PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO COLÉGIO AGRÍCOLA … · formação geral. É importante ... 01...
Transcript of PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO COLÉGIO AGRÍCOLA … · formação geral. É importante ... 01...
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
COLÉGIO AGRÍCOLA ESTADUAL
ADROALDO AUGUSTO COLOMBO
C.A.E.A.A.C.
ENSINO MÉDIO E PROFISSIONAL
PALOTINA - PARANÁ
Palotina, 2010.
1
APRESENTAÇÃO
Estaremos apresentando o Projeto Político Pedagógico, do Colégio
Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo de Palotina, Ensino Médio e
Profissional, elaborado de acordo com as Leis de Diretrizes e Bases
conforme as propostas do Curso técnico em Agropecuária, de forma
integrada e definida pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná,
em consonância com a política nacional, mostrando assim, a necessidade
de oferta de um ensino profissional que integre os conhecimentos da
formação específica profissionalizante com a Base Nacional Comum
integrante do currículo dos cursos.
Assim sendo, a proposta aqui explicitada procura incorporar este
direcionamento na acepção de que a formação técnica não prescinde dos
fundamentos científico-tecnológicos presentes nas disciplinas de
formação geral.
É importante salientar que este documento está sendo construído e
elaborado, com a colaboração e participação de toda comunidade escolar.
O mesmo é composto pela caracterização do quadro docente e discente,
pela matriz curricular, Plano de Ação e outras informações
imprescindíveis à Instituição de Ensino.
O termo educação tem um referente de formação geral, que tem
como objetivo fundamental o desenvolvimento humano integral, formado
por valores éticos, sociais, políticos, de modo a preservar a dignidade
intrínseca do ser humano e a desenvolver ações junto à sociedade com
base nos mesmos valores. O que requer uma leitura atualizada do mundo
nas suas implicações econômicas, culturais e científico-tecnológicas.
3
1- DADOS DA INSTITUIÇÃO
COLÉGIO AGRÍCOLA ESTADUAL ADROALDO AUGUSTO COLOMBO DE
PALOTINA-PR - Ensino Médio e Profissional–C.A.E.A.A.C.
Linha Cinco Mil, S/N.
Cx. Postal 291
CEP- 85.950-000
Palotina-Paraná.
Telefone/fax: (44) 3649-5311
E-mail: [email protected];
Site: potcaadroaldoacolombo.seed.pr.gov.br
1.1- Ensino Médio e Profissional:
- Curso Técnico em Agropecuária com organização curricular
Integrada ao Ensino Médio.
1.2- Entidade mantenedora:
Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR).
1.3- Caracterização da Instituição.
1.3.1- Alunos matriculados:
Ano
Ensino
Médio
2006 1º ano 2º ano 3ºanoTurmas 01 02 02
Total Alunos 42 57 53
Ano
Ensino
Médio
2007 1º ano 2º ano 3ºanoTurmas 02 01 02
Total Alunos 80 36 49
Ano
Ensino
Médio
4
2008 1º ano 2º ano 3ºanoTurmas 02 02 01
Total Alunos 80 78 36
Ano
Ensino
Médio
2009 1º ano 2º ano 3ºanoTurmas 03 02 02
Total Alunos 94 68 66
Ano
Ensino
Médio
2010 1º ano 2º ano 3ºanoTurmas 02 03 02
Total Alunos 73 84 69
1.4.1 - Horário de funcionamento:
O Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo – Ensino
Médio e Profissional atende 226 alunos sendo 78 (setenta e oito) alunos
em regime de internato, funcionando em tempo integral, das 07h00min
às 22h00min. Onde os alunos frequentam dez aulas por dia, sendo 05
aulas no período matutino e 05 aulas no período vespertino, distribuídas
entre aulas teóricas e práticas.
2. HISTÓRICO
O ensino profissional sempre esteve voltado para o mercado de
trabalho e seu ritmo de desenvolvimento tecnológico, acompanhando e
respaldando as suas fases.
O Ensino Agrícola profissional no Brasil, surgiu em 1910, teve sua
origem através do Ministério da Agricultura, e somente em 1946 pela Lei
9.613/4, a Lei Orgânica de Ensino Agrícola ficou definitivamente
institucionalizado como ensino Agrícola. A Lei Orgânica classificou os
estabelecimentos de ensino agrícola em:
5
• Escolas de iniciação agrícola – para ministrar o ensino de 1º e 2ª
séries do 1º ciclo, concedendo ao concluinte certificado de Operário
Agrícola;
• Escolas agrícolas – para ministrar as quatro séries do 1º ciclo,
oferecendo ao concluinte o certificado de Mestre Agrícola;
• Escolas Agrotécnicas - para ministrar as quatro séries do 1º e as
três séries do 2º ciclo, conjuntamente, atribuindo ao concluinte o
diploma de técnico Agrícola.
• Em 1967, a Lei de Diretrizes e bases da educação Nacional,
surgiram os ginásios Agrícolas mediante o agrupamento das
escolas de Iniciação Agrícola e das Escolas Agrícolas, onde se
ministrava somente as quatro séries do 1º ciclo (ginasial) e
mantinham a expedição de certificado de Mestre Agrícola,
enquanto que as escolas Agrotécnicas passaram a denominam-se
colégios agrícolas, ministrando apenas três séries do2º ciclo
(colegial), conferindo aos concluintes o diploma de técnico agrícola.
Em decorrência do Decreto-Lei nº 200/67,o Ensino Agrícola foi
transferido do Ministério de educação e Cultura e em 1970 passa
para o departamento de Ensino Médio.
Paralelamente às reformas administrativas que aconteciam na
instância Federal, ocorreram reformas administrativas a nível Estadual, e
em 1972 o governo do Estado do Paraná transfere para o Departamento
de ensino de 2º grau da Secretaria de Estado da educação e cultura, o
Departamento de Ensino Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura.
Com o advento da Lei 5.962/71, os Colégios Agrícolas e os Ginásios
Agrícolas passaram a ofertar o curso Técnico em Agropecuária, aprovado
pelo Conselho Estadual de Educação em 1973.
A região Oeste do Paraná tem sua economia fortemente
estruturada na agropecuária, desta forma esta região possui um grande
potencial e demanda para o Curso Técnico em Agropecuária, devido esta
necessidade que em meados de 1976 por iniciativa de destacados
cidadãos palotinenses, imbuídos de pioneirismo e amor a terra, levaram
adiante a ideia de criação de um curso de formação profissional que
6
viesse de encontro ao perfil da região Oeste do Paraná, isto é, sua base
econômica a agricultura, assim em 1977 começa a funcionar o Curso de
Básico em Agropecuária, com três anos de curso noturno, sendo que a
SEED criou o 4º ano para egressos destes cursos básicos, onde os alunos
foram inseridos num projeto da COAGRI/SEED que ganhou destaque
mundial, eram filhos de agricultores e sabiam trabalhar a terra, aliando o
conhecimento à pratica e o “saber fazer”, hoje um dos grandes pilares da
educação.
