TecNews 26/03/14

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26 | 03| 2014 MULHER É MULTADA EM CAMPINAS POR ALIMENTAR POMBOS Fonte: portaldepaulinia.com.br Uma moradora de um apartamento na esquina das ruas Padre Almeida e Américo Brasiliense, no bairro Cambuí, em Campinas, foi multada pelo Departamento de Vigilância em Saúde (Devi- sa) por alimentar pombos. A moradora se recusou a receber a equipe do Devisa e o auto de infração sanitária foi publicado no Diário Oficial de segunda, 17. A mulher já havia sido notificada anteriormente, mas, como não cumpriu as orientações, acabou multada. Cerca de 100 pombos ficam pendurados nos fios da rede de telefone e nas sacadas dos aparta- mentos vizinhos a espera de comida, causando sujeira e o risco de doenças. Além do mau cheiro. www.grupoastral.com.br .br

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Informativo semanal com notícias sobre o mundo das pragas.

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MULHER É MULTADA EM CAMPINAS POR ALIMENTAR POMBOSFonte: portaldepaulinia.com.br

Uma moradora de um apartamento na esquina das ruas Padre Almeida e Américo Brasiliense, no bairro Cambuí, em Campinas, foi multada pelo Departamento de Vigilância em Saúde (Devi-sa) por alimentar pombos.

A moradora se recusou a receber a equipe do Devisa e o auto de infração sanitária foi publicado no Diário Oficial de segunda, 17. A mulher já havia sido notificada anteriormente, mas, como não cumpriu as orientações, acabou multada.

Cerca de 100 pombos ficam pendurados nos fios da rede de telefone e nas sacadas dos aparta-mentos vizinhos a espera de comida, causando sujeira e o risco de doenças. Além do mau cheiro.

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POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA E NEGRA É MAISVULNERÁVEL À DENGUE, DIZ PESQUISA BRASILEIRA COM MÉTODO INÉDITOFonte: sites.uai.com.br/

Nas últimas décadas, a dengue tem sido alvo de diversas pesquisas, em busca de uma vacina, por exemplo; ou ainda de um controle mais efetivo do inseto transmissor, o Aedes Aegypti; ou ainda para encontrar medicamentos mais eficientes no tratamento. Mas um pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) resolveu estudar a dengue sob outra perspectiva.

O cientista social Igor Cavallini Johansen conta que, desde o início de suas pesquisas, ainda na graduação, observou uma lacuna na bibliografia – qual o papel das características da população na disseminação e concentração dos casos de dengue? Quais grupos estão mais vulneráveis? O resultado destas indagações está na pesquisa desenvolvida durante o mestrado em demo-grafia de Johansen, com orientação do professor Roberto Luiz do Carmo. “A dengue é uma doença multicausal e as ações de controle envolvem tanto fatores ambientais, quando políticos e populacionais. O que eu fiz foi me aprofundar nos fatores populacionais, no que chamamos de condicionamentos sociais da doença”, explica o estudioso.

O município escolhido para a análise foi Caraguatatuba, no litoral de São Paulo. A cidade de 100 mil habitantes tem sido alvo de investimentos e migrações em função de projetos vinculados à exploração do petróleo na camada do Pré-Sal. “Com a nova dinâmica econômica, surge a nova dinâmica populacional e também problemas de infraestrutura. Aproveitamos essa oportunida-de para avaliar a incidência da dengue”, pondera Johansen.

Devido à sua experiência anterior na análise da cidade de Altamira, no Pará, uma das hipóteses levantadas foi a de que a dificuldade de acesso ao saneamento – água encanada, rede de esgoto e coleta de lixo – poderia favorecer o aumento da incidência da doença. “Apesar de Altamira estar em uma das maiores bacias hidrográfica do mundo, boa parte da população não tem água tratada e encanada em casa. Com isso, os moradores armazenam a água em baldes e tonéis; e nem sempre tomam o cuidado para que esses recipientes não virem criadouros do mosquito”, explica Johansen.

