revista-AFASP-2

24
1 Revista AFA-São Paulo Ano I n o 02

Transcript of revista-AFASP-2

Page 1: revista-AFASP-2

1Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

Page 2: revista-AFASP-2
Page 3: revista-AFASP-2

Editor: Gilberto A. Silva (Mtb 37.814)

Produção e Diagramação: Studio 88

Impressão: Copypress

(Wilson: 11-8138-0682)

AFA-São Paulo

Diretoria

Giselle Silva

Presidente

Vanessa Piunti

Vice-Presidente

Carla Maria Dante Campos

Secretária

Inajá Cuoco Husz

Tesoureira

Douglas Francisco Signorini Toffoli

Conselho Fiscal

Cassiano Mitsuo Takayassu

Conselho Fiscal

Andréa Pereira

Conselho Fiscal

Claudia Maria Garcia Ramos

Conselho Fiscal suplente

Larissa Angélica Bachir

Conselho Fiscal suplente

Rodrigo da Rocha

Conselho Fiscal suplente

Apoio:

REVISTA AFA-SÃO PAULO

http://www.afasp.com.br

Editorial

Giselle Silva

Presidente AFA-SP

Nesta Edição

Seja novamente bem-vindo à nossa revista.

Este segundo número apenas demonstra osucesso que obtivemos com a primeira edição, quecirculou no III Congresso Brasileiro de AcupunturaAFA-Brasil e I Jornada AFA-São Paulo, realizada em22 e 23 de Maio passado. O evento por si só foi um marco em nossahistória e trouxe muita informação de qualidade para os participantes.Todos nós sabemos a importância de nos mantermos em constanteatualização e aperfeiçoamento.

Esta edição está muito especial. Aumentamos o número de pá-ginas de 16 para 24, o que nos dá mais espaço para trazermos muitomais informação para você. Gostaria de destacar também duas entre-vistas muito especiais: com o Dr. Antonio Carlos Nogueira Pérez, emi-nente especialista espanhol e fundador da Medicina Bioenergética,que estará presente na II Jornada AFA-SP, e com a Dra. Huang Li-Chun,especialista chinesa e fundadora da Auriculomedicina. Dois nomes depeso da Medicina Tradicional Chinesa em nossa publicação.

Aproveito para avisar que, a partir do próximo número, nossarevista passará a se chamar “Revista Brasileira de Medicina Chinesa”e contará com um conteúdo ainda mais rico, incluindo artigos científi-cos internacionais. Mais uma conquista da AFA-SP em benefício daMedicina Chinesa no Brasil.

Como sempre, contamos com o seu apoio e com a sua partici-pação. Associe-se!

03 Editorial

04 Entrevista especial com o Dr. Antonio CarlosNogueira Pérez, defensor da MedicinaBioenergética

08 Terapia SU JOK: Técnica Coreana deMicrossistemas

10 O tratamento da Hipertensão Arterial (HAS)através do Tui Na

14 Escrevendo para Internet

16 Entrevista exclusiva com a Dra. Huang Li-Chunsobre Auriculomedicina

20 Medicina Chinesa Dermato-Funcional (Estética)

Page 4: revista-AFASP-2

4 Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

Entrevista com o Dr. Antonio Carlos Nogueira

Da MTC àMedicina

Bioenergética

O senhor realmente acha que o resgate do conheci-mento do passado é essencial para a medicina dofuturo?Certamente. O conhecimento médico tem estado parado pormuito tempo porque a sabedoria da antiguidade foi, em gran-de parte, perdida durante os saques, incêndios e guerras queassolaram o mundo de então. O caso das bibliotecas deAlexandria e Pequim é paradigmático, mas assim eram as fo-gueiras inquisitoriais e a queima de livros de muitas das revolu-ções ideológicas posteriores, do nazismo ao comunismo. Tudoisso em grande parte acabou com os conhecimentos adquiri-dos. Só que o mesmo aconteceu há milênios no Oriente. É ocaso dos conhecimentos adquiridos na civilização esplêndidaque hoje é conhecida como a Época dos Imperadores Míticosque governaram a China entre 3500 e 4000 a.C.

Temos em boa medida que se um conhecimento era trans-mitido parcialmente de forma oral de geração em geração,tendo perdido suas bases científicas, acabaria se sustentandoem uma mitologia capaz de explicá-lo. Hoje temos queredescobrir aqueles conhecimentos que não hesitavam em as-segurar que energia e matéria são uma mesma coisa. Até algu-mas décadas atrás o que os orientais afirmaram há milêniosnão se conseguia entender. Mas hoje sabemos que os dois pila-res que suportam a Medicina Tradicional Chinesa, a Lei dosOpostos e Complementares – ou Lei do Yin e Yang – e a Lei dosCinco Movimentos podem ser explicados graças aos dois gran-des princípios da Física Quântica: a Relatividade e aInterdependência.

Em suma, tivemos que esperar até o século XX para com-preender que aquilo que é afirmado pela Medicina TradicionalChinesa se sustenta nos conhecimentos da física moderna, aFísica Quântica. Que o que se acreditava um corpo doutrinalde caráter meramente filosófico e isento de toda base científica

é apoiada nos conhecimentos mais modernos, de van-guarda. É por isso que a Medicina Tradicional Chinesanão conseguiu até recentemente entrar no contexto aca-dêmico ocidental. Felizmente, ainda que seja de ma-neira tímida, hoje já tem o apoio de muitos médicos ecada vez mais universidades, que como quase sempre,estão à frente da legislação.

Não cabe agora a menor dúvida de que matériae energia são uma mesma coisa em diferentes estadosde manifestação. E que só é possível fazer uma ligaçãoquímica através de um aporte energético que permitaao elétron o salto orbital.

Finalmente, temos que explicar o significado dosconceitos empíricos das medicinas “vitalistas” para quepossam integrar-se no contexto acadêmico-científico edescartar toda a parafernália ocultista e oportunista quedistorce e mutila as medicinas tradicionais, quando en-tão elas terão uma plena compreensão científica. Algodiferente seria especular sobre a origem desses conhe-cimentos assombrosos, de modo que neste momento nosconformamos em resgatá-los.

A abordagem bioenergética supõe admitir quea bioquímica e a fisiologia não estão na ori-gem da doença e que isso é algo que há mi-lhares de anos já se sabia?

Exatamente. No Ocidente nós procuramos a ori-gem das doenças na bioquímica mas ela não está alipor uma razão muito simples: não se produz nenhumaligação química na ausência de energia. Ninguém seinjeta testosterona na veia quando está com sua ama-da, nem adrenalina quando está em conquista ou emalerta. Os campos energéticos de tipo emocional são

Page 5: revista-AFASP-2

5Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

COMUNICADOSCOMUNICADOSCOMUNICADOSCOMUNICADOSCOMUNICADOS

os que interagem produzindo as reações que todos conhe-cemos. Não há química sem energia. É a energia que in-duz a ligação, que produz a química. É imprescindível, poisuma determinada quantidade de energia para a formaçãode moléculas, proteínas, açúcares e, portanto, as membra-nas de células, tecidos, órgãos, etc.

Nem mais, nem menos. As funções bioquímicas esta-rão, portanto, corretas se os impulsos energéticos que pro-movem as ligações estiverem corretos. Mas se a energia sedesarmoniza, as funções bioquímicas também sedesarmonizam e o processo, se persistir, pode levar aoaparecimento da doença. Por conseguinte é necessáriocompreender, do ponto de vista estritamente científico, oque são os chamados “canais de acupuntura”, o “haloenergético” ou os “reservatórios energéticos” que permitemmanter os processos biológicos em caso de falta de aportesou gasto excessivo, entre muitos outros conceitos que, pelalinguagem poética utilizada pelos orientais, não foram com-preendidos.

Qual seria a adaptação desses conhecimentos parao Ocidente e sua generalização?

