RELAÇÃO ENTRE POLIMORFISMOS DO GENE DO PALADAR … · RELAÇÃO ENTRE POLIMORFISMOS DO GENE DO...
Transcript of RELAÇÃO ENTRE POLIMORFISMOS DO GENE DO PALADAR … · RELAÇÃO ENTRE POLIMORFISMOS DO GENE DO...
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE MESTRADO EM ODONTOLOGIA
DENISE MAIMONE RAMOS
RELAÇÃO ENTRE POLIMORFISMOS DO GENE DO PALADAR AMARGO TAS2R38 E A OCORRÊNCIA DA
CÁRIE DENTÁRIA
Londrina 2009
DENISE MAIMONE RAMOS
RELAÇÃO ENTRE POLIMORFISMOS DO GENE DO PALADAR AMARGO TAS2R38 E A OCORRÊNCIA DA
CÁRIE DENTÁRIA
Dissertação apresentada à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia
Orientadora: Profa. Dra. Regina Célia Poli - Frederico
Londrina 2009
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABAL HO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA F INS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Dados Internacionais de catalogação-na-publicação
Universidade Norte do Paraná Biblioteca Central
Setor de Tratamento da Informação
Ramos, Denise Maimone. R141r Relação entre polimorfismos do gene do paladar amargo TAS2R38 e a
ocorrência da cárie dentária / Denise Maimone Ramos. Londrina : [s.n], 2009. xvi; 72p. Dissertação (Mestrado). Odontologia. Dentística Preventiva. Universidade
Norte do Paraná. Orientador: Profª Drª. Regina Célia Poli-Frederico 1- Odontologia - dissertação de mestrado – UNOPAR 2- Cárie dentária 3-
Polimorfismos 4- Gene TAS2R38 5- Escolares 6- Sensibilidade paladar I- Poli-Frederico, Regina Célia, orient. II- Universidade Norte do Paraná.
CDU 616.314-089.27/.28
DENISE MAIMONE RAMOS
Filiação Sylvio Ramos Junior Sueli Maimone Ramos Naturalidade Londrina - PR Nascimento 04 de dezembro de 1981 2000 – 2004 Graduação em Odontologia - UEL:
Universidade Estadual de Londrina - PR
2005 – 2006 Especialização em Saúde Coletiva –
UEL: Universidade Estadual de Londrina - PR
2008 – 2009 Curso de Pós-Graduação na área de
Dentística, nível Mestrado, na Universidade Norte do Paraná - UNOPAR
Associações ABO - Associação Brasileira de
Odontologia
DENISE MAIMONE RAMOS
RELAÇÃO ENTRE POLIMORFISMOS DO GENE DO PALADAR AMARGO TAS2R38 E A OCORRÊNCIA DA
CÁRIE DENTÁRIA
Dissertação apresentada à Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia.
COMISSÃO EXAMINADORA
Profª. Drª. Ilce Mara de Syllus Cólus Profª. Drª. Sandra Mara Maciel Profª. Drª. Regina Célia Poli - Frederico
Londrina, 30 de novembro de 2009
Dedico este trabalho aos meus pais, Sylvio
e Sueli , por todo carinho, incentivo,
compreensão e por sempre acreditarem em
mim. Amo vocês!
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
A Deus pela Sua bondade infinita e por estar sempre ao meu lado;
Aos meus pais, Sylvio e Sueli pelo amor incondicional;
À Profª. Drª. Regina Célia Poli- Frederico pela orientação brilhante, sempre
com palavras de incentivo, atitudes determinadas e paciência sem limite. Um
exemplo de mestra e de pessoa cujo amor com que se dedica aos seus projetos é
fascinante;
Às professoras colaboradoras deste projeto, Profª. Drª. Sandra Mara
Maciel e Profª. Drª. Terezinha De Jesus Esteves Bar ata pela agregação de
conhecimento;
Às alunas de Iniciação Científica do curso de Odontologia da Universidade
Norte do Paraná (UNOPAR), Heloíse Oliveira Santana e Camile Socoloski pela
ajuda nos procedimentos laboratoriais;
À Profª. Drª. Silvia Regina Rogatto por permitir nosso acesso a um dos
laboratórios do hospital AC Camargo em São Paulo e por disponibilizar
equipamentos necessários para a realização da pesquisa;
A todos os alunos de pós - graduação do hospital AC Camargo pela ajuda
nos procedimentos laboratoriais;
A Fábio Marchi aluno do doutorado em bioestatística da Universidade de
São Paulo (USP) pela assessoria na análise estatísica;
A todos os professores do curso de Mestrado em Odontologia da
Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) pelo apoio e transmissão de
conhecimento;
À banca examinadora pelo intercâmbio de idéias, sugestões e discussões
construtivas durante a qualificação e defesa desta dissertação;
Aos colegas do mestrado pela amizade e apoio, meu carinho especial a
Carlos Alberto Tambelini pelo incentivo e colaboração na coleta de dados;
A todos os que participaram da coleta de dados pela disponibilidade, alegria
e amizade , em especial a Heliton Lima e Nicole Brunozi ;
Ao Núcleo Regional de Ensino e a cada diretor escolar por prontamente
permitirem o acesso às escolas estaduais;
Às Empresas Dental Clean e Colgate do Brasil pela parceria e
cooperação;
E a todos os colegas, amigos, familiares e pacientes que partilharam deste
período da minha vida, pelo incentivo e paciência.
Serei eternamente grata a todos vocês!
AGRADECIMENTOS
À Universidade Norte do Paraná , UNOPAR, representada pelo Chanceler,
Sr. Marco Antônio Laffranchi e pela Reitora, Profª. Elisabeth Bueno Laffranchi ;
À Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação , representada pelo Prof. Dr.
Hélio Hiroshi Suguimoto;
Ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde , representado pelo Prof.
Ruy Moreira da Costa Filho ;
À Coordenadoria do Curso de Odontologia , representada pelo Prof. Dr.
Luiz Reynaldo de Figueiredo Walter ;
A todos os funcionários da UNOPAR;
Por terem contribuído na realização desta Dissertaç ão.
Muito Obrigada!
“O pessimista queixa-se do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas.”
Willian George Ward
RAMOS, Denise Maimone. Relação entre polimorfismos do gene do paladar amargo TAS2R38 e a ocorrência da cárie dentária . 2009. xvi, 65 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia) - Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2009.
RESUMO
A sensibilidade ao paladar doce e amargo é uma característica hereditária e relatos na literatura sugerem que estes fatores estão correlacionados e que podem estar associados com a maior ocorrência de cárie dentária. O gene TAS2R38 é um membro da família dos receptores do paladar amargo apresentando três regiões polimórficas. Uma mudança no nucleotídio acarretará alteração em aminoácido e o surgimento de indivíduos sensíveis e insensíveis ao paladar amargo. Estudos afirmam que indivíduos fenotipicamente insensíveis ao amargo têm preferência por alimentos doces e possuem mais cárie. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a sensibilidade ao paladar amargo, identificar o consumo de alguns alimentos e a ocorrência da cárie dentária em 156 escolares do ensino médio de escolas públicas do município de Londrina - PR. Para a avaliação da experiência de cárie nos adolescentes foi utilizado o índice CPO-D, segundo critérios definidos pela Organização Mundial da Saúde. As amostras de DNA dos adolescentes foram extraídas a partir das células da mucosa bucal de acordo com o método descrito por AIDAR e LINE (2007) modificado. Após a obtenção do DNA, foi feita a amplificação do gene TAS2R38 pela reação em cadeia da polimerase em tempo real. O fenótipo da sensibilidade ao amargo foi avaliado utilizando soluções de feniltiocarbamida em concentrações diversas administradas de forma crescente. Hábitos dietéticos foram obtidos através de um questionário de freqüência alimentar dos adolescentes. Dos 156 escolares, 94 (60,3%) tinham cárie e possuíam haplótipos do gene TAS2R38 relacionados com uma sensibilidade intermediária ao amargo. Foram observadas associações estatisticamente significativas somente entre o fenótipo e o gênero (p = 0,002), o fenótipo e os haplótipos do gene TAS2R38 (p= 0,006) e o fenótipo e os genótipos do gene TAS2R38 (p < 0,05). Não houve associação estatisticamente significativa entre haplótipos e genótipos do gene TAS2R38 e variáveis biológicas/comportamentais. Os resultados sugerem que sejam feitos novos estudos que relacionem os polimorfismos do gene TAS2R38 com a ocorrência da cárie dentária, já que a identificação de indivíduos considerados de risco para o desenvolvimento desta doença possibilitará a implantação precoce de programas preventivos. Palavras-chave : Cárie dentária. Polimorfismos. Gene TAS2R38. Escolares. Sensibilidade paladar.
RAMOS, Denise Maimone. Relationship between bitter - taste gene polymorphisms TAS2R38 and dental caries prevalence. 2009. xvi, 65f. Dissertação (Mestrado em Odontologia) - Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2009.
ABSTRACT
Sensitivity to sweet and bitter taste is an inherited trait and literature reports suggest that these factors are correlated and may be associated with the higher incidence of dental caries. The TAS2R38 is a bitter taste receptor gene. Three common SNPs within this gene, all of which that result in amino acid changes in the protein and has been associated with sensitive and insensitive to bitter taste. Studies reported that the variation in the perception of bitter tastes has been associated with dental caries. This study aimed to evaluate the bitter taste sensitivity, identify the food consumption and the dental caries prevalence in 156 adolescents from public schools in the city of Londrina - PR. For the assessment of the adolescents caries experience the DMFT index was used, according to criteria defined by the World Health Organization. DNA samples of adolescents were extracted from the oral mucosa cells according to the method described by AIDAR and LINE (2007) modified. After obtaining the DNA was performed the TAS2R38 gene amplification by real time polymerase chain reaction. The phenotype of the bitter taste sensitivity was evaluated using phenylthiocarbamide solutions at different concentrations administered in ascending order. Dietary habits were obtained through a food frequency questionnaire for adolescents. Of the 156 students, 94 (60.3%) presented dental caries and haplotypes associated with an intermediate sensitivity to bitter. Associations were statistically significant only between the phenotype and gender (p = 0.002), the phenotype and haplotypes (p = 0.006) and phenotype and genotype (p < 0.05). There was no statistically significant association between haplotypes and genotypes of the TAS2R38 gene and biological / behavioral variable. The results suggest that further studies to available the relationship between the TAS2R38 gene polymorphisms and the dental caries prevalence, since the identification of individuals considered at risk for developing this disease will enable early implementation of preventive programs. Palavras-chave : Dental caries. Polymorphisms. TAS2R38 Gene. Schoolchildren. Taste sensitivity.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Genótipos e diplótipos dos polimorfismos do gene
TAS2R38 e seus respectivos fenótipos.
36
TABELA 2 Haplótipos do gene TAS2R38 e seus respectivos fenótipos.
37
TABELA 3 Distribuição das características sociodemográficas dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina – PR.
39
TABELA 4 Experiência de cárie dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina – PR.
40
TABELA 5 Genótipos dos polimorfismos do gene TAS2R38 dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina – PR.
40
TABELA 6 Haplótipos do gene TAS2R38 dos escolares de escolas públicas de Londrina – PR.
41
TABELA 7 Fenótipo da sensibilidade ao amargo dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina – PR.
41
TABELA 8 Hábitos dietéticos dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina – PR.
42
TABELA 9 Relação entre as variáveis biológicas/comportamentais e os haplótipos do gene TAS2R38 dos escolares de escolas públicas de Londrina – PR.
43
TABELA 10 Relação entre as variáveis biológicas/comportamentais e os genótipos dos polimorfismos do gene TAS2R38 dos escolares de escolas públicas de Londrina – PR.