Realidades diferentes

Em Caraguatatuba, no entanto, em que o acesso à água encanada está praticamente univer-salizado, a influência desse fator foi pequena. “Ainda assim, a doença não se espalha de forma homogênea pela cidade, concentrando-se em algumas regiões. Fui em busca de outras explica-ções”, conta o pesquisador.

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De posse de dados do Censo do IBGE e do controle da dengue mapeadas pela Secretaria de Saú-de do município, Igor Cavallini cruzou as informações com a proximidade dos “pontos estratégi-cos”, nomenclatura utilizada pelo Ministério da Saúde no mapeamento de potenciais criadouros do Aedes Aegypti, como borracharias, ferros-velhos e depósitos de materiais recicláveis.

Com a colaboração da colega da Unicamp e analista do IBGE, Maria do Carmo Dias Bueno, Igor teve acesso a uma nova forma de disponibilização dos dados do Censo, que divide o município em células do mesmo tamanho. Essa novidade deverá estar disponível para outros pesquisa-dores ainda em 2014. “Tradicionalmente, a unidade mínima do IBGE é o setor censitário, que é irregular em tamanho e pode abranger áreas bastante distintas. Em minha pesquisa, como as células são muito menores e regulares, trabalhamos com uma escala bem pequena, de 250 por 250 metros, permitindo grande precisão”, explica Johansen.

As conclusões apontadas pelo estudo são impressionantes e mostram que a visão da dengue como doença ‘democrática’, que ‘atinge todas as classes sem distinção’ precisa ser revista. “Uma demonstração disso está na proximidade entre os grupos populacionais mais atingidos e os pontos estratégicos. Como a Prefeitura já tinha esses pontos mapeados, pude verificar que morar em um raio de 300 metros desses locais aumenta em 67% a taxa de incidência de dengue. E as borracharias e depósitos de materiais recicláveis não estão em bairros nobres ou condomí-nios; estão na periferia”, acrescenta o cientista social.

Ao associar os casos da doença com o nível de renda dos moradores, o efeito da desigualdade foi ainda maior. A influência da cor da pele também não é desprezível:

-renda:o aumento de apenas 1% na proporção de domicílios com renda per capita até três salários mínimos faz aumentar em 71 vezes a taxa de incidência de dengue. Quanto mais casas com esse perfil, maior incidência. Isso é agravado no caso das cidades litorâneas, porque os mais pobres, quando chegam ao município, vão se instalar subindo a encosta, em residências baixas. Os mais ricos procuram os prédios altos de bairros urbanizados. Como o voo do mosquito é limitado a apenas 1 metro de altura, os menos pobres estão menos expostos.

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-cor da pele: o acréscimo de 1% de população não-branca entre os moradores aumenta a taxa de dengue em mais de quatro vezes. Igor reforça que, no Brasil, a cor da pele e a situação socioeconômica estão intimamente ligadas ao perfil epidemiológico. No caso de Caraguatatuba, considerando os dados de 2013, quanto mais pessoas negras e pardas, maior a taxa de incidên-cia de dengue naquela localidade.

Igor considera que a grande cartada da pesquisa foi a possibilidade de sobrepor o banco de dados do município, com o georreferenciamento de cada um dos casos de dengue; à malha cartográfica do IBGE. Assim, foi possível demonstrar que o perfil socioeconômico e o de saúde estão muito relacionados. “As populações com menor renda e maior proporção de negros e par-dos estão mais vulneráveis a causas externas e doenças evitáveis. É um acúmulo de ‘chances’ – a pessoa não é branca, tem renda baixa e mora perto de um ponto estratégico”, resume o cientista.

Aplicação

Igor Johansen acredita que a metodologia possa ser replicada em outros municípios, desde que um aspecto da dengue não seja esquecido: por ter múltiplos fatores, a enfermidade não pode ser reduzida ao viés populacional. “A manifestação da doença depende até da susceptibilidade biológica individual ao vírus – meu vizinho pode ter apenas sintomas leves e nem procurar um diagnóstico, enquanto eu posso precisar ir para o hospital. A perspectiva populacional, sozinha, não é suficiente para explicar toda a cadeia de fatores inter-relacionados que envolvem a den-gue”, conclui o pesquisador.

