Saiba+ - Edição Novembro de 2014

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Desde 2006 30 de novembro de 2014 Faculdade de Jornalismo - Puc Campinas Resquícios da história da Bolívia e dos povos que habitam a região antes da colonização: atrativos Pág. 10 “O Guarani vai ter uma casa nova, moderna, e nos padrões que o futebol atual exige.” Pag. 3 Foto: Danilo Chritofoletti Fechamento do Cine Topázio extingue cinemas de arte em Campinas Livros usados ganham espaço no mercado virtual Com o avanço das tecnologias, os sebos passaram a disponibilizar seus acervos em sites para venda de seus produtos e facilitam o acesso a obras no País inteiro. Doação de sangue diminui no fim de ano Bicicletas ainda são pouco usadas em Campinas O principal motivo é a falta de segurança, que desestimula o uso da bike tanto para lazer quanto como forma de transporte. Placas avisam sobre risco de anabolizantes Caravela não tem acessibilidade após reforma O repórter Danilo Cristopholetti foi acompa- nhar praticantes da modalidade, que chegam a pedalar até 150 km ininterruptos. Sérgio Moreira Júnior, vocalista da banda Laranja Oliva e repórter do Saiba +, foi representar o Brasil em uma festival de música na Bolívia e trouxe as curio- sidades e belezas do país, ótimo destino para quem quer conhecer a história dos povos pré-cambrianos e se vislumbrar com paisagens naturais. Música independente brasileira chega à Bolívia Pág. 12 Especial Ciclismo Cicloturismo ajuda a garantir sustentabilidade Pág. 10 Pág. 11 Pág. 7 Pág. 8 Pág. 9 Foto: King Chong Pág. 6 Ricardo Alves na trilha dos 9 km na floresta estadual Edmundo Navarro de Andrade em Rio Claro: ciclistas percorrem Estado, mas, nas cidades, faltam ciclofaixas e ciclovias adequadas

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Page 1: Saiba+ - Edição Novembro de 2014

Desde 2006 30 de novembro de 2014 Faculdade de Jornalismo - Puc Campinas

Resquícios da história da Bolívia e dos povos que habitam a região antes da colonização: atrativos

Pág. 10

“O Guarani vai ter uma casa

nova, moderna, e nos padrões que

o futebol atual exige.”

Pag. 3

Foto: Danilo C

hritofoletti

Fechamento do Cine Topázio extingue cinemas de arte em Campinas

Livros usados ganham espaço no mercado virtual

Com o avanço das tecnologias, os sebos passaram a disponibilizar seus acervos em sites para venda de seus produtos e facilitam o acesso a obras no País inteiro.

Doação de sangue diminui no fim de ano

Bicicletas ainda são pouco usadas em Campinas

O principal motivo é a falta de segurança, que desestimula o uso da bike tanto para lazer quanto como forma de transporte.

Placas avisam sobre risco de anabolizantes

Caravela não tem acessibilidade

após reformaO repórter Danilo Cristopholetti foi acompa-nhar praticantes da modalidade, que chegam a pedalar até 150 km ininterruptos.

Sérgio Moreira Júnior, vocalista da banda Laranja Oliva e repórter do Saiba +, foi representar o Brasil em uma festival de música na Bolívia e trouxe as curio-sidades e belezas do país, ótimo destino para quem quer conhecer a história dos povos pré-cambrianos e se vislumbrar com paisagens naturais.

Música independente brasileira chega à Bolívia

Pág. 12

Especial Ciclismo

Cicloturismo ajuda a garantir sustentabilidade

Pág. 10

Pág. 11

Pág. 7

Pág. 8 Pág. 9

Foto: King C

hong

Pág. 6

Ricardo Alves na trilha dos 9 km na floresta estadual Edmundo Navarro de Andrade em Rio Claro: ciclistas percorrem Estado, mas, nas cidades, faltam ciclofaixas e ciclovias adequadas

Page 2: Saiba+ - Edição Novembro de 2014

Opinião

Karina Daniele

ricarDo Maghati

Vinicius Bognoneeditores

RÁPIDAS

Shoppings de Campinas mudam horário no fim do ano

Com a proximidade do Natal, os principais shoppings de Campinas mudam seus horários de funcionamento. Uma semana antes do Natal, o Shopping Parque das Bandeiras fecha uma hora mais tarde, às 23h, com exceção do do-mingo, 21 de dezembro, em que os clientes têm até às 22h para fazer as compras. Iguatemi e Galleria também tem al-terações nos horários. Tanto o shopping da Vila Brandina quanto o instalado na Rodovia Dom Pedro funcionarão em horários diferenciados a partir do dia 09 de dezembro, abrindo 10h e fechando às 23h, inclusive aos domingos. Na véspera do Natal os horários mudam de novo. No dia 24, as portas estarão abertas das 10h às 18h. O Parque D. Pedro Shopping continuará abrindo às 10h, mas também funcionará uma hora a mais a partir do dia 19. No dia 24 também funciona, mas apenas das 9h às 17h. Na região do Ouro Verde, o Spazio abrirá uma hora antes e fechará uma hora depois do horário normal, a partir do dia 15 de dezembro.

Os professores da PUC-Campinas Carlos Alberto Zanotti, Duílio Fabbri Júnior e Rogério Eduardo Rodrigues Bazi participaram do V Seminário Internacional do CIMJ Me-dia, Democracia e Cidadania na Era Digital, em Lisboa, Portugal. Segundo Bazi, a experiência contribuiu para uma maior visibilidade da Universidade e também au-menta o potencial de pesquisa acadêmica da Instituição. “É importante agora que essa experiência saia do con-gresso e seja compartilhada com público direto, que são os alunos”, diz. Os professores passaram uma semana na capital portuguesa e retornaram ao Brasil no último dia 14. Zanotti apresentou trabalho sobre os novos negócios e a confiabilidade da informação jornalística. Bazi e Fabbri Júnior fizeram uma análise do novo formato do programa Fantástico, da Rede Globo.

CARTA AO LEITOR Essa edição do Saiba + (produzida pelos alunos da turma 43 do período matu-tino da Faculdade de Jorna-lismo da PUC-Campinas) traz os “órfãos” do cinema Topázio. Localizado no Sho-pping Parque Prado, o único cinema que exibia filmes de arte que fugiam ao circuito comercial fechou. Uma al-ternativa para estes “órfãos” seria a revitalização do MIS.

Esta edição também traz uma entrevista com o novo presidente do Guarani, Hor-ley Senna. Ele fala sobre a possibilidade de quitar todas as dívidas do clube com a venda do estádio Brinco de Ouro para a Magnum, em-presa do ramo de relógios, e sobre o novo estádio, que, segundo ele, será uma arena moderna, com capacidade para 25 mil pessoas.

Sérgio Moreira Júnior, vocalista da banda Laranja Oliva e repórter do Saiba +, foi representar o Brasil em uma festival de música na Bolívia e trouxe as curiosida-

Expediente:Jornal laboratório produzido por alunos da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas. Centro de Comu-nicação e Linguagem (CLC): Diretor: Rogério Bazi; Diretora-Adjunta: Cláudia de Cillo; Diretor da Facul-dade: Lindolfo Alexandre de Souza. Tiragem: 2 mil. Impressão: Gráfica e Editora Z

Professor responsável: Fabiano Ormaneze(Mtb 48.375).

Edição e Edição de Capa: Karina Danielle, Ricardo Maggathi e Vinicius Boignone

Diagramação: Marcela Castanho e Vinícius Tavares

Por Igor Calil

CRÔNICA

O incontinente crescimento da louça suja

Bruna goMes

Lavar louça, hoje em dia, virou luxo para pou-cos. A água é rara e a seca tomou conta de alguns es-tados brasileiros. Aqui em casa, é incrível como a lou-ça tem vida própria. É só deixar alguns pratos e ta-lheres descansando na pia, que, depois de um tempo, mais pratos e mais talheres brotam de algum lugar, não se sabe de onde. Tem horas que nem parece que há tan-ta louça quando elas estão no armário. Mas, na pia, parecem encontrar algum fermento que as faz crescer.

Se você mora sozinho, ou não conta com a ajuda de alguém na limpeza de casa, prepare-se para lavar uma pilha de louças que tem vida própria. Estudantes têm, em seus apartamentos e kitnets, ambientes favorá-veis para a reprodução des-sa espécie. Como animais perigosos e assustadores, mostram seus dentes e suas garras e espantam os jovens estudiosos. Mas já dizia a minha mãe: a louça não se lava sozinha!

Então, arregaçamos as mangas, vestimos nossas armaduras (vulgo aventais e luvas), criamos coragem e partimos para a batalha. Entre esponjas, detergente e restos de comida, sobra apenas um grande espa-ço na pia, que atrai, com a perfeição da vida, mais louça para ser ensaboa-da, esfregada, enxaguada e guardada.

Hoje em dia, as la-va-louças estão entre os melhores aliados dos pre-

Sinfônica de Campinas divulga temporada 2015

A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas já está com a temporada 2015 planejada. Para o próximo ano estão previstos concertos oficiais, didáticos e populares, a grava-ção e o lançamento de dois CDs, um concurso de jovens solistas, espetáculos especiais e apresentações na Região Metropolitana de Campinas (RMC). A abertura da nova temporada será nos dias 13, 14 e 15 de março.

guiçosos. Pena que ainda sejam caras, principal-mente para um estudante. Além disso, sofremos de outro problema: a falta de espaço. Dá para imaginar uma lava-louças numa kit-net de menos de 30 metros quadrados? Não cabe nem a louça direito! Se entrar a lava-louças, o morador tem que sair. Quem vai colocar as peças na máquina?

