Supermix edição 117

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Supermix Mercado Supermercado

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PresidenteEverton Muffato (Irmãos Muffato & Cia. Ltda.)Primeiro Vice-PresidentePaulo Beal (Supermercado Beal Ltda.)Vice-Presidente FinanceiroDaniel Kuzma (Kusma & Cia. Ltda.)Vice-Presidente de PatrimônioEduardo Antonio Dalmora (Dalmora & Cia. Ltda.)Vice-Presidente de CapacitaçãoMauricio Bendixen da Silva (A. Angeloni & Cia. Ltda.)Vice-Presidente JurídicoLuiz Mauricio K. Hyczy (Supermercados Superpão Ltda.)Vice-Presidente de Relações PúblicasJosé Eduardo Muffato (Irmãos Muffato & Cia. Ltda.)Vice-Presidente de SegurançaMario Seizi Kuwahara (Supermercado Fantinato Ltda.)Vice-Presidente de EventosPedro Joanir Zonta (Condor Super Center Ltda.)Vice-Presidente de ExpansãoCelso Luiz Stall (Supermercado Stall Ltda.)Vice-Presidente de Relações SindicaisAlceu Breda (Fadaleal Supermercado Ltda.)Vice-Presidente AdjuntoCesar Moro Tozetto (Tozetto & Cia. Ltda.)Vice-Presidente AdjuntoJoão Jacir Zonta (Comercial de Alimentos Zonta)Vice-Presidente AdjuntoCarlos Alberto Cardoso (Supermercado Cidade Canção)Vice-Presidente AdjuntoAlceu José Tissi (Supermercados Tissi Ltda.)Presidente Regional Sul – Ponta GrossaNelvir Rickli Junior (Supermercado Rickli)Presidente Regional Norte – LondrinaAdemar Vedoato (Supermercados Viscardi)Presidente Regional Oeste – CascavelRubimar João Beal (Supermercado Beal)Presidente Regional Sudoeste – Pato BrancoFernando Carlos Delazeri (Comercial Pato Branco)Presidente Regional Noroeste – MaringáTarley Maia Kotsifas (Supermercado Bom Dia Rede Centro)Presidente Regional Norte Pioneiro – JacarezinhoCarlos Henrique Molinis (Supermercado Supernorte)Presidente Regional – CuritibaIrineu Ferrari (Ferrari & Cia Ltda)Presidente Regional – IratiPaulo César Ivasco (Super Ivasco)Presidente Regional – GuarapuavaJoão Ricardo K. Hyczy (Supermercado Superpão)Conselho Fiscal EfetivoRodolfo Pankratz (Supermercados Jacomar Ltda.)Haroldo Antunes Deschk (Haroldo Antunes Deschk & Cia. Ltda.)Dercio Domingos de Costa (Supermercado Videira Ltda.)Conselho Fiscal SuplenteRui Marcos Chemin (RM Chemin e Cia. Ltda.)Edson Zamprogna (Com. Alim. Zamprogna Ltda.)Silvio Koltun Alves (Mercantiba Supermercado Ltda.)Conselho PermanenteEduardo Antonio DalmoraPedro Joanir ZontaRoberto DemetercoRomildo Ernesto ConteRuy SenSidney SchnekembergSuperintendenteValmor Antônio RovarisDiretor ComercialWalde Renato Prochmann

Vice-Presidente de Relações PúblicasEduardo MuffatoDiretor ComercialWalde Renato ProchmannJornalistasAline Esteves de Castro e Fabio PinheiroDepartamento ComercialKhailany Raquel e Rosicléia JonasFone: (41) 3362-1212 – Fax: (41) 3362-8513E-mail: [email protected]çãoSamuel RodriguesRevisãoPaulo Roberto Maciel SantosFotosAlex SantosPré-Impressão (CtP) e ImpressãoMaxi Gráfica e Editora Ltda.Tiragem13.000 exemplaresDistribuição NacionalEnviada aos supermercados e atacadistas do Brasil.A revista Supermix pertence ao patrimônio da APRAS –Associação Paranaense de Supermercados – e é o seuórgão oficial de divulgação.Avenida Souza Naves, 535 – CEP 80050-040Fone: (41) 3362-1212 – Fax: (41) 3362-8513 – Curitiba – [email protected] – /www.apras.org.brOs artigos assinados são de total responsabilidade de seusautores e não refletem necessariamente a opinião da revista.Todos os direitos reservados.

DIRETORIA EXECUTIVA

TRIÊNIO 2006/2009

0506081626

4044465056

Palavra do PresidenteSubstituição Tributária

EditorialSuper Norte

NewsArtigos

Perfil

Espaço JurídicoEspaço Apras

Plataforma

sumário

22

28

18

34

Dia das Crianças Os novos brinquedos encontram um canal

perfeito no varejo

InflaçãoInconveniente, cruel, mas infelizmente real e global

Entrevista “Felicidade passa por um objetivo claro de vida”

Responsabilidade Social

Solidariedade que se vê de perto

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julho - agosto 2008

Palavra dopresidente

Everton Muffato Presidente da Apras

Everton Muffato

Depois de quase 14 anos sendo os mocinhos, de um mês para cá quiseram nos transformar em bandidos. Como em um filme de bang-bang os tiros dos tempos inflacionários caíram nos ombros dos supermercados. E as cicatrizes são duradouras. Mas conseguimos reverter, mostramos aos nossos consumidores que seguramos os preços e estamos negociando com os fornecedores para que os brasileiros não sofram ainda mais com esse fantasma que é a inflação. Além disso, a forte concorrência do setor fez com que cada rede oferecesse não só o melhor preço, mas o melhor serviço.

Passamos a incorporar a palavra estabilidade em nossas vidas em 1994, depois de uma batalha dura de planos econômicos e preços instáveis. Existem adolescentes, e até mesmo adultos que não se lembram ou nem conheceram essa época. Nunca ouviram falar e tampouco imaginam o que eram os remarcadores, tablitas, fiscais do Sarney, troca de moeda, corte de zeros. Com o período de estabilidade os preços dos alimentos recuperaram apenas metade da inflação média do período, segundo a FIPE e o IBGE;Desde que a estabilidade tomou conta do nosso cotidiano a população aumentou sua quantidade e qualidade no consumo de alimentos. Antes, o iogurte que era um artigo de luxo, sem a inflação passou a fazer parte do dia a dia dos brasileiros, e esse é somente um exemplo de produto com valor agregado.

Sem inflação, a oferta de crédito aumentou e praticamente todas as classes passaram a consumir produtos duráveis, aquisição de imóveis e carros, alimentos com alto valor agregado, e com todas as projeções otimistas que estavam a caminho elevou-se o PIB.

A sociedade teme o aumento da inflação, mas se depender de nós, lutaremos até o fim para que esse dragão que estava adormecido não volte a nos incomodar.

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EditorialO assunto do momento no setor é a inflação. Será que ela volta? Como podemos mostrar aos nossos clientes que não somos os vilões? Para responder essa questão preparamos uma matéria que ilustra todo esse cenário e que mostra porque os supermercados não são os ruins de toda essa história.

Os contadores estão ficando quase malucos com a substituição tributária e para que os supermercadistas entendam a necessidade desse instrumento que dificulta a sonegação, pois a retenção do imposto acontecerá na primeira parte da cadeia, a indústria. Para melhor ilustrarmos, também trazemos uma reportagem sobre esse assunto.

Como posso atingir o consumidor do futuro? O Dia das Crianças está aí e já é hora de começar a preparar as lojas. Pesquisas apontam que as crianças são decisórias de compras inclusive no carro da família. Vejam nesta edição as dicas de como atraí-las ainda mais.

A Super Norte em Londrina bateu mais uma vez o recorde de público e negócios fechados. Mais de 6,5 mil pessoas passaram no pavilhão pelos três dias do evento realizando mais de R$50 milhões em negócios.

A Apras, depois de uma grande reforma que durou quatro meses, ganhou mais 300 m2 e hoje a entidade tem mil metros quadrados. O Iespar ganhou seu tão sonhado supermercado modelo para capacitar e requalificar ainda mais os colaboradores do setor.

Também no primeiro semestre foi realizado em Curitiba o “Pedágio Verde”, que distribui sacolas retornáveis em troca de sacolas plásticas. Foi o maior sucesso e a Apras pretende levar essa ação a todas as regionais da entidade.

Boa leitura!

Aline Esteves de Castro

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News

ErrataConforme publicado na edição

anterior a Apti não tem 80

categorias e sim 50. Também não

produz biscoitos da marca Yeba!

mas gelatinas e refrescos da marca

Yeba!.

AMBEV ANUNCIA INVESTIMENTO DE R$ 206 MI NA ÁREA SOCIOAMBIENTAL

O Relatório de Sustentabilidade de 2007, com base na metodologia GRI (Global Reporting Initiative), lançado em agosto, traz como principais destaques o aumento da utilização de energias renováveis e a conseqüente diminuição da emissão de poluentes, a redução do uso de água, o reaproveitamento de resíduos industriais, o aprimoramento da gestão de pessoal e continuidade do compromisso com o consumo responsável.

Os resultados obtidos com a utilização do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), adotado em todas as fábricas evoluíram de forma consistente. Duas novas unidades de biomassa começaram a operar - Filial Minas (Juatuba - MG) e Filial Cebrasa (Anápolis - GO) - elevando para sete o número de fábricas da Companhia que adotam este tipo de combustível.

Com isso, a matriz energética calorífica da AmBev passou a ser constituída por 34% de fontes renováveis de energia. Nos últimos quatro anos aumentou em dez vezes a utilização de biomassa. Como conseqüência, houve diminuição na emissão de gases causadores do efeito estufa. de bebidas para a venda de créditos de carbono.

Outro aspecto positivo apresentado pelo relatório foi a contínua redução do uso de água na produção de bebidas. A AmBev, referência mundial neste segmento, reduziu nos últimos cinco anos em 22% o consumo relativo de água para a fabricação de seus produtos. Algumas das unidades são referências internacionais, como as Filiais Brasília Gama (Brasília - DF) e Curitiba -

PR que atingiram, respectivamente, os índices de 3,26 e 3,33 litros de água por litro de cerveja produzida.

A média foi de 4,19 litros de água por litro de bebida, incluindo as unidades do Brasil e HILA (América Latina Hispânica). Em refrigerantes, as Filiais Jundiaí - SP e Sapucaia do Sul (Sapucaia - RS) registraram médias de 1,63 e 1,83, respectivamente.

Em 2007, 98,2% dos resíduos industriais foram reaproveitados. Além de proporcionar receita adicional de R$ 66,8 milhões para a empresa, esse trabalho permite a geração de renda e emprego em outras cadeias produtivas.

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80% a 89%. Já uma parcela de 20% afirmou estar utilizando totalmente sua capacidade.

Com relação à margem de lucro observada, a pesquisa mostra que houve estabilidade entre 35% dos entrevistados, contra 25% que tiveram aumento entre preço/custo no período.

“Os dados encontrados pela entidade podem ser considerados animadores, afinal o Brasil vive um momento de explosão do consumo das camadas mais populares”, afirma Marcos Andrade, presidente da ABIESV.

No entanto, os maiores problemas listados durante a pesquisa e que preocupam 65% dos entrevistados foram a elevada carga tributária e a competição acirrada de mercado, proveniente de empresas não-legalizadas e produtos de qualidade inferior, com preços menores.

Marcos ressalta ainda que há um certo otimismo por parte dos empresários do setor quanto à expectativa de crescimento para 2008. “Cerca de 40% apostam em taxas que variam de 8% a 20%”, finaliza o executivo.

PESQUISA DA ABIESV MAPEIA O SETOR DE FORNECIMENTO DA CADEIA VAREJISTA E RESULTADO APONTA PARA FORTE AQUECIMENTO

A Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo, ABIESV, realizou uma pesquisa durante o mês de junho entre os principais representantes desse segmento. O período estudado abrange os cinco primeiros meses de 2008 e traça o ritmo de crescimento do setor.

Atualmente, como a classe C soma 44% da população brasileira, e tem tido uma participação de 46% no total gasto pelos consumidores e tíquete médio 6% maior, o varejo está cada vez mais atento aos desejos desse público. A forma encontrada pelos lojistas é equipar seus estabelecimentos com o que há de mais moderno e funcional, acompanhando as tendências internacionais.

Porém, para se manterem adequadamente equipados, os pontos de varejo precisam observar alguns itens, tais como iluminação, displays e posicionamento de mercadoria, fachada, mobiliário, equipamentos de segurança, além de um bom projeto arquitetônico, utilizando os serviços de toda a cadeia de fornecimento para o varejo.

Os resultados da pesquisa da ABIESV apontam para um forte aquecimento em toda a cadeia produtiva de equipamentos e serviços que atende o varejo. Com relação ao faturamento, 40% dos entrevistados afirmaram ter sentido um aumento nesse período com relação a 2007, sendo que 20% dos respondentes notaram alguma estabilidade.

Esse cenário gerou um incremento no número de funcionários em 40% dos entrevistados, ou seja, para atender a demanda foi necessário contratar mais empregados. Porém, esse mesmo grupo apontou a falta de mão-de-obra qualificada como um fator preponderante para um maior crescimento.

Outro dado interessante é que 25% dos pesquisados está operando com sua capacidade instalada entre

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COLGATE-PALMOLIVE É LÍDER DE MERCADO EM SABONETES LÍQUIDOS NO BRASIL

A Colgate-Palmolive, que hoje cresce acima do mercado em todos os segmentos de atuação, mantém foco na liderança de sabonetes líquidos no Brasil. Com as marcas PALMOLIVE, a primeira mais vendida, e Protex, vice-líder no segmento, a companhia conquistou, nos últimos quatro anos, mais de dez pontos percentuais de participação, atingindo 29% de market share valor na categoria.

