Particularidades da Geriatria Universidade Positivo Curso de Medicina Geriatria - 2009.
UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra
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UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA
Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra
Regente: Prof. Doutor Manuel Teixeira Veríssimo
Ano Letivo: 2012 - 2013
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Sumário das aulas1. Definição, teorias e demografia do envelhecimento 2. Anatomofisiologia do envelhecimento e suas relações
clínicas3. Tipos de envelhecimento / envelhecimento saudável4. História clínica do idoso5. Avaliação multidimensional do idoso6. Particularidades clínicas do idoso7. Síndromes geriátricas18. Síndromes geriátricas 29. Farmacologia do idoso10. Nutrição do idoso11. Atividade física no idoso
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DISCIPLINA DE GERIATRIA Aula teórica 1
Definição, teorias e demografia do envelhecimento
Manuel Teixeira Veríssimo
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Definições
GeriatriaRamo da medicina que estuda as doenças do idoso
• Interessa essencialmente médicos e outros técnicos de saúde
GerontologiaCiência que estuda o processo do envelhecimento
• Abarca todas as áreas com interesse no envelhecimento– Sociólogos, biólogos, médicos, epidemiologistas,
antropologistas, etc.
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Definição de envelhecimento
• Processo intrínseco dinâmico e progressivo no qual há modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas que determinam perda progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo à morte.
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Definição de envelhecimento
• Ladislas Robert (1994):
É a perda progressiva e irreversível da capacidade de adaptação do organismo às condições do ambiente.
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Características dos mecanismos implicados no envelhecimento
Características dos mecanismos implicados:
- são progressivos - são nocivos - são irreversíveis - São comuns a todos os seres vivos,
embora variem de espécie para espécie.
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Teorias sobre envelhecimento
Existem mais de 300 teorias para explicar o envelhecimentoMuitas estão ultrapassadas eTodas as outras são incompletas na sua explicação
O envelhecimento não pode ser reduzido a uma
única causa, dependente de um único mecanismo biológico
O envelhecimento é multifactorial devendo ser visto como um intrincado de mecanismos para os quais ainda não há explicação completa.
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Teorias do envelhecimento
Teorias EstocásticasLesão/reparação do ADNOxidação/radicais livresADN mitocondrialRadiações
Teorias DeterministasMutações somáticasGenéticaNeuroimunoendócrinaTelomerases
O envelhecimento é consequ-ência de lesões sucessivas que conduzem ao desgaste, disfunção celular e morte bemtraduzidas pela expressão “desgaste e ruptura”.
O envelhecimento é consequ-ência directa de um programa genético, sendo o genoma um
tipo de relógio molecular, biológico.
- Hayflick defende que o nº de vezes que uma - célula se reproduz está geneticamente determinado
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Idade de início do envelhecimento
Controversa. Segundo a maioria dos Autores: - Período seguinte à fase de maturidade - Fim da 2ª década de vida, mantendo-se pouco perceptível
por mais uma década - Cerca dos 23 A - Dependendo dos órgãos, aceita-se que haja uma perda de
função de 1%/ano depois dos 30A O timo e os ovários são os órgãos que mais
rapidamente envelhecem
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Demografia do Envelhecimento
O aumento crescente do nº de idosos e sobretudo de muito idosos é uma realidade universal.
Existem actualmente cerca de 400 milhões de idosos em todo o Mundo prevendo-se que em 2020 sejam mais de 1000 milhões.
60-70% dos idosos pertencem aos países desenvolvidos.
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Envelhecimento no Mundo
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Idosos no Mundo
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Demografia do envelhecimento
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II
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Envelhecimento em PortugalVI
INE - 2007
Homens Mulheres
0,01,02,03,04,05,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
100+95-9990-9485-8475-7970-7465-6960-6455-5950-5445-4940-4435-3930-3425-2920-2415-1910-145-90-4
0,01,02,03,04,05,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
100+95-9990-9485-8475-7970-7465-6960-6455-5950-5445-4940-4435-3930-3425-2920-2415-1910-14
5-90-4
0,01,02,03,04,05,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
100+95-9990-9485-8475-7970-7465-6960-6455-5950-5445-4940-4435-3930-3425-2920-2415-1910-145-90-4
00,01,02,03,04,05,06,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,
100+95-9990-9485-8475-7970-7465-6960-6455-5950-5445-4940-4435-3930-3425-2920-2415-1910-14
5-90-4
Homens MulheresHomens Mulheres
Homens Mulheres
1960 2005
2025 2050
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Envelhecimento em Portugal
Census de 2011:19,1% da população tem mais de 65 A> 1.9 milhão de idosos
Previsão para 2050:1/3 da população > 3 milhões de idosos
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Esperança de vida em Portugal
Masc. Fem.
1981 68.2 75.2
1990 70.5 77.5
1995 71.5 78.6
2001 73.4 80.4
2006 75.2 81.7
2011 ± 76 ± 82
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Evolução da esperança de vida em Portugal
1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 1995 2000 2005 201130
40
50
60
70
80
90
35.8
44.8
48.6
55.5
60.7
64.2
69.170.2
71.573.4
75.2 75.3
40
49.2
52.8
60.5
66.4
70.8
76.7 77.378.6
80.481.7 82
masculino feminino
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Causas do envelhecimento demográfico
Melhoria das condições sócio-económicas
Melhoria dos cuidados de saúde
Migrações e guerras
Diminuição da natalidade
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Consequências do Envelhecimento Demográfico
Económicas
Sociais
Sanitárias
Éticas
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Consequências Económicas
< % de população produtiva
> % de população dependente
> despesa com a segurança social
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Consequências Sociais
< mobilidade social
Alterações das relações profissionais
Alterações das relações familiares
Conflito de gerações
> necessidade de instituições de assistência ao idoso
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Consequências Sanitárias
> nº de doentes ou em risco.
> consumo de cuidados primários.
> consumo de cuidados diferenciados.
> consumo de medicamentos.
> necessidade de pessoal especializado.
Necessidade de instituições especializadas.
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Consequências Éticas
Problemas do doente crónico e terminal.
Problemas da morte.
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Disciplina de Geriatria Aula teórica 2
Anátomo-fisiologia do envelhecimento e suas implicações clínicas
Manuel Teixeira Veríssimo
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Anátomo-fisiologia do envelhecimento
O envelhecimento pode ser entendido como um processo dinâmico e progressivo, no qual há: Alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas Que vão alterando progressivamente o organismoTornando-o mais susceptível ás agressões
extrínsecas e intrínsecasQue terminam por levá-lo à morte
Quais são essas alterações?
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Alterações com o envelhecimento
Alterações celulares NúcleoCitoplasmaMembranaOutros componentes celulares
Matriz extracelular ColagénioElastina
Alterações dos tecidos e órgãos
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Velocidade de envelhecimento dos órgãos e sistemas
O envelhecimento afecta de modo desigual as funções dos tecidos.
- Declínio mais rápido nos tecidos elásticos *Aparelho circulatório *Aparelho respiratório *Pele - Declínio mais lento nos tecidos nervosos *O envelhecimento só anularia a condução nervosa por
volta dos 400A
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Variação Inter-Individual do Envelhecimento
A idade cronológica não afecta de igual modo todos os indivíduos.
Razões da variabilidade individual: - Genéticas - Doenças - Condições de vida
Condicionam diferentes tipos de
envelhecimento
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Tipos de envelhecimentoNormal ou Fisiológico - Usual ou comum - Bem sucedido ou saudávelPatológico - Associado e acelerado por doenças
durante a vida
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Envelhecimento usual ou comum
Os factores extrínsecos intensificam os efeitos do próprio envelhecimentoMá alimentação Sedentarismo AlcoolismoConsumo de drogas PoluiçãoTabagismo StressSono inadequado
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Envelhecimento bem sucedido ou saudável
O envelhecimento é apenas influenciado pelos factores intrínsecosSem efeito negativo dos factores extrínsecos
Algumas práticas podem mesmo atrasar o envelhecimentoActividade física regular Alimentação adequadaHábitos higiénicos de vida em geral
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Envelhecimento patológico
Situação em que as doenças ao longo da vida aceleram o envelhecimento
Hereditárias Crónicas Acidentais
Progeria
Doenças reumáticas - Artrite reumatóide - Esclerodermia Doenças infecciosas - SIDA - TuberculoseTumores D. cardiovasculares
ParaplégicosTetraplégicosLesões C.E.
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ALTERAÇÕES ANÁTOMOFISIOLÓGICAS COM O ENVELHECIMENTO
Modificação a nível da composição corporal
Alterações a nível dos aparelhos e sistemas
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Alterações com envelhecimento
Efeito do envelhecimento na composição corporal:
Diminuição da massa magra• Água• Músculo• Osso• Vísceras
Aumento da massa gorda• Predominância da gordura abdominal
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Modificação da composição corporal com o envelhecimento
GeraisAlterações farmacodinâmicas
Específicas Relacionadas as modificações
• Da massa gorda• De cada componente da massa magra
Consequências
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Consequências da modificação da composição corporal com o envelhecimento
Consequências anatómicas e clínicas da diminuição da massa magra: Tamanho dos órgãos
• Capacidade de reserva funcional dos órgãos Massa muscular
• Força muscular capacidade funcional Água corporal
• Maior risco de desidratação Massa óssea
• Osteoporose fracturas
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Consequências da modificação da composição corporal
• Consequências do aumento da massa gorda• Principalmente a nível abdominal
risco de diabetes risco cardiovascular risco cancro do cólon e mama Problemas ortopédicos Outros
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Estatura, peso e envelhecimento
A estatura diminui cerca de 1cm por cada 10 anos dos 40 até aos 70, acentuando-se depois essa redução:achatamento das vértebras (osteoporose) redução dos discos inter-vertebrais cifose dorsalarqueamento dos membros inferiores achatamento do arco plantar
O peso aumenta ao longo da idade adulta até atingir um “plateau” por volta dos 60-65 A, tendo depois tendência a diminuir.