45
TABELA 11 Relação entre as variáveis biológicas/comportamentais e o fenótipo dos escolares de 15 a19 anos de escolas
46
públicas de Londrina – PR.
TABELA 12 Relação entre os haplótipos do gene TAS2R38 e o fenótipo dos escolares de 15 a19 anos de escolas públicas de Londrina – PR.
47
TABELA 13 Relação entre os genótipos dos polimorfismos do gene TAS2R38 e o fenótipo dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina – PR.
47
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Espelho clínico e sonda CPI.
26
FIGURA 2 Realização do exame clínico.
26
FIGURA 3 Soluções de feniltiocarbamida (PTC).
27
FIGURA 4 Administração das soluções de feniltiocarbamida (PTC).
28
FIGURA 5 Bochecho com 5ml de dextrose (glicose).
29
FIGURA 6 Conteúdo do bochecho sendo desprezado em tubo de centrífuga.
29
FIGURA 7 Materiais utilizados na coleta de células da mucosa bucal.
30
FIGURA 8 Placa utilizada na genotipagem do gene TAS2R38 por PCR em tempo real.
32
FIGURA 9 Realização da PCR.
32
FIGURA 10 Termociclador utilizado para confecção da PCR e software acoplado para fazer a leitura da genotipagem.
33
FIGURA 11 Representação gráfica de indivíduos portadores dos genótipos (a) homozigotos para o alelo 1 (VIC) , (b) homozigotos para o alelo 2 (FAM).
34
FIGURA 12 Representação gráfica de indivíduos portadores do genótipo (a) heterozigoto (VIC/FAM) e (b) controle nagativo da reação.
35
LISTA DE ABREVIATURAS , SIGLAS E SÍMBOLOS
CPO – D Dentes cariados, perdidos e obturados na dentição permanente
DNA Ácido desoxirribonucléico
EDTA Ácido etilenodiaminotetracético
HCl Ácido clorídrico
mL Mililitro
mM Milimolar
n Frequência absoluta
OMS Organização Mundial da Saúde
p Significância do teste estatístico
PCR Reação em Cadeia da Polimerase
PR Paraná (Estado Brasileiro)
PROP 6 - n – propiltiouracila
PTC Feniltiocarbamida
rpm Rotação por minuto
TNE Tampão pH 8 (Tris HCL, NaCl e EDTA)
UNOPAR Universidade Norte do Paraná
χχχχ2 Teste estatístico do qui – quadrado
µL Microlitro
% Freqüência relativa
1 INTRODUÇÃO
Globalmente tem ocorrido declínio da cárie dentária, havendo grupos de
adolescentes sem a experiência da doença. (SHEIHAM, 2001). Porém, os dados do
último levantamento sobre as condições de saúde bucal da população brasileira
revelaram que, aos 15 anos, o índice CPO-D (dentes cariados, perdidos e
obturados) praticamente duplicou em relação àquele registrado aos 12 anos de
idade. (BRASIL, 2004).
Estes dados nos levam a entender que a cárie dentária ainda é um grande
problema de saúde pública entre crianças e adolescentes e, por esta razão, é
extremamente relevante que sejam realizados estudos que tenham como objetivo a
identificação de fatores de risco, meios de prevenção, controle e tratamento desta
doença.
A cárie dentária é uma doença multifatorial em que se verifica a interação
de quatro fatores principais: o hospedeiro, a microbiota, o substrato ou a dieta e o
tempo. A dieta tem um papel importante no aparecimento da cárie, sendo que os
carboidratos possuem um papel relevante na ocorrência de lesões de cárie e
exercem sua função cariogênica localmente na superfície do dente. (THYLSTRUP;
FEJERSKOV, 2001).
A escolha dos alimentos pelas pessoas é determinada pelo paladar.
(KELLER; TEPPER, 2004). A preferência por alimentos palatáveis como doces e
guloseimas é observada em crianças e adolescentes, sendo que ambos apresentam
uma resposta de prazer inata ao paladar doce e rejeitam o amargo. (TATZER et al.,
1985). Reed e MCDaniel (2006) e Furquim et al. (2009) constataram existência de
correlação entre as sensibilidades ao doce e ao amargo.
A sensibilidade ao amargo é um fator hereditário. Geralmente duas são as
substâncias utilizadas no teste de sensibilidade: a feniltiocarbamida (PTC) e o 6-n-
propiltiouracila (PROP). Segundo Guo e Reed (2001) a percentagem de indivíduos
insensíveis ao amargo é de aproximadamente 3% na África, 6 a 23% na China, 40%
na Índia e 30% na América do Norte. Os indivíduos insensíveis não são capazes de
perceber o paladar amargo na mesma concentração dos sensíveis e requerem altas
concentrações para perceberem o paladar nos produtos alimentícios. (LIN, 2003).
A variedade fenotípica na sensibilidade paladar pode ser explicada pela
diversidade na seqüência do DNA. Kim et al. (2003) mostraram que o gene
TAS2R38 é um membro da família dos receptores ao paladar amargo e que este se
localiza no cromossomo 7q. Foi descoberto que neste gene existem três posições
em que podem ocorrer mudanças nas bases nitrogenadas, fato este que levará a
alteração de aminoácidos nas posições 49, 262 e 296 da proteína e o surgimento de
indivíduos sensíveis ou insensíveis ao paladar amargo. (KIM et al., 2004).
A literatura tem apontado que há maior prevalência de cárie entre crianças
insensíveis ao paladar amargo. De acordo com Lin (2003); Rupesh e Nayak (2006) e
Verma, Shetty e Hedge (2006) as crianças insensíveis podem apresentar consumo
mais freqüente e de maiores concentrações de açúcar comparadas às sensíveis,
estando, portanto, mais suscetíveis à cárie dentária.
Diante da escassez de trabalhos que relacionam as variações no gene
TAS2R38 com a cárie dentária, o presente estudo visa avaliar possíveis influências
dos polimorfismos do gene TAS2R38 na ocorrência de cárie dentária entre os
escolares.
2 REVISÃO DE LITERATURA
A cárie dentária é uma doença multifatorial em que se verifica a interação de
quatro fatores principais: o hospedeiro, a microbiota, o substrato ou a dieta e o
tempo. A lesão cariosa clinicamente detectável é, portanto, o produto de um
processo dinâmico que compreende inúmeros distúrbios do equilíbrio entre o mineral
do dente e o fluido da placa dental adjacente, de forma que todos esses distúrbios
resultam em perda mineral. (THYLSTRUP; FEJERSKOV, 2001).
Um preditor significativo no desenvolvimento da doença cárie é a sua
história passada e as suas variáveis sociodemográficas. (OLIVEIRA; PEREIRA;
SALIBA, 2005). Há evidências de que pessoas com saúde bucal precária pertencem
a grupos de baixo poder socioeconômico. (THOMPSON et al., 2004; ZERO, 2004).
A ocorrência da cárie vem diminuindo mundialmente ao longo dos anos, no
entanto no Brasil o último levantamento sobre as condições bucais da população
brasileira mostrou que na faixa etária de 15 anos o índice CPOD (dentes cariados,
perdidos e obturados) duplicou em relação ao obtido aos 12 anos de idade. A
situação se agrava na faixa etária dos 15 aos 19 anos de idade, havendo elevação
do índice médio de cárie para 6,2 e do percentual de adolescentes com história de
cárie para cerca de 90%. (BRASIL, 2004).
A dieta tem um papel importante no aparecimento da cárie, sendo que os
carboidratos possuem um papel relevante na ocorrência de lesões de cárie e
exercem sua função cariogênica localmente na superfície do dente. Inúmeros
estudos epidemiológicos mundiais realizados no Século XX mostram que a
prevalência de lesões de cárie é menor em populações que vivem de maneira mais
primitiva e que consomem menos açúcar. Porém, quando essas populações
melhoram seu padrão de vida e adotam uma dieta “moderna” há um aumento
drástico no número de lesões cariosas. (THYLSTRUP; FEJERSKOV, 2001).
O estudo de Vipeholm, realizado na Suécia, comprovou que a introdução de
sacarose na dieta aumentava a incidência de cárie, sendo que a prevalência
mostrava-se maior quando o açúcar era consumido entre as refeições e quando a
textura do alimento favorecia sua retenção na cavidade bucal. (GUSTAFFSON,
1954). Para Thylstrup e Fejerskov (2001), a sacarose ainda é o açúcar mais comum
na dieta humana e potencialmente o mais cariogênico, favorecendo a aderência e
colonização de microrganismos na placa bacteriana.
Marshall et al. (2007) observaram a relação entre o consumo de açúcar e a
doença cárie em 634 crianças com idade entre 4,5 e 6,9 anos. Crianças com
experiência de cárie tinham pais jovens, com menor nível educacional e menor
renda, apesar do consumo similar de açúcar. A cariogenicidade do açúcar foi
associada a sua composição veicular, freqüência e tempo de exposição.
A escolha dos alimentos pelas pessoas é determinada pelo paladar.
(KELLER; TEPPER, 2004). A preferência por alimentos palatáveis como doces e
guloseimas é observada em crianças e adolescentes. Além disso, segundo Anliker
et al. (1991) o nível de sensibilidade ao paladar pode exercer um importante papel
na quantidade e freqüência do consumo de carboidratos.
As crianças apresentam uma resposta de prazer inata ao paladar doce e
rejeitam o amargo. (TATZER et al., 1985). A sensibilidade para o paladar doce e
amargo é uma característica hereditária que pode ser modulada em função da maior
exposição ou não a itens alimentícios contendo açúcar. (DREWNOVISKI et al.,
2001). Reed e MCDaniel (2006) e Furquim et al. (2009) constataram existência de
correlação entre as sensibilidades ao doce e ao amargo.
A sensibilidade ao amargo é um fator hereditário. Geralmente duas são as
substâncias utilizadas no teste de sensibilidade: a feniltiocarbamida (PTC) e o 6-n-
propiltiouracila (PROP). Tanto o PROP quanto o PTC são substâncias utilizadas no
tratamento da tireóide, não existindo relatos de toxicidade em humanos. (LAWLESS,
1980).
Segundo Guo e Reed (2001) a percentagem de indivíduos insensíveis ao
amargo é de aproximadamente 3% na África, 6 a 23 % na China, 40% na Índia e
30% na América do Norte. Os indivíduos insensíveis não são capazes de perceber o
paladar amargo na mesma concentração dos sensíveis e requerem altas
concentrações para perceberem o paladar nos produtos alimentícios. (LIN, 2003).
A variedade fenotípica na sensibilidade do paladar pode ser explicada pela
diversidade na seqüência do DNA. Kim et al. (2003) mostraram que o gene
TAS2R38 é um membro da família dos receptores ao paladar amargo e que localiza-
se no cromossomo 7q. Foi descoberto que no gene TAS2R38 existem três posições
em que podem ocorrer mudanças nas bases nitrogenadas, fato este que levará a
alteração de aminoácidos nas posições 49, 262 e 296 da proteína e o surgimento de
indivíduos sensíveis ou insensíveis ao paladar amargo. (KIM et al., 2004).
Os indivíduos sensíveis possuem como aminoácido a prolina na posição 49,
a alanina na posição 162 e a valina na posição 296 constituindo o haplótipo PAV. Já
os insensíveis possuem a alanina, a valina e a isoleucina nestas três posições,
respectivamente constituindo o haplótipo AVI. (KIM et al., 2004).
