SEMINÁRIO DE DIRIGENTES HOSPITALARES MODELO DE …...PRINCÍPIOS DO MODELO DE GESTÃO Saúde para...
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SEMINÁRIO DE DIRIGENTES HOSPITALARES
MODELO DE ATENÇÃO E GESTÃO NO HRTN
MÔNICA COSTA
O Modelo de
Desenvolvimento
Institucional Baseado em
Linhas de Cuidado
HOSPITAL RISOLETA TOLENTINO NEVES
CONCEITOS ORIENTADORES DO MODELO INSTITUCIONAL
� Identidade e essência do trabalho em saúde: o cuidar
� O trabalho em saúde é um trabalho vivo, criativo, em ato,
dependente dos saberes e práticas dos diversos profissionais
com diferentes histórias, culturas, formação profissional,
projetos e interesses
� O trabalho em saúde: núcleo da competência técnica relativo a
cada profissão e o núcleo cuidador comum a todos os
trabalhadores da saúde
� A saúde como política social: a busca da equidade
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CONCEITOS ORIENTADORES DO MODELO INSTITUCIONAL
� Existência de vários atores com diferentes interesses e
projetos em disputa e que agem pelo conhecimento, pelo
imaginário, por processos desejantes e por mecanismos
instituídos
TENSÃO CONSTITUTIVA DO TRABALHO EM SAÚDE
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� Modelos de assistência tradicionais: desenvolvem práticas
fragmentadas orientadas pela lógica das profissões, produzem
procedimentos sem resultar num cuidado integral para os usuários
� Modelos de ensino tradicionais: formam profissionais centrados em
campos específicos de saber desenvolvendo competências para
atuação técnica e focal, onde o aluno perde a dimensão global de
sua inserção como sujeito social capaz de atuar no plano político e
institucional para construir modelo de cuidado integral à saúde
� Modelos gerenciais tradicionais: promovem intervenções
administrativas no trabalho em saúde semelhantes aos de outros
setores produtivos segundo a lógica da eficiência, desconhecendo
as especificidades e complexidade do setor
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CONCEITOS ORIENTADORES DO MODELO INSTITUCIONAL
A crise dos modelos tradicionais de assistência, ensino e gestão utilizados evidenciada pela falta de resultados na saúde das populações e dos indivíduos
Gera a necessidade de novos olhares sobre o trabalho em
saúde com entrelaçamento dos valores e experiências que
orientam a abordagem individual e a abordagem coletiva
Orientando o planejamento e gestão de serviços de saúde
inseridos na rede
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CONCEITOS ORIENTADORES DO MODELO INSTITUCIONAL
� O processo de consolidação do SUS: Reforma Sanitária, Constituição Federal de 1988, Lei Orgânica da Saúde de 1990
� Princípios Finalísticos: universalidade, equidade, integralidade e controle social
Princípios Organizativos: hierarquização, regionalização, interdisciplinaridade, intersetorialidade
Sistema de saúde piramidal, hierarquizado com porta de entrada pelos Centros de Saúde, nível intermediário de atenção ambulatorial especializada e nível terciário constituído pelos hospitais
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CONCEITOS ORIENTADORES DO MODELO INSTITUCIONAL
Sistema de saúde é na prática um conjunto de serviços que possuem várias lógicas de funcionamento com múltiplos circuitos e fluxos de pacientes, mais ou menos formalizados, nem sempre racionais, muitas vezes interrompidos e truncados
Existe de fato uma rede móvel, assimétrica e incompleta de serviços de saúde que operam distintas tecnologias de saúde e que são acessados de maneira desigual pelos usuários.
