Técnicas em Coleta de Sangue - pós UNA - 2012-1

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Tcnicas em Coleta de SangueAnderson Lima da Rocha Bilogo Especialista em Microbiologia

2012

Fundamentao TericaRECOMENDAES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLNICA/MEDICINA LABORATORIAL PARA COLETA DE SANGUE VENOSO (SBPC/ML - 2009)

COLETA DE MATERIAL BIOLGICO (Secretaria Municipal de Sade So Paulo) FISIOLOGIA HUMANA E MECANISMOS DAS DOENAS (GUYTON)ALR 2012

Fase Pr-AnalticaA fase pr-analtica inclui: a indicao do exame, redao da solicitao, transmisso de eventuais instrues de preparo do paciente, procedimentos de coleta, acondicionamento, preservao e transporte da amostra biolgica at o momento em que o exame seja, efetivamente, realizado.

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Fase Pr-Analtica Pode ser responsvel por muitos erros ocorridos nos laboratrios clnicos caso no se cumpram as normas estabelecidas. Inmeras podem ser as variveis geradoras de falhas na fase pranaltica que envolvem os processos no laboratrio, sendo as mais evidentes: amostra insuficiente; amostra incorreta; amostra inadequada; identificao incorreta; problemas no acondicionamento e transporte da amostra.ALR 2012

Variveis Pr-AnalticasHorrio da coleta A concentrao de analitos varia em funo do horrio da coleta sangunea, devendo-se atentar para aas orientaes especificadas em cada exame. A meia-vida das drogas e o horrio de sua administrao devem ser considerados na determinao de nveis teraputicos. Da mesma forma, na exposio a elementos txicos devemos considerar o tempo decorrido para sua absoro e eliminao.

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Variveis Pr-AnalticasAtividade Fsica Imediatamente aps o exerccio extenuante ocorrem elevaes de lactato, amnia, creatinoquinase, aldolase, ALT, AST, fsforo, fosfatase cida, creatinina, cido rico, haptoglobina, transferrina, catecolaminas e contagem de leuccitos. Um decrscimo pode ser observado na dosagem de albumina, ferro e sdio.

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Variveis Pr-AnalticasDieta Quando o jejum especfico para cada exame no respeitado, pode haver interferncia em muitos analitos, especialmente com a bilirrubina, protena total, cido rico, uria, potssio, triglicrides, fosfatase alcalina e fsforo. A cafena pode promover gliclise. A curto prazo, 2 a 4 horas aps o consumo, o etanol provoca queda dos nveis de glicose e aumento do nvel de lactato. O uso contnuo de etanol eleva HDL, triglicerdeos, GGT, ALT, AST.

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Variveis Pr-AnalticasTabagismo Eleva os nveis de hemoglobina, leuccitos e hemcias no sangue perifrico, VCM, epinefrina, aldosterona, cortisol e CEA. Reduz os nveis de colesterol-HDL srico e da atividade da Enzima Conversora da Angiotensina (ECA).

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Variveis Pr-AnalticasPostura Quando o sangue retirado na posio ereta, ocorre aumento dos seguintes analitos: protena total, albumina, clcio, hemoglobina e hematcrito, renina, catecolaminas, fosfatase alcalina, colesterol, ALT e ferro.

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Sangue: Noes Bsicas O sangue uma massa lquida contida no aparelho circulatrio O volume total de sangue em um homem de aproximadamente 70kg de cerca de 5,5 L. O sangue formado por duas fases: elementos figurados (glbulos vermelhos, glbulos brancos e plaquetas) e o plasma, que corresponde fase lquida. Glbulos vermelhos so os eritrcitos ou hemcias. Glbulos brancos so os diversos tipos de leuccitos: neutrfilos, eosinfilos, basfilos, linfcitos e moncitos Plaquetas so constitudas por fragmentos do citoplasma de clulas da medula ssea. A sua principal funo a formao de cogulos participando, portanto, do processo de coagulao sangunea.

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Sangue: Noes Bsicas O sangue se coagula quando removido da circulao e do cogulo se separa um lquido amarelo-claro: o soro sanguneo. Dependendo da anlise, o exame poder ser realizado no sangue total (exemplo: Hemograma); no plasma (exemplo: glicose, provas de coagulao), no soro (exemplo: bioqumicos e sorolgicos). Quando a anlise for realizada no soro, este ser obtido atravs da coleta em tubo sem anticoagulante (seco), para que ocorra o processo de coagulao. Quando se pretende fazer a anlise no plasma, a amostra dever ser colhida em tubo de ensaio contendo anticoagulante especfico. Neste caso, no ocorre a coagulao, pois o anticoagulante ir inibir um dos fatores da coagulao (geralmente clcio) impedindo assim a formao do cogulo.

