Trabalho de Portugues - Humanismo e Classicismo - Felix Silva

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E.E. ANTÔNIO DO VALLE SOBRINHO TRABALHO DE PORTUGUÊS HUMANISMO E CLASSICISMO

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E.E. ANTNIO DO VALLE SOBRINHO

TRABALHO DE PORTUGUS

HUMANISMO E CLASSICISMO

Nome: Felix Francisco da SilvaTurma: 3 ano B - Nmero: 17

INTRODUO

O Humanismo marca a transio de um Portugal caracterizado por valores puramente medievais para uma nova realidade mercantil, em que se percebe a ascenso dos ideais burgueses. A economia de subsistncia feudal substituda pelas atividades comerciais; inicia-se uma retomada da cultura clssica, esquecida durante a maior parte da Idade Mdia; o pensamento teocntrico deixado de lado em favor do antropocentrismo. Fortalecimento da monarquia com a Revoluo de Avis e comprometimento da burguesia mercantil. Desse compromisso resulta a expanso ultramarina portuguesa com a tomada de Ceuta, primeira conquista ultramarina de muitas outras.Classicismo, ou Quinhentismo (sculo XV) o nome dado ao perodo literrio que surgiu na poca do Renascimento (Europa sc. XV a XVI).O Renascimento foi um importante movimento de ordem artstica, cultural e cientfica que se deflagrou na passagem da Idade Mdia para a Moderna. Em um quadro de sensveis transformaes que no mais correspondiam ao conjunto de valores apregoados pelo pensamento medieval, o renascimento apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos meios cientficos e culturais de sua poca.

HUMANISMO

O Humanismo um termo relativo ao Renascimento, movimento surgido na Europa, mais precisamente na Itlia, que colocava o homem como o centro de todas as coisas existentes no universo.Nesse perodo, compreendido entre a transitoriedade da Baixa Idade Mdia e incio da Moderna (sculos XIV a XVI), os avanos cientficos comeavam a tomar espao no meio cultural.A tecnologia comeava a se aflorar nos campos da matemtica, fsica, medicina. Nomes como Galileu, Paracelso, Gutenberg, dentre outros, comeavam a se despontar, em razo das descobertas feitas por eles.Galileu Galilei comprova a teoria heliocntrica que dizia ser o Sol o centro do sistema planetrio, defendida anteriormente por Nicolau Coprnico, alm de ter construdo um telescpio ainda melhor que os inventados anteriormente. Paracelso explora as drogas medicinais e seu uso, enquanto Gutenberg descobre um novo meio de reproduzir livros.Alm disso, a filosofia se desponta como uma atividade intelectual renovada no interesse pelos autores da Antiguidade clssica: Aristteles, Virglio, Ccero e Horcio. Por este resgate da Idade Mdia, este perodo tambm chamado de Classicismo.A burguesia e a nobreza, classes sociais que despontam no final da Idade Mdia, passam a dividir o poderio com a Igreja. neste contexto cultural que a viso antropocntrica se instala e influencia todo campo cultural: literatura, msica, escultura, artes plsticas.Na Literatura, os autores italianos que maior influncia exerceram foram: Dante Alighieri (Divina Comdia), Petrarca (Cancioneiro) e Bocaccio (Decameron). Os gneros mais cultivados foram: o lrico, de temtica amorosa ou buclica, e o pico, seguindo os modelos consagrados por Homero (Ilada e Odissia) e Virglio (Eneida).Podemos denominar Humanismo como ideia surgida no Renascimento que coloca o homem como o centro de interesse e, portanto, em torno do qual tudo acontece.

