Serviço Nacional de Saúde. Ineficiência e Desperdício · “Nenhum país cobre realmente 100...

56
08-08-2016 Centros de Responsabilidade Integrada: uma (absoluta) necessidade Manuel J Antunes Cirurgia Cardiotorácica CHUC

Transcript of Serviço Nacional de Saúde. Ineficiência e Desperdício · “Nenhum país cobre realmente 100...

08-08-2016

Centros de Responsabilidade Integrada: uma (absoluta) necessidade

Manuel J Antunes Cirurgia Cardiotorácica

CHUC

Serviço Nacional de Saúde. Ineficiência e Desperdício

SNS - Ineficiência e Desperdício

Cortesia: P Pita Barros

Relatório GTRH, 2011

SNS - Ineficiência e Desperdício

SNS - Ineficiência e Desperdício

Cortesia: P Pita Barros

Público, 31/1/2011

SNS - Ineficiência e Desperdício

SNS - Ineficiência e Desperdício

Cortesia: P Pita Barros

SNS - Ineficiência e Desperdício

Cuidados de saúde prestados pelas unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) entre 2007 e 2009

• “Devido a ineficiências nas unidades hospitalares", as perdas para o internamento rondaram os 242 milhões de euros e no caso de ambulatório foram cerca de 503 milhões. Ou seja, em 2008, os desperdícios totais rondaram os 745 milhões de euros.

• No caso do internamento, aquele valor representa 27% do total de cerca de 901 milhões de euros de custos considerados e no caso do ambulatório chegam a 41% do total de cerca de 1.220 milhões.

SNS - Ineficiência e Desperdício

Auditoria TC, 2011

SNS - Ineficiência e Desperdício

“Nenhum país cobre realmente 100 por cento da população, para 100 por cento dos serviços disponíveis e em 100 por cento dos custos, sem listas de espera”.

OMS. Nov/2010

Questões:

Que saúde queremos ter ?

Quanto custa ?

Quem paga ?

SNS - Ineficiência e Desperdício

Estratégias

Combater o desperdício

- Impossível eliminar completamente

- Lento e progressivo

SNS - Ineficiência e Desperdício

Estratégias

Combater o desperdício

Melhorar a produtividade

papel da gestão

SNS - Ineficiência e Desperdício

M. Antunes. A Doença da Saúde, 2000

O Papel dos Directores de Serviço Tudo o que é realmente importante na gestão de

um HOSPITAL ocorre dentro dos SERVIÇOS.

A melhor equipe de gestão hospitalar não

consegue nada sem uma boa colaboração (e

gestão) dos Directores de Serviço

Daí que se quiser melhorar tem que se começar

pelas Direcções de Serviço

SNS - Ineficiência e Desperdício

Lord Ara Darzi, Lisboa 21/6/2016

O Papel dos Directores de Serviço

• Middle Management Leadership

• Cinical Leadership

SNS - Ineficiência e Desperdício

Art. 7º do Decreto Lei 19/88 de 21 de Janeiro, criou os Centros de Responsabilidade, atribuindo a cada um a “necessária autonomia a fim de se conseguir a adequada desconcentração de poderes e correspondente repartição de responsabilidades”.

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

Ideias - Chave

Desconcentrar decisões e repartir responsabilidades

modelos e técnicas empresariais de gestão

eficiência, racionalização de meios e melhoria de qualidade

avaliação permanente do binómio recursos-resultados.

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

Decreto Lei nº 374/99

de 18 de Setembro cria os

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

INTEGRADA

Mesma filosofia

Mais determinação em os promover ?

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

PRESSUPOSTO

A descentralização nestes CR implica um risco potencial.

Os serviços candidatos têm de oferecer garantias prévias de:

responsabilidade

produtividade

qualidade

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

Despacho Ministerial

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

Centro de Cirurgia Cardiotorácica

Coimbra

CRI

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

Custos

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

Contrato-programa

Fixação de Objectivos

Definição de Meios

Produção

Produtividade

Custos Unitários

Indicadores de Qualidade

Meios Humanos

Meios Materiais

Meios Financeiros

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

5.252.176

0

5.000.000

10.000.000

15.000.000

Receitas Custos Totais Diferença

Custos IndirectosCustos Directos

CRI-CCT – Orçamento Económico 2011 (Euros)

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

Evolução do Orçamento Anual

0

2.000.000

4.000.000

6.000.000

8.000.000

10.000.000

12.000.000

14.000.000

16.000.000

18.000.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Proveitos / Custos

Proveitos

Custos

Afectação de desvios positivos

Fundo de coesão institucional

Fundo de reserva do CRI

Sistema de incentivos

Política de Incentivos

D. L. n.º 374/99 de 18 de Setembro

Política de Incentivos

Incentivos

Premiar o bom desempenho é,

simultaneamente desincentivar (castigar)

o mau desempenho.

