Que Rio Queremos?

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Projeto Revitalização do Rios de Erechim - Etapa 2

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GRAFFOLUZ

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Realização

Coordenação geral do projetoRosane Menna Barreto Peluso

Patrocínio

Conselho Federal Gestordo Fundo de Defesa de

Direitos Difusos

Secretaria Nacional doConsumidor

Ministério daJustiça

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Caroline Josiane NoaraAcadêmica do Curso de Engenharia Ambiental da UFFS. Estagiária Eloverde.

Diana RochaJornalista. Assessora de imprensa.

Heraldo Baialardi RibeiroQuímico Industrial. Mestre em Química de Produtos Na-turais. Coordenador da Instalação de Redes e Monito-ramento de retirada do lixo no Arroio Tigre.

Jéssica Maria JemiczakTecnóloga em Meio Ambiente. Educadora Ambiental.Auxiliar Técnica para a ação de Educação Ambiental com limpeza do Arroio Tigre junto a grupos pré-agen-dados.

Lidiane BernardiTecnóloga em Gestão Ambiental. Especialista em Ges-tão e Educação Ambiental. Coordenadora das ativida-

des de Educação Ambiental com limpeza do Arroio Ti-gre junto a grupos pré-agendados.

Marcio FreschiBiólogo. Especialista em Ciências Ambientais e Mestre em Educação, Ciências e Matemática. Coordenador das atividades de plantio de mudas nativas.

Mateus Kurek PagliosaEngenheiro Ambiental. Auxiliar Técnico para Instalação de Redes e Monitoramento de retirada do lixo no Arroio Tigre.

Quéli GiarettaEspecialista em Gerenciamento de Projetos. Gestora de Mídias da Eloverde.

Rosane Menna Barreto PelusoEconomista. Mestre em Economia, UFRGS. Especialis-ta em Gerenciamento de Projetos e Educação Ambien-tal. Gestora de projetos da Eloverde.

ConcepçãoInstituto Sócio Ambiental Vida Verde - ELOVERDE®

AutoresCaroline Josiane NoaraDiana RochaHeraldo Baialardi RibeiroJéssica Maria JemiczakLidiane BernardiMarcio FreschiMateus Kurek PagliosaQuéli GiarettaRosane Menna Barreto Peluso

Fotos/ Edição final de imagensDiana RochaQuéli Giaretta

Revisão GeralDiana Rocha

Projeto gráfico/ Ilustração/ DiagramaçãoPedro Henrique Menna Barreto Peluso

Pré-impressão, impressão e acabamentoGraffoluz

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Missão

Desenvolver projetos e vender soluções sócio ambientais para em-presas públicas e privadas agregando inovação a cada solução.

Princípios

ÉticaConfiança

Valorização do capital humanoAtuar em parcerias

Foco em resultados Valores culturais

Estrutura organizacional

Departamento de Pesquisa e Projetos Departamento de Captação de Recursos

Departamento de Comunicação/ Marketing/ Planejamento de eventos

Departamento de Educação Ambiental Departamento Jurídico

Direção 2013-2015

Quéli Giaretta - presidenteHeraldo Baialardi Ribeiro – vice-presidente

Eliana Mestura - secretária e tesoureira

SOBRE A ELOVERDECriado em 14 de maio de 2003, o Instituto Sócio Ambiental Vida Verde - ELOVERDE® - é uma entidade de caráter sócio ambiental que trabalha com a elaboração, execução e gerenciamento de pro-jetos sócio ambientais, educação ambiental não formal, capacita-ção de educadores e técnicos ambientais, assessoria e consultoria ambiental, auditoria ambiental. Dentre as ações desenvolvidas es-tão seminários, palestras, fóruns e oficinas de meio ambiente, cur-sos de gestão, licenciamento, direito e auditoria ambiental além de projetos de educação ambiental para distintos públicos.

Com uma sede física possui um quadro de técnicos de diversas áreas e voluntários que contribuem nas atividades de campo e de-senvolvimento de projetos e cursos.

Todas as atividades promovidas e realizadas pela ELOVERDE® têm o objetivo maior de estimular o exercício da cidadania e participar do desenvolvimento de projetos sócio ambientais em parceria com outras entidades afins.

Objetivos Estratégicos 2013- 2015

Estabelecer a excelência na gestão de projetos sócio ambientais.Manter recursos humanos qualificados e comprometidos.Consolidar a imagem da ELOVERDE® como ator fundamental no processo de desenvolvimento regional.

Finalidades e Objetivos Principais

O instituto tem entre seus objetivos prestar serviços de consultoria ambiental a entidades públicas ou privadas, nacionais e internacio-nais que correspondam aos objetivos sociais do instituto.

Elaborar, organizar e desenvolver projetos sócio ambientais, bem como divulgar as causas dos problemas ambientais e as possíveis soluções, tecnologias alternativas e inovadoras, visando o conheci-mento técnico-científico e o desenvolvimento ecologicamente sus-tentável.

Realizar, participar, promover, oportunizar e difundir atividades edu-cativas, culturais e científicas, através de congressos, conferências, seminários, cursos de capacitação, treinamentos, feiras, exposi-ções e mostras que divulguem os objetivos do instituto.

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Para a produção deste livro, agradecemos:

Aos ribeirinhos, que abriram suas propriedades para que os trabalhos de educação ambiental, monitoramento e limpeza no rio fossem realizados, em especial às famílias Bianchi, Brunetto, Capra e Poletto.

A todos os voluntários pela dedicação durante as atividades do projeto.

Aos apoiadores que auxiliaram na realização das metas do projeto.

À 2ª Vara de Execuções Criminais (VEC) – Fórum de Erechim que desde 2010 participa deste trabalho com a presença efetiva de prestadores de serviços à comunidade.

Aos prestadores de serviços à comunidade que se fizeram presentes e auxiliaram ativamente nas atividades do projeto.

Durante o ano de trabalhos de limpeza do rio, realização de cursos, eventos, palestras, oficinas, exposições, distribuição de materiais educativos e outras ações a realização deste projeto foi possível devido a motivação dos grupos voluntá-rios envolvidos.

Ao patrocinador Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (CFDD) / Ministério da Justiça que possi-bilitou a realização deste trabalho.

Alguns parceiros da ELOVERDE®

2ª. Vara das Execuções Criminais (VEC) – Fó-rum, Comarca de Erechim. Garante a utilização de mão de obra dos prestadores de serviços comunitários (PSC-VEC) em atividades de projetos sócio ambientais desde 2010.

Ministério Público Estadual (MPE/RS) – Comarca de Erechim mentor do projeto Revitalização dos Rios de Erechim juntamente com o Fórum – VEC.

Comitê de Bacia Hidrográfica Apuaê-Inhandava CBHAI/SEMA - É a entidade depositária dos recursos do Comitê (2010-2014). Neste projeto a ELOVERDE® tem o apoio institucional do Comitê que é formado por várias instituições que já trabalham com o instituto.

Meios de comunicação (jornais, rádios e TV) - Fir-maram termo de compromisso com a ELOVERDE® para divulgação dos projetos e atividades educativas e sócio ambientais desde a etapa 1 do projeto Revitalização dos Rios de Erechim.

Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS) - Par-ceria em cursos e eventos de qualificação profissional.

Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) - Desde 2008 possui convênio com a ELO-VERDE® para estágios e desenvolvimento de projetos.

CEMAP-UNOPAR - Parceria em cursos e eventos de qualificação profissional.

Outras instituições são parceiras para eventos e progra-mas pontuais.

Utilidade Pública Federal: Portaria 2.420/2012

Utilidade Pública Estadual: Lei Estadual 2358/2006

Utilidade Pública Municipal: Lei Municipal 4.550/2009

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ApresentaçãoÉ um mistério, um desafio que só pode ser vivido por cada um de nós a passagem para o mundo de trocas onde cada um dá o melhor de si para servir a vida e aceita receber do universo as respostas que mostram o caminho para a evolução.

Se torna uma indagação antropocêntrica e nos parece egoísta quando nós é quem decidimos, fa-zemos e interferimos unilateralmente sobre a vida conforme humor e interesse.

Embora a resposta pareça simples, nos leva a re-fletir sobre o que estamos fazendo para que pos-samos ter de volta um local livre de poluição e pro-tegido das agressões resultantes da ação humana.

Deve caber uma resposta do tipo não estamos sós. O mundo não está para nos servir. Faz-se neces-sário sairmos da relação unilateral com a natureza, para uma atitude solidária. Um rio usado e transfor-mado em esgoto continua sendo um rio!

Deve ser uma intenção coletiva de ter mais cui-dado com o que nos cerca e enfim podermos nos deliciar com os sons da água, dos pássaros, com a impressão visual da sombra das árvores, com o perfume do mato. Sentir, ouvir, cheirar, tocar, poder explorar os sentidos num ambiente natural....

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Parte IEducação Ambiental e Comunicação

Parte IvGestão Ambiental e Política Pública

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Parte IIRecuperação de área degradada com plantio de mudas nativas

Parte IIIContenção social do lixo através

de redes

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REVITALIZAÇÃO DOS RIOS DE

ERECHIM

O projeto REVITALIZAÇÃO DOS RIOS DE ERECHIM, etapa 1 (2010-2011) envolveu atividades nos Rios Ti-gre, Suzana e Dourado, perfazendo 84 km em 28 eta-pas em 10 meses.

O processo da revitalização dos rios de Erechim se deu através do mapeamento de cenários, educação am-biental da comunidade do entorno e da sociedade civil e da limpeza física (retirada dos resíduos sólidos).

Assim, mais de 64 toneladas de resíduos foram reti-radas dos rios, em 19 ações, com 140 voluntários treinados em 1,4 mil horas de trabalho dedicados à limpeza dos três rios. Ao mesmo tempo, 133 ativida-des de educação ambiental levaram informações a um público estimado de 216 mil pessoas.

A campanha de comunicação utilizou os meios de co-municação de forma intensa (rádio, jornais, TV) e redes sociais através de vídeos, spots e reportagens, intensi-ficando a comunicação e interação durante o projeto.

O trabalho foi propositivo e dentre as propostas de continuidade - dar atenção em ações no Arroio Tigre - se constituiu sua continuidade em 2014-2015 com o questionamento “Que Rio Queremos?”.

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PREMIAÇÕES

Prêmio ANA - o projeto Revitalização dos Rios de Erechim obteve o 1º. Lugar no Brasil na categoria organizações não governamentais em 2012 através da Agência Nacional das Águas - ANA, órgão gestor das águas.

Certificado de Práticas Inovadoras em Revitalização de Ba-cias Hidrográficas em 2010 do Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano.

Troféu Castelinho é uma honraria do poder legislativo do município de Erechim a trabalhos e entidades que destacam o nome da cidade no país e exterior (2012).

Estes prêmios nos deram credibilidade e possibilitaram dar continuidade ao projeto em 2014 e 2015.

Prêmio ANA

Troféu Castelinho

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QUE RIOQUEREMOS?

“Que Rio Queremos?” é o questionamento proposto pela etapa dois do Projeto Revitalização dos Rios de Erechim, realizado pela Eloverde e patrocinado pelo Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (CFDD), do Ministério da Justiça (2014-2015).

O projeto propôs a limpeza do Arroio Tigre através de 2 ações conjuntas: Instalação de redes de contenção de resíduos com monitoramento permanente e ações de limpeza do entorno dos pontos de redes com grupos de voluntários pré-agenda-dos. Foi realizado o plantio de 2.000 mudas nativas em Áreas de Preservação Permanente (APP) do entorno do Arroio Tigre. Para culminar foram realizados cursos de Gestão e Educação Ambiental voltado a professores, gestores e acadêmicos, com objetivo de qualificá-los em sua prática profissional. Além disso, inúmeras ações de educação ambiental foram realizadas em escolas, empresas, universidades com palestras, oficinas, ex-posições, eventos e distribuição de material educativo.

O projeto, que teve a duração de um ano, intensificou ações no Arroio Tigre em área geográfica previamente selecionada a qual chamamos de área crítica do projeto.

O projeto teve o intuito de se integrar à política pública mu-nicipal de gestão dos recursos hídricos e hoje faz parte das ações prioritárias previstas no plano de gestão da microbacia de abastecimento público da cidade de Erechim do Comitê de Bacia Hidrográfica Apuaê-Inhandava.

Mais uma vez, o uso intenso das ferramentas de comunicação se fez presente com objetivo de intensificar o conhecimento, a comunicação e a interação entre as pessoas sobre a realidade do Arroio Tigre.

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Educação Ambiental e Comunicação

PARTE IPARTE I

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OBJETIVOS A partir das propostas para Educação Ambiental advindas da etapa 1 aqui apresentadas:

DAR CONTINUIDADE ao programa de Educação Ambiental do projeto Revitalização dos Rios de Erechim mantendo o foco no público adulto (gestores, professores, estudantes, trabalhadores) do município de Erechim. A aplicação do programa mostrou-se consistente e apresentou como resposta a sensibilização da sociedade quando esta se deparou com imagens da realidade local.

INFORMAR, COMUNICAR, INTERAGIR com a sociedade através dos meios de comunicação e mídia digital com campanhas objetivas que instrumentalizem o cidadão para gerar novas atitudes frente às questões ambientais.

INSTRUMENTALIZAR professores com práticas de Educação Ambiental para que se transformem em multiplicadores na sociedade.

DESENVOLVER programas e ações de educação ambiental para diferentes públicos que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos.

A Educação Ambiental com limpeza do Arroio Tigre através de grupos pré-agendados manteve o objetivo de informar, comunicar e interagir com a sociedade sobre a separação e coleta seletiva dos resíduos domésticos e uso racional da água através da vivência de limpar o Arroio Tigre priorizando o público adulto.

A forma como foram realizadas as atividades com grupos pré-agendados para educação e limpeza do Arroio Tigre facilitou a iniciativa de grupos de pessoas que se disponibilizaram voluntariamente.

Esta estratégia mostrou-se eficiente e possibilitou a diversificação do público participante, permitiu que os mais diversos grupos sociais pudessem se fazer presentes. Assim tivemos presença de cida-dãos de todos os bairros e camadas sociais de Erechim.

A divulgação através dos meios de comunicação facilitou e ampliou o engajamento e a motivação na participação dos grupos.

