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DANIELE REGINA SONZA SÍNTESE E ATIVIDADE BIOLÓGICA IN VITRO E IN SILICO DE CHALCONAS HETEROCÍCLICAS DERIVADAS DO FURANO Itajaí (SC) 2017

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DANIELE REGINA SONZA

SÍNTESE E ATIVIDADE BIOLÓGICA IN VITRO E

IN SILICO DE CHALCONAS HETEROCÍCLICAS

DERIVADAS DO FURANO

Itajaí (SC)

2017

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E

SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS BIOATIVAS

DANIELE REGINA SONZA

SÍNTESE E ATIVIDADE BIOLÓGICA IN VITRO E

IN SILICO DE CHALCONAS HETEROCÍCLICAS

DERIVADAS DO FURANO

Dissertação submetida à Universidade do

Vale do Itajaí como parte dos requisitos

para a obtenção do grau de Mestre em

Ciências Farmacêuticas.

Orientador: Prof. Dr. Rogério Corrêa

Itajaí (SC)

Setembro de 2017

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Ficha Catalográfica

Bibliotecária Eugenia Berlim Buzzi CRB - 14/963

S59s

Sonza, Daniele Regina, 1988-

Síntese e atividade biológica in vitro e In silico de

chalconas heterocíclicas derivadas do furano [manuscrito]

/ Daniele Regin Sonza.- Itajaí, SC. 2017.

122 f. ; il. ; tab. ; graf. ; fig.

Bibliografias f. 105-122

Cópia de computador (Printout(s)).

Dissertação submetida à Universidade do Vale do Itajaí

como parte dos requisitos para a obtenção do grau de

Mestre em Ciências Farmacêuticas.

“Orientador: Prof. Dr. Rogério Corrêa”.

1. Chalconas. 2. Produtos naturais. 3.Farmacologia.

I. Universidade do Vale do Itajaí. II. Título.

.

CDU: 615.32

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Aos meus pais, Juvenir e Carmen,

minha eterna gratidão.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Juvenir e Carmen, por iluminarem e guiarem o

meu caminho, me incentivando sempre, principalmente na realização deste

trabalho. Por tantas vezes abrirem mão dos seus próprios sonhos, para que

eu pudesse realizar os meus.

Ao meu irmão Maurício, pelo apoio, paciência e por torcer pelo

meu sucesso.

Ao meu querido noivo, Vilmar, por entender todos os momentos

que estive ausente, por sempre me incentivar e por me ajudar na finalização

desde trabalho. Neste ano, tão importante para nós, só posso te agradecer

por me completar em todos os momentos.

Aos queridos Vilmar, Denise e Sabrina, por me incentivarem

sempre neste sonho.

À querida Fátima, por todo apoio, auxílio e amizade. Sempre serás

minha maior referência, te admiro muito!

Agradeço à todos os meus líderes, companheiros de trabalho, que

me auxiliaram infinitas vezes para que eu pudesse conciliar o trabalho e

todas as atividades do mestrado. Muito obrigada!

A CAPES/PROSUP pelo apoio financeiro.

Aos colegas e amigos, por todo apoio.

Aos professores da banca, Clóvis, Luisa e Lorena, por todas as

valiosas considerações!

Termino este agradecimento, agradecendo de todo o meu coração,

o meu orientador Rogério, por ter me aceito como sua orientanda e por toda

confiança depositada durante este trabalho. Por entender minha ausência e

me apoiar , não apenas uma,mas diversas vezes, durante estes anos. Não há

palavras que descrevam toda minha gratidão, MUITO obrigada Roger!

À nossa senhora, que por tantas vezes me segurou em seus braços

durante essa etapa. Por escutar minhas orações, por me guiar, por

interceder, tenho certeza que tudo se concretizou como deveria ser!

Vencemos essa etapa!

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Carreiras são como escadas.

Para chegar ao topo,

é preciso dar o primeiro passo...

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SÍNTESE E ATIVIDADE BIOLÓGICA IN VITRO E

IN SILICO DE CHALCONAS HETEROCÍCLICAS

DERIVADAS DO FURANO

Daniele Regina Sonza

Setembro/2017

Orientador: Rogério Corrêa, Doutor.

Área de Concentração: Produtos naturais e substâncias sintéticas e bioativas.

Número de Páginas: 121

O presente trabalho aborda a síntese de chalconas heterocíclicas, derivadas do furano,

por meio de uma derivação do método de condensação de Claisen-Shmidt. Foram

obtidas 19 compostos, obtivos pela variação dos aldeídos: furancarboxaldeído e

furfuraldeído. Os rendimentos obtidos estão contemplados na faixa de 27, 3% à

91,3%, destacam-se oito compostos inéditos. Todas as chalconas foram caracterizadas

através de análise elementar, FTIR, RMN1H e RMN13C. Os compostos foram

avaliadas quanto aos efeitos sobre a inibição das isoformas da ciclooxigenase, tipo I

(COX-1) e tipo II e (COX-2), por meio de ensaio imunoenzimático in vitro. Dentre as

chalconas mais seletivas, destaca-se o composto M10, IS=304,6 e o composto F10,

IS=257,5, com seletividade superior ao fármaco referência (Celecoxibe, IS=249). Em

relação a atividade antiproliferativa, os compostos avaliados foram capazes de inibir

a proliferação celular das células humanas de osteosarcoma em 88,8%, quando

comparado à doxorrubicina (F10). Os compostos foram submetidos a análise in silico

por meio das ferramentas Molinspiration, PASSonline e PREadmet, apresentando

potencial biológico para as atividades antiinflamatória e antinociceptiva. Foi realizado

a avaliação do docking molecular com a COX-2, utilizando a ferramenta ARGUS-

LAB e Plataforma MAESTRO, onde observou-se a melhor energia de docking com

os compostos M10, M7, M4, M9; F10, F9, F7 e F3. Os resultados obtidos neste estudo

pemitem identificar moléculas com potencial atividade anti-inflamatória, com

seletividade para isoforma COX-2, promissoras no que se refere ao desenvolvimento

de um novo fármaco. Bem como interessante atividade antitumoral para células

humanas de osteossarcoma, com perspectivas de aperfeiçoamento das rotas sintéticas,

continuidade dos estudos no intuito de avaliar os mecanismos de ação farmacológica

anti-inflamatória e antitumoral e modelagem molecular.

Palavras-chave: Chalconas. Ciclooxigenase-2. Docking molecular

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IN SILICO AND IN VITRO SYNTHESIS AND BIOLOGICAL ACTIVITY OF

HETEROCYCLIC CHALCONES DERIVED FROM FURAN

Daniele Regina Sonza

September/2017

Advisor: Rogério Corrêa, Doctor.

Area of Concentration: Natural products and synthetic and bioactive substances.

Number of Pages: 121

This work investigates the synthesis of heterocyclic chalcones derived from

furan, through a derivation of the condensation method of Cleisen-Shmidt. Nineteen

compounds were obtained by varying the aldehydes: furancarboxaldehyde and

furfuraldehyde. The yields obtained were within in the range of 27.3% to 91.3%. Eight

unpublished compounds are highlighted. All the chalcones were characterized by

Elemental Analysis, FTIR, 1 H NMR and 13 C-NMR. The compounds were evaluated

for their effects on the inhibition of cyclooxygenase, type I (COX-1) and type II

(COX-2) isoforms by the in vitro immunoenzyme assay. Among the most selective

chalcones were the compound M10, IS = 304.6 and compound F10, IS = 257.5, with

higher selectivity than the reference drug (Celecoxib, IS = 249). Regarding

antiproliferative activity, the compounds evaluated were able to inhibit the cell

proliferation of human osteosarcoma cells by 88.8%, when compared to doxorubicin

(F10). The compounds were submitted to in silico analysis using the tools

Molinspiration, PASSonline and PREadmet, presenting biological potential for anti-

inflammatory and antinociceptive activities. The molecular docking with COX-2 was

evaluated, using the ARGUS-LAB tool and the MAESTRO Platform; the best

docking energy was observed with compounds M10, M7, M4, M9; F10, F9, F7 and

F3. The results obtained in this study enabled us to identify molecules with potential

anti-inflammatory activity, with selectivity for the COX-2 isoform, which is

promising for the development of a new drug. The results also showed interesting

antitumor activity for human osteosarcoma cells, with prospects for improvement of

the synthetic routes, and the continuity of studies, to evaluate the mechanisms of anti-

inflammatory and antitumoral pharmacological action and molecular modeling.

Keywords: Chalcones. Cyclooxygenase-2. Molecular docking

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura do anel furânico.......................................................................... 25

Figura 2 Árvore cronológica da descoberta de fármacos......................................... 33

Figura 3 Isomeros Cis e Trans das chalconas........................................................... 34

Figura 4 Estrutura química da sofalcona(a), metochalcona(b) e licochalcona A(c) 37

Figura 5 Estrutura química da licochalcona E (a) e xantohumol (b)........................ 41

Figura 6 Estrutura química da esculetina (a) e benzafibrato(b)................................ 42

Figura 7 estruturas de ressonância do anel furano.................................................... 44

Figura 8 Medicamentos contendo anel furano......................................................... 46

Figura 9 Esquema do mecanismo geral de condensação aldólica da série derivada

da (2E)-3-(furan-2-il)-1-fenilprop-2-en-1-ona (série M)........................... 59

Figura 10 Espectro de IV do composto M9 ............................................................... 72

Figura 11 Espectro de RMN1H do composto M9....................................................... 72

Figura 12 Espectro de RMN13C do composto M9..................................................... 73

Figura 13 Cromatograma da amostra de chalcona M9 com eluente gradiente, no

modo positivo (MS)................................................................................... 74

Figura 14 Cromatograma da amostra de chalcona M9 com eluente isocrático, no

modo positivo (MS)................................................................................... 75

Figura 15 Mapa de densidade eletrônica e momento dipolar do isômero E do

composto M9.............................................................................................. 76

Figura 16 Mapa de densidade eletrônica e momento dipolar do isômero Z do

composto F9............................................................................................... 76

Figura 17 Espectro de IV do composto F9................................................................. 77

Figura 18 Espectro de RMN1H do composto F9........................................................ 78

Figura 19 Espectro de RMN1C do composto F9........................................................ 78

Figura 20 Cromatograma da amostra de chalcona F9 com eluente gradiente, no

modo positivo (MS).................................................................................. 79

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Figura 21 Cromatograma da amostra de chalcona F9 com eluente isocrático, no

modo positivo (MS)................................................................................... 80

Figura 22 Mapa de densidade eletrônica e momento dipolar do isômero E do

composto F9............................................................................................... 81

Figura 23 Mapa de densidade eletrônica e momento dipolar do isômero Z do

composto F9............................................................................................... 81

Figura 24 Percentual de inibição da proliferação das células U2OS por chalconas na

concentração de 15 µg/ml e pelo controle positivo doxorrubicina (DOXO

- 2,5 µg/ml) e negativo DMSO 0,5%........................................... 90

Figura 25 Ilustração da interação do sítio ativo COX-2 com inibidor

F10.............................................................................................................. 95

Figura 26 Ilustração da interação do sítio ativo COX-2 com inibidor

M10............................................................................................................ 96

Figura 27 Ilustração da interação do sítio ativo COX-2 com inibidor F10 em

3D............................................................................................................... 96

Figura 28 Ilustração da interação do sítio ativo COX-2 com inibidor M10 em

3D............................................................................................................... 97

Figura 29 Enzima Cyclooxygenase-2 obtida a partir do Proteín Data Bank............. 97

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Dados analíticos dos compostos obtidas a partir do furfuraldeido, com

diferentes acetofenonas.............................................................................. 61

Tabela 2 Dados analíticos dos compostos obtidas a partir do 3-furancarboxaldeído,

com diferentes acetofenonas..................................... 67

Tabela 3 Quantidades relativas dos isômeros encontrados no composto M9........... 75

Tabela 4 Quantidades relativas dos isômeros encontrados no composto F9............ 80

Tabela 5 Valores comparativos dos parâmetros de Lipisnki e extensão para as duas

séries de chalconas em estudo........................................................... 84

Tabela 6 Avaliação in sílico de parâmetros relacionados à ADMET de chalconas. 86

Tabela 7 Potenciais atividades biológicas preestabelecidas para chalconas

sintetizadas, série M................................................................................... 88

Tabela 8 Potenciais atividades biológicas preestabelecidas para chalconas

sintetizadas, série F.................................................................................... 89

Tabela 9 Ensaio de inibição enzimática in vitro COX-1/COX-2 para as chalconas

da série M................................................................................................... 92

Tabela 10 Ensaio de inibição enzimática in vitro COX-1/COX-2 para as chalconas

da série F.................................................................................................... 94

Tabela 11 Energias de docking molecular, em relação à COX-2, e parâmetros

derivativos para a série M.......................................................................... 98

Tabela 12 Energias de docking molecular, em relação à COX-2, e parâmetros

derivativos para a série F............................................................................ 99

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LISTA DE ABREVIATURAS

AA: ácido aracdônico

BHE:barreira hematoencefálica

ADME: absorção, distribuição, metabolismo e excreção

CCD: cromatografia em camada delgada

CD: clorofórmio deuterado

COX: ciclooxigenase

DMSO: dimetilsulfóxido

Doxo: doxorrubicina

EDTA: ácido etilenodiamino tetra-acético

EIA: ensaio imunoenzimático

FDA: food and drug administration –agência regulatória dos Estados

Unidos.

FT-IR: espectrofotometria de infravermelho por transformada de Fourier

HIA: absorção intestinal

HDL:lipoproteína de alta densidade

HCl: ácido clorídrico

Hz: hertz

IS: Índice de seletividade

IL-6: interleucina-6

J: constante de acoplamento

logP: coeficiente de partição octanol/água

LDL: lipoproteína de baixa densidade

LC-MSMS – cromatografia líquida acoplada a detector de massas

MNA: multilevel neighborhoods of atoms

MTT: brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio

MS: modo positivo

OPLS: optimized potentials for liquid simulations

PPAR: proliferadores de peroxissoma gama

Pa: probabilidade de "ser ativo"

Pi: probabilidades de "ser inativo"

PF: ponto de fusão

PGH2: prostaglandinas derivadas do ácido araquidônico

pH: potencial de hidrogeniônico

PM: peso molecular

PGF2α: prostaglandina F2α

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QSAR: relação quantitativa estrutura-atividade

R: grupo substituinte

Rf: índice de retenção

Rprop: retropropagação resiliente

RMN-13C: ressonância magnética nuclear de carbono

RMN-1H: ressonância magnética nuclear de hidrogênio

RSCB: research collaboratory for structural bioinformatics – consórcio que

administra o protein data bank

SNC: sistema nervoso central

SnCl2: cloreto de estanho

s: simpleto

t: tripleto

U2OS: células da linhagem de osteossarcoma humano

TNF- α: fator de necrose tumoral α

TPSA: topological polar surface área - área superficial topológica polar

TMS: tetrametilsilano

μM: micro-molar

π: constante de hasch (pi de hansch) – relacionada a fatores estéricos

σ: constante de hammet (sigma de hammet) – relacionada a fatores

eletrônicos

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 24

2 OBJETIVOS ........................................................................................... 28

2.1 Objetivo Geral ....................................................................................... 28

2.2 Objetivos Específicos ............................................................................ 28

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................. 30

3.1 Fármacos sintéticos ............................................................................... 30

3.2Chalconas ............................................................................................... 34

3.3 Heterociclos e derivados furânicos ....................................................... 43

3.4Parâmetros de avaliação in silio ............................................................. 47

3.5Docking molecular ................................................................................. 49

4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................... 50

4.1 Síntese ................................................................................................... 50

4.1.2 Procedimentos de isolamento e caracterização estrutural .................. 50

4.2 Análise in silico: cálculos teórico computacionais ................................ 51

4.3Avaliação da atividade antiproliferativa ................................................ 54

4.4 Ensaio imunoenzimático: avaliação do efeito inibitório ....................... 55

4.5 Análise do docking molecular............................................................56

4.5.1 Ferramentas de Dockinge Banco de Dados:.......................................56

4.5.2 Planejamento e Modelagem Energética do Ligante............................57

4.5.3 Docking com ArgusLab.......................................................................57

4.5.4 Docking com Glide (Plataforma Maestro) para obtenção de

imagens.........................................................................................................57

4.6 Análise estatística............................................................................... ....58

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................... 59

5.1 Síntese ................................................................................................... 59

5.1.2Purificação e caracterização ................................................................ 60

5.2 Avaliação da atividade in silico: cálculos teórico computacionais ....... 82

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5.3 Avaliação da atividade in silico: parâmetros farmacocinéticos ............. 85

5.4 Análise in sílico: avaliação de potenciais atividades biológicas ............ 86

5.5Avaliação da atividade anntiproliferativa in vitro .................................. 90

5.6Avaliação de inibição das isoenzimas COX-1 e COX-2 ........................ 91

5.7Avaliação da atividade do docking molecular da isoenzima COX-2 ..... 95

6 CONCLUSÕES ................................................................................... 102

REFERÊNCIAS ..................................................................................... 104

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24

1 INTRODUÇÃO

A descoberta de novos medicamentos tem suas raízes

profundamente ligadas às inovações científicas e tecnológicas. Os avanços

expressivos da química e biologia e a melhor compreensão de vias

bioquímicas, fisiológica, mecanismos e alvos moleculares que levam ao

aparecimento e desenvolvimento de doenças, tornaram possível a descoberta

de formulações terapêuticas notáveis.Estima-se que aproximadamente 80%

da população mundialdepende, sobretudo, de medicamentos de origem

natural para o encaminhamento terapêutico de suas patologias (NEWMAN;

CRAGG; KINGSTON, 2008), com base neste contexto, a subsistência do uso

da medicina popular tem auxiliado a busca e desenvolvimentode novos

medicamentos (BARREIRO, 2007; HAMBURGUER; HOSTETTMANN,

1991; MATOS, 1990).

Até meados do século XIX a farmácia permaneceuuma

ciênciaempírica guiadapela medicina tradicional, aplicando e transferindo

conhecimentos herdados pelos ancestrais. Os medicamentos disponíveis

eram geralmente preparados comextratos vegetais, que em sua maioria eram

eficazes.Atecnologia da fabricação demedicamentos era rudimentar,

produzindo apenastinturas,emplastros, sopas e infusões

hidroalcoólicaspreparadas com ervas secas ou recém-coletadasou ainda

produtos animais, como ossos e gordura (CHAST, 2008).

A partir da segunda guerra mundial, surgem as grandes indústrias

farmacêuticas na Europa e Estados Unidos, os quais passam a utilizar os

recursos da química sintética para desenvolvimento de novos fármacos.

Unindo indústrias, universidades e institutos de pesquisa, inicia-se um novo

conceito para a pesquisa e desenvolvimento de fármacos,baseados em alvos

terapêuticosespecíficos e moléculas otimizadas, afim de descobrir um novo

medicamento (PALMEIRA FILHO & PAN, 2003; MIGNANI et al., 2016;

REICHMAN, SIMPSON, 2016).

