Suicídio
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ATENDIMENTO PSICOLÓGICO AO PACIENTE INTOXICADO
“COMPORTAMENTO SUICIDA”
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULOSECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE
COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDECENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES
HOSPITAL MINICIPAL DR. ARTHUR RIBEIRO DE SABOYACENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES – CCI - SPTel: (11) 5012-2399 ou (11) [email protected]
Profª. Sônia Maria Campos PittiglianiPsicóloga. Rita de Cássia Calandra
CCI-SPCentro de Controle de Intoxicação
Complexo Multifatorial Multiprofissional
SÉRIO PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA
SUICÍDIO
A DIMENSÃO DO PROBLEMA
Um milhão de pessoas cometeram suicídio no mundo em 2002 A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo A cada 3 segundos uma pessoa atenta contra a própria vida O suicídio está entre as três maiores causas de morte em pessoas com idade de 15 a 35 anos Cada suicídio tem sério impacto em pelo menos outras 6 pessoas O impacto psicológico, social e financeiro do suicídio em uma família e sua comunidade é imensurável.
O suicida carrega em si um potencial grandioso para a vida, porém não consegue administrá-lo a seu favor: a morte aparece como término de espera, como liberação final para a vida:
A vida se transforma em dor.A morte é o alívio.
CCI-SPCentro de Controle de Intoxicação
“Não se pode esquecer que o suicídio não é nada mais que uma saída, uma ação, um término dos conflitos psíquicos e que se trata de explicar o caráter do ato ...”
Agressão do ambiente contra o ego
Sentimentos agressivos do ego contra o ambiente
Impossibilidade de realizar a agressão
Volta a agressão contra o ego
SUICÍDIOCCI-SP
Centro de Controle de Intoxicação
O tabu imposto pelo tema da morte impede o suicida de se comunicar abertamente sobre seus motivos. A nossa sociedade tem dificuldade de lidar com os temas
MORTE SUICÍDIO
A sociedade tem que divulgar sua desaprovação em relação ao ato suicida para não facilitar sua ocorrência. Porém, se a idéia é evitar o suicídio, essa desaprovação social acaba reforçando o tabu, o que impossibilita a prevenção e isola o indivíduo com seus motivos.
CCI-SPCentro de Controle de Intoxicação
Todo suicídio é uma maneira de comunicação: a expressão drástica de emoção
Antiguidade: o morto era privado de honras fúnebres Atenas (séc IV): Cortava-se a mão direita e esta parte era enterrada distante do resto do corpo Roma: pessoas privadas de sepultura Zurique: O corpo do suicida era punido no local do ato; se o suicídio fosse com um punhal, enfiava-se uma madeira na cabeça do morto; se fosse afogado, era enterrado na areia perto da água. França (séc XVI): O suicida só era enterrado com autorização Religião Judaica: O suicida é enterrado a parte.
CCI-SPCentro de Controle de Intoxicação
O tema do suicídio historicamente evidencia-se por perseguição e repressão pela coletividade:
TRANSTORNOS MENTAIS
ALCOOLISMO
DOENÇAS FÍSICAS
DEPRESSÃO
• sentir-se triste• perda de interesse• perder/ganhar peso• Dormir de mais/de menos• irritabilidade• cansado• falta de concentração• pensamentos de morte
• esquizofrenia• personalidade anti-social• impulsividade• transtorno de humor
• início ainda jovem• uso por longo período• saúde física comprometida• vida perturbada• depressão• conflitos• perdas pessoais• limitações profissionais
• doenças neurológicas: epilepsia, TRM, TCE, AVC, etc• câncer• AIDS / HIV• doenças crônicas
A depressão é tratável A presença conjunta de alcoolismo e depressão em um indivíduo aumenta enormemente o risco de suicídio
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FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS E AMBIENTAIS
IDADE
SEXO
ESTADO CIVIL
PROFISSÃO
DESEMPREGO
• homens cometem mais suicídio• mulheres tentam mais
• jovens: 15 a 35 anos• idosos: acima de 75 anos
• pessoas divorciadas / viúvas / solteiras• pessoas sozinhas
• médicos• veterinários• farmacêuticos (maior taxa de suicídio)• químicos• agricultores
• perda do emprego, mais do que estar desempregado
{
{
{
{ {
{ CCI-SP
Centro de Controle de Intoxicação
• pessoas que mudaram da área rural para a urbana, ou diferentes regiões ou países
FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS E AMBIENTAIS continuação:
MIGRAÇÃO
ESTRESSORES • problemas interpessoais: discussões com parceiros, famílias, amigos, namorados• rejeição / separação• Perdas: financeiras, de emprego, lutos, aposentadoria• mudanças sociais e políticas• outros fatores estressores
FACILDADE DE ACESSO • fator determinante
EXPOSIÇÃO • Adolescentes vulneráveis expostos ao suicídio na vida real ou através dos meios de comunicação
{
{ { {
{
{
CCI-SPCentro de Controle de Intoxicação
O SUICÍDIO PODE E DEVE SER PREVENIDO
FORMAS DE PREVENÇÃO:
Melhores condições para que jovens e crianças tenham um tratamento
efetivo dos distúrbios mentais
Controle ambiental dos fatores de risco
Aumento da percepção e disseminação da informação adequada
envolvimento de grupos profissionais e sociais:
Profissionais da saúde Educadores Agentes sociais Governantes Legisladores
Comunicadores sociais Forças da Lei Famílias Comunidades
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Caso clínico:
Identificação: P.S.Q., sexo feminino, solteira, médica psiquiatra, católica não praticante.
