Sistema Autoligável
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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS
Leonardo Bueno Orsi
SISTEMA AUTOLIGÁVEL
Alfenas – MG 2010
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS
Leonardo Bueno Orsi
SISTEMA AUTOLIGÁVEL
Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS-FUNORTE/SOEBRÁS (Núcleo Alfenas) como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Ortodontia.
Orientadora: Dra. Marina Pedreira
Alfenas – MG 2010
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS
Leonardo Bueno Orsi
SISTEMA AUTOLIGÁVEL
Monografia aprovada por banca examinadora em __/__/2010
conferindo ao autor o título de Especialista em Ortodontia. Banca Examinadora: Profa. Dra. Marina Pedreira (Orientadora) Prof. Dr. Marcelo Pedreira Profa. Dra. Ana Carla Junqueira Pereira
Alfenas – MG
2010
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha amada esposa,
Fabiana, por quem tenho um amor incondicional.
Você é a razão da minha vida e minha maior
incentivadora.
Desculpe-me pelas horas roubadas de nosso
convívio e pelo tempo dedicado aos estudos.
Obrigado pela paciência.
Te amo forever !
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AGRADECIMENTOS A Deus e Nossa Senhora Aparecida, por todas as graças recebidas.
Aos meus pais, Túlio e Valderez, pelo apoio, incentivo e amor dedicado aos filhos. O
esforço e o exemplo de sempre lutarem frente a todas as dificuldades da vida, a fim
de oferecer o que há de melhor aos seus filhos é, e sempre, será invejável por
todos. Sem o amor de vocês eu não chegaria a nenhum lugar.
Ao meu irmão Rodolfo, pelo apoio, dedicação e incentivo constante, sempre
mostrando-me que à busca a excelência é importante em todas as atividades por
mim exercidas.
Sem a sua ajuda e o seu amor esse sonho não teria sido realizado!
Ao meu irmão Rafael, amigo, parceiro e confidente. Que nossa irmandade se
fortaleça cada dia mais. Conte sempre comigo, como sei que sempre poderei contar
com você. Obrigado por tudo.
E a minha segunda mãe “Piça”, pelo amor. Por tudo que fez e fará por mim, sempre
juntos nessa caminhada, em busca da felicidade suprema.
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PENSAMENTO
“Se monto um touro na sexta-feira à noite e caio
de outro no sábado, é no sucesso de sexta à
noite que vou me concentrar. Temos que voltar a
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nossa mente e o nosso coração para aquilo que
soubermos fazer bem e corretamente”.
(Adriano Moraes, Tricampeão Mundial de Rodeio).
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - The treatment of maloclusion of the teeth .......................................... 17
Figura 02 - Modelo de Sistemas autoligaveis ....................................................... 18
Figura 03 - Russell Look ....................................................................................... 19
Figura 04 - Ormco Edgelok .................................................................................. 19
Figura 05 - Móbil-lock – Forestadent .................................................................... 20
Figura 06 - Speed ................................................................................................. 20
Figura 07 - Activa ................................................................................................. 21
Figura 08 - Time (Adenta) ..................................................................................... 21
Figura 09 - Damon SL 1 ....................................................................................... 22
Figura 10 - Twin-Lock ........................................................................................... 22
Figura 11 - In-Ovation-R ....................................................................................... 23
Figura 12 - Damom SL 2 ...................................................................................... 23
Figura 13 - Oyster ................................................................................................ 26
Figura 14 - Evolution ............................................................................................ 26
Figura 15 - Opal ................................................................................................... 27
Figura 16 - Damon 3 ............................................................................................ 28
Figura 17 - Smart-Clip .......................................................................................... 28
Figura 18 - Damon Mx .......................................................................................... 29
Figura 19 - In-Ovation C ....................................................................................... 29
Figura 20 - Modelos de Braquetes Autoligáveis ................................................... 30
Figura 21 - In-Ovation L ........................................................................................ 31
Figura 22 - Clarity SL ............................................................................................ 31
Figura 23 - Easy Clip ............................................................................................ 32
Figura 24 - Time 2, Vision LP e Time 3 ................................................................. 32
Figura 25 - Damon Q ............................................................................................ 33
Figura 26 - Big Foot .............................................................................................. 34
Figura 27 - Braquete Easy Clip ............................................................................ 40
Figura 28 - Sistema de Abertura ........................................................................... 41
Figura 29 - Sistema de Fechamento .................................................................... 42
Figura 30 - Seqüência de Fios ............................................................................. 45
23 Figura 31 - Especificações dos Braquetes ........................................................... 46
Figura 32 - Stop .................................................................................................... 47
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 - Força máxima necessária para iniciar o movimento ......................... 37
Gráfico 02 - Resistência a Fricção ....................................................................... 38
Gráfico 03 - Avaliação do atrito durante mecânica de deslizamento com elástico 39
Gráfico 04 - Teste de Flexão ................................................................................ 44
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RESUMO
O interesse em corrigir uma má posição dentária sempre esteve presente, mesmo antes da era de Angle. Sempre se procuraram maneiras de diminuir os níveis de atrito durante um tratamento ortodôntico. Visando, assim, um tratamento mais rápido e com o menor número de visitas ao dentista. Com o surgimento dos braquetes autoligavéis, observou-se que uma das características principais destes dispositivos seria uma redução nos níveis de atrito entre os braquetes e fios. E com isso poderia se obter um movimento de deslizamento eficiente com a aplicação de forças menores, quando comparado com o uso de braquetes que tenham sistemas de amarração convencionais. A combinação desses fatores confere ao Sistema de Braquetes Autoligados eficiência e resultados mais previsíveis de tratamento. Palavras-chave: autoligável; ortodontia
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ABSTRACT
The interest in correcting a bad position tooth was present even before the era Angle. Has always sought ways to reduce the levels of friction during orthodontic treatment to a more rapid way and with the least number of the dentist visits. With the introduction of self-lighted brackets, it was observed that one of these devises main characteristics would be a reduction levels reduction of friction between brackets and wires, and because this the movement could be more efficient, with the application of low forces when compared the using of brackets with conventional ligation systems. The combination of these factors confers to the System of Braquetes Autoligados, efficiency and more previsible results of treatment. Key-words: self-ligations; orthodontics
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SUMÁRIO
1 Introdução ........................................................................................................... 14 2 Proposição ........................................................................................................... 16 3 Revisão de Literatura ......................................................................................... 17 3.1 Evolução dos Braquetes Autoligáveis ............................................................ 17
3.2 A Ciência do Sistema Autoligável .................................................................. 35
3.2.1 A filosofia autoligável assenta em três pilares fundamentais ................ 35
3.2.2 Tipos de resposta por pressão durante um tratamento ortodôntico ...... 36
3.3 Estudos comparativos entre os sistemas autoligáveis ................................. 37
3.4 Prescrição .................................................................................................... 40
3.4.1 Arcos do sistema autoligável “EASY CLIP” .......................................... 43
3.4.2 Diferença entre CONTOUR NITI e COOPER NITI ............................... 44
3.4.3 Sequência do sistema de arcos EASY CLIP ........................................ 45
3.4.4 Especificações dos braquetes .............................................................. 46
3.5 Acessório ....................................................................................................... 47
3.5.1 STOP .................................................................................................... 47
3.6 Sistema autoligável ativo e passivo ............................................................... 50
3.6.1 Braquetes com clip ativo ...................................................................... 50
3.6.2 Braquetes com clip passivo .................................................................. 51
3.7 Fricção ........................................................................................................... 52
3.8 Atrito .............................................................................................................. 54
3.8.1 Emprego de fios de níquel-titânio termo-ativados ................................ 56
3.8.2 Emprego de fios de baixo calibre nas fases iniciais do nivelamento .... 57
3.8.3 Aumento nos intervalos de consulta e troca dos fios ............................ 58
3.8.4 Mecânica de deslize com molas de níquel-titânio ................................ 59
3.8.5 Diagnóstico baseado na análise facial ................................................. 59
3.9 Dicas clínicas ................................................................................................ 60
4 Discussão ........................................................................................................... 61 5 Conclusão ........................................................................................................... 63 Referências Bibliográficas .................................................................................... 64
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1 Introdução
A Ortodontia é a ciência que estuda a etiologia, o desenvolvimento e o
tratamento das más oclusões e trabalha com a movimentação dentária através do
osso alveolar em direção a posicionamentos considerados mais estéticos, funcionais
e estáveis. Os dispositivos utilizados para esse fim são inúmeros e é a Ortodontia
Fixa que proporciona o melhor controle e possibilita a movimentação em todas as
direções. Com o desenvolvimento de braquetes totalmente programados na década
de 70, houve uma grande revolução e evolução, pois se criou a simplificação da
mecânica, possibilitando a utilização de arcos com menos dobras, tornando a
mecânica mais simples e prática, compatível com a dinâmica moderna de
atendimento a pacientes, diminuindo o tempo de tratamento e de atendimento clínico
(VANARSDALL, 1985).