Se as pessoas envolvidas na saúde soubessem que oser humano é um ser eminentemente energético, atuariamdiretamente na energia. Teriam assim a possibilidade detratar o paciente na fase prodrômica (aparecimento dosprimeiros sintomas) e, mais importante, parar a progressãoda doença para não passar a estágios de pior prognósticoe tratamento. Existem dezenas de sinais clínicos que nãoenvolvem alterações bioquímicas, morfológicas e funcionaisem um estágio inicial, mas que acabarão se manifestandose não aumentarmos a capacidade de autocura do corpo,além de, quando necessário, atuar terapeuticamente. Oorganismo está cheio de “sinos de alarme” na forma dedor, fadiga, sudorese, sensações distérmicas, apetite, sede,mudança de caráter, espasmos musculares, secura ou umi-dade excessiva, depressão, irritabilidade...

O especialista bioenergético sabe interpretar estessinais englobando-os em uma determinada síndrome, ge-ralmente através da anamnese e das biomedições, paradepois dar uma resposta adequada com as técnicasbioenergéticas. A maioria dos diagnósticos clínicos ociden-tais não alcança estes estágios iniciais da doença, uma vezque nem as análises e nem as várias provas de imagem(MRI, CT, etc.) as detectam. É nessa fase subclínica eprodrômica que mais pode acrescentar a MedicinaEnergética.

Dê-nos um exemploTomemos o caso de uma cefaléia crônica. Para a

medicina ocidental, uma vez excluída uma possível causaobstrutiva, neoformativa ou traumática, o único recurso sãoos medicamentos analgésicos que inibem ou eliminam ador. Para um bioenergético – um acupuntor, por exemplo –

como a cefaléia é um sinal clínico que pode ser comum avárias síndromes ele deve fazer em primeiro lugar um diag-nóstico diferencial baseando-se na biomedição e no con-fronto sintomático a fim de determinar a síndrome específi-ca e acabar com a causa raiz. Se a cefaléia for acompa-nhada de irritabilidade, insônia, vermelhidão dos olhos,espasmo muscular, etc, se enquadraria em uma síndromechamada Plenitude do Fígado. Mas se a cefaléia se apre-senta com fadiga, alterações dermatológicas, freqüentesafecções das vias respiratórias, etc.., se enquadraria emuma Síndrome de Insuficiência de Pulmão. E se for acompa-nhada de gastralgia e aumentar em períodos interpandrialescom abundante meteorismo podem estar relacionados comuma Plenitude de Estômago. Então, uma vez regulado oorganismo, com as biomedições na mão podemos agir deuma maneira ou outra, e evitar que a situação chegue atornar-se crônica.

Hoje existem modernos equipamentosinformatizados de biomedição mas sabemos queo senhor é cético sobre seu funcionamento. Porquê?

Atualmente se estão usando vários dispositivos, al-guns altamente sofisticados e precisos como os vários tiposde Riodorakus, o Quantum SCIO, a BIMET, a MORA,QUANTEC... e mais continuam a aparecer. Muitos destesbiomedidores também incorporam tratamentos comeletroacupuntura, varreduras frequenciais, ressonâncias ele-tromagnéticas, emissões bioelétricas ressonantes com cadaórgão, etc. Mas está constatado que alguns não reprodu-zem o mesmo diagnóstico se a mesma pessoa se submete àverificação em duas vezes seguidas. Por outro lado, a ex-periência me diz que em outras ocasiões não são utilizadosde forma adequada e, portanto, não se tornam tão eficazescomo deveriam.

Hoje existe uma grande variedade de equipamentos

eletrônicos de biomedição no mercado mundial

Page 6: revista-AFASP-2

6 Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

Além disso, os efeitos positivos se multiplicamexponencialmente quando anteriormente o paciente faz umaregulação da energia com acupuntura. Em suma, isso éessencial para regular e harmonizar a energia como umprotocolo prévio e inevitável antes de qualquer tratamentode recuperação da saúde.

Por que dá tanta importância em fazer uma“regulação energética” como um passo préviopara qualquer tratamento?

A regulação energética tem dois grandes objetivos.O primeiro tem a ver com a capacidade de autocura quetodos os seres vivos possuem. Em alguns casos isso é ex-cepcionalmente claro. No caso das lagartixas que quandoperdem as suas caudas são capazes de fazê-la crescer denovo, e outro sobre a estrela do mar que quando perde umbraço pode voltar a produzi-lo. Bem, ao reequilibrar a ener-gia do corpo potencializamos as capacidades inerentes atodo ser vivo, conseguindo um efeito benéfico que, em cas-cata, se estende ao nível bioquímico, funcional e orgânicoe que pode levar à remissão - drástica ou gradual - dossintomas .

Mas acima de tudo, e este é o mais importante, ser-ve para prevenir a doença, evitando sua manifestação.Antigamente os médicos chineses examinavam as pessoasque estavam sob sua competência com um diagnóstico com-pleto do pulso e se ocupavam de regularizá-losenergeticamente para evitar que adoecessem. Com isso, seo paciente mantinha saúde, ele cobrava seus honorários ese adoecessem, ele os perdia. Isso funcionava como o bome velho ditado chinês: “mau médico é o que cura, bommédico é o que previne a doença”.

O segundo objetivo da regulação energética é o defacilitar a eficácia terapêutica dos procedimentos profissio-nais, no caso em que, como resultado de uma doença crô-nica e complexa, não se alcançou o objetivo de induzir aauto-reparação. Nesse caso, a regulação da energia abrecaminho para uma posterior atuação conseguindo assimuma maior eficiência e menos sessões clínicas. Isto é verda-deiro mesmo em áreas tão ortodoxas como fisioterapia ecirurgia, já que está demonstrada uma maior hemostasiadurante a intervenção e uma recuperação mais rápida.

É necessário ser acupuntor ou especialista em Me-dicina Tradicional Chinesa para realizar este pro-cesso de regulação de energia?

Em absoluto. Qualquer profissional de saúde temacesso a essa abertura de portas que supõe a regulação daenergia. Você aprende em poucas horas e todos os tipos deprofissionais podem aplicar, tanto no campo da medicinaortodoxa como na erradamente considerada “heterodoxa”ou alternativa. Com a disponibilidade de dispositivos mo-dernos, trata-se simplesmente de atuar sobre determinadas

combinações de pontos em função dos resultados obtidosem gráficos ou parâmetros de medição.

Neles estão refletidas todas as disfunções edesequilíbrios energéticos. Desequilíbrio lateralidade - quecausa alterações na visão, olfato e no ouvido; desequilíbriosentre um órgão e sua víscera – causando disfunçõeshepatobiliares, nefrovesicais ou gastropancreáticas;desequilíbrio alto-baixo causando insônia, claudicação in-termitente, extremidades inferiores frias, etc.; desequilíbriosde energia-sangue que causam estados de hiperatividadeou hipoatividade generalizadas... Tudo isso manejando cri-térios simples e de fácil aprendizagem.

No caso da asma alérgica, para dar um exemplo,podem se dar duas circunstâncias: um Déficit de Pulmão(predisposição congênita ou adquirida) - e uma Plenitudedo Fígado como o agente desencadeante. Bem, se eu tratoexclusivamente o Pulmão poderei aliviar os sintomas, masse não eliminar o fator desencadeante o quadro pode rein-cidir e inclusive tornar-se crônico. Os sinais clínicos da De-ficiência de Pulmão são claros tanto na fase aguda comona fase crônica; no entanto na fase subaguda ou latentenão se detecta a Plenitude do Fígado se não for através debiomedições. Realizada periodicamente, a regulaçãoenergética evitará que se produza a referida plenitude e,portanto, não se desencadeará o quadro agudo, mesmoque o indivíduo tenha predisposição.

O que o senhor mantêm supõe mudar completa-mente a mentalidade do médico convencional quedeveria centrar-se em prevenir mais do que curare interromper o uso de sistemas complexos de tra-tamento para optar por outros muito mais sim-ples.

É verdade. O que deve ser feito agora, sem esperarmais, é modificar os currículos das faculdades de medicina.Porque entre outras coisas nelas não se ensina hoje o siste-ma energético que rege as funções bioquímicas através dosistema nervoso e endócrino, quais desequilíbrios isso podeprovocar e como prevenir e tratá-los quando eles ocorre-rem. Olha, quando a energia do corpo se altera começama aparecer uma série de sinais clínicos que os médicosconvencionais são incapazes de encontrar e interpretar,porque não foram treinados em fazê-lo. São vinte mil qua-dros distintos que, para eles, não tem justificativa.

