tais hidrogênios
correlacionam-se no mapa de contorno HMBC com os carbonos em δ 148,5 e 144,2
(Figura 35, 36 e 37). O espectro RMN de 1H revelou também a presença de um metino
em 4,67 (1H, dd; 11,7 e 4,2 Hz), que pela desblindagem foi associado ao átomo C-14
ligado ao N.
63
Figura 35: Espectro de RMN 1H (600 MHZ, CD3OD) da amostra OaF4.
Bruna_OAF4.013 integração.esp
7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0Chemical Shift (ppm)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
Norm
alize
d In
tens
ity
2.241.101.160.923.483.410.971.101.041.030.941.051.06
TMS
Methanol
2.99
653.
0168
3.02
523.
0447
3.24
453.
5110
3.52
363.
5312
3.54
353.
8662
3.88
364.
4191
4.44
524.
6569
4.66
464.
6768
4.68
454.
7184
4.74
49
6.81
016.
8356
6.86
706.
8810
6.91
346.
9274
Bruna_OAF4.013 integração.esp
6.95 6.90 6.85 6.80 6.75Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
0.50
Norm
alize
d In
tens
ity
1.030.941.051.066.
8101
6.83
56
6.86
70
6.88
10
6.91
34
6.92
74
Bruna_OAF4.013 h.esp
5.0 4.5 4.0 3.5 3.0Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
Norm
alize
d In
tens
ity
2.241.101.160.923.483.410.971.101.04
Methanol
2.99
653.
0168
3.02
523.
0447
3.06
883.
2159
3.22
503.
2358
3.24
453.
2529
3.26
443.
2731
3.50
333.
5110
3.52
363.
5312
3.54
353.
5512
3.65
703.
6584
3.67
133.
6842
3.68
983.
8662
3.88
36
4.41
914.
4452
4.65
694.
6646
4.67
684.
6845
4.71
844.
7449
64
Na região alifática foram observados sinais de três metilenos, um dos quais com
hidrogênios em δ 3,03 (1H, m) e 3,24 (1H,ddd 17,0;12,0; 5,2), correlacionados no
HSQC com o carbono em δ 26,9, compatível com o átomo de carbono C-5. Outro
metileno apresentou hidrogênios em δ 3,53 (1H, td 12(x2); 4,6) e 3,84 (1H, m)
correlacionados a um carbono desprotegido em δ 52,2, foi atribuído ao C-6 ligado ao
nitrogênio. Estes dados são compatíveis com o segmento C-5-C-6-N, do anel B. O
metileno remanescente foi atribuído C-13, pelas correlações (J1) entre os sinais em δ
3,03(1H, m) e 3,67 (1H, m) / δ 33,8 (Figura 36 e 37).
Através dos dados de HSQC e HMBC foi possível definir as posições dos
hidrogênios aromáticos (Figura 36 e 37). Aos sinais δ 6,84 e 6,81 ligados aos carbonos
δ 113,0 e 112,5, respectivamente, foram atribuídos as posições H-1 e H-4 do anel A.
Essa atribuição foi confirmada pelas correlações a longa distância existentes entre o
hidrogênio em δ 6,84 (H-1) com o sinal do carbono em δ 60,9 (C-14), e do hidrogênio
em δ 6,81 (H-4) com o sinal do carbono em δ 26,9 (C-5). Aos hidrogênios em δ 6,87 e
6,92 ligados aos carbonos em δ 118,4 e 125,5, respectivamente, foram atribuídos as
posições H-11 e H-12. Pelo mapa de HMBC ainda foi possível determinar as posições
das metoxilas (Figura 37). O hidrogênio em δ 6,84 (H-1) apresentou correlação a longa
distancia com o carbono em δ 148,5, estabelecendo a posição C-3 para uma das
metoxila, enquanto o sinal em δ 6,87 (H-11) apresentou uma forte correlação com o
carbono em δ 144,2, evidenciando o segundo grupo metoxila na posição C-9. O sinal
em δ 6,81 (H-4) apresentou uma forte correlação com um carbono oxigenado em δ
146,5, justificando a localização de um grupo hidroxila na posição C-2, confirmando
assim, a presença de uma metoxila e uma hidroxila no anel A. Do mesmo modo o sinal
em δ 6,92 (H-12) apresentou correlação com o carbono oxigenado em δ 148,9,
indicando a existência do segundo grupo hidroxila na posição C-10.
65
Figura 36: Mapa de contorno HSQC (600 MHz, CD3OD) da amostra OaF4
7 6 5 4 3 2 1 0F2 Chemical Shift (ppm)
0
50
100
F1 C
hem
ical S
hift (
ppm
)
3.95 3.90 3.85F2 Chemical Shift (ppm)
55
60
F1 C
hem
ical
Shi
ft (p
pm)
δ 3,87
δ 56,6
δ 3,88
δ 60,7
6.95 6.90 6.85 6.80F2 Chemical Shift (ppm)
112
120
128 F1 C
hemi
cal S
hift (p
pm)
δ 6,84δ 6,92
δ 6,87
δ 6,81
δ 118,4δ 125,5
δ 113,0
δ 112,5
4.75 4.70 4.65 4.60 4.55 4.50 4.45 4.40 4.35F2 Chemical Shift (ppm)
47.5
50.0
52.5
55.0
F1 C
hem
ical
Shi
ft (p
pm)
δ 4,43
δ 53,4
δ 4,733.7 3.6 3.5 3.4 3.3 3.2 3.1 3.0
F2 Chemical Shift (ppm)
25
30
35
F1 C
hem
ical
Shi
ft (p
pm)
δ 33,8
δ 3,03
δ 3,67
δ 3,24
δ 26,9
3.95 3.90 3.85 3.80 3.75 3.70 3.65 3.60 3.55 3.50 3.45F2 Chemical Shift (ppm)
40
45
50
F1 C
hem
ical S
hift (
ppm
)
δ 3,84 δ 3,53
δ 52,2
66
Figura 37: Mapa de contorno HMBC (600 MHz, CD3OD) da amostra OaF4.
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0F2 Chemical Shift (ppm)
0
50
100
150
200
F1
Ch
em
ica
l S
hift (p
pm
)
3.95 3.90 3.85 3.80F2 Chemical Shift (ppm)
140
145
150
F1
Ch
em
ical S
hift (p
pm
)
δ 3,88
δ 144,2
δ 3,87
δ 148,5
6.95 6.90 6.85 6.80 6.75 6.70F2 Chemical Shift (ppm)
135
140
145
150
F1
Ch
em
ical S
hift (p
pm
)δ 6,81δ 6,84δ 6,87δ 6,92
δ 146,5
δ 148,5δ 148,9
δ 144,2
6.900 6.895 6.890 6.885 6.880 6.875 6.870 6.865 6.860 6.855F2 Chemical Shift (ppm)
118
120
122
124
F1
Ch
em
ical S
hift (p
pm
)
δ 6,87
δ 122,8
6.95 6.90 6.85 6.80 6.75F2 Chemical Shift (ppm)
30
40
50
60
F1
Ch
em
ical S
hift (p
pm
)
δ 6,81
δ 6,84δ 6,92
δ 26,9δ 33,8
δ 60,9
67
Na tabela 5 são apresentados os dados completos de RMN1H e dos mapas de
contorno HSQC e HMBC. A partir da comparação dos dados obtidos, com os existentes
na literatura (COSTA et al., 2015) foi possível identificar a amostra OaF4 como sendo o
alcaloide tetraidroprotoberberínico estefolidina (Figura 38). Este alcalóide já foi
anteriormente descrito em espécies da família Annonaceae como Annona cherimolia,
Fusaea longifolia e Alphonsea sclerocarpa (VILLAR et al., 1984; TADIC et al., 1987;
TAVARES et al., 2005).