Um estudo realizado na Itália encontrou que os haplótipos mais comuns
relacionados com a sensibilidade ao amargo são o PAV/PAV e o PAV/AVI. Já a
insensibilidade ao amargo foi relacionada com somente um tipo de haplótipo
conhecido com AVI/AVI. (PRODI et al., 2004).
Outro estudo realizado na Inglaterra sugere que variações no gene
TAS2R38 podem estar associadas com a sensibilidade intermediária, ou seja a
classificação de indivíduos sensíveis e insensíveis ao amargo não é a mais
apropriada já que existem aqueles que não se enquadram no três haplótipos citados
acima e são, portanto considerados como portadores de uma sensibilidade
intermediária. (TIMPSON et al.,2007).
A literatura tem apontado que há maior prevalência de cárie entre crianças
insensíveis ao paladar amargo. (LIN, 2003; RUPESH, NAYAK, 2006; VERMA,
SHETTY, HEDGE, 2006). De acordo com a análise dos autores, as crianças
insensíveis podem ter um consumo mais freqüente e de maiores concentrações de
açúcar comparadas às sensíveis, estando, portanto, mais susceptíveis à cárie
dentária.
Lin (2003) realizou um estudo piloto com 150 crianças de 6 a 12 anos com o
objetivo de determinar a prevalência de cárie entre estas crianças que apresentavam
diferentes níveis de sensibilidade ao PROP. Constatou-se que as crianças
insensíveis ao paladar amargo possuíam um maior número de dentes cariados,
perdidos e obturados quando comparado àquelas sensíveis, portanto, o resultado
deste estudo sugere que há uma maior prevalência de cárie entre crianças
insensíveis ao paladar amargo.
Rupesh e Nayak (2006) fizeram um estudo com 340 escolares de 6 a 12
anos de idade para verificar a prevalência de cárie entre crianças com diferentes
níveis de sensibilidade ao PROP, a porcentagem de crianças sensíveis e insensíveis
ao paladar amargo e para determinar as preferências alimentares destes.
Com relação aos níveis de sensibilidade, 19% eram insensíveis ao PROP,
49% obtiveram sensibilidade média e 32% eram supersensíveis. A prevalência de
cárie foi significativamente maior entre os insensíveis quando comparado aos
sensíveis e, em relação à alimentação, os insensíveis ao paladar amargo tinham
preferência por alimentos doces e com sabor acentuado, enquanto os sensíveis
preferiram alimentos com sabor suave e não adocicado. Concluiu-se que quanto
menor a sensibilidade ao paladar amargo maior a ocorrência de cárie dentária.
Verma, Shetty e Hedge (2006) compararam a prevalência de cárie, os
níveis de S. mutans e as preferências alimentares entre 500 crianças com 6 a 12
anos de idade que possuíam diversos níveis de sensibilidade ao PROP. Observou-
se que as crianças insensíveis possuíram uma maior prevalência de cárie e uma
quantidade maior de S. mutans quando comparado com os sensíveis ao PROP.
Além disso, notou-se que os insensíveis ao PROP tinham preferência por alimentos
doces enquanto os sensíveis não possuíam esta preferência.
Vale ressaltar que os estudos descritos anteriormente avaliaram a
sensibilidade ao PTC de maneira fenotípica. Pesquisas envolvendo a genotipagem
de indivíduos para o gene TAS2R38 e a ocorrência de cárie não foram relatadas na
literatura até o momento.
Torna-se necessário fazer um estudo mais minucioso do gene TAS2R38
para observar se este pode ser considerado um fator de risco à cárie, visto que o
estudo do fenótipo (sensibilidade ao PTC) sofre influência do ambiente e tal
sensibilidade pode estar modulada pelos hábitos alimentares de cada pessoa.
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a relação do paladar amargo, hábitos alimentares e a ocorrência de
cárie dentária em escolares com idade entre 15 e 19 anos pertencentes a escolas
públicas do município de Londrina-PR.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
√ Detectar a frequência dos polimorfismos genéticos A49P, V262A e I296V
do gene TAS2R38 entre escolares de escolas públicas do município de Londrina-
PR;
√ Determinar o fenótipo da sensibilidade ao amargo dos escolares de
escolas públicas de Londrina – PR;
√ Identificar alguns hábitos alimentares entre os escolares de escolas
públicas de Londrina – PR ;
√ Verificar a experiência de cárie entre os escolares de escolas públicas de
Londrina - PR através da obtenção do índice CPO-D;
√ Analisar as associações existentes entre variáveis
biológicas/comportamentais e a ocorrência de cárie dentária em escolares de
escolas públicas do município de Londrina - PR.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 PROCEDIMENTOS ÉTICOS
Conforme determinação do Conselho Nacional de Saúde, este estudo foi
submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Norte do
Paraná, PR (UNOPAR), recebendo parecer favorável a sua execução (Protocolo PP
0012/08 – Anexo A), e à apreciação da Diretoria do Núcleo Regional de Educação
(Anexo B).
Os pais ou responsáveis legais pelos escolares assinaram um termo de
consentimento livre e esclarecido (Apêndice A) autorizando, portanto, a participação
do(a) adolescente na pesquisa.
4.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
O presente estudo caracteriza-se por uma investigação comparativa com
delineamento transversal para ocorrência de cárie dentária, polimorfismos do gene
do paladar amargo TAS2R38, sensibilidade ao PTC e hábitos alimentares de
escolares pertencentes às escolas públicas do município de Londrina-PR.
4.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO
A população do estudo foi constituída por 156 escolares com idades entre
15 e 19 anos, de ambos os gêneros que freqüentavam regularmente 10 escolas
públicas de ensino médio das cinco regiões urbanas de Londrina-PR (Norte, Sul,
Leste, Centro e Oeste). Foi considerado como critério de inclusão dos adolescentes
pertencer à faixa etária estabelecida e apresentar o termo de consentimento livre e
esclarecido assinado pelos pais ou responsáveis legais.
4.4 ESTUDO PILOTO
Primeiramente foi realizado um treinamento da equipe sobre todos os
procedimentos envolvidos no projeto, visando assim minimizar as variações intra e
inter-pesquisadores, visto que este trabalho fez parte de um estudo maior que
contou com a participação de professores do mestrado em odontologia, cirurgiões
dentistas e alunos de graduação dos cursos de odontologia e nutrição.
Após esse treinamento, foi conduzido um estudo piloto em uma das
unidades escolares, envolvendo 30 adolescentes. Este teve o objetivo de avaliar e
testar todos os instrumentos e testes que foram utilizados no protocolo definitivo,
como o questionário de frequência alimentar (Apêndice B) com questões relativas a
hábitos dietéticos dos escolares.
4.5 COLETA DE DADOS
A coleta de todos os dados da pesquisa foi realizada durante quatro meses
consecutivos nas dependências das 10 escolas públicas do município de Londrina-
PR.
4.5.1 AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DA CÁRIE DENTÁRIA
Para avaliação da experiência de cárie nos escolares foi utilizado o índice
CPO-D (dentes permanentes cariados, perdidos e obturados), seguindo-se os
critérios de diagnóstico definidos pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 1997).
Os exames clínicos foram conduzidos sob luz natural, em condições
ambientes, com o auxílio de espelho clínico e sonda exploradora de ponta
arredondada, após ter sido realizada a limpeza com gaze para remoção de detritos
alimentares, quando necessário (Figuras 1 e 2). As avaliações bucais foram feitas
por um único examinador, após processo de calibração intra-examinador e os
registros foram lançados pelo anotador em ficha individualizada do adolescente.
Figura 1 – Espelho clínico e sonda exploradora.
Figura 2 – Realização do exame clínico.
4.5.2 ANÁLISE FENOTÍPICA DA SENSIBILIDADE AO AMARGO
Para avaliar a sensibilidade ao amargo foi utilizado o método de Sodré
(1999). Primeiramente, 2,6 gramas de PTC foram diluídas em 2 litros de água fervida
e resfriada (solução mãe). Foi necessário aguardar 3 dias para que houvesse a
completa dissolução. Desta solução mãe foi separado 1 litro e etiquetado com o
número 1. Ao litro restante da solução mãe foi acrescentado 1 litro de água fervida e
resfriada, separado 1 litro e etiquetado com o número 2. Ao litro restante da solução
de PTC foi acrescentado 1 litro de água fervida e resfriada, separado 1 litro e
etiquetado com o número 3. Este procedimento foi repetido para as soluções de 4 a
15. As soluções foram acondicionadas em frascos âmbar e numeradas de 1 a 15
(Figura 3). Foi colocado no frasco de número 16 apenas água fervida e filtrada.
A administração destas soluções foi feita de forma crescente, ou seja da
solução menos concentrada (número 15) para a mais concentrada (número 1) a
partir do gotejamento na região posterior da língua dos escolares participantes do
estudo (Figura 4). É importante salientar que entre a administração das soluções era
feita a administração de água filtrada.
O adolescente era orientado a avisar ao examinador quando sentisse o
sabor amargo, fato este que era facilmente detectado pela expressão facial
originada desta percepção. O número da solução em que ocorresse a percepção foi
anotado, realizou-se a mediana destes números e o adolescente foi classificado em
insensível ao paladar amargo (se não percebesse o sabor amargo em nenhuma
solução, sendo classificado com o número 0), portador de uma sensibilidade
intermediária (números de 1 a 5) e sensível ao paladar amargo (números de 6 a15).
Figura 3 – Soluções de PTC.
Figura 4 – Administração das soluções de PTC.
4.5.3 ANÁLISE DOS POLIMORFISMOS DO GENE TAS2R38
4.5.3.1 EXTRAÇÃO DO DNA
As amostras de DNA dos adolescentes foram extraídas de acordo com o
método descrito por Aidar e Line (2007) modificado.
Foi solicitado que os escolares fizessem um bochecho com 5ml de
dextrose (glicose) a 3% durante 1 minuto e que durante este procedimento
esfregassem a língua na mucosa bucal e nos dentes (Figura 5). O conteúdo do
bochecho foi desprezado em tubos de centrífuga de 15 ml através de um funil
(Figura 6). Os materiais utilizados neste procedimento podem ser vistos na Figura 7.
Figura 5 – Bochecho com 5ml de dextrose (glicose).
Figura 6 – Conteúdo do bochecho sendo desprezado em tubo de centrífuga.
Figura 7 – Materiais utilizados na coleta de célula s da mucosa bucal.
Após realizada esta coleta de células, foram realizadas as etapas de
extração do DNA descritas a seguir.
→ adicionar ao conteúdo do bochecho 3mL de TNE (Tris/HCl 17 mM pH 8, NaCl
0,5 mM e EDTA 7 mM) diluído em 66% de etanol;
→ centrifugar por 10 minutos a 3000 rpm;
→ descartar o sobredanante;
→ adicionar 1mL de TNE para ressuspender as células;
→ centrifugar a 2000 rpm por 5 minutos;
→ descartar o sobrenadante;
→ levar ao vórtex e agitar vigorosamente por 5 segundos;
→ adicionar 1,0 mL da solução de lise (10 mM TRIS pH 8,0, 0,5% SDS, 5 mM
EDTA e 10µL de proteinase K - 20mg/mL)
→ levar a mistura ao vórtex por 5 segundos à velocidade média;
→ incubar overnight à 55°C;
→ transferir 1,0mL da mistura para um novo tubo de microcentrífuga (2mL);
→ adicionar 500µL da solução contendo 8M de Acetato de Amônio e 1mM EDTA;
→ misturar por 5 segundos;
→ centrifugar a 17000g por 10 minutos;
→ transferir 900µL de sobrenadante para um novo tubo de microcentrífuga
contendo 540µL de isopropanol;
→ inverter 20 vezes os tubos gentilmente;
→ centrifugar a 17000g por 5 minutos;
→ descartar o sobrenadante;
→ inverter cada tubo e deixá-lo secar sobre papel absorvente;
→ lavar o DNA COM 500µL de Etanol 70%
→ centrifugar a 17000g por 5 minutos;
→ desprezar o etanol com cuidado;
→ inverter cada tubo e deixá-lo secar sobre papel absorvente durante
aproximadamente 1 hora;
→ ressuspender o DNA em 100µL de TE (10mM TRIS pH 7,8; 1mM EDTA)
Os DNAs extraídos foram armazenados a 4º C para posterior análise dos
polimorfismos.
