RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer,...

73
LUCIANA LIMA DE ARAÚJO RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O CRESCIMENTO SOMÁTICO E PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DE RATOS ADULTOS ALIMENTADOS COM DIETA PALATÁVEL/HIPERLIPÍDICA PÓS- DESMAME RECIFE 2012

Transcript of RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer,...

Page 1: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

LUCIANA LIMA DE ARAÚJO

RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO

SOBRE O CRESCIMENTO SOMÁTICO E PARÂMETROS

BIOQUÍMICOS DE RATOS ADULTOS ALIMENTADOS

COM DIETA PALATÁVEL/HIPERLIPÍDICA PÓS-

DESMAME

RECIFE

2012

Page 2: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

LUCIANA LIMA DE ARAÚJO

RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO

SOBRE O CRESCIMENTO SOMÁTICO E PARÂMETROS

BIOQUÍMICOS DE RATOS ADULTOS ALIMENTADOS

COM DIETA PALATÁVEL/HIPERLIPÍDICA PÓS-

DESMAME

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Nutrição do

Centro de Ciências da Saúde da

Universidade Federal de Pernambuco,

para obtenção do título de Mestre em

Nutrição.

Orientadora: Profa. Dr

a. Carol Góis

Leandro, professora adjunta do Núcleo

de Educação Física e Ciências do

Esporte do Centro Acadêmico de

Vitória da Universidade Federal de

Pernambuco.

Co-orientadora: Profa. Dr

a. Elizabeth

Nascimento, professora adjunta do

Departamento de Nutrição da

Universidade Federal de Pernambuco.

RECIFE

2012

Page 3: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado
Page 4: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado
Page 5: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado
Page 6: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho especialmente ao meu filho Lucca que faz minha

vida renascer a cada dia. Amo muito você, filho!

Ao meu marido e companheiro Emerson que sempre segura minha mão

nos momentos mais difíceis. Você colore minha vida !!!

Aos meus pais, Neucile e Vilma por terem sempre possibilitado a

realização dos meus sonhos. Obrigada pela atenção e amor de sempre.

Vocês significam muito pra mim. Estão sempre comigo, mesmo quando

distante.

As minhas irmãs Marina e Marília, obrigada pelo companheirismo e

pelos incentivos.

Amo vocês de forma especial !!!

Page 7: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelas oportunidades que me foram dadas na vida,

principalmente por ter colocado pessoas maravilhosas no meu convívio, mas

também por ter vivido fases difíceis, que foram matérias-primas de

aprendizado. Obrigada senhor por ter direcionado meus caminhos.

A minha orientadora Carol Leandro, pela paciência, compreensão e por

todos os incentivos ao longo da elaboração desse trabalho. Por acreditar que

conseguiríamos bons resultados, mesmo com todos os percalços do caminho.

Você me deu força quando estava fraca, alegria quando estava triste e vibrou

junto comigo quando as coisas deram certo. Você me ensinou que somos nós que

decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode

existir dentro de nós mesmos. Você é incrível. Agradeço por sua amizade,

carinho e dedicação.

A minha co-orientadora Elizabeth Nascimento sempre muito atenciosa e

cuidadosa. Mesmo quando distante fez parte do meu aprendizado e contribuiu

para minha formação. Agradeço pela amizade e por ter compartilhado suas

experiências e conhecimentos. Você parece bastante com meu pai. Durona,

perfeccionista e de um coração imenso. Muito obrigada por tudo. Obrigada

mesmo!!

Page 8: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Ao prof. Raul Manhães sempre presente e disposto a ajudar. Obrigada

por ter participado dessa etapa importante em minha vida e bem do fundo do

coração, obrigada pela amizade, ela vale mais que tudo. Você é especial.

Aos meus amigos de laboratório José Antônio, Adriano Bento, Amanda

Marcelino, Gisélia Muniz, Maria Cláudia e Taisy Ferro que compartilharam as

alegrias e dificuldades, estando sempre presentes, formando uma corrente de

boas energias. Vocês foram essenciais em minha jornada. Obrigada por tudo.

Aos meus estagiários Ana Karla e Luiz Bonner que contribuíram para

realização das atividades e colocaram um toque especial a pesquisa através de

suas dúvidas e indagações. Foi muito bom crescer com vocês.

A todos que fazem parte da pós-graduação que contribuíram direta ou

indiretamente para realização desse trabalho. Muito obrigada.

Ao grupo NNI - “Tudo faz crer que, no futuro, realizações

significativas e duradouras virão, não de pessoas extraordinárias, mas de

extraordinárias combinações de pessoas que aprendem a pensar e trabalhar

juntas” (Victor Mirshawka). Desejo muitas vitórias para o grupo. Obrigada

pelos ensinamentos.

Page 9: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

“Se você quiser alguém em quem confiar

Confia em si mesmo

Quem acredita, sempre alcança”

(Flávio Venturine)

Page 10: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

RESUMO

No presente estudo foram avaliadas as repercussões do consumo de dieta hipocalórica

durante a vida perinatal sobre parâmetros de crescimento somático e bioquímicos de

ratos alimentados ou não com dieta palatável-hiperlipídica do desmame a idade adulta.

Ratas Wistar nulíparas quando confirmada a gestação, formaram dois grupos conforme

a manipulação dietética (n=6/cada): Controle (CL, recebeu dieta normocalórica durante

gestação e lactação [3.6 Kcal/g]) e hipocalórica (HL recebeu dieta hipocalórica durante a

gestação e lactação [2,3 Kcal/g]). Registro de peso e consumo foi acompanhado nas

mães. Ao nascimento, ninhadas foram ajustadas para 8 filhotes mantendo a proporção

de 4:4 (machos:fêmeas) sempre que possível. Ao desmame os machos passaram a

receber dieta padrão Labina® (3,6 Kcal/g) formando os grupos Controle (C+CP, n:12) e

Hipocalórico (H+CP, n:14) ou dieta palatável-hiperlipídica (4,2 Kcal/g) formando os

grupos Controle-Palatável (C+HLP, n:11) e Hipocalórico-Palatável (H+HLP, n:9).

Registro do crescimento somático foi realizado do nascimento aos 120 dias de vida.

Teste de tolerância à glicose (ΔG) foi realizado aos 60, 90 e 120 dias e ao final do

experimento, órgãos foram pesados e o plasma coletado para dosagens bioquímicas. Na

vida adulta, a ingestão alimentar foi registrada durante 10 dias a partir do 110º dias de

vida. Condições padrão de biotério foram mantidas por todo experimento e água e ração

foi ofertada à vontade. A dieta hipocalórica oferecida às mães na gestação e lactação

não alterou o peso, consumo ou variação de peso das mesmas. Igualmente, medidas de

peso e comprimento corporal não diferiram nos filhotes ao nascimento. No entanto, ao

longo da lactação, algumas medidas de crescimento mostraram-se reduzidas nos filhotes

hipocalóricos como peso corporal (CL, 49,99±2,12g; HL, 38,90±3,22g (P<0,001) e

comprimento naso-anal (CL, 117,28±4,38cm; HL, 109,81 ± 2,71cm) (p<0.001). Os

animais que consumiram dieta palatável-hiperlipídica no pós desmame tiveram maior %

de ganho ponderal e isto foi acompanhado por maior deposição de gordura abdominal e

intolerância a glicose, sendo ainda acentuado no grupo que sofreu restrição energética

no período perinatal. O uso de dieta palatável-hiperlipídica pós desmame também

elevou as taxas de triglicérides e colesterol em ambos os grupos na idade adulta, sendo

o VLDL-colesterol mais pronunciado no grupo H+HLP (38,10 ± 3,031 mg/dL-1

) vs

C+HLP (23,34 ± 2,86 mg/dL-1

) (p<0.001) e hipertrigliceridemia em H+HLP (190,54 ±

15,15 mg/dL-1

) visto que este diferiu de C+HLP (116,68 ± 12,25 mg/dL-1

) (p<0.001). Os

resultados demonstram que a restrição de energia no período fetal e neonatal acarreta

danos ao desenvolvimento somático com repercussões na vida adulta afetando medidas

murinométricas indicadoras de sobrepeso. O uso da dieta palatável pós-desmame

alterou o peso relativo de órgãos e mesmo os grupos apresentando menor consumo,

houve maior armazenamento de gordura abdominal. Igualmente causou alterações no

perfil glico-lipídico com maior agravo no grupo H+HLP em determinados parâmetros.

Pode-se inferir portanto, que a restrição energética na vida perinatal pode acarretar

efeitos mais deletérios em longo prazo quando esta for seguida de uma dieta

desequilibrada nas proporções de macronutrientes.

Palavras-chave: Desnutrição, gestação, lactação, dieta hiperlipídica, obesidade, ratos.

Page 11: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

ABSTRACT

The present study evaluated the repercussions of a hypocaloric diet during perinatal life

on somatic growth and biochemical parameters in rats fed a palatable hyperlipid diet

from weaning to adulthood. Nulliparous female Wistar rats with confirmed pregnancy

were divided into two groups (n=6/each) based on diet received during gestation and

lactation: Control (CL), receiving a normal caloric diet (3.6 Kcal/g); and hypocaloric

(HL), receiving a low-energy diet (2.3 Kcal/g). Weight and food intake of mothers were

monitored to determine possible alterations. Upon birth, the offspring were adjusted to

eight pups, maintaining a male to female proportion of 4:4. At weaning, males received

either a standard Labina® diet (3.6 Kcal/g), forming a control group (C+CP, n:12) and

hypocaloric group (C+HP, n:14), or a palatable hyperlipid diet (4.2 Kcal/g), forming a

palatable control group (C+HLP, n:11) and a hypocaloric-palatable group (H+HLP, n:9).

Water nd chow were offered ad libitum. Somatic growth was recorded from birth to 120

days of life. The glucose tolerance test (ΔG) was performed at 60, 90 and 120 days. In

adulthood, food intake was recorded during ten days beginning at 108 days of life. At

the end of the experiment, the organs were weighed and plasma was collected for

biochemical analysis. The low-energy diet offered to the mothers during gestation and

lactation did not alter the body weight, food intake or gain of body weight of these

animals. Likewise, body weight and length at birth did not differ among the pups.

However, throughout lactation, some growth measures were reduced in the low-energy

pups, such as body weight (CL: 49.99±2.12g; HL: 38.90±3.22g (p<0.001) and nose-to-

anus length (CL: 117.28±4.38cm; HL: 109.81±2.71cm) (p<0.001). The animals that

consumed the palatable hyperlipid diet after weaning had a greater percentage of body

weight gain, which was accompanied by a greater deposition of abdominal fat and

glucose intolerance; these findings were more accentuated in the group submitted to

low-energy diet in the perinatal period. The use of the palatable hyperlipid diet after

weaning also raised the levels of triglycerides and cholesterol in both groups in

adulthood, with VLDL cholesterol (38.10±3.031 mg/dL-1

vs. 23.34±2.86 mg/dL-1

)

(p<0.001) and hypertriglyceridemia (190.54±15.15 mg/dL-1

vs. 116.68±12.25 mg/dL-1

)

(p<0.001) more pronounced in the H+HLP group in comparison to the C+HLP group.

The results demonstrate that energy restriction in the fetal and neonatal period had a

negative effect on somatic development, with repercussions in adulthood, affecting

measures of overweight in rats. The use of the palatable post-weaning diet altered the

relative weight of the organs. Moreover, greater abdominal fat storage was found even

in groups with lower food intake. This diet also caused changes in the glucose/lipid

profile, with a greater impact in the H+HLP group regarding particular parameters. It is

possible to infer that energy restriction in perinatal life can have more harmful long-

term effects when followed by an imbalanced diet with regard to the proportions of

macronutrients.

Keywords: Malnutrition, pregnancy, lactation, high-fat diet, obesity, rats

Page 12: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO................................................................................................... 11

2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................................ 15

Artigo 1: Desnutrição perinatal versus obesidade na vida adulta: papel da

alimentação ocidental..................................................................................................

15

15

3. OBJETIVOS............................................................................................................. 32

4. HIPOTÉSE............................................................................................................... 34

5. MATERIAS E MÉTODOS...................................................................................... 36

5.1 Animais e tratamento........................................................................................ 37

5.2 Composições das dietas.................................................................................... 37

5.3 Avaliações em gestantes e lactantes................................................................. 39

5.4 Avaliações murinométricas na prole................................................................ 39

5.4.1 Peso corporal................................................................................................. 39

5.4.2 Eixos Látero-lateral do crânio e ântero-posterior do crânio.......................... 40

5.4.3 Eixo longitudinal do corpo e comprimento da cauda.................................... 40

5.5 Teste de tolerância à glicose............................................................................. 41

5.6 Consumo alimentar........................................................................................... 41

5.7 Pesagens de órgãos e gordura visceral............................................................. 41

5.8 Dosagens bioquímicas...................................................................................... 42

5.9 Análises estatística............................................................................................ 43

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 46

Artigo 2: Hyperlipidic diet during growth maximizes the adverse effects of a

perinatal low-energy diet on plasma glucose/lipids profile in adult offspring..……..

45

45

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 66

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 68

ANEXOS...................................................................................................................... 70

Page 13: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

__________________ APRESENTAÇÃO

Page 14: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

1. APRESENTAÇÃO

______________________________________________________________________

Estudos experimentais e epidemiológicos demonstram que doenças do adulto podem

ser resultantes de insultos do ambiente intrauterino ou pós-natal. Um estímulo ambiental

durante o período crítico de desenvolvimento pode ter efeito subsequente sobre

estruturas e funções de sistemas orgânicos, conduzindo a um aumento da

susceptibilidade a doenças na vida adulta, tais como obesidade e patologias associadas

(hipertensão, intolerância à glicose, diabetes tipo II, hipercolesterolemia e

hiperinsulinemia). A obesidade é uma patologia que tem crescido até mesmo nos países

em desenvolvimento e configura atualmente como um dos maiores problemas mundial

de saúde pública. No Brasil estudos transversais têm evidenciado transição nutricional e

epidemiológica com declínio da desnutrição e aumento acelerado da obesidade,

afetando inclusive populações jovens de diversas regiões. Concomitante a este

fenômeno, pesquisas de abrangência regional e nacional apontam relevantes mudanças

nos hábitos alimentares da população. As gorduras saturadas, os açúcares simples e os

alimentos industrializados com elevado teor de sódio figuram entre estas alterações.