Figura 38: Estrutura do alcaloide estefolidina
Figura 39: Principais correlações observadas para a amostra OaF4
N
CH3O
HO
OCH3
OH
1
2
43
5
6
78
9
1011
12
14
13
14a
4a
8a12a
N
CH2O
HO
OH
OCH2H
H HH
H
H H
H
6,81
112,5
148,5
146,5
3,87
56,6
3,03
3,24
26,9
124,6
3,88
60,7144,2
N
CH2O
HO
OH
OCH2H
H
H
H HH
H
6,84
113,0
148,5
146,5
52,2122,3
60,9
144,24,67
60,9
33,8
122,3
H
4,43
4,7353,4
122,8
6,87
6,92
121,5
148,9
68
Tabela 5: Dados de RMN 1H, HSQC e HMBC da amostra OaF4
OAF4 (Estefolidina)
Posição 1H δ (mult., J emHz)a
1H δ (mult., J emHz)b
HSQC (1H-13C)c
HSQC (1H-13C)b
HMBC (1H-13C)
1 6,84 (1H, s) 6,77 (1H, s) 113,0 112,0 60,9; 122,3; 148,5
2 - - 146, 5 144,6 -
3 - - 148,5 146,3 -
4 6,81 (1H, s) 6,61(1H, s) 112, 5 111,4 26,9; 124, 6; 146, 5
4a - - 122,3 125,5 -
5 3,03 (1H, m) 2,69 (1H, m) 26,9 28,7 -
5 3,24 (1H, ddd, 17; 12;5,2)
3,11 (1H, m) 26,9 28,7 122,3; 124,6
6 3,53 (1H, dt, 12(x2);4,2)
2,67 (1H, m) 52,2 52,0 -
6 3,84 (1H, m) 3,21 (1H, m) 52,2 52,0 -
8 4,43 (1H, d, 15,9) 3,55 (1H, d, 15,6) 53,4 54,1 122,8; 144,2
8 4,73 (1H, d, 15,9) 4,20 (1H, d, 15,6) 53,4 54,1 122,8; 144,2
8a - - 121,5 127,9 -
9 - - 144,2 143,8 -
10 - - 148,9 147,5 -
11 6,87 (1H, d, 8,4) 6,76 (1H, d, 8,3) 118,4 115,4 122, 8; 144,2
12 6,92 (1H, d, 8,4) 6,80 (1H, d, 8,3) 125,5 124,7 33, 8; 121, 5; 148, 9
12a - - 122,8 126,4 -
13 3,03 (1H, m) 2,78(1H,dd,16,0;11,4)
33,8 35,8 60,9; 124,6
13 3,67 (1H, m) 3,28 (1H, dd, 16,0;3,9)
33,8 35,8 -
14 4,67 (1H, dd, 11,7;4,2)
3,57(1H, dd, 11,4;3,9)
60,9 59,6 33,8; 124,6
14a - - 124, 6 129,9 -
3-OCH3 3,87 (3H, s) 3,86 (3H, s) 56,6 56,0 148,5
9-OCH3 3,88 (3H, s) 3,83(3H, s) 60,7 60,2 144,2
a O experimento foi realizado a 600MHz para 1H em CD3OD, utilizando o TMS como padrão interno.b Dados da literatura de acordo com Costa et al., 2015 (1H em CDCl3 + gotas de CD3OD 400 MHz)c Para os carbonos protonados foram usados os dados de HSQC e carbonos quaternários foram usadosdados de HMBC.
69
5.8.2 Determinação estrutural da amostra OaF8
A fração codificada como OaF8 (15,4 mg) apresentou-se como um sólido
amorfo. A análise de massas de OaF8 (Figura 40) evidenciou a presença do íon base em
m/z 342 [M+H]+, correspondendo à molécula protonada, indicando a fórmula
molecular C20H23NO4 para o composto. O íon base foi submetido à análise de MS2
(Figura 41), sendo observada uma elevada perda de massa (164 Da), resultando no pico
de m/z 178. Esse mesmo padrão foi anteriormente observado para o alcaloide
estefolidina (OAF4; Figura 38). Foi possível propor, pela diferença de massa observada
entre estas substâncias, a presença de duas metoxilas no anel D, para a amostra de m/z
342.
Figura 40: Espectro de massa da amostra OaF8.
Figura 41: Espectro de MS2 para o íon m/z 342 [M+H]+
200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
342,34
198,03 226,02 408,24340,18250,09 284,07 352,16264,02 312,13 366,21 388,28 422,17 494,24453,49 478,43436,25
100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
178,09
192,10342,18
163,09151,11 325,12294,16 310,13161,11 190,15 204,06119,04 265,16135,08 281,15107,07 255,15237,24 340,10218,1997,92
70
No espectro RMN de 1H na região dos aromáticos (Figura 42) observou-se
quatro sinais em δ 6,84 (1H, s), 6,81 (1H, s), 7,05 (1H, d, 8,6 Hz) e 7,07 (1H, d, 8,6 Hz),
reforçando a similaridade com o alcaloide anteriormente determinado (OAF4). Através
dos espectros de RMN de 1H, HSQC e HMBC foi constatado que as três metoxilas, em
δ 3,86 (3H, s), 3,89 (3H, s) e 3,87 (3H, s) se ligavam (J1) aos carbonos em δ 56,7, 60,4 e
56,7, e acoplavam a longa distância com os carbonos em δ 147,6, 145,6 e 151,8,
respectivamente (Figura 42, 43 e 44).
O mapa de contorno HMBC permitiu a determinação da posição de tais grupos.
O hidrogênio em δ 6,84 (H-1) correlacionado a longa distância com o carbono em δ
147,6, localizou uma metoxila em C-3. Do mesmo modo, os hidrogênios em δ 7,05 (H-
11) e 7,07 (H-12) correlacionados a longa distância com os carbonos em δ145,6 e 151,8
indicaram, respectivamente, as posições das duas outras metoxilas, em C-9 e C-10, no
anel D. A correlação do sinal em δ 6,81 (H-4) com o carbono em δ 146,7 definiu a
posição da hidroxila na posição C-2, adjacente à metoxila, no anel A (Figura 44).
Como na estrutura anterior (OaF4) foi observado na região alifática do espectro
de RMN de 1H, um par de dubletos em δ 4,73 (1 H, d, 15,8 Hz) e 4,39 (1 H, d, 15,8 Hz)
correlacionado, em experimento HSQC, a um carbono em δ 53,2, evidenciando a
presença de um grupo metileno desprotegido, compatível com o C-8 da ponte
berberínica de alcaloides protoberberínicos (BLANCHFIELD et al., 2003) (Figura 42 e
43). Os demais grupamentos alifáticos (metino e metilenos) revelaram deslocamentos
químicos similares ao estefolidina (OaF4).
71
Figura 42: Espectro de RMN 1H (600 MHz, CD3OD) da amostra OaF8.
Bruna_OAF8.013_h.esp
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0Chemical Shift (ppm)
0
0.25
0.50
0.75
1.00
No
rma
lize
d In
ten
sity
2.531.281.450.983.023.322.831.001.071.161.340.980.931.16
TMS
METHANOL-d4
TMS
Methanol
Methanol
3.0
17
33
.037
23
.045
63
.065
53
.242
23
.482
13
.494
73
.502
43
.515
03
.870
53
.873
43
.897
74
.378
44
.404
74
.625
64
.631
94
.715
94
.742
2
6.8
11
96
.844
57
.044
87
.059
47
.063
77
.078
0
Bruna_OAF8.013_h.esp
7.05 7.00 6.95 6.90 6.85 6.80Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
No
rma
lize
d In
ten
sity
1.340.980.931.16
6.8
11
9
6.8
44
5
7.0
44
8
7.0
59
47
.063
7
7.0
78
0
Bruna_OAF8.013_h.esp
4.5 4.0 3.5 3.0Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
No
rma
lize
d In
ten
sity
2.531.281.450.983.023.322.831.001.071.16
METHANOL-d4
Methanol
2.9
987
3.0
173
3.0
372
3.0
456
3.0
655
3.2
140
3.2
233
3.2
339
3.2
422
3.2
522
3.2
632
3.2
711
3.4
741
3.4
821
3.4
947
3.5
024
3.5
150
3.5
216
3.5
412
3.6
891
3.6
980
3.7
070
3.7
173
3.7
279
3.8
705
3.8
734
3.8
977
4.3
784
4.4
047
4.6
256
4.6
319
4.6
452
4.6
522
4.7
159
4.7
422
72
Figura 43: Mapa de contorno HSQC (600 MHz, CD3OD) da substância OaF8.
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0F2 Chemical Shift (ppm)
0
50
100
150
F1
Ch
em
ica
l Sh
ift (
ppm
)
3.90 3.85 3.80F2 Chemical Shift (ppm)
55
60
65
F1
Ch
em
ical S
hift (.
..
δ 3,89
δ 3,87 δ 3,86
δ 60,4
δ 56,7
4.75 4.70 4.65 4.60 4.55 4.50 4.45 4.40 4.35F2 Chemical Shift (ppm)
47.5
50.0
52.5
55.0
F1
Che
mic
al S
hift
(ppm
)
δ 4,39δ 4,73
δ 53,2
73
Figura 44: Mapa de contorno HMBC (600 MHz, CD3OD) da substância OaF8.
3.91 3.90 3.89 3.88 3.87 3.86 3.85 3.84 3.83 3.82 3.81 3.80 3.79 3.78F2 Chemical Shift (ppm)
136
144
152
F1 C
hem
ical
Shi
ft (..
.
δ 3,89δ 3,87
δ 3,86
δ 147,6
δ 151,8
δ 145,6
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0F2 Chemical Shift (ppm)
0
50
100
150
200
F1 C
hem
ical
Shi
ft (p
pm)
7.05 7.00 6.95 6.90 6.85 6.80 6.75F2 Chemical Shift (ppm)
144
152
160
F1 C
hem
ical
Shi
ft (..
.
δ 7,07 δ 7,05δ 6,84 δ 6,81
δ 145,6
δ 151,8
δ 146,7
δ 147,6
74
Na tabela 6 são apresentados os dados completos RMN 1H e dos mapas de
contorno HSQC e HMBC. A partir da comparação dos dados obtidos, com os existentes
na literatura (PARK et al., 2011) foi possível identificar a amostra OaF8 como o
alcaloide tetraidroprotoberberínico isocoripalmina (Figura 45). O alcaloide
isocoripalmina, também denominado tetraidrocolumbamina (JEONG et al., 2012), já foi
anteriormente descrito em espécies da família Annonaceae (LEBOEUF et al., 1982a;
LÓPEZ et al., 2002).
Figura 45: Estrutura do alcaloide isocoripalmina.
Figura 46: Principais correlações observadas para amostra OaF8.
