Química-Açúcares

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    LLIPDEOSIPDEOS

    Os lipdeos formam um grupo heterogneo de

    compostos relacionados, real ou potencialmente, com oscidos graxos. Tm em comum a propriedade de seremrelativamente insolveis em gua e solveis nossolventes de lipdeos como o ter, o clorofrmio, o

    benzeno. Os lipdeos compreendem, portanto, asgorduras, os leos, as ceras e produtos relacionados.

    Um lipide uma substncia semelhante gordura que, na realidade, pode no estarrelacionados aos cidos graxos, embora,ocasionalmente, os termos "lipdeo" e "lipide" sejamusados como sinnimos.

    Os lipdeos so fatores importantes da dieta, peloseu elevado valor energtico e pelas vitaminaslipossolveis e cidos graxos essenciais encontrados nagordura dos alimentos naturais. No organismo a gorduraserve como fonte eficiente de energia, armazenada notecido adiposo. Serve como material isolante nos tecidossubcutneos e volta de certos rgos. O teor de gordurano tecido nervoso particularmente elevado. Ascombinaes de gordura e protena (lipoprotenas) soconstituintes importantes das clulas, encontrando-se nasmembranas celulares e nas mitocndrias e, servindotambm como meio de transporte dos lipdeos no sangue.

    Classificao

    Os lipdeos classificam-se da seguinte forma:

    Lipdeos Simples: steres de cidos graxos com vrioslcoois.

    1. Gorduras - steres de cidos com o glicerol. Umagordura no estado lquido conhecida como leo

    2. Ceras - steres de cidos graxos com lcoois decadeia mais longa que a do glicerol.

    Lipdeos Compostos: steres de cidos graxoscontendo outros grupos alm do cido graxo e do lcool.

    1. Fosfolipdeos - lipdeos que, alm de cidos graxos eglicerol, contm resduos de cido fosfrico, basesnitrogenadas, e outros substituintes. Entre estes lipdeosincluem-se a fosfatidil colina, a fosfatidil etanolamina, ofosfotidil inositol, a fosfatidil serina, os plasmalgenos eas esfingomielinas.

    2. Cerebrosdeos - Compostos de cidos graxos comcarboidratos, contendo nitrognio mas no cidofosfrico.

    3. Outros lipdeos compostos, como os sulfolipdeos e

    aminolipdeo

    As lipoprotenas tambm podem ser includasnesta categoria.

    Lipdeos Derivados: Substncias que, por hidrlise,derivam dos grupos citados. Compreendem os cidosgraxos (saturados ou no), glicerol, esterides, lcoois

    alm do glicerol e esteris, aldedos graxos e corposcetnicos.

    Pelo fato de serem desprovidos de carga, osglicerdeos, colesterol e steres de colesterol sodenominados lipdeos neutros.

    cidos Graxos

    Os cidos graxos so obtidos pela hidrlise dasgorduras. Os cidos graxos existentes nas gordurasnaturais, tm um nmero par de tomos de carbono(porque so sintetizados a partir de unidades de dois

    carbonos) e so derivados de cadeia retilnea. Esta podeestar saturada ou insaturada.

    Nomenclatura

    A nomenclatura sistemtica mais comumenteusada baseia-se na nomenclatura dos hidrocarbonetoscom o mesmo nmero de tomos de carbono, colocando-se antes a palavra cido e substituindo-se o final poranico, nos cidos saturados (cido octanico) e; eniconos cidos insaturados (cido octadenico, cidoolico).