Evidências experimentais fornecem dados importantes para a identificação dos

processos fisiopatológicos envolvidos no surgimento de doenças crônicas com origem

na infância. Esses dados apontam uma marcante e duradoura participação da nutrição

materna sobre o processo saúde-doença no decorrer da vida. O aporte nutricional

materno inadequado, tanto a falta quanto o excesso de nutrientes, configura como uma

importante alteração ambiental e acarreta modificações metabólicas favorecendo o

surgimento de patologias na idade adulta.

A hipótese do fenótipo “poupador” é fortemente utilizada para interpretar a elevação

da obesidade identificada em diversas populações em desenvolvimento. A privação

nutricional ocorrida durante períodos de elevada diferenciação celular leva o organismo

a adaptações metabólicas, a fim de favorecer a sobrevivência em períodos de “fome”.

Na sociedade ocidental moderna o acesso facilitado a alimentos hiperlipídicos repercute

de forma negativa sobre essas adaptações prévias. Portanto, predispõe o indivíduo a

doenças, como resultante de uma dificuldade de ajuste metabólico em função da

abundância nutricional.

A desnutrição experimental em animais é frequentemente induzida por manipulação

dietética através de modelos de dieta hipoprotéica ou através da restrição de oferta

Page 15: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

alimentar. Esses modelos, apesar de consolidados diferem em inúmeros desenhos

metodológicos e nutricionais. O modelo de restrição por acesso limitado à ração

reproduz com mais aproximação à realidade de desnutrição verificada em humanos,

visto que esta é energética ou energética-protéica. No entanto, acarreta estresse

adicional devido os períodos de ausência alimentar e ocasiona distúrbios na expressão

circadiana de genes associados ao metabolismo glicídico e lipídico, bem como o ritmo

do comportamento alimentar.

A restrição de energia na dieta tem sido verificada entre grupos de gestantes, e por

vezes, lactantes, proporcionando o consumo de alimentos de baixo valor energético e de

elevado teor de fibras com o objetivo de evitar ganho ponderal excessivo ou de reduzir

rapidamente o peso corporal pós-natal. Contudo, poucos relatos foram documentados

acerca da adoção desse tipo de conduta sobre a repercussão nos descendentes em curto e

longo prazo.

Por fim, o presente estudo propôs um novo modelo de indução de restrição

energética com base numa dieta hipocalórica sem restrição quantitativa, tentando evitar

o estresse adicional da falta de alimento. O modelo se assemelha aos utilizados na

restrição alimentar em animais, exceto pela oferta ad libitum da ração. Possui também

maior proporção de fibra alimentar e equilibrada distribuição de macronutrientes e

micronutrientes em relação ao valor energético da dieta. O acréscimo de fibra tentou

mimetizar dietas realizadas por grupos de gestantes/lactantes e, por conseguinte o valor

energético da mesma. Em adição, foi utilizada em ratos pós-desmame uma dieta

palatável-hiperlipídica, caracterizada como uma dieta ocidentalizada a fim de reproduzir

a alimentação da atual sociedade ocidental. Sua composição incluiu maior quantidade

de carboidratos simples, gorduras saturadas e sódio. Todos esses componentes em

excesso são associados aos mecanismos envolvidos na sinalização de eventos

metabólicos relacionados à obesidade e síndrome metabólica.

Dessa forma, poucos estudos foram feitos avaliando as repercussões da desnutrição

energética sem restrição quantitativa alimentar, bem como da utilização a posteriori de

dieta palatável-hiperlipídica sobre parâmetros do crescimento e desenvolvimento assim

como indicadores de alteração metabólica na vida adulta. Diante do exposto, a presente

dissertação intitulada Restrição energética perinatal: efeito sobre o crescimento

somático e parâmetros bioquímicos de ratos adultos alimentados com dieta palatável-

hiperlipídica pós-desmame, teve como objetivo avaliar se o consumo de dieta

palatável-hiperlipídica do desmame a idade adulta é capaz de potencializar o surgimento

Page 16: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

de alterações no crescimento somático e no perfil bioquímico de ratos previamente

submetidos à desnutrição calórica durante período perinatal.

A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Fisiologia da Nutrição Dra.

Naide Teodósio do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco,

tendo como orientadores a Profa. Dr

a. Carol Virgínia Góis Leandro e a Prof

a. Dr

a.

Elizabeth do Nascimento. O modelo de dieta hipocalórica e de dieta palatável com

características da alimentação ocidental foi desenvolvido pela profa. Elizabeth do

Nascimento no Laboratório de Nutrição Experimental e Dietética.

O estudo está apresentado sob a forma de dois artigos que serão submetidos a

revistas científicas para apreciação e subsequente publicação. O primeiro se refere a

uma revisão e está intitulado: “Desnutrição perinatal versus obesidade na vida adulta:

papel da dieta ocidental” e será submetido para publicação na Revista de Nutrição da

PUCCAMP. Esta revista é classificada com qualis B4 no comitê de Medicina II da

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O segundo

artigo é original, apresenta os resultados da pesquisa e foi intitulado: “Hyperlipidic diet

during growth maximizes the adverse effects of a perinatal low-energy diet on plasma

glucose/lipids profile in adult offspring” e deve ser submetido para publicação na

revista Nutrition. Esta revista é classificada com qualis A2 no comitê de Medicina II da

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Esta pesquisa recebeu aprovação da Comissão de Ética em Animais de

Experimentação sob processo n° 23076.048926/210-88. Sua realização poderá trazer

contribuições que elucidem se indivíduos expostos a déficits energéticos ou nutricionais

no início da vida podem ser ou não igualmente predispostos ao desenvolvimento de

doenças metabólicas na vida adulta independente da proporção de nutrientes da dieta

consumida. A verificação dessas repercussões pode colaborar com adoção de diretrizes

nutricionais que visam reduzir o risco de doenças crônicas associadas a hábitos

alimentares inadequados.

Page 17: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

__________ REVISÃO DE LITERATURA

Page 18: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

2.0 REVISÃO DE LITERATURA - ARTIGO DE REVISÃO

______________________________________________________________________

Título: Desnutrição perinatal versus obesidade na vida adulta: papel da

alimentação ocidental

Title: Perinatal undernutrition versus obesity in adult life: the role of ocidental

feed

Autores:

Luciana Lima-Araújo1, Elizabeth Nascimento

1, Carol Góis Leandro

2

1 Departamento de Nutrição, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil

2 Departamento de Educação Física e Ciências do Esporte, Centro Acadêmico de

Vitória, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil

Contribuição dos autores:

Luciana Lima de Araujo, Elizabeth Nascimento:Consulta a base de dados

Luciana Lima de Araujo, Elizabeth Nascimento: Escrita e revisão do artigo

Carol Góis Leandro, Elizabeth Nascimento: Revisão final do artigo

Endereço para correspondência:

Carol Góis Leandro

Núcleo de Educação Física e Ciências do Esporte – CAV/UFPE

Rua Alto do Reservatório, s/n – CEP: 55608-680 - Bela Vista, Vitória de Santo Antão,

PE – Brasil.

Fone/Fax: (00 55 81) 35233351

E-mail: [email protected]

Page 19: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

RESUMO

A nutrição materna tem sido enfatizada por diversos estudos pela crescente

prevalência dos seus distúrbios, e suas implicações para a saúde do indivíduo ao longo

da vida, particularmente, em relação às doenças crônicas não transmissíveis. O objetivo

da presente revisão foi discutir a importância da nutrição materno-fetal e sua relação

com o surgimento de alterações metabólicas ao longo da vida a partir da influência de

um padrão de consumo alimentar ocidental. O levantamento bibliográfico utilizou as

bases de dados Medline, Pubmed, Lilacs e Bireme e os artigos foram selecionados de

acordo com a relevância do estudo. A privação nutricional quando ocorrida em períodos

críticos de desenvolvimento resulta em adaptações metabólicas favoráveis a

sobrevivência do concepto. As adaptações metabólicas existentes no ambiente de

privação nutricional e/ou energética provoca modificações na morfologia e fisiologia de

vários órgãos e sistemas, assegurando sua sobrevivência em um ambiente hostil. Essas

adaptações tornam-se desfavoráveis quando em ambiente de abundância nutricional,

facilitando a instalação de desordens metabólicas que resultam em eventos patológicos.

Portanto, esta revisão apresenta as proporções desses eventos no desencadeamento do

excesso de peso/obesidade, bem como, de mudanças metabólicas favoráveis ao

surgimento de quadros de doenças crônicas não transmissíveis.

Termos de indexação: Desnutrição, plasticidade durante o desenvolvimento, Gestação,

Lactação, Dieta hipocalórica, Dieta palatável, Obesidade.

ABSTRACT

______________________________________________________________________

Maternal nutrition has been emphasized in a number of studies due to the growing

prevalence of nutritional disorders and the implications for health throughout life,

particularly with regard to chronic non-transmittable diseases. The aim of the present

review was to discuss the importance of maternal-fetal nutrition and its association with

the emergence of metabolic problems throughout life due to the influence of western

eating patterns. A bibliographic survey was carried out using the Medline, Pubmed,

Lilacs and Bireme databases, in which papers were selected based on their relevance to

Page 20: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

the study. When occurring in critical periods of development, gestation and lactation,

nutritional and/or energy deprivation induces metabolic adaptations that lead to changes

in the morphology and physiology of different organs and systems, thereby favoring the

survival of the fetus in a hostile environment. However, these adaptations become

unfavorable in an environment of nutritional abundance, favoring the emergence of

metabolic disorders that result in pathologic events. Such events are mainly investigated

in animal models, although initially observed in epidemiological studies. The present

review discusses the proportions of these events in triggering excess weight and obesity

as well as metabolic changes that favor the emergence of non-transmittable chronic

diseases.

Indexing terms: Malnutrition, developmental plasticity, Gestation, Lactation,

Hypocaloric diet, Palatable diet, Obesity

INTRODUÇÃO

A nutrição materna tem sido enfatizada por diversos estudos pela crescente

prevalência dos seus distúrbios, assim como pela importância em implicações para a

saúde do indivíduo ao longo de sua vida, particularmente, em relação às doenças

crônicas não transmissíveis (1, 2)

. Períodos de intenso crescimento e desenvolvimento

como gestação e lactação são altamente sensíveis a agressões ambientais, a exemplo,

das nutricionais. Estes insultos trazem repercussões à saúde, em curto e longo prazo,

podendo aumentar a predisposição do indivíduo em desenvolver doenças como

obesidade, intolerância a glicose, diabetes tipo II (1)

e dislipidemia (3)

.

Na fase intrauterina, o feto interage dinamicamente com o meio a fim de adquirir

vantagens de sobrevivência. Em condições de privação nutricional e/ou energética, o

organismo fetal sofre ajustes metabólicos que permitem sua sobrevivência em um meio

escasso, programando-o para viver em um ambiente de baixa oferta nutricional (4)

. O

acesso ilimitado a alimentos, característico da sociedade ocidental, tornam as

adaptações negativas (5)

, contribuindo para o surgimento de obesidade na idade adulta.

Este episódio advém da dificuldade de ajuste em um meio de abundância nutricional

para o qual o indivíduo não estava programado (6, 7)

. Dietas palatáveis tentam reproduzir

Page 21: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

o padrão dietético ocidental e são amplamente utilizadas em estudos experimentais para

reprodução de obesidade e de alterações metabólicas (8)

.

Com base neste panorama, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão da

literatura acerca da importância da nutrição materno-fetal, sua relação com o surgimento

de alterações metabólicas no decorrer da vida, bem como as consequências do padrão de

consumo alimentar ocidental no desencadeamento da obesidade e alterações

metabólicas correlatas.

O presente estudo se deu com base em levantamento bibliográfico, utilizando-se as

bases de dados Medline, Pubmed, Lilacs e Bireme durante os períodos de agosto de

2011 a fevereiro de 2012. Os termos de indexação utilizados foram: malnutrition, fetal

programming, gestation, lactation, hypocaloric diet, palatable diet e obesity. Os

artigos foram selecionados de acordo com a relevância do estudo.

Importância da Nutrição Materna Perinatal

O período de formação fetal constitui um estado dinâmico, no qual uma série de

adaptações do metabolismo materno se processa no sentido de sustentar o crescimento e

desenvolvimento do feto, mantendo ao mesmo tempo a homeostase orgânica (9)

. O

desenvolvimento fetal é modulado por fatores genéticos, placentários, nutricionais e

hormonais que interagem de maneira sinérgica e estão intimamente ligados às condições

nutricionais maternas (10, 11)

. A limitação do substrato nutricional pode acarretar

hipoxemia e prejudicar o crescimento feto-placentário (11)

através de mecanismos que

ainda despertam interesse, servindo de questionamento, ainda, para diversos estudos.

A nutrição materna desempenha papel importante no fornecimento de substratos

necessários a formação de tecidos materno-fetais (9)

estando diretamente relacionada

com o crescimento e desenvolvimento dos conceptos (12)

. O aporte de nutrientes também

favorece a síntese adequada de hormônios responsáveis pela reestruturação orgânica e

alterações metabólicas que irão apoiar o estado gravídico (9, 11)

e a formação de estoques

nutricionais fundamentais para o fornecimento da elevada demanda energética do

período seguinte de lactação (13)

.

Os hormônios maternos e placentários afetam direta ou indiretamente, a captação e

transferência placentária de nutrientes e, consequentemente, podem induzir uma

resposta fetal mediada pela quantidade de glicose e aminoácidos transportados para o

Page 22: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

feto, levando a distúrbios de crescimento (11, 14)

. Os períodos da gestação e lactação são

considerados, portanto, períodos críticos do desenvolvimento (15)

. Estes se caracterizam

pela elevada plasticidade celular e susceptibilidade a interferências de diversos fatores

ambientais (15)

. Dentre esses fatores, a alimentação/nutrição figura como um dos mais

importantes (16)

por interferir em aspectos básicos de desenvolvimento tecidual,

necessários para a estrutura e crescimento celular (citogênese e histogênese) (15)

, ou

ainda por modular alterações permanentes da expressão genética afetando até mesmo

gerações futuras (17)

.

Nos países em desenvolvimento a desnutrição crônica ainda é um dos principais

problemas de saúde causando prejuízos por vezes irreversíveis ao desenvolvimento

orgânico ou mesmo elevando os índices de morbimortalidade em diversas populações

(18), com repercussões a curto e longo prazo que predispõe o indivíduo a patologias na

idade adulta (1, 19, 20)

.

