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    O Rei da Mente

    Hsin-wang-ming por por Fu-yu (497-569)

    Contemple a mente; este rei da vacuidade sutil e intruso.

    Sem nome ou forma,Ele tem grande poder espiritual.

    Pode eliminar todas as calamidadesE realizar todos os mritos.Apesar de sua essncia ser vazia,Ele a medida dos fenmenos.

    Quando voc olha, sem forma;Quando voc o chama, ele ecoa. o grande comandante do DharmaTransmitindo os sutras atravs dos preceitos da mente.

    Assim como o salgado na gua do oceano, de cor transparente,Certamente est l, mas sua forma invisvel,O rei da mente tambm assim,Residindo no corpo.

    Ele entra e sai diante dos seus olhos,Respondendo aos fenmenos, seguindo as emoes.Quando est despreocupado, sem obstruo,Todos os esforos tm sucesso.

    Quando voc realiza a mente original,

    A mente v o Buddha.Esta mente o Buddha;Este Buddha a mente.

    Todo pensamento a mente de Buddha;A mente de Buddha permanece no Buddha.Se voc deseja realizar isto em breve,Esteja vigilante e disciplinado.

    Os preceitos puros purificam a mente;A mente ento Buddha.Separado deste rei da mente,

    No h outro Buddha.

    Se voc deseja procurar o estado bddhico,No macule coisa alguma.Apesar de a natureza da mente ser vazia,A cobia e o dio so reais.

    Quando voc entra por esta porta do Dharma,Sentando-se ereto, voc se torna o Buddha.

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    Ao alcanar a outra margem,Voc atinge a perfeio.

    Os verdadeiros aspirantes ao caminhoContemplam a sua prpria mente.Sabendo que o Buddha est no interior,

    No h necessidade de procurar no exterior.

    Bem agora a mente o Buddha;Bem agora o Buddha a mente.A mente brilhante conhece o Buddha;O iluminado conhece a mente.

    Separado da mente, no h Buddha;Separado do Buddha, no h mente.Aqueles que no so Buddhas no podem penetrar;No esto preparados para a tarefa.

    Agarrar a vacuidade e bloquear a tranqilidadeResulta em flutuar e afundar.Nem buddhas nem bodhisattvasEstabelecem suas mentes deste modo.

    O grande ser da mente brilhanteDespertou para este som sutil.A natureza do corpo e da mente maravilhosa;Suas funes no precisam ser alteradas.

    Assim, o sbio derruba a mente e a deixa ser.No diga que o rei da mente vazio e sem essncia;

    Ele pode fazer o corpoFazer o mal e o bem.

    No existe, nem no-existente.Aparece e desaparece imprevisivelmente.Quando a natureza da mente parte da vacuidade,Ela pode ser sagrada ou profana.

    Assim, imploramos uns aos outrosQue a guardem com cuidado.No momento de se moldar,Ele se reverte ao flutuar e afundar.

    A sabedoria da mente pura to preciosa quanto o ouro.O tesouro de sabedoria do DharmaEst dentro do corpo e da mente.

    O tesouro do Dharma da no-ao no superficial nem profundo.Todos os buddhas e bodhisattvas realizaram este mente original.Para aqueles cujas condies esto corretas,

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    Ela no passado, presente ou futuro.

    Verso da iluminao

    A mo vazia segura a enxada.Os ps andando, cavalgando o bfalo d'gua.

    O homem anda sobre a ponte,A ponte flui, a gua no flui.

    Uma Mente Clara

    Kuan-hsin-ming por por Han-shan Te-ch'ing (1546-1623)

    A verdadeira natureza pura e profundaComo a gua clara e calma.Se batida com o dio ou o amor,

    Surgem ondas de irritao.Surgindo sem cessar,A prpria natureza torna-se turva.Irritao e ignornciaSempre aumentam inconscientemente.

    O "eu" agarrando um "outro" como a lama entrando na gua.O "eu" movido por um "outro" como jogar gordura no fogo.Enquanto o reino externo for o caos, o "eu" ser verdadeiro.Enquanto o caos for tomado por real, o "eu" nascer.

    Se o "eu" no nascer,As irritaes, queimando por ons, transformam-se em gelo.

    Assim, os perfeitosPrimeiro esvaziam a mcula do "eu".Quando a mcula do "eu" for esvaziada,Como o reino externo poderia ser uma obstruo?A capacidade de se recuperar a funoDo "eu" esquecido.Assim que idiossincrasias aparecerem,Voc as reconhecer imediatamente.

    O objetivo do reconhecimento a iluminao.No instante em que um pensamento retornar ao brilho,Todos os rastros sero limpados.Esse momento refrescante.Refrescante, brilhante,Inigualvel, independente,Tranqilo, harmonioso,Nada pode igual-lo.

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    Contemplando a Mente

    Kuan-hsin-ming por por Han-shan Te-ch'ing (1546-1623)

    Olhe para o corpo como irreal,Como uma imagem em um espelho, o reflexo da lua na gua.Contemple a mente como sem forme,Porm brilhante e pura.

    Sem um nico pensamento surgindo,Vazia, porm perceptiva; calma, porm iluminadora.Completa como a grande vacuidade,Contendo tudo que maravilhoso.

    Nem indo nem vindo,Sem aparncias ou caractersticas,

    Incontveis meios hbeisSurgem a partir de uma mente.

    Independnete de existncia material,Que sempre uma obstruo,No se apegue aos pensamentos deludidos.Estes fazem nascer a iluso.

    Contemple atenciosamente esta mente,Vazia, destituda de todos os objetos.Se as emoes surgirem subitamente,Voc cair na confuso.

    Em um momento crtico, traga de volta a luz,Iluminando poderosamente.As nuvens se dispersam, o cu claro,O sol resplandece brilhantemente.

    Se nada surgem dentro da mente,Nada se manifestar fora.Aquilo que tem caractersticasNo a realidade original.

    Se voc puder ver um pensamento assim que surgir,

    Esta conscincia o destruir de uma vez,Para qualquer estado da mente que venha,Varra-o, derrube-o.

    Tanto os estados bons quanto os ruinsPodem ser transformados pela mente.Sagrado e profano aparecemDe acordo com os pensamentos.

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    Recitar mantras ou contemplar a menteSo meramente ervas para polir um espelho.Quando a poeira removida,Elas tambm so varridas.

    Grandes e extensivos poderes espirituais

    Esto todos completos dentro da mente. terra pura ou as cusPode-se ser viajar vontade.

    Voc no precisa procurar o real,A mente originalmente Buddha.O familiar torna-se estranho,O estranho torna-se familiar.

    Dia e noite,Tudo maravilhoso.Nada que encontre o confundir.

    Estes so os essenciais da mente.

    Sobre o Sutra do Corao

    Han-shan Te-ch'ing

    O mundo de destinos miserveis comparvel a um grande oceano, e ossentimentos e pensamentos dos seres vivos ausncia de margem. Eles soignorantes e no sabem que as ondas crescentes de inconscincia so as causasda iluso e das aes krmicas que resultam no ciclo infinito de nascimentos-e-

    mortes. Seus sofrimentos so inexaurveis e eles so incapazes de se atravessar ooceano amargo da mortalidade. Portanto, isto chamado de a margem.

    Buddha usou o brilho de sua grande sabedoria para iluminar e quebrar as paixes,e para por um fim a todos os sofrimentos para sempre. Isto conduz eliminaocompleta dos dois tipos de morte [natural e violenta] e a saltar do oceano demisrias para a realizao do nirvana. Portanto, chamada de a outra margem.

    O corao [mente] mencionado o corao da grande sabedoria que alcana aoutra margem. No o corao humano que os homens mundanos usam parapensar erroneamente. O homem ignorante no sabe que fundamentalmente possuio corao da luz brilhante da sabedoria. Ele considera como real o inchao de

    msculos ligados carne e ao sangue, e reconhece apenas as sombras resultantesdo pensamento errneo e do apego, estimulados pelas circunstncias. Assim ospensamentos se sucedem um ao outro em sua cadeia incessante, sem um nicodeles voltar a luz para si mesmo, para o auto-reconhecimento. Apenas o Buddhaestava consciente da verdadeira sabedoria fundamental que pode iluminar equebrar o corpo e o corao dos cinco agregados, que so no-existentes e cujasubstncia inteiramente vazia. Portanto, ele saltou da aparncia e alcanou aoutra margem instantaneamente, cruzando assim o oceano amargo. Como tevepena dos homens deludidos, ele usou esta porta para a iluminao que

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    experimentou pessoalmente para abri-la e para gui-los, de modo que cadahomem possa estar consciente de que a sua sabedoria fundamentalmente auto-possuda, de que seus pensamentos errneos so basicamente falsos e de que seucorpo e corao so inteiramente no-existentes. Ento ele poder se erguer dooceano dos sofrimentos e atingir o xtase do nirvana. por isto que ele exps estesutra.

    Avalokiteshvara, o bodhisattva da verdadeira liberdade, compreende atravs daprofunda prtica da grande sabedoria que o corpo e os cinco agregados soapenas o vazio, e atravs desta compreenso ele traz ajuda a todos os que sofrem.

    Ao ouvir do Buddha sobre esta profunda sabedoria, este bodhisattva pensou sobreela e a praticou usando sua sabedoria para fazer uma introspeco nos cincoagregados, que so vazios tanto interna quanto externamente, resultando narealizao de que o corpo, o corao e o universo no existem realmente, em umsalto sbito tanto sobre o mundano quanto sobre o supramundano, na destruiocompleta de todos os sofrimentos e na aquisio de uma independncia absoluta.J que o bodhisattva pode se liberar por meio disto, cada homem pode confiar e

    praticar nela.

    Por esta razo, o Honrado-pelo-mundo [Buddha Shakyamuni] falou para Shariputraapontar a maravilhosa atuao de Avalokiteshvara, a qual ele queria que todos osoutros conhecessem. Se fizermos a mesma contemplao, realizaremos em uminstante que nossos coraes basicamente possuem o brilho da sabedoria, tovasto, extensivo e permeador que ela brilha atravs dos cinco agregados que sofundamentalmente vazios.

    Aps esta realizao, onde os sofrimentos no poderiam ser aniquilados? Onde osgrilhes do karma seriam algemados? Onde estaria o argumento obstinado sobre oego e a personalidade, sobre o certo e errado? Onde estaria a discriminao entre

    falha e sucesso, entre ganho e perda? E onde estariam os embaraos em coisascomo riqueza e honra, pobreza e desonra?

    Shariputra!

    Este era o nome de um discpulo do Buddha. Shari o nome de um pssaro comolhos muito brilhantes e penetrantes. A me dele tinha os mesmos olhos brilhantese penetrantes, e foi chamada com o nome do pssaro. Ento o prprio nome deleera o filho [putra] de uma mulher que tinha olhos de shari. Entre os discpulos doBuddha, ele era o mais sbio. Portanto Shariputra foi chamado propositadamentepara realar o fato de que este ensinamento poderia ser dado apenas a um ouvintesbio.

    A forma no difere do vazio, nem o vazio da forma. A forma idntica ao vazio eo vazio idntico forma. Assim tambm so os cinco agregados em relao aovazio.

    Isto foi dito a Shariputra para explicar o significado da vacuidade dos cincoagregados. A forma foi apontada primeiro. Esta forma a aparncia do corpo queos homens consideram como sua posse. produzida pela cristalizao de seu

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    firme e sofrvel pensamento errneo. causada por manter o conceito de um ego,conceito este que o mais difcil de se quebrar.