E há quem diga que as lava-louças são, também, amigas da economia! A Cantareira agradece, gen-tilmente, o inventor dessa beleza de eletrodoméstico.

Embora esse ato de la-var utensílios domésticos pareça banal, desconfio que podemos tirar grande proveito de sua filosofia, pois lavar louças tem mui-ta semelhança com a vida! E isso não é autoajuda. Se não for feita corretamente, de maneira enérgica e efi-ciente, pode falhar em seu propósito principal. A lou-ça sai suja, pegajosa, sem brilho e toda a água, pre-ciosa, cada vez mais para os paulistas, foi-se pelo ralo.

Me ocorre agora que, em ambos os sentidos, o da vida e o do serviço do-méstico, devemos ser mais profissionais e menos ama-dores. A vida, em geral, e a louça, da cozinha, não devem ficar opacas e sem graça. Devem brilhar e de-vem ser úteis, aproveitadas ao máximo! Para isso, arre-gacemos as mangas, sepa-remos as buchas e o deter-gente.

Mãos à obra!

des e belezas do país, ótimo destino para quem quer co-nhecer a história dos povos pré-cambrianos e se vislum-brar com paisagens naturais.

O jornal também exibe, na editoria de esportes, duas reportagens sobre ciclismo. Em uma, o repórter Danilo foi acompanhar praticantes da modalidade, que chegam a pedalar até 150 km ininter-ruptos. Vale lembrar que o cicloturismo é uma modali-dade que garante a sustenta-bilidade. A segunda matéria, com outro viés, mostra que os campineiros não têm o costume de andar de bici-cleta. O principal motivo é a falta de segurança, que de-sestimula o uso da bike . Os leitores também poderão se inteirar sobre a possibilida-de de adquirir livros usados pela internet. Com o avan-ço das tecnologias, os sebos passaram a disponibilizar seus acervos em sites, embo-ra os custos sejam repassa-dos ao consumidor.

Boa leitura!

30 de novembro de 2014Página 2

LEGENDA PARA ESSA FOTOOOOOO

Docentes da PUC participam de seminário internacional

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Page 3: Saiba+ - Edição Novembro de 2014

Eleito Presidente do Guarani Futebol Clube em outubro

de 2014, Horley Senna busca reerguer o time alviverde de Campinas e trazer de volta o sorriso ao torcedor bugrino. Vice-presidente na gestão de Álvaro Negrão durante os anos de 2012-2013, Sen-na foi eleito presidente liderando a chapa “Mude Já”, única a se candidatar ao cargo em 2014. En-tre desafetos com a anti-ga presidência de Álvaro Negrão, com o qual já houve casos de discus-sões em público, Horley entrou no cargo com a parceria da Magnum, em-presa de relógios que já pagou salários atrasados do time e, agora, oficiali-zou a compra do estádio Brinco de Ouro. O proje-to de venda já foi aprova-do pelos sócios do Bugre e, agora, resta esperar a aprovação da Prefeitura de Campinas. Senna es-pera que, com o dinheiro dessa venda, o Bugre pos-sa quitar suas dívidas que giram em torno de R$ 250 milhões e consiga montar uma equipe de força e voltar a ser o time de elite do futebol e único do in-terior campeão do Cam-peonato Brasileiro.

Como se desenvolveu aprovação da venda do Brinco de Ouro?

Essa iniciativa de ne-gociação do patrimônio surgiu em 2007, ainda sob gestão de outra dire-toria, que tinha o Leonel Martins de Oliveira como presidente. De lá pra cá, houve muita sondagem, especulação, mas jamais chegou ao Clube uma proposta oficial que aten-desse a todas as necessi-dades. Desde que assu-mimos o Guarani, em 11 de outubro deste ano, já tínhamos uma proposta real em mãos, do Grupo Magnum, e que foi apro-vada em Assembleia no último dia 12. O próxi-mo passo cabe ao inves-tidor, ou seja, homologar o projeto na Prefeitura e desenvolver tanto os em-preendimentos da em-presa quanto aqueles que servirão ao Guarani no futuro: um novo Estádio, nova Sede Social e Admi-nistrativa e um Centro de Treinamento e formação

de atletas.Quais serão as priori-

dades para o uso do di-nheiro da venda do está-dio?

O primordial é nego-ciar e quitar as dívidas trabalhistas e dar fôlego de caixa para manter sa-lários em dia visando evi-tar novas ações na Justiça. Num segundo momento, quando o projeto imobili-ário do investidor estiver devidamente aprovado junto ao Poder Público, é definir quais construções

serão priorizadas. Se va-mos começar construin-do o Estádio, a Sede So-cial ou o C.T [Centro de Treinamento]. Mas nos-so foco principal é sanar as dívidas trabalhistas e manter as contas em dia.

Você acha que com essa venda, o Guarani conseguirá quitar todas as suas dívidas atuais?

As ações trabalhistas, certamente. Em termos de dívidas fiscais e tribu-tárias, temos campanhas do Governo Federal que nos permitem tratar com

mais calma, através de leis de incentivo criadas para vários setores. Em linhas gerais, ao término do negócio, o Guarani terá toda sua saúde finan-ceira restabelecida e mais nenhum credor a pagar.

Com a venda do es-tádio, o Guarani ficará sem casa para mandar seus jogos. Há um proje-to de construção de uma nova arena. Como será esse projeto?

O projeto existe e está

contemplado no todo da negociação. Teremos um novo estádio num prazo de dois a três anos, com capacidade para aproxi-madamente 25 mil pes-soas. Caso seja preciso mandar jogos em cidades vizinhas, em estádios alu-gados ou cedidos de algu-ma forma por terceiros, esse não é o maior dos problemas. No futebol atual, investir de forma imediata em Centros de Treinamento e formação de atletas é muito mais interessante do que cons-truir uma Arena a curto

prazo e dispender recur-sos apenas pra isso. Mas posso garantir que ao fi-nal de todo esse proces-so, o Guarani vai ter uma casa nova, moderna, e nos padrões que o futebol atual exige.

Diante da atual situa-ção do clube, você acha que essa venda irá trazer de volta o Guarani que já venceu muitos títulos e se manteve por muito tempo na elite do fute-bol brasileiro?

Esse foi um ponto chave para confiarmos no pro-jeto do Grupo Magnum, que não só tem experti-se em empreendimentos imobiliários, como tam-bém será nosso parceiro no futebol.

Quais são as expectati-vas em relação ao desem-penho do time dentro de campo para as próximas temporadas?

Nossos próximos times serão competitivos e dis-putarão títulos em curto e médio prazo, visto que o

negócio também contem-pla um suporte financeiro mensal exclusivamen-te para contratações de atletas de alto nível, tudo por conta da Magnum. Independente do projeto imobiliário, a empresa vai bancar toda nossa folha salarial com jogadores e Comissão Técnica. Se-remos fortes novamente dentro de campo tam-bém, disso não tenho dú-vida.

Além da venda, quais outros planos a diretoria pretende criar para rees-truturar o Guarani?

Desde que assumimos, foram nomeados dire-tores para dois cargos cruciais que nos trarão receitas extras. Nossos Departamentos Social e de Marketing têm profis-sionais que já nos trou-xeram perspectivas de arrecadação a curtíssimo prazo. Vamos nos calcar nisso: um quadro de as-sociados forte, participa-tivo, e também ações co-merciais e de marketing que já estão sendo execu-tadas. Tanto que já temos patrocinadores fechados para exposição de suas marcas em nossa Camisa para todo ano de 2015 e fizemos uma campanha para captação de novos sócios, que também nos garante renda pratica-mente vitalícia.

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Presidente Horley Senna defende novas campanhas para aumentar arrecadação do clube

Esporte

“Teremos um novo estádio dentro de dois a três anos, com capacidade para aproximadamente 25 mil pessoas.”

Foto: Marcel K

assab

Gustavo Gianola

Para Senna, no atual momento do clube, investir em centros de treinamento e formação de atletas é mais importante que construir arena

Guarani espera quitar dívida milionáriaEsporte

30 de novembro de 2014

Page 4: Saiba+ - Edição Novembro de 2014

Campinas tem, desde o dia 30 de novem-bro, uma nova cate-

goria de “órfãos”: aqueles que ficaram sem o cine Topázio, único endereço da cidade, localizado no Shopping Parque Prado, que exibia os chamados filmes de arte, em geral, filmes europeus e asiáti-cos, que fugiam ao circui-to comercial. O motivo do fechamento, segundo o gerente-geral do cinema, Paulo Celso, seria a baixa frequência de público às quatro salas. Em poucas palavras, ele, no entanto, reconheceu a perda para algumas pessoas: “Alguns clientes fiéis lamentaram o fechamento”.

Nascido em 29 de setem-bro de 1993, no Shopping Jaraguá de Indaiatuba, com apenas uma sala, até o fechamento da filial de Campinas, a rede tinha um total de 13 salas. Ago-ra, serão apenas as nove da cidade vizinha, em que exibidos apenas filmes do circuito comercial. Nas quatro salas de Campinas, sempre se mantinham em cartaz dois filmes do cir-cuito alternativo, que, ra-ramente, estavam sendo exibidos em outras salas da cidade. O cinema tinha também várias parcerias com instituições, como planos de saúde e sindi-catos, para oferecer meia-entrada a públicos que, tradicionalmente, não têm

direito ao benefício, como é o caso de professores da rede particular. Uma vez por mês realizava um ci-ne-fórum, com a exibição de um filme seguida de de-bate com especialistas no assunto retratado na pelí-cula.