4.5.3.2 GENOTIPAGEM PARA O GENE TAS2R38
Os DNAs extraídos foram quantificados em um Spectrofotômetro ND -1000
(Nanodrop) e posteriormente diluídos em uma concentração final de 30 ng/µL.
Polimorfismos de nucleotídeos únicos A49P, V262A, I296V (rs 713598, rs1726866,
rs10246939) foram selecionados a partir de http://www.ncbi.nlm.nih.gov/SNP e
analisados usando ensaios TaqMan validados (Applied Biosystems, Foster City,
CA). Primers para a reação em cadeia da polimerase (PCR) e as sondas TaqMAn
foram desenhadas pela Applied Biosystems.
Para a duplicação do DNA foi realizada a reação em cadeia da polimerase
em tempo real. Esta foi conduzida em placas de 96 poços contendo um volume final
de reação em cada poço de 20 uL consistindo de: DNA genômico 30ng, Máster Mix
1x e os primers 1x (ensaio desenvolvido pela Applied Biosystems) (Figura 8). A
PCR pelo sistema TaqMan foi realizada em um termociclador automático (Applied
Biosystems 7500 Real Time PCR Systems), sob as seguintes condições: 95 °C por
10 minutos (ativação inicial), seguido por 50 ciclos de 95 °C por 15 segundos
(desnaturação do DNA) e 60 °C por 1 minuto e 30 seg undos (pareamento dos
primers e duplicação do DNA) (Figura 9). Após a PCR completa, a placa foi lida e os
resultados analisados para a discriminação alélica por meio do software detector de
seqüência (7500 Software versão 2.0.1 Applied Biosystems) (Figura 10).
Figura 8 – Placa utilizada na genotipagem do gene TAS2R38 por PCR em tempo real.
Figura 9 – Realização da PCR.
Figura 10 – Termociclador utilizado para confecção da PCR e software acoplado para fazer a
leitura da genotipagem.
Os gráficos gerados pelo software de genotipagem para os indivíduos
homozigotos e heterozigotos e para o controle negativo da reação são mostrados
nas Figuras 11 e 12.
(a)
(b)
Figura 11 – Representação gráfica de indivíduos por tadores dos genótipos (a) homozigotos para o alelo 1 (VIC), (b) homozigotos para o alelo 2 (FAM).
(a)
(b)
Figura 12 – Representação gráfica de indivíduos por tadores do genótipo (a) heterozigoto
(VIC/FAM) e (b) controle negativo da reação.
4.5.3.3 ANÁLISE DOS HAPLÓTIPOS DO GENE TAS2R38
Para que houvesse a determinação dos diplótipos do gene TAS2R38 foi
necessário detectar o genótipo de cada indivíduo para os três polimorfismos já
descritos anteriormente como A49P, V262A e I296V (Tabela 1).
Tabela 1 - Genótipos e diplótipos dos polimorfismos do gene TAS2R38 e seus respectivos fenótipos
Genótipos Diplótipos Fenótipo
Polimorfismo A49P
GG AA Insensível
CC PP Sensível
CG PA Sensível
Polimorfismo V262A
TT VV Insensível
CC AA Sensível
CT AV Sensível
Polimorfismo I296V
AA II Insensível
GG VV Sensível
GA VI Sensível
A: Alanina, P: Prolina, V: Valina e I: Isoleuci na.
Após a verificação dos genótipos, realizou-se a combinação dos três
polimorfismos para encontrar os haplótipos do gene TAS2R38. Os haplótipos mais
comuns deste gene encontrados na literatura com seus respectivos fenótipos podem
ser visualizados na Tabela 2.
Tabela 2 - Haplótipos do gene TAS2R38 e seus respectivos fenótipos
Haplótipos do gene TAS2R38 Fenótipo
PAV/PAV
PAV/AVI
AVI/AVI
Outros *
Sensível
Sensível
Insensível
Sensibilidade Intermediária
* Todos os haplótipos encontr ados , com exceção de PAV/PAV, PAV/AVI e AVI/AVI
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Após realizada a coleta dos dados, estes foram processados para a
confecção de um banco de dados. Foi feita a análise descritiva dos mesmos, bem
como foi empregado o teste de associação do qui-quadrado (χ2) utilizando-se um
intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5% para identificar
prováveis relações significantes entre as variáveis biológicas/comportamentais e a
ocorrência de cárie dentária entre os adolescentes estudados.
5 RESULTADOS
Participaram do estudo 156 escolares, sendo que a maioria era
representada pelo gênero feminino (67,9%), pertencia a etnia européia (68,8%) e
possuía 15 anos (44,9%) (Tabela 3).
Tabela 3 - Distribuição das características sociode mográficas dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina - PR
Características Sociodemográficas (n) (%)
Gênero
Feminino
Masculino
106 67,9
50 32,1
Etnia
Européia
Africana
Negra
Parda
Asiática
107 68,8
10 6,4
36 23,1
3 1,9
Idade
15
16
17
18
19
70 44,9
45 28,8
32 20,5
7 4,5
2 1,3
Dos 156 escolares, 94 (60,3%) eram portadores da doença cárie (Tabela 4).
O índice CPOD médio da população estudada foi de 2,2 ± 2,4.
Tabela 4 - Experiência de cárie dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina – PR
Experiência de cárie (n) (%)
Com cárie
Livre de cárie
94
62
60,3
39,7
Em relação ao genótipo dos três polimorfismos avaliados, foi observada
uma predominância dos genótipos para sensibilidade ao amargo. Para o
polimorfismo A49P, 79,5% dos escolares tinham os genótipos CC ou CG, para a
variante V262A, 66,7% eram CC ou CT e para I296V 77,6% apresentaram os
genótipos GG ou GA (Tabela 5).
Tabela 5 - Genótipos dos polimorfismos do gene TAS2R38 dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina – PR
Polimorfismos do gene TAS2R38 (n) (%)
A49P
CC e CG (sensível)
GG (insensível)
124 79,5
32 20,5
V262A
CC e CT (sensível)
TT (insensível)
104 66,7
52 33,3
I296V
GG e GA (sensível)
AA (insensível)
121 77,6
35 22,4
Quando se realizou a determinação dos haplótipos originados dos três
polimorfismos do gene TAS2R38, foi constatado que 60,3% dos escolares possuíam
haplótipos referentes à sensibilidade intermediária ao amargo. É importante salientar
que na população estudada não foram encontrados os haplótipos PAV/PAV e
AVI/AVI, sendo estes homozigotos sensível e insensível ao amargo,
respectivamente (Tabela 6).
Tabela 6 - Haplótipos do gene TAS2R38 dos escolares de escolas públicas de Londrina – PR
Haplótipos do gene TAS2R38 (n) (%)
PAV/AVI
AAV/PVI/ PVV/AVV *
62 39,7
94 60,3
* Todos os haplótipos de sensibilidade intermediári a encontrados com exceção de PAV/PAV,
PAV/AVI e AVI/AVI.
O fenótipo dos adolescentes foi avaliado através da administração de
soluções de PTC em concentrações diversas e foi possível detectar que 49,4% dos
escolares apresentaram uma sensibilidade intermediária ao paladar amargo (Tabela
7).
Tabela 7 - Fenótipo da sensibilidade ao amargo dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina - PR
Fenótipo da sensibilidade ao amargo (n) (%)
Insensível
Sensibilidade Intermediária
Sensível
14 9,0
77 49,4
65 41,7
Em relação a alguns hábitos dietéticos, a maioria dos escolares relatou
consumir doces, refrigerantes e frutas esporadicamente. No entanto, como pode ser
observada na Tabela 8, a ingestão de balas e chicletes era predominantemente
diária (44,9%).
Tabela 8 - Hábitos dietéticos dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina - PR
Consumo de Alimentos (n) (%)
Bala e Chiclete
Diário
Esporádico
Raramente/Nunca
70 44.9
62 39,7
24 15,4
Doces em Geral
Diário
Esporádico
Raramente/Nunca
38 24,4
87 55,7
31 19,9
Refrigerante
Diário
Esporádico
Raramente/Nunca
Frutas
Diário
Esporádico
Raramente/Nunca
23 14,7
86 55.2
47 30,1
58 37,2
71 45,5
27 17,3
Ao se analisar a relação entre os haplótipos do gene TAS2R38 e variáveis
biológicas/comportamentais verificou-se que não houve associação estatisticamente
significativa entre as mesmas (Tabela 9).
Tabela 9 - Relação entre os haplótipos do gene TAS2R38 e as variáveis biológicas/
comportamentais dos escolares de 15 a 19 anos de es colas públicas de Londrina – PR
Variáveis
Haplótipos
PAV/AVI AAV/PVI/ PVV/AVV
n (%) n (%)
p
Experiência de Cárie
Com Cárie
Sem Cárie
41 (43,6) 53 (56,4)
21 (33,9) 41 (66,1)
0,225
Gênero
Feminino
Masculino
39 (36,8) 67 (63,2)
23 (46,0) 27 (54,0)
0,274
Etnia
Européia
Africana
Negra
Parda
Asiática
Consumo de alimentos
Bala e chiclete
Diário
Esporádico
Raramente / Nunca
Doces em geral
Diário
Esporádico
Raramente / Nunca
Refrigerante
Diário
Esporádico
Raramente / Nunca
Frutas
Diário
Esporádico
Raramente / Nunca
43 (40,2) 64 (59,8)
6 (60,0) 4 (40,0)
13 (36,1) 23 (63,9)
- 3 (100,0)
33 (53,2) 37 (39,4)
20 (32,3) 42 (44,7)
9 (14,5) 15 (16,0)
16 (25,8) 22 (23,4)
34 (54,8) 53 (56,4)
12 (19,4) 19 (20,2)
11 (17,7) 12 (12,8)
35 (56,5) 51 (54,3)
16 (25,8) 31 (33,0)
21 (33,9) 37 (39,4)
28 (45,2) 43 (45,7)
13 (21,0) 14 (14,9)
0,453
0,194
0,765
0,256
0,322
Em relação ao genótipo também não foi constatada associação
estatisticamente significativa deste com variáveis biológicas/comportamentais
(Tabela 10).
Ao se verificar a relação entre fenótipo e variáveis
biológicas/comportamentais foi verificada a associação estatisticamente significativa
com o gênero (p = 0,002), sendo que o número de mulheres era predominantemente
maior (83,1%) que o de homens no grupo dos sensíveis (Tabela 11).