Entretanto, para a utilização do sistema de arco contínuo, foram necessárias
modificações clínicas para adaptação aos recursos que os braquetes totalmente
programados disponibilizavam. Assim, fios de alta tecnologia, de níquel-titânio, foram
desenvolvidos e popularizados, para que permitissem grandes deflexões, sem
aumento significativo na tensão/carga acumulada. Dessa forma, poderiam ser
empregados no início do tratamento, para que os fios de aço inoxidável de baixo
calibre, com alças de nivelamento, pudessem ser substituídos e o sistema de arco
reto pudessem então ser literalmente utilizado.
Atualmente, a tendência na Europa e Estados Unidos é de se fazer o
tratamento ortodôntico com um menor número de manutenções. Isto é, ter períodos
entre manutenções mais longos, em média, manutenções a cada 45 ou 60 dias.
Enquanto, no Brasil, notamos manutenções normalmente a cada 15 ou 21 dias.
Porém, agora contamos com os braquetes autoligados que foram idealizados de
diversos tipos, com variações de forma, tamanho e materiais (FIORET, 2005).
Por dispensar qualquer tipo de amarração, inúmeras vantagens foram
atribuídas a este sistema, como a redução da fricção superficial na interface
braquete/fio ortodôntico. Com esta redução, são necessárias forças de menor
29 intensidade para o estabelecimento da movimentação dentária realizada, assim, de
uma forma mais rápida e eficiente (ARAÚJO, 2008).
Com todas essas qualidades, estes artefatos nunca se difundiram de maneira
permanente no cotidiano ortodôntico. Depois do ano de 2000, com o surgimento de
braquetes autoligáveis de menores dimensões, melhor qualidade e melhor
praticidade de manipulação estes artefatos tornaram-se interessantes ao uso diário
do ortodontista (ARAÚJO, 2008).
30
2 Proposição Realizar uma revisão de literatura sobre o Sistema Autoligável, mostrando suas
vantagens, desvantagens, prescrições, eficiência e os modelos de braquetes
existentes no mercado.
31
3 Revisão de Literatura 3.1 Evolução dos Braquetes Autoligáveis
Os primeiros trabalhos em ortodontia datam de 1728, quando Pierre Fauchard
fez a primeira tentativa científica de movimentar dentes, utilizando uma tira de metal
perfurada (Fig. 1).
Figura 01 - The treatment of maloclusion of the teeth. 7th Ed. Philadelphia: SS White. Fonte: ANGLE, E. H., 1901
Tempos depois, em 1841, foi inventada a primeira banda de grampo ajustável
com a introdução do parafuso lingual e, a partir daí, diversos aparelhos removíveis
foram desenvolvidos. Somente em 1887 a ortodontia conheceu grande avanço,
quando o Dr. Edward Hartley Angle criou um sistema mais confiável, com melhor
controle da movimentação dentária, o que resultou na introdução do Aparelho
Edgewise de múltiplas bandas. Tweed continuou o trabalho de Angle, tendo
publicado seu primeiro artigo em 1932. Após a morte de Tweed, Merrifield, um dos
seus mais brilhantes alunos, assumiu a instituição que pertencia a seu mestre, em
Tucson, no Arizona, tendo devotado 40 anos de sua vida ao estudo da ortodontia
(VANARSDALL, 1985).
32
O conceito de braquetes autoligaveis surgiu em 1935 (Fig. 2) e descreve o
dispositivo de Russell Look, como sendo o primeiro sistema de braquetes nos quais
era dispensado o uso de amarrilhos para fixação de arco (BERGER, 2000).
Figura 02 – Modelo de Sistemas autoligáveis
Fonte: Harradine, 2008
O dispositivo de Russel Look (Fig. 3) dispunha de uma retenção do arco no
interior da ranhura do braquete. Esta ranhura era obtida através de um sistema
mecânico ajustado na superfície vestibular do artefato, funcionando como uma
quarta parede da ranhura e com um sistema de parafuso horizontal com rosca que
fixava no arco, permitindo grudar sua pressão sobre o mesmo (BERGER, 2000).
33
Figura 03 - Russell Look. Fonte: Harradine, 2008.
Outra tentativa de inovação no sistema de fixação do arco na canaleta
ocorreu somente em 1971, com o lançamento do braquete Edgelok, (Fig. 4)
idealizado por Wildman e patenteado pela ORMCO.
Figura 04 – Ormco Edgelok
Fonte: Harradine, 2008.
Estes braquetes eram moldados em liga de cromo, que possui dureza
superior ao aço inoxidável. Sua diferença em relação ao tradicional braquete
Edgewise, é que apresentava uma tampa vestibular a qual deslizava para fechar a
canaleta do braquete em um tubo de quatro paredes. Sendo considerado como um
sistema passivo, visto que se baseava na relação do arco com a canaleta para
controle do dente e não era armazenada energia no próprio braquete (WILDMAN,
1972).
Seguindo os princípios de Edgelok, dois anos depois, surgiu na Alemanha em
1972, o Mobil-lock da Forestadent (Fig.5) que tinha inúmeras desvantagens, como o
controle de rotação muito pobre e o difícil acesso para abertura e fechamento da
tampa. Este braquete utilizava um instrumental para fechar e abrir uma canaleta, por
meio da rotação de uma tampa semicircular do braquete dos dentes anteriores
(BERGER, 2000).
34
Figura 05 - Móbil-lock – Forestadent
Fonte: Harradine, 2008
Em 1980, idealizado por Hanson, foi o lançamento do sistema de braquetes,
diferente dos anteriores, chamado de Speed (Fig. 6). O Speed, além de ter
dimensões mais reduzidas que as dos anteriores possuía uma tampa que deslizava
no sentido vertical para fechamento da canaleta (BERGER, 2000).
Figura 06 – Speed
Fonte: Harradine, 2008
Ao longo dos anos, algumas características desses braquetes foram se
modificando no intuito de melhorar a eficiência dos sistemas. A principal
característica dessa tampa é ter sido confeccionada originalmente em aço inoxidável
e uma liga de níquel titânio resiliente, o que a torna extremamente flexível. Desta
forma, o fio inserido na canaleta está sob ativação constante, resultando em
movimentos dentários preciosos e controlados. Essa tampa superelástica é capaz de
orientar o fio até que ele esteja completamente ajustado dentro da canaleta, para
evitar movimentações indesejadas subsequentes de rotação, inclinação e torque
durante a movimentação dentária. Foi demonstrado, por meio de experimentos
científicos, que existe grande facilidade no fechamento das tampas dos braquetes,
ocasionando redução do tempo de trabalho na clínica ortodôntica, em até quatro
35
vezes, com relação aos sistemas convencionais que utilizam elásticos
(HARRADINE, 1996).
Foi lançado, em 1986, o braquete Activa. Este foi originalmente desenhado
por Irwin Pletcher, com o principal objetivo de acelerar o processo de fricção do arco
nos braquetes (Fig. 7). Esse braquete apresentava-se de forma cilíndrica, com uma
tampa curva rígida que, por meio do giro ocluso-gengival, abria e fechava a canaleta
(HARRADINE E BIRNEI, 1996).
Figura 07 – Activa
Fonte: Harradine, 2008
Em 1995, foi lançado o braquete Time (Adenta) idealizado pelo Dr. Wolfisang
H. de Innsbruck e que se assemelhava ao tradicional Speed na aparência e na
maneira ativa de atuação (Fig. 8). Seu tamanho era semelhante ao dos braquetes
convencionais, e a tampa que abre na canaleta no sentido ocluso-gengival era curva
e menos rígida do que as do primeiro sistemas, mesmo sendo de aço inoxidável
(HARRADINE E BIRNEI, 1996).
Figura 08 - Time (Adenta) Fonte. : Harradine, 2008
36
Em 1996, a American lançou o braquete com tampa ativa chamado Sigma e a
Ormco lançou os sistemas passivos Damon SL 1 (Fig. 9) (DAMON,1998).
Figura 09 - Damon SL 1 Fonte. : Harradine, 2008
Em 1999, foi lançado no mercado o braquete Damon SL 2, que são braquetes
Edgewise geminados com uma tampa lisa e retangular deslizante entre as aletas.
Nos braquetes do arco dentário superior, a tampa desliza no sentido incisal e, nos do
arco inferior, no sentido gengival. Seu desenho permitia um rápido nivelamento e
alinhamento, em virtude da reduzida fricção entre o braquete e a canaleta, desta
forma os dentes deslizavam mais facilmente. Também em 1999, foi lançado pela A-
Company mais um braquete passivo chamado Twin-Lock, semelhante ao Damon SL
2 (Fig. 10) (DAMON, 1998).
Figura 10 - Twin-Lock
Fonte: Harradine, 2008
Um dos últimos lançamentos desse tipo foi proposto pela GAC com o In-
Ovation-R (Fig. 11), que combina com o controle dos sistemas geminados tamanho
mini, porém com formato rombóide e com as demais características dos sistemas
autoligados (Catálogo - GAC, 2003).
37
Figura 11 - In-Ovation-R Fonte: Harradine, 2008
Durante o alinhamento e nivelamento, utilizando-se fios redondos e de menor
calibre, os braquetes são considerados passivos, pois a tampa está distante do fio
dentro da canaleta. À medida que aumenta o calibre do arco e se passa a usar fios
retangulares, o contato justo do fio com a tampa torna o ativo. O movimento dentário
implica no contato de partes do aparelho, gerando atrito (embricamento das
superfícies de contato). Com a evolução da Ortodontia, novas técnicas, designs e
sistemas de aparelhos ortodônticos tinham sido desenvolvidos para aperfeiçoar os
resultados dos tratamentos ortodônticos. Os braquetes autoligaveis (In-Ovation®)
chegaram ao mercado com uma proposta inovadora e prática, pois conseguia reunir
profissionais interessados em dar maior qualidade a seus tratamentos e pacientes
em busca de conforto e rapidez de resultados (Catálogo - GAC, 2003).