Agente Tóxico: Fenobarbital - 60 comprimidos, Clonazepan – 20 comprimidos
Motivo manifesto da TS: “ Estava muito deprimida, havia pedido um tempo para o meu namorado, queria mais atenção dele, sei que sempre peço mais do que a pessoa pode dar, nunca estou satisfeita.”
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Continuação:
História clínica:
Paciente deu entrada na Emergência com rebaixamento de nível de consciência, e insuficiência respiratória. Foi entubada e submetida a processos de desintoxicação e manobras clínicas. Logo após foi transferida para a UTI evoluindo com quadro de bronco-pneumonia.Após sete dias foi removida para a enfermaria em Hospital Geral Privado. Apenas no último dia de internação a paciente teve condições de verbalizar, pois esteve entubada e sedada durante o restante dos dias.
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Continuação:
Antecedentes familiares: Mãe com transtorno depressivo e várias tentativas de suicídio. Suicídio do avô paterno com arma de fogo. Há um ano colega de turma cometeu suicídio.
Antecedentes pessoais: Filha única de pais separados. Relação conflituosa com a mãe. Não tem contato com o pai. Mora só, próximo a residência dos primos, com os quais mantêm um vínculo importante. Nega uso de álcool e drogas. Em psicoterapia há 4 anos. Há mais de um ano sem assistência psiquiátrica. Auto medicando-se com ISRS – Paroxetina. Aborto provocado há 10 anos. Seqüestro relâmpago a 7 anos.
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Continuação:
Namoros de curta duração e parceiros frágeis. Necessidade exacerbada de afeto. Vários amigos no trabalho. Nega tentativas de suicídio anteriores e alterações psicóticas.
História da moléstia atual: Há 3 semanas agudização do quadro depressivo com: hipersonia, anedonia, descuido pessoal, e ideação depressivo-suicida. Afastamento dos amigos não respondia ao telefone. Situação de estresse no trabalho com faltas consecutivas. No dia da tentativa de suicídio, comprou os medicamentos e um teste de gravidez. Atraso menstrual. “Caso o teste desse positivo não ingeriria os medicamentos”.
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Continuação:
Preocupada com a mãe que estava gravemente doente. Telefonou para o namorado e para a psicoterapeuta após tomar os medicamentos, e em conseqüência, ambos chamaram o resgate. Quebrou vários objetos de adorno.
Conduta: Orientação do CCI-SP à paciente, familiares, amigos e psicoterapeuta: Reforço na rede de apoio social e familiar. Orientação para o seguimento do tratamento psicoterápico e a constituição de um psiquiatra para seguimento medicamentoso.
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Fatores de risco para o suicídio:
Depressão Solteira Mora só Relacionamentos instáveis Jovem Médica Experiências traumáticas: aborto / seqüestro Facilidade de acesso a medicamentos
Modelos de identificação: Amigo, avô paterno se suicidaram, mãe várias vezes tentou o suicídio Mãe gravemente doente Dinâmica familiar tumultuada Vínculo conturbado com a mãe Ausência da figura paterna
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Continuação:
Observações: O suicídio desperta preconceitos e pré julgamentos especialmente em um hospital, cuja missão é salvar vidas. No entanto a pessoa que tenta suicídio está doente psíquica e espiritualmente, necessitando de cuidados imediatos e tratamento prolongado.
Essa paciente suscitou e mobilizou sentimentos e comentários dos mais variados tipos pela equipe da emergência e UTI: De um profissional médico extremamente religioso que alertou as psicólogas, para a necessidade espiritual da paciente, demonstrando muito interesse pela situação da mesma. De um profissional médico da UTI, muito fragilizado pelas conseqüências de um transtorno depressivo. De uma auxiliar de enfermagem revoltada pelo fato de ser uma médica a ter tentado o suicídio, que atribuiu o fato a falta de crença religiosa.
CCI-SPCentro de Controle de Intoxicação
Assim que o homem começa a viver, tem idade suficiente
para morrer.