Tabela 10 - Relação entre os genótipos dos polimorf ismos do gene TAS2R38 e as variáveis biológicas/comportamentais dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina – PR
Variáveis
Genótipos
(A49P) (A262V) (I296V)
CC/CG GG p CC/CT TT p GG/GA AA p
Experiência de Cárie
ComCárie
Sem Cárie
75 (79,8) 19 (20,2) 0,909 66 (70,2) 28 (29,8) 0,247 73 (77,7) 21 (22,3) 0,972
49 (79,0) 13 (21,0) 38 (61,3) 24 (38,7) 48 (77,4) 14 (22,6)
Gênero
Feminino
Masculino
80 (64,5) 26 (81,3) 0,071 73 (70,2) 33 (63,5) 0,396 82 (67,8) 24 (68,6) 0,929
44 (35,5) 6 (18,8) 31 (29,8) 19 (36,5) 39 (32,2) 11 (31,4)
Etnia
Européia
Africana
Negra
Parda
Asiática
Consumo de alimentos
Bala e chiclete
Diário
Esporádico
Raramente / Nunca
Doces em geral
Diário
Esporádico
Raramente / Nunca
Refrigerante
Diário
Esporádico
Raramente / Nunca
Frutas
Diário
Esporádico
Raramente / Nunca
87 (70,2) 20 (62,5) 0,611 70 (67,3) 37 (71,2) 0,755 82 (67,8) 25 (71,4) 0,902
7 (5,6) 3 (9,4) 9 (8,7) 1 (1,9) 10 (8,3) -
27 (21,8) 9 (28,1) 25 (24,0) 11 (21,2) 27 (22,3) 9 (25,7)
3 (2,4) - - 3 (5,8) 2 (1,7) 1 (2,9)
55 (44,4) 15 (46,9) 0,480 51 (49,0) 19 (36,5) 0,135 54 (44,6) 16 (45,7) 0,725
48 (38,7) 14 (43,8) 39 (37,5) 23 (44,2) 50 (41,3) 12 (34,3)
21 (16,9) 3 (9,4) 14 (13,5) 10 (19,2) 17 (14,0) 7 (20,0)
27 (21,8) 11 (34,4) 0,097 29 (27,9) 9 (17,3) 0,174 31 (25,6) 7 (20,0) 0,869
70 (56,5) 17 (53,1) 56 (53,8) 31 (59,6) 65 (53,7) 22 (62,9)
27 (21,8) 4 (12,5) 19 (18,3) 12 (23,1) 25 (20,7) 6 (17,1)
17 (13,7) 6 (18,8) 0,234 18 (17,3) 5 (9,6) 0,299 19 (15,7) 4 (11,4) 0,433
67 (54,0) 19 (59,4) 56 (53,8) 30 (57,7) 67 (55,4) 19 (54,3)
40 (32,3) 7 (21,9) 30 (28,8) 17 (32,7) 35 (28,9) 12 (34,3)
46 (37,1) 12 (37,5) 0,921 38 (36,5) 20 (38,5) 0,525 44 (36,4) 14 (40,0) 0,582
57 (46,0) 14 (43,8) 46 (44,2) 25 (48,1) 55 (45,5) 16 (45,7)
21 (16,9) 6 (18,8) 20 (19,2) 7 (13,5) 22 (18,2) 5 (14,3)
Tabela 11 - Relação entre o fenótipo e as variáveis biológicas/comportamentais dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públ icas de Londrina – PR
Variáveis
Fenótipo
Insensível Sensibilidade Intermediária Sens ível
n (%) n (%) n (%)
p
Experiência de Cárie
ComCárie
Sem Cárie
6 (42.9) 45 (58,4) 43 (66,2)
8 (57,1) 32 (41,6) 22 (33,8)
0,106
Gênero
Feminino
Masculino
8 (57,1) 44 (57,1) 54 (83,1)
6 (42,9) 33 (42,9) 11 (16,9)
0,002
Etnia
Européia
Africana
Negra
Parda
Asiática
Consumo de alimentos
Bala e chiclete
Diário
Esporádico
Raramente / Nunca
Doces em geral
Diário
Esporádico
Raramente / Nunca
Refrigerante
Diário
Esporádico
Raramente / Nunca
Frutas
Diário
Esporádico
Raramente / Nunca
9 (64,3) 51 (66,2) 47 (72,3)
3 (3,9) 7 (10,8)
4 (28,6) 22 (28,6) 10 (15,4)
1 (7,1) 1 (1,3) 1 (1,5)
5 (35,7) 39 (50,6) 26 (40,0)
6 (42,9) 24 (31,2) 32 (42,9)
3 (21,4) 14 (18,2) 7 (10,8)
3 (21,4) 18 (23,4) 17 (26,2)
7 (50,0) 42 (54,5) 38 (58,5)
4 (28,6) 17 (22,1) 10 (15,4)
1 (7,1) 14 (18,2) 8 (12,3)
6 (42,9) 44 (57,1) 36 (55,4)
7 (50,0) 19 (24,7) 21 (32,3)
4 (28,6) 30 (39,0) 24 (36,9)
7 (50,0) 36 (46,8) 28 (43,1)
3 (21,4) 11 (14,3) 13 (20,0)
0,134
0,730
0,277
0,175
0,981
Foram realizadas associações entre o fenótipo e haplótipo, bem como entre
o fenótipo e genótipo dos escolares. Nos dois casos ocorreram associações
estatisticamente significativas (p < 0,05) que podem ser visualizadas nas tabelas 12
e 13, respectivamente.
Tabela 12 - Relação entre os haplótipos do gene TAS2R38 e o fenótipo dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina - PR
Haplótipos
Insensível
n (%)
Fenótipo
Sens. Intermediária
n (%)
Sensível
n (%)
p
PAV/AVI
Sensibilidade Intermediária
–
14 (100,0)
31 (40,3)
46 (59,7)
30 (47,7)
34 (52,3)
0,006
Tabela 13 - Relação entre os genótipos dos polimorf ismos do gene TAS2R38 e o fenótipo dos escolares de 15 a 19 anos d e escolas públicas de Londrina – PR
Genótipos
Fenótipo
Insensível Sensibilidade Intermediária Sens ível
n (%) n (%) n (%)
p
Polimorfismo (A49P)
CC e CG (sensível)
GG (insensível)
14 (100,0) 66 (85,7) 44 (67,7)
– 11 (14,3) 21 (32,3)
0,001
Polimorfismo (V262A)
CC e CT (sensível)
TT (insensível)
Polimorfismo (I296V)
GG a GA (sensível)
AA (insensível)
– 45 (58,4) 59 (90,8)
14 (100,0) 32 (41,6) 6 (9,2)
2 (14,3) 57 (74,0) 62 (95,4)
12 (85,7) 20 (26,0) 3 (4,6)
0,000
0,000
6 DISCUSSÃO
Em relação à freqüência dos haplótipos, encontra-se na literatura que o
haplótipo PAV está presente em 49% dos europeus, 58% dos asiáticos, 50% dos
africanos e 100% nos americanos nativos. O haplótipo AVI em 47%, 42%, 25% e 0%
respectivamente e os haplótipos considerados como sendo de sensibilidade
intermediária em 3%, 0%, 25% e 0% nas mesmas populações citadas
anteriormente. (KIM et al.,2004).
Timpson et al. (2007) observaram entre os europeus a freqüência de 40,6%
do diplótipo PA, 54,6% do AV e 4,7% do AA. Resultados semelhantes foram
encontrados por Timpson et al. (2005) já que a freqüência dos diplótipos foi de 40%,
56% e 4%, respectivamente.
No presente estudo, observou-se a freqüência de 39,7% para o haplótipo
PAV e de 60,3% para os haplótipos de sensibilidade intermediária, fato este
encontrado em somente 25% e 3% dos africanos e asiáticos, respectivamente.
Contudo, a freqüência para o haplótipo PAV verificada foi semelhante àquela
encontrada entre os europeus em diversos estudos. (KIM et al., 2004 ; TIMPSON et
al., 2007; TIMPSON et al., 2005).
Um estudo realizado na Itália (Leste da Sardenha) avaliou os mesmos três
polimorfismos da presente pesquisa em 239 indivíduos e encontrou 3 tipos de
haplótipos: AVI/AVI, PAV/PAV e PAV/AVI. Além disso, quando foi feita a correlação
destes haplótipos com a sensibilidade ao PTC (fenótipo) encontrou-se que muitos
indivíduos que possuíam o haplótipo AVI/AVI obtiveram valores menores na
determinação da sensibilidade ao PTC, enquanto um grande número de indivíduos
portadores dos haplótipos PAV/PAV e PAV/AVI obtiveram valores mais altos.
(PRODI et.al, 2004).
Outra avaliação realizada na Inglaterra verificou os polimorfismos A49P e
V262A em 12.234 pessoas e observou que os diplótipos mais comuns encontrados
foram AV e PA, sendo que quando associado com o fenótipo a presença de AV/AV
estava relacionada com os valores menores na determinação da sensibilidade ao
PROP, enquanto a presença de uma cópia de PA (PA/AV) ou de duas (PA/PA)
tornavam o indivíduo portador de valores mais altos. É importante salientar que
neste estudo também foi detectado que a nomenclatura sensível e não sensível ao
paladar amargo não é a mais apropriada, já que foram encontrados diplótipos
diferentes de AV/AV, PA/PA e PA/AV os quais foram relacionados com uma
sensibilidade intermediária ao amargo (TIMPSON et. al, 2007).
O presente estudo encontrou somente o haplótipo PAV/AVI dentre os
haplótipos mais conhecidos na literatura para a sensibilidade ao amargo. Sugere-se
que seja feito um estudo com uma amostra maior para que seja possível a
identificação de uma maior diversidade de haplótipos. Quando se realizou a
associação entre os haplótipos e o fenótipo foi encontrado que os indivíduos
portadores de haplótipos relacionados com a sensibilidade intermediária obtiveram
valores menores de sensibilidade ao PTC do que aqueles portadores do haplótipo
PAV/AVI, sendo estes resultados semelhantes aos encontrados nos estudos citados
anteriormente. (PRODI et al., 2004 ; TIMPSON et al., 2007).
Lin (2003) avaliou 150 crianças com idades entre 6 e 12 anos com o
objetivo de determinar a prevalência de cárie entre estas, sendo que elas
possuíam diferentes níveis de sensibilidade ao amargo (PROP). Para a
determinação da sensibilidade ao amargo foram utilizados discos de filtro de papel
impregnados com PROP. Foi observado que as crianças insensíveis ao PROP
tinham valores de dmfs (superfícies cariadas, perdidas e obturadas) superiores às
crianças sensíveis e que as mulheres eram maioria no grupo dos supersensíveis,
enquanto os homens predominavam no grupo dos insensíveis e dos com
sensibilidade intermediária.
Resultados semelhantes foram obtidos por Rupesh e Nayak (2006) e
Verma, Shetty e Hedge (2006). Do primeiro estudo participaram 340 crianças com
idades entre 6 e 12 anos no qual foi possível detectar que os indivíduos insensíveis
ao PROP tiveram uma maior experiência de cárie que os sensíveis e que as
mulheres predominavam no grupo dos supersensíveis enquanto os homens
encontravam-se em maior número no grupo dos insensíveis e no de sensibilidade
intermediária. No segundo estudo, 500 crianças pertencentes à mesma faixa etária
foram analisadas e foi possível verificar que as insensíveis apresentaram um maior
experiência de cárie quando comparadas às sensíveis.
Neste estudo não foi encontrada associação estatisticamente significante
entre a sensibilidade ao amargo (fenótipo) e a ocorrência de cárie dentária, fato este
que pode ser explicado pela possibilidade desta sensibilidade estar modulada pelo
ambiente. Portanto, sugere-se que sejam feitos outros estudos utilizando uma
amostra maior.
Rupesh; Nayak (2006) e Verma, Shetty e Hedge (2006) também tiveram
como objetivo determinar a preferência por alimentos das crianças com diferentes
níveis de sensibilidade ao PROP e verificaram que aqueles que eram insensíveis
tinham uma preferência maior por alimentos com sabor doce do que os com
sensibilidade intermediária e os super - sensíveis. O presente estudo fez a análise
do consumo de alguns alimentos pelos adolescentes e falhou em mostrar a
associação deste com o fenótipo.