O processo de pesquisadura pelo menos doze anos, com pouca

probabilidade de sucesso (LIMA et al., 2003). Assim, de cada 30.000

moléculas sintetizadas, 66,7% entram na fase de estudos pré-clínicos, 0,67%

entram na fase I dos estudos clínicos, 0,13% passam para estudos defase II,

0,04% entram na fase III e somente 0,027%, ou nove moléculas, são

aprovadas pelos órgãos regulatórios. Destes, destaca-se ainda que apenas um

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25

medicamento aprovado é incluído nos protocolos terapêuticos (CALIXTO &

SIQUEIRA JÚNIOR, 2008; BERKMANN, EUGSTER, 2017). Durante os

últimos anos, ocorreu uma diminuição ainda mais significativa no número de

medicamentos aprovados pelo FDA (MIGNARI et al.,2016).

Ao observar a estrutura dos fármacos empregados na terapêutica,

constata-se que cerca de 62% deles são heterocíclicos, dentre os quais

aproximadamente 95% apresentam-se nitrogenados, 28% comportam átomos

de enxofre e18% átomos de oxigênio. Os valores acima expostos assinalam

a importância da química dos heterociclos, demonstrando que muitas vezes

pode-se observar a presença de dois heteroátomos em um mesmo ciclo

(MENEGATTI; FRAGA; BARREIRO, 2001; TANTAWY et al., 2017;

ZHANG, 2017).

Inúmeras atividades farmacológicas importantes estão relacionadas

à presença destes heteroátomos, principalmente, nitrogênio, oxigênio e

enxofre, pois através deles, formam-se novos grupos funcionais e

heterociclos que contribuem significativamente no processo de interação com

receptores biológicos (QUIN; TYRELL, 2010).

Um exemplo de heterociclo oxigenado, observado em inúmeras

substâncias de ocorrência natural, como plantas e produtos de metabolismo

microbiano, podendo inclusive ser sintetizado, é o anel furânico(figura 1),

que é um ciclo oxigenado de cinco membros. Este núcleo tem sido

amplamente investigado na quimica medicial e possui várias atividades

biológicas relacionadas, como, por exemplo, antiinflamatória(BANERJEE,

HKS,BANERJEE, 2012); antidepressiva (QUIANHUO et al., 2016),

animicrobiana (ISMAIL, 2009; ANSARI et al., 2016),

antiúlcera(BANERJEE, HKS,BANERJEE, 2012), antioxidante (SHEN, et

al., 2017); antineoplásico (ISMAIL, 2009), citotóxica (KURBAKOVA et al.,

2015)sendo considerado promissor para o desenvolvimento de novos

fármacos

Figura 1: estrutura do anel furânico

O

A estrutura química do furano torna-oum precursor com particular

interesse na síntese orgânica, uma vez que pode ser convertido facilmente em

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estruturas heterocíclicas, cíclicas, e acíclicas, com aplicações na síntese de

produtos naturais e em química medicinal (ALVES, 2016).

As chalconas são substâncias químicas encontradas em plantas, que

por sua vez, podem ser sintetizadas, pela condensação de cetonas e aldeídos

aromáticos num processo reacional conhecido como Condensação de

Claisen-Schmidt (DUCKI, et al., 1998; CORDEIRO, M., 2010). Desta

maneira, chalconas tornam-se uma vasta fonte para a obtenção de novos

princípios ativos, devido sua versatilidade sintética e comprovadas atividades

já estudadas como por exemplo, antifúngica, anticâncer, anti-inflamatória,

antibacteriana, antioxidante (SINGH, ANAND, KUMAR, 2014).

Recentemente, estudos de chalconas contendo núcleos heterocíclicos, vem

sendo publicados, mostrando uma promissora atividade biológica (RAI et al.,

2015; MINDERS et al., 2015; ALCOLEA et al., 2016; MING et al, 2017).

Considerando a importância dos núcleos farmacofóricos em

questão e a necessidade de se investigar novas moléculas com propriedades

biológicas, este trabalho tem como propósito asíntese de chalconas

heterocíclicas, derivadas do furano, avaliação da atividade anti-

inflamatóriain vitro;docking molecular in silico;além da predição in silico

dos potenciais alvos moleculares etriagem daatividade antiproliferatina.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Sintetizar chalconas heterocíclicas, derivadas do furano e

avaliar, in vitro, os compostos sintetizados quanto à inibição seletiva, das

isoformas da enzima ciclooxigenase do tipo 1 (COX-1) e tipo 2 (COX-2) e a

atividade antiproliferativa contra células tumorais de osteossarcoma. Avaliar,

ainda, in sílico, os parâmetros ADME, bem como o docking molecular, em

relação à COX-2 e predição dos potenciais alvos moleculares.

2.2 Objetivos Específicos

• Sintetizar chalconas utilizando diferentes acetofenonas e aldeídos

derivados do furano;

• Caracterizar, pelas espectroscopias de FT-IR, RMN1C, RMN13C,

além da análise elementar ( C, H, N, O ) de todos os compostos

sintetizados;

• Avaliaralguns descritores de previsão in silicode acordo com os

parâmetros estipulados na regra dos 5 de Lipinski;

• Avaliar a atividade anti-inflamatória in vitrodos compostos

sintetizados, em relação à enzimaciclooxigenase-2, utilizando

ensaio imunoenzimático e determinando o Índice de Seletividade

(IS) COX-2/COX-1;

• Realizar e avaliar o docking molecular dos compostos sintetizados

(ligantes) com a cicloocigenase-2, utilizando ferramentas

computacionais;

• Avaliar a atividade antiproliferativa, em células de osteossarcoma,

dos compostos sintetizados;

• Avaliar os potenciais alvos biológicos dos compostos estudados,

através da ferramenta PASSonline;

• Avaliar os parâmetros de absorção de HIA (absorção intestinal) e

BHE (barreira hematoencefálica), através da ferramenta PREadmet;

• Relacionar os dados obtidos para estabelecer indícios de relação

estrutura-atividade biológica dos compostos avaliados.

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30

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Fármacos Sintéticos

O conhecimento adquirido pelos povos primitivos e indígenas com

relação à diversidade química encontrada na natureza pode ser considerado

fator essencial para o descobrimento de substâncias tóxicas e terapêuticas ao

longo do tempo. O aprendizado com estes povos proporcionou valiosas

contribuições para o desenvolvimento da pesquisa em produtos naturais e

desenvolvimento científico-tecnológico, propiciando-nos conhecer a estreita

relação entre a estrutura química de um determinado composto e suas

propriedades biológicas e consequentemente, esclarecer a intrigante interação

entre animais/insetos e plantas. Neste sentido, a natureza forneceu muitos

modelos moleculares que fundamentaram estudos de relação estrutura-

atividade e inspiraram o desenvolvimento da síntese orgânica de fármacos

(VIEGAS JR.; FRAGA; BARREIRO, 2006; BARREIRO, FRAGA, 2015).

A variedade e complexidade de metabólitos secundários, ou seja, de

origem não proteica, biossintetizados pelas plantas, os quais despertam tanto

interesse dentro da química medicinal, formaram-se e evoluíram,

desempenhando um papel fundamental na sobrevivência do vegetal

essencialmente estacionário, fornecendo compostos fisiologicamente

importantes e favorecendo assim as condições de adaptação e regulação, além

de suprir a necessidade básica de substâncias defensivas (NEWMAN;

CRAGG; KINGSTON, 2008; LIU et al., 2016; DELGODA, MURRAY,

2017).

Estas moléculas distintas e complexas geralmente são detentoras de

vários centros estereogênicos, devido aos quais, possivelmente, sejam-lhes

atribuídas inúmeras finalidades alopáticas e biológicas (MONTANARI;

BOLZANI, 2001;LIU et al., 2016). Entre as várias classes de produtos de

metabolismo das plantas, que têm servido como estrutura modelo para o

planejamento tecnológico de fármacos inovadores encontram-se os

alcaloides, terpenóides, esteroides, lignanas, flavonóides, entre outros

(CALIXTO et al., 1990; MONTANARI; BOLZANI, 2001; SILVA JR.;

VIZOTTO, 1996; BARREIRO, FRAGA, 2015).

Apesar da notória importância das plantas no desenvolvimento de

novos medicamentos e considerando o fato de que cerca de 20% das plantas

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com substâncias medicinais conhecidas serem encontradas no Brasil,

percebe-se que o número de produtos fitoterápicos comercializados no país é

extremamente modesto e sua fatia de mercado se restringe a apenas 2%,

circunstância que ressalta a importante colaboração da química farmacêutica

moderna na obtenção de novos fármacos (BARREIRO, 2007; NIERO, 2010;

BUFAINO, 2013; BARREIRO, FRAGA, 2015).

A descoberta de drogas de origem natural é frequentemente

associada com desafios na purificação, caracterização e modificação química,

devido sua gama complexa de componentes (STRATTON, NEWMAN,

TAN, 2015). Podemos tomar como exemplo os 866 fármacos mundialmente

usados na terapêutica até o ano de 1991, dos quais, 680 (79%) eram obtidos

de forma sintética, os restantes 186 (21%) correspondiam àqueles com

princípios ativos provenientes de fontes naturais ou semi-sintéticos

(MENEGATT; FRAGA; BARREIRO, 2001). Os fármacos sintéticos

representam cerca de 85% do mercado mundial, o que movimentou algo em

torno de 895 bilhões de dólares no ano de 2012 (FARDELONE; BRANCHI,

2006; BARREIRO, FRAGA, 2015). Entre as principais classes de fármacos

de origem natural estão os antibacterianos e os antineoplásicos. Por outro

lado, a maioria dos fármacos pertencentes as classes dos analgésicos,

antidepressivos, antihistamínicos, ansiolíticos, cardiotônicos, hipnóticos,

antifúngicos, anti-inflamatórios e anti-hipertensivos são de origem sintética

(VIEGAS JR.; FRAGA; BARREIRO, 2006).

Um dos mais importantes aspectos a serem observados na busca de

novas moléculas bioativas é a investigação de uma molécula protótipo ou

modelo, a partir da qual se procede a síntese de derivados ou análogos com

propriedades farmacológicas mais intensas, desenvolvendo-se a avaliação da

relação entre estrutura química e bioatividade (POLINSKY, 2008;

REICHMAN, SIMPSON, 2016). Esta relação é o objeto de estudo da química

medicinal, a qual possui base multidisciplinar englobando as ciências

químicas, biológicas, farmacêuticas, médicas, físicas e computacionais,

estando preocupada com invenção, descobrimento, projeção, identificação e

preparação de novas entidades químicas biologicamente ativas. O

desenvolvimento de moléculas que possam ser protótipos de fármacos

eficientes e seguros, com menores efeitos colaterais que os disponíveis no

mercado, que possam ser administrados preferencialmente por via oral e com

custos reduzidos para o tratamento das mais diversas patologias, têm

motivado a pesquisa científica em Química Medicinal(LIMA, 2007;

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BARREIRO; FRAGA, 2008; GUIDO; ANDRICOPULO; OLIVA, 2010;

BARREIRO; FRAGA, 2015).

Bade e colaboradores (2010), realizaram um estudo envolvendo

cerca de 1.000 medicamentos já comercializados, disponíveis no mercado

atual. Foi verificado que 10% apenas eram compostos de produtos naturais

inalterados, 29% eram compostos de derivados semi-sintéticos e 69% tinham

origem sintética. Dentre os fármacos de origem natural, 29% eram

compostospolicíclicos.

Dentro da química medicinal, podemos definir, de um modo geral,

as etapas comuns do processo de obtenção de um novo fármaco. O ponto de

partida é a eleição de um alvo terapêutico; em seguida inicia-se a otimização

estrutural de uma molécula protótipo, a qual irá interagir com sítio ativo do

alvo selecionado. Esta etapa visa o aumento da potência, seletividade,

diminuição da toxicidade, adequação do perfil farmacocinético e

estabelecimento da relação estrutura-atividade. Finalmente, inicia-se o

desenvolvimento do protótipo, fase que objetiva o melhoramento de suas

propriedades farmacocinéticas e farmacêuticas, como solubilidade, odor,

sabor, de modo a viabilizar seu uso clínico (LIMA, 2007; GUIDO;

ANDRICOPULO; OLIVA, 2010; LIMA, 2007;BERKMAN, EUGSTER,

2017). Trazer uma droga nova para o público normalmente custa uma

empresa farmacêutica ou de biotecnologia, em média, mais de R$ 2.5 bilhões

e leva uma média de 10 a 15 anos (STRATTON, NEWMAN, TAN, 2015;

GAFFNEY, MEZHER, BRENNAN, 2017).

As pesquisas em torno da obtenção de novos fármacos vêm se

destacando gradativamente através de investimentos maciços em matérias-

primas e treinamento de recursos humanos. Estima-se que mais de 150 mil

cientistas com extensa formação acadêmica trabalhem nos setores de

pesquisa e desenvolvimento de laboratórios industriais, em busca de

estratégias inovadoras para o encaminhamento farmacológico de patologias

como diabetes, dores agudas e crônicas, câncer, doenças cardiovasculares,

neurodegenerativas, artrite, osteoporose, fibrose cística, AIDS, entre outras.

Como exemplo, no ano 2000, esta intensa atividade mobilizou, somente na

Europa, cerca de 17 bilhões de dólares, aproximadamente 560 milhões por

dia (FARDELONE; BRANCHI, 2006).

Apesar de todo este investimento, entre os anos de 1990 e 2003, o

FDA aprovou 1.171 novas aplicações de fármacos.No entanto, deste total,

apenas 34% correspondiam a novas entidades químicas, definidas como

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princípios ativos originais, sem registro ou comercialização prévia nos EUA.

Os demais 66%, em sua maioria, correspondiam a novas aplicações de

fármacos previamente aprovados (LIMA, 2007). No ano de 2016, uma

revisão publicada por Rinch, enfoca que 45 novas entidades moleculares

foram aprovadas no ano de 2015, e reflete os benefícios e riscos, no

desenvolvimento de novos fármacos.

Patridge e colaboradores (2015) realizaram uma avaliação de todas

as aprovações realizadas pela FDA e notou-se que os produtos naturais e seus

derivados representam mais de um terço de todas as novas entidades

moleculares . Cerca de metade destes são derivadas de mamíferos, um quarto

de micróbios e um quarto a partir de plantas . Desde 1930 , a fração total de

produtos naturais tem diminuído,considerando que os derivados semi-

sintéticos de produtos naturais e sintéticos têm aumentado. Em uma breve

retrospectiva da cronologia da descoberta dos fármacos, desde o ácido

acetilsalicílico (AAS, Aspirina®), primeiro fármaco sintético desenvolvido

em 1889, até o apixabano, lançado em 2012 nos EUA, novo agente

antitrombótico (Figura 2), observa-se que a maioria esmagadora das

inovações terapêuticas compreende ou se relaciona a fármacos de origem

sintética (BARREIRO, FRAGA, 2015).

Figura 2: Árvore cronológica da descoberta de fármacos.

Fonte: adaptado de Barreiro e Fraga, 2015.

Com base nestes dados estima-se que apenas uma em cada 25 novas

entidades químicas, que adquirem o status de possível novo fármaco, se

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tornará um fármaco comercializado, revelando um processo com baixo índice

de êxito. As principais razões para o desfecho mal sucedido deste processo

incluem perda de eficácia clínica, propriedades farmacocinéticas

inadequadas, toxicidade, reações adversas, razões comerciais e limitações

farmacotécnicas (LIMA, 2007; MIGNARI et al.,2016).

Considerando este contexto, justifica-se a necessidade da obtenção

de novos fármacos eficazes e seguros que contribuam para encaminhamento

de doenças prevalentes e outras endêmicas não controladas, conforme as

necessidades de saúde, seguindo critérios epidemiológicos e sociais. A falta

de novas opções para o tratamento de determinadas doenças infecciosas, por

exemplo, leva a utilização de medicamentos já disponíveis, os quais além de

muitas vezes ineficazes e pouco seguros, são tóxicos e promovem elevados

índices de resistência (VIDOTTI, 2007; ANDERSSON et al, 2016; HE et al,

2017).

3.2 Chalconas

Do ponto de vista químico, as chalconas são definidas como

moléculas de cadeia aberta, constituídas por dois anéis aromáticos

(substituídos ou não) ligados por um fragmento enona, de três carbonos,

caracterizando uma cetona α,β-insaturada que apresenta o núcleo

fundamental 1,3-difenil-2-propen-1-ona. Seus anéis aromáticos são

identificados como anel A (advindo da cetona) e anel B (advindo do aldeído)

(THAKRAR; SHAH, 2012; BUKHARI, 2015).

As chalconas representamum grupamento estrutural fundamental,

considerando uma infinidade de moléculas biologicamente ativas (SINGH;

ANAND; KUMAR, 2014). Em função da presença da dupla ligação entre os

carbonos α e β, as chalconas podem adotar configuração E/trans ou Z/cis

(figura 3).No entanto, o estereoisômero E é termodinamicamente favorável

sendo encontrado em maior concentração nas plantas (PADHYE, 2009) e

geralmente obtido de forma pura através de métodos sintéticos (CORDEIRO,

2010; DUCKI et al., 1998) .

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Figura 3. Isomeros Cis e Trans das chalconas.

O

b

aA

O

B

Chalcona E (Trans) Chalcona Z (Cis)

A química de chalconas permanece fascinante entre os

pesquisadores do século XXI, devido à facilidade de síntese, a grande

possibilidade de substituições, gerando assim um grande número de

derivados, com promissoras e comprovadas atividades biológicas

(MAHAPATRA, D.; BARHDI, S. K.; ASATI, V. 2015).

A metodologia de síntese das chalconas, baseada na condensação

aldólica de Claisen-Schmidt, além de promover,geralmente, a obtenção de

compostos estereoquimicamente puros, ainda possibilita alcançar grande

variedade de moléculas, levando em conta a existência de inúmeros

benzaldeídos e acetofenonas comerciais que podem ser combinados,

contemplando a diversidade estrutural desejada (DUCKI, et al., 1998;

CORDEIRO, M., 2010, WINTER et al., 2016).

Partindo para uma abordagem biológica, chalconas também

podem ser definidas como uma classe de compostos fenólicos pertencentes à

família das fitoalexinas, precursores produzidos durante a via de biossíntese

de flavonóides.Dentre as fitoalexinas, as chalconas têm sido amplamente

estudadas em virtude de suas inúmeras propriedades e, consequentemente, de

sua pontencial aplicação em diversas áreas da indústria (SAHU et al., 201;

SINGH; ANAND; KUMAR, 2014; BEYHAN et al, 2017; ).

Abundantemente encontradas na natureza, esses compostos

apresentam, em sua estrutura, um sistema bastante conjugado capaz de

conferir pigmento amarelo às pétalas de algumas plantas de uso medicinal.