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Relação peso/estatura e envelhecimento
O IMC (peso/altura²m) é o índice de avaliação nutricional mais usado no Mundo
No idoso tem limitações Sobrevalorizado em relação ao não idoso
• Devido à diminuição da altura
IMC Classificação<18.5 Desnutrição> 18.5 < 25 Normal 25<30 Pré-obesidade 30 ObesidadeOMS - 1998
IMC Classificação<21 Desnutrição 21<25 Risco desnutrição 25 <30 Normal> 30 Obesidade Ferrry e Alix - 2002
Normal Idoso
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Alterações morfológicas associadas ao envelhecimento
circunferência do crânio tamanho do nariz e pavilhões auriculares diâmetro antero-posterior e redução do
diâmetro transverso do tórax diâmetro antero-posterior do abdómen e do
diâmetro bi-ilíaco pregas cutâneas dos membros
Distribuição centrípeta da gordura
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Alterações morfológicas associadas ao envelhecimento
Despigmentação, perda e enfraquecimento do cabelo
pilosidade corporal, com excepção: No homem: aumento dos pêlos das narinas,
pavilhão auricular e sobrancelhasNa mulher: crescimento dos pelos no lábio superior
e mento Edema da pálpebra inferior
Herniação de gordura e retenção de líquido
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Alterações morfológicas associadas ao envelhecimento
A nível da pele: Tendência para a palidez
– Devido à diminuição da quantidade de melanócitos Manchas hiperpigmentadas acastanhadas
• Presentes especialmente nas mãos e face – Devido a alterações do funcionamento dos melanócitos
Equimoses por pequenos traumas • Mais frequentes nas superfícies de extensão
– Devido à menor elasticidade da pele e adelgaçamento da epiderme
Secreção glandular sebácea e sudorípora• Pele mais seca e mais sensível às variações de temperatura e
infecções
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Alterações osteoarticulares associadas ao envelhecimento
Fracturas associadas a pequenos traumatismos Vértebras Colo do fémur Rádio
Cifose dorsal Fractura em cunha do corpo vertebral
Artrose com deformação articular Mãos Joelhos Pés
Associadas a osteporose
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Alterações musculares associadas ao envelhecimento
Massa muscular Tamanho e n.º de fibras musculares Força muscular
Capacidade funcional Independência
Qualidade de vida Importante a prática regular de actividade física
Contraria esta tendência
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Disciplina de Geriatria Aula teórica 3
Anátomo-fisiologia do envelhecimento e suas implicações clínicas (continuação)
Manuel Teixeira Veríssimo
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Alterações cardiovasculares associadas ao envelhecimento
Ao contrário dos outros órgãos o coração aumenta de tamanho e de peso com a idade Aumento da espessura das paredes do ventrículo
esquerdo (cerca de 30% entre os 25 e 80A)
Há diminuição do nº de miócitos cardíacos Há aumento do tecido fibroso
Duplicação relação à idade jovem
Diminuição da reserva cardíacaInsuficiência cardíaca
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Alterações cardiovasculares associadas ao envelhecimento
A aterosclerose está virtualmente presente em todos os idosos
Espessamento e calcificação valvular Mitral e aórtica mais atingidas
pressão arterial principalmente a sistólica
• 35 mm entre idade jovem e avançada
reflexos barorreceptores A hipotensão postural está presente em a 30-50%
dos idosos acima dos 75A
Sopros Estenose
InsuficiênciaEndocardite
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Envelhecimento do aparelho respiratório
O envelhecimento influencia anatómica e funcionalmente o aparelho respiratórioAos 60 anos a resistência elástica da parede torácica
é o dobro da do adulto jovemAlterações torácicas- diâmetro antero-posterior
- diâmetro transverso- altura do tórax
- calcificação das cartilagens condro-costais- rigidez da caixa torácica
- capacidade dos músculos respiratórios
Deterioraçãoda elastina
Volume corrente: =Capacidade vital:Volume residual:
CRI: CRE: VEMS
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Envelhecimento do aparelho respiratório
Alterações anatómicas+
Alterações brônquicas- produção de muco- actividade ciliar
+ reflexo da tosse
+ Frequência de aspiração de alimentos
+ defesas imunológicas
Grande vulnerabilidade dos idosos às infecções respiratórias
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Envelhecimento do aparelho digestivo
Apresenta grande capacidade de reserva, mas- Disfagia
- - Regurgitação- - Dor retro-esternal- - Engasgamento- - Desnutrição
Perda de dentes quantitativa e qualitativa da saliva
coordenação neuro-muscular do esófago
Estômago produção de ácido clorídrico produção de factor intrínseco
Anemia- ↓Absorção de Vit. B12
- ↓Absorção de ferro
Cólon motilidade
pressão intra-luminal
- - Obstipação- Divertículos
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Envelhecimento renal
À medida que a idade avança o rim vai sofrendo alterações anatómicas e estruturais: tamanho e volume (280 220 g aos 80 A)Redução do n.º de glomérulos (30-50% aos 70 A)
Menor capacidade de reserva funcional- Mais fácil a insuficiência renal aguda Alterações farmacodinâmicas- Ajuste na posologia medicamentosa
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Envelhecimento do sistema reprodutor Mulher
Órgãos atrofiam-se e diminuem de pesoÚtero
• aos 50 A pesa ½ do que pesa aos 30 • a sua elasticidade diminui com invasão por fibrose• o útero desce por fraqueza dos ligamentos
Ovários: os quistos são mais frequentesVagina
• diminui de comprimento e de largura• o revestimento torna-se mais seco e atrófico
– mais fácil as infecções – por vezes dores nas relações sexuais– Prolapso uterino
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Envelhecimento do sistema reprodutor Homem
No homem as alterações são menos evidentesnão há diminuição do peso e tamanho dos testículos,
embora as células envolvidas na reprodução diminuam e sejam menos activas
o n.º de espermatozóides diminui para metade aos 60 A, mas mantêm-se férteis
A próstata aumenta de volume (>40A), havendo: Atrofia do tecido prostáticoAumento do tecido fibroso
• Retenção vesical• Disúria e • Infecção urinária • Hidronefrose• Insuficiência renal
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Sangue e envelhecimento
Em idosos saudáveis não se encontram diferenças significativas nestes parâmetros
Quando é necessário um aumento de produção a resposta é mais lenta do que no jovem
A anemia, que é frequente nos idosos, tem sempre uma causa patológica e não deve ser atribuída ao envelhecimento isoladamente
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Envelhecimento do do sistema endócrino
Hormona do crescimento: diminui com o envelhecimento importante acção na síntese proteica e lipólise
Hormona anti-diurética: aumenta ligeiramente do idoso opondo-se à tendência do rim para perder sódio e água
Podem observar-se níveis ligeiramente aumentados de cortisol e ACTH, mas a resposta ao stress pode estar diminuída nas situações mais agressivas
Produzem também aldosterona – diminuída no idoso devido à diminuição da renina
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Envelhecimento do sistema endócrinoTiróide
Diminui de tamanho com o envelhecimento e tornando-se mais fibrótica e nodular
Há diminuição da produção de T3 e T4, mas os níveis séricos mantêm-se devido a menor utilização
O hipotiroidismo e o hipertiroidismo são muitas vezes confundidos com a velhice
Produzem hormona paratiroideia (PTH) que é importante para o equilíbrio do cálcio
Aumentam de volume com a idade devido a infiltração de gordura
Alguns estudos mostram que a PTH aumenta nos idosos para manter o nível de cálcio
Os hiper e hipoparatiroidismos podem ser mais difíceis de diagnosticar nos idosos
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Envelhecimento do sistema endócrino
Com o envelhecimento a capacidade do pâncreas produzir insulina altera-se
Mais de 50% das pessoas com mais de 60 A têm alterações do metabolismo dos hidratos de carbonoCausas: - défice de produção de insulina
- aumento da resistência à insulina A glicemia em jejum aumenta 1% por década depois dos
20 A enquanto a glicemia pós-prandial aumenta cerca de 9-10 mg por década
A diabetes acelera o envelhecimento
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Envelhecimento do sistema imunitário
Com o envelhecimento verifica-se essencialmente diminuição dos linfócitos T - CD8, enquanto os T- CD4 e os linfócitos B se mantêm estáveis e os NK aumentam
Não só o n.º mas também a função podem estar alterados
As alterações do sistema imune estão na base da maior frequência de infeções, cancro e doenças autoimunes verificadas no idoso
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Envelhecimento do sistema autoimune
O envelhecimento do sistema autoimune conduz a imunodeficiência – designada como imunosenescência
Alguns autores pensam que a imunossenescência é mais devida a doenças do que ao envelhecimento em si
Defendem por isso que nos saudáveis existe imunorremodelação e não propriamente imunodeficiência
A nutrição e o exercício físico têm grande importância na prevenção do envelhecimento do sistema imunitário
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Envelhecimento do sistema nervoso
peso do cérebro 5% aos 70A e 20% aos 90A
n.º neurónios (10 milhões à partida)↓cerca de 50.000 a 100.000 por dia
neuromediadores (quantidade e qualidade)
Lentificação das funções cerebraisAlterações cognitivas
Coordenação neuro-muscular Diminuição dos reflexos
Perturbações do equilíbrio
↓Capacidade cognitiva aos 100 A = 20% Perdas significativas significam patologia Algumas são patologias reversíveis - défice vitamínico - hipotiroidismo
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Síndromes de desaferenciação
“SÍNDROMES DE DESAFERENCIAÇÃO” ou
“SÍNDROMES DE DIMINUIÇÃO NEURO-SENSORIAL“
• Decorrem da diminuição dos estímulos sensoriais que informam o indivíduo sobre as condições do ambiente e da consequente diminuição ou desadequação das respostas a esses estímulos
• Resultam das alterações determinadas pelo envelhecimento, a nível central ou periférico, no sistema neuro-sensorial (órgãos dos sentidos)
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Desaferenciação neuro - sensorial
S. N. C.
Resposta sensorio-motora
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Síndromes de desaferenciação
CONSEQUÊNCIAS Diminuição do desempenho intelectual Alterações da perceção e alucinações Desorientação temporo-espacial Perturbações do esquema corporal Perturbações afectivas (ansiedade, depressão,
agressividade) Fadiga Somatização
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GOSTO
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Síndromes de desaferenciaçãoGOSTO
As alterações da sensação gustativa decorrem da elevação do limiar de estimulação central
A discriminação do doce e do salgado é a mais afectada, sendo menos atingida a discriminação do amargo e do ácido
Isso explica a utilização exagerada do açúcar e do sal, pelos idosos. Estas alterações podem ter implicações sérias na sua saúde, pelo que devem ser tidas em conta pelos nutricionistas e por quem tem responsabilidades nesta área
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OLFACTO
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Síndromes de desaferenciação OLFATO
Com o envelhecimento diminui a acuidade olfactiva e o poder de discriminação dos odores
O limiar de estimulação pode chegar a elevar-se 10 vezes
Isto deve-se à diminuição do nº de recetores olfativos das vias respiratórias altas e à atrofia da mucosa orofaríngea
Pode ser agravado por alguns medicamentos
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TATO
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Síndromes de desaferenciaçãoTATO
A atrofia cutânea, a diminuição e a degenerescência dos recetores táteis e o atraso na transmissão do influxo nervoso decorrentes do envelhecimento, explicam a diminuição da resposta aos estímulos táteis e a elevação do limiar da dor após os cinquenta anos
Carências vitamínicas, alcoolismo, diabetes e arterioesclerose agravam o défice de transmissão do influxo nervoso
Estes factos, particularmente no que se refere à elevação do limiar da dor, devem ser tidos em consideração pelas implicações que têm na expressão da doença, no diagnóstico e na prescrição medicamentosa
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VISÃO
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Síndromes de desaferenciação VISÃO
5 % dos indivíduos com mais de 65 anos e 15 % dos maiores de 80 anos sofrem de diminuição visual significativa com implicações importantes na sua funcionalidade
A prevenção e o diagnóstico em tempo oportuno podem corrigir e evitar situações de compromisso visual que poderão comprometer seriamente a autonomia e qualidade de vida do idoso
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Síndromes de desaferenciação VISÃO
- Causas Alterações anatómicas do aparelho ocular Degenerescência de diversas estruturas (cristalino, córnea, retina, mácula)
Arterioesclerose dos vasos retinianos Hemorragias e tromboses Alterações do vítreo Diminuição da secreção lacrimal Doenças extra-oculares (diabetes, hip. arterial, nefropatia)
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Síndromes de desaferenciação Patologias oftalmológicas mais frequentes
nos idosos
• inflamações• infecções • entropion• ectropion • presbiopia• catarata senil
• degenerescência
macular• glaucoma • retinopatia diabética
• tumores • perdas de visão súbitas
• Tromboses vasos retina• Descolamento da retina, etc.
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Perda de visão no idoso
SÚBITA Hemorragia ocular Oclusão da artéria ou da
veia central da retina Hemorragia do vítreo Glaucoma de ângulo
fechado Descolamento da retina Nevrite ótica Traumatismo A.V.C.
PROGRESSIVA Presbiopia Opacificação do cristalino
(catarata) Degenerescência macular Glaucoma de ângulo
aberto Atrofia da córnea Retinopatia diabética
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AUDIÇÃO
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Síndromes de desaferenciação AUDIÇÃO
30 % dos indivíduos com mais de 65 anos e 60 % dos maiores de 85 anos têm perda
significativa da audição
Além de sérias implicações na capacidade decomunicação do idoso, com reflexos na suaautonomia e independência, a diminuição da audição aparece com frequência nestas idadesassociada a psicoses paranoides
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Síndromes de desaferenciaçãoAUDIÇÃO
CAUSAS envelhecimento do aparelho auditivo cerumen / corpos estranhos rotura do tímpano lesão do nervo auditivo otite traumatismo craniano a.v.c./ tumores exposição ao ruído fármacos
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Síndromes de desaferenciaçãoAUDIÇÃO
PATOLOGIAS FREQUENTES NOS IDOSOS presbiacusia otosclerose otites tumores zumbidos e acufenos ototoxicidade medicamentosa vertigens
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Síndromes de desaferenciação AUDIÇÃO
TIPOS DE SURDEZ SURDEZ DE CONDUÇÃO (SURDEZ PERIFÉRICA)
Ouve a voz normalTolera o ruído ambiente Discrimina as palavrasLesão do ouvido externo / tímpano
SURDEZ DE PERCEPÇÃO (SURDEZ NEURO-SENSORIAL)Só ouve a voz alta Tolera mal o ruído ambienteDiscrimina mal as palavrasLesão do ouvido interno ou central
![Page 82: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/82.jpg)
Síndromes de desaferenciação AUDIÇÃO
Reabilitação da surdezPossível e importante na qualidade de
vida dos idososAmplificação dos sonsAparelhos / próteses auditivasEstratégias de comunicação
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Disciplina de Geriatria Aula teórica 4
História clínica do idoso
Manuel Teixeira Veríssimo
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Particularidades da Propedêutica do Idoso
Consequência do envelhecimento AnatómicoFisiopatológicoFuncional
A pesquisa e interpretação dos dados da anamnese e exame físico deverão ter em conta as particularidades do idoso
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História clínica dos idosos
Grupo heterogéneo Necessário conhecimentos médicos e não só
Os idosos pertencem, geralmente, a uma ou duas gerações anteriores ao médico
• Realidades sociais e culturais diferentes (Vocabulário e hábitos próprios)
A expressão semiológica é frequentemente fraca A forma de expressar as queixas é por vezes
confusa e difícil de entender Os idosos apresentam, frequentemente várias
doenças crónicas que confundem a sintomatologia aguda
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História clínica dos idosos Os idosos queixam-se por vezes do que os
incomoda mais, mas que não é o mais importanteÉ preciso ter perícia para procurar o mais importante para
o diagnóstico Deve-se ter em atenção que alguns défices podem
ser omitidos porPudor (incontinência urinária, prolapso uterino, hemorróidas, patologias genitais, etc.)
Vaidade (negação da velhice)
Quando se interroga um doente idoso deve-se ter em mente que: “O médico foi treinado para exercer o seu mister, mas os
doentes não foram treinados para ser enfermos”
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Particularidades clínicas do doente idoso
Manifestações clínicas do idosoManifestações clínicas de doença?
ouManifestações do próprio envelhecimento?