No entanto, nesta pesquisa foi encontrada uma associação
estatisticamente significante entre fenótipo e gênero em que as mulheres foram
predominantes no grupo dos sensíveis enquanto os homens foram maioria no grupo
dos que possuíam uma sensibilidade intermediária, fato este que está de acordo
com estudos já descritos (LIN, 2003; RUPESH; NAYAK, 2006).
A predominância das mulheres no grupo dos supersensíveis e sensíveis
pode ser explicada pela presença de um maior número de papilas fungiformes
existentes na língua dos indivíduos deste gênero. (BARTOSHUK et al.,1994;
GRUSHKA ; BARTOSHUK, 2003).
Quando se relacionou os haplótipos do gene em questão e a doença cárie
foi observado que não houve associação estatística significante. Em função deste
estudo ser o primeiro a avaliar tal associação, restringe por um lado uma ampla e
profunda discussão, por outro sugere a realização de novos estudos a respeito
destes três polimorfismos do gene TAS2R38 em um número maior de indivíduos e
de diferentes regiões do Brasil.
Para fins comparativos, então, propomos abaixo uma análise de outros
trabalhos que utilizaram como foco de pesquisa estes mesmos polimorfismos
confrontado com outras doenças.
Timpson et al. (2005) também não encontraram associação estatisticamente
significante entre os polimorfismos A49P e V262A do gene TAS2R38, doenças
cardíacas e índice de massa corporal. Resultados semelhantes foram encontrados
por Tepper et al. (2008) em cujo estudo observou-se que não houve associação
entre os polimorfismos A49P, V262A e I296V do gene TAS2R38 e o índice de
massa corporal.
Enfatizamos a necessidade de que sejam feitas pesquisas com o objetivo
de descobrir novos genes que possam estar relacionados com a sensibilidade
paladar, já que o gene TAS2R38 é um dos muitos genes que podem estar
envolvidos na determinação desta. (KIM et al., 2003).
Acredita-se que apesar da relação existente entre sensibilidade ao doce e
ao amargo (REED; MCDaniel, 2006 ; FURQUIM et al., 2009), seria de extrema valia
realizar estudos com genes responsáveis pela percepção ao paladar doce e
verificar se existe também uma relação entre estes e a doença cárie, visto que é
relevante identificar fatores de risco à cárie, já que uma vez identificados será
possível implementar programas de prevenção aos indivíduos considerados de risco
ao desenvolvimento desta doença.
7 CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos e com base na metodologia utilizada pôde-se
concluir que:
1 - Houve predominância de escolares abrigando os haplótipos AAV, PVI,
PVV, AVV (sensibilidade intermediária), entretanto não foram detectados o
haplótipos AVI/AVI (insensível) e o PAV/PAV (sensível);
2 - Foi possível detectar que a metade dos escolares apresentou uma
sensibilidade intermediária ao paladar amargo após a determinação fenotípica para
o paladar ao PTC;
3 – O consumo de balas e chicletes pelos escolares era predominantemente
diário enquanto que o de doces em geral, refrigerantes e frutas era esporádico;
4 - Maior parcela dos escolares apresentou cárie dentária;
5 - Escolares portadores de haplótipos relacionados com a sensibilidade
intermediária obtiveram valores menores de sensibilidade ao PTC do que aqueles
portadores do haplótipo PAV/AVI (sensíveis);
6 - Houve associação entre os genótipos ou haplótipos do gene TAS2R38 e o
fenótipo dos escolares de 15 a 19 anos de escolas públicas de Londrina - PR;
7 - Não houve associação entre os haplótipos, genótipos, fenótipo do gene
TAS2R38 e as variáveis biológicas/comportamentais dos escolares de 15 a 19 anos
de escolas públicas de Londrina – PR, exceto entre o fenótipo e o gênero dos
escolares.
.
REFERÊNCIAS
AIDAR, M.; LINE, S. R. A simple and cost-effective protocol for DNA isolation from buccal epithelial cells. Braz. Dent. J. , Ribeirão Preto, v. 18, n. 2, p.148-152, 2007. ANLIKER, J. A. et al. Children’s food preferences and genetic sensitivity to the bittertaste of 6-n-propylthiouracil (Prop). Am. J. Clin. Nutr ., New York, v. 54, p. 316-320, 1991. BARTOSHUK, L. M.; DUFFY, V. B., MILLER, U. PTC/PROP Tasting: Anatomy, psychophysics and sex effects. Physiol. Behav. , v. 56, n.6, p. 1165 – 1171, 1994. BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Projeto SB Brasil: condições de saúde bucal da população brasileira 2002-2003: resultados principais. Brasília, 2004. DREWNOWSKI, A. et al. Genetic taste markers and food preferences. Drug metabolism and Disposition , Baltimore, MD, v. 29, n. 4, part 2, p. 535-538, Apr. 2001. FURQUIM et al. Sensitivity to bitter and sweet taste perception in schoolchildren related to dental caries. Oral Health and Preventive Dentistry , 2009, inpress.. GRUSHKA, M.; BARTOSHUK, L. M. Oral dysesthesias and burning mouth syndrome: taste is a piece of the puzzle. The Canadian Journal of Diagnosis , p. 99 -109 , June 2003. GUO, S. W.; REED, D. R. The genetics of phenylthiocarbamide perception. Ann. Hum. Biol. , v. 28, p. 111-142, 2001. GUSTAFSSON, B. E. The Vipeholm dental caries study: survey of the literature on carbohydrates and dental caries. Acta Odontol. Scand. , Stockholm, v. 11, p. 207-231, 1954. KELLER, K. L.; TEPPER, B. J. Inherited taste sensitivity to 6-n-propylthiouracil in diet and body weight in children. Obes. Res. , Baton Rouge, LA, v. 12, n. 6, June 2004. KIM, U. K. et al. Positional cloning of the human quantitative trait locus underlying taste sensivity to phenylthiocarbamide. Science , Washington, v. 299, n. 5610, p. 1221-1225, 2003. KIM, U. K. et al. Genetics of human taste perception. J. Dent. Res. , Philadelphia, v. 83, n. 6, p. 448-453, 2004. LAWLESS, H. A. Comparison of different methods used to assess sensitivity to the taste of PTC. Chem. Senses, Oxford, v. 5, n. 3, p. 247-256, 1980.
LIN, B. P. Caries experience in children with various genetic sensitivity levels to the bitter taste of 6-n-propylthiouracil (PROP): a pilot sutdy. Pediatr. Dent., Chicago, Ill., v. 25, n. 1, p. 37-42, 2003. MARSHALL, T. A. et al. Comparison of the intakes of sugars by young children with and without dental caries experience. JADA, São Paulo, v. 138, n. 1, p. 39-46, jan. 2007a. OLIVEIRA, J. L. C.; PEREIRA, A. A.; SALIBA, N. A. Avaliação do risco à cárie: uma revisão de literatura. JBP: Rev. Ibero-am. Odontol. Pediatr. Odontol. Bebê , Curitiba, v. 8, n. 41, p. 90-94, 2005. PRODI, D. A. et al. Bitter taste study in a Sardinian genetic isolate supports the association of phenylthiocarbamide sensitivity to the TAS2R38 bitter receptor gene. Chem. Senses, Oxford, v. 29, n. 8, p. 697-702, 2004. REED D. R.; MCDANIEL, A. H. The human sweet tooth. BMC Oral Health , Philadelphia, p.1-13, July 2006. RUPESH, S.; NAYAK, U. A. Genetic sensitivity to the bitter taste of 6-n- Propylthiouracil: a new risk determinant for dental caries in children. J. Indian Soc. Pedod. Prev. Dent., Mumbai, Indian, p.63-68, June 2006. SHEIHAM, A. Srategies for promoting oral health care. Rev. Bras. Odontol. Saúde Coletiva, Brasília, v.2, n.1, p. 7-24, 2001. SODRÉ, L.M.K. (Org). Práticas de genética . 1. ed. Londrina: Ed UEL, 1999. TATZER, E. et al. Discrimination of taste and preference for sweet in premature babies. Early Hum. Dev., Amsterdam, v. 12, n. 1, p. 23-30, 1985. TEPPER, B. J. et al. Variation in the bitter - taste receptor gene TAS2R38, and adiposity in a genetically isolated population in Southern Italy. Obesity , v. 16, n. 10, p. 2289-2295, October 2008. THOMPSON, W. N. et al. Socioeconomic inequalities in oral health in childhood and adulthood in a birth cohort. Community Dent. Oral Epidemiol. , Copenhagen, v. 32, p. 345-353, 2004. THYLSTRUP, A.; FEJERSKOV, O. Cariologia clínica . São Paulo: Santos, 2001. TIMPSON, N. J. et al. Refining associations between TAS2R38 diplotypes ande the 6-n-propylthiouracil (PROP) taste test: findings from the Avon Longitudinal Study of Parents and Children. BMC Genetics , London, v. 8, n. 51, p.1-9, July 2007. TIMPSON, N. J. et al. TAS2R38 (phenylthiocarbamide) haplotypes, coronary heart disease traits, and eating behavior in the British Women’s Heart and Health Study. Am. J. Clin. Nutr ., Bethesda, MD, p. 1005-1011, 2005. VERMA, P.; SHETTY, V.; HEDGE, A. M. Propylthiouracil (PROP): a tool to
determine taster status in relation to caries experience, Streptococcus mutans levels and dietary. J. Clin. Pediatr. Dent ., v. 31, n. 2, p. 113-117, 2006. ______. Oral health surveys : basic methods. 4th ed. Geneva: WHO, 1997. ZERO, D. T. Sugars: the arch criminal? Caries Res. , Basel, v. 38, n. 3, p. 277-285, May/June 2004.
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclare cido
PESQUISA SOBRE AS CONDIÇÕES BUCAIS E O ESTADO NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE LONDRINA-PR.
CARTA DE INFORMAÇÃO AO RESPONSÁVEL
Prezados pais/ responsáveis:
A Unopar, através de seu Curso de Mestrado em Odontologia , pretende desenvolver algumas pesquisas
junto aos adolescentes matriculados nas Escolas Estaduais de Ensino Médio de Londrina-Pr. Estas pesquisas
serão úteis para que, em uma etapa posterior, ações de controle da cárie dentária nos adolescentes sejam
planejadas e desenvolvidas. Os estudos iniciais terão os seguintes objetivos:
� avaliar a condição da boca � avaliar a sensibilidade ao sabor amargo (bochechos com líquidos doces e amargos)
Para tanto, serão adotados procedimentos que já foram amplamente utilizados em pesquisas/estudos anteriores e que se mostraram totalmente seguros.
Será garantido ao participante: que receba respostas a qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer dúvida acerca dos procedimentos e outros assuntos relacionados com a pesquisa; a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo; a segurança de que não será identificado e que se manterá o caráter confidencial da informação relacionada com sua privacidade.
Caso o adolescente tenha interesse em receber os resultados da sua avaliação, deve procurar a secretaria da escola a partir do segundo semestre de 2008.
Informações: UNOPAR- Mestrado em Odontologia, Profas. Sandra Maciel, Regina Frederico e Terezinha Barata, Rua Marselha, 183, Jardim Piza, Londrina, telefone (43) 3371-7820 .....................................................................................................................................................................................
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o (a) Sr.(a)._________________________, portadora da cédula de identidade no. ____________, após leitura minuciosa da CARTA DE INFORMAÇÃO AO RESPONSÁVEL, devidamente explicada pelos profissionais em seus mínimos detalhes, ciente dos procedimentos aos quais seu(sua) filho(a) será submetido(a), não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, concordando em participar da pesquisa proposta.