Alguns porque não são compreendidos sob o pontode vista ocidental e outros porque são consideradosirrelevantes (se alguém sua muito ou pouco, se as fezes sãode uma forma ou de outra...). E não entender isto significaprivar o paciente da mais importante das terapias: a pre-ventiva. Então, hoje, vemos muitos pacientes que repetemao médico uma e outra vez que eles se sentem mal e, comoele não encontra nada de anormal em seus métodos dediagnóstico, se limita a dizer-lhes que devem descansar ouos enviam a um psiquiatra. Embora muitas outras vezes se

Page 7: revista-AFASP-2

7Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

limitem a tentar aliviar com fármacos os sintomas mais evi-dentes. Quando a doença é muito mais facilmente tratadaa esse nível e não deve se permitir que passe ao nívelbioquímico. Porque uma vez que se altera a bioquímica(transaminases, colesterol, glicose...) também se altera afunção e as lesões começam a aparecer em um nível orgâ-nico.

Então, como é possível que o cirurgião seja conside-rado o número um, no topo do sistema de saúde, quando autilização da cirurgia implica que o tratamento falhou?

Por outro lado, propomos as terapias com base naevolução da enfermidade. Quem cura na fase energética?O acupuntor. Quem, quando a função bioquímica está pre-judicada? A farmácia, os químicos. Quem, quando a fun-ção está estropiada? O médico, o fisioterapeuta, a reabili-tação... Quem, quando o órgão está doente? O cirurgião.

Não temos, pois, que duvidar que a intervenção deste últi-mo, por mais importante e valiosa que seja, ainda repre-senta uma falha do sistema global.

Olhe, em minha opinião, os “médicos de família”deveriam ser profissionais formados em MedicinaBioenergética – com conhecimento suficiente, portanto, daAcupuntura – e em Medicina Homeopática, porque ela éeficaz e sem efeitos colaterais adversos. E eles tambémdeveriam proceder como se fazia na China antiga. Lá, noinício de cada outono, o médico convocava seus pacientes,lhes tomava o pulso, fazia uma revisão clínica, lhes regula-va energeticamente, davam-lhes conselhos sobre nutrição...e pronto. Só então, se ainda doentes, entrava em jogo afitoterapia e a farmacopéia. Ou seja, o médico cobrava sea pessoa a seu cargo se mantivesse saudável e deixava defazê-lo se ela adoecesse.

Antonio Carlos Nogueira Pérez é médico pela Uni-versidade Nacional da Amazônia Peruana e está atualmente naEspanha como diretor do Centro de Ensino da Medicina Tradici-onal Chinesa (CEMETC). Diplomado em Acupuntura pelo Institutode Estudos Avançados de Beijing (China), é ex-catedrático deMedicina Tradicional e Mestre em Saúde Natural e membro daAcademia de Ciências de Roma, da Associação Latino-America-na de Acupuntura e Moxabustão, da Sociedade Internacional deAcupuntura, da União Europeia de Escolas de Acupuntura e fun-

dador da Associação Mundial de Médicos Acupuntores. Ex-Dele-gado da Espanha na Federação Mundial das Sociedades deAcupuntura-Moxabustão (WFAS), ligada à Organização Mundi-al da Saúde (OMS). É também presidente honorário da Associa-ção Científica de Graduados em Ciências da Saúde. Autor devárias publicações, defende que a Medicina Chinesa seja uma“medicina energética” e utiliza o termo Bioenergética para desig-nar este conceito.

Page 8: revista-AFASP-2

8 Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

SuSuSuSuSu quer dizer mão e JokJokJokJokJok quer dizer pés. Essa é umaterapia que se utiliza das mãos e dos pés para curar doen-ças.

No fim da década de 70, o Professor Park Jê Woo,Médico Tradicional Chinês formado pela Universidade deSeul, Coréia do Sul e em Física pela Universidade de Mos-cou, Rússia, interessou – se pela forma de atuação dosmicrossistemas do corpo.

Seu interesse levou-o inicialmente a pesquisar a tera-pia através das mãos, vindo ele a perceber que muitos pon-tos desta têm mesmo o poder curativo que se apregoava. Eele queria entender porque, uma vez que eles não estão emmeridianos, pelo que ele sabia então.

Ao mesmo tempo, ele também se interessou por ou-tra das grandes medicinas do Oriente, a medicina pratica-da na Índia - a Ayurveda - provavelmente tão antiga quantoa Medicina Tradicional Chinesa.

A Ayurveda tem grande eficácia em curar, quandobem aplicada. Diz ela que o ser humano é composto deenergias em movimento, sendo esse movimento comanda-do por “transformadores de energia”, os chacras. E diz queessa energia percorre canais de energia, os nadis, que sãoprofundos.

A Medicina Tradicional Chinesa também tem grandeeficácia em curar, quando bem aplicada. E diz que a ener-gia circula pelo corpo em canais, os meridianos, que têmpartes profundas e outras partes mais superficiais.

Mas as duas usam métodos e, até certo ponto,paradigmas diferentes. Só que atuam no mesmo corpo hu-mano, curando-o com grande eficiência. Ora, a lógica deum físico levou o Prof. Park a repudiar dois modelos diferen-tes. O ser Humano é um só!

E isso o levou a tentar descobrir o que poderia haverem comum entre as duas, a pesquisar o modelo energéticomais profundo, que estaria na base dessas duas grandesmedicinas, ao mesmo tempo em que pesquisava osmicrossistemas da mão, já bem conhecidos dos coreanosdesde, pelo menos, 300 anos atrás.

Pois os microssistemas também funcionam e tambémfazem parte do Ser Humano.

Ele queria um modelo energético que explicasse coe-rentemente o funcionamento de tudo isso.

E ele conseguiu.Descobriu o que havia na base da eficácia da MTC,

que ele mesmo praticava profissionalmente, na base da

Ayurveda, que ele não praticava, mas que estudou bastan-te, e que também explicava a existência dos microssistemasda mão.

 Com o tempo, aplicou suas novas descobertas a ou-tros microssistemas, também muito, se não mais eficientesque os das mãos:

- o microssistema dos pés,- o microssistema do pavilhão auricular,- o microssistema craniano- o microssistema de cada dedo etc. Dedicou o resto de sua vida a intensas pesquisas a

respeito, pesquisas que foram bem acolhidas, replicadas eampliadas pelos seus colegas da Universidade de Moscoue demais países da então União Soviética.

O corpo de conhecimento da Terapia Su Jok foi cres-cendo, se enriquecendo, elevando-a a uma nova categoria.Ela agora pode ser considerada uma Medicina, batizadade Medicina Onnuri por seu criador.

Terapia Su JokTécnica Coreana de Microssistemas

Page 9: revista-AFASP-2

9Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

Onnuri que dizer de todosde todosde todosde todosde todos, mostrando o ideal huma-nitário do Prof. Park.

Ele deixou, ao falecer (25/03/2010) um grandenúmero de livros e trabalhos publicados e uma explicaçãoclara e coerente de como é o sistema energético do serhumano, de um modo que torna claro o motivo das duasgrandes medicinas do passado serem tão eficientes.

Elas trabalham cada uma com uma parte do modelototal energético do ser humano, descoberto, ou, como elemesmo diz, redescoberto, pelo Prof. Park. Ele acredita e atécita certas frases do Nei Shin como pistas disso, que osantigos conheciam o sistema energético completo do serhumano e que esse conhecimento foi preservado parcial-mente na China antiga e parcialmente na Índia antiga, sen-do talvez até do conhecimento de outras grandes civiliza-ções do passado.

Nos cursos de Su Jok, entende-se o ser humano nummodelo mais profundo, que concorda com a MTC e com aAyurveda, provendo os terapeutas de uma nova técnicaextremamente eficiente de curar, sem que eles precisemdeixar de lado seus conhecimentos anteriores, seja de umaseja de outra das grandes medicinas do passado.

E, como todo grande conhecimento, no lugar de com-plicar, a Terapia Su Jok simplifica e até auxilia o conheci-mento da MTC.