    Para indicar o n. e a posio das duplas ligaes

    so usadas vrias convenes. Uma muito usada aindicao do n. de tomos de carbono, o n. e a posiodas duplas ligaes, como se pode ver a seguir:

    Um exame mais atento da posio das duplasligaes esto mais relacionado ao -CH3 (terminal) doque com o grupo carboxila. Isto porque o alongamento

    biossinttico da cadeia do cido graxo ocorre naextremidade carboxlica da molcula

    cidos Graxos Saturados

    Os cidos graxos saturados podem ser

    encontrados como tendo por base o cido actico,primeiro membro da srie (frmula geral:CnH2n+1COOH).

    conhecida a ocorrncia de membros maiselevados dessa de membros mais elevados dessa srie,

    particularmente as ceras. Tambm foram isolados algunscidos graxos de cadeia ramificada, tanto em fontesanimais como em vegetais.

    cidos Graxos Insaturados

    Segundo o grau de insaturao, podem ainda sersubdivididos em:

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    cidos Mono-insaturados: Frmula geral: CnH2n-1COOH. Ex.: cido olico, encontrado em quase todas asgorduras.

    cidos Poli-insaturados:

    1. Duas duplas ligaes: Frmula geral: CnH2n-3COOH.Ex.: cido linolico (18:2;9,12). Ocorre nos leos demilho, caroo de algodo, soja, amendoim.

    2. Trs duplas ligaes: Frmula geral: CnH2n-5COOH.Ex.: cido linolnico (18:3;9,12,15). Encontradofreqentemente com o cido linolico mas,

    particularmente, no leo de linhaa.

    3. Quatro duplas ligaes: Frmula geral: CnH2n-7COOH.Ex.: cido araquidnico (20:4;5,8,11,14). Encontrado

    principalmente no leo de amendoim.

    Devido sua atividade farmacolgica e

    bioqumica sobre o msculo liso, os vasos sangneos e otecido adiposo, de interesse um grupo de compostos(encontrados no lquido seminal e outros tecidos),conhecidos como prostaglandinas. No vivo, sosintetizados a partir do cido araquidnico. Ex.:Prostaglandina E2 (PGE2).

    Muitos outros cidos graxos tm sido encontrados emmaterial biolgico. O leo de peixe, por exemplo, contmcidos graxos insaturados 22:5 e 22:6. Vrias outrasestruturas, como grupos hidroxi (cido ricinolico) ougrupos cclicos, tem sidos encontrados na natureza. Umexemplo destas ltimas o cido chalmgrico.

    Isomerismo nos cidos Graxos Insaturados

    Variaes na posio das duplas ligaes nascadeias dos cidos graxos insaturados produzemismeros.

    O isomerismo geomtrico depende da orientaodos radicais volta do eixos de duplas ligaes. Algunscompostos diferem apenas na orientao de suas partes volta daquele eixo, fato digno de nata na qumica dosesterides.

    Isto pode ser ilustrado com os cidos olico e

    eladico, ou com os cidos dicarboxlicos como ofumrico e o malico. Fig. 1.

    lcoois

    Os lcoois encontrados nas molculas dos lipdeoscompreendem o glicerol, o colesterol e os lcooissuperiores, encontrados geralmente nas ceras. A

    presena do glicerol indicada pela prova da acrolena.Fig. 2.

    Entre os lcoois insaturados encontrados nasgorduras, existem vrios pigmentos importantes,incluindo o fitol (lcool fitlico).

    Aldedos Graxos

    Os cidos graxos podem ser reduzidos a aldedosgraxos, compostos que so encontrados em formacombinada ou livre nas gorduras naturais.

    ESTERIDESOs esterides so encontrados, com freqncia,

    associados s gorduras. Todos os esterides tm umncleo cclico semelhante, ao qual est ligado um anelciclopentano. As posies do ncleo esteride sonumeradas do seguinte modo:

    Ncleo do ciclopentano-peridrofenantreno

    importante compreender que o fato deconsiderar as frmulas estruturais dos esterides coco umanel hexagonal simples indica um anel de seis carbonoscompletamente saturado, a menos que seja indicadodiferente. Todas as duplas ligaes so mostradas comotal. As cadeias metlicas laterais so mostradas comolaos simples, ocorrendo tipicamente nas posies 10 e13.