Também encontrados em diferentes órgãos vegetais, plantas rasteiras ou

superiores, as chalconas vem ganhando destaque como alvo de estudos de

isolamento, identificação e investigação de propriedades biológicas. No reino

vegetal a presença de pigmentação, radicais hidroxilas e insaturação α,β são

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características marcantes, peculiaridades às quais são atribuídas uma série de

bioatividades, tais como antioxidante, antimicrobiana, antifúngica,

fotoreceptora, atraente visual e repelente de predadores (BOECK et al., 2006;

CAMPOS-BUZZI, 2007; CORRÊA, 2008; SAXENA et al., 2007; COSTA

et al., 2016; SALAE et al., 2017).

A ação terapêutica atribuída a compostos pertencentes à classe das

chalconas e seus derivados sintéticos, comprovada através de diversas

pesquisas desenvolvidas in vitro e in vivo, vem se destacando no âmbito da

química medicinal. Grande parte desses estudos engloba a avaliação da

relação estrutura-atividade, na tentativa de elucidar as variáveis estruturais

interferentes na atividade biológica desempenhada por esses compostos

(BANDGAR et al., 2010; BANDGAR et al., 2012; CAMPOS-BUZZI, 2007;

LEE et al., 2006; PADARATZ, 2009; MAHAPATRA, BHARTI, 2016; KAR

et al.,2017).

A partir de revisões da literatura especializada, muito já se tem

avançado nos estudos com esta classe de compostos, e entre os estudos mais

recentes, uma grande ênfase tem se dado à atividade antinociceptiva e anti-

inflamatória, pois a dor continua sendo alvo de pesquisas básicas e clínicas

de grande relevância (OZDEHMIR et al, 2015; KAUFMANN et al., 2016;

LI et al., 2017). Recentemente,novasrevisõesforam publicadas, focando

diversos desenvolvimentos em atividades biológicas, incluindo atividade

anti-cancer; anti-malaria; anti-microbiana e anti-oxidante (SINGH; ANAD;

KUMAR, 2014; KELLO et al, 2016). Um avanço importante também foi

reportado por HAMEED e colaboradores (2016), demonstrando chalconas

ativas na inibição da transcriptase reversa, tornando-se promissores

protótipos a fármacos anti-HIV.

Além das características supracitadas, parte do interesse despertado

por esta classe de compostos se dá também em função de seu núcleo

fundamental, o qual pode ser considerado privilegiado no processo

tecnológico de desenho de fármacos (POLINSKY, 2008). Neste núcleo

encontram-se dois anéis aromáticos de seis membros interligados por apenas

três carbonos, constituindo uma estrutura relativamente rígida, o que

minimiza a variabilidade conformacional da molécula, fator considerado

como uma complicação enfrentada rotineiramente nos estudos de modelagem

molecular. A etapa de análise conformacional é o primeiro passo nesses

estudos, buscando identificar aquela mais estável e, idealmente, a

conformação bioativa (VERLI; BARREIRO, 2005). Outra característica

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interessante é a versatilidade dos anéis, os quais comportam inúmeras

possibilidades de substituintes que podem contribuir para modificar e/ou

melhorar a atividade farmacológica da molécula (CORDEIRO, 2010;

ZHANG, 2017).

Em alguns países como Japão, Itália e Espanha são utilizados

medicamentos que possuem chalconas como princípio ativo. No Japão

comercializa-se um medicamento com ação muco protetora, que possui como

princípio ativo a sofalcona (figura 4a), a qual é utilizada para o tratamento de

gastrite e úlcera péptica, além disso, demonstrou bons resultados quando

combinada com medicamentos já utilizados clinicamente na erradicação de

infecções desencadeadas por Helicobacter pylori. Já, na Itália e Espanha,

existem medicamentos que possuem em sua formulação a metochalcona

(figura 4b), a qual tem a função de estimular a produção da bile pelas células

hepáticas (ISOMOTO et al., 2005; SWEETMAN, 2013).

A atividade antioxidante exibida pela licochalcona A (figura 4c)

também ganha destaque através de uma linha de cosméticos comercializada

em diversos países. Além destas, várias outras chalconas são utilizadas

clinicamente para tratar enfermidades como câncer, infecções parasitárias,

doenças cardíacas, problemas circulatórios, no tratamento da dor e algumas

ainda passam por avaliações pré-clínicas (LEE et al., 2006; MAHAPRADA,

BHARTI, ASATI, 2015).

Figura 4: Estrutura química da sofalcona (3a), metochalcona (3b) e

licochalcona A (3c)

O

O O

CH3

OH

O

CH3CH3

CH3O

(a)

OOCH3

O

CH3

OCH3

(b)

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O

OH

OCH3

OH

CH2

CH3 CH3

(c)

A ação terapêutica de vários compostos pertencentes à classe das

chalconas e seus derivados sintéticos, tem sido incessantemente reportada por

diversos autores (CORRÊA et al., 2001; DOMINGUEZ et al., 2005;

NIELSEN et al, 2005; HSU et al., 2006; CAMPOS-BUZZI et al., 2006, 2007;

NOWAKOWSKA, 200; OZDEMIR et al., 2015; BHARTI, 2016; KAR et

al.,2017).

Entre as mais conhecidas ações pode-se citar a potente inibição do

crescimento de bactérias patogênicas comuns (NOWAKOWSKA, 2008;

BANDGAR et al., 2009; EL-SAWY et al., 2013; COSTA et al., 2016) e de

cepas resistentes a antibioticoterapia convencional (SIDDIQUI et al., 2011);

relevante atividade antifúngica (SIDDIQUI et al., 2011; MING et al., 2017);

atividade antiproliferativa (SOLOMON; LEE, 2012; FU et al., 2016) e

citotóxica contra diferentes células tumorais (EL-SAWY et al.,2013;

KURBAKOVA et al., 2015; ALCOLEA et al., 2016); inibição da enzima

xantina oxidase, que está envolvida na produção endógena de ácido úrico, ao

qual estão associadas algumas desordens metabólicas de produção anormal,

como gota e hiperuricemia, que podem levar ao desenvolvimento de doenças

renais crônicas e cardiovasculares; e inibição da enzima tirosinase, que

participa da biosíntese de melanina, intimamente ligada ao desenvolvimento

de melanomas (BANDGAR et al., 2012; MAHAPATRA, BHARTI, 2016).

Além destas, destacam-se também as atividades antimalarial, antileishmanial,

imunossupressiva, antituberculose, anti-inflamatória e analgésica

(CAMPOS-BUZZI, 2007; LIU et al., 2007; BANDGAR et al., 2009;

CORRÊA, 200; OZDEMIR et al., 2015; HE et al., 2017). Recentemente,

novos estudos mostram chalconas como promissores fármacos com atividade

cardiovascular (MAHAPATRA, BARTHI, 2016).

Considerando que dor e inflamação são problemas que afligem

grande parte das pessoas, é cada vez mais crescente a busca por novos

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fármacos analgésicos e anti-inflamatórios. Quando submetidas a testes de

antinocicepção, algumas chalconas inibiram a dor inflamatória de forma

equivalente aos fármacos de referência e outras foram ainda mais ativas

(BOECK et al., 2006; CAMPOS-BUZZI, 2007; CORRÊA, 2008; SAXENA

et al., 200; LI et al., 2017).

Fármacos anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) são

terapeuticamente importantes no tratamentoda artritereumáticae vários outros

tipos decondições inflamatórias, entretanto seu uso é limitadoem função

deefeitos gastrointestinais indesejados. O mecanismo através do qual ocorre

esta atividade desempenhada por compostos chalcônicos ainda não está

totalmente elucidado, porém sugere-se que a inibição da ativação do fator de

necrose tumoral alfa (TNF-α) e outras citocinas e a supressão das enzimas

COX-2 e 5-lipoxigenase estejam envolvidas(SANDILANDS, BATEMAN,

2016; SMITH et al., 2017).

O mecanismo envolvendo a enzima COX-2 torna-se importante em

função da seletividade. De forma geral, os AINES inibem não seletivamente

duas isoformas da enzima ciclooxigenase, a COX-1 e a COX-2. A isoforma

COX-1 é responsável pela síntese de prostaglandinas citoprotetoras do trato

gastrointestinal, enquanto a isoforma COX-2 sintetiza as prostaglandinas no

processo inflamatório. Acredita-se que a inibição da COX-1 promova os

efeitos adversos gastrointestinais e a partir desta constatação iniciou-se a

busca pelos anti-inflamatórios seletivos. Entretanto, os anti-inflamatórios de

última geração (coxibes), dotados de alta seletividade, apresentaram

indesejados efeitos cardiovasculares (SANTOS, 2008; MAHAPATRA,

BHARTI, 2016 ).

Outra interessante possibilidade ao mecanismo de ação

desempenhado pelas chalconas e compostos delas derivados é a inibição do

TNF-α e da interleucina-6 (IL-6). Ambas são duas importantes citocinas pró-

inflamatórias multifuncionais envolvidas na patogênese de doenças

cardiovasculares, crônico-degenerativas e câncer, através de uma série de

vias de sinalização de citocinas (SINGH; ANAD; KUMAR, 2014; HAN et

al., 2017).

A ocorrência do câncer é de etiologia multifatorial, podendo ter

origem na combinação de vários fatores, incluindo os genéticos, ambientais,

clínicos e estilo de vida, que interagem entre si para produzir uma

determinada neoplasia. Todavia, observa-se que aproximadamente 25% dos

casos de câncer estão associados a infecções e inflamações crônicas

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(HUSSAIN; HARRIS, 200; SUMAN et al., 2016). Algumas evidências

fortalecem essa relação, como por exemplo, a associação entre o

Helicobacter pylori e o câncer de estômago (LADEIRA et al., 2004), doenças

inflamatórias pélvicas e fatores relacionados á obesidade, no risco de

desenvolver câncer de ovário e cólon (LIN et al., 2011; GUNDERSON et al.,

2016) e os vírus das hepatites B e C com o carcinoma hepatocelular

(MICHIELSEN et al., 2005; HEMMING, BERUMEN, MEKEEL, 2016).

O TNF-α foi sugerido como alvo de ação para novas terapias

contra o câncer. Váriosestudos têm considerado o TNF-α endógenocomoum

agente auxiliador de desenvolvimento tumoral efator demetástase.Níveis

significativos deTNF-α foramencontrados nomicroambientetumoral de

vários câncereshumanos, incluindoos damama, ovário, próstata,

linfoma,melanoma eleucemia (SZLOSAREK et al., 2003MEHTA,

GRACIAS, CROFT, 2016).

Esta análise revela que compostos inibidores de TNF-αtêm uma

atividadedupla,comoanti-inflamatórios e como tratamentomaiseficaz contrao

câncer, onde acredita-se que possam atuaratravés de dois mecanismos,

diretamentematandoascélulas tumorais eindiretamente, suprimindo

oambienteinflamatório que apóia o desenvolvimento dotumor (BANBGAR

et al., 2010; GHANDADI et al., 2017; WANG et al.,2017).

Uma revisão contempando as atividades biológicas das chalconas,

foi publicada, enfatizando sua atividade antiinflamatória. Foi concluido, por

estudo estrutura-atividade, que os compostos assimétricos possuíam maior

atividade anti-inflamatória do que seus análogos (SINGH,

ANAND,KUMAR, 2014).

Ainda com base neste contexto, encontram-se relatos e revisão

importante na literatura de compostos chalcônicos ativos contra o

desenvolvimento de tumores renais, pancreáticos, pulmonares, mamários e

de cólon (BANBGAR et al., 2010; SOLOMON; LEE, 2012; VENTURELLI

et al., 2016). Compostos que além de efetivos na inibição da proliferação de

vários tumores, demonstram importante segurança, uma vez que sua

interferência sobre células saudáveis é significativamente menor

(SOLOMON; LEE, 2012; RAI et al.,2015; MADHAVI et al., 2017).

Assim como inflamações crônicas e o câncer, outra preocupação da

medicina atual é com a recém identificada síndrome metabólica, que passou

a ser uma dasprincipais causas demortalidade etornou-seum grande desafioà

saúde global do século XXI.Ela está associada avários fatores de risco de

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origem metabólica que se encontram interrelacionados, como a resistênciaà

insulina, obesidade, diminuição da tolerância à glicose, diabetes do tipo2,

dislipidemia aterogênica (altos níveis de LDL-colesterol e triglicéridos e

baixos níveis de HDL-colesterol), pressão arterialelevada, estado pró-

inflamatório e pró-trombótico.Como consequencia, taismodificações

metabólicaslevam aum aumento acentuadodo risco cardiovascular, elevando

em 2,5 vezes a taxa de mortalidade nesta população (PENALVA, 2008;

ZHONG et al., 2015; TUNE et al.,2017).

Pesquisas demonstram a interessante atividade desempenhada por

duas chalconas frente a alguns fatores que contribuem para o

desenvolvimento desta síndrome. Xantohumol (figura 5b), uma chalcona

isolada da espécie vegetal Humulus lupulus demonstrou importante

diminuição da formação de LDL-colesterol e triglicerídeos, através da

inibição da enzima colesterol éster transferase, que catalisa a transferência de

colesterol entre as lipoproteínas (HIRATA et al., 2012). Esta chalcona

também mostrou recentemente, atividade preventiva da trombose venosa (

XIN et al., 2017). Já a licochalcona E (figura 5a), isolada de plantas da espécie

Glycyrrhiza demonstrou atividade biológica através da redução de índices

lipemicos e glicêmicos em ratos diabéticos. Acredita-se que esta redução

esteja relacionada a estimulação do receptor ativado por proliferadores de

peroxissoma gama (PPAR), o qual desempenha um papel fundamental no

metabolismo da glicose e lipídios, através da diferenciação dos adipócitos

(PARK et al., 2012).

Figura 5: Estrutura química da licochalcona E (a) e xantohumol (b).

O

OH

OCH3

OH

CH3

CH3

CH2(a)

O

CH3

CH3 CH3

OH O

CH3

OH

(b)

Outro estudo interessante traz a sintetize de moléculas híbridas

contemplando traços estruturais importantes na atividade sobre os lipídios,

desempenhada por moléculas conhecidas como a licochalcona A,

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xantohumol, esculetina (figura 6a), e benzafibrato (figura 6b). O híbrido

construído diminuiu os níveis de colesterol total, fosfolipídios e triglicerídeos

de ratos hiperlipêmicos em 26, 24 e 25%, respectivamente (SASHIDHARA

et al., 2013).

Figura 6: Estrutura química da esculetina(a) e benzafibrato(b).

OOH

OH

O

(a)

Cl

CH2

NH

OCH3

CH3

O

OH(b)

Recentemente, um estudo demonstrou que chalconas possuem

potencial para atuação contra a Amebíase, doença devastadora do trato

gastrointestinal, causada por um parasita protozoário Entamoeba histolytica.

Vários devirados de chalcona demonstraram efeito superior ao fármacado de

referência utilizado para o tratamento (ZAIDI et al., 2015).

Outra questão que impulsiona a pesquisa de fármacos inovadores é

a prevalência de infecções e o consequente consumo de antimicrobianos para

tratá-las. Com base neste contexto é cada vez mais crescente a busca por

novas alternativas seguras e eficazes para curar tais enfermidades. Diante

disso, cabe ressaltar o efeito de alguns compostos chalcônicos, os quais

apresentaram atividade contra bactérias patogênicas Gram-positivas, como

Bacillus subtilis e Staphylococcus aureus e Gram-negativas, como

Escherichia coli e Salmonela typhimurium (KONDURU et al., 2013;

SUWITO et al., 2016).

Entretanto, o uso descontrolado de agentes antibacterianos

promoveu o que conhecemos como resistência microbiana, ou seja, o

aparecimento de cepas de microrganismos que são capazes de se multiplicar

na presença de concentrações medicamentosas mais altas que as doses

terapêuticas comumente utilizadas na clínica. Atualmente procuram-se

alternativas para o tratamento de infecções causadas por um patógeno

potencialmente fatal, o Staphylococcus aureus resistente a meticilina

(MRSA), causador de graves infecções de pele e pneumonia, adquiridas tanto

em ambiente hospitalar quanto na comunidade. Chalconas com diversos

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substituintes foram testadas in vitro contra estas cepas resistentes e

apresentaram atividade tanto quando testadas isoladamente ou combinadas

com antibióticos já utilizados clinicamente (NIELSEN et al., 2005; TRAN et

al., 2012; COSTA et al.,2016; FU et al., 2016; SANTOS et al., 2017).

Desde 1940, quando o potencial biológico das chalconas começou

a ser explorado, o número de publicações científicas que tem o núcleo

chalcônico e suas variações, como alvo de pesquisa, cresce

exponencialmente, proporcionando maior conhecimento a respeito da estreita

relação estabelecida entre a estrutura química dos derivados e a atividade

biológica que desempenham (NI et al., 2004; MAHAPATRA, BARTHI,

2015). Os estudos clínicos provaram a sua excelente biodisponibilidade e

tolerância no corpo humano. Portanto, laboratórios de pesquisa de diversos

locais do mundo estão centrando-se sobre a síntese de diferentes análogos de

chalcona para o desenvolvimento de novos fármacos (SINGH; ANAD;

KUMAR, 2014).

3.3 Heterociclos e derivados furânicos

Os heterociclos possuem grande importância dentro da química

orgânica. Tais estruturas são compostos orgânicos cíclicos que contemplam

no anel um ou mais distintos átomos, além do carbono, os quais recebem o

nome de heteroátomos. Os principais elementos que figuram como

heteroátomos são nitrogênio, enxofre e oxigênio (QUIN; TYRELL, 2010).

Dentre oscerca de 20milhões de compostosquímicosidentificadosaté

o finaldo segundo milenio, os heterocíclicosestão presentes

emaproximadamente metade. Diversos sistemas que comportam heterociclos

têm suas atividades farmacológicas amplamente investigadas, como é o caso

das piridinas, piperidinas, piperazinas, pirrolidinas, imidazóis, pirazóis,

indóis, β-lactâmas e aziridinas (DUA et al., 2011; TAYLOR et al., 2010;

SARVESWARI et al., 2015).

Heterociclos configuram unidades estruturais comuns nos

medicamentos e permanecem extremamente importantes no processo de

descoberta de novos fármacos. Estima-se que mais de 80% dos fármacos

vendidos nos Estados Unidos, em 2010, contemplem pelo menos um

fragmento heterocíclico em suas estruturas (GOMTSYAN, 2012).

Em função dos heterociclos serem elementos centrais de uma vasta

gama de substâncias de origem natural, algumas até participantes em reações

químicas do nosso organismo, tais como ácidos nucleicos, aminoácidos,

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carboidratos, vitaminas e alcalóides, os esforços da química medicinal

evoluiu em torno da mimetização de tais estruturas (DUA et al., 2011). Além

do mais, com a inserção de heterociclos, certas propriedades moleculares,

como potência e seletividade, podem ser moduladas, pois através de

substituições bioisostéricas se torna possível adequar lipofilicidade,

polaridade e solubilidade do composto (ZHANG, 2017).