A sua aplicação é de carácter individual

(prémio) mas pode (deve) ter-se em conta

a performance da equipa.

Pontualidade / Assiduidade – 25%

Competência técnica – 25%

Disponibilidade – 25%

Relações interpessoais – 25%

I. Critérios avaliação de

desempenho individual

Política de Incentivos

Total

Ausência de 10 ou mais dias, sem prejuízo do

disposto no parágrafo B, alínea a) e b)

Elementos com regime de trabalho de estatuto

favorecido, incluindo serviços moderados,

dispensa de turnos, licença de amamentação,

etc.

II. Critérios de exclusão

Política de Incentivos

Parcial

Ausências por maternidade até ao limite contemplado na lei serão penalizadas no equivalente a 120 dias

Situação de doença prolongada, requerendo internamento até 20, dias com penalização até 50%

Ausências ocasionais até 5 dias com uma penalização até 20%. Entre 5–10 dias – penalização até 50%

II. Critérios de exclusão

Política de Incentivos

Política de Incentivos DESVIOS POSITIVOS

500.000,00 600.000,00

PRÉMIOS DE DESEMPENHO

Política de Incentivos

Remunerações Totais

Prémios de Desempenho

18%

82%

Remunerações Totais

Prémios de Desempenho

89%

11%

2000 2004 2008

Remunerações Totais

Prémios de Desempenho

21%

79%

RESULTADOS

Económicos • Crescimento mais lento das despesas vs.

receitas

• Diminuição do nº de ausências ocasionais

em 76%

Política de Incentivos

RESULTADOS

Pessoal de enfermagem •Diminuição drástica dos pedidos de

transferência / saída

•Aumento dos pedidos de transferência /

entrada

Política de Incentivos

RESULTADOS

Doentes

• Satisfação

• Reconhecimento

• Participação no Círculo de Amigos

Política de Incentivos

Problemas

A avaliação do desempenho é difícil

É essencial assegurar a equidade entre os vários grupos profissionais

O incentivo repetido e generalizado tende a transformar-se em “aumento salarial”

Política de Incentivos

N

Mortalidade

N %

Cx Cardíaca 11 064 75 0,68

Cx Coronária 3 752 16 0,43

Cx Cor + Ass 731 6 0,82

Cx Valvular 4 355 21 0,48

Congénitos 1 109 20 1,80

Outros 1 117 12 1,07

Cx Torácica 5 535 14 0,25

Actividade / Resultados 2006-2015

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

Prémios HdF 2006/2007

Prémio Gestão & Economia da Saúde

Muito se escreveu sobre as virtudes e defeitos do modelo de CRIs na administração pública, mas, por si só, o facto de a experiência de Coimbra se ter mantido e consolidado ao longo dos anos, é notável. Nela ressalta o sistema de incentivos implementado pelo Professor Manuel Antunes, verdadeiramente inovador e pioneiro em Portugal e que recolhe os ensinamentos do que melhor se faz internacionalmente, tanto em gestão pública como em gestão privada.

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

Dr Adalberto Campos Fernandes defende

….”manuelantunização” dos serviços

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

5 Mar 2009

Fev 2009

Auditoria do Tribunal de Contas

Auditoria do Tribunal de Contas

Auditoria TC, 2008-2010

Auditoria do Tribunal de Contas

Auditoria TC, 2008-2010

Auditoria do Tribunal de Contas

Auditoria TC, 2008-2010

Auditoria do Tribunal de Contas

Auditoria TC, 2008-2010

Auditoria do Tribunal de Contas

• A delegação de competências do Conselho de Administração no CCT-CRI, que permite contratar e realizar despesas até € 100.000,00, afigura-se limitativo de uma pretensa autonomia, se tivermos em conta os custos diretos (2010 - €7.702.615,00).

Auditoria do Tribunal de Contas

Auditoria TC, 2008-2010

RECOMENDAÇÕES Ao Ministro da Saúde

ii. Mandar avaliar e considerar a disseminação das boas práticas identificadas entre os serviços de cirurgia cardiotorácica. iii. Considerar o reforço da autonomia de gestão do modelo empresarial, concretizando na plenitude os Centros de Responsabilidade Integrada que se justifiquem, em função dos resultados e do rigor de gestão praticados.

Auditoria do Tribunal de Contas

Auditoria TC, 2008-2010

CENTROS DE RESPONSABILIDADE

Penso que fomos tão longe quanto nos deixaram, mas poderíamos ter ido mais longe se nos tivessem deixado!