Relatório do Primeiro Semestre de 200 4 - Escola Sá · PDF fileval. Embalados...

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As crianças aprenderam e aproveitaram as brincadeiras ligadas ao projeto da turma. Pulamos numa perna só como o Saci, anda- mos para trás como o Curupira, nos arrasta- mos como o Boitatá. Ainda encontramos tempo para “viajar” pelo Rio Amazonas nu- ma canoa enorme procurando o Boto cor-de- rosa. Agora estamos nos preparando para “acordar São João” na festa do arraial. En- fim, nos divertimos a valer. MÚSICA Em meio à nossa adaptação no começo do ano, a Turma soltou os bichos no carna- val. Embalados pelas marchinhas do carna- val de rua, a criançada pediu licença e em- barcaram na alegria geral acompanhando o nosso desfile. “Mamãe, eu quero / Mamãe eu quero mamar” . A turminha ainda conhe- ceu um bate-bola , o nosso clóvis (Clown). Apesar do medinho inicial, as crianças foram se soltando com as brincadeiras do masca- rado. Cada criança se expressa de um modo diferente, quando o assunto é aula de mús i- ca. Tem aquela que fica na maior euforia, quando começamos a cantar. Tem outras que ficam meio desconfiadas... Tem as que, num primeiro momento, morrem de medo e depois vão se soltando. A música tem um lado pouco palpável, misterioso, que nos obriga a deixar a indiferença de lado, nos induzindo a alguma sorte de movimento cor- poral e psicológico. As crianças são geral- mente arrebatadas pelo som. Todos nós tr a- zemos memórias sonoras e musicais desde o período da nossa gestação. Procuramos sempre trabalhar com um repertório tradicio- nal, brinquedos cantados, canções de roda, mas o tema que mais desperta o interesse das crianças é, geralmente, o mundo animal. “Pula macaquinho / De galho em galho / Coça a cabecinha / Coça a barriguinha / Pu- la macaquinho / De galho em galho”. A ma- cacada descobriu que outros seres da flores- ta, também gostavam de mandar no pedaço. Pesquisando sobre o Saci, o Boitatá e o Curupira as crianças aprenderam serem eles verdadeiros protetores da natureza. “O boita- tá, o boitatá vai lá / Que tem alguém que es- tá querendo a floresta queimar” (Ana Moura). Brincamos de virar cobras de pano, de prender Saci com peneira e até andar pra trás. O resultado desse trabalho pôde ser conferido, na nossa Festa Pedagógica. Esquentando para a nossa Festa Junina, estamos trabalhando alguns mitos ligados a São João, como a história do seu boizinho encantado. De tão cobiçado, o bicho teve um triste fim, dando origem à brincadeira em forma de promessa do bumba-meu-boi. Professor da Turma: Camila Andrade Auxiliar da Turma: Aline Monteiro Expressão Corporal: Marta Vieira Música: Jean Philippe Trindade Coordenação: Paula Lacombe Direção: Maria Teresa Moura e Maria Cecília Moura Relatório do Primeiro Semestre de 2004 Educação Infantil Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 2535-2434 Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected] Turma do Macaco Ana Beatriz Merquior Tardin Pinheiro / Ana Clara Bolshaw Nogueira dos Santos / Antônio Santos Treistman / Cecilia Carneiro Bandeira de Mello / Flora Teixeira Salem / Hanah Zagarodny / Helena Leite Guimarães Rego / Leonardo Melloni Braga / Maria Luisa Madureira de Resende / Mariah Clara Correa de B. Fernandes Pimentel / Sofia da Victoria Sasso / Theo Dalmaso Kussama Mais um ano escolar e a escola se faz novidade para todos. Um início que marca o encontro, a descoberta, o prazer, a incerteza, o medo, o choro, a acolhida e a conquista. A entrada para a escola é vivida pelas crianças de forma intensa. O retorno das férias, para os que já faziam parte do conv í- vio na Sá Pereira, é tomado pela euforia do reencontro. E para dar conta dessa mistura cer os vínculos de confiança e amizade. As brincadeiras e cantorias inauguraram um tempo de alegria e descontração propici- ando interação e a construção de laços afeti- vos entre as crianças. Em pouco tempo, nos adaptamos à nova rotina escolar. Vimos o nome da turma surgir num grande alvoroço durante uma brincadeira, mas estamos nos constituindo como um grupo calorosa de sentimentos, “arregaçamos as mangas” e, com muito carinho, recebemos Ana Beatriz, Ana Clara, Antonio, Cecília, Flo- ra, Hanah, Helena, Leonardo, Maria Luisa, Mariah Clara, Sofia e Theo. Com delicadeza, buscamos nos aprox i- mar desses pequenos para perceber e rec o- nhecer as características que trazem a indi- v idualidade de cada um e, assim, estabele-