METODOLOGIAO programa de Educação Ambiental do projeto foi desenvolvido em sete etapas:

1. Mantidas parcerias com objetivo de mobilizar as lideranças locais que poderiam co-laborar no processo de dinamização das ações propostas: Fórum – Vara das Execuções Criminais (VEC) - Comarca de Erechim, Ministério Público Estadual - Comarca de Erechim, meios de comu-nicação (rádios, jornais, TV, mídias digitais), UERGS, Brigada Militar, Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros, CBHAI - Comitê de Bacia Hidrográfica Apuaê-Inhandava e Secretaria Municipal de Meio Ambiente-SMMA.Estabelecimento de novas parcerias com universidades como UFFS - Universidade Federal Fronteira Sul e CEMAP - UNOPAR para realização de cursos e eventos de Educação Ambiental.

2. Lançamento do projeto para a comunidade com objetivo de dar início oficial ao processo de informar, comunicar e interagir com a sociedade civil e a comunidade do entorno do Arroio Tigre.

3. Elaboração de material didático utilizado nos cursos, oficinas e demais ações, material para distribuição e apoio na realização das atividades, o material elaborado foi dirigido prin-cipalmente ao público adulto (comunidade em geral, lideranças, professores, acadêmicos) do espaço urbano.

4. Ações de Educação Ambiental com a comunidade.

5. Comunicação

6. Evento de encerramento realizado para divulgar os resultados alcançados pelo projeto.

7. Documentário e relatório final

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AÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM O PÚBLICO ADULTO

GRUPOS PRÉ-AGENDADOSA Educação Ambiental com Limpeza do Arroio Tigre teve o ob-jetivo de informar, comunicar e interagir com a comunidade do entorno do Arroio Tigre e sociedade civil referente a separação e coleta seletiva dos resíduos domésticos e uso racional da água através da vivência de limpar o arroio juntamente com voluntá-rios, prestadores de serviços comunitários (PSC-VEC), e equipe técnica da Eloverde.

As atividades de limpeza foram efetuadas em datas pré-estabele-cidas, com diversos grupos de universidades, empresas, escolas e outros que fizeram a retirada dos resíduos dispostos às mar-gens e leito do arroio.

As ações de limpeza sempre foram precedidas por uma oficina de campo, in loco, apresentando a realidade dos recursos hídricos e resíduos gerados pela comunidade com orientação de educa-dores ambientais. Ainda foram dadas instruções para o trabalho em equipe, segurança física e uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

As atividades foram desenvolvidas no entorno de quatro pontos pré-definidos pelo mapeamento com a presença de um técnico responsável e coordenador do trabalho. Os voluntários usaram EPI’s e embalagens para coleta dos resíduos. O material foi co-letado pela mão humana, em ambiente seguro e de fácil acesso sem equipamentos específicos.

Após identificação, classificação e quantificação dos resíduos estes foram encaminhados à destinação final para a central de triagem do aterro municipal pela Prefeitura Municipal conforme termo de compromisso firmado no início do projeto.

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Foram realizadas 20 ações de Educação Ambiental com Limpeza do Arroio Tigre, com

513 voluntários e retirada de 28,2 toneladas de resíduos.

GRUPOS QUE PARTICIPARAM DAS AÇÕES DE EA E LIMPEZA NO ARROIO TIGREAIESECCEMAP - UNOPARCFC - JATCLUBE DE DESBRAVADORES DA ARAU-CARIA CLUBE DE DESBRAVADORES GIGANTES DE BETEL CLUBE DE DESBRAVADORES ÓRIONESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁ-SICA DR. SIDNEY GUERRAESCOLA ESTADUAL ENSINO MÉDIO DR. JOÃO CARUSOESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUN-DAMENTAL DOM PEDRO IIESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUN-DAMENTAL LUIZ BADALOTTIGARRA PRÉ- VESTIBULAR ERECHIMIFRS SERTÃO PALUDO AGRONEGÓCIOS SUPERMERCADO CAITÁUPF - ETAMB

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AS OFICINAS DE EDUCAÇÃO

AMBIENTAL“Uso racional da água e separação do lixo doméstico” foram temas abordados durante as 11 oficinas realizadas quando se apresentou e discutiu a realidade local da gestão das águas (bacia hidrográfica, consumo, tratamento de esgoto).

Erechim consome 24 milhões de litros de água/dia 237 litros por pessoa/dia.Fonte: CORSAN, 2015

Quanto à gestão de resíduos sólidos discutiu-se o processo de im-plantação do Plano Municipal de Resíduos Sólidos, coleta seletiva, logística reversa (art. 33. LF 12.305/2010) e política pública.

Erechim produz 70 toneladas de lixo orgânico20 toneladas de lixo seco.Fonte: SMMA, 2015

Nas oficinas os participantes tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas, participaram de jogos e dinâmicas o que tornou a atividade informativa, lúdica e agradável.

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As atividades de Educação Ambiental ocorreram em escolas, universidades, grupo de rotarianos, supermer-cados, igrejas, CEU-Centro de Artes e Esportes Unifi-cados, grupos de 3ª idade e Centro de Formação de Condutores.

As exposições de banners, fotos e vídeos ocorreram em universidades, empresas e eventos culturais com distribuição de brindes e material educativo.

Através das atividades de Educação Ambiental foi pos-sível divulgar o trabalho da Eloverde, atrair voluntários que aos poucos puderam conhecer os projetos desen-volvidos, participar das ações e conhecer a realidade ambiental local.

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As atividades de Educação Ambiental foram realiza-das de forma informal, através de oficinas, palestras, dinâmicas e visitas in loco e atividades de limpeza com grupos. As atividades seguiram um cronogra-ma pré-agendado, e programado de forma coerente com a demanda das ações propostas ao longo do trabalho.

ATIVIDADES EXTRAS DE EDUCAÇÃO

AMBIENTAL Também foram realizadas 28 atividades extras,

dentre elas:

11 oficinas,

2 palestras,

2 exposições,

11 apresentações do projeto e

1 participação em evento

Totalizando 2.750 participantes.

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COMENTÁRIOSEmbora os grupos que se sucederam demonstras-sem entusiasmo e motivação em estar participan-do das atividades ainda se percebe resistência em fazer mais. Isto é, não há continuidade.

A percepção das pessoas é de que tem de educar as crianças, pois elas são o futuro e aí as coisas poderão mudar. O adulto se exclui da solução.

As pessoas ignoram que as escolas estão traba-lhando intensamente com a temática ambiental há tempos e quando em campo, durante as atividades comentam com veemência a necessidade de edu-car “as crianças”.

Outro comentário anotado é quanto a gestão e po-lítica pública na área ambiental que não é percebi-da pelo cidadão. As pessoas ficam impressionadas frente à realidade que experimentam e questionam onde está o poder público que permite que as águas estejam tão contaminadas e com resíduos.

Tivemos a presença de acadêmicos de universida-des de cidades vizinhas que consideraram a ativi-dade uma experiência rica de leitura da realidade e útil para suas formações. Além disso, outros muni-cípios tiveram participação em algumas atividades, conheceram o projeto e fizeram uma correlação com a realidade do seu município, concluindo que este trabalho poderia ser adaptado a sua realidade.

As pessoas que participaram das atividades de Educação Ambiental com Limpeza do Arroio Tigre pouco conheciam da realidade o arroio, e ao se de-parar com uma realidade adversa um sentimento de euforia tomou conta.

O projeto atingiu o objetivo em relação ao núme-ro de voluntários participantes, que representaram pessoas advindas de diferentes locais e classes so-ciais do município.

As atividades pré-limpeza (oficinas de educação ambiental em campo) foram de grande relevância, pois houve troca de informações entre voluntários e participantes, discussões e questionamentos com relação à gestão da água e do lixo.

A ação governamental é fundamental para minimi-zar a contaminação das águas através da implan-tação do sistema de tratamento de esgoto, porém o lixo no rio independe do poder público. Basta não jogar!

PROPOSIÇÕESMANTER de forma permanente ações de educa-ção ambiental junto às comunidades ribeirinhas do espaço urbano.

CRIAR E PRODUZIR material educativo e infor-mativo diverso para distintos públicos voltado à sustentabilidade.

DAR CONTINUIDADE ao processo de comuni-cação que permita a interação entre as pessoas e a discussão das questões ambientais locais de forma a interferir nas políticas públicas.

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DEPOIMENTOS DOS PARTICIPANTES “Ficamos surpresos por um rio tão grande e que antes abastecia o município de Erechim estar desta forma. É até uma falta de respeito”.Eduarda Costa , acadêmica do curso de Gestão Am-biental IFRS- Sertão.

“Aqui está retratada a realidade de muitas cidades, não apenas de Erechim. Por isso acho que estas atividades são importantes para promover a educação ambiental da população”.Flávia Mezalira, acadêmica do curso de Gestão Ambien-tal IFRS- Sertão.

“Para os moradores deve ser muito difícil. Acredito que antigamente eles ou os pais podiam aproveitar o rio e até mesmo brincar nele. Imagino que hoje eles também gos-tariam que os netos pudessem fazer isso, mas não dá”.Heberty França do Nascimento, 17 anos, estudante da Escola Dr. Sidney Guerra.

“Já entramos em contato com a Eloverde para dar con-tinuidade a esse trabalho em forma de oficinas e mesmo palestras”.Adriana Perdomini Geraldo, vice-diretora da Escola Dr. Sidney Guerra.

“...a função da escola é devolver cidadãos conscientes para que esse lixo diminua e a separação comece em casa, afinal isso é o mínimo que podemos fazer”.Roberta Mânica de Lara,professora da Escola João Ca-ruso.

“É uma sensação muito boa poder ajudar”.Wallinson Xavier, 13 anos, estudante da Escola João Ca-ruso.

“Em toda a minha carreira como professora ensinei aos meus alunos, desde a pré-escola, que o lixo tem que ser cuidado, que faz parte da nossa vida e vai fazer parte do futuro. Na sala de aula você ensina, mas se você traz para a natureza para fazer esta atividade, se torna em um marco na vida deles, é para sempre. Aí sim eles vão cuidar do lixo, começando pela cozinha, ou seja, pelo

que produzem”.Rita Suzete Maia, professora, Escola Municipal Luiz Ba-dalotti.

“Terminando este ciclo, o que percebemos é que os colaboradores estão muito revoltados com a situação e isso é muito bom, quando instigamos as pessoas a participarem da limpeza e verem o que está errado, atin-gimos o objetivo. Era isso que nós queríamos, fazer com que eles pensem, divulguem e tenham a certeza de que o que acontece com o Rio Tigre não é certo”.Keli Paludo, empresária.

“Em cinco minutos retiramos do rio bolsas e bolsas de lixo. [O despejo do material no local] é algo que está pre-judicando a todos, não apenas ao meio ambiente, mas a nós também”.Bruno Canabarro, 16 anos, voluntário.

“Resolvemos participar da atividade, pois achamos que podemos colaborar com o planeta de alguma forma”.Lidiane Steink, 15 anos, voluntária.

“Foi muito legal, com certeza vou contar para os meus amigos e eles também vão querer participar”.Ágata Prestes, 14 anos, estudante Escola Luiz Badalotti.

“Na chegada percebemos o quanto a população ere-chinense não preserva a água que possui. É importante que levemos para outras pessoas o que estamos pre-senciando neste momento, pois todos nós temos a obri-gação de preservar esta fonte de vida que temos em Erechim. Me sinto muito importante em fazer parte deste trabalho de hoje, onde certamente estarei contribuindo para que tenhamos uma água mais saudável”. Jair e Rejane Sadovnik, voluntários.

“Hoje, os vizinhos se reúnem em três ou quatro e con-tratam o serviço de tele entulho, que vai carregar o lixo que antes era poderia ir parar no rio. Como cada um não tem condições de pagar o serviço individualmente, eles dividem os custos. Moro no bairro Progresso desde que tinha oito anos. Era uma experiência muito bonita, que sempre conto para as minhas filhas. Hoje isso não é mais possível. Muitas pessoas não têm a noção de que estão prejudicando o rio, um lugar que poderia ser preservado e usufruído pelos próprios filhos”.Matilde Duarte Vizzotto.

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EDUCAÇÃOAMBIENTALA Educação Ambiental (EA) é parte do movimento ecoló-gico. Surge da preocupação da sociedade com o futuro da vida e com a qualidade da existência das presentes e futuras gerações. Nesse sentido podemos dizer que a EA é herdeira direta do debate ecológico e está entre as alternativas que visam construir novas maneiras dos grupos sociais se relacionarem com o meio ambiente. A formulação da problemática ambiental foi consolida-da primeiramente pelos movimentos ecológicos, estes foram os principais responsáveis e analisadores da crise como uma questão de interesse público, ou seja, que afeta a todos e que depende o futuro das sociedades.

Dessa maneira, a EA é tida inicialmente como preocupa-ção dos movimentos ecológicos como uma prática de conscientização capaz de chamar a atenção sobre à má distribuição no acesso aos recursos e a sua finita dispo-nibilidade e envolver os cidadãos em ações sociais am-bientalmente apropriadas. E é num segundo momento que a EA se transforma em uma proposta educativa no sentido de dialogar com o campo educacional com suas tradições, saberes e teorias.

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VOLUNTARIADOEstudo realizado pela Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, definiu o voluntário como ator social e agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade, doando seu tempo e conheci-mentos, realiza um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter reli-gioso, cultural, filosófico, político, emocional.

Segundo definição das Nações Unidas, “o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem re-muneração alguma, a diversas formas de atividades, orga-nizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos”.

Por que ser um voluntário?Ajudar a resolver parte dos problemas sociais do Brasil.Sentir-se útil e valorizado.Fazer algo diferente no dia a dia.54% dos jovens no Brasil querem ser voluntários, mas não sabem como começar.

“O voluntariado exerce o que você tem de melhor e lapida cons-tantemente a melhor versão sua no papel do mundo. Voluntaria-do é algo chamado: atitude’’. Jonas Sakamoto

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CURSO PARA PROFESSORES EM GESTÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O curso voltado para professores almejou qualificar docentes para este trabalho educativo e sensibilizador através da elaboração pro-jetos de Educação Ambiental.

Foram realizados cinco cursos presenciais de 16h com 150 par-ticipantes vindos de 16 municípios da região (Erechim, Marcelino Ramos, Barra do Rio Azul, Áurea, Charrua, Severiano de Almei-da, Barão de Cotegipe, Chapecó, Sertão, Viadutos , Sananduva, Xaxim, Ipiranga do Sul, Barão de Cotegipe, Getúlio Vargas e Esta-ção). Como resultado foram produzidos 15 projetos e nove artigos que foram publicados no livro “Práticas de Educação Ambiental: experiências através de projetos”.