N
CH3O
HO
OCH3
OCH3
1
2
34
4a5
6
7
8
8a
9
1011
12
12a13
14
14a
N
CH2O
HO
OCH2
OCH2H
H HH
H
H H
H
H
6,81
112,5
147,6
146,7
3,86
56,7
3,02
3,24
27,0
124,8
3,89
60,4145,6
N
CH2O
HO
OCH2
OCH2H
H
H
H HH
H H
6,84
113,5
147,6
146,7
52,1122,5
60,9
145,64,64 34,1
122,5
H
4,39
4,7353,2
124,4
7,05
7,07
123,7
151,8
3,87
151,856,7
114,3125,3
75
Tabela 6: Dados de RMN 1H, HSQC e HMBC da amostra OaF8.
OAF8 (Isocoripalmina)
Posição 1H δ (mult., J emHz)a
1H δ (mult., J emHz)b
HSQC (1H-13C)c
HSQC (1H-13C)b
HMBC (1H-13C)
1 6,84 (1H, s) 7,24 (1H, s) 113, 5 113,8 60,9; 122,5; 147,6
2 - - 146,7 146,4
3 - - 147,6 147,1
4 6,81(1H, s) 6,75 (1H, s) 112, 5 112,2 27,0; 124,8; 146,7
4a - - 122,5 125,5
5 3,02 (1H, m) 2,58 (1H, m) 27,0 29,5 124,8
5 3,24 (1H, m) 3,18 (1H, m) 27,0 29,5 124,8
6 3,50 (1H, m) 2,58 (1H, m) 52,1 52,1 -
6 3,84 (1H, m) 3,11 (1H, m) 52,1 52,1 -
8 4,73 (1H, d, 15,8) 4,40 (1H, d, 16,0) 53,2 54,6 60,9; 124,4; 145,6
8 4,39 (1H, d,15,8) 3,47 (1H, m) 53,2 54,6 -
8a - - 123,7 128,6 -
9 - - 145,5 145,5 -
10 - - 151,8 150,6 -
11 7,05 (1H, d, 8,6) 6,84 (1H, d, 8,4) 114, 3 111,5 124,4; 145,6
12 7,07 (1H, d, 8,6) 6,90 (1H, d, 8,4) 125, 3 124,2 34,1; 123,7; 151,8
12a - - 124,4 129,3 -
13 3,70 (1H, m) 3,52 (1H, m) 34,1 37,0 -
13 3,02 (1H, m) 2,96 (1H,dd,15,6;11,12)
34,1 37,0 -
14 4,64 (1H, dd 12,2 e4,2)
3,34 (1H, dd,15,6:3,2)
60, 9 59,7 124,8
14ª - - 124,8 131,1 -
3-OCH3 3,86 (3H, s) 3,74 (3H, s) 56, 7 55,9 147,6
9-OCH3 3,89 (3H, s) 3,86 (3H, s) 60, 4 60,0 145,6
10-OCH3 3,87 (3H, s) 3,71 (3H, s) 56, 7 55,9 151,8
a O experimento foi realizado a 600MHz para 1H em CD3OD utilizando o TMS como padrão interno.b Dados da literatura de acordo com Park et al., 2011 (1H em CDCl3; 400 MHz)c Para os carbonos protonados foram usados os dados de HSQC e carbonos quaternários foram usadosdados de HMBC.
76
5.8.3 Determinação estrutural da amostra OaF9
A fração codificada como OaF9 (1,0 mg) apresentou-se como um sólido amorfo
amarelado. No espectro de íons totais observou-se a presença de um pico base de m/z
286 (Figura 47), correspondendo à molécula protonada, indicando a fórmula molecular
C17H19NO3 para o composto. Através do espectro de MS2 foi possível observar perda
inicial de 17 Da (-NH3) (Figura 48), anteriormente descrita em estruturas com ausência
de N-metila, além do íon em m/z 107 que indica elevada perda de massa, sugerindo
tratar-se de uma estrutura benziltetraidroisoquinolínica.
Figura 47: Espectros de massas da amostra OaF9.
Figura 48: Espectro de MS2 para o íon m/z 286 [M+H]+
220 230 240 250 260 270 280 290 300 310 320 330 340 350 360 370 380 390 400m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
286,24
287,45
282,32 288,32269,10222,92 248,05 255,57229,47 342,17 356,04313,94300,39 392,24326,45 386,24372,67360,89
80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
269,09
107,03
143,06 178,12137,09 286,12237,14145,07254,08 271,07151,11 258,06163,07 209,13192,18121,01 250,91226,21127,13 285,1394,07
77
No espectro de RMN de 1H (Figura 49) foram observados 6 sinais de
hidrogênios aromáticos, constituindo dois sistemas de spins, situado em anéis
benzênicos diferentes. O primeiro evidenciou a presença de dois dubletos distorcidos,
típicos de sistemas AA’BB’, apresentando dois pares de hidrogênios quimicamente
equivalentes, mas não magneticamente equivalentes, em δ 7,20 (2H, m) e 6,79 (2H, m),
caracterizando um anel benzênico para-dissubstituído; e o segundo apresentou um
sistema AB, exibindo dois dupletos orto-acoplados em δ 6,95 (1H, d, 8,2 Hz), e 6,71
(1H, d, 8,2 Hz).
O sinal de um duplo dupleto de um hidrogênio metínico em δ 5,00 (1H, dd, 10 e
3,2), indicou a presença do segmento H2C-α-C-1-N, característico de alcaloides
benziltetraidroisoquinolínicos. Estes dados aliados à presença do íon m/z 107
evidenciado no espectro de massas, confirmaram a existência de um grupo benzílico
substituído com uma hidroxila no anel aromático. Verificou-se ainda, o sinal em δ 3,87
(3H) típico de metoxila, enquanto os hidrogênios metilênicos concentraram-se na região
δ 3,57-2,96.
No mapa de contorno HSQC (Figura 50) observou-se as correlações dos
hidrogênios em δ 6,95 e 6,71, com os carbonos em δ 112,1, e 119,7, respectivamente.
Foi também observada a correlação de hidrogênios metilênicos em δ 3,10 (1H) e 2,96
(1H) com o sinal carbono δ 25,7; e em 3,42 (1H) 3,55 (1H), com o sinal do carbono em
δ 38,5. Tais metilenos são compatíveis, respectivamente, com o segmento C-4-C-3-N,
do anel B.
78
Figura 49: Espectro de RMN de 1H (600 MHz, CD3COCD3) de OaF9.
Afonso_286_9.011.esp
5.0 4.5 4.0 3.5 3.0Chemical Shift (ppm)
0
0.005
0.010
0.015
0.020
0.025
0.030
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.351.491.161.301.291.353.471.12
M06(s) M08(m)
M07(m)
M05(dd) M10(m)M09(m)
M12(m)
M11(m)
3.07
723.
0946
3.10
443.
1285
3.13
693.
1533
3.54
553.
5508
3.55
703.
5703
3.57
593.
5864
3.59
44
3.87
07
4.98
764.
9928
5.00
405.
0096
Afonso_286_9.011.esp
7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.351.491.161.301.291.353.471.121.142.001.062.27
ACETONE-d6
TMS
M06(s)M04(m)
M02(d)
M01(d)
M03(m)
M07(m)
M05(dd) M10(m)
M09(m)
M12(m)
M11(m)
2.05
00
3.09
463.
1044
3.12
853.
1369
3.15
333.
5455
3.55
083.
5570
3.57
033.
5759
3.58
64
3.87
07
4.98
764.
9928
5.00
405.
0096
6.70
006.
7136
6.78
286.
7971
6.94
276.
9563
7.19
567.
2096
Afonso_286_9.011.esp
7.25 7.20 7.15 7.10 7.05 7.00 6.95 6.90 6.85 6.80 6.75 6.70 6.65 6.60 6.55 6.50 6.45Chemical Shift (ppm)
0
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
0.06
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.142.001.062.27
M04(m)M02(d) M01(d)M03(m)
6.70
006.
7136
6.78
286.
7863
6.79
366.
7971
6.94
276.
9563
7.19
107.
1956
7.20
967.
2144
79
Figura 50: Mapa de contorno HSQC (600 MHz, CD3COCD3) da amostra OaF9.
7 6 5 4 3 2 1 0F2 Chemical Shift (ppm)
0
50
100
F1 C
hem
ical S
hift (
ppm
)
7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6 6.5F2 Chemical Shift (ppm)
100
120
F1
Che
mic
al S
hift
(ppm
)
δ 6,79
δ 6,71δ 6,95δ 7,20
δ 116,5δ 131,6
δ 119,7
δ 112,1
3.9 3.8 3.7 3.6 3.5 3.4 3.3 3.2 3.1 3.0 2.9 2.8F2 Chemical Shift (ppm)
16
24
32
40
F1 C
hem
ical
Shi
ft (p
pm)
δ 2,96
δ 25,7
δ 38,5
δ 3,10δ 3,42δ 3,55
80
Figura 51: Mapa de contorno HMBC (600 MHz, CD3COCD3) da amostra OaF9.