O Su Jok é bem mais completo e profundo do que secostuma divulgar no Brasil. O curso teórico Básico I de SuJok é pré requisito aos demais cursos, ministrados semprepor doutores convidados, vindos da Academia Internacio-nal de Su Jok (Moscou) à partir do módulo III. E também épré requisito aos cursos práticos (ambulatórios) de Su Jok,patrocinados pela Academia Brasileira de Acupuntura eMicrossistemas Su Jok, com aulas adequadas ao nível ad-quirido pelo aluno e com vagas sempre muito limitadas.

Nos cursos seguintes estudamos a aplicação demicroagulhas, as ligações dos meridianos chineses com os

chacras internos e com os micromeridianos e microchacras(com um curso intermediário possível a quem não co-

nhecer os meridianos chineses), pontos dos 5 Movi-mentos nos micro meridianos, as grandes Leis Uni-

versais Homo e Hétero que englobam e vão alémdo Yin e do Yang, a Iridologia Su Jok (excepcio-

nal e fácil método de diagnóstico), e muito mais.Muito mais mesmo. Sua visão de si mesmo, doUniverso e do tratamento da saúde humana vãomudar radicalmente, depois de conhecer estastécnicas.

Su Jok - um sistema completo de saúdeque muito tem a acrescentar ao seu prórpio co-nhecimento. Venha descobrir!

Page 10: revista-AFASP-2

10 Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é a tensãoexercida pelo sangue nas paredes das artérias, onde ela secaracteriza pela elevação das pressões sistólica, diastólicaou ambas ao mesmo tempo. Sua etiologia ainda é desco-nhecida. Ela não existe como doença dentro dos critériosda MTC, podendo ser encontrada nos quadros das cefaléiase das vertigens, pois o seu quadro clinico e sintomas sãoparecidos com os da HAS.

As causas da HAS para a MTC podem se resumir a:>>>>>Fatores patógenos endógenos (fatores emocionais).>>>>> Fatores patógenos não exógenos e não endógenos

(alimentação, desequilíbrio trabalho-descanso, hábitos tó-xicos, atividade sexual excessiva, envelhecimento e etc).

Diferenciação de Síndromes

Segundo a visão da Medicina Tradicional Chinesapodemos resumir a HAS em 4 Síndromes:

>>>>> Ascensão do Yang de Fígado.>>>>> Deficiência de Yin de Fígado e Rim.>>>>> Acúmulo de Fleuma Umidade.>>>>> Deficiência de Yin e Yang.

Ascensão do Yang de Fígado (HTA em quadroagudo)

Medidas pressóricas não muito elevadas e declinamsem tratamento medicamentoso (exercícios de relaxamen-to, dieta alimentar e descanso)

>>>>> Estresse emocional (discussões ou contradições no tra balho ou familiar )

>>>>> Sensação de peso na cabeça e pés leves>>>>> Vertigens>>>>> Hiperemia ocular>>>>> Rubor facial>>>>> Boca seca e com sabor amargo principalmente pela

manhã>>>>> Irritabilidade fácil, insônia, sono com pesadelos fre

qüentes>>>>> Zumbidos>>>>> Constipação ou fezes ressecadas>>>>> Urina escura>>>>> Às vezes hematemese ou epistaxe>>>>> Língua vermelha com saburra amarela>>>>> Pulso de corda e rápido.>>>>> Acúmulo de fleuma e umidade>>>>> Início insidioso e lento>>>>> Tendência à cronicidade com medidas pressóricas altas

e persistentes>>>>> Difícil reversão do quadro sem o uso de medicações>>>>> Pacientes geralmente obesos com arterioesclerose e

hipercolesterolemia>>>>> Distensão abdominal pela ingestão de alimentos>>>>> Naúseas, anorexia, opressão torácica>>>>> Sensação de peso nas extremidades e sensação de

sonolência>>>>> Boca pegajosa (saliva espessa) com sabor amargo

principalmente pela manhã>>>>> Depressão mental>>>>> Edemas superficiais>>>>> Urina escassa e escura>>>>> Fezes amolecidas e “em fita”>>>>> Língua vermelha com saburra amarela e pegajosa>>>>> Pulso escorregadio e rápido.

Deficiência de Yin de Fígado e Rim

HTA crônica como evolução da ascensão do Yangde Fígado ou acúmulo de Fleuma e Umidade (também fazparte de outras enfermidades crônicas como DiabetesMellitus, etc.)

>>>>> Medidas pressóricas altas e persistentes, difíceis de controlar mesmo com medicamentos.

>>>>> Vertigens>>>>> Zumbidos de baixa intensidade que melhora com pres

são no pavilhão auricular>>>>> Olhos secos, visão borrada e rubor malar>>>>> Insônia e sono com pesadelos freqüentes

Tratamento da Hipertensão ArterialSistêmica (HAS) através do Tui Na

Cassiano Mitsuo Takayassu

Page 11: revista-AFASP-2

11Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

>>>>> Sensação de calor nas palmas das mãos, nas plantas dos pés, e na região torácica

>>>>> Sudorese noturna>>>>> Boca e garganta secas>>>>> Fraqueza e dor surda na região lombar e joelhos>>>>> Perda de memória>>>>> Pulso filiforme e rápido

Deficiência de Yang e de Yin

Período tardio da HTA ( comprometimento renal, car-díaco e de SNC ). Observa-se uma mistura de sintomas dasúltimas duas síndromes descritas.

>>>>> Sensação de Frio nas extremidades, principalmen te nos membros inferiores

>>>>> Depressão mental>>>>> Fadiga fácil>>>>> Diarréias matutinas ou fezes amolecidas com res

tos de alimentos sem digestão prévia>>>>> Urina escassa + edemas superficiais principalmen

te na região dos membros inferiores>>>>> Língua obesa e pálida com saburra branca>>>>> Pulso profundo e filiforme.

Tui na

A Massagem Tradicional Chinesa Tui Na possui umhistoria milenar que acumula experiências durante estesmilhares de anos, formando assim toda a sua base teóricae prática. Assim como a acupuntura, fitoterapia, dietoterapiae o qi gong ele faz parte do que chamamos de MedicinaTradicional Chinesa. Este método de tratamento tem recebi-do durante os períodos de sua evolução, ao longo das dife-rentes dinastias, vários nomes com que foi reconhecido ateos dias de hoje, como o Tui Na, An Mo, Ma Sa e etc. Esteultimo deu origem ao sonido fonético com que esta técnicase introduziu no mundo ocidental séculos atrás, para con-verter-se posteriormente na palavra massagem. O nome TuiNa vem do chinês e traz consigo a natureza desta vigorosatécnica terapêutica. Tui significa empurrar e Na significasegurar, pegar com força.

São numerosos os textos escritos na antiga chinaacerca desta técnica terapêutica, no Huang Ti Nei Jing jáse fazia referência a algumas técnicas de massagem, po-rém o período em que apareceram os principais textos queformulam a sua base atual, tanto no Tui Na para adultosquanto no Tui Na Infantil (pediátrico), foi da Dinastia Ming(1368-1644).

Assim sendo, podemos afirmar que a massagem contacom mais de 2000 anos de história na China, e que é ométodo terapêutico mais antigo usado pela humanidade,tendo um papel de suma importância para a evolução e odesenvolvimento da Medicina Tradicional Chinesa.

Tratamento através do Tui na

Princípios de tratamento:

>>>>> Pacificar o Fígado>>>>> Acalmar o Espírito (Shen)>>>>> Transformar a fleuma e fazer descer o Qi turvo

Manipulação da região da cabeça e pescoço

Pontos selecionados.Pontos selecionados.Pontos selecionados.Pontos selecionados.Pontos selecionados.Qiao Gong, Yin Tang, Tai Yang, Bai Hui (VG20), VG16(Feng Chu), Feng Chi (VB20), E08 (Touwei), Bx02 (ZanZhu)e VG14 (Da Zhui).ManipulaçõesManipulaçõesManipulaçõesManipulaçõesManipulações.Tui Fa, Yi Zhi Chan, Na Fa, Mo Fa, Rou Fa, Sao Sang Fa,Fen Fa.