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CONCEITOS ORIENTADORES DO MODELO INSTITUCIONAL
� O trabalho em saúde para defesa da vida individual e coletiva
� A humanização como conceito que provoca mudança das
estruturas, da forma de trabalhar e das pessoas a partir do
reconhecimento do usuário e do trabalhador como sujeitos
� A integralidade do cuidado como a combinação flexível das
tecnologias e serviços de saúde utilizados por acesso universal e
segundo o perfil de necessidades dos usuários
� A democratização das instituições e das relações interpessoais
� A assistência e o ensino em saúde são indissociáveis e
interdependentes tendo o território do cuidado como eixo
orientador único
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PRINCÍPIOS ORIENTADORES DO MODELO INSTITUCIONAL
Um dos novos olhares possUm dos novos olhares possííveis sobre o trabalho em saveis sobre o trabalho em saúúde de éé a a
organizaorganizaçção do sistema, dos servião do sistema, dos serviçços e das equipes a partir da os e das equipes a partir da
llóógica do usugica do usuáário, incorporando suas necessidades e sua razão rio, incorporando suas necessidades e sua razão
como o eixo para ordenar o processo de planejamento e de como o eixo para ordenar o processo de planejamento e de
gestão em sagestão em saúúde de
MODELO DE GESTÃO DO CUIDADO
Desenvolvimento de processos de coordenação dos serviços e das equipes para propiciar a realização do trabalho em saúde a partir
da lógica dos usuários, articulando os saberes e práticas dos vários profissionais para o cuidado integral.
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MODELO INSTITUCIONAL DE LINHAS DE CUIDADO
OOrganização da assistência, do ensino e da gestão em saúde a
partir do compromisso com a integralidade do cuidado
desenvolvendo ações políticas, técnicas e administrativas para a
plena inserção e articulação dos serviços na rede e melhor
organização das unidades superando a atuação fragmentada dos
diversos profissionais e das unidades criando mecanismos que
provoquem o encontro dos diversos núcleos e competências
técnicas específicas em torno dos perfis de necessidades dos
usuários.
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MODELO INSTITUCIONAL DE LINHAS DE CUIDADO
As linhas de cuidado são definidas por grupos de risco, faixa
etária ou perfis nosológicos mais importantes e são compostas
por unidades de cuidado, responsáveis em conjunto pela
construção de projetos terapêuticos multiprofissionais capazes
de organizar os processos de trabalho, fluxos e rotinas intra e
inter equipes assegurando o acesso aos recursos necessários
para o cuidado em articulação com a rede.
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MODELO INSTITUCIONAL DE LINHAS DE CUIDADO
As coordenaAs coordenaçções das linhas de cuidado são os principais ões das linhas de cuidado são os principais
resresponsáveis pela articulação do trabalho dos diversos
profissionais das equipes assistenciais e das linhas de apoio
diagnóstico e apoio técnico-administrativo em torno dos
princípios gerais e específicos ordenadores do modelo
assistencial, desenvolvendo ações de natureza técnica e
gerencial na abrangência do hospital em articulação com a rede.
INOVAÇÕES EM GESTÃO HOSPITALAR
Especificidades da saúdeComplexidade das organizações
hospitalares
O Planejamento como Tecnologia de Gestão
O Hospital como Estação Cuidadora na Rede
A INTEGRALIDADE DO CUIDADO
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� Inaugurado em 1998 como Hospital de Pronto Socorro pertencente a SES/MG e gerenciado pela FHEMIG até maio de 2006 com funcionamento parcial
� Gerido pela UFMG e FUNDEP a partir de 01/06/2006 através da celebração de Convênio com a SES/MG
� MOTIVAÇÕES DA UFMG/FUNDEP PARA A GESTÃO HRTN
� Ampliar o papel social na saúde nas atividades assistenciais e de ensino, principalmente na área de urgência e emergência do trauma e maternidade de risco habitual
� Aperfeiçoar o conhecimento e os modelos de gestão hospitalar
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� Missão: “Desenvolver com eficácia, eficiência e resolutividadea assistência nas situações de urgência e emergênciatraumatológica e não traumatológica e, de forma articulada, as atividades de ensino e pesquisa com excelência técnica e relevância social no âmbito exclusivo do Sistema Único de Saúde.” (Plano Operativo HRTN, 2007)
� Papel atual: unidade de referência para o atendimento de urgência do trauma, dos pacientes com doenças clínicas, neurológicas e vasculares de média e alta complexidade e de parturientes de risco habitual no eixo norte de Belo Horizonte eRegião Metropolitana.