O fato dos heterociclos serem capazes de empregar maior potência

e seletividade pode, em muitos casos, ser explicado por sua capacidade em

promover pontes de hidrogênio com proteínas presentes no alvo terapêutico.

Dependendo da estrutura do heterociclo, ele pode se comportarcomo aceptor

ou doador de prótons. A notável capacidade de núcleos heterocíclicos

servirem como unidades reativas contribue largamente para o seu valor como

tradicionais unidades-chave de diversos fármacos (BRONTRÖM et al., 2012;

ZHANG, 2017).

O furano é um composto heterocíclico aromático de cinco

membros contendo um átomo de oxigénio, na sua estrutura cíclica insaturada.

(QUIN TYRELL,2010). A aromaticidade do furano resulta do fato do átomo

de oxigênio possuir dois pares de elétrons livres, sendo que um destes pares

fará parte do sistema de aromaticidade, enquanto o outro ficará no plano do

anel, em um orbital sp2. O anel furânico possui estruturas de

ressonânciarepresentadas na (figura 5). Quando comparado ao benzeno, o

anel furânico possui uma densidade eletrônica π em cada carbono superior

(JOULE, MILLS, 2010).

Figura7: estruturas de ressonância do anel furano

O furano apresenta um papel importante na química orgânica.A

estrutura do anel de furano pode ser encontrada numa vasta gama de

compostos de origem natural, fármacos, têxteis, tintas, e cosméticos. Entre os

exemplos, podemos citar o café, óleo de rosa e mentol (THEOPHIL, 2004).

Uma revisão publicada em 2012, por BERNEJEE e colaboradores,

mostra diversos fármacos, atualmente utilizados na terapêutica, que possuem

o anel furânico. Destaque para aqueles que possuem atividade anti-

inflamatória. Entre eles, pode-se destacar o Rofecoxib (Figura 8a),

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utilizado para tratar a osteoartrite, condições de dor aguda e dismenorréia

Como relaxante muscular, podemos citar o Dantrolene (Figura 8b),que atua

abolindo o acoplamento excitação-contração em células musculares,

recentemente retirado de circulação por preocupações de segurança sobre o

aumento do risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. Na classe

de bloqueadores alfa-adrenérgicos, temos o exemplo do fármaco

Prazosin(Figura 8c), utilizado para hipertensão. Pertencendo a classe dos

anti-diuréticos, podemos citar a Furosemida(Figura 8d). Com comprovada

atividade antiarritmica e muito utilizado atualmente, temos o exemplo do

fármaco Amiodarona(Figura 8e). Com atividade antimicrobiana, a

Cefuroxima(Figura 8f), que é um antibiótico de segunda geração de

cefalosporina. Na classe de atividade esteroidal, temos o exemplo da

Mometasona(Figura 8g), esteróide glicocorticóide usado topicamente para

reduzir a inflamação da pele ou nas vias aéreas.Também podemos citar a

Ranitidina(Figura 8h), antagonista de receptores de histamina H2 que inibe a

produção de ácido estomacal.

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46

Figura 8: Medicamentos contendo anel furânico

SO

O

CH3

O

O

O

N+

O-

O

N

N

NH

OO

N N

CH2

O

N

N

NH2

OCH3

O

CH3

NHO

Cl

O OH

S

O

O

NH2

CH3

O

O

N

CH3

CH3

N

S

OHO

O

O

NH2

CH2

O

ON

O

CH3

O

CH3

Cl

OH

CH3

OCl

O O

O

ONCH3

CH3

S

NH NHCH3

N+

O-

O

a b c

d e f

g h

Legenda: a – Rofecoxib; b - Dantrolene; c - Prazosin; d - Furosemida; e

- Amiodarona; f - Cefuroxima; g - Mometasona; h – Ranitidina

As chalconas também podem ser precursoras de uma série de

heterociclos nitrogenados. Esta química de heterociclos é considerada uma

das mais impotantes na descoberta de novos fármacos, pois um grande

número de fármacos sintéticos possui em sua estrutura anéis heterocíclicos

(PRATYUSHA, et al., 2013; ZHANG, 2017).

Atualmente, vários estudos de relação estrutura-atividade de

compostos heterocíclicos,derivadosde chalcona,são relatados na literatura

(HWANG et al., 2012; MING et al.,2017). Entre as propriedades

farmacológicas atribuídas às heterochalconas, encontramos a atividade

citotóxica contra células leucêmicas. Estes estudos indicam que a presença

de heterociclos em substituição ao anel aromático convencional proveniente

do benzaldeído contribuiu positivamente para a atividade dos compostos

(BANDGAR et al., 2009; CORDEIRO, 2010; BANDGAR et al., 2012).

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Outros trabalhos avaliaram a atividade antimicrobiana de pirazoil

chalconas e pirazolinas delas derivadas. Nestes estudos todos os compostos

foram ativos contra bactérias Gram-positivas (Estreptococos pyogenes,

Staphylococcus aureus - MRSA coagulase positiva), Gram-negativas

(Pseudomonas aeruginosa, Klebisiella pnemoniae e Escherichia coli) e

fungos (Candida albicans, Aspergillus fumigatus, Trycophyton

mentagrophytes e Penicillium marneffei) e algumas moléculas foram,

inclusive, mais potentes que os antibióticos ciprofloxacino, griseofulvina e

fluconazol, atuais escolhas para o tratamento dos microrganismos

selecionados (SIDDIQUI et al., 2011).

3.4 Parâmetros de avaliação in sílico

Nos primeiros estágios de desenvolvimento dos fármacos, é

amplamente reconhecido pela indústria farmacêutica a importância dos

estudos e propriedades ADMET, os quais se referem aos parâmetros de

absorção (A), distribuição (D), metabolismo (M), excreção (E) e toxicidade

(T). Assim, com o intuito de filtrar e selecionar compostos que possam ter

características necessárias para futuros fármacos, diversos parâmetros físico-

químicos são avaliados, como Lop P, massa molar, entre outros (YUNES;

CECHINEL-FILHO, 2012).

A disponibilidade de programas computacionais de química e os

bancos de dados em rede são, atualmente, instrumentos fundamentais para a

descoberta e o planejamento de fármacos. Assim, ferramentas como

PASSonline, Osiris Property Explore, preADMET e Molinspiration são

programas de acesso livre que auxiliam na determinação de propriedades

farmacocinéticas, permitindo a análise in sílico da atividade biológica versus

as propriedades químicas das moléculas de interesse (CARVALHO, et al.,

2003; ALAFEEFY et al., 2012). Estas técnicas de screening virtual estão

sendo amplamente utilizadas, pois permitem analisar problemas de absorção,

distribuição, metabolismo, excreção e toxicidade (ADMET) (YUNES;

CECHINEL-FILHO, 2012).

O software Molinspiration possibilita a execução do cálculo de

alguns parâmetros sugeridos por Lipinski e colaboradores (1997). De acordo

com Lipinski, existem alguns preditores da biodisponibilidade oral, tais

quais: peso molecular menor do que 500 daltons, LogP menor que 5

(indicador que expressa a lipofilicidade), número de grupos doadores de

ligação de hidrogênio menos ou igual a cinco (soma de OH e NH na

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molécula); máximo de dez grupos de aceptores de ligação de hidrogênio

(expresso pela soma de átomos de N e O). Esses parâmetros tidos como

físico-químicos foram também associados com a solubilidade em meio

aquoso, bem como com a permeabilidade intestinal e caracterizam os

primeiros passos para uma boa biodisponibilidade oral. Essa condição é

conhecida como “regra dos cinco”, porque para cada um dos parâmetros os

valores encontrados têm como limites múltiplos de cinco (LIPINSKI, 2004).

Essas regras foram ampliadas, sendo possível identificar outros

parâmetros importantes, como o número de ligações rotacionáveis, que deve

ser menor ou igual a 10, e a área de superfície topológica polar (TPSA) que

deve ser expressa por um valor menor ou igual a 140 Å (LIPINSKI, 2004).

A utilização da ferramenta PreADMET corrobora os dados

calculados no programa Molinspiration, pois permite calcular um valor

importante na caracterização de uma boa disponibilidade oral, o HIA

(absorção intestinal humana). A absorção intestinal humana vem a ser a

primeira barreira que deverá ser ultrapassada por um fármaco. Outra

característica relacionada ao estudo de HIA é a lipofilicidade dos fármacos,

que apresenta relação direta com a permeabilidade da membrana. Assim,

substâncias lipofílicas possuem a passagem facilitada através da bicamada

lipídica, acessando seu respectivo sítios e ligação. Para avaliação de HIA são

considerados os seguintes valores de absorção: 0 a 20% baixa absorção, 20 a

70% absorção moderada e 70 a 100% alta absorção (HOU et al., 2007).

PreADMET também prediz valores para BHE (Barreira

hematoencefálica). Compostos que apresentam como alvo o sistema nervoso

central (SNC) devem ser capazes de ultrapassar esta barreira, a fim de exercer

sua atividade. Contudo, caso o alvo não seja o sistema nervoso central, esta

passagem pode levar a muitos efeitos colaterais. Para BHE são considerados

os seguintes valores: acima de 2,0, compostos com alta absorção, entre 2,0 e

0,1, compostos com média absorção e abaixo de 0,1 compostos com baixa

absorção (ABREU, 2008).

A ferramenta computacional PASSonline (do inglês PASS

“Prediction of Activity Spectra for Substances”) é utilizada para pré-

estabelecer os potenciais alvos biológicos de uma molécula, prevendo,

simultaneamente, vários tipos de atividades similares a fármacos “drug-like”

de diferentes classes químicas, com base em suas fórmulas estruturais. Para

isso, o programa comporta aproximadamente 3600 atividades que podem ser

avaliadas. Ainda, este servidor estima possibilidades não apenas para o efeito

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farmacológico desejável, mas também mecanismos de ação moleculares,

efeitos tóxicos e adversos, interações com enzimas metabólicas e

transportadores, influência sobre expressão gênica, etc. (PASSonline, 2016).

Para os cálculos de PASS, são utilizados dois parâmetros: Pa, que

indica a probabilidade do composto ser ativo e Pi, que indica a probabilidade

do composto ser inativo (Pi), sendo que os valores de Pa e Pi podem variar

entre 0,000 a 1,000, em geral Pa+ Pi<1, uma vez que estas probabilidades são

calculadas de forma independente (PASSonline, 2016).

3.5Docking molecular

Docking molecular, também conhecido como atracamento ou

ancoragem molecular, é usualmente definido como uma técnica que permite

a predição da estrutura do complexo formado entre um receptor e um ligante.

O receptor normalmente será uma proteína, um monômero da proteína ou um

segmento de DNA, e o ligante, uma molécula pequena ou uma outra proteína

(BROOIJMANS; KUNTZ, 2003). O docking molecular tem sido, uma das

ferramentas utilizadas para estudar esta formação de complexos receptor-

ligante, sendo, a análise dos mesmos, realizada sob o ponto de vista da

química supramolecular (CARACELLI et al., 2010, swa et al., 2010, SENG

et al. 2008, CUNHA et al., 2006).

Um programa de docking molecular, será sempre dependente de

duas peças chave para a obtenção do sucesso em seu objetivo: um algoritmo

de busca dos graus de liberdade configuracionais e conformacionais possíveis

para a formação do complexo e uma função fitness ou função de ajuste, capaz

de buscar o melhor cenário de energia potencial, avaliando a

complementaridade estérica e química entre o ligante e o receptor, em detalhe

suficiente para encontrar o mínimo global de energia para o complexo

formado (BROOIJMANS; KUNTZ, 2003).

Os estudos por simulação computacional de docking molecular

permitem obter o melhor ajuste entre duas estruturas tridimensionais,

tornando possível prever a estrutura de complexos e/ou adutos formados entre

macromoléculas, o receptor, e outra molécula (inibidor, substrato, etc.), o

ligante. No caso presente, entre a proteína COX-2 (o receptor) e os ligantes

selecionados por demonstrarem capacidade in vitro de inibir a atividade da

proteínaciclooxigenase.

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50

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Síntese

As chalconas foram sintetizadas segundo uma derivação do

método geral de condensação aldólica de Claisen-Schmidt (CORRÊA et al.,

2001; CAMPOS-BUZZI et al., 2007; CORRÊA , 2008).

Para a síntese foi utilizado uma mistura equimolar de benzaldeídos

e acetofenonas (substituídos ou não) dissolvidos em etanol, na presença de

hidróxido de sódio a 10%. Segundo o método, a solução permaneceu em

agitação mecânica por 24 horas, ou até o ponto em que não for mais possível

se agitar a mistura (devido à formação de precipitados). Como forma de

confirmar o efetivo término da reação, a formação do produto reacional é

acompanhada por cromatografia de camada delgada. Os produtos

reacionaisforam filtrados à pressão reduzida e lavados, sucessivas vezes, com

água destilada fria, até que as águas de lavagem se apresentassem neutras ao

teste de pH. A utilização de ácido clorídrico diluído,eventualmente, foi

adotada, na lavagem do produto final. Os produtos isolados foram secos sob

vácuo, na presença de pentóxido de fósforo.

4.1.2 Procedimentos de isolamento e caracterização estrutural

O acompanhamento das reações durante os procedimentos

reacionais, bem como a pureza preliminar dos compostos, utilizando-se,

como comparação, os padrões dos reagentes, foi realizado por cromatografia

de camada delgada. Os procedimentos de purificação foram os usuais, por

recristalização com etanol. A caracterização de todos os compostos

sintetizados foi realizada por meio de ponto de fusão, espectroscopia no

infravermelho, espectroscopia de ressonância magnética nuclear de

hidrogênio 1 e carbono 13e LCMSMS(NIQFAR/UNIVALI). Também foi

realizada análise elementar (C, H e N), através de equipamento Emental

Analyser Perkin-Elmer 2400 Series II (Departamento de Química, USP).

Na técnica de cromatografia em camada delgada (CCD) foram

utilizadas placas pré-revestidas de sílica gel, com indicador de fluorescência

(F254), em folhas com base de alumínio, Merck. Em todos os procedimentos

cromatográficos foram utilizados gradientes do sistema de solventes

hexano/:acetato de etilaou benzeno:clorofórmio. Os solventes utilizados

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foram adquiridos comercialmente das marcas Aldrich, Vetec e Merck. Os

compostos foram visualizados como manchas (spots) através de luz UV de

ondas curtas (254 nm) e ondas longas (360 nm). Para a recristalização dos

compostos foram utilizados procedimentos usuais de laboratório, envolvendo

diferentes solventes.

Os pontos de fusão dos compostos obtidos, foram determinados de

forma direta, com equipamento digital Microquímica APF-301, não

necessitando correção por curva de calibração.

As análises elementares foram conduzidas segundo ométodo de

Pregl-Dumas, em que as amostras são sujeitas à combustão, em atmosfera de

oxigênio puro, e os gases resultantes do processo de combustão são

quantificados por condutividade térmica (detector de TCD).

As análises espectrométricas no infravermelho foram realizadas em

espectrômetro interfotométrico por transformada de Fourier, IR-PRESTIGE

21(SHIMADZU, Tokyo, Japan), pelo método de refletância difusa – DRS,

utilizando suportes circulares em alumínio, com 3,0X2,0 mm (diâmetro

interno X altura) e diluindo as amostras em brometo de potássio (KBr) de

grau espectroscópico. Os espectros foram obtidos registrando transmitância

versus número de onda (cm-1) e foram corrigidos pelo algoritmo Kubelka

Munk.

Os espectros de RMN1H e RMN13C foram obtidos em espectrômetro

de ressonância magnética nuclear Bruker DPX-300 - Advance (Bruker,

Karlsruhe, Germany). Os deslocamentos químicos foram expressos em

valores adimensionais (δ = ppm) em relação a um padrão de referência de

tetrametilsilano (TMS). Foi utilizado o solvente deuterado dimetilsulfóxido-

d6, adquirido comercialmente. As constantes de acoplamento (J) foram

expressas em Hertz (Hz). As multiplicidades dos sinais foram indicadas como

segue: s=simpleto, d=dupleto, dd=duplo dupleto, t=tripleto e m=multipleto.

A visualização foi realizada no programa ACDSpec Manager 10.08 e Bruker

TopSpin 5.0.

4.2 Análise in sílico: Cálculos teóricos computacionais

Os valores de peso molecular (PM), Log P, aceptores de ligação

de hidrogênio (N + O) e doadores de ligação hidrogênio (NH + OH), TPSA

e nrotb, foram obtidos a partir do programa freemolinspirationline, por meio

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do JME Editor, cortesia de Peter Ertl da Novartis, disponível no site:

http://www.molinspiration.com.logi-bin/propeties.

No presente trabalho, foram utilizados os dados referentes à MIPC

(calculadora da propriedade Molinspiration), programa que permite o cálculo

interativo das propriedades moleculares, bem como a geração de tabelas com

dados utilizados nos estudos de relação estrutura e atividade.

Onde LogP (miLogP) é chamado de coeficiente de partição etanol/água,

sendo utilizado na análise de hidrofobicidade de uma molécula. LogP foi

calculado pela metodologia desenvolvida pelo Molinspiration por meio de

uma soma de contribuições tendo como base fragmentos e fatores de

correção, estes dados foram obtidos a partir do LogP calculado e o LogP

experimental de um conjunto de aproximadamente dose mil moléculas. Desta

forma, foram obtidos valores de hidrofobicidade para 35 pequenos

fragmentos moleculares e 185 valores pra fragmentos moleculares maiores.

TPSA é conhecido como área de superfície topológica polar, sendo

calculado com base na metodologia publicada por Ertl e colaboradores, 2012.

Resumidamente, o procedimento baseia-se no somatório de contribuições de

superfície de fragmentos polares já tabulados.

O cálculo de volume molecularé baseado na soma das contribuições de

fragmentos em 3D de cerca de doze mil moléculas que tiveram suas

geometrias moleculares em 3D atribuídas. Estes dados foram otimizados por

meio do método computacional AM1 semi-empírico.

Dados de peso molecular menor ou igual a 500, número de ligação

de aceptores de hidrogênio menor ou igual a 10, e o número de doadores de

ligação de hidrogênio menor ou igual a 5, também são obtidos através do

programa. Para flexibilidade molecular utiliza-se o cálculo denúmero de

ligações rotacionáveis(NROTB). Este parâmetro topológico simples é

medido através da flexibilidade molecular.

Para os cálculos de absorção intestinal (HIA), barreira

hematoencefálica (BHE), foi utilizado o site https://preadmet.bmdrc.kr/

(ferramenta PreADMET). O aplicativo é escrito principalmente em PHP,

uma linguagem de script comumente utilizado para aplicativos Web que se

comunica com o navegador por meio de uma interface CGI. O código PHP,

por sua vez, utiliza um conjunto de programação C que implementa grande

parte da funcionalidade do PreADMET, econsiste em:

1. Cálculo de descritores moleculares: As propriedades ADME/Tox estão

intimamente relacionados com descritores físico-químicos, tais como

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lipofilicidade (log P), peso molecular, área de superfície polar e

solubilidade em água. Estes cálculos são realizados através do modulo

TOPOMOL, capaz de calcular mais de 2500 descritores moleculares

incluindo descritores constitucionais, eletrostáticos, físico-químicos e

geométricos a partir das estruturas químicas 2D e 3D.