Nos projetos desenvolvidos tivemos 801 participantes diretamente envolvidos e 525 participantes indiretamente envolvidos o que de-monstra o efeito multiplicador dos projetos realizados.

Participaram docentes de duas escolas municipais de ensino fun-damental (EMEF Luiz Badalotti, EMEF D Pedro II) e quatro esco-las estaduais de ensino médio de Erechim (EEEM José Bonifácio, EEEM Helvética Rotta Magnabosco, EEEM Jaime Farina, EEEM Érico Veríssimo), ainda acadêmicos de diversos cursos de cinco universidades da região (IFRS, UNOCHAPECÓ, UNOPAR, UFFS e UERGS) e representantes do poder público (Secretaria de Meio Ambiente de Chapecó/SC, Secretaria Municipal de Educação de Erechim/RS).

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Depoimentos dosparticipantes nos cursos“Gostei muito do curso. As profissionais repassaram o conteúdo de uma maneira muito fácil de entender. A questão ambiental é de grande responsabilidade e é preciso gostar muito de fazer o que estão fazendo, com relação à revitalização do Rio Tigre. Para mim, a gestão ambiental é uma questão que engloba a cidade, o meio ambiente e também a economia do município”. Camila Parcianello.

“Muito bons os projetos desenvolvidos e a possi-bilidade de participar do projeto desenvolvido pela Eloverde”.Danieli Brandler.

“Teoria e prática muito bem relacionadas”. Cibele Lucia Bombardelli

Publicação dos artigos gerados através do curso no livro: “Práticas de Educação Ambiental: Experiências através de projetos”.

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COMENTÁRIOSAs escolas têm trabalhado com seus alunos as questões ambientais emergentes não só pela atu-alidade do tema, mas também por exigência legal.

Observa-se o esforço dos professores em abordar a complexidade da temática ambiental e trazê-la para o cotidiano local.

Há necessidade de estimular os docentes a ampliar suas práticas pedagógicas qualificando-as e prin-cipalmente associar à teoria a prática da vida real.

Em nossa experiência e contato com escolas e uni-versidades observamos a vontade dos docentes em participar de ações formativas que os instru-mentalizem com práticas sustentáveis de educa-ção ambiental.

Percebemos dificuldades com relação à articulação entre os conteúdos disciplinares e as temáticas só-cio ambientais.

No processo de escrita dos projetos merece des-taque o princípio da autoria por parte do grupo de professores, uma vez que potencializa o planeja-mento coletivo de projetos de trabalho, buscando reconstruir os sentidos atribuídos a metodologias integradoras.

Percebeu-se claramente uma grande dificuldade dos grupos: divergência entre o que se pretende com o projeto (aquilo que o professor tem em men-te) e o que se registra (documento escrito).

Este fato nos mostra fragilidades no processo de formação e o quanto ainda é necessário desafiar os docentes a realizar registros da sua prática pe-dagógica.

Parece que o documento escrito (projeto) serve apenas como um registro burocrático sem a devida

relação com a organização e direcionamento das atividades.

Este fato é exemplificado quando algumas escolas iniciam ações do projeto sem ter concluído o pro-cesso de planejamento.

Neste sentido, fica evidente nas propostas de EA registradas nos projetos a coexistência de tendên-cias de EA comportamental e de cunho popular.

É urgente problematizar os processos formativos para enfrentar o reducionismo que se apresenta em muitas práticas educativas ambientais: a ênfase na ação, enquanto uma prática educativa pouco refle-xiva ou a supervalorização da teoria em detrimento da prática.

Fica a pergunta: o que a escola pode fazer como ambiente educador e formador para envolver, mo-tivar e gerar uma geração de indivíduos com atitu-des mais sustentáveis?

PROPOSIÇÕESCONTINUAR com o processo formativo de do-centes em relação à construção de projetos con-sistentes que possibilitem evidenciar a prática educativa reflexiva e instrumentalizá-los com meto-dologias para práticas de educação ambiental.

INCENTIVAR E FACILITAR registros e publica-ções das práticas pedagógicas dos docentes.

DIVULGAR amplamente as práticas de Educação Ambiental criadas e iniciadas nas escolas à comu-nidade.

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52 53

COMUNICAÇÃOCOMO FORMA DE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Nas páginas dos jornais, na tela da TV, no rádio e na internet, o Projeto Revitalização dos Rios de Erechim ganhou ainda mais visibilidade em sua segunda etapa. O espaço concedido pela impren-sa ratificou a missão da comunicação de difundir o conhecimento e fortalecer a educação ambien-tal. Por meio de reportagens, publicações no blog (querioqueremos.com) e na página da Eloverde no Facebook (facebook.com/eloverde.ambiental) a interação com a população foi ampliada, contri-buindo para a transparência das ações do projeto e atraindo novos participantes.

Outras ferramentas de comunicação, como out-doors, placas educativas, spots de rádio, vídeos, banners, discos de educação ambiental, DVDs, mousepads, cadernos e encartes contribuíram substancialmente para a divulgação das ações do Projeto e expuseram à comunidade a problemática do lixo, apontando soluções para a questão.

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MÍDIA IMPRESSAE ONLINE51 Releases produzidos

Blog - querioqueremos.com Desenvolvido em outubro de 2014, o blog querio-queremos.com objetivou a divulgação de todas as atividades realizadas durante a segunda etapa do Projeto Revitalização dos Rios de Erechim, além de disponibilizar aos participantes o calendário de atividades e oferecer à imprensa subsídios para a realização de reportagens.

63 publicações16.230 visualizações

FacebookAvançar na interação com os internautas foi um dos grandes desafios de comunicação desta etapa do Projeto Revitalização dos Rios de Erechim. Desta forma, estar presente em uma das mais importan-tes redes sociais da atualidade foi essencial para aproximar-se de voluntários, parceiros e admirado-res do trabalho.

115 postagens 36.000 visualizações

YoutubeUtilizado desde a primeira etapa do Revitalização dos Rios de Erechim, o canal da Eloverde no You-Tube reúne todos os vídeos provenientes de ações desenvolvidas. No espaço, o internauta pode assis-tir e compartilhar o material disponibilizado.

Blog

FacebookYoutube

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Placas educativas Com o intuito de sensibilizar a população sobre a importância da recuperação do Arroio Tigre e incen-tivar boas práticas na gestão compartilhada da água e dos resíduos sólidos foram instaladas 12 placas educativas em comunidades e bairros do entorno do rio.

OutdoorsSeis outdoors foram instalados em pontos de gran-de circulação no município de Erechim. Em um de-les, resíduos retirados das redes de contenção fo-ram fixados e chamaram a atenção de quem passou pelo local. O material ficou exposto durante um mês e além de impactar a população também reforçou o convite à participação no projeto.

Basta não jogar!

RIO TIGRE

Seja um Cidadão Consciente!

Economize e combata odesperdício de água nas

diversas atividades diárias

Instale tratamento primáriode esgoto (fossa séptica e

filtro na residência)

Tenha um reservatóriode água (caixa d’água

e cisterna)

Cuide das instalações hidráulicas e lave a caixa d’água a cada seis meses

Reduza a geração de lixo e separá-lo na fonte

Reutilize e reciclepapéis e óleo usado Faça compostagem

Descarte o lixo perigosonos pontos de coleta

Lei Federal 12.305/2010

Lei Municipal 3.017/1997

RIO TIGRE

É FÁCIL MUDAR ESTA REALIDADE!

Basta não jogar!

recuperação de mata ciliar em pontos críticos do rio tigre

ação de retirada do lixo no rio tigre

contenção de resíduos sólidos no rio tigre

cursos em gestão e educação ambiental

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Spots de rádioDe quem é o rio, irmão? O rio é nosso!De quem é o compromisso então? O compromisso é nosso!Compromisso de cuidar do rio, cuidar da nascente. Compromisso com a preservação do meio ambien-te. Até aqui tá bom, pensa daqui pra frente, os teus filhos, teus netos, a tua gente.Tá de bobeira, irmão? Vou te falar um negócio: o rio é teu, é meu, o rio é nosso.

Rapper: Deivisom Camargo

O rio Tigre já foi, limpo e azul como o mar.Para voltar a ser, é fácil você ajudar, o rio Tigre.Não jogue lixo, pois não é lugar.Preservar o rio Tigre.O meio ambiente vamos cuidar.Venha fazer parte dessa mudança, pelo nosso rio Tigre.

Autoria: Júlio Miotto

Veiculados em todas as rádios durante o projeto

VÍDEOS

Mousepads

Discos de educação ambiental

Banners

Encartes

Os banners foram produzidos para serem utilizados durante as atividades de Educação Ambiental, e servem também para comunicar as etapas do projeto, quando de exposições e palestras.

Apresentar de forma resumida os momentos mais significativos do projeto Revitalização dos Rios de Erechim - continuidade. Essa foi a motivação para a produção de dois mil encartes distribuídos à co-munidade.

Page 31: Que Rio Queremos?

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COMENTÁRIOSA imprensa local demonstrou-se bastante receptiva ao projeto. Jor-nais impressos, sites e emissoras de rádio divulgaram amplamente as ações realizadas.

Estima-se que 62 mil pessoas tenham sido alcançadas por meio de ações de comunicação das mídias impressa e online.

O uso de ferramentas de mídia online (blog, Facebook, You Tube) foi essencial para ampliar a interação com o público.

Outdoors, placas, banners e spots de rádio também se demonstra-ram produtos de comunicação eficientes na divulgação do projeto.

Os materiais educativos distribuídos ao público (discos, mousepads, dvds, cadernos e encartes) serviram como complemento às ações de educação ambiental. Além de serem materiais de comunicação, serviram para informar e interagir com a comunidade sobre as ques-tões ambientais locais.

Ao fortalecer o slogan “Que Rio Queremos?”, a segunda etapa do Projeto Revitalização dos Rios de Erechim provocou maior reflexão da população acerca das problemáticas abordadas.

O projeto evidenciou, novamente, que comunicação e educação ambiental precisam andar juntas, ampliando o público atingido, mo-bilizando novos grupos e fortalecendo a rede de ação.

PROPOSIÇÕESCONTINUAR A INFORMAR, COMUNICAR, INTERAGIR com a sociedade através dos meios de comunicação e mídia digital com campanhas objetivas que instrumentalizem o cidadão para gerar no-vas atitudes frente às questões ambientais.

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Recuperação de área degradada com plantio de mudas nativas

PARTE IIPARTE II

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RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA COM PLANTIO DE MUDASNATIVASAinda referente às propostas do trabalho realizado em 2010-11 citamos,

CONTINUAR os trabalhos de sensibilização da população ribeirinha e do entorno, para a conser-vação das matas ciliares e do ecossistema, e que se respeite as distâncias legais das margens.

Nosso trabalho destinou-se a recuperar áreas que sofreram degradação por invasão inadequada da APP.

O plantio das mudas visa amenizar os impactos causados ao meio ambiente, bem como adequar essas áreas a legislação cabível. As atividades de plantio destinaram-se a orientar e especificar as ações que devem ser planejadas, projetadas e re-alizadas para recuperar a mata ciliar cujas caracte-rísticas originais sofreram alterações.

O processo de eliminação de florestas pode resul-tar num conjunto de problemas ambientais, tais como: a extinção de espécies da fauna e da flora, mudanças climáticas locais, a erosão dos solos e o assoreamento dos cursos d’água.

A supressão vegetal de florestas nativas, além de desrespeitar a legislação, que torna obrigatória a preservação das mesmas, resulta em vários pro-blemas ambientais. As matas funcionam como filtros, retendo defensivos agrícolas, poluentes e sedimentos que seriam transportados para os cur-sos d’água afetando diretamente a quantidade e

a qualidade da água e consequentemente a fauna aquática e a população humana. São importantes também como corredores ecológicos, ligando frag-mentos florestais e, portanto, facilitando o deslo-camento da fauna e o fluxo gênico entre as popu-lações de espécies animais e vegetais. Em regiões com topografia acidentada, exercem a proteção do solo contra os processos erosivos (MARTINS: 2001, p.17).

A implantação de espécies florestais em extinção, frutíferas nativas, além das espécies de maior fre-quência na região irá contribuir com a diversidade, tornando o ambiente propício para a evolução do ecossistema degradado, além de possibilitar ali-mentos para fauna. O plantio se justifica também pela proximidade com o curso d’água.

O plantio de espécies de diferentes ciclos de cres-cimento propiciará a recuperação e proteção do solo, além da recomposição da flora local. Recom-pondo assim barreiras vegetais que venham a con-tribuir para evitar o desmoronamento de encostas e a restauração da flora da APP e a restauração dos corredores ecológicos.

Os objetivos específicos foram:

1 Recuperação de Área de Preservação Permanente – APP;

2 Recomposição da vegetação ciliar local;

3 Aumento da capacidade de resistência da área perturbada;

4 Adequação dos fragmentos restaurados às leis ambientais;

5 Proteção para o curso hídrico que sofre com os processos erosivos;

6 Proteção e fonte de alimentação para a fauna local;

7 Implantação de espécies florestais atrativas à fauna;

8 Introdução de espécies florestais ameaçadas de extinção.

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Caracterização dos locais do plantioA região de estudo está caracterizada sobre a clas-sificação climática, segundo a metodologia propos-ta por Köeppn: Cfa (clima subtropical mesotérmico úmido e verão quente). De acordo com Camargo (1991), o clima local é definido como temperado perúmido, caracterizado por temperaturas médias anuais de 17,5º C e sem estação seca definida. Na variação mensal das temperaturas, segundo es-tudos, verifica-se uma amplitude da temperatura média mensal entre 14,2 a 24,9 ºC (CARVALHO, UFRGS).

Os solos da região são classificados como neos-solos de acordo com o Sistema Brasileiro de Clas-sificação de Solos da EMBRAPA (1999), possuin-do pouca profundidade e baixa disponibilidade de água. Segundo o Sistema Brasileiro de Classifica-ção de Solos (1999), a classe de solo predominan-te na região é o Cambissolos.