Com as mudanças na legislação educacional, os cursos básicos de
nível de 2º grau caminharam para extinção, neste momento então a
Escola Técnica Agrícola que inicia suas atividades em 1983, com período
integral, diurno, com habilitação em técnico em agricultura. Como a
vocação da região é a agropecuária, em 1993 esse curso passa para
Técnico em Agropecuária.
E no ano de 2006 este educandário passa a ser mantido pela SEED-
Pr.
Com o Decreto nº 5.154 de 23 de julho de 2004, que regulamenta o
§ 2º do art. 36 e os arts.30 a 41 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996, retomou-se no Estado os cursos técnicos articulados ao Ensino
Médio.
Atualmente a Rede de Colégios que ofertam ensino profissional em
agropecuária e florestal está constituída de 20 Colégios. Os Colégios
Estaduais possuem área de terra para o desenvolvimento das atividades
didático-produtivas no âmbito agropecuário e florestal em suas unidades,
possibilitando ministrar as aulas práticas. Os alunos permanecem nesses
Colégios em regime de internato e semi internato.
A partir de 2010 ocorre a reestruturação da matriz curricular dos
cursos Técnicos em Agropecuária de todo o Paraná, atendendo ao
catálogo de cursos técnicos do MEC.
7
8
ESCOLA
APMF
ALUNOSCONSELHO ESCOLARDIRETO
R
EQUIPE PEDAGÓGICA
DIRETOR DA UDP
PROFESSORES
GRÊMIO ESTUDANTIL
FUNCIONÁRIOS
CONSELHO DE CLASSE
PAIS
COMUNIDADE
ADMINISTRATIVO
COORDENAÇÃO DE CURSO
NRE
SEED
3. ORGANOGRAMA
4. RECURSOS MATERIAIS E HUMANOS:
4.1 Materiais de Laboratório:
MATERIAL QUANTIDADE
CONSERVAÇÃO
Anel de ferro de diversos tamanhos 06 USADOBalão fundo redondo 2000 ml 01 USADOBase para tubo de ensaio (mad. Pequena)
01 USADO
Cápsula de porcelana (evaporação) 01 USADOCopo de béquer 01 USADOErlenmeyer de vidro com rolha 250ml 01 USADOFunil de vidro raiado haste curta 01 USADOMicroscópio óptico monocular 01 NOVOPinça inox c/ amianto para copos 03 USADOProveta calibrada vidro 100 ml 01 NOVOTubo de ensaio graduado 10 ml 01 USADOGarra 01 USADOBase para bureta 01 USADOCadinho 02 USADOCopo de béquer 250 ml 02 USADOEstufa de secagem e esterel. Mod. 315 Se
02 USADO
Microscópio óptico binocular 01 NOVOPipeta graduada 50 ml 01 USADOProveta calibrada de vidro 1000 ml 01 USADOBastão de vidro (diversos tamanhos) 07 USADOCopo de béquer 500 ml 01 USADOFunil simples 01 USADOLaminas 30 USADOMicroscópio esterescópio binocular 03 USADORolha de borracha (diversos tamanhos)
02 USADO
Vidro de relógio 01 USADOBase para tubo de ensaio (metal Grande)
03 USADO
Bureta com torneira de vidro 50 ml 01 USADOErlemeyer de vidro sem rolha 125 ml 01 USADOFunil de vidro liso haste longa 05 USADOLamínulas 150 NOVOCapela 02 USADOTubo de ensaio (diversos tamanhos) 55 NOVOForno Cinzas 01 NOVOPipeta 20 ml 01 USADOPaquímetro 01 USADOTurbidimetro 01 USADOMedidor de O2 01 USADOErlemeyer de vidro sem rolha 200 ml 02 USADO
9
Autoclave 01 NOVOConductivity meter 01 NOVOEletrodo 01 NOVOIctiometro 01 NOVO
4.2 Materiais Pedagógicos:
Quantidade Descrição Estado de Conservação
01 TV Multimídia (6) BOM01 Vídeocassete RUIM35 Fitas e DVDs MÉDIO380 Acervo Bibliográfico MÉDIO01 Aparelho de DVD MÉDIO01 Aparelho de Som
( micro sistem)BOM
01 Retroprojetor RUIM32 Computadores BOM
4.3 Materiais para Prática de Campo:
MATERIAIS QUANTIDADE CONSERVAÇÃO
Distribuidor de Esterco Líquido
01 NOVO
Máquina de Cortar grama
01 NOVO
Ônibus 01 NOVO
Pulverizador 01 NOVO
Resfriador de Leite 01 NOVO
Semeadoura 01 NOVO
Subsolador 01 NOVO
Trator 01 MÉDIO
Enxadas 20 USADO
Facão 12 USADO
Foice 7 USADO
Enxadão 9 USADO
Marreta 5 USADO
Machado 3 USADO
Tesoura de poda 8 USADO
Serrote 2 USADO
Martelo 4 USADO
Chave de fenda 15 USADO
1
Esmerilio 1 USADO
Alicate 3 USADO
Mochador 2 USADO
Teodolito 1 USADO
4.4 Estrutura Física
Qantidade Descrição Tamanho04 Salas de aulas. 99m2 cada03 Salas de aulas 81m2 cada01 Sala de Video 99 m2 10 Salas Administrativa 35 m2
01 Biblioteca 81 m2
01 Auditório 220 m2
01 Quadra Poliesportiva 800 m2
02 Sala de Professores 56 m201 Refeitório 159 m2
01 Cozinha 100 m2
01 Almoxarifado/Oficina 65 m2
01 Almoxarifado/higienização
25m2 cada
01 Almoxarifado/jardim 04 m2
01 Depósito de Alimentos 20m2
01 Lavanderia 47m2
01 Laboratório 80 m2
02 Apartamento/Prof. 30 m2
02 Apartamento/Func. 30 m2
02 Sanitários Administrativos
30m2
02 Sanit. Alunos-masc./fem.
30 m2
03 Sanitários Prof/Func. 25 m2
13 Suítes (Internato) 30 m2 cada01 Almoxarifado/horta 12 m2
01 Sala de Ordenha 25 m2
01 Pocilga 45 m2
01 Aviário postura 80 m2
01 Aviário Cortes (ruim) 45 m2
01 Galpão p/ Cunicultura 25 m2
01 Aprisco 20 m2
01 Apicultura 16 cx06 Tanques p/ piscicultura 1000 m2
02 Tanques p/ piscicultura 300 m2
01 Pomar - Fruticultura 02 hectares01 Horta 02 hectares01 Área p/ Agricultura 12,5 Alqueires
1
01 Casa p/ Funcionários 75 m2
01 Laboratório p/ Piscicultura
35 m2
01 Laboratório de Informática ProInfo
01 Laboratório de Informática Paraná Digital
4.5 Recursos humanos:
4.4.1 Corpo docente:
Esta instituição de ensino conta atualmente com docentes em sala de
aula, destes, sete são contratados pela SEED no regime de PSS (Processo
de Seleção Simplificado) e os DEMAIS são do Quadro Próprio do
Magistério (QPM). Além das disciplinas da Base Nacional Comum temos
professores estatutários nas áreas de Agricultura e Pecuária, que formam
a Formação Específica desta instituição.