De acordo com dados fornecidos pelo Subsistema de Informação sobre Nascido

Vivo (SISNAC) 8,2% dos nascidos vivos no Brasil no ano de 2004 foram de baixo peso

ao nascer (BPN) (21)

. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), nos países

desenvolvidos cerca de dois terços dos recém-nascidos de baixo peso é prematuro,

enquanto um terço é pequeno para idade gestacional. Porém, nos países em

desenvolvimento a relação se inverte de forma que aproximadamente 75% dos recém-

nascidos de BPN são pequenos para a idade gestacional (22)

. Nesses países, o BPN

quase sempre está fortemente associado às condições de pobreza, má nutrição crônica

materna e consumo alimentar insuficiente (23)

.

Distúrbios Nutricionais Perinatais e Consequências à Saúde

As consequências da desnutrição dependem de fatores como duração, período e

intensidade do insulto nutricional (15)

que irão definir a gravidade das modificações.

Mecanismos de adaptação do feto à falta de nutrientes e de oxigênio incluem

redistribuição do fluxo sanguíneo, redução da utilização de glicose e redução da

velocidade de divisão celular, o que afeta principalmente os tecidos que atravessam o

período crítico de desenvolvimento (24)

. Outras consequências incluem modificações no

padrão da secreção hormonal, na distribuição dos vários tipos de células e,

consequentemente, na estrutura de órgãos. Alterações no comportamento metabólico,

limitando o desenvolvimento de tecidos como o músculo, pâncreas e rins também

Page 23: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

ocorrem em função de poupar órgãos nobres como o cérebro e coração, a exemplo de

direcionar o suprimento de glicose para os mesmos (24, 25)

.

Essas adaptações têm papel determinante para sobrevivência (26)

, mas podem

conduzir a alterações permanentes em diversos órgãos e sistemas programando funções

metabólicas (27)

que na idade adulta estão associadas ao surgimento de patologias

crônicas (28-30)

. O termo plasticidade durante o desenvolvimento é utilizado atualmente

para descrever o fenômeno pelo qual um estímulo ocorrido durante o período crítico de

desenvolvimento tem efeito subsequente sobre estruturas e funções orgânicas,

interferindo inclusive sobre o comportamento alimentar. Estudos experimentais e

epidemiológicos tem evidenciado a associação entre baixo peso ao nascer e o

surgimento de doenças crônicas na idade adulta, sobretudo obesidade (19)

e doenças

correlatas, tais como dislipidemia (3)

resistência à insulina e diabetes tipo II (31, 32)

.

Segundo Barker et al. (2009) (33)

, os indivíduos com BPN estão mais vulneráveis às

doenças tardias, essencialmente através de três processos: maior resistência à insulina;

menor capacidade funcional de órgãos chave como o rim e o pâncreas; maior

sensibilidade a condições adversas in útero, que determinam as respostas a posteriores

influências ambientais (34)

.

Modificações resultantes da privação nutricional ocorridas no músculo esquelético

desempenham papel importante para o surgimento de patologias na idade adulta, tais

como resistência à insulina, haja vista a dependência deste tecido à ação da insulina (35)

.

Estas modificações ocorrem, sobretudo quando a desnutrição acontece no período final

da gestação (36)

, pois provavelmente, o maior desenvolvimento do tecido muscular

ocorre nesta fase (37)

. Segundo Loss et al. (2001) (38)

, fatores adversos intrauterinos

podem programar a composição de massa magra, independentemente da influência

genética, determinando déficit em massa magra (39-41)

ou influenciando na composição

das fibras musculares (42)

. Igualmente se associa com a redução da expressão de

receptores GLUT4 e de proteínas sinalizadoras da ação intracelular da insulina no

músculo (43, 44)

.

O tecido adiposo também desempenha papel determinante, visto que indivíduos de

BPN apresentam rápido ganho ponderal pós-natal à custa de massa gorda,

essencialmente de distribuição central (45)

, de forma que a redução da massa muscular

parece contribuir para este processo. Após o nascimento, a sensibilidade à insulina e o

número de receptores no tecido adiposo podem estar aumentados, o que também poderá

contribuir para este rápido ganho de peso (46)

, resistência a insulina (47)

e hiperglicemia.

Page 24: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Adicionalmente estudos em animais que sofreram retardo de crescimento

intrauterino também demonstram uma maior produção de glicose hepática, devido a

alteração em níveis de enzimas favoráveis ao processo de gliconeogênese e diminuição

de enzimas relacionadas ao processo de glicólise. Esta maior produção contribui para o

aumento da resistência a insulina e hiperglicemia plasmática (48)

.

Durante a privação nutricional o feto interage dinamicamente com o meio, a fim de

adquirir vantagens de sobrevivência para o futuro. O intercâmbio com os sinais

maternos prevê o ambiente no qual crescerá, sendo então programado para sobreviver

em ambiente de baixa oferta nutricional(4)

. Singhal Além da insuficiência, o excesso de

nutrientes consumido durante o período perinatal também pode contribuir para o risco

aumentado de obesidade na idade adulta (50)

. Segundo Luo et al., (2006) (51)

e Davidge

et al., (2008) (52)

, a alimentação inadequada acarreta maior vulnerabilidade a danos

oxidativos, levando a uma redução no estado redox dos tecidos fetais susceptíveis,

conduzindo ao estresse oxidativo. O estresse oxidativo pode atuar diretamente através

da modulação da expressão gênica ou indiretamente através dos efeitos adversos na

oxidação de proteínas, lipídios e ácidos nucléicos, resultando em uma queda da

produção energética mitocondrial. Os períodos pré e pós-natal correspondem à janela

temporal crítica da programação adversa provocada pelo estresse oxidativo (51)

.

Desequilíbrio Nutricional e Incremento da Obesidade

A obesidade é um problema mundial de saúde pública cuja prevalência vem

aumentando até mesmo nos países em desenvolvimento (53, 54)

e em populações jovens

(55, 56). É uma condição multifatorial, em que fatores ambientais, genéticos e biológicos

atuam conjuntamente para o seu surgimento (57)

. A associação entre desnutrição

perinatal e aumento do risco de apresentar obesidade na idade adulta (58)

seja em

humanos ou em animais, vem se consolidando como uma relação de causa e efeito haja

vista os inúmeros trabalhos publicados sobre o tema.

Dentre os sistemas que sofrem influência da desnutrição perinatal figura o

músculo esquelético, que se destaca por representar o tecido de maior contribuição no

peso corporal total, assumindo importante papel modulador na captação de glicose

sanguinea. Além de alterações ocorridas no múculo esquelético, o tecido adiposo

também parece sofrer importantes mudanças no seu metabolismo decorrente da falta de

nutrientes/energia no período perinatal. Neste contexto destaca-se o acelerado ganho de

Page 25: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

peso que ocorre em organismos que sofreram carência nutricional e/ou energética na

vida perinatal, resultante de adaptações, a exemplo, supressão da termogênese

programada in útero, em resposta à restrição nutricional (47)

. Este rápido aumento de

incorporação de massa corporal é conhecido como catch-up pós-natal e se caracteriza

predominantemente por aumento de massa gorda, essencialmente de distribuição central

(59-61), que precede alterações metabólicas, tais como a resistência à insulina

(62) e

dislipidemia (3)

. Em adultos com BPN, encontraram-se associações positivas entre os

níveis de insulina e gordura visceral (63)

, o que não se verificou com a gordura

subcutânea (64)

.

A nutrição materna também pode exercer influência no comportamento

alimentar da prole (65, 66)

. Bellinger et al., (2006) mostraram que ratos submetidos à

desnutrição protéica no período fetal apresentaram alterações no comportamento

alimentar aos 18 meses de idade resultando em obesidade (67)

. Bellinger et al., (2009)

observou hiperfagia em ratos alimentados com dita hiperlipídica previamente afetados

por desnutrição protéica fetal. Palou et al., 2011 (68)

também observou hiperfagia em

animais adultos que sofreram desnutrição energética durante o período da lactação e

posteriormente foram alimentados com dieta hiperlipídica.

Menor atividade anorexígena tem sido relatada em ratos desnutridos durante os

períodos críticos de desenvolvimento, levando a um estado de hiperfagia na idade adulta

(67). Estudos têm evidenciado diminuição da ação da leptina

(65), insulina

(69), serotonina

(70) e uma diminuída expressão gênica dos neurônios anorexígenos POMC

(propiomelanorcotina) (65)

, além do aumento para neurônios NPY (71)

.

Adicionalmente há relatos que alimentos palatáveis são capazes de promover

alterações metabólicas relacionadas às moléculas que expressam os sinais de fome e

saciedade, trazendo alterações na razão fisiológica das moléculas

orexígenas/anorexígenas que se relacionam com a utilização de glicose, oxidação dos

ácidos graxos, gasto energético, além do mecanismo de saciedade (72)

. Neste contexto a

dieta palatável-hiperlipídica é bastante utilizada para reprodução de modelos

experimentais de obesidade(71)

.

Estudo realizado por Duarte et al., (2006) (73)

demonstrou que ratos submetidos

à dieta hiperlipídica palatável, apresentam a partir de três semanas aumento na

quantidade tecidos adiposos retroperitoneal (RET) e epididimal (EPI) e tendência a

distúrbios de perfil lipídico (73, 74)

. Essas alterações podem explicar em parte a

interferência dos alimentos palatáveis na regulação do apetite e ingestão alimentar,

Page 26: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

contribuindo para o crescimento na obesidade. Segundo Krechowec et al., (2006) (75)

em filhotes desnutridos quando expostos a uma dieta hiperlipídica durante a vida pós-

natal observa-se amplificação da obesidade, hiperleptinemia e resistência a insulina.

Em meados dos anos 70 (século XX), países em desenvolvimento, a exemplo, o

Brasil, demostravam elevados índices de desnutrição infantil, porém hoje se detecta

altas prevalências de sobrepeso/obesidade em todas as faixas etárias. Dados

comparativos de estudos transversais ocorridos nas décadas de 70, 80, 90 (76)

e mais

recentemente na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF 2008/2009) (77)

demonstram

transição nutricional referenciada no declínio rápido da prevalência de desnutrição em

crianças e elevação, em ritmo mais acelerado, da prevalência de sobrepeso/obesidade

em adultos (76)

. Em crianças, durante o período de 1980 e 2000, estima-se que a

prevalência de sobrepeso e obesidade aumentou até 5 vezes nos países desenvolvidos e

até 4 vezes naqueles em desenvolvimento (78)

. No, EUA 10% das crianças pré-escolares

são obesas (79)

. No Brasil, a proporção de crianças e adolescentes com excesso de peso

também cresceu de aproximadamente 4,1% nos anos de 1974/1975 para 13,9% nos anos

de 1996/1997 (80)

. O sobrepeso e a obesidade são encontrados com grande frequência, a

partir de 5 anos de idade, em todos os grupos de renda e em todas as regiões brasileiras

(77). Em 2009, uma em cada três criança de 5 a 9 anos estava acima do peso

recomendado pela Organização Mundial de Saúde (77)

.

Em conjunto, podemos observar que tanto a desnutrição perinatal quanto o

desequilíbrio dos nutrientes na dieta possuem importante parcela de contribuição no

recrudescimento do aumento de peso corporal e das desordens metabólicas correlatas,

contribuindo para elevada prevalência da obesidade mundial.

CONCLUSÃO

A privação nutricional ocorrida durante os períodos da gestação e lactação

provoca adaptações/modificações na morfologia e fisiologia de vários órgãos e

sistemas, a fim de assegurar a sobrevivência, mas a exposição na vida pós-natal a

alimentos ricos em lipídios facilita a instalação destas alterações e favorecem o

surgimento de doenças crônicas.

Page 27: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

REFERÊNCIAS

1. Barker DJ. The origins of the developmental origins theory. J Intern Med. 2007

May;261(5):412-7.

2. Zadik Z. Maternal nutrition, fetal weight, body composition and disease in later

life. J Endocrinol Invest. 2003 Sep;26(9):941-5.

3. Kajantie E, Barker DJ, Osmond C, Forsen T, Eriksson JG. Growth before 2

years of age and serum lipids 60 years later: the Helsinki Birth Cohort study. Int J

Epidemiol. 2008 Apr;37(2):280-9.

4. Gluckman PD, Hanson MA. The consequences of being born small - an adaptive

perspective. Horm Res. 2006;65 Suppl 3:5-14.

5. Forsen TJ, Eriksson JG, Osmond C, Barker DJ. The infant growth of boys who

later develop coronary heart disease. Ann Med. 2004;36(5):389-92.

6. Beltrand J, Levy-Marchal C. Pathophysiology of insulin resistance in subjects

born small for gestational age. Best Pract Res Clin Endocrinol Metab. 2008

Jun;22(3):503-15.

7. Adair LS, Cole TJ. Rapid child growth raises blood pressure in adolescent boys

who were thin at birth. Hypertension. 2003 Mar;41(3):451-6.

8. Palou M, Torrens JM, Priego T, Sanchez J, Palou A, Pico C. Moderate caloric

restriction in lactating rats programs their offspring for a better response to HF diet

feeding in a sex-dependent manner. J Nutr Biochem. 2011 Jun;22(6):574-84.

9. King JC. Physiology of pregnancy and nutrient metabolism. Am J Clin Nutr.

2000 May;71(5 Suppl):1218S-25S.

10. Godfrey KM. Maternal regulation of fetal development and health in adult life.

Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 1998 Jun;78(2):141-50.

11. Gluckman PD, Harding JE. Fetal growth retardation: underlying endocrine

mechanisms and postnatal consequences. Acta Paediatr Suppl. 1997 Jul;422:69-72.

12. Barker DJ. Early growth and cardiovascular disease. Arch Dis Child. 1999

Apr;80(4):305-7.

13. Pine AP, Jessop NS, Allan GF, Oldham JD. Maternal protein reserves and their

influence on lactational performance in rats. 4. Tissue protein synthesis and turnover

associated with mobilization of maternal protein. Br J Nutr. 1994 Dec;72(6):831-44.

14. Gluckman PD. Endocrine and nutritional regulation of prenatal growth. Acta

Paediatr Suppl. 1997 Nov;423:153-7; discussion 8.

Page 28: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

15. Morgane PJ, Mokler DJ, Galler JR. Effects of prenatal protein malnutrition on

the hippocampal formation. Neurosci Biobehav Rev. 2002 Jun;26(4):471-83.