Manipulações na região abdominal

Pontos selecionados.Pontos selecionados.Pontos selecionados.Pontos selecionados.Pontos selecionados.VC12 (Zhong Wan), VC08 (Shen Jue), VC06 (Qi Hai), VC04(Guan Yuan).Manipulações.Manipulações.Manipulações.Manipulações.Manipulações.Mo Fa e Na Rou Fa.

Manipulações na região lombar e na planta do pé.

Pontos utilizados.Pontos utilizados.Pontos utilizados.Pontos utilizados.Pontos utilizados.Bx23 (Shen Shu), VG04 (Ming Men) e R01 (Youn Chuen).Manobra utilizada.Manobra utilizada.Manobra utilizada.Manobra utilizada.Manobra utilizada.Ca Fa.

Conclusão

Através do Tui Na podemos tratar com excelentesresultados as HAS leves e moderadas ou durante as criseshipertensivas.

O Tui Na tem ação efetiva no tratamento, não ape-nas resolvendo os sintomas associados, mas equilibrando apressão arterial nos patamares da normalidade. Logo nasprimeiras sessões, o paciente experimenta uma sensaçãode bem estar, resultante da diminuição da pressão arteriale nas reduções dos sintomas pertinentes a sua sindrome.  Otratamento consiste de duas a três sessões semanais portempo indeterminado. Isto dependerá de cada paciente,isto se deve a individualidade pessoal e de quanto tempo opaciente esta com a doença.

Mesmo os pacientes nos casos mais graves, apresen-tam melhora já na primeira sessão, tendo uma diminuiçãode pelo menos 10 mmhg após o tratamento.

Dr. Cassiano Mitsuo Takayassu – fisioterapeuta,

especialista em Medicina Tradicional Chinesa. Ex-

diretor da ANBATH (Assoc. Nipo Brasileira de

Acupuntura e Terapias Holisticas), Vice-Presidente

da AMECA, Doutor em Acupuntura pela World

Federation of Acupuncture and Moxibustion

Societies (WFAS) e diretor da AFA-SP. Professor de

Medicina Tradicional Chinesa, Kung Fu, Tai Chi Chuan e Qi Gong,

que ministra cursos em São Paulo e outros estados. E-mail:

[email protected]

NOTNOTNOTNOTNOTA:A:A:A:A: meus sinceros agradecimentos ao Dr. Ernesto Garcia Gonzálezpor repartir comigo um pouco de seu vasto saber.

Page 12: revista-AFASP-2

12 Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

Page 13: revista-AFASP-2

13Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

Page 14: revista-AFASP-2

14 Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

Gilberto Antônio Silva é Jornalista e

Terapeuta. Estuda cultura e filosofia

oriental desde 1977 e é editor de várias

publicações. Mantêm o portal de saúde

Longevidade, que aceita publicar vários

tipos de artigos. Inclusive o seu.

Visite: www.longevidade.net

Na última edição vimos os passos bási-cos para montar um artigo e como evitar opavoroso “branco” que se apodera de todosque começam a escrever alguma coisa. Va-mos repetir algo que deve sempre ser lembra-do, e de que tratamos na última edição: Porque escrever?

Sua resposta deveria ser óbvia: para transmitir aos outrossuas idéias. É assim que o conhecimento evolui e foi assim queaprendemos o que sabemos. Escrever também é muito útil parase divulgar nossas qualidades e o tipo de atividade que faze-mos. A maior de todas as divulgações são seus artigos.

Mas temos algumas diferenças importantes entre escre-ver para uma revista ou jornal e para internet. A principal é queo internauta tem ½ segundo para se interessar pelo que vocêestá dizendo. A web é muito vasta e cheia de coisas interessan-tes. Se o seu texto demorar muito para engrenar, adiós. Colo-que algumas coisas interessantes no primeiro parágrafo, umaisca, que sirva para atrair o leitor. Mas não venda seu produtologo de cara! Coloque alguma informação que o deixe curiosoe prossiga a leitura.

Outro aspecto importante é o tamanho do texto, confor-me mencionamos na última edição. Evite escrever muito mais de600 ou 800 palavras (uma folha-padrão: tamanho A4, fonteTimes New Roman, corpo 12). As pessoas tem muita pressaquando estão surfando online. Esse tamanho vai cativar seusleitores sem cansá-los. Também é mais fácil para você, que nãoprecisa escrever um artigo científico e pode escrever sobre vári-os assuntos (artigos científicos normalmente são distribuídos emformato PDF, para download e leitura sem pressa).

Atente para a forma de escrever –sempre o português correto. Muitas pesso-as acham que a internet é alguma selvaonde vale qualquer coisa. Não, não. É porescrito? Então vale a norma culta, comoem qualquer comunicação escrita. Olinguajar pode ser mais coloquial quando

for um blog, pois essa interface é mais pessoal, mostrandopensamentos, situações cotidianas e opiniões pessoais.Artigos para sites, sempre com linguajar dentro do padrãoescrito.

Faça linhas e parágrafos mais curtos, que facilitam aleitura. E cuidado com o contraste entre letras e fundo –especialmente fundos pretos com letras brancas ou amare-las. Dá dor na vista ao se ler. Fundos amarelos ou lilases,nunca.

Sempre que for possível, ilustre seu artigo com umafoto ou gráfico que ajude a explicar o seu contexto ou queajude a criar um “clima”. Afinal, leitura também é emoção.E não se esqueça da caixinha no final com seu nome, pe-quena biografia e site ou e-mail de contato. Assim todospoderão encontrar o autor para tirar dúvidas e você ficarámais conhecido.

Escrevendo para Internet Gilberto Antônio Silva

Page 15: revista-AFASP-2

15Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

- Cópia do comprovante de depósito no valor de R$ 120,00(Banco Bradesco-Ag. 0154 - c/c 289457-2)

Enviar para AFA-SP Associação dos Fisioterapeutas Acupunturistas de São Paulo

Rua Bahia,41Bairro Brasil – Itu (SP)

CEP 13301-430

Page 16: revista-AFASP-2

16 Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

A senhora se destacou em umaA senhora se destacou em umaA senhora se destacou em umaA senhora se destacou em umaA senhora se destacou em umaespecialidade até então pouco reco-especialidade até então pouco reco-especialidade até então pouco reco-especialidade até então pouco reco-especialidade até então pouco reco-nhecida, mesmo na China –nhecida, mesmo na China –nhecida, mesmo na China –nhecida, mesmo na China –nhecida, mesmo na China –Auriculoterapia. Conte-nos um poucoAuriculoterapia. Conte-nos um poucoAuriculoterapia. Conte-nos um poucoAuriculoterapia. Conte-nos um poucoAuriculoterapia. Conte-nos um poucosobre sua trajetória neste campo esobre sua trajetória neste campo esobre sua trajetória neste campo esobre sua trajetória neste campo esobre sua trajetória neste campo ecomo passou a se interessar pelacomo passou a se interessar pelacomo passou a se interessar pelacomo passou a se interessar pelacomo passou a se interessar pelaacupuntura auricularacupuntura auricularacupuntura auricularacupuntura auricularacupuntura auricular.....

Em 1970, eu trabalhava comocirurgiã, mas tive uma lesão em meusdedos – tendinite - que me impossibili-tou continuar operando. Algumas sema-nas depois, encontrei um professor deAuriculoterapia e me surpreendi com osresultados clínicos imediatos desta téc-nica. A partir deste momento, nasceumeu interesse no estudo daAuriculoterapia. Assim, comecei a estu-dar e a usar este método terapêutico noqual minha limitação física (tendinite) não me impedia decontinuar meus atendimentos clínicos.

O que diferencia a Auriculomedicina daO que diferencia a Auriculomedicina daO que diferencia a Auriculomedicina daO que diferencia a Auriculomedicina daO que diferencia a Auriculomedicina daAcupuntura Auricular e da Auriculoterapia convencional?Acupuntura Auricular e da Auriculoterapia convencional?Acupuntura Auricular e da Auriculoterapia convencional?Acupuntura Auricular e da Auriculoterapia convencional?Acupuntura Auricular e da Auriculoterapia convencional?