4.4.2 Quadro Administrativo:
O quadro administrativo é composto pelo Diretor eleito pela comunidade
escolar, da Direção Auxiliar Pedagógico, da Direção Auxiliar da Unidade
Didática Produtiva, necessariamente um professor QPM concursado, um
secretário, a Coordenação de Curso e a Equipe Pedagógica, a Orientação
de Internato. Todos envolvidos na busca de melhorar o curso de Técnico
em Agropecuária e priorizar o processo de ensino aprendizagem.
4.4.3 Serviços Gerais/ Manutenção.
O serviço geral é composto por: Lavanderia, uma vez que temos alunos
internos, que moram na escola e necessitam deste serviço. Cozinha, pois
os alunos internos e semi internos se alimentam na escola, uns com
almoço e lanches, outros café da manhã, almoço, lanches e jantar.
Limpeza, que prioriza as salas de aulas e o prédio administrativo.
Funcionários de campo, para colaborarem com a UDP ( unidade didático
produtiva) e para o bom andamento das aulas práticas a campo. Um
inspetor de alunos para o noturno, com exclusiva função de zelar,
1
organizar e acompanhar os alunos internos. Um vigia noturno. Um caseiro
que é responsável pelo manejo dos animais. Um funcionário responsável
pela manutenção dos setores existentes na escola.
5. Justificativa
Em função da nova política para o ensino agrícola no Paraná, o
Departamento de Educação e Trabalho considera de fundamental
importância que se proceda à reformulação curricular desses cursos de
forma a manter e oferecer educação de qualidade, em consonância com
as mudanças requeridas pela sociedade, que vem ao encontro de
diversas solicitações da comunidade escolar, não perdendo de vista as
mudanças no Ensino Médio/Educação Profissional, que vem sendo
debatidas no país, com a finalidade de dar atendimento às necessidades
de nossa comunidade escolar.
Tendo em vista que, nossa região é extremamente voltada para
agropecuária, embora os problemas da educação não estejam localizados
apenas no meio rural, no campo a situação é mais grave, pois, além de
não considerar a realidade socio-ambiental, onde a escola está inserida,
esta foi tratada sistematicamente, pelo poder público, com políticas
compensatórias, programas e projetos emergenciais e, muitas vezes,
ratificou o discurso da cidadania e, portanto, de uma vida digna reduzida
aos limites geográficos e culturais da cidade, negando o campo como
espaço de vida e de constituição de sujeitos cidadãos.
Em 2003, as discussões sobre o campo brasileiro são retomadas em
novas bases governamentais. O governo começa a elaborar o Plano
Plurianual para programar uma política capaz de priorizar a reforma
agrária e o desenvolvimento da agricultura familiar como instrumentos
indispensáveis de inclusão social. A reforma agrária, como política
estratégica de enfrentamento da pobreza no campo e da crise social,
juntamente com a valorização da agricultura familiar e o estímulo à
economia solidária de forma cooperativa, é opção para ampliação do
emprego e segurança alimentar aos trabalhadores e suas famílias.
1
Como parte da política de valorização do campo, a educação
também é entendida no âmbito governamental como uma ação
estratégica para a emancipação e cidadania de todos os sujeitos que ali
vivem ou trabalham, e pode colaborar com a formação das crianças,
jovens e adultos para o desenvolvimento sustentável.
A partir da Lei Federal nº 9394/96 que estabeleceu as novas
Diretrizes e Base da Educação Nacional e da promulgação do Decreto
2208/97 mudou o panorama da oferta educacional da Educação
Profissional no país. Por sua vez o Conselho Nacional de Educação definiu
através do Parecer 16/99 as novas diretrizes curriculares dos cursos
profissionalizantes de nível técnico. A questão crucial posta pela reforma
foi a separação do antigo segundo grau, agora chamado de Ensino Médio,
da Educação Profissional, que passou a ser um ensino pós-secundário
agudizando a tradicional dualidade desse nível de escolaridade. A partir
de 1997, quem pretendia obter a formação profissional de nível técnico
deveria concluir o Ensino Médio primeiro, para depois cursar o ensino
profissional técnico. Essa mudança legal e política provocaram grande
impacto na forma de funcionamento das escolas agrícolas de nível médio
ofertadas no Paraná.
Com a revogação do Decreto 2208/97 e a promulgação do decreto
5154/2004 que prevê em seus artigos citados aqui na integra:
Art. 1º A educação profissional, prevista no art. 39 da Lei nº. 9.394,
de 20 de dezembro de 1996 (LDB), observadas as diretrizes curriculares
nacionais definidas pelo Conselho Nacional de Educação, será
desenvolvida por meio de cursos e programas de:
lI – formação inicial e continuada de trabalhadores;
lII – educação profissional técnica de nível médio; e
lIII – educação profissional tecnológica de graduação e de pós-graduação.
lArt. 4º A educação profissional técnica de nível médio, nos termos
dispostos no § 2º do art. 36, art. 40 e parágrafo único do art. 41 da Lei nº
9.394, de 1996, será desenvolvida de forma articulada com o ensino
médio, observados:
1
l§ 1º A articulação entre a educação profissional técnica de nível médio e
o ensino médio dar-se-á de forma:
lI – Integrada
lII – Concomitante
Muda-se a visão do ensino profissional no Paraná, ofertando agora o
Ensino Médio Integrado á Educação Profissional, possibilitando a
retomada de investimentos nos Colégios Agrícolas tanto na parte
estrutural, como na capacitação dos docentes, melhorando assim a
qualidade do ensino agrícola neste estado.
A educação profissional é, antes de tudo, educação. Por isso
mesmo, rege-se pelos princípios explicitados na Constituição Federal e
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Assim, a igualdade de
condições para o acesso e a permanência na escola, a liberdade de
aprender e ensinar, a valorização dos profissionais da educação e os
demais princípios consagrados pelo artigo 3º da LDB devem estar
contemplados na formulação e no desenvolvimento dos projetos
pedagógicos das escolas e demais instituições de educação profissional.
Os cursos de educação profissional de nível técnico, quaisquer que
sejam, em sua organização, deverão ter como referencia básica no
planejamento curricular o perfil do profissional que se deseja formar,
considerando-se o contexto da estrutura ocupacional da área ou áreas
profissionais, a observância destas diretrizes curriculares nacionais e os
referenciais curriculares por área profissional.
Quando competências básicas passam a ser cada vez mais
valorizadas no âmbito do trabalho, e quando a convivência e as práticas
sociais na vida cotidiana são invadidas em escala crescente por
informações e conteúdos tecnológicos, ocorre um movimento de
aproximação entre as demandas do trabalho e as da vida pessoal,
cultural e social. É esse movimento que dá sentido à articulação proposta
na lei entre educação profissional e ensino médio. A articulação das duas
modalidades educacionais tem dois significados importantes. De um lado
afirma a comunhão de valores que, ao presidirem a organização de
ambas, compreendem também o conteúdo valorativo das disposições e
1
condutas a serem constituídas em seus alunos. De outro, a articulação
reforça o conjunto de competências comuns a serem ensinadas e
aprendidas, tanto na educação básica quanto na profissional.