“Essa liderança deve-se a um completo portfólio de sabonetes líquidos com excelente qualidade e diversificadas opções capazes de atender as necessidades específicas dos mais distintos tipos de consumidores, desde os que procuram pela hidratação, esfoliação e aromaterapia até os que buscam por proteção e ingredientes naturais”, afirma Tamara Kulb, de Marketing da Colgate-Palmolive.

Parte desta estratégia foi fortalecida pelo sucesso da linha de sabonetes PALMOLIVE Amazônia

que foi ampliada recentemente com as variantes “Murumuru & Orquídea” e “Maracujá & Manteiga de Cupuaçu”. Elaboradas com extratos de origem 100% natural da flora brasileira e fragrâncias envolventes, os lançamentos completam a linha que já contava com as variantes “Castanha de Pará & Semente de Linhaça” e “Guaraná & Andiroba”,

A linha PALMOLIVE Amazônia contou com forte apoio, tanto com propaganda em TV e

PESQUISA: PERFIL DE HÁBITOS E CONSUMO DE QUEM MORA SOZINHO É APRESENTADO PELA MARKET ANALYSIS

A Market Analysis, apresenta estudo conduzido sobre os hábitos de consumo de pessoas que vivem sozinhas. O resultado mostra que este grupo é composto por consumidores mais exigentes que buscam melhores preços (80%) e só concordam em adquirir produtos mais caros se isto significar maior durabilidade. Pagar mais em troca de conforto ou praticidade é uma característica inerente àqueles que moram com suas famílias e precisam otimizar seu tempo para cuidar do lar.

A atividade relacionada a lazer mais citada por este grupo foi compras (42 %). O tempo diário gasto com internet e televisão em casa ficaram em segundo plano.

Outro aspecto destacado é que estes moradores possuem hábitos menos saudáveis e atribuem a responsabilidade pela segurança alimentar aos fabricantes dos produtos. Passeios a bares e restaurantes foram citados por 42% contra 21% da população em geral, assim como comer em redes

anúncios em revista quanto impactantes materiais de ponto de venda, explorando a diversidade da flora amazônica. Para dar continuidade a este sucesso, a empresa passou a veicular um novo comercial do sabonete líquido PALMOLIVE Amazônia Castanha do Pará e Semente de Linhaça, em TV aberta, nacionalmente. Anunciante líder em TV por assinatura, a Colgate-Palmolive investe pela primeira vez em canais abertos para o segmento de sabonetes líquidos. “Queremos consolidar nossa liderança”, completa Tamara.

O foco em benefícios extras ao consumidor também faz parte da estratégia. “Sempre trazemos novidades, desenvolvendo promoções bastante atraentes que devem chegar nos próximos meses nos pontos-de-venda. Entre elas está a promoção de ‘350 ml por 300 ml’, onde o consumidor compra mais por menos, ou seja, 350 ml pelo preço de 300 ml”, afirma Ana Araujo, gerente de Marca de Sabonetes Líquidos da Colgate-Palmolive.

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CRESCIMENTO VOLTARÁ A SER MEDÍOCRE EM 2009, ADVERTE FECOMERCIO

Diante de novo aumento expressivo da taxa Selic a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) considera que o atual ciclo de aperto monetário imposto pelo Copom representará o fim de um período de crescimento robusto do PIB brasileiro - em torno de 5%, verificado nos dois últimos anos e que ainda deve se manter em 2008 - para o retorno aos desempenhos medíocres, iguais ou inferiores a 3% ao ano, a partir de 2009. Para a entidade, está claro que a inflação é uma doença que precisa ser controlada, mas o remédio não pode ser apenas a elevação dos juros, e muito menos numa dose cavalar que ameaça matar o paciente, em vez de curá-lo.

De acordo com as projeções da Fecomercio, em algum momento do segundo semestre os indicadores devem começar a apontar para um desaquecimento dos investimentos que seriam responsáveis pelo crescimento futuro. Se as previsões do mercado se confirmarem e a Selic chegar ao final do ano no patamar de 14,5% ou 15%, a tendência é que desabe o crescimento em 2009.

Este é o resultado de se atribuir ao

fast foods constantemente também foi comentado por 36% dos entrevistados. Deste grupo, 45% afirmaram consumir bebidas alcoólicas e 66% revelaram ingerir doces e chocolates.

O número de brasileiros que moram sozinhos dobrou na última década e já atinge a marca de seis milhões. A estimativa é que até 2016 esta quantidade aumente para 12 milhões. Empresas já se preparam para atender às necessidades deste público ao criar estabelecimentos baseados no seu perfil. Os moradores solitários são responsáveis por 40% do consumo de produtos embalados individualmente e preferem fazer compras em um único lugar que tenha produtos de diferentes segmentos.

Banco Central um duplo papel, o de fazer política monetária e ao mesmo tempo compensar a má política fiscal do País. Para a Fecomercio, o governo deveria ter aproveitado a bonança para fazer uma política de contenção dos gastos públicos, e, ao contrário, colocou mais lenha na fogueira da inflação, elevando os gastos na mesma medida em que cresceu a arrecadação.

A entidde avalia que o Copom poderia ter sido mais comedido, afinal da mesma maneira que o BC se surpreendeu com a inflação batendo no teto da meta, amanhã as cotações das commodities podem recuar, como já está acontecendo com o petróleo. Neste ambiente de incertezas e de volatilidade, a entidade recomenda mais cortes nos gastos públicos e menos volúpia por juros na estratosfera.

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Em seqüência à série de estudos que destaca a demanda para bens de consumo duráveis, o PROVAR (Programa de Administração de Varejo), da FIA (Fundação Instituto de Administração), em parceria com a Felisoni & Associados, anuncia a mais recente edição da “Pesquisa Trimestral de Intenção de Compra no Varejo” com foco nas expectativas de compras para o terceiro trimestre de 2008. A análise traz ainda os resultados da pesquisa de Intenção de Compra na Internet, que registrou crescimento em relação ao segundo trimestre.

Mais de 500 consumidores da cidade de São Paulo foram entrevistados pela pesquisa que avalia as intenções de compra e de gastos no período de julho a setembro. Entre os destaques estão os 61,8% dos respondentes que têm intenção de comprar no período, índice superior ao apurado no terceiro trimestre de 2007, que registrou 56,6%, e inferior ao segundo trimestre de 2008, quando o indicador apontou 63,2%.

São analisadas as expectativas em relação à compra das seguintes categorias de produtos: Linha Branca, Eletro-eletrônicos, Telefonia e Celulares, Informática, Automóveis e Motos, Cine e Foto, Material de Construção, Cama, Mesa e Banho, Móveis e Eletroportáteis.

O percentual de pessoas que não pretendem comprar produtos dos segmentos

PESQUISA REGISTRA REDUçãO DA INTENçãO DE COMPRA DO

CONSUMIDOR E AUMENTO DE GASTOS NO 3º TRIMESTRE DO ANO

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pesquisados aumentou de 36,8% para 38,2%, o que representa um aumento de 1,4 pontos percentuais. No comparativo ao mesmo período de 2007, foi registrada uma redução no índice de 12,8%. Para Claudio Felisoni de Angelo, coordenador geral do Provar, “deve-se considerar para o terceiro trimestre de 2008 as mudanças macroeconômicas e o nível de endividamento do consumidor, que pode atuar como fator inibidor para a contração de novas dívidas”.

Nessa nova pesquisa, entre os itens da lista de produtos com

maior intenção de compra destacam-se os segmentos ‘Informática’, com 13,8%, e ‘Cine e Foto’, com 12,6%. “Essas categorias podem ter sido influenciadas pelas sucessivas quedas verificadas no valor cambial do dólar. Muitos dos componentes dos produtos deste segmento estão atrelados diretamente à moeda norte-americana e tal situação pode estimular a aquisição dos referidos produtos”, informa Felisoni.

Já a intenção de compra apurada para o segmento ‘Informática’ apresentou um crescimento de 11,2%

para 13,8% no 3º trimestre deste ano. O avanço foi possivelmente influenciado pelo interesse crescente dos consumidores das classes C e D por esta categoria de produtos. O estudo traz na seqüência o segmento de ‘Linha Branca’, com 10,6%, acompanhado por ‘Telefonia e Celulares’ (9,8%), ‘Móveis’ (6,8%) e ‘Eletroportáteis’, com 6,2%. Em seguida, a pesquisa relaciona ‘Material de Construção’, com 5,4%, ‘Automóveis e Motos’ (4,0%) e ‘Cama, Mesa e Banho, com 2%.

A Pesquisa Trimestral também avaliou a Intenção de Compras na Internet. Apenas 11,6% dos entrevistados informaram ter intenção de efetuar compras pela Internet e indicaram ainda a preferência pela compra no varejo tradicional. O número é inferior ao trimestre anterior, quando o índice de Intenção de Compras pela internet foi de 19% dos entrevistados.

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DIPLOMA DE RECONHECIMENTO PÚBLICO

Respeitado por sua atuação voluntária em ações sociais em Londrina como também na gerência de lojas da rede Super Muffato instaladas na cidade, Valdecir dos Santos Galhardi foi homenageado pela Câmara de Vereadores no dia 15 de maio com o Diploma de Reconhecimento Publico. A iniciativa da homenagem foi do vereador Jamil Janene lembrando que “Valdecir não se contentou em apenas cuidar da sua família, ser uma referência profissional e decidiu colaborar para que outras pessoas também tivessem mais qualidade de vida”, que entregou a honraria ao homenageado acompanhado do vereador Gláudio Renato de Lima.

Valdecir Galhardi foi muito aplaudido por amigos, familiares e integrantes da Associação Cultural Unicanto que lotaram as galerias do Legislativo. Emocionado, Galhardi agradeceu a

honraria dizendo que o diploma é importante não só para sua vida mas, também uma forma de entusiasmo para alcançar novas metas.

Valdecir dos Santos Galhardi nasceu no distrito de Vila Reis na cidade de Apucarana em abril de 1953. Conseguiu seu primeiro emprego como lavador de carros na empresa posto Ásia; trabalhou posteriormente na Casa Rosa Supermercados e Ferragens Ltda. Em Apucarana trabalhou na área de supermercados até 1986 quando foi convidado para gerenciar uma das unidades da Empresa Irmãos Muffato na cidade de Foz do Iguaçu. Permanece na rede Super Muffato até os dias atuais, exercendo o cargo de gerente geral da loja Tiradentes em Londrina.

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Perfil

“Me realizo servindo as

pessoas”O Oeste do Paraná é conhecido pela sua forte

cultura gaúcha. Para lá, em busca de melhores oportunidades nas décadas de 60 e 70, migraram milhares de famílias de pequenos agricultores e comerciantes oriundos do Rio Grande do Sul. Com eles, vieram a paixão pelo Grêmio e pelo Internacional, o chimarrão, o churrasco e a vontade de construir uma vida nova.

O sonho de prosperidade em terras distantes atraiu o casal Severino e Lídia Beal. Com espírito empreendedor no sangue, mal chegaram a Cascavel, arregaçaram as mangas e trataram de abrir um pequeno comércio, em 1972, o Mercado Vitória. Como todo negócio que dá seus primeiros passos, envolveram os cinco filhos no trabalho: Flávio, Wilson, Carlos, Paulo e o mais novo deles, Rubimar.

Rubimar, então com apenas 12 anos, e os irmãos ajudavam os pais a tocar a empresa. Ele trabalhava todos os dias na reposição de mercadorias, fazia pacotes para os produtos e entregas em domicílio. Nos anos seguintes, acabou passando por todos os setores, o que lhe deu uma ampla experiência e um profundo conhecimento de varejo na prática.

Com o empenho da família, que sempre deu atenção especial ao atendimento, o Mercado Vitória cresceu e se transformou na Companhia Beal de Alimentos, que hoje detém as bandeiras Super Beal, com quatro lojas em Cascavel e Super Festval, com outras quatro lojas em Curitiba, além do Atacado Beal, também na capital.

Ao contrário de outros empreendimentos supermercadistas, que basearam sua expansão na abertura de lojas na sua região de influência, a estratégia dos Beal foi ousada e certeira: inaugurar lojas de médio porte, com mix diferenciado, na capital, sem medo de encarar de frente a expansão das grandes redes internacionais.

“Procuro seguir o exemplo empreendedor dos meus pais. Gosto do que faço e me realizo diariamente no trabalho de servir as pessoas

que convivem comigo, sejam elas funcionários, clientes, fornecedores ou membros da comunidade onde atuamos”, revela Rubimar, que é mais conhecido como Rubens.

Gaúcho de São Valentin e formado em Ciências Contábeis, Rubimar João Beal é apaixonado pelo seu trabalho, mas não se considera um workaholic. “É preciso conciliar trabalho com lazer e convívio familiar”. O fato de residir e trabalhar em uma cidade como Cascavel permite que ele possa almoçar diariamente em casa, com sua esposa Andréia e os filhos pequenos, Rubens e Vitória. O trabalho é puxado, com jornadas semanais das 7h30 às 20h00 e, apesar da distância que separa a empresa da sua casa, Rubens não abre mão destes momentos. “Minha grande alegria é minha família, minha esposa e meus filhos com os quais eu posso compartilhar sonhos, conquistas, alegrias e dificuldades”.

As jornadas nos finais de semana, quando o movimento é maior, são compartilhadas com os outros irmãos, que auxiliam na gestão da empresa. Duas atividades dão ao empresário as pausas necessárias em sua rotina de trabalho: o futebol com os amigos e a pescaria, que fornece momentos de tranqüilidade e meditação entre um peixe e outro.