Importante fazer o diagnóstico diferencial entre o que é patológico e fisiológico
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Senescência versus senilidade
Senescência, eugeria ou envelhecimento primário:
- Efeitos naturais do envelhecimento - Processo fisiológicoSenilidade, patogeria ou envelhecimento
secundário: - Alterações produzidas pelas doenças
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Senescência versus senilidade
O diagnóstico diferencial evita dois erros de interpretação frequentes:Alterações patológicas serem erradamente atribuídas ao envelhecimento natural• Negligenciando processos patológicos passíveis de
tratamentoSinais e sintomas explicados pela senescência serem erradamente atribuídos a doenças• Realização de exames e tratamentos desnecessários
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Normas para a colheita da anamnese
Nem sempre é fácil e credívelNecessidade, por vezes, de recorrer a familiares ou
pessoas com quem vive Ter em atenção os défices sensoriais e cognitivos
que dificultam a recolha de dados É importante conhecer a pluripatologia e
polimedicação, habitual no idoso Ter em atenção que os familiares podem ter
motivações capazes de influenciar a informação que dão
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Condições para a colheita da anamnese
Interrogatório com o doente vestido, comodamente sentado à frente do médico ou se deitado com o médico sentado de modo a estar ao seu nível
Ambiente calmo, aquecido e com boa luz
A palavra não deve ser gritante O idoso sofre de presbiacúsia e não houve sons de alta frequência
A palavra deve ser cadenciada O idoso por vezes requer mais tempo para a intuir
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Particularidades da anamnese
Deverá reforçar alguns aspectos, como:Perfil do idoso
• Interesses, “hobbies”, estilo de vida, ocupações, etc.• História dos problemas correntes • Listagem dos principais problemas
Revisão por sintomas e sistemasHistória da medicação
O interrogatório não deverá exceder os 20 min
Para além disto a história é frequentemente fruto do cansaço do doente e da imaginação do médico
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Particularidades do exame físico
Semelhante ao do não idoso, podendo contudo tornar-se mais difícil:Exigindo mais tempoNecessitando de colaboração
• Família • Profissionais de saúde
Pressupõe o conhecimento das alterações decorrentes do envelhecimento a nível dos aparelhos e sistemas
Única maneira de não desvalorizar ou, pelo contrário,
sobrevalorizar certos achados semiológicos
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Particularidades do exame físico
Dificuldade em pôr-se na posição necessáriaNecessário mais tempo
Mais difícil avaliar a desidrataçãoPesquisar a prega na zona do esterno
Tons cardíacos são menos audíveis 4º tom está mais vezes presente Sopros sistólicos audíveis em cerca de ½ dos
idosos Espessamento valvular e endurecimento e dilatação
da aorta - sem grande significado patológico Endurecimento arterial periférico
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Particularidades do exame físico Em decúbito dorsal para a palpação abdominal,
não esquecer de pôr uma pequena almofada por baixo do pescoço A cifose impede o relaxamento muscular abdominal
Pesquisa sistemática de sopros abdominaisEstenose aterosclerótica da artéria renal
Pesquisa de alterações músculo-esqueléticasArtrosesFracturas osteoporóticas (pequenos traumatismos)Deformações da coluna vertebral
O tremor pode ser fisiológico
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Particularidades do exame físico Pupilas pequenas e irregulares. Reacção à luz Postura em flexão Tendência para o tremor Marcha com passos curtos Dismetria; atrofia dos músculos interósseos tónus muscular e força muscular sensibilidade vibratória distal e propioceptiva limiar à dor e da temperatura reflexos músculo-tendinosos
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Disciplina de Geriatria Aula teórica 5
Avaliação multidimensional do idoso
Manuel Teixeira Veríssimo
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Avaliação multidimensional do idoso Os idosos apresentam problemas relacionados
com:O próprio envelhecimento fisiológicoAs doenças que frequentemente os atingemA sociedade onde estão inseridos
Estes problemas obrigam à utilização de métodos e estratégias que permitam: Uma avaliação correcta e completaUma visão global do complexo bio-psico-social que é o idoso
![Page 99: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/99.jpg)
Avaliação multidimensional do idoso
Deverá utilizar instrumentos de natureza diversa, numa perspectiva multidisciplinar e interdisciplinar
Deverá fazer o levantamento, o mais completo possível de:Estado de saúdeProblemas sociais, económicos, familiares, etc.
Que condicionem a qualidade de vida do idoso
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Avaliação multidimensional do idoso
Deverá ir para além da avaliação clínicaDeverá avaliar áreas onde há habitualmente
défices no idoso como: Estado físicoEstado nutricionalEstado mentalEstado funcionalEstado social
Com vista à elaboração de um plano queresponda às reais necessidades do idoso
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Avaliação multidimensional do idoso
A quem cabe a responsabilidade desta avaliação?Médico de família (deverá ser o principal responsável, em ambulatório), mas apelando em maior ou menor grau a outros profissionais:• Enfermeiro• Assistente social• Psicólogo• Fisioterapeuta• Noutro plano, a própria família
![Page 102: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/102.jpg)
Porquê e para quê a avaliação multidimensional do idoso?
O idoso é um indivíduo física, psíquica e socialmente diminuído, cuja capacidade de recuperar e repor o seu equilíbrio é mais lenta e difícil.
O padrão da doença no idoso decorre de um terreno diminuído, de uma patologia múltipla e frequentemente inexpressiva, tendo uma estreita relação com o social.
As soluções para os problemas do idoso têm quase sempre um carácter multi e interdisciplinar e envolvem sectores diversos.
Torna-se assim necessário usar metodologias, estratégias e instrumentos que só um trabalho de equipa pode recolher e descodificar, para encontrar a melhor solução para cada caso.
![Page 103: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/103.jpg)
Objectivos da avaliação multidimensional do idoso
Aumentar a precisão do diagnóstico Diminuir o risco iatrogénico Adequar o prognóstico Facilitar condutas preventivas Orientar os tipos de intervenção Seleccionar medidas assistenciais Facilitar o acompanhamento Melhorar a qualidade de vida
![Page 104: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/104.jpg)
Como fazer a avaliação multidimensional do idoso?
Usando metodologia própria e instrumentos adequados
Avaliando o idoso nos planos físico, nutricional, mental e funcional
Enquadrando o idoso na sua realidade familiar e social
É importante notar que muitas vezes não é a doença detectada que condiciona a qualidade de vida do idoso ou o seu futuro, mas sim a sua autonomia e independência
![Page 105: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/105.jpg)
A avaliação multidimensional deverá ser composta por:
Anamnese Exame físico Avaliação nutricional Exame mental Avaliação funcional Exames laboratoriais
![Page 106: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/106.jpg)
Anamnese do idoso
Nem sempre é fácil e credível Necessidade, por vezes, de recorrer a familiares
ou pessoas com quem vive Ter em atenção os défices sensoriais e cognitivos
que dificultam a recolha de dados É importante conhecer a pluripatologia e
polimedicação a que frequentemente o idoso está sujeito
Ter em atenção que os familiares podem ter motivações capazes de influenciar a informação que dão
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Exame físico do idoso
Semelhante ao do não idoso, podendo contudo tornar-se mais difícil:Exigindo mais tempoNecessitando da colaboração da família ou outros profissionais de saúde
Pressupõe o conhecimento das alterações decorrentes do envelhecimento a nível dos aparelhos e sistemas
Única maneira de não desvalorizar ou, pelo contrário, sobrevalorizar certos achados semiológicos
![Page 108: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/108.jpg)
Avaliação nutricional do idoso
Os métodos são semelhantes aos dos não idosos
Algumas particularidades, por poderem interferir com a avaliação, deverão ser tidas em conta: Diminuição da alturaModificação da composição corporalAs doenças crónicasPolimedicaçãoProblemas cognitivosMenor cooperação, etc.
![Page 109: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/109.jpg)
Avaliação nutricional do idoso
A avaliação completa á constituída por História clínica
• Sinais e sintomas de desnutriçãoInquérito alimentar
• Vários métodos Avaliação da composição corporal
• Peso, IMC, pregas cutâneasAvaliação bioquímica
• Albumina, Pré-albumina e Transferrina
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Avaliação nutricional do idoso
Na prática é necessário um método :RápidoBarato Fácil aplicação
“Mini Nutritional Assessment” é a resposta:Instrumento de rastreio da desnutriçãoCriado especificamente para idososPermite classificar em:
• bem nutridos• em risco de desnutrição• desnutridos
![Page 111: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/111.jpg)
![Page 112: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/112.jpg)
![Page 113: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/113.jpg)
Exame mental
Quase sempre esquecido na prática habitual é fundamental na avaliação geriátrica
Não deve ser um exame aprofundado, o qual está reservado ao Psiquiatra, se necessário
Deve avaliar o estado afectivo e cognitivo usando instrumentos simples, mas que permita detectar, se realizado periodicamente:Mudanças comportamentaisDeterioração mental em fases incipientesFazer o diagnóstico diferencial de situações de
confusão mental
![Page 114: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/114.jpg)
Avaliação do estado mental
Existem diversos instrumentos de avaliação, contudo, dada a sua fidedignidade e facilidade de execução os mais usados no idoso são:“Mini Mental State Examination” de Folstein (avalia as capacidades cognitivas)“Escala de Depressão Geriátrica” (avalia o estado depressivo)
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Escala de depressão geriátrica (short form)
1 – Satisfeito com a sua vida? 2 – Teve de abandonar muitas
das suas actividades? 3 – Acha que a sua vida é
vazia? 4 – Aborrece-se muitas vezes? 5 – Está alegre a maior parte
das vezes? 6 – Tem medo de que lhe
aconteça algo de mau? 7 – Sente-se feliz a maior parte
do tempo? 8 – Sente-se frequentemente
sem auxílio?
9 – Prefere ficar em casa a sair para a rua e fazer coisas novas?
10 – Acha que tem mais problemas de memória que os outros?
11 – Acha que é bom estar vivo?
12 – Acha que a sua vida, como está agora, já não tem valor?
13 – Acha-se cheio de energia? 14 – Acha que a sua situação
não tem remédio? 15 – Acha que a maior parte
das pessoas está melhor que você?
![Page 117: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/117.jpg)
Avaliação funcional Componente habitualmente ignorada no exame do
idoso Importante no idoso: por vezes, mais que a doença
é a perda de autonomia funcional que condiciona o futuro do idoso, podendo estar na origem de situações patológicas
Os instrumentos de avaliação mais usados são:Escala de Barthel: avalia as actividades da vida diária
(comer, vestir-se, lavar-se, etc.)Escala de Lawton: avalia as actividades instrumentais da
vida diária (telefone, ir às compras, escrever, etc.)Testes de performance de Reuben: avalia as capacidades
físicas para a vida usual (caminhar, rotação, extensão, etc.)
![Page 118: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/118.jpg)
Índice de Barthel Avalia as actividades da vida diária
*Comer (10; 5; 0) *Tomar banho (5; 0)*Vestir-se (10; 5; 0) *Toilette (5; 0) *Defecação (10; 5; 0) *Micção (10; 5; 0)*Ir à sanita (10; 5; 0) *Deambulação(15;10;5;0)*Entrar e sair da cama (15; 10; 5; 0)*Subir e descer escadas (10; 5; 0)
Pontuação máxima: 100 independente em todas as
actividades
![Page 119: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/119.jpg)
Actividades instrumentais da vida diária
Avaliam níveis mais elevados da capacidade funcional
A escala de Lawton é a mais utilizada * Escrever * Arrumar a casa * Ler * Fazer compras *Telefonar * Utilizar os transportes *Cozinhar * Lidar com o dinheiro *Tomar a medicação * Lavar a roupa
![Page 120: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/120.jpg)
Teste de performance física de Reuben
Escrever uma frase Simular comer Apanhar um livro e pô-lo em cima de um
armário Vestir e despir o casaco Apanhar um lápis do chão Fazer uma rotação de 360 graus Andar 15 m Subir escadas
![Page 121: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/121.jpg)
Avaliação Social Conhecimento genérico dos problemas diários do
idoso Condições domiciliares Disponibilidade e aptidões das companhias Possibilidade de cuidados urgentes História ocupacional e aptidões Necessidade de serviços de apoio e acolhimento Falta de transportes Situação financeira
![Page 122: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/122.jpg)
Exames laboratoriais Embora se aceite que alguns valores aumentem:
VS, glicemia, creatininemia, globulinas séricas e fosf. alcalina
E outras diminuam:Albumina, hemoglobina, nº de leucócitos
Em condições normais os seus valores andam sempre próximos dos limites máximo ou mínimo do jovem
Valores anormais nos idosos devem ser primariamente atribuídos a patologia e não à idade
![Page 123: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/123.jpg)
Exames aconselhados habitualmente
Hemograma completo - Albuminemia Creatininemia - Transaminases Glicemia --glutamil transpeptidase Ionograma sérico - Fosfatase alcalina Uricemia - Bilirrubinas Ficha lipídica - Velocid. sedimentação
PSA no homem - Mamografia na mulher Sumária de urina - Electrocardiograma RX tórax
![Page 124: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/124.jpg)
Quando fazer a avaliação multidimensional?
Quando o idoso é avaliado pela 1ª vez (retrato tão fiel quanto possível dos seus problemas)
Periodicamente a intervalos regulares, particularmente depois dos 75 A, aceitando-se que se faça anualmente nos idosos estáveis
Sempre que o idoso se encontre em situação de risco:Perdas de qualquer tipoAlterações significativas do seu modo de vidaInstitucionalização, hospitalar ou assistencial
![Page 125: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/125.jpg)
Conclusão Os idosos, fruto dos problemas multivariados que
geralmente os afectam, devem ser avaliados
sistematicamente numa perspectiva global e
multidisciplinar que permita a elaboração de um
plano geral que responda não só aos seus
problemas de doença, mas também aos problemas
físicos, psíquicos e sociais relacionados com as
suas incapacidades e necessidades.