Também devido a essa complexidade, a ciência ainda não alcançou uma solução definitiva para a enfermidade, mas esta foi a primeira vez em que uma escala tão detalhada foi utilizada para analisar as características demográficas da dengue. “Pesquisas assim podem auxiliar as prefeitu-ras a viabilizar projetos com foco nos pontos estratégicos, por exemplo, orientando famílias que vivem da coleta de materiais recicláveis”, afirma o pesquisador, que em seu doutorado pretende ampliar a análise para outras doenças.

Saiba mais: Ambiente propício

O Aedes aegypti encontra na região de Caraguatatuba condições favoráveis. Além da urbani-zação acelerada, contribuem o clima quente e úmido; o turismo que gera grande circulação de pessoas e a localização no corredor de passagem para o porto de São Sebastião. O município é ainda cortado pela rodovia Rio-Santos, cidades onde a dengue é considerada endêmica.

Johansen acrescenta que, no sentido inverso, como fator de proteção da população, há o indi-cativo de que o aumento de 1% na proporção de domicílios não próprios, com destaque para os alugados, reduz em 92% a taxa de incidência na área de estudo. “Uma hipótese ainda a ser testada é de que a cidade serve como segunda residência para proprietários que descem a serra apenas em feriados e temporadas. O imóvel fica fechado praticamente o ano inteiro, sem que a vigilância tenha acesso a eventuais criadouros. Já no imóvel alugado, o inquilino está presente e tem um cuidado maior em relação a recipientes que podem acumular água”, acrescenta.

De acordo com os dados da Secretaria de Saúde do município, o histórico da dengue em Cara-guatatuba tem início em 2002, quando ocorreram as notificações dos primeiros casos autócto-nes – cuja transmissão se dá dentro da cidade e cujo contaminado é um residente. Se naquele começo foram 333 casos, a maior epidemia veio em 2010, com 3.698 ocorrências confirmadas e praticamente todas (3.672) autóctones; em 2013 houve o segundo maior pico, com 1.679 re-gistros autóctones até o mês de novembro. Quanto a óbitos, foram dois em 2010 e um em cada ano subsequente (2011, 2012 e 2013).

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A partir de setembro deste ano, o mundo poderá dispor de uma vacina capaz de imunizar a população contra os quatro sorotipos de vírus que causam a dengue, inclusive na sua manifestação mais grave: a hemorrágica.

Tudo dependerá do resultado da avaliação que a comissão de experts no assunto, escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), fizer do produto imunizante desenvolvido pelo laboratório Sanofi Pasteur e que é o único a se encontrar na fase clínica.

Entre os cientistas que partici-pam da avaliação da OMS está a pesquisadora baiana e membro do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, a médica infectologista Glória Teixeira. Segundo ela, são gran-des as expectativas para o resultado, porque a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti não é um problema que afeta apenas os países subdesenvolvidos, mas é uma ameaça em todo o mundo, inclusive nos países ricos.

“Atualmente, além dessa vacina, estão em desenvolvimento outros imunizantes, como o desen-volvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK), o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) e o Instituto Butantan, o problema é que essas substâncias ainda se encontram na fase 1 ou 2 dos testes”, esclarece Glória Teixeira.

Os encontros para avaliação do produto serão realizados em junho, em Lion(França) e em se-tembro, em Genebra (Suíça). De acordo com diretora de saúde pública da Sanofi, a médica Lucia Bricks, os estudos clínicos mostram que a vacina tetravalente contra a dengue é bem tolerada, com perfil de segurança semelhante após cada uma das doses. “Os resultados preliminares de eficácia demonstram, pela primeira vez, que uma vacina candidata contra a dengue é capaz de proteger contra a doença. Em 2014, estão previstos os resultados dos estudos de fase III, em mais de 31 mil indivíduos, que vão avaliar a eficácia da vacina em uma população mais ampla e em diferentes ambientes epidemiológicos”, comenta.