6. Objetivos Gerais da Instituição:
• Oferecer uma educação de qualidade atendendo as
transformações tecnológicas, científicas e sociais, tendo sempre
como enfoque o homem do campo.
• Compreender as relações entre ciências e tecnologia.
• Associar as diferentes tecnologias a solução de problemas que se
apresentarem no campo.
• Promover a sustentabilidade agroecológica, buscando a
conscientização para o desenvolvimento da agricultura familiar e
do meio ambiente.
• Promover o conhecimento aos alunos para a produção de alimentos
com responsabilidade ambiental.
• Proporcionar programas de capacitação para os profissionais do
Colégio promovendo a formação continuada e atualização de toda
comunidade escolar;
• Desenvolver ações educativas de integração com práticas
agropecuárias com vistas a subsidiar os educandos e a comunidade
local na produção, comercialização dos produtos agropecuários;
• Rediscutir as diretrizes didático-pedagógicas dos cursos ofertados
no Colégio, tendo em vista, oferecer qualificação que contribua na
formação para o mundo do trabalho;
7. DIAGNÓSTICO
7.1 Caracterização do corpo discente
O Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo conta com
uma área de 49,62 ha, situado na Linha Cinco Mil de Palotina, com uma
área de aproximadamente 5.000 m2 de construções mais benfeitorias. O
1
restante da área se destina às aulas práticas das disciplinas da matriz
curricular, através de projetos de acompanhamento.
Como pudemos perceber o espírito de luta e trabalho, de nossa
gente, reunido com a força dos pais de nossos alunos, estiveram sempre
presentes, para preservar o maior bem que Deus nos deu a terra, para
dela tirar o sustento, produzir alimentos para o mundo, contribuir com a
economia do município, do estado e da nação. Mas fazê-lo com técnica,
com compromisso. O que hoje só é possível com ensino e pesquisa, com
a teoria e prática, com humanismo e tecnologia.
O perfil do nosso aluno aponta para agropecuária, onde a maioria
mora em zona rural, ou mora na zona urbana e tem propriedade rural,
mais especificamente pequena e médias propriedades. Vem em busca
dos conhecimentos teóricos, para ajudar os pais nas propriedades, ou
motivado pelo mercado de trabalho oferecido pelas empresas do qual se
incluem como meio natural.
Oriundos de famílias que trazem o cultivo da terra como cultura e
prática social, com a consciência de que hoje se busca a qualidade e
produtividade, com manejo e uso adequado da terra, o que a escola
oferece através do referencial teórico, pesquisa, práticas nos projetos
experimentais e estágio supervisionado.
Os alunos vêm de toda região Oeste do Paraná, de outros estados,
e de outro país na forma de intercâmbio, de instituições de ensino tanto
da rede pública quanto da rede privada de ensino como poderemos
verificar nos gráficos abaixo.
Os estudantes utilizam-se do transporte coletivo para o
deslocamento de suas casas até o Colégio, alguns diariamente e outros
semanalmente. Levam em media 50 minutos para chegaram até o
Colégio. Alguns alunos são do município vizinho de Assis Chateubriand
todos os dias e levam cerca de uma hora e meia de suas casas até o
colégio.
O ensino desenvolve-se em tempo integral, assim, os estudantes
residentes em lugares mais distantes, não voltam para casa todos os
dias, permanecendo alojados em regime de internato. Atualmente o
1
colégio conta com 80 (sessenta e seis) estudantes internos, alojando-se
no colégio durante a semana, os mesmos chegam na segunda-feira pela
manhã e retornam para suas casas na sexta-feira após o horário das
aulas, sendo que alguns permanecem no colégio e ajudam na
manutenção geral da escola.
Como temos uma diversidade muito grande de alunos oriundos de
diversas partes do estado, de outros estados e países percebemos que ao
ingressarem nesta instituição, no primeiro ano os alunos passam por uma
fase de adaptação, onde muitos verificam se realmente estão aptos e/ou
querem a formação oferecida por esta instituição de ensino. Temos níveis
baixos de reprovação, uma vez que sempre buscamos avaliar o aluno
com uma visão global de sua aprendizagem, tentando avalia-lo por seu
perfil profissional. Os níveis de evasão escolar também são pequenos
( em 2006, não tivemos evasão escolar), uma vez que temos uma lista de
espera a qual chamamos assim que ocorre uma transferência.
SEXO DOS ALUNOS
1
IDADES DOS ALUNOS
RENDA FAMILIAR DOS ALUNOS.
2
14 ANOS15 ANOS16 ANOS17 ANOS18 ANOS OU MAIS
Entrevistados 210 alunos
RENDA 500,00RENDA DE 500,00 A 1000,00RENDA DE 1000,00 E 2000,00RENDA ACIMA DE 2000,00
Entrevistados 210 alunos
CIDADES DE ORIGEM DOS NOSSOS ALUNOS.
MORADORES NO MEIO URBANO E MEIO RURAL.
2
Entrevistados 210 alunos.
PALOTINASÃO J ORGE DO PATROCINIOASSISTOLEDOMARIPAMARECHAL RONDONENRTE RIOSPATO BRAGADOJ ESUITASFORMOSA DO OESTEFRANCISCO ALVESCEU AZULCASCAVELGUAIRADOURADOS – MSPONTA PORA – MSCORBELIASANTA HELENATACURUMERCEDESNOVA AURORACAARAPO – MSTERRA ROXANOVA SANTA ROSAIPORAPEROBALVERA CRUZ DO ESTECAFELÂNDIAPARAGUAYPORTO NACIONAL – TOTUPASSIQUATRO PONTES
URBANORURAL
Entrevistados 210 alunos.
MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO PARA CHEGAR ATÉ O COLÉGIO.
2
CARROONIBUSA PEBIBICLETAOUTROS
Entrevistados 210 alunos
Entrevistados 210 alunos.
Entrevistados 210 alunos.
TEMPO DE LOCOMOÇÃO ATÉ A ESCOLA
ESCOLARIDADE DO PAI
ESCOLARIDADE DA MÃE.
2
1 HORAENTRE 20 E 50 MINUTOS1 HORA E MEIA E 2 HORASMORAM NA ESCOLA
FUNDAMENTAL INCOMPLETOFUNDAMENTAL COMPLETOMEDIO INCOMPLETOMEDIO COMPLETOSUPERIORESPECIALIZAÇÃO
Entrevistados 210 alunos.
DECLARARAM TER TEMPO PARA ESTUDAR ALÉM DAS AULAS NORMAIS.
2
FUNDAMENTAL INCOMPLETOFUNDAMENTAL COMPLETOMEDIO INCOMPLETOMEDIO COMPLETOSUPERIORESPECIALIZAÇÃOMESTRADO
Entrevistados 210 alunos
SIMNÃO
Entrevistados 210 alunos.
ESTUDARAM EM ESCOLA PÚBLICA.
QUANTIDADE DE PESSOAS QUE MORAM EM CASA
ACESSO A INTERNET
2
SIMNÃO
Entrevistados 210 alunos.