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Sangue: Noes Bsicas

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Sangue: Noes BsicasTampa Anticoagulante EDTA Ao atua em nvel do on clcio (seqestrador). -----------------captao dos ons clcio. Setor Hematologia Material Vidro ou plstico Vidro ou plstico Vidro

Gel separador com ativador de cogulo Citrato de Sdio

Sorologia e bioqumica Hematologia (Estudos da Coagulao) Sorologia e bioqumica Bioqumica (Glicemia)

Siliconizado sem anti-coagulante Fluoreto de sdio + EDTA

-----------------captao dos ons clcio, e inibio da glicose.

Vidro ou plstico Vidro ou plstico ALR 2012

Obteno de Soro e Plasma SORO - tubo sem gel separador: tampa vermelha Aguardar a completa coagulao temperatura ambiente seguida de centrifugao a 3.000 rpm, por um perodo de 10 minutos. Os tubos com as amostras devem ser centrifugados com tampa para evitar evaporao, formao de aerossis bem como evitar o risco de contaminao tanto da amostra como do tcnico. SORO - tubo com gel separador: tampa amarela. Contm ativador de cogulo. Deve-se imediatamente aps a coleta homogeneizar, o tubo por inverso de 5 a 8 vezes, manter em repouso, verticalmente, por 30 minutos para retrair o cogulo e seguir a centrifugao a 3.000 rpm por 10 minutos. PLASMA: amostras colhidas com anticoagulantes especficos para evitar a coagulao.ALR 2012

CuriosidadeFLEBOTOMISTA =Aquele que realiza inciso em veia.

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Condies necessrias para a coleta de amostras de sangue Sala bem iluminada e ventiladaLavatrio Cadeira reta com braadeira regulvel ou maca Garrote Algodo hidrfilo lcool etlico a 70% Agulha descartvel Seringa descartvel Sistema a vcuo: suporte, tubo e agulha descartvel. Tubos com e sem anticoagulante Etiquetas para identificao de amostras Recipiente rgido e prprio para desprezar material prfuro-cortante Avental e mscara Luvas descartveis Estantes para os tubos ALR 2012

VenopunoA venopuno um procedimento complexo, que exige conhecimento e habilidade. Quando uma amostra de sangue for colhida, um profissional experiente deve seguir algumas etapas: verificar a solicitao do mdico e o cadastro do pedido; apresentar-se ao paciente, estabelecendo comunicao e ganhando sua confiana; explicar ao paciente ou ao seu responsvel o procedimento ao qual o paciente ser submetido, seguindo a poltica institucional com habilidade, para a obteno de consentimento para o procedimento; fazer a assepsia das mos entre o atendimento dos pacientes realizar a identificao do paciente verificar se as condies de preparo e o jejum do paciente esto adequados

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Locais de escolha para a Venopuno O local de preferncia para as venopunes a fossa antecubital, na rea anterior do brao em frente e abaixo do cotovelo, onde est localizado um grande nmero de veias, relativamente prximas superfcie da pele. Embora qualquer veia do membro superior que apresente condies para coleta possa ser puncionada, as veias cubital mediana e ceflica so as mais frequentemente utilizadas. Dentre elas, a veia ceflica a mais propensa formao de hematomas e pode ser dolorosa ao ser puncionada. Quando as veias desta regio no esto disponveis ou so inacessveis, a veias do dorso da mo tambm podem ser utilizadas para a venopuno.

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Locais de escolha para a Venopuno Ateno: punes arteriais no devem ser consideradas como uma alternativa venopuno pela dificuldade de coleta. Isso deve ser considerado apenas mediante autorizao do mdico-assistente. J no dorso da mo, o arco venoso dorsal o mais recomendado por ser mais calibroso, porm a veia dorsal do metacarpo tambm poder ser puncionada.

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Locais de escolha para a VenopunoVeia ceflica mediana Veia ceflica acessria Veia ceflica

Veia baslica Veia baslica mediana Veia baslica Veia cubital mediana

VEIAS DO MEMBRO SUPERIOR

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Locais de escolha para a VenopunoVeia ceflica Veia baslica Veia dorsal metacarpal Arco venoso dorsal Veia dorsal superficial

Veia dorsal digital

VEIAS DO DORSO DA MO

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reas a serem evitadas para a Venopuno Preferencialmente amostras de sangue no devem ser coletadas nos membros onde estiverem instaladas terapias intravenosas. Evitar locais que contenham extensas reas cicatriciais de queimadura. reas com hematomas podem gerar resultados errados de exames, qualquer que seja o tamanho do hematoma. Fstulas arteriovenosas, enxertos vasculares ou cnulas vasculares no devem ser manipulados por pessoal no autorizado pela equipe mdica, para a coleta de sangue.