16. Bains RK, Wells SE, Flavell DM, Fairhall KM, Strom M, Le Tissier P, et al.

Visceral obesity without insulin resistance in late-onset obesity rats. Endocrinology.

2004 Jun;145(6):2666-79.

17. Metcalfe NB, Monaghan P. Compensation for a bad start: grow now, pay later?

Trends Ecol Evol. 2001 May 1;16(5):254-60.

18. Etukudo M, Agbedana O, Akang E, Osifo B. Biochemical changes and liver

tissue pathology in weanling Wistar albino rats with protein-energy malnutrition (PEM).

Afr J Med Med Sci. 1999 Mar-Jun;28(1-2):43-7.

19. Taylor PD, Poston L. Developmental programming of obesity in mammals. Exp

Physiol. 2007 Mar;92(2):287-98.

20. Barker DJ, Gluckman PD, Godfrey KM, Harding JE, Owens JA, Robinson JS.

Fetal nutrition and cardiovascular disease in adult life. Lancet. 1993 Apr

10;341(8850):938-41.

21. Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Uma Análise

dos Nascimentos no Brasil e Regiões.:

http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=24455 2004. [cited 10 de

Janeiro de 2012 ].

22. Falkner F, Holzgreve W, Schloo RH. Prenatal influences on postnatal growth:

overview and pointers for needed research. Eur J Clin Nutr. 1994 Feb;48 Suppl 1:S15-

22; discussion S-4.

23. Prada JA, Tsang RC. Biological mechanisms of environmentally induced causes

of IUGR. Eur J Clin Nutr. 1998 Jan;52 Suppl 1:S21-7; discussion S7-8.

24. Dubiel M, Breborowicz GH, Gudmundsson S. Evaluation of fetal circulation

redistribution in pregnancies with absent or reversed diastolic flow in the umbilical

artery. Early Hum Dev. 2003 Apr;71(2):149-56.

25. Hales CN, Barker DJ. The thrifty phenotype hypothesis. Br Med Bull.

2001;60:5-20.

26. Huxley R, Neil A, Collins R. Unravelling the fetal origins hypothesis: is there

really an inverse association between birthweight and subsequent blood pressure?

Lancet. 2002 Aug 31;360(9334):659-65.

27. Lucas A. Programming by early nutrition in man. Ciba Found Symp.

1991;156:38-50; discussion -5.

28. Plagemann A, Harder T, Schellong K, Rodekamp E, Dudenhausen JW. [Fetal

programming by disturbed intrauterine environment - fundamental mechanisms

Page 29: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

exemplified by the regulation of body weight and metabolism]. Gynakol

Geburtshilfliche Rundsch. 2008;48(4):215-24.

29. Barker DJ. The developmental origins of adult disease. J Am Coll Nutr. 2004

Dec;23(6 Suppl):588S-95S.

30. Barker DJ, Eriksson JG, Forsen T, Osmond C. Fetal origins of adult disease:

strength of effects and biological basis. Int J Epidemiol. 2002 Dec;31(6):1235-9.

31. Harder T, Rodekamp E, Schellong K, Dudenhausen JW, Plagemann A. Birth

weight and subsequent risk of type 2 diabetes: a meta-analysis. Am J Epidemiol. 2007

Apr 15;165(8):849-57.

32. Wells JC. Historical cohort studies and the early origins of disease hypothesis:

making sense of the evidence. Proc Nutr Soc. 2009 May;68(2):179-88.

33. Barker DJ, Osmond C, Kajantie E, Eriksson JG. Growth and chronic disease:

findings in the Helsinki Birth Cohort. Ann Hum Biol. 2009 Sep-Oct;36(5):445-58.

34. Eriksson JG, Yliharsila H, Forsen T, Osmond C, Barker DJ. Exercise protects

against glucose intolerance in individuals with a small body size at birth. Prev Med.

2004 Jul;39(1):164-7.

35. Shulman GI. Cellular mechanisms of insulin resistance. J Clin Invest. 2000

Jul;106(2):171-6.

36. Darendeliler F, Bas F, Bundak R, Coban A, Sancakli O, Eryilmaz SK, et al.

Insulin resistance and body composition in preterm born children during prepubertal

ages. Clin Endocrinol (Oxf). 2008 May;68(5):773-9.

37. Gardner DS, Bell RC, Symonds ME. Fetal mechanisms that lead to later

hypertension. Curr Drug Targets. 2007 Aug;8(8):894-905.

38. Loos RJ, Beunen G, Fagard R, Derom C, Vlietinck R. Birth weight and body

composition in young adult men--a prospective twin study. Int J Obes Relat Metab

Disord. 2001 Oct;25(10):1537-45.

39. Kahn HS, Narayan KM, Williamson DF, Valdez R. Relation of birth weight to

lean and fat thigh tissue in young men. Int J Obes Relat Metab Disord. 2000

Jun;24(6):667-72.

40. Gale CR, Martyn CN, Kellingray S, Eastell R, Cooper C. Intrauterine

programming of adult body composition. J Clin Endocrinol Metab. 2001 Jan;86(1):267-

72.

41. Singhal A, Wells J, Cole TJ, Fewtrell M, Lucas A. Programming of lean body

mass: a link between birth weight, obesity, and cardiovascular disease? Am J Clin Nutr.

2003 Mar;77(3):726-30.

Page 30: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

42. Jensen CB, Storgaard H, Madsbad S, Richter EA, Vaag AA. Altered skeletal

muscle fiber composition and size precede whole-body insulin resistance in young men

with low birth weight. J Clin Endocrinol Metab. 2007 Apr;92(4):1530-4.

43. Ozanne SE, Jensen CB, Tingey KJ, Martin-Gronert MS, Grunnet L, Brons C, et

al. Decreased protein levels of key insulin signalling molecules in adipose tissue from

young men with a low birthweight: potential link to increased risk of diabetes?

Diabetologia. 2006 Dec;49(12):2993-9.

44. Ozanne SE, Jensen CB, Tingey KJ, Storgaard H, Madsbad S, Vaag AA. Low

birthweight is associated with specific changes in muscle insulin-signalling protein

expression. Diabetologia. 2005 Mar;48(3):547-52.

45. Ibanez L, Ong K, Dunger DB, de Zegher F. Early development of adiposity and

insulin resistance after catch-up weight gain in small-for-gestational-age children. J Clin

Endocrinol Metab. 2006 Jun;91(6):2153-8.

46. Setia S, Sridhar MG, Bhat V, Chaturvedula L, Vinayagamoorti R, John M.

Insulin sensitivity and insulin secretion at birth in intrauterine growth retarded infants.

Pathology. 2006 Jun;38(3):236-8.

47. Crescenzo R, Samec S, Antic V, Rohner-Jeanrenaud F, Seydoux J, Montani JP,

et al. A role for suppressed thermogenesis favoring catch-up fat in the pathophysiology

of catch-up growth. Diabetes. 2003 May;52(5):1090-7.

48. Desai M, Byrne CD, Zhang J, Petry CJ, Lucas A, Hales CN. Programming of

hepatic insulin-sensitive enzymes in offspring of rat dams fed a protein-restricted diet.

Am J Physiol. 1997 May;272(5 Pt 1):G1083-90.

49. Forsen T, Eriksson J, Tuomilehto J, Reunanen A, Osmond C, Barker D. The

fetal and childhood growth of persons who develop type 2 diabetes. Ann Intern Med.

2000 Aug 1;133(3):176-82.

50. Siega-Riz AM, Laraia B. The implications of maternal overweight and obesity

on the course of pregnancy and birth outcomes. Matern Child Health J. 2006 Sep;10(5

Suppl):S153-6.

51. Luo ZC, Fraser WD, Julien P, Deal CL, Audibert F, Smith GN, et al. Tracing the

origins of "fetal origins" of adult diseases: programming by oxidative stress? Med

Hypotheses. 2006;66(1):38-44.

52. Davidge ST, Morton JS, Rueda-Clausen CF. Oxygen and perinatal origins of

adulthood diseases: is oxidative stress the unifying element? Hypertension. 2008

Nov;52(5):808-10.

53. Durazo-Arvizu RA, Luke A, Cooper RS, Cao G, Dugas L, Adeyemo A, et al.

Rapid increases in obesity in Jamaica, compared to Nigeria and the United States. BMC

Public Health. 2008;8:133.

Page 31: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

54. Martorell R, Khan LK, Hughes ML, Grummer-Strawn LM. Obesity in women

from developing countries. Eur J Clin Nutr. 2000 Mar;54(3):247-52.

55. Stamatakis E, Primatesta P, Chinn S, Rona R, Falascheti E. Overweight and

obesity trends from 1974 to 2003 in English children: what is the role of socioeconomic

factors? Arch Dis Child. 2005 Oct;90(10):999-1004.

56. Adams MH, Carter TM, Lammon CA, Judd AH, Leeper J, Wheat JR. Obesity

and blood pressure trends in rural adolescents over a decade. Pediatr Nurs. 2008 Sep-

Oct;34(5):381-6, 94.

57. Keith SW, Redden DT, Katzmarzyk PT, Boggiano MM, Hanlon EC, Benca RM,

et al. Putative contributors to the secular increase in obesity: exploring the roads less

traveled. Int J Obes (Lond). 2006 Nov;30(11):1585-94.

58. Ravelli GP, Stein ZA, Susser MW. Obesity in young men after famine exposure

in utero and early infancy. N Engl J Med. 1976 Aug 12;295(7):349-53.

59. Rasmussen EL, Malis C, Jensen CB, Jensen JE, Storgaard H, Poulsen P, et al.

Altered fat tissue distribution in young adult men who had low birth weight. Diabetes

Care. 2005 Jan;28(1):151-3.

60. Ibanez L, Suarez L, Lopez-Bermejo A, Diaz M, Valls C, de Zegher F. Early

development of visceral fat excess after spontaneous catch-up growth in children with

low birth weight. J Clin Endocrinol Metab. 2008 Mar;93(3):925-8.

61. De Blasio MJ, Gatford KL, Robinson JS, Owens JA. Placental restriction of fetal

growth reduces size at birth and alters postnatal growth, feeding activity, and adiposity

in the young lamb. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol. 2007 Feb;292(2):R875-

86.

62. Owens JA, Thavaneswaran P, De Blasio MJ, McMillen IC, Robinson JS,

Gatford KL. Sex-specific effects of placental restriction on components of the metabolic

syndrome in young adult sheep. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2007

Jun;292(6):E1879-89.

63. Tanaka Y, Kikuchi T, Nagasaki K, Hiura M, Ogawa Y, Uchiyama M. Lower

birth weight and visceral fat accumulation are related to hyperinsulinemia and insulin

resistance in obese Japanese children. Hypertens Res. 2005 Jun;28(6):529-36.

64. Huang TT, Johnson MS, Gower BA, Goran MI. Effect of changes in fat

distribution on the rates of change of insulin response in children. Obes Res. 2002

Oct;10(10):978-84.

65. Delahaye F, Breton C, Risold PY, Enache M, Dutriez-Casteloot I, Laborie C, et

al. Maternal perinatal undernutrition drastically reduces postnatal leptin surge and

affects the development of arcuate nucleus proopiomelanocortin neurons in neonatal

male rat pups. Endocrinology. 2008 Feb;149(2):470-5.

Page 32: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

66. Cripps RL, Martin-Gronert MS, Ozanne SE. Fetal and perinatal programming of

appetite. Clin Sci (Lond). 2005 Jul;109(1):1-11.

67. Bellinger L, Sculley DV, Langley-Evans SC. Exposure to undernutrition in fetal

life determines fat distribution, locomotor activity and food intake in ageing rats. Int J

Obes (Lond). 2006 May;30(5):729-38.

68. Palou M, Priego T, Sanchez J, Torrens JM, Palou A, Pico C. Moderate caloric

restriction in lactating rats protects offspring against obesity and insulin resistance in

later life. Endocrinology. 2010 Mar;151(3):1030-41.

69. Sardinha FL, Telles MM, Albuquerque KT, Oyama LM, Guimaraes PA, Santos

OF, et al. Gender difference in the effect of intrauterine malnutrition on the central

anorexigenic action of insulin in adult rats. Nutrition. 2006 Nov-Dec;22(11-12):1152-

61.

70. Lopes de Souza S, Orozco-Solis R, Grit I, Manhaes de Castro R, Bolanos-

Jimenez F. Perinatal protein restriction reduces the inhibitory action of serotonin on

food intake. Eur J Neurosci. 2008 Mar;27(6):1400-8.

71. Plagemann A, Waas T, Harder T, Rittel F, Ziska T, Rohde W. Hypothalamic

neuropeptide Y levels in weaning offspring of low-protein malnourished mother rats.

Neuropeptides. 2000 Feb;34(1):1-6.

72. Erlanson-Albertsson C. How palatable food disrupts appetite regulation. Basic

Clin Pharmacol Toxicol. 2005 Aug;97(2):61-73.

73. Duarte. Adaptações metabólicas a dois tipos de treinamento moderado de

natação, contínuo e intermitente, em ratos machos adultos alimentados com dieta

normocalórica e hipercalórica [dissertação]. São Carlos: Universidade Federal de São

Carlos. 2001 [updated 15 de Outubro de 2011].

74. Estadella D, Oyama LM, Damaso AR, Ribeiro EB, Oller Do Nascimento CM.

Effect of palatable hyperlipidic diet on lipid metabolism of sedentary and exercised rats.

Nutrition. 2004 Feb;20(2):218-24.

75. Krechowec SO, Vickers M, Gertler A, Breier BH. Prenatal influences on leptin

sensitivity and susceptibility to diet-induced obesity. J Endocrinol. 2006

May;189(2):355-63.

76. Batista Filho M, Rissin A. [Nutritional transition in Brazil: geographic and

temporal trends]. Cad Saude Publica. 2003;19 Suppl 1:S181-91.

77. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisas de Orçamentos

Familiares. Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil (2008-2009). 2011 [cited

12 de dezembro de 2011].

78. Ogden CL, Carroll MD, Curtin LR, McDowell MA, Tabak CJ, Flegal KM.

Prevalence of overweight and obesity in the United States, 1999-2004. JAMA. 2006

Apr 5;295(13):1549-55.

Page 33: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

79. Rocchini AP. Childhood obesity and a diabetes epidemic. N Engl J Med. 2002

Mar 14;346(11):854-5.