Em 1999, quando foi lançado o Damon SL 2 (Fig. 12),
Figura 12 – Damom SL 2 Fonte: Harradine, 2008.
38
Damon (1998) e Bagden (2006) sugeriram uma sequência de arcos para ser
usado neste sistema:
x Fase de Alinhamento e Nivelamento:
- .014 Niti
Arco inicial - Inicia com movimento de alinhamento e nivelamento.
- .016 Niti
Utilizado, ocasionalmente, como segundo arco em casos de adultos com
apinhamento severo, quando não se está totalmente alinhado para passar a
segunda fase.
x Fase de Arco de Canto de Alta Tecnologia: - .016 X .025 Niti
Utiliza-se em arcos superiores e inferiores bem preparados. Quando este arco está
difícil de ser inserido, utiliza-se o .014 X .025 Niti .
- .014 X .025 Niti
Excelente arco de transição. Amplamente utilizado em arcos inferiores com distância
inter braquete diminuída.
- .017 X .025 Niti
Utilizado com 20° de torque anterior e curva reversa. Excelente como segundo arco
para o tratamento de maloclusão de classe II subdivisão 2. Quando só requer
intrusão deve-se usar o mesmo arco, sem torque no segmento anterior.
- .018 X .025 Niti
Próximo arco a utilizar quando previamente se utilizou o .014 X .025 Niti SE.
Excelente para a preparação prévia e a inserção do arco transição de aço.
39
x Fase Mecânica Principal: - .019 X .025 Aço
Excelente arco para manter a integridade do arco dental durante a correção ântero-
posterior.
- .016 X .025 Aço
Utiliza este arco inferior quando se requer um maior atrito entre o arco e a ranhura
do braquete. Este arco é empregado para finalizar o caso e quando todos os torques
são aceitos
x Fase Inicial: - .019 X .025 ou .017 X .025 TMA
Na maioria dos casos, os arcos de trabalho também são mantidos na fase final.
Quando se necessita de mais torque para detalhar esses casos, os arcos de TMA
são uma ótima opção.
O Sistema Damon aumenta a eficiência, efetividade e conforto na terapia
ortodôntica. O tempo de tratamento diminui consideravelmente e o alinhamento
inicial ocorre com excepcional velocidade e conforto. Estas eficiências, combinados
com o intervalo de 10 semanas entre visitas, além da redução da necessidade de
extrações, facilita aos pacientes viajar longas distâncias para serem tratados com os
benefícios do Sistema Damon. Outra evidência adicional da aceitação do sistema
pelos pacientes é o aumento substancial na quantidade de indicações de pacientes
(DAMON, 1998).
Em 2001, foi lançado o único sistema autoligável estético, ou seja, feito não
de aço inoxidável, mas de fibra de vidro reforçado por um polímero, dando
transparência ao braquete, é o Oyster fabricado pela Gestenco International AB
(Fig.13). A tampa fecha sobre a canaleta, no sentido cérvico-oclusal, funcionando de
forma ativa. No entanto, pode-se removê-la para que o braquete funcione como um
sistema convencional, sendo necessária a utilização de amarrilhos metálicos ou
elásticos para manter o fio dentro da canaleta (GESTENCO, 2003).
40
Figura 13 – Oyster
Fonte: GESTENCO, 2003.
Em 2002, a GAC, lançou o sistema In-Ovation R, com pequenas melhorias.
Este sistema ofereceu braquetes menores nos anteriores, o que tornou a distância
interbraquetes maior e é considerado um sistema ativo, à medida que se aumenta o
calibre do fio (Catálogo - GAC, 2003).
A Adenta, neste mesmo ano, para a utilização da técnica lingual, foi quem
desenvolveu um sistema autoligado chamado Evolution (Fig. 14), cuja proposta foi
facilitar a fixação dos arcos, com a tampa de fechamento exercendo pressão ativa
sobre o fio e funcionando como plano de mordida para os incisivos inferiores. Este
sistema tem a prescrição Roth (BERGER, 1994).
Figura 14 – Evolution
Fonte: Harradine, 2008
O sistema autoligado se diferencia pela maneira com que a tampa do
braquete fecha a canaleta, podendo ter uma ação passiva ou ativa. Os sistemas
atualmente encontrados no mercado, são considerados ativos, uma vez que o arco é
41
constantemente pressionado contra a canaleta do braquete, permitindo um maior
controle de rotações e de torque já na fase de alinhamento e nivelamento. Em
algumas tampa o controle se torna mais intenso à medida que o calibre do arco é
aumentado. No entanto, a fricção se intensifica uma vez que a superfície toda da
canaleta do braquete está em contato com o arco retangular. Existem sistemas
passivos os quais possuem tapas que fecham a canaleta sem, no entanto, ficar
constantemente pressionando o arco. Nestes casos não existe um controle imediato
das rotações como nos ativos. Porém, ocorre menos fricção em mecânicas de
deslizamento. A intenção dos passivos é de não ajustar o arco completamente na
canaleta permitindo assim um maior deslizamento dos dentes com toque apenas nos
cantos do arco retangular (CLOSS, 2005).
Em 2004, foi introduzido um sistema autoligável estético chamado Opal,
produzido pela Ultradent. É considerado um sistema passivo e tem prescrição Roth
(Fig. 15).
Figura 15 – Opal Fonte: Harradine, 2008
Houve também, neste ano, o lançamento do sistema Damon 3, sendo este
confeccionado com a base estética, a canaleta e a tampa de metal (Fig. 16). O
surgimento dos braquetes autoligados passivos se diferenciam dos anteriores por
diminuírem a fricção entre o fio e o braquete para quase zero (DAMON, 1998).
42
Figura 16 – Damon 3
Fonte: Harradine, 2008.
Em 2004 também, a 3M UNITEK lançou um sistema de braquete autoligável
chamado Smart Clip, possuindo um avanço no design dos braquetes,
revolucionando os métodos de encaixe e desencaixe dos fios. Desenvolveu-se um
clip de nitinol com memória, que permitia fácil inserção dos fios na canaleta e a
remoção dos mesmos. O clip deixava o fio livre dentro do slot, eliminando fricção
nas fases iniciais do tratamento e proporcionando um movimento mais rápido do
dente. Este braquete poderia receber ligaduras, tornando-se assim ativo quando
necessário. Forças leves proporcionavam maior conforto ao paciente e sem
comportas para abrir ou fechar, a inserção e remoção do arco eram muito mais
rápidas e fáceis. O clip mantinha o arco dentro do slot até que a força recomendada
para uma movimentação segura fosse excedida, contando assim também com uma
maior eficiência na colagem (TREVISI, 2007) (Fig. 17). E esse processo ocorre
ainda nos dias de hoje.
Figura 17 – Smart-Clip
Fonte: Catálogo Unitek – 3M
43
No ano de 2005, o sistema Damon introduziu no mercado um novo sistema
de braquetes definido como Damon Mx (Fig. 18), um modelo mais avançado.
Figura 18 – Damon Mx Fonte: Harradine, 2008.
Esse sistema possui um slot chanfrado para reduzir a fricção em casos muito
apinhados (DAMON, 1998).
Em 2006, a GAC introduziu no mercado o único modelo de braquete
autoligável translúcido, o In-Ovation C. Somente o clipe deste braquete é metálico
(Fig. 19) (KOCHENBORGER, 2009).
Figura 19 - In-Ovation C
Fonte: KOCHENBORGER, 2009.
Neste mesmo ano foram lançados (Fig. 20) os sistemas Quick 2.0, com uma
tecnologia aprimorada e um design inovador, da Forestadent, sistema Praxis da
44
Lancer Ortodontics, o sistema Opal Metálico da Ultradent e o sistema Carriére, este
da A. Class One Ortodontics (MALTAGLIATI, 2008).
Quick Carriere LX
Praxis Opal Metálico
Carriere SLB
Figura 20 – Modelos de Braquetes Autoligáveis
Fonte: Harradine, 2008
45
Em 2007, a GAC lançou o sistema In-Ovation L, com braquetes bem
pequenos usados para a técnica lingual. Podendo ser de colagem indireta ou direta.
Para esses braquetes as indicações são apinhamentos de 6 mm ou menos,
diastemas de 3 mm ou menos e rotação de canino de 25° ou menos (Catálogo -
GAC, 2007) – (Fig. 21).
Figura 21 - In-Ovation L
Fonte: CATÀLAGO GAC, 2007
Também em 2007, foi lançado pela 3M Unitek, um braquete cerâmico,
chamado de Clarity SL com slot metálico (Fig. 22). É um sistema totalmente passivo
e tem uma mecânica de deslize similar ao braquete metálico com prescrições no
sistema MBT e Roth (UNITEK, 2007).
Figura 22 - Clarity SL
Fonte: Harradine, 2008.