Tranqüilidade que Rubens destaca como fundamental para lidar com as exigências diárias da atividade varejista, inevitavelmente sujeita a tensões e pressões. “O supermercadista deve gostar do que faz, caso contrário precisa mudar de ramo. É um trabalho apaixonante, que está no sangue da nossa família. Nas horas de tensão, é preciso encontrar equilíbrio e bom senso nas decisões. Para isso, a humildade é fundamental no trato com as pessoas”, lembra.

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Se humildade é um princípio básico no trato com o ser humano, Rubens considera o caráter como outro pilar que define as pessoas. “Trabalhando diariamente com centenas de colaboradores e milhares de clientes, acredito que é o caráter das pessoas que determina sua atuação”.

O empresário também valoriza a ambição. “É preciso que o ser humano seja dotado de ambição que alimenta o sonho do crescimento profissional e da empresa onde trabalha”, destaca.

A Cia Beal de Alimentos participa do programa Primeiro Emprego. Os jovens que participam desse programa têm a escolha de fazer parte da vida da empresa. “Procuramos encontrar nas pessoas que buscam emprego a vontade de seguir carreira dentro da empresa e não apenas gente que busque mais um degrau em sua trajetória. Temos funcionários com muitos anos de registro, que entraram jovens, constituíram família e ocupam cargos de gerência ou de liderança. Queremos parceiros na tarefa diária de encantar e satisfazer os clientes, o que permitirá aos membros da equipe se sobressaírem e conquistarem lugar de destaque”.

Beal acredita que o principal desafio do supermercadista brasileiro hoje é

conseguir fazer a empresa crescer em um ambiente de grande competitividade. “O setor precisa conviver com altas cargas tributárias, leis trabalhistas arcaicas, margens cada dia menores e clientes mais exigentes”. De acordo com o empresário, a grande preocupação do momento – a inflação – precisa ser combatida com muita atenção pelo Governo. “É o momento dos governantes olharem de forma mais aprofundada o nosso setor, que sempre contribuiu para o crescimento e sempre levou a pecha de ser responsável pelo aumento dos preços”.

Beal já realizou um grande sonho: ao lado dos irmãos, viu o empreendimento criado pelos pais crescer e prosperar, gerando riqueza, empregos e atuando com grande senso de responsabilidade social e ambiental. Mas ainda há outro sonho a realizar: ver a terceira geração da família dar continuidade à administração da

empresa.

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Entrevista

“Felicidadepassa por um objetivo

claro de vida”O consultor, escritor e palestrante Eduardo

Shinyashiki tem uma agenda apertada, dividida entre palestras, consultorias e seminários no Brasil e na Europa. Suas apresentações, que sempre lotam auditórios por onde ele passa, tratam de despertar as pessoas para a realização pessoal e profissional.

Shinyashiki poderia ser mais um palestrante dedicado ao tema, tão explorado no mundo corporativo, não fosse sua abordagem espiritualizada e sua ampla formação humanística e cultural.

Pós-graduado em Ciência do Movimento, ele se especializou em Desenvolvimento Humano nos Estados Unidos, Europa, América do Sul, México, e Índia. No seu caminho profissional, se formou como terapeuta holístico, Master Trainer em Programação Neurolingüística, Docente Titular de Biodanza, Trainer em Rebirthing, Master Avatar pela Star’s Edge International, Analista Transacional e Instrutor de Firewalking.

Integrando ensinamentos dos Mestres Orientais com técnicas do Ocidente e da Leitura Corporal Namastê®, desenvolveu o Treinamento Namastê®, um programa prático e vivencial para expandir os poderes realizadores na nossa vida e utilizar o poder interior como um instrumento transformador na realização de seus objetivos.

Entre uma viagem e outra, ele conversou com Supermix sobre o papel da espiritualidade no concorrido e agitado mundo contemporâneo, ética na vida pessoal e empresarial e o poder da comunicação na vida das pessoas.

Supermix – A humanidade se encontra no seu mais avançado estado de evolução, sobretudo pelo domínio da tecnologia, que gerou riqueza e conforto nunca vistos antes. Porém as pessoas não estão necessariamente mais felizes e a reclamação mais comum nas empresas é de stress, pressões brutais, competição desleal e infelicidade, que acaba se traduzindo nos relacionamentos familiares e pessoais. Por que acontece esta situação?

Eduardo Shinyashiki - Grande parte das pessoas hoje vive sem um objetivo claro de vida. Elas apenas trabalham e não se realizam. E quando alguém não sabe por que acorda, esta pessoa é sugada pelos acontecimentos, ou tende a reclamar com afirmações do tipo “a empresa levou os melhores anos de minha vida”. Aí está a importância de cada um cultivar um objetivo pessoal e alinhar este objetivo ao da sua empresa. As pessoas que se realizam têm problemas, mas elas encaram as dificuldades de forma diferente. Elas se levantam e sabem que estão começando mais um dia para realizar seus sonhos. Eu costumo dizer para os líderes que assistem às minhas palestras para que eles estimulem seus colaboradores a sonhar e a desejar muito, a cultivarem objetivos significativos e grandiosos. Só assim eles terão o sentido claro do motivo pelo qual trabalham.

Tem gente que tem problemas sérios na vida, como uma doença em família, por exemplo. Esta pessoa sabe que ela precisa de dinheiro e do seu emprego para pagar a cura de um ente querido.

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julho - agosto 2008

Mas a grande pergunta que um profissional pode se fazer é: como eu posso transformar o negócio onde estou hoje no meu melhor negócio?

Fala-se muito em referências, em profissionais e líderes que se tornam exemplos em suas atividades. Jack Welch, por exemplo, é um executivo que sempre se portou como dono das empresas que administrou, mesmo sendo um profissional contratado. Hoje ele atingiu o estágio no qual pode escolher o que fazer e pensar, em um domingo à noite: “Ainda bem que chegou mais uma segunda e com ela a oportunidade do meu trabalho aparecer”.

E.S. - Atualmente já existem empresas que são referências em suas áreas. Essas organizações sabem que o melhor resultado acontece quando o funcionário e a empresa ganham. Por outro lado ainda há aquelas que não investem nada em pessoas. Estas têm uma visão puramente extrativista, ou seja, elas acreditam que só ganham tirando o melhor do funcionário.

Com a concorrência brutal no setor, onde um supermercado pode ganhar mais? Investindo na comunidade onde atua. Se os membros desta comunidade tiverem mais renda, o supermercado ganhará mais. Cursos profissionalizantes, programas de geração de renda auxiliam a comunidade e a empresa. A visão de ganho para todos cria um ambiente produtivo que estimula os funcionários a desenvolver seus talentos.

Supermix - As empresas realmente estão proporcionando condições de realização pessoal?

Supermix – E como as empresas brasileiras tratam seus colaboradores?

Eduardo Shinyashiki

Quando alguém não sabe por que acorda, esta pessoa é

sugada pelos acontecimentos, ou tende a reclamar com

afirmações do tipo “a empresa levou os melhores anos de

minha vida”.

E.S. - O Brasil evoluiu muito neste quesito. Enquanto na Europa se investe muito em competências técnicas e treinamentos específicos, no Brasil se investe mais no desenvolvimento pessoal, na auto-confiança e na auto-estima do colaborador. A área de RH evoluiu muito no Brasil com a valorização do ser humano. Mas pode-se afirmar que cerca de 60% das empresas ainda não investem adequadamente em seus

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Supermix – Operações da Polícia Federal vem desbaratando quadrilhas que lesam os cofres públicos e conduzindo para cadeia deputados, banqueiros, empresários, prefeitos, funcionários públicos e advogados. O país mal supera um escândalo e vem outro, envolvendo mais gente que costumava aparecer em capas de revista, como referências em suas áreas. O Brasil passa por uma crise de ética? Por que existe uma sensação de impotência perante a corrupção que envolve agentes públicos e privados?

E.S. - O sentido da palavra ética vem do grego ethos, que significa morada humana. A primeira morada humana é o corpo e o que fazemos com nossa morada? Quando uma pessoa não sabe o que fazer com a própria vida ela deixa para os outros esta decisão. Um exemplo é o da mulher quer reclama de seu casamento, ao afirmar: “ele não me faz feliz”. Ela transfere assim

a responsabilidade pela sua felicidade para os ombros do outro, o que aliás é comum entre quase todas as pessoas. Ao pressionar uma tecla no dia da eleição, a pessoa pode achar que é o máximo que pode fazer para mudar a situação social do país.

No recente surto de dengue no Rio,

teve pessoas que afirmaram: “Eu limpei o quintal de minha casa, eliminei focos do mosquito”. Mas, ainda assim, quem disse isso teve casos de doenças em sua família, pois o vizinho não fez a sua parte. Portanto, não basta fazer a nossa parte, é importante se envolver com a comunidade e estimular os outros a fazer a sua. Segurança pública, que é o grande assunto do momento, dá outro exemplo. Não basta se trancar em casa atrás de alarmes e vigilância privada e ignorar a

Entrevista

E.S. - Em minha infância, eu conhecia o dono do mercado do bairro onde morava. A relação não era apenas entre vendedor e cliente. Hoje as pessoas só correm de um lado para outro e correr se tornou a tônica da vida. Mas se você perguntar a elas por que correm tanto, elas não saberão explicar o motivo. Este ritmo intenso acontece em função de rendimentos e resultados. Fala-se muito em qualidade de vida. Mas as pessoas querem mesmo qualidade de vida ou uma vida com qualidade? Corre-se para pagar prestações do carro novo, da TV de plasma, para bancar roupas da moda, mas muitas vezes a esposa e os filhos são ignorados. Então a vida com qualidade é esquecida.

A espiritualidade é justamente a dimensão maior de algo grandioso, um aspecto da divindade que está em todos. Quando o ser humano perde esta relação com o divino, ele perde esta referência de si mesmo como um ser grandioso. E o resultado é que sua referência, antes interior, torna-se orientada para o exterior, para carros, casas, roupas. Precisamos retomar esta dimensão espiritual. Claro que as pessoas merecem ganhar dinheiro, mas também merecem viver com amor,

Supermix – A preocupação obsessiva com a lucratividade e a sobrevivência afasta as pessoas de sua espiritualidade?

Os funcionários sempre querem que

a empresa cresça, mas eles também

querem crescer pessoalmente.

Uma empresa se torna especial

se o funcionário sabe que lá está

cercado de amigos.

quadros, que o crescimento está relacionado a este investimento. Um exemplo prático. Todos os supermercados vendem os mesmos produtos e serviços. O que diferencia um do outro são as pessoas. Um funcionário atencioso, que entende o cliente, é um diferencial que se transforma em lucro.

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grande crise social do Brasil.Ainda há empresas que tentam se manter

no mercado em cima da lei de Gérson, aquela de levar vantagem em tudo. Felizmente, esta relação hoje é muito menos popular. O conceito mais forte atualmente é o da love mark, visível nas empresas mais amadas, que respeitem a comunidade e o meio ambiente. Esse conceito repercute no lucro e será importante para poder olhar diretamente nos olhos do cliente.

Mas, infelizmente, no cenário mundial ainda haverá empresas, pessoas e políticos sem ética, porque o consumidor ou o eleitor espera que os resultados aconteçam. Eles não acreditam que não fazem a diferença. Quando eles acreditarem, tudo mudará. A globalização mudou a relação de forças no comércio entre as nações. Os países do Primeiro Mundo dependem dos países em desenvolvimento para se alimentar. Então, quem produz grãos tem que valorizar seu produto ao negociar com quem produz chips.

Muitas pessoas estão se dando conta que elas são quem efetivamente fazem a diferença, ao romper com a idéia de que o estado pode fazer algo por elas. Então, quando pessoas e sociedades se unem e sabem que poder fazer a diferença, as atitudes antiéticas diminuem. Não depende do detentor de cargo público ser ético, mas de quem vota e controla a sua atuação. No Brasil, os eleitores continuam reelegendo gente que não tem atuação positiva para a comunidade, mas sim para pequenos grupos privados.

Então, quando se fala em ética, deve-se falar também de que falta uma percepção sobre o que eu estou fazendo com o meu destino. Um pai que ensina o filho a mentir está trilhando um caminho errado. Depois de um tempo as mentiras aumentam tanto que o filho passa a mentir para o pai.

As pessoas são boas em sua essência, mas às vezes falta uma ação coerente com essa essência. Aí entra o papel do educador, de resgatar em seus educandos a capacidade que cada um tem de fazer a diferença. Ética é o resgate de valores humanos, da dimensão profunda do espiritual, de respeito ao ser humano. Se as pessoas e o mundo são respeitados, não haverá agressões ao meio ambiente, pois se o mundo acaba, fruto

de uma visão predadora, não haverá lucros para ninguém.

Supermix – Um dos maiores conflitos do ser humano, senão o maior deles, é com o seu semelhante. Como as pessoas podem conservar seus valores e respeitar os valores dos outros? E como a comunicação contribui neste processo?

E.S. - Comunicação em seu sentido mais profundo significa tornar comum. Na Santa Ceia, Cristo está sentado na mesma mesa dos apóstolos, ao lado deles. Comunicar é lidar com a diversidade de cores, raças, credos. Em um casamento, o homem e a mulher têm idéias próprias de como lidar com a relação. Se ambos percebem isso eles passam pela capacidade de julgar o que se passa em seus referenciais individuais e tomam cuidado para não impor um ao outro a sua verdade individual. Ou seja, o mundo não passa pelo meu umbigo.