Descrição dos ecossistemasA região onde se realizou a revegetação é descrita fitofisionomicamente como Planalto Médio. Sendo a vegetação original da área do tipo fitogeográfico denominado Floresta Ombrófila Mista e Estacional Decidual. Este tipo de formação vegetal se carac-teriza pela predominância da Araucária angustifólia no estrato superior e por intenso bosque no estrato intermediário, constituído principalmente por Lau-ráceas, Aquifoliáceas, Leguminosas, Mirtáceas e Sapindáceas.

Na parte inferior a este, ocorre um estrato arbó-reo contínuo, comumente denominado sub-bos-que dos pinhais, onde se destacam espécies de lauráceas amplamente dispersas por regiões dos três estados sulinos, como Ocotea puberula (ca-nela-guaiáca), Nectandra megapotamica (canela-

-preta), Nectandra lanceolata (canela-branca), Cry-tocarya aschersoniana (canela-pururuca), e Ocotea pulchella (canela-lageana). Além de espécies de outras famílias tais como: Cedrela fissilis (cedro), Cupania vernalis (camboatá-vermelho), Matayba elaegnoides (camboatá-branco), Vitex monteviden-sis (tarumã), Lamanonia ternata (carne-de-vaca) e Sloanea monosperma (sacopema), entre outras.

No que tange aos estratos das arvoretas e dos arbustos são originalmente caracterizados por es-pécies comuns em toda a região da Floresta Om-brófila Mista, onde ocorrem espécies como Ilex paraguariensis (erva-mate), Capsico dendrondinisii (pimenteira), Ilex theeznas (caúna), Casearia decan-dra (guaçatunga), Lithraea brasiliensis (bugreiro), Calyptranthes concinna (guamirim-ferro), Myrceu-genia euosma (guamirim) e Myrciaria tenella (cam-buí).

A região do Alto Uruguai (RS) vem sofrendo desde sua colonização, uma forte alteração antrópica e para o local a expansão urbana é o fator respon-sável pela quase total supressão e inexistência da vegetação original.

Page 35: Que Rio Queremos?

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Seleção das Espécies PlantadasA escolha das espécies utilizadas na recuperação teve como ponto de partida o levantamento florístico das formações florestais remanescentes próximas às áreas do replantio, respeitando-se as caracterís-ticas abióticas dos espaços a serem recuperados, tais como: classe de solo, clima, topografia, sistema hídrico. Além desses aspectos, seguiram-se tam-bém as diretrizes abaixo: - Plantio heterogêneo, combinando espécies dos diferentes estágios de sucessão (pioneiras, secun-dárias e clímax), adaptadas às condições locais jun-tamente a espécies de rápido crescimento;- A distribuição das mudas foi executada de tal for-ma que as espécies de rápido crescimento e adu-bação verde darão suporte para a proteção do solo e crescimento das pioneiras e secundárias iniciais. Além disso, as espécies que se desenvolvem melhor a sombra que são as clímax também favorecidas pelo sombreamento das pioneiras e secundárias.

As espécies vegetais plantadas foram classificadas em grupos diferenciados de acordo com as caracte-rísticas abaixo descritas:

- a exigência de luminosidade (heliófita e esciófita);

- a exigência de umidade (xerófila e hidrófita);

- a capacidade de fixação de nitrogênio (que são as plantas que exercem influência sobre a fertilidade do solo);

- plantas leguminosas com vasto sistema radicular ca-paz de conter erosões superficiais;

- plantas com frutos comestíveis (bagueiras), estas servem para abrigo e alimento para fauna;

Assim, o método por enriquecimento florestal con-sistiu em acrescentar mudas de espécies iniciais, se-cundárias e tardias conforme descrito na tabela da relação de vegetação plantada.

Page 36: Que Rio Queremos?

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Espécies plantadas e quantificaçãoNas áreas foi executado o plantio combinando-se espécies de diferentes grupos ecológicos. A tabela abaixo informa o nome popular, nome científico e quantidade plantada.

Nome científico Nome popular Característica QuantidadeEugenia pyriformis Uvaia Secundária 118Campomanesia guazumifolia Sete-capotes Secundária 148Pliniatrunciflora Jabuticaba Secundária 118Eugenia involucrata Cerejeira Secundária 118Campomanesia xanthocarpa Guabiroba Pioneira 118Myrcianthes pungens (Berg) Guabiju Pioneira 118Eugenia uniflora Pitanga Pioneira 168Psidium catleyanum Araçá Secundária 118Acca sellowiana Goiabeira-serrana Pioneira 118Morus nigra Amora-vermelha Pioneira 118Inga marginata Willd. Ingá-feijão Pioneira 118Inga vera Inga-banana Pioneira 118Rollinia sp Araticum Pioneira 118Parapiptadenia rigida Angico-vermelho Pioneira 149Patagonula americana Guajuvira Secundária 119Peltophorum dubium Canafistula Secundária 118

Total 2.000Legenda com as características dos diferentes grupos ecológicosP: Pioneira S: Secundária (Climática)

Cabe frisar que o número de cada exemplar teve uma pequena variação, porém observou-se a diversidade, a disposição, a homogeneidade e a distribuição dos exemplares nas áreas de APP onde foram plantados.

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Como se deu oreflorestamentoPara o plantio foi efetuada a abertura das covas com dimensões mínimas de 0,30 m x 0,20 m x 0,30 m em espaçamento de 3,0 m x 3,0 m, com ajuda de enxadão ou cavadeira e demarcadas as covas com estacas ou taquaras que também au-xiliam no tutoramento das mudas. Foi respeitado o alinhamento, medidas e ainda por final executado uma coroa de cerca de 30 cm de raio a partir da margem da cova visando eliminar plantas daninhas e facilitar a localização das covas conforme a figura abaixo:

Figura 1: Dimensões da Cova.

A adição de adubo é de suma importância, pois visa suprir as necessidades minerais iniciais da planta ajudando no estabelecimento do sistema ra-dicular e melhoramento da estrutura do substrato dos espécimes.

O plantio foi realizado da seguinte forma:

•Inicialmente foi retirado o recipiente que envolvia a muda, saco plástico ou tubete.

•Quanto a disposição da muda na cova: a muda ficou submersa ao solo até 3 cm acima do colo da planta, preenchendo totalmente a cova sem permi-tir espaços vazios em seu interior. Em seguida foi pressionado o solo para estabelecer contato com as raízes.

•Quanto a disposição das espécies para plantio: foram usadas espécies pioneiras (P) e secundárias (S) na proporção aproximada de 2 : 1, respectiva-mente. Cabe salientar que nem todas as áreas fo-ram usadas exatamente essa proporção, pois nas áreas próximas à mata há vegetação arbórea e a luminosidade não é tão intensa no local devido a encosta. Diante desse fato, para 70% das áreas de plantio foi utilizada a proporção aproximada de 1 pioneira (P) para 1 secundária (S).

•O plantio foi efetuado em períodos de temperatura amena e boa distribuição das chuvas.

P P S P P S P P S P P S P P S P P S P P S P P S P P SS P P S P P S P P S P P S P P S P P S P P S P P S P PP P S P P S P P S P P S P P S P P S P P S P P S P P SS P P S P P S P P S P P S P P S P P S P P S P P S P PP P S P P S P P S P P S P P S P P S P P S P P S P P SFigura 2: Layout do plantio

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RESULTADOS675 mudas Loteamento Rio Tigre

650 mudas EMEF Cristo Rei

575 mudas APP Lajeado Banhado

100 mudas CEU

2.000 mudas plantadas

349 voluntários participaram

Todo o trabalho de plantio foi prazeroso e envolvente com voluntários motivados e dedicados.

Page 39: Que Rio Queremos?

DEPOIMENTOS “Nos preocupamos muito com esta área e quando soube-mos que a Eloverde estava aqui nos propusemos a ajudar. Sabemos que nosso futuro depende da natureza, todas es-tas tragédias relacionadas ao clima são consequências da ação do homem” Sandra Aranda, voluntária.

“O futuro é a gente que faz. Se não cuidarmos do meio am-biente agora, mais tarde poderemos ficar sem nada”Bruno Canabarro, voluntário.

Page 40: Que Rio Queremos?

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COMENTÁRIOSNo atual momento se faz necessária a restauração das APPs, haja visto, que a população até pouco tempo não havia ain-da sentido os efeitos colaterais da falta de cobertura vegetal desses locais que são necessários para a preservação e ma-nutenção das mais variadas formas de vida.

A revegetação desses espaços é importante e necessária para garantir a qualidade ambiental dos ecossistemas que se encontram desprotegidos em parte ou totalmente devas-tados pelas ações antrópicas das mais diferentes naturezas desde a ocupação das terras locais pelos imigrantes.

O plantio das mudas fez parte da Educação Ambiental. Por meio dele se verifica na prática o quanto é importante cuidar dos ecossistemas próximos da cidade de Erechim.

Por fim, cabe frisar que o Arroio Tigre é formado por topogra-fia acidentada e essa vegetação exerce a proteção do solo contra os processos erosivos que levam ao assoreamento do leito do rio.

PROPOSIÇÕESDAR CONTINUIDADE ao plantio de mudas nativas em áre-as degradadas no entorno do Arroio Tigre.

MONITORAR o crescimento e a pega das mudas ao longo do tempo.

REALIZAR ações educativas referentes à recuperação e manutenção e conservação de áreas verdes e APPs junto a comunidade do espaço urbano e rural.

Page 41: Que Rio Queremos?

Contenção social do lixo através de redes

PARTE IIIPARTE III

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Dadas as propostas do trabalho anterior de

CONTINUAR O TRABALHO DE LIMPEZA DO ARROIO TIGRE nos pontos mais críticos (Bairro Progresso, Petit Vilage, Estevan Carraro), mapeando o ambiente do entorno e intensificando o trabalho de Educação Ambiental junto às comunidades ribeirinhas, conscientizando-os para os problemas gerados pelo lixo abandonado em locais impróprios.

CONTENÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS SÓLI-DOS jogados às margens e leito do Arroio Tigre nos pontos críticos definidos pelo trabalho realizado.

Além disso, sensibilizar a população quanto ao excesso de consumo de embalagens e produtos descartáveis e dos problemas gerados pelo descarte inadequado,

incentivando o CONSUMO SUSTENTÁVEL e aler-tando sobre as causas e consequências da crescente degradação dos ambientes.

CRIAR INFRAESTRUTURA que facilite o encami-nhamento dos diferentes tipos de resíduos domésticos pelo cidadão (resíduos tóxicos e resíduos que a coleta comum não recolhe).

ESTIMULAR, ENVOLVER E CRIAR ações proati-vas de contenção social do lixo nas comunidades do entorno do Arroio Tigre. Considerar os pontos críticos levantados no trabalho para o desenvolvimento de ações focadas na comunidade do local.

O trabalho desenvolvido foi inovador a partir da ins-talação e monitoramento de redes de contenção de resíduos que somado ao trabalho de educação e lim-peza com os grupos pré-agendados, potencializou a redução de resíduos no arroio.

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CONTENÇÃO DO LIXO Podemos considerar esta medida de contenção do lixo uma solução temporária para a retirada dos resíduos sólidos que vêm sendo descartados inde-vidamente no arroio pela população da cidade de Erechim – RS. De acordo com Silva et al. (2011), a população mundial vem crescendo em proporção inferior ao volume de lixo por ela produzido. Os re-síduos sólidos dispostos inadequadamente têm alto potencial poluidor, além de favorecer a proliferação de vetores transmissores de doenças infecciosas e de microrganismos patogênicos. Dentre os inúme-ros impactos ambientais negativos decorrentes des-sa prática, podemos citar a poluição dos mananciais superficiais e subterrâneos, a poluição atmosférica, a produção de odores desagradáveis, a poluição visual, a depreciação de propriedades, a queda do turismo e perda da qualidade de vida da população.

OBJETIVOS

1 Instalação de redes de contenção em quatro pon-tos do Arroio Tigre.

2 Identificação dos resíduos sólidos encontrados nas redes no período de agosto de 2014 a julho de 2015.

3 Efetivação, através de ações de coleta e limpeza, da retirada dos resíduos sólidos depositados nas re-des.

4 Registro fotográfico antes e após a efetivação do processo de retirada dos resíduos sólidos retidos nas redes.

5 Destinação dos resíduos sólidos.

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SOBRE OS PONTOSPara a escolha dos pontos, foi definido como se-gura a instalação em área considerada rural, locais onde o arroio passa por propriedades particulares, garantindo a integridade do material aplicado no lo-cal e acesso facilitado e protegido.

A determinação dos pontos para contenção de re-síduos ocorreu ainda na etapa 1 do Projeto Revi-talização dos Rios de Erechim a partir do conheci-mento da área, para cada ponto crítico P1, P2, P3 e P4 onde foram instaladas as redes de contenção.

Ponto 1 – Proximidade da Rua Virgílio Biollo(S:27o 39’ 38”.33W:52 o 15’ 03”.5 elevação: 652 m)

Localiza-se após o Bairro Progresso (cerca de 200 metros), onde o arroio passa em propriedade par-ticular. Neste ponto, em um dos lados da margem do arroio há propriedade rural com pocilga, cria-ção de frangos, porcos e vacas e, do outro lado,há presença de lavoura, além de novo loteamento

habitacional. A mata ciliar é escassa e a cada dia mais árvores estão sendo cortadas, ocasionando o desbarrancamento da margem. Há presença de moradias próximas às margens do arroio, algumas indústrias e uma ponte de acesso.

Ponto 2 – Junto à propriedade da Sra. Rita Poletto (S:27 o 39’ 42”.3W: 52 o 14’ 48”.4 elevação: 678m)

O arroio passa em propriedade particular e em am-bos os lados há presença de lavoura. A mata ciliar é escassa e limitada. Próximo ao arroio encontra--se o loteamento Rio Tigre, além de outras mora-dias e propriedades rurais. Neste ponto deságua o afluente do Arroio Tigre que passa pelo Bairro Es-tevan Carraro. Posterior ao ponto encontra-se uma ponte.

O ponto 2 é o mais prejudicado, pois além do es-goto e do lixo, recebe também o efluente do distrito industrial e um volume expressivo de terra resultan-te da erosão devido ao loteamento construído no local após desmatamento. As pedras e terra aca-bam descendo e assoreando o arroio. É mais um

ingrediente que obriga a retirada desta carga junto à tela instalada, com frequência. A cor da água do rio também é alterada devido ao deslizamento de terra da encosta do ponto 2.