![Page 126: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/126.jpg)
Disciplina de Geriatria Aula teórica 6
Particularidades clínicas do idoso
Manuel Teixeira Veríssimo
![Page 127: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/127.jpg)
Doenças dos idosos
Não há doenças exclusivamente dos idosos
Há doenças próprias do envelhecimento
A incidência de algumas doenças aumenta com o envelhecimento
Há doenças que mais frequentemente se apresentam de modo inespecífico no idoso
![Page 128: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/128.jpg)
Doenças próprias do envelhecimento
D. AlzheimerD. ParkinsonPolimialgia reumática Arterite de células gigantes ou arterite temporalMieloma múltiploAmiloidose
![Page 129: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/129.jpg)
Doenças cuja frequência aumenta com o envelhecimento
Degenerativas osteoarticulares (Artroses, Osteoporose)
Infecciosas (Pneumonia, Infecção urinária)
Neoplásicas (Próstata, Mama, Cólon, etc.)
Doenças cardiovascularesAVCEnfarte do miocárdioHipertensão arterial Insuficiência cardíacaArritmias cardíacas
Diabetes Mellitus Etc.
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Doenças que mais frequentemente se apresentam de modo inespecífico no idoso
Pneumonia Enfarte do miocárdio Embolia pulmonar Hipotiroidismo Depressão Meningite Tuberculose Alcoolismo
![Page 131: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/131.jpg)
Apresentação da doença no idoso
A frequente pluripatologia e polimedicação podem confundir o quadro clínico
Os idosos doentes apresentam-se com frequência angustiadosComparação com outros que tiveram má evoluçãoSensação de estar no fim da vida
Apresentação inespecífica da doençaPor vezes sem sintomas directamente relacionadosOutras com sintomatologia pobre
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Evolução das doenças no idoso
Maior duração Maior probabilidade de complicações Maior perda funcional Recuperação mais demorada Pior prognóstico Prognóstico mais dependente do doente do
que da doença IdadeDoenças concomitantesFármacos
![Page 133: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/133.jpg)
Características gerais do Doente Idoso Importante variação individual > vulnerabilidade ao stress < capacidade de adaptação > dependência funcional < expressão semiológica > gravidade da patologia Declínio funcional mais acelerado > tempo de recuperação > morbilidade e mortalidade perante a mesma doença Prognóstico mais dependente do doente do que da
doença
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Quadros patológicos
Em todas as áreas patológicas existe alguma especificidade na clínica do idoso
A mesma doença tem, por vezes, manifestações clínicas diferentes no idoso
A mesma doença tem repercussões diferentes no idoso, justificando, por vezes, terapêuticas diferentes ou adaptadas
![Page 135: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/135.jpg)
Diabetes Mellitus
Alt. Metabólica Jovem IdosoOsm. Sérica Polidipsia Desidratação Confusão; Delírio acuidade visual
Glicosúria Poliúria Incont. Urinária
Hipercatabolismo Polifagia Anorexia Perda de peso
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Pneumonia
Eventual ausência de febre, tosse produtiva, dor tipo pontada, etc.
Começo insidioso e inespecífico com anorexia, hipodipsia, quedas, incontinência, etc.
Estado confusional; deterioração rápida Proeminência das doenças subjacentes Condensação pulmonar discreta e não homogénea Discretas alterações auscultatórias Resolução lenta; frequentes as complicações
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Enfarte do miocárdio
Silencioso em 15% dos casos (Framingham) Frequentemente quadro clínico atípico: - Sem dor ou opressão - Estado confusional - Queda - Queixas abdominais - Síncope - sensibilidade dos meios auxiliares diagnóstico
![Page 138: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/138.jpg)
Infecção urinária
Prevalência muito maior nos idososPrincipal causa de bacteriémia no idoso
Declínio do predomínio da Escherichia ColiMais frequentes outras enterobacteriáceas
Pielonefrite frequente 50% mulheres institucionalizadas
Muitas vezes sem a clínica habitual, mas apenas: Febre Confusão mental Deterioração geral
Frequente a resistência ao tratamento
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Patologia da tiróide
O hipotiroidismo, cujo quadro clínico é muitas vezes confundido com demência:
- Confusão mental - Amnésia - Alterações afectivas e comportamentais - Fraqueza muscular Hipertiroidismo apático
![Page 140: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/140.jpg)
Depressão
Muitas vezes entendida como demência Tem aspectos muito próprios no idoso - Marcada perda de interesse - Minimização da disforia - Apatia em vez de melancolia - Perda de auto-estima - Alcoolismo - Diminuição da memória
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Caso clínico 1
A.P.G., mulher, 85 A Prof.ª Primária Reformada Vivendo só na sua casa Saudável e activa antes Veio à consulta porque a
família notou que tinha edemas periorbitários
Refere desde há 1 ano astenia e apatia, que a família atribuía à idade
Interrogada referiu, peso, rouquidão, obstipação e maior sensibilidade ao frio
Ex. objectivo: Tumefacção périorbitária Edemas pré-tibiais ligeiros
TA: 125/70 FC: 52/min AC: hipofonese AP: N Restante EO: NRX Tórax: s. cardíacaECG: amplitude complexosHemograma: Hb- 11,4 VGM – 114; CPK: 312; CT-295VS: 21; f. renal e hepática – N;DIAGNÓSTICO?
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Diagnóstico?
Hormonas da tiróide:T3: 0,2μg/dl T4: 1,2 μg/dl TSH: 41 μg/dl ↑
HIPOTIROIDISMO
TRATAMENTOLevotiroxina 25mg/dia com aumento de 25mg de 15
em 15 dias até à dose adequada
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Caso clínico 2
M.J.O.; 78 A; Agricultor reformado; refere astenia, anorexia, emagrecimento (5kg desde há 6M) e dores nas regiões coxo-femurais, obrigando-o a usar muletas.
Tomava 2xdia 100mg de diclofenac, receitado pelo Médico de Família que lhe disse tratar-se de coxartroses, o que foi confirmado com RX.
História de HTA, medicado com Lisinopril 20 1id. Foi enviado a uma consulta de Medicina Interna
por causa das queixas gerais, acompanhadas de VS elevada e anemia NN.
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CASO CLÍNICO 2
Sem outras queixas para além das mencionadas anteriormente
Ex. Objectivo: dor à mobilização das articulações coxo-femurais e dos ombros; restante - N
Exames complementares:Rx tórax: N ECG: NHb: 10,2; VGM: 89; restante hemograma NVS: 110mm 1ª hBioquímica (f. renal, hepática, ionograma): NCintigrama ósseo: N
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DIAGNÓSTICO?
POLIMIALGIA REUMÁTICA
TRATAMENTO:PREDNISOLONA 20mg/dia
Resultado ao fim de 3M: Fazia vida normal sem muletasTinha engordado 4kgHg: 13,2VS: 35
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Caso clínico 3
M.J. T., 89 A, residente em Lar, é trazida ao SU por apatia e perturbações do comportamento
AP: HTA, I. cardíaca e Diabetes medicada com ADO, furosemido, enalapril e aspirina.
Pouco colaborante e desorientada Temp. 37 ºC Ex. Neur. Sumário – sem alterações significativas AC – N PA: 123/73 FC: 76/min AP - Base direita Restante ex. objectivo: N
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Caso clínico 3
M.J. T., 89 A, residente em Lar, é trazida ao SU por apatia e perturbações do comportamento
AP: HTA, I. cardíaca e Diabetes medicada com ADO, furosemido, enalapril e aspirina.
Pouco colaborante e desorientada Temp. 37 ºC Ex. Neur. Sumário – sem alterações significativas AC – N PA: 123/73 FC: 76/min AP - Base direita Restante ex. objectivo: N
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CASO CLÍNICO 3
Hemograma: leucocitose (17000/mm3) com neutrofilia
PCR: 16 Restante bioquímica: N Diagnóstico? RX Tórax: pneumonia da base dtª
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Caso clínico 4
A.R.P., 82 A, residente no domicílio, acamada desde há 1 A após AVC.
É trazida ao SU por apresentar febre e desorientação desde o dia anterior, não apresentando outra sintomatologia.
AP: AVC há 1A; HTA Medicação: amlodipina 10mg id; Losartan 50 +
HCT 12,5 id; AAS 100 mg id AP – N AC – N PA: 110/67 FC: 98/min Abdómen – N Restante Ex. Objectivo: N
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Caso clínico 4
RX tórax – N Hemograma: 14000 L/mm3 com 88% N PCR: 8,9 Restante bioquímica: N Combur: nitritos; vestígios de Sangue
DIAGNÓSTICO?
INFECÇÃO URINÁRIA
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Requerem particular atenção no idoso
Acidentes
Quedas Iatrogenia
Malnutrição Alterações do sono
Depressão Suicídio
Institucionalização Imobilidade
Instabilidade Alterações motoras e
sensitivas Luto Alterações psíquicas
e comportamentais
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Disciplina de Geriatria Aula teórica 7
Síndromes geriátricas
Manuel Teixeira Veríssimo
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Síndrome Geriátrica
Conjunto de sintomas relacionados com o estado de saúde de idososConceito mal definido, não havendo uniformidade quanto
á definição e temas nele incluídosTermo usado em quadros clínicos de idosos que não se
enquadram em categorias de doenças distintas Síndrome: conjunto de manifestações clínicas que
ocorrem em simultâneo associados a um processo mórbido, dependentes de uma só causa
Síndrome Geriátrica: conjunto de manifestações clínicas dependentes de várias causas
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SÍNDROMES GERIÁTRICAS
Imobilidade desequilíbrio e queda desnutrição deterioração cognitiva obstipação incontinência fecal e
urinária depressão e ansiedade distúrbio do sono
isolamento úlceras de pressão iatrogenia / polifarmácia déficit sensorial : visão
e audição problemas de
comunicação disfunção sexual déficit de recursos Etc.
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SINDROMES GERIÁTRICAS
“ OS 4 GIGANTES DA GERIATRIA” ( Isaacs, 1975)
IMOBILIDADE
INSTABILIDADE
INCONTINÊNCIA
INSUFICIÊNCIA CEREBRAL+
SÍNDROME DA FRAGILIDADE
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Os “Gigantes da Geriatria”
CARACTERÍSTICAS COMUNS Etiologia múltipla Evolução crónica Interdependência Tratamento complexo Perda de autonomia Necessidade de prevenção
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SÍNDROME de
IMOBILIDADE
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SÍNDROME DE IMOBILIDADE
• DIMINUIÇÃO DA CAPACIDADE PARA DESEMPENHAR
ACTIVIDADES AS ACTIVIDADES DA VIDA DIÁRIA
DEVIDO A DETERIORAÇÃO DAS FUNCÕES MOTORAS
OU• INCAPACIDADE PROGRESSIVA DE DESLOCAÇÃO
DO IDOSO NO SEU ESPAÇO VITAL ATÉ À SUA
CONFINAÇÃO AO LEITO •
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IMOBILIDADE
“ UMA CRIANÇA LEVA UM ANO A ADQUIRIR O MOVIMENTO E DEZ A ADQUIRIR A MOBILIDADE
UM IDOSO PODE PERDER AMBOS NUM SÓ DIA”
ISAACS
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Causas da imobilidade
FÍSICAS• Neurológicas • Osteo-mio-articulares• Cardio-respiratórias• Metabólicas • Iatrogénicas
PSICOLÓGICAS• Medos • Desorientação • Ansiedade• Depressão• Alterações
cognitivas
SOCIAIS • Familiares • Socio - económicas • Arquitectónicas • Climáticas
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Consequências da imobilidade
PSICOLÓGICAS• Instabilidade emocional• Perda de identidade• Desorientação• Depressão • Morte
SOCIAIS • Alteraçâo do ambiente
familiar • Rejeição/proteccionismo • Isolamento social• Necessidade de ajuda • Institucionalização
FÍSICAS• Agravamento da patologia• Desequilíbrio homeostático• Desequilíbrio nutricional • Diminuição sensorio-motora • Incontinência • Úlceras de pressão • Perda da marcha e equilíbrio
![Page 162: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/162.jpg)
Factores de risco da imobilidade
Viver sóAusência de contactos sociaisLuto recenteMudança de residênciaDiminuição sensorio – motoraAlterações da marcha / equilíbrioDeterioração intelectualDoençaHospitalização recente Iatrogenia
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Tratamento da imobilidade
EtiológicoApoio psicológico e emocionalEstimulação sensorialPrevenção das complicaçõesReabilitação precoceReeducação da marchaUso de ajudas técnicas Suporte nutricional
![Page 164: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/164.jpg)
Prevenção da imobilidade
Programas de educação para a saúde, estimulando a actividade física
Detecção precoce de factores de risco intrínsecosDoençasPerturbações do equilíbrio Idoso sedentário Idoso frágil
Diminuição dos riscos ambientaisEscadas com boas condiçõesPortas e mobiliário adaptadasAltura da cama, etc.
![Page 165: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/165.jpg)
O
Síndrome
de
Instabilidade
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Síndrome de instabilidade
“ DIMINUIÇÃO OU PERDA DA CAPACIDADE DE MANTER OU RESTABELECER O EQUILÍBRIO, NA MARCHA OU NO REPOUSO “
![Page 167: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/167.jpg)
Síndrome de instabilidade
Pode ser de causa central ou periférica:Descordenação da informação a nível periférico Integração incorrecta da informação a nível central Resposta periférica alterada
Desequilíbrio (instabilidade)
O medo de cair (imobilidade) A QUEDA
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Causas de instabilidade
Alterações anatomofuncionais do envelhecimento
Alterações neurológicas e neuro-sensoriais
Alterações da marcha e do equilíbrio
Patologias (aparelho locomotor; cardiovasculares;
neurológicas; etc.)