O grande desafio e ao mesmo tempo a grande solução está na comunicação. É entender que a minha verdade não é absoluta. Se um profissional entende isso ele começa a buscar outras verdades e percepções. O que realmente importa para você? Até onde eu posso ir, o que eu posso pedir? Tem briga de casal na qual a disputa é para ver quem tem razão, mas importa mesmo é compreender a razão do outro, sem que seja preciso abrir mão de sua verdade.

Comunicar envolve compaixão. Olhar em volta e perceber que as todas as pessoas já sofreram, sentiram medo e tristeza em algum momento, mas que elas também estão buscando amor, alegria e esperança. Buscar a convergência em volta, não a divergência. A comunicação nada mais é que um fator de desenvolvimento, de compreensão, de lidar com diferentes percepções e verdades. O mapa de um não é o de outro. Se eu quero melhorar a relação com o outro, eu preciso entender exatamente o que eu quero e o que é importante para o outro.

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Criança quer laptop e

Há algumas décadas atrás, quando se falava em Dia das Crianças, os pais já se preparavam para presentear seus filhos com uma bicicleta, um modelo mais sofisticado de bicicleta, um jogo de tabuleiro estilo Banco Imobiliário. O presente mais caro certamente seria um último modelo de videogame, mas este, pelo valor, era reservado para o Natal. Os pais então aproveitavam o desejo do filho para impor uma troca associada ao bom rendimento escolar.

Esses objetos de desejo do consumidor infantil ainda são muito populares na data, mas eles perderam espaço para outros brinquedos, mais modernos, interativos e mais caros. Afinal, hoje é muito provável que qualquer garoto de 12 ou 13 anos seja o consultor de Informática da família e seja o professor dos seus pais quando o assunto é tecnologia.

celular!

Neste novo cenário, as grandes atrações para o Dia da Criança são os computadores pessoais, laptops e celulares, seguidos de iPods, Mp4 e câmeras digitais. O varejista que ainda prepara seu mix com base em uma ilha com bonecas, bolas e carrinhos corre o risco de ficar literalmente na contramão da história, pois não é de hoje que o canal se transformou num espaço privilegiado para a venda de eletro-eletrônicos, competindo de igual para igual com o modelo de Casas Bahia e Ponto Frio, por exemplo.

Os novos brinquedos encontram um canal perfeito no

varejo

Dia das Crianças

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Informação“As crianças já estão familiarizadas com

tecnologias como computadores e celulares, que antes eram privilégio do público com mais de 15 anos. E, mais do que isso, hoje elas têm acesso fácil à informação. O contato com a internet, inclusive pelo celular, permite que uma série de descobertas ocorra de forma muito mais rápida para esse público. É essa geração que muitas vezes aproxima os pais às informações sobre lançamentos, demonstrando grande capacidade de convencimento e determinando as decisões de compra”, afirma Charles Knapp, diretor de Eletrônicos do Wal-Mart na Região Sul.

Equipamentos eletrônicos não são – e nunca serão – substitutos do tradicional brinquedo. Ao brincar com um carrinho ou boneca, a criança desenvolve habilidades motoras, estimula a imaginação e, se a brincadeira for em grupo, aprimora o senso de sociabilidade. Mas um computador ou um laptop representa uma alternativa com grande potencial de educação e lazer.

Charles Knapp: “As crianças já estão familiarizadas com tecnologias como computadores

e celulares, que antes eram privilégio do público com mais de 15 anos. E, mais do que

isso, hoje elas têm acesso fácil à informação. O contato com a internet, inclusive pelo

celular, permite que uma série de descobertas ocorra de forma muito mais rápida para

esse público. É essa geração que muitas vezes aproxima os pais às informações sobre

lançamentos, demonstrando grande capacidade de convencimento e determinando as

decisões de compra.”

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Se os supermercados ainda preparam seu

mix com base em uma ilha com bonecas,

bolas e carrinhos correm o risco de ficar

literalmente na contramão da história pois

as grandes atrações para o Dia da Criança

são os computadores pessoais, laptops e

celulares, seguidos de iPods, Mp4 e câmeras

digitais.

“Um computador reúne num único equipamento diversas funções essenciais para uma criança. Um centro de lazer, com jogos, comunicação on-line, integração com amigos. Na parte educacional é uma ferramenta que, junto com a internet, amplia os horizontes, permitindo pesquisar e conhecer, por exemplo, culturas de outros países. Além disso, também é possível fazer cursos pela web e aprofundar assim o conhecimento em diversos segmentos”, revela César Aymoré – Diretor de marketing da Positivo Informática.

Além dos PCs e laptops, os celulares passaram a freqüentar a lista de presentes das crianças. Recursos como câmera fotográfica, acesso à Internet e plataforma para ouvir músicas incrementaram os aparelhos a tal ponto que sua função essencial, de fazer ligações, já não á tão decisiva na aquisição.

Presente nas redes nacionais que atuam no Paraná, como Carrefour, Wal-Mart, BIG e Pão de Açúcar, a Claro vê nas lojas de super e hipermercados um excelente canal de vendas para o segmento pré-pago. Pesquisas da companhia indicam que o maior volume de vendas acontece na primeira semana do mês, quando geralmente as pessoas fazem suas compras mensais. Mas picos de vendas também são registrados nas grandes datas no varejo, como Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal. Outro dado importante que a Claro percebeu: preço não é fator decisivo na aquisição de celulares no varejo.

Para garantir um mix diversificado e atualizado com as últimas novidades da tecnologia, a rede Extra inicia suas negociações para o Dia das Crianças em abril. Cerca de um mês antes, a loja já começa a destinar um espaço maior de vendas para a categoria, que vem atingindo outras categorias além de brinquedo, como por exemplo, informática, com laptops (Xuxa e SpiderMan no ano passado).

Tocadores de MP3 e videogames são outros produtos muito procurados na época. O Dia das Crianças também registra alta nas vendas de DVDs infantis. No ano passado o Extra Hipermercados incrementou o volume de produtos em 20% para a data, com crescimento de 30% nas vendas.

Educação

Dia das Crianças

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Cré

ditos

- Ju

lio V

ilela Uma dica de exposição para

esses produtos é a “degusta-

ção” conforme sugere Cesar

Aymoré, “o ideal é sempre

deixá-los ligados no ponto de

venda. As informações sobre

configuração e diferenciais dos

produtos também precisam

estar sempre bem expostas,

e a presença de um vendedor

apto a solucionar qualquer

questionamento do cliente é

fundamental.”

Como a procura por computadores e celulares aumenta nesta época, é importante dedicar atenção especial à exposição. “Trabalhamos fortemente as parcerias com fornecedores, destinando espaços específicos onde eles possam explorar o próprio conceito de suas marcas e sua proposta de solução para o cliente. Por outro lado, em outras seções como a dos celulares, preferimos manter toda a gama muito próxima, em uma área que o consumidor possa percorrer de forma rápida, manipulando e comparando as características dos diferentes modelos. Algumas lojas também trabalham com a “degustação” de produtos, principalmente games, para que o público possa apreciá-los melhor antes de fazer seu investimento”, lembra Charles Knapp, do Wal-Mart.

Experimentação é a palavra mágica para estes produtos. “O ideal é sempre deixá-los ligados no ponto de venda. As informações sobre configuração e diferenciais dos produtos também

precisam estar sempre bem expostas, e a presença de um vendedor apto a solucionar qualquer questionamento do cliente é fundamental”, sugere Cesar Aymoré, da Positivo.

O Dia das Crianças passou a ser uma data significativa para a Positivo Informática na venda de computadores e notebooks. “Essa mudança ocorre porque as crianças estão começando a entrar no mundo da tecnologia cada vez mais cedo e sempre estão ligadas nas últimas novidades”, diz Aymoré. De olho neste segmento, a empresa desenvolveu produtos voltados para esse público, além de adequar alguns produtos da linha, como é o caso do ultraportátil Positivo Mobo, lançado em maio e que chega agora na versão Kids.

Exposição

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Espaço Jurídico

Um por dia

O empresário brasileiro é um herói. Diariamente dribla a concorrência, a carga tributária, o emaranhado legal, um dos juros mais altos do mundo, a falta de segurança e a informalidade, entre outros desafios. Para o empresário do setor supermercadista não é diferente, tendo em vista que atua no segmento que mais atende público de todas as classes sociais, que o capacita como um instrumento para ajudar na mudança de hábitos do consumidor ou como um instrumento para promoção pessoal de aventureiros. A história tem mostrado que polemizar temas focando os supermercados dá visibilidade e a construção de uma imagem positiva para o setor supermercadista é um objetivo diário da Apras.

Nesse quadro, o cliente tem que ser bem atendido, o funcionário motivado e o lucro é fator decisivo para a continuidade das empresas.

Neste ambiente empresarial altamente competitivo, o empresário brasileiro tem ainda que ser suficientemente astuto para identificar se a legislação não é mais um excesso que veio para não ficar, por falta de atuação do poder público. Foi assim que em julho de 2004, a Secretária de Meio Ambiente de Curitiba, através do Ministério Público do Paraná, começou a exigir dos grandes geradores, um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). No passado recente poucos sabiam como fazê-lo e só na seqüência o decreto nº 983, que regulamenta a Lei nº 7.833 da Prefeitura Municipal de Curitiba regulamentou a matéria, que foi acompanhado por outros

Municípios Paranaenses.O setor supermercadista começou a perceber

que o argumento dos ambientalistas de que o planeta é pequeno para tanto consumo e

resíduos gerados veio para ficar e a natureza não podia esperar.

Foram muitas palestras, debates e reuniões com o poder público, consultorias, grupos de trabalho, até que em outubro daquele ano concluiu-se a primeira fase com o primeiro levantamento setorial de resíduos sólidos, com a participação de 109 supermercados mais representativos da região metropolitana de Curitiba, que identificou de forma inédita que o setor já tinha um índice bastante expressivo de reciclagem, próximo a 30%, percentual que já destacava os supermercados objetos da pesquisa como melhores que a média mundial.

Após nova série de reuniões, acertos e erros, no decorrer de 2005 a maioria dos supermercados acabaram concluindo o seu Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, com o apoio de consultorias que se qualificaram para atender esta nova demanda. Iniciou-se, então, a fase de implantação que se estende até hoje.

Em 2006 iniciou-se a fase do questionamento das sacolas plásticas, durante a qual se exigiu do setor uma destinação mais correta para o confortável meio de transporte dos alimentos dos supermercados para a casa do consumidor.

Surgiram então as sacolas oxi-biodegradáveis e o interminável debate entre a Plastivida, representando o setor do plástico, que é contra a tecnologia e a Res-Brasil que é quem detém

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a tecnologia. Esse debate se arrasta até hoje, com ambos os lados patrocinando a vinda de especialistas de todas as partes do mundo para defender seus pontos de vista. A atuação forte da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná em parceria com a Apras viabilizou, apesar da polêmica, que mais de 50% das sacolas usadas nos supermercados paranaenses sejam oxi-biodegradáveis.

2008 está sendo o ano para debater a sacola retornável, e a Apras em parceira com a ACP – Associação Comercial do Paraná promoveu a campanha “Pedágio Verde”, que visou criar consciência ambiental para a importância da reutilização, através da distribuição de 10.000 sacolas retornáveis.

Recentemente, mais uma vez o Ministério Público e Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba convocaram os grandes geradores para buscar uma solução para o lixo orgânico, tendo em vista que o aterro da Caximba está com vida útil comprometida, e a solução buscada pelas Prefeituras já se arrastam por mais de três anos sem solução, inviabilizando inclusive alternativas privadas. Após uma analise desse mercado, com mais de 15 empresas que estudam se instalar na Região Metropolitana de Curitiba, começam a surgir alternativas, e a compostagem dos resíduos orgânicos gerados pelos supermercados em breve deve ser uma realidade. Esse movimento começa a replicar-se em Londrina e nas demais regiões do Paraná.

A busca de soluções para a logística reversa já e uma realidade no setor supermercadista buscando-se construir alternativas para a destinação correta das embalagens dos produtos que comercializamos, a exemplo dos pets, embalagens longa vida, resíduos de frituras, entre outros.

Em retrospecto, foram mais de 100 palestras, debates, ações e reuniões com o poder público, consultorias, grupos de trabalho coordenados pela Apras para evoluirmos para o estágio atual.

No momento em que o mundo discute ações para melhorar o meio-ambiente e o Congresso Nacional caminha para concluir

legislação mais exigente, o Paraná pode ser considerado modelo, sendo objeto de pilotos e de citação pelas grandes redes de supermercados com atuação nacional.

Sabemos que muito terá que ser feito na busca de um meio ambiente melhor para nossos filhos, mas também podemos comemorar, pois se percebe que o empresário supermercadista está muito mais consciente da sua responsabilidade ambiental. Para a Apras é uma satisfação ter participado ativamente dessa mudança de consciência. Ficam os nossos cumprimentos e agradecimentos ao Secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, Rasca Rodrigues e ao Promotor de Justiça do Paraná, Dr. Saint-Clair Honorato Santos, que com seus trabalhos muito contribuíram para esta nova realidade.

Comitê Jurídico

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Economia

Inconveniente, cruel,mas infelizmente real e global

Ninguém quer saber da inflação, que devora rendimentos do consumidor mais pobre e afeta com mais gravidade dos super e hiper. O setor ainda

lembra muito bem da época em que era chamado injustamente de vilão dos preços. Nada mais equivocado, uma vez

que vem trabalhando duro para manter os preços equilibrados desde 1994.