80. Wang Y, Wang JQ. A comparison of international references for the assessment

of child and adolescent overweight and obesity in different populations. Eur J Clin Nutr.

2002 Oct;56(10):973-82.

Page 34: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

_____________________ OBJETIVOS

Page 35: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

3. OBJETIVOS

______________________________________________________________________

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar em ratos adultos submetidos a uma restrição energética durante período

perinatal, as repercussões do consumo a posteriori de dieta palatável-

hiperlipídica sobre padrões de crescimento somático e bioquímicos.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar nas mães:

Ganho ponderal

Consumo alimentar

Consumo energético

Avaliar nos filhotes do nascimento à idade adulta:

Indicadores de crescimento e desenvolvimento somático

Avaliar nos filhotes na idade adulta:

Tolerância à glicose

Consumo alimentar

Consumo energético

Níveis plasmáticos de glicose, colesterol total, LDL-colesterol, HDL-colesterol e

triglicerídeos

Peso de órgãos

Peso da gordura retroperitoneal e epididimal

Page 36: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

_____________________ HIPÓTESES

Page 37: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

4. HIPÓTESES

______________________________________________________________________

Ratos submetidos à restrição energética durante período perinatal:

Apresentam retardo de crescimento somático ao longo da vida

Apresentam na idade adulta maior consumo alimentar

Apresentam na idade adulta maior predisposição a distúrbios metabólicos, sendo

estas alterações incrementadas quando consomem dieta palatável-hiperlipídica

após o desmame

Page 38: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

___________ MATERIAIS E MÉTODOS

Page 39: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

5. MATERIAS E MÉTODOS

______________________________________________________________________

O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) do

Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) sob

processo n° 23076.048926/2010-88 (Anexo 1) e seguiu os princípios básicos de

manuseio e cuidado com animais descritos em Guide for the Care and Use of

Laboratory Animals (BAYNE, 1996).

5.1. Animais e Tratamento

Foram utilizadas 12 ratas albinas Wistar, primíparas com 90 a 120 dias de idade

e 6 machos para acasalamento, provenientes da colônia do biotério de criação do

departamento de nutrição da UFPE. A identificação de células descamativas, muco

gestacional e espermatozoides ao exame microscópico da secreção vaginal diluída em

solução salina morna (Microscópico Zeiss Standard 25, 10x) seguido do incremento de

peso corporal, serviu para diagnóstico do estado de prenhez. Todos os animais foram

mantidos sob as mesmas condições de temperatura 22ºC (± 2ºC), ciclo-claro/escuro de

12 horas e umidade relativa do ar 60%.

Após confirmação da gestação, as ratas foram isoladas em caixas individuais e

divididas aleatoriamente em 2 grupos, formando o grupo Controle (CL, n = 6) e o grupo

Hipocalórico (HL, n= 6) que receberam dieta normocalórica (3,6 Kcal/g) ou hipocalórica

(2,3 Kcal/g ) respectivamente durante todo período da gestação e lactação.

No primeiro dia pós-parto, as ninhadas foram ajustadas para 8 filhotes (4-5

machos:4-3 fêmeas). Após 21 dias, os animais foram desmamados e os filhotes machos

foram subdivididos (2-3 animais por gaiola) de forma que os animais passaram a

receber dieta comercial Labina® (Purina do Brasil, Ltda) (3,6 Kcal/g) formando os

grupos Controle-Controle (C-CP, n=12) e Hipocalórico-Controle (H-CP, n=14) ou

recebiam dieta palatável-hiperlipídica (4,2 Kcal/g) formando os grupos Controle-

Palatável (C-HL, n=11) e Hipocalórico-Palatável (H-HLP, n=9).

Page 40: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Figura 1: Organograma dos grupos experimentais de acordo com a dieta

recebida pela mãe e pelos filhotes após o desmame.

5.2. Composição das Dietas

As dietas utilizadas durante os períodos da gestação e lactação foram elaboradas

à base de caseína, com alterações no conteúdo energético. Dessa forma, a normocalórica

forneceu 3,6 kcal/g e a hipocalórica 2,3 kcal/g. Ambas foram baseadas na AIN-93G

para roedores (REEVES, 1997). Na dieta hipocalórica a quantidade de fibras solúveis e

insolúveis foi incrementada a fim de reduzir o fornecimento energético. Após o

desmame, ambos os grupos controle e hipocalórico passaram a receber dieta padrão de

biotério (Labina, Purina do Brasil) ou dieta palatável-hiperlipídica. A dieta palatável-

hiperlipídica baseou-se no padrão de ingestão de maior teor de açúcar, gordura total e

saturada, sendo caracterizada como uma dieta mista contendo ingredientes

semipurificados e naturais. A distribuição de macronutrientes, concentrações de açúcar

e ácidos graxos se baseou em dados da Pesquisa de Orçamento Familiar do Brasil (POF,

2002-2003) (BRASIL, 2006). Na tabela 1 encontra-se sumarizado o total de energia e a

contribuição percentual dos macronutrientes em relação ao valor energético total das

dietas e na tabela 2, a composição centesimal.

Page 41: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

As dietas, exceto a Labina®, foram preparadas artesanalmente no Laboratório de

Nutrição Experimental e Dietética (LNED) da UFPE. Todos os grupos receberam dieta

e água ad libitum até fase final do experimento de 120 dias.

Tabela 1. Composição de macronutrientes das dietas segundo o Valor

Energético Total (VET).

Dieta Proteína

(% kcal VET)

Carboidrato

(% kcal VET)

Lipídio

(% kcal VET)

VET

(kcal/g)

Hipocalórica** 18,6 63,3 18,1 2,3

Normocalorica** 19,0 63,0 18,0 3,6

Padrão para roedores* 26,0 63,0 11,0 3,6

Hiperlipídica** 20,8 47,0 32,2 4,3

* Informação nutricional obtida do Instituto Adolfo Lutz, 1985.

** Informação nutricional obtida da análise de composição centesimal do Laboratório

de Experimentação e Análise de Alimentos (LEAAL) do Departamento de Nutrição da

UFPE.

Tabela 2. Composição centesimal das dietas normocalóricas e hipocalóricas ofertadas

durante os períodos da gestação e lactação, e da dieta hiperlipídica ofertada após o

desmame.

Ingredientes Normocalórica

(g/100g) *

Hipocalórica

(g/100g) **

Hiperlipídica

(g/100g) §

Amido de milho (88% carboidrato) 51,70 30,00 13,10

Farinha de soja 0,00 0,00 8,50

Farinha de trigo 0,00 0,00 13,00

Biscoito de maisena 0,00 0,00 8,00

Caseina (80% proteína) 21,25 13,00 13,00

Goma Guar 0,00 3,50 0,10

Sacarose 10,00 9,90 21,00

Concentrado solúvel de sacarose a 30% 0,00 33,00 0,00

Óleo de soja 7,00 4,50 4,00

Banha animal 0,00 0,00 5,60

Page 42: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Margarina (65% lipídio) 0,00 0,00 3,50

Creme de leite (20% lipídio) 0,00 0,00 6,00

Celulose 5,00 12,00 0,30

Mix mineral (AIN-93G) 3,50 2,80 2,50

Mix vitamínico (AIN-93G) 1,00 0,80 0,70

DL-Metionina 0,30 0,20 0,20

Bitartarato de colina (41,1% choline) 0,25 0,25 0,25

Tert-Butylhydroquinone (TBHQ), mg 0,014 0,014 0,014

NaCl (39,34% de Na) 0,00 0,00 0,36

Calorias (g/100g) 3,60 2,30 4,20

Fonte: * (REEVES, 1997)** Adaptado de Reeves et al (1997), § Adaptado de Reeves et

al (1997) e da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF 2002-2003) (BRASIL, 2006). Os

cálculos da composição centesimal foram baseados nas informações nutricionais

enviadas pela empresa fornecedora dos produtos, na Tabela Brasileira de Composição

de Alimentos (TACO) e a análise realizada no LEAAL.

5.3 Avaliações das Gestantes e Lactantes

5.3.1 Peso Corporal e Consumo Alimentar

Foram verificados diariamente peso corporal (g) e consumo alimentar (g) das

ratas durante os períodos de gestação e lactação, com utilização de balança eletrônica

digital (Marte®, S-400, com sensibilidade de 0,1g, MG- Brasil). O consumo alimentar

foi obtido pela subtração do peso da dieta ofertada e o peso da dieta restante após 24h,

de acordo com a seguinte fórmula: Consumo alimentar = Peso da ração (g) - Peso da

ração do dia anterior (g) (LOPES de SOUZA et al., 2008). Após quantificação da

ração ingerida foi calculado o consumo calórico relativo, de acordo com a seguinte

fórmula: [Quantidade de ração consumida x quantidade de Kcal da ração ingerida]

/Peso do animal em gramas.

5.4. Avaliações Murinométrica da Prole

5.4.1. Peso Corporal

Os filhotes foram pesados diariamente em balança digital do 1° ao 21° dia de

vida. Posteriormente foi obtido o peso no 30° dia de vida e a cada 15 dias sendo

Page 43: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

acompanhado até a idade adulta de 120 dias. O % de ganho ponderal foi calculado na

idade de 30, 60, 90 e 120 dias, segundo a fórmula: % ganho ponderal = [peso do dia (g)

x 100/ peso ao desmame (g)] – 100 (BAYOL et al., 2004). (BAYOL, JONES et al.,

2004).

5.4.2 Eixo Látero-lateral do Crânio (ELLC) e Eixo Ântero-posterior do Crânio

(EAPC)

O ELLC (mm) que corresponde à linha perpendicular ao eixo longitudinal do

crânio a qual divide ao meio os pavilhões auriculares e o EAPC (mm), que corresponde

à linha média da extremidade do focinho à região externa occipital, foram mensurados

diariamente com utilização do paquímetro digital (Starrett® com acurácia de 0,01 mm)

do 1º aos 21 dias de vida (Figura 2) (SILVA et al., 2005). (SILVA HJ, 2005).

5.4.3 Eixo Longitudinal do Corpo (EL) e Comprimento da Cauda (CC)

O EL (cm) que corresponde à distância entre a extremidade do focinho à

extremidade posterior do corpo e o CC (cm) que corresponde à distância entre a

extremidade posterior do corpo à extremidade da cauda foram verificados com

utilização de fita métrica do 1º dia ao 21º dia de vida (Figura 2). Posteriormente, o EL

foi também mensurado aos 30, 60, 90 e 120 dias de vida (NOVELLI et al., 2007).

(NOVELLI, DINIZ et al., 2007).

Figura 2. Procedimento de avaliação dos eixos corporais e do comprimento da

cauda de ratos neonatos. Fonte: Barros (1999).

Page 44: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

.5.5 Teste de Tolerância à Glicose

O teste foi realizado aos 60, 90 e 120 dias de idade. Após jejum de 12 horas, foi

feita a primeira coleta de sangue (tempo 0), através de corte na extremidade da cauda do

animal, para retirada de uma alíquota de 10 μL, sendo utilizado para medição o medidor

de glicemias e tiras-teste Accu-Chek Performa, Rocha®, Chile (Figura 4). Em seguida,

foi administrada, por via intraperitonial, uma solução de glicose a 50% (Equiplex

Indústria Farmacêutica Ltda., Aparecida de Goiânia, GO, Brasil) na dose de 1mg/1g de

peso do animal, e outras amostras de sangue foram coletadas nos tempos 15, 30, 45, 60

e 120 minutos. Foi calculada a área sob a curva de glicose (ΔG), obtida pelos valores de

glicemia nos tempos 0, 30, 60 e 120 minutos, por meio do método trapezoidal (LE

FLOCH et al., 1990; MATHEWS et al., 1990). (LE FLOCH, ESCUYER et al., 1990;

MATTHEWS, ALTMAN et al., 1990).

5.6 Consumo Alimentar

Aos 110 dias de vida os animais foram mantidos em gaiolas individuais por um

período de 10 dias. Após 5 dias (período de adaptação) foi verificado o consumo

alimentar diário (LOPES DE SOUZA et al., 2008), bem como o consumo calórico

relativo. Foram verificados diariamente peso corporal (g) e consumo alimentar (g) dos

ratos durante os períodos de 5 dias, com utilização de balança eletrônica digital

(Marte®, S-400, com sensibilidade de 0,1g, MG- Brasil). O consumo alimentar foi

obtido pela subtração do peso da dieta ofertada e o peso da dieta restante após 24h, de

acordo com a seguinte fórmula: Consumo alimentar = Peso da ração (g) - Peso da

ração do dia anterior (g) (LOPES de SOUZA et al., 2008). Após quantificação da

ração ingerida foi calculado o consumo calórico relativo, de acordo com a seguinte

fórmula: [Quantidade de ração consumida x quantidade de Kcal da ração ingerida]

/Peso do animal em gramas.

5.7 Pesagens de Órgãos e Gordura Visceral

Aos 120 dias de idade, os animais foram sacrificados por decapitação e procedeu-se

à abertura da cavidade abdominal e torácica através de ampla incisão mediana. Os

animais tiveram o coração, fígado, estômago, baço, rins e adrenais retirados, limpos e

rapidamente pesados. Procedeu-se posteriormente a retirada das gorduras das regiões

retroperitoneal e epididimal servindo de parâmetro para avaliação das reservas de

gordura visceral. Os valores obtidos foram utilizados para cálculos dos pesos relativos.

Page 45: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Foi utilizada balança eletrônica digital (Marte AL 500, sensibilidade 0,001g, MG-

Brasil).

5.8 Dosagens Bioquímicas

Após sacrifício foi coletado 5 mL de sangue em tubos de ensaio através de

exsanguinamento cervical. Após a coleta, as amostras de sangue foram imediatamente

centrifugadas (4.000 rpm, 10 min, 4°C). O Soro foi armazenado em tubos eppendorf e

estocado a – 80oC, pra serem avaliados posteriormente em laboratório da UFPE.

As análises de glicose, colesterol total e triglicerídeos (mg/dL) foram realizadas

através de ensaio colorimétrico de ponto final, utilizando-se o KIT de Glicose,

Colesterol e de Triglicérides Liquiform (Labtest, Lago Santa-MG, Brasil). A análise das

frações de HDL (mg/dL) foi obtida através do método de ensaio direto para colesterol

HDL, utilizando-se o kit HDL Liquiform (Labtest, Lago Santa-MG, Brasil).