Por estarem de acordo, assinam o presente termo.
____________________________________ _______________________________
Assinatura: pai/mãe/responsável legal Assinatura do(a) adolescente
_______________________________ Assinatura do(a) Pesquisador(a)
Londrina-PR, ____ de _________ de ______.
APÊNDICE B – Questionário de Freqüência Alimentar d os Escolares
I. Doces, Salgadinhos e Guloseimas:
ALIMENTO
QUANTIDADE
Nunca
menos de
1X ao mês
1 a 3X
ao
mês
1X por
sema
na
2 a 4X
sema
na
1X
ao
dia
2 ou
mais X
ao dia
B1. Batatinha tipo chips ou Salgadinho
½ pacote grande
B2. Chocolate / Brigadeiro
1 tablete/ 1 barrinha peq/ 3 unid peq
B3. Bolo comum/ Bolo Pullman
1 fatia média
B4. Sorvete massa/ palito 2 bolas/ 1 unid B5. Achocolatado em pó (Nescau, Quick, etc.)
2 colheres de sopa rasa
B6. Pipoca estourada (doce ou salgada)
1 saco médio de pipoqueiro
B7. Açúcar adicionado em café, chá, leite, etc.
2 colheres de sobremesa
B8. Balas 2 unidades B9. Doces de frutas (doce de abóbora, goiabada, marmelada)
1 fatia fina/ 1 unid média
B10. Sobremesas tipo mouse 1 taça/ 1 pote B11. Croissant de chocolate 1 unid média
II. Salgados e Preparações:
ALIMENTO
QUANTIDADE
Nunca
menos de
1X ao mês
1 a 3X
ao
mês
1X por
sema
na
2 a 4X
sema
na
1X
ao
dia
2 ou
mais X
ao dia
B12. Cheesebúrger de carne/ frango
1 sanduíche
B13. Sanduíche (misto, queijo, frios ou quentes)
1 sanduíche
B14. Sanduíche natural 1 sanduíche B15. Coxinha/ Rísólis/Pastel/ Enroladinho frito de queijo e presunto
1 unid média
B16. Pão de queijo 1 unid média B17. Esfiha/ Empada/ Pão de Batata/ Enroladinho assado de presunto e queijo
1 unid média
B18. Salada de batata com maionese
1 colher de servir
B19. Sopa (canja, feijão, legumes)
1 prato fundo
B20. Farofa (de farinha de mandioca)
1 colher de servir
B21. Pizza 1 fatia média B22. Cachorro quente 1 sanduíche B23. Croissant presunto e queijo
1 unid média
III. Leites e Produtos Lácteos
ALIMENTO
QUANTIDADE
Nunca
menos de
1X ao mês
1 a 3X
ao
mês
1X por
sema
na
2 a 4X
sema
na
1X
ao
dia
2 ou
mais X
ao dia
B24. Leite integral 1 copo de requeijão cheio
B25. Leite desnatado 1 copo de requeijão cheio
B26. Leite fermentado 1 garrafinha B27. Iogurte natural/ frutas 1 pote B28. Iogurte diet 1 pote B29. Queijo minas frescal/ ricota/ cottage
1 fatia fina
B30. Requeijão 1 colher de sopa
IV. Óleos e Gorduras:
ALIMENTO
QUANTIDADE
Nunca
menos de
1X ao mês
1 a 3X
ao
mês
1X por
sema
na
2 a 4X
sema
na
1X
ao
dia
2 ou
mais X
ao dia
B31. Maionese tradicional 1 colher sopa B32. Manteiga (origem animal)
1 ponta de faca
B33. Margarina (origem vegetal)
1 ponta de faca
B34. Azeite de oliva 1 colher de café
V. Cereais, Pães e Tubérculos :
ALIMENTO
QUANTIDADE
Nunca
menos de
1X ao mês
1 a 3X
ao
mês
1X por
sema
na
2 a 4X
sema
na
1X
ao
dia
2 ou
mais X
ao dia
B35. Arroz cozido 1 escumad gde/ 1½ colher servir
B36. Macarrão/ instantâneo/ ao sugo/ manteiga
3 colheres de servir/ pegador
B37. Massas (lasanha, raviole, capeletti)
1 pedaço méd/ 1 prato raso
B38. Biscoitos sem recheio/ Cream Craker
15 unidades
B39. Biscoitos com recheio 7 unidades B40. Pão francês/ pão de hot dog/ caseiro/ forma/ integral
1 ½ unidade/ 3 fatias
B41. Cereal matinal tipo Sucrilhos/ Barra de cereal
1 xícara de chá/ unidade
B42. Batatas fritas de palito 1 saquinho peq/ 1 colher servir
B43. Batatas (purê, sautée) 1 colher servir B44. Polenta (cozida ou frita)
5 barrinhas méd/ 5 colheres de sopa
B45. Mandioca cozida 2 pedaços méd B46. Pamonha doce/salgada 1 unid média
VI. Verduras e Legumes
ALIMENTO
QUANTIDADE
Nunca
menos de
1X ao mês
1 a 3X
ao
mês
1X por
sema
na
2 a 4X
sema
na
1X
ao
dia
2 ou
mais X
ao dia
B47. Alface 1 porção/ 6 folhas médias
B48. Acelga/ Repolho 2 colheres de servir
B49. Agrião/ Rúcula 3 ramos/ 5 folhas médias
B50. Couve-flor
2 ramos médios
B51. Beterraba 1 colher de servir
B52. Cenoura 1 colher de servir
B53. Espinafre/ couve 1 colher de servir
B54. Ervilha 2 colheres de sopa
B55. Milho verde 1 colher de sopa
B56. Pepino
6 fatias médias
B57. Tomate
3 fatias médias
VII. Frutas:
ALIMENTO
QUANTIDADE
Nunca
menos de
1X ao mês
1 a 3X
ao
mês
1X por
sema
na
2 a 4X
sema
na
1X
ao
dia
2 ou
mais X
ao dia
B58. Abacate
½ unidade
B59. Abacaxi
1 fatia média
B60. Banana
1 unid média
B61. Laranja/ Mexerica
1 unid média
B62. Maçã/Pêra
1 unid média
B63. Mamão
1 fatia média
B64. Melão/ Melancia
1 fatia média
B65. Manga
½ unid média
B66. Morangos
½ xícara de chá
B67. Uva
1 cacho médio
VIII. Feijão
ALIMENTO
QUANTIDADE
Nunca
menos de
1X ao mês
1 a 3X
ao
1X por
sema
2 a 4X
sema
1X
ao
2 ou
mais X
mês na na dia ao dia
B68. Feijão (marrom ou preto)
1 ½ concha média
IX. Carnes e Ovos
ALIMENTO
QUANTIDADE
Nunca
menos de
1X ao mês
1 a 3X
ao
mês
1X por
sema
na
2 a 4X
sema
na
1X
ao
dia
2 ou
mais X
ao dia
B69. Carne cozida (bife role/ moída/ de panela/ picadinho)
1 fatia média/ 1 colher servir/ 1 unid média
B70. Bife frito/ bife à milanesa
1 unid média
B71. Frango cozido/ assado/ grelhado/ frito
1 unid média/ 1 pedaço médio
B72. Peixe frito 1 filé médio/ posta
B73. Carne suína (bisteca/ lombo)
1 unid média/ 1 fatia média
B74. Ovo frito/ mexido/ omelete
1 unid média/ 1 pedaço médio
B75. Embutidos (presunto/ peito de peru/ mortadela/ salame, etc.)
2 fatias médias
B76. Salsicha 1 ½ unidade B77. Lingüiça 1 gomo médio
X. Bebidas
ALIMENTO
QUANTIDADE
Nunca
menos de
1X ao mês
1 a 3X
ao
mês
1X por
sema
na
2 a 4X
sema
na
1X
ao
dia
2 ou
mais X
ao dia
B78. Refrigerante normal 1 ½ copo de requeijão/1 lata
B79. Refrigerante diet 1 ½ copo de requeijão/1 lata
B80. Chá mate com sabor 1 lata B81. Suco de abacaxi com açúcar
1 copo de requeijão
B82. Suco de laranja/ mexerica com açúcar
1 copo de requeijão
B83. Suco de mamão com açúcar
1 copo de requeijão
B84. Suco de melão/ melancia com açúcar
1 copo de requeijão
B85. Limonada/ laranjada com açúcar
1 copo de requeijão
B86. Sucos naturais com leite/ Vitaminas de frutas
1 copo de requeijão
B87. Sucos artificiais 1 copo de requeijão
B88. Café 1 xícara de café pequena
B89. Cerveja 1 copo médio B90. Vinho 1 copo médio B91. Batida 1 copo médio B92. Água 1 copo de
requeijão
B93. Chimarrão 1 cuia
XI. Outros:
ALIMENTO
QUANTIDADE
Nunca
menos de
1X ao mês
1 a 3X
ao
mês
1X por
sema
na
2 a 4X
sema
na
1X
ao
dia
2 ou
mais X
ao dia
B94. Adoçante em gotas/ pó
XII. Não mencionados
ALIMENTO
QUANTIDADE
Nunca
menos de
1X ao mês
1 a 3X
ao
mês
1X por
sema
na
2 a 4X
sema
na
1X
ao
dia
2 ou
mais X
ao dia
B95. B96. B97. B98. B99. B100. B101. B102. B103. B104.