É o assunto do momento. E merece toda a atenção, porque seus efeitos são perversos e visíveis no cotidiano. Historicamente,

de todos os setores da economia, é nos supermercados que mais se percebe a ameaça da inflação. Historicamente e por uma questão natural de sobrevivência, atrasa-se uma parcela de um bem durável, corta-se um gasto ali, mas a aquisição do alimento é sagrada. Mesmo que seja em menor quantidade ou um produto desconhecido. Historicamente, os supermercados estão na linha de frente quando o assunto é a alta nos preços. E não raro, tendem a levar toda a culpa, com uma tremenda carga de injustiça.

Dois fatores explicam porque os supermercados não podem ser considerados os vilões desta história. O primeiro está relacionado à concorrência no setor, acirrada com a entrada de grupos estrangeiros, fez com que as empresas se modernizassem e investissem pesado em tecnologia e na qualificação de pessoal. Traduzindo de outra forma, o setor

aperfeiçoou suas negociações com fornecedores e reduziu brutalmente suas margens, tudo em nome da manutenção dos preços e de olho no consumidor.

O segundo ponto é que, na ponta do lápis, os preços dos produtos comercializados, sofrem altas sensivelmente menores que a dos preços administrados. Entre 1994 e 2008, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) apresenta aumentos acumulados significativos em tarifas tais como comunicação (662,04%), transporte público (462,38%), energia elétrica (375,60%), planos de saúde (346,35%), combustíveis (334,66%) e habitação (440,71%). Enquanto isto, a inflação dos alimentos no mesmo período pelo mesmo IPCA foi de somente 157,67%, contra uma inflação média de 230,18%.

O que os percentuais demonstram é um grande descompasso entre o esforço diário que as empresas do setor fazem para equilibrar preços, obtendo lucratividade em centavos, com tarifas que são gerenciadas por órgãos governamentais.

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O resultado é que sobra menos dinheiro no bolso do consumidor.

A inflação, venha de onde vier, incomoda. Não poderia haver notícia pior para abalar o clima de crescimento que toma conta do país. Ampla oferta de crédito, elevação na quantidade de empregos formais, aquecimento na construção civil, nas vendas de imóveis e automóveis, projeções otimistas de crescimento do PIB. A alta nos preços, sobretudo dos alimentos, é cruel, incômoda, preocupante, porque tira renda do bolso do consumidor, afeta toda a cadeia econômica (sem exceções) e penaliza a camada mais pobre da população.

Desde 1994 a sociedade brasileira passou a incorporar a palavra estabilidade ao seu vocabulário e à sua vida. Com preços sob controle, as empresas enxergam em longo prazo, investem mais, geram empregos e impostos. Sem inflação, ou com índices aceitáveis, o cidadão consome mais proteínas.

Quem não se lembra do iogurte e do frango como ícones desse momento? Ele consegue comprar mais alimentos, de maior valor agregado e a conseqüência direta é mais lucratividade para quem comercializa. Reforma sua casa, compra uma geladeira, um DVD Player, um carro. Passa a usufruir um conforto que é diluído no famoso carnê mensal. O melhor de tudo: passa a sonhar mais, a planejar um futuro melhor. A inflação, em sua face mais perversa, ataca os sonhos e a felicidade das pessoas. De quem compra e de quem vende.

As raízes da alta nos preços estão longe do Brasil e mostram como a globalização transformou o mundo em uma grande aldeia. As populações da Índia e China têm mais dinheiro no bolso e estão se alimentando mais e melhor e melhorando seus padrões de vida. Mais gente comendo significa maior demanda por alimentos, o que eleva os preços finais. Entre 2003 e 2008, o preço do arroz

Estabilidade

China e Índia

subiu 150%, do milho, 100% e do trigo, 145%.Não apenas as commodities agrícolas que

explodiram de preço. Mais gente com dinheiro para gastar implica em maior consumo de bens duráveis, como carros e combustíveis. Resultado: o petróleo subiu 350% no período (atingindo 130 dólares o barril) e o minério de ferro, 330%.

Perguntará o leitor: que culpa tenho eu se um chinês ou um indiano comem mais arroz? Nenhuma. Acontece que a globalização integrou os mercados mundiais e os preços das commodities acompanham a cotação internacional. Se não fosse assim, se não houvesse uma garantia de um bom preço para exportação, não haveria incentivo algum para o agricultor.

Um exemplo simples: um brasileiro consome quase 26 quilos de carne por ano. Se cada chinês vier a atingir o mesmo patamar de consumo, a China será responsável por nada menos que 75% do consumo mundial. Não há rebanho que dê conta.

Mais pobresÉ consenso que a inflação ataca com mais força

a população mais pobre. O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1, da Fundação Getúlio Vargas, calculado com base nas despesas de consumo das famílias com renda entre 1 e 2,5 salários mínimos mensais, registrou variação de 1,29% em junho. Com este resultado, o índice acumulou, no primeiro semestre de 2008, alta de 5,97%. Nos últimos 12 meses até junho, a variação passou para 9,11%, a maior registrada pela série histórica do índice.

Na passagem de maio para junho, a maior contribuição para a elevação da taxa em 12 meses foi exercida pelo grupo Alimentação. Os vilões e suas variações no período: arroz branco (26,03% para 45,78%), feijão carioquinha (119,31% para 137,51%), batata-inglesa (2,32% para 19,39%) e carnes bovinas (32,87% para 44,13%). Também contribuíram para o acréscimo os grupos Habitação, Saúde e Cuidados Pessoais e Vestuário.

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Economia

Varejo paga a conta“O maior impacto está nas pessoas da classe

média para baixo. Desde 1994 este segmento vem recuperando seu poder de compra. Houve melhoria nos salários, com correção da defasagem. Até metade de 2007 a situação era favorável. Do ano passado para cá este segmento passou a sentir um impacto mais forte com a alta dos preços. É e é justamente ele quem vai pagar mais caro, porque vai reduzir o consumo, terá dificuldades para pagar suas prestações de bens duráveis, sem contar os efeitos do stress sobre a qualidade de vida”, comenta o professor Sérgio Lepsch, da FEA- Faculdade de Economia da USP e da FIA – Fundação Instituto de Administração.

O assunto não traz boas recordações para o varejo. “Nos tempos de inflação elevada, o setor acabava sempre por ser o bode expiatório natural. Os preços subiam, as mercadorias desapareciam, os índices disparavam e os supermercados eram apontados como os vilões da situação. A estabilidade foi uma conquista de todos, ganhamos muito com ela. Os supermercados tiveram de adequar-se e aprender a trabalhar com ela. O novo cenário, aliado à acirrada competição natural do setor, obrigou as empresas a buscar ganhos de gestão, reduzindo custos através de automação, logística, negociações, para recompor suas margens e permitir a sobrevivência neste ambiente. Hoje a máquina funciona respeitando os custos. A rentabilidade dentro do negócio precisa ser mantida”, defende Maurício Bendixen da Silva, vice-presidente de Capacitação da APRAS.

Dificuldades

Ceasa garante abastecimento de hortifruti

A inflação dos alimentos tem um outro componente importante que está longe da Ásia e mais próximo do Brasil. Trata-se de uma grande onda especulativa que tem origem nos fundos de pensão dos Estados Unidos. Como os investimentos destes fundos, geralmente muito poderosos, não obtiveram o êxito esperado no mercado imobiliário, a alternativa encontrada pelos seus gestores foi aplicar seus dólares nas commodities, sobretudo em grãos e carnes. O preço disparou, os estoques mundiais diminuíram e a conseqüência direta é que todos nós estamos pagando o pato.

Marcos Andersen, diretor agro-comercial da Ceasa – PR, avalia o impacto da demanda por petróleo na produção de alimentos. “Fertilizantes, diesel e outros insumos usados na produção subiram muito de preço. Estamos vendo um cenário que pode se agravar e que preocupa muito”, diz.

Outro aspecto levantado por Andersen diz respeito ao meio ambiente. “A elevação das temperaturas e a contaminação das fontes de água potável dificultam a produção de

alimentos e contribuem para a quebra de safras”.

A produção de hortifrutigranjeiros ainda não sentiu os efeitos de todo esse processo, graças à distribuição das lavouras em todo o Brasil. Se um produto, em função, por exemplo, de uma geada forte, como aconteceu em Curitiba na metade de junho, se torna escasso, é possível providenciar o transporte de outro estado produtor.

Com duas safras por ano, no verão e no inverno, o Paraná pode se considerar um estado privilegiado, sobretudo na produção de folhosas. Ainda assim, as culturas como vagem, abóbora e pepino são trazidas de outros estados, o que encarece o custo final. Traduzindo, a alta nos preços de hortifruti está mais relacionada a fatores climáticos do que à crise mundial.

Andersen recomenda que os varejistas procurem identificar na região em que atuam os produtos da época e, à medida do possível, substituir culturas de outros estados por alimentos da época.

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julho - agosto 2008

Como a migração para produtos de marca própria pode ajudar o consumidor a manter seu padrão de consumo e garantir margens aos supermercados? Quem responde é Neide Montesano, presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias. “O primeiro impacto é matemático. Quando algum percentual sobe, o impacto é sentido em toda a cadeia e no preço do produto final. A marca própria costuma apresentar uma diferença de 15% a 25% a menos no preço. Nas negociações com os compradores, é possível negociar um aumento menor nos preços, um aumento que existe, mas não é repassado de imediato, pode ser dividido ou adiado”, explica.De acordo com Montesano, as marcas próprias vivem sua terceira fase no mercado brasileiro, com redução de custos na cadeia

Neide Montesano

e investimentos em qualidade, além da tradicional vantagem de não precisar absorver os custos de marketing que é característico das marcas tradicionais. Na conta final, se um produto tradicional aumenta até 15% seu preço e marca própria sobe no mesmo patamar, o repasse não é sentido.“Com a inflação, a experimentação por parte do consumidor aumenta”, diz Montesano. Segundo ela, não houve queda na procura de itens de marca própria. “Se ela não registrou queda, é porque o consumo aumentou”. As marcas próprias, que tiveram crescimento de 27,2% no mercado em 2007 sobre 2006, já representam 42 mil itens nos super e hipermercados.

Marcas próprias ganham força com inflação

Fornecedores : prejuízo ou repasse?

As indústrias de bens de consumo de massa estão sentindo na pele os efeitos da elevação nos preços. Reni Girardi, gerente da Divisão Industrial da Cooperativa Agroindustrial C.Valle, conta que insumos como milho e soja, usados na alimentação de aves, representam 80% dos custos de produção. “Sentimos um grande impacto no valor destes insumos”, revela.

Segundo Girardi, desde novembro de 2007 as cooperativas do setor enfrentam as altas nos preços internacionais de produtos à base de frango. “Perdemos muito com a valorização do Real. Os produtores de milho ganham mais vendendo lá fora que no mercado interno. O preço do frango vendido pelas cooperativas e indústrias no Brasil ainda é competitivo, mas está muito defasado em relação a outras carnes. A alta nos custos de produção aumenta as dificuldades das empresas”.

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Economia

A alta nos preços já provoca mudanças nos hábitos dos consumidores. “Os clientes estão substituindo filé por frango, mas o problema é que o preço do frango também subiu”, revela Irineu Ferrari, diretor do Supermercado Ferrari e presidente da Regional Leste da APRAS.Segundo Irineu, o consumidor está migrando para marcas menos conhecidas ou simplesmente deixando de consumir determinados itens. Como exemplo, ele cita o feijão, categoria na qual as marcas mais em conta têm maior saída, e os produtos derivados de trigo.“A inflação afeta com maior impacto o assalariado. Estamos procurando substituir marcas tradicionais por similares, negociar preços, diminuir a aquisição de itens mais caros e buscar novos fornecedores, sem perder a qualidade”, revela.

Reni Girardi

A C.Valle atua no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraguai. Possui 46 unidades de recebimento de produção. Produz soja, milho, trigo, mandioca, leite e suínos. No segmento industrial, produz amido modificado de mandioca e rações e mantém um complexo avícola com capacidade de abate de 500 mil frangos/dia.

A inflação não se faz presente apenas nos alimentos. Dirceu Galléas, presidente do SIMPEP - Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná, avalia que os preços na indústria de transformação no setor de embalagens plásticas flexíveis devem ter um aumento de 23% a 25%. “As altas ocorridas nos preços do petróleo no mercado internacional afetam diretamente todos os setores da cadeia do plástico”.

De acordo com Galléas, o repasse do custo da matéria-prima é inevitável para que as empresas consigam se manter vivas no mercado nacional. “Além da alta no preço da matéria-prima, nosso setor sofre com a redução da oferta de resinas, em função de paradas para manutenção e ampliação das Centrais Petroquímicas”.

Dirceu Galleas

Consumidor muda hábitos naslojas

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julho - agosto 2008

Irineu Ferrari

“Marcas próprias são uma forma inteligente de parceria entre indústria e varejo que pode propiciar preços mais baixos ao consumidor final. No Brasil o segmento de ainda é tímido quando comparado a mercados como o norte americano ou o europeu. Mas o consumidor ainda resiste em trocar o seu produto líder por outro que estampe o nome da loja”, lembra Maurício Bendixen da Silva, vice-presidente da APRAS.

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Responsabilidade Social

Solidariedade que se vê de pertoHospital Pequeno Príncipe, referência nacional no atendimento infantil, precisa de ajuda pare

fechar as contas.

O brasileiro é um dos povos mais solidários do mundo. Está na personalidade da população ajudar o próximo, em ações simples e complexas, anônimas ou alardeadas por empresas em suas campanhas de responsabilidade social. É desnecessário citar que, fossem aplicados com inteligência e competência os recursos provenientes de arrecadações de impostos – anunciadas a cada ano de boca cheia pelo Governo Federal –, as doações não seriam necessárias.