Ponto 3 - Propriedade do Sr. Domingos Bian-chi, Rua Ângelo Parenti.(S: 27 o 39’ 36”.4 W: 52 o 14’ 37”.0 elevação: 670m)

O arroio passa em meio à propriedade particular. Há presença de lavoura e pouca mata ciliar. Ante-rior ao ponto encontra-se uma ponte. O fluxo do arroio ocorre em uma largura maior e mais rasa, portanto, apresentando situação de remanso.

Ponto 4 - Propriedade de Sra. Lourdes Bru-netto, próximo a pedreira Andretta.(S: 27 o 39’ 42”.3 W: 52 o 14’ 08”.5 elevação: 671 m)

O ponto situa-se em propriedade particular rodea-do por lavouras e com mata ciliar escassa. Ocorre

a criação de animais como porcos e galinhas. Nes-te ponto se situa a curva do arroio, há troncos de árvores caídas na calha, o que causa um significa-tivo acúmulo de resíduos. Além disso, os materiais são carreados para pontos onde há encalhamento. Adiante ao ponto encontra-se uma pedreira.

Page 45: Que Rio Queremos?

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Etapas definidas para AÇÃO DE RETIRADA DO LIXO do Arroio TigreEtapa 1 Instalação de redes de contenção do lixo nos pontos críticos selecionados do Arroio Tigre.

Etapa 2 Treinamento da equipe para traba-lho de retirada, separação e destinação dos resídu-os das redes de contenção.

Etapa 3 Monitoramento do volume e tipo de resíduos retirados nos pontos críticos.

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EQUIPE DE TRABALHOA equipe de trabalho foi formada pelos técnicos da Eloverde, prestadores de serviços comunitários e voluntários.Todos os participantes das atividades de monitoramento utilizaram os EPI’s fornecidos pela Eloverde como macacão jardineira com bota pan-taneiro, para profundidades de até 1 metro; calça plástica e galocha de borracha, para profundidades até 30 cm; mangote em material descartável para proteção dos braços como extensão da luva; luva PVC resistente e possível de ser higienizada ao fim de cada atividade.

Page 47: Que Rio Queremos?

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MATERIAL UTILIZADOTipos de redeA partir da realização de monitoramentos, foi possível propor no-vas sugestões e inovações tecnológicas para as redes de con-tenção do lixo presentes no Arroio Tigre. Ao longo do período de trabalho foram necessárias algumas adaptações para obter uma boa eficiência das redes instaladas nos quatro pontos, podendo assim conter um maior volume de resíduos.

Em um primeiro momento, a melhor solução encontrada para fa-cilitar a retirada dos resíduos sólidos do arroio foi o uso de redes de contenção feitas com fio 4 de polietileno (nylon), malha 8. Foram instaladas com cabos de aço 6 mm na parte de cima e embaixo da rede. As redes são flexíveis e foram consideradas as mais convenientes para o caso do Arroio Tigre. O arroio é cauda-loso, possui correnteza e quando há ocorrência de chuvas, o nível da água é elevado consideravelmente (cerca de 4 a 5 metros de altura), invadindo as margens e os terrenos próximos.

Com o decorrer do período percebeu-se que em dias de fortes chuvas ou chuvas contínuas o uso das redes se tornou inviável, pois não eram eficientes na retenção de galhos provindos de poda e objetos de ferro e metal, os quais ocasionavam a ruptura das redes de fio de nylon, bem como danificavam as espias de aço de sustentação das redes. Tais motivos impossibilitaram o uso da rede de nylon em determinados pontos do rio (P1, P2, P3), neces-sitando assim estabelecer o uso de nova rede de contenção feita de outro tipo de material com maior resistência. Os tamanhos iniciais das redes instaladas nos pontos de monitoramento foram:

Ponto 1: 5 m largura x 4 m altura;

Ponto 2: 12 m largura x 4 m altura;

Ponto 3: 7 m largura x 4 m altura;

Ponto 4: 6 m largura x 4 m altura.

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Para que os diferentes tipos de resíduos fossem retidos mes-mo em dias de grandes quantidades de chuva, foram utilizadas barras de alumínio galvanizadas fixadas por solda, em formato retangular, repartidas em módulos aproximados de 2 a 3 metros na horizontal, a fim de se obter maior resistência. O centro desta estrutura foi preenchido com tela de aço coberta por resina plás-tica. Nas partes superior e inferior, foram destinadas passagens para introduzir espias de aço de 9,5 milímetros de diâmetro, as quais seriam fixadas posteriormente com presilhas parafusadas. Assim, as redes foram substituídas por telas de 6 a 7 metros de comprimento- dependendo do ponto em questão - e 1,2 metros de altura.

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A instalação das REDESFoi importante a verificação do local antes da instalação, para que o tamanho da rede ficasse adequado ao local. A rede não deve cobrir todo o leito do rio, respeitando um espaço de escape nas laterais das margens de no mínimo 30% da metragem total do leito, para em casos de enxur-rada evitar o desgaste da rede.

54

Escolha do suporte da rede de contenção, sendo árvores, raízes reforçadas

ou outra estrutura presente no ambiente.

Uso de presilhas para evitar o deslocamento da estrutura.

Cuidados com a mata ciliarComo a mata ciliar encontra-se bastante prejudicada, a escolha das árvores ou raízes para dar suporte às espias das redes de contenção deve ser algo bastante caute-loso, evitando ferimentos e estrangulamentos nas árvo-res. Utilizou-se de material que protegesse o caule ou até mesmo as raízes (cinta de borracha). Foram escolhidas árvores de grande porte, garantindo que a força de uma enxurrada não comprometa a planta.

1

2

3

Produção de estru-tura metálica com medidas adequadas

para cada um dos pontos de rede de contenção.

Cálculo da metragem de espia considerando excedente para fixação

da rede pelas margens do arroio. São necessárias duas espias (superior e inferior).

Entrelaçamento das espias na estrutura metálica, as espias são utilizadas como

forma de suporte para rede de contenção.

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99

MonitoramentoO monitoramento dos pontos de coleta (redes) foi realizado em datas pré-estabelecidas, considerando intervalo médio de 15 dias, volume de lixo deposita-do na rede, previsão do tempo, precipitação ocorri-da no período e nível do curso d’água em cada um dos pontos.

O material retido na rede de contenção foi retirado manualmente pela equipe de trabalho. Com o uso de EPI’s e sacos para armazenagem dos resíduos, a equipe entra pelo leito do arroio e faz a retirada dos resíduos presos à rede de contenção, embala o ma-terial e estima a quantidade de resíduo retirada em cada monitoramento.

Todas as atividades e o material retirado possuem registro fotográfico. Realizadas anotações e identifi-cação dos resíduos encontrados com auxílio de re-gistros fotográficos.

Cuidou-se para que o monitoramento dos pontos de contenção fosse realizado antes de um período de chuvas, já que todo material retido na rede é pas-sível de ser arrastado pela correnteza em casos de elevação do nível da água. Desta forma, o acompa-nhamento das previsões de precipitação de chuva foi fundamental para a definição dos momentos des-tinados às atividades de monitoramento.

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Tabela resumo - quantidades coletadas por ponto de rede e monitoramento:

NO. DATA LOCAL VISITADO E QUANTIDADE RE-TIRADA (Kg)

QUAN-TIDADE TOTAL

RETIRADA (Kg)

NÚMERODE

PESSOAS (EQUIPE)P1 P2 P3 P4

1 08.10.14 500 500 4

2 27.11.14 950 950 5

3 29.11.14 700 700 5

4 18.12.14 250 250 500 3

5 19.12.14 350 350 4

6 26.12.14 70 70 6

7 14.01.15 550 550 6

8 23.01.15 650 650 4

9 27.01.15 0 0 3

10 31.01.15 1500 1500 6

11 07.02.15 0 2250 2250 10

12 21.02.15 2500 2500 5

13 28.02.15 1000 0 900 1900 5

14 14.03.15 1500 200 100 1800 10

15 27.03.15 0 0 2

16 01.04.15 700 0 200 900 4

17 11.04.15 1500 1500 8

18 13.04.15 150 350 500 2

19 25.04.15 1000 1000 11

20 09.05.15 500 0 500 8

21 13.05.15 0 250 250 3

22 23.05.15 500 500 4

23 30.05.15 1200 100 1300 7

24 02.06.15 250 250 2

25 28.06.15 0 0 4

TOTAL 13.700 970 4.200 2.050 20.92013 8 9 7

Percentual de resíduosretirados em ações de monitoramento

Ponto 1

Ponto 2

Ponto 3

Ponto 4

65%

5%

20%

10%

Destinação dos resíduos recolhidosOs resíduos foram coletados e destinados pela Pre-feitura Municipal de Erechim e encaminhados ao aterro sanitário municipal para triagem do material, conforme termo de compromisso firmado.

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Tipos deresíduos

encontrados A partir da identificação de locais de lançamento de resíduos sólidos junto aos pontos críticos do Arroio Tigre, foi realizada uma análise qualitativa do material depositado, bem como a de-terminação de sua possível fonte ge-radora.

As características qualitativas e quan-titativas do lixo dependem de fatores como nível educacional, poder aquisiti-vo, hábitos e costumes da população, além de fatores climáticos e demográ-ficos. Segundo Neves (2006) a gera-ção de resíduos acompanha uma va-riação na sua composição de maneira diferenciada em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento.

Países em desenvolvimento como o Brasil, revelam uma situação preocu-pante, pois embora existam serviços de limpeza urbana, estes não são ca-pazes de coletar toda a produção ge-rada. O resultado disto é o despejo de resíduos sólidos em terrenos baldios e muitas vezes próximos aos cursos d’água (NEVES, 2006).

Parte da população local, há décadas, tem utilizado a calha do Arroio Tigre para depósito de lixo o qual denomi-nam “sangão”. Este hábito se manteve até hoje e lá encontramos:

PONTO 1: Cobertores, tapetes, pedaços de mó-veis, garrafas de vidro e pet, isopor, brinquedos como patinetes, bicicletas, bolas destinadas a es-portes. Troncos de árvores inteiros, além de diver-sos galhos provindos de podas retidos na barreira, peças metálicas, colchões, estruturas metálicas, carrinho de mão, roupas entre outros, espumas de poliuretano de origem industrial, além disso, foi en-contrado e recolhido solvente industrial thinner 7300 com tolueno e etanol, EVA de fábrica de chinelos, plásticos, animais mortos, CDs, fiação, material me-tálico, ossos de animais, fraldas descartáveis, fras-cos de remédio, aparelhos eletrônicos, latas de tinta, embalagens plásticas de desodorante, de detergen-tes, água sanitária, caixas tetra park de leite, sacolas de lixo fechadas, máquina de lavar roupa, fogão, te-levisão, pneus, mangueiras.

PONTO 2: Cobertores, tapetes, pedaços de mó-veis, garrafas de vidro e pet, isopores, pedaços de forros de PVC, calçados. Troncos de árvores inteiros, além dos diversos galhos provindos de podas. Peças metálicas, colchões, roupas entre outros. Plásticos, animais mortos (pato), CDs, fiação, material metáli-co. Ossos de animais, fraldas descartáveis, frascos de remédio, ampolas, rede de pesca. Aparelhos eletrônicos, latas de tinta, pedaços de brinquedos, bicicletas, guarda-chuvas. Embalagens plásticas de desodorante, de detergentes, água sanitária, fogão, cadeiras de praia, para-choque de carro, pedaços de ferro. Caixas tetra park de leite. Sacolas de lixo fechadas, lâmpadas.

PONTO 3: Rodas de bicicletas, aparelhos de DVD, CDs, celulares, fiação, material metálico, roupas e plásticos, escada, colchão, brinquedos, tapetes, animais mortos (2 cachorros). Pedaços de PVC, gar-rafas pet.

PONTO 4: Garrafas PET, sacolas plásticas e fras-cos de desodorantes, bolsas, peças de roupas ínti-mas, documentos, materiais de ferro, aço, metais, sofás, colchões, cobertores, cortinas, guarda-chu-vas, tapetes, mochilas, calçados, galhos e troncos com sinais de poda, mangueiras.

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Com base na quantidade de resíduos contida e retirada nas limpezas com grupos pré-agendados e nos monito-ramentos, foi possível supor a origem dos resíduos que chegaram a cada ponto de rede.

PONTO 1: O diagnóstico aponta que a origem de grande parte dos resíduos encontrados é doméstica e industrial. O local é saída da área urbana para início das propriedades rurais e recebe os resíduos despejados na canaliza-ção aberta (bairros Progresso e Cris-to Rei) e da ponte. Também ocorre o descarte de resíduos nos pontos onde o arroio é canalizado passando por toda área urbana da cidade.

PONTO 2: Os resíduos encontra-dos no P2 são de origem doméstica, industrial e da construção civil prove-niente do distrito industrial, loteamen-tos próximos e da ponte sobre a rua Virgílio Biollo. Além disso, boa parte dos resíduos não contidos pela rede P1 chega a este ponto.

PONTO 3: Proveniente de descar-te que supostamente ocorre sobre a ponte na RS 477 e demais resíduos não contidos nos pontos de rede P1 e P2.

PONTO 4: Acredita-se que os resídu-os que chegam até a rede são aqueles que não puderam ser contidos pelas redes instaladas nos pontos anterio-res. Não foram identificados focos geradores no trecho, já que este é o ponto mais distante das áreas urbana e rural habitada.

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COMENTÁRIOSO início do desafio enfrentado pela equipe técnica se fez quando, a partir da proposta inicial, ocorre-ram as instalações de redes de contenção de resí-duos sólidos. Dados como a resistência dos mate-riais utilizados, a variação de vazão do rio conforme situações climáticas, a diversidade de resíduos – tipo, tamanho e peso – e as condições de locomo-ção dentro da água tiveram que ser considerados na busca por uma eficiência real.

Durante as primeiras ações de campo, percebeu--se a necessidade de substituição de materiais que formavam as barreiras de contenção. Isto porque as situações locais nem sempre eram considera-das ideais. Como exemplos de fatos não favoráveis à atividade são listadas primariamente a ocorrên-cia de alto volume de precipitação em determina-das épocas do ano – o que, além de impossibi-litar atividades em função do comprometimento da segurança, causa o arraste de uma quantidade significativamente maior que o habitual de resídu-os sólidos; e o fato indesejável da depredação da mata ciliar do entorno – esta última influenciando diretamente o aumento da poluição do rio diante de despejos de resíduos de população próxima e da consequente erosão verificada.