As frações LDL-colesterol (mg/dL) foram determinadas mediante a utilização

das seguintes equações, segundo FRIEDEWALD, (1972). (FRIEDEWALD W.T., 1972)

• VLDL-colesterol (mg/dL) = triglicerídeos / 5

• LDL-colesterol (mg/dL) = colesterol total – VLDL-colesterol – HDLcolesterol

A figura 6 resume o desenho experimental compreendendo as análises realizadas

nas mães durante os períodos da gestação e lactação, bem como as avaliações realizadas

na prole do pós-desmame a idade adulta.

Page 46: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Fig. 6: Desenho experimental segundo as fases do experimento

5.9 Análise Estatística

As análises foram realizadas no programa estatístico Graphpad Prisma® (versão

4.0). A normalidade das medidas foi avaliada através do teste de Kolmogorov Smimov.

Utilizou-se o teste t de Student para comparar dois grupos independentes e os testes two-

way ANOVA para mais de dois grupos seguido do pós-teste Bonferroni. Durante a

lactação, cada grupo de machos da mesma ninhada foi considerado como sendo uma

amostra. Foi utilizado o coeficiente de Pearson para correlacionar ganho de peso na

gestação com número de filhotes nascidos por mãe. Adotou-se nível de significância de

5%.

Page 47: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

_________ RESULTADOS E DISCUSÃO

Page 48: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Title: Hyperlipidic diet during growth maximizes the effects adverced of a perinatal

low-energy diet on plasma glucose/lipids profile in adult offspring.

Short-Title: Periantal low-energy diet and hyperlipidic diet during growth.

Authors: Luciana Lima-Araújo1, Maria Cláudia Alheiros-Lira

1, Luiz Bonner

1, Ana

Carla França Silva1, Raul Manhães de Castro

1, Elizabeth Nascimento

1, Carol Góis

Leandro2

1 Department of Nutrition, Federal University of Pernambuco, Brazil

2 Department of Physical Education and Sports Science, Centro Acadêmico de Vitória

(CAV), Federal University of Pernambuco, Brazil

Complete mailing address for the corresponding author:

Carol Góis Leandro

Rua Prof Moraes Rego, 1235 – CEP: 50670-901 – Departamento de Nutrição - Cidade

Universitária - Recife, PE – Brasil.

Phone:00 55 (81) 21268463. Fax: 00 55 (81) 21268473

E-mail: [email protected]

Page 49: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Abstract

______________________________________________________________________

In this study, it was to evaluate the effects of a post-weaning hyperlipidic diet on growth

and metabolic parameters of adult offspring submitted to a perinatal low-energy diet.

Male Wistar rats were divided in two groups according to their mother diet during

gestation and lactation: Control (CL, received normocaloric diet), low-energy diet

during gestation and lactation (LEL, received low-energy diet). At weaning, half of the

number of animals of each group was divided in two more groups according to their

diet: control (C+Cp, n=12), control and submitted to hyperlipidic diet (C+HLp, n=11),

low-energy diet (LE+Cp, n=14), and low-energy diet and submitted to hyperlipidic diet

(LE+HLp, n=9). Mother´s body weight, food intake, and energy intake were daily

recorded. In offspring, it was evaluated birth weight, growth rate and physical features,.

At 120 d, relative food intake, glucose tolerance test (GTT), biochemical profile and

weight of organs were evaluated. During gestation and lactation, there was no difference

in terms of body weight and food intake when dams groups were compared. In

offspring, litters from LE mothers showed a deficit in physical features. The effect of

hyperlipidic diet on visceral fat weight, GTT and hypercholesterolemia was more

pronounced in animals submitted to a perinatal low-energy diet. Low-energy diet

offspring show significant discernable effects on glucose/lipid profiles that are more

pronounced when submitted to a hyperlipidic diet throughout the life-spam. In

conclusion, our observations extend the evidence that mismatched early developmental

and mature environments determine a higher susceptibility to obesity development.

Key-words: Developmental plasticity, high-fat diet, obesity, low-energy diet, rats

Introduction

Maternal low-protein diet model during gestation and/or lactation is one of the

most extensively studied animal models of developmental plasticity [1]. Feeding a low-

protein diet (8% casein) during gestation and lactation is associated with growth

restriction, age-dependent loss of glucose tolerance, insulin resistance, hypertension and

dislipidemia, even when the offspring are weaned onto a control diet [1]. Regimens of

total food restriction or maternal calorie restriction have been also studied as a model of

experimental perinatal undernutrition. Moderate nutritional deprivation (30% of ad

libitum intake ) in the pregnant rat leads to changes in postnatal growth patterns, to

delayed catch-up growth, and to elevated blood pressure in adulthood [2]. Adult

offspring exposed to a 50% maternal food restriction in late gestation and lactation have

an increased food intakes, glucose intolerance, and alteration in hypothalamus-pituitary-

adrenal axis compared to control offspring [3-5]. Indeed, variations in the quality and

quantity of the intra-uterine and post-natal environment are linked with later risk of

Page 50: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

cardiovascular and metabolic disease [6-7]. This phenomenon, termed “developmental

plasticity” or metabolic programming, refers to the property of a given genotype to

produce different phenotypes in response to distinct environmental conditions [8].

Our previous study was developed a new perinatal undernutrition experimental

model based on a low-energy diet (35% energetic reduction of the normocaloric diet)

without quantitative restriction and balanced in terms of micro and macro-nutrients

(Alheiros-Lira et al, 2012). The low-energy diet was developed in order to minimize the

impact of maternal food restriction which is related to high level of stress of starving

caused by meal-feeding behavior once rats consume all their food within a short period

of time [9]. Maternal non-restricted low-energy diet during gestation and lactation did

not affect offspring in short-term, but there is a more deleterious effect on later somatic

growth and structural parameters (Alheiros-Lira et al, 2012). In human, previous studies

have shown that energetic-proteic undernutrition, mainly due energetic deficit, is the

most prevalent problem of public health in poor regions [10-11].

There is increasing evidence that post weaning palatable hyperlipidic diet

amplify the risk of metabolic disorders in adult life of offspring submitted to maternal

undernutrition [12-14]. When perinatal undernourished offspring (30% of ad libitum

intake) are exposed to a high-fat diet during growth, increased visceral fatness, and

resulting obesity development, and diabetes type 2 are seen [13]. Similarly, previous

study demonstrated that the interaction between prenatal undernutrition and postnatal

high-fat nutrition may be mediated by food behavior gene expression together with

elevations in circulating levels of both plasma leptin and insulin [15]. In fact, increased

susceptibility to diet-induced obesity develops if a mismatch between the anticipated

and the actual conditions are encountered [16].

In order to test the interaction between perinatal low-energy diet and adult

hyperlipidic diet, the main goal of the present study was to evaluate the effects of a

post-weaning hyperlipidic diet on growth and metabolic parameters of adult offspring

submitted to a non-restricted low-energy diet during gestation and lactation. Our

hypothesis is that post-weaning palatable hyperlipidic diet amplifies the effects of a

non-restricted low-energy diet with more pronounced consequences in terms of

metabolic parameters.

Page 51: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Material and Methods

The experimental protocol was approved by the Ethics Committee of the

Biological Sciences Center (protocol number 23076.048926/2010-88) from Federal

University of Pernambuco, Recife, PE, Brazil, and we followed the Guidelines for the

Care and Use of Laboratory Animals.

Animals

Virgin female albino Wistar rats (Rattus norvegicus) were obtained from the

Department of Nutrition, Federal University of Pernambuco. The female rats were 90-

120 days old, 220-260g weight, when they mated. The day on which spermatozoa were

present in a vaginal smear, followed by body weight gain was designated as the day of

conception, day 0 of pregnancy. Pregnant rats were then transferred to individual cages

and they were maintained at a room temperature of 22 ± 1ºC with a controlled light–

dark cycle (light 06.00–18.00 hours). Pregnant rats were randomly divided in two

groups (n=6/each): control (C, received normocaloric diet during gestation and lactation

[3.6 Kcal/g]) and low-energy diet (LE, received low-energy diet during gestation and

lactation [2.3 Kcal/g]). At the time of delivery, the litter size and pups’ birth weights

were recorded. On the first day after birth (24 hours after delivery), litters were

standardised to eight pups, and during the suckling period, their mothers continued to be

provided with either normocaloric or low-energy diet (CL and LEL). The litters of eight

pups represent the sample that was evaluated during lactation. At weaning (on the 22nd

day of age), only three or four randomly chosen male pups from each mother were used.

Thus, animals of each group were divided in two other groups according to their

diet after weaning: control (C+Cp, n=12), control and submitted to hyperlipidic diet post

warning (C+HLp, n=11), low-energy diet (LE+Cp, n=14), and low-energy diet and

submitted to hyperlipidic diet (LE+HLp, n=9). Water and chow were given ad libitum.

Female pups were used in another experiment. Percentage of caloric contribution of

macronutrients in the diets according to the total energetic value (TEV) and chemical

composition of the experimental diets offered to animals are described in Tables 1 and

2.

Page 52: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Table 1: Percentage of caloric contribution of macronutrients in the diets according to

the total energetic value (TEV).

Diet Protein

(% kcal TEV)

Carbohydrates

(% kcal TEV)

Lipids

(% kcal TEV)

TEV

(kcal/g)

Low-energy* 18.59 63.88 18.1 2.3

Normocaloric* 19 63 18 3.51

Labina** 26 63 11 3.58

Hyperlipic** 20.8 47.0 32.2 4.2

*The calculations of chemical composition of macronutrients were based in nutritional

information provided by products’ suppliers and in the Brazilian Table of Food

Composition (TACO).

**Nutritional information obtained from Adolfo Lutz Institute, 1985.

Table 2. Chemical composition of the experimental diets offered to animals.

Ingredients AIN-93G

(g/100g)*

Low-energy

(g/100g)**

Hyperlipic

(g/100g) §

Corn starch (88% carbohydrates) 51.70 30.00 13.10

Soy flour - - 8.50

Wheat flour - - 13.50

Cookie cornstark - - 8.0

Casein (80% protein) 21.25 13.00 13.00

Guar gum - 3.50 0.10

Sucrose 10.00 9.900 21.0

Concentrated soluble sucrose to 30% - 33.00 -

Soybean oil 7.00 4.50 4,00

Animal lard - - 5.6

Cellulose 5.00 12.00 0.3

Margarine (65% lipids) - - 3.5

Milk Cream (20% lipids) - - 6.0

Mineral mixture (AIN-93G) 3.50 2.80 2,50

Vitamin mixture (AIN-93G) 1.00 0.80 0,70

DL-Met 0.30 0.20 0,20

Choline bitartrate (41.1% choline) 0.25 0.25 0,25

Tert-Butylhydroquinone (TBHQ). mg 14.00 14.00 0.014

NaCl (39,34% Na) - - 0.36

Calories (g/100g) 3.51 2.30 4.20

* Source: Reeves et al [17]. The calculations of chemical composition of macronutrients

were based in nutritional information provided by products’ manufacturer and in the

Brazilian Table of Food Composition (TACO).

Page 53: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

**Nutritional information obtained from Adolfo Lutz Institute, 1985.

Mother´s Body Weight, Food Intake and Energy Intake Assessment

The mother’s body weight was recorded daily during gestation and lactation for

calculation of the range of body weight percentage. Daily food intake was determined

by the difference between the amount (weight, in grams) of food provided at 08 a.m.

and the amount (weight, in grams) of food remaining 24 h later [19]. Body weight was

recorded with a Marte Scale (XL-500, II class) with a 0.001g accuracy. The energy

intake was calculated by multiplying the amount of food intake during gestation and

lactation by the energetic value of both hypocaloric and normocaloric diets.

Pup´s Assessment

Somatic growth

Somatic growth was assessed in terms of body weight, tail length, and

laterolateral and anteroposterior head axis measurements performed from the first to 21st

postnatal day between 13.00 and 15.00 hours as follows: body weight of the pups was

recorded at 3rd

, 12th

, 21st, 30

th, 45

th, 60

th, 75

th, 90

th, 105

th and 120

th throughout the

experiment with a Marte scale with 100 mg precision. Body weight gain was calculated

as follows: Percentage weight gain = [body weight (g) × 100/birth weight (g)] − 100.

Tail length (distance from tail tip to tail base), length of the latero-lateral skull axis

(distance between the ear holes) and length of the antero-posterior axis of the head

(distance between snout and head-neck articulation) were measured with a digital

caliper (Starrett®, Series 799, São Paulo, Brazil) with a 0.01-mm precision.

Food intake and energetic

On the day 110 to 120, pups were housed individually for 10 days in a metabolic

cage. The first five days were designed for adaptation to the cage. Next, the animal’s

daily food consumption was determined by the difference between the amount of food

provided (50 g) at the onset of the light cycle and the amount of food remaining 24 h

later. Body and food weights were recorded by a Marte Scale (AS-1000), in increments

of 0.01g [19].

Page 54: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Glucose tolerance test (GTT) of offspring

The GTT was performed at 60, 90 and 120 d in the animals fasted overnight.

The blood sample collections were performed by cutting the tip of the tail to remove

approximately 10 µL of blood. The first blood sample was collected (time zero) before

the injection of glucose. In the GTT, a glucose solution 50% (Equiplex Pharmaceutical

Ltd., GO, Brazil) at a dose of 1 mg/g of body weight was administered intraperitoneally.

Blood samples were then collected at 15, 30, 45, 60 and 120 minutes after

administration. The area under the glucose curve was obtained by blood glucose values

at 0, 30, 60 and 120 minutes using the trapezoidal method [20].

Biochemical assessment

At 120 day old, and after fasting (12 h), serum glucose, total cholesterol, high-

density-lipoprotein cholesterol (HDL-c) and triglyceride (TG) levels were determined

with commercially available kits (BioSystems, Spain - A 25 Clinical Chemistry

Analyse®

). Very low-density-lipoprotein cholesterol (VLDL-c) was obtained using

Friedwald calculations [21].

Weight of organs

After the sacrifice, liver, heart, right and left kidney, right and left adrenal,

stomach, fat (epididymal and retroperitoneal) and spleen were removed and weighted to

calculate absolute and relative organs weight.