2. Predição de similaridade a fármacos (drug-likeness): a regra mais

conhecida que relaciona as estruturas químicas com atividades biológicas

é a regra de Lipinski, ou "regra dos cinco". Outra regra bem conhecida é

a regra de líder-similar (lead-like) ou seja, a partir de levantamento

quantitativo baseado em 18 líderes e pares de estruturas de fármacos.

3. Predição ADME: vários métodos in vitro têm sido utilizados no processo

de seleção de fármacos para avaliar a absorção intestinal de candidatos a

fármacos. Entre eles, o modelo de células Caco2 e MDCK (Madin-Darby

rim canino) têm sido recomendados como parâmetros de modelos in vitro

para a predição de absorção oral de fármacos. Adicionalmente, o modelo

in sílico de absorção intestinal humana (HIA) e o modelo de

permeabilidade na pele podem predizer e identificar fármacos potenciais

para liberação oral ou transdérmica. Na distribuição, a penetração na

barreira hematoencefálica (BHE) pode fornecer informações sobre a

terapêutica do composto estudado no sistema nervoso central (SNC),

modelo de ligação às proteínas plasmáticas na sua disposição e

eficácia. A fim de construir esses modelos QSAR, a aproximação

funcional genética é usada para selecionar os descritores relevantes entre

todos os descritores 2D calculados pelo módulo Topomol, seguido pela

rede neural de retropropagação resiliente (Rprop) para desenvolver um

modelo não linear bem sucedido.

Para estabelecer os principais alvos biológicos dos compostos

estudados, foi utilizada a ferramenta PASSonline a partir do site :

http://www.pharmaexpert.ru/passonline/index.php.

Este software é formado por um conjunto de mais de 260.000

compostos biologicamente ativos, incluindo fármacos comerciais, candidatos

a fármacos, compostos tóxicos e compostos de chumbo. Estes dados são

obtidos a partir de fontes diversas como patentes, bancos de dados, etc.

Os resultados são emitidos a partir de um cálculo que trabalha com

os dados de MNA (Multilevel Neighborhoods of Atoms), gerados com base

em uma tabela de conexão apresentada pelo programa, por meio de

aproximação topológica, onde a estrutura da molécula é representada pelo

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conjunto de vizinhos e de níveis de descritores de átomos calculados de forma

interativa. O cálculo é baseado na abordagem Bayesiana, em que, para cada

tipo de atividade prevista, a base estrutural da molécula é representada pelo

seu conjunto de descritores MNA.

Após a análise quantitativa, feita por meio do programa, pode-se

obter uma resposta qualitativa, ("sim / não").Vale ressaltar que o programa

faz uma predição, que pode ser ou não encontrada nos testes realizados.

Portanto, o espectro de atividade previsto é apresentado em PASS, pela lista

de atividades, com probabilidades "ser ativo" Pa ou "ser inativo" Pi. Esta

lista é organizada em ordem de P um descendente - P i assim, as atividades

mais prováveis são colocadas no topo da lista. Todas as atividades incluídas

na base de dados de SAR são previstos com P a> P i. Estas duas interpretações

das probabilidades P A e P i são equivalentes e podem ser usadas para a

compreensão dos resultados da previsão.

Ou seja, resumidamente para os cálculos de PASS, os valores de

Pa e Pi podem variar entre 0,000 a 1,000, em geral Pa+ Pi<1, onde os valores

de Pa devem estar acima dos valores dePi para caracterização de atividades

dos compostos analisados. Quanto mais próximo a 1, mais ativo o composto,

é claro que esta atividade é dependente de Pi, pois se este valor de inatividade

for muito próximo de Pa, acabará influenciando no resultado final. .

4.3Avaliação da atividade antiproliferativa:

O teste para avaliação da proliferação celular foi realizado no

Departamento Biotecnologia Vegetal de Plantas Medicinais da Universidade

de Ribeirão Preto, sob a supervisão do Prof. Dr. Mozart de Azevedo Marins.

O ensaio para avaliação da proliferação celular foi realizada

utilizando o métododo brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-

difeniltetrazólio (MTT), no qual o mesmo é reduzido a cristais púrpuros de

formazan pela mitocôndria de células viáveis(MOSMANN, 1983).

As células da linhagem de osteossarcoma humano (U2OS) foram

cultivadas em placas de 96 poços em uma concentração de 1x104 células por

poço, durante um período de 24 horas e aclimatadas a 5% de CO2 com

temperatura de 37ºC para aderência. Após este período, os compostos de

interesse foram diluídos nas concentrações desejadas e aplicados na

microplaca. Foi utilizado o DMSO 0,5% com controle negativo e a

doxorrubicina (Sigma-Aldrich®) como controle positivo. Após 24 horas de

tratamento, o meio da placa foi retirado e adicionado meio fresco em conjunto

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55

com 20 µL de MTT (5 mg/ml) (Sigma-Aldrich®) por poço, por um período

de incubação de 3 horas a fim de favorecer a transformação do sal de MTT

em formazan, um cristal de coloração violeta, processo que ocorre nas

mitocôndrias pela ação da enzima succinato desidrogenase. Para

sedimentação dos cristais, a placa foi centrifugada a 4000 g por 5 minutos, o

sobrenadante descartado e adicionado 200 µl de DMSO para solubilizar os

cristais de formazan, seguindo por mais 1h de incubação para solubilização

dos cristais.

Após este período foi feita a leitura da absorbância em leitor de

espectrofotômetricono comprimento de onda de 550 nm. Os ensaios foram

conduzidos em três experimentos independentes e os dados obtidos são

representados como a porcentagem de inibição (media e desvio padrão) em

relação ao controle.

Inibição da viabilidade celular (%) = (1–[média absorbância do poço

experimental/média absorbância do poço controle negativo) ] x 100.

4.4Ensaio imunoenzimático, avaliação do efeito inibitório:

O ensaio imunoenzimático foi realizado pela aluna Gerusa

Werlang Rizzi.

As moléculas sintetizadas foram submetidas a ensaios in vitro para

a determinação da atividade inibitória para COX-1 e COX-2 através do kit

para ensaio imunoenzimático COX (ovine) Inhibitor Screening Assay Kit (no

560101, Cayman Chemical, Ann Arbor, MI , EUA).

Todas as análises foram realizadas em triplicata. Para o grupo

controle, foi selecionado o fármaco Celecoxibe®, que possui atividade

seletiva para COX-2 e é tido como controle positivo, neste tipo de ensaio.

As chalconas testadas e o fármaco controle foram inicialmente

dissolvidos em DMSO.Após dissolução, foram preparadas as soluções

iniciais, na concentração de 100µM/ml, através da adição de 960µL de

solução tampão (0,1M Tris-HCl pH 8,0 contendo 5mM de EDTA e 2mM de

fenol), 10µL das enzimas COX-1 ou COX-2 (origem ovia), 10µL de heme e

10µL das soluções obtidasdas chalconas sintetizadas e do controle

(Celecoxibe).

Cada reação foi incubada por 5 minutos a 37°C.Posteriormente,

foi adicionado 10µL de ácido araquidônico (AA), na concentração de

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100mM. A reação foi bloqueada após 2 minutos pela adição de 10µL de

ácido clorídrico (HCl), na concentração de 1M. Os tubos foram retirados do

banho maria e adicionado, a cada um, 20µL de cloreto de estanho (SnCl2).

A ciclooxigenase catalisa o primeiro passo na biossíntese de ácido

araquidônico (AA) para prostaglandina H2 (PGH2). A prostaglandina F2α

(PGF2α), produzida a partir de PGH2, por redução com cloreto de estanho, é

medida por meio do ensaio Imunoenzimático (EIA) . Este ensaio baseia-se

na competição entre as prostaglandinas (PG) e um conjugado PG-

acetilcolinesterase (PG-marcado) em uma quantidade limitada de anti-soro

PG. A quantidade de um conjugado PG- acetilcolinesterase, que é capaz de

se ligar ao anti-soro PG, é inversamente proporcional à concentração das PGs

nos poços. Uma vez que a concentração do conjugado PG-acetilcolinesterase

é mantida constante, enquanto a concentração das PGs testadas varia,

conforme a capacidade de inibição de cada composto.

Durante a incubação, o conjugado PG-acetilcolinesterase se liga

ao anticorpo monoclonal previamente ligado ao poço. A placa foi lavada e

em seguida, 200µL do reagente de ellman, que contém o substrato para a

acetilcolinesterase, foi adicionado ao poço. A leitura da reação foi realizada

por ELISA a 405 nm, após 1 hora de incubação, no escuro, sob agitação

(Figura 9).

A intensidade da cor produzida é diretamente proporcional à

quantidade de prostaglandinas presente nas amostras ou controles.

A porcentagem de inibição foi calculada pela comparação dos

poços tratados, com os compostos em estudo ou com os controles

(Celecoxibe), com a ligação máxima para COX-2. A concentração que

provoca 50% de inibição (CI50 uM/ml) foi calculada, para cada composto, a

partir da curva de resposta (concentração-inibição). Os ensaios foram

realizados em triplicata.

4.5 Análise do docking molecular

O análise do docking molecular foi realizado pelo alunoThales

Uchoa da Costa Sobrinho.

4.5.1 Ferramentas de Dockinge Banco de Dados:

O docking foi realizado utilizando ArgusLab 4.0.1., algoritmo

ArgusDock em que o ligante se comporta como flexível. Por meio do RSCB

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57

Protein Data Bank – Banco de dados de proteínas, obteve-se a estrutura da

enzima Cyclooxygenase-2 (3LN1) complexada com inibidor seletivo

Celecoxibe.

4.5.2 Planejamento e Modelagem Energética do Ligante:

Todos os ligantes foram desenvolvidos pelo espaço de trabalho do

ArgusLab 4.0.1., sendo estes submetidos a posterior otimização geométrica

por pacotes de aproximações hamiltoniana como mndo (modified neglect of

diatomic differential overlap) e pm3 (método paramétrico), observadas pela

mecânica quântica.

4.5.3Docking com ArgusLab:

Após a separação da estrutura da COX-2 em cadeias, selecionou-

se os aminoácidos que caracterizam o sítio ativo da enzima presente na cadeia

A. Determinando estes como sítio de acoplamento realizou-se sucessivos

dockings no volume da caixa delimitadora de sítio ativo. Após iniciado o

docking, foram gerados grids (grades), com dados das forças de interações

intermoleculares das moléculas presentes na enzima, numa resolução de 0.4

ângstron. Utilizou-se mecanismo ArgusDock para obtenção da energia de

docking, com precisão regular, admitiu-se o ligante como flexível em número

máximo de 150 poses, sendo selecionadas e apresentadas pelas menores

energias.

4.5.4 Docking com Glide (Plataforma Maestro) para obtenção de

imagens

Na plataforma Maestro, a enzima COX-2 (3LN1) foi importada

através do PDB e preparada pela ferramenta Protein Preparation Wizard,

onde foram feitas correções quanto aos hidrogênios e realizadas ligações de

dissulfeto. Modificações e correções foram realizadas no receptor, sendo

deletadas as cadeias B, C e D e seus resíduos pertencentes. A preparação da

COX-2 foi finalizada com a remoção de águas e minimização de sua

estrutura.

Para os ligantes foi realizada preparação com LigPrep, utilizando

pacote Force Field OPLS (Optimized Potentials for Liquid Simulations),para

a obtenção da conformação mais estável.

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Utilizando o inibidor seletivo complexado celecoxibe, produziu-

se grids do sítio ativo na cadeia A por meio da ferramenta Grid Generation.

Utilizando a ferramenta Glide, foram realizados os dockings com o ligante

flexível sendo obtidas as imagens 3D das melhores poses e 2D da interação

do ligantes com os aminoácidos do sítio ativo.

4.6 Análise estatística

Os resultados obtidos no teste para avaliação da atividade inibitória

sobre a COX-1 e COX-2 foram expressos como a média ± erro padrão da

média (EPM). O ensaio foi realizado em duplicata. A análise estatística foi

realizada utilizando-se a análise de variância de uma via (ANOVA), seguida

pelo teste “t” de Bonferroni. Os valores de p < 0,05 foram considerados

significativamente estatísticos. Os dados apresentados foram comparados

pelo teste “t” de Student ou ANOVA. Foi utilizado o teste de comparações

múltiplas (Tukey) para determinar a significância das diferenças calculadas

entre os valores para a condição experimental. O software GraphPadPrism

5.0 (San Diego, CA, EUA) foi utilizado. As diferenças foram consideradas

significativas para p < 0,05.

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59

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Síntese

As chalconas foram sintetizadas, reagindo quantidades equimolares

de diferentes acetofenonas com furfuraldeído e furancarboxaldeído, no

intuito de formar duas séries de moléculas com derivados furânicos. Por meio

de uma derivação do método geral da reação de condensação aldólica de

Claisen-Schmidt, as reações foram realizadas e o mecanismo desta reação

encontra-se demonstrado na figura 09.

Figura 09. Esquema do mecanismo geral de condensação aldólica da série

derivada da (2E)-3-(furan-2-il)-1-fenilprop-2-en-1-ona (série M).

CH2H

O

-CH2

O

CH2

O-

-CH2

O OO-

O

OOH

O

O-

OH

O

OH- OH2

O H

H

OH-

OOH

H H

O

OH-

OH2OH

-

++

+

+ +

++ +

1ª etapa

2ª etapa

3ª etapa

4ª etapa

H

O

O

OO-

O

O

O

X

X

X X

X X

X X X O mecanismo destas reações ocorre em quatro etapas, conforme

apresentado no esquema acima. Na primeira etapa ocorre a remoção do

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60

próton do carbono metílico da acetofenona, promovido a partir da ação

catalítica básica do NaOH, ocorrendo a formação do íon enolato, que se torna

estável por ressonância. Na segunda etapa, o íon enolato atua como nucleófilo

(carbânion) atacando o carbono da carbonila proveniente dos diferentes

aldeídos aromáticos, formando um alcóxido. Na terceira etapa, o alcóxido

remove um próton de uma molécula de água, para formar um aldol. Na quarta

etapa, ocorre a remoção do hidrogênio α devido à sua acidez, seguida da

eliminação da hidroxila β formando uma dupla ligação. A estrutura formada

é estabilizada pela ressonância das duplas ligações conjugadas (SANTOS,

2008).

5.1.2 Purificação e Caracterização

Todas as moléculas sintetizadas, foram purificadas por

recristalização, afim de se obter compostos mais puros e facilitar a

caracterização. Observando a tabela 1 e 2, podemos concluir que o maior

rendimento ocorreu com a mesma derivação, utilizando 4-

morfolinoacetofenona, apresentando rendimento de 91% para molécula M4

e 87% para a molécula F4.

Todas os compostos obtidos foram purificados por recristalização,

utilizando etanol absoluto sendo que a umidade excedente foi retirada em

dessecador com uso de pentóxido de fósforo, como agente secante.

Após a purificação, foi determinado o ponto de fusão, observando-

se uma variação de 65,3 – 193, dependendodo composto formado.

São apresentados na sequência abaixo, os dados dos compostos

sintetizados:

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61

Tabela 1. Dados analíticos dos compostos obtidas a partir do furfuraldeido,

com diferentes acetofenonas, série M:

_____________________________________________________________

O

O

R1

R3

R2

Substituinte

-R1, -R2, -R3

Códig

o

Massa

(g/mol)

Rendi-

mento

(%)

Tempo

reacional

(h)

P.f.

(°C)

Inédito

CH3, H, OH M1 228,24 86 2 118,7-119,9 NÃO

OCH3, OCH3, H M2 258,26 51,2 1 85,5-87 NÃO

H, H, H M3 198,21 43 3 78,7-79,9 NÃO

C4H8NO M4 283,32 91,3 0,9 190,5-193,6 NÃO

CH3, H, H M7 212,24 46,4 2 65,3-67,9 NÃO

OCH3, H, H M8 228,24 92 2,2 81,2-83,1 NÃO

Cl, H, H M9 232,66 72,2 0,3 80,7-81,9 NÃO

Cl, Cl, H M10 267,1 33,2 0,1 121,1-123,2 NÃO

C3H4N2, H, H M12 264,27 42 1,4 137,9-140,4 SIM

C3H4O2, H, H M13 242,22 52,2 1,8 110,8-112,1 NÃO

NH2, H, H M14 213,23 43,4 2,3 113,8-114,9 NÃO

(2E)-3-(furan-2-il)-1-(2-hidroxi-4-metilfenil)prop-2-en-1-ona (M1)

CH3 OH

O

O

1

23

45

67

89

10

11

12

13

14

Fórmula molecular: C14H12O3

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 3128 (OH), 1635 (C=O), 1475 (C=C, Ar), 1020

(C-O).

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 3, 73 (s, 3H, C14); 6,7 (s, 1H, C2-

H); 6,8 (d, 2H, C10); 7,1 (d, 1H, C12); 7,6 (s, 1H, C9); 7,7 (d, 1H, C6,

J=8,1Hz); 7,72 (s, 1H, C3); 7,94 (d, 1H, C5, J=8,1 Hz); 7,98 (s, 1H, C1).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 55,7 (C14);110,1- 151,2 (9C, Ar);

118,7 (C5); 129,7 (C6); 153,22 (C13); 186,8 (C7).

Análise Elementar: Enc. % (Calc.):C: 73,6 (73,67); H: 5,52 (5,30); O:

21,08 (21,03).

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(2E)-1-(3,4-dimetoxifenill)-3-(furan-2-il)prop-2-en-1-ona (M2)

O

O

O

CH3 OCH3

1

23

45

678

910

11

1213

1415

Fórmula molecular: C15H14O4

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 2997 (C-H, Ar), 1654 (C=O), 1477 (C=C, Ar),

1024 (C-O)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 6,97 (s, 6H, C14,C15); 6,7 (s, 1H,

C2); 7,1 (m, 2H, C10,C9); 7,6 (d, 3H, C5,C6,C9); 7,8 (dd, 1H, C3, J=8,4Hz);

7,9 (s, 1H, C1).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 39,7 (C14-C15); 119,9 (C5);

126,1 (C6); 113,2-162 (10C, Ar); 191,9 (C7).

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:69,7(69,76); H:5,49(5,46); O:24,81

(24,78)

(2E)-3-(furan-2-il)-1-fenilprop-2-en-1-ona (M3)

O

O

1

23

45

67

89

10

11

12

13

Fórmula molecular: C13H10O2

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 3062 (C-H, Ar), 1662 (C=O), 1560 (C=C, Ar)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 7,1 (s, 1H, C2); 7,5 (m, 5H, C10,

C11, C12); 7,8 (s, 1H, C3); 8,1 (d, 2H, C5-C6, J=7,2Hz); 8,2 (s, 1H, C3).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 121,7 (C5); 128,3 (C6); 108-146

(10C, Ar); 189 (C7).