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Page 1: Relatório do Primeiro Semestre de 200 4 - Escola Sá · PDF fileval. Embalados pelas marchinhas do carna-val de rua, ... violão a música que tanto gostaram de dan-çar e brincar

As crianças aprenderam e aproveitaram as brincadeiras ligadas ao projeto da turma. Pulamos numa perna só como o Saci, anda-mos para trás como o Curupira, nos arrasta-mos como o Boitatá. Ainda encontramos tempo para “viajar” pelo Rio Amazonas nu-ma canoa enorme procurando o Boto cor-de-rosa.

Agora estamos nos preparando para “acordar São João” na festa do arraial. En-fim, nos divertimos a valer.

MÚSICA Em meio à nossa adaptação no começo

do ano, a Turma soltou os bichos no carna-val. Embalados pelas marchinhas do carna-val de rua, a criançada pediu licença e em-barcaram na alegria geral acompanhando o nosso desfile. “Mamãe, eu quero / Mamãe eu quero mamar” . A turminha ainda conhe-ceu um bate-bola , o nosso clóvis (Clown). Apesar do medinho inicial, as crianças foram se soltando com as brincadeiras do masca-rado.

Cada criança se expressa de um modo diferente, quando o assunto é aula de músi-ca. Tem aquela que fica na maior euforia, quando começamos a cantar. Tem outras que ficam meio desconfiadas... Tem as que, num primeiro momento, morrem de medo e depois vão se soltando. A música tem um lado pouco palpável, misterioso, que nos obriga a deixar a indiferença de lado, nos induzindo a alguma sorte de movimento cor-poral e psicológico. As crianças são geral-mente arrebatadas pelo som. Todos nós tra-zemos memórias sonoras e musicais desde o período da nossa gestação. Procuramos sempre trabalhar com um repertório tradicio-nal, brinquedos cantados, canções de roda, mas o tema que mais desperta o interesse das crianças é, geralmente, o mundo animal.

“Pula macaquinho / De galho em galho / Coça a cabecinha / Coça a barriguinha / Pu-la macaquinho / De galho em galho”. A ma-cacada descobriu que outros seres da flores-ta, também gostavam de mandar no pedaço.

Pesquisando sobre o Saci, o Boitatá e o Curupira as crianças aprenderam serem eles verdadeiros protetores da natureza. “O boita-tá, o boitatá vai lá / Que tem alguém que es-

tá querendo a floresta queimar” (Ana Moura). Brincamos de virar cobras de pano, de

prender Saci com peneira e até andar pra trás. O resultado desse trabalho pôde ser conferido, na nossa Festa Pedagógica.

Esquentando para a nossa Festa Junina,

estamos trabalhando alguns mitos ligados a São João, como a história do seu boizinho encantado. De tão cobiçado, o bicho teve um triste fim, dando origem à brincadeira em forma de promessa do bumba-meu-boi.

Professor da Turma: Camila Andrade Auxiliar da Turma: Aline Monteiro Expressão Corporal: Marta Vieira Música: Jean Philippe Trindade Coordenação: Paula Lacombe Direção: Maria Teresa Moura e Maria Cecília Moura

Relatório do Primeiro Semestre de 2004 Educação Infantil

Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 2535-2434

Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected]

Turma do Macaco Ana Beatriz Merquior Tardin Pinheiro / Ana Clara Bolshaw Nogueira dos Santos / Antônio Santos Treistman / Cecilia Carneiro Bandeira de Mello /

Flora Teixeira Salem / Hanah Zagarodny / Helena Leite Guimarães Rego / Leonardo Melloni Braga / Maria Luisa Madureira de Resende / Mariah Clara Correa de B. Fernandes Pimentel / Sofia da Victoria Sasso / Theo Dalmaso Kussama

Mais um ano escolar e a escola se faz novidade para todos. Um início que marca o encontro, a descoberta, o prazer, a incerteza, o medo, o choro, a acolhida e a conquista.