Statistical Analyses

Values are presented as means ± standard deviation (S.D.). Intra-litter analyses

were performed and found not to be significant. Each litter of eight pups was considered

one sample during lactation, and statistical analyses were performed using Student’s t-

test to compare the mean values of each litter. Pearson’s correlation coefficient was

used to correlate the number of pups that were born and the mother´s body weight gain

during gestation. For statistical analysis, a two-way ANOVA and Bonferroni’s post hoc

test were used. Significance was set at P <0·05. Data analysis was performed using the

statistical program Graphpad Prism 5® (GraphPad Software Inc., La Jolla, CA, USA).

Page 55: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Results

During gestation and lactation, there was no difference in terms of body weight

and food intake when dams groups were compared (Fig 1A and B). Data were adjusted

for the number of pups born from each dam [C, 11.0 (9–12) and LE, 10.0 (8–13)];

values expressed as median (minimum and maximum)]. Pearson’s correlation

coefficient between number of pups and body weight gain of the mother was not

significant (r2 = 0.13). However, intra-group comparison showed an increased body

weight at 21st d when compared to 7

th d during gestation only for control animals.

During lactation, low-energy dams showed an increased relative food intake at 14th

and

21st d when compared to 7

th d. During gestation and lactation, relative caloric intake was

lower in mothers fed a low-energy diet than control, except for the 21st d of gestation

(Fig 1C). Conversely, control animals showed a high relative caloric intake at 14th

and

21st d when compare with 7

th d of lactation (Fig 1C).

7th 14th 21st 7th 14th 21st 200

220

240

260

280

300

320

340

360

380

400

CL LEL

1 th

Gestation Lactation

Delievery

/ /

A

Days Days

a

c

cBody W

eig

ht

(g)

7th 14th 21st 7th 14th 21st0

5

10

15

20

25 CL

LEL

B

Gestation Lactation

Days Days

a

a,b

Re

lative

fo

od

in

take

du

rin

g

ge

sta

tio

n a

nd

la

cta

tio

n

[(g

/g b

od

y w

eig

ht)

]x1

00

Page 56: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

7th 14th 21st 7th 14th 21st0

20

40

60

80

100 CL

LEL

Gestation Lactation

C

* *

*

*

*

Day Day

a

b

Re

lative

ca

lori

c in

take

du

rin

g

ge

sta

tio

n a

nd

la

cta

tio

n

[(K

ca

l/g

bo

dy w

eig

ht)

]x1

00

Figure 1. Body weight and food intake and energetic during gestation and lactation by

dams fed either a normocaloric diet (control, n = 6) or a hypocaloric diet (n = 6). Body

weight during (A); relative food intake expressed in g/g of body weight x 100 (B);

relative caloric intake (C) were evaluated during gestation and lactation. The values are

presented as means + S.D. ∗P < 0.05 vs control. For intra-groups analysis, a

P < 0.05 vs

7th

d, bP < 0.05 vs 14

th d, and

cP < 0.05 vs 21

th d. Two-way ANOVA and Bonferroni’s

post hoc test for statiscal analysis.

Birth weight was not different when groups were compared. At 21st d, litters

from LE mothers showed a deficit in the body weight, tail length, laterolateral skull axis

and anteroposterior axis of the head when compared with litters from control group

(Table 3).

Table 3. Indicators of somatic growth during lactation of litters (8 pups per litters in

each group).

Offspring´s day of life

3rd 12th 21st

Groups Mean ± S.D Mean ± S.D Mean ± S.D

Body weight (g) CL 7,69 ± 0,87 26,44 ± 2,11 49,99 ± 2,12

LEL 7,34 ± 0,58 22,98 ± 2,74* 38,90 ± 3,22 *

Tail length (mm) CL 21,03 ± 2,42 44,32 ± 3,90 71,54 ± 6,12

LEL 19,39 ± 1,41 40,32 ± 3,24 63,42 ± 6,32*

Longitudinal axis (mm) CL 57,76 ± 3,34 85,91 ± 3,52 117,28 ± 4,38

LEL 55,91 ± 2,91 83,85 ± 2,19 109,81 ± 2,71*

Page 57: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Laterolateral skull axis (mm) CL 11,34 ± 0,33 15,62 ± 1,01 17,79 ± 0,78

LEL 10,99 ± 0,45 15,29 ± 0,12 16,84 ± 0,29*

Anteroposterior axis of the head (mm) CL 19,84 ± 0,81 30,06 ± 1,57 36,81 ± 0,98

LEL 19,77 ± 0,64 29,48 ± 0,52 35,32 ± 0,63 *

During gestation and lactation, the dams were submitted to either hypocaloric

diet or normocaloric diet. The pups into each litter were evaluated during lactation.

Groups: low-energy (LEL, n=6) and normocaloric diet (CL, n=6). The values are

presented as means + S.D. ∗P < 0.05 using Test-T .

At weaning, half of the number of pups from each group was submitted to a

hyperlipidic diet. There were no effects of a hyperlipidic diet on body weight during

growth to adult life when groups were compared, except at 90 d old pups (Figure 1A).

Similarly, the effects of a hyperlipidic diet on longitudinal axis during growth to adult

life were seen at 90 d and 120 d. At 120th

d, body weight gain, relative food intake and

caloric intake were not different between LE-Cp and LE-HLp (Figure 1C, D and E).

However, both groups submitted to a hyperlipic diet, showed a high body weight gain,

and a reduced relative food intake and caloric intake when compared to their respective

controls (Figure 1C, D and E).

30 45 60 75 90 105 1200

100

200

300

400

500

C-Cp LE-Cp

C-HLp LE-HLp

*

A

Days of Life

Body w

eig

ht

(g)

Page 58: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

30th

60th

90th

120th

10

15

20

25

C-Cp

LE-Cp

C-HLp

LE-HLp

**

B

Day of Life

Longitu

din

al A

xis

(C

m)

0

500

1000

1500

C-Cp

LE-Cp

C-HLp

LE-HLp

p<0.05

C

120 Days

Body w

eig

ht

gain

(%

)

0

2

4

6

8

C-Cp

LE-Cp

C-HLp

LE-HLp

* &

D

120 Days

Re

lativ

e f

oo

d in

take

[(g

/g b

od

y w

eig

ht)

]x1

00

Page 59: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

0

10

20

30

C-Cp

LE-Cp

C-HLp

LE-HLp

E

*

120 Days

Re

lative

ca

lori

c in

take

[(K

ca

l/g

bo

dy w

eig

ht)

]x1

00

&

Figure 2. Body weight in grams from 30 to 120 d (A). At 120 d old, longitudinal axis

(B), percentage of body weight gain (C), relative food intake (D), and relative caloric

intake (E) of offspring from mothers submitted a normocaloric diet (control C-Cp,

n=12), control and submitted to hyperlipidic diet (C-HLp, n=11), low-energy diet (LE-

Cp, n=14), and low-energy diet and submitted to hyperlipidic diet (LE+HLp, n=9). The

values are presented as means ± S.D. *P<0.05 vs C-CP and &

P<0,05 vs LE-CP using

two-way ANOVA and Bonferroni’s post hoc test.

At 60, 90 and 120 d, pups were submitted to glucose tolerance test (GTT). At 90

and 120 d, pups from dams submitted to a perinatal low-energy diet showed an increase

in the area under the glycaemia curve when compared with pups from control dams.

Hyperlipidic diet potentiated this effect in all ages in both control (C-HLp) and low

energy diet (LE-HLp) (Figure 2).

Page 60: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

60th

90th

120th

0

10

20

30

C-Cp

LE-Cp

C-HLp

LE-HLp

*G

** *

**

Days of Life

Figure 3. Area under glycaemic curve (ΔG) of offspring from mothers submitted during

gestation and lactation, respectively to a normocaloric diet (control C-Cp, n=12), low-

energy diet (LE-Cp, n=14), control and submitted to hyperlipidic diet post-wearning (C-

HLp, n=11), and low-energy diet and submitted to hyperlipidic diet post-wearning (LE-

HLp, n=9). The values are presented as means ± S.D. *P<0.05 vs their respective

controls (LE-HLP vs HE-Cp and C-HLP vs C-CP) Ψ P<0.05 vs C-Cp using two-way

ANOVA and Bonferroni’s post hoc test.

At 120 d, hyperlipidic diet induced an increase in body weight and visceral fat

weight and a reduction in the weight of the stomach [Table 4]. The effect of hyperlipidic

diet on visceral fat weight (absolute and relative) was more pronounced in animals

submitted to a perinatal low-energy diet (LE-HLp vs C-HLp, p < 0.05).

Table 4. Organs weight (absolute and relative) of offspring at 120 d old whose mothers

were submitted to either a normocaloric diet (C-Cp) or a low-energy diet (LE-Cp).

From weaning on, pups were fed a hyperlipidic diet (C-HLp and LE-HLp) or

normocaloric diet (C-Cp and LE-Cp).

C-Cp C-HLp LE-Cp LE-HLp

Mean ± S.D Mean ± S. D Mean ± S. D Mean ± S. D

Heart (g) 1.39 ± 008 1.29 ± 0.15 1.33 ± 0.12 1.28 ± 0.43

Relative Weight of Heart [( heart

weight/body weight)x100]

0.35 ± 0.04 0.30 ± 0.03 0.33 ± 0.02 0.29 ± 0.10

Liver (g) 12.57 ±2.14 11.77 ± 2.03 11.59 ± 1.51 11.25 ±3.83

Relative Weight of liver [( liver

weight/body weight)x100]

3.15 ±0.39 2.72 ±0.39 2.85 ±0.34 2.58 ±0.86

Stomach (g) 2.05 ± 0.18 1.47 ± 0.13*

1.83 ± 0.37 1.44 ± 0.48*

Page 61: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Relative Weight of Stomach [(

Stomach weight/body weight)x100]

0.52 ± 0.07 0.34 ± 0.03* 0.45 ± 0.10 0.33 ± 0.11

*

Visceral Fat (g) 12.57 ± 3.73 20.07 ± 5.01* 13.15 ± 3.32 23.37 ± 9.04

Relative Weight Visceral Fat [(fat

weight/body weight)x100]

3.12 ±0.65 4.68 ± 1.25* 3.22 ±0.70 5.36 ± 2.08

Offspring from mothers submitted a normocaloric diet (control C-Cp, n=12), control and

submitted to hyperlipidic diet (C-HLp, n=11), low-energy diet (LE-Cp, n=14), and low-

energy diet and submitted to hyperlipidic diet (LE+HLp, n=9). The values are presented

as means ± S.D. *P<0.05 vs their respective control (C-HLP vs C-CP and LE-HLP vs C-

HLP). §

P<0.05 vs LE-Cp group. Two-way ANOVA and Bonferroni’s post hoc test were

used for statiscal analysis.

Hyperlipidic diet induced an increase in plasma biochemical parameters in both

C-HLp and LE-HLp animals, except for HDL-cholesterol (Table 5). Animals submitted

to a perinatal low-energy diet showed an increased triglycerides, total cholesterol and

VLDL-cholesterol when compared to control animals. These effects were potentiated in

animals submitted to a hyperlipidic diet (LE-HLp) [Table 5].

Table 5. Plasma biochemical parameters of offspring at 120 d old whose mothers were

submitted to either a normocaloric diet (C-Cp) or a low-energy diet (LE-Cp). From

weaning on, pups were fed a hyperlipidic diet (C-HLp and LE-HLp).

C-CP C-HLp LE-CP LE-HLP

Mean ± S.D Mean ± S. D Mean ± S. D Mean ± S. D

Glucose (mg.dL-1

) 117,62 ± 11,84 130,62 ± 18,01* 101,17 ± 17,74 150,12 ± 16,33*

§

Triglycerides (mg.dL-1

) 87,05 ± 8,45 116,68 ± 12,25* 162,24 ± 14,3

* 190,54 ± 15,15

Total Cholesterol (mg.dL-1

) 77,83 ± 10,48 94,46 ± 10,24* 92,25 ± 10,78

* 106,95 ± 9,76

LDL – Cholesterol (mg.dL-1

) 21,07 ± 8,22 34,01 ± 11,07* 19,11 ± 3,65 27,35 ± 3,64

*

VLDL – Cholesterol (mg.dL-1

) 17,41 ± 1,69 23,34 ± 2,86* 32,44 ± 2,86

* 38,10 ± 3,031

HDL – Cholesterol (mg.dL-1

) 39,34 ± 9,24 37,11 ± 4,14 45,70 ± 9,42 41,49 ± 14,43

Offspring from mothers submitted a normocaloric diet (control C-Cp, n=9), control and

submitted to hyperlipidic diet (C-HLp, n=9), low-energy diet (LE-Cp, n=9), and low-

energy diet and submitted to hyperlipidic diet (LE+HLp, n=8). The values are presented

as means ± S.D. *P<0.05 vs their respective control (C-HLP vs C-CP and LE-HLP vs C-

HLP). § P<0.05 vs LE-Cp group. Two-way ANOVA and Bonferroni’s post hoc test

were used for statiscal analysis.

Page 62: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

Discussion

Epidemiological and experimental studies have shown that variations in the

quality and quantity of the nutrition intra-uterine and post-natal environment are linked

with later risk of cardiovascular and metabolic disease [6-7]. In the present study, it was

investigated the interactions between perinatal maternal low-energy diet and postnatal

and hyperlipidic diet on growth, food intake, and plasma biochemical parameters in rats.

Low-energy diet did not induced changes in the body weight and food intake in mothers

during gestation and lactation. Our results demonstrated the efficiency of this model diet

once the relative caloric intake was reduced in undernourished dams. These findings are

in accordance with previous study that used the same experimental model to induce

maternal undernutrition (Alheiros-Lira et al, 2012). Low-energy diet is rich in dietary

fiber and it can be related to similar food intake seen in the groups. Fiber decreases

energy density and sometimes diminishes the palatability of foods, increases chewing,

and delays gastric emptying, and therefore increases gastric volume which activates

satiation [22]. Thus, in the present study, animals consumed the same amount of food

with a low content of energy.

Pups from mothers fed a low-energy diet showed a deficit in the body weight,

tail length, laterolateral skull axis and anteroposterior axis of the head when compared

with litters from control group. Our data showed that low-energy diet is associated with

low stores of maternal nutrients and, subsequently, less transfer of nutrients to the

offspring, which is related with reduced postnatal growth as seen in the same model

(Alheiros-Lira et al, 2012) and other models of perinatal undernutrition [7, 23-24].