    Agora, no comeo da meditao, a ateno deve ser dada a este corpo fsico que uma combinao fictcia de quatro elementos e que fundamentalmente no-existente. J que a sua substncia inteiramente vazia tanto por dentro quanto por

    fora, estamos ainda mais confinados dentro deste corpo e portanto ele no temimpedimento quanto ao nascimento-e-morte, assim como ao ir-e-vir. Este omtodo para quebrar a forma. Se a forma quebrada, os outros quatro agregadospodem, da mesma maneira, estar sujeitos introspeco profunda.

    O ensinamento sobre a forma que no difere do vazio tinha o objetivo de quebrar aviso do homem mundano de que a personalidade permanente [eternalismo]. Jque os homens mundanos acham que o corpo fsico real e permanente, elesfazem planos para um sculo sem realizar que o corpo irreal e no-existente, queest sujeito s quatro mudanas [nascimento, velhice, doena e morte] de momentoa momento, sem interrupo, at a velhice-e-morte, com o resultado ltimo de queele impermanente e de que finalmente retornar ao vazio. Este ainda o vazio

    relativo, em relao ao corpo e morte, e no alcana ainda o limite da leifundamental [o vazio absoluto]. Como a forma ilusria, feita de quatro elementos,basicamente no difere do vazio absoluto, o Buddha disse, "a forma no difere dovazio", o significado de que o corpo fsico fundamentalmente no difere do vazioabsoluto.

    Quando o Buddha disse, "o vazio no difere da forma", sua inteno era a dequebrar o conceito de aniquilao [niilismo]. Significa que o vazio absoluto no fundamentalmente diferente da forma ilusria, mas no um vazio relativo eaniquilador em oposio forma. Isto significa que a grande sabedoria o vazioabsoluto da realidade. Por qu? Porque o vazio absoluto comparvel a um grandeespelho, e todos os tipos de forma aparncia refletida nesse espelho. Se

    realizarmos que estes reflexos no esto separados do espelho, prontamenteentenderemos que "o vazio no difere da forma".

    Como o Buddha estava preocupado que os homens mundanos pudessem confundirestas duas palavras forma e vazio como sendo duas coisas diferentes, e deque na viso de sua igualdade eles pudessem no ter uma mente imparcial em suacontemplao, ele identificou a forma e a vacuidade uma com a outra na frase "aforma idntica ao vazio e o vazio idntico forma".

    Com a contemplao correta feita adequadamente e com a realizao resultante deque a forma no difere do vazio, no haver avidez por som, forma, riqueza eganho, e nenhum apego s paixes do cinco desejos surgidos dos objetos dos

    cinco sentidos s coisas vistas, ouvidas, cheiradas, degustadas ou tocadas. Isto o salto do estgio do bodhisattva para a ascenso instantnea ao estgio debuddha. Esta a outra margem.

    Shariputra, toda a existncia vazia, no h nem incio nem fim, nem pureza nemmcula, nem crescimento ou declnio. Portanto, com o vazio, no h forma, no hagregados; no h olho, ouvido, nariz, lngua, corpo e mente; no h forma, som,odor, sabor, toque e objeto do pensamento; no h conhecimento, ignorncia,

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    iluso e fim da iluso; no h sofrimento, declnio, morte, fim de sofrimento emorte; no h conhecimento, ganho e no-ganho.

    Esta uma explicao exaustiva da grande sabedoria para descartar todos oserros. O vazio real pode limpar todos os erros porque puro e claro e no contmuma nica coisa, pois dentro dele no h rastros dos cinco agregados e assim por

    diante.

    Como o reino do Buddha como o vazio e nada tem a se confiar, se a busca doestado bddhico confiar sobre uma mente que procura o ganho, o resultado noser verdadeiro porque, dentro da substncia do vazio absoluto, fundamentalmenteno h coisas como sabedoria [conhecimento] e ganho, pois o no-ganhorealmente o ganho real e ltimo.

    Como no h ganho, os bodhisattvas que confiam nesta sabedoria que vai alm,no tm mcula em suas mentes, e j que no tm mcula, eles no tm medo, solivres das idias contrrias e delusivas, e atingem o nirvana final.

    J que todas as coisas esto fundamentalmente na condio de nirvana, se ameditao for feita enquanto confiarmos no sentimento discriminativo e nopensamento, a mente e os objetos se amarraro um ao outro e nunca podero serdesemaranhadas dos vidos apegos resultantes, que so todas as mculas. Se ameditao for feita por meio da grande sabedoria, e a mente e os objetos comosendo no-existentes, todos os seus contatos resultaro apenas em liberao.Como a mente no tem mcula, no pode haver medo do nascimento-e-morte. Jque no h medo do nascimento-e-morte, tanto o medo do nascimento-e-morte e abusca do nirvana so idias contrrias e delusivas.

    Nirvana significa calma perfeita; em outras palavras, a eliminao perfeita das cincocondies fundamentais de paixo e deluso, e de alegria eterna na calma e

    extino da misria. Isto significa que apenas descartando todos os sentimentos de"santos" e "pecadores" que poderemos experienciar uma entrada para o nirvana.A auto-cultivao de bodhisattva feita por qualquer outro mtodo no seria correta.

    Todos os buddhas do passado, do presente e do futuro obtm a viso completa ea iluminao perfeita confiando na grande sabedoria. Ento sabemos que a grandesabedoria o grande mantra sobrenatural, o grande mantra brilhante, insupervel einigualvel, que pode limpar verdadeiramente e sem falha todos os sofrimentos.

    No apenas os bodhisattvas praticaram, mas tambm todos os buddhas dos trstempos se exercitaram para obter o fruto da iluminao completamente correta eperfeita. Tudo isto mostra que a grande sabedoria pode expulsar o demnio da

    aflio mundo por isso o grande mantra sobrenatural. Como pode quebrar aescurido da ignorncia, a causa do nascimento-e-morte, chamado de o grandemantra brilhante. J que nada h nos mundos mundano e supramundano quepossam super-la, chamado de o mantra insupervel. Como permite que osbuddhas-me produzam mritos ilimitados, e j que nenhuma coisa mundana esupramundana pode ser igual a ele apesar de ser igual a todos estes chamado de o mantra inigualvel.

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    Por que [a grande sabedoria] chamada de mantra? apenas para mostrar avelocidade de sua eficincia sobrenatural, como uma ordem secreta no exrcito quepode assegurar a vitria se for executada silenciosamente. O mantra pode quebraro exrcito de demnios no mundo, comparvel ao nctar que permite ao bebedorobter a imortalidade. Aqueles que o degustam podem dissipar o maior dosdesastres, causado pelo nascimento-e-morte. Portanto o Buddha disse, "ele pode

    eliminar todos os sofrimentos". Quando disse que verdadeiro e sem erro, elequeria dizer que as palavras do Buddha no so enganadoras e que os homensmundanos no devem cultivar suspeita sobre elas, mas sim decidir pratic-lasadequadamente.

    Gate Gate Paragate Parasamgate Bodhi Svaha.

    Antes de o mantra ser ensinado, a grande sabedoria foi ensinada exotericamente, eagora foi exposta esotericamente. Aqui no h espao para pensar e interpretar,mas a repetio silenciosa do mantra assegura a eficcia rpida; isso se fazpossvel pelo poder inconcebvel atravs do descarte de todo sentimento e daeliminao de toda interpretao. Os seres vivos que esto deludidos sobre ela

    usam-na para criar problemas por causa de seu pensamento errneo. Apesar de ausarem diariamente, no esto conscientes dela. Assim, ignorantes de sua prpriarealidade fundamental, eles continuam passando inutilmente por todos os tipos desofrimento. No uma pena? Se eles puderem ser instantaneamente despertospara si mesmos, podero voltar imediatamente a luz para dentro de si mesmos. Nopensamento de um momento, todas as barreiras de sentimento no mundo sequebraro, como a luz de uma lamparina que ilumina uma sala onde a escuridoexistiu por mil anos. Portanto, no h necessidade de recorrer a qualquer outromtodo.

    Os homens mundanos esto andando por um caminho perigoso e boiando em umoceano amargo, mas ainda no esto querendo olhar para a grande sabedoria.

    Realmente, suas intenes no podem ser adivinhadas! A grande sabedoria comouma espada afiada, que corta todas as coisas que a tocam to afiadamente que elasno sabem que so cortadas. Quem, alm dos sbios e santos, podem fazer usodela? Certamente, no os ignorantes.

    Han-shan Te-ch'ing Ta-shih (1576-1623)Zen e Terra Pura

    Extrado da Coleo de Perambulaes Onricas (chin. Meng-yu-chi)

    Depois que o Buddha Shakyamuni atingiu a iluminao, ele espalhou o Dharma e

    converteu os seres sencientes. Toda a assemblia qudrupla [de monges, monjas,leigos e leigas] obteve o benefcio do Dharma. Ele ensinou as pessoas de acordocom suas capacidades, usando diferentes mtodos expedientes para que todospudessem obter felicidade e sabedoria. Quando h chuvas nas horas certas, todasas rvores e ervas recebem umidade e florescem; do mesmo modo, todos os seressencientes tiram benefcios e crescem por si mesmos. H diferentes mtodos, mastodos brotam da mesma fonte. J que os seres sencientes so todos dotados com amesma natureza de Buddha, todos eles podem ser ensinados e transformados.Todos devem praticar de acordo com suas prprias capacidades. Mas os seres

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    sencientes ficam confusos se no tiverem ningum para gui-los. Sem orientao,eles se afogam no oceano do sofrimento.

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    Quando Hui-neng [o sexto patriarca do Zen] foi ver o quinto patriarca, eleperguntou, "De onde voc vem?" Hui-neng respondeu, "Venho de Ling-nan [sul daChina]." O quinto patriarca perguntou, "Os brbaros do sul tambm tm natureza deBuddha?" Hui-neng respondeu, "As pessoas distinguem entre norte e sul, mas anatureza de Buddha no tem norte ou sul."

    J que estas palavras foram proferidas, assim como o trovo para despertar todosos que hibernam, elas se espalharam pelo mundo. Mas poucas pessoasentenderam-nas e pouqussimas so iluminadas. Agora h mais de cem anos que oZen veio do sul da China e foi espalhado na terra pelo sexto patriarca, mas muitaspessoas ainda no podem entend-lo. Portanto, tambm so ensinados o samadhida recitao de Buddha [chin. nien-fo, jap. nenbutsu], a concentrao atenta e a

    visualizao do Buddha Amitabha.

    Para praticar a Terra Pura, devemos abominar a condio de sofrimento e procurarrenascer na Terra Pura ocidental [snsc. Sukhavati, a Terra Pura do BuddhaAmitabha]. Devemos praticar a recitao de Buddha todos os dias, nos curvar aoBuddha Amitabha e recitar os sutras de arrependimento. Os praticantes devem serfirmes em sua f, reduzir seu karma negativo dia aps dia e fazer um voto derenascer na Terra Pura ocidental. Qualquer um que possa realmente praticar destamaneira, mesmo que esteja vivendo neste mundo Saha de nascimento e morte, teruma meta significativa para a sua prtica.

    A palavra "Buddha" significa iluminado. Todos os seres sencientes tm a mesma

    natureza de Buddha. Todos podem ser iluminados. Algum que esteja confusosobre a natureza de Buddha um "ser senciente". Algum que esteja iluminadosobre sua natureza de Buddha chamado "Buddha". Quando recitamos o nome deBuddha, o Buddha Amitabha a nossa prpria natureza, a Terra Pura a Terra Purade nossa prpria mente. Qualquer um pode recitar atentamente o nome de Buddha,pensamento aps pensamento, e, concentrando-se mais e mais profundamente,sempre encontrar o Buddha Amitabha aparecendo em sua prpria mente. No necessrio procurar a Terra Pura muito longe, cem mil terras alm. Portanto, se amente for pura, a terra pura. Se a mente for maculada, a terra maculada. Se umpensamento ruim vier mente, ento muitos obstculos aparecero. Se um bompensamento surgir, a paz estar em todos os lugares. Assim, o cu e o infernoesto todos em nossa prpria mente.