    Aspectos Estereo-qumicos

    Devido a sua complexidade e possibilidade deassimetria na molcula, os esterides possuem muitosestereo-ismeros potenciais. Cada um dos anis de seiscarbonos do ncleo esteride capaz de existir sob formatridimensional seja em "cadeira" ou em "canoa".

    Forma em "cadeira"

    Forma em "canoa"

    Colesterol

    O colesterol encontra-se largamente distribudoem todas as clulas. Existe nas gorduras animais, masno nas vegetais.

    O colesterol designado de 3-hidroxi-5,6-colesteno.

    Colesterol

    Ergosterol

    Ergosterol

    O ergosterol ocorre no espigo do centeio e nasleveduras. importante como precursor da vitamina D.

    Coprosterol

    O coprosterol aparece nas fezes como resultado dareduo da dupla ligao do colesterol entre os carbonos5 e 6 pelas bactrias intestinais.

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    Outros Esterides Importantes

    Compreendem os cidos biliares, os hormniosadrenocorticais e sexuais, as vitaminas D, os glicosdeoscardiotnicos, os sitosteris do reino vegetal e algunsalcalides.

    TRIGLICERDEOS

    Os triglicerdeos, ou chamadas gorduras neutras,so steres do lcool glicerol e de cidos graxos. Nasgorduras naturais, a proporo de molculas detriglicerdeos contendo o mesmo resduo de cido graxo muito pequena. Quase todos so glicerdeos mistos.

    Glicerdeos parciais consistindo de mono ediglicerdeos tambm so encontrados nos tecidos. Elesso de particular importncia na sntese e hidrlise detriglicerdeos.

    CerasSe o cido graxo for esterificado com um lcool

    de peso molecular elevado, ao invs de glicerol, ocomposto resultante chamado de cera.

    FOSFOLIPDEOS

    Os Fosfolipdeos compreendem os seguintesgrupos:

    cido Fosfatdico e Fosfatidil Gliceris

    O cido fosfatdico importante na sntese detriglicerdeos o fosfolipdeos, porm no encontrado namaior parte dos tecidos.

    A cardiolipina um fosfolipdeo encontrado nasmitocndrias, sendo formado a partir do fosfatidilglicerol. Fig. 3.

    Fig. 3 - Difosfatidil glicerol (Cardiolipinas).

    Fosfatidil Colina (Lecitinas)

    As lecitinas contm cidos graxos e glicerol, mascontm tambm cido fosfrico e colina. As lecitinas

    esto largamente distribudas nas clulas do organismo,tendo funes metablicas e estruturais.

    Fosfatidil Etanolamina(Cefalinas)

    As cefalinas diferem das lecitinas apenas pelo fatode etanolamina estar no lugar da colina. Tambm soconhecidas as cefalinas alfa e beta.

    Exemplo de uma alfa cefalina (3-Fosfatidil etanolamina)

    Fosfatidil Inositol (Lipositis)

    O inositol como constituinte dos lipdeos foidescoberto nas bactrias cido-resistentes.Posteriormente foi encontrado nos fosfolipdeos do

    feijo, soja e do tecido cerebral. O inositol est presentecomo o estereo-ismero meso-inositol.

    3-Fosfatidil inositol

    Fosfatidil Serina

    Nos tecidos foi encontrado um fosfolipdeosemelhante a cefalina, mas que ao invs de etanolamina,contm serina. Alm disso, em fontes naturais foramisolados fosfolipdeos contendo treonina

    3-Fosfatidil serina

    Lisofosfolipdeo

    So fosfoglicdeos contendo um s radical acila.Ex.: lisolecitina.

    LISOLECITINA

    Plasmalgenos

    Estes compostos constituem at 10% dosfosfolipdeos do crebro e dos msculos. Estruturalmenteos plasmalgenos possuem uma ligao ter no carbonoC1 ao invs da ligao ster normal encontrada namaioria dos glicerdeos. Tipicamente, o radical alcola um lcool no saturado, e este grupo que d origem auma prova aldedo positiva aps o tratamento com oreagente de Schiff (fucsina-cido sulfuroso).