OS FUNDAMENTOS DO HUMANISMO

O humanismo fundamentou-se inicialmente na herana medieval, mesmo contrapondo-se ao sistema existente. Assim, atravs dos tempos, a Sagrada Escritura forneceu aos homens uma cosmologia, uma histria, uma moral e uma finalidade existencial, enquanto a Idade Mdia edificara uma filosofia de incio submissa teologia, mas tendendo progressivamente a explicar, sobretudo os pontos em que a Bblia no mais satisfazia a curiosidade do esprito humano. Criou-se ento uma cincia que permitiu ao homem compreender o mundo para tentar domin-lo.A filosofia e a cincia baseavam-se em Aristteles, conhecido integralmente a partir do sculo XIII, por intermdio de tradutores e comentadores rabes e judeus. Atravs de tradues, conheceu-se uma lgica, um modo racional, uma concepo do conhecimento e um corpo cientfico.Toms de Aquino, frente a um pensamento to completo e totalmente estranho ao cristianismo, introduziu uma soluo global, proclamando a unidade profunda da verdade atravs do acordo da f com a razo. Contudo, no fim do sculo XV, apenas alguns pensadores defendiam o tomismo, pois nominalismode Guilherme DOccam (1280-1349) passara a dominar os ensinamentos universitrios. Para DOccam, as verdades da f no comportavam uma anlise racional, enquanto a razo, a partir das aparncias sensveis, podia elaborar uma cincia puramente experimental, que nada devia Escritura. Esse conhecimento individualizava os conceitos que os homens usavam para designar as espcies.Esse divrcio entre a f e a razo trouxe inmeras consequncias nos domnios religioso, filosfico e cientfico, configurando a crise do pensamento medieval, a qual explica a hostilidade dos humanistas Escolstica e o sucesso dos novos pensamentos.A fonte mais viva do humanismo talvez seja a redescoberta da Antiguidade. Embora a Idade Mdia no ignorasse tal perodo, via-o de modo truncado e deformado. Truncado, porque no conhecia a maior parte da literatura grega, seno atravs das anlises latinas (por exemplo, Homero, atravs de Virglio, ou os estoicos, atravs de Ccero). Deformado, por aquelas obras satisfazerem apenas politicamente as instituies do Estado Romano.

A FILOSOFIA HUMANISTA

Com a revelao da filosofia de Plato, avaliaram-se novamente as doutrinas de Aristteles. Averris (1126-1189) props uma nova interpretao de Aristteles: a separao total da filosofia e da f. Em Pdua, Pietro Pompanazzi (1462-1525) fundamentou a doutrina filosfica naturalista. Outros pensadores da Pdua continuaram seus ensinamentos, que introduziram no universo um estrito determinismo, no cedendo lugar interveno divina. O averrosmo paduano foi bastante importante durante todo o sculo, influenciando desde Rabelais a Coprnico.Entretanto a verdadeira filosofia humanista, impregnada pelo pensamento de Plato, consolidou-se com Marsilo Ficino (1433-1499), protegido por mecenas como Cosme e Loureno, o Magnfico. Ficino escreveu a Teologia Platnica, em que criou uma ontologia para o neoplatonismo: Deus o ser de que emanam todos os outros seres, hierarquizados segundo suas ordens de pureza. As almas austrais e anjos so puras criaturas celestiais, imortais e perfeitas, que asseguram a marcha que compe o universo incorruptvel. Em contraposio, encontra-se o universo material, composto por criaturas e ideias prximas de Deus, que necessitam de formas sensveis para existir, mas estas formas no so mais que tradues imperfeitas e corruptveis dos arqutipos divinos. Em sntese, no centro do cosmos, o homem era alma imortal, imagem de Deus, criatura privilegiada entre todas, embora sendo material. Sua vocao para o conhecimento ultrapassava o mundo das aparncias sensveis e atingia as ideias, que lhe permitiam alcanar Deus.Porm o homem podia assemelhar-se a Deus, primeiramente, e depois identificar-se com ele, se Deus o quisesse, pela criao. O homem era, como Deus, um artista universal. O homem viu bem a ordem dos cus, a origem dos seus movimentos, sua progresso, sua distncia e sua ao. Quem poderia, portanto, negar que ele possui o prprio gnio do criador e que seria capaz de moldar os cus, se tivesse os instrumentos e a matria celeste? O homem o Deus de todos os seres materiais que ele trata, modifica e transforma. (MOUSNIER, Roland. Histria Geral das Civilizaes. So Paulo, Difel, v. 9, p. 22)Essa filosofia, profundamente idealista, baseada na procura do divino, caracterizou o pensamento dos humanistas italianos no fim do sculo XV e incio do sculo XVI.