123456
Entrevistados 210 alunos.
MORADIA EM SUAS CIDADES DE ORIGEM.
MORADIA DISTINTA PARA O CURSO.
2
LAN HOUSEINTERNET EM CASAINTERNET NA ESCOLA
Entrevistados 210 alunos
PAISPAI OU MAE CASO FOREM SEPARADOSOUTROS? AVÓS
Entrevistados: 210 alunos
7.2 Requisitos de acesso ao curso
Para ingresso no curso técnico em agropecuária na forma
integrada, o aluno deverá preencher os seguintes requisitos:
• Ter concluído o ensino fundamental
• Ter concluído o ensino Médio (no caso de curso seqüencial)
• Responder questionário sócio-econômico;
• Realizar entrevista individual.
• Apresentar histórico escolar para somatória de médias.
• Apresentar comprovante de renda per capta familiar
Os critérios de matrícula para Educação Profissional do setor
Primário estão relacionados na Instrução 10/03 – SUED/SED.
7.3 Perfil
7.3.1 Perfil do Técnico em Agropecuária
O Técnico em agropecuária, atuará em propriedades e/ou empresas
ligadas à Agropecuária, objetivando sua sustentabilidade, procurando
2
PENSAOINTERNATOFAMILIARESREPÚBLICAEM PALOTINAOUTROS
Entrevistados : 210 alunos
aumentar o índice de desenvolvimento social da comunidade ou região
onde está inserido. Sendo capaz de planejar, organizar, direcionar e
controlar as atividades e os recursos naturais, materiais, econômicos e
humanos, envolvidos em todas as etapas do Sistema Produtivo, vegetal e
animal, em conformidade com a Legislação vigente e entendendo que a
propriedade/empresa rural faz parte de um Agroecossistemas.
8. DADOS EDUCACIONAIS
A partir de 2006 o Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto
Colombo é estadualizado, contando com 1 turma com 42 alunos. Em
2007 contamos com 2 primeiros anos com 80 alunos, um segundo ano
com 36 alunos e 2 terceiros anos com 49 alunos. Em 2008 contamos com
2 primeiros anos com 80 alunos, dois segundas séries com 78 alunos e
um terceiro ano com 36 alunos.
No ano de 2006 não tivemos evasão escolar, uma vez que até
meados de junho conseguimos chamar alunos de uma listagem de
espera, de acordo com a classificação da seleção que é feita para o
ingresso dos alunos nesta instituição de ensino, uma vez que não
dispomos do número de vagas necessários para atender a procura deste
curso.
Já no para o ano de 2007 tivemos um índice de evasão de 2% na
segunda série. O índice de reprovação da segunda série foi de 12%.
No ano de 2008 não tivemos evasão escolar, pois nossos alunos
transferidos foram para outras escolas agrícolas ou escolas da rede
municipal. Os índices de repetência neste ano foram de 8,2%, sendo que
a maior parte desses alunos eram de primeiro ano, caracterizando o
pouco perfil destes.
A maior dificuldade que percebemos, é a mudança de ambiente
escolar que os alunos do primeiro ano sentem ao ingressarem na
Educação Profissional, principalmente no ensino agrícola, onde o tempo
das aulas acontece de forma integral, aulas pela manhã e tarde. Isso tem
sido motivo de várias discussões e reuniões com pais para que preparem
seus filhos e acompanhem as atividades que estes realizam na escola,
2
para que essa mudança seja sentida de maneira mais tranquila e que
seja breve a adaptação do aluno ao curso.
Os alunos que permanecem na escola também recebem um apoio
diferenciado, contando com um Orientador de Internato, que tem como
formação a Pedagogia, para atender, orientar os estudos, organizar os
horários e algumas atividades no internato, tornando o ambiente mais
humanizador.
9. Princípios filosóficos
O Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo de Palotina,
tem como filosofia: A educação como um direito social básico e universal,
fundamental para a construção de uma nação autônoma, soberana e
solidária, com características humanistas e científico-tecnológicas
condizentes com os requisitos da formação integral do ser humano.
Desenvolvendo no indivíduo o espírito de cidadania e comportamento em
relação ao meio ambiente.
Oferecer uma educação de qualidade que venha atender as
mudanças tecnológicas, científicas e sociais, valorizando o homem do
campo. Pois, no campo encontram-se as possibilidades que dinamizam a
ligação dos seres humanos com a própria produção das condições da
existência social e com as realizações da sociedade humana.
Educação entendida como uma ação de emancipação e cidadania
de todos os sujeitos, compromissada com o desenvolvimento sustentável
e com a redução das desigualdades sociais.
A proposta da Escola será embasada na aplicação dos princípios
filosóficos da Educação Profissional e da Educação no Campo, no
tratamento de conteúdos de ensino que facilitem a constituição do
fortalecimento dos laços de solidariedade e de tolerância recíproca, para
a formação de valores tendo como finalidade o aprimoramento da pessoa
humana, promovendo a formação ética e o exercício da cidadania.
9.1 Concepção de Sociedade
2
O colégio tem papel formativo de democratização para
transformação social e realização do homem. É neste mundo que vive o
homem, um ser social essencialmente articulador de sua sociabilidade e
das relações, imerso numa variedade de recursos tecnológicos,
consciente de que a disciplina pessoal e a visão de futuro são elementos
fundamentais para criar as condições necessárias para fazer opções
inteligentes nos variados caminhos que a vida oferece. Ultrapassando
a própria existência da auto perfeição baseada num projeto de vida,
onde por meio do trabalho, produz o mundo, transforma a natureza e a si
mesmo, esperando dele (homem) flexibilidade, capacidade de adaptação,
raciocínio lógico, habilidades de análise, síntese e prospecção, leitura de
sinais e agilidade na tomada de decisões numa sociedade Tecnológica e
Democrática que partilha da co-autoria, de co-responsabilidade, que
admite a existência das diferenças, em constante processo de produção,
com grande variedade de crenças e diversidade de valores.
É preciso através de uma educação humanista proporcionar a todo
cidadão conhecimentos para que sejam capazes de compreender e
intervir na realidade, respeito ao meio ambiente, no desenvolvimento
sustentável.
A Escola como instituição social, numa sociedade tecnológica que
forma consciências críticas capazes de gerar respostas para problemas
atuais decorrentes do avanço das ciências.
Conciliar humanismo numa sociedade com tecnologia.
9.2 Concepção de Homem
Como pessoa situada no mundo, com um projeto de vida,
desenvolvendo suas potencialidades e valorizando suas competências e
habilidades, tanto no campo intelectual quanto emocional.
A pessoa considerada um processo contínuo de descoberta de seu
próprio ser, ligada a outras pessoas e grupos.
O sistema escolar deverá possibilitar a autonomia, a busca da
identidade, para que os alunos pratiquem e viva a democracia. Saibam
3
enfrentar os desafios do mundo do trabalho, gerando para si e para os
outros uma melhoria na qualidade de vida.