Antes de ser confirmado no dia 14 de novembro, o fechamento do cinema mobilizou os frequenta-dores do Topázio. A pu-blicitária Claudia Cereser é uma das frequentadoras indignadas. Ela diz que ia Topázio semanalmente e

acompanhava a progra-mação desde o período em que o cinema se localizava no extinto Shopping Jara-guá, na Avenida Brasil, na região central. “Soube do fechamento, quando, no início de outubro, alguém me disse: ‘você tem até de-zembro para aproveitar!’. Foi então que postei essa informação no grupo do Cine Topázio Shopping Prado no Facebook de que participo. Somente na se-gunda semana de outubro as pessoas começaram a se manifestar”, diz. Cláudia criou, então, uma página na mesma rede social cha-mada “Diga Não ao Fecha-

mento do Cine Topázio Pq. Prado”. Em seguida, criou também um abaixo-assinado virtual. A página no Facebook teve a adesão de 4 mil pessoas e cerca de 2,5 mil assinaram o docu-mento. No dia 16 de no-vembro, no entanto, uma tentativa de mobilização presencial falhou. Cláu-dia tentou organizar um grupo para lotar as salas e reverter o fechamento, mas apenas quatro pesso-as compareçam com essa finalidade ao Topázio.

A pedagoga Célia Min-

gatto também frequenta o cinema desde a inaugura-ção em Campinas em ju-nho de 2003. Para ela, os filmes exibidos por lá pro-porcionavam uma “viagem pelo mundo sem sair do lugar”, além de o cinema oferecer atendimento per-sonalizado. Ela classificou o cinema como um local com “atmosfera inigualá-vel”. De acordo com Célia, “o fechamento será uma perda irreparável, ainda que outra sala de circuito comercial assumisse os fil-mes, a atmosfera não seria a mesma. O amor pela arte dá vida e nos transporta para as paisagens e histó-

Topázio: clientes lamentam fechamentoÚnico cinema de arte de Campinas encerrou atividades no dia 30 de novembro

30 de novembro de 2014Cinema

Mona MorenoGiovane Caruso

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rias de forma muito parti-cular. A população perde a chance de assistir a filmes exclusivos, o que é uma aquisição cultural.”

AlternativaSegundo Ricardo Perei-

ra, colunista do Bom dia Campinas e especialista em cinema, o fechamento do Topázio acabou com uma das poucas salas do que se convencionou a chamar de “filme de arte” ou “cinema alternativo”. Com a extin-ção do Topázio, o único endereço para a projeção

desse tipo de filme na ci-dade será o Museu de Ima-gem e Som (MIS), no Cen-tro. “Chama a atenção que uma cidade como Campi-nas conte com apenas duas salas para esse tipo de cine-ma. Por outro lado, revela a ausência de uma política pública de exibição que se contraponha aos interesses privados de exibição.”

Pereira cita que a sala de cinema que se encontra no MIS que poderia servir de contraponto aos cinemas do shopping, por se loca-lizar no centro, mas carece de investimentos e per-manece abandonada. Ele lembra que é importante o

envolvimento da popula-ção. “Essa é uma cobrança que deve ser feita por nós também em nível munici-pal, ainda mais se tomar-mos como exemplo o que aconteceu recentemente na cidade de São Paulo com a prefeitura tomando a frente na reabertura do Cine Belas Artes.” O cine-ma citado por Pereira é um dos mais antigos da cidade de São Paulo, próximo ao cruzamento das avenidas Consolação e Paulista, duas das mais importan-tes da Capital, e sempre tentou trazer a população uma programação que vai na contramão à do circuito comercial. Em 2011, o ci-nema foi fechado pela não renovação de patrocínio, apesar dos protestos da população, mas foi reaber-to em 2014 pela Prefeitu-ra paulistana junto com a Caixa Econômica Federal.

A Prefeitura Municipal de Campinas se compro-meteu no processo de loca-lização de um novo espaço para o cinema Topázio, mas não há data para a re-abertura do cinema. Um cronograma para a reaber-tura deve ser estabelecido para a reabertura das salas em uma nova reunião en-tre a diretoria do cinema e o secretário que deve acontecer logo após o fe-chamento do cinema.

De acordo com Paulo Celso, como não há qual-quer previsão para realo-camento das salas para outro espaço e os 12 fun-cionários do cinema foram dispensados no dia 1° de dezembro. Quanto à pro-gramação alternativa, a previsão é aumentar as ses-sões da unidade de Indaia-tuba para 2015. De acordo com o Boulevard Parque Prado Shopping, ainda não há previsões para o que vai abrir no espaço onde fica hoje o cinema.

BibliotecaNo Topázio, há três anos, tinha sido implantada uma biblioteca, que ficava no segundo andar. Todos os exemplares disponíveis haviam sido doados por frequentadores e os fre-quentadores podiam pegar obras emprestadas. Com o fim das atividades, os livros foram doados a ins-tituições e o projeto “Bi-blioteca nos Terminais”, da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Cam-pinas (Emdec).

“Chama a atenção que uma cidade como Campinas conte com apenas duas salas para esse tipo de cinema”

Foto: Giovane Caruso

Cine Topázio tinha quatro salas; duas delas eram dedicadas a filmes europeus e asiáticos desde 1993, quando foi inaugurado no Shopping Jaraguá

Page 5: Saiba+ - Edição Novembro de 2014

Além da vegetação, animais de várias espécies são encontrados com ferimentos

30 de novembro de 2014Ecologia

A Serra do Japi, um dos principais pon-tos de preserva-

ção ambiental do Estado de São Paulo, sofre com a seca e a estiagem prolon-gada, colocando em risco espécies nativas. De acor-do com Bruno Mendes da Rocha, assessor municipal da Defesa Civil de Jundiaí, o órgão atendeu 63 ocor-rências de focos de incên-dio durante o período de estiagem, entre os meses de abril e novembro na mata.

Ele considera o número surpreendente. “No ano passado, durante o mesmo período, o número foi três vezes menor. Neste ano, o nível de precipitação foi baixíssimo, completamen-te atípico com relação aos outros anos e isso só nos gera imensas dificuldades”, acrescenta.

No mês de outubro, os moradores de Jundiaí presenciaram um grande número de focos de in-cêndio na Serra do Japi. O maior deles aconteceu no dia 13, no “Morro da Ba-leia”, com duração de dois dias, encobrindo a cidade pela fumaça, resultado das queimadas, o que gerou al-gumas mudanças na roti-na dos jundiaienses. “Nos dias em que o Morro esta-va queimando, as aulas da faculdade ao lado da Serra foram canceladas por con-

ta da fumaça. Foi o foco que deu mais trabalho para os bombeiros, com certeza”, explica o assessor.

A seca não é o único problema encontrado no período de estiagem. Ela é considerada o fator pri-mordial em diversos casos de incêndios em matas, e, consequentemente, o aparecimento de animais machucados. “Com a fal-ta de água, os animais que vivem perto dos rios e cór-regos, como as capivaras, têm que procurar outros lugares. Nessa busca, mui-tos deles são atropelados, entram em brigas com animais diferentes, e é ai que a gente entra”, diz Roni Puglia, médico veterinário e diretor técnico da Asso-ciação Mata Ciliar, em re-lação ao trabalho da enti-dade no resgate de animais na região de Jundiaí.

Os animais resgatados são de diversas espécies e tamanhos, passando de seriemas com as pernas quebradas, a veados ór-fãos que perderam a mãe em um dos grandes incên-dios na Reserva Biológica da Serra do Japi. Com o desequilíbrio da nature-za, que se encontra mais perceptível a cada ano, o número de atendimentos realizados pela Associa-ção dobrou, passando de 5 a 10 atendimentos por dia, em relação ao restante do ano. “Com o aumen-

to dos animais atendidos, vimos nosso estoque se esvaziando. Não tínhamos mais soro, antibiótico, be-bedouros, alimentos para os bichos e, muito menos, mão de obra”, conta Puglia.

Para alimentar cerca de 80 filhotes de gambás frutos das queimadas, a associação pedia doações de alimentos específicos pois, de acordo com Pu-glia, existem espécies de bichos que não se adaptam tão facilmente a outro tipo de comida. “Depois de muitas pesquisas e testes, conseguimos descobrir o que cada animal preferia comer. Não é tão simples quanto parece. Para os fi-lhotes de gambás, dáva-mos iogurte na seringa. Muita gente doou e fez questão de vir ajudar a ali-mentá-los.”

Dezenas de caixas de ovos, mamadeiras, latas de leite em pó, seringas, antibióticos e outros mui-tos itens foram doados por pessoas em pouquíssimo tempo para que a reserva da associação fosse refeita o mais rápido possível. Ca-mila Hernandez, estudan-te de biologia, conta que, quando soube da necessi-dade pela qual passava a entidade, não pensou duas vezes. “Assim que sou-be que os bichos estavam precisando de qualquer tipo de ajuda, passei no supermercado e comprei

legumes, verduras e frutas para poder ajudá-los.”

Mesmo com as chuvas que se aproximam, os ani-mais ainda correm peri-go. A seca é um fator, mas não é o único ocasionador de queimadas em matas e florestas de toda a região. Limpezas de terrenos uti-lizando fogo, “bitucas” de cigarro acesas jogadas em coberturas vegetais são fa-tores indiretamente liga-dos à seca.