A DIFUSO DO PENSAMENTO HUMANISTA

As ideias humanistas, apesar das fronteiras e dos conflitos europeus, propagaram-se e, se no atingiram profundamente grande parte dos homens, difundiram-se pela elite intelectual.Aimprensaadquiriu um papel importante nesse sentido. A fundao da oficina de Gutemberg, em 1348, e a inveno de tipos mveis criaram as tcnicas necessrias impresso. Os manuscritos dos primeiros livros humanistas foram largamente difundidos. Nos sculos XV e XVI, multiplicaram-se consideravelmente os centros impressores na Europa, gerando a maior circulao de obras antigas e contemporneas, que se tornaram veculos fundamentais das ideias humanistas. Ainda se deve considerar a importncia das relaes permanentes feitas atravs das viagens e das correspondncias, como a de Erasmo na Itlia e na Inglaterra.

AS PROPOSTAS HUMANISTAS

O humanismo props uma esttica em que a contemplao da beleza era o meio superior do conhecimento real. Este, belo, harmonioso e equilibrado, aproximava-se do divino. De todas as belezas naturais, o belo humano era o elemento mais prximo do ideal esttico. Estudando o corpo humano, imagem reduzida do mundo e imagem de Deus, descrevendo os sentimentos e as paixes humanas, o artista dava o melhor de seus sentidos, considerando as obras da antiguidade incomparveis modelos. Essa postura permitiu arte traduzir os grandes mitos que simbolizavam o destino humano, fosse profano ou santo.No incio, o humanismo voltava-se mais para a literatura; posteriormente passou a influenciar as artes figurativas. Aarquiteturatraduziu a ordem natural, a harmonia das divinas propores e o equilbrio das massas. Aesculturaimortalizou o corpo humano, na sua nudez. Mas foi apintura, ocupando destacada posio, que recriou a natureza, pois, ao retratar o homem numa infinidade de situaes e sentimentos, fixou os grandes momentos da humanidade. Toda a Renascena estruturou-se no idealismo esttico.Tendo revolucionado os antigos conceitos, o humanismo props ainda as bases de um novo mtodo cientfico que estimulou o progresso do conhecimento. Em consequncia das influncias de Pitgoras, Nicolau Cues (1401-1464) lanou a base do conhecimento matemtico, e Leonardo da Vinci, um sculo antes de Galileu, constatou que O universo esconde em suas aparncias uma espcie de matemtica real. A geometria enriqueceu-se com a trigonometria, j que as exigncias do comrcio provocaram uma alterao nos mtodos de clculo. A lgebra progrediu igualmente.Graas aos progressos matemticos, aastronomiarenovou-se. O movimento dos astros contestou o geocentrismo, afirmado por Ptolomeu e pela Escritura. Nicolau Coprnico (1473-1543), baseado em antigos astrnomos, elaborou a revolucionria teoria do heliocentrismo, proposta em sua obra Revoluo na rbita Celeste. Em torno do Sol, centro do universo, giram as esferas celestes, entre as quais a Terra.Afsicaainda estava submetida aos conceitos de Aristteles. Contudo vrios trabalhos, entre os quais os de Leonardo da Vinci, formalizaram o conhecimento das solues dos problemas de fora, balstica e dinmica dos fluidos, sem, entretanto, configurarem uma teoria.Esses conhecimentos, que enriqueceram o corpo cientfico, ligam-se intimamente ao grande sculo das cincias (XVII), em que se destacaram Galileu e Descartes.Portanto, se a arte foi o meio de se conhecerem os mistrios da natureza, a cincia tornou-se seu instrumento.A TICA