A entrada para a escola é vivida pelas crianças de forma intensa. O retorno das férias, para os que já faziam parte do conv í-vio na Sá Pereira, é tomado pela euforia do reencontro. E para dar conta dessa mistura

cer os vínculos de confiança e amizade. As brincadeiras e cantorias inauguraram

um tempo de alegria e descontração propici-ando interação e a construção de laços afeti-vos entre as crianças.

Em pouco tempo, nos adaptamos à nova rotina escolar. Vimos o nome da turma surgir num grande alvoroço durante uma brincadeira, mas estamos nos constituindo como um grupo

calorosa de sentimentos, “arregaçamos as mangas” e, com muito carinho, recebemos Ana Beatriz, Ana Clara, Antonio, Cecília, Flo-ra, Hanah, Helena, Leonardo, Maria Luisa, Mariah Clara, Sofia e Theo.

Com delicadeza, buscamos nos aprox i-mar desses pequenos para perceber e reco-nhecer as características que trazem a indi-v idualidade de cada um e, assim, estabele-

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tras, mostraram-se desconfiadas e, apenas depois de tirarem parte da fantasia, diante do espelho, é que sorriram reconhecendo a sua imagem.

A Turma do Macaco também se envolveu com a lenda do Boto cor-de-rosa. Para co-nhecer melhor esse animal, apreciamos foto-grafias e assistimos a um pequeno trecho do vídeo “Uma aventura na Amazônia”, em que aparecem cenas de dois botos nadando no Rio Negro. Encantadas com as cenas do filme, representaram, por diversas vezes, o movimento dos botos nadando. Ora as crian-ças faziam de conta que estavam mergu-lhando, ora que davam saltos na água. Apro-veitamos o momento para promover situa-ções em que elas exercitassem a imagina-ção e a criatividade expressando idéias e emoções ao embarcarmos na brincadeira.

Recebemos, carinhosamente, o José Henrique, pai da Ana Clara, que nos presen-teou com uma canção muito bonita sobre a lenda do Boto cor-de-rosa. As crianças escu-taram atentamente as histórias que ele con-tou e, bem baixinho, cantarolaram ao som do violão a música que tanto gostaram de dan-çar e brincar durante as manhãs na escola.

Entramos na comemoração ao dia de São João quando descobrimos que o Boto vira homem para se divertir em sua festa. As cri-anças capricharam na colagem de materiais dando cor às bandeirinhas e a dobraduras de balõezinhos.

através do trabalho diário de compreensão e respeito às regras de convivência e da nossa importante mediação que se faz tão constante. O primeiro projeto

Pensando em um tema que se adequasse aos pequenos e fizesse relação com o proje-to institucional “Catando os sonhos no velho e no novo mundo”, trouxemos nossos sonhos da infância fazendo emergir as peripécias de alguns personagens mitológicos no projeto batizado “Lendas do folclore brasileiro”.

A intenção foi envolver as crianças com nossas narrativas para motivá-las a entrarem no mundo do faz-de-conta, traçando ludica-mente um percurso entre o imaginário e a palavra.

Proporcionar brincadeiras e atividades em que estivessem presentes a exploração das diferentes partes do corpo, a ampliação grada-tiva das habilidades motoras, as diferentes possibilidades de manipular materiais para o fazer artístico, a observação e identificação de imagens relacionadas ao tema e à utilização das diversas linguagens nas situações de inte-ração em nossas manhãs foi o nosso desafio.

Cantarolando e fazendo estripulias como o moleque Saci, o Curupira e o Boitatá, as crianças experimentaram, com entusiasmo, saltar, pular num pé só com e sem a ajuda de um amigo ou adulto, andar de diferentes formas, correr, rolar, rastejar e engatinhar. Essas brincadeiras possibilitaram o contato com diferentes ritmos, a identificação de par-tes do corpo, além do contato físico tão im-

portante para o nosso desenvolvimento. Ao brincar de se transformarem nesses

personagens do folclore, as crianças não se intimidaram quando as convidamos para pin-tar o rosto. Deixaram-se maquiar com ani-mação e, todas, procuraram se caracterizar ainda mais, vestindo carapuças e a peruca vermelha que imita o cabelo cor de fogo do Curupira. Ao experimentarem esses papéis, trouxemos o espelho para o pátio para que pudessem se apreciar. Algumas consegui-ram perceber a mudança ao verem seu refle-xo de forma harmoniosa e descontraída; ou-

meiras interações, compartilhar as conquis-tas e ver o crescimento de cada um é como um alimento que não pode faltar e tanto nos fortalece.