Em 2008, foi introduzido no mercado o primeiro braquete 100% brasileiro, o
sistema Easy Clip, da Aditek, (Fig. 23). Este possui o desenho de um braquete
46
convencional, possibilita qualquer acessório ou auxiliar e usam-se fios de alta
tecnologia, com os quais possuem uma deflexão maior e são chamados de Contour
Niti. Na fabricação do protótipo diferentes materiais foram testados. A escolha do
clipe de Niti foi devido à sua performace ideal na liberação de forças biocompatíveis
programadas, mantendo a memória de forma. Com seu desempenho comprovado
dentro dos princípios de precisão e durabilidade. Após a montagem, cada braquete é
submetido a uma intervenção final onde seus cantos são arredondados (ADITEK,
2009).
Figura 23 – Easy Clip Fonte: Aditek, 2009.
Também em 2008, foi introduzido o sistema Vision LP, pela American
Ortodontics, sendo considerado um sistema passivo. Ela também lançou o sistema
de braquetes autoligados chamado de Time 2 com prescrições Roth, MBT e
Andrews, possuindo clip de aço. E, na terceira geração da categoria de autoligados,
a American Orthodontics lançou o T3 (Fig. 24) (AMERICAN ORTHODONTICS,
2008).
Figura 24: Time 2, Vision LP e Time 3. Fonte: American Orthodontics, 2008
47
Em 2009, foi lançado pela Ormco um dos braquetes autoligáveis mais
modernos do mercado. Ele veio abrir novas portas para a prática de eficiência,
flexibilidade clínica, estética e conforto do paciente, todo em metal, o Damon Q (Fig.
25) - um passo importante no sentido de baixo atrito, e uma tecnologia de ligadura
passiva que oferece muito mais do que os dentes retos. Perfil de suporte e de
tamanho pequeno, com suaves cantos arredondados, ajudam a prevenir
interferência oclusal nos pacientes, oferecendo maior conforto e estética. Slots
verticais e horizontais (podendo ser colocados até dois fios no mesmo braquete)
proporcionam maior versatilidade para o tratamento (ORMCO, 2009).
Figura 25 – Damon Q
Fonte: Ormco Corporation, 2009.
Em 2009, a Forestadent lança um tubo autoligável o “BIG FOOT”. Este tubo
proporciona um ajuste perfeito e garante a resistência ao máximo devido aos
contornos gengivais, principalmente mesial, distal e oclusal. Eles são feitos de
material extrafino o que torna o espaço entre o dente e o tubo extra e fácil para
adaptá-lo (Fig. 26). Suas principais características são as almofadas (Base),
entalhes especiais em cada lado dessa almofada, fácil adaptação e remoção. Esses
48
tubos autoligáveis são encontrados na prescrição Roth e MTB
(www.forestadent.com).
Figura 26 – Big Foot Fonte: www.forestadent.com
49
3.2 A ciência do Sistema Autoligável
A filosofia autoligável em conjunto com o novo sistema de alta tecnologia
desenvolvida pela NASA, proporciona tratamentos ortodônticos mais rápidos e
biologicamente mais seguros (BAGDEN, 2006).
Essa filosofia fundamentada em dados científicos com comprovado sucesso
no tratamento corretivo de casos complexos, também permite melhores condições
de planejamento e execução dos tratamentos ortodônticos (BAGDEN, 2006).
O sistema autoligável é um conceito completamente novo, que proporciona
um posicionamento dentário ideal e uma melhoria na simetria da face, sem
necessidade de extrações dentárias, expansão palatina e reduzindo em 70% o
número de cirurgias dos maxilares (BAGDEN, 2006).
3.2.1 A filosofia autoligável assenta em três pilares fundamentais
- Braquetes Autoligáveis passivos ou ativos que oferecem baixa fricção, maior
conforto e melhor higiene.
- Nova tecnologia em arcos que usam forças mais leves e necessitam de menos
ajustes.
- Menor necessidade de mecânicas invasivas como extrações de dentes, expansão
palatina rápida e eliminação do arco extra-oral.
Isso tudo acontece quando ocorre uma importante e surpeendente ação da
musculatura orbicular sobre os dentes, quando houver espaços interdentais, sejam
estes diastemas ou espaços de extrações. Esse efeito denominado de autocinése, caracterizada por uma movimentação sempre no sentido posterior. Dessa forma,
qualquer espaço tende a ser fechado, sempre de anterior para posterior,
minimizando em muito a já tradicional vestibularização dos incisivos nos casos de
apinhamento, ou a perda de ancoragem nos casos de exodontias de pré-molares
(PROFFIT, 1993).
A maioria dos casos com extração são feitos para criar espaço de modo a
eliminar o apinhamento. Com a filosofia autoligável usa-se forças leves para
converter o apinhamento em desenvolvimento lateral posterior dos maxilares,
permitindo um posicionamento ideal dos dentes e uma melhor estética facial.
50
Também existe a evidência científica que este tipo de abordagem resulta numa
menor reabsorção radicular e melhor resposta dos tecidos moles e da face
(BAGDEN, 2006).
O objetivo do sistema autoligável é alcançar o posicionamento dentário ideal e
harmonia facial, ao mesmo tempo em que se mantêm a integridade vascular do osso
alveolar cortical, mostrando como o uso de forças leves estimula o rápido movimento
dentário. Entretanto, os aparelhos convencionais forçam os clínicos a usar forças
muito mais pesadas, devido às ligas dos arcos e sua fricção devido à forma como o
fio é preso ao braquete no sistema de borrachinhas ou amarrilhos metálicos
(BAGDEN, 2006).
Os níveis de força ótima para mover um dente de maneira ortodôntica
deveriam ser apenas o suficiente para estimular a atividade sem ocluir por completo
os vasos sanguíneos no ligamento periodontal (PROFFIT, 1993).
3.2.2 Tipos de resposta por pressão durante um tratamento ortodôntico
Reabsorção minante, que ocorre devido às forças pesadas usadas no
tratamento ortodôntico convencional e reabsorção frontal que ocorre devido às
forças leves usadas no movimento dentário. O oxigênio é o gatilho do mecanismo de
remodelação do periodonto. Se a força aplicada sobre os dentes for muito grande,
há a interrupção da vascularização do espaço periodontal, o oxigênio deixa de estar
disponível e atividade celular diminui ou para (PROFFIT, 1993).
Se a força aplicada é alta o suficiente para fechar por completo os vasos
sanguíneos e cortar o suprimento, uma área necrótica avascular é formada. Esta
área deve ser revascularizada antes dos dentes começarem a mover. A fricção deve
ser eliminada de modo a alcançar forças leves e biologicamente ótimas (PROFFIT,
1993).
51
3.3 Estudos comparativos entre os sistemas autoligaveis Shivapuja et al. (1994) compararam a força máxima necessária para iniciar o
movimento do arco e a fricção dinâmica para mecânicas de deslizamento utilizando
elásticos em cadeia em três sistemas autoligáveis. Não foram observadas diferenças
nos valores iniciais da força necessária para resistir ao movimento de deslizamento
entre os três sistemas de braquetes avaliados: Edgelok, Activa e Speed. O Speed
apresentou uma média de 87,26 g., seguido do Edgelok com 40,40 g, tendo a menor
resistência demonstrada pelo Activa com 35,91 g.
Gráfico 01 - Força máxima necessária para iniciar o movimento Fonte: SHIVAPUJA et al. 1994
Thomas et al. (1998) ao comparar dois sistemas de braquetes convencionais
(Tip-Edge TP e Geminado “A” Company) com outros dois autoligados observou que
o braquete Damon S1 possui a menor resistência friccional, seguido do time. O
braquete convencional da “A”-Company produziu a maior resistência de todos. O
braquete Móbil-lock, seguido do Activa exibiu os menores índices de fricção com
arcos sem angulação. Contudo, com a inserção de dobras de 2º Ordem,
apresentaram valores comparáveis aos de outros braquetes tradicionais.
52
Pizzoni et al. (1998) comparando dois tipos de braquetes convencionais, o
Speed e Activa, verificaram que ambos apresentavam mínima resistência à fricção
em relação aos convencionais, quando se utilizava diferentes calibres e tipos de fios.
Estudos que compararam distintos sistemas de fixação em diferentes braquetes,
constataram que o Speed apresentava menor atrito do que os demais sistemas de
braquetes convencionais, quando utilizados amarrilhos elásticos tradicionais (Gráfico
2).
Gráfico 02 - Resistência a Fricção Fonte: PIZZONI, 1998.
Pizzoni et al. (1998) também avaliaram o atrito durante mecânica de
deslizamento com elástico em quatro tipos de braquetes (metálico convencional,
cerâmico convencional, autoligado Damon SL e cerâmico com canaleta metálica),
não tendo havido diferença entre as forças de atrito do braquete Damon, dos
braquetes metálicos convencionais e com canaleta metálica. Os braquetes
totalmente cerâmicos, no entanto, apresentaram um atrito significativamente maior
(Grafico 3).
53
Gráfico 03 - Avaliação do atrito durante mecânica de deslizamento com elástico Fonte: PIZZONI, 1998.