Fármacos
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Marcha senil
Encurtamento dos passos
Alargamento dos passos (afastamento dos pés)
Diminuição da altura dos passos
Aumento da superfície do pé no chão
Flexão das ancas e dos joelhos
Diminuição dos movimentos dos braços
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QUEDAS
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Quedas Idosos com > 65 anos NO DOMICÍLIO 35 % caiem pelo menos 1 vez no ano 40 % destes são hospitalizados 50% destes falecem no prazo de 1 ano
Idosos com > 65 anos EM INSTITUIÇÃO 50 % caiem pelo menos 1 vez no ano 20 % têm consequências graves
Idosos com > 75 anos 40 % caiem pelo menos 1 vez no ano
A mulher, até aos 75 anos, cai mais do que o homem
![Page 172: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/172.jpg)
QuedasCausas Intrínsecas Causas Extrínsecas
Sem causa evidente
Doença Fármacos
Diminuição visual Factorese auditiva ambientais
Alterações neuro- Prescrição / uso
musculares do incorrecto de ajudas
envelhecimento mecânicas
Quedas
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Consequências das quedas
Lesões dos tecidos moles (feridas, hematomas, roturas)
Fraturas: anca, fémur, úmero, punho, costelas, crânio (hematoma subdural)
Imobilidade Iatrogenia Hospitalização Incapacidade física e psicológica Perda e autonomia Institucionalização Morte
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Prevenção das quedasDETECTAR AS CAUSAS E CORRIGI-LAS
Circunstâncias da queda → o que aconteceu: Antes - Durante - Depois
Exame clínico
Procura de causas clínicas (Anemia, hipotensão, arritmia cardíaca, défices neuro-sensoriais, problemas do ap. locomotor, etc.)
Avaliação da marcha e do equilíbrio Prova de Reuben; Prova de Tineti
Revisão da medicaçãoPrevenção dos riscos arquitetónicos e ambientaisReabilitação física e psicológica
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Avaliação do risco de queda ESCALA DE MORSE
1. HISTÓRIA DE QUEDAS NÃO - 0 SIM - 25
2. DIAGNÓSTICOS MÉDICOS ( > duas patologias) NÃO - 0 SIM - 15
3. AJUDA NA MARCHA Nenhuma / Ajuda cuidador / acamado _________________ 0 Bengala / canadiana / andarilho ______________________ 15 Apoio nos móveis ________________________________ 20
4. TERAPÊUTICA I.V. ou CATETER PERMANENTE_____________ 20
5. MARCHA Normal / cadeira de rodas / acamado __________________ 0 Com dificuldade, mas sem ajuda ____________________10 Incapaz, sem ajuda ________________________________ 20
6. ESTADO MENTAL Orientado__________________________________________ 0 Dificuldade de orientação ___________________________ 15 Morse JM, Morse RM, Tylco SJ. “ Development of a scale to identify the fall prone patient “. Canadian Journal on Aging 1989; 8 : 366 – 377.
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Avaliação do risco de queda ESCALA DE MORSE
Classificação do nível de risco e recomendações 0 – 24: sem risco
Nenhuma 25 – 50: baixo risco
Implementar medidas de prevenção standard para quedas
> 50: alto risco Implementar medidas de prevenção para alto risco de
quedas
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Disciplina de GeriatriaAula teórica 8
Síndromes geriátricas (continuação)
Manuel Teixeira Veríssimo
![Page 178: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/178.jpg)
Síndrome de incontinência
Incontinência urinária
Incontinência fecal
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Incontinência urinária
“Perda involuntária de urina que, pelo volume ou pela frequência, se torna para o idoso um problema social ou de saúde“
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Incontinência urinária Consequências FÍSICAS
infeção, risco de queda, imobilidade
PSICOLÓGICAS ansiedade, depressão
ECONÓMICAS custos em cuidados
FAMILIARES rejeição, institucionalização
SOCIAIS marginalização, institucionalização
![Page 181: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/181.jpg)
Incontinência urinária
PREVALÊNCIA
No Domicílio: 10 a 20 % No Hospital : 30 a 35 % Nos Lares : 50 %
- A prevalência aumenta com a idade
- Prevalece na mulher
- Não é inerente ao envelhecimento
![Page 182: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/182.jpg)
Incontinência urináriaCAUSAS
Envelhecimento do aparelho urinário Atrofia dos tecidos e órgãos do excretor urinário Alterações do Sistema Nervoso Autónomo Diminuição da hormona antidiurética Aumento do peptido natriurético, ↓ capacidade vesical; ↑ volume vesical residual Aumento da frequência das contrações, etc.
Doença urológica Prostatismo Infecção Apertos Algaliação
Doença ginecológica Prolapso Tumores Alterações do pavimento pélvico
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Incontinência urináriaCAUSAS (continuação)
Doença neurológica Avc; epilepsia; lesões medulares; parkinson
Doença mental Alteração cognitiva; doença de Alzheimer; ansiedade
Doença cardiovascular Insuficiência cardíaca
Doença metabólica Diabetes mellitus; diabetes insípida
Fármacos Diuréticos; anticolinérgicos; psicofármacos; anti-depressivos;
antagonistas do cálcio
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Incontinência urinária AVALIAÇÃO
EXAME CLÍNICO (geral e urológico) MEDICAÇÃO (fármacos e outros) EXAMES LABORATORIAIS (urina e sangue)
EXAMES IMAGIOLÓGICOS (ecografia; urografia e outros)
ESTUDO URODINÂMICO (cistometria; resíduo vesical; fluxo; pressão do detrusor)
Deve ser enviado ao urologista se houver:- PROLAPSO GENITAL - AUMENTO DA PRÓSTATA - RESÍDUO VESICAL > 200 ml - HEMATÚRIA- CIRURGIA OU RADIOTERAPIA ANTERIORES - DIAGNÓSTICO INCONCLUSIVO OU DUVIDOSO
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Incontinência urinária
TRATAMENTO MÉDICO (fármacos)
REEDUCAÇÃO DA MUSCULATURA PÉLVICA
CIRURGIA
PSICOLÓGICO e COMPORTAMENTAL As fraldas, cuecas, cateteres e outros meios de
contenção só devem ser introduzidos após a avaliação e o diagnóstico da situação
![Page 186: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/186.jpg)
INCONTINÊNCIA FECAL
![Page 187: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/187.jpg)
Incontinência fecal
“ Perda involuntária e continuada de
fezes, líquidas ou sólidas, pelo ânus“
![Page 188: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/188.jpg)
Incontinência fecal
Prevalência (E U A)
É a segunda causa de institucionalização
7 a 10 % dos idosos têm Incontinência fecal pelo
menos uma vez por semana
> 50 % dos idosos institucionalizados sofrem de
Incontinência Fecal Aumenta com a idade É mais frequente no homem É mais frequente para fezes líquidas
![Page 189: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/189.jpg)
Incontinência fecalCAUSAS
Cirurgia ano-rectal
fissuras; hemorróidas; episiotomia Prolapso rectal completo Neuropatia diabética Lesões do parto
lesão dos nervos pudendos Doença inflamatória intestinal Radioterapia Lesão medular a nível L5 – S4 Alterações cognitivas
![Page 190: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/190.jpg)
Incontinência fecal
Consequências Declínio físico Declínio das atividades Perda de contactos sociais Isolamento Institucionalização
![Page 191: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/191.jpg)
Incontinência fecal
AVALIAÇÃO EXAME CLÍNICO
EXAME ANO-RECTAL (eritema; prolapso; hemorróidas;
fecaloma; tumor)
EXAMES LABORATORIAIS (sangue e fezes)
RECTOSIGMOIDOSCOPIA
MANOMETRIA RECTAL
CONTENÇÃO DOS ESFÍNCTERES (externo e interno)
![Page 192: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/192.jpg)
Incontinência fecal
TRATAMENTO MÉDICO
fibra alimentar; fármacos
TERAPÊUTICA COMPORTAMENTALBiofeedback
CIRURGIA reparação pélvica; reconstrução dos esfinteres;
ileocolostomia
![Page 193: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/193.jpg)
Conclusão
A incontinência Não é inerente ao envelhecimento
Compromete a independência do idoso
Afecta significativamente a qualidade de vida
É preditor de risco de institucionalização
É controlável em grande parte dos casos
![Page 194: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/194.jpg)
Síndrome de insuficiência cerebral
![Page 195: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/195.jpg)
Insuficiência cerebral
“O CORAÇÃO É UMA BOMBA E QUANDO FALHA, É UMA BOMBA AVARIADA.
O CÉREBRO É UM MISTÉRIO E QUANDO FALHA, CONTINUA A SER UM MISTÉRIO“
ISAACS
![Page 196: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/196.jpg)
Envelhecimento cerebral
Alterações anatómicas Neurónios Sinapses Neuromediadores Mielina Débito sanguíneo Extracção da glicose Células gliais Lipofuscina
![Page 197: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/197.jpg)
Envelhecimento cerebral
Sensações e perceções
Respostas motoras
Rapidez de decisão
Capacidades de aprendizagem
Capacidade de resolver problemas
1. Lentificação dos processos mentais
Alterações funcionais
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Envelhecimento mental
2. Diminuição da memória recente
3. Diminuição da atenção e concentração
4. Diminuição da inteligência fluida
5. Diminuição do pensamento abstrato
Alterações funcionais
![Page 199: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/199.jpg)
Envelhecimento mental
• Perceção• Memória recente• Conceptualização• Capacidade de aprendizagem• Relacionamento causa/efeito• Orientação temporo-espacial
Funções alteradas
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Envelhecimento mental
Memória remota
Pensamento lógico
Capacidade verbal
Emoções
Personalidade
Funções conservadas
![Page 201: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/201.jpg)
Insuficiência cerebral
Sinais e sintomas - Desorientação - Errância - Confusão - Diminuição cognitiva - Alterações da linguagem - Incapacidade funcional - Incontinência - Agitação - Violência
![Page 202: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/202.jpg)
Insuficiência cerebral
“Deterioração global do funcionamento
cerebral, consequência de lesões focais
ou generalizadas a todo o cérebro“
![Page 203: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/203.jpg)
Alzheimer Huntington
Creutzfeld- JacobPick
Parkinson Hidrocéfalo de
pressão normalSífilis
Multi-enfartes D. Binswanger
![Page 204: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/204.jpg)
Demências
Mais frequente em idosos mas pode aparecer em adultos e jovens
A demência não é obrigatoriamente progressiva
A demência não é obrigatoriamente decorrente de doença degenerativa do SNS
O envelhecimento não é uma causa de demência
![Page 205: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/205.jpg)
Prevalência das demências
![Page 206: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/206.jpg)
Demência
Memória episódica
= memória n. declarativa
Redução leve da fluência verbal, nomeação, capacidade de compreensão
Leitura preservada
Envelhecimento normal Transtorno cognitivo leve Demência
Queixa em relação à memória
Alteração objetiva da memória
Função cognitiva geral normal
Atividades diárias preservadas
Não preenche critérios parademência
![Page 207: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/207.jpg)
Causas de demência
Neurodegenerativas (50 a 60 %)D. Alzheimer, corpúsculos de Lewy, frontotemporal,
Parkinson, Huntington, outras Não Degenerativas
VascularDistúrbios endócrinosDéficits de vitaminasQuadros infecciososDoenças sistêmicasTraumatismo cranianoToxinas
![Page 208: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/208.jpg)
Classificação das demências
Demências
Primárias Secundárias
Degenerativas Formas Mistas Cérebro-Vasculares
Demência tipo
Alzheimer
Fronto-temporais
Corpúsculos de
Lewy
Parkinson
Outras
Demência tipo
Alzheimer +
Demência por múltiplos infartos
Demência por infarto único
Demência por
múltiplos infartos
Binswanger
Com probabilidades de reversibilidade
Mecânicas
Tóxicas
Infecciosas
Metabólicas
Deficiência de Substâncias
Pseudodemência
(depressão)
![Page 209: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/209.jpg)
PREVALÊNCIA
A forma GRAVE atinge: 5 % da população > 65 A 15 % da população > 85 A
A forma LIGEIRA atinge: 10 % da população > 65 A
30 % da população > 85 A
A incidência duplica cada 5 anos
Não há prevalência de sexo
Demência de alzheimer
![Page 210: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/210.jpg)
Síndrome da Fragilidade
![Page 211: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/211.jpg)
Síndrome da fragilidadeSituação de enfraquecimento físico
generalizado, mesmo na ausência de doenças agudas ou crónicas
Caracterizado por:Perda de peso (espontânea)Sarcopenia (perda de músculo)Falta de forçaLentidão de movimentosDiminuição da capacidade para praticar um mínimo de actividade física