O homem, por ser o centro da reflexo humanista, elaborou uma tica individual e social. A moral humanista individual repousava sobre o otimismo: criatura privilegiada, o homem era naturalmente bom e estava prximo ao plano divino. Embora essa doutrina se chocasse com a do pecado original, afirmava que a razo humana, Instruda pela filosofia e sustentada pela graa divina, possibilitava a todos a ordem da harmonia da natureza. Assim, a moral individual era o respeito do homem por si mesmo e sua obedincia s aspiraes naturais e boas que descobria em seu interior.No plano coletivo e social, essa moral individual preservava a liberdade e tudo aquilo que permitisse ao homem uma escolha racional do bem. Erasmo e Rabelais, nos seus escritos polticos, elaboraram a maneira de governar segundo esta concepo: O bom prncipe deve se valer do bem comum, deve respeitar os direitos de cada um, deve fazer reinar a paz, renunciar s conquistas ambiciosas, lutar contra o luxo e proteger os pobres.Thomas More foi mais longe ao descrever, em sua obra Utopia (1516), uma sociedade ideal. Condenando o absolutismo, por reduzir a liberdade natural dos homens, os privilgios, por estimularem o esprito de proveito, e o poder do dinheiro, concluiu: Onde a propriedade um direito individual, todas as coisas se medem pelo dinheiro, no se poder jamais organizar a justia e a prosperidade social.O humanismo tambm inspirou o pensamento realista de Nicolau Maquiavel (1469-1527). Em sua obra O Prncipe (1513), contrariando teorias polticas medievais, ele estabeleceu o princpio da autoridade, de sua aquisio e conservao, propondo a noo de poder legtimo: O poder deve ser tomado pela fora, criado pelo direito. Para guardar o seu trono, o prncipe deve criar barreiras, inspirar a estabilidade, eliminar seus inimigos potenciais e sacrificar aqueles que se tornam insubmissos. A razo do Estado o nico motor da ao poltica. (M0USN1ER, Roland. A Histria Geral das Civilizaes. v. 9, p. 49). Aqui a tica da liberdade individual proposta pelo humanismo termina em alienao coletiva.Assim, alm de o humanismo construir para o homem o ideal do belo, deu-lhe regras para a vida, meios para dominar o cosmos e ainda estruturou uma teologia. Os humanistas estudaram os manuscritos, compararam-nos e criticaram-nos, retornando ao grego e ao hebreu, para organizar novas verses dos santos textos e novas tradues.Os humanistas abordaram ainda os mistrios divinos sobre a Trindade e a encarnao, indiferentes s formas dogmticas. Erasmo, Rabelais e More propuseram que apenas alguns dos dogmas contidos na Escritura bastariam religio. O resto a construo humana dominava.Todos esses pensadores consideraram a Igreja uma instituio aceita por Deus para ajudar os homens na salvao, servindo-lhes como exemplo e nunca como punio. Alm disso, rejeitaram as supersties, as obrigaes tradicionais, aceitando apenas o papel moralista da Igreja, fundado sobre a f nas mensagens do Evangelho.

CLASSICISMO

Classicismo a doutrina esttica que d nfase ordem,aoequilbrioe simplicidade.Os antigos gregos foram os primeiros grandes clssicos. Posteriormente, os romanos, os franceses, os ingleses e outros povos produziram movimentos clssicos. Cada grupo desenvolveu suas prprias caractersticas particulares, mas todos refletiam ideias comuns sobre a arte, o homem, o mundo.O Classicismo confere maior importncia s faculdades intelectuais do que s emocionais na criao da obra de arte, porque busca a expresso de valores universais acima dos particularismos individuais ou nacionais. Inspirando-se no modelo da Antiguidade clssica greco-romana e no Renascentismo italiano, estabeleceu princpios ou normas, como a harmonia das propores, a simplicidade e equilbrio da composio e a idealizao da realidade. Recusa, portanto, a emotividade e exuberncia decorativa dobarroco.No perodo compreendido entre 1450 e 1600 surgiu na Europa, principalmente na Itlia, um movimento chamadoRenascimento, que foi o responsvel por uma radical transformao do homem no que diz respeito religio, filosofia, ao amor, poltica, enfim, maneira de encarar a vida.Foi em Florena, terra natal de Dante e Giotto, que um grupo de artistas se disps a criar uma nova arte e a romper com as ideias do passado. Florena considerada, portanto, o bero do Renascimento. O Renascimento tem trs significados que o definem: a antiguidade, a humanidade e a universalidade.A antiguidade redescobriu as obras literrias, histricas e filosficas da civilizao greco-romana, tendo o Renascimento traduzido, restaurado e explicado grande parte de obras literrias da Antiguidade Clssica. Mas afinal, renascer o qu? Renascer o modo de pensar, o modelo poltico, as formas estticas, a mitologia, a maneira de viver. Renasceram as normas ditadas por Aristteles e Horcio; imitou-se Virglio. Buscou-se o belo na nobreza, que ditava o conceito de beleza. Julgavam os renascentistas terem os gregos e romano atingido o auge da civilizao era importante restaur-la. A humanidade valorizou o homem, transformando-o em centro do universo. A esttua de David, de Michelangelo, no seria possvel na Idade Mdia gigantesco musculoso e nu, retratando a grandeza do homem renascentista. A universalidade incorporou o mar entre os elementos medievais, que s conheciam a terra e o cu. O Renascimento descobriu o mar e lhe deu primazia. O homem renascentista desbravou os oceanos, lutou com as tempestades em alto-mar, conquistou mares nunca dantes navegados e voltou ao ponto de partida.O classicismo foi, no plano literrio, o retrato vivo da Renascena.Os escritores clssicos do Renascimento seguiram de perto a literatura da Antiguidade, cujos modelos foram imitados ou adaptados realidade da poca. Como consequncia, suas obras revelaram, na estrutura formal, a rigidez das normas de composio de acordo com os padres consagrados pela tradio greco-latina. Em seu contedo, mostravam o paganismo, o ideal platnico de amor e outras marcas especficas da tradio antiga. As notas medievais quinhentistas contm um impulso que se tornou presente, explicitamente ou no, ao longo de toda a literatura portuguesa, cruzando os sculos.Seu lirismo tradicional, caracterizado por ser antimetafsico, popular, sentimental e individualista, ir dialogar com as novas modas e sobreviver. A prpria fora da terra portuguesa, chamando os escritores para o seu convvio, explica a permanncia desse remoto lirismo atravs dos sculos. definio do novo iderio esttico em Portugal deu-se em 1527, com o regresso de S de Miranda da Itlia, trazendo uma valiosa bagagem doutrinria. Sua influncia foi decisiva na produo e promoo do novo gosto literrio.

CONTEXTO HISTRICO

No incio do sculo XIV, inmeros fatores conjugados e articulados criaram as condies para o incio da nova arte. No plano econmico, o renascimento comercial reativou o intercmbio cultural entre o Ocidente e o Oriente. No plano social, a urbanizao gerou as condies de uma nova cultura, sendo as cidades o polo de irradiao do Renascimento. A ascenso social e econmica da burguesia propiciou apoio e financiamento ao desenvolvimento cultural.O aperfeioamento da imprensa por Gutenberg (Johann Gensfleish), teve especial importncia no sculo XVI, embora no seja considerado um fator direto do Renascimento, pois seus efeitos s comearam a ser efetivamente sentidos no ltimo sculo do movimento renascentista. Em 1455, foi publicado o primeiro livro europeu impresso com tipos mveis.A obra, que era uma traduo latina da Bblia, levou mais de dois anos para ficar pronta e ficou conhecida como a Bblia de Gutenberg, com uma tiragem de quase duzentos exemplares. Em Portugal, verificou-se o fim do monoplio do clero em relao cultura. D. Joo II, que reinou de 1521 a 1557, criou a Universidade de Coimbra e o Colgio das Artes, tambm em Coimbra, onde introduziu o ensino do latim, do grego, da matemtica, da lgica e da filosofia. Os filhos dos burgueses comearam a frequentar as universidades, tomando contato com uma cultura desligada dos velhos conceitos medievais. A nova realidade econmica gerada pela decadncia do feudalismo e o fortalecimento da burguesia exigiram uma nova cultura, mais liberal, antropocntrica e identificada com o mercantilismo.O momento histrico vivido pela dinastia de Avis, com a centralizao do poder, asGrandes Navegaese o comrcio, foi propcio aos novos conceitos veiculados na Itlia.Os portugueses dos sculos XV e XVI provaram pela experincia e pela deduo cientfica: que o oceano Atlntico era navegvel e estava livre de monstros; que o mundo equatorial era habitvel e habitado; que era possvel navegar sistematicamente longe da costa e conseguir perfeita orientao pelo Sol e pelas estrelas; que a frica tinha uma ponta meridional e que existia um caminho martimo para a ndia; que as pseudo-ndias descobertas por Colombo, eram, na realidade, um novo continente separando a Europa da sia oriental e que as trs Amricas formavam um bloco territorial contnuo; que a Amrica do Sul tinha um ponto meridional como a frica e que existia um outro caminho martimo para a ndia por ocidente; que os trs oceanos comunicavam entre si; que a Terra era redonda e circunavegvel.

CARACTERSTICAS

Busca do homem universal passaram o mundo, o homem e a vida a serem vistos sob o prisma da razo. O homem renascentista procurou entender a harmonia do universo e suas noes de Beleza, Bem e Verdade, sempre baseando seus conceitos no equilbrio entre a razo e a emoo. Estavam longe de aceitar a arte pela arte, ao modo parnasiano do sculo XIX, mas apresentavam um alto objetivo tico: o do aperfeioamento do homem na contemplao das paixes humanas postas em arte a catarse grega.Valores greco-latinos os renascentistas adotaram a mitologia pag, prpria dos antigos, recorrendo a entidades mitolgicas para pedir inspirao, simbolizar emoes e exemplificar comportamentos. Consideravam que os antigos haviam atingido a perfeio formal, desejando os artistas da Renascena reproduzi-la e perpetu-la.Busca do homem universal passaram o mundo, o homem e a vida a serem vistos sob o prisma da razo. O homem renascentista procurou entender a harmonia do universo e suas noes de Beleza, Bem e Verdade, sempre baseando seus conceitos no equilbrio entre a razo e a emoo.Estavam longe de aceitar a arte pela arte, ao modo parnasiano do sculo XIX, mas apresentavam um alto objetivo tico: o do aperfeioamento do homem na contemplao das paixes humanas postas em arte a catarse grega.Valores greco-latinos os renascentistas adotaram a mitologia pag, prpria dos antigos, recorrendo a entidades mitolgicas para pedir inspirao, simbolizar emoes e exemplificar comportamentos. Consideravam que os antigos haviam atingido a perfeio formal, desejando os artistas da Renascena reproduzi-la e perpetu-la.Novas medidas e formatos surgiram novas formas de composio, como o soneto, o verso decasslabo e a oitava rima, que foram introduzidas em Portugal por S de Miranda.Conscincia da Nao no Renascimento portugus, alm da conscincia do homem como um ser universal, surgiu uma forte conscincia de Nao, devido s grandes navegaes, que transformaram o povo em heroico.

PROSA

A produo em prosa desse perodo literrio foi bastante limitada. Merece destaque a novela Menina e Moa, cuja autoria atribuda a Bernardim Ribeiro. Bem diferente das novelas medievais, apresenta um dilogo triste e sentimental entre duas personagens. Nessa novela, pode-se perceber o sentimentalismo, o bucolismo e o interesse pela natureza que, tempos depois, seriam retomados por outras escolas literrias.

HISTORIOGRAFIA

A exemplo deCames, numa espcie de psicose coletiva, muitos espritos de escol se enfileiraram na apologia da ptria, a historiografia, por seu carter de refletir a comoo coletiva, se entregou ao mesmo trabalho de construir um organismo que fosse a expresso daquele estado de coisas.O principal representante da historiografia renascentista foi Joo de Barros (v. biografia), que reservou o melhor de seu talento para conceber uma Histria de Portugal monumental, completa e dentro dos novos moldes da poca.LITERATURA DE VIAGENS

A impresso deslumbrante deixada pelas descobertas de novas esferas e paisagens suscitaram o desejo de fix-las para transmiti-las ao mundo.Nasceram, ento, os relatos de viagens, roteiros, dirios ou equivalentes. Os principais representantes desse novo modelo literrio so Bernardo Gomes de Brito, Jernimo Corte-Real, Francisco lvares e Ferno Cardim.

POESIA

Ao lado das novas formas e dos versos decasslabos e dos sonetos, pode-se observar a permanncia dos versos redondilhos e de certas formas medievais integradas tradio do lirismo medieval, tais como a glosa e o vilancete.Aepopeia, nos moldes greco-latinos, foi consagrada no classicismo Lusitano, atravs de Cames, com Os Lusadas, que consagrou a aspirao suprema da alma coletiva de Portugal, marcada pelo justo sentimento de orgulho despertado pelos descobrimentos.

CAMES

Chamar-te gnio justo, mas pouco.Chamar-te heri, no te conhecer.Poeta dum imprio que era louco,Foste louco a cantar e louco a combater.(Miguel Torga)

Lus Vaz de Cames foi e ainda grande por sua poesia, dentro e fora dos quadros literrios. Na realidade, o classicismo portugus se abre e se fecha com um poeta: S de Miranda e Cames que, numa viso de conjunto foi o grande poeta. Os demais podem ser considerados como poetas menores, presos s propostas renascentistas e ofuscados pelo brilho camoniano.No prlogo dos Lusadas, Cames apela para a arte e o talento, assim dizendo: Cantando espalharei por toda a parte, / Se a tanto me ajudar engenho e arte, tendo o conhecimento de que ambos devem estar associados de maneira indissolvel, para o alcance do intento potico. Sua grandeza est no apenas na perfeio com que criou uma obra de cunho pessoal, mas tambm no fato de ter sintetizado numa obra harmoniosa todos os elementos formais e temticos que andavam dispersos ou parcialmente trabalhados por seus antecessores. Podemos citar o exemplo do soneto, que desde S de Miranda vinha sendo cultivado em Portugal e que encontrou em Cames um artfice e criador mximo. De certa forma, Cames seria clssico mesmo que no existisse o classicismo.