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:78,72 (78,77); H:5,11 (5,09); O:

16,17 (16,14)

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(2E)-3-(furan-2-il)-1-[4-(morfolino-4-il)fenil]prop-2-en-1-ona (M4)

1

23

4

5

67

89

10

1112

13

O

N

O

O

14

15

1617

Fórmula molecular: C17H17NO3

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 2856 (C-H, Ar), 1647 (C=O), 1473 (C=C, Ar),

1301 (C-N), 1232 (C-O)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 3,73 (s,4H,C14C15,C16,C17); 6,7

(s, 1H, C2); 7,0 (m, 3H,C3,C10,C12); 7,5 (d, 2H, C5-C6); 7,9 (s, 1H, C1);

8,0 (d, 2H, C9-C13).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 118,9 (C5); 127,3 (C6); 112-151

(10C, Ar); 154 (C7); 46,7 (C14-C17); 65,8 (C15, C16).

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:72,03 (72,07); H:6,07(6,05); N:4,93

(4,94); O:16,97 (16,94).

(2E)-3-(furan-2-il)-1-(4-metilfenil)prop-2-en-1-ona (M7)

1

23

45

67

89

10

1112

13

O

O

CH3

14

Fórmula molecular: C14H12O2

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 3049 (C-H, Ar), 1654 (C=O), 1552 (C=C, Ar)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 6,7 (s, 1H, C2); 7,1 (d, 1H, C3); 7,4

(d, 2H, C10,C12, J=8,1Hz); 7,5 (s, 2H, C9-C13); 7,9 (s, 1H, C3); 7,9 (d, C5-

C6, J=8,1Hz).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 21,3 (C14);118,7 (C5); 128,4

(C6); 113-151 (10C, Ar); 188 (C7).

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:79,19 (79,22); H:5,71 (5,70);

O:15,10(15,08).

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64

(2E)-3-(furan-2-il)-1-(4-metoxifenil)prop-2-en-1-ona (M8)

1

23

45

67

89

10

1112

13

O

O

OCH3

14

Fórmula molecular: C14H12O3

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 2968 (C-H, Ar), 1656 (C=O), 1479 (C=C, Ar)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 3,8 (s, 3H, C14); 6,7 (s, 1H, C2);

7,1 (d, 3H, C10,C12,C3); 7,5 (d, 2H, C9,C13, J=8,1Hz); 7,9 (s, 1H, C1); 8,1

(d, 2H, C5,C6).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 39,5 (C14);118,4 (C5); 128,9

(C6); 113-151 (10C, Ar); 187,6 (C7).

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:73,63 (73,67); H:5,32 (5,30);

O:21,05 (21,03).

(2E)-1-(4-chlorofenil)-3-(furan-2-il)prop-2-en-1-ona (M9)

1

23

45

67

89

10

1112

13

O

O

Cl

Fórmula molecular: C14H9ClO2

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 3059 (C-H, Ar), 1656 (C=O), 1473 (C=C, Ar),

1400 (C-Cl)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 6,7 (s, 1H, C2); 7,1 (s, 1H, C3); 7,6

(dd, 4H, C10,C12,C9,C13, J=8,1Hz); 7,9 (s, 1H, C1); 8,1 (d, 2H, C5,C6,

J=6,9Hz).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 146,46 (C11);118,3 (C5); 128,9

(C6); 113-151,7 (10C, Ar); 187,6 (C7).

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:67,09 (67,11); H:3,93 (3,90); O:

13,78 (13,75).

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65

(2E)-1-(3,4-dichlorofenil)-3-(furan-2-il)prop-2-en-1-ona (M10)

1

23

45

67

89

10

1112

13

O

O

Cl

Cl

Fórmula molecular: C13H8Cl2O2

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 1654 (C=O), 1471 (C=C, Ar), 1219 (C-Cl)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 6,7 (s, 1H, C2); 7,2 (d, 1H, C10); 7,6

(d, 2H, C9,C13, J=8,1Hz); 7,8 (d, 1H, C6); 7,9 (s, 1H, C3); 8,0 (dd, 1H, C5,

J=8,4Hz); 8,3 (d, 1H, C1).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm):139, 133 (C11, C12);118 (C5); 128

(C6); 113-151,7 (8C, Ar); 189 (C7)

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:58,41(58,46); H:3,04(3,02);

O:12,0(11,98).

(2E)-3-(furan-2-Il)-1-[4-(1H-imidazol-1-il)fenill]prop-2-en-1-ona (M12)

1

23

45

67

89

10

1112

13

O

O

N

N

14

15

16

Fórmula molecular: C16H12N2O2

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 3072 (C-H, Ar), 1651 (C=O), 1477 (C=C, Ar),

1020 (C-O)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 6,7 (s, 1H, C2); 7,2 (d, 2H, C3); 7,6

(s, 2H, C14,C15); 7,9 (dd, 4H, C9,C10,C12,C13); 8,2 (s, 2H, C5,C6); 8,4 (s,

1H, C1).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm):146 (C11);140 (C5); 130 (C6);

113-151,7 (12C, Ar); 187,3 (C7)

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:72,69 (72,72); H:4,59 (4,58);

N:10,58 (10,60); O:12,14 (12,11).

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66

(2E)-1-(1,3-benzodioxol-5-il)-3-(furan-2-il)prop-2-en-1-ona (M13)

1

23

45

67

89

10

1112

13

O

O

O

O

14

Fórmula molecular: C14H10O4

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 2908 (C-H, Ar), 1653 (C=O), 1471 (C=C, Ar),

1047 (C-O)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 6,1 (s, 2H, C14-H); 6,7 (m, 1H, C2);

7,1(m, 2H, C3,C9, J=6,9Hz); 7,5 (d, 3H, C12,C13); 7,8 (d, 1H, C5,C6); 7,9

(s, 1H, C1).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm):146 (C11, C10);118 (C5); 130

(C6); 102-146 (8C, Ar); 187,3 (C7)

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:69,39 (69,42); H: 4,17 (4,16); O:

26,45 (26,42).

(2E)-1-(4-aminofenil)-3-(furan-2-il)prop-2-en-1-ona (M14)

1

23

45

67

89

10

1112

13

O

O

NH2

Fórmula molecular: C13H11NO2

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 2997 (C-H, Ar), 1654 (C=O), 1477 (C=C, Ar),

1024 (C-O)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm):6,1 (s, 1H, C2); 7,1 (s, 1H, C3); 6,6

(dd, 4H, C10,C12,C9,C13, J=8,1Hz); 7,0 (s, 1H, C1); 7,5 (d, 2H, C5,C6,

J=6,9Hz).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 153(C11);119 (C5); 128 (C6);

112-151 (10C, Ar); 185,2 (C7)

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:73,21 (73,23); H:5,21 (5,20); N:6,56

(6,57); O: 15,03 (15,01).

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67

Tabela 2. Dados analíticos dos compostos obtidas a partir do 3-

furancarboxaldeído, com diferentes acetofenonas, série F:

_____________________________________________________________

O

O

R1

R3

R2

Substituinte

-R1, -R2, -R3

Código Massa

(g/mol)

Rend.

(%)

Tempo

Reac.

(h)

P.f.

(°C)

Inédito

CH3, H, OH F1 228,24 49,3 0,5 110,3-111,2 SIM

OCH3, OCH3, H F2 258,26 74,6 0,7 87,0-88,7 SIM

H, H, H F3 198,21 39,3 1,9 77-78 SIM

C4H8NO F4 283,32 87 0,7 99,2-99,8 SIM

CH3, H, H F7 212,24 41 2 SIM

OCH3, H, H F8 228,24 72 0,3 90,6-91,6 NÃO

Cl, H, H F9 232,66 73,7 0,2 133,3-134,7 SIM

Cl, Cl, H F10 267,1 27,3 0,1 114,1-115,6 SIM

(2E)-3-(furan-3-il)-1-(2-hidroxi-4-metilfenil)prop-2-en-1-ona (F1)

1

2

34

5

67

89

10

1112

13

O

OOHCH3

14

Fórmula molecular: C14H12O3

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 3136 (OH), 1660 (C=O), 1446 (C=C, Ar), 1230

(C-O).

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 7,1 (s, 1H, C3); 7,5 (m, 2H, C9,C10);

7,6 (d, 3H, C12); 7,8 (s, 1H, C2); 8,1 (d, 2H, C5,C6); 8,2 (s, 1H, C1).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 39,5 (C14);145 (C5); 128 (C6);

108-146 (10C, Ar); 189 (C7)

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:73,36 (73,67); H:4,51(5,30);

O:21,23 (21,03).

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68

(2E)-1-(3,4-dimetoxifenil)-3-(furan-3-il)prop-2-en-1-ona (F2)

1

2

34

5

67

89

10

1112

13

O

OO

OCH3

CH3

14

15

Fórmula molecular: C15H14O4

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 2999 (C-H, Ar), 1658 (C=O), 1514 (C=C, Ar),

1082 (C-O)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 7,1 (s, 1H, C3); 7,5 (s, 1H, C2); 7,6

(s, 2H, C10,C13); 7,7 (s, 1H, C4); 7,8 (s, 1H, C5); 8,1 (s, 1H, C1).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 55,9 (C14,C15);145,7 (C5); 130,5

(C6); 108-153 (10C, Ar); 187,5 (C7).

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:69,59 (69,76); H:5,58 (5,46);

O:24,82 (24,78).

(2E)-3-(furan-3-il)-1-fenilprop-2-en-1-ona (F3)

1

2

34

5

67

89

10

1112

13

O

O

Fórmula molecular: C13H10O2

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 3062 (C-H, Ar), 1660 (C=O), 1446 (C=C, Ar)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 7,0 (d, 2H, C9,C10); 7,1 (s, 1H, C3);

7,6 (s, 2H, C5,C6); 7,7 (s, 1H, C2); 8,1 (d, 2H, C9,C13); 8,2 (s, 1H, C1)

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm):145,1 (C5); 127,3(C6); 108-153

(10C, Ar); 189,7 (C7).

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:78,56 (78,77); H:5,14 (5,09);

O:16,29 (16,14).

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69

(2E)-3-(furan-3-il)-1-[4-(morfolino-4-il)fenil]prop-2-en-1-ona (F4)

1

2

34

5

67

89

10

1112

13

O

ON

O

1415

1617

Fórmula molecular: C17H17NO3

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 2843 (C-H, Ar), 1658 (C=O), 1448 (C=C, Ar),

1197 (C-O)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 3,74 (s,8H,C14C15,C16,C17); 6,7

(s, 1H, C2); 7,0 (m, 3H,C3,C10,C12); 7,6 (d, 2H, C5-C6); 8,1(s, 1H, C1); 8,0

(d, 2H, C9-C13).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 144,8 (C5); 130 (C6); 112-146

(10C, Ar); 154 (C7); 46,8 (C14-C17); 65,8 (C15, C16).

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:72,02(72,07); H:6,07 (6,05);

N:4,93(4,94); O:16,97(16,94).

(2E)-3-(furan-3-il)-1-(4-metilfenil)prop-2-en-1-ona (F7)

1

2

34

5

67

89

10

1112

13

14

O

OCH3

Fórmula molecular: C14H12NO2

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 2918 (C-H, Ar), 1656 (C=O), 1409 (C=C, Ar)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 2,5 (s, 3H, C14); 7,7 (s, 1H, C2); 7,1

(d, 1H, C3); 7,0(d, 2H, C10,C12, J=8,1Hz); 7,6 (s, 2H, C9-C13); 8,1 (s, 1H,

C3); 7,8 (d, C5-C6, J=8,1Hz).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 26,1 (C14);113 (C5); 130 (C6);

38,6-130,4 (10C, Ar); 154 (C7).

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:79,16 (79,22); H:5,72 (5,70);

O:15,12 (15,08).

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70

(2E)-3-(furan-3-il)-1-(4-metoxifenil)prop-2-en-1-ona (F8)

1

2

34

5

67

89

10

1112

1314

O

OO

CH3

Fórmula molecular: C14H12O3

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 2962 (C-H, Ar), 1660 (C=O), 1512 (C=C, Ar)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 7,1 (s, 1H, C3); 7,6 (s, 2H, C9 ); 7,6

(s, 2H, C10); 7,8 (s, 1H, C2); 8,1 (d, 2H, C5,C6); 8,2 (s, 1H, C1).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 55,5 (C14);144,8 (C5); 123,2

(C6); 108,1-163 (10C, Ar); 187,2 (C7).

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:73,51 (73,67); H:5,36 (5,30);

O:21,13 (21,03).

(2E)-1-(4-clorofenil)-3-(furan-3-il)prop-2-en-1-ona (F9)

1

2

34

5

67

89

10

1112

13

O

OCl

Fórmula molecular: C13H9ClO2

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 2962 (C-H, Ar), 1660 (C=O), 1512 (C=C, Ar),

1415 (C-Cl)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 7,1 (s, 1H, C3); 7,6 (m, 4H,

C9,C10,C12,C13, J=8,4Hz); 7,8 (s, 1H, C2); 8,1 (d, 2H, C5,C6, J=8,4Hz);

8,2 (s, 1H, C1).

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 145 (C5); 128 (C6); 108-145

(10C, Ar); 147 (C7)

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:67,08 (67,11); H:3,92 (3,90);

O:13,85 (13,75).

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71

(2E)-1-(3,4-diclorofenil)-3-(furan-3-il)prop-2-en-1-ona (F10)

1

2

34

5

67

89

10

1112

13

O

OCl

Cl Fórmula molecular: C13H8Cl2O2

IV (Pastilhas de KBr, cm-1): 3116 (C-H, Ar), 1662 (C=O), 1460 (C=C, Ar),

1226 (C-Cl)

RMN1H (300 MHz, DMSOd6, δ ppm): 7,1 (s, 1H, C3); 7,6 (m, 2H, C9,C13,

J=8,4Hz); 7,8 (s, 1H, C10); 8,1 (d, 2H, C5, J=8,4Hz); 8,2 (s, 1H, C4); 8,3 (s,

1H, C1)

RMN13C (75,47 MHz, DMSOd6, δ ppm): 145 (C5); 128,4 (C6); 108-145

(10C, Ar); 147 (C7)

Análise Elementar: Enc. % (Calc.): C:58,41 (58,46); H:3,05 (3,02);

O:12,00 (11,98).

A formação das chalconas foi monitorada por cromatografia em

camada delgada, utilizando benzeno:clorofórmio (80:20) como mistura

eluente e ao término das reações as substâncias foram isoladas, analisadas e

caracterizadas quimicamente, utilizando dados espectroscópicos usuais,

como infravermelho (IV), ressonância magnética nuclear de próton (RMN 1H) e carbono13 (RMN13C).

Os espectros de IV (figura 10), RMN 1H (figura 11) e RMN13C

(figura 12) da molécula M9 foram selecionados à título de ilustração para esta

série.

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72

Figura 10: Espectro de IV do composto M9 – Técnica DRS, em KBr

Figura 11. Espectro de RMN1H do composto M9

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73

Figura 12: Espectro de RMN1C do composto M9

Observa-se, nos dados espectroscopicos obtidos, como as bandas de

absorção no infravermelho, características dos grupos funcionais presentes

na molécula e também os dados obtidos a partir dos espectros de ressonância

magnética nuclear, que as atribuições de sinais contemplam as estruturas dos

compostos sintetizados. Assim os compostos propostos foram todos obtidos

e caracterizados. Adicionalmente, os dados de análise elementar corroboram

a obtenção de todos os derivados propostos.

Apesar de, em processos sintéticos de chalconas, o estereoisômero

E ser geralmente obtido de forma majoritária (considerado

termodinamicamente mais estável), não é incomum a ocorrência de uma

mistura diasteroisomérica, contendo os isômeros E e Z, em proporções muito

próximas (DUCKI et al., 1998 ; PADHYE, 2009 ; CORDEIRO, 2010).

A identificação, por espectroscopia de RMN, do isômero

majoritário, se dá por meio da análise das constantes de acoplamento (J) que

envolve os hidrogênios olefínicos da dupla ligação enona. Por regra, sabe-se

que quando se obtém constantes de acoplamento maiores ou iguais a 15 Hz,

considera-se o composto obtido na forma isomérica E. Abaixo dos 15 Hz, o

composto será Z (CORREA, 2008). Contudo, em misturas diasteroisoméricas

em que ocorre um equilíbrio proporcional na formação dos dois isômeros

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(misturas próximas a 50:50), torna-se muito difícil se estabelecer o isômero

preponderante. Esta situação ocorreu na maioria dos compostos obtidos, no

presente trabalho.

Assim sendo, procedeu-se a análise dos compostos sintetizados por

cromatografia líquida de alta performance, acoplada a detector de massas

triplo quadrupolo (LC-MSMS), no intuito de se avaliar a existência de

misturas diasteroisoméricas e a proporção de formação dos isômeros

observados.

A figura 13 mostra o cromatograma obtido para o composto M9,

com método de eluição gradiente, no modo positivo (MS). O íon molecular

detectado, num tempo de aquisição de 8,581 minutos foi de 232 Da, o que

está de acordo com a estrutura proposta para M9.Em seguida, na figura 14

verifica-se o cromatograma obtido para o mesmo composto M9, agora com

método de eluição isocrático, no modo positivo (MS). Observa-se que, numa

varredura feita de 70 Da a 340 Da, destacam-se dois compostos com a mesma

massa molar de 232 Da e tempos de retenção distintos. O primeiro a 3,021

minutos e o segundo a 3,146 minutos. Esta situação caracteriza,

perfeitamente, a ocorrência de diasteroisômeros.

Figura 13:Cromatograma da amostra de chalcona M9 com eluente gradiente,

no modo positivo (MS) e a varredura feita de 120 a 1000 Da. O íon avaliado

foi o 232 Da (íon molecular).

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Figura 14: Cromatograma da amostra de chalcona M9 com eluente

isocrático, no modo positivo (MS) e usando o íon molecular de 232 Da e a

varredura feita de 70 a 340 Da.

Com base nas evidências observadas quanto à ocorrência de

mistura diasteroisomérica em M9, procedeu-se, via software Agilent, a

integração das áreas dos picos relativos a cada um dos dois isômeros

observados, atribuindo-se o percentual de ocorrência de cada um deles.

Conforme a tabela 3 tem-se 43,92% de ocorrência, para o isômero cujo tempo

de aquisição se apresentou 3,021 minutos (o primeiro a sair) e 56,08% de

ocorrência, para o isômero com índice de retenção de 3,146 minutos (o último

a sair).

Tabela 3:Quantidades relativas dos isômerosencontrados no composto M9.