The main goal of the present study was to test the hypothesis that hyperlipidic

diet proved ad libitum to offspring since weaning to adult life maximizes the effects of a

perinatal low-energy diet. Both groups submitted to maternal low-energy diet showed a

high body weight gain, but a reduced relative food intake and caloric intake when

compared to their respective controls. However, a hyperlipidic diet did not affect the

body weight gain, relative food intake and caloric intake of adult pups from mothers

submitted to a low-energy diet. In contrast, previous studies have reported that high-fat

diet post-weaning is associated with high body weight gain and body length in maternal

restricted caloric diet (30% of ad libitum of control diet) [13, 15]. The different models

to induce maternal undernutrition can justify the contrasting results. Despite the lack of

Page 63: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

effects on low-energy diet, hyperlipidic diet increased the gain of body weight even

with the reduction observed in food intake. This increase can be associated with

accumulation of adipose tissue once this is a well established model to induce obesity

[15].

It is well established that early offspring undergo a greater age-dependent loss of

glucose tolerance [25]. In fact, our results showed that, at 90 and 120 d, the area under

the glycaemia curve was high in pups from dams submitted to a perinatal low-energy

diet. Hyperlipidic diet potentiated this effect in all ages in both control (C-HLp) and low

energy diet (LE-HLp). Similarly, Thompson et al (2007) have observed that a maternal

caloric restriction (70% of ad libitum diet of control) followed by a high fat diet

increases fasting serum glucose with a probable changes in its metabolism in skeletal

muscle and liver [13]. In agreement with previous findings [26-27], rats fed a high-fat

diet developed glucose resistance and a decrease in the glucose metabolism regardless

of perinatal nutritional history.

In the present study, perinatal low-energy diet did not affect the visceral fat

weight of adult offspring, however, when submitted to a hyperlipidic diet, offspring

showed an increased body weight and visceral fat weight. In contrast, previous studies

have demonstrated that a hyperlipidic diet is able to increase the amount of adipose

tissue independently of early environment conditions [26-27]. Our results showed that

perinatal low-energy diet influences on susceptibility to hyperlipidic diet-induced

obesity by a mechanism that include a significant increase in total fat mass. Previous

study has demonstrated that this adipogenesis is associated to plasma concentration of

insulin and leptin, as well as, to altered neuroendocrine gene expression that control the

adult food behaviour [15].

As expected, perinatal low-energy diet induced a deleterious profile of plasma

dyslipidemia such as increased triglycerides, total cholesterol and VLDL-cholesterol in

adult animals. It was interesting to note that the hyperlipidic diet amplified the effects of

a perinatal low-energy diet. Perinatal nutrition-induced hypercholesterolemia has been

previously described in animal models, and the offspring’s susceptibility to

programmed obesity risk has been shown to be dependent on the timing and severity of

diet manipulation [3]. According to previous studies using different models of perinatal

undernutrition [13-15], and to the predictive adaptive response hypothesis, a developing

organism adjusts its physiology to be appropriate for its predicted mature environmental

range, such that a mismatch between the developmental and the adult environment may

Page 64: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

lead to an increased risk of disease development [28]. Our data support this hypothesis

and propose that changes in the amount of energy early in life may be key pathways that

modify susceptibility to obesity development.

Conclusion

Most models have used caloric restriction as a stimulus for developmental

plasticity, and relatively few studies have seen the effects of a low-energy diet ad

libitum during gestation and lactation. In this regard, we have presented data that

confirm our hypothesis by demonstrating that a low-energy diet offspring show

significant discernible effects on glucose/lipid profiles that are more pronounced when

submitted to a hyperlipidic diet throughout the life-spam. In conclusion, our

observations extend the evidence that mismatched early developmental and mature

environments determine a higher susceptibility to obesity development.

Acknowledgments

The authors are indebted for the technical assistance of Lucia Pires, and Edeones

França. This research was supported by Foundation for Support the Science and

Research in Pernambuco State - Brazil (FACEPE) and National Council for Research -

Brazil (CNPq).

Page 65: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

References

1. Ozanne SE, Hales CN (2004) Lifespan: catch-up growth and obesity in male

mice. Nature 427:411-412.

2. Woodall SM, Johnston BM, Breier BH, Gluckman PD (1996) Chronic maternal

undernutrition in the rat leads to delayed postnatal growth and elevated blood pressure

of offspring. Pediatr Res 40:438-443.

3. Sebaai N, Lesage J, Breton C, Vieau D, Deloof S (2004) Perinatal food

deprivation induces marked alterations of the hypothalamo-pituitary-adrenal axis in 8-

month-old male rats both under basal conditions and after a dehydration period.

Neuroendocrinology 79:163-173.

4. Vickers MH, Breier BH, Cutfield WS, Hofman PL, Gluckman PD (2000) Fetal

origins of hyperphagia, obesity, and hypertension and postnatal amplification by

hypercaloric nutrition. Am J Physiol Endocrinol Metab 279:E83-87.

5. Theys N, Ahn MT, Bouckenooghe T, Reusens B, Remacle C (2011) Maternal

malnutrition programs pancreatic islet mitochondrial dysfunction in the adult offspring.

J Nutr Biochem 22:985-994.

6. Gluckman PD, Hanson MA, Pinal C (2005) The developmental origins of adult

disease. Matern Child Nutr 1:130-141.

7. Ozanne SE (2001) Metabolic programming in animals. Br Med Bull 60:143-

152.

8. Hanson M, Godfrey KM, Lillycrop KA, Burdge GC, Gluckman PD (2011)

Developmental plasticity and developmental origins of non-communicable disease:

theoretical considerations and epigenetic mechanisms. Prog Biophys Mol Biol

106:272-280.

9. Grigor MR, Thompson MP (1987) Diurnal regulation of milk lipid production

and milk secretion in the rat: effect of dietary protein and energy restriction. J Nutr

117:748-753.

10. Monte C (2000) Malnutrition: a secular challenge to child nutrition. J Pediatr

(Rio J) 76 Suppl 3:S285-297.

11. Dewey K, Beaton G, Fjeld C, Lonnerda lB, Reeds P (1996) Protein requirements

of infants and children. Eur J Clin Nut 50:5139-5149.

12. Krechowec SO, Vickers M, Gertler A, Breier BH (2006) Prenatal influences on

leptin sensitivity and susceptibility to diet-induced obesity. J Endocrinol 189:355-363.

13. Thompson NM, Norman AM, Donkin SS, Shankar RR, Vickers MH, Miles JL,

Breier BH (2007) Prenatal and postnatal pathways to obesity: different underlying

mechanisms, different metabolic outcomes. Endocrinology 148:2345-2354.

Page 66: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

14. Vickers MH, Breier BH, McCarthy D, Gluckman PD (2003) Sedentary behavior

during postnatal life is determined by the prenatal environment and exacerbated by

postnatal hypercaloric nutrition. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol 285:R271-

273.

15. Ikenasio-Thorpe BA, Breier BH, Vickers MH, Fraser M (2007) Prenatal

influences on susceptibility to diet-induced obesity are mediated by altered

neuroendocrine gene expression. J Endocrinol 193:31-37.

16. Gluckman PD, Hanson MA (2008) Developmental and epigenetic pathways to

obesity: an evolutionary-developmental perspective. Int J Obes (Lond) 32 Suppl 7:S62-

71.

17. Reeves PG (1997) Components of the AIN-93 Diets as Improvements in the

AIN-76A Diet. The Journal of Nutrition Supplement.

18. Monteiro CA, Levy RB, Claro RM, de Castro IR, Cannon G (2011) Increasing

consumption of ultra-processed foods and likely impact on human health: evidence

from Brazil. Public health nutrition 14:5-13.

19. Lopes de Souza S, Orozco-Solis R, Grit I, Manhaes de Castro R, Bolanos-

Jimenez F (2008) Perinatal protein restriction reduces the inhibitory action of serotonin

on food intake. Eur J Neurosci 27:1400-1408.

20. Le Floch JP, Escuyer P, Baudin E, Baudon D, Perlemuter L (1990) Blood

glucose area under the curve. Methodological aspects. Diabetes Care 13:172-175.

21. Friedewald WT, Levy RI, Fredrickson DS (1972) Estimation of the

concentration of low-density lipoprotein cholesterol in plasma, without use of the

preparative ultracentrifuge. Clin Chem 18:499-502.

22. Burton-Freeman B (2000) Dietary fiber and energy regulation. J Nutr 130:272S-

275S.

23. Leandro CG, da Silva Ribeiro W, Dos Santos JA, Bento-Santos A, Lima-Coelho

CH, Falcao-Tebas F, Lagranha CJ, Lopes-de-Souza S, Manhaes-de-Castro R, Toscano

AE (2011) Moderate physical training attenuates muscle-specific effects on fibre type

composition in adult rats submitted to a perinatal maternal low-protein diet. Eur J Nutr.

24. Falcao-Tebas F, Bento-Santos A, Antonio Fidalgo M, de Almeida MB, Antonio

Dos Santos J, Lopes de Souza S, Manhaes-de-Castro R, Gois Leandro C (2011)

Maternal low-protein diet-induced delayed reflex ontogeny is attenuated by moderate

physical training during gestation in rats. Br J Nutr:1-6.

25. Ozanne SE, Jensen CB, Tingey KJ, Storgaard H, Madsbad S, Vaag AA (2005)

Low birthweight is associated with specific changes in muscle insulin-signalling protein

expression. Diabetologia 48:547-552.

26. Huang BW, Chiang MT, Yao HT, Chiang W (2004) The effect of high-fat and

high-fructose diets on glucose tolerance and plasma lipid and leptin levels in rats.

Diabetes Obes Metab 6:120-126.

Page 67: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

27. Schaalan M, El-Abhar HS, Barakat M, El-Denshary ES (2009) Westernized-

like-diet-fed rats: effect on glucose homeostasis, lipid profile, and adipocyte hormones

and their modulation by rosiglitazone and glimepiride. J Diabetes Complications

23:199-208.

28. Gluckman PD, Hanson MA (2004) Living with the past: evolution,

development, and patterns of disease. Science (New York, NY 305:1733-1736.

Page 68: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

__________ CONSIDERAÇÕES FINAIS

Page 69: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

6.0 Considerações Finais

______________________________________________________________________

A sociedade global vem convivendo há alguns anos com a crescente epidemia de

obesidade e doenças crônicas correlatas que acometem indistintamente as diversas

classes socioeconômicas, etnia, sexo e idade. Esta temática tem sido o cerne de

pesquisas epidemiológicas e experimentais. Neste contexto, o desequilíbrio nutricional

por déficit ou excesso tem sido alvo incessante da ciência da nutrição por estar

diretamente implicado na gênese dessas patologias. Foi observado neste estudo que a

restrição energética na vida perinatal aumenta a susceptibilidade dos descendentes a

distúrbios no crescimento e metabolismo. A partir das medidas de dimensões corporais

murinométricas observou-se significantes indícios do acúmulo de peso em regiões

especificas do corpo de ratos previamente expostos à restrição de energia. Estes foram

corroborados pelas medidas de gordura visceral e alterações bioquímicas glicêmicas e

lipídicas. Contudo, vale destacar que o uso de um modelo dietético pós-desmame que

retrata de forma mais próxima o atual perfil de consumo de alimentos de populações

ocidentais, exacerbou essas alterações, sobretudo quando aplicado aos grupos que

previamente foram expostos a uma restrição energética.

Portanto, os resultados obtidos nos permitem considerar que o uso de dieta

hipocalórica sem restrição quantitativa mostrou-se um modelo alternativo ao modelo de

restrição alimentar para o estudo da desnutrição energética. Adicionalmente, ratificamos

a hipótese que a oferta de dieta hipocalórica seguida do consumo de dieta palatável-

hiperlipídica do pós-desmame a idade adulta agrava a susceptibilidade dos grupos

restritos a desenvolverem desordens do metabolismo da glicose e ácidos graxos com

acúmulo de gordura central. Evidenciamos também que a desproporção de nutrientes,

mesmo na ausência de uma maior ingestão energética, pode ser um fator determinante

de sinais relacionados à síndrome metabólica.

Page 70: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

______REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 71: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

REFERÊNCIAS

BAYNE, K. Revised Guide for the Care and Use of Laboratory Animals available.

American Physiological Society. Physiologist [S.I.], v. 39, n. 4, p. 199, 208-11, Aug

1996.

BAYOL, S. et al. The influence of undernutrition during gestation on skeletal

muscle cellularity and on the expression of genes that control muscle growth. Br J

Nutr [S.I.], v. 91, n. 3, p. 331-9, Mar 2004.

BRASIL, 2006. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisas de Orçamentos

Familiares. Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil (2002-2003). 20 de

Outubro de 2010. 2006.

FRIEDEWALD W.T., L. R. I., FREDRICKSON D.S. Estimation of low density

lipoprotein cholesterol without the use of the preparative ultracentrifuge. Clin

Chem., 18: 499-502. [S.I.], 1972.

LE FLOCH, J. P. et al. Blood glucose area under the curve. Methodological aspects.

Diabetes Care [S.I.], v. 13, n. 2, p. 172-5, Feb 1990.

LOPES DE SOUZA, S. et al. Perinatal protein restriction reduces the inhibitory

action of serotonin on food intake. Eur J Neurosci [S.I.], v. 27, n. 6, p. 1400-8, Mar

2008.

MATTHEWS, J. N. et al. Analysis of serial measurements in medical research. BMJ

[S.I.], v. 300, n. 6719, p. 230-5, Jan 27 1990.

NOVELLI, E. L. et al. Anthropometrical parameters and markers of obesity in

rats. Lab Anim [S.I.], v. 41, n. 1, p. 111-9, Jan 2007.

REEVES, P. G. Components of the AIN-93 diets as improvements in the AIN-76A

diet. J Nutr [S.I.], v. 127, n. 5 Suppl, p. 838S-841S, May 1997.

SILVA H. J., M. S., TOSCANO A. E., ALBUQUERQUE C.G., MORAES S.R.A.,

MANHÃES-DE-CASTRO R. Protocol of mensuration of indicators of somatic

development of Wistar rats. Int. J Morphol.2005;23:227-30 [S.I.], 2005.

Page 72: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

________________________ ANEXO

Page 73: RESTRIÇÃO ENERGÉTICA PERINATAL: EFEITO SOBRE O … · decidimos se queremos perder ou vencer, por que a melhor vitória é a que pode ... de ganho ponderal e isto foi acompanhado

ANEXO – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA