The Network Communityversao_antiga)/Alumni/Redes... · Bairro ou Comunidade? Comunidades tendem a...
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"The Network Community"
An Introduction to
Networks in the Global Village
Barry Wellman
ISCTE –IUL Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da empresa
U.C.: Redes Sociais Online
Contexto
Capitalismo Industrialismo
Burocratização
Urbanização
Comunicação
Desenvolvimento
Tecnológico
Desenvolvimento
de
transportes
Desenvolvimento
dos
meios de
Comunicação
SOCIEDADE
A Questão
Porque permanece o debate
acerca da existência da
comunidade quando ela se
desenrola nossas vidas?
Gerações
antecessoras
(100/200 anos)
Comunidade Solidária
As coisas já não são o que eram. Na verdade, nunca foram!
No entanto as as pessoas
vivem melhor, comem melhor
e têm melhores habitações.
Vivem por mais tempo e com
menor criminalidade que os
antepassados.
Mas será solidão
ou
Pessoas que andam sozinhas?
Ao longo dos tempos…
Teme-se que as
Comunidades tenham
desaparecido, criando uma ideia de
solidão.
MEDO Alienação ao Estranho
Terrorismo
Solidão Associado ao
desenvolvimento Tecnológico
e Mudanças Sociais
As Comunidades
transformam-se
e
Novos tipos de
Comunidades
nasceram.
A Questão da Comunidade
1. Como é que as relações interpessoais são afectadas pelos grandes
sistemas em que se inserem?
2. Como é que as pequenas comunidades afectam os grandes
sistemas sociais?
Em busca da Comunidade
Mudanças
Sociais Desintegração das Comunidades?
Guerra de todos
Contra todos
Sociedades Comunitariamente Organizadas
(Sociedades de “ontem”)
Sociedades contratualmente Organizadas
(Sociedades de pós Revolução Industrial)
• Zonas Rurais e Sociedades sub-
desenvolvidas
• Interliga relações entre vizinhos e
parentes
• Solidariedade
• (Supostamente) Características das zonas
industriais
• Relações mais escassas de amigos e
conhecidos
• Pouca coesão, mais contratual do que
apoio mútuo
• Ilusão de perda de comunidade
Ferdinand Tonnies (1887)
Concordam com a perda de comunidade mas por outros motivos
• Industrialismo criou novas formas de exploração social que leva as pessoas a separar-se
• Capitalismo alienou as pessoas do seu trabalho e umas das outras
Karl Marx (1852), Friedrich Engels (1885), comunismo
Max Weber (1946,1958)
Concorda que os laços comunitários estão enfraquecidos mas exalta já a racionalidade
moderna
Em busca da Comunidade
Emile Durkheim (1897), socialismo
Aponta a perda de solidariedade como causa para o enfraquecer dos laços comunitários
Georg Simmel (1922)
Comemora a liberdade humana mas também acha que o novo individualismo leva a
relações superficiais
No entanto, todos concordam que esta mudança também trouxe novas oportunidades para
as comunidades se relacionarem:
• Menos pobreza (Marx)
• Casa própria na classe trabalhadora aumenta laços comunitários - Residência Fixa (Engels)
• Urbanização afasta as tradicionais comunidades estupidificantes (Weber)
• Novas relações de trabalho contribuem para criar relações pessoais interdependentes.
(Durkheim)
• As pessoas não têm um único vínculo social: têm já vários vínculos em vários círculos
distintos que têm que ser geridos. (Simmel)
Americanos continuam pessimistas: lamentam perda de espírito comunidade tradicional.
O aumento da mobilidade deixou menos espaço para o desenvolvimento de comunidades. As
poucas que haviam eram pequenas províncias que se entreajudavam apenas com bens
materiais, apagando o sentido emocional e espírito de comunidade. (Frederick Jackson
Turner,1893)
Em busca da Comunidade
• Aumento de actividades-Estado, que diminui a autonomia das comunidades
• Crise financeira incentiva migrações para busca de novas oportunidades
• Desenvolvimento de instituições estruturalmente burocráticas, cria relações
contratualmente estabelecidas de troca
• Cidades grandes acatam grupos de interesses diversos
• Grande densidade de interacção social (laços activos) entre segmentos diferentes
resultam numa complexidade organizacional e ecológica
• Com o aumento da mobilidade vem a diversidade de pessoas em contacto
• A possibilidade de manter contacto à distância com grande facilidade fomenta a
densidade de interacção e cria redes sociais difusas
Alterações à Comunidade: Causas
Século XX
Estudos acerca do impacto das mudanças de grande escala continuam a ser desenvolvidos.
Contudo, existem algumas confusões no que toca à prática destas análises de comunidade…
• Alguns autores continuam a estudar a comunidade através de uma análise a um território
físico limitado.
• Um outro erro frequente é limitar a questão à avaliação das condições em que se
mantêm os laços de solidariedade. É quase uma análise do ponto de vista do medo de
estar sozinho.
Alterações à Comunidade: Causas
Medos da população projectados para o futuro: pensava-se
na internet como forma de criar novas formas de comunidade
ou destruir por completo as comunidades actuais devido à
falta de contacto físico efectivo (defendido por Tonnies).
Desde a 2ª Guerra Mundial ocorreram importantes transformações nas abordagens da
questão da Comunidade:
• Novo paradoxo optimista da Comunidade nasceu com os estudantes e movimentos dos
direitos humanos (1960’s)
• Afastam-se da expeculação para se dedicarem à recolha de dados que provam a
persistência da comunidade
• Novas formas de estudar locais sociais que desprezam a ideia de comunidades estáveis
para pensar em comunidades de transição (pré-moderno moderno)
• A descoberta de que os conflitos políticos mais violentos surgem em confrontos de
interesses comuns mais do que em comunidades desconectadas
Encontrar a Comunidade Perspectiva optimista
Ao longo do Sec. XX os sociólogos estavam preocupados em provar que a comunidade
persistia com vários tipos de abordagens:
Estudiosos de 1º Mundo Ocidental, Desenvolvido
(não socialista)
Estudiosos de 3º Mundo sub-desenvolvidos
Estudiosos de 2º Mundo Europa Oriental e China
(socialista)
Procuram provar que os laços de apoio
comunitários existem mesmo nos bairros
problemáticos e subúrbios
Migração para zonas industrializadas, cidades, cria
desconexão nas comunidades
Pretendem contradizer a ideia anti-comunista em
que cada um se relaciona por si com o estado,
individualmente e sem estruturas intermediárias
Encontrar a Comunidade Perspectiva optimista
Em 1960’s apostaram nos estudos etnográficos de comunidades para provar que tinham
sobrevivido à Revolução Industrial. Resultados:
• Relações entre vizinhos e parentes continuam a ser fortes e abundantes
• As comunidades mudam consoante forças exteriores de grande escala mas também
munem as famílias contra essas forças exteriores, através das relações de
entreajuda
• Comunidades informais são chave para a sobrevivência do dia a dia, principalmente
os vizinhos e parentes
• As ligações exteriores, fracas e ramificadas, são importantes para obtenção de novos
recursos, enquanto os fortes laços sociais ajudam a mobilizar e conservar os actuais
recursos.
Encontrar a Comunidade Perspectiva optimista
• Perda de comunidades
tradicionais
• desordem urbana VS
aldeias solidárias de
pré-industrial:
coesivas, estáveis e
com poucos
movimentos internos
ou externos
• Comunidades locais,
fenómenos locais e
estabilidade
História Sociologia
• Vêm por tudo em causa
• Comunidades não são pequenas e limitadas territorialmente
como parece, elas estão espalhadas
• Longas distancias, mobilidade = novas ideias, informação e
laços
• Redes sociais fluídas e difusas que visam obter recursos
•Não eram vilas solidárias: usavam as suas alianças exteriores
para ganhar poder para competir dentro das comunidades
•Metodologia: analisar comunidades pré e pós industriais a
partir de registos de dados do governo que, interligados,
permitem traçar movimentações sociais e espaciais. Também
pedem a pessoas para descrever os seus laços
Encontrar a Comunidade Quão Optimista é a perspectiva?
Bairro ou Comunidade?
Comunidades tendem a ser pensadas segundo 3 abordagens:
• Relações sociais que oferecem socialização e apoio
• Residência numa localidade comum
• Sentimentos e actividades solidárias
Redutor!
Era, no entanto um factor ênfase nos estudos
Colava-se o conceito de localidade a comunidade
Porque?
Bairro ou Comunidade?
• Facilidade de estudar: espaço limitado e identificado
•Urbanização pensada como agregado de localidades em relações inter-
organizacionais que formam a sociedade em grande escala
• Espirito de localidade incutido pela política: vê localidades como núcleos
eleitorais de comunidades coesas. Censos e dados do governo são tratados
localmente e ficam facilmente acessíveis, criando uma visão apoderada
transversalmente, até pelas próprias comunidades.
• Sociologistas preocupam-se em provar a persistência do espírito de solidariedade:
o que melhor para estudar do que os bairros?
Porque Comunidade = Localidade?
Estuda-se as relações sociais que operam dentro
desses limitas (parte-se do principio que as
redes sociais das pessoas estão organizadas
localmente)
1º Passo:
Estabelece-se uma zona
limitada para o estudo
Mobilidade de residência, relações dispersas
no espaço, passagem de interacção do
público para o privado
Não podem ser observadas
localmente.