    Todos os bons homens e mulheres pensam sobre o seu futuro e sobre o grandeassunto da vida e da morte. O tempo passa rapidamente e, uma vez que o corpohumano seja perdido, ele no poder ser recuperado nem mesmo em dez mil ons. como o sol e a lua passando pelo cu to rpidos quanto os dedos das tecels notear. O tempo no pode esperar por voc. Se perder a condio humana, nopoder obt-la novamente. Quando o momento final vier, ser muito tarde paraarrependimentos. No far qualquer bem a voc. Ento, todos devem se esforarpara evitar estado infeliz.

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    Os sutras ensinam que as pessoas comuns, os sbios e os santos so todosiguais. No h diferena. Apenas a mcula ou pureza da mente que diferente.Por esta razo, diz-se que "a mente, os Buddhas e os seres sencientes no sodiferentes uns dos outros". Uma mente pura Buddha, uma mente maculada umser senciente. Os Buddhas e os seres sencientes diferem apenas no nascimento ou

    no-nascimento de pensamentos [puros ou maculados].

    A mente inerentemente clara e pura, mas obstruda pela cobia, dio, estupidez,arrogncia, pelos cinco desejos e por muitos tipos de deluses. Portanto, aquelescom essas mentes so chamados seres sencientes. Se as mculas foremdescartadas e as mentes se tornarem puras, isso o estado bddhico. No necessrio depender dos outros. Porm, todos os seres sencientes carregam umkarma pesado; j que o tempo imemorial, tem sido difcil purificar suas mculas.

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    A fim de fazer isso, a maioria deles requer prtica, como meditao, trabalharsobre um wat ou recitao de Buddha. Por exemplo, um espelho, intrinsecamentebrilhante, no pode refletir qualquer coisa se estiver coberto com poeira. Paralimp-lo, um remdio requerido. Porm, o remdio em si tambm poeira, apesarde poder livrar outras coisas da poeira. Uma vez que o espelho esteja brilhante, noh mais necessidade de remdio. Isto como o ouro em seu minrio, coberto com asujeira e a poeira da areia e da pedra. Depois que for derretido e que o ouro puroaparecer, no h necessidade de fundi-lo novamente.

    difcil nos livrarmos da mente maculada caracterstica dos seres sencientes.Porm, isto pode ser feito atravs da prtica diligente. Quando isto for realizado, amente brilhante e imaculada aparecer. Portanto, diz-se que todos os seres

    sencientes so inerentemente Buddhas. Chamar aqueles que esto cheio demculas de "Buddhas" no errado.

    Praticar o Zen e meditar sobre um wat so mtodos importantes para atingir ailuminao. Infelizmente, hoje em dia pouqussimas pessoas praticamdiligentemente o bastante. porque tm razes superficiais e no podem seconcentrar sobre a prtica. Alm disso, sem um bom professor para dirigi-los, elesso facilmente desencaminhados. Devemos, portanto, praticar tanto a recitao deBuddha quanto o o Zen. Este um Dharma adequado e seguro. Algum que possapraticar a recitao de Buddha e que possa observar de onde o seu Buddha vem eaonde o seu Buddha vai com um perodo de tempo, ele vir a entender o que oestado de Buddha. Isto abrir a sua mente, permitindo que a sabedoria brilhante

    flua a partir do solo de sua prpria mente. Isto no diferente de meditar sobre umkan ou wat. Mas a prtica sincera e o trabalho duro so necessrios.

    Han-shan Te-ch'ing Ta-shih. Pure Land of the Patriarchs. Traduzido por Lok To.Sutra Translation New York: Committee of the United States and Canada, 1993. Pg.9-13.

    Nomes Vazios

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    Lin-chin (Rinzai)

    Todos os fenmenos mundanos e transcendentes no tm uma identidade fixa ereal por si mesmos, no tm uma natureza inerente. So apenas nomes vazios e osnomes so vazios tambm. Se voc continuar assim, aceitando estes nomes vazios

    como sendo coisas reais, estar cometendo um grande erro. Apesar de estarem l,so todos objetos e cenas dependentes da transformao. Tambm h essa coisade depender da iluminao, do nirvana e da liberao, depender dos trs corpos dobuddha, depender da sabedoria objetiva, depende dos bodhisattvas e buddhas. Oque voc est procurando das terras dependentes de transformao? At mesmoos ensinamentos escriturais em mltiplas partes dos trs veculos so apenas umpapel velho para limpar a sujeira. O Buddha uma iluso, uma apario. Osprofessores ancestrais foram apenas velhos monges.

    Voc no nasceu de sua me? Se procurar pelo buddha, voc controlado peladeluso "buddha". Se procurar pelos professores ancestrais, voc est amarradopela deluso "professores ancestrais". Enquanto estiver procurando, tudo isto

    sofrimento. Seria melhor no ter quaisquer preocupaes.

    H um tipo de monge careca que diz aos estudantes, "O Buddha o absoluto. Vocatinge a iluminao apenas depois da realizao dos resultados de trs onsimensurveis de cultivo da prtica." Boas pessoas, se vocs pensarem que oBuddha o absoluto, ento por que ele se deitou e morreu na idade de oitenta entreas rvores gmeas no bosque de Kushinagara? Onde est o Buddha hoje? claroque ele no nasceu e morreu diferente de ns. Voc pode dizer que as trinta e duasmarcas auspiciosas e as oitenta qualidades excelentes fazem-no um buddha e queum sbio rei que gira a roda [snsc. chakravartin] deve ser um tathagata. Mas vocdeve entender claramente que estas so apenas aparies ilusrias. O homem dopassado [chamado Fu] disse, "Os tathagatas tomam a forma corprea a fim de

    estarem de acordo com os sentimentos mundanos. Temendo que as pessoasformassem vises niilistas, ele estabeleceu provisoriamente alguns nomes vazios,falando temporariamente das trinta e duas marcas e das oitenta qualidadesexcelentes. Estas tambm so palavras vazias. Se houver um corpo, ele no ocorpo essencial da iluminao. A no-forma a verdadeira forma."

    Voc pode dizer que o Buddha tem seis poderes espirituais que so inconcebveis.Mas todos os deuses, mortais, semideuses e demnios poderosos tambm tmpoderes espirituais. Isto significa que eles so buddhas tambm? No se enganequanto a isto. Os semideuses batalharam com Indra, rei dos deuses, e quandoforam derrotados, reuniram sua hoste de oitenta e quatro mil e se esconderam emum orifcio de uma fibra de ltus. Isto no sobrenatural? Todos estes exemplos

    que citei so casos de poderes espirituais devido ao karma e dependentes [defabricaes]. No caso dos seis poderes espirituais do Buddha, no assim. Buddhaentra na forma, no som, no odor, no sabor, no toque e nos pensamentos sem serdeludido por eles. Assim, j que ele chegou vacuidade da forma, do som, do odor,do sabor, do toque e dos pensamentos, estes no podem amarrar a pessoaindependentes do caminho. Para ele, at mesmo o corpo maculado da forma,sensao, percepo, vontade e conscincia , em si mesmo, um poder espiritualpara caminhar sobre a terra.

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    Boas pessoas, o verdadeiro Buddha sem forma; o verdadeiro Dharma no temmarcas. O modo como esto agindo erguer modelos e padres baseados nastransformaes ilusrias [que foram colocadas provisoriamente nosensinamentos]. At mesmo se conseguirem algo a partir disto, vocs sero todosespritos de raposas selvagens. Este realmente no o verdadeiro buddhismo, massim a viso daqueles que esto fora [do caminho].

    As pessoas que estudam genuinamente o caminho no agarram buddhas,bodhisattvas ou arhats; no agarram os atingimentos de excelncia especial dentrodo mundo trplice. So transcendentes, livres e esto por si mesmos no soconstrangidos pelas coisas. At mesmo se a terra e o cu forem virados de cabeapara baixo, elas no esto em dvida. Se todos os buddhas das dez direesaparecerem diante delas, elas no sentem alegria. Se [todos os tormentos] dosfantasmas famintos, dos animais e dos seres nos inferno aparecerem diante delas,elas no sentem medo. Por que so assim? Eles vem a vacuidade de todos osfenmenos, que existe atravs da transformao e no existe sem ela. Vem que omundo trplice apenas mente e que a mirade de coisas so apenas conscincia.Portanto, por que se preocupar em agarrar [as coisas, que so apenas] iluses e

    aparies, semelhantes a sonhos?

    (The Recorded Saying of Linji. Traduzido por J.C. Cleary. Berkeley: NumataCenter for Buddhist Translation and Research, 1999. Lin-chi. Pg. 29-31.)

    A Barreira do Zen

    Wu-men (Mumon)

    Um monge perguntou a Shau-shou, Um cachorro tem natureza de buddha no?Shao-shou disse, Mu!

    Wu-men disse,

    Para estudar o Zen, vocs devem atravessar a barreira dos buddhas e dosprofessores ancestrais. Para [que se realize] a maravilhosa iluminao, vocsdevem chegar ao fim da estrada da mente. Se no penetrarem na barreira dosprofessores ancestrais, se no chegarem ao fim da estrada da mente, ento emtudo o que fizerem [procurando seguir o caminho de Buddha] vocs sero apenasum fantasma assombrando as florestas e campos.

    Mas me digam, o que a barreira dos buddhas e dos professores ancestrais? esta nica palavra Mu [chin. Wu, nada, no] esta a barreira do Zen. por isto

    que chamada a Barreira do Porto de Mu [chin. Wu-men-kuan, jap. Mumonkan] daescola Zen. Se puderem atravess-la, no apenas vero Shao-shou em pessoa, mastambm sero capazes de andar juntos, de mos dadas, com todas as geraes deprofessores ancestrais. Juntaro as sobrancelhas com os professores ancestrais,vero atravs dos mesmos olhos e ouviro atravs dos mesmos ouvidos. Noficaro felizes?

    Algum de vocs quer atravessar a barreira? Apenas faam surgir uma massa dedvidas atravs de todos os seus corpos, extendendo-a atravs de seus trezentos e

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    sessenta ossos e oitenta e quatro mil poros, assim que chegarem para agarrar estapalavra Mu. Tragam-na e mantenham sua ateno nela dia e noite. No a entendamcomo um nada vazio e no a entendam como se vocs tivessem engolido uma bolade ferro vermelha e quente que no podem cuspir. Depois de um longo tempo,vocs se tornam totalmente puros e amadurecem; o interior e o exterior soespontaneamente fundidos em um. como ser um mudo e ter um sonho vocs

    s podem conhec-lo para si mesmos.

    Subitamente vem, estremecendo o cu e a terra. como pegar a espada de umgrande general em suas mos vocs cortam os buddhas e professoresancestrais assim que os encontram. No limiar na vida e da morte, encontram agrande independncia soberana; vagam vontade no samadhi entre todos asordens de seres em todos os planos de existncia.

    Mas como traro [o Mu de Shao-shou] e mantero sua ateno nele? Tragam apalavra Mu com toda a sua fora vital. Se fizerem isto adequadamente, seminterrupo, ser como uma lamparina da verdade uma vez acessa, ela brilha.

    Quando Ta-mei perguntou, O que o Buddha?Ma-tsu disse, A mente em si o Buddha.

    Wu-men disse,

    Se puderem compreender toda a cena diretamente, ento vocs estaro vestindo asroupas de um Buddha, comendo a comida de um Buddha, falando as palavras deum Buddha e levando a prtica de um Buddha. Ento vocs sero um Buddha.