Para que não se tornem

Destruição de matas não é única consequência das queimadas

focos de incêndio na re-gião da Serra do Japi, com parceria do Aeroclube de Jundiaí que sobrevoa a região, uma câmera foi instalada para identificar focos de incêndio e moni-torar balões que se apro-ximam do local. Segundo o comandante da Guarda Municipal de Jundiaí, José Roberto Ferras, a câmera possui até cinco quilôme-tros de capacidade de foco e pode ajudar, e muito, no controle de acidentes.

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Bárbara Pianca

Fotos: Bárbara Pianca

Diretor técnico da associação Mata Ciliar e Médico Veteriário, Roni Puglia

Page 6: Saiba+ - Edição Novembro de 2014

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Mulheres são 80% em cooperativasReciclagem de materiais recebe apoio da Prefeitura e da Unicamp; trabalho atrai ex-domésticas

Falante e com o sorri-so sempre no rosto, Maria Cecília Mendes

Correia dos Santos vive e trabalha na cooperativa de Reciclagem Bom Sucesso, no Conjunto Habitacional Vila Réggio, em Campinas, há 13 anos. Ela, assim como muitas outras mulheres, ganham seu sustento por meio da reciclagem. Segun-do Ercindo Mariano Junior, coordenador da Economia Solidária, da Prefeitura, a cada dez pessoas que tra-balham em uma cooperati-va, oito são mulheres. Elas são responsáveis por fazer a triagem, separação e pesa-gem de todo o material en-tregue às cooperativas pela Prefeitura, a partir da coleta seletiva.

Aprovada em primeira instância pela Câmara, a regulamentação do projeto Economia Solidária na cida-de dá mais um passo na for-malização do trabalho dos catadores. Isso representa um novo marco legal para a Economia Solidária, uma vez que a determinação ju-rídica ajudará no fomento e ações mais concretas sobre o programa. Ercindo Maria-no Junior conta que ficará mais fácil de se concretizar

as compras públicas e facili-tará as parcerias com o po-der público. “Isso mudará a vida de muitos cooperados e pessoas que venha a entrar no Programa de Economia Solidária”, relata.

A Economia Solidá-ria surgiu na década de 70 com a intenção de conso-lidar pessoas que trabalha-vam sem carteira assinada. Atualmente, existem na cidade 13 cooperativas e uma associação. Uma delas é contratada pela prefei-tura, o restante, indepen-dente. “Ninguém sustenta essas cooperativas. Elas se mantêm. A renda é mui-to sazonal, não existe uma previsibilidade”, conta Edu-ardo Djanikian, economista e membro da Incubadora Tecnológica de Cooperati-vas Populares da Unicamp (ITCP). O ITCP oferece suporte técnico, jurídico e pedagógico para as coope-rativas de Campinas.

A Cooperativa Bom Su-cesso, onde Maria Cecília é também presidente, é incu-bada pelo ITCP. Lá, há 14 trabalhadores, sendo ape-nas dois homens. De acor-do com Djanikian, as coo-perativas tentam fomentar a própria organização, o que permite que as mulheres se-

jam mais independentes, não tendo que se “sujeitar a certas regras”. “Elas se sentem mais tranquilas, por exemplo. Se ela precisa levar o filho à es-cola, não precisa se preocu-par, porque não têm ponto para bater. Elas fazem o ho-rário delas”, conta. Além dis-so, ele relata que, em algumas cooperativas, cada um faz o seu trabalho e um recebe por aquilo que faz, podendo ganhar mais do que ao tra-balhar como doméstica. O salário de cada funcionário é atribuído com o valor recebi-

do durante todo o mês de material reciclado dividi-do pelas horas trabalha-das. Em algumas coopera-tivas, não há a presença de homens trabalhando.

Em geral, o perfil das mulheres que trabalham nas cooperativas é de ne-gra, entre 30 e 60 anos, que vieram do trabalho do-méstico. Marinez Apare-cida Amadeu trabalha há sete anos na cooperativa e, apesar das dificuldades, diz que ama o trabalho. “Quando eu entrei aqui,

Rod. José Roberto Magalhães Teixeira, a 2 km da Rod. Dom Pedro I

30 de novembro de 2014

Karina Danielle

A catadora Neusa Custodio faz triagem do papel que chega a cooperativa, no Conjunto Habitacional Vila Réggio

Foto: Karina D

anielle

Cidades

estava com depressão. Eu amo o meu trabalho, não faria outra coisa”, diz.

ProgramaA Economia Solidária funcio-na como um Programa Mu-nicipal, que fomenta empre-endimentos com formação, investimento em equipamen-tos e máquinas, acompa-nhamento técnico. Segundo Mariano Junior, as pessoas procuram o departamento de Trabalho e Renda, e fazem o cadastro para participarem das feiras solidárias.

Acessibilidade

Desde que foi inaugura-da no dia 28 de setembro desse ano, a réplica da Nau Anunciação na Lagoa do Taquaral não possui ne-nhum recurso de acessi-bilidade para pessoas com deficiência, sejam rampas, elevadores, materiais de audiodescrição, intérpre-tes na Língua Brasileira de Sinais (Libras) ou placas e informativos em braile. A obra custou R$ 960 mil aos cofres públicos e levou 1 ano e 3 meses para ficar pronta. A restauração da embarcação foi feita pela Secretaria de Serviços Pú-blicos da Prefeitura Mu-nicipal de Campinas, com projetos do arquiteto Nel-son Machado e do designer de obras, Valter Cominato.

Segundo Machado, a pre-ocupação inicial do pro-jeto era restaurar a nau e entregá-la o mais rápido possível. O segundo passo é construir uma cobertura

para o monumento de até 40 metros de altura que consiga proteger a caravela do sol e da chuva. Poste-riormente será implanta-do um elevador que dará acesso ao convés principal, porém não é possível pro-mover esse acesso no inte-rior da nau, já que o acesso é feito por meio de escadas típicas dos marinheiros do

século XVI. A caravela é uma replica da

embarcação Assunção que trouxe Pedro Álvares Cabral às terras brasileiras em 1500 - e se as escadas fossem re-tiradas, segundo Machado, o caráter alegórico da répli-ca se perderia. O elevador já está em processo de licitação e deve ser implantado ainda até o final deste ano. Depois

da implantação do eleva-dor e da cobertura, está prevista a construção de um museu naval próximo a caravela, com acervos de fotos e dados sobre o tema, além de utensílios que os portugueses carre-gavam nos navios da épo-ca como cordas, ancoras, tonéis, baús e pratos. Ma-chado garante que o pro-

Restaurada, caravela não tem acessibilidadeElevador de acesso para pessoas com deficiência está em processo de licitação, segundo Prefeitura

jeto do museu contará com materiais em braile e com intérpretes de Libras.

A norma regulatória NBR 9050 da Associação Brasileira de Normas Téc-nicas (ABNT) estabelece parâmetros para constru-ção de edifícios e dispo-sitivos acessíveis e define que acessibilidade é “pos-sibilidade e condição de alcance, percepção e enten-dimento para a utilização com segurança e autono-mia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos.” A se-cretária da pasta da Pessoa com Deficiencia em Cam-pinas, Emmanuelle Alcki-min Leão informou que a entidade utiliza essa norma regulatória para nortear seus projetos e exigências.

Emmanuelle acredita que o elevador é a opção mais viável para dar acesso à ca-ravela. “Precisamos estar atentos em busca da inclu-são efetiva”, afirma.

Bárbara Garcia Pedroso Foto: Bárbara G

arcia

Faltam também indicativos em braile e piso tátil, que permitiriam o acesso à atração para todas as pessoas

Page 7: Saiba+ - Edição Novembro de 2014

Sebos virtuais encarecem livro usado Mesmo com a facilidade de compra pela internet, custos são repassados ao consumidor

30 de novembro de 2014

Bruna Gomes

Cai número de usuários em bibliotecas públicasEmbora mais leitores tenham se cadastrado nas unidades da cidade, volume de empréstimo de livros diminuiu até 34% desde 2007

Foto: Bruna G

omes

Mona Carolina Moreno

Os sebos de Campinas estão adentrando o mundo virtual. Com

o avanço das tecnologias, os sebos passaram a aderir a um novo serviço: disponi-bilizar seus acervos em sites para venda de seus produ-tos. Para a proprietária do sebo Galpão Livros, Juliana Freitas, atualizar esse tipo de comércio é uma neces-sidade. “Nós trabalhamos em duas vertentes. Apesar da virtualização, mantemos dois acervos: um para os li-vros vendidos na internet e outro exclusivo para a loja física, para que a cultura dos sebos seja mantida”. A loja localizada no distrito de Barão Geraldo, em Cam-pinas, foi aberta em 2000 e, desde então, recebe muitos clientes em busca de livros usados, principalmente estudantes da Universida-de Estadual de Campinas (Unicamp) e da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campi-nas), localizadas próximas à loja.

Um dos sites mais co-

nhecidos e há mais tempo no mercado é a Estante Vir-tual, criado em 2005 com a intenção de reunir em um só lugar os sebos de todo o país. Na cidade, grande parte dos sebos já aderiu ao e-commerce e, apesar do aumento significativo nas vendas após a adesão, seus proprietários dizem não es-tar satisfeitos com o serviço oferecido pelo site. “Acho algumas posturas bem po-sitivas, mas ficamos depen-dentes do serviço, porque

não tem outro site que ofe-reça tudo que eles oferecem. A empresa usa o discurso de parceria com os donos de sebos, mas as medidas com relação aos preços são sempre muito impositivas”, disse Antônio Bueno, pro-prietário do sebo Valise de Cronópio há 21 anos e usu-ário do site Estante Virtual há seis. As reclamações por parte dos donos de sebos sobre as altas taxas cobradas pelo site começaram, pois a grande maioria deles se viu

obrigado a aumentar o va-lor dos produtos. “Tivemos que aumentar o preço dos livros, porque quase 20% do valor ia para a Estan-te Virtual e para o Paypal. Não estava compensando vender um produto com um preço muito baixo.”