Mas como a realidade é outra, hospitais, fundações, grupos de apoio e milhares de instituições nas mais diversas áreas, da saúde à educação, passando por meio ambiente e cultura, precisam de doações da iniciativa privada para se manter. Do contrário, fechariam suas portas e agravariam o quadro social do país.

O Hospital Pequeno Príncipe, o maior hospital geral exclusivamente pediátrico do

Brasil, atende cerca de 260 mil crianças por ano. Destina aproximadamente 70%

da capacidade de atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS),

o que gera um déficit anual de cerca de 23%, que em 2007 representou cerca

de R$ 8 milhões. Para fechar suas contas, o Pequeno Príncipe busca recursos na

comunidade de várias maneiras.

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DúvidasQuando se fala em doar, surgem duas dúvidas

na cabeça no doador: a quem eu devo ajudar? Basta olhar à sua volta e parece que quase tudo precisa de alguma ajuda urgente. Doentes em hospitais, crianças pedintes em semáforos, áreas verdes ameaçadas. Escolhida a causa, uma decisão nem sempre fácil, de tantas que são as opções, vem a segunda pergunta: que garantia eu tenho de que minha doação será realmente aplicada para a melhoria de vida de um ser humano?

O caminho mais garantido é procurar apoiar o trabalho de instituições sérias, que mantêm seus registros fiscais e contábeis em dia, abertos para consulta e que, paralelamente ao envolvimento emocional com a causa que abraçam, partilhem uma gestão profissional, competente e muito bem organizada. Instituições assim infelizmente acabam tendo seu trabalho prejudicado devido a casos de desvios de recursos por parte de bandidos oportunistas. Gente que usa a necessidade alheia, a compaixão e a solidariedade humanas em benefício pessoal. Separar o joio do trigo é essencial.

RecursosO Hospital Pequeno Príncipe, o maior

hospital geral exclusivamente pediátrico do Brasil, atende cerca de 260 mil crianças por ano. Destina aproximadamente 70% da capacidade de atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), o que gera um déficit anual de cerca de 23%, que em 2007 representou cerca de R$ 8 milhões. Para fechar suas contas, o Pequeno Príncipe busca recursos na comunidade de várias maneiras.

Os projetos com renúncia fiscal são uma forma de apoiar a instituição filantrópica, que reinveste na causa todos os resultados obtidos. Pessoas físicas e jurídicas podem doar uma porcentagem do imposto de renda devido ao Fisco a projetos sociais do Hospital.

Para garantir a transparência na destinação de recursos, o HPP informa os doadores por meio de relatórios e newsletters. Publica em sua página na Internet a sua relação de custos e divulga seus resultados nos meios de comunicação. “Credibilidade se consegue com transparência e, sobretudo, com um processo de informar a sociedade sobre o destino dos recursos doados”, lembra Ety Cristina Forte Carneiro, diretora de Relações Institucionais e Marketing do Complexo Pequeno Príncipe.

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Responsabilidade Social

AuditoriaAlém destes canais, o HPP também conta

com uma auditoria externa, que confere relatórios, balanços e diversos documentos sobre equipamentos adquiridos. Os auditores vão até o hospital, verificam se o equipamento comprado realmente chegou, se foi instalado e se está em condições de funcionamento. “O hospital é aberto à visitação. Qualquer doador pode vir aqui e conhecer o nosso trabalho”, lembra Ety.

A diminuição dos repasses do SUS e a resistência dos convênios em reajustar os valores repassados criaram um buraco nas contas do hospital, que só em 2007 registrou 262 mil consultas, 23 mil internações, quase 16 mil cirurgias e nada menos que 500 mil exames de imagem e laboratoriais.

Equipamentos modernos, como o de Ressonância Magnética, custam cerca de 4 milhões de dólares. Certos medicamentos, que fazem a diferença entre a vida e morte de uma criança, chegam a custar R$ 12 mil a unidade. “Precisamos suprir esta diferença e ainda investir no hospital”, diz Ety

O trabalho para a captação de recursos conta com um departamento profissionalizado, que busca doadores junto a empresas instaladas no Paraná e em outros estados. “Visitamos pessoalmente, enviamos cartas, ligamos. É um trabalho de formiguinha. Estou contente com o volume doado, mas ele poderia ser maior, porque muitas empresas ainda não conhecem as possibilidades da Renúncia Fiscal”, lembra Ety.

Os projetos com renúncia

fiscal são uma forma

de apoiar a instituição

filantrópica, que reinveste

na causa todos os

resultados obtidos. Pessoas físicas e jurídicas podem

doar uma porcentagem do imposto de renda devido

ao Fisco a projetos sociais do Hospital.

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julho - agosto 2008

Do Projeto de Ampliação do HPP,

que é com renúncia fiscal, já foi

captado até agora R$ 8.077.947,82,

o que representa 91,6% do total do

Projeto. Mais de 100 empresas já

investiram. O projeto tem ainda 64

apoiadores (empresas que doam

produtos, serviços ou ajudam

na divulgação) e 15 padrinhos

(empresários de destaque no

cenário paranaense que contribuem

com idéias e contatos. Alguns

também fazem investimentos).Ety Cristina Forte Carneiro

“Credibilidade se

consegue com transparência e, sobretudo, com um

processo de informar a sociedade sobre o destino dos

recursos doados”.

Hospital Pequeno Príncipe

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Formas de apoiar o Hospital Pequeno Príncipe

• O que é Renúncia Fiscal?

Pessoa Jurídica:

Pessoa Física:

Outra forma de apoio

Pessoas físicas que fazem doação de IR pelo formulário completo e empresas tributadas pelo regime de lucro real podem doar uma porcentagem do imposto de renda devido a projetos sociais desenvolvidos pelo Hospital Pequeno Príncipe.

Todas as empresas tributadas pelo lucro real podem destinar parte do IR devido aos projetos do Pequeno Príncipe que estão aptos a captar recursos por renúncia fiscal. Sua empresa pode destinar até 1% do Imposto de Renda devido, excluído o adicional, para o “Projeto de Ampliação do Pequeno Príncipe” e “Projeto Família Participante”.

No caso dos projetos aprovados pela Lei Rouanet, o percentual de destinação pode ser de até 4% do imposto de renda devido.

Para fazer uso desses benefícios, a doação precisa ser feita até o último dia útil do ano.

A lei permite que você destine até 6% do Imposto de Renda devido ou recolhido diretamente na fonte ao “Projeto de Ampliação do Pequeno Príncipe”, “Projeto Família Participante” e projetos aprovados pela Lei Rouanet. Para fazer uso desse benefício, é necessário que o contribuinte faça sua doação até o último dia útil do ano e, na declaração de ajuste, faça a opção pelo formulário completo.

A empresa pode adotar simbolicamente um leito e ainda auxiliar na ampliação da capacidade de atendimento do Hospital Pequeno Príncipe.

No caso de pessoa jurídica que declara imposto de renda com base no lucro real, é possível obter incentivo através da dedutibilidade fiscal como despesa operacional em até 2% do Lucro Operacional Bruto.

Adote um Leito:

Responsabilidade Social

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Substituição Tributária

Mudanças na substituição tributária podem alterar os preços

União, Estados e Municípios tem o dever de arrecadar tributos de forma eficaz e racional. A Administração Pública é obrigada a obedecer a inúmeros princípios constitucionais, inclusive o da eficiência previsto no art. 37 da CF/88.

Dentre as tentativas de simplificação do mecanismo de arrecadação dos tributos existe a substituição tributária. Através desse regime, o Fisco recebe o tributo não diretamente do contribuinte que pratica o fato gerador concreto descrito na hipótese de incidência, mas de um terceiro, a quem a lei determina a responsabilidade pelo recolhimento de tributo alheio.

As razões pelas quais o Fisco opta pela arrecadação diretamente de um terceiro, e não do próprio contribuinte estão na grande dificuldade de se fiscalizar milhares de contribuintes espalhados neste imenso país.

Um exemplo simples: se o Fisco fosse arrecadar o ICMS diretamente dos milhares de varejistas vendedores de cigarros espalhados pelo Brasil, o custo dessa arrecadação seria inviável. Nesse setor econômico, a substituição tributária assume uma importância enorme devido à possibilidade de a arrecadação recair apenas nos fabricantes dos cigarros.

Os contadores dos supermercados paranaenses vêm trabalhando dobrado este ano de 2008. As jornadas extras se devem a uma série de decretos da Receita Estadual que trouxeram modificações nos

procedimentos a serem adotados pelos contribuintes quanto

à substituição tributária. Nos supermercados, o

maior efeito destas mudanças acontece basicamente nos produtos de higiene, limpeza, perfumes, cosméticos, bebidas e cigarros.

“Por meio da substituição tributária,

fatos geradores ainda não ocorridos

são antecipados pela presunção de sua ocorrência.

Para isto, é eleito um substituto tributário que se responsabiliza pelo

recolhimento do imposto (devido pelos substituídos) incidente em toda a cadeia mercantil”, explica o advogado tributarista Claudinei de Almeida.

Imposto antecipado

O que o advogado destaca é que, na substituição tributária, o contribuinte já paga o imposto antecipado. “Empresas de outros estados que vendem seus produtos para supermercados com lojas no Paraná não são obrigadas a recolher e a pagar os impostos. Esta responsabilidade, no caso de itens com incidência de tributação, cabe ao supermercado comprador, que faz o recolhimento por antecipação”, esclarece Nelson Henrique Pereira, contador da rede Festval.

De acordo com Pereira, o supermercadista

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Redução e Elevação

Junto com a substituição tributária veio o decreto 2558/2008 que reduziu o ICMS nas perfumarias substituídas entre 33 a 52% até dezembro de 2008. A redução desse imposto propiciou a redução de preço nesses produtos.

Para o tributarista Claudinei de Almeida, o resultado será uma pequena elevação dos preços. “A margem de lucro de cada produto é arbitrada pelo fisco o que, geralmente atribui margem maior que o comércio geralmente pratica, fato que pode prejudicar principalmente os pequenos supermercadistas”, alerta.

Segundo ele, o contribuinte que recolhe seus tributos baseados no “Simples”, passa a pagar o tributo diretamente para a indústria, pelo seu valor integral, inclusive sobre uma margem de lucro arbitrada pelo fisco e acrescida de todos os valores acessórios como adicional financeiro e frete.

Controles

A auditora Marisa Bernardino Albuquerque lembra que o contribuinte necessita de um controle muito eficaz para conferência de produto a produto para ter certeza que está pagando o valor correto, ou que a indústria esta calculando corretamente o valor do imposto.

“O investimento nos supermercados para adaptação dos sistemas de recepção de mercadorias às novas regras de substituição tributária foi significativo e ainda está muito complicado já que nem todos os Estados da Federação aderiram ao regime dificultando os controles internos”, declara.

e seus responsáveis por controles fiscais devem ficar atentos aos cálculos dos custos finais das mercadorias que passaram a ser enquadradas na substituição, como itens de higiene e perfumaria, por exemplo. “Estes produtos ainda não eram contemplados pelos decretos”, destaca.

“As empresas que tem maior controle pagam em dia e corretamente, mas as menores podem sonegar ou cometer algum engano nos registros, o que poderia gerar alguma forma de concorrência desleal”, complementa Pereira, do Festval.

O grande desafio é encontrar o ponto de equilíbrio entre a simplificação da arrecadação e a proteção aos princípios constitucionais que asseguram, ou deveriam assegurar, a proteção do patrimônio e as garantias do contribuinte.

Se de um lado está o ente tributante, que tenta diminuir a sonegação de impostos através da simplificação da arrecadação pelo regime da substituição tributária; no outro flanco, estão os contribuintes, que têm o dever de pagar o tributo, mas só o efetivamente devido, observando-se todos os princípios constitucionais.

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Substituição Tributária

ALTERAÇÕES RECENTES NO RICMS/2008SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

Produtos submetidos ao regime da substituição tributária

Data de Início Produtos Decreto

Parcelamento do ICMS/ST do Estoque

/ Vencimento 1ª Parcela

1º de abrilRações para animais domésticos

2.154/082.374/082.472/08

10 parcelas*15 de abril**

Suportes elásticos para camas, colchões, inclusive box, travesseiros e pillow

2.155/082.374/082.472/08

10 parcelas* 15 de abril**

1º de maioÁgua mineral ou potável e gelo

2.152/082.374/082.472/08

3 parcelas*15 de junho**

Peças, componentes e acessórios para auto propulsados

2.473/0824 parcelas*15 de junho**

Cosméticos, perfumaria, artigos de higiene pessoal e de toucador

2.373/082.472/08

10 parcelas*15 de junho**

* no caso das microempresas e empresas de pequeno porte as parcelas não poderão ser inferior a cem reais

** a data de vencimento aplica-se às microempresas e empresas de pequeno porte. As empresas do regime normal de apuração devem efetuar o recolhimento na data de vencimento da GIA (apuração em conta-gráfica)

CRITÉRIOS DE VALORAÇÃO DOS ESTOQUES PARA A DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO A SER RETIDO POR SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA:

Caso o contribuinte realize o controle permanente de seus estoques, poderá empregar os valores constantes neste controle ou, alternativamente, utilizar o custo da aquisição mais recente.

Se realizar o controle apenas de forma periódica (livro Registro de Inventário), deverá, obrigatoriamente, adotar como critério para valoração, o custo da aquisição mais recente.

Sobre o valor do estoque apurado deverá ser aplicado o percentual de margem de valor agregado para cada produto, de acordo com o previsto no RICMS/08.