Assim, com análises situacionais foi possível che-gar a um ponto ideal de resistência que, por fim, foi implementado de forma definitiva nos quatro pon-tos considerados críticos e que, em ações, acar-retariam em uma maior coleta de resíduos sólidos presentes no rio.

Através da análise dos dados obtidos, conclui-se que as redes instaladas no P1 e P3 exercem signifi-cativa importância na contenção de lixo, pois retêm a maior porcentagem de resíduos sólidos, o que resulta na diminuição da carga que chega aos de-mais pontos trabalhados.

Sabe-se que uma parte significativa dos resíduos sólidos encontrados é de origem doméstica. Por-tanto, um estudo nas comunidades próximas aos locais identificados como possíveis pontos de des-carte de materiais seria de suma importância. Com isto, obteríamos dados palpáveis sobre situações críticas que necessitariam de maior atenção. A par-tir disso, seria possível o desenvolvimento de medi-das para redução do descarte de lixo no rio, impe-dindo que os mesmos contaminem o local e, desta forma, sejam destinados adequadamente.

Atualmente, o ambiente encontra-se visualmente menos poluído. Contudo, sabe-se que para que a paisagem siga em constante melhoria, a constân-cia de ações voltadas à limpeza do local é funda-mental.

É útil a elaboração de projetos de educação am-biental voltado às comunidades do entorno, visan-do a redução do descarte indesejado de resíduos sólidos no rio a partir da explanação de dados ge-rados pelas atividades do projeto.

PROPOSTASDAR CONTINUIDADE às ações de contenção e limpeza do Arroio Tigre por meio de redes de con-tenção de resíduos com vistas à melhoria e preser-vação da saúde do rio.

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Gestão Ambiental e Política PúblicaPARTE IVPARTE IV

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GESTÃO AMBIENTAL E POLÍTICA PÚBLICAComo propostas da etapa 1 do Revitalização dos Rios de Erechim (2010-11) para a gestão ambiental municipal citamos:

IMPLANTAR o sistema de coleta e tratamento do esgoto cloacal no município.

IMPLANTAR POLÍTICA PÚBLICA que quali-fique, oriente e fiscalize o tratamento primário do esgoto domiciliar.

QUALIFICAR o processo de coleta e destinação do lixo doméstico, industrial e agrícola.

ORIENTAR os produtores rurais tecnicamente para o uso diário de boas práticas de gestão dos recursos.

RACIONALIZAR o uso e ocupação do solo de acordo com a legislação e boas práticas visando a sustentabilidade.

FISCALIZAR e exigir licenças ambientais para os empreendimentos existentes assim como laudos técnicos para interferências junto a APPs que aten-dam a legislação em vigor na área urbana e rural.

PLANO DE RECUPERAÇÃO DAS APPS (ve-getação ciliar, nascentes, banhados, corredores ecológicos).

EDUCAÇÃO AMBIENTAL permanente para toda comunidade.

Hoje vemos pouco avanço nas práticas de gestão pública qualificada em todos os itens propostos acima.

O município de Erechim conta com toda a estru-tura física, institucional e legal e possui todos os elementos necessários para o gerenciamento do meio ambiente. No entanto, uma das fragilidades identificadas é a falta de interação entre os órgãos atuantes, principalmente no que se refere a recur-sos hídricos.

O município tem os planos ambientais desde 2011 conforme mostra o quadro, mas os mesmos não foram amplamente discutidos com a comunidade. São eles:

- Plano de Manejo da APA dos Rios Ligeirinho e Leãozinho

- Plano Ambiental do Município de Erechim

- Plano de Manejo da Bacia do Rio Suzana

- Plano de Manejo do Parque Natural Municipal Longines Malinowski

- Plano Diretor de Arborização Urbana e de Áreas Verdes

- Plano de uso do Horto Florestal

- Plano de ações da área verde do Distrito Indus-trial

- Plano de Saneamento

Os planos pretendem dar o norte para a gestão ambiental municipal, mas os projetos propostos precisam se transformar em ações concretas.

Inexiste no município, sistema público de tratamen-to de esgotamento sanitário, os contratos assina-dos entre Corsan e Prefeitura Municipal não vêm sendo cumpridos e não há nada de concreto, nada que garanta, que isso aconteça no tempo previsto.

Quadro da Política Ambiental Municipal do Município de Erechim/RSestrutura operacional e planejamento

Fonte: BERNARDI, 2013.

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O município de Erechim priorizou elaborar o plano de saneamento básico de “abastecimento de água potável” e de “esgotamento sanitário”, que para efeitos da Lei nº 11.445/2007 considera:

1. Abastecimento de água potável: constituído pe-las atividades de infraestrutura e instalações neces-sárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e res-pectivos instrumentos de medição.

2. Esgotamento sanitário: constituído pelas ativi-dades de infraestrutura e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as liga-ções prediais até o seu lançamento final no meio ambiente.

O principal objetivo do plano de saneamento de Erechim é a implantação em 95% das unidades re-sidenciais de um sistema de coleta e tratamento de efluentes domésticos em um prazo de 30 anos (PAM, 2011 p.286). Porém ainda não saiu do papel.

No abastecimento público há dificuldade devido às intensas mudanças climáticas, aumento da po-pulação, atividades antrópicas, os rios serem de pequeno porte e há prognóstico de continuar a ocorrer estiagem com racionamentos. A população tem como ônus o custo social e ambiental pelo não planejamento, falta de ações e não cumprimento dos contratos.

Quanto ao uso dos Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos,o Comitê de Bacia Hidrográfica Apuaê-Inhandava (CBHAI) elaborou o Plano da ba-cia do Arroio Tigre (2009) onde consta o diagnósti-co (etapa A), enquadramento das águas (etapa B) e plano de ações (etapa C) que contém as ações a serem executadas para recuperar e conservar os recursos hídricos. Dentre as ações prioritárias do plano de trabalho do CBHAI estão a realização de programas de Educação Ambiental, a recom-

posição da mata ciliar e esgotamento doméstico (CBHAI, 2009).

Há necessidade de se colocar em prática um pro-grama de Educação Ambiental permanente e com ações efetivas. É necessário ainda divulgar nos meios de comunicação informações claras e obje-tivas sobre as unidades de conservação existentes no município e as normas de utilização desses es-paços.

Há que se criarem parcerias com empresas priva-das, ONG’s, universidades, prefeitura e comunida-de para juntos atuarem de forma compartilhada na gestão ambiental do município de Erechim (BER-NARDI, 2013).

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SOBRE O ARROIOTIGREA cidade de Erechim constituiu-se sobre nascen-tes de diversos rios e não possui, até o momento, tratamento de esgoto cloacal. Ele é direcionado ao Arroio Tigre e demais cursos de água que nascem no perímetro urbano.

Hidrograficamente, Erechim se caracteriza por inú-meros pequenos cursos d´água coletados, em sua maioria, pelos Rios Passo Fundo, Erechim, Apuaê (Ligeiro) e Várzea. Estas microbacias integram o iní-cio da Bacia do rio Uruguai que, por sua vez, vai integrar a Bacia do Prata.

A rede hídrica de Erechim é formada pelos rios Dourado, Suzana, Leãozinho, Ligeirinho, Campo, Cravo, o arroio Tigre e o Lajeado Henrique. Os principais tributários do Dourado são os lajeados Jaguaretê, Paca, Vaca Morta e Santa Lúcia e os rios Verde e Negro. O município é limitado a Sudes-te e Sudoeste, pelos rios Toldo e Lajeado Ventara, respectivamente. As nascentes do rio Azul locali-zam-se a Noroeste cujo deslocamento ocorre no mesmo sentido, no município (PAM, 2011).

Os cursos d’água de Erechim são de pequeno por-te, com suas nascentes localizadas na área urbana, sendo a maioria alimentada pelas águas pluviais. Em muitos casos, os córregos estão canalizados e incorporados ao sistema de esgoto da cidade.

Os rios Tigre e Campo, a partir da sua junção for-mam o rio Apuaê-Mirim que deságua no Uruguai a aproximadamente 360 km da capital do Estado, Porto Alegre (CBHAI, 2009).

A bacia do Arroio Tigre abriga quase a totalidade da área urbana de Erechim, e seu curso principal encontra-se canalizado em parte do seu trecho e perdeu sua importância ecológica. Os cursos da água deste arroio, com exceção do trecho final, estão canalizados e impactados pelas atividades

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urbanas, pois recebem lançamento de esgotos sem tratamento e resíduos sólidos. Há ocupação de áreas de preservação, e, além disso, devido a presença de áreas impermeabilizadas o tempo de concentração de águas é reduzido ocorrendo altas velocidades de escoamento favorecidas pelas ca-racterísticas topográficas e devido a impermeabili-zação do solo (CBHAI, 2009).

Os bairros que englobam a bacia do Tigre no perí-metro urbano de Erechim são: Koller, Espírito San-to, Boa Vista, Aeroporto, Cerâmica, Fátima, Pre-sidente Castelo Branco, Bela Vista, Linho, Parque Lívia, Atlântico, José Bonifácio, Centro, Industrial, Cristo Rei, Progresso, São Cristovão e Frinape.

O Arroio Tigre já foi fonte de água potável, local de lazer e pesca para a cidade de Erechim e hoje pela falta de planejamento e ação humana está poluído. Porém ainda tem capacidade de regeneração.

Na área rural da bacia do Arroio Tigre, grande par-te das matas ciliares foram removidas para o uso das terras com agricultura e pecuária. A remoção da mata ciliar afeta visivelmente os corpos d’água causando assoreamento, consequentemente au-mento da calha do rio, diminuindo assim sua pro-fundidade.

Devido ao lançamento de esgoto da cidade de Erechim, o Arroio Tigre tem alto teor de nutrientes, resíduos totais e coliformes, sendo que o teor de fósforo e de coliformes são superiores àqueles ad-mitidos para Classe 3 que é a classe de enquadra-mento do arroio (CBHAI, 2009) . No arroio ocorrem também índices baixos de saturação de oxigênio. Estudos de disponibilidade hídrica indicam que a vazão média é de 0,804 m³/s, sendo que a vazão necessária para a diluição dos esgotos é cerca de 10 (dez) vezes maior (9,39 m³/s). Embora a implan-tação do sistema de coleta e tratamento dos esgo-tos da cidade promoverá uma significativa redução do aporte de poluentes aos cursos de água, ainda assim a vazão necessária para a diluição ultrapassa

em três vezes a vazão média disponível (Relatório Síntese CBHAI, 2009).

Cinco fatores condicionam a disponibilidade e a qualidade das águas: as pequenas áreas das ba-cias de contribuição, a reduzida capacidade de ar-mazenamento do Sistema Aquífero Serra Geral, o tipo e uso de ocupação do solo (áreas rurais e áreas urbanas), a inexistência de tratamento de esgotos urbanos e o lançamento de resíduos sólidos nos cursos de água (Relatório Síntese CBHAI, 2009).

Conforme o mesmo estudo do CBHAI (2009), o lixo urbano associado aos resíduos sólidos oriun-dos das áreas rurais, a contaminação da água e o aspecto estético propicia ambientes adequados à proliferação de vetores e doenças e inibe a utili-zação das águas para lazer. Como é característica de toda região do Planalto, a ocupação das áreas de preservação permanente (ao longo dos cursos de água, em torno de nascentes e em áreas com declividade elevada) se constitui em fator que con-tribui para a reduzida disponibilidade hídrica da ba-cia do Arroio Tigre, além de favorecer os processos erosivos, principalmente nas áreas de alto potencial de erodibilidade (Relatório Síntese CBHAI, 2009).

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Enquadramento doscorpos hídricos em classes de uso preponderantesÉ uma classificação segundo normas do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA da qualida-de das águas dos rios, açudes, poços, lagos entre outros, de acordo com seus usos preponderantes e qualidade. A classificação das águas varia de classe 1 a 4 e classe especial conforme Resolução do Co-nama 357, de 17 de março de 2005.

O enquadramento de corpos d’água estabelece o nível de qualidade a ser alcançado ou mantido ao longo do tempo. Mais do que uma simples classi-ficação, o enquadramento deve ser visto como um instrumento de planejamento, pois deve tomar como base os níveis de qualidade que deveriam possuir ou ser mantidos para atender às necessidades esta-belecidas pela sociedade e não apenas a condição atual do corpo d’água em questão.

O enquadramento busca “assegurar às águas quali-dade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas” e a “diminuir os custos de com-bate à poluição das águas, mediante ações preven-tivas permanentes” (Art. 9º, Lei Federal nº 9.433, de 1997) (ANA - Agência Nacional das Águas, 2014).

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Nas imagens aéreas pode-se perceber a mudança física do ambiente desde 2010 com novos loteamentos e desmatamento de APPS.

Nas imagens aéreas pode-se perceber a mudança física do ambiente desde 2010 com novos loteamentos e desmatamento de APPS.

2010 2015

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GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE ERECHIM/RSJá com relação aos resíduos sólidos, o município conta com os serviços de coleta e tratamento do lixo doméstico. O processo de coleta de resíduos pelo município iniciou em meados dos anos 60 e era realizado apenas no centro da cidade quando se coletava aproximadamente 5 toneladas/dia de resíduos. Hoje a coleta seletiva é feita em todos os bairros do município e respeita um cronogra-ma pré-estabelecido e divulgado através do site da Prefeitura (www.pmerechim.rs.gov.br).

O município não tem empresas instaladas e ope-rantes que façam a reciclagem dos resíduos, exis-tem associações de catadores que realizam a se-paração e triagem dos mesmos e comercializam os materiais que selecionados e triados estiverem de acordo para o encaminhamento à reciclagem. Es-tas associações são cadastradas junto a Secreta-ria Municipal de Meio Ambiente, são elas: ARCAN, Reciclando pela Vida, Filhos da Natureza, Reciclan-do pela Cidade Limpa e Associação do bairro Ae-roporto (SMMA, 2015).

O aterro sanitário localizado no Povoado São Luiz, Linha Dois, Secção Paiol Grande, foi instalado no ano de 2008, conta com três células para resídu-os orgânicos e duas células para captação e tra-tamento do chorume . Ainda no aterro sanitário é feita a triagem dos materiais. São coletados cerca de 15% de materiais recicláveis pela Associação Recicla Erechim que tem convênio firmado com a prefeitura e transforma o material em geração de renda para suas famílias. Com esse convênio, a prefeitura custeia o transporte do material, alimen-tação e Equipamentos de Proteção Individual (EPI) aos associados (SMMA, 2015).