Outro site que está co-meçando a ser reconhe-cido por este tipo de ser-viço é o Livronauta, no ar desde 2010 e criado por um grupo de donos de se-bos. De acordo com Jorge

Normaton, proprietário do sebo Curupira há 15 anos, o site Livronauta é uma das promessas para um servi-ço mais justo e melhorado, pois, segundo ele, as taxas cobradas pelo site não são abusivas e, desta forma, não é preciso aumentar o preço dos livros vendidos. Quan-do questionados sobre a co-brança de altas taxas e sobre a não disponibilidade de um telefone para atendimento ao cliente, a empresa Estante Virtual disse não ter dispo-nibilidade para responder à entrevista ao Saiba+.

Embora os sebos ainda funcionem como fonte de renda para muitos comer-ciantes, houve uma nítida queda nos lucros desse tipo de livraria. Para Bueno, os preços dos livros aumenta-ram e perderam o charme que antes possuíam. “An-tigamente você ia ao sebo, garimpava e descobria te-souros. Mas hoje, embora as pessoas continuem lendo na internet e coisas em geral, os livros são menos lidos com certeza. Antes o passatempo das pessoas era, principal-mente, a leitura.”

Com o constante cres-cimento da tecnologia e a facilidade de acesso às infor-mações via internet, as prin-cipais bibliotecas públicas de Campinas sentiram uma queda radical no movimen-to, principalmente para pes-quisas escolares. Só para citar um exemplo, em 2007, a Bi-blioteca Pública Ernesto Ma-noel Zink, no Centro, tinha 1.692 usuários cadastrados e registrou 19.012 emprésti-mos de livros, segundo da-dos da Secretaria de Cultura do Estado. Já no ano passado, com 12.534 cadastros, a bi-blioteca realizou 14.250 em-préstimos, ou seja, mesmo com o número de cadastros tendo aumentado mais de dez vezes, os empréstimos diminuíram. O crescimento de cadastro foi de 641%. As retiradas de livros por usu-ários reduziram em aproxi-madamente 34%.

O bibliotecário João Hen-rique Cuelbas afirma que, há cerca de 10 anos, o movi-mento era maior, pois muitos estudantes, principalmente de escolas sem acervo biblio-gráfico, procuravam o local para realizar trabalhos.

Apesar dessa queda, a movimentação nesses locais ainda é significativa. A Bi-blioteca Pública, que fica ao lado da Prefeitura, recebe, por ano, cerca de 2 mil pes-soas, de acordo com Cuelbas. Já a Biblioteca Pública “Gui-lherme de Almeida”, localiza-

da no Distrito de Sousas, tem atualmente 2.637 usuários cadastrados, segundo Adria-no Bueno, bibliotecário do local. “Mantemos o cadastro em constante atualização, recadastrando usuários mais antigos e descartando ca-dastros não ativos. No total,

temos entre 10 mil a 12 mil usuários cadastrados para empréstimo de livros”, diz.

A fim de evitar a preca-riedade que pode ser encon-trada em muitas bibliotecas do país, como falta de fun-cionários e prédios com es-truturas inadequadas, há em Campinas um esforço para manter um acervo atuali-zado de acordo com o inte-resse do público alvo. “Todo ano encaminhamos listas para compras de materiais que julgamos necessários ao acervo. Alguns anos con-seguimos e em outros, não. Além de compra com recur-sos municipais, recebemos doações para compra e até acervos via projetos com os governos estadual e federal”, conta Cuelbas.

As doações de livros para o acervo são quase diárias, mas nem todos chegam em boas condições de uso. “Ge-ralmente, tem pouco apro-veitamento, mas há aqueles doadores frequentes, que são também usuários da bibliote-ca. Eles compram livros no-vos e assinam revistas, leem e depois doam, mas essa si-tuação acontece em menor escala”, explica Cuelbas.

Outro problema enfren-tado pelas bibliotecas é o chamado “empréstimo per-manente”, exemplares que depois de emprestados não retornam mais. Por isso, os acervos procuram sempre repor os livros que foram perdidos ou aqueles que esti-verem em pior estado, a fim de fidelizar o seu usuário, permitindo que sempre haja títulos disponíveis para con-sulta.

O maior desafio das bi-bliotecas é voltar a ser refe-rência para consultas de aca-dêmicas e para o lazer. No Distrito de Sousas, que tem 20 mil habitantes, cerca de 20 pessoas entram na biblioteca “Guilherme de Almeida” por dia, o que representa 0,1% da população do local. Na Ernesto Zink, o número de visitantes chega até a 350 por dia. Para o Cuelbas, as novas tecnologias contribuem para esse número pequeno de vi-sitantes em uma cidade com mais de 1 milhão de habitan-tes. “Com o advento e massi-ficação do acesso à internet, o público migrou das má-quinas de xerox das bibliote-cas para as “Wikipedias” da vida”, conta.

Biblioteca Municipal, no Centro, recebe cerca de 2 mil pessoas por ano

Antonio Bueno, proprietário há 21 anos do sebo Valise de Cronópio, localizado no distrito de Barão Geraldo

Literatura

Foto: Mona C

arolina Moreno

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Faltam também indicativos em braile e piso tátil, que permitiriam o acesso à atração para todas as pessoas

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Lei obriga alerta contra anabolizantesSaúde

Marília Gabriela Simão

Academias de ginás-tica e quaisquer ou-tros comércios de

Campinas ligados ao espor-te serão obrigados, desde de 21 de novembro, a fixar em seus estabelecimentos car-tazes que divulguem infor-mações dos riscos e danos que o uso de anabolizantes pode acarretar. Neles, deve-rá estar inserida a frase: “O uso de anabolizantes causa danos à saúde e dependên-cia química”.

A determinação foi di-vulgada no Diário Oficial do Município, lançado pela Prefeitura de Campinas em 21 de outubro por meio do decreto nº 18.523, que regu-lamenta uma lei que já está vigor desde 2010. A partir dessa data, os locais têm 30 dias para viabilizar em seus estabelecimentos os avisos, com a intenção de chamar atenção dos frequentado-res.

As placas informativas, de acordo com a lei, devem possuir, no mínimo, 15cm de largura por 22cm de al-tura, com fundo branco e letras na cor preta e Arial Black tamanho 32, poden-do ser confeccionado em adesivo. Além disso, devem ser fixadas em locais visí-veis. Uma brecha, no entan-to, que é possível verificar na lei é o fato de não haver determinação de quantas dessas placas devem ser instaladas nas academias, uma vez que esses estabele-cimentos podem ter tama-nhos muito diferentes.

Segundo a Fundação de Proteção e Defesa do Con-sumidor (Procon) de Cam-pinas, todos os locais rece-berão uma notificação da obrigatoriedade que deverá ser cumprida no prazo de 10 dias. Aqueles que não cumprirem com a respon-sabilidade no prazo deter-minado, estarão sujeitos a pagar uma multa no valor de R$ 525,54. A reincidên-cia da notificação levará a multa a ser dobrada. A mes-ma lei já existe em cidades no Paraná e no Distrito Fe-deral, onde estão em vigor desde 2013.

A fiscalização será rea-lizada de forma periódica pelo Procon, seguindo uma agenda de datas e locais es-tabelecidas por ele. O órgão ainda orienta que os consu-midores que notarem o não cumprimento da lei por parte dos estabelecimen-

30 de novembro de 2014

Informações devem ser sinalizadas em cartazes nas academias; descumprimento gera multa

”O uso de anabolizantes causa danos à saúde e dependência química”, diz o aviso que deve ser colocado em todas as academias de Campinas

Foto:Marília Gabriela Simão

tos, devem denunciar pelo telefone 151 ou pelo site do órgão para que os fiscais fa-çam a fiscalização devida.

O educador físico Gabriel de Almeida Sambo traba-lha como instrutor na aca-demia Tribos do Corpo, na Chácara Primavera, que já está de acordo com a lei. Ele afirma que essa obrigatorie-dade surge como uma for-ma de ressaltar o trabalho que os educadores físicos já realizam nas academias. “O nosso papel é orientar as pessoas dos malefícios que

esse tipo de droga pode tra-zer. Como todo profissional dessa área, nosso objetivo é zelar pela saúde”, explica. “Não há normas nas aca-demias que nos obriguem a cumprir esse papel. Na realidade, nós apenas se-guimos o princípio de ética dos educadores físicos que é criar a conscientização”, acrescenta.

CrescimentoUm estudo realizado em 2013 pelo Centro Brasi-leiro de Informações so-bre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo (Uni-fesp) mostrou que, somente nos últimos seis anos, o uso de anabolizantes cresceu

aproximadamente 75% no Brasil. Para a nutricionista funcional Ana Paula Ric-ciarelli, esse aumento está ligado ao estereótipo de be-leza presente na sociedade. “O ideal do ‘corpo perfeito’, impulsionado pelas redes sociais, cria nos adolescen-tes uma preocupação com o físico que pode seguir dois caminhos: ou ele bus-ca um profissional para ter acompanhamento a fim de conseguir alcançar seus ob-jetivos sem colocar sua vida em risco, ou, em casos mais

graves, ele busca informa-ções na internet, local de acesso fácil e assim faz uso indiscriminado dos anabo-lizantes, podendo colocar em risco a saúde”, explica.