Martin Heidegger
www.who.int/mental_health/resources/suicide/en
(World Health Organization)
CCI-SPCentro de Controle de Intoxicação
Maiores informações sobre programas de prevenção ao
comportamento suicida no endereço eletrônico:
ESTATÍSTICA
ESTATÍSTICA: PSICOLOGIA CCI/SP DE 30/03/2005 á 29/12/2005
>05 05-09 10-14 15-19 20-29 30-49 50-59 60-70 +70 Total
M 2 1 6 29 36 5 4 83
F 1 7 13 29 29 3 1 83
TOTAL 2 1 8 19 58 65 8 5 0 166
2 1 6 10 24 31 7 2 83
1 2 3
1 2 12 13 2 1 31
1 6 3 10
2 7 19 28 2 2 60
2 17 12 31
0
1 1
2 1 9 23 79 87 11 7 0 219
1 4 12 35 39 6 3 100
2 3 1 4 4 1 1 16
1 5 19 22 1 1 49
1 1
2 1 8 19 58 65 8 5 0 166
IDADE
CUMARÍNICO
TOTAL
TENTATIVA DE SUICÍDIO
PRODUTOS QUÍMICOS
AG
EN
TE
S
TÓ
XIC
OS
TOTAL
MO
TIV
O
INGESTÃO ACIDENTAL
ABUSO
ABORTAMENTO
CHUMBINHO
AT
EN
DIM
EN
TO
S
ÁLCOOL
DROGAS
COCAÍNA/CRAK
SEXO
AGROTÓXICO
PLANTAS
MEDICAMENTO
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULOSECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDECOORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDECENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES
Profa. Sônia Maria Campos Pittigliani
Psicóloga Rita de Cássia Calandra
ESTATÍSTICA
ESTATÍSTICA: PSICOLOGIA CCI/SP DE 01/01/2006 Á 20/09/2006
>05 05-09 10-14 15-19 20-29 30-49 50-59 60-70 +70 Total
M 2 2 12 34 31 1 82
F 5 1 4 17 32 38 4 1 102
TOTAL 7 1 6 29 66 69 4 1 1 184
3 1 4 14 32 38 1 93
3 3 4 4 1 15
1 1 6 5 13 1 27
2 2 4
1 5 17 13 1 37
5 22 12 39
0
0
7 1 6 35 82 80 2 1 1 215
5 25 38 46 2 1 1 118
7 3 3 13
1 1 4 25 20 2 53
0
7 1 6 29 66 69 4 1 1 184
AG
EN
TE
S
TÓ
XIC
OS
TOTAL
MO
TIV
O
IDADE
CUMARÍNICO
TOTAL
TENTATIVA DE SUICÍDIO
INGESTÃO ACIDENTAL
ABUSO
ABORTAMENTO
AT
EN
DIM
EN
TO
S
ÁLCOOLDROGAS
COCAÍNA/CRAK
SEXO
AGROTÓXICO
PLANTAS
MEDICAMENTO
PRODUTOS QUÍMICOS
CHUMBINHO
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULOSECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDECOORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDECENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES
Profa. Sônia Maria Campos Pittigliani
Psicóloga Rita de Cássia Calandra
ESTATÍSTICA
ESTATÍSTICA: PSICOLOGIA CCI/SP DE 30/03/2005 á 20/09/2006
>05 05-09 10-14 15-19 20-29 30-49 50-59 60-70 +70 Total
M 4 3 18 63 67 5 4 1 165
F 5 2 11 30 61 67 7 2 185
TOTAL 9 2 14 48 124 134 12 6 1 350
5 2 10 24 56 69 7 2 1 176
3 3 5 4 1 2 18
1 2 8 17 26 2 2 58
3 8 3 14
3 12 36 41 3 2 97
7 39 24 70
0
1 1
9 2 15 58 161 167 13 8 1 434
1 9 37 73 85 8 4 1 218
9 3 1 7 7 1 1 29
1 2 9 44 42 3 1 102
1 1
9 2 14 48 124 134 12 6 1 350
AT
EN
DIM
EN
TO
S
ÁLCOOLDROGAS
COCAÍNA/CRAK
SEXO
AGROTÓXICO
PLANTAS
MEDICAMENTO
AG
EN
TE
S
TÓ
XIC
OS
TOTAL
MO
TIV
O
INGESTÃO ACIDENTAL
ABUSO
ABORTAMENTO
CHUMBINHO
IDADE
CUMARÍNICO
TOTAL
TENTATIVA DE SUICÍDIO
PRODUTOS QUÍMICOS
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULOSECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDECOORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDECENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES
Profa. Sônia Maria Campos Pittigliani
Psicóloga Rita de Cássia Calandra
HOSPITAL MINICIPAL DR. ARTHUR RIBEIRO DE SABOYACENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES – CCI – SPRua: Francisco de Paula Quintanilha Ribeiro, 860 – 4º andar
Jabaquara – São Paulo – SP / cep: 04330-020Tel: (11) 5012-2399 (11) 5013-5456
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULOSECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE
COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDECENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES
Profª. Sônia Maria Campos PittiglianiPsicóloga. Rita de Cássia Calandra