    Estrutura do Plasmalgeno (Fosfatidil etanolamina)

    Em alguns casos os substituintes podem ser acolina, a serina, o inositol, ao invs da etanolamina.

    Esfingomielinas

    As esfingomielinas so encontradas em grandeparte no crebro e no tecido nervoso. O glicerol no estpresente. Ao se hidrolisarem, as esfingomielinas doorigem a um cido graxo, cido fosfrico, colina e umaminolcool complexo, a esfingosina. Fig. 4.

    Fig. 4 - Estrutura de uma esfingomielina

    CEREBROSDEOS (GLICOLIPDEOS)

    Os cerebrosdeos contm galactose e esfingosina.Individualmente os cerebrosdeos so diferenciados pelotipo de cido graxo na molcula.

    Os cerebrosdeos so encontrados em muitostecidos alm do crebro.

    REAES QUMICAS CARACTERSTICAS EPROPRIEDADES DOS LIPDEOS

    Hidrlise

    A hidrlise de um lipdeo como um triglicerdeopode ser feita de modo enzimtico por meio da ao das

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    lipases, dando cidos graxos e glicerol. As fosfolipasesatacam as vrias ligaes ster dos fosfolipdeos. A Fig.5 mostra os pontos de ao das fosfolipases.

    Fig. 5 - Local de hidrlise pelas fosfolipases

    SaponificaoA hidrlise de uma gordura por um lcali

    denominada saponificao. Os resultantes so o glicerolo sal alcalino dos cidos graxos, chamados sabes. Ahidrlise cida de uma gordura produz cidos graxoslivres e glicerol.

    Mtodos Analticos para a Caracterizao dasGorduras

    Entre estes, incluem-se a determinao do pontode fuso, a temperatura de solidificao, o ndice derefrao, bem como as seguintes determinaes

    qumicas:

    ndice de saponificao: o n. de miligramas deKOH necessrios para saponificar 1g de gordura ou leo.

    ndice cido: Miligramas de KOH requeridos paraneutralizar o cido graxo livra de 1g de gordura.

    ndice de Polenske: o n. de mililitros de KOH0,1 normal necessrios para neutralizar os cidos graxosinsolveis de 5g de gordura.

    ndice de Reichert-Meissl: o mesmo que o ndice

    de Polenske, exceto que, depois de saponificadas as 5gda amostra de gordura os cidos graxos solveis somedidos por titulao do destilado obtido pela destilaoa vapor da mistura de saponificao.

    ndice de iodo: Em presena do monobrometo deiodo, ou de monocloreto de iodo, os lipdeos nosaturados reagem com o iodo. O ndice do iodo aquantidade (em gramas) de iodo absorvido por 100g degordura, e represente o grau de insaturao de umagordura.

    ndice de acetila: o n. de miligramas de KOH

    necessrios para neutralizar o cido actico obtido pelasaponificao de 1g de gordura, aps acetilao damesma. uma medida do n. de grupo hidroxi-cidos dagordura.

    Os mtodos antigos de separao e identificaode cidos graxos foram superados em grande parte por

    processos cromatogrficos. Particularmente teis para aanlise dos cidos graxos so as tcnicas decromatografia em fase gasosa e de cromatografia emcamada fina.

    Antes destas tcnicas serem aplicadas a tecidosmidos, os lipdeos eram extrados por um sistema de

    solventes baseado geralmente em uma mistura declorofrmio-metanol.

    Matria No Saponificvel

    A matria no saponificvel inclui substnciasdas gorduras que no podem ser saponificadas peloslcalis mas que so solveis no ter ou no ter de

    petrleo. As cetonas, os hidrocarbonetos, os lcoois dealto peso molecular, e os esterides so exemplos deresduos no saponificveis das gorduras.