    Uma vez, quando um monge perguntou, O que o Buddha?Ma-tsu respondeu, No a mente, no o Buddha.

    Wu-men disse,

    Se vocs puderem ver dentro disto, seu trabalho de aprendizado estar completo.

    Quando encontrarem um espadachim na estrada, mostrem-lhe [sua espada].Se no encontrarem um poeta, no mostrem [seus versos].Se encontrem algum, diga trs quartos [da verdade];No devem dar ela toda.

    Nan-ch'an disse, A mente no o buddha. A sabedoria no o caminho.

    Wu-men disse,

    Poderamos dizer que Nan-ch'an, apesar de ser um homem velho, no tem sensode vergonha. Assim que abriu sua boca fedorenta, exps a feira de sua famliapara o mundo exterior. Mesmo assim, poucos apreciaram sua benevolncia.

    O cu clareia o cu, o sol aparece;A chuva cai, o cho fica molhado.

    Ele explicou completamente a situao toda

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    Mas temo que vocs no sejam capazes de acreditar nele totalmente.

    (Wumen's Gate. Traduzido por J.C. Cleary. Berkeley: Numata Centerfor Buddhist Translation and Research, 1999. Pg. 71-72, 94, 97-98.)

    A Mente nica

    Huang-po Hsi-yun

    Todos os buddhas e todos os seres comuns nada mais so do que a mente nica. Amente sem incio e sem fim, no-nascida e indestrutvel. No tem cor nem forma,no existe nem no-existe, no velha nem nova, longa ou curta, grande oupequena, j que transcende todas as medidas, limites, nomes e comparaes. oque vocs vm diante de vocs.

    Comecem a pensar sobre isso e imediatamente estaro errados. como um vazio

    ilimitado, que no pode ser sondado ou medido. A mente nica o Buddha, e noh distino entre o Buddha e os seres comuns, exceto pelo fato de que os serescomuns esto apegados s formas, e assim procuram pela natureza bddhica comose ela estivesse fora deles mesmos. Por causa desta procura, eles perdem anatureza bddhica, j que esto usando o Buddha para procurar o Buddha, usandoa mente para procurar a mente. Mesmo que continuem por um milho de ons,nunca sero capazes de encontr-la. No sabem que o que todos eles tm de fazer colocar um fim ao pensamento conceitual, e ento o Buddha aparecer diantedeles, pois esta mente o Buddha e o Buddha so todos os seres sencientes. No menos para os seres manifestos nas coisas comuns, nem mais para os seresmanifestos nos Buddhas.

    Sua natureza verdadeira algo que nunca se perder nos momentos da iluso, nemse ganhar no momento da iluminao. Ela da natureza da essencialidade. Nela,no h nem a iluso nem a compreenso correta. Preenche o vazio em todas aspartes e intrinsecamente da substncia da mente nica. Como, ento, os objetoscriados pela mente poderiam existir fora do vazio? O vazio fundamentalmentedesprovido de dimenses espaciais, aflies, atividades, iluses ou dacompreenso correta. Vocs tm que compreender claramente que nele no h nemcoisas, nem homens e nem Buddhas, pois este vazio no contm o menor fio decabelo de qualquer coisa que possa ser vista especialmente. De nada depende e anada est apegado. A tudo embebe e possui beleza imaculada. Existe em si mesmo, o absoluto no-criado. Ento, como poderia haver a discusso, "se o Buddha realno tem boca e no prega qualquer Dharma, ou se o escutar real no requer

    ouvidos, quem poderia escut-lo?" Ah, eis uma jia que est alm de qualquerpreo!

    Esta mente pura, que a fonte de todas as coisas, brilha eternamente com aradiao de sua prpria perfeio. Mas a maioria das pessoas no est conscientedisso e pensa que a mente apenas a faculdade que v, ouve, sente e conhece.Cegados pela suas prprias vises, audies, sentimentos e conhecimentos, elesno percebem a radiao da fonte. Se pudessem eliminar todo pensamento

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    conceitual, esta fonte apareceria como o sol, brilhando no cu vazio e iluminandotodo o universo.

    Portanto vocs, estudantes do caminho, que procuram compreender atravs daviso, da audio, do sentimento e do conhecimento: quando suas percepes socortadas, seu caminho para a mente ser cortado e vocs no encontraro qualquer

    lugar para entrar. Apenas realizem que, apesar da mente se manifestar nestaspercepes, ela no parte delas, nem est separada delas. Vocs no devemtentar analisar estas percepes, nem pensar sobre elas; vocs no devemprocurar a mente nica fora delas. No se prendam s percepes, nem as deixempara trs; no permanea nelas, nem as rejeitem. Acima, abaixo e em todos oslugares ao redor de vocs, todas as coisas aparecem espontaneamente, pois noh qualquer coisa que esteja fora da mente do Buddha.

    A Cano da Mente

    Hsin-ming por Niu-t'ou Fa-jung (594-657)

    A natureza da mente no-surgimento;Que necessidade h de conhecimento e vises?Originalmente, no h um nico fenmeno;Por que discutir inspirao e treinamento?

    Vindo e indo sem incio;Ao ser procurada, no vista.No h necessidade de fazer coisa alguma; brilhante, calma, auto-aparente.

    O passado como o espao vazio;Conhea qualquer coisa e o princpio bsico perdido.Lanando uma luz clara sobre o mundo,Iluminando, porm obscurecida.

    Se a mente unidirecionada for impedida,Todos os fenmenos sero mal compreendidos.Vindo e indo assim,H necessidade de investigao completa?

    Surgindo sem a marca do surgimento,Surgimento e iluminao so o mesmo.

    Desejando purificar a mente,No h mente para o esforo.

    Atravs do tempo e do espao, nada iluminado;Isto o mais profundo.Conhecer os fenmenos no-conhecer;No-conhecer conhecer o essencial.

    Usando a mente para manter a quietude,

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    Voc ainda falha em deixar a doena.Nascimento e morte esquecidos Esta a natureza original.

    O princpio mais elevado no pode ser explicado;No est livre nem preso.

    Vivamente e sintonizado com tudo,Est sempre bem diante de voc.

    Nada h sua frente;Nada, mas tudo conforme o usual.No rotule a sabedoria para examin-la;A substncia em si vazia e obscura.

    Os pensamentos surgem e passam,O que precede no diferente do que o sucede.Se o pensamento que sucede no surge,O pensamento que precede corta a si mesmo.

    No passado, presente e futuro, nada h;No h mente, no h Buddha.Os seres sencientes so sem mente;A partir da no-mente, eles se manifestam.

    Distinguindo entre profano e sagrado,Suas irritaes florescem.Dividir cabelos desvia do eterno.Procurando o real, voc abandona o verdadeiro.

    Descartar ambos a cura,

    Transparente, brilhante, pura.No h necessidade de trabalho duro ou de habilidade;Limite-se s aes de um beb.

    Conhecendo alertamente,A rede de vises abunda.Calma sem viso,No se movendo em uma sala escura.

    Despertando sem vagar,A mente tranqila, porm brilhante.Todos os fenmenos so reais e eternos,

    Profusos, porm de uma nica forma.

    Indo, vindo, sentado, de p,No se apegue a coisa alguma.Afirmando nenhuma direo,Pode haver partir e entrar?

    No h nem unificao nem disperso,Nem lento nem rpido.

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    Quando na confuso, voc deve descartar os afazeres;Iluminada, no faz diferena.

    Originalmente, nada h a obter; agora, que utilidade h em descartar?Quando algum afirma ver demnios,Podemos falar da vacuidade, porm os fenmenos esto l.

    No destrua as emoes das pessoas comuns; apenas ensine a cessao dospensamentos.

    Quando os pensamentos se vo, a mente abolida;Quando a mente se vai, a ao terminada.No h necessidade de confirmar a vacuidade;Naturalmente, h compreenso clara.

    Extinguindo completamente o nascimento e a morte,A mente profunda entra no princpio.Abrindo seus olhos e vendo formas,A mente surge de acordo com o ambiente.

    Dentro da mente, no h ambiente.Dentro do ambiente, no h mente.Use a mente para extinguir o ambienteE ambos sero perturbados.

    Com a mente calma e o ambiente assim,Sem descartar, sem agarrar,O ambiente extinto junto com a mente.A mente desaparece junto com o ambiente.

    Quando nenhum surge,

    H tranqilidade e brilho ilimitado.O reflexo da iluminao apareceNa gua eternamente clara da mente.

    A natureza do mrito como um ingnuo:No estabelece proximidade e distncia.Favor e desgraa no a mudam;No escolhe a sua morada.

    Todas as conexes cessam subitamente;Tudo esquecido.O dia eterno como a noite,

    A luz eterna, como o dia.

    Externamente, como um tolo completo,Internamente, a mente vazia e real.Aqueles que no so movidos pelo ambienteSo fortes e grandes.

    No h nem pessoas nem viso;Sem viso, h aparncia constante.

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    Penetrando completamente todas as coisas.Sempre permeou todos os lugares.

    O pensamento traz falta de clareza,Afundando e confundindo a mente.Use a mente para parar a atividade

    E ela se torna ainda mais instvel.

    Os dez mil fenmenos esto em todos os lugares,Mas h apenas uma porta.Nem entrando, nem saindo,Nem quieta, nem barulhenta.

    A sabedoria dos santos e realizados solitriosNo podem explic-la.De fato no h uma nica coisa;Apenas a sabedoria maravilhosa existe.

    A face original ilimitada;No pode ser aprovada pela mente.A verdadeira iluminao no iluminao,A verdadeira vacuidade no vacuidade.

    Todos os buddhas do passado, do presente e do futuroMontam sobre este princpio bsico.A ponta de um cabelo deste princpio bsicoContm mundos to numerosos quanto as areias do Ganges.

    No se preocupe com coisa alguma;Fixe a mente em lugar algum.

    Fixando a mente em lugar algum,O brilho ilimitado mostra a si mesmo.

    Tranqila e no-emergente,Livre no espao e tempo ilimitados.Para o que quer que faa, no h obstruo;Ir e permanecer so iguais.

    O sol da sabedoria tranqilo,A luz do samadhi brilhante.Iluminando o jardim das no-formas,Brilhando sobre a cidade do nirvana.

    Depois que todos os relacionamentos so esquecidos,A mente compreendida e estabelecida em substncia.No surgindo do assento do Dharma,Dormindo pacificamente em uma sala vazia.

    Tirar prazer do caminho calmante,Vagando livre e fcil na realidade.Sem ao e com nada a atingir,

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    Confiando em nada, manifestando naturalmente.

    As quatro mentes ilimitadas e as seis perfeiesEsto todas no caminho do veculo nico.Se a mente no-nascida,Os fenmenos no diferiro uns dos outros.

    Sabendo que o surgimento no-surgimento,A eternidade aparece agora.Apenas o sbio compreende,Nenhuma palavra pode explicar a iluminao.

    Acalmando a Mente

    Hsi-hsin-ming por Shih Wang Ming (sc. VI)

    Muito conhecimento conduz super-atividade;

    melhor acalmar a mente.Quando mais voc considera, maior a perda; melhor unificar a mente.

    O pensamento excessivo enfraquece a vontade;Quando mais voc sabe, mais a sua mente fica confusa.Uma mente confusa faz surgir a irritao;O enfraquecido obstruir o caminho.

    No diga que no h mal nisso;A dor resultante pode durar para sempre.No pense que nada h a temer;

    As calamidades agitam-se como as bolhas em uma panela fervente.

    A gua gotejando incessantementePreencher os quatro oceanos.As manchas de poeira no varridasSe tornaro as cinco montanhas[Ching-shan, Pei-shan, Nan-shan, a montanha do rei Ashoka e T'ai-po-shan].