RT: tempo de retenção

Sabe-se que, considerando a natureza apolar da fase sólida da

coluna cromatográfica, o composto que apresentar o maior tempo de

aquisição, naturalmente, é o que apresenta maior tempo de retenção e

consequentemente, é aquele que apresenta maior afinidade pela coluna,

sendo, portanto, mais apolar. Assim, procedeu-se à análise do momento

dipolar dos dois isômeros (E e Z) atribuíveis ao composto M9, através do

Software ARGUS LAB (figura 15 e figura 16), para identificar cada um dos

PICO RT AREA AREA% ALTURA LARGURA TOTAL

1 3,021 887481 78.32 111327 0,24 43,92

2 3,146 1133159 100 121576 0,288 56,08

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isômeros no cromatograma e consequentemente, atribuir-lhes o

respectivopercentual de ocorrência.

Figura 15. Mapa de densidade eletrônica e momento dipolar do isômero E

do composto M9.

Momento dipolar = 3.26846007 debye

Figura 16. Mapa de densidade eletrônica e momento dipolar do isômero Z

do composto M9.

Momento dipolar = 2.37468744debye

Dos valores apresentados para o momento dipolar dos isômeros de

M9, pode-se concluir que o isômero E é aquele que apresenta o maior

momento dipolar e, portanto, por ser mais polar, tem a menor afinidade com

o sistema cromatográfico adotado, o que lhe proporciona menor tempo de

retenção, sendo o primeiro a sair. Assim, pode-se afirmar que, da mistura

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diasteroisomérica de M9, tem-se 43,92% do isômero E e 56,08% do isômero

Z. Tais percentuais de ocorrência ilustram bem as dificuldades em

caracterizar espectrometricamente, por ressonância magnética nuclear, a

mistura, uma vez que os percentuais são muito próximos a uma mistura

50:50, além de ocorrer leve predominância do isômero termodinamicamente

menos estável.

Para a série de compostos F, também foram adotados os mesmos

procedimentos de elucidação estrutural considerados na série M. O mesmo

êxito na obtenção e caracterização dos compostos foi alcançado.

Os espectros de IV (figura 17), RMN 1H (figura 18) e RMN13C

(figura 19) da molécula F9 foram selecionados à título de ilustração para esta

série.

Figura 17: Espectro de IV do composto F9

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Figura 18: Espectro de RMN1H do composto F9

Figura 19: Espectro de RMN1C do composto F9

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As mesmas dificuldades encontradas para a elucidação estrutural,

já reportadas para a série M, também se verificaram para a série F. Assim, os

mesmos procedimentos foram adotados, procedendo-se a análise dos

compostos sintetizados por cromatografia líquida de alta performance,

acoplada a detector de massas triplo quadrupolo (LC-MSMS), no intuito de

se avaliar a existência de misturas diasteroisoméricas e a proporção de

formação dos isômeros observados.

Conforme mostra a figura 20, obteve-se um cromatograma do

composto F9, com eluição gradiente, no modo positivo (MS), resultando num

íon molecular de 232 Da, coerente com a estrutura proposta para F9.

Figura 20: Cromatograma da amostra de chalcona F9 com eluente gradiente,

no modo positivo (MS) e a varredura feita de 120 a 1000 Da. O íon avaliado

foi o 232 Da (íon molecular).

O cromatograma do mesmo composto F9, agora obtido em modo

de eluição isocrática (figura 21), considerando o íon molecular de 232 Da,

previamente detectado, mostra, neste mesmo peso molecular, a ocorrência de

dois diasteroisômeros, com tempos de aquisição de 2,302 e 2,398 minutos,

respectivamente.

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Figura21: Cromatograma da amostra de chalcona F9 com eluente isocrático,

no modo positivo (MS) e usando o íon molecular de 232 Da e a varredura

feita de 70 a 340 Da.

Calculando-se a área dos picos que representamcada um dos

isômeros (Tabela 4), obtêm-se a ocorrência percentual de 48,01% para o

isômero cujo tempo de retenção é de 2,302 min e 51,99% para o isômero com

tempo de retenção de 2,398 min.

Tabela 4:Quantidades relativas dos isômerosencontrados no composto F9.

PICO RT AREA AREA% ALTURA LARGURA TOTAL

1 2,302 583440 92,36 76622 0,201 48,01

2 2,398 631730 100 83203 0,307 51,99

RT: tempo de retenção

Procedendo-se o cálculo do momento dipolar para os dois

isômeros atribuíveis à F9, obtém-se os resultados mostrados nas figuras 22 e

23.

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Figura 22. Mapa de densidade eletrônica e momento dipolar do isômero E

do composto F9.

Momento dipolar = 1.99670632debye

Figura 23. Mapa de densidade eletrônica e momento dipolar do isômero Z

do composto F9.

Momento dipolar = 2.41781298 debye

Considerando-se os valores apresentados para o momento dipolar

dos isômeros de F9, pode-se concluir que o isômero Z é aquele que apresenta

o maior momento dipolar e, portanto, por ser mais polar, tem a menor

afinidade com o sistema cromatográfico adotado, o que lhe proporciona

menor tempo de retenção, sendo o primeiro a sair. Assim, pode-se afirmar

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que, da mistura diasteroisomérica de F9, tem-se 48,01% do isômero Z e

51,99% do isômero E. Nota-se que a predominância isomérica muda de uma

série para a outra (na série F há uma leve predominância do isômero E,

termodinamicamente favorecido) o que, sem dúvida, é resultante das

diferenças estruturais e conformacionais experimentadas pelo

posicionamento diverso do anel furânico em cada série. A exemplo da série

M, também a série F apresenta proporções de ocorrência isomérica muito

próximas a 50:50, o que corrobora as dificuldades encontradas na primeira

série, no que tange a uma mais completa identificação estrutural dos

compostos. Nesses casos, adota-se como padrão a atribuição da isomeria pelo

que se considera o isômero termodinamicamente mais estável (calculado

teoricamente).

5.2Avaliação da atividade in silico: cálculos teóricos computacionais

Na avaliação in silico da predição das propriedades moleculares

das substâncias sintetizadas para esta Série (Tabela 4), foram calculados os

parâmetros disponíveis no site www.molinspiration.com.br; utilizando-se

quatro métodos, discutidos separadamente.

Alguns parâmetros estruturais relevantes para a predição

teórica do perfil de biodisponibilidade oral de um composto podem ser

avaliados por meio da regra de Lipinski, também denominada regra dos 5.

Dentro desta regra os parâmetros analisados permitem identificar derivados

promissores pontuando propriedades físico-químicas e estruturais, uma vez

que a previsão dos processos farmacocinéticos, logo nos estágios iniciais de

uma pesquisa, é de extrema importância no desenvolvimento de um

candidato a fármaco.

Ao analisarmos a tabela 5, podemos observar que nenhum

composto violou à regra de Lipinski.

O peso molecular (PM) também foi avaliado, pois o aumento de

massa molar implica diretamente na absorção e biodisponibilidade de

diferenciadas substâncias. Ao analisar a tabela 5, podemos observar que todas

as chalconas apresentaram valores abaixo do limite.Levando em

consideração que o fármaco de referência, Celecoxibe possui um PM=381,

estima-se que quanto menor o peso molecular, mais facilmente o fármaco

permeará a barreira hemato encefálica e atingirá seu alvo.

Em relação ao número de doadores e aceptores de hidrogênio,

todos os compostos, bem como os fármacos de referência, exibiram valores

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dentro dos parâmetros exigidos. Sendo assim, pode-se predizer que todas

estas moléculas são suficientemente hidrofóbicas para penetrar as membranas

biológicas e acessar o sítio de ligação (SWATHI, et al., 2013). Bali e

colaboradores (2012) também afirmam que a baixa permeação e a baixa

absorção de uma substância estão diretamente ligadas a estruturas que

possuem mais de 5 e 10 doadores e aceptores de H, respectivamente.

O valor de TPSA indica uma boa perspectiva sobre a absorção de

um fármaco, incluindo a absorção intestinal, a biodisponibilidade e a

penetração da barreira hematoencefálica (HASSAN, SHIRSEEN,

MURALEEDHARAN, ABDUL MUJEED, 2015). Bakht e colaboradores

(2010), também afirmam que para o desenvolvimento de moléculas com

atividades terapêuticas a biodisponibilidade é uma propriedade muito

importante. Sendo assim, baixos valores de TPSA são necessários para que

as moléculas em desenvolvimento sejam biodisponíveis por via oral. Na

análise de TPSA todos os compostos apresentaram um valor inferior a 140

Åo que indica uma boa permeabilidade na membrana plasmática celular

(SWATHI, et al., 2013). Ao compararmos os valores de TPSA encontrados

nos compostos com os dos fármacos de referência podemos observar valores

maiores de TPSA nos fármacos de referência, comparados aos compostos em

análise.

Para finalizar, o número de rotações também é uma característica

abordada, pois o valor pode influenciar nas mudanças conformacionais de

uma molécula. Valores menores ou iguais a 10 são considerados parâmetros

para uma biodisponibilidade adequada. Todos os compostos sintetizados e

inclusive o fármaco de referência apresentaram valores menores a 6.

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Tabela 5. Valores comparativos dos parâmetros de Lipisnki e extensão para as duas séries de chalconas em estudo.

Compostos Parâmetros de Lipinski Extensão

LogP PM Aceptores Doadores Violações Vol TPSA Nrot

M1 3,25 228 3 1 0 208 50,44 3

M2 2,23 258 4 0 0 234,51 48,68 5

M3 2,89 198 2 0 0 183,42 30,21 3

M4 2,84 283 4 0 0 261,55 42,68 4

M7 3,34 212 2 0 0 199,98 30,21 3

M8 2,95 228 3 0 0 208,97 39,45 4

M9 3,57 232 2 0 0 196,96 30,21 3

M10 4,17 267 2 0 0 210,49 30,21 3

M12 2,22 264 4 0 0 236,04 48,04 4

M13 2,78 242 4 0 0 207,35 48,68 3

M14 1,97 213 3 2 0 194,71 56,23 3

F1 2,94 228 3 1 0 208 50,44 3

F2 2,23 258 4 0 0 234 48,68 5

F3 2,57 198 2 0 0 183,42 30,21 3

F4 3,04 283 4 0 0 288,72 42,68 4

F7 3,03 212 2 0 0 199,98 30,21 3

F8 2,63 228 3 0 0 208,97 39,45 4

F9 3,26 232 2 0 0 196,96 30,21 3

F10 3,86 267 2 0 0 210,49 30,21 3 AAS 1,43 180 4 1 0 155 63,60 3

PAR 0,68 151 3 2 0 140 49,33 1

COXIB 3,61 381 5 2 0 298 77,99 4 Legenda:LogP=coeficiente de partição octano/água;PM=peso molecular;Vol=volume;TPSA=área total superfície polar;Nrot=ligações rotacionais.

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85

5.3 Avaliação da atividadein sílico: parâmetros farmacocinéticos

O equilíbrio entre solubilidade e lipossolubilidade é essencial na

absorção de uma substância, assim, a busca de dados sobre a absorção no

intestino humano (HIA) corroboram para a escolha de testes farmacológicos

futuros. Este parâmetro pode dizer muito sobre a lipofilicidade de um

composto e com isso pode-se prever a probabilidade da permeação de uma

molécula através da membrana biológica (HOU et al., 2007). Outra

característica que deve ser avaliada em uma substância, vem a ser a

capacidade de atravessar, ou não, a barreira hematoencefálica (BHE).

Lembrando que apenas compostos ativos no sistema nervoso central devem

atravessar esta barreira, a fim de evitar efeitos colaterais no sistema nervoso

central (preADMET, 2016).

Na tabela 6 é possível observar os resultados de HIA e BHE

referentes às séries de chalconas sintetizadas. O teste in sílico de HIA

apresenta valores acima de 91%, indicando boa absorção e lipofilicidade,

podendo-se sugerir que estes compostos possam atravessar livremente a

membrana alcançando o alvo desejado. As chalconas M9, M10, F9 e F10, as

quais possuem em sua estrutura substituintes –Cl, apresentaram os melhores

valores de absorção (100%), corroborando os demais resultados deste

trabalho.

Ao compararmos os dados in sílico obtidos, é possível observar

que o número de rotações (Nrot) e os valores de TPSA corroboram com os

resultados de HIA, pois para uma boa absorção intestinal a flexibilidade

molecular e baixos valores de área de superfície polar topográfica são

necessários (HASSAN, SHIRSEEN, MURALEEDHARAN, ABDUL

MUJEED, 2015). Além disso, o número de aceptores e doadores de

hidrogênio também se manteve dentro dos padrões, enfatizando a

possibilidade de boa permeação e biodisponibilidade (BALI, et al., 2012).

Ao analisarmos os valores de BHE, observamos que o composto

com maior valor de absorção, para ambas as sériés é o que não possui

substituinte no arel aromático. Também encontramos bons valores de

absorção, os compostos M9, M10, F9, F10, principalmente quando

comparados aos fármacos de referência.

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Tabela 6.Avaliação in sílico de parâmetros relacionados à ADMET de

chalconas:

Compostos PREadmet

BHE HIA%

M1 0.530524 95.201

M2 0.0196824 98.123

M3 2,28378 100

M4 0,0284939 97,82

M7 0,373491 100

M8 0,0332818 98,34

M9 0,757569 100

M10 0,659784 100

M12 0,0300153 96,06

M13 0,0202075 98,16

M14 0,0293368 96,25

F1 0,323989 95,21

F2 0,0178632 98,12

F3 2,41781 91,66

F4 0,0237041 97,82

F8 0,0287176 98,34

F9 1,5945 100

F10 1,05786 100

AAS

PAR

COXIB

0,71

0,61

0,27

90,17

88,23

96,68

Legenda: HIA:Porcentagem de absorção no intestino humano. BHE: Penetração na barreira

hematoencefálica in vivo (concentração cérebro/concentração sangue)

5.4 Análise in sílico: avaliação de potenciais atividades biológicas

A ferramenta PASSonline é utilizada para avaliar o potencial

biológico de uma molécula, sendo capaz de fornecer previsões simultâneas

de cerca de 3.600 tipos de atividades com base na estrutura de compostos

orgânicos, sendo assim, o software é considerado uma boa ferramenta na

estimativa da atividade biológica de um composto, antes da realização da

síntese química e dos ensaios biológicos (SRINIVAS et al., 2014;

PASSonline, 2016).

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Para realizar as análises referentes aos cálculos feitos através do

programa, como já citado, verificam-se os valores de Pa e Pi fornecidos

(Pa>Pi). O valor de Pa quanto mais próximo de 1,000 apresenta maior

atividade do composto analisado. Na tabela 7 e 8, é possível observar os

resultados apresentados para as duas séries sintetizadas, em que foram

selecionados algumas atividades biológicas para análise. Todos os resultados

apresentam valores de Pa>Pi, indicando assim uma possível atividade

biológica.

Observa-se que o fármaco de referência ácido acetil salicílico

apresentou valores de Pa para as atividades anti-inflamatórias e

antinociceptivas maior dos que os compostos analisados. Já o paracetamol

apresentou valores de Pa inferiores aos compostos quando analisados em

relação a atividade anti-inflamatória, o que está de acordo com a sua atividade

terapêutica, pois este composto possui característica analgésica, e não anti-

inflamatória. O mesmo ocorre para o fármaco celecoxibe, que possui valores

inferiores de atividade anti-inflamatória, quando comparado a alguns

compostos analisados.

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Tabela 7. Potenciais atividades biológicas preestabelecidas para chalconas sintetizada,série M:

Compostos Anti-

inflamatório

Anti-

inflamatório

(intestinal)

Anti-

inflamatório

não esteroidal

Antinociceptiva Anticancer

(mama)

Anticancer

(próstata)

M1 0,586-0.024 0,316-0,06 0,234-0,074 0,427-0.088 0,352-0,041 0,3-0,042

M2 0,502-0,056 0,375-0,031 0,246-0,067 0,379-0,125 0,271-0,041 0,356-0,029

M3 0,523-0,05 0,381-0,028 0,205-0,096 0,374-0,128 0,273-0,039 0,265-0,051

M4 0,4-0,096 0,205-0,18 --- 0,418-0,095 0,323-0,019 0,41-0,02

M7 0,528-0.049 0,318-0,058 0,212-0,09 0,389-0,117 0,317-0,05 0,237-0,06

M8 0.496-0,058 0,428-0,016 0,229-0,078 0,38-0,124 0,279-0,035 0,318-0,037

M9 0,505-0.055 0,278-0,089 0,237-0,072 0,25-0,224 0,254-0.053 0,176-0,091

M10 0,452-0,072 0,26-0,108 0,199-0,101 0,247-0,226 0,206-0.091 0,165-0,1

M11 0,43-0,081 0,471-0,01 0,169-0,134 --- 0,309-0,053 0,328-0,035

M12 0,27-0,192 --- --- --- 0,166-0,12 ---

AAS 0,765-0,009 0,695-0,003 --- 0,530-0,022 --- ---

PAR 0,324-0,140 0,414-0,019 --- 0,413-0,099 --- ---

COXIB 0,432-0,080 --- --- --- --- ---

Legenda: AAS – ácido acetil salicítico, PAR – paracetamol, COXIB - celecoxibe

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Tabela 8. Potenciais atividades biológicas preestabelecidas para chalconas sintetizada,série F:

Compostos Anti-

inflamatório

Anti-

inflamatório

(intestinal)

Anti-

inflamatório

não esteroidal

Antinociceptiva Anticancer

(mama)

Anticancer

(próstata)

F1 0,615-0,028 0,353-0,039 0,303-0,042 0,427-0,088 0,26-0,048 0,252-0,055

F2 0,541-0,045 0,416-0,019 0,318-0.038 0,379-0,125 0,483-0,021 0,312-0,038

F3 0,571-0,038 0,423-0,017 0,267-0,055 0,374-0,128 0,373-0,037 0,198-0,075

F4 0,433-0,08 0,238-0,134 0,178-0,122 0,418-0,095 0,31-0,052 0,375-0.026

F7 0,57-0,038 0,356-0,038 0,275-0,051 0,389-0,117 0,293-0,028 0,182-0,086

F8 0,536-0,047 0,473-0,01 0,296-0,044 0,38-0,124 0,31-0,023 0,266-0.05

F9 0,547-0,044 0,314-0,06 0,308-0,041 0,25-0,224 0,284-0,032 0,138-0,128

F10 0.497-0.058 0,295-0,075 0,261-0,058 0,247-0,226 0,267-0,043 ---

AAS 0,765 - 0,009 0,695 0,003 --- 0,530 0,022 --- ---

PAR 0,324 0,140 0,414 0,019 --- 0,413 0,099 --- ---

COXIB 0,432 0,080 --- --- --- --- ---

Legenda: AAS – ácido acetil salicítico, PAR – paracetamol, COXIB - celecoxibe

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5.5 Avaliação da atividade antiproliferativa in vitro:

As chalconas M7, F3, F7, F8, F9 e F10, na concentração de 15

µg/ml, apresentaram percentual de inibição da proliferação das células

osteossarcoma humano (U2OS) superior à 70%, sendo a última com melhor

potencial, inibindo em 88,8% a proliferação celular (Figura 24). A maioria

das chalconas avaliadas apresentou percentual de inibição celular maior que

o controle positivo utilizado – doxorrubina (2,5 µg/ml).