No caso específico das peças, componentes e acessórios para autopropulsados, o percentual da margem de valor agregado deve ser aplicado sobre noventa por cento do valor do respectivo estoque apurado.

1. Contribuintes enquadrados no regime normal de apuração.

Aplicar a alíquota interna para a mercadoria prevista no RICMS/08, não se falando em abater crédito da operação própria, mas sim eventual saldo credor existente em conta-gráfica, uma vez que o débito será lançado diretamente no campo “Outros Débitos“ do livro RAICMS.

2. Contribuintes enquadrados no Simples Nacional.

Verificar a faixa da receita bruta em que se enquadra, considerando a tabela constante no art. 3º da Lei n. 15.562/2007 - o mês de março de 2008 (se o regime da ST iniciou em 1º de abril de 2008) ou abril de 2008 (se o regime da ST iniciou em 1º de maio de 2008). Utilizar o percentual relativo a esta faixa.Aplicar o percentual sobre a base de cálculo apurada na forma do Item 1. Independentemente do valor do estoque, o que vai determinar se o contribuinte vai ou não reter o imposto por substituição tributária é a faixa da receita acumulada em que ele se enquadrar no mês anterior ao do início do regime da substituição tributária.Para fins do recolhimento em GR-PR será utilizado o código “1031”.

Deputado Mabel fala em Curitiba sobre Reforma Tributária

O relator da Comissão Especial da Reforma Tributária (PECs 233/08, 31/07 e outras), deputado Sandro Mabel (PP-GO), esteve em Curitiba, onde explicou a lideranças empresariais locais como caminham as discussões na Câmara dos Deputados para que o setor produtivo pague menos impostos.Mabel afirmou que a proposta de reforma tributária recebeu 485 emendas formais,

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além de mais de 200 informais. “São emendas elaboradas a partir de estudos de casos que atrapalham a vida empresarial e que podem melhorar a situação do empresário e do país”.Em uma reunião que durou mais de três horas, Mabel afirmou que a reforma criará base para se fazer a “justiça tributária. Em 1994, por exemplo, o Plano Real criou a base para o crescimento. Agora, a reforma trará simplificação e fiscalização maiores, diminuindo a sonegação. Quem tiver empresa baseada na sonegação, ou larga o ramo ou muda de jeito. Com a nota fiscal eletrônica, não haverá mais espaço para o sonegador; ele vai ter de aprender a pagar impostos também”, disse, acrescentando que o aumento da arrecadação eleva a carga tributária, pode levar o governo a cortar alíquotas e criar condições para a diminuição de encargos.Segundo o relator, “com o excesso de arrecadação, vamos buscar também cortar alíquotas mais regressivas, uma vez que as pessoas que ganham até três salários mínimos têm uma carga de até 48% e quem ganha acima de 30, tem 26%. Então, será possível cortar alíquotas dos tributos que incidem sobre o açúcar, óleo de soja, pão, remédios, produtos da cesta de higiene e limpeza, que vão atingir diretamente quem ganha menos. O dinheiro que essas pessoas deixam de pagar em impostos, volta para a economia. Elas poderão comprar mais bens e serviços, o que interessa a todos”.O deputado entende que a reforma sinaliza para a tributação da renda, ao contrário do que ocorre. “No momento em que o governo compartilhar a sua base de tributação – o IR e o IPI já são compartilhados – com os estados e municípios, por meio do IVA federal, compartilhará também o PIS, a COFINS, a Cide, o Salário Educação, e deixará de ter impostos preferenciais. Nos últimos anos, o governo federal aumentou, por exemplo, o PIS e a COFINS, que era só dele. Mas como vai dividir tudo, vai aumentar o IR e o IPI; ou seja, haverá um aumento de alíquotas progressivas,

reduzindo as regressivas. A reforma é bem clara: o sistema tributário diminuirá a tributação no consumo e a aumentará sobre a renda ou impostos patrimoniais”, diz.O deputado afirmou que, como a Comissão de Constituição e Justiça ampliou a incidência dos 2% do ICMS na origem para energia elétrica e petróleo, que hoje na Constituição é diferenciado, respeitará esta decisão no seu relatório. “Mas caberá às bancadas parlamentares mantê-lo, pois haverá tentativas de derrubá-lo”, prevê. Para ele, “a reforma tributária é a possível, não a que cada um quer”. No entanto, disse que o relatório só será apresentado e votado na Comissão quando houver acordo com os partidos, que garanta que será votada em dois turnos no Plenário da Câmara, precisando de 308 votos. Depois terá de passar por dois turnos pelo Senado, onde precisará de 49 votos.

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Super Norte

No final de julho em Londrina foi realizada a 12ª Super Norte. O evento que tem como objetivo a realização de negócios entre supermercadistas e fornecedores da região norte do Paraná é realizado pela Apras (associação Paranaense de Supermercados) em parceria coma Regional Londrina.

Para essa edição do evento expuseram 90 estandes, 10% a mais que no ano anterior. “Nossa planta teve que ser ampliada devido a grande procura de nossos fornecedores para esse evento”, afirma Walde Prochmann diretor comercial da Apras. Entre locação de espaço montagem, infra-estrutura, hotéis, passagens, mão-de-obra e produtos cerca de R$ 550 mil foram investidos.

Eram esperados 6,5 mil visitantes, mas a expectativa foi ultrapassada e chegou a 6,8 mil pessoas nos três dias de evento. Também havia uma previsão que R$51 milhões em negócios e fossem fechados e esse número ultrapassou a marca de R$55 milhões. “Essa é a uma das maiores feiras regionais, considerando-se o número de expositores e o volume de negócios fechados”, confirma Ademar Vedoato, presidente da Regional Londrina.

Segundo Vedoato, as feiras regionais são importantes, pois visam aproximar o fornecedor e o supermercadista, principalmente os pequenos e médios supermercados. Geralmente por falta de tempo esses empresários não conseguem participar de uma feira estadual.

O evento contou também com uma programação de palestras voltadas aos empresários do setor. Na segunda(28/07) Alexander Baer usou de meios musicais para a palestra “Sintonia com seu sucesso” e no último dia do evento (29/07) Eduardo Shinyashiki mostrou como vencer as divergências com o tema “Vencendo Desafios e Construindo o Futuro”.

Para o presidente da Apras, Everton Muffato, a força do varejo no interior do estado é sempre certeza de excelentes convenções. “O interior é uma referência no setor supermercadista”, afirma.

Super Norte termina com números acima do esperado

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Responsabilidade Social

Como no ano anterior o Apras Mulher, braço de responsabilidade social da Apras doou em parceria com os expositores os excedentes da feira para a Toca de Assis que atende diariamente 80 pessoas carentes e para as Obras Assistências São Vicente de Paulo que atende mais de 100 idosos internos. Em 2007 na Super Norte foram arrecadadas cerca de 2 toneladas entre alimentos e material de higiene e limpeza que foram destinados a Toca de Assis e ao Hospital do Câncer de Londrina.

A Regional de Londrina

Com sede em Londrina, a Regional Norte da Apras, conta com 165 associados entre fornecedores e supermercadistas. A Super Norte traz para região oportunidade dos supermercadistas e fornecedores realizarem bons negócios, pois os fornecedores estarão com condições especiais para o evento.Para Ademar Vedoato a região norte é muito próspera para o setor supermercadista. Nos últimos anos muitas novas lojas foram abertas além do investimento dos empresários na modernização de outras, fazendo que o consumidor da região tenham as mesmas estruturas dos grandes centros.

julho - agosto 2008

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Artigos

?Conhecimento: uma grande ferramenta de vendas...

Você conhece seu cliente

O mercado onde atua

Quais as suas necessidades e o que você pode fazer para solucioná-las

Essas perguntas são aparentemente fáceis, mas que exigem conhecimento para poder respondê-las.

Conhecimento é e será o grande diferencial no processo de vendas. Preço, Prazo, Produto e Promoções todas as empresas podem oferecer, mas conhecimento é algo que agrega valor ao negócio como um todo e certamente é isso que o seu cliente procura.

O cliente deseja mais que um produto. Ele quer mais que um fornecedor. Ele quer alguém que forneça conhecimento a ele.

Estude o mercado, os clientes e a concorrência. Esteja ligado nas novas tendências do mercado, nas preferências do consumidor, nos novos hábitos de consumo e muito mais.

Por exemplo...12% dos consumidores gastam mais do o

planejado;

50% dos consumidores compram por impulso;81% decidem o que comprar no ponto de

venda.30% dos consumidores brasileiros são vaidosos,

o que dá ao Brasil a 7ª posição no ranking dos países mais vaidosos do mundo.

(Fontes: “Instituto Provar-Programa de Administração do Varejo” e “Poppai Brasil”)

Veja... Estas são informações aparentemente simples, mas que geram o conhecimento e que nos permitem decidir corretamente. Traçar objetivos e metas, bem como as estratégias apropriadas.

Aqui estão alguns tipos de cliente (nichos), que precisam ser mais bem conhecidos para serem conquistados.

por Prof. Menegatti

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julho - agosto 2008

Negros:O poder de compra dos afros saltou na década

de 90. Algumas pesquisas mostram que as famílias negras gastam mais do que as famílias brancas em roupas masculinas, juvenis, moda esportiva, etc. Elas costumam ser motivadas pela qualidade e pela variedade e compram mais em loja de bairro. As empresas que adaptaram seus produtos para satisfazer esses clientes entraram num mercado que cresce vertiginosamente.

Melhor Idade:As empresas que quiserem lucrar no terceiro

milênio terão que se adaptar ao mercado das pessoas da melhor idade. A população dos consumidores maduros, pessoas com 50 anos ou mais, já está na casa dos 75 milhões e vai aumentar para 115 milhões nos próximos 25 anos. Se o seu foco de clientes é esse nicho, leve em conta essa diferença entre a maneira como as pessoas se vêem e a realidade. No passado, as pessoas se viam dez anos mais jovens, hoje as pessoas cortam uns bons 20 anos da sua idade.

Mulheres:As mulheres representam 34% do mercado

de automóveis de luxo, e os fabricantes de automóveis estão prestando atenção nisso. Os projetistas de carros na Cadillac vão para o trabalho com clipes nas unhas para terem a sensação de como é operar botões, controles e outros dispositivos com unhas compridas. O Cadillac Catera vem equipado com porta-luvas com ar condicionado para conservar, por exemplo, itens como batons.

Crianças:Outra mudança no padrão de compra é o

aumento do valor gasto e na influência exercida por crianças e adolescentes. Estamos numa era em que às crianças não só são vistas e ouvidas, como também são atendidas como nunca. Conclusão: perceba que o caminho mais rápido para a carteira do papai e da mamãe pode ser por meio da criança. A GM fez uma propaganda para

atrair os chamados “Consumidores do banco de trás”. Por quê? Hoje em dia, os filhos geralmente desempenham o papel de desempatadores na decisão de que carro comprar.

“O mais importante é prever para onde os clientes estão indo e chegar lá primeiro” - Philip Kotler

Prof. Menegatti: conferencista em Vendas, Motivação e Liderança.Novo Livro: TALENTO - é fazer coisas comuns de forma extraordinária.Contracapa com Max Gehringer e Prefácio com Prof. Gretzwww.menegatti.srv.br / [email protected]

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Artigos

Por que minha equipe não vende, não dá lucro?Líder! Você se pergunta!

Antes de buscar a resposta para esta pergunta, é importante primeiramente buscar a resposta para outras questões básicas e fundamentais sobre comportamentos e atitudes de um líder.

Podemos iniciar falando sobre como a equipe é selecionada. Existe uma seleção de profissionais externos e, portanto, mais difícil. Por outro lado existe uma seleção interna que, aliás, é muito pouco organizada pelas empresas. Um funcionário, para realizar vendas, não deve ser selecionado apenas por ser um “bom menino”. A seleção interna deve buscar colaboradores com perfil de vendedores que, em síntese, são pessoas simples, no entanto têm uma boa comunicação, habilidade de oferecer os produtos e que conheçam bem seus clientes.

Traçado o perfil, um líder deve traçar metas de vendas e compartilhar essas metas com seus funcionários. É importante lembrar que empregados apenas obedecem ordens e não têm objetivos, mas que profissionais trabalham para alcançar metas e ter lucro. Os supermercados que desejam lucro e sucesso não têm mais lugar para empregados apenas, lá devem ter profissionais.

O líder, no entanto, deve ter o cuidado de comunicar-se claramente com sua equipe, pois traçar metas e jogar nas mãos dos funcionários sem ajudá-los a resolver os problemas que poderão surgir, não irá lhe garantir o alcance de suas metas.

É importante entender que a tarefa de uma equipe de vendas é conhecer e compreender o que o cliente precisa, ajudando-o a tomar decisões enquanto visita o supermercado. Mas, como o funcionário poderá ajudar esse cliente se o líder não lhe passa quais são os propósitos da empresa, nem tão pouco troca idéias sobre seus clientes com a equipe e muito menos treina seus liderados? Ninguém consegue gostar de fazer algo que não conhece ou que não entende.

Todo o tipo de vendas tem seus altos e baixos, mas a força da venda não deve mudar. A baixa nas vendas está vinculada a vários fatores: aos preços, prazos, propaganda, etc... A redução das vendas não é somente culpa do funcionário e o

líder deve assumir a responsabilidade, analisando todos os pontos e fazendo os devidos ajustes.

Nos momentos de altas vendas o líder deve ter o cuidado de não tomar a glória e o sucesso somente para si. Ele deve compartilhar o sucesso com sua equipe. Um líder que quer o cliente externo bem atendido e proporcionando lucro deve ter um cliente interno b e m atendido e visando dar a ele um lucro profissional, a carreira que ele tanto espera conquistar. Não se pode esquecer que a disputa por talentosos vendedores e s t á grande e os deslizes do líder com sua equipe pode resultar na perda deles.