Sujeitos históricos que saibam conquistar seu espaço, em condições
de serem empreendedores vivenciando valores humanos. A formação
humana e a capacitação dos sujeitos em diferentes campos do
conhecimento que possam gerar e gerir novas alternativas e ações no
campo, estabelecendo sempre a terra como mediadora deste.
Que busquem no conhecimento e na reflexão crítica condições para
se inserir na globalização do mercado, na competitividade do mundo dos
negócios e avanços científicos e tecnológicos, respeitando o
desenvolvimento sustentável.
Busquem no aprender a aprender, a construção do seu
conhecimento e continuar aprendendo ao longo da vida.
9.3 Concepção de Mundo
Com o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia, assiste-se a
grandes mudanças:
• A emergência de uma economia que se desenvolva em escala
planetária, ultrapassando as fronteiras geográficas tradicionais;
• Uma sociedade estruturada em classes onde as diferenças sociais
se acentuam;
• A constante preocupação com a questão ambiental a fim de tornar-
se consciente a utilização dos recursos naturais.
Assim entendemos o mundo como o espaço historicamente
construído pelo homem, na forma de produção e nas relações sociais, e
que sofrem constantes mudanças econômicas, sociais, políticas e
culturais, resultado da evolução tecnológica.
Com a globalização da economia e as constantes mutações das
atividades econômicas, o campo de trabalho apresenta-se cada vez mais
exigente e a demanda requer um novo perfil de profissionais.
O profissional exigido para essa realidade deve apresentar, além
da capacitação, competências e habilidades múltiplas que lhe
3
possibilitem o ingresso no campo de trabalho, enfrentando com sucesso
os desafios da modernidade, de um novo século.
Devemos preparar o aluno para a nova realidade, priorizando
contudo a formação humanística do ser humano, para o exercício da
cidadania.
9.4 Concepção de Educação
A educação é um processo de construção de identidades. Educar
sob inspiração da ética, criar as condições para que as identidades se
constituam pelo desenvolvimento da sensibilidade e pelo reconhecimento
do direito à igualdade afim de que orientem suas condutas por valores
que respondam ás exigências do seu tempo.
Educação é um conceito complexo. Diz respeito ao
desenvolvimento humano, em suas trajetórias de vida, desde o momento
de seu nascimento até sua morte. Refere-se as múltiplas formas de
organização social que possibilitam as transformações da pessoa a fim de
que ela possa atingir graus mais elevados de realização pessoal e bem-
estar social.
Além disto, educação designa tanto uma área de conhecimento,
como uma área de desempenhos profissionais. É a área que ao mesmo
tempo, procura aprofundar e expandir o conhecimento a melhorar,
tornando mais eficiente e eficaz, as práticas que configuram o trabalho
profissional.
A concepção de educação profissional desta instituição assume um
compromisso com a formação humana dos alunos para o mundo do
trabalho, a qual requer a apreensão dos conhecimentos científicos,
tecnológicos e histórico-sociais pela via escolarizada. Define-se, portanto
educação em seu conceito mais amplo, admitindo que ela supera os
limites da educação escolar, ocorrendo no interior das relações sociais e
produtivas; reconhecendo, pois, as dimensões pedagógicas do conjunto
dos processos que se desenvolvem em todos os aspectos da vida social e
produtiva.
3
Esta concepção incorpora a categoria trabalho, reconhecendo a sua
dimensão educativa, ao mesmo tempo em que reconhece a necessidade
da educação escolar vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social,
principalmente no campo.
Construir uma educação do campo significa pensar numa escola
sustentada no enriquecimento das experiências vividas, obviamente não
em nome da permanência, nem da redução dessas experiências, mas em
nome de uma reconstrução dos modos de vida, pautada na ética da
valorização humana e do respeito à diferença. Uma escola que
proporcione aos seus alunos e alunas condições de optarem, como
cidadãos de cidadãs, sobre o lugar onde desejam viver. Isso significa, em
ultima análise, inverter a lógica de que apenas se estuda para sair do
campo.
Uma educação que afirme relações de pertença ao mesmo tempo
diferenciadas e abertas para o mundo – o sentimento de pertença é o que
vai criar o mundo para que os sujeitos possam existir, uma vez que a
condição para o desenvolvimento de suas competências e dos seus
valores é a pertença a um lugar. Pertencer significa se reconhecer como
integrante de uma comunidade e um sentimento que move os sujeitos a
defender as suas idéias, recriar formas de convivência e transmitir
valores de geração a geração.
A educação é um processo de construção de identidades. Deve
estar comprometida com o desenvolvimento total da pessoa. Sendo a
educação prática social com o objetivo de humanizar o homem, esta é
intencional. A partir da necessidade de aprender, de se educar dentro de
um processo dialético de desenvolvimento histórico, a educação organiza
a sociedade.
Educação é a aquisição de um composto de conhecimentos
abrangentes e integrados que amplia a leitura da realidade, estimula o
desenvolvimento cultural e potencializa o raciocínio das pessoas.
Nosso objetivo é desenvolver um sistema educativo que forme um
homem auto-realizado, com uma educação geral completa, que o torne
capaz de assimilar as diversas tarefas e habilidades que o “novo tempo”
3
exige e, por conseguinte, capaz de mover-se no interior da organização
social do trabalho.
9.4.1 Educação no campo
O campo deve ser entendido como um espaço de produção de vida
onde os seres humanos que ali vive, tenham condições de existir
socialmente não podendo mais ser visto somente como um local de
produção agropecuária. O campo é território de produção de história e
cultura, de luta de resistência dos sujeitos que ali vivem.
A educação do campo precisa levar em consideração uma série de
aspectos do mundo rural que influenciam a vida do educando do campo.
No entanto ela não pode abrir mão de seu sentido de pluralidade como
fonte de conhecimento em diversas áreas. Que se transforma em
instrumento de reafirmação da cidadania. Assim, no processo formativo
do estudante, a educação do campo depara-se com a contradição entre o
geral, universal e hegemônico, com o especifico, particular e contra-
hegemônico.
Esta contradição precisa ser enfrentada na construção de uma
educação que contenha esse duplo caráter: o comum a todos os sujeitos
sociais que lhes confere uma sólida formação humana perante o mundo
associado ao que é diferente, em respeito a realidade da vida do campo.
Com essa percepção, tem-se consciência de que o estudante do
campo é portador de rica experiência de vida, o que contribui para sua
formação profissional dentro do curso técnico em agropecuária, uma vez
que priorizamos o aluno do campo para o ingresso no Colégio Agrícola.
Um dos fundamentos das praticas pedagógicas do Colégio Agrícola
esta na metodologia e nos seus processos. As metodologias
interdisciplinares estão subsidiando e ampliando a compreensão a partir
dos diversos campos do saber, sem negar as especificidades dos campos
científicos.
Respeitar e organizar o trabalho pedagógico dentro das diretrizes
da educação do campo, juntamente com a proposta da educação
profissional é o desafio do Colégio Agrícola. Preparar o aluno para o
retorno ao campo respeitando a natureza, com capacitação profissional
3
para dele ser agente transformador da realidade ali existente sem
descaracterizar ou minimizar a função do campo.