7 6 5 4 3 2 1 0F2 Chemical Shift (ppm)
0
50
100
150
F1 C
hem
ical
Shi
ft (p
pm)
3.95 3.90 3.85 3.80 3.75F2 Chemical Shift (ppm)
142.5
145.0
147.5
150.0
F1 C
hem
ical
Shi
ft (p
pm)
δ 146,6
δ 3,87
3.4 3.3 3.2 3.1 3.0 2.9 2.8F2 Chemical Shift (ppm)
118
119
120
F1 C
hemi
cal S
hift (p
pm)
δ 2,96δ 3,10
δ 119,7
7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 6.6 6.5 6.4F2 Chemical Shift (ppm)
100
120
140
160
F1 C
hemi
cal S
hift (p
pm)
δ 6,79
δ 6,71δ 6,95δ 7,20
δ 146,6
δ 120,3
δ 143,6δ 126,0
δ 157,6
δ 116,5
δ 131,6
81
Através do mapa de contorno HMBC (Figura 51) foi observada a correlação a
longa distância dos hidrogênios metilenicos em δ 3,10 (1H, m) e 2,96 (1H, m) com o
carbono em δ 119,7, atribuído ao C-5. No mesmo mapa, as correlações do hidrogênio
em δ 6,95 e o carbono não hidrogenado em δ 126,0 foram compatíveis com o H-6 e o C-
4a, respectivamente. Em adição, as correlações dos hidrogênios metoxílicos em δ 3.87
(3H) e o hidrogênio aromático em δ 6,71 (H-5) com o carbono em δ 146,6, definiram a
posição da metoxila no carbono C-7 do anel A. A correlação entre o hidrogênio H-6 e o
sinal do carbono oxigenado em δ 143,3, posicionaram uma das hidroxilas em C-8.
Na tabela 7 são apresentados os dados completos de RMN. No mapa de HSQC
foram observadas correlações entre os hidrogênios aromáticos em δ7,20 (2H) e 6,79
(2H) e os carbonos em δ 131,6 e 116,5, respectivamente, confirmando tratar-se de um
sistema simétrico, correspondendo aos carbonos C-2’, C-6’, C-5’ e C-3’
respectivamente. Ainda no mapa de HMBC foi possível observar correlação destes
hidrogênios com o carbono oxigenado em δ 157,6 (Tabela 7), atribuído ao C-4’,
confirmando a presença do grupo para-hidroxibenzil na molécula.
A partir destas observações foi possível caracterizar a amostra codificada como
OaF9 como o alcaloide benziltetraidroisoquinolínico norjuzifina (Figura 52), sendo este
alcaloide anteriormente isolado de Porcelia macrocarpa (Annonaceae) (CHAVES et
al., 2001).
Figura 52: Estrutura do alcaloide norjuzifina.
NH
HO
H3CO
H
H
OH
87
6
5 4
3
21
4a
4b
1'
2'
3'4'
5'6'
82
Figura 53: Principais correlações observadas para amostra OaF9.
Tabela 7: Dados de RMN 1H, HSQC e HMBC da amostra OaF9.
a O experimento foi realizado a 600MHz para 1H em CD3COD3, utilizando o TMS como padrão interno.b Dados da literatura de acordo com Chen et al., 2001 ( CD3OD, 400 MHz)c Para os carbonos protonados foram usados os dados de HSQC e carbonos quaternários foram usadosdados de HMBC
NH
HO
HOH3CO
H H H
H
H
H
H
2,963,106,71
119,725,7
38,5126,0
NH
HO
HOH3CO
H
H H
H
H
H
H
H
6,71
119,725,7
38,5126,0
3,55
3,42146,6
56,7
3,87
6,95
112,1
143,6
146,6
3,13
3,57
37,2
53,8
127,8
131,6
120,3
6,79
116,5
6,79116,5
127,8
157,67,20
7,20
131,6
131,637,2131,6
7,20
6,79
116,5
116,5
OaF9 (Norjuzifina)
Posição 1H δ (mult., J em Hz)a 1H δ (mult., J em Hz)b 13Cc HMBCc
1 5,00 (1H, dd, 10 e 3,2) - 53,8 -
3 3,42 (1H, dt, 12,4; 5,2(x2)) 2,94 (1H, m) 38,5 25, 7, 53,8 e126,0
3 3,55 (1H, m) 3,28 (1H, m) 38,5
4 2,96 (1H, dt, 16,7; 4,6 (x2)) 2,71 (1H, m) 25,7 38,5, 120,3;119,7 e 126,0
4 3,10 (1H, m) 2,86 (1H, m) 25,7
4a - - 126,0 -
4b - - 120,3 -
5 6,71 (1H, d, 8,2) 6,61 (1H, d, 8,2) 119,7 25,7, 120,3 e146,6
6 6,95 (1H, d, 8,2) 6,83 (1H, d, 8,2) 112,1 126,0, 143,6 e146,6
7-OCH3 3,87 (3H, s) 3,85 (3H, s) 56,7 146,6
8 - - 143,6
Α 3,13 (1H, dd, 14,9 e 9,9) 2,82 (1H, dd, 14.2 e 10.2) 37,253,8, 127,8 e
131,6α’ 3,57 (1H, m) 3,28 (1H, dd, 14,8 e 3) 37,2
1’ - - 127,8 -
2’ 7,20 (1H, m) 7,13 (1H, dd, 8,4 e 2,8) 131,6 37,2, 131,6 e157,6
3’ 6,79(1H, m) 6,77 (1H, dd, 8,4 e 2,8) 116,5 116,5, 127,8 e157,6
4’ - - 157,6
5’ 6,79(1H, m) 6,77 (1H, dd, 8,4 e 2,8) 116,5 116,5, 127,8 e157,6
6’ 7,20 (1H, m) 7,13 (1H, dd, 8,4 e 2,8) 131,6 37,2, 131,6 e157,6
83
5.8.4 Determinação estrutural da amostra OaF11.
A fração codificada como OaF11 (0,5 mg) apresentou-se como um sólido
amorfo. A análise de massas revelou a presença do pico base de m/z 268 (Figura 54),
correspondente à molécula protonada, indicando a fórmula molecular C17H17NO2 para
o composto. Através da fragmentação em MSn (Figura 55), o mesmo apresentou uma
perda inicial de 17 Da seguida de perdas sequencias de 32 e 28 Da. De acordo com
Stévigny e colaboradores (2004) em alcaloides aporfínicos perda 32 Da seguida de 28
Da é referente ao grupo CH3O e OH nas posições vicinais, podendo-se sugerir a
presença de um alcaloide aporfínico sem metilação no nitrogênio e com metoxila e
hidroxila adjacente no anel A, não apresentando substituição no anel D.
Figura 54: Espectro de massa da amostra OaF11.
200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
268.10
269.11
251.19223.19 292.16266.25235.19 282.17197.20 209.19 312.17 340.23328.18297.13 391.02356.16 372.15 399.21
84
Figura 55: Espectro de MSn para o íon m/z 268 [M+H]+
No espectro de RMN de 1H foi possível observar na região de aromáticos
(Figura 56) sinais em δ 7,35 (2H, m), 7,29 (1H, m) e 8,36 (1H, d, 7,5), característicos do
anel D de esqueletos aporfínicos não substituídos, além da presença de um singleto em
δ 6,79 (1H, s) característico de H-3 do anel A, dissubstituído. A presença de sinais de
dois hidrogênios em δ 3,01 (m) e 3,21 (dd, 13,8 e 4,3 Hz), atribuídos aos hidrogênios do
C-7, ratificaram a natureza aporfínica do composto.
No espectro de RMN de 1H (Figura 56) ainda foi observado um sinal em 3,61
(3H, s) sinal característico de metoxila, confirmando as informações obtidas pela
investigação de fragmentação (Figura 55) do espectro de massas, que ainda indicou a
presença de uma hidroxila adjacente à mencionada metoxila. A estrutura foi confirmada
através da comparação dos dados de RMN de 1H com os dados existentes na literatura,
permitindo identificar a amostra OaF11 como o alcaloide asimilobina (Figura 57). Os
sinais completos de RMN da molécula são apresentados na tabela 8.
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260m/z
0
20
40
60
80
1000
20
40
60
80
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
0
20
40
60
80
100251,06
268,14219,10 240,12 253,10211,98 225,08194,03136,12 165,16144,21 179,0292,07 130,10111,11219,08
251,14191,13 221,13 236,11205,15177,23167,22191,14
219,11
201,16 218,02189,05
NL:2,76E2
NL:4,75E1
NL:7,41-28 Da
-32 Da
-17 DaMS2
MS3
MS4
85
Figura 56: Espectro de RMN 1H (600 MHz, CD3COCD3) amostra OaF11.
Bruna_OAF11.011.esp
8 7 6 5 4 3 2 1 0Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.141.171.090.840.883.501.191.111.001.152.421.07
ACETONE-d6M02(s)
TMS
M05(s)M01(d) M04(m)
M11(m)M03(m)
M06(m) M12(m)
M07(m)
M09(m)
M10(m)
2.05
00
2.94
352.
9498
3.01
323.
0366
3.19
383.
2011
3.21
663.
2239
3.35
503.
6122
3.73
043.
7393
4.28
054.
2858
4.30
174.
3102
6.78
517.
2738
7.28
607.
2963
7.29
837.
3395
7.35
647.
3686
8.35
698.