Um funcionário pode trazer muitos lucros para sua empresa, mas é necessário lembrar que ele aprende a tomar decisões e a

comprometer-se na mesma proporção de seu líder. Você líder, confia na sua equipe ou duvida deles? Esta pergunta também é feita por seu funcionário. Uma equipe não consegue vender e dar lucro para um líder em quem ela não confia.

**Andrea Luy é gerente de treinamento do Iespar

**Andrea Luy

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jul- ho

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Espaço Apras

Entidades unidas na troca do plástico

A Associação Paranaense de Supermercados (Apras) e a ACP – Associação Comercial do Paraná – em uma ação conjunta realizaram em abril o “Pedágio Verde”. A ação consistiu na troca de 25 sacolas plásticas por uma sacola retornável de algodão cru.

O “Pedágio Verde” foi primeira etapa de uma campanha que pretende aculturar a população para as sacolas retornáveis e minimizar o uso das sacolas plásticas. As sacolas foram produzidas por associações de moradores da periferia de Curitiba fazendo um completo trabalho de responsabilidade social e ambiental, patrocinado pelas duas entidades.

No Paraná cerca de 80 milhões de sacolas são usadas pelos consumidores no setor supermercadistas. Para Isabel Kluger Mendes, coordenadora do Conselho da Mulher Executiva da ACP, o objetivo da campanha é conscientizar o consumidor sobre a necessidade de usar alternativas menos prejudiciais ao meio ambiente no acondicionamento de suas compras. “Pretendemos que os comerciantes estimulem essas alternativas, inclusive aconselhando aos consumidores para trazerem suas sacolas de casa”, diz Isabel.

Os supermercados já vem há tempos fazendo sua parte e relação ao meio ambiente. Mais de 40% das lojas no Paraná aderiram às sacolas oxi-biodegradáveis. Diversas redes paranaenses arcaram com o aumento de custo decorrente ao uso da nova tecnologia e adotaram essas sacolas na busca de uma solução imediata para o problema dos aterros sanitários. Além das sacolas, todas as redes continuam com seus programas ambientais de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Várias redes já oferecem as sacolas retornáveis e os supermercados entraram de forma efetiva na campanha do “Pedágio Verde” na utilização das sacolas retornáveis. “Já aderimos às sacolas retornáveis e essa campanha vem fortalecer ainda mais a conscientização da sociedade”, declara Irineu Ferrari, presidente da regional Curitiba da Apras.

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Apras inaugura nova sede com super-mercado modelo

Em junho, a Apras em Curitiba reinaugurou sua sede. Em quatro meses de obras, o prédio da Souza Naves ganhou mais 300m2 de área construída totalizando 1.000m2 de área útil construída. Todos os espaços foram adequados para melhor atender aos seus associados.

Além de salão de festa que atende a eventos menores, na sede foi construído um supermercado modelo para treinamento dos colaboradores. A Apras, por meio do Iespar – Instituto Escola Paranaense de Supermercados –, treinou, capacitou e requalificou mais de 56 mil pessoas nos últimos cinco anos.

O presidente da Apras, Everton Muffato, tem como marca a capacitação dos colaboradores. “Adequamos a entidade, investimos e aumentamos nossa estrutura para atender nossos associados e a demanda na capacitação das equipes colaboradoras do setor”, conta Muffato.

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Espaço Apras

Primeiro evento com muito sucesso

O primeiro jantar da Regional Norte Pioneiro em Jacarezinho foi um sucesso. Mais de 300 pessoas, entre representantes de vendas, empresários e colaboradores do setor estiveram reunidos com o objetivo de confraternizar o fortalecimento na relação dos empresários do setor. O jantar foi organizado pelo presidente da regional, Carlos Henrique Molini, com o apoio da equipe da Apras matriz.

Espaço do fornecedor na nova sede

No dia 10 de julho foi realizado o primeiro jantar “Espaço do Fornecedor” na sede da Apras. O evento, que reuniu mais de 120 supermercadistas, teve como a grande estrela da noite a Qualimax.

Após uma apresentação da empresa e seus produtos, o analista de negócios da Liotécnica, Manoel de Oliveira, proferiu uma palestra de forma descontraída sobre atendimento.

Homenagem aos “Guerreiros do Comércio”

A Federação do Comércio do Paraná realizou a entrega do troféu “Guerreiro do Comércio” para 54 empreendedores do comércio de bens, serviços e turismo do Estado, durante a realização do I Congresso do Comércio do Paraná e as comemorações dos 60 anos da entidade. Os ganhadores do prêmio têm perfis diferenciados e são eleitos mediante análise que

leva em consideração diversas questões, tais como destaque no contexto de seus municípios e comunidades, caráter empreendedor e participativo no comércio local e, ainda, desenvolvimento empresarial.

Entre os premiados, há comerciantes com décadas de experiência, que vencem as mudanças econômicas e mantêm seus empreendimentos no mercado, com tradição e profissionalismo. Assim como existem também guerreiros jovens, que decidiram fazer da paixão pelo comércio um desafio a ser vencido. Em comum, eles compartilham da mesma coragem

Jantar Jacarezinho

Jantar Espaço do Fornecedor - Qualimax

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e determinação em satisfazer a clientela e buscar constante crescimento.

A solenidade de entrega foi coordenada pelo presidente do Sistema Fecomércio Sesc-Senac, Darci Piana. Os homenageados receberam um troféu em bronze produzido pelo artista plástico Luiz Gagliastri, representado por uma figura humana estilizada, com asas nos pés, numa referência ao deus do Comércio, Mercúrio, segurando uma lança com uma pedra de cristal de rocha.

Para Piana, os empreendedores do comércio de bens, serviços e turismo são “homens que lutam diariamente para manter seus negócios, ao mesmo tempo em que proporcionam bem-estar a seus colaboradores e clientes”. O troféu, ele acrescenta, é um reconhecimento aos que lutam pela sobrevivência e que geram a riqueza que proporciona o desenvolvimento do Estado.

O Governador Roberto Requião e o empresário Everton Mufatto, presidente da Associação Paranaense de Supermercados, foram homenageados com uma comenda pelos serviços prestados ao comércio do Paraná.

Everton Muffato recebeu de Darci Piana uma comenda

pelos serviços pretados ao comércio do Paraná.

Paulo Beal recebeu o troféu “Guerreiro do Comércio”.

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Espaço Iespar

Palestra Jacarezinho

No dia 9 de julho, o Iespar levou para a nova regional da Apras em Jacarezinho o diretor comercial da Rede de Supermercados São Francisco, Agnaldo Viscovini. Ele falou sobre “Tendências Varejo” um assunto que chamou muita atenção dos presentes e que terminou com muitas perguntas dos participantes.

Conclusão de mais duas turmas no Curso de Formação Gerencial no Varejo

No dia 18 de junho, em Curitiba, a 16º turma concluiu o Curso de Formação Gerencial no Varejo do Paraná. E no dia 16 de julho de 2008, na Regional de Maringá, a 14º turma também se formou, finalizando com uma palestra ministrada pelo professor Nelson Magalhães, da Apoioag Treinamentos e Consultoria. Participam do curso colaboradores de vários supermercados.

Curso para Formação de ConfeiteirasProjeto de Responsabilidade Social – Apras Mulher

A falta de programas e de local onde a comunidade possa ser treinada e ter uma profissão para entrar no mercado de trabalho e a grande dificuldade dos empresários de encontrar pessoas com habilidade técnica-operacional para trabalhar nas lojas mobilizaram o Apras Mulher.

O braço de responsabilidade social da Apras, em parceria com o Iespar, está desenvolvendo um projeto com o objetivo de auxiliar nossa comunidade a alcançar oportunidade de um bom emprego e também preparar as pessoas para seguir carreira.

Em setembro, iniciará o Curso para Formação de Confeiteiras em parceria com as seguintes empresas: Perfecta, Bunge, Nestlé, Aurora, Zaeli, Predileta, Kraft, Royal Pac.

O curso formará 15 novas auxiliares de confeitaria que se integrarão, ao final do curso, aos quadros de colaboradores de nossos associados.

Workshop sobre Recursos Humanos

No dia 14 de agosto de 2008 o Instituto Escola Paranaense de Supermercados (IESPAR), setor de Ensino da Associação Paranaense de Supermercados (Apras) realizou na sua sede em Curitiba o IV Workshop sobre Recursos Humanos no Varejo com o Tema “Motivos da Rotatividade no Varejo”.Este tema será debatido também na regional de Cascavel no dia 20 de agosto e na regional de Maringá e no dia 7 de outubro de 2008.Contamos com a presença de vários profissionais de agências de RH, Diretora da Agência do Trabalhador dos respectivos locais, professores, profissionais de RH e diretores de grandes empresas supermercadistas do estado.

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Espaço Iespar

PROGRAMAÇÃO DE CURSOS E PALESTRAS

Programação de Cursos gerais (Curitiba e Estado) poderá ser vista no site www.apras.org.br/iespar

CURSO FORMAÇÃO GERENCIAL NO VAREJO

Turma 19º – CuritibaInício do curso: 06/08/2008Contato: Patrícia Fone: (41) 3362-1212

Turma 20º – LondrinaInício do curso: 25/09/2008Contato: Mirian Fone: (43) 3323-7935

PALESTRA

Palestra: A Nova Classe C – 02hDia: 10/09/2008.Horário: 19h às 21hPalestrante: João Carlos Lazzarini - NielsenLocal: sede Apras (Av. Senador Souza Naves 535 - Cristo Rei).Cidade: Curitiba – PR Investimento: GratuitaPúblico Alvo: Supermercadistas e Fornecedores (gerentes e vendedores)

Depoimento“O conhecimento adquirido no Curso de Formação Gerencial está sendo aplicado diariamente em minha empresa. Nos encontros semanais, através de discussões e atividades em equipe, todos participam dando opiniões e trocando idéias, e nesse clima conseguimos enxergar erros e oportunidades, antes passados despercebidos. O cliente hoje está cada vez mais exigente, busca produtos melhores e serviços diferenciados. Por isso, se o nosso foco principal é fazer o Cliente comprar em nosso supermercado, temos que investir em nossos colaboradores, levando-os a participar de cursos, palestras e eventos do setor. Assim, podemos desenvolver ações para continuar escolhendo nossa empresa”.

Aluno: Marcelo Zuin

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Plataforma

EMPALUX

OMO – UNILEVER

KRAFT

Com foco na preservação do meio ambiente a Cepevil , fábrica que pertence ao Grupo Em-pal apresenta ao mercado o Carvão vegetal, o Carvonet, ecologicamente correto e 100% natu-ral, produzido com matéria prima proveniente de áreas de reflorestamento e produtos orgâni-cos naturais. O Carvonet não forma chamas, evitando queimar a carne, além de produzir maior calor e muito menos fumaça.

Unilever investe em nova fórmula para prin-cipal detergente em pó. Em abril, os pontos de vendas de todo o Brasil foram abastecidos com o novo Omo Multiação Actve Clean. Além da ótima performance e remoção de manchas, car-acterísticas de Omo, agora, a consumidora terá uma sensação de roupa recém lavada durante o dia e, assim, seus filhos poderão usar suas peças de roupas favoritas por muito mais tempo, ele permite uma limpeza profunda, além disso tem um perfume , desenvolvido para durar mais tempo na peça, que reforça a sensação de roupa recém lavada, especialmente quando a roupa esta sendo usada.

A partir desse mês chega às gôndolas dos supermercados de todo o Brasil o novo Club Social sabor Queijo. O biscoito é mais uma iniciativa da Kraft Foods de atender o desejo do consumidor que aprecia a variedade de sabores nos biscoitos. O sabor queijo é a aposta de Club Social para aumentar ainda mais a par-ticipação do produto no segmento de biscoitos individuais.

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ELMA CHIPS BATAVO

MELHORAMENTOSTECNICARE

O produto foi d e s e n v o l v i d o especialmente para os consumidores adultos que buscam opções diferenciadas, preferindo os produtos assados, e sempre de olho nas calorias. Para esse público, cada vez mais atento a uma vida equilibrada, Sensações ao Forno é uma ótima escolha, pois é assado e tem 25%

menos calorias se comparada a produtos similares do mercado.

Quem não quer levar uma vida mais leve? É este o convite que a Batavo, uma das mais importantes marcas da Perdigão, faz com o lançamento de Pense Light. A nova linha de iogurtes da Batavo foi especialmente preparada para quem busca saúde, equilíbrio e bem-estar sem abrir mão do prazer, do sabor e da praticidade.

A melhoramento papéis, líder no mercado brasileiro de lenços descartáveis de papel, acaba de lançar a coleção 2008 das caixinhas de lenços Softsy´s.

Entre os temas escolhidos, os grandes home-nageados são o centenário da imigração japone-sa, a embalagem retrata alguns símbolos da cul-tura nipônica como gueixas, flores de cerejeiras típicas do Japão e leques.

Os lenços são produzidos com fibras 100% vir-gens, oferecendo mais qualidade, maciez e sua-vidade ao consumidor no momento do uso.

A Tecnicare lança no mercado as fraldas des-cartáveis Qualy Disney Time & Comfort, a úni-ca fralda com indicador de umidade, que avisa a hora da troca. Maior invenção do segmento, aliando conforto e praticidade para os bebês e para as mamães. O indicador de umidade são lin-has que mudam de cor quando o bebê faz “xixi” avisando a hora da troca, sem a necessidade de abrir a fralda.

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