Estima-se que o município produza 90 toneladas de lixo/dia, destas 70 toneladas são de lixo orgâ-nico e em média 20 toneladas são de lixo seco. Há 42 pontos de coleta para os resíduos perigosos como pilhas e baterias. Os eletroeletrônicos são co-letados e encaminhados para reciclagem (empresa Recycle de Passo Fundo) após campanha de co-leta, realizada em janeiro e junho de cada ano pela prefeitura municipal através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente orienta e indica que:Os pneus sejam devolvidos na loja no momento da troca. Quanto a estofados velhos a indicação é reapro-veitar a madeira para lenha, as espumas e o tecido são lixo seco, devem ser cortadas em tamanhos menores e então depositadas em sacolas fecha-das para o caminhão fazer o recolhimento no dia da coleta.O óleo usado pode ser reciclado e transformado em sabão ou deve ser colocado em uma garrafa pet e encaminhado juntamente com o lixo orgâni-co.As lâmpadas incandescentes convencionais são produzidas com vidro e metal, não contêm ma-teriais prejudiciais ao meio ambiente e podem ser descartadas no lixo convencional (orgânico), de for-ma adequada, em caixas, para que assim, quem for recolher o lixo não se corte. As lâmpadas halógenas também podem ser des-cartadas no lixo comum, já as incandescentes conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Federal 12.305/2010 devem ser devolvidas e segundo a lei não é necessário apresentar a Nota Fiscal para entregar a lâmpada queimada, porém algumas lojas podem pedir a nota. Estes materiais, não são recolhidos pelo serviço de coleta de resí-duos contratado pela Prefeitura de Erechim.

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PROPOSIÇÕESDiante do exposto referente à gestão ambiental e políti-ca pública do município de Erechim as propostas ante-riores se mantêm vivas e atuais uma vez que pouco se fez e há muito que fazer.

IMPLANTAR o sistema de coleta e tratamento do es-goto cloacal no município.

IMPLANTAR POLÍTICA PÚBLICA que qualifique, oriente e fiscalize o tratamento primário dos esgotos domiciliares.

QUALIFICAR o processo de coleta e destinação do lixo doméstico, industrial e agrícola.

ORIENTAR os produtores rurais tecnicamente para o uso diário de boas práticas de gestão dos recursos.

RACIONALIZAR o uso e ocupação do solo de acordo com a legislação e boas práticas visando a sustentabi-lidade.

FISCALIZAR e exigir licenças ambientais para os em-preendimentos existentes assim como laudos técnicos para interferências junto a APPs que atendam a legisla-ção em vigor na área urbana e rural.

PLANO DE RECUPERAÇÃO DAS APPS (vegetação ciliar, nascentes, banhados, corredores ecológicos).

EDUCAÇÃO AMBIENTAL permanente para toda co-munidade.

DIVULGAR nos meios de comunicação informações claras e objetivas sobre as unidades de conservação existentes no município e as normas de utilização des-ses espaços.

CRIAR parcerias com empresas privadas, ONG’s, uni-versidades, prefeitura e comunidade para juntos atua-rem de forma compartilhada na gestão ambiental do município de Erechim.

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DEPOIMENTOS DA EQUIPE “Ao longo de todo o trabalho desenvolvido, fica evi-dente que a população do município em geral, des-conhece e não imagina a situação em que visualiza o rio quando,chegam para realizar as atividades pré-agendadas. Muitos comentam indignados com a situação do rio, outros pedem porque isso acon-tece e outros ainda de tão chocados não conse-guem entender o porque desta realidade. No meu ponto de vista esta indagação, questionamentos e percepções desenvolvidas e retratadas ao longo das atividades servem de lição de que precisamos sim fazer mais, e de que as pessoas não conhecem ou não querem conhecer a realidade local, creio que esta vivência com as atividades de educação pré-limpeza servem como alicerce para as ativida-des de campo, pois a percepção e consciência nas oficinas é uma e quando se deparam com tanto lixo ela fica totalmente “confusa”. Precisamos sim plan-tar essa semente de disseminar conceitos e trazer para a sociedade onde vivemos a realidade em que nos encontramos, pois é dever de cada cidadão estar presente e inserido no meio onde vive, e sa-ber que suas ações muitas vezes separadas, ou não pensadas pode interferir e muito para a toma-da de decisões futuras e na construção do sujeito sustentável que precisa estar consciente de suas ações para com o todo”. Jéssica Maria Jemiczak

‘’Durante as atividades de Educação Ambiental com limpeza do Arroio Tigre ao longo do decorrer do projeto pode-se perceber que a primeira reação das pessoas ao chegar ao local é de espanto, a maioria das pessoas que participaram da atividade (mesmo as que residem em Erechim e até próximo do Arroio Tigre) não sabiam desta realidade triste e impactante, porém no decorrer da atividade a sensação que se tem é de alívio pois o ato de limpar o rio muda a percepção das pessoas que notam que é possível fazer algo mesmo que seja peque-

no para mudar ou contribuir para a mudança desta rea-lidade. Outro fato que foi percebido ao longo do tempo é que os voluntários que participaram das atividades se impressionam com a variedade de materiais encontra-dos e também com a beleza do local”. Lidiane Bernardi

“Participar da segunda etapa do Projeto Revitaliza-ção dos Rios de Erechim foi, para mim, uma das mais significativas experiências pessoais e profis-sionais. Trabalhar em defesa de uma causa tão im-portante não é tarefa simples. A todo o momen-to nos desafiávamos a buscar soluções, qualificar atividades, ampliar olhares e reavaliar a eficácia de ações. Contudo, graças a um projeto muito bem estruturado e a pessoas comprometidas com a proposta, foi possível concluir mais esta etapa com sucesso. Sem dúvidas, foi uma oportunidade ímpar de crescimento pessoal para todos que participa-ram das atividades, seja durante as ações voluntá-rias de limpeza, plantios de mudas nativas ou ofi-cinas de educação ambiental e palestras. Nenhum de nós terá a mesma percepção ou agirá da mes-ma forma com relação ao meio ambiente depois de ter se deparado com os danos causados por ati-tudes individualistas e imediatistas. Sabemos que ainda há muito para ser feito, contudo, retornar a um ponto, encontrá-lo livre de milhares de resíduos e perceber a mudança que o projeto provocou em cada participante é indescritivelmente gratificante”.Diana Rocha

“Participar das atividades do projeto Revitalização dos Rios de Erechim foi muito gratificante. Na mi-nha percepção o desenvolvimento deste tipo de ati-vidade, além de fortalecer os conceitos ambientais resultou, na sua essência, num sentido importante para cada pessoa que participou das inúmeras ati-vidades desenvolvidas, os quais possibilitaram, das mais variadas formas para cada um, a percepção da sua real importância na luta para preservação e manutenção de um ambiente saudável.”Heraldo Baialardi Ribeiro

“Na primeira etapa do projeto Revitalização dos Rios de Erechim éramos poucos tentando “mos-trar” a realidade de um rio, hoje somos muitos ten-tando “mudá-la”. Nesta segunda etapa do projeto a participação foi intensificada, iniciamos uma nova fase onde a Educação Ambiental começa a dar re-sultados. A ampla divulgação do projeto potenciali-za as ações de educação e hoje toda a comunida-de conhece, acompanha e participa do trabalho da Eloverde. Gostaria de agradecer a todos os volun-tários que participaram das atividades, estes são nossos multiplicadores, mostrando que é possível mudar esta realidade.”Quéli Giaretta

“Acredito que as atividades planejadas de plantio de mudas florestais nativas realizadas junto ao Ar-roio Tigre contribuem na recuperação das caracte-rísticas originais do ecossistema. As ações de me-lhoria do meio biótico fortalecem as conexões entre os habitats, restaurando as condições do solo, da água e do ar. Tenho certeza que o plantio das mu-das amenizou os impactos causados ao meio am-biente e vai favorecer a formação de corredores ecológicos fundamentais para a manutenção e fa-vorecimento da biodiversidade dos ecossistemas. É preciso salientar a importância da recuperação da vegetação ribeirinha sendo esta o elo que liga e mantém a flora e a fauna que tanto o homem de-vasta e destrói. Colaborar para a recuperação da vegetação ciliar dos cursos de água irá fortalecer o planeta e com certeza no futuro ao passar pelo local vou me defrontar com o feito. Diante dele irei lembrar que também fiz parte da ação e sou res-ponsável pela manutenção e preservação daquela paisagem.”Marcio Freschi

“O balanço das atividades realizadas no período de execução do projeto foi positivo e motivador. Gran-des quantidades de resíduos sólidos foram retidas e identificadas, muitas vezes trazendo surpresa para todos os envolvidos nas atividades (equipe técnica, voluntários, prestadores de serviço comu-

ário e comunidade em geral). Destaca-se aqui a evolução do envolvimento da comunidade local na divulgação e participação das ações propostas no trabalho realizado.”Mateus Kurek Pagliosa

“Diante de nós um desafio: repensar a forma que vivemos e participar ativamente da mudança para uma vida mais sustentável. O projeto Revitalização dos Rios de Erechim mostrou que é possível o en-volvimento coletivo. Satisfeita com os resultados conquistados e motivada a continuar convido to-dos a agir, pois a questão é com o agora, não dá para deixar para amanhã.”Rosane Menna Barreto Peluso

“A oportunidade de fazer parte do projeto veio agregar conhecimentos, experiências e vivencias únicas em minha formação acadêmica e pessoal. Em minha percepção as atividades de limpeza de-senvolvidas no Arroio Tigre, atentaram as pessoas da importância do envolvimento coletivo no projeto possibilitando a disseminação da ideia de mudan-ça da realidade encontrada no rio atualmente, além da obtenção de resultados positivos e satisfatórios. O fato das pessoas entrarem em contato com a realidade do Arroio Tigre causa nelas um impacto que as instiga a refletir sobre seus atos cotidianos relacionados ao descarte dos resíduos que produ-zem e a pensarem conosco novas perspectivas e melhorias da qualidade deste ambiente, bem como mudança de hábitos. Acredito que todos que par-ticiparam das atividades de Educação Ambiental puderam compreender que a forma como intera-gimos com o meio ambiente hoje de alguma forma nos trará consequências futuras.”Caroline Josiane Noara

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADABERNARDI, Lidiane. Relatório de Estágio Curricular Supervisionado: Análise da Gestão dos Recursos Hí-dricos no Município de Erechim (RS). UERGS, 2013.

BRASIL, Lei Federal no.9.433/1997 – Política Nacio-nal de Recursos Hídricos – PNRH.

Brasília, 8 de janeiro de 1997, 176º da Independên-cia e 109º da República.

BRASIL, Lei Federal no. 12.305 de agosto de 2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos.

BRASIL, Lei Federal no. 12.651 de 2012. Código Florestal.

CABES. Catálogo Brasileiro de Engenharia Sanitá-ria e Ambiental. Guia de Saneamento no Brasil. 18 º edição, Rio de Janeiro – RJ, 1991. Disponível em: < http://www.abrh.org.br/sgcv3/UserFiles/Sumarios/d68bb5ad2e204c9734b028cf5f63bf7c_d877a57fa-2b6acec782a4e9db0bc0ba2.pdf >. Acesso em: 29.12.14.

CAMARGO, M.B.P.; CAMARGO, A.P. Representa-ção gráfica informatizada do extrato do balanço hí-drico de Thornthwaite & Mather. Bragantia, Campi-nas, v.52, p.169-172, 1993.

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. 5ª edi-ção São Paulo: Cortez, 2011.

MARTINS, Sebastião Venâncio. Recuperação de matas ciliares. Viçosa: Aprenda Fácil Editora. Minas Gerais, 2001.

NEVES, M. G. F. P. Quantificação de Resíduos Sóli-dos na Drenagem Urbana. Tese (Doutorado em Re-cursos Hídricos e Saneamento Ambiental) - Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul, http://www.abrh.org.br/sgcv3/UserFiles/Sumarios/d68bb5a-d2e204c9734b028cf5f63bf7c_d877a57fa2b6ace-c782a4e9db0bc0ba2.pdf >. Acesso em: 29.12.14.

PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL, Erechim, RS, de-zembro de 2011.

________. Recuperação de Áreas Degradadas. Mi-nas Gerais, Editora: Aprenda fácil. Ano – 2009.

Relatório Síntese CBHAI, 2009.

Revitalização dos Rios de Erechim. ELOVERDE, 2011.

SILVA V. M. F., AGRA T. A., FREIRE P. A. F., et al . Deposição Inadequada de Resíduos Sólidos ao lon-go da Bacia do Riacho do Silva.XIX Simpósio Bra-sileiro de Recursos Hídricos, 2011.Disponível em: <http://www.abrh.org.br/sgcv3/UserFiles/Sumarios/d68bb5ad2e204c9734b 028cf5 f63bf7c_d877a-57fa2b6acec782a4e9db0bc0ba2.pdf >. Acesso em: 29.12.14.

SITES VISITADOSBrasil Escola - Educação, Vestibular, ENEM, Educa-dor, Exercícios. Disponível em http://www.brasiles-cola.com/. Acesso em 25/06/2015.

Inmetro Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. Disponível em http://www.inmetro.gov.br/. Acesso em 26/06/2015.

GOOGLE EARTH, 2014. Erechim. Bairro Distrito In-dustrial. Disponível em: https://www.google.com/earth/. Acesso em: 03.12.14.

Prefeitura Municipal de Erechim. Disponível em: http://www.pmerechim.rs.gov.br. Acesso em 20/01/2015.

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LEGISLAÇÃO CONSULTADAÁGUAS E EFLUENTES LÍQUIDOS

LEGISLAÇÃO ENUNCIADONorma ABNT NBR 9800/1987 Critérios para lançamento de efluentes líquidos industriais nos

sistemas coletores públicos de esgoto sanitário.Lei Federal 9433/1997 Instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e estabeleceu

como um de seus instrumentos a Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos.

Lei Federal 9966/2000 Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras pro-vidências.

Decreto Federal 4.136/2002 Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às infra-ções às regras de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na Lei 9.966/2000 e dá outras providências.

Portaria MS 518/2004 Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativas ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade e dá outras providências.

Resolução CONAMA 357/2005 Estabelece a classificação, normas e padrões de qualidade das águas no território nacional.