![Page 212: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/212.jpg)
O idoso frágil
É definido como o grupo que apresenta maior risco de:
DEPENDÊNCIA INSTITUCIONALIZAÇÃO QUEDA DOENÇAS AGUDAS HOSPITALIZAÇÃO RECUPERAÇÃO LENTA MORTALIDADE
![Page 213: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/213.jpg)
Características
Idade avançada Disautonomia Presença de múltiplos e complexos problemas
médicos e de enfermagem com manifestações atípicas Alteração no equilíbrio e marcha Déficits cognitivos Incontinência Depressão Incapacidade adquirida recentemente Risco de institucionalização prematura ou inadequada
![Page 214: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/214.jpg)
Importância
A identificação, avaliação e tratamento do idoso frágil constitui ainda grande desafio
Alta prevalência na comuniddadeentre 10 e 25% > 65 anos46% > 85 anos
Representa alto risco de complicações
![Page 215: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/215.jpg)
Consequências da S. Fragilidade Quedas Lesões Doenças agudas Hospitalizações Incapacitação Dependência Institucionalização Morte
![Page 216: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/216.jpg)
Tratamento
Tratar as causas e fatores associados Tratar a dor Estimular capacidade funcional Estimular autonomia Exercícios de resistência e equilíbrio Reposição testosterona no hipogonadismo Suporte nutricional e social
![Page 217: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/217.jpg)
Disciplina de Geriatria Aula teórica 9
Fármacos e envelhecimento
Manuel Teixeira Veríssimo
![Page 218: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/218.jpg)
Importância nos idosos
Os fármacos são fundamentais nos idososTratamento das doenças agudasControlo das doenças crónicasControlo dos sintomas
• Importante na qualidade de vida
Mas também são causa de malefíciosReacções adversasInteracção medicamentosaUso inadequado
Que o envelhecimento facilita e potencia
![Page 219: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/219.jpg)
Problemas relacionados com os medicamentos nos idosos
Indicação não tratada Medicamento utilizado sem indicação Selecção de droga inapropriada Dosagem subterapêutica Superdosagem Erro medicação / não aderência Interação de drogas Reacção adversa a drogas
![Page 220: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/220.jpg)
Reacção adversa a drogas
Resposta nociva e inesperada ao uso de uma
droga que ocorre em associação a doses
normalmente empregadas para profilaxia,
diagnóstico ou tratamento de doenças e para a
modificação de uma função fisiológica
Por várias razões são mais frequentes e graves
no idoso
![Page 221: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/221.jpg)
Reacção adversa a drogas no idoso
Idoso tem 2-3x > probabilidade de reacções adversas a fármacos do que os jovens
Habitualmente toma múltiplos fármacos com potencial de interacção
Sofrem mais com as consequências das iatrogenias
Em cerca de 30% dos internamentos em idosos – há problemas relacionados com fármacos
![Page 222: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/222.jpg)
Factores predisponentes para reacções adversas em idosos
Alterações fisiológicas devido à idade Interacções Fármaco – doenças Interacção fármaco – fármaco (polifarmácia) Problemas de adesão á terapêutica
Cognição (défices)Estado funcional (doenças)CrençasCapacidades financeiras
![Page 223: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/223.jpg)
Alterações fisiológicas devidas á idade
Absorção Embora mais lenta , a capacidade de
absorção mantém-se O pico de concentração do fármaco pode ser
mais baixo no idoso No geral o envelhecimento não afecta a
absorção dos fármacos de modo a haver repercussões clinicamente significativas
![Page 224: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/224.jpg)
Alterações fisiológicas devidas á idade Distribuição
Os idosos têm: Menos água Menos massa magra Mais gordura corporal
Os fármacos hidrossolúveis têm volume de distribuição diminuidoAtingem o pico de concentração mais rapidamenteDigoxina, litio, etanol
Os fármacos lipossolúveis têm volume de distribuição aumentadoAtingem o pico de concentração mais lentamenteFármacos que actuam no sistema nervoso central
![Page 225: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/225.jpg)
Alterações fisiológicas devidas á idade
METABOLISMO O fígado é o principal local de metabolização
dos fármacos Com o envelhecimento verifica-se
diminuição da massa hepática e do fluxo sanguíneo hepático
Redução da clearance dos fármacos
![Page 226: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/226.jpg)
Alterações fisiológicas devidas á idade
Eliminação A via renal é a mais comum
Com o envelhecimento diminui o fluxo sanguíneo renalO nº de nefrónios diminuiDiminui o tamanho dos rins
O declíneo começa a partir da 3ª - 4ª década A creatinina sérica não é um bom meio para
avaliar a clearance no idosoDiminuição da massa muscular
![Page 227: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/227.jpg)
• A medida da depuração da creatinina pode ser útil no cálculo da dosagem• Pode calcular-se a depuração da creatinina com base na fórmula (de Gault-Cockcroft):
Depuração da creatinina
[(140 – idade) x peso corporal (kg)] / [72 x creatinina sérica (mg%)]
(multiplicar por 0,85 na mulher)
CÁLCULO DA DOSE COM BASE NA “CLEARANCE” OU DEPURAÇÃO DA CREATININA
![Page 228: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/228.jpg)
Alterações associadas ao envelhecimento que afectam a farmacocinética
Água corporalMassa magra corporalMassa gorda corporalAlbumina séricaFunção renalFluxo sanguíneo hepáticoFunção das enzimas de metabolização dos fármacos
![Page 229: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/229.jpg)
Medicação potencialmente inapropriada
Lista de Beers - HIGH RISK Analgesics
indomethacin pentazocine trimethobenzamide
Muscle relaxants/antispasmodics
metocarbamol Carisoprodol Chlorzoxazone (paraflex)
Benzodiazepines–long acting Diazepam Chlodiazepoxide Flurazepam
Fick DM, Cooper JW et al. Arch Intern Med 2003;163:2716-24
Antidepressants Tricyclic antidepressants,
Doxepin
Antiarrythmics Disopyramide
Antihypertensives Methyldopa Reserpine
GI antispasmodics Dicyclomine Hyoscyamine Donnatal
Antihistamines Diphenhydramine
![Page 230: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/230.jpg)
Medicação potencialmente inapropriada Lista de Beers – BAIXO RISCO
Digoxin – dose > 0.25mg /day Ferrous sulfate – dose >325mg/day Propoxyphene Dipyridamole Clonidine Cimethidine Chlorpropamide
Fick DM, Cooper JW et al. Arch Intern Med 2003;163:2716-24
![Page 231: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/231.jpg)
INTERACÇÕES FÁRMACOS – DOENÇAS
Quanto maior o peso da doença associada maior o risco de reacções adversas
O uso de medicação inapropriada (40%) é maior nos “idosos frágeis” e nos que têm mais doença
Rigler SK - Am J Geriatr Pharmacother - 01-DEC-2004; 2(4): 239-47
![Page 232: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/232.jpg)
Interacções fármacos – fármacos (Polifarmácia)
Os estudos mostram que os indivíduos com mais de 65 A tomam em média 2-6 medicamentos prescritos e 1-3 de venda livre
É maior nos idosos vivendo no seu domicílio Nos lares verifica-se menos uso potencialmente
inapropriado de fármacos (em Portugal não há estudos)
Em alguns estudos a média de fármacos de idosos à entrada para o lar era de cerca de 11, com variação entre 0 e 30 Aumenta o risco de reacções adversas e interacção
medicamentosaTorna a adesão à terapêutica mais difícil
![Page 233: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/233.jpg)
PAPEL DA IDADE NAS INTERACÇÕES
Idade = aumento do risco Terapêuticas inadequadas Fármacos que deveriam ser evitados nos idosos Doses excessivas Duração excessiva de uso
Interacções a nível farmacêutico, farmacocinético ou farmacodinâmico, entre fármacos, outros compostos, alimentos, poluentes…
![Page 234: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/234.jpg)
Outros factores de risco para reacções adversas
Compliance 43% dos idosos são capazes de identificar
correctamente a sua medicação 32% sabem correctamente as dosesOutros Sexo feminino Baixo nível educacional Baixo nível social
![Page 235: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/235.jpg)
Reacção adversa a medicamentos Idosos (EUA):
12% utilizam ≥ 10 medicamentos23% utilizam pelo menos 5 medicamentos
Hospitalizações em idosos: 2,4 a 6,5% de todas as admissões Idosos: ↑Taxa 4 X (16,6%) Internamentos evitáveis: 88%
R. adversas esperadas e dose-dependentes R. adversas relacionadas com os efeitos
farmacológicos dos medicamentos utilizadosJAMA 2002; 287: 337
![Page 236: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/236.jpg)
REACÇÕES ADVERSAS A FÁRMACOS NO IDOSO
Incidência em > 65 anos:10- 20 % São mais demoradas e aumentam 2 vezes o
risco de morte Idosos:
Consomem mais de 25% dos fármacos dispensados nas farmácias
Consomem > 50% dos fármacos de venda livre
![Page 237: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/237.jpg)
FACTORES DE RISCO PARA REACÇÕES ADVERSAS A FÁRMACOS
Medicação múltipla
Maior número de doenças
Maior gravidade das doenças
Maior sensibilidade aos efeitos dos fármacos
Eliminação alterada
Fármacos com > possibilidade de interacções
![Page 238: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/238.jpg)
FACTORES DE RISCO PARA REACÇÕES ADVERSAS A FÁRMACOS
Idade > 85 anos
≥ 6 Doenças Crónicas Concomitantes
≥ 12 Doses de Medicamentos / Dia
≥ 9 Medicamentos em Uso
Reacção adversa prévia
Baixo Peso ou Baixo IMC
Clearence de Creatinina < 50mL/min
![Page 239: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/239.jpg)
Fármacos mais frequentemente associados a reacções adversas no idoso
Psicotrópicos • Especialmente benzodiazepinas
Anti-hipertensores Digoxina
AINSCorticosteroides
VarfarinaTeofilina
![Page 240: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/240.jpg)
Conceito de Polifarmácia
Não consensual Muitos fármacos
Uso de mais medicação do que o clinicamente indicado ou desejado
5 ou mais fármacos
7 ou mais fármacosA polifarmácia aumenta
o risco de reacções adversas
![Page 241: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/241.jpg)
Aumento de Risco de de reacções adversas com o aumento do nº de fármacos
1
10
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20number of drugs taken
perc
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R
![Page 242: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/242.jpg)
TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA NO IDOSO
Razões a ter em conta aquando da prescrição para idososA elevada prevalência de doenças sintomáticas e
polimedicação nos idosos A variabilidade acentuada no processo de
envelhecimentoPersonalização da terapêutica
Os fármacos devem ser prescritosCom indicações precisasQuando absolutamente necessáriosNa menor dose eficaz
![Page 243: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/243.jpg)
RAZÕES A TER EM CONTA AQUANDO DA PRESCRIÇÃO EM IDOSOS
A maior incidência de múltiplas doenças (co-morbilidade)
Os problemas nutricionais
Os recursos financeiros reduzidos A diminuição do cumprimento das terapêuticas por
várias razões (adesão) A maior tendência para prescrever muitos medicamentos
(polifarmácia) A variação genética que se combina com os efeitos
fisiológicos do envelhecimento na afectação dos resultados dos fármacos
O aumento potencial de interacções com a idade
![Page 244: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/244.jpg)
ALTERAÇÕES FISIO/FARMACOLÓGICAS ASSOCIADAS COM A IDADE
O envelhecimento influencia a farmacocinética
• O que o organismo faz aos medicamentos
a farmacodinâmica • O que os medicamentos fazem ao organismo
As modificações mais relevantes ocorrem na farmacocinética a mais importante das quais é a redução da função
renal
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FARMACODINÂMICA
Efeito dos fármacos no organismo Menos estudada no idoso por dificuldades de
realização
Maior sensibilidade do idoso a alguns fármacos> o risco de hemorragia com a varfarina no idoso
• Necessária ½ da dose no idoso
> sensibilidade aos efeitos dos depressores do SNC• analgésicos centrais e ansiolíticos/hipnóticos- BZD)
![Page 246: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/246.jpg)
OS IDOSOS Maior sensibilidade aos efeitos de:
AINEs: têm acrescido o risco de:
- hipercaliémia- insuficiência renal- morte, por hemorragia g.i.
Diuréticos:Tornam os idosos mais susceptíveis a alterações
hidro-electrolíticas (depleção do volume, hipocaliémia, hiponatrémia e hipomagnesémia
Lidocaína:pode causar confusão, parestesias, depressão
respiratória, hipotensão e convulsões
![Page 247: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/247.jpg)
IDOSOS - MAIOR SENSIBILIDADE AOS EFEITOS DOS FÁRMACOS
Antipsicóticos:- delírio - síndroma parkinsónica, discinésia tardia, acatísia- arritmias, morte súbita - hipotensão postural
Antidepressivos:- hipotensão postural- retenção urinária- sedação- quedas com fractura do colo do fémur têm sido
associadas com estes dois grupos
Necessidade de:- Doses iniciais reduzidas e administração só
imediatamente antes de ir para a cama
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DIFICULDADES DA TERAPÊUTICA70-80% dos idosos não cumprem a
prescrição: Esquecem-se de tomar a medicação Omitem intencionalmente doses Escolhem uma terapêutica descontínua Maior frequência de reacções adversas Dificuldades com a visão, audição e
memória Redução da qualidade de vida Dificuldades económicas
Risco elevado de recaídas e re-hospitalização
![Page 249: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/249.jpg)
Recomendações para prescrição médica em geriatria
Evitar prescrever muitos medicamentos na mesma receita
• Considerar os efeitos do envelhecimento fisiológico• Considerar os efeitos farmacológicos próprios e
adversos• Ter em atenção as interações medicamentosas• Iniciar o tratamento sempre com a dose mais baixa
possível e, se necessário, aumentar progressivamente• Tentar não começar com 2 novos fármacos ao mesmo
tempo• Dar as indicações em letra legível e tamanho grande
![Page 250: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/250.jpg)
Recomendações para prescrição médica em geriatria
Limitar o nº de fármacos e evitar prescrever um medicamento para cada doença, se possível (há fármacos que servem para mais que uma doença)
Evitar mediação potencialmente inapropriada (critérios de Beers)
Evitar fármacos novos/caros cujo benefício não é bem claro Interrogar o doente sobre a medicação que faz, incluindo a de
venda livre e herbanárias Eliminar medicações desnecessárias Simplificar a medicação ao máximo
O menor nº de fármacos e de tomas por dia
Se possível utilizar monitorização informática para detectar interacções medicamentosas e com doenças
![Page 251: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/251.jpg)
Disciplina de Geriatria Aula teórica 10
Nutrição do idoso
Manuel Teixeira Veríssimo
![Page 252: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/252.jpg)
Uma adequada alimentação do idoso é fundamental para:
Evitar a desnutrição ( morbilidade e mortalidade)
Prevenir certas doenças crónicas:
-d. cardiovasculares (aterosclerose,HTA)
-d. Osteoarticulares (osteoporose, artrose)
-d. Metabólicas (diabetes, obesidade, gota)
Prevenir doenças agudas (infecciosas)
Manutenção da capacidade física e funcional
![Page 253: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/253.jpg)
Necessidades nutricionais dos idosos
Alterações fisiológicas do envelhecimento que influenciam as necessidades de nutrientes: ònecessidade de energia
Cerca de 600 calorias entre 20 e 80 anos òmetabolismo basal; òmassa muscular
necessidade de proteínas òsíntese proteica òabsorção
necessidade de micronutrientes òabsorção
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Causas dos problemas nutricionais dos idosos
Causas sociaisRecursos económicosFalta de apoio de familiares e amigosFalta de apoio das estruturas oficiais
Causas psicológicasA depressão é uma das principais causas de malnutrição nos idosos
*isolamento * sensação de inutilidade * falta de ocupação *doenças crónicas *problemas económicos *problemas familiares
![Page 255: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/255.jpg)
Causas dos problemas nutricionais dos idosos (cont.)
Causas médicas Polipatologia
• Doenças crónicas e agudas mais frequentes Polifarmacologia
Causas culturais• Religião• Hábitos tradicionais• Alcoolismo• Analfabetismo
![Page 256: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/256.jpg)
Consequências dos problemas nutricionais dos idosos
Obesidade
Carência isolada em micronutrientes
Desnutrição
![Page 257: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/257.jpg)
Consequências dos problemas nutricionais dos idosos
ObesidadeAumento da frequência de:
• Diabetes Mellitus tipo2• Hipertensão arterial• Enfarte do miocárdio• AVC• Insuficiência cardíaca• Artroses• Cancro do cólon e mama
Morbilidade Mortalidade
Obesidade< Importância nos idosos
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Consequências dos problemas nutricionais dos idosos
Carência isolada em micronutrientesVitaminasMineraisÁcidos gordos
Pode aparecer em idosos aparentemente bem nutridos:
- Aumento de doenças infecciosas, mentais, neoplásicas, cardiovasculares
![Page 259: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/259.jpg)
Consequências dos problemas nutricionais dos idosos
Desnutrição do risco de doenças infecciosas
da capacidade funcionalAnemiaÚlceras de pressãoQuedas e fracturas da mortalidade
DESNUTRIÇÃO: Principal problema
nutricional dos idosos
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Desnutrição no Idoso
1 a 15 % ambulatório
25 a 60 % institucionalizados
35 a 65 % hospitalizados
Problema de saúde Pública
![Page 261: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/261.jpg)
Idoso desnutrido
2 x mais consultas3 x mais inetrnamentos hospitalaresInfecção mais frequente
• 2 - 10 x mais que no normonutrido
Mais tempo para a curaPior prognóstico
![Page 262: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/262.jpg)
Desnutrição: um círculo vicioso
DesnutriçãoApatia, depressão
↓ apetite
↓ força muscular
↓ mobilidade
↓ capacidade de se alimentar
![Page 263: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/263.jpg)
Causas da desnutrição no idoso
dos recursos económicosDificuldade no abastecimentoIgnorância nutricionalPadrão alimentar inadequadoDificuldade na confecção e ingestãoFalta de refeiçõesIsolamento socialSolidão e viuvezAlcoolismoDepressãoIatrogenia medicamentosa
•••••••••••
![Page 264: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/264.jpg)
Causas da desnutrição no idoso Alterações funcionais e metabólicas
Digestivas• Dentição• Xerostomia• Alteração do gosto e cheiro• da actividade secretória• da absorção intestinal
Cardiovasculares Pulmonares Renais Endócrinas Neurológicas Osteoarticulares
Anorexia do envelhecimento
![Page 265: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/265.jpg)
Alterações funcionais da ingestão e assimilação
Alterações patológicas
das necessidades
Doenças agudasDoenças crónicas
+
DESNUTRIÇÃO
•
•
Causas de desnutrição no idoso
![Page 266: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/266.jpg)
Consequências da desnutrição no idoso
Alteração do estado geralAnorexia
• Deficiente ingestão crónica• Carência de oligoelementos
AsteniaApatia
• Carência vitamínicaEmagrecimento
![Page 267: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/267.jpg)
Consequências da desnutrição no idoso
Alterações cardiovasculares risco cardiovascular
• Défice de folatos, Vit B6 e B12
• homocisteína mortalidade por insuficiência cardíaca
Alterações intelectuais e psíquicasDéfice intelectualQuadros depressivos
• Défice de folatos e Vit B12
• homocisteína
![Page 268: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/268.jpg)
Consequências da desnutrição no idoso
Alterações músculo-esqueléticas da massa e força muscular
• Perturbações do equilíbrio• Quedas
da massa óssea• Osteoporose
Alterações da função gastrointestinal
![Page 269: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/269.jpg)
Consequências da desnutrição no idos
Depressão dos mecanismos imunitários da imunidade celular
• Défice proteico e calórico• Défice de folatos, Vit B6, Vit B12, Zinco, Selénio
susceptibilidade às infecções
![Page 270: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/270.jpg)
EnvelhecimentoDéfice imunitárioDesnutrição
Risco infeccioso
Défice imunitário
Risco infeccioso
Infecção
Anorexia
Hipercatabolismo
Desnutrição
InfecçãoCura + difícil
Desnutrição no idoso
Morte
![Page 271: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/271.jpg)
Desnutrição no idoso
incapacidade física
qualidade de vida
morbilidade
mortalidade
Frequentemente
Subdiagnosticada
Reconhecimento precoce - importante
Correcção adequada
![Page 272: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/272.jpg)
Avaliação nutricional do idoso
Baseia-se nos métodos usados para os não idosos, mas com algumas particularidades:
História clínica
Inquérito alimentar
Avaliação antropométrica
Parâmetros bioquímicos
![Page 273: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/273.jpg)
Avaliação nutricional do idosoHistória clínica (dados sugerindo risco de deficiência nutricional)
Sinais/sintomas de carência alimentarPerda de peso recente (>5kg nos últimos 6 M)Dieta restritiva (por problemas médicos ou outro motivo)Problemas psíquicos (depressão, demência)Problemas sociais (isolamento, dificuldades económicas)Problemas de mastigação/deglutiçãoProblemas gastrintestinais (diarreia, malabsorção)Doença interferindo no apetite (cancro, IRC, etc.)AlcoolismoMedicação interferindo com o apetite/nutrientes
![Page 274: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/274.jpg)
Avaliação nutricional do idoso Inquérito alimentar -Retrospectivo: 24h do dia anterior; última semana
( não adequado problemas de memória do idoso)
-Prospectivo: o mais adequado (registo durante 3-7 dias de todos os alimentos
consumidos)
-Frequência de consumo (Avalia padrões de consumo durante meses)
![Page 275: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/275.jpg)
Avaliação nutricional no idoso Antropometria
O índice de massa corporal (peso/altura²m) No idoso o IMC tem limitações:
Sobrevalorizado em relação ao não idoso• Devido à diminuição da altura (1cm por cada 10ª depois dos 40)
Os valores de referência deverão ser diferentes:
IMC Classificação<18.5 Desnutrição> 18.5 < 25 Normal 25<30 Pré-obesidade 30 ObesidadeOMS - 1998
IMC Classificação< 21 Desnutrição 21<25 Risco desnutrição 25 <30 Normal> 30 Obesidade Ferrry e Alix - 2002
Normal Idoso
![Page 276: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/276.jpg)
Avaliação nutricional no idosoAntropometria
Pregas cutâneas- Mais usadas: tricipital, bicipital, supraescapular, suprailíaca- Menos interesse nos idosos por reflectirem mal a gordura
corporal total (deslocação centrípeta da gordura com o envelhec.)
- Não existem tabelas fiáveis para idosos
Perímetros-Perímetro bicipital -Perímetro muscular braquial (PMB)(PMB=Perímetro bicipital-prega tricipital x 3.14)
-Perímetro da barriga da perna
- usados como parâmetros de
desnutrição- Existem critérios para
diagnóstico de desnutrição
![Page 277: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/277.jpg)
Avaliação nutricional no idosoParâmetros bioquímicos de desnutrição
Albumina desnutrição: <3.5g/dl os mais Transferrina “ <200mg/dl usados Pré-albumina “ <14mg/dl
Proteína ligadora do retinol boa precisão Fibronectina > dificuldade técnica 3-Metilhistidinúria pouco usados
![Page 278: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/278.jpg)
Avaliação nutricional no idosoParâmetros bioquímicos de desnutrição
Hemoglobina (anemia)
Linfócitos (<1500/mm3)
Colesterol (<150mg/dl)
T3 baixa
Teste de anergia cutânea
Índice creatinina/altura (problemas da altura)
- Baixa especificidade
- Sem interesse nos idosos
![Page 279: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/279.jpg)
Testes de triagem de desnutrição
Necessidade de métodos que de uma formaRápida SimplesBarata
Identifiquem na prática o risco de desnutrição nos idosos
Mini Nutritional Assessment
![Page 280: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/280.jpg)
Mini Nutritional Assessment (MNA)
Instrumento validado que permite dum modo rápido e simples fazer a avaliação nutricional do idoso.
Objectivo: avaliar o risco de desnutrição, de modo a poder haver uma intervenção precoce, sem necessidade de técnicos especializados.
Duração: <10 min Permite classificar em: *Bem nutrido *Em risco de desnutrição *Desnutrido
![Page 281: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/281.jpg)
![Page 282: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/282.jpg)
Máximo 30 pontos≥ 24: bem nutrido≥ 17 < 24: em risco de desnutrição< 17: desnutrição
![Page 283: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/283.jpg)
MNA – versão curta1. Índice de massa corporal (kg/m2)2. Perda de peso nos últimos 3 meses3. Doença aguda ou stress major nos últimos 3 meses4. Mobilidade5. Demência ou depressão6. Apetite e diminuição da ingestão alimentar nos últimos 3 meses
Rubenstein LZ et al., J Gerontol 2001;56:M366-M372
Máximo 14 pontos≥ 12: normal
≤ 11: possível desnutriçãoFazer MNA completo
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Alimentação aconselhada ao idoso Assenta nas bases da alimentação saudável
com algumas particularidades Deve ser:
Energeticamente suficiente (quantidade de calorias)Equilibrada nos seus constituintes
• Proteínas – 15%; Lípidos – 25-30%; Glícidos – 55-60%Variada
• Quanto mais variada menor o risco de carência em micronutrientes
Adaptada ao gosto e eventuais limitações devido a doenças concomitantes e envelhecimento
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Regras gerais para a alimentação do idoso
Boa distribuição das refeições3 principais (pequeno almoço, almoço e jantar)3 colações (meio manhã, lanche, ceia)
Intervalo entre refeições não superiores a 3.30-4h Jejum nocturno não superior a 10 h Refeições pouco volumosas Fáceis de digerir Servidas de forma agradável e à temperatura
adequada
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Regras gerais para a alimentação do idoso
Carne uma vez por dia De preferência magra (frango, perú, coelho)Não comer as gorduras visíveis das outras carnes
(porco, vaca, etc.) Peixe uma vez por dia
Alternando com a carne 3 ovos por semana
Pode substituir carne ou peixe Ter cuidado com os produtos de charcutaria
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Regras gerais para a alimentação do idoso
Consumo regular de legumes/hortaliçasSopa diariamente (pode ser enriquecida se necessário)Arroz de legumes, esparragado, jardineira, etc. (Alguns idosos toleram mal as saladas cruas e legumes cozidos)
Preferir pão e massas pouco refinadasO pão torrado é mais fácil de digerir
2 a 3 peças de fruta por dia Consumo moderado de leguminosas secas
De acordo com os hábitos (feijão, grão, etc.) Preferir os produtos lácteos meio-gordos/magros
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Regras gerais para a alimentação do idosoBebidas
Bebidas alcoólicas- Preferível o vinho tinto (não mais que 250 cc/dia)
Chá e caféEfeito protector, mas efeito estimulante sem excessos
Infusões Tília, hipericão, funcho, limonete
Leite 500 ml/dia de preferência magro ou meio gordo
ÁGUA: 1.5 L/diaSob várias formas: Água, leite, vinho, infusão, etc.