Em 2011, essa mesma comissão participou da avaliação de uma versão anterior apresentada pelo mesmo laboratório, no entanto, na época, o produto apresentado não mostrou efetividade na imunização contra o sorotipo DEN2. “Na época, a comunidade científica ficou bastante desa-nimada, pois era e ainda é o estudo mais avançado que dispúnhamos”, completa Glória Teixeira.

Pesquisas

A pesquisadora baiana diz que a notícia de uma nova versão da vacina contra a dengue chega

VACINA CONTRA A DENGUE DEVE SER DESENVOLVIDA ATÉ SETEMBRO DE 2014Fonte: correio24horas.com.br

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em excelente momento, pois as últimas análises realizadas apontam que houve aumento da incidência e da gravidade da dengue na última década. A revisão publicada na edição mais recente do periódico científico PLOS Neglected Tropical Diseases traz dados epidemiológicos registrados em 51 estudos e revela tendências que merecem atenção.

A análise dos dados demonstra o aumento do registro de casos graves com o consequente crescimento das hospitalizações e mortes, sobretudo devido à circulação conjunta dos quatro sorotipos do vírus no país e à alta incidência da doença. De 2000 a 2010, mais de 8,44 milhões de pessoas contraíram dengue no Brasil – o maior volume em todo o continente americano no período – sendo 221 mil casos graves, com mais de 3 mil mortes. Em 2010, foram registradas 80 mil hospitalizações relacionadas à doença.

Outra tendência apontada pela revisão de literatura, apesar da intensificação das medidas de combate ao mosquito, é o constante aumento do número de casos notificados ano a ano. Somente em 2010, mais de um milhão de brasileiros foram infectados. Em 2000, o total de casos registrados não ultrapassou 200 mil.

Também foi observada uma distribuição da doença em todas as faixas etárias. Desde 2007, a dengue, antes mais comum em adultos jovens, também passou a acometer crianças e idosos.

Segundo Glória Teixeira, que é uma das autoras da pesquisa, o controle do vetor não dá certo. “Os estudos mostram que o mosquito está se adaptando à vida moderna e conseguindo vencer todas as barreiras de controle colocadas”, explica a cientista. Ela lembra que, entre as muitas adaptações, o mosquito não está agindo apenas nos trópicos, ele já atua 35° ao Norte da Linha do Equador e 35° ao Sul, ampliando a contaminação em países como os Estados Unidos.

Salvador está entre as cidades com maior número de casos

Este ano, até o último dia 12, foram notificados 2.504 casos de dengue na Bahia, corresponden-do a uma redução de 91,89% em relação ao mesmo período de 2013, quando foram notificados 30.884 casos. De acordo com o levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), do total de municípios baianos, 199 (47,7%) notificaram a doença, com destaque para Salvador (729), Feira de Santana (296), Itabuna (192), Pintadas (131), Teixeira de Freitas (75), Jequié (66), Porto Seguro (52), Ituaçu (48), Mirante (44) e Barreiras (42), que concentram 66,9% dos casos do estado da Bahia.

A mais nova orientação do Ministério da Saúde para os casos de dengue ocorridos em 2014 pre-vê que esses deverão seguir a nova classificação de casos: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave. Até o momento, foram confirmados 11 casos de dengue com sinais de alarme e 3 casos de dengue grave no estado, entre esses, um óbito no município de Coaraci.

Em Salvador, houve um aumento de 63% de notificações de casos de dengue. Desse total,613 casos foram identificados como suspeitos, 100 (16%) foram confirmados como dengue clássica. Entre os distritos sanitários com maior número de casos destacam-se Cabula/Beiru, Boca do Rio e Barra/Rio Vermelho.

Além da vacina, o Brasil também desenvolve a cultura de uma bactéria chamada Wulbachia que destrói o vírus, impedindo a disseminação da dengue. O estudo é feito pelo Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Getulio Vargas, a Universidade Federal de Minas Gerais e FioCruz.