Uma das grandes vantagens apresentadas pela maioria dos trabalhos
revisados é a diminuição do atrito com o braquete, quando comparados aos
sistemas tradicionais. Esta redução do atrito é ainda mais efetiva nos sistemas de
braquetes passivos. Existem algumas divergências na literatura quanto a real
diminuição do atrito nos sistemas ativos comparados aos demais sistemas, quando
utilizados fios de calibre mais espesso. Em contrapartida, o nivelamento e o
alinhamento iniciais são mais efetivos com os braquetes ativos. Outro fator bastante
salientado é a redução do tempo total de tratamento, devido a um alinhamento mais
rápido do que o normalmente esperado e a uma diminuição no tempo médio das
consultas resultantes da facilidade de abertura e fechamento dos braquetes
autoligados. No entanto, quanto menor o tamanho do braquete, mais criteriosa deve
ser a colagem para seu correto posicionamento (BERGER, 2000; HARRADINE &
BIRNEI, 1996; PIZZONI, 1998).
54
3.4 Prescrição
A escolha da prescrição objetiva-se em criar ou manter as inclinações e
angulações dentárias. Acredita-se que, com a escolha da prescrição adequada,
independentemente da mecânica dos dentes obterão, ao final do tratamento, as
posições desejadas. A mecânica altera o posicionamento dentário e a escolha da
prescrição deve ser tal que não impeça o efeito da mecânica ou a atrapalhe. Todos
os sistemas autoligáveis têm suas limitações. Sempre há uma folga entre o fio e a
canaleta, mesmo com os fios de maior calibre, devido às tolerâncias de fabricação
que permitem uma folga aproximada de 3° em qualquer direção, o que promove uma
diferença de 6° entre dois dentes adjacentes (MALTAGIATI, 2008).
Cada sistema autoligável tem a sua prescrição, suas vantagens e
desvantagens perante cada caso. De todos os sistemas autoligáveis que existem,
descreve-se, logo abaixo a prescrição de um deles, o Sistema Easy Clip, o único
nacional disponível no mercado (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).
Figura 27 – Braquete Easy Clip
(ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).
O Sistema Easy Clip foi desenvolvido com propriedades ideais de um sistema
autoligável e seu desenvolvimento baseado nas seguintes características:
55
- Ligação segura e robusta;
- Assegurar a completa inserção do arco no braquete;
- Rápido e fácil de usar;
- Possui baixo atrito entre o braquete e o arco;
- Permitir o atrito quando necessário;
- Facilidade na colocação de acessórios;
- Facilidade de higienização.
Figura 28 – Sistema de Abertura
(ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).
As vantagens desse sistema ocorre por haver uma maior garantia de uma
inserção completa do arco, menor atrito na interface braquete-arco e consultas mais
rápidas, prazos menores para retornos e troca de arcos mais rápidos. Esse menor
atrito permite um rápido alinhamento (um dos principais fatores na diminuição do
tempo total de tratamento) e a certeza de fechamento de espaços com controle,
permitido pelo engajamento total do arco nos braquetes. Seus arcos
tecnologicamente mais avançados, com baixos módulos de força, melhoram muito a
capacidade de se alcançar esses benefícios. (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).
56
Figura 29 – Sistema de Fechamento (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).
57
3.4.1 Arcos do Sistema Autoligável “EASY CLIP”
Os arcos utilizados no SISTEMA EASYCLIP foram desenvolvidos baseados
em novos materiais, levando-se em consideração a memória de forma que
possibilita uma deflexão maior, com desprendimento de forças leves, permitindo uma
resposta celular que produz movimentações mais estáveis. A linha de arcos de
Nitinol CONTOUR NiTi é uma alternativa ao “copper NiTi”, que se tornou um arco
padrão em sistemas autoligáveis. Os arcos CONTOUR NiTi apresentam um efeito de
memória, de forma a ser ativado pela temperatura do meio bucal. Quando o arco
está frio é extremamente maleável, facilitando a colocação e inserção dentro dos
bráquetes. Com forças previsíveis e constantes, os dentes são corrigidos em menor
tempo e com menos troca de arcos (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).
O CONTOUR NiTi possui três temperaturas diferentes de transição:
x 27°C – para ativação máxima
x 35°C – para ativação moderada
x 40°C – para ativação leve
- CONTOUR NiTi 27°C
Esse arco produz a força de ativação inicial mais alta, na movimentação de
dentes que estão severamente apinhados. Pode ser trabalhado, para sua completa
inserção nos braquetes, com uma temperatura abaixo de 10°C. Recupera o formato
digital em aproximadamente duas semanas após a colocação. Pelo fato de sua
ativação estar calibrada em uma temperatura abaixo da temperatura corporal, o
início de sua ação é imediato. Para seu uso clínico é aconselhável manter o arco no
freezer, por aproximadamente uma hora para facilitar a sua inserção (ADITEK, 2008
– Guia Easy Clip).
- CONTOUR NiTi 35°C
Com uma força de ativação moderada, esse é o arco ideal para nivelar,
alinhar e corrigir giroversões. Pode ser utilizado quando a temperatura do fio estiver
com uma temperatura abaixo de 20°C. Entretanto, começa a recuperar seu formato
original assim que atinge a temperatura corporal. Apesar de uma ativação inicial
58
mais lenta, os resultados são notados entre 4-6 semanas após sua colocação
(ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).
- CONTOUR NiTi 40°C
É o arco que produz as forças mais leves de movimentação para nivelamento.
É ativado pela temperatura do meio bucal. Devemos orientar o paciente para o uso
de líquidos e bochechos, ambos quentes, auxiliando a ativação do arco.
Antes do uso clínico, colocar o arco por 1 hora no freezer e certificar-se que o
mesmo mantenha-se frio, abaixo da temperatura corporal, durante o seu manuseio
(ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).
3.4.2 Diferença entre CONTOUR NiTi X COPPER NiTi
CONTOUR NiTi e COPPER NiTi são muito similares quanto à sua
composição química. Ambos contêm Ni e Ti que foram especificamente formulados e
tratados termicamente para atingir a fase de transição superelástica em 27°C, 35°C
ou 40°C. Ambos possuem a mesma resistência à corrosão. A única diferença
química significante é a adição de 5% de cobre ao Copper NiTi. Essa porcentagem
de cobre altera muito pouco as propriedades mecânicas da liga. O gráfico das
curvas de força ilustra que o desempenho comparativo entre os dois arcos é muito
similar (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).
Gráfico 4 – Teste de Flexâo
(ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).
59
As vantagens clínicas dos arcos CONTOUR NiTi são:
x A recuperação da memória de forma é mais lenta, o que dá maior conforto ao
paciente.
x Não contém cobre, que pode causar alergia em pacientes sensíveis (ADITEK,
2008 – Guia Easy Clip).
3.4.3 Sequência do sistema de arcos EasyClip
Atualmente, nenhuma técnica pode ser considerada completa sem um
sistema de arcos de alta tecnologia para otimizar as forças de movimentação, dentro
do respeito biológico, às estruturas de sustentação (ADITEK, 2008 – Guia Easy
Clip).
Ordem sugerida da sequência básica de arcos:
Figura 30 – Sequencia de Fios
(ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).
60
3.4.4 Especificações dos Braquetes
Figura 31 - Especificações dos Braquetes
(ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).
61
3.5 Acessório
3.5.1 STOP
Seu principal objetivo é evitar o deslizamento do fio. Esses fios de menor
calibre e muito leves, tendem a deslizar e mudar de posição, ferindo o paciente nas
extremidades. Como evitam o deslize dos fios, deve-se ter muito cuidado onde será
colocado. (MALTAGLIATI, 2008).
Figura 32 - Stop
(ORMCO 2009 – Catálago).
Para se ter sucesso no tratamento, o lugar da colocação do stop é muito
importante (MALTAGLIATI, 2008).
x Mesial do apinhamento
- Quando se quer a expansão de todo arco;
- Quando se quer prevenir protrusão anterior.
62
x Anterior ao apinhamento - Casos que requerem pouca ou nenhuma protrusão de incisivos;
- Incisivos já vestibularizados;
- No arco superior em caso de Classe II;
- No arco inferior no caso de Classe III;
- Muito apinhamento anterior.
Esses Stops podem ser colocados da seguinte maneira:
- Apenas um na Linha Média;
- Dois, de cada lado de um Incisivo;
- Dois encostados nas mesiais dos Incisivos Centrais;
- Dois juntos na distal dos Incisivos Centrais.
Há necessidade de ser ter cuidado com o stop entre os Incisivos Centrais
apinhados. Se colocados podem vestibularizar. Se os Incisivos Centrais estiverem
com angulação mesial, ao corrigir, pode abrir diastema entre os incisivos, porque
mantém, neste segmento, o comprimento do fio (MALTAGLIATI, 2008).
x Distal do apinhamento - Quando se quer expansão na região anterior ao stop;
- Quando se quer protrusão anterior;
- Expandir o arco todo.
Todo excesso de fio incorporado irá retificar e, sem possibilidade de deslize
posterior, empurra os incisivos para anterior. Esses stops podem vir a ser colocados
unilateralmente ou bilateralmente ao apinhamento, ou melhor, entre prés ou entre
caninos e prés. A colocação dos stops deve acontecer principalmente, quando o
caso requer protrusão anterior, permitindo deslize para posterior sempre no início do
nivelamento (MALTAGLIATI, 2008).