A nutricionista ainda acredita que, apesar de ser uma medida importante, são necessários outros ar-tifícios para que aqueles que usam anabolizantes e aqueles que têm inten-ção de usá-los conheçam o real perigo da droga. “Não acho que apenas o cartaz irá causar grande impac-to nas pessoas; deveriam existir outras abordagens, como campanhas de cons-cientização, por exemplo. E isso também não deveria ser obrigatório somente em

academias”, comenta.A professora Maria Edi-

leine Tizato tem 47 anos e frequenta academia desde os 15. Ela acredita que os informativos possam cho-car uma minoria das pes-soas que praticam muscula-ção e não atingirão aqueles que já fazem uso dos ana-bolizantes. “Eu entendo que esses cartazes espalhados não vão ajudar em muita coisa e talvez não atinjam o objetivo. As informações sempre estiveram disponí-veis, e hoje ainda mais. Não

é um assunto novo. Eles vão funcionar como aquelas fo-tos presentes nos maços de cigarro: espanta quem não é fumante, mas pra quem fuma, não faz a mínima di-ferença”, explica.

Já o estudante Vinicius Mamede, 22, entende que essa pode ser uma maneira eficaz de se chamar atenção. Ele treina musculação há apenas 3 meses e confessa já ter pensado em fazer uso de anabolizantes. “Quando a gente começa a treinar ouve de várias pessoas que os anabolizantes fazem mal, inclusive dos professores. Acredito que essa informa-ção logo ‘de cara’ todos os dias quando estamos trei-nando nos ajuda a fixar a

ideia e pensar em todos os malefícios que pode causar e desistir de usá-los. Pode funcionar com poucos, a princípio, mas com certeza é um começo”, afirma.

Os riscosOs anabolizantes são a se-dutora promessa de ganho rápido de massa muscular. Isso acontece, pois eles con-têm progesterona (hormô-nio feminino) e testostero-na (hormônio masculino). Por causarem alterações hormonais, Ana Paula aler-ta que os efeitos colaterais do mau uso são diferentes para homens e mulheres.

Ela afirma que as compli-cações mais graves para o sexo masculino podem ser impotência, dificuldade ou dor para urinar, infertili-dade, calvície e diminuição dos testículos. Nas mulhe-res pode ocorrer o aumento de pelos faciais, alterações ou ausência de ciclo mens-trual, diminuição dos seios, entre outras. “Para um ado-lescente que está em fase de desenvolvimento, os riscos são ainda maiores, pois o uso em excesso gera com-plicações como maturação óssea precoce, puberdade acelerada, comprometendo assim o desenvolvimen-to natural. Além de todos esses riscos há chance de adquirir hepatite ou até mesmo AIDS, pelo uso das seringas, ao passo que a ori-gem dessa droga pode não ser segura e, ainda, que não tenha passado por fiscaliza-ção”, finaliza.

“Para um adolescente que está em fase de desenvolvimento, os riscos [dos anabolizantes] são ainda maiores”

Page 9: Saiba+ - Edição Novembro de 2014

Doações de sangue já começam a cairPor causa dos feriados e proximidade com as férias, estoque do Hemocentro fica prejudicado

30 de novembro de 2014

Ananda Porto

Nesta época do ano, é comum despertar nas pessoas a impor-

tância e a vontade de ajudar ao próximo. Sendo assim, é no período do Natal e Ano Novo em que acontecem diversas doações materiais, mas é necessário também lembrar-se da saúde. Nessas datas, também acontecem acidentes e pessoas precisam de doações de sangue, porém o hemocentro carece de do-adores.

“Em época de férias, feria-dos prolongados, períodos frios e chuvosos, e também nas festas de final de ano, as pessoas esquecem-se de doar sangue”, afirma a assistente social Mônica Meirelles, da Captação de Doadores do Hemocentro da Unicamp.

Esse déficit é preocupante, uma vez que as doações de sangue ajudam a salvar vi-das. Para Mônica, a doação é importante em qualquer época do ano, porque a ma-nutenção do estoque pode oscilar rapidamente. Para evitar uma queda no esto-que, o Hemocentro trabalha com campanhas de incen-

tivo à doação, sendo a mais recente delas a do dia 25 de novembro, dia do doador de sangue. Os homens podem doar sangue a cada 60 dias e, no máximo, quatro vezes ao ano. As mulheres podem doar a cada 90 dias e, no má-ximo, três vezes ao ano. Esses dados valem para quem tem entre 18 e 59 anos. Quem tem entre 60 e 69, pode doar, independente do sexo, a cada 180 dias, mas apenas duas vezes ao ano.

O registro é que neste ano, as unidades que pertencem ao Hemocentro da Unicamp receberam cerca de 103,2 mil doadores e 76,8 mil bolsas. Esse número vem se man-tendo ao longo dos anos, mas é pouco maior, se consi-derado apenas em relação ao ano passado, em que se regis-traram o número de 73 mil bolsas no mesmo período. Por mês, as unidades obtêm uma marca de 5,7 mil bolsas, valor considerado dentro da meta para não apresentar ne-nhum problema em relação ao estoque.

“Cada paciente precisa de um componente de sangue, o mais utilizado são as pla-

quetas e elas têm a durabilidade de apenas três a cinco dias. Então, aí você percebe a necessidade de ter o estoque sempre em dia, pois hoje você pode es-tar com o estoque bom, mas amanhã pode ser que mude e não esteja mais. Exatamen-te por isso precisamos de do-adores que venham com fre-quência. O ideal não é que o doador doe apenas uma vez na vida, ou uma vez por ano, mas que faça a doação com periodicidade.”

A moradora de Campinas Kalinca Ferreira, de 35 anos, doa sangue desde a ado-lescência. “Comecei a doar quando eu tinha 18 anos, sabendo da importância da doação e de ajudar ao pró-ximo. Nós nunca sabemos o dia de amanhã. Hoje alguém precisa e amanhã pode ser que esse alguém seja você ou algum parente. Tem muita gente precisando de trans-fusão de sangue. Enquanto eu puder, eu vou ajudar. In-centivo meus amigos, pois é um hábito culturalmente inserido na minha criação e infelizmente esquecido por muita gente.”

Saúde

Horário de funcionamento: De segunda a sábado, também nos feriados. Exceto aos domingos, Natal e Ano Novo.

Quem pode doar?-Ter entre 18 e 69 anos. Serão aceitos candidatos à do-ação e sangue com idade de 16 e 17 anos, com o con-sentimento formal e presencial do responsável legal, para cada doação.- Maiores de 60 anos não podem realizar a doação pela primeira vez.-Pesar, no mínimo, 50 kg.-Não estar em jejum, apenas evitar alimentos gordu-rosos e, após o almoço, aguardar três horas.- Estar descansado.- Não fumar até duas horas antes e duas horas depois da doação.- Apresentar documento de identificação e endereço completo.

Quem não pode doar? - Estiver com gripe, resfriado ou infecção acompa-nhado de febre.- For portador de sífilis (cancro), malária (maleita) ou doença de Chagas.- For alcoólatra crônico, ou tenha ingerido bebida al-cóolica nas últimas 12 horas. - Tiver sido exposto a situações de risco para doenças sexualmente transmissíveis- História atual ou pregressa de uso de drogas injetá-veis ilícitas.- Tenha contraído Hepatite após os 11 anos de idade.- Tenha realizado endoscopia há menos de 6 meses.- Estiver grávida, em período de até três meses pós-parto ou se estiver amamentando

Valinhos tem a gasolina mais barata da RMC Combustível

Aumento causa transtorno na rotina do consumidor que tenta se adaptar aos novos preços; valor mais alta está em Indaiatuba

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Durante o mês de no-vembro, consumidores de combustível tiveram uma surpresa. Só na Região Me-tropolitana de Campinas (RMC), o preço da gasolina subiu 3% e do diesel 5%. Na região, o combustível mais barato foi encontrado em Valinhos e o mais caro, em Indaiatuba.

O professor de Economia da PUC-Campinas, Cândi-do Filho, afirma que o preço do combustível varia de local para local a partir da concor-rência e da cultura mercado-lógica do local. Segundo ele, os preços atualmente não refletem os custos da Petro-brás, que, em alguns casos, tem prejuízos. A razão do aumento seria a diminuição desse déficit. “Esse aumento deveria ter acontecido antes. Não aconteceu por conta da inflação”. O professor afirma acreditar que não ocorrerão novos reajustes, mas que isto não depende do gover-no. Se o mercado interna-cional continuar a subir, a Petrobrás deverá repassar o

aumento para o mercado in-terno também.

Mesmo que o consumidor procure alternativas mais econômicas, deve-se ter atenção quanto à qualidade do produto que é coloca-do no automóvel, pois um combustível de má qualida-de pode causar danos ao veí-culo. Segundo Edson Berger, proprietário de um posto, além do mau funcionamen-to, a má qualidade pode cau-sar também perda no rendi-mento, fazendo-o consumir mais combustível, danificar peças internas do motor e bicos injetores, o que pode trazer grandes prejuízos ao proprietário. “É preciso ficar atento quanto à qualidade, ter um posto de confiança, pois o barato pode acabar saindo mais caro”, afirma o empresário.

Ainda assim, o consumi-dor procura economizar. Erika Castanho acredita que o preço sofreu pela mudan-ça na própria economia que está cada vez mais enfra-quecida com déficit maior. Para ela, o governo liberou

aumentos já que não hou-ve mudança na presidência. Erika está gastando menos dinheiro com produtos su-pérfluos e investindo mais em suas necessidades. “Aca-bo sempre refletindo mais antes de sair na região e tam-bém antes de viajar. Planejo as viagens em grupo para di-vidir o custo com gasolina”. Além disso, ela ainda optou pela troca por um veículo

mais econômico, mas mes-mo ainda se recusa a usar transporte público.