São várias as diferenças que podemos apontar entrea Auriculoterapia e Auriculomedicina. A primeira é que aAuriculoterapia usa o pavilhão auricular para o tratamentodas doenças, mas não para seu diagnóstico. Assim, aAuriculoterapia localiza os pontos no pavilhão auricular,mas não as doenças. Já a Auriculomedicina usa diferentesmudanças patológicas nas áreas e pontos do pavilhão paraem primeiro lugar, diagnosticar as doenças e em segundolugar tratá-las. Através da Auriculomedicina, pode-se defi-nir claramente o diagnóstico de cerca de 200 doenças. Odiagnóstico diferencial pode ser feito em aproximadamente600 doenças e sintomas e obter resultados terapêuticos emperto de mil sintomas e doenças.

Outra vantagem da Auriculomedicina é sua aceita-ção por parte dos médicos da medicina moderna. Estes têmgrande dificuldade para aceitar a acupuntura porque aanátomofisiologia da medicina moderna não logra explicaros princípios terapêuticos da acupuntura com claridade,enquanto que a Auriculomedicina é melhor aceita por seutilizar de princípios fisiológicos da medicina moderna para

o tratamento das doenças. Assim, nafrança, o Dr. Paul Nogier e na China, aDra. Huang Li Chun têm aberto a bre-cha para a expansão daAuriculomedicina no mundo e de certamaneira também da Medicina Tradicio-nal Chinesa.

Como estão as pesquisas comComo estão as pesquisas comComo estão as pesquisas comComo estão as pesquisas comComo estão as pesquisas comesta técnica hoje, na China?esta técnica hoje, na China?esta técnica hoje, na China?esta técnica hoje, na China?esta técnica hoje, na China?

Neste momento na China, exis-tem muitos grupos de estudo sobre o tra-tamento com Auriculoterapia, com dife-rentes tendências de trabalho, mas aAuriculomedicina dentro e fora da Chi-na é representada somente através dotrabalho da professora Huang Li Chun.Para conhecer nosso trabalho lhes con-

vido a visitar nossa pagina Web: www.earmedicine.us

Como a Auriculomedicina está sendo recebida emComo a Auriculomedicina está sendo recebida emComo a Auriculomedicina está sendo recebida emComo a Auriculomedicina está sendo recebida emComo a Auriculomedicina está sendo recebida emoutros países?outros países?outros países?outros países?outros países?

Nos últimos anos, temos feito um ininterrupto traba-lho de ensino e divulgação da Auriculomedcina na Americado norte, Taiwan e outros continentes. Por isto, a aceitaçãodesta técnica é cada vez maior no mundo. As vantagens dodiagnóstico e tratamento das doenças com a Auriculomdicinada professora Huang Li Chun, colocam este método em umpatamar acima da Auriculomedicina Francesa.

Desde suas primeiras visitas ao Brasil, em 2001,Desde suas primeiras visitas ao Brasil, em 2001,Desde suas primeiras visitas ao Brasil, em 2001,Desde suas primeiras visitas ao Brasil, em 2001,Desde suas primeiras visitas ao Brasil, em 2001,o que mudou na Auriculomedicina?o que mudou na Auriculomedicina?o que mudou na Auriculomedicina?o que mudou na Auriculomedicina?o que mudou na Auriculomedicina?

Nos últimos dez anos, nossos estudos nos têm levadoa novos descobrimentos e avanços. Por exemplo: amplia-mos a abrangência terapêutica da Auriculomedicina de 400doenças para 1000 sintomas e doenças. Através da com-binação de Auriculomedicina e a Fitoterapia Chinesa po-demos obter excelentes resultados em doenças como A.V.C,hemiplegias, glaucoma, catarata, lúpus eritematoso sistêmicoe até doenças oncológicas. Através da combinação deenzimas, regulação do PH e técnicas de ionização, pode-mos tratar doenças prostáticas de difícil tratamento e prog-nóstico.

Entrevista Exclusiva com a

Dra. Huang Li-Chun sobre

AURICULOMEDICINA

Page 17: revista-AFASP-2

17Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

Qual a imporQual a imporQual a imporQual a imporQual a importância da filosofia oriental para umatância da filosofia oriental para umatância da filosofia oriental para umatância da filosofia oriental para umatância da filosofia oriental para umaboa prática dentro da Auriculomedicina?boa prática dentro da Auriculomedicina?boa prática dentro da Auriculomedicina?boa prática dentro da Auriculomedicina?boa prática dentro da Auriculomedicina?

Os fundamentos da filosofia chinesa, como a teoriade Yin e Yang, os cinco elementos, os oito trigramas, ser-vem de substrato para o diagnóstico e tratamento das doen-ças na Medicina Tradicional Chinesa, mas elementos destafisiopatologia como o Qi, o Jing (essência) e o Shen(espírito)são entidades da MTC que não podem ser palpadase vistas, e por isto são de difícil aceitação dentro dafisiopatologia da medicina moderna0Por outro lado, exis-tem um grande grupo de doenças que não podem serdiagnosticadas com claridade dentro da medicina moder-na e portanto seus tratamentos são incompletos ouinsatisfatórios. A Auriculomedicnina junta os princípios filo-sóficos e fisiológicos da MTC e a bases fisiológicas da me-dicina moderna, ultrapassando as limitações desta última0Através do diagnóstico com a Auriculomedicina podemosconhecer o motivo de consulta do paciente e seu históricoclínico, mesmo sem que o paciente chegue a expressá-loverbalmente.

O que a senhora considera mais imporO que a senhora considera mais imporO que a senhora considera mais imporO que a senhora considera mais imporO que a senhora considera mais importante notante notante notante notante noaprendizado da Auriculomedicina?aprendizado da Auriculomedicina?aprendizado da Auriculomedicina?aprendizado da Auriculomedicina?aprendizado da Auriculomedicina?

O diagnóstico é sem dúvida o principal pilar dentroda Auriculomedicina. Ele vai além dos métodos diagnósti-cos da medicina moderna e da MTC, através da inspeção,da palpação, da exploração elétrica e da diferenciação desíndromes no pavilhão auricular; podemos chegar ao diag-nóstico de doenças que ainda não foram manifestadas cli-nicamente. Por isto, é difícil estabelecer comparações. Porexemplo, enquanto a medicina moderna precisa de muitatecnologia para chegar a um diagnóstico ou a MTC precisade um exame longo e minucioso, nós através daAuriculomedicina em menos de três minutos podemos diag-nosticar muitos tipos de doenças incluindo as oncológicas.Por isto, não é possível estabelecer comparações com ou-tros sistemas médicos. Nós, em um tempo muito mais curtoe através de ferramentas mais simples e baratas, podemosexplorar toda a atividade fisiológica dos diferentes siste-mas. Temos um CD intitulado “Diagnosticando e Tratandocom Rapidez e Facilidade”, onde mostramos, na práticaclínica, como se usa a Auriculomedicina.

A Auriculomedicina utiliza aparA Auriculomedicina utiliza aparA Auriculomedicina utiliza aparA Auriculomedicina utiliza aparA Auriculomedicina utiliza aparelhos moderelhos moderelhos moderelhos moderelhos modernosnosnosnosnoscomo eletrcomo eletrcomo eletrcomo eletrcomo eletroacupuntura, laser e outroacupuntura, laser e outroacupuntura, laser e outroacupuntura, laser e outroacupuntura, laser e outros? Quais são as feros? Quais são as feros? Quais são as feros? Quais são as feros? Quais são as fer-----ramentas necessárias para uma boa prática?ramentas necessárias para uma boa prática?ramentas necessárias para uma boa prática?ramentas necessárias para uma boa prática?ramentas necessárias para uma boa prática?

Na verdade, são muitos os avanços tecnológicos naárea médica. Dentro da acupuntura são usados muitos ti-pos de aparelhos eletroestimuladores, mas nós usamos umpequeno aparelho de auxílio para o diagnóstico através dopavilhão auricular que, já no mundo, alguns o apelidam de“Chinese MRI” (Ressonância magnética Chinesa). Com ouso deste pequeno aparelho, podemos chegar ao diagnós-

tico de doenças que mesmo os mais modernos e caros equi-pamentos não conseguem.