    Hidrogenao

    A hidrogenao das gorduras insaturadas empresena de um catalisador conhecida como"endurecimento". Comercialmente, vantajosa comomtodo de converter essas gorduras, em gorduras, oumargarinas, que substituem a banha.

    Rancificao

    A rancificao uma alterao qumica que

    reverte em odor e sabor desagradveis da gordura. Aoque se sabe o oxignio do ar ataca a ligao dupla paraformar um lao perxido. O chumbo ou o cobrecatalisam a rancificao; a excluso do oxignio ou aadio de um anti-oxidante retardam o processo.

    Oxidao Espontnea

    Os leos que contm cidos graxos altamenteinsaturados so oxidados espontaneamente pelo oxignioatmosfrico, em temperaturas ordinrias, formando ummaterial duro, prova d'gua. Tais leos so adicionadoscom essa finalidade, a tintas e vernizes, sendo ento

    conhecidos como "leos secantes".

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    GGLICDEOSLICDEOS

    So tambm denominados carboidratos, amidos

    ou acares, esto largamente distribudos nos tecidosanimais e vegetais. Nas plantas so produzidos pelafotossntese. Nas clulas animais, os glicdeos constituemimportante fonte de energia para as atividades vitais.

    Quimicamente, os glicdeos so definidos comoderivados aldedicos ou cetnicos de lcoois polihdricossuperiores, ou como composto que, ao seremhidrolisados, fornecem aqueles derivados.

    Classificao

    Os glicdeos so divididos em quatro gruposprincipais:

    1. Monossacardeos, que no podem ser hidrolisadosem compostos mais simples. Sua frmula geral CnH2nOn. Os acares podem ser divididos em trioses,tetroses, pentoses, hexoses ou heptoses de acordo com on. de tomos de carbono que possuem; e em aldoses ecetoses conforme apresentem grupos aldedo e cetona.Exemplos:

    2. Dissacardeos, que, por hidrlise, fornecem duasmolculas de monossacardeos iguais ou diferentes. Suafrmula geral Cn(H2O)n-1. Ex.: sacarose, lactose emaltose.

    3. Oligossacardeos, que, por hidrlise, fornecem deduas a dez unidades de monossacardeos.

    4. Polissacardeos, que, ao serem hidrolisados,fornecem mais de dez molculas de monossacardeos. Afrmula geral (C6H10O5)x. Ex.: amidos e dextrinas(hexosanos, pentosanos, ou polissacardeos mistos)

    ASSIMETRIA

    Nas frmulas de glicose mostradas a seguir,notar-se- que as ligaes dos tomos de carbono 2 a 5

    esto ocupadas por grupos diferentes. Por exemplo, osquatro grupos ligados ao carbono n. 2 so: , , , ena D-glicose, . Um tomo de carbono ao qual estoligados quatro tomos ou grupo de tomos diferentes, chamado assimtrico.

    Isomerismo

    A presena de tomos de carbono assimtricos,num composto, torna possvel a formao de ismerosdesse composto. Tais compostos so denominadosestereo-ismeros.

    O n. de possveis ismeros de qualquer composto

    dado depende do n. de tomos de carbono assimtricoexistentes na molcula.

    De acordo com a regra do n (onde n representa on. de tomos de carbono assimtricos num composto), 2n

    representa o n. de possveis ismeros desse composto.

    Dois acares que diferem um do outro apenas naconfigurao volta de um nico tomo de carbono, sodenominados epmeros. A galactose e a glicose so

    exemplos de epmeros em relao ao carbono 4.A designao de um ismero sob uma forma D,

    ou de sua imagem especular sob uma forma L, determinada por sua relao espacial com a substnciade origem da famlia dos carboidrato, a glicerose, acarcom trs carbonos.

    A maioria dos monossacardeos encontrados noorganismo de configurao D.