O ministro da fazenda Guido Mantega afirmou para o portal de notícias da Globo, o G1, que o preço ainda tende a subir mais. “Essa é uma decisão da Pe-trobras. Embora o preço da gasolina no Brasil esteja maior agora do que nos Es-tados Unidos, isso não quer

dizer que a empresa vai dei-xar de fazer algum aumento. Havia defasagem. Agora não há defasagem. Agora [um eventual aumento] é em be-nefício da Petrobras. O pre-ço da gasolina está mais alto. Então, a Petrobras está ga-nhando com isso. Mas isso não significa que não haverá aumento. Isso é uma decisão da empresa”, declarou ele a jornalistas.

Cliente abastece carro em posto de Valinhos, onde o preço da gasolina ainda está abaixo de R$ 2,90

Raíssa Bazzo

Foto: Raíssa B

azzo

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Cicloturismo garante sustentabilidadeLazer

Danilo Christofolletti

O vento corta o rosto. O som é transitório,

muda com o passar dos quilômetros. Por vezes é o canto dos pássaros ou en-tão das cigarras. Em outra oportunidade é o barulho das suspensões de carros e caminhões, ao longo de uma estrada que parece não ter fim. Tudo desaparece no cérebro. Só importa levar uma perna frente à outra, esperando a próxima para-da. Quando a parada final-mente chega, a cabeça pode se expandir e aproveitar as novidades do novo local. Esse é o cicloturismo.

O interior de São Paulo possui vários grupos pra-ticantes dessa forma de tu-rismo. Em Rio Claro (a 100 quilômetros de Campinas), existem três grupos, que, por sua vez, mantém conta-tos com grupos de Araras, Piracicaba, Limeira e Vali-nhos. Composto por atletas profissionais e praticantes de fim de semana, os grupos pedalam entre 80 e 100 qui-lômetros por dia e cruzam o Estado em apenas dois dias. No caso de atletas pro-fissionais, pedala-se até 150 quilômetros ininterruptos, a que se segue uma hora de descanso antes de retornar às pedaladas. Alguns inte-grantes saem domingo de manhã e retornam ao anoi-tecer. Nesses casos, são cer-ca de 80 quilômetros entre uma parada de uma hora e outra.

Alguns praticantes pas-sam o final de semana in-teiro fora, saem na sexta e retornam apenas no do-mingo. É o caso de Ricardo Alves, de 44 anos, personal trainer em uma academia de Rio Claro e triatleta. Ele

costuma aventurar-se pelo País de bicicleta, partindo na sexta após o trabalho e retornando no domingo à noite. Dessa maneira, já saiu de Rio Claro para co-nhecer Campos de Jordão, no Vale do Paraíba, Grama-do (RS), Canela (RS), Ouro Preto (MG), Pirassununga e várias outras cidades do interior paulista. “Andar de bicicleta é uma atividade maravilhosa. Usá-la para conhecer o mundo, en-tão, nem se fala. Gasto de R$ 300 a 400 apenas, pois levo barraca e acampo pelo caminho. Não gasto com combustível e hospedagem e não poluo o meio am-biente.”

Outro praticante, Alex Husni, de 45 anos, empre-sário, gosta de viajar para Minas Gerais. Partindo de bicicleta, já conheceu Ouro Preto, Belo Horizonte, Monte Verde, Planura e ou-tras cidades. “Antigamente, eu era atleta profissional. Meus patrocinadores me pagavam para participar de disputas e eu gostava de treinar indo para outras ci-dades. Depois que parei e abri meu restaurante, não consegui mais viver sem isso.”

Os trajetos são percorri-dos por caminhos no meio de matas, entre canaviais, estradas não pavimenta-das e, na maioria dos casos quando o atleta vai para ci-dades mais distantes, pelas rodovias. Nesse caso, só se pedala pelo acostamento.

O baixo custo, a expe-riência aventureira e o be-nefício para saúde fizeram com que esses grupos cres-cessem e atraíssem cada vez mais membros. Porém, nem sempre a atividade é compreendida. Alves aca-

bou se separando da mu-lher em decorrência de sua atividade: “Trabalhava a semana inteira e quando chegava o fim de semana, eu me ausentava. Gostaria que ela fosse junto, mas não era muito interessada em esportes. Acabou desgas-tando a relação.”

Para praticar a modali-dade, são necessárias algu-mas precauções para não sofrer contratempos na es-trada como kits de reparo de câmaras de ar, ferramen-tas de ajustes e manutenção de freio, entre outras peças da bicicleta. Tudo isso é le-vado em mochilas, que va-riam entre 10 e 50 quilos, dependendo do nível do praticante e da distância a ser percorrida.

Os diversos grupos es-palhados por varias cida-des do Brasil geralmente marcam eventos, passeios e viagens através de redes sociais, combinando data e horário e apresentando todo o roteiro da viagem.

30 de novembro de 2014

Grupos pedalam entre 80 e 100 quilômetros por dia e cruzam o estado num fim de semanaFotos: Danilo Christofoletti

No começo do ano, em fevereiro, foi publicada uma notícia na imprensa rio-clarense, falando sobre uma pedreira, localizada dentro da Flo-resta Estadual Edmundo Navarro, existente en-tre as cidades de Rio Claro, Araras, Limeira e Cordeirópolis. A notícia trazia a informação de pessoas que morreram afogadas na pedreira. Ao melhor estilo do filme “Stand by Me”, do diretor Rob Reiner, eu, dois primos e um amigo resol-vemos conferir a tal pedreira e, como não havia meio de se chegar de carro, fomos os quatro de bicicleta.

Entramos na floresta em um domingo, às 6 ho-ras da manhã. Perdemos-nos e ficamos rodando de bicicleta até meio-dia, quando já estávamos ficando exaustos. Foi nesse momento que um grupo de cicloturistas de Araras nos encontrou (estávamos em Araras, 20 km de onde saímos). Com a maior boa vontade, saíram de sua rota e nos guiaram de volta. Desde então, me interes-sei e mantive contato com os membros do gru-po, o que me levou a conhecer outros grupos de cicloturismo.

Para fazer essa reportagem, acompanhei dois grupos, um de Araras e outro de Rio Claro, du-rante cinco finais de semana. Em duas oportu-nidades, arrisquei a ir pedalando. Na primeira oportunidade, aguentei um trajeto até Piracica-ba, somando 32 quilômetros e parei por aí. Na segunda tentativa, fiz um tour por dentro das florestas e matas da região, percorrendo cidades como Araras, Ipeúna, Cordeirópolis e Rio Cla-ro. Ao fim, pedalei 50 quilômetros e foi o meu máximo.

Nas outras vezes, acompanhei de carro, pois a distância era muita. O lugar mais longe que acompanhei foi até Colômbia, na divisa com Minas Gerais. O grupo seguiu para o Estado de Minas e eu retornei. Conheci lugares encanta-dores e pessoas muito interessantes. A viagem na bicicleta é revigorante e a sensação de ter o objetivo atingido não tem preço.

Tentativa de vencer desafios Grupo de ciclistas percorre Estado, por meio de estradas e trilhas: turismo sustentável, saúde e bem-estar

Trajetos do grupo de ciclistas chegam a ultrapassar os 300 km e o preço fica em torno de R$ 100 por pessoa

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30 de novembro de 2014

Apesar de ser uma alternativa ao trânsito caótico de

carros, as bicicletas ainda são pouco utilizadas pela população de Campi-nas, tanto para transpor-te quanto para lazer. Em uma cidade com mais de um milhão de habitantes, cerca de 1,2 pessoas cir-culam pela ciclofaixa de lazer do Taquaral/ Nor-te-Sul aos domingos, se-gundo Empresa Munici-pal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), o que representa aproxi-madamente 0,1% da po-pulação. Com uma frota de carros de mais de 500 mil automóveis, a cidade carece de vias alternativas que desafoguem o trânsi-to.

Denis Rodrigues pe-dala desde os 13 anos e participa há mais de seis do grupo Domingueiras Bike, que promove pas-seios pelas trilhas da re-gião. Mesmo experiente e equipado, o lojista não se arrisca a usar a bicicle-ta para ir ao trabalho. “Às vezes eu saio à noite, ou estou carregando muito material. Se tivesse uma ciclovia sinalizada e com segurança, eu usaria”, conta o ciclista.

Além da ciclovia, outro ponto de questionamento por parte dos ciclistas é a ciclofaixa de lazer, que funciona aos domingos entre a Lagoa do Taqua-ral e o viaduto São Pau-lo (Laurão), incluindo o Kartódromo, a Praça Arautos da Paz e a Ave-nida Norte-Sul. “Se ame-açar uma chuva ou qual-quer outra coisa, é motivo para não abrir [a ciclofai-xa]. Além disso, existe um

Bicicletas ainda são pouco utilizadas Falta de segurança e de trechos interligados desestimula o uso tanto para transporte quanto

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nível de segurança baixo. Isso desestimula as pes-soas a frequentarem”, co-menta Denis. “Com todo o dinheiro gasto em dois anos de funcionamento da ciclofaixa, daria para construir uma definitiva.”

O ciclista e bancário Eduardo Gomez concor-da, nesse aspecto, com Rodrigues. “Não acho que a ciclofaixa de lazer funcione bem, porque ela ocupa espaço demais, ocupa o espaço de uma via inteira, ao invés de ter uma faixa permanente”, conta Gomez.