AUTORES

Alm de Cames e S de Miranda, sem sombra de dvida os maiores expoentes do classicismo portugus, outros poetas renascentistas foram includos noCancioneiro Geral, organizado por Garcia de Resende: Antnio Ferreira, Bernardim Ribeiro.

CLASSICISMO OU RENASCIMENTO

O humanismo j tinha revelado uma nova posio do homem diante das novas realidades scio econmicas ocorridas nos sculos XV e XVI, quando surgiu a nova classe social denominada burguesia. Essa concepo vai se solidificar no Renascimento, nome que designa o perodo das grandes transformaes culturais, polticas e econmicas, ocorridas nos sculos XVI e XVII.Essas transformaes trouxeram profundas mudanas para toda a sociedade da poca, o estabelecimento definitivo do capitalismo, criou novas relaes de trabalho, firmou o comrcio e este passou a ter grande importncia, introduziu novos valores, tais como o dinheiro e a vida nas cidades, que no existiam no perodo medieval, vrias invenes e melhoramentos tcnicos foram criados em funo da crescente procura de mercadorias.Houve uma crise religiosa pois, a Igreja teve que enfrentar os protestantes liderados por Martinho Lutero, que contava com o apoio da burguesia.Essa foi tambm a poca dos grandes descobrimentos, que levaram o homem a encarar o Universo e o prprio homem de maneira diferente daquela pregada pela Igreja.Foi inventada a imprensa, que possibilitou uma maior circulao de escritos e portanto de cultura.Coprnico formulou a teoria do heliocentrismo que propunha o Sol como centro do Universo e Galileu comprovou o duplo movimento da Terra. Todos esses fatores levaram a velha ordem feudal a um desgaste e consequente desmoronamento, sendo necessria uma nova organizao nos planos poltico, econmico e social.As produes artsticas desse perodo refletem essas profundas mudanas.

CONCLUSO

Tendncia artstica e literria que resgata formas e valores greco-romanos da Antiguidade Clssica, especialmente a cultura grega entre os sculos VI a.C. e IV a.C. Esta retomada acontece vrias vezes ao longo da histria ocidental, inclusive na Idade Mdia. Porm, mais intensa do sculo XIV ao XVI na Itlia. Nas Artes Plsticas , na Literatura e no Teatro, o classicismo coincide com o Renascimento. Na msica adquire certas caractersticas prprias e manifesta-se, posteriormente, a partir de meados do sculo XVIII. Aps o barroco e o rococ, no sculo XVIII, a tendncia se repete, com o nome de neoclassicismo.O classicismo profundamente influenciado pelos ideais humanistas, que colocam o homem como o centro do Universo. Reproduz o mundo real, de forma verossmil, mas moldando-o segundo o que considerado ideal. importante que as obras sejam harmnicas e reflitam determinados princpios, como ordem, lgica, equilbrio, simetria, conteno, objetividade, refinamento e decoro. A razo tem mais importncia do que a emoo. As adaptaes aos ideais e aos problemas dos novos tempos fazem com que o classicismo no seja mera imitao da Antiguidade. Na poca renascentista, por exemplo, a alta burguesia italiana em ascenso, na disputa de luxo e poder com a nobreza, identifica-se com os valores laicos da arte greco-romana.

BIBLIOGRAFIA

http://www.infoescola.com/literatura/humanismo/http://www.coladaweb.com/literatura/humanismo-e-renascimentowww.geocities.com/alcalina.geo/39litera/classe.htmwww.unb.br/il/tel/Graduacao/romantismo/ classicismowww.universal.pt/scripts/hlp/hlp.exe/artigo?cod=6_195www.terravista.pt/aguaalto/4589http://filosofiageral.wikispaces.com/Humanismo+e+Renascimento?responseToken=09bb8f590c880ac2aed96100c8b580f69