    SNTESE DE KILIANI

    As relaes estruturais dos monossacardeos

    podem ser facilmente percebidas pelas frmulasapresentadas na Fig. 8. Kiliani foi o primeiro a proporum mtodo para sntese desses acares, baseado naadio de HCN ao grupo carbonila dos aldedos ou dascetonas. A aplicao da sntese de Kiliani na produode duas tetroses, a eritrose e a treose partir da glicerose mostrada na Fig. 6.

    Isomerismo ptico

    A presena de tomos de carbono assimtricosconfere atividade ptica ao composto. Quando um feixede luz polarizada atravessa uma soluo dotada de

    atividade ptica ele ser desviado, ou para a direita[dextrgiro (+)], ou para a esquerda [levgiro (-)].Quando existem quantidades iguais de dextrgiros elevgiros, a mistura resultante nula, visto que asatividades de cada um se anulam. Essa mistura ditaracmica, ou mistura DL.

    Os isomerismos geomtrico e ptico sopropriedades independentes. Assim, um composto podeser denominado L(+) ou D(-), indicando relaoestrutural com a L ou D glicerose exibindo porm,capacidade rotatria oposta.

    Fig. 6 - Sntese de Kiliani

    MONOSSACARDEOS

    Os monossacardeos compreendem as trioses,tetroses, pentoses, hexoses e heptoses. As trioses soformadas no decurso da degradao metablica dashexoses; as pentoses so constituintes importantes doscidos nuclicos e de muitas coenzimas; e as hexoses;glicose, galactose e frutose, fisiologicamente so osmonossacardeos mais importantes.

    As estruturas do aldo acares so apresentadasna Fig. 8. A Fig. 7 apresenta cinco ceto acaresimportantes no metabolismo.

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    HEXOSES

    As hexoses tm grande importncia fisiolgica. AD-glicose, D-frutose, D-galactose e D-manose,constituem exemplos.

    Cadeias CclicasAs frmulas das Figs. 6 e 7 ilustram as estruturas

    em cadeia reta das hexoses; isto, porm, no explicamuitas reaes dos carboidratos. Para a terminologiadessas estruturais, tomou-se por base os compostosorgnicos mais simples dotados de estruturassemelhantes, o pirano e o furano.

    Pirano

    Furano

    As estruturas em anel, mostradas a seguir,representam formaes semi-acetal. Em virtude daassimetria existente no carbono terminal, podem ocorrerduas formas de cada estrutura em anel, designadas dealfa e beta.

    As cetoses tambm podem apresentar formaocclica.

    GLICOSDEOS

    So compostos que apresentam um carboidrato eum resduo que no carboidrato na mesma molcula.

    Nestes compostos, o carboidrato est ligado por um laoacetal, no carbono 1, a uma aglicoma ou substncia

    diferente do carboidrato. Se o carboidrato for a glicose, oresultante ser um glicosdeo; se for uma galactose, serum galactosdeo, etc.

    Um exemplo simples o metil-glicosdeo. Areao ocorre do seguinte modo:

    Os glicosdeos so encontrados em muitas drogas,especiarias, e nos constituintes dos tecidos animais. Aaglicoma pode ser o lcool metlico, o glicerol, umesterol, um fenol, etc. Em todos os glicosdeos deimportncia mdica a aglicoma representada poresteris.

    MutarrotaoQuando uma aldohexose dissolvida na gua, sua

    rotao ptica se modifica gradativamente at atingiruma rotao constante caracterstica. Esse fenmeno, amutarrotao, parece ser devido a transformaes dasformas alfa em beta, e vice-versa, provavelmente atravsda cadeia reta das formas aldo ou ceto.

    REAES QUMICAS IMPORTANTES DOSMONOSSACARDEOS

    Vrias reaes so importantes para determinar aestrutura de um monossacardeo. Entre elas, as

    seguintes:

    Compostos Iodados

    Uma aldose, aquecida com cido ioddricoconcentrado (HI), perde todo o oxignio e se convertenum composto iodado. Visto que o resultante umcomposto de cadeia reta, prova-se a ausncia dequaisquer ramificaes na estrutura do acar.