3694
Bruna_OAF11.011.esp
8.0 7.5 7.0 6.5Chemical Shift (ppm)
0
0.005
0.010
0.015
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.001.152.421.07
M02(s)M01(d) M04(m)
M03(m)
6.78
51
7.27
387.
2860
7.29
637.
2983
7.33
957.
3564
7.36
86
8.35
698.
3694
Bruna_OAF11.011.esp
4.0 3.5 3.0 2.5 2.0Chemical Shift (ppm)
0
0.005
0.010
0.015
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.141.171.090.840.883.501.191.11
ACETONE-d6M05(s) M08(dd)
M11(m)
M06(m) M12(m)
M07(m)M09(m)
M10(m)
2.05
00
2.92
172.
9435
2.94
622.
9498
2.99
013.
0132
3.03
663.
1938
3.20
113.
2166
3.22
393.
2817
3.32
763.
3342
3.34
743.
3550
3.36
82
3.61
22
3.73
043.
7363
3.73
933.
7502
3.75
98
4.28
054.
2858
4.30
174.
3056
4.31
02
86
O alcaloide asimilobina é frequentemente encontrado em gêneros da família
Annoncaeae, como Annona, Unonopsis e Xylopia (LEBOEUF et al., 1982b; DA CRUZ
et al., 2011; YOSHIDA et al., 2013; RABÊLO et al., 2015). Estudos realizados por
Costa e colaboradores (2013; 2015), com as espécies Annona salzmannii e Annona
pickelii, evidenciaram resultados satisfatórios, relacionado à atividade antioxidante para
o alcaloide asimilobina.
Figura 57: Estrutura do alcaloide asimilobina
Tabela 8: Dados de RMN 1H da amostra OaF11.
OAF11 (Asimilobina)
Posição 1H δ (mult., Jem Hz)a
1H δ (mult., Jem Hz)b
1 -1a -2 -3 6,79 (1H, s) 6,73 (1H, s)3a -3b -4
2,93 (1H, m) 2,75 (1H, m)4 3,28 (1H, m) 3,04 (1H, m)5 3,35 (1H, m) 3,04 (1H, m)5 3,74 (1H, m) 3,49 (1H, m)6a 4,30 (1H, m) 3,93 (1H, m)7 3,01 (1H, m) 2,85 (1H, m)7 3,21 (1H, dd,
13,8 e 4,3)2,97 (1H, dd,13,8 e 4,4)
7a - -8 7,35 (1H, m) 7,28 (1H, m)9 7,29 (1H, m) 7,25 (1H, m)10 7,35 (1H, m) 7,33 (1H, m)11 8,36 (1H, d,
7,5)8,29 (1H, 7,4)
11a -1-OCH3 3,61 (3H, s) 3,59 (3H, s)
a O experimento foi realizado a 600MHz para 1H em CD3COCD3, utilizando o TMS como padrão interno.b Dados da literatura de acordo com Soares et al., 2015b (1H em CDCl3; 6000 MHz).
NH
HO
CH 3O 1
23 4
5
6
7
8
3a3b
6a
910
11
11a1a
7a
87
5.8.5 Determinação estrutural da amostra OaF13.
A amostra codificada como OaF13 (2,2 mg) apresentou-se como um sólido
amorfo de coloração marrom. O espectro de íons totais desta amostra (Figura 58)
evidenciou um pico base de m/z 282 [M+H]+, correspondente à molécula protonada,
indicando a fórmula molecular C18H19NO2 para o composto. No espectro de MSn
(Figura 59) foi possível observar uma perda inicial de 17 Da, seguida de perdas
sequenciais de 15 Da. A perda inicial de 17 Da sugere a presença de hidrogênio ligado
ao nitrogênio no anel B do esqueleto aporfínico, enquanto que as perdas sequenciais de
15 Da indicam a presença de metoxilas adjacentes no anel A (STÉVIGNY et al., 2004).
Estas evidências apontam para uma estrutura aporfínica sem N-metilação, com
metoxilas adjacentes e sem substituição no anel D.
Figura 58: Espectro de massa da amostra OaF13.
200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
282.10
265.19 340.11235.22207.16 251.19 312.14219.23 296.17 328.23191.11 390.93356.01 422.27372.23 398.20
88
Figura 59: Espectro de MSn para o íon m/z 282 [M+H]+
O espectro de RMN de 1H apresentou-se muito similar ao de OaF11, exceto pela
presença de mais uma metoxila, sugerida pelos espectros de massas. Foram observados
sinais referentes aos hidrogênios aromáticos (Figura 60) em δ 7,23 (2H, m), 7,35 (1H,
m) e 8,40 (1H, d, J=7,8 Hz), característicos do anel D de esqueletos aporfínicos não
substituídos. O singleto em δ 6,68 (1H, s) possui deslocamento característico da posição
H-3 do esqueleto aporfínico com duas substituições no anel A. A presença de sinais de
dois hidrogênios em δ 3,13 (m) e 3,18 (m), atribuídos aos hidrogênios do C-7,
ratificaram a natureza aporfínica do composto. No espectro de RMN de 1H são ainda
observados dois singletos (Figura 60) em δ 3,68 (3H, s) e 3,91(3H, s) cada um
integrando para três hidrogênios, sinal característico de metoxilas.
Nos mapas de contorno de HSQC e HMBC (Figura 61 e 62) verifica-se que o
hidrogênio em δ 6,68 ligado ao carbono em δ111,7 (C-3), se correlaciona com os
carbonos em δ 145,8, 153,7 e 25,6, confirmando a existência de uma dissubstituição no
anel A. Este fato é também ratificado nos mapas de contorno de HSQC e HMBC
(Figura 61 e 62), onde os sinais das metoxilas em δ 3,68 e 3,91, ligadas aos carbonos
em δ 60,2 e 55,9 (HSQC), apresentam correlações J3 com os carbonos em δ 145,8 (C-1)
e 153,7 (C-2) respectivamente. Outras correlações para a amostra OaF13 estão descritas
na tabela 9.
80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280m/z
0
20
40
60
80
1000
20
40
60
80
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
0
20
40
60
80
100265,09
282,18
251,19235,89
250,14
234,11
236,02233,09222,13 265,07205,11189,99235,09
250,18218,09207,12193,19179,16 232,14165,32
NL:1,19E2
NL:7,59E2
NL:2,82E2
-17 Da
-15Da
-15 Da
MS2
MS3
MS4
89
Figura 60: Espectro de RMN 1H (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF13.
Bruna_OAF13.011.esp
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0Chemical Shift (ppm)
0
0.25
0.50
0.75
1.00
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.141.491.441.371.213.211.183.251.241.002.201.181.04
TMSM01(s) M08(s)
M06(s)
M02(d) M03(m)
M04(m)
M13(m)
M09(m)
M12(m)M07(m)
M05(m)
M10(m)
M11(m)
0.00
00
2.92
322.
9288
2.95
162.
9567
3.12
793.
1506
3.17
503.
4057
3.68
433.
7707
3.78
433.
9074
4.25
564.
2668
4.27
56
6.67
63
7.23
607.
2492
7.25
837.
2611
7.33
877.
3415
7.35
237.
3635
8.39
778.
4109
Bruna_OAF13.011.esp
8.0 7.5 7.0Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
0.50
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.002.201.181.04
M01(s)M02(d) M03(m) M04(m)
6.67
63
7.20
647.
2188
7.23
607.
2492
7.25
837.
2611
7.33
877.
3415
7.35
237.
3635
8.39
778.
4109
Bruna_OAF13.011.esp
4.5 4.0 3.5 3.0 2.5Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.141.491.441.371.213.211.183.251.24
M08(s)M06(s) M13(m) M09(m)
M12(m)M07(m)
M05(m) M10(m)
M11(m)
2.92
322.
9288
2.95
162.
9567
3.10
633.
1167
3.12
793.
1382
3.15
063.
1750
3.18
943.
2358
3.25
743.
2686
3.28
103.
4057
3.42
69
3.68
433.
7707
3.78
433.
8023
3.90
74
4.25
564.
2668
4.27
56
90
Figura 61: Mapa de contorno HSQC (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF13.
12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0F2 Chemical Shift (ppm)
0
50
100
150
F1
Che
mic
al S
hift
(ppm
)
6.90 6.85 6.80 6.75 6.70 6.65 6.60 6.55 6.50 6.45F2 Chemical Shift (ppm)
105
110
115
F1
Ch
em
ical S
hift (pp
m)
δ 6,68 / H-3
δ 111,7 / C-3
4.05 4.00 3.95 3.90 3.85 3.80 3.75 3.70 3.65 3.60 3.55 3.50F2 Chemical Shift (ppm)
55
60
65
70
F1
Ch
em
ical S
hift (p
pm
)
δ 3,91 δ 3,68
δ 55,9
δ 60,2
91
Figura 62: Mapa de contorno HMBC (600 MHz, CDCl3) da substância OaF13.