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Norma ABNT NBR 15.495-1/2007 Poços de monitoramento de águas subterrânea sem aquíferos granulados.

Norma ABNT NBR 15.515-1/2007 Passivo ambiental em solo e água subterrâneaResolução CONAMA 420/2009 Dispõe sobre critérios e valores orientados de qualidade de solo

quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretri-zes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Lei Federal 9.795/1999 Dispõe sobre a Política Nacional de Educação Ambiental.Decreto Federal 4.136/2002 Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às infra-

ções às regras de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na Lei 9.966/2000 e dá outras providências.

RESÍDUOS SÓLIDOS

Portaria Minter 53/1979 Dispõe sobre a disposição de resíduos sólidos.Norma ABNT NBR 11.174/1990 Armazenamento de resíduos classe II não inertes e III inertes.Norma ABNT NBR 12.235/1992 Armazenamento de resíduos sólidos perigosos.Norma ABNT NBR 10.004/2004 Resíduos sólidosNorma ABNT NBR 13.221/2003 Transporte terrestre de resíduos.Resolução CONAMA 258/1999 Dispõe sobre o descarte de pneus inservíveis.Resolução CONAMA 257/1999 Disciplina a produção, o gerenciamento e o descarte de pilhas e

baterias, novas ou usadas.Resolução CONAMA 307/2002 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão

dos resíduos da construção civil.Portaria Interministerial MME/MMA 1/1999

Estabelece diretrizes e responsabilidades para o recolhimento, coleta e destinação de óleo lubrificante usado ou contaminado.

Lei Federal 12.305/2010 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605/1998, e dá outras providências.

Lei Estadual 11.520/2000 Institui o Código Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências

Lei Federal 12.651/2012 Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as leis núme-ros 6.938 de 31 de agosto de 1981, 9.393 de dezembro de 1996 e 11.428 de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis 4.771, de 15 de setembro de 1965 e 7.754 de abril de 1989, e a Medida Provisória número 2.166-67 de 24 de agosto de 2001 e dá outras providências

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RELAÇÃO DOS PARTICIPANTESEQUIPEDiana RochaHeraldo Baialardi RibeiroJéssica Maria JemiczakLidiane BernardiMarcio FreschiMateus Kurek PagliosaNina Rosa Zanin ZanellaQuéli GiarettaRosane Menna Barreto Peluso

VOLUNTÁRIOSAdair A. do NascimentoAdélio Renan KozlowskiAdriana Dalla Rosa MenegattiAdriana Perdomini GeraldoAdriana Salvão VanniAdriano de CamposÁgatha PrestesAislan MarquesAlan Fabio BeluzzoAlécio ZaionsAlessandra Cristina de Morais Alessandra do PortoAlessandro SchaferAlex Bruno Antunes Maciel Alex DavidAlex Sandro Maicon da Rosa de PradeAlex VallariAline RibeiroAline Vieira da Silva Álisson Ferreira TadiottoAlisson Gustavo NadalAmanda Lourdes Barro

Amanda PortoAna Carolina BarbosaAna Carolina de MenezesAna Carolina RangelAna Cláudia NeumannAna Lúcia GumplingerAna Paula LusaAna Paula SchaeferAna Rita MachadoAnderson C. RodriguesAnderson de OliveiraAnderson M.C de CarvalhoAndre Luiz JucoskiAndrei RovaniAndressa FerreiraAndriel Maykon MottaAndriéli Backes GiordaniAngela Giovana ZorzanAngélica WeberAngelo BidinotoAriel CardosoArieli MomoliBaltazar GiarettaBernardo Ramon MoreiraBrenda Caroline da TrindadeBrenda Caroline DeotiBruna Caroline BrustolinBruna Karolaine da CostaBruna Kislarek da Silva Bruna Luisa Correa da Silva Bruna Tais Trevisan SielskiBruno CanabarroBruno Gabriel SychoskiBruno Lengoski de AzevedoCael LibinoCarina Patricia CapraCarine Paula CollaCarla SchimmelfenigCarlos Eduardo CentenaroCarlos Eduardo Hofmann ScherdienCarolaine VianCarolina MenegattiCarolina Pedrotti PicoliCaroline Caitano

Caroline CapelettiCaroline VerzaCaroline WustCassiano CezniowskiCassiano Guerres ZoraskiCelmar BertuzziCeloni Dick Chaiane Carla GiassonCheila Michele LussaniCidiclei BlangerCinara Eduarda FramentoClairton dos Santos JuniorClaudemir Vianei BeckClaudiane Sonalio PereiraCláudio Luiz PompermaierClaudio Onei MacielClaudio SouzaClaudiomir G. B. SonembergClaudir Antônio MoranskiClaudir Soares de BastosCleci de QuadrosCleo Paulo Luiz TyburskiCleusa da Rosa FernandesCleusa Regina FilippinClovis Alex dos Santos de NequeCrismael Augusto Silva de Almei-daCristian Augusto Bredow HonzeCristiane de Mattos MeloDaiana dos Santos SouzaDaiane Berti Daniel Felipe Bernal GlenDaniel Felipe VianaDaniel Fernando BuczoskiDaniel Henrique RomanDaniela BalenDaniela Lucia GromannDaniele Aline Santos MuinarskiDaniele KuchmanskiDébora Elisa Basso Débora F.A BorgesDébora P. PacassaDeise NardiDeivid Paulo Sesse

Diego SantosDionatan Filipe MarianiDouglas de OliveiraDouglas William CamargoEdileusa Morais do Nascimento Edson Rodrigo da Costa TeixeiraEduarda CostaEduarda Girardini PaludoEduardo BassoEduardo StrapassonEliél MachadoÉlinton Santana Pereira Pinto Elisa GosenheimerElisete Lopes VargasElivélton José Artur Tubim Lopes PrunesEloir DalazenEmanuel MachadoEric Fiorelo CavaletÉrica dos Santos CasagrandeErick Ayslan Skvronski da Silva Érika da Silva LuccaEster G. R. LopesEster Santos Rodrigues da SilvaEvando Luiz PaludoÉvilin Cecilia PedrosoFabiana Nascimento RodriguesFabiano FrangaFabio Cesar ComandulliFabiola VallariFabricio Antunes da SilvaFelipe Antônio de Oliveira Felipe FrancolinFelipe Gabriel Lira Felipe PazeFernanda CadoreFernando Junior FabisiakFlávia MelaraFranciele Cristina MichailoffFranciele Fernanda Godim GrossFrancieli Kadzerski SceznyFrancisco GomesGabriel Zortea SalviGabriela Gevinski

Gabriele Angela CustodioGabriele GaieskiGabrieli da Silva PiloniGabrieli ReinaGenilson N. ArantesGiovana de Oliveira Dutra Giovana Maria de Moraes CorreaGiovana Marques de MoraisGiovani F. Nava Graziele A. Candeia de CarvalhoGrégori ScariotGuilherme AntonioMarigaGuilherme BritoGuilherme Lopes SeveroGuilherme WeberGuilherme XavierGustavo AndresGustavo Barticki XavierGustavo OliveiraGustavo RechGustavo RibeiroHebélia M. de AlmeidaHeber Adão GrazikHeloisa Chaves TascaHemily Marinho ScpinhikiHenrique GolloHerberty França do NascimentoIgor Felipe Simoni Ingrid PereiraIrene S. V. Candeia de CarvalhoIres DejanIsaura Magali Machado MezaliraIsmael da SilveiraIsrael B. MillerJadrine Bruna CruzJady da CruzJaelicson Germovan Rodrigues Janai Mara Machado da SilvaJaqueline B. MartinsJaqueline Caroline Zacarias da Silva MachadoJean Carlos Voicolesco Tomkel-skiJeferson Durli

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Jeferson Luis BraghiniJeferson Rodrigo Correia de CastilhosJéssica dos SantosJéssica Fernanda Voltan Jéssica KanigoskiJéssica Marina CechinJhenyfer de Mello Marques João Fabrício VelasquesJoão Gabriel de Oliveira João Gabriel de SouzaJoao Henrique KominkiewiczJoão Henrique Salvão VanniJoão MarceloJoão XavierJoel GrandoJoel JacuboskiJoice da Silva RodenkoJonatan FritsheJosé Tadeu NunesJosefer Augusto GrossJosiane Stefani Barbosa MeirelesJosmar Pereira da SilvaJulia Fernanda Pelisser KonzenJulia Filipin MattéJulia ZamarchiJúlio César da Silva Padilha Juvenal RakuloskiKauan Eduardo Lopes de VargasKelen Aline Santos de AlmeidaKeli Cristina Girardini PaludoKely T. K. dos SantosKétlin Mara ToniolloKevin Airton de Aguiar BorneliKévin da Rosa SilveiraLaiane CollaLarissa Leite da Silva Laura Eduarda DuarteLeandro CardosoLeonardo Vinicius de AlmeidaLetícia Del MoralLiamara da Silveira TyburskiLiamara PierógLidiane Steink

Lisiane WeishaupiLuan Ricardo MartinsLuana Cátia MohrLuana da Silva KutnerLuana Eduarda DeottiLuana Eduarda KovaleskiLuana GernowLuana PensoLucas LimaLucas MarconLucas Matteus GarciaLuis Carlos de MourasLuis Carlos RosaLuiz Fernando KuchmanskiLuiz Fernando Pazzet de Azeve-doLuiza Helena Moze SusekMaieli Paula da Silva Marcel Lang Marcel TarzMarcelo CigainskiMarcelo PicoliMarcio Rodrigo de Oliveira Marcio Silverio da Rosa Marcos Antônio MezaliraMarcos Antonio PelusoMarcos Daniel Jardim da SilvaMarcos Vinicius da Silva de Oliveira Marcos Vinicius Rodrigues Fer-nandesMarcos Willian Bartniski VescoviMaria Eduarda GovaskiMaria Eduarda HenkesMariana SchimittMarilaine de Nantes CarvalhoMarina AndreoliMarina de Mello FritscheMarina Ferlin BrugneraMarisa M. Fonseca Maristela Bernardete LussaniMaristela Piloneto MachadoMarlon Ody de PaulaMarlon Willian Casanova

Mateus A.MontemezzoMateus CanarinMateus de CezaroMateus N. PianaMauricio Bianchi Maxuel Natan da SilvaMayra Luisa JorgioMayra SantosMichele ToniolloMichele Zanon CastilhosMilena Caroline I. P. dos Santos Milena da Silva FrancoMilena de Lima BertiMoacir VallMoisés LiedMonalisa Fatima CibulskiMonica Sagiorato RossettiMuriel Karim Molina de Lima Mylena dos Santos de OliveiraNatália P. ZancanNatalino Marció Junior Natana FigurNathan Henrique PanseraNoemi dos Santos PereiraOdete ZanelattoPâmela PasqualiPaola ColomboPaola Melo Costa Patrícia C. ViannaPatrick Motta TorresPaula Caroline Dal’agnolPaulo Cesar PianaPedro Henrique de Almeida CoscoskiPedro Henrique Menna Barreto PelusoPietra Taize BuenoPoliana Kézia SoaresRafaela G. Candeia de CarvalhoRarissa Romielli AnghebenRayane Antunes GodinhoRaysa Giaretton MoranskiRegina SaleteRejane Eva Ziger

Rejane Maria Baldiga SadovnikRejane Maria MocelinRenan FilipiniRenata ArrudaRenata Fátima Prates de MoraesRicardo Antônio FerreiraRicardo Cadorin Ricardo StarfortiRichard da SilvaRita Suzete Maia Roberta Bilhar Roberta Tereza MânicaRoberto Menna BarretoRoger PossanRosana Margarete Silverio da RosaRosane Fatima BombanaRosilene da SilvaRuan Vinicius MarinhoSalma SilveiraSamuel de SouzaSandra C. CanabarroSandra Mara MenoncinSauana CentenaroSheila Baptista NunesSheila BortolazoSian MichailoffSilvana FilippinSilvio Tiago SobbisSimone F. Falkoski VieiraSimone Padilha MeirellesStefani Janine Rodrigues EchkardtStefany Mauren AlvesSthefany Rodrigues dos Santos Suzana WeberTaiani Ferreira da SilvaTainara Ferreira Tais MachadoTais TalaskaTaísy da SilvaTaline KochTalissa Viviane SantosTatiana da Silva Karpinski

Tatiane NunesTauana GrazioliTauna MatiassoTeigor Valmorbida Domingues Thiago Castro BezerraTomas ZucchiValter AnunciaçãoVanessa Machado MezaliraVania NegriVera Zamba BenitsVictória Dutra FagundesVictória EmanueleVictória Silveira de Assis Vinicius Casagrande SygelVinicius Felini MatteiVinícius Gabriel Gonçalves de SouzaVitor Manoel SchmittWallison Elias Pinheiro XavierWanderlei DickWelinton Lucas PadilhaWellington Érick LopesWesley Meglioransi BeckerWillian Torres Juba Yasmin Maytê Satonino

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GRUPOSAIESECCEMAP - UNOPARCFC - JATCLUBE DE DESBRAVADORES DA ARAUCARIA CLUBE DE DESBRAVADORES GIGANTES DE BETEL CLUBE DE DESBRAVADORES ÓRIONESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA DR. SIDNEY GUERRAESCOLA ESTADUAL ENSINO MÉDIO DR. JOÃO CARUSOESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL DOM PEDRO IIESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL LUIZ BADALOTTIGARRA PRÉ- VESTIBULAR ERECHIMIFRS SERTÃO PALUDO AGRONEGÓCIOS SUPERMERCADO CAITÁUPF - ETAMB

APOIADORES2ª. VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS – FÓRUM DE ERECHIMCEMAP-UNOPAR /ERECHIMCOMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA APUAÊ INHANDAVA (CBHAI)GRAFFOLUZ EDITORA E INDÚSTRIA GRÁFICAJORNAIS: BOA VISTA, DIÁRIO DA MANHÃ, BOM DIA, VOZ REGIONALMINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL – COMARCA DE ERECHIMPALUDO AGRONEGÓCIOSPREFEITURA MUNICIPAL DE ERECHIMRÁDIOS: CULTURA, DIFUSÃO, ERECHIM, VIRTUALSECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE DE ERECHIMSEMENTES ESTRELAUNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL- UERGS, UNIDADE DE ERECHIMUNIVERSIDADE FEDERAL FRONTEIRA SUL- UFFS, ERECHIM

PARCERIAS2ª. VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS – FÓRUM DE ERECHIM

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