    Proteja os galhos para salvar as razes;Apesar de ser uma questo pequena, no trivial.Feche os sete orifcios [os dois olhos, os dois ouvidos, as duas narinas e a boca],Fecha os seis sentidos [a viso, a audio, o olfato, o paladar, o tato e a

    conscincia].

    No preste ateno s formas,No oua os sons.Ouvindo os sons, voc se torna surdo;Observando as formas, voc se torna cego.

    A literatura e a arteNada mais so que mosquitos ocupados no ar;

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    A tcnica e a habilidade,Uma lamparina solitria ao sol.

    Aqueles capazes e talentososSo realmente companheiros estpidos.Descartando o puro e o simples,

    Eles afogam muita beleza.

    A conscincia um cavalo indomado,A mente um macaco teimoso.Se a mente estiver superativa,O corpo ficar doente e morrer.

    A conduta errnea termina na deluso;Aqueles que seguem por este caminho tornam-se atolados na lama.Considerar a habilidade como preciosa chamado "confuso".

    Exagerar a indelicadeza e a habilidade arqueadaNo conduz grande virtude.De muita fama, mas com pouca contribuio,Suas reputaes desintegram-se rapidamente.

    Meramente ler livrosNo de valor duradouro.Ser orgulhoso internamenteTraz a inimizade dos outros.

    Usar a falaOu palavras escritas

    Para ganhar o louvor dor outros algo muito repulsivo.

    O que as pessoas comuns consideram como auspiciosoO sbio toma como mal.O deleite obtido passageiro,Mas a tristeza duradoura.

    Esteja consciente das sombras e rastros;Quando mais voc os deixar, melhor.Sentando-se ereto sombra de uma rvore,Nem rastros nem sombras permanecem.

    As preocupaes do nascimento e o estresse da velhiceSo produtos dos seus prprios pensamentos.Se o pensamento da mente for terminado,O nascimento e a morte sero cortados para sempre.

    No morto, no nascido,Sem forma ou nome,O caminho vazio e tranqilo.

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    Os fenmenos mirades so iguais.

    O que de valor? O que barato?Onde est a vergonha ou a glria?O que excelente ou inferior?Como pode haver pesado e leve?

    O cu claro coloca pureza na vergonha.Nenhum brilho compara-se ao sol brilhante.Estvel como o monte T'ai,Firme como um muro dourado.

    Respeitosamente apresento este poema a todos os virtuosos,De modo que este caminho permanea para sempre.

    (Adaptado de Sheng-yen, The poetry of enlightenment: Poems by ancientCh'an Masters. Elmhurst: Dharma Drum Publications, 1987. Pg. 9-12.)

    Cano da Cabana de Grama

    Shih-t'ou Hsi-ch'ien

    Constru uma cabana de gramaSem qualquer coisa de valor em seu interior.Aps uma boa refeio, gosto de tirar uma boa soneca.A palha de grama ainda parece nova;Quando ela estragar, adicionarei palha fresca no teto.A pessoa dentro da cabana est sempre presente,Mas voc no a encontrar dentro ou fora.

    Ele no se mostra s pessoas mundanasE no gosta das coisas que elas gostam.Esta pequena cabana contm o universo inteiroE meu corpo fsico est integrado com ela.Os grandes bodhisattvas no duvidam de minhas idias,Apesar de os humanos poderem pensar que elas so estranhas.Se voc disse que minha cabana parece miservel,Responderei que a Mente nica permanece bem onde ela est.No leste ou no oeste, no norte ou no sol,Um fundamento slido o que conta.

    Com pinheiros verdes projetando-se sobre o teto

    E janelas brilhantes nas paredes,Nem mesmo um palcio real pode se comparar minha cabana.Com o manto de um monge sobre meus ombrosE um chapu sobre minha cabea, no tenho quaisquer preocupaes.No que eu me louve por viver aqui,Como um mercador empurrando seu produto; que, quando o crepsculo vem,Minha mente ilimitada desde a frente at atrs.

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    Lendo as palavras, voc deve compreender a grande realidade.

    No julgue por quaisquer padres.

    Se voc no v o caminho, voc no o v nem mesmo ao andar sobre nele.

    Quando voc anda pelo caminho, ele no est perto, no est longe.

    Se estiver deludido, voc estar a rios e montanhas de distncia dele.

    Respeitosamente digo queles que querem ser iluminados:

    No percam seu tempo, nem de dia, nem de noite.

    A mente do grande sbio da ndia transmitida intimamente do oeste par o leste.

    Enquanto as faculdades humanas so aguadas ou estpidas,

    O caminho no tem ancestrais do norte ou do sul.

    A fonte espiritual brilha claramente na luz;Os rios ramificados fluem na escurido.

    Agarrar as coisas certamente deluso;Estar de acordo com a igualdade ainda no a iluminao.

    Todos os objetos dos sentidos interagem e no interagem.

    Interagir traz envolvimento;De outra forma, cada um mantm o seu lugar.

    As vises variam em qualidade e forma,Os sons diferem como agradveis ou desagradveis.

    As falas refinada e comum vm juntas na escurido,Frases claras e escuras so distinguidas na luz.

    Os quatro elementos retornam s suas naturezasAssim como uma criana que volta para a sua me;O fogo aquece, o vento se move, a gua molha, a terra slida.

    Olho e vises, ouvido e sons, nariz e odores, lngua e sabores;

    Assim, com cada e toda coisa,Dependendo destas razes, as folhas se espalham.

    Tronco e galhos compartilham a essncia;O reverenciado e o comum, cada um tem sua fala.

    Na luz h escurido, mas no a tome como escurido;Na escurido h luz, mas no a veja como luz.

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    A luz e a escurido opem-se uma outraCom os ps da frente e e trs ao andar.

    Cada uma das coisas mirades tem seu mrito,Expresso de acordo com a funo e lugar.

    Os fenmenos existem, caixa e tampa se encaixam,O princpio responde, as pontas das flecha encontram-se.

    Ouvindo as palavras, entenda o significado;No estabelea padres seus.

    Se no entender o caminho diante de voc,Como conhecer o caminho conforme voc anda?

    O progresso no uma questo de distante ou prximo,Mas se estiver confuso, as montanhas e rios bloquearo seu caminho.

    Respeitosamente peo queles que estudam o mistrio No passem seus dias e noites em vo.

    A mente do grande imortal indianoFoi transmitida esotericamente do oeste para o leste.

    A capacidade das pessoas pode ser estpida ou aguada,Mas no caminho no h ancestrais do norte e do sul.

    A fonte espiritual brilhante e pura,Ramificando-se para fora e para dentro na escurido que flui.

    O apego aos fenmenos sempre foi compulso,Mas a unio com o princpio no a iluminao.

    Toda porta [do Dharma] inclui todos os reinos,Algumas interagem mutuamente, outras no.

    A reao aumenta o envolvimento mtuo;No deve haver confiana sobre a permanncia em um lugar.

    Da forma original vm formas e imagens;Do som primrio vm prazeres e dores.

    No obscurecimento, as palavras dos [caminhos] elevado e mdio esto de acordo;Na lucidez, a pureza ou a impureza de expresso so aparentes.

    Os quatro grandes elementos retornam sua naturezaAssim como uma criana que encontra sua me.

    O fogo queima, o vento se move e chacoalha,A gua umedece, a terra solidifica.

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    Olhos-formas, ouvidos-sons,Nariz-odores, lngua-salgado e azedo.

    De acordo com cada fenmeno,A raiz faz surgir a folhas separadas.

    Raiz e galhos devem retornar ao princpio bsico;Honorvel e inferior so meramente palavras.

    No meio do brilho, h escurido;No tome a escurido como escurido.

    No meio da da escurido, h brilho;No tome o brilho como brilho.

    Brilho e escurido correspondem-se,Como um passo seguindo o outro.

    Todas as coisas tm sua prpria funo,Dependendo do seu uso e localizao.

    Os fenmenos armazenam selam, cobrem, combinam;O princpio produz uma flecha, o cabo da espada, o basto.

    Os ensinamentos recebidos devem ser reconciliados com o princpio bsico;No estabelea suas prprias regras.

    Usando seus olhos, o passado perdido;Usando seus ps, como voc poderia conhecer a estrada?

    Movendo-se para frente, no h prximo ou distante;A confuso cria montanhas e rios de obstrues.

    Imploro queles que investigam o misterioso No percam seu tempo!

    http://zen.dharmanet.com.br/sandokai.htm

    Shdka

    O Cntico da Iluminao, chin. Cheng-tao-ko

    Voc conhece aquele homem tranqilo,Que est andando pelo caminho, alm do aprendizado,Cujo estado a no-ao, sem evitar a fantasia, sem procurar a verdade?Ele sabe que a natureza real da ignorncia a prpria natureza de BuddhaE que o corpo ilusrio e vazio o prprio Dharmakaya.

    Quando se desperta completamente para o Dharmakaya,

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    No h mais qualquer coisa.A fonte de todas as coisas, que vem da prpria natureza, o Buddha em seu aspecto absoluto.Os cinco agregados vm e vo, como meras nuvens no cu vazio;Os trs venenos aparecem e desaparecem,Como bolhas na superfcie do mar.

    Quando se compreende a realidade,No h diferenciao entre sujeito e objeto;O karma que levaria ao sofrimento infinito do infernoDesaparece em um instante.Se esta for uma mentira para enganar os seres sencientes,Que a minha lngua seja cortada por tantas erasQuanto os inmeros gros de poeira.

    Uma vez que a mente desperta para o Zen do Tathagata,As seis perfeies e as dez mil boas aesJ estaro totalmente completas em ns.

    Em nosso sonho, vemos claramente os seis reinos da iluso;Aps despertarmos, tudo est vazioE nem mesmo os inumerveis universos podero ser encontrados.

    Aqui no h tristeza, nem felicidade, nem perda, nem ganho;Nada pode ser encontrado no meio do nirvana. como o espelho empoeirado que nunca foi polido;Agora o momento de limp-lo completamente, de uma vez por todas.

    Quem tem o no-pensamento? Quem o no-nascido?Se ns somos verdadeiramente no-nascidos,Tambm no somos no-nascidos.

    Pergunte a um fantoche se no assim.Como poderamos obter a prpria realizaoAtravs das aes virtuosas ou procurando o Buddha?

    Libere os quatro elementos, no se apegue a coisa alguma;Beba e coma como quiser no meio do nirvana.Veja tudo como impermanente e completamente vazio;Isto a grande e perfeita iluminao do Tathagata.

    Um verdadeiro monge totalmente convicto;Se voc no for, por favor me pergunte a respeito.Ir diretamente raiz de tudo isto o prprio objetivo do selo de Buddha.

    No posso ajudar aquele que procura folhas e galhos.

    As pessoas desconhecem a jia ManiQue est profundamente incrustada no Tathagatagarbha;A funo dos seis sentidos, que ela realiza, vazia e no-vazia;Dela emana a luz perfeita que tem a forma e a no-forma.

    As cinco vises so purificadas e os cinco poderes so obtidosAo se realizar o que est alm dos conceitos.

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    No difcil reconhecer imagens em um espelho,Mas quem pode segurar o reflexo da lua na gua?

    Sempre indo sozinho, sempre caminhando sozinho,O desperto anda pelo caminho livre do nirvana Como a antiga melodia que clara, com a mente elevada,

    A aparncia desalinhada, o corpo forte e magro,Passando desapercebido pelo mundo.

    Sabemos que os filhos de ShakyaSo pobres em corpo, mas no na mente do caminho.Em sua pobreza, o corpo vestido em trapos,Mas sua mente do caminho tem dentro de siA jia que no tem preo.

    Esta jia, que no tem preo, no se gasta,Apesar deles a usarem sem restries para ajudar os outros,De acordo com as suas necessidades.

    Os trs corpos e as quatro sabedorias esto realizadas dentro dela,As oito liberaes e os seis poderes universais esto marcados nela.

    Os superiores despertam de uma vez por todas,Os inferiores so muito instrudos, mas tm muitas dvidas.Remova as vestes sujas de sua mente;Para que exibir seu esforo exterior?

    Deixe que te critiquem, deixem que te ofendam;Aqueles que tentam colocar fogo nos cus com uma tochaAcabam apenas cansando a si mesmos.Ouo seus escndalos como se fossem um nctar;

    Tudo se dissolve instantaneamente e entro no reino que est alm dos conceitos.

    Por causa disso, as palavras ofensivas so bnosE os difamadores so bons amigos.Aceitando a crtica e a difamao,Desenvolve-se o poder da compaixo do no-nascido.

    Realize tanto a transmisso quanto os ensinamentosE o brilho da lua cheia da meditao e da sabedoriaSer perfeito e desimpedido pelo vazio.No apenas eu realizei esta iluminao completa,Mas todos os buddhas, incontveis como as areias do Ganges,

    Tornam-se despertos exatamente da mesma forma.

    O rugir do leo do Dharma destemidoDespedaa os crebros dos cem animais medrosos.Mesmo o elefante perfumado foge, esquecendo sua dignidade;Apenas o drago celestial ouve calmamente, com silncio e alegria.

    Atravessei muitos mares e rios, vaguei por montanhas e correntezas,Visitando mestres, buscando o caminho e penetrando nos segredos do Zen;

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    Mas desde que reconheci o caminho de Ts'ao-ch'i,Conheo o que est alm do nascimento e da morte.

    Andar Zen, sentar Zen;Falante ou silencioso, em movimento ou parado, a essncia a paz.Mesmo ameaada por espadas e lanas, a mente serena;

    Mesmo ameaada por venenos, no se consegue perturbar sua calma.

    Nosso mestre, Shakyamuni, encontrou o Buddha Dipankara e,Por muitas eras, praticou como asceta Kshanti.Indo por muitos nascimentos e mortes,Sou sereno neste ciclo, no h fim para ele.

    J que realizei subitamente o Dharma do no-nascido,No tenho razo para ter felicidade na alegria e tristeza na desgraa.Entrei nas montanhas profundas do silncio e da beleza;Em um vale profundo, entre altos penhascos, sento sob os velhos pinheiros;A meditao em minha humilde cabana monstica tranqila e confortvel.

    Quando voc desperta verdadeiramente,Tudo compreendido e nenhum esforo mais necessrio;Voc no pode encontrar esta liberdade no mundo da ao.O mrito da generosidade apegada traz a recompensa de renascer no paraso,Mas isso como atirar um flecha para o cu;Quando a fora se exaurir, ela cair na terra e tudo dar errado.

    Por que isso seria melhor do que a realidade da no-ao,Que est acima de todos os esforos,E que realiza instantaneamente o estgio do Tathagata?Segure apenas a raiz e no se preocupe com os galhos;

    como a bacia de cristal que reflete a lua brilhante.

    Agora, que compreendi o que esta jia Mani,Utilizo-a para trazer benefcios sem fim, para mim e para todos.A lua brilhante se reflete no rio, o vento sopra entre os pinheiros;Onde est o distrbio nesta longa e bela noite?

    A jia da tica da natureza de BuddhaEst incrustada na minha mente.Meu manto a nvoa, o orvalho e as nuvens;O pote aquele que pacificou os drages ferozes;O basto aquele que separou os tigres briguentos

    Com o som o claro que tine das argolas de metal.Estes no so meros smbolos, relquias da histria;So os traos distintos do basto sagrado do Tathagata.

    O desperto no procura a verdade, no corta a deluso;Ele percebe claramente que as dualidades so vazias e sem forma,Mas esta no-forma no vazia nem no-vazia.Esta a forma verdadeira do Tathagata.

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    A mente um espelho que reflete a pura luz brilhante sem obstculos,Que penetra em todos os mundos, incontveis como as areias do Ganges;Nela so refletidas todas as coisas do universo,Brilhando como jias perfeitas, sem interior ou exterior.

    Negar o vazio negar a condicionalidade;

    Isto causa confuso e certamente traz problemas.O mesmo verdade sobre aquele que rejeita o ser e se apega ao no-ser,Que salta sobre o fogo ao escapar da gua.

    Tentando obter a verdade ao rejeitar a deluso,Acaba-se caindo no erro do artifcio, originando um mente discriminativa.Um discpulo que faz isto com sua prticaConfunde um ladro com o seu prprio filho.

    A perda do mrito e a destruio do tesouro do DharmaVem unicamente da mente dualista e discriminativa.Por isso, os praticantes do Zen so ensinados a ter

    Uma realizao completa da natureza da mente,Para que, por meio da viso sbia,Possam realizar instantaneamente o no-nascido.

    Aquele de grande energia usa a espada da sabedoria,Cuja flamejante lmina de diamante corta todas as coisas.Ela no apenas destri conhecimento intil,Mas tambm extermina o esprito dos demnios.

    Ele faz soar o trovo do Dharma, ele toca o tambor do Dharma,Ele espalha as nuvens de compaixo e faz cair a chuva de nctar;Como um elefante ou um drago, ele beneficia incontveis seres;

    Os trs veculos conduzem os cinco tipos de seres iluminao.

    No alto dos Himalayas, cresce apenas a erva Fei-ni;As vacas que dela se alimentam produzem um leite puro e delicioso,E desses alimentos eu me deleito continuamente.Uma natureza completa permeia todas as naturezas;Um Dharma universal inclui todos os Dharmas.

    Uma lua refletida em muitas guas;Todas as luas na gua vm da lua nica.O Dharmakaya de todos os Buddhas permeia minha prpria natureza,E minha natureza tornou-se una com o Tathagata.

    Um nvel contm completamente todos os nveis;No forma, nem mente, nem ao.Em um estalar de dedos, oito mil ensinamentos so realizados;Em um momento, o mal de trs ons destrudo.

    Proposies da lgica no so verdadeirasE no tm qualquer coisa em comum com minha sabedoria,Que est alm do louvor, alm da censura,

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    Assim como o prprio espao, que no tem limites.

    Bem aqui, ela est completamente cheia e serena;Ela perdida ao ser procurada.

    Voc no pode agarr-la, voc no pode abandon-la;

    Mas, se no fizer coisa alguma, ela segue o seu prprio caminho.Se permanecer em silncio, ela fala;Na fala voc ouve o seu silncio.O grande caminho da caridade est totalmente abertoE no h obstculos em sua entrada.

    Se algum perguntar o que ensino e compreendo,Respondo que o poder da grande sabedoria.Afirme ou negue, como quiser, ela est alm da capacidade humana;Pode andar a favor, pode andar contra Nem mesmo o cu no pode medi-la.

    Passei em meditao por muitas ons;No digo isso sem fundamento, para engan-lo.Levantei o estandarte do Dharma e apresento o ensinamentoDo Dharma do Buddha, que encontrei com Ts'ao-ch'i.

    Mahakashyapa foi o primeiro na linha de transmisso,Vinte oito ancestrais o seguiram, no oeste;Atravs dos mares e rios, at chegar nossa terra,Bodhidharma veio como o nosso primeiro ancestral;Como sabemos, seu manto aqui passou por seis ancestrais,E incontveis pessoas realizaram o caminho.

    A verdade no necessariamente estabelecida;O falso basicamente vazio.Coloque de lado tanto a existncia quanto a no-existncia,E ento o no-vazio vazio.Os vinte tipos de vazio no tm base,E a unidade do Tathagata naturalmente a mesma.

    A mente um dos sentidos, as coisas so seus objetos;Esta dualidade como a poeira sobre o espelho.Quando a poeira removida, o espelho comea a brilhar;Quando tanto a mente quanto os fenmenos so esquecidos,A natureza manifesta sua vacuidade.

    , esta a era do fim do Dharma, e o mundo est cheio de males;As pessoas so desafortunadas e acham difcil o auto-controle.Aos longo dos sculos, desde os tempos de Shakyamuni, as vises falsas soprofundas,Os demnios so fortes, o Dharma fraco,O dio est em todo lugar, os prejuzos so muitos.

    As pessoas ouvem o ensinamento de Buddha sobre o despertar instantneo;

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    Se eles o aceitassem, os demnios seriam esmagados facilmente,Como cacos de uma telha quebrada.Mas eles no o aceitam, que lamentvel!

    Sua mente a fonte da ao e o corpo o sofredor da calamidade;No censure ou acuse os outros por algo que s pertence a voc.

    Se voc no quer o sofrimento contnuo,No fale mal da verdadeira roda do Dharma do Tathagata.

    Na floresta de sndalo, no h outras rvores.Apenas o leo vive nas florestas profundas,Habitando livremente em um estado de paz.Os outros animais e pssaros ficam muito longe.

    Apenas os lees-beb seguem as pegadas de seus pais na floresta,E aos trs anos j rugem muito alto.Como podem os chacais seguir o rei do Dharma,Mesmo com cem mil truques, os fantasmas abrem suas bocas em vo.

    O ensinamento do despertar instantneo de BuddhaEst alm da imaginao humana.Se voc duvidar ou se sentir incerto,Ento voc deve discutir isso comigo.Isto no o egosmo de um monge da montanha.Temo que sua prtica possa ser levadas vises errneas do eternalismo ou do niilismo.

    O "no" no "no", o "sim" no "sim",Se voc esquecer desta regra por um fio,Estar a mil milhas de distncia.

    Compreendendo-a, a jovem filha do dragoRealiza instantaneamente a iluminao;No a compreendendo, o mais esclarecido dos sbios,Shang, acaba renascendo no inferno.

    Desde a minha juventude tenho acumulado conhecimentos,Estudando os sutras, shastras e comentrios;Analisando infinitamente os nomes e formas, sem conhecer a fadiga;Uma tarefa exaustiva e v, como entrar no oceano para contar as areias.

    Ento, o Tathagata me escoltou bondosamente e perguntou,"Qual o benefcio de se contar o tesouro dos outros?"

    Realizei totalmente a inutilidade de meus grandes esforosE a viagem de um monge vagabundo que no chegou a lugar algum.

    Se a natureza vista erroneamente,O mtodo do despertar instantneo do Tathagata no compreendido;Aqueles que seguem os dois veculos podem estudar seriamente,Mas lhes falta a aspirao do bodhisattva.Os sbios podem ser muito inteligentes,Mas lhes falta a sabedoria.

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    Os estpidos, infantis, supem que h algo em um punho vazioE confundem o dedo indicador com a lua.Seus esforos so perdidos no mundo da forma e da sensao,Como sonhadores preguiosos e errantes.

    Quando se realiza o reino da no-forma, pode-se ver o TathagataE ser verdadeiramente chamado Avalokiteshvara.Quando isto compreendido, os obstculos do karma tornam-se vazios;Mas quando no , devemos compensar o preo de nossos dbitos.

    Os famintos so servidos com a refeio de um rei,Mas eles se recusam a comer.Os doentes se recusam a tomar o remdio do maior dos mdicos;Como eles podero ser curados?Pratique o Zen neste mundo dos desejosE se manifestar o poder verdadeiro da viso sbia.

    O ltus que desabrocha no meio do fogoNunca poder ser destrudo.Yung-shing quebrou os preceitos mais gravesMas ele realizou o no-nascido;A realizao que ele alcanou naquele momentoVive com ns agora, em nosso tempo.

    O Dharma destemido proclamado to alto quanto o rugir do leo. lamentvel que as mentes sejam confusas, inflexivelmente endurecidas comocouro;Sabem apenas que a quebra dos preceitos cria obstculos iluminao,Mas no conseguem realizar o profundo segredo do ensinamento do Tathagata.

    Certa vez, dois monges quebraram graves preceitos,Um por assassinato, outro por carnalidade.Seu lder, Upali, tinha a luz de um vaga-lume;Ele apenas aumentou a culpa deles.Vimalakirti desfez instantaneamente as dvidas de ambos,Como o brilho quente do sol que derrete o gelo e a neve.

    O poder impressionante da liberao est alm dos conceitos,E faz maravilhas inumerveis como as areias do Ganges.Para o desperto, os quatro tipos de oferendas so feitas facilmente;Dez mil pedaos so desembolsados sem criar dvidas.

    Mesmo que voc corte todo o corpo e reduza os ossos a p,Isto ainda no o bastante para recompensarTudo o que ele fez por ns;Uma nica palavra dele vale por cem mil eras de prtica.

    O rei do Dharma merece o nosso respeito mais elevado.Os Tathagatas, inumerveis como as areias do Ganges,Testemunham este atingimento.

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    Agora sei o que a jia Mani ,E sei que aqueles que compreendem isto esto em harmonia com ela.

    Quando vemos verdadeiramente, no h mais nada;No h mais pessoa, no h mais Buddha.Os inumerveis universos so apenas bolhas no mar;

    Todos os santos e sbios so como clares de relmpago.

    Mesmo que anis de ferro quente girem ao redor de minha cabea,O brilho perfeito da meditao e da sabedoria no se altera.O poder dos demnios pode fazer o sol se tornar frio e a lua quente,Mas nunca poder destruir uma palavra da verdade.

    A carruagem do elefante se move sobre a montanha,Como os insetos poderiam bloquear a estrada?O grande elefante no perde seu tempo sobre as pegadas do coelho.A grande iluminao est alm do poder dos conceitos limitados do intelecto.

    No tente medir o cuOlhando atravs de um pequeno canudo de bambu.Se voc ainda no teve a compreenso,Este meu cntico est preparado para voc.

    Voc no conhece a felicidade do homem do caminho, que foi alm do aprendizado,cujo estado no-ao,Que nem suprime os pensamentos nem busca a verdade?Para ele, a realidade da ignorncia a natureza bddhica,O vazio ilusrio o Dharmakaya.

    Quando se desperta para o Dharmakaya, no h objetos.

    A essncia de todas as coisas vem da prpria natureza Buddha;Os cinco agregados meras nuvens flutuando sem meta, vindo e indo;Os trs venenos bolhas que aparecem e desaparecem.

    Quando a realidade atingida, no h ego nem objetoE, dentro desse instante, o karma do sofrimento eterno varrido.Se houver uma mentira para enganar os seres vivos,Por eras inumerveis quanto a poeira, possa minha lngua ser arrancada.

    Uma vez que a mente tenha despertado para o Zen do Tathagata,As seis perfeies tambm sero totalmente perfeitas, assim como os dez milmeios hbeis.

    Nos sonhos, os seis reinos so vvidos;Quando se despertar, nem mesmo um universo de universos poder serencontrado.

    No h pecados e no h perda ou ganho,Nada pode ser encontrado no meio do nirvana. como um espelho cuja poeira nunca foi polida.Agora o momento para tudo isto ser abertamente decidido.

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    Quem pode ser sem pensamento?E quem sem nascimento?Ento o no-nascido real, assim o no no-nascido.Pergunte a um fantoche de madeira quando ele atingir o estado bddhicopraticando o autocultivo.

    Libere os quatro elementos, no se apegue a coisa alguma!E no meio do nirvana voc pode comer e beber!Vendo que todas as coisas no so duradouras e so vazias,Atinge-se o nvel da iluminao perfeita dos Tathagatas.

    Um monge verdadeiro completamente decidido;Se voc no estiver convencido, pergunte-me questes francas.Estar de acordo com o selo do Buddha v para a raiz!No tenho como ajudar aqueles que procuram por galhos...

    A prola mani no conhecida pelos homens,Ela permanece no tesouro do Tathagata e

    A funo sxtupla est alm do "" e "no ";Dela vem a luz perfeita no tem forma e, entretanto, no sem forma.

    Para purificar os cinco tipos de viso e obter os cinco poderes,Deve-se realizar pessoalmente aquilo que est alm do conceito. fcil reconhecer as imagens em um espelho,Mas como se pode agarrar a luz da gua?

    Algum assim sempre anda sozinho, pois est sempre sozinho.Todo perfeito viaja no mesmo caminho do nirvana.Seguindo a tradio, sua energia clara, seu esprito elevado,Sua aparncia desgrenhada e seu corpo duro quem o perceber?

    Os filhos do Buddha so sempre pobres.A pobreza do corpo, no da mente do caminho.Seu corpo est envolto em trapos,Mas sua mente do caminho possui a jia sem preo.

    Esta jia rara usada sem restriesPara ajudar os outros ou responder acesses, conforme requeridas.Os trs corpos e as quatro sabedorias esto perfeitos dentro dela,Os seis poderes e as oito maneiras de liberao por realizaes esto impressasnela.

    Os homens superiores so despertos para um e despertos para todos.Os homens de habilidade inferior aprendem algo e so cticos quanto ao resto.Destrua suas vestes sujas!Como se pode ser orgulhoso quanto aos externos?

    Deixe-se ser criticado e abusado,Aqueles que acendem tochas para queimar o cu apenas cansam a si mesmos!Ouo-os e isto nctar.Sou, ento, capaz de entrar instantaneamente no reino alm do conceito.

  • 7/22/2019 Textos Chineses

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    Por causa disto, as palavras ofensivas so uma bnoE aquele que fala meu bom amigo.Sem a mente aceitar a difamao e o abuso,Como se poderia manifestar a compaixo do no-nascido?

    Penetre tanto a transmisso quanto os ensinamentosE a concentrao e a sabedoria sero aperfeioadas e desimpedidas pelo vazio.No estou vazio ao chegar nisto;Esta a realizao de todos os Buddhas, em nmero to grande quanto as areiasdo Ganges.

    Fale sem medo o rugido do leo,De cujo som todas as feras tremem de medo.At mesmo os elefantes fragrantes deixam seus calmos passeios e perdem suadignidade.Apenas o drago celestial ouve em silncio e alegria calma.

    Cruzei muitos rios e montanhasBuscando por mestres para me instruir nos segredos do Zen,Mas ento conheci o caminho de Ts'ao Ch'i Hui-NengE no estou mais preocupado com o nascimento e a morte.

    No se desvie do "andar Zen, sentar Zen",Essencialmente vontade, seja falando ou permanecendo quieto, movendo-se oupermanecendo parado. sereno at mesmo quando recebido com armas afiadasE no se preocupa com venenos.

    Nosso mestre apenas se encontrou com o Buddha Dipamkara Buddha depois de

    muitos ons,Disciplinando-se como "algum que sofre em um estado de pacincia".Indo atravs de tantas repeties de nascimento e morte,Infinitamente ocorrendo novamente...

    Desde o meu despertar espontneo para a lei do no-nascimento,Perdi a tristeza da desgraa e a alegria do sucesso.Permaneo em uma cabana na montanha, debaixo do pico elevado dos pinheiros.Sento-me quietamente e sem preocupaes nesta morada de monge e, com umcorao leve, desfruto da calma.

    Quando voc desperta, isso tudo nenhum esforo necessrio.

    No h qualquer coisa comum entre "isto" e o caminho do mundo.A caridade dada com apego gera a recompensa no cu, mas isto ainda comoatirar uma flecha no cu;Quando a fora se esgota, a flecha cai; coisas desagradveis se seguem.

    Compare isto com a realidade no-ativaSobre todas as coisas,Que permite a entrada instantneaNo estgio do Tathagata.

  • 7/22/2019 Textos Chineses

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    Segure a raiz e no se preocupe com os galhos; como um lago de cristalrefletindo a lua brilhante.Agora, percebendo o que a prola mani, voc deve us-la para beneficiar a simesmo e aos outros, sem cessar.A lua refletida no rio, a brisa nos pinheiros,

    Onde est a perturbao nesta noite quieta?

    A jia dos preceitos que est dentro da natureza bddhica estampa-se no solo damenteE as prprias vestes so, agora, a nvoa, o orvalho e as nuvens;A prpria tigela do tipo que subjuga drages;O prprio basto do tipo que separa tigres pelo som claro de suas fileiras gmeasde argolas de metal.

    Estes no so meros smbolos, relquias da histria,Mas os traos distintos do basto sagrado do Tathagata.

    No procure o real nem despreze o falso,Ambos so dualidades, fundamentalmente vazias.Aquilo que no no-vazio nem vazio, mas sim "no no-vazio", a forma genuna do Tathagata.

    A mente um espelho que reflete a pura luz brilhante sem obstruoConforme penetra nos mundos inumerveis como as areias do Ganges.Nela, a diversidade dos universos apareceBrilhando como jias perfeitas, nem dentro nem fora.

    No agarre o vazio, no rejeite a lei do karma;Isto causa confuso e certamente traz problemas.

    O mesmo verdade quanto ao erro do rejeitar o "" e de agarrar "o que no "Isto como pular no fogo para escapar do afogamento.

    Quando voc tenta obter o verdadeiro rejeitando o falso,Comete o erro do artifcio e faz surgir a mente discriminadora.Se um discpulo no fizer isto com seu treinamento,Ele confundir um ladro com seu prprio filho.

    A perda do mrito e a destruio da riqueza do DharmaVem unicamente da mente relativa e discriminatria,Por causa disso, os seguidores do Zen so ensinados a olhar diretamente para isto,De modo que possam realizar instantaneamente o no-nascimento e a sabedoria de

    Buddha.

    Um homem de grande energia usa a espada da sabedoria,Cuja lmina-vajra flamejante corta tudo.Destri no apenas a atitude heterodoxa,Mas tambm se livra dos males espirituais.

    Ele rola o trovo do Dharma e toca o tambor do Dharma,Elevando nuvens de compaixo do qual cai nctar.

  • 7/22/2019 Textos Chineses

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    Drages e elefantes vem para abenoar incontveis seresE os trs veculos carregam os cinco tipos de seres.

    O leite das vacas puro e nutritivo, degusto a manteiga refinada que feita dela.A natureza nica permeia todas as outras, o Dharma nico desdobra todos osoutros Dharmas,

    A lua nica refletida por todas as guas, o Dharma de todos os Buddhas permeiaminha natureza;Estou unido com os Tathagatas.

    Quando este estgio atingido, ento assim so todos os outros.No forma, nem mente, nem ato;E as oitenta mil portas do Dharma so aperfeioadas em um estalar de dedos;Em um momento, trs eras incontveis so varridas.

    As proposies e a lgica no so isto e nada tm em comum com minha sabedoriatranscendentePorque ela est alm tanto do louvor quanto da censura

    E sua substncia sem limites.Porm, est sempre presente quando retemos a sinceridade; apenas quandoprocurada ela se vai.

    No pode ser agarrada, nem deixada,Mas, se no fizer nem um nem dois,Ele vai pelo seu prprio caminho.Se permanecer quieto, ela falar fale e ela ficar quieta.

    Seu porto caridoso est completamente aberto.Se me perguntarem sobre qual ensinamento entendo, chamo-o de poder da grandesabedoria

    E nenhum homem pode dizer que estou errado ou certo,Nem mesmo os deuses no podem concordar!