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PRINCÍPIOS DO MODELO DE GESTÃO
� Saúde para defesa da vida individual e coletiva e formação de
profissionais ética e técnicamente comprometidos com o cuidado
integral e resolutivo
� Papel social dos HU (assistência, formação de RH, produção e
avaliação do conhecimento e de tecnologias em saúde)
� Implantação de modelo assistencial a partir das demandas do
SUS e especificidades dos HU
� Regulação pelos gestores do SUS
� Gestão colegiada
� Transparência na gestão e controle social
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CARACTERÍSTICAS DO MODELO DE GESTÃO
� Celebração de Convênio entre UFMG, FUNDEP e a SES/MG com interveniência da FHEMIG em 2006, renovação em 2007 com vigência de 5 anos
� Financiamento por orçamentação negociada anualmente com definição das prioridades na área assistencial, gestãoadministrativo-financeira e com indicadores e metas paraacompanhamento mensal
� Desenvolvimento de modelo de gestão descentralizada e colegiada com poucos níveis hierárquicos
� Contratação de RH por regime celetista e compras e contrataçãode serviços por procedimento análogo a Lei de Licitações8666/93
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CARACTERÍSTICAS DO MODELO ASSISTENCIAL
� Modelo assistencial baseado em Linhas de Cuidado segundoperfis de risco: Clínico, Cirúrgico, Materno-infantil e Intensivo
� Equipe multidisciplinar
� Horizontalização global da assistência no Pronto Socorro, CTI e Enfermarias
� Prontuário eletrônico único por paciente
� Reuniões clínicas
� Utilização de indicadores de processos e resultados
� Participação do processo de planejamento da redeespecialmente na área de urgência/emergência
MODELO DE GESTÃO CENTRADO NO CUIDADO FLUXOGRAMA DO HRTN
uc1 uc2 uc3 uc4
uc7 uc8 uc9 uc10
A
B
E
F G
uc11
Especialidades Cirúrgicas:Cirurgia de UrgênciaOrtopediaVascularPlástica
Fonte: MERHY & CECÍLIO, 2003 – Modificado por COSTA (2008)
C
D Materno Infantil
Cirúrgico
Intensivo
Clínico
Ensino
uc5 uc6
ApoioDiagnóstico
Apoio Técnico e Administrativo
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CARACTERÍSTICAS DO MODELO DE ENSINO
� Opção de não ter residência médica própria mas ser campo de estágio para os residentes do HC e de outros hospitais
� Modelo de ensino definido pelo modelo assistencial – os alunoscirculam nas diversas unidades de cuidado dentro do HRTN seguindo a lógica do modelo de Linhas de Cuidado com horizontalização da assistência
� Inserção dos docentes das unidades acadêmicas nas atividadesassistenciais do HRTN
� Inserção do corpo clínico do HRTN nas atividades docentes dos alunos e médicos residentes
�
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FATORES DE QUALIFICAÇÃO DE ASSISTÊNCIA
� Desenvolvimento das atividades de ensino
� Coordenação do cuidado por dupla de médico e enfermeiro
� Cuidado horizontalizado e prestado por equipe multiprofissional
� Elaboração de protocolos e reuniões clínicas
� Grau de monitorização dos pacientes nas enfermarias de
cuidado especial, Pronto Socorro e AVC
� Qualidade do parque tecnológico para pacientes críticos
� Qualidade do apoio diagnóstico laboratorial
� Prontuário eletrônico, digitalização de imagens (PACS e CR)
� Teleurgência, teleconsultoria com segunda opinião
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FATORES DE QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO ADMINISTRATIVO-
FINANCEIRA
� Código de barras com controle rigoroso de estoque, consumo
real e de rastreabilidade de validade de material e
medicamentos
� Política de avaliação e qualificação de fornecedores
� Comissões técnicas atuantes
� PGRS
� Programa de Capacitação Gerencial
� Controle de ponto eletrônico
� Serviço de Segurança e Medicina de Trabalho
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FATORES DE QUALIFICAÇÃO DO ENSINO
� Inserção plena do HRTN na rede
� Gestão interna colegiada
� Organização do cuidado na lógica do usuário
� Pronto Socorro com classificação de risco
� Cuidado horizontalizado e prestado por equipe multiprofissional
� Elaboração de protocolos e reuniões clínicas
� Parque tecnológico e do apoio diganóstico
� Prontuário eletrônico, digitalização de imagens (PACS e CR)
� Teleurgência, teleconsultoria com segunda opinião
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PERFIL ASSISTENCIAL E IMPORTÂNCIA PARA O SUS