Definindo-se como ci-cloativista, ou seja, atuan-te na reivindicação e nas discussões sobre planos cicloviários para a cida-de, Gomez acompanhou a construção da ciclofaixa de lazer e reforça a afir-

mação de que os custos poderiam ter sido utili-zados de outra maneira. “Daria para ter construí-do a ciclovia”, diz o ban-cário.

Quando questionada sobre o assunto, a Asses-soria de Comunicação da Emdec afirmou que os recursos para a ciclo-faixa de lazer e para as ciclovias são diferentes e passam por diversas ges-tões. “A atual Administra-ção municipal mantém as ciclofaixas de lazer, mas prioriza a implantação de ciclovias, para expansão da bicicleta como meio de transporte. É fato que esses recursos conferiram lazer ao campineiro e fo-mentaram o uso da bici-cleta, opção mais susten-tável de deslocamento”, afirma a assessoria.

Ciclovia

Pista para uso exclusivo de tráfego de bicicletas, onde há uma separação física isolando os ciclistas dos de-mais veículos. A separação pode ser através de mure-ta, meio fio, grade, blocos de concreto ou outro tipo de isolamento fixo. Possui sinalização vertical e ho-rizontal, como placas e pintura de solo. Pode estar situada na calçada, no canteiro central ou na própria pista por onde circula o tráfego geral.

Ciclofaixa

Locais em que há apenas uma faixa pintada no chão, sem separação física de qualquer tipo (inclusive co-nes ou cavaletes). Utiliza a estrutura viária existente e normalmente situa-se nas bordas da pista por onde circula o tráfego geral.

Ciclofaixa de Lazer

Faixas de tráfego situadas no canteiro central ou à es-querda da via onde é permitida a circulação de ciclistas em determinado dia da semana (normalmente aos do-mingos), que possui sinalização vertical e horizontal. São totalmente separadas do tráfego geral por objetos como cones e cavaletes.

Entenda

Gomez é um dos ciclis-tas que utilizam a bicicle-ta como meio de trans-porte. “Percorro de 10 a 11 km de segunda a sexta. Eu saio do Extra Aboli-ção, passo pela Princesa D’Oeste, Aquidabã, José Paulino e paro ali perto do Corpo de Bombeiros [do Centro]. Nenhum desses locais tem ciclo-via”, conta o ciclista.

Para ele, quem opta pela bicicleta deve se incorpo-rar ao trânsito e seguir o fluxo como se fosse uma moto ou carro, sem nunca esquecer o equipamento de segurança. “No trân-sito, o ciclista é o menos protegido. Com fechadas e falta de respeito, eu con-vivo todos os dias.”

O Plano Cicloviário pretende instalar até o final desse ano mais 14

quilômetros de ciclovias. Segundo a assessoria da Emdec, os locais de im-plantação estão sendo estudados junto com ci-cloativistas e debatidos com a comunidade. “Vale destacar que o projeto do prefeito Jonas Donizette é estimular que a bicicleta seja utilizada como forma de pequenos deslocamen-tos, no município”, afirma a assessoria.

EstímuloPara os cicloativistas,

a melhora no funciona-mento e a construção de mais ciclovias estimularia o uso por mais pessoas. “Se houvesse um número maior de ciclovias, mais segurança, mais interli-gações entre parques, o número de usuários ia aumentar. Realmente são poucos usuários em com-paração com o número de carros”, diz Rodrigues. “A gente pede a construção das ciclovias nas princi-pais vias, que são locais em que há espaço. Falta vontade política”, finaliza Gomez.

Foto: Jaqueline Zanoveli

Jaquelina Zanoveli

Ciclistas circulam na ciclofaixa de lazer no domingo próximo ao balão da Bela Vista: poucos usuários e trânsito intenso geram críticas

Page 12: Saiba+ - Edição Novembro de 2014

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Já pensou em viajar para a Bolívia?Com custo baixo, país pode ser uma opção de lazer para quem gosta de história e diversidade étnica

São cerca de três horas para chegar a um dos destinos menos pro-

curados pelos brasileiros na América do Sul, mas que pode surpreender já pelo nome oficial: Estado Plurinacional da Bolívia. “Plurinacional” é uma boa palavra para definir toda a cultura espalhada por seus 1.098.581 quilômetros qua-drados. O território nacio-nal é subdividido em nove departamentos, todos com peculiaridades distintas.

Segundo Paola Senseve Tejada, pedagoga, escrito-ra e guia turístico em Santa Cruz de la Sierra, num dos pontos mais importantes da Bolívia, pode-se desfrutar de diversas situações climáticas durante a estada no País. É possível, na mesma época do ano, encontrar frio, ca-lor, muita e pouca umidade. Essa variedade climática se deve muito ao relevo boli-viano “Santa Cruz é muito quente e úmida, estamos ao leste das montanhas, so-mente 400 metros acima do nível do mar e longe dele”, diz Paola.

A Cordilheira dos An-des é o grande divisor cli-mático no país, constituída de uma cadeia dupla. Entre elas, forma-se o Altiplano – um planalto com 3,7 mil metros acima do nível do mar – onde se encontram os grandes centros políticos e turísticos da Bolívia, La Paz (capital econômica), Sucre (capital política) e Potosí.

Em Santa Cruz de la Sier-ra (onde descem a maioria dos brasileiros que visitam a Bolívia), o turismo se baseia no comércio e nas constru-ções feitas durante a coloni-zação espanhola que durou do século XVI até o início do século XIX. A moeda do país é o “Boliviano-bs”, que se encontra desvalorizado em relação ao Real. Com a moeda do Brasil, é possível comprar 3bs.

Em meio à cidade de La Paz, é possível encontrar grandes belezas naturais. Um roteiro recomendável é ser conduzido ao teleféri-co mais alto do mundo, no centro de La Paz, que tem mais de 11 km de extensão e está a 4000 metros acima do nível do mar. Recém-construído, ele leva para o Vale de la Luna, um territó-rio deformado por erosões eólicas, criando, assim, uma belíssima paisagem em meio ao transito frenético da ci-

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dade. É possível ter acesso ao local com 30bs (cerca de R$ 10,00).

A cidade de La Paz é um vale profundo nas alturas, quando se atinge os 3,6 mil metros de altitude abre-se uma clareira com aproxi-madamente 2 milhões de habitantes. Segundo Carlos Minaga, guia turístico em La Paz há 26 anos, a cidade é o topo de um vulcão inativo há 100 anos.

“Para conhecer realmen-te a origem da história lati-no-americana é necessário conhecer o altiplano e res-pirar toda a origem inca do povo dos Andes, além de lá se encontrarem as belezas naturais bolivianas”, explica Paola.

Saindo da clareira e visi-tando a parte superior que circunda a cidade, pode-se encontrar uma vegetação rasteira e uma paisagem montanhosa. Bem diferente do clima ocidental do país, o frio impera com tempera-turas que variam entre 0°C e 18°C.

A 70km de La Paz, se en-contra o sítio arqueológico Tiwanaku, o mais importan-te resquício pré-colombiano situado na Bolívia. Precur-sor do império Inca, foi a capital administrativa e es-piritual de um grande poder regional por mais de cinco séculos (1500 a.C até 1200 d.C.). As ruínas da cidade inca podem ser visitadas por 80bs (cerca de R$ 30,00), é uma viagem de cansativa - cerca de cinco horas cami-

nhando entre os museus e as ruínas da civilização ances-tral extinta. Segundo Mina-ga, Tiwanaku era um centro de convergência energética, além de abrigar diversos po-vos diferentes, não somente os incas.

Há 15km de Tiwanaku, pode-se visitar o lago Titica-ca, histórica fonte de hídrica para toda a região do Alti-plano, a agricultura e a pecu-ária de Tiwanaku era com-pletamente ligada ao lago.

Em Potosí, se encontra o Salar de Uyuni, ainda no al-tiplano. É o maior deserto de sal do mundo com mais de 10 mil quilômetros quadra-dos. A incrível beleza natu-ral do salar foi criada a partir das modificações de lagos

pre-históricos. “É uma pai-sagem infinita, no início do verão se forma uma camada de água de 30 cm e o céu se mistura com o sal e tudo se reflete”, diz Minaga.

Os brasileiros que in-gressam no país devem ficar atentos a alguns pontos. Pelo fato do Brasil possuir uma situação financeira melhor que a Bolívia, os nativos ten-tam a extorsão a todo mo-mento. A polícia é corrupta com os turistas e os comer-ciantes, assim como taxistas, querem sempre tirar pro-veito da situação. Nas lojas das cidades turísticas mais visitados não há preços nas vitrines e nos produtos ex-postos, é decidido na hora o quanto se deve pagar.

Tiwanaku, sítio arqueológico pré-cambriano, é centro de referência espiritual e importante resquício do império inca próximo à capital, La Paz

Sérgio Moreira Júnior

Vale de La Luna: reserva paisagistica formada por erosões eólicas em meio ao trânsito da cidade de La Paz

Fotos: King Chong

A Bolívia é um ótimo país para turista que que-rem conhecer a história dos povos pré-cambrianos e se vislumbrar com paisagens naturais particulares. Para brasileiros, é melhor ainda, pois com o Real mais valo-rizado é possível conhecer todo o país sem se gastar muito.

Valores:- Passagem ida e volta (avião) de R$500 até R$1.000 - Tiwanaku R$30 (80bs)- Vale De La Luna R$12 (30bs)- Salar de Uyuni(com transporte) R$400(1000bs)