Nome Gênero Data de Nascimento
Idade Escola Região
Mariana L. Camilo Fernandes
feminino 17.11.1992 15 Benedita Rosa Resende
leste
Kaíse Isabelle C. Margioto
feminino 31.07.1992 15 Benedita Rosa Resende
leste
Jeniffer Caroline Colombo
feminino 01.02.1992 16 Benedita Rosa Resende
leste
Evaldo Toledo do Prado
masculino 19.07.1992 15 Benedita Rosa Resende
leste
Gabriela Neves dos Santos
feminino 17.07.1992 15 Benedita Rosa Resende
leste
Giovana Fernades da F. Costa
feminino 28.09.1992 15 Carlos de Almeida
leste
Francielli Cristim Carvalho
feminino 02.05.1992 16 Carlos de Almeida
leste
Ana Paula Lupo da Silva
feminino 25.08.1992 15 Carlos de Almeida
leste
Aline Querino dos Santos
feminino 26.12.1992 15 Carlos de Almeida
leste
Danyella Marino de Araújo
feminino 28.06.1991 17 Carlos de Almeida
leste
Ivan Rodrigues Magalhães
masculino 20.02.1991 17 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Rafaela Fernanda P. Furtado
feminino 14.06.1993 15 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Amanda Souza Rialto
feminino 23.11.1993 15 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Felipe Alvares masculino 06.01.1993 15 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Jéssica Cortez feminino 21.12.1993 15 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Thiago Aquino Cantanti
masculino 01.02.1992 16 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Gustavo M. da Costa
masculino 19.12.1991 16 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Francislaine C. dos Santos
feminino 08.03.1993 15 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Nathália Cavalieri Cesar
feminino 11.03.1991 17 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Caroline Moliani Ferri
feminino 04.03.1991 17 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Gabrielle C. Blum
feminino 20.10.1993 15 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Vanuccy Martins Stumpj
feminino 19.03.1991 17 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Bruna Maria de Souza
feminino 10.01.1991 17 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Pamela Peralta feminino 08.11.1993 15 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Jorge Fernando A. de Oliveira
masculino 21.07.1992 16 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Rafael Zaganini Paschoal
masculino 13.07.1993 15 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Gabriela K. Higashi
feminino 15.01.1992 16 José Aloísio Aragão- Aplicação
central
Ingrid do Prado Nascimento
feminino 24.04.1991 17 José Carlos Pinotti
norte
Jaqueline Mayra Vieira Fino
feminino 16.12.1991 16 José Carlos Pinotti
norte
Heone K. Nakano
masculino 08.09.1992 15 José Carlos Pinotti
norte
Maurilio Wesley Ragagnan
masculino 05.12.1990 17 José Carlos Pinotti
norte
Luany Alves Silva
feminino 12.08.1992 15 José Carlos Pinotti
norte
Diego Teodórico masculino 18.04.1991 17 José Carlos Pinotti
norte
Guilherme Garcia das Neves
masculino 09.10.1992 15 José Carlos Pinotti
norte
Karen M. Pereira da Cruz
feminino 16.03.1991 17 José Carlos Pinotti
norte
Renata Paula dos Santos
feminino 11.07.1992 15 José Carlos Pinotti
norte
Wellinton Alves de Moura
masculino 12.05.1992 15 José Carlos Pinotti
norte
Engilberto L. S. S. Mateus
masculino 09.08.1991 16 José Carlos Pinotti
norte
Tais Custódio Nespólo
feminino 15.07.1992 15 José Carlos Pinotti
norte
Moisely Prado Nascimento
feminino 13.07.1992 15 José Carlos Pinotti
norte
Henrique W. Esgotti
masculino 25.03.1991 17 José Carlos Pinotti
norte
Jéssica Scupinari feminino 14.03.1992 16 José Carlos Pinotti
norte
Jéssica Guelli da Silva
masculino 23.12.1992 15 José Carlos Pinotti
norte
Vinicius Aparecido Viccioli
masculino 27.07.1992 15 José Carlos Pinotti
norte
Lais Lopes de Almeida
feminino 10.11.1992 15 José de Anchieta central
Laura Maria de S. Rodrigues
feminino 29.04.1991 16 José de Anchieta central
Talisia da Veiga Santos
feminino 26.10.1992 15 José de Anchieta central
Gesiane Medeiros de Andrade
feminino 20.07.1992 15 José de Anchieta central
Caroline Beatriz Vrenna
feminino 14.04.1992 16 José de Anchieta central
Bruno Y. Matsuura
masculino 21.07.1991 16 José de Anchieta central
Lillyan da Silva Sena
feminino 29.06.1993 15 Maria José B. Aguilera
sul
Taís Beraldo da Silva
feminino 11.02.1993 15 Maria José B. Aguilera
sul
Jhenifer Aparecida Souza
feminino 26.05.1992 16 Maria José B. Aguilera
sul
Denis Yames Marangani
masculino 08.01.1992 16 Maria José B. Aguilera
sul
Marlon Gomes França
masculino 04.03.1989 19 Maria José B. Aguilera
sul
Junior Antonio Alves
masculino 22.05.1992 16 Maria José B. Aguilera
sul
Fernando Augusto Ferreira
masculino 23.04.1992 16 Maria José B. Aguilera
sul
Janaína B. Silva feminino 25.04.1993 15 Maria José B. Aguilera
sul
Paulo Ricardo da Silva
masculino 04.05.1991 17 Maria José B. Aguilera
sul
Lucas Cardoso Assunção
masculino 28.02.1993 15 Maria José B. Aguilera
sul
Guilherme Santana
masculino 06.05.1992 16 Maria José B. Aguilera
sul
Adriana Raquel feminino 05.11.1991 16 Maria José B. sul
Castilho Aguilera Rodolfo da S. Alcantra
masculino 10.01.1990 18 Maria José B. Aguilera
sul
Jeniffer Santos feminino 10.08.1992 15 Maria José B. Aguilera
sul
José Vitor dos Santos Durante
masculino 03.01.1993 15 Maria José B. Aguilera
sul
Braytner Schell masculino 15.02.1991 17 Maria José B. Aguilera
sul
Denise Blanc Dutra
feminino 10.08.1990 17 Maria José B. Aguilera
sul
Gleison de Almeida Lopes
masculino 30.04.1993 15 Maria José B. Aguilera
sul
Aline Calsea Felizardo
feminino 02.02.1991 17 Maria José B. Aguilera
sul
Maiara da Cruz de Andrade
feminino 24.07.1992 15 Maria José B. Aguilera
sul
Nayara Fernanda Costa
feminino 12.07.1991 16 Maria José B. Aguilera
sul
Jéssica Mazzia feminino 21.11.1991 16 Maria José B. Aguilera
sul
Tatiane Alves Rocha
feminino 07.08.1989 18 Maria José B. Aguilera
sul
Elen Cristina B. Pessolotto
feminino 19.11.1990 17 Maria José B. Aguilera
sul
Kauane de Souza Amorim
feminino 17.03.1991 17 Maria José B. Aguilera
sul
Jonatha Souza da Silva
masculino 12.02.1993 15 Maria José B. Aguilera
sul
Jenelon Mozart Maia Moreira
masculino 06.07.1990 17 Maria José B. Aguilera
sul
Vanessa Farias Goulart
feminino 13.02.1991 17 Maria José B. Aguilera
sul
Ana Andréia Martenussi
feminino 30.11.1992 15 Maria José B. Aguilera
sul
Luana Karine de Góes
feminino 14.07.1991 16 Maria José B. Aguilera
sul
Roberta Mayara Ramos
feminino 05.10.1993 15 Maria José B. Aguilera
sul
Leandro Pereira Hirai
masculino 06.09.1990 17 Maria José B. Aguilera
sul
Giseli Apª Machado
feminino 26.06.1991 16 Maria José B. Aguilera
sul
Kaja K. Matias Soares
feminino 19.12.1991 16 Maria José B. Aguilera
sul
Guilherme H. da Silva
masculino 15.06.1992 15 Paulo Freire sul
Marianne V. Galindo
feminino 07.01.1992 16 Paulo Freire sul
Euclides Mendes Bernardes
masculino 01.02.1992 16 Paulo Freire sul
Jéssica Fontique Varcuro
feminino 12.08.1992 15 Paulo Freire sul
Maria Fernanda Klem
feminino 22.12.1992 15 Paulo Freire sul
Alessandra Oliveira Chico
feminino 09.04.1992 16 Paulo Freire sul
Marcia Daiane G. Oliveira
feminino 21.04.1990 18 Paulo Freire sul
Laís Fernanda da Paz Geraldo
feminino 07.11.1992 15 Paulo Freire sul
Mariane Almeida feminino 22.09.1992 15 Paulo Freire sul Franciele Silvia dos Santos
feminino 18.10.1992 15 Paulo Freire sul
Rogian Villa masculino 18.07.1992 15 Paulo Freire sul Danieli Freire de Oliveira
feminino 03.02.1992 16 Paulo Freire sul
Ana Paula A. Moreira
feminino 31.03.1992 16 Paulo Freire sul
Jéssica Bortolato Ramos
feminino 08.05.1992 15 Paulo Freire sul
Álvaro Mendes M. da Silva
masculino 04.07.1992 15 Paulo Freire sul
Flávia Silvia dos Santos
feminino 18.10.1992 15 Paulo Freire sul
Isabelle Solero Ponvequi
feminino 16.09.1992 15 Paulo Freire sul
Michelle Santos Telles
feminino 02.03.1990 18 Paulo Freire sul
Daiane Angélica Gil
feminino 31.03.1990 18 Paulo Freire sul
Priscila Laís de M. D.
feminino 06.05.1989 19 Paulo Freire sul
Lucas Beloni Gonçalves
masculino 02.06.1992 15 Paulo Freire sul
Aline da Cunha Delalibera
feminino 27.07.1992 15 Paulo Freire sul
Vinicius Assis Pereira
masculino 10.12.1992 15 Paulo Freire sul
Isabele Coradi feminino 08.10.1992 15 Paulo Freire sul Roni César da Cunha Batista
feminino 07.09.1992 15 Paulo Freire sul
Dinicler Adaneya Moreira
feminino 27.01.1992 16 Paulo Freire sul
Gilberto Vasconcellos Junior
masculino 01.12.1992 15 Polivalente oeste
Daniela feminino 28.08.1992 15 Polivalente oeste
Bittsncourt Jaine N. de Oliveira
feminino 11.06.1992 15 Polivalente oeste
Natália Apº. C. da Silva
feminino 28.06.1992 15 Polivalente oeste
Mayra Rubia Martulo
feminino 27.06.1992 15 Polivalente oeste
Tayna Batista dos Santos
feminino 12.08.1992 15 Polivalente oeste
Jean C. Amaral masculino 22.11.1990 17 Polivalente oeste Milene Sartori Xavier da Silva
feminino 19.01.1992 16 Polivalente oeste
Iohana C. Alves de Lima
feminino 19.02.1992 16 Polivalente oeste
Jessika Caroline Souza
feminino 03.03.1992 16 Polivalente oeste
Eliane Cristina Santos
feminino 30.01.1991 17 Polivalente oeste
Nayara Marques da Silva
feminino 13.10.1992 15 Polivalente oeste
Jéssica Diana Romirdo
feminino 05.06.1991 17 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Ana Carolina Favaro Rodrigues
feminino 27.03.1991 17 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Mariana Lopes da Silva
feminino 29.10.1991 16 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Darlene Soares Gonçalves
feminino 18.02.1990 18 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Gabrielle Kawani S. Elias
feminino 11.09.1991 16 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Douglas Donizete de Oliveira
masculino 07.06.1991 16 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Vanessa Ap. de O. Pereira
feminino 10.08.1991 16 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Esteffani Garcia feminino 07.03.1992 16 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Taynah Silva Rufino
feminino 22.11.1991 16 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Adriano Bignardi masculino 15.04.1990 18 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Marcos Paulo F. Gomes
masculino 11.11.1990 17 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Thalita P. R. de Araújo
feminino 03.04.1991 17 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Maiara de Almeida Sebastião
feminino 20.09.1991 16 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Kessy Cristini Matos
feminino 23.12.1991 16 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Amabile Delfino Mariano
feminino 21.04.1993 15 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Rodrigo César de Oliveira
masculino 26.11.1991 16 Ubedulha Correia de Oliveira
norte
Luiz Henrique V. Arantes
masculino 11.03.1991 17 Vicente Rijo central
Lucas Rodrigo Alves
masculino 07.01.1992 16 Vicente Rijo central
Jéssica Souza Lovo
feminino 11.09.1991 17 Vicente Rijo central
Elvis Araújo Albertin
masculino 22.11.1991 16 Vicente Rijo central
Marcus Rodrigues
masculino 17.05.1991 17 Vicente Rijo central
Jéssica Kellenda da Silva
feminino 26.03.1993 15 Vicente Rijo central
Cléssella Batista de Carvalho
feminino 02.04.1991 17 Vicente Rijo central
Karoline de Lima Marins
feminino 02.07.1993 15 Vicente Rijo central
Hellen Ingrid Ferroni
feminino 12.03.1993 15 Vicente Rijo central
Roberto Picoli dos Santos
masculino 01.09.1993 15 Vicente Rijo central
Rafael Z. Sanches Perez
masculino 18.09.1991 17 Vicente Rijo central
Izabella C. E. da Silva
feminino 06.09.1992 15 Vicente Rijo central
Marcela Yurie Ochiro
feminino 16.04.1992 16 Vicente Rijo central
Leticia de Jesus feminino 29.07.1993 15 Vicente Rijo central Renata Aranda de Matos
feminino 03.10.1991 16 Vicente Rijo central
Diego Gonçalves de Mello
masculino 09.01.1991 17 Vicente Rijo central
Larissa R. Guarnieri
feminino 20.07.1993 15 Vicente Rijo central