9 8 7 6 5 4 3 2 1 0F2 Chemical Shift (ppm)
0
50
100
150
F1
Che
mic
al S
hift
(ppm
)
6.80 6.75 6.70 6.65 6.60 6.55 6.50 6.45F2 Chemical Shift (ppm)
50
100
150
F1
Ch
em
ical S
hift
(pp
m)
δ 6,68
δ 25,6
δ 153, 7δ 145,8
δ 121, 6
3.95 3.90 3.85 3.80 3.75 3.70 3.65 3.60 3.55 3.50F2 Chemical Shift (ppm)
140
145
150
155
F1
Ch
em
ical
Sh
ift (
ppm
)
δ 3,91 δ 3,68
δ 153,7δ 145,8
92
A partir da análise dos dados espectrométricos e espectroscópicos, foi possível
propor que esta substância se trata do alcaloide aporfínico nornuciferina (Figura 63),
sendo a estrutura confirmada por comparação com os dados existentes em literatura
(DUTRA et al., 2012) (Tabela 9).
O alcaloide nornuciferina é amplamente encontrado em várias espécies da
família Annonaceae, tais como Annona glabra, Annona pickelii, Guatteria
blepharophylla, Unonopsis duckei e Duguetia flagellaris (CHANG et al., 2000;
DUTRAet al., 2012; COSTA et al., 2011b; SILVA et al., 2014; FECHINE et al., 2002).
Na literatura foi relatado o efeito antidepressivo deste alcaloide presente em Annona
cherimolia,devido a sua ação agonista no receptor 5HT1A (MARTÍNEZ-VÁSQUEZ et
al., 2012).
Figura 63: Estrutura do alcaloide nornucuferina.
Figura 64: Principais correlações observadas para a amostra OaF13.
NH
CH3O
CH3O 1
23 4
5
6
7
8
3a3b
6a
910
11
11a1a
7a
NH
H
H3CO
H3CO
H
H
H
H
145,8121,6
6,68
111,725,6
153,7
NH
H3CO
H3CO
H H
H
153,7
145,8
3,13
128,2
53,4
133,2 131,58,40
7,35
3,18
3,91
3,68
34,1
128,4
127,9
7,23
7,23
128,2
34,1
128,2
25,6
93
Tabela 9: Dados de RMN 1H, HSQC e HMBC da amostra OaF13
OAF13 (Nornuciferina)Posição 1H δ (mult., J em
Hz)a
1H δ (mult., J em Hz)b HSQC (1H-13C)c HSQC (1H-13C)b
HMBC (1H-13C)
1 - - 145, 8 145,5 -1a - - - 126,7 -2 - - 153, 7 152,5 -3 6,68 (1H, s) 6,65 (1H, s) 111, 7 111,7 25,6; 121, 6; 145,8;
153, 73a - - - 128,1 -3b - - 121, 6 127,0 -4 2,94 (1H,dd, 16,9 e
3,1)2,76 (1H, dd,15,8 e 2,6) 25, 6 28,3 -
4 3,43 (1H, m) 3,12 (1H, m) 25, 6 28,3 -5 3,26 (1H, m) 3,06 (1H, dd, 12,0 e 2,6) 41, 5 42,6 -5 3,79 (1H, m) 3,49 (1H, dd, 12,0 e 5,0) 41, 5 42,6 -6a 4,27 (1H, m) 3,93 (1H, dd, 13,7 e 4,8) 53, 4 53,4 -7 3,13 (1H, m) 2,86 (1H, t, 13,7) 34, 1 36, 7 53, 4; 121,6; 133,27 3,18 (1H, m) 2,97 (1H, dd, 13,7 e 4,8) 34, 1 36, 7 -7a - - 133, 2 135, 4 -8 7,23 (1H, m) 7,23 (1H, m) 128,2 127, 9 34, 1; 127,9; 131, 59 7,23 (1H, m) 7,23 (1H, m) 128,2 127, 5 -10 7,35 (1H, m) 7,31 (1H, m) 127, 9 127, 2 128, 2; 131, 511 8,40 (1H, d, 7,8) 8,39 (1H, d, 7,7) 128, 4 128, 4 128, 2; 133, 211ª - - 131, 5 132,0 -1-OCH3 3,68 (3H, s) 3,66 (3H, s) 60, 2 60, 2 145,82-OCH3 3,91 (3H, s) 3,89 (3H, s) 55,9 55, 9 153, 7
a O experimento foi realizado a 600MHz para 1H em CDCl3, utilizando o TMS como padrão interno.b Dados da literatura de acordo com Dutra et al., 2012 (1H em CDCl3;400 MHz)c Para os carbonos protonados foram usados os dados de HSQC e carbonos quaternários foram usadosdados de HMBC.
94
5.8.6 Determinação estrutural da amostra OaF15
A fração amostra como OaF15 (2,9 mg) apresentou-se como um sólido amorfo.
A análise de massas de OaF15 (Figura 65) evidenciou a presença do pico base de m/z
266 [M+H]+. Este íon foi submetido à análise de MSn (Figura 66) onde foi observado
perdas sequencias de 17, 30 e 28 Da, característico de alcaloides aporfínicos com a
ausência de N-metila e contendo uma ponte metilenodioxi (STÉVIGNY et al., 2004).
Figura 65: Espectro de massa da amostra OaF15.
Figura 66: Espectro de MSn para o íon m/z 266 [M+H]+
200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
266.05
267.06
264.16276.07249.23 282.13
366.02294.08235.25 310.10251.21 321.18210.15 219.19 337.07 352.37199.82 378.15 398.15391.77
60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260m/z
0
20
40
60
80
1000
20
40
60
80
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
0
20
40
60
80
100249,04
251,08235,18 266,19206,07177,10 219,12191,25219,05
191,29221,12206,24 232,22 249,29203,19
191,18
219,35
NL:1,70E3
NL:6,81E1
NL:2,20E1
-17 Da
-30Da
-28Da
MS2
MS3
MS4
95
O espectro de RMN de 1H apresentou-se muito similar ao de OaF13, exceto pela
ausência das duas metoxilas, substituídas por um grupo metilenodioxi, como sugerido
pelo espectro de massas.
Na análise de RMN de 1H na região aromática, foram observados deslocamentos
em δ 8,09 (1H, d, 7,8), 7,36 (1H, m) e 7,24 (2H, m), atribuídos às posições H-11, H-10,
H-9 e H-8 respectivamente, sinais característicos do anel D do sistema aporfínico não
substituído (Figura 67). Os sinais de dois hidrogênios em δ 3,18 (dd, 13,9; 13,9) e 3,26
(dd, 13,9; 4,7), atribuídos aos hidrogênios do C-7, ratificaram a natureza aporfínica do
composto.
Nos espectros de RMN de 1H e HSQC verificou-se que hidrogênios em δ 6,15
(1H, d, 1,5) e 6,00 (1H, d, 1,5), se correlacionavam com o carbono em δ 101,4.
Adicionalmente, no mapa de contorno HMBC, verificou-se que estes hidrogênios se
correlacionavam com os carbonos em δ 143,7 e 148,6, caracterizando a presença de
uma ponte metilenodioxi, e evidenciando a não planaridade da molécula (Figura 68 e
69). A localização da ponte metilenodioxi pôde ser confirmada pela correlação do
hidrogênio δ 6,61 (1H, s), ligado ao carbono em δ 107,9 (C-3), com os carbonos
aromáticos em δ 143,7 (C-1), 148,6 (C-2) e 121,2(C-3b) e ao carbono metilênico em δ
25,9 (C-4) confirmando a estrutura do anel A (Figura 68 e 69).
96
Figura 67: Espectro de RMN 1H (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF15.
Bruna_OAF15.011_h.esp
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0Chemical Shift (ppm)
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.311.421.341.291.441.391.241.101.111.021.861.311.09
TMS
CHLOROFORM-dTMS
2.90
642.
9135
3.18
243.
2058
3.24
683.
2548
3.26
603.
2698
3.27
783.
7403
3.74
783.
7587
3.76
87
4.38
894.
4052
4.41
19
6.00
146.
1524
6.15
496.
6145
7.22
177.
2338
7.24
477.
2468
7.25
857.
3413
7.35
557.
3651
8.08
658.
0995
Bruna_OAF15.011_h.esp
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.101.111.021.861.311.09
CHLOROFORM-d
6.00
146.
0039
6.15
246.
1549
6.61
45
7.22
177.
2267
7.23
387.
2447
7.24
687.
2585
7.34
137.
3555
7.36
517.
3689
8.08
658.
0995
Bruna_OAF15.011_h.esp
4.0 3.5 3.0Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.311.421.341.291.441.391.24
2.87
842.
8851
2.89
472.
9064
2.91
35
3.15
94
3.18
243.
2058
3.24
683.
2548
3.26
603.
2698
3.27
783.
2870
3.29
073.
3568
3.36
643.
3861
3.41
62
3.73
823.
7403
3.74
783.
7587
3.76
87
4.38
224.
3889
4.40
524.
4119
97
Figura 68: Mapa de contorno HSQC (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF15.
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0F2 Chemical Shift (ppm)
0
50
100
150 F1
Che
mic
al S
hift
(ppm
)
6.20 6.15 6.10 6.05 6.00 5.95F2 Chemical Shift (ppm)
97.5
100.0
102.5
F1
Ch
em
ical S
hift
(...
δ 6,15
δ 101,4
δ 6,00
δ 101,46.66 6.65 6.64 6.63 6.62 6.61 6.60 6.59 6.58 6.57F2 Chemical Shift (ppm)
100.0
102.5
105.0
107.5
F1
Ch
em
ical
Sh
ift (
...
δ 6,61
δ 107,9
98
Figura 69: Mapa de contorno HMBC (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF15.