63
- Unilateral: Entre prés ou entre caninos e prés;
Correção da linha média;
Arcos já nivelados, para não correr o fio, região menos estética.
- Bilateral: Efeito “Ômega” – não permite deslize;
Manutenção do comprimento do arco;
Final de nivelamento;
- Auxiliando na Ancoragem
Mesial dos dentes de ancoragem e encostado na mesial de um dente do lado
oposto ou na distal se for do mesmo lado;
Distalização de dentes;
Retração inicial de caninos.
Quando o apinhamento é severo, o próprio apinhamento funciona como stop.
Nesses casos é bom verificar se há simetria do apinhamento com linha média, a
relação ântero-posterior e a proporção da quantidade de apinhamento superior e
inferior. Da mesma forma que o stop ajuda a corrigir a linha média, a inobservância
da simetria do apinhamento pode desviar a linha média. A linha média desviada para
esquerda, não querendo o desvio para esquerda, colocar o stop na distal do canino
esquerdo. Da mesma forma que o stop atrás do apinhamento protrui incisivos, o
apinhamento também protrui, até que o fio comece a deslizar pelas canaletas. No
tratamento com stops é bom ter cuidado com pacientes que tenham biprotrusão,
mordida aberta anterior, falta de selamento labial, paciente classe II com
apinhamento maior no arco superior e pacientes classe III com apinhamento maior
no arco inferior (MALTAGLIATI, 2008).
64
3.6 Sistema Autoligável Ativo e Passivo
Entre os sistemas de braquetes autoligáveis comercialmente disponíveis,
talvez a característica que mais provoque debate seja qual é o mecanismo de
abertura e de fechamento do slot com mais eficiência. Os braquetes autoligáveis se
diferenciam pela maneira com que a tampa do braquete fecha a canaleta, podendo
ter uma ação ativa ou passiva. Existe ainda um terceiro tipo, com clips posicionados
nas laterais de um braquete convencional, mas que se enquadra no grupo dos
passivos, pela sua característica de atuação.
O mecanismo conhecido como spring clip ou sistema ativo resiliente,
resume-se à existência de uma mola metálica que garante a permanência do fio
ortodôntico no interior da ranhura. Todavia, quando objetiva-se o controle do atrito, a
indicação deste sistema restringe-se aos estágios iniciais de alinhamento e
nivelamento, onde fios ortodônticos de menores dimensões são empregados. “Esta
limitação está relacionada à distensão da mola metálica, observada quando em
interação com fios de secção transversa superior a 0, 017”. Nestes casos, o
preenchimento da ranhura atinge o contato com a mola resiliente, tornando-a ativa
na compressão do mesmo fio, resultando no aumento da fricção superficial
(MALTAGLIATI, 2008).
Os braquetes ativos e passivos têm desempenho parecido no primeiro estágio
do tratamento, mas se tornam diferentes com alinhamento e com fios mais
calibrosos. Quando o alinhamento é substancial, o braquete autoligavel passivo se
comporta melhor em relação àqueles com clipes. Conforme a maloclusão se torna
prevalente e o calibre do fio diminui os tipos de braquetes autoligados ativo e
passivo perdem a distinção. Esse sistema gera um atrito maior, produzindo assim
forçam mais pesadas, dificultando a permanência na zona de força ótima
(HARRADINE, 2008).
3.6.1 Braquetes com Clip Ativo
Têm fechamento com travamento, que invade a canaleta do braquete
pressionando constantemente os fios mais calibrosos (HARRADINE, 2008). Seguem
alguns exemplos:
65
In-Ovation Speed Time Adenta Quick
3.6.2 Braquetes com Clip Passivo
Têm fechamento da canaleta por deslize, sem pressionar o fio. O clip
transforma todos os braquetes em tubo. A ranhura é maior permitindo assim maior
liberdade entre o fio e a canaleta para corrigir as rotações e apinhamentos
(HARRADINE, 2008). Seguem alguns exemplos :
Smart-Clip Opal Damon Easy Clip Vision LP
Os clipes ativos permitem um maior controle de rotação e de torque, no
entanto, a fricção se intensifica, uma vez que a superfície toda da canaleta do
braquete está em contato com o arco retangular (HARRADINE, 2008).
As consequências clínicas de se ter um clipe que ocupa parte do slot são
muito difíceis de serem dimensionadas. É provável que, com um clipe ativo, o
alinhamento inicial ocorra mais rapidamente com um determinado tipo de arco, em
comparação com o clipe passivo. Entretanto, o aumento do espaço entre o arco e
um clipe passivo vai gerar forças mais leves. Isso facilita a dissipação das forças de
tratamento (binding) e a capacidade de forças recíprocas se anula entre os dentes
ao longo do arco, conforme eles vão se alinhando. Uma vez que se chega aos arcos
de trabalho de maior calibre, as desvantagens potenciais de um clipe ativo são o
aumento do atrito e a redução da capacidade do torque em uma direção. Ainda
assim, os valores para o atrito são mais baixos que os dos braquetes convencionais
com amarrilhos metálicos ou ligaduras elastoméricas. Quando todos os outros
fatores são iguais, o alto atrito é uma desvantagem (HARRADINE, 2008).
66
3.7 Fricção
A fricção pode ser definida como a grandeza contrária à movimentação de
um corpo em relação tangencial à superfície de outro, atuando em sentido oposto à
tendência de deslocamento do mesmo. A grandeza é abordada segundo seu
coeficiente de fricção, resultado do quociente entre o módulo da força de fricção
tangencial e a carga aplicada pela força normal, perpendicular ao movimento em
análise. Sua natureza pode ser decomposta em uma componente vertical,
denominada força normal, que responde pela interação entre as superfícies de
contato dos corpos envolvidos no movimento. Está também subordinada ao
coeficiente de atrito, o qual se demonstra constante para cada tipo de material e é
dependente de características físicas, tais como textura, rugosidade e dureza das
superfícies envolvidas (HENAO et al., 2004).
A fricção pode ser ainda, dividida em duas outras forças, de acordo com o
estado de dinâmica ao qual o sistema se encontra submetido. Ambas as grandezas
são conhecidas como fricção estática e cinética, antagonistas ao estado de inércia
apresentado, estando o corpo em repouso ou em movimento, respectivamente. A
componente estática muitas vezes apresenta-se como superior escalarmente à sua
análoga dinâmica.
A fricção superficial é considerada uma grandeza multifatorial, estando à
mesma subordinada a interações existentes entre o fio ortodôntico e o braquete, e à
forma como estes dispositivos encontram-se ligados. O comportamento dos fios
ortodônticos, apesar de também depender de sua interação com a ranhura dos
artefatos, é principalmente governado por características intrínsecas próprias. Tais
características seriam suas propriedades físicas, abrangendo a rugosidade, dureza e
flexibilidade do material.
A rugosidade responde pela modulação do coeficiente de atrito, sendo essas
grandezas diretamente proporcionais e responsáveis pela intensidade de fricção
superficial produzida. A dureza dos fios também tem participação na intensidade
friccional produzida, dependendo, porém, da força normal observada após o contato
do material com a ranhura dos braquetes ortodônticos. Este contato, geralmente,
apresenta-se mais presente em fios com menor dureza e maior flexibilidade (HENAO
et al., 2004).
67
A fricção pode ser influenciada por inúmeras variáveis, como o tipo de
material, dimensão, forma e angulação da interface fio/ranhura, situações de
umidade do meio, forças de ligação e tipo de amarração. Em relação ao tamanho
dos braquetes, os de menores dimensões demonstraram valores de fricção
superiores aos de maiores dimensões. Tal afirmação justifica-se pelo fato de
braquetes menores permitirem uma maior tendência de inclinação dentária. Esta
inclinação responde pelo estabelecimento de uma angulação na interface
fio/braquete e, assim, o aumento da fricção superficial (CACCIAFESTA, 2003).
68
3.8 Atrito
Ao se abordar a dimensão e a forma dos fios ortodônticos, uma influência
direta é observada com relação à quantidade gerada de atrito. Um aumento do atrito
também é observado quando fios retangulares são empregados. Esta desvantagem,
porém, é consideravelmente suprida pelo controle de posições radiculares permitido
por este tipo de fio durante a movimentação dentária. O atrito pode ser estático e
dinâmico. O atrito estático constitui a força necessária para iniciar o movimento de
um corpo e, em Ortodontia, representa a força mínima necessária para que o dente
inicie a sua movimentação, suplantando a tendência de permanecer em sua posição
inicial, dada pela intercuspidação, contatos com dentes adjacentes, musculatura
peribucal e o contato do fio com o braquete e dispositivo de amarração
(CACCIAFESTA, 2003).
Alguns estudos confirmam que os principais fatores envolvidos na
determinação do nível de fricção são o material de composição dos braquetes e fios,
as condições de superfície dos fios e canaletas dos braquetes, calibre do fio, torque
na interface fio-braquete, distância interbraquetes, tipo e força de amarração,
distância interbraquetes, saliva e influência das funções orais. Além disso, quanto
mais mal posicionado estiver o dente, maior a deflexão do fio e, portanto, o contato
deste com o braquete, fazendo aumentar o atrito estático e a força necessária à
movimentação. Da mesma forma, quanto maior a área de contato e dependendo do
material utilizado para amarrar o fio, o atrito pode ser aumentado.