    Passei muitos longos ons em autocultivoE no falo levemente para enganar.Elevei o estandarte do Dharma e proclamei o ensinamento de nossa escola.Isto o mesmo que o Buddha comandou Hui-Neng Ts'ao Ch'i a proclamar.

    Mahakashyapa foi o primeiro na linha de transmisso,Vinte e oito ancestrais seguiram-no, movendo cada vez mais para o leste.O Dharma alcana o reino do meio, onde Bodhidharma foi novamente o primeiroancestral,

    Onde seis geraes herdaram seu manto e incontveis pessoas realizaram ocaminho deste famoso.

    No estabelea o real e o falso nunca ser formado.Quando existncia e no-existncia so varridos, no h mais no-vazio.Primeiro, no havia as vinte formas de vacuidadePorque a natureza nica do Tathagata abarca todas elas.

    A mente um rgo sensorial, as coisas so seus objetos.

  • 7/22/2019 Textos Chineses

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    Esta dualidade como poeira sobre o espelho.Limpe a poeira e o espelho resplandece brilhantemente.A mente e o objeto desaparecem quando a prpria natureza entendida.

    Alas! a era do fim do Dharma e o mundo est cheio de males;Os seres so mal afortunados e a disciplina difcil.

    O sbio h muito tempo se foi e as vises pervertidas so profundas.Os demnios malficos crescem enquanto o Dharma enfraquece, o dio est emtodos os lugares.

    Mas, quando ouvem do ensinamento do despertar instantneo do Dharma doTathagata,Arrependem-se de no terem esmagado-o como telhas quebradas.Quando a mente age,O corpo sofre males;

    No culpe ou acuse os outros por isto.Se quiser evitar o karma do sofrimento contnuo,

    No fale malDa roda do Dharma correto do Tathagata.

    Outras rvores no crescem em uma floresta de sndaloE entre as florestas densas, apenas os lees vivem.Sozinhos e vontade em seus prprios lugares quietos e familiares,Dos quais todos os outros pssaros e feras fugiram.

    Apenas as crias do leo seguem nestas pegadasE, quando alcanam a idade de trs anos, tambm rugem.Como podem os chacais esperar seguir o rei do Dharma?Sempre, depois de cem anos, eles abrem suas bocas em vo!

    O ensinamento da perfeio instantnea est alm da imaginao do mundo.Quando uma nica dvida deixada, ela deve ser resolvida.Digo isto no porque me apego ao "eu" e "outro";Ao invs disso, temo que sua prtica cair na armadilha da "permanncia" ou"impermanncia".

    Certo no certo, nem errado errado;O menor que se distanciar, ir se distanciar por mil milhas.A donzela drago que acreditava atingiu instantaneamente o estgio de BuddhaO erudito Shang Using, que no acreditava, renasceu no inferno.

    Em minha juventude, reuni muito conhecimento, procurando os sutras, shastras ecomentrios;Infinitamente analisei nomes e formas, uma tarefa to v quanto contar as reas nofundo do oceano.Fui severamente aconselhado pelo Buddha, que perguntou, "De que adianta contaros tesouros das outras pessoas?"Ento, realizei totalmente a futilidade de meus maiores esforos e da viagem semmeta que fiz.

  • 7/22/2019 Textos Chineses

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    Devido s naturezas perversas e vises errneas,O mtodo da perfeio instantnea do Tathagata no entendido.Aqueles do Hinayana esforam-se o bastante mas no tm o caminho.Os sbios tm inteligncia mas no sabedoria.

    Em sua ignorncia e entendimento superficial,

    Confundem o dedo da mo vazia que aponta com a lua.Seus esforos no so como sonhos preguiososNo mundo do sentido e objeto.Quando se encontra o reino das no-formas, pode-ser ver o TathagataE apenas ento pode-se verdadeiramente ser chamado "Aquele que Considera osClamores do Mundo".Uma vez que isto seja entendido, as mculas do karma tornam-se vazias;Quando no h esse entendimento, o preo total do karma tomado.

    como um homem faminto recusando comer uma festa real,Ou um doente recusando um remdio enviado pelo grande mdico; como poderiamser curados?

    Enquanto no mundo dos desejos, a prtica Zen a mais efetiva Como um ltus que podem desabrochar no meio do fogo.

    Yung-shih quebrou as graves proibies,Porm despertou para o no-criadoE ento atingiu o estado bddhicoH muitas eras atrs.

    Ensine a doutrina do no-medo to alto quanto o rugido do leo;Tenha piedade daqueles com mentes confusas, perversas, inflexveis.So apenas capazes de entender que quebrar preceitos importantes causaobstrues sabedoria

    E so incapazes de realizar o segredo profundo do Tathagata.

    Certa vez, dois monges quebraram preceitos graves, um matando, o outro porcarnalidade.Ambos confessaram a Upali, mas seu prprio insight era apenas um brilho feeble eapenas piorou a questo pelo exagero.Portanto, o Mahasattva Vimalakirti varreu as dvidas da fidelidadeE tanto o pesar quanto a dvida dissolveram-se como gelo sob o sol quente.

    Este poder de emancipao est alm do pensamentoE faz maravilhas to inumerveis quanto as areias do Ganges.Para ele, a oferenda das quatro necessidades dada facilmente.

    De fato, retorna para eles dez mil pedaos de ouro sem causar um dbito.

    Nosso corpo e ossos podem ser reduzidos a p,E ainda assim no poderamos recompensar o suficiente por estas palavrasQue nos permitem ultrapassarCentenas de milhares de eras.

    Este o rei dos Dharmas, insupervel!Os Tathagatas, alm de todo nmero, testemunharem este atingimento.

  • 7/22/2019 Textos Chineses

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    Agora expliquei corretamente a prola mani eAqueles que entendem isto esto agora em harmonia com ela.

    Para aquele que v claramente, no h uma nica coisa a ser vista,No h um homem aqui, nem um Buddha l.O universo dos universos apenas uma bolha no mar,

    Todos os santos e sbios so apenas relmpagos.

    Mesmo que a roda de ferro quente girasse sobre minha cabea,O brilho perfeito da meditao e da sabedoria inalterado.O sol poderia ficar frio e a luz quente pelos poderes dos demnios,Mas no podem alterar uma nica palavra desta ensinamento confivel.

    Quando a carruagem grandiosa puxada por elefantes sobre a colina,Como poderia um louva-deus esperar parar seu progresso?Como os grandes elefantes podem andar nas pegadas dos coelhos,O grande despertar vai alm do poder do intelecto.

    No tente medir o cuCom um pequeno pedado de reed como basto de medida;Se no tiver este insight,Esta minha cano para resolver o assunto para voc.

    Voc j viu aquele do caminho?Alm da ao e alm do aprendizado, est vontade,No se esforando contra a deluso nem agarrando a verdade.V a natureza da ignorncia como sendo a conscincia essencial,E a iluso do prprio corpo como o reino da realidade.Realizando completamente o reino da realidade como sendo sem objeto,Encontra a fonte de todas as coisas

    E nossa prpria natureza como sendo a conscincia desperta.Os cinco agregados surgem e decaem como nuvens sem meta,As trs orientaes distorcidas vm e vo como bolhas na guaRealizando a talidade, nem o eu nem as coisas existem;Em um momento, causa e efeito so liberados.Se qualquer coisa que eu disse for falsa,Possa minha lngua ser puxada para fora por incontveis ons.Em um nico momento de despertar diretaAo Zen da realidade como uma presena contnua,As seis perfeies e os incontveis meios hbeis esto completos.Os seis reinos da existncia so um sonho;Ao despertar, em nenhum lugar so encontrados.

    Nenhum erro, nenhuma felicidade, nenhuma perda, nenhum ganho;Voc no encontrar estes na natureza real.Tendo deixado de tirar a poeira do espelho,Seu brilho visto completamente visto.Quem que pensa em no-pensar e no-existncia?O no-nascido realizado dentro do nascido.Um fantoche de madeira pode atingir o estado bddhico praticante o no-pensar?Sem agarrar os quatro elementos deste corpo, beba e coma alinhado com anatureza real.

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    As aparncias so vazias, tudo impermanente;Esta a viso completa daqueles que foram para a talidade.Como um monge verdadeiro, falo a verdade.Se voc no concorda comigo, vamos discutir,Mas lembre-se que o caminho da conscincia despertaTem como meta raiz e no est enroscada nos galhos e folhas.

    A jia que realiza desejos no reconhecida pelos seres,Mas aqui ela est, dentro da matriz da realidade, como uma presena contnua.O funcionamento dos seis sentidos nem "" nem "no "E vem da luminosidade nem "com forma" nem "sem forma".Esclarecer os cinco tipos de viso traz os cinco poderes.Quando voc experiencia a verdade, voc est sem especulao.Voc pode ver seu reflexo em um espelho,Mas voc pode agarrar a lua refletida na gua?Sempre andamos sozinhos, mas aqueles que atingiram tudoTrilham o mesmo caminho da liberao.Seguindo este antigo caminho, tenha um corao leve.Parecendo selvagem, ossos endurecidos, ningum o perceber.

    A pobreza de um filho do Buddha bvia, mas esta pobreza no inclui o seu Zen.Os mantos remendados mostram a pobreza,Mas a mente do Zen est alm de todo valor.Esta jia sem preo pode ser usada sem hesitaoAo cuidar dos seres e amadurecer os potenciais.As trs facetas da experincia e as quatro sabedoria esto completas nestetesouro;As seis percepes sutis e as oito liberao so marcas deste selo.Os estudantes excelentes vo direto vontade.Os fracos e pobres so hesitantes em revelar e abandonar seus vus sujosE so orgulhosos de seu esforo externo.Se as pessoas discutirem com voc e o difamarem, deixe-os;

    Esto brincando com fogo, tentando queimar o cu.Quando os ouo, suas palavras so gotas de nctarE me mostram que este momento livre de conceitos.Palavras abusivas so bnos disfaradas,E aqueles que abusam de mim, bons professores.Esta mente no tem espao para difamao e abuso e ,Em si mesma, compaixo e pacincia no-nascidas.Penetre tanto a transmisso quanto os ensinamentos,Pratique a harmonia e o insight radical com brilho,No-obscurecido por noes de vacuidade.No estou sozinho neste atingimento que os buddhas,Inumerveis como gros de areia, mostraram.

    Falarei livremente o rugido do leo da realidade que coloca medo no corao dasferas.Enquanto o elefante foge, esquecendo seu orgulho, o drago celestial ouvesilencioso e alegre.No passado, cruzei montanhas e rios, procurando por mestres e ensinamentos doZen.Agora, conheo o caminho de Ts'ao-ch'i e minha realizao est alm donascimento e da morte.No perca seu Zen, esteja andando ou sentado;

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    Esteja vontade na fala ou em silncio, movendo-se ou parado,Esteja calmo at mesmo quando encarar uma espada e sua claridade nunca serenvenenada.Nosso professor Shakyamuni encontrou seu professor DipamkaraApenas depois de praticar a pacincia durante incontveis onsO nascimento e a morte seguem-se um ao outro, incessantemente.

    Desperte diretamente para a realidade no-nascidaE esteja livre da alegria da fama e da tristeza da perda.Permanea em eremitrios nas montanhas e vales entre os pinheiros.Pratique alegremente em cabanas vagas, viva livre da complexidade.Compreenda que a realidade e suas aes so sem esforo,Diferente das aes da pessoa comum.A caridade dada dentro de condies por uma recompensa celestial como atirar flechas no cu; quando sua fora gasta, a flecha cai,Assim como os seres vo para cima, ento para baixo.O reino da ao sem condies no assim; um salto direto para o reino daqueles que foram para a talidade.V para a raiz, deixando os galhos, como a lua brilhante refletida em um cristal.

    Entenda que a jia da liberao e a us