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Tcnicas para evidenciao da veia Observao de veias calibrosas.Movimentao: pedir para o paciente abaixar o brao e fazer movimentos de abrir e fechar a mo. Os movimentos de abertura das mos reduzem a presso venosa, com o relaxamento muscular. Massagens: massagear suavemente o brao do paciente (do punho para o cotovelo). Palpao: realizada com o dedo indicador do flebotomista. No utilizar o dedo polegar devido baixa sensibilidade da percepo da pulsao. Fixao das veias com os dedos, nos casos de flacidez.

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Uso adequado do torniqueteO torniquete empregado para aumentar a presso intravascular, o que facilita a palpao da veia e o preenchimento dos tubos de coleta ou da seringa. possvel que, sem a aplicao do torniquete, o flebotomista no seja capaz de priorizar a veia antecubital com a segurana requerida. O uso inadequado pode levar situao de erro diagnstico (como hemlise, que pode tanto elevar o nvel de potssio como alterar a dosagem de clcio etc.), bem como gerar complicaes durante a coleta (hematomas, formigamento etc.).

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1) Coloque a agulha na seringa; 2) Movimente o mbolo e pressione-o para retirar o ar; 3) Oriente o paciente quanto ao procedimento; 4) Ajuste o garrote e escolha a veia; 5) Faa a antissepsia do local da coleta com algodo umedecido em lcool 70%; 6) Faa a puno; 7) Solte o garrote assim que o sangue comear a fluir na seringa; 8) Colete o sangue de acordo com o nmero de exames solicitados (05 a 10 ml); 9) Separe a agulha da seringa com a ajuda do suporte de desconectar ou com uma pina e descarte-a no recipiente adequado para material prfuro-cortante; 10) Oriente o paciente a pressionar com algodo parte puncionada, mantendo o brao estendido, sem dobr-lo. 11) Transfira o sangue para um tubo de ensaio, com ou sem anticoagulante, de acordo com o exame solicitado. Escorra delicadamente o sangue pela parede do tubo. Este procedimento evita a hemlise da amostra. 12) Descarte a seringa no recipiente especfico para perfuro-cortante, no ultrapassando 2/3 do limite da capacidade. ALR 2012

Coleta com seringa e agulha descartvel

Coleta com sistema a vcuo e coleta mltipla1) Rosqueie a agulha no adaptador (canho). No remova a capa protetora de plstico da agulha; 2) Oriente o paciente quanto ao procedimento; 3) Ajuste o garrote e escolha a veia; 4) Faa a antissepsia do local da coleta com algodo umedecido em lcool 70%; 5) Faa a puno e introduza o tubo no suporte, pressionando-o at o limite; 6) Solte o garrote assim que o sangue comear a fluir no tubo; 7) Separe a agulha do suporte com a ajuda do frasco desconectador ou com uma pina e descarte-a no recipiente adequado para material prfuro-cortante; 8) Oriente o paciente a pressionar com algodo parte puncionada, mantendo o brao estendido, sem dobr-lo.

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Agulhas para coleta a vcuo

As agulhas para coletas mltiplas possuem uma manga de borracha que recobre a outra extremidade (que no usada para puncionar o paciente) e que evita vazamento de sangue para dentro do adaptador durante a puno.

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Armazenamento dos tubos de coleta de sangue Armazenar os tubos a uma temperatura entre 4 e 25 C, a menos que haja outro tipo de indicao na etiqueta da embalagem. Os preservantes lquidos e anticoagulantes so claros e incolores. No utilizar se eles estiverem com a cor alterada ou precipitada. Os aditivos em p e desidratados, tais como EDTA, heparina, so brancos, o fluoreto e fluoreto/oxalato podem ser rosa claro. No utilizar se for observada alterao na cor. No utilizar tubos com prazo de validade vencido.

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Observaes importantes

Sequncia de coleta recomendada: a) - Tubos para amostras estreis

b) - Tubos para provas de coagulao (exemplo: Citrato)c) - Tubos sem aditivos

d) - Tubos com outros aditivos (exemplo: EDTA, fluoreto e gel)

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HematomaA formao de hematoma a complicao mais comum da venopuno. O hematoma origina-se do extravasamento do sangue para o tecido, durante ou aps a puno, sendo visualizado na forma de uma protuberncia. A dor o sintoma de maior desconforto ao paciente, e, eventualmente, pode ocorrer a compresso de algum ramo nervoso. Caso a formao do hematoma seja identificada durante a puno, deve-se retirar imediatamente o torniquete e a agulha e, em seguida, realizar uma compresso local durante pelo menos dois minutos. O uso de compressas frias pode auxiliar na atenuao da dor local. As situaes que podem precipitar a formao de um hematoma so: existncia de veia frgil ou muito pequena em relao ao calibre da agulha; quando a agulha ultrapassa a parede posterior da veia puncionada; quando a agulha perfura parcialmente a veia, no a penetrando por completo; realizao de diversas tentativas de puno sem sucesso; a agulha removida sem a prvia retirada do torniquete; aplicao de presso inadequada no local da puno.

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