No caso dos amarrilhos metálicos, sabe-se que o atrito estático é
significativamente menor quando comparado com as ligaduras elásticas. E o atrito
aumenta ainda consideravelmente se as ligaduras elásticas forem utilizadas em “x“.
Quanto ao atrito dinâmico, ele ocorre durante a movimentação, principalmente na
fase de retração anterior onde o fio precisa deslizar pelas canaletas dos dentes
posteriores para que os dentes anteriores sejam movimentados. Nestes casos, é de
extrema importância o atrito determinado pelo sistema de amarração e material do
braquete e fios, para que o atrito seja o menor possível, evitando forças intensas e
perda de ancoragem.
Na mecânica de deslize, a melhor combinação compreende fio de aço
inoxidável, braquetes metálicos e ligadura metálica nos dentes posteriores. Ainda
assim, os níveis de fricção ficam elevados e a força necessária para realizar o
69
movimento ainda é excessiva, comparada a força ótima para movimentação
dentária, repercutindo em uma má resposta dos tecidos de suporte e movimentação
dentária mais lenta. Diante das limitações do aparelho ortodôntico e da necessidade
de se utilizar fios de maior calibre para controlar os efeitos colaterais da mecânica, a
única forma de possibilitar a redução na força de movimentação é criando-se
mecanismos que possibilitem a redução do atrito.
Com a possibilidade de aplicar a magnitude adequada de força, aumentam-
se as chances de obter uma resposta adequada dos tecidos periodontais, causando
movimentação dentária mais eficiente e rápida, repercutindo na diminuição nos
efeitos colaterais e no tempo de tratamento. O planejamento da movimentação
dentária pode envolver diversos tipos de técnicas, estando o uso de mecânicas de
deslizamento muito presente no cotidiano da clínica ortodôntica. Contribui
ativamente para o estabelecimento de forças de atrito em grau muito superior ao
observado pela ativação de alças ou loops (CACCIAFESTA, 2003).
Quando altos níveis de atrito são observados, a força aplicada pode ser
reduzida à ordem de até 60% de sua intensidade original, podendo transcorrer,
clinicamente, na dificultação da movimentação dentária desejada e na perda de
ancoragem. Diversas outras manobras clínicas também respondem pela geração de
atrito. Dentre elas pode-se citar a aplicação de torques ativos e o alinhamento e
nivelamento de elementos dentários. Devido à capacidade do atrito gerado de
influenciar diretamente na velocidade e intensidade de movimentação dentária, seu
controle torna-se crucial para o sucesso do tratamento ortodôntico planejado.
Observa-se, assim, uma indicação em potencial do emprego de braquetes
autoligáveis (HENAO et al., 2004).
Apesar da redução da fricção ser uma característica intrínseca do sistema de
braquetes autoligáveis, esta propriedade é auxiliada por características estruturais
observadas na aparatologia autoligada estética. O uso do policarbonato como
material de escolha contribui para a manutenção da fricção superficial em níveis
reduzidos. Apesar de este material ser mais friável que outros análogos estéticos, a
maior robustez observada na estrutura dos artefatos autoligáveis não-metálicos
permite considerável resistência do mesmo à fratura. Esse aumento estrutural
necessário no corpo dos braquetes não prejudica a estética do dispositivo, e o
teórico aumento do atrito, que seria esperado, é completamente diluído pelos
ganhos conseguidos por um sistema composto por policarbonato, que dispensa
70
qualquer tipo de amarração. Esses modos de ligação podem ser resumidos em
cinco regras básicas (PICCHIONI, 2007).
3.8.1 Emprego de fios de níquel-titânio termo-ativados Uma das grandes dificuldades e desafios encontrados na Ortodontia é o
emprego de forças suaves. A magnitude de força ótima significa a intensidade
mínima necessária para produzir movimento, com compressão do ligamento
periodontal que provocará a remodelação óssea frontal, permitindo a movimentação
dentária, sem criar áreas de hialinização ou reabsorções ósseas à distância que
dificultam e retardem o movimento dentário, além de aumentar o risco de reabsorção
radicular, comprometendo a eficiência do tratamento.
Com a redução substancial do atrito provocado pela amarração do fio, os
braquetes autoligados criam a possibilidade de utilizar forças menores, pois não há
necessidade sobrepor a força do atrito estático para produzir movimento dentário.
Assim sendo, utilizar as forças convencionais em Ortodontia com braquetes
autoligados significa subutilizar o sistema, o que implica em causar efeitos colaterais
indesejáveis ainda maiores, pois há menor resistência à movimentação. Além disso,
braquetes autoligados, principalmente os passivos, não permitem inclusão parcial
dos fios nas canaletas, pois apresentam uma trava que desliza e fecha totalmente a
luz da canaleta. Então o fio precisa ser, sempre, totalmente inserido.
Nas fases iniciais do tratamento, onde há desnivelamento dentário, a única
forma de inserir totalmente os fios nas canaletas consiste na utilização de fios de
baixo calibre e grande flexibilidade, com baixo módulo de elasticidade. Os fios
termo-ativados são os que melhor representam essa condição, pois possibilitam
grandes deflexões com a liberação de força suave e constante. Estes fios oferecem
a melhor adaptação na ranhura do braquete, possibilitando uma maior simplicidade e
rapidez no tratamento, pois facilita o alinhamento e nivelamento. A característica de
fornecer forças suaves, mesmo com grandes deflexões, permite inserir estes fios em
braquetes localizados em dentes mal posicionados sem perder a capacidade de
inserção plena na canaleta, mesmo em fios de maior espessura, o que justifica,
então, seu emprego com braquetes autoligados, que não prendem os dentes e
fornecem índices de atrito significativamente baixos.
71
Entretanto, o calibre do fio, ao início do tratamento deve ser o menor
possível, novamente para que as vantagens da utilização de um sistema autoligado
possam ser totalmente aproveitadas.
3.8.2 Emprego de fios de baixo calibre nas fases iniciais do nivelamento
Uma vez que ligas de níquel titânio ativas são empregadas no tratamento e,
ao saber-se que estas ligas conferem aos fios a capacidade de fornecer forças
suaves, mesmo em fios de maior calibre, pode-se supor que, ao empregar estes
fios, tornaríamos possível um alinhamento e nivelamento mais rápidos, com
liberação de forças suaves proporcionadas pelo emprego de braquetes autoligados.
Entretanto, ao utilizarmos calibres maiores de fio, aumenta-se as áreas de contato
entre fio e braquete e, portanto, o atrito entre os materiais também é elevado,
principalmente nas áreas de maior desnivelamento, onde estes fios ainda sofrem
grandes angulações, interferindo no deslize dos fios. Esta condição é especialmente
comum no início do tratamento e, portanto, não é aconselhável utilizar fios de calibre
retangular ou de maior secção ao início. Porque, embora vão exercer forças suaves,
o atrito, tão diminuído com os braquetes autoligados, aumenta com o aumento das
áreas de contato. Ao utilizar fios de baixo calibre em braquetes autoligados passivos,
conferimos ao sistema, uma grande liberdade do fio dentro da canaleta, sem
pressionamento. Essa é a chave do sistema.
Com a fricção reduzida e o efeito “binding”, os dentes são nivelados e
alinhados com mais eficiência e com força muito menor que a necessária para os
braquetes convencionais. Esta “folga” do fio faz com que os dentes sofram a pressão
do nivelamento porém sem forçar o movimento. Desta forma, o dente tende a
caminhar para as áreas de menor resistência, ou seja, onde há mais espaço e onde
não há resistência ao movimento dentário. Além disso, como não há atrito e a
liberdade do fio é grande, este tende a deslizar em sentido posterior conforme os
dentes vão sendo nivelados. Este deslizamento permite que o comprimento do fio
seja maior quando inserido, pois precisa realizar deflexões para encaixar nos dentes
mal posicionados e não provocar expansão exagerada nos arcos que levam os
dentes para posições excessivamente vestibularizadas, pois ele desliza pelos
braquetes adjacentes com facilidade e sobra na distal do último dente inserido no
72
nivelamento. Isso permite maior controle na movimentação dentária e menor efeito
expansivo quando há nivelamento de casos sem extração.
Verifica-se, pois, a importância de se utilizar, em qualquer situação, arcos de
baixo calibre, de liga de níquel-titânio ativa, durante o alinhamento e nivelamento
quando se emprega um sistema de braquete autoligado, principalmente passivo.
3.8.3 Aumento nos intervalos de consulta e troca dos fios
Uma vez que se aceita a utilização dos fios termo-ativados para as fases de
alinhamento e nivelamento com os braquetes autoligados, é imprescindível que se
façam modificações nos intervalos entre as consultas e se modifique o protocolo de
troca dos fios. Convencionalmente há troca dos fios a cada 28 dias
aproximadamente, pois se trata do tempo estabelecido como adequado para ocorrer
a movimentação dentária e obter o restabelecimento dos tecidos periodontais, de
forma a estarem aptos a receberem nova ativação e reiniciar o processo de
remodelação alveolar e movimentação dentária. Este conceito é válido para a
utilização de fios de aço inoxidável, bem como molas de aço inoxidável e elástico,
pois estes materiais perdem em efetividade de ativação e se deformam facilmente,
necessitando ser ativados para imprimir nova intensidade de força e produzir reação
periodontal de remodelação.