EXPRESSÃO CORPORAL A Turma do Macaco se divertiu bastante

com os movimentos novos que aprendeu durante o semestre. Fizemos uma grande brincadeira com o corpo passando por várias etapas do desenvolvimento psicomotor hu-mano. Experimentamos o arrastar, depois o engatinhar, andar com apoios até chegar à marcha característica do homem. Nessa ati-v idade imitamos a postura de alguns animais como os répteis, quadrúpedes e bípedes, favorecendo a exploração do espaço e apri-morando a coordenação motora das crianças

Outros jogos, apreciados pela turma, fo-ram os que envolveram as atividades livres, a brincadeira de estátua, o teatro de som-bras, as cambalhotas, a canoa feita de tec i-dos, a mímica de pequenos gestos, etc. Es-tes jogos propiciam a criatividade, expres-são e a capacidade de representação au-mentando a comunicação e auto-confiança da turma.

As aulas de Expressão Corporal também contam com o recurso de materiais específi-cos como pula-pula, bolão, bambolês, túnel de tecido e prancha de equilíbrio. Fizemos alguns circuitos com esses materiais desafi-ando a motricidade da criançada, e estimu-lando a coordenação motora, o equilíbrio, a noção de lateralidade e o tônus muscular dos pequenos que estão em fase de formação dos seus esquemas e imagens corporais.

Ao perceberem, nas ilustrações do livro “O Boto”, de Toni Brandão, a presença da lua na Festa Junina, trouxemos uma grande bola de encher para representá-la. Depois de chutarem, abraçarem e jogarem em todas as direções, perguntamos à crianças: “Como é a Lua?”. Leonardo logo respondeu: “Ela é branca, parece a bola!”. Ana Beatriz comple-tou falando e olhando para o seu amigo: “É, e ela brilha como uma estrela, não é?”. Sen-do assim, transformamos a bola numa bri-lhante lua branca usando cola e purpurina.

O grupo passou a brincar com as músicas “Capelinha de melão”, “Pula a fogueira”, “Olha pro céu” e estas canções embalaram nossas manhãs trazendo mais alegria para as atividades propostas. Os passeios...

A primeira saída foi em direção ao Jardim Botânico. Alguns pequenos ficaram assusta-dos ao entrar no tão falado ônibus! Mas, em poucos minutos, a música invadiu aquele espaço estranho trazendo conforto e alegria. E as crianças foram tomadas pela novidade de estar em um carro grande e diferente do da mamãe.

Na imensidão do parque, correram, cata-ram pedrinhas no chão, observaram a paisa-gem, escutaram o som dos córregos e se di-vertiram muito numa gostosa manhã de sol.

Tempos depois, fomos conhecer a fazendi-nha da Escola Nacional de Horticultura. A entrada no ônibus foi bem mais tranqüila e o percurso realizado era repleto de novidades para as crianças: túnel, caminhão passando

ao lado, outro ônibus bem pertinho do nosso, um castelo de princesa (Fiocruz ), enfim, lu-gares que, de suas janelas, as crianças apre-ciaram e falaram chamando a nossa atenção.

Chegando à fazendinha, viram de perti-nho e até seguraram alguns bichos como um coelhinho recém-nascido e abraçaram um bezerro bem mansinho. Na horta, andaram entre os legumes e as hortaliças dizendo o que gostavam e o que não gostavam de co-mer. No final, se esbaldaram tomando suco fresquinho e fazendo um piquenique delicio-so. Na volta para a Sá Pereira, o cansaço silenciou o ônibus que embalou um gostoso cochilo até a escola.

Nossas manhãs com essas doze crianças queridas e espertas nos trouxe muita alegria. Incentivar as descobertas, perceber as pri-