9.5 Concepção de Ensino e Aprendizagem
O conceito de ensino aprendizagem propõe uma visão dialética desse
processo. Tanto ensino quanto aprendizagem são dois conceitos que
estão intimamente relacionados e por isso não é possível conceber o
ensino sem considerar a aprendizagem e vice-versa. Essa relação de
interdependência é marcada pela presença do outro, sem ser necessária
a presença física do outro.
Isso significa que para aprender, o ser humano nunca está sozinho,
pois, em toda a situação de aprendizagem, o sujeito compartilha de um
tipo de linguagens que é permeada pelas múltiplas vozes que marcam a
presença do outro no processo de aprendizagem, e, portanto, também de
ensino. Desse modo, a produção do conhecimento pode ser relacionada à
possibilidade de interlocução com o outro e de negociação entre
diferentes pontos de vista.
A interação é elemento fundamental para as situações escolares, assim
como para identificar de que tipo de ajuda o sujeito precisa para atuar na
sociedade. É a partir dessa interação que é possível indicar o potencial de
desenvolvimento do aprendiz.
Aprendizagem é conceito que não pode ser desprezado quando se
pretende uma proposta de definição de ensino. E torna-se importante
quando, através dele, a ideia de intencionalidade de um objetivo a ser
atingido perde seu caráter unívoco de verdade, possibilitando a
afirmação:
A aprendizagem também ocorre SEM INTENÇÃO de ensino.
A própria vida serve como demonstração do postulado, pois é fato
notório que a aprendizagem se verifica com frequência fora da escola,
adquirindo o homem, por possuir inteligência, uma infinidade de
conhecimentos através de instrumentos que não tem como origem o
ensino.
3
Não sendo necessário, para que haja aprendizagem, a intenção de
ensino, também outra afirmativa, ligada a este último conceito através da
citada intenção, sofre um re-estudo:
Como ponto comum ao processo ensino X aprendizagem surge
apenas aquele referente “à necessidade de que aquilo a ser ensinado
tenha condições de ser aprendido pelo aluno” ou, a esta altura, utilizando
termo mais adequado, “ser aprendido por aquele submetido ao
processo”.
Ensino é qualquer influência interpessoal cujo propósito é mudar os
modos segundo os quais as pessoas poderão ou virão a comportar-se.
Para nos, porém, ensino é: “uma organização do ambiente, onde
pessoas se interinfluenciam direta ou indiretamente, com o objetivo de
atingir, através de atividades variadas, resultados previamente
determinados”. Quando coloca o ensino como inter-relação pessoal quer
significar a influência do professor sobre o aluno.
Há uma outra particularidade nesta definição, contida nos termos
“poderão ou virão”, pois coloca o resultado do ensino como possibilidade
ou virtualidade e acentua o seu aspecto de futilidade, significando que a
influência que hoje é vivida pelo aluno poderá colher seus frutos em
momentos bem distanciados daquele em que a presença do professor é
possível.
Na nossa definição, entretanto, admitimos a possibilidade da
ocorrência de ensino sem professor, mas nunca sem interação. Vemos o
ensino como uma interinfluência, onde o professor também pode
aprender com o aluno, alcançando modificações que podem ou não
traduzir-se em modos de “comportar-se”.
Ressaltando o objetivo ou as finalidades das situações de ensino,
com o acento em “previamente determinado”, pois acreditamos que não
existirá uma situação de ensino se não se tiver previsto, de maneira mais
ou menos feliz um resultado a ser alcançado a curto ou longo prazo.
Sempre há uma intencionalidade na ação de ensinar. Somente as
aprendizagens fortuitas é que acontecem ao sabor do acaso. Podem ser
3
inteiramente significativas, como influências duradouras, essas
aprendizagens não resultam ensino.
Pretende esta definição abranger tanto o ensino formal que se
desenvolve nas instituições chamadas “escolas”, como as variadas
maneiras de realizar ensino não-formal que modernamente estão
surgindo com uma força promissora de realização humana.
Não nos afastaríamos de modo nenhum da dimensão psicológica do
ensino, pois acreditamos que esta dimensão explica sua essência, mas
incluímos outras dimensões que consideramos igualmente importantes e
verdadeiras, como a organizacional, em seus aspectos de administração,
e a sociológica, que contribui para melhor interpretar a realidade
emergente que se baseia no que os achados da ciência têm mostrado
como mais eficientes para o comportamento humano no seu mundo de
inter-relações pessoais.
Há uma tendência a confundir os dois conceitos – ensino e
educação – e como consequência a mal empregá-los. Entretanto, eles se
referem a diferentes dimensões e enfoques de uma mesma realidade.
Ensino é uma parte de um campo de conhecimento mais amplo chamado
educação.
9.6 Concepção de Avaliação
A avaliação deve ser cumulativa e interativa, onde se trabalha
permanentemente com processo e produto, estratégia e resultado, ao
mesmo tempo, como dimensões de uma totalidade. Esta avaliação
subsidia, portanto a construção do conhecimento. Nela são vitalizados o
processo e a preocupação com o percurso da construção do resultado da
aprendizagem pelo aluno, neste entendimento, avaliação é concebida
como processo e não como medida, e os erros, como hipóteses
levantadas pelo aluno, na tentativa de acertar.
A avaliação está relacionada ao domínio do conhecimento de cada
área, de cada disciplina e de acordo com as características particulares
3
de cada projeto realizado pelos alunos nas áreas da Unidade Didática
Produtiva.
Os critérios para a avaliação serão diversificados:
-Considerar o aluno como parte atuante avaliando seu
desenvolvimento ao longo do processo ensino/aprendizagem.
-O interesse em resolver “problemas”, bem como sua maneira de
realizá-los, e seu interesse de acordo com o que o aluno está
aprendendo e em que medida.
-A avaliação seguirá um processo contínuo, buscando todas as
formas de fazer com que o educando sinta a necessidade de
participar deste processo, sendo peça fundamental nesta
transformação.
As formas e instrumentos de avaliação serão:
* Avaliações escritas;
* Avaliações orais;
* Trabalhos individuais;
* Trabalhos em grupo;
* Seminários;
* Participação em sala de aula, gincanas, torneios, feiras de
conhecimento e festivais;
* Provas práticas;
* Visitas técnicas;
* Dias de campo;
A avaliação entendida como um dos aspectos do ensino pelo qual o
professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu próprio
trabalho, com a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de
ensino aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus resultados
e atribuir-lhes o seu valor. Para avaliar é preciso ter clareza dos objetivos
que se quer atingir com os alunos.
Todos os componentes curriculares devem fornecer um conjunto de
indicadores sobre o avanço de cada aluno. A avaliação enquanto
componente indissociável do processo ensino/aprendizagem, não deve
ser classificatória, superando assim, a prática fragmentária e
3
mecanicista, e as formas autoritárias e arbitrárias de tratá-la no trabalho
desenvolvido pelo professor.
Ao ser considerado em sua função diagnostica, ela possibilita a
análise da situação de aprendizagem dos alunos de modo que se possa
obter as informações necessárias para a tomada de decisão de todos os
agentes educativos sobre as correções no encaminhamento do processo
ensino/aprendizagem.