    Fig. 7 - Exemplos de Cetoses

    Fig. 8 - Reaes Estruturais da Aldoses (Srie D)

    Acetilao

    A capacidade de formar steres do acar indica apresena de grupos alcolicos. O n. total de gruposacetila que podem, assim, entrar para a cadeia do acar,indica o n. dos grupos alcolicos.

    Outras Reaes

    Vrias reaes dependentes da presena de gruposaldedo ou cetona so particularmente importantes,

    portanto constituem a base da maioria dos testesanalticos para os acares. Os testes mais conhecidosenvolvem a reduo de hidrxidos metlicos juntamentecom a oxidao do acar.

    A formao de ozanonas um meio til depreparo de derivados cristalinos dos acares. Estescompostos tm estruturas cristalinas, pontos de fuso etempos de precipitao caractersticos, tendo valor naidentificao dos acares. A reao envolve apenas ocarbono da carbonila e o carbono seguinte.

    INTERCONVERSO. Em solues alcalinasfracas como, as de Ba(OH)2 ou de Ca(OH)2 a glicose, afrutose e a manose, so interconversveis.Presumivelmente, a interconverso desses acares noorganismo ocorre por meio de reao semelhante. Estasmodificaes so fceis de visualizar estruturalmente,atravs de uma forma enodiol comum aos trs acares:

    A oxidao das aldoses pode formar cidos comoprodutos finais. A oxidao de grupos aldedo formacidos aldnicos. Porm, se o grupo aldedo

    permanecer intacto, e o grupo lcool primrio daextremidade oposta da molcula for oxidado, formar-se-

    o cidos urnicos.REDUO. Os monossacardeos podem ser

    reduzidos a seus lcoois correspondentes, por meio deagentes redutores como o amlgama de sdio.

    Com os cidos minerais fortes as hidroxilas sedeslocam para a extremidade aldedo da cadeia, e oshidrognios afastam-se da mesma.

    O aquecimento de cido glicnico produzlactonas, que so estruturas cclicas semelhantes as

    piranoses e furanoses.

    Com os lcalis, os monossacardeos reagem devrios modos:

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    No lcali diludo, o acar transformar- se- emestruturas cclicas alfa e beta, com o equilbrio entre asduas formas ismeras.

    Deixado em repouso, haver um rearranjo queproduz uma mistura equilibrada de glicose, frutose e

    manose atravs da forma enodiol.

    Se a mistura for aquecia a 37oC, a acidez aumentae forma-se uma srie de enis nos quais as ligaesduplas se deslocam do lao oxignio-carbono para

    posies entre vrios tomos de carbono.

    Fig. 9 - Estrutura de dissacardeos representativos

    Em lcali concentrado, o acar se carameliza eforma vrios produtos de decomposio. Aparecem

    pigmentos amarelos e castanhos, sais podem serproduzidos, formam-se muitos laos duplos entre ostomos de carbono, e podem romper-se as ligaes entrecarbonos.

    DESOXI-ACARES

    So os que contm menos tomos de oxignio que decarbono. So obtidos pela hidrlise de certas substnciasque so importantes nos processos biolgicos. A desoxi-ribose (DNA), um exemplo:

    2-Desoxi D-ribofuranose (forma alfa)

    AMINO-ACARES (HEXOSAMINAS)

    Os acares contendo um grupo amino so denominadosamino-acares. So exemplos a D-glicosamina, eoutras, todas encontrados na natureza.

    Vrios antibiticos contm amino-acares. Eles, ao quese acredita, esto relacionados com a atividadeantibitica dessas substncias.

    DISSACARDEOS

    Os dissacardeos so acares que podem serhidrolisados em dois monossacardeos. Estes dois estoligados por um lao glicisdico (ver Fig. 9).

    Quimicamente so denominados de acordo com osmonossacardeos que os compem.