9 8 7 6 5 4 3 2 1 0F2 Chemical Shift (ppm)
0
50
100
150
F1 C
hem
ical
Shi
ft (p
pm)
6.15 6.10 6.05 6.00 5.95F2 Chemical Shift (ppm)
140
145
150
F1
Che
mic
al S
hift
(...
δ 6,15 δ 6,00
δ 143,7 δ 143,7
δ 148,6 δ 148,6
6.67 6.66 6.65 6.64 6.63 6.62 6.61 6.60 6.59 6.58 6.57 6.56F2 Chemical Shift (ppm)
50
100
F1 C
hem
ical
Shi
ft (..
.
δ 6,61δ 25,9
δ 121,2δ 143,7
δ 148,6
99
Através das análises dos dados de RMN e por comparação com a literatura, foi
possível confirmar a substância OaF15 como o alcaloide anonaína (Figura 70),
comumente encontrado em espécies da família Annonaceae (ORTIZ et al., 2007;
COSTA et al., 2010; VENDRAMIN et al., 2013; TELES et al., 2015; COSTA et al.,
2015 ). Os demais dados de RMN de 1H e dos mapas de contorno HSQC e HMBC
encontrados para a substância anonaína estão na tabela 10.
O efeito antimicrobiano deste alcaloide foi evidenciado por Paulo e
colaboradores (1992), demonstrando atividade contra as bactérias Bacillus cereus,
Escherichia coli, Staphylococcus aureus e S. epidermidis. Estudos realizados por Chen
e colaboradores (2011) com este alcaloide, demonstraram o efeito antiprolifetarivo e
antimigratório em células de câncer de pulmão humano (H1299).
Figura 70: Estrutura do alcaloide anonaína.
NH
O
O 1
23
3a
3b
45
6
7
89
6a
10
1111a
7a
1a
100
Figura 71: Principais correlações observadas para amostra OaF15.
Tabela 10: Dados de RMN 1H, HSQC e HMBC da amostra OaF15.
OaF15( Anonaína )Posição 1H δ (mult., J
em Hz)a
1H δ (mult., Jem Hz)b
HSQC (1H-13C)c HSQC(1H-13C)b
HMBC (1H-13C)
1 - - 143, 7 142,5 -1a - - 116, 3 116,1 -2 - 148, 6 146,8 -3 6,61 (1H, s) 6,57 (1H, s) 107,9 107,9 25,9; 121, 2; 143, 7; 148,63a - - 124,0 126,4 -3b - - 121, 2 128,1 -4
2,90 (1H, m) 2,67 (1H, m)25,9 29,0 107,9; 121, 2
4 3,39 (1H, m) 3,01 (1H, m) 25,9 29,0 -5 3,28 (1H, m) 3,02 (1H, m) 42, 1 43,1 25, 9; 53,35 3,76
(1H,ddd12,1;5,7; 1,2)
3,41 (1H, m) 42, 1 43,1 25,9; 53, 3; 124,0
6a 4,40 (1H, dd,13,8; 4,0)
3,99 (1H,dd,14,2; 4,9)
53, 3 53,3 -
7 3,18 (1H,dd,13,9; 13,9)
2,83 (1H,dd,14,2; 14,2)
34, 0 36,8 53,3; 121,2; 128,6; 130,5; 132,2
7 3,26(1H,dd,13,9;
4,7)
2,96 (1H,dd,14,2; 4,9)
34, 0 36,8 121,2; 128,6; 130,5; 132,2
7a - 132, 2 134,9 -8 7,24 (1H, m) 7,25 (1H, m) 128,6 128,1 34,0; 130,59 7,24 (1H, m) 7,22 (1H, m) 128, 6 127,5 132,210 7,36 (1H, m) 7,31 (1H, m) 128, 2 127,0 128, 6; 130, 511 8,09 (1H, d,
7,8)8,07 (1H, d,
7,7)127, 5 127,0 116, 3; 128, 6; 132, 2
11a - - 130, 5 131,1 -O-CH2-O 6,15 (1H, d,
1,5)6,09 (1H, d,
1,4)101, 4 100,6 143, 7; 148, 6
6,00 (1H, d,1,5)
5,94 (1H, d,1,4)
101, 4 100,6 143, 7; 148, 6
a O experimento foi realizado a 600MHz para 1H em CDCl3, utilizando o TMS como padrão interno.b Dados da literatura de acordo com Costa et al., 2015 (1H em CDCl3; 400 MHz).
NH
H
H
H
O
O
HH
H H
H
H
H
143,7 121,2
6,61
107,925,9
148,6
NH
H H
H
H
H
H
O
O
H
3,18
128,6
53,3
132,2
7,36
3,26
34,0
128,2
7,24
128,6
128,6
25,9
101,4
6,15
6,0
3,392,90
124,0
130,5
3,28
3,76
42,1
6,61
107,9
124,0
121,2143,7
148,6
53,3
34,0
7,24
8,09127,5
130,5
116,3
132,2
7,24
128,6
8,09
7,36
128,2
127,5
116,3
101
c Para os carbonos protonados foram usados os dados de HSQC e carbonos quaternários foram usadosdados de HMBC.
5.8.7 Determinação estrutural da amostra OaF17.
A amostra codificada como OaF17 (2,7 mg) apresentou-se como um sólido
amorfo. A análise de massas de OaF17 (Figura 72) evidenciou a presença do pico base
de m/z 312 [M+H]+, correspondente à molécula protonada, indicando a fórmula
molecular C19H21NO3 para o composto. Na análise de MSn (Figura 73) foi notada uma
perda inicial de 17 Da, seguida de perdas sequenciais de 15 Da, sendo observado o
mesmo padrão de fragmentação descrito anteriormente para o alcaloide nornuciferina
(Figura 63). Através da diferença de massas entres essas substâncias, foi possível propor
a existência de um terceiro grupo metoxila para o alcaloide de m/z 312.
Figura 72: Espectro de massa da amostra OaF17.
200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
312.09
313.13
235.17219.18 310.26 314.14295.28255.25 279.02233.19 326.22267.15217.33 249.18201.30 342.12 390.86365.53 385.09351.11301.17 406.30
102
Figura 73: Espectro de MSn para o íon m/z 312[M+H]+
O espectro de RMN de 1H apresentou-se muito similar ao de OaF13, exceto pela
presença de mais uma metoxila, evidenciada no espectro de massas. Foram observados
sinais referentes a hidrogênios aromáticos (Figura 74) em δ 7,24 (2H, m), 7,34 (1H, m)
e 8,30 (1H, d, 7,9), característicos do anel D de esqueletos aporfínicos não substituídos.
Outros sinais de hidrogênios aromáticos não foram encontrados, sugerindo que o
carbono C-3 do anel A esteja substituído. A presença de sinais de hidrogênios em δ 3,12
(m) e 3,17 (m), atribuídos aos hidrogênios do C-7, confirmaram a natureza aporfínica do
composto.
No espectro de RMN de 1H são ainda observados três singletos em δ 3,76 (3H,
s), 3,96 (3H, s) e 3,94 (3H, s), sinais característicos de metoxilas, confirmando a
existência de três metoxilas na estrutura (Figura 74). No mapa de contorno HMBC
(Figura 75) verifica-se que estas se correlacionam com os carbonos em δ 151,5, 146,7 e
150,8 respectivamente. A posição da terceira metoxila pode ser observada através do
mapa HMBC do sinal de hidrogênio em δ 3,08 (H-4) (Figura 75), que se correlaciona
com o carbono em δ 150, 8, atribuido à presença da metoxila na posição C-3.
80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300m/z
0
20
40
60
80
1000
20
40
60
80
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
0
20
40
60
80
100295,10
281,12 312,14
297,13284,14269,16252,09176,08162,10 189,06 206,13 310,16149,06 234,15137,01123,13 212,98104,8691,43
280,10
264,16
248,16221,13 232,22207,13 295,21179,01265,06
221,12 248,06236,95 280,09205,34
NL:3,60E2
NL:3,79E1
NL:9,51E1
-17 Da
-15 Da
-15 Da
MS2
MS3
MS4
103
Figura 74: Espectro de RMN 1H (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF17.
Bruna_OAF17.011_H.esp
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.110.842.220.942.961.072.892.771.052.091.120.96
CHLOROFORM-dM04(s)
TMS
M03(s)
M01(s)
M10(m)
M07(m)
M08(d)
M11(m)
M09(s)
M02(m)
M05(dd)
M12(m)M06(m)
3.09
453.
1162
3.13
963.
1567
3.16
133.
1694
3.18
393.
7598
3.79
133.
7930
3.94
333.
9582
4.21
954.
2268
4.25
02
7.23
327.
2395
7.24
477.
2587
7.32
517.
3315
7.33
877.
3455
8.29
228.
3054
Bruna_OAF17.011_H.esp
8.3 8.2 8.1 8.0 7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
Nor
mal
ized
Inte
nsity
2.091.120.96
CHLOROFORM-d
M07(m)
M08(d)
M06(m)
7.23
327.
2395
7.24
477.
2587
7.31
837.
3251
7.33
157.
3387
7.34
557.
3532
7.35
96
8.29
228.