Figura 24. Percentual de inibição da proliferação das células U2OS por

chalconas na concentração de 15 µg/ml e pelo controle positivo

Doxorrubicina (DOXO - 2,5 µg/ml) e negativo DMSO 0,5%.

Resultados apresentados como média seguido de EPM. Os asteriscos

denotam significância estatística quando comparados ao grupo controle

(DMSO) (###p<0,001, quando comparado ao grupo controle; ##p<0,01;

#p<0,05, quando comparato ao controle positivo (doxorrubicina). Os dados

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foram submetidos à análise de variância ANOVA de uma via seguido pelo

post-hoc de Tukey. Siglas: DOXO-doxorrubicina, DMSO-dimetilsulfóxido

Os mediadores moleculares e celulares do processo inflamatório

são constituintes importantes no ambiente local dos tumores. Em grande parte

dos tumores, condições inflamatórias estão presentes antes do aparecimento

das alterações malignas. Estas alterações inflamatórias atuam na proliferação

e sobrevivência das células malignas, promoção da angiogênese e

metastização, e na supressão das respostas imunes adaptativas. A COX-2 é

normalmente encontrada em lesões pré-malignas como atipias da glândula

mamária (Hartmann et al., 2006), pólipos adenomatosos do cólon (Khan et

al., 2001), carcinoma in situ (Boland et al., 2004; Perrone et al., 2005; Barnes

et al, 2006), cancro invasivo e doença metastática.

A inibição da COX-2 promove o decréscimo de formação de

tumor “de novo” e causa regressão dos focos tumorais existentes. Este efeito

acontece por uma combinação de indução de apoptose das células tumorais e

diminuição do fator de crescimento de endotélio vascular – (HOWE et al.,

2001).

Os inibidores da COX-2 têm efeitos anti-proliferativos, pró-

apoptóticos, antimetastáticos, inibidores da angiogénese e supressores do

sistema imunitário.Mesmo sendo um teste preliminar, estes resultados,

corroboram com a comprovada atividade antiproliferativa de chalconas

(SOLOMON; LEE, 2012; SILVA, et al., 2015; FU et al., 2016).

5.6Avaliação de inibição das isoenzimas COX-1 e COX-2:

Em face do vasto conhecimento acerca da atividade anti-

inflamatória das chalconas e derivados estruturalmente análogos a

elas(BANDGARet al., 2009; BANDGA et al., 2010; BANERJEE,

HKS,BANERJEE, 2012; SINGH, ANAND, KUMAR, 2014;CHEN et al.,

2015; FANG et al., 2015; ÖZDEMIR et al., 2015; ZHONG et al., 2015;

KAUFMANN et al., 2016; LI et al.,2017), optou-se por avaliar,

especificamente, a atividade inibitória das isoenzimas COX-1 e COX-2.

Além disso, avaliou-se o índice de seletividade, no intuito de se identificar,

entre os derivados furânicos sintetizados (séries M e F), aqueles com maior

seletividade à COX-2, especialmente, considerando-se a comparação com o

fármaco de referência.

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Assim, observa-se na tabela 9 os resultados obtidos no ensaio in

vitro de inibição enzimática COX-1/COX-2, considerando os compostos

sintetizados na série M e o fármaco de referência, Celecoxibe©.

Tabela 9. Ensaio de inibição enzimática in vitro COX-1/COX-2 para as

chalconas da série M

O

O

R

Composto R CI50 COX-1 (μM)a CI50 COX-2

(μM)b

ISc

M1 2-OH,4-CH3 29,85 ± 1,73*** 0,12 ± 0,004*** 248,8

M2 3,4-(OCH3)2 51,10 ± 1,26*** 0,29 ± 0,01*** 176,2

M3 -H 32,15 ± 0,62*** 0,15 ± 0,02*** 214,3

M4 N O.4

38,26 ± 1,12*** 0,21 ± 0,004*** 182,2

M7 4-CH3 22,57 ± 0,24*** 0,09 ± 0,002** 250,8

M8 4-OCH3 20,13 ± 0,22*** 0,10 ± 0,001* 201,3

M9 4-Cl 20,08 ± 0,64*** 0,08 ± 0,004* 251

M10 3,4-Cl2 21,32 ± 1,16*** 0,07 ± 0,003*** 304,6

M12 N

N.4

83,15 ± 1,62* 0,63 ± 0,004*** 132

M13 O.

O.4

3

74,08 ± 2,06* 0,48 ± 0,02*** 154,3

M14 4-NH2 91,67 ± 1,78* 0,70 ± 0,04*** 131

Celecoxibe - 14,99 ± 1,23 0,06 ± 0,003 249,8

CI50a = corresponde à concentração requerida do composto para produzir 50% de inibição da

COX-1 ou da COX-2 através de três determinações, sendo o desvio da média inferior a 10%, em

todos os casos.ISc (Índice de Seletividade) = CI50 COX-1 / CI50 COX-2. p<0,001(***),

p<0,001(**), p<0,05(*)quando comparado ao celecoxibe.

Todos os derivados da série M apresentaram maior atividade

inibitória para a COX-2, do que para a COX-1. Comparando-se os índices de

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seletividade (IS) obtidos, verifica-se que os derivados M7, M9 e M10 foram

ainda mais seletivos do que o fármaco padrão. Destaque para M10, com um

IS de 304,6, enquanto o fármaco referência obteve, no mesmo ensaio, o IS de

249,8. Outros derivados também se destacam com índices de seletividade à

COX-2 bastante próximos ao do fármaco de referência, como o composto

M1, com IS igual a 248,8.

Importante destacar os resultados obtivos para os compostos M12,

M13, M14, apresentando resultados de CI50 respectivamente de: 83,15, 74,08,

91,67, mostrando uma baixa seletividade, promissores também , devido sua

elevada segurança gastrointestinal .Estudos mostram que os AINES mais

promissores, são aqueles que conseguem combinar a atividade

antineoplásica, com aumento da segurança gastrintestinal (Brzozowski et.

Al., 2017).

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Para a série F, obteve-se os resultados apresentados na tabela 10.

Tabela 10. Ensaio de inibição enzimática in vitro COX-1/COX-2 para as

chalconas da série F

O

O

R

Composto R CI50 COX-1

(μM)∞

CI50 COX-2

(μM)∞

IS#

F1 2-OH,4-CH3 17,80 ± 1,12** 0,09 ± 0,002*** 197,8

F2 3,4-(OCH3)2 16,9 ± 1,20 0,18 ± 0,002 93,9

F3 -H 18,9 ± 0,44*** 0,11 ± 0,002 171,8

F4 N O.4

17,30 ± 1,08* 0,14 ± 0,006 123,6

F7 4-CH3 18,07 ± 0,12** 0,09 ± 0,001 200,8

F8 4-OCH3 17,60 ± 0,21** 0,12 ± 0,004 146,7

F9 4-Cl 16,10 ± 0,82 0,08 ± 0,004 201,3

F10 3,4-Cl2 20,60 ± 0,23*** 0,08 ± 0,002 257,5

Celecoxibe - 14,99 ± 1,23 0,06 ± 0,003 249,8

∞CI50 = corresponde à concentração requerida do composto para produzir 50% de inibição da

COX-1 ou da COX-2 através de três determinações, sendo o desvio da média inferior a 10%, em

todos os casos.#IS (Índice de Seletividade) = CI50 COX-1 / CI50 COX-2 . p<0,001(***),

p<0,001(**), p<0,05(*) quando comparado ao celecoxibe.

Os resultados obtidos na Tabela 10, referentes à série F,

corroboram aqueles já apresentados na tabela anterior, com relação à série M.

Todos os compostos apresentaram também maior atividade inibitória para a

COX-2, do que para a COX-1. Os IS apresentados são bastante significativos,

com destaque para o composto F10, com IS = 257,5, sendo ainda mais

seletivo que o fármaco de referência avaliado no mesmo ensaio.

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5.7Avaliação da atividade do docking molecular da isoenzima COX-2:

Optou-se por melhor investigar os resultados obtidos na inibição

da COX-2, através da avaliação das energias de acoplamento ou ancoragem,

mais conhecidas pelo jargão técnico docking molecular, bem como da

interação dos ligantes (compostos sintetizados) com os aminoácidos

presentes no sítio de ligação da enzima. Utilizando a plataforma Glide, foi

possível a realização de sucessivos acoplamentos na COX-2, obtida através

do Proteín Data Bank (PDB-1CX2). Seu sítio ativo encontra-se na cadeia A,

complexado com inibidor seletivo Celecoxibe, sendo este utilizado para

delimitação espacial na realização do acoplamento molecular. Os níveis de

inibição demonstrados pelos compostos, acima ou muito próximos daqueles

aferidos pelo fármaco de referência, justificam a decisão de melhor avaliar as

interações “proteína – ligante”.

É possível observar para a ancoragem entre COX-2 e o composto

F10, a presença de um bolsão hidrofóbico caracterizado pela presenta dos

aminoácidos VAL523, MET522, GLY 526 e ALA527, e interações por pontes de

hidrogênio observadas nos aminoácidos ARG120 e TYR355. A carbonila é

atraída por interação dipolar pelo aminoácido SER530 (figura 25).

Figura 25. Ilustração do interação do sítio ativo com inibidor F10.

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É possível observar para a ancoragem da COX-2 e o composto

M10,a presença de um bolsão hidrofóbico caracterizado pela presenta dos

aminoácidos VAL523, MET522, GLY 526, ALA527 e PHE518 . Não há interações

por pontes de hidrogênio pelo aminoácidos dos sítio e partes polarizadas da

cadeia aproximam-se da faixa em azul que circunda o inibidor, interagindo

com os amiácidos SER530e SER353 (figura 26).

Figura. 26. Ilustração do interação do sítio ativo com inibidor M10.

Figura 27. Ilustração da interação do sítio ativo com inibidor F10 em 3D.

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Figura 28. Ilustração da interação do sítio ativo com inibidor M10 em 3D.

Figura 29. Enzima Cyclooxygenase-2 obtida a partir do Proteín Data Bank.

.

As Tabelas 11 e 12 mostram os resultados obtidos, em termos de

energia de acoplamento (energia de docking) para os compostos da série M e

F, respectivamente, além de alguns parâmetros físico-químicos, os quais

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chamamos de “parâmetros derivativos”, calculados no intuído de se obter

alguma racionalização quanto às tendências observadas na atividade

inibitória da COX-2, considerando-se a base molecular dos compostos. O log

de P, que é o coeficiente de partição octanol/água, nos dá uma noção da

permeação dos compostos, em relação à membrana celular. O sigma de

Hammet, é um parâmetro que visa analisar a influência da demanda

eletrônica molecular na atividade biológica em análise.

Tabela 11. Energias de docking molecular, em relação à COX-2, e

parâmetros derivativos para a série M:

Comp. Ea (kcal/mol) Cl50

(uM)* 1/log(Cl50) Log P Sig. Ham. IS*

M10 -10,7893 0,07 -0,86587 4,17 0,6 304,6

M7 -10,4519 0,09 -0,95624 3,34 -0,17 250,8

M4 -10,4372 0,21 -1,4754 2,84 - 182,2

M9 -10,2636 0,08 -0,91165 3,57 0,23 251

M1 -9,90498 0,12 -1,08599 3,25 - 248,8

M3 -9,63718 0,15 -1,21373 2,89 0 214,3

M14 -9,1128 0,7 -6,4557 1,97 -0,66 131

M12 -8,8013 0,63 -4,98357 2,22 - 132

M8 -8,67858 0,1 -1 2,95 -0,27 201,3

M13 -8,49419 0,48 -3,13717 2,78 - 154,3

M2 -8,2327 0,29 -1,86011 2,23 -0,15 176,2 *CI50 = corresponde à concentração requerida do composto para produzir 50% de inibição da

COX-2 através de três determinações, sendo o desvio da média inferior a 10%, em todos os

casos.

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Tabela 12. Energias de docking molecular, em relação à COX-2, e

parâmetros derivativos para a série F:

*CI50 = corresponde à concentração requerida do composto para produzir 50% de inibição da

COX-2 através de três determinações, sendo o desvio da média inferior a 10%, em todos os

casos.

Analisando-se os resultados obtidos para as energias de docking

dos compostos avaliados na série M, verifica-se que os melhores

acoplamentos ocorrem com os compostos M10, M7, M4, M9 .

Estruturalmente, pode-se constatar que os substituintes presentes à estrutura

geral da chalcona, nestes compostos são, respectivamente:

O

O

R

M10 3,4-Cl2 Cloro possibilidade interações hidrofóbicas

M7 4-CH3 Interações de VanderWaals

M4 N O.4

Composto aceptor de ligações de hidrogênio

M9 4-Cl Cloro possibilidade interações hidrofóbicas

Comp. Ea

(kcal/mol) Cl50 (uM)* 1/log(Cl50) Log P Sig. Ham. IS*

F10 -10,5397 0,08 -0,91165 3,86 0,6 257,5

F9 -10,13 0,08 -0,91165 3,26 0,23 201,3

F7 -10,0946 0,09 -0,95624 2,94 0 200,8

F3 -10,0144 0,11 -1,04318 2,57 - 171,8

F1 -9,88795 0,09 -0,95624 3,03 - 197,8

F8 -8,51858 0,12 -1,08599 2,63 -0,27 146,7

F4 -8,30415 0,12 -1,08599 3,04 - 123,6

F2 -8,02731 0,18 -1,34277 2,23 -0,15 93,9

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100

Comparando-se estes resultados com os índices de seletividade obtidos a

COX-2, verifica-se que, dos quatro acoplamentos, dois deles (M9 e M10),

possuem os melhores índices de seletividade da série, o que demonstra a

relação dos resultados in vitro e in silico. Quanto aos parâmetros de

modelagem molecular, dois dos derivados listados acima, estão entre os

compostos que obtém os melhores resultados na inibição da COX-2, M9 e

M10 são os compostos mais hidrofóbicos (logP=3.57 e 4, 17,

respectivamente), demonstrando que a interação hidrofóbica com o receptor

pode ser um fator determinante na inibição de sua ação biológica. Com

relação ao composto M4 e M7, as interações por ligações de hidrogênio foram

importantes para garantir uma boa energia de acoplamento para o composto

M4; e para o composto M7, ocorreram interações de VanderWaals. Contudo,

estas interações não garantiram um resultado tão pronunciado quanto ao

efeito inibitório e ao índice de seletividade à COX-2.

Para a série F, verifica-se que as melhores energias de acoplamento

ficaram com os compostos F10, F9, F7 e F3. A diferença no grau energético

obtido nos acoplamentos destes quatro compostos, ao receptor, considerando

o maior para o menor valor, é de apenas 0,52kcal/mol, e , novamente,

verifica-se a presença, entre os compostos com as melhores energias de

docking, os derivados F9 e F10, com substituintes 4-Cl e 3,4-Cl2,

respectivamente, também os mais hidrofóbicos da série e novamente

possuidores dos melhores índices de seletividade à COX-2.

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6 CONCLUSÕES

- Foram sintetizadas duas sérias de chalconas heterocíclicas,

derivadas do furano, com rendimentos satisfatórios, compreendidos na faixa

de 41 a 91%, sendo apenas um dos derivados (F10), com rendimento abaixo

desta faixa (27%);

- Todos os compostos foram purificados e caracterizados por

FTIR, RMN-1H, , RMN-13C, onde comprovou-se as estruturas propostas

neste trabalho;

- Durante caracterização, foi identificado por espectroscopia de

RMN, valores de acoplamento J diferentes do esperado. Os compostos foram

submetidos a análise por LC-MSMS, concluindo-se que, a maioria dos

compostos possui mistura diasteroisomérica, onde o isômero E é

preponderante. Considerando a estabilidade dos compostos em estudo, sob

condições variadas, especialmente temperatura, quando misturas

diasteroisoméricas de composição proporcional praticamente equivalente são

obtidas, atribui-se a conformação E, que é a termodinamicamente mais

estável;

- Os compostos sintetizados submetidos a análises in silico, onde

foram avaliados segundo regras de Lipinski através do site molinspiration,

em que nenhuma análise obteve violações de regra, indicando que os

compostos sintetizados são possíveis candidatos a fármacos;

- Os compostos submetidos à analises in silicopor meio da

ferramenta PREadmet, apresentaram valores acima de 91% de absorção HIA

e bons valores de absorção BHE, correspondentes aos valores dos fármacos

de referência, o que demonstra a boa capacidade de transporte e distribuição

em meio biológico;

- Os compostos avaliados por meio da ferramenta PASSonline,

apresentaram valores condizentes a bons candidatos à fármacos,

principalmente em atividades anti-inflamatória e antinociceptiva.

- Os compostos submetidos à análise preliminar de atividade

antiproliferativa em células de osteossarcoma humano, vários apresentaram

resultados superiores ao fármaco referência (57%), com destaque para o

composto F10 com 88,8% de inibição;

- No ensaio de inibição enzimática in vitro COX-1/COX-2, os

resultados foram significativos, com destaque para o composto F10, com IS

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103

= 257,5, M7, com IS= 250,8 e M10, com IS=304.6, sendo ainda mais

seletivo que o fármaco de referência avaliado no mesmo ensaio;

-Nodocking molecular com a COX-2, em quese observa que a

melhor energia de docking está com os compostos M10, M7, M4, M9, F9 e

F10, mostrando assim a maior facilidade desses compostos em inibir a COX-

2, o que corrobora os demais resultados obtidos nos ensaios in vitro, e

demonstram o melhor índice de seletividade para estes compostos.

Diante destas constatações, pode-se concluir que as chalconas

heterocíclicas derivadas do furano, apresentam um grande potencial de

aplicabilidade biológica, especialmente, considerando o bom desempenho

apresentado na inibição seletiva da COX-2, a atividade antiproliferativa em

células tumorais de osteossarcoma humano e a grande viabilidade estrutural,

no que se refere as possibilidades de obtenção de novos derivados que, por

sua vez, podem apresentar características moleculares condizentes com os

resultados obtidos neste trabalho. Por exemplo, a presença de substituintes

que configurem à estrutura molecular básica, maior hidrofobicidade,

proporcionando assim, interações mais efetivas no sítio alvo da COX-2, o que

possibilitará a obtenção de inibição seletiva ainda mais pronunciada.

Novos estudos ainda devem ser realizados visando ensaios

toxicológicos, avaliando segurança gastrointestinal e renal, a fim de se

estabelecer maior segurança na aplicação destes compostos em meio

biológico, bem como estudos mais pormenorizados envolvendo a

investigação da relação estrutura-atividade, em termos quantitativos.

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