Os fios de níquel-titânio, entretanto, fabricados sob altas temperaturas, ou
seja, com capacidade de transformação térmica, apresentam a propriedade de
liberar forças suaves e de forma contínua e, principalmente, apresentam a
propriedade de memória de forma, ou seja, podem sofrer grandes deflexões que,
com o aumento da temperatura retornam a sua forma original sem deformação ou
perda de efetividade de ativação.
Assim sendo, esses fios podem substituir, com vantagem, os fios de aço
inoxidável de baixo calibre, as alças, bem como os de níquel-titânio estável, sendo
empregado o mesmo fio durante toda a fase principal de posicionamento dentário no
alinhamento até que a forma original do fio seja novamente normal, como é de
propriedade de sua liga. Preconiza-se que, no início do tratamento, quando fios
termo-ativados estão sendo empregados, as consultas devam ter um intervalo de
aproximadamente 10 semanas, porém não necessariamente o fio deve ser trocado.
Este só deverá ser substituído quando não estiver mais ativo, ou seja, quando os
73
dentes já apresentarem um nivelamento que permita ao fio, o retorno a sua forma
original. Entretanto, ao se passar para os fios de aço inoxidável, aí sim, as consultas
devem ter intervalos menores, de quatro a seis semanas, aproximadamente.
3.8.4 Mecânica de deslize com molas de níquel-titânio
Pelo mesmo motivo exposto para a utilização das ligas de níquel-titânio para
os fios de nivelamento, aconselha-se também, nas mecânicas de deslize, as molas
confeccionadas com a mesma liga. Frente ao baixo atrito proporcionado pelo
sistema de braquetes autoligados, o deslize do fio de retração é maior e melhor e,
portanto, tem-se a possibilidade do emprego de forças mais adequadas para a
realização da retração anterior. Com as molas de níquel-titânio, é possível controlar
melhor a força, atingir níveis mais suaves e mantê-la constante durante todo o
período de fechamento dos espaços, sem o risco de perda da intensidade e
efetividade, como ocorrem com as ligaduras elásticas utilizadas para o mesmo fim.
3.8.5 Diagnóstico baseado na análise facial
Por último, é muito importante ressaltar que as modificações, as quais o
emprego de braquetes autoligados possibilita facilitar o tratamento ortodôntico, não
devem, em hipótese alguma, modificar o correto diagnóstico de cada caso. Não
seria surpreendente se, conhecendo as possibilidades de movimentações
proporcionadas pela combinação baixa fricção, baixos níveis de força e intervalos
maiores entre as consultas, o planejamento ortodôntico recaia sobre tratamentos
com menor índice de extrações dentárias. Utilizar fios de alta flexibilidade e memória
de forma, em braquetes autoligados, que não permitem inserção parcial dos fios nas
canaletas, é por si só, uma mecânica expansionista. Essa expansão é permitida uma
vez que forças muito suaves são aplicadas e não há troca de fios e, portanto,
reativações na força .
74
3.9 Dicas Clínicas
Segundo Maltagliati (2009):
x No primeiro fio, não incluir os 2° molares, cortar o fio na distal dos 1° molares,
mas ter o 2° colado;
x Usar elástico corrente apenas no fio. 016”x. 025” Niti ou. 018”x. 025”;
x Deixar o primeiro fio até que todo ou quase todo o apinhamento tenha se
dissolvido;
x Se os braquetes estiverem ativos na segunda fase, vão restringir a adaptação
transversal posterior aumentando a fricção;
x Prestar atenção em pacientes com mordida aberta, mordida profunda;
x Em paciente classe III, utilizar forças leves desde o início;
x Nas áreas de dificuldade de inserção do fio, passar um fio dental no fio de Niti
e puxar no apinhamento;
x Sempre fazer contenção 3 x 3;
x Em pacientes com mordida aberta: deve-se colar o braquete mais para
gengival;
x Em pacientes com mordida profunda: deve-se colar o braquetes mais para
incisal;
Segundo Aditek (2009):
x Na movimentação individual de dentes o controle de rotação durante a tração
individual pode conservar a ancoragem em várias situações, sem prejuízo do
controle ou aumento do tempo de tratamento;
x A capacidade de assegurar uma inserção completa e segura, proporcionada
pelo sistema autoligável e arcos de alta tecnologia, faz com que as consultas
sejam feitas com intervalos maiores;
x Quando se opta por retrair os caninos separadamente, enquanto se trabalha a
sobremordida simultaneamente, é com a redução da sobremordida e caninos
posicionados em Classe I, com bom controle rotacional, que se tem uma
ancoragem preservada;
x No Sistema Autoligável o uso de expansores ou auxiliares é eliminado ou
utilizado em casos excepcionais.
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4 Discussão
Toda uma filosofia de tratamento em odontologia deve estar alicerçada em
evidências cientificas, evidências estas que fizeram com que em 1935 começassem
a serem estudados os braquetes autoligados.
THOMAS et al.(1998) e CACCIAFESTA et al.(2003) concordam que o
controle da fricção existente durante o deslocamento do fio no interior da ranhura de
braquetes torna-se crucial, pelo fato da mesma influenciar diretamente a taxa e o
tipo de movimentação dentária e, consequentemente, o grau de sucesso alcançado
com a mecânica.
Já BERGER (2000); SHIVAPUJA et al. (1994), relatam que a dureza dos fios
também tem participação na intensidade friccional produzida, dependendo, porém,
da força normal observada após o contato do material com a ranhura dos braquetes
ortodônticos. Com isso os autores salientaram que o desafio do ortodontista é aplicar
pressão suficiente para estimular a atividade celular sem bloquear o suprimento
sanguíneo no periodonto.
HARRADINE (1996) disse que, com arcos de alta tecnologia e forças leves, é
possível a colocação de fios de maior calibre nos braquetes em estágios mais
iniciais e que a força de movimentação fica armazenada no arco ao invés de ser
dividida entre arco e o clipe.
Por sua vez, Ehsani et al. (2008), relataram que, comparados aos braquetes
convencionais, os autoligados produzem menor fricção quando combinados a arcos
redondos de pequeno diâmetro e na ausência de angulação e/ou torque, em um
arco com alinhamento ideal.
Leal (2009) em sua tese de mestrado, afirma que não foram encontradas
evidências suficientes para comprovar a baixa fricção de braquetes autoligados em
relação aos convencionais, quando do uso de arcos retangulares, na presença de
angulação e/ou torque, em casos de má oclusão considerável. A maioria dos
estudos avaliados concorda que a fricção de braquetes autoligados e convencionais
aumenta com o calibre do arco.
Mas Miles (2007) comparou a taxa de retração em massa com a mecânica de
deslizamento entre os braquetes autoligáveis e braquetes convencionais e concluiu
que não houve diferença na taxa de retração entre esses braquetes.
76
Em relação ao Sistema Damon, Araújo (2008) e Kochenborger (2009) relatam
que o sistema, não promove alteração na inclinação vestibulolingual dos incisivos
centrais superiores, porém aumenta a inclinação vestibular dos incisivos centrais
inferiores e não altera o perfil facial. Mas, em compensação, hà um aumento
significativo na dimensão transversal da maxila e da mandíbula, por meio de
inclinação de coroa. Isso porque, o sistema Damon preconiza o uso de fios
termoativados, visando promover expansão progressiva do arco dentário no
tratamento de más oclusões com apinhamentos.
No ano de 2007, Miles (2007) fez um estudo com 59 pacientes, comparando o
tempo de tratamento para correção do apinhamento inferior com braquetes
convencionais e com Damon II, bem como as distâncias intercaninos e intermolares.
O estudo apreciou que não houve diferença no tempo de tratamento para correção
do apinhamento inferior entre os braquetes Damon II e os convencionais. Além
disso, a vestibularização dos incisivos inferiores foi à mesma em ambos os grupos e
no Damon II a distância intermolares foi maior.
Pellegrini et. al. (2009) conclui que pacientes com braquetes autoligados têm
menores índices de placa bacteriana do que aqueles que recebem braquetes
convencionais.
77
5 Conclusão
O sistema de braquetes autoligáveis apresenta-se como uma valiosa opção
no cotidiano clínico, em casos onde haja uma procura por um menor tempo de
tratamento e menos visitas ao dentista. Obtém-se, assim, um tratamento mais rápido
e confortável para o paciente, que possibilita a aplicação de forças ortodônticas de
menor intensidade, além dos ganhos únicos promovidos pelo sistema autoligável.
Claramente é possível perceber que o “modismo” existe em todas as áreas do
conhecimento humano. Mas também convém lembrar que o bom senso deve
sempre prevalecer. O Sistema Autoligável é, certamente, uma excelente opção de
tratamento, sem, entretanto deixar de lado os princípios básicos da ortodontia que
são o diagnóstico e o plano de tratamento. Dessa forma, abraçar o uso dos
braquetes autoligados de maneira intempestiva não parece ser a melhor conduta.
Em especial, ainda há necessidade de avaliar a estabilidade dos tratamentos com
uso de braquetes autoligados, em longo prazo, pois não existe mudança de
paradigmas sem evidências científicas.
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