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Cuidados alimentares no idoso
Confecção dos alimentosPouca gordura
• Retirar as gorduras visíveis da carne• Preferir o azeite
Preferir: cozidos, grelhados, assados sem molho, estufados com pouca gordura
Evitar: fritos, guisados, refogados, assados gordosPouco ou nenhum sal
• Usar ervas aromáticas e especiariasPreferir alimentos frescos ou congelados em vez dos processados e conservados (fumeiro e conservas)
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Cuidados alimentares no idoso
Problemas de mastigaçãoBater com varinha mágica os vegetaisRalar as frutas mais durasPicar a carne
- Puré de fruta madura é mais nutritivo que fruta assada / cozida - Peixe ou carne picada é mais adaptado do que bife - Sopa passada de vegetais é melhor tolerada que vegetais crús / cozidos
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Conclusões
O principal problema nutricional do idoso é a desnutrição, sendo importante a sua prevenção.
O rastreio do estado nutricional deve ser feito regularmente através do MNA, devendo as situações de desnutrição ser precocemente identificadas e corrigidas.
Na alimentação variada e adequada ao gosto e necessidades do idoso está a pedra angular da prevenção dos problemas nutricionais dos idosos.
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Disciplina de Geriatria Aula teórica 11
Actividade física no idoso
Manuel Teixeira Veríssimo
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Exercício físico e composição corporal
Os estudos transversais mostram que os idosos exercitados têm mais massa magra e menos massa gorda
Estudos em idosos ex-atletas que continuaram a praticar desporto ao longo da vida mostram que a perda de massa magra e o ganho de massa gorda é mínimo
![Page 294: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/294.jpg)
Saúde e exercício físico no idoso
Em 1995, a OMS lançou um novo programa para os idosos onde destacou a importância da actividade física na manutenção da saúde neste escalão etário
De facto, definindo-se saúde como “ bem estar físico, mental e social” talvez nenhuma outra medida possa contribuir de um modo tão global para este fim como a actividade física
![Page 295: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/295.jpg)
Como é que o exercício físico pode contribuir para a saúde dos idosos?Atrasando a involução dos vários aparelhos
e sistemas: *Estudos demonstram que a diminuição
das capacidades de alguns aparelhos é mais devida ao desuso do que ao envelhecimento em si
Prevenindo doenças agudas e crónicas Promovendo a independência e bem estar
![Page 296: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/296.jpg)
Benefícios da actividade física nos idosos
A nível físico *Composição corporal *Ingestão alimentar *Cardiovascular
*Respiratório *Locomotor *Digestivo *Neurológico *Imunológico
*Sistema endócrino-metabólico
A nível mental*Cognição *Bem estar psicológico
A nível social*Combate ao isolamento
A nível da capacidade funcional e bem-estar A nível da longevidade e mortalidade
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Composição Corporal
Efeito do envelhecimentoDiminuição da massa magra -Água -Músculo -Osso -VíscerasAumento da massa gorda, com
predominância da gordura abdominal
![Page 298: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/298.jpg)
Composição Corporal Consequências do envelhecimento
- Desidratação mais fácil e perigosa
- Excesso de gordura abdominal (ñ diabetes,HTA, aterosclerose, gota)
- Osteoporose (ñ do risco de fracturas)
- ò capacidade muscular
*ò rendimento do trabalho muscular *ò capacidade funcional *ò independência e autonomia
![Page 299: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/299.jpg)
Composição Corporal
Efeito do exercício físico Aumento da massa muscular Aumento da água corporal Prevenção da perda de massa óssea Diminuição da gordura corporal
*Aumento do consumo energético
*Aumento do metabolismo basal ò gordura abdominal
![Page 300: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/300.jpg)
Aparelho Locomotor
Efeitos do envelhecimento
ò densidade óssea
Degeneração da cartilagem articular
ò elasticidade das cápsulas e tendões
ò massa muscular
ò força muscular
![Page 301: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/301.jpg)
Aparelho locomotorEfeitos do exercício físico
Previne a osteoporose “ as artroses “ a perda de massa e força musculares
Fundamental para a manutenção da capacidade funcional, autonomia e independência dos idosos
![Page 302: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/302.jpg)
Aparelho Cardiovascular
Efeitos do envelhecimento sobre o aparelho cardiovascular:
Diminuição da elasticidade das artérias Desenvolvimento de aterosclerose Maior estimulação beta- adrenérgia Aumento da pressão arterial (sistólica) Fibrose do miocárdio
![Page 303: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/303.jpg)
Aparelho Cardiovascular
Consequências clínicas do envelhecimentoHTA (sistólica) Insuficiência cardíaca Acidentes vasculares
Enfarte do miocárdioAVCIsquémia periférica
![Page 304: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/304.jpg)
Aparelho Cardiovascular Efeitos do exercício físico
Diminuição da pressão arterial Manutenção da função do músculo cardíaco Controlo dos factores de risco de aterosclerose -HTA -Dislipidemias -Obesidade -Hiperglicémia -Hiperinsulinémia Controlo dos factores de risco trombogénico (Prevenção do acidente isquémico agudo)
-òfibrinogénio - òagregregação plaquetar
-factor VII -PAI-1 -viscosidade plasmática
![Page 305: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/305.jpg)
Exercício físico no tratamento das doenças cardiovasculares no idosoHTACardiopatia isquémica
ReabilitaçãoControlo dos factores de risco
AVCReabilitaçãoControlo dos factores de risco
Insuficiência cardíacaBenefícios nas classes I-III da NYHA
![Page 306: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/306.jpg)
Aparelho Respiratório
Com o envelhecimento verifica-se Alterações da parede
Cifose, calcificação das cartilagens condrocostais, perda de eficacia dos músculos respiratórios etc.
Alterações dos brônquiosAumento do nº e tamanho das glândulas mucosasDiminuição da função ciliarMaior facilidade de colapso brônquico (menos cartilagem)
Alterações dos pulmõesPerda de elasticidade
Alterações da circulação pulmonarAumento de pressão; espessamento capilar
![Page 307: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/307.jpg)
Aparelho Respiratório
Consequências das alterações do envelhecimento
compliance pulmonar volume residual òCapacidade vital òVEMS òCapacidade de trocas gasosas Maior limitação ao esforço Maior susceptibilidade às infecções
![Page 308: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/308.jpg)
Aparelho RespiratórioEfeito do exercício físico
Melhoria da ventilação com repermeabilização das bases
-Mantêm a eficácia dos músculos respiratórios -Mantêm a expansibilidade da caixa torácica Atrasa os efeitos negativos a nível dos valores
espirométricos Melhoria das trocas gasosas Melhoria da limpeza da árvore tráqueo-brônquica
Melhor oxigenação dos tecidos
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Aparelho Digestivo
Efeitos do envelhecimentoProblemas de mastigaçãoProblemas de deglutição secreções digestivas motilidade intestinal
ObstipaçãoDiverticulose Maior incidência de cancro
![Page 310: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/310.jpg)
Aparelho Digestivo
Efeitos do exercício físicoÝ secreções digestivas Ý motilidade intestinal
Importante em certas patologias do envelhecimento
*Obstipação *Diverticulose *Cancro *Má absorção
![Page 311: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/311.jpg)
Sistema Imunológico
O sistema imunológico envelhece com a idade, principalmente a imunidade celular Diminuição dos linfócitos T
• Principalmente CD8• Manutenção do nº de D4• Manutenção ou ligeiro aumento de NK
Manutenção do nº de linfócitos BDiminuição da capacidade funcional linfocitária
![Page 312: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/312.jpg)
Sistema Imunológico
Consequências clínicas do envelhecimentoImunológico: Maior susceptibilidade a:
InfecçõesNeoplasiasDoenças auto-imunes
Efeito do exercício físicoOs idosos que praticam exercício mostram
menor grau de imuno-senescência do que os sedentários
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Sistema Nervoso
Efeitos do envelhecimentoMorte celularDiminuição da perfusão cerebralDiminuição da secreção de
neuromediadoresModificação da sensibilidade aos neuro-
mediadores
![Page 314: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/314.jpg)
Sistema Nervoso
Consequências clínicas do envelhecimento
Lentificação das funções cerebraisAterações cognitivasò Coordenação neuro-muscular Perda de reflexos Perturbações do equilíbrio
![Page 315: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/315.jpg)
Sistema Nervoso
Efeitos do exercício físicoBeneficia a coordenação neuro-
muscularMantem os reflexos Melhora o equilíbrio Importante na reabilitação do AVC outras
patologias neurológicas
![Page 316: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/316.jpg)
Saúde mental
Problemas frequentes no idososCognitivos Imagem corporal Auto-estima Auto-eficácia SatisfaçãoAnsiedade Depressão
![Page 317: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/317.jpg)
Saúde mental
Efeito do exercício físicoEstudos recentes mostram efeito positivo:
Na manutenção das capacidades cognitivas
Na imagem corporal Na auto-estima Na auto-eficácia Na satisfaçãoNa ansiedade Na depressãoO efeito não é só do aspecto lúdico
![Page 318: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/318.jpg)
Actividade física e longevidade no idoso
Alguns dados apontam para que o exercício físico atrase o envelhecimento e aumente a duração da vida:
O alto nível de actividade física foi o factor comum encontrado em 3 comunidades com grande longevidade (Paquistão, Geórgia, Equador)
Ex-atletas que continuaram a praticar desporto até à 3ª idade mostram melhor capacidade funcional e maior longevidade que os sedentários
Vários estudos mostram menor mortalidade e maior longevidade nos idosos fisicamente activos
![Page 319: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/319.jpg)
Actividade Física e Mortalidade no idoso
Aerobics Center Longitudinal Study• Avaliados 6878 homens e 2054 mulheres• Idade > 50A no início do estudo • Classificados à entrada em 3 níveis de capacidade
física: Baixo, Moderado e Alto, sendo seguidos posteriormente
Conclusão A taxa de mortalidade geral foi inversamente
proporcional ao nível de capacidade física verificado à entrada
![Page 320: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/320.jpg)
Actividade Física e Mortalidade no idoso
Harvard Alumni study Avaliação, durante 16A, de 16936 antigos alunosde Harvard com 35-70A à entrada para o estudo O nível de actividade física foi medido no início e
periodicamente durante o estudoConclusões
A mortalidade nos que dispendiam mais de 2000 cal/sem. em exercício foi 25-30% menor do que nos sedentários
Os que iniciaram a prática de exercício depois da entrada no estudo, apresentaram menor taxa de mortalidade geral do que os sedentários
![Page 321: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/321.jpg)
Actividade física e mortalidade no idoso
Alameda County Study6928 adultos Seguidos de 1965-1985
Conclusão A baixa actividade física associou-se a um aumento da mortalidade a partir dos 70 anos
![Page 322: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/322.jpg)
Actividade física e mortalidade no idoso
Adventist Mortality Study9484 indivíduos Seguidos durante 26 anos
ConclusãoA idade média da morte foi de 76.3 anos para os que tinham um baixo nível de actividade física e de 79.1 para os que tinham elevado nível (+2,8 A)
![Page 323: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/323.jpg)
Actividade física aconselhada
Inserida na vida quotidiana De forma organizada
Exercício programadoDesporto
O importante é que seja: - Praticada com regularidade - Adaptada à capacidade física e disponibilidade
de cada um - Praticada com prazer
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Actividade física quotidiana
Utilizar as escadas em vez do elevador Deslocar- se para o trabalho, compras, café, etc..
a pé Quando for necessário utilizar transporte, parar
antes e ir a pé até ao destino Fazer trabalhos manuais *Jardinagem *Horticultura *”Bricolage”
*Limpezas Criar o hábito de passear
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Actividade física de forma organizada
Exercício organizadoOrientado por Prof. Educação FísicaPraticado autonomamente (necessário cuidados)
Sob a forma de desportoModalidades mais aconselhadas:
*Marcha *Corrida *Ciclismo *Golfe *Natação *Remo *Dança *Ginástica
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Características do exercício físico
Frequência: 3-5 sessões/semanaDuração: 30-60 min Intensidade: 60-80% da frequência
cardíaca máxima * A duração deverá ser inversamente
proporcional à intensidade
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Regras gerais para a prática de exercício físico no idoso
Exame médico prévio e observação regular Mínimo de regularidade e intensidade Exercício aeróbico adequado a cada idoso Evitar os desportos de contacto físico Desporto sem fim competitivo (excepto o golf) Não treinar com frio ou calor excessivos Boa hidratação e usar equipamento adequado Parar ao mínimo sinal de alarme:*Cansaço *Tontura*Dor torácica*Dispneia*Perturbação visual
![Page 328: UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra](https://reader037.fdocuments.net/reader037/viewer/2022110105/5681672f550346895ddbd755/html5/thumbnails/328.jpg)
Conselhos práticos
Ser capaz de conversar durante o exercício. Ter a sensação que pode continuar por mais
tempo sem sacrifício. Fazer alguns minutos de aquecimento antes do
exercício e alguns de arrefecimento depois. Para os sedentários começar com intensidade
baixa aumentando depois progressivamente. Preferir maior quantidade em vez de maior
intensidade.
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Conclusão
Actividade física e envelhecimento têm efeitos antagónicos.
Os seus benefícios no atraso do envelhecimento, na prevenção de doenças e na manutenção da qualidade de vida está bem demonstrado.
Assim, como forma de manter a saúde e bem-estar, o exercício físico deverá ser estimulado em todos os idosos.