Quais problemas de saúde são mais indicados paraQuais problemas de saúde são mais indicados paraQuais problemas de saúde são mais indicados paraQuais problemas de saúde são mais indicados paraQuais problemas de saúde são mais indicados paratratamento pela Auriculomedicina?tratamento pela Auriculomedicina?tratamento pela Auriculomedicina?tratamento pela Auriculomedicina?tratamento pela Auriculomedicina?

A Auriculomedicina pode ser usada para tratar umaenorme variedade de doenças, mas na prática clínica, ob-servamos que sintomas dolorosos em geral, são os que ofe-recem um resultado mais imediato. Doenças funcionais comodiminuição da acuidade visual, diminuição da capacidadeauditiva, isquemias transitórias, insônia, depressão, ansie-dade, pânico, doenças do aparelho digestivo a nível davesícula biliar, duodeno, estômago, também mostram resul-tados muito satisfatórios.

Quais são as vantagens da Auriculomedicina paraQuais são as vantagens da Auriculomedicina paraQuais são as vantagens da Auriculomedicina paraQuais são as vantagens da Auriculomedicina paraQuais são as vantagens da Auriculomedicina paraa Acupuntura Sistêmica,a Acupuntura Sistêmica,a Acupuntura Sistêmica,a Acupuntura Sistêmica,a Acupuntura Sistêmica, fitoterapia e outros recursos dafitoterapia e outros recursos dafitoterapia e outros recursos dafitoterapia e outros recursos dafitoterapia e outros recursos daMTC?MTC?MTC?MTC?MTC?

Todo sistema terapêutico tem vantagens e desvanta-gens mas, quando comparamos a Auriculomedicina com aAcupuntura, vemos como vantagem a simplicidade do mé-todo, tanto no diagnóstico como no tratamento e nos resul-tados oferecidos em doenças do sistema nervoso, endócrinoe nas enfermidades imunológicas. Quanto ao uso dafitoterapia, é muito freqüente combinar ambos os métodos,sobretudo no tratamento de doenças mais difíceis e comple-xas como doenças auto-imunes e oncológicas.

Diagnóstico auricular: duodenite

Page 18: revista-AFASP-2

18 Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

Como funciona o Como funciona o Como funciona o Como funciona o Como funciona o Qi GongQi GongQi GongQi GongQi Gong em pontos em pontos em pontos em pontos em pontosauriculares?auriculares?auriculares?auriculares?auriculares?

O Qi Gong é mais uma ferramenta usadano tratamento com Auriculomedicina. Cada vezque realizamos a massagem do pavilhãoauricular e colocamos as sementes, usamos QiGong para potencializar o efeito terapêutico.

Qual conselho a senhora daria aos queQual conselho a senhora daria aos queQual conselho a senhora daria aos queQual conselho a senhora daria aos queQual conselho a senhora daria aos quequerem aprender a Auriculomedicina?querem aprender a Auriculomedicina?querem aprender a Auriculomedicina?querem aprender a Auriculomedicina?querem aprender a Auriculomedicina?

Para os alunosÿaconselho nunca parar deestudar, pesquisar e procurar aprender todos osmétodos terapêuticos e diagnósticos que levema uma melhor solução dos problemas de saúde.Assim, a prática da medicina e de suas diferen-tes áreas é ampliada e os profissionais não fi-cam limitados a uma forma única de conheci-mento, podendo ver com mais claridade o pro-cesso das doenças enquanto que outros não con-seguem enxergar. Por isto, todo método que nosexpanda o conhecimento é bem-vindo. Destaforma, podemos praticar a medicina além dosmodelos atuais.

Ao lado: diagnóstico auricular - cervicalgia

Para saber mais:www.earmedicine.us

Page 19: revista-AFASP-2

19Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

Anuncio

Accushop

Page 20: revista-AFASP-2

20 Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

Termos como “Acupuntura Estética” ou “MedicinaTradicional Chinesa aplicada a estética” não suprem todoo conceito de tratar o ser humano como um todo, que é umconceito fundamental da Medicina Tradicional Chinesa,assim o termo Dermato-Funcional, como explica os fisiotera-peutas Elaine Caldeira de Oliveira Guirro e Rinaldo Guirro,prevê a prevenção, promoção e recuperação do indivíduono que se refere aos seus diversos sistemas, não somenteno que tange a “beleza exterior”.

Introdução

A palavra Tradicional nos traz idéia de tradição, algoque vem de muito tempo.

Assim a medicina que nós do ocidente denomina-mos de tradicional, não o é, pois esta medicina alopáticanos formatos que temos hoje é recente, surgiu após a 2°guerra mundial, até então era mais voltada para a parteclínica. A medicina praticada no Brasil é muito similar àquelapraticada nos EUA, onde o paciente é considerado, prati-camente, como uma máquina. A medicina na Europa, prin-cipalmente na França, já é um pouco mais “humana”.

Enquanto isto, a Medicina Tradicional Chinesa trataa pessoa como um todo, não combatendo apenas o efeitoda “doença”, mas sim a sua causa. A Medicina Chinesa étradicional pois mantém suas características, filosofia e modode execução praticamente inalterados desde sua origem,que talvez tenha ocorrido historicamente na China, no perí-odo Neolítico, logicamente que houve avanços tecnológicose descobertas que enriqueceram os conhecimentos orien-tais, porém não alteraram as bases filosóficas da MedicinaChinesa.

É de autoria do Imperador Amarelo o livro que servede base para toda a medicina tradicional chinesa: o HUANGDI NEI JING, que foi escrito em forma de diálogos entre oImperador Amarelo e os mestres da arte do tratamento. Oprimeiro exemplar comprovado pela arqueologia foi encon-trado por volta do ano 500-200 A.C., porém a tradiçãooral demonstra que fora escrito 2000 anos antes disto.

A Medicina Tradicional Chinesa não busca a saúdeperfeita, como no ocidente, mas sim a melhor saúde paracada pessoa, um equilíbrio entre a saúde física, emocionale espiritual. Para tanto podemos lançar mão de diversos

recursos para manter os Órgãos e Vísceras (Zang Fu) funci-onando bem, o Qi e o Sangue (Xue) circulando pelo corpoatravés dos Canais e Colaterais (Jing Luo), o bom desempe-nho das Substâncias Vitais (Jin Ye), dentre outros conceitosinerentes à teoria e prática da Medicina Tradicional Chine-sa.

Uma vida desregrada, sem respeito aos horários deatividade e repouso, sedentarismo, alimentação deficientee inadequada, excesso de atividade sexual, exposição aosfatores patogênicos externos-climáticos - vento, frio, umida-de, calor, secura e fogo, alterações emocionais e o uso detóxicos, como o tabaco e o álcool por exemplo, levam aodesgaste do Qi, fazendo com que o indivíduo apresenteuma aparência envelhecida, desgastada e desarmônica.

Zang Fu

O Coração (Xin) e a beleza

Somente um Coração (Xin) vigoroso conseguirá fa-zer o Sangue fluir por todo o corpo. A compleição em espe-cial é diretamente ligada ao Coração (Xin). Um rosto cora-do e com uma lubrificação normal e olhos brilhantes é sinalde um Coração (Xin) saudável.

Pela função do Coração (Xin) de governar a Mente(Shen), toda a nossa postura e temperamentos estão liga-das ao Coração (Xin) e também são pontos fundamentaispara a nossa beleza.

O Fígado (Gan) e a beleza

Um Fígado (Gan) saudável também favorece umacompleição bonita, devido à função do Fígado (Gan) deregular a circulação do Qi e do Xue. A beleza dos olhos edas unhas também está intimamente ligada à saúde do Fí-gado (Gan).

O Baço (Pi) e a beleza

Algumas das funções do Baço (Pi) são importantíssi-mas para a estética e a beleza. Uma hipofunção do Baço(Pi) prejudicando a sua função de transporte e transforma-ção da água leva à retenção de líquido, gerando edemasob os olhos e obesidade. A Umidade gerada pela disfunçãodo Baço (Pi) também leva ao aumento de peso. A Umidade

Medicina ChinesaDermato-Funcional (Estética)

Reginaldo de Carvalho Silva Filho

Page 21: revista-AFASP-2

21Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

retida por longo período leva à formação de Calor, quepode se manifestar na pele, gerando acne.