Não observam laços comunitários fortes e
partem do princípio que a comunidade
desapareceu
As localidades só
podem ser tidas em
conta quando
influenciam as
relações sociais.
Bairro ou Comunidade?
• Estudo de uma comunidade sem presumir que se confina a determinado território ou
partir do princípio da necessidade de provar a sua presença ou ausência
• Foco nas relações e estruturas sociais
• Rede de membros que estabelecem laços entre si. Ao analisar a rede pretende-se perceber
a sua organização e relações
•Uma nova forma de organização social em estudo:
–Densidade e agrupamento da Rede
–Limitação (forte ou fraca)
–Tamanho e heterogeneidade (é restrita ou não)
–Relações especializadas ou múltiplas
–Como o seu comportamento é afectado por conexões indirectas e posições estruturais
Redes, para estudar comunidades
•Os limites espaciais servem depois como variável de análise dessa rede, e não como
constrangimento
• Podemos chegar à conclusão que há comunidades espacialmente restritas e densamente
conectadas e outras difusas e com poucos membros directamente conectados
(ramificadas)
• As pessoas podem ser estudadas como
–Grupos
–Redes sociais o padrão das relações ganha importância
Redes, para estudar comunidades
3 vantagens desta libertação do conceito de localidade:
1. Evita a pressuposição de que as pessoas interagem em localidade ou parentesco ou
dentro de limites pré-concebidos – estes factores apenas podem ser descobertos na
análise
2. Capacidade de estudar relações interconectadas com as mudanças de grande escala
3. Análise qualitativa e quantitativa. Descobrir, descrever e analisar as relações
interpessoais
As comunidades não desapareceram, apenas saíram dos
limites espaciais pré-estabelecidos.
Redes, para estudar comunidades
• Estudo de um “sistema” e das partes que
o compõem
• Padrões de conectividade
• Clusters de densidade comunicacional:
áreas de maior socialização ou
isolamento
• Apropriada para estudar unidades
isoladas (Ex: organizações)
• Pode levar ao erro de ver a comunidade
como morta
Comunidades em Rede vs Pessoais
Redes como um todo Comunidades Pessoais
• Redes ego-centradas: definidas a partir de
pessoas em específico
• Pessoa directamente conectada a cada
membro que podem depois estar
conectados entre si
• Estudam laços, independentemente dos
membros ou localização
• Pedem à pessoa que descreva as suas
relações com os membros da Rede
(densidade)
• Estudam a influencia que a comunidade
representa para o bem-estar físico e
psicológico do indivíduo.
Para qualquer uma destas análises têm que ser tidos em conta os seguintes aspectos:
• Como são definidos “laços”? – consideramos todas as relações, só os que fornecem um
tipo específico de apoio?
•Onde desenhar limites?
–Poucos, confidentes mais próximos
–Alguns, íntimos mais próximos
–Todos os laços activos
•Quão detalhada é a análise?
–Concentrar-se nos laços mais fortes e ignorar os superficiais? (contudo fornecem noca informação)
–Ignorar as relações sociais involuntárias de residência e parentesco
–Análise da estrutura da rede social de cada pessoa utilizando um software específico
–Para não entrevistar todos os membros pode pedir à pessoa para descrever a sua relação com
cada um dos membros
Comunidades em Rede vs Pessoais
1. Laços das comunidades são especializados, cada membro oferece um tipo de apoio
específico
2. Pessoas não estão presas nas tradicionais e fortemente limitadas comunidades mas
divagando nas comunidades difusas e pouco coesas, em constante mudança.
3. Mobilidade poderia trazer quebra de laços, mas a comunicação mediada por
computador vem colmatar esta falha, eliminando constrangimentos de tempo e de
espaço
4. Intimidade privada substitui socialização pública
5. Domesticadas e femininas, relações mais voluntárias
Natureza das Redes Comunitárias
Sociedades + desenvolvidas laços de “conveniência” para obter apoio social e emocional
Sociedades - desenvolvidas laços de necessidade para obtenção de recursos
Redes Comunitárias em Contexto
O tipo de sociedade em que operam afecta as relações da Comunidade.
Obtenção de Recursos:
• Trocas de mercado (soc. Ocidentais): Liberdade
• Distribuição institucional (soc. Estatais): Igualdade
• Trocas de Comunidade (soc. De 3º Mundo): Fraternidade
• Apropriação coerciva: Roubo
• Autoaprovisionamento: dedicação ao campo
Redes Sociais na Aldeia Global
Pessoas transcendem os seus espaços.
Antes dos 60’s: temia-se o desaparecimento da comunidade.
60’s 70’s: comunidade prosperam naturalmente mas noutros espaços.
80’s: Comunidade floresce quando sai dos limites físicos.
Rede social nebulosa, fluída, não limitada, mas
real e com base no apoio comunitário.