Hospital de atendimento regionalizado para o eixo norte de BH (Distritos
Sanitários Norte, Venda Nova e Pampulha) e da Região Metropolitana,
especialmente para Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Vespasiano
Distribuição dos atendimentos por município de residência, HRTN, janeiro a julho de 2009
59%17%
9%
9% 6%
BELO HORIZONTE
RIBEIRÃO NEVES
SANTA LUZIA
VESPASIANO
Outros
2626zeroMaternidade
55zeroBerçário
31922783Total
66zeroSalas Cirúrgicas
853249Pronto Socorro
352010CTI Adulto
7272zeroClínica Cirúrgica
967224Clínica Médica
Setembro de 2009
Ativação
Jun/06 a Out 07
Maio 2006
Especialidade
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289260Partos
5511849766Exames
14391361Internações
14981432Urgências na Maternidade
19801877Ambulatório de Egressos
93927574Pronto Socorro
532500Cirurgias
Pronto Socorro com classificação de risco
Nov 08-Jun 09 – Média mensalJan-Out 08
Média mensalAtividade Assistencial
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PERFIL ASSISTENCIAL E IMPORTÂNCIA PARA O SUS
Segundo dados da Central de Internação do SUS/BH no 1º semestre de 2009, o HRTN com 319 leitos é:
� O 2º prestador em número total de internações de urgência somente superado pela Santa Casa com 771 leitos;
� O 1º prestador em internações de urgência em Clínica Médica, considerada a principal especialidade de demanda reprimida na CI;
� O 2º prestador em internações de urgência em Ortopedia somente superado pelo SOS que atende apenas casos de menor complexidade. O HRTN além de assistir a pacientes mais complexos é o único hospital que realiza todos os tempos cirúrgicos do trauma ortopédico;
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PERFIL ASSISTENCIAL E IMPORTÂNCIA PARA O SUS
� O 1º prestador juntamente com o HOB em internações de urgência em Cirurgia Vascular atendendo em todos os perfis de vasculopatias, sendo referência para tratamento de pé diabético;
� O 2º prestador em número de diárias de CTI de adulto com 35 leitos somente superado pelo Hospital João XXIII que possui 94 leitos nesta modalidade;
� O primeiro prestador em cirurgias de urgência de trauma de face reparadora, realizando todos os tempos cirúrgicos.
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PERFIL ASSISTENCIAL E IMPORTÂNCIA PARA O SUS
� Indicado pelo MS como um dos hospitais para representar o Estado de MG no projeto de capacitação em Gestão da Clínica no quadro de Hospitais de Excelência a Serviço do SUS
� Indicado pelo MS como Centro de Referência na assistência de pacientes com AVC e na formação de RH para o cuidado hospitalardeste perfil de usuários no Estado de Minas Gerais
� Aprovação de projeto para implantação de Centro de Treinamentode Recursos Humanos do Sistema Único pelo Ministério da Saúde
� Aprovação do projeto de Aperfeiçoamento da Gestão de RH do HRTN pelo MS e OPAS
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DESAFIOS 2009-2010
� Ampliação das estratégias para articulação com a rede do eixo norte de BH e RM com garantia de fluxos de referência e contra-referência
� Desenvolvimento de estratégias para formação, fixação e qualificação dos profissionais e coordenadores no modelo institucional de linhas de cuidado e integração com a rede SUS
� Aperfeiçoamento da gestão da informação com priorização de indicadoresestratégicos
� Otimização da gestão de RH, apoio diagnóstico, materiais e medicamentos
� Aperfeiçoamento do modelo de ensino e pesquisa
� Adequação da área física do Pronto Socorro
� Implantação do Centro de Treinamento de RH do SUS
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REFLEXÓES
� Existe uma vitalidade, uma inquietude, um estado de prontidão no HRTN pela inserção plena na rede e pela gestão colegiada, que tensionam e colocam novas demandas, desafiam os projetos corporativos e as concepções tradicionais: inclusão da maternidade, o atendimento dasvasculopatias não vinculadas ao trauma, a implantação da unidade de AVC, a constituição de uma equipe de suporte da neurocirurgia, a implantação damodalidade de cuidados paliativos.
� A implantação do Protocolo de Manchester consolidou a importância do HRTN no sistema de urgência e coloca em cheque o funcionamento darede.
� O desafio de compatibilizar volume e complexidade de atendimento com o
orçamento.
� Como definir os limites do atendimento???