    Os dissacardeos de importncia fisiolgica so amaltose, sacarose, lactose e a trealose

    TCNICAS DAS PROVAS PARACARBOIDRATOS (ver Fig. 10)

    Prova de Antrona: A 2 ml de uma soluo dereativo de antrona, junte 0,2 da soluo desconhecida.Uma cor verde ou azul-esverdeada indica a presena decarboidratos.

    Prova de Bariyed (acetato de cobre e cido actico):A 5 ml do reativo, junte 1 ml da soluo desconhecida.

    Coloque em banho-maria fervente. (Interpretao, verFig. 10).

    Prova de Benedict: (sulfato de cobre, citrato desdio, carbonato de sdio): A 5 ml do reativo, num tubode ensaio, junte 8 gotas da soluo desconhecida.

    Coloque em banho-maria fervente durante cincominutos. Um precipitado verde, amarelo ou vermelho-alaranjado, d uma estimativa das quantidades de acarredutor existentes.

    Prova de Bial pelo Orcinol-HCl: A 5 ml do reativo,junte 2 a 3 ml da soluo desconhecida e aquea atsurgirem bolhas na superfcie. Uma soluo e um

    precipitado indicam a presena de pentose.

    Prova de Haynes: (sal de Rochelle ou trtaro desdio e potssio, glicerol, sulfato de cobre): Feita como de Benedict.

    Prova de Pavy: (sal de Rochelle, hidrxido deamnio, sulfato de cobre): Como de Benedict.

    Fig. 10 - Provas qualitativas para a identificao dos carboidratos

    E vrias outras tcnicas.

    POLISSACARDEO

    Entre os polissacardeos contam-se as seguintessubstncias de importncia fisiolgica:

    Amido (C6H10O5)x, formado de uma cadeia alfa-

    glicosdica. Tal composto, fornecendo pela hidrliseapenas glicose, denominado glicosano. a fontealimentar mais importante de glicdeos, sendoencontrado nos cereais, batatas, legumes e outrosvegetais. O amido natural insolvel em gua e, com asoluo de iodo d uma cor azul.

    Glicognio, o polissacardeo do organismoanimal. uma estrutura ramificada com unidades decadeia retilnea. No redutor e com o iodo d uma corvermelha.

    Insulina, um amido encontrado nos tubrculos erazes de algumas plantas. hidrolisvel frutose e, por

    isso, um frutosano. A adio de iodo s solues deinsulina no produz qualquer cor.

    Dextrinas, so substncia formadas peladegradao hidroltica do amido. As primeiras a seremformadas so as dextrinas que, pesquisadas no iodo, douma colorao vermelha (eritrodextrinas). A medida quea hidrlise prossegue, no ocorre mais colorao poriodo, surgindo as acro dextrinas.

    Celulose, constituinte principal do esqueleto daplanta. no d nenhuma cor com o iodo e insolvel nossolventes comuns.

    Quitina, um polissacardeo estrutural importante

    dos invertebrados. Do ponto de vista estrutural, elaconsiste de unidades N-acetil-D-glicosamina ligadas porlaos beta(1-4) glicosdicos.

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  • 7/29/2019 Qumica-Acares

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    Os polissacardeos que se encontram associados estrutura dos tecidos animais so anlogos celulose dostecidos vegetais. Estas substncias pertencem a um grupode carboidratos, os mucopolissacardeos, que secaracterizam pelo teor de acares aminados e de cidosurnicos.

    Muitos polissacardeos ocorrem nos tecidos juntos protenas conjugadas, as mucoprotenas ouglicoprotenas. Exemplos so encontrados entre asglobulinas alfa1 e alfa2 do plasma.

    Outros exemplos de mucopolissacardeos queproduzem reaes imunolgicas especficas soencontradas entre as bactrias.

    Alguns hormnios hipofisrios, embora denatureza principalmente protica (gonadotrofinas e ohormnio tireotrpico), tambm contm carboidratos,indicando que podem ser muco ou glicoprotenas.

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