3054
Bruna_OAF17.011_H.esp
4.0 3.5 3.0Chemical Shift (ppm)
0
0.05
0.10
Nor
mal
ized
Inte
nsity
1.110.842.220.942.961.072.892.771.05
M04(s)
M03(s)
M01(s) M10(m)
M11(m)
M09(s)
M02(m)
M05(dd)
M12(m)
3.07
493.
0945
3.11
623.
1396
3.14
903.
1567
3.16
133.
1694
3.17
883.
1839
3.19
16
3.75
983.
7849
3.79
133.
7930
3.80
113.
8079
3.81
133.
8156
3.81
983.
9433
3.95
82
4.21
954.
2268
4.24
254.
2502
104
.
Figura 75: Mapa de contorno HMBC (600 MHz, CDCl3) da amostra OaF17.
9 8 7 6 5 4 3 2 1 0F2 Chemical Shift (ppm)
0
50
100
F1
Ch
em
ical
Sh
ift (
ppm
)
4.0 3.9 3.8 3.7 3.6 3.5 3.4 3.3 3.2 3.1F2 Chemical Shift (ppm)
148
150
152
F1
Ch
em
ical S
hift (p
...
δ 3,08
δ 150,8
3.95 3.90 3.85 3.80 3.75 3.70F2 Chemical Shift (ppm)
145
150
F1
Ch
em
ical S
hift (p
...
δ 3,96
δ 150,8
δ 3,94 δ 3,76
δ 151,5
δ 146,7
105
As demais correlações são apresentadas na tabela 11. A partir desses dados
pode-se concluir que a substância de m/z 312 trata-se do alcaloide aporfínico O-
metilisopilina (Figura 76). Este alcaloide já foi relatado em espécies da família
Annonaceae como em Duguetia flagellaris, Guatteria scandens e Guatteria pogonopus
(HOCQUEMILLER et al., 1983; NAVARRO et al., 2001; FECHINE et al., 2002;
SANTOS et al., 2015).
Figura 76: Estrutura do alcaloide O-metilisopilina.
Figura 77: Principais correlações observadas para amostra OaF17.
NH
CH3O
CH3O
OCH3
1
24
5
6
7
8
3a3b
6a
10
11
11a1a
7a
3
151,5 124,8
20,5146,7
3,12
128,0
53,3
132,5
3,17
33,7
3,173,08
132,0
7,24
128,0
127,8
128,2
NH
H
H
H H
H
H
H
CH3O
CH3O
OCH3
H
122,6
120,1
60,8
3,94150,8
7,24
151,5 124,8
20,5146,7
3,12
128,0
53,3
132,5
3,17
33,7
3,173,08
132,0
7,24
128,0
8,30
7,34
127,8
128,2
NH
H
H
H H
H
H
H
CH3O
CH3O
OCH3
H
H
H
122,6
120,160,8
60,8
3,96
3,76
60,8
3,94150,8
7,24
41,2
106
Tabela 11: Dados de RMN 1H, HSQC e HMBC da amostra OaF17.
OAF17(O-metilisopilina)Posição 1H δ (mult., J em Hz)a 1H δ (mult., J em Hz)b HSQC (1H-13C)c HSQC (1H-
13C)bHMBC (1H-13C)
1 - - 151,5 150,8 -1ª - - 122,6 122,2 -2 - - 146,7 144,5 -3 - - 150,8 150,8 -3ª - - 120,1 124,4 -3b - - 124,8 131,2 -4 3,08 (1H, m) - 20,5 23,7 120,1; 150,84 3,17 (1H, m) - 20,5 23,7 120,15 3,18 (1H, m) - 41,2 42,8 53,35 3,80 (1H, m) - 41,2 42,8 53,3; 120,16ª 4,23 (1H, dd, 13,8; 4,2) - 53,3 53,4 -7 3,12 (1H, m) - 33,7 36,8 53,3; 124,8;
128,0; 132,07 3,17 (1H, m) - 33,7 36,8 132,07ª - - 132,5 -8 7,24 (1H, m) 7,18 128,0 127,8 -9 7,24 (1H, m) 7,18 128,0 127,8 128,2; 132,510 7,34 (1H, m) 7,18 127,8 126,7 128,011 8,30 (1H, d, 7,9) 8,22 128,2 126,7 122,6; 128,0;
132,511a - - 132,0 132,0 -1-OCH3 3,76 (3H, s) 3,73 60,8 60,2 151,52-OCH3 3,96 (3H, s) 3,94 60,8 60,6 146,73-OCH3 3,94 (3H, s) 3,90 60,8 61,2 150,8
a O experimento foi realizado a 600MHz para 1H em CDCl3, utilizando o TMS como padrão interno.b Dados da literatura de acordo com Navarro et al., 2001 (1H em CDCl3; 200 MHz )c Para carbonos protonados foram usados os dados de HSQC e carbonos quaternários foram usados dadosde HMBC.
107
5.9 Análise por LC-DAD-APCI-MS do precipitado
O precipitado codificada como PFOa apresentou-se como um sólido amarelo
claro. Quando analisada por LC-DAD-APCI-MS (Figura 78) revelou um pico
majoritário, correspondendo a aproximadamente 87% da amostra e um minoritário,
correspondendo a aproximadamente 13% da amostra.
Figura 78: Cromatograma de LC-DAD e LC-APCI-MS, para o PFOa.
No espectro de massas em full scan (Figura 79) foi possível observar um sinal
intenso de m/z 328, além de um sinal discreto de m/z 342, coerente com o perfil
observado por LC-DAD-APCI-MS.
Figura 79: Espectro de íons totais do PFOa.
RT: 0,86 - 14,04 SM: 7B
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14Time (min)
20
40
60
80
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
350000
uAU
6,18
6,08
7,76
1,801,22 2,37
6,24
7,83
7,33 8,22 10,718,84 9,20 12,021,30 9,921,90 11,012,43 2,91 3,32 13,7812,665,663,76 13,034,18 4,79
NL:3,56E5Total ScanPDAprecipitado_folhas_largaescala
NL:6,36E7TIC MSprecipitado_folhas_largaescala
bruna_precipitados #26 RT: 0,19 AV: 1 NL: 2,73E7F: + c APCI Q1MS [100,000-1000,000]
100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
328,34
342,35
177,90145,93 256,26 313,32 352,20 446,29 485,62 517,40 987,68867,89832,94 921,61580,64 766,26733,34670,90634,95
m/z 342
m/z 328
108
Quando submetidos a experimentos de MS/MS, ambos apresentaram elevadas
perdas de massa, resultando no íon base de m/z 178, mesmo perfil observado para as
substâncias majoritárias estefolidina e isocoripalmina, sugerindo que o precipitado é
uma mistura de ambas as substâncias.
Figura 80: Espectros de MS/MS dos íons de m/z 328 e 342.
100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340m/z
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1000
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Rel
ativ
e A
bund
ance
178.08
313.13151.10
279.12163.07 296.16 328.16251.14119.07 146.12 190.14 267.1395.07 219.14 235.17204.08178.09
192.10 342.17163.09151.11 327.15294.16 310.12204.06119.04 265.16135.08 281.15107.07 255.15237.24218.19
NL:1.30E4
NL:7.29E3
N
OH
OH
CH3O
CH3
O
A B.
C.
D.
N
OH
CH3O
CH3
O
A B.
C.
D.
CH3
O
109
6. CONCLUSÕES
A análise do perfil alcaloídico por APCI-IT-MSn das frações obtidas em escala
analítica possibilitou escolher a fração alcaloídica das folhas para o isolamento de
alcaloides ainda não descritos no gênero Onychopetalum. O fracionamento da fração
alcaloídica das folhas por intermédio de cromatografia preparativa levou ao isolamento
dos alcaloides aporfínicos, nornuciferina, anonaína, asimilobina e O-metilisopilina, dos
alcaloides tetraidroprotoberberínicos isocoripalmina e estefolidina, e do alcaloide
benziltetraidroisoquinolínico norjuzifina, sendo todos relatados pela primeira vez no
gênero Onychopetalum. Tais resultados evidenciam que a espécie Onychopetalum
amazonicum é uma fonte promissora de alcaloides isoquinolínicos, apresentando
diversidade de estruturas, que incluem alcaloides precursores, como do tipo
tetraidrobenzilisoquinolínico e derivados, como os aporfínicos e tetra-
idroprotoberberínicos
Através das análises por CG-EM e CG-DIC foram caracterizados 41 compostos
nos óleos essenciais de O. amazonicum, com predominância de sesquiterpenos, sendo
identificados os sesquiterpenos (E) cariofileno e (epi)-α-cadinol como constituintes
majoritários nas folhas, cascas e galhos, respectivamente.
A análise antimicrobiana dos óleos essenciais apontou atividade moderada no
óleo essencial das cascas, inibindo o crescimento das bactérias Staphylococcus
epidermidis, Escherichia coli e Kocuria rhizophila, atribuída a presença do
sesquiterpeno allo- aromadendreno, para o qual há relato anterior de atividade
antimicrobiana. Esta conclusão é baseada no fato de que é um dos principais compostos
da parte ativa (casca) da espécie, estando ausente ou minoritário nas demais partes
analisadas, as quais foram inativas. Ambas as análises, químicas e biológicas, com óleos
essenciais ainda não foram descritas para espécies do gênero Onychopetalum.
110
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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