Pela manifestação exterior do Baço (Pi) serem os lá-bios, seu beleza estará intimamente relacionada com a saúdedesde Zang. Se este não consegue ascender o Qi dos ali-mentos para a formação do Xue, os lábios serão secos epálidos.

O Baço (Pi) também tem a função de sustentar asestruturas do corpo. Portanto todo tipo anormal ou precocede “queda” das estruturas musculares ou da pele, tambémmostram uma deficiência do Qi do Baço (Pi).

O Pulmão (Fei) e a beleza

O Pulmão (Fei) controla a respiração e se manifestana pele. Ele também governa do Qi Defensivo. Se este éexuberante, a pele será úmida, macia e bela. O Qi defen-sivo circula pelo espaço entre a pele e os músculos. Se elefor forte, este espaço será firme e elástico, permitindo apele se adaptar as mudanças de temperatura e conter ainvasão dos fatores patogênicos.

O Rim (Shen) e a beleza

A Essência do Rim (Shen) é a fonte de energia dos 5Zang e é responsável pela nossa formação congênita. Todoo corpo depende que a Essência (Jing) seja transformadaem Qi Original para o funcionamento correto de todas astransformações do corpo. Assim toda a saúde, longevidadee beleza estão relacionadas com a saúde do Qi do Rim(Shen).

Uma as manifestações de um Qi do Rim (Shen) insu-ficiente por longo período são manchas escuras no rosto.

O Rim (Shen) governa as águas do corpo. Se o Qido Rim é insuficiente, este não consegue regular a distribui-ção de água, gerando edema nos membros e secura napele.

Como o Rim (Shen) é responsável pelos ossos e den-tes, a saúde e beleza destes também depende da saúde doRim (Shen). O cabelo é a manifestação da saúde do Rim,mais diretamente ligada a quantidade e qualidade da Es-sência (Jing). Portanto alterações nos cabelos como calviceprecoce, demonstram a saúde do Rim e de sua Essência(Jing).

Síndromes

Algumas condições normalmente podem ser vistas nasalterações Dermato-Funcionais no corpo todo, onde se des-tacam cinco específicas que podem ser facilmenteidentificadas por terapeutas devidamente treinados:

• Deficiência de Sangue (Xue);• Circulação falha de Sangue (Xue);• Calor Excessivo no Sangue (Xue);• Umidade Excessiva no Corpo;• Deficiência do Rim (Shen).

Acupuntura

Na prática da Acupuntura, pontos específicos nocorpo, denominados pontos de acupuntura, devem ser esti-mulados de diversas formas, como agulhas, magnetos, ele-tricidade, cor, sementes, calor (moxa), vácuo (ventosa), paraque os devidos e desejados resultados possam ser alcança-dos.

Alguns pontos de acupuntura pelo corpo podem influ-enciar de maneira importante o tratamento facial. Estespontos de acupuntura possuem ações sistêmicas e relacio-nadas com a face, potencializando os tratamentos empre-gados de maneira localizada. Deve ficar claro a todos quehá combinações de pontos sistêmicos que podem ser reali-zadas de acordo com o tratamento de base para as dife-rentes causas para as alterações, de acordo com a MTC.

Dentre os pontos sistêmicos que podem beneficiar otratamento facial, destaco:

IG4 (Hegu)E9 (Renying)E36 (Zusanli)F3 (Taichong)VC4 (Guanyuan)VC12 (Zhongwan)

Page 22: revista-AFASP-2

22 Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

Ventosa

A Ventosaterapia é um métodoterapêutico baseado nos princípios daMedicina Tradicional Chinesa, que em-prega os copos, ventosas, sobre locaisespecíficos do corpo no intuito de esti-mular a região e obter os desejadosefeitos locais, distais e globais.

É uma técnica simples e particu-lar. A partir da retirada do ar (pressãoa vácuo) das ventosas (copos) coloca-das em determinadas partes da perife-ria do corpo, promovem uma certa pres-são negativa local, sendo normalmen-te aplicada junto com outros métodoscomo acupuntura, Tui Na, Moxabustãoe etc..., porém é em si mesma um mé-todo autônomo.

A aplicação de ventosas no corpo traz um extraordi-nário benefício, tanto físico como psíquico. Além de tratardoenças, é usada para a manutenção do bem estar, man-tendo a flexibilidade dos músculos, retirando as adesões eas “fibrosidades”. A aplicação de ventosas é feita sobre osmúsculos enrijecidos e acalma também os nervos excita-dos, revitalizando a pessoa para superar o estresse e suasenfermidades.

•Efeitos localizados: sobre a pele, sobre os músculos,sobre as articulações e sobre os órgãos digestivos;

•Efeitos gerais: purificação do sangue, atuação sobre oSistema Nervoso.

•Regularizar o fluxo de Qi;•Regularizar o Fluxo de Sangue (Xue);•Remover Agentes Patogênicos;•Mobilizar o Qi e o Sangue (Xue) pelo corpo;•Tonificar a Deficiência e Dispersar a Plenitude;•Drenar os Canais e Colaterais (Jing Luo);•Remover a Estagnação de Qi e a Estase de Xue;•Prevenir patologias;

Fitoterapia

A Fitoterapia Tradicional Chinesa emprega concei-tos diferentes da fitoterapia ocidental além de se utilizar deprodutos também diversificados, podendo estes serem deorigem vegetal, animal e mineral.

No conceito Dermato-Funcional diversas são as pos-sibilidades de emprego dos fitoterápicos chineses, sendoque normalmente enfatizo o emprego de:

• Pó de pérola;• Máscara de ginseng;• Óleo de trigo.

Tui Na

Tui Na é a massagem Chinesa, sendo considerada amãe das demais técnicas manuais orientais.

Historicamente empregada naChina para a manutenção da saúde,prevenção e tratamento de patologias,“prolongamento da vida” e rejuvenes-cimento. Combinada com todas as te-orias da Medicina Tradicional Chine-sa, seus efeitos são amplificados emelhorados, aumentando também assuas indicações.

Possui uma grande quantidadede manobras e manipulações, desdeuma simples pressão, até manipulaçõesvertebrais mais complexas.

Funções

• Tonificar o Qi e o Sangue (Xue)da pele;

• Desobstruir o Qi pelos Canais eColaterais (Jing Luo);

• Beneficiar a pele e os tecidos superficiais;• Tonificar o Wei Qi (Qi Defensivo);• Proteger o corpo contra os agentes patogênicos;• Melhorar o brilho e a vitalidade da pele;• Recuperar a Essência (Jing) presente nos tecidos;• Melhorar o fluxo de Sangue (Xue) pelo corpo;• Desobstruir o fluxo dos Líquidos Corporais (Jin ye);• Fortalecer as funções dos Órgão e Vísceras (Zang Fu).

Qi Gong

O Qi Gong que significa literalmente exercício derespiração, ou melhor, trabalhar com o Qi, tem uma longahistoria na China. É um tipo de exercício tradicional prati-cado pelos chineses para manter-se em forma. Na Chinamilhões de pessoas praticam diariamente Qi Gong com oobjetivo principal de retardar os efeitos prejudiciais do en-velhecimento. Muitos praticantes chegam a níveis em queconseguem se manter “jovens” através da prática do QiGong.

Prevenindo patologias, fortalecendo o corpo, melho-rando a oxigenação geral do corpo, dentre outros fatoresbenéficos. Instrumentos científicos modernos têm detectadoinformação de ondas magnéticas, infravermelhas, informa-ções estáticas e informações magnéticas a partir do qi libe-rado pelos mestres do qigong. Estes descobrimentos ajuda-ram a impulsar o estudo do qigong ao nível mais alto econtribuir ao esforço humano por explorar os mistério davida.

Dr. Reginaldo de Carvalho Silva Filho é

Fisioterapeuta, Doutorando em Medicina

Interna pela Escola Paulista de Medicina,

Pesquisador-Chefe do Centro Avançado de

Pesquisas em Ciências Orientais, Acupunturista

e Terapeuta Oriental com estudos avançados na

China e Diretor Geral da EBRAMEC/CIEFATO

Page 23: revista-AFASP-2

23Revista AFA-São Paulo Ano I no 02

Page 24: revista-AFASP-2

24 Revista AFA-São Paulo Ano I no 02