Este encaminhamento da avaliação será tanto mais consequente
em favor do aluno, quanto mais o professor venha a ser um mediador
competente, valorizando as experiências de sua prática social como
ponto de partida de construção do conhecimento e, privilegiando os
conteúdos essenciais numa visão integradora do currículo escolar. A
avaliação é uma atividade integradora porque revela, discute,
complementa, amplia e propõe outros caminhos, ainda não percebidos na
prática desenvolvida, mas que por ela podem ser apontados.
As formas e instrumentos de avaliação acima citadas, portanto,
deverão ser diferenciadas e elaboradas de modo a auxiliar as decisões do
processo ensino/aprendizagem e a construir, aluno, a capacidade de
autonomia de reflexão e pensamento.
No contexto atual, a avaliação será diagnostica, isto é, supõe-se
que deva permitir aos professores e ao aluno, identificar pontos fracos no
processo ensino/aprendizagem, permitindo rever os procedimentos e
planejar as ações. Desta forma, o professor avalia sua própria atuação e o
aluno vai continuamente se dando conta de seus avanços e dificuldades.
Para instalar-se esse processo de avaliação, esta torna-se parte da
rotina de sala de aula, onde toda produção do aluno (participação,
frequência, trabalhos, assimilação de conceitos, etc.) será considerada e
registrada sistematicamente e no final do processo, revertida em nota.
Nota esta que de acordo com a Resolução 3794/04,de 23 de dezembro de
2004, a qual determina a média considerada mínima para aprovação dos
alunos em 6,0 (seis), sendo registrada bimestralmente.
O aluno partilhará desta avaliação desenvolvendo a consciência dos
progressos feitos em relação ao conhecimento, tornando-se sujeito do
3
processo de aprendizagem. A auto-avaliação será também, utilizada
como instrumento que coloca o aluno em condições de olhar criticamente
os resultados obtidos e identificar os caminhos percorridos durante o
processo.
Desta forma, a avaliação é instrumento de aprendizagem,
fornecendo aos professores informações para planejar as intervenções
necessárias para recuperar alunos com dificuldades, propondo
procedimentos que levem estes a atingir novos patamares de
conhecimentos.
Ao educando que por ventura não atingir a média mínima
estabelecida pela Resolução 3794/04, será ofertada uma recuperação
paralela, que se realizara durante o bimestre, assim que o professor
detectar a dificuldade desse aluno. Nessa recuperação paralela será
mudada a forma de avaliação e o conteúdo de maior dificuldade será
revisado para que se atinja o objetivo de mediação do conhecimento no
processo de ensino/aprendizagem.
A família também partilhará dessa avaliação participando do
processo avaliativo, comparecendo na escola, nas reuniões bimestrais e
outras a serem realizadas, estando sempre a par dos acontecimentos.
O educando terá acompanhamento da equipe pedagógica sempre
que forem detectadas as dificuldades, sendo o atendimento registrado
em fichas individuais. As ações realizadas pela equipe também serão
registradas nesta ficha de acompanhamento e a família do educando terá
ciência do trabalho que vem sendo realizado, através dos atendimentos
individuais.
9.7 Concepção de Currículo
O currículo, enquanto instrumentação da cidadania democrática,
deve contemplar conteúdos e estratégias de aprendizagem que
capacitem o ser humano para a realização de atividades nos três
domínios da ação humana: a vida em sociedade, a atividade produtiva e
a experiência subjetiva, visando a integração de homens e mulheres no
4
tríplice universo das relações políticas, do trabalho e da simbolização
subjetiva.
Atendemos como todo curso profissionalizante de ensino médio ao
currículo integrado, proposto pelo atual governo do estado, contemplado
dentro da LDB.
Concebemos, portanto um currículo integrado onde os conteúdos
de ensino não têm fins em si mesmos nem se limitam a insumos para o
desenvolvimento de competências. Os conteúdos de ensino são aceitos e
teorias que constituem sínteses da apropriação histórica da realidade
material e social pelo homem. Dois pressupostos filosóficos fundamentam
a organização curricular nessa perspectiva.
O primeiro deles é a concepção de homem como ser histórico-social
que age sobre a natureza para satisfazer suas necessidades e nessa
ação, produz conhecimentos como síntese de transformação da natureza
e de si próprio. O segundo é que a realidade concreta é uma totalidade,
síntese de múltiplas relações.
O currículo é o instrumento sistematizador, organizador do
processo educativo escolar. É através dele que se materializa a ação
educativa. Ele envolve intenções (é um projeto político cultural para as
jovens gerações) e práticas, colocadas em ação para concretizar as
intenções. O currículo gera efeitos, contribui para a construção das
identidades, deixa marcas.
Pensamos que a boa definição de currículo o relaciona a um
conjunto de experiências, organizadas pela escola e pelas quais a escola
se responsabiliza e disponibiliza aos alunos, com o objetivo que os alunos
aprendam algo.
O currículo integrado é aquele que tem como base a compreensão
do real como totalidade histórica e dialética. Este currículo afirma a
educação como meio pelo qual as pessoas se realizam como sujeitos
históricos que produzem sua existência pelo enfrentamento consciente da
realidade dada, produzindo valores de uso, conhecimento e cultura por
sua ação criativa.
4
O currículo no Colégio Agrícola deve conceber a educação do
campo, portanto precisam ser desenvolvidos a partir das formas mais
variadas de construção e reconstrução do espaço físico e simbólico, do
território, dos sujeitos, do meio ambiente. O currículo precisa incorporar
essa diversidade, assim como precisa tratar dos antagonismos que
envolvem os modelos de agricultura, especialmente no que se refere ao
patenteamento de matrizes tecnológicas e à produção de sementes
O objetivo deste, não é somente a formação de técnicos, mas de
pessoas que compreendam a realidade e que possam também atuar
como profissionais.
9. Estágio Supervisionado Curricular Obrigatório e Não
Obrigatório.
O estágio supervisionado, considerado como ato educativo e
componente curricular obrigatório, como está sendo concebido,
representa muito mais do que uma simples oportunidade de “estar na
prática”, embora tenha sido marcado historicamente como
essencialmente relacionado a atividades de instrumentalização técnica
dos alunos dos cursos profissionalizantes.
Portanto, na acepção constante desta proposta, o estágio não pode
ser considerado apenas como uma oportunidade de “treinamento em
serviço”, no sentido tradicional do termo, uma vez que se deve
representar para além de uma oportunidade de integração com o mundo
do trabalho, o momento de construir nova percepção dos conhecimentos
teórico-práticos, transformando-se pela práxis.
A característica assumida pelo estágio, o qual, pela nova legislação,
passa a ser denominado estágio profissional supervisionado, é de
construir momento de inserção do aluno no mundo do trabalho,
objetivando contribuir, para a sua formação profissional, na perspectiva
da omnilateralidade.
Assim, o estágio supervisionado não se confunde com o chamado
“primeiro emprego”. O estágio supervisionado é antes de tudo, uma
4
atividade curricular da escola, um ato educativo assumido
intencionalmente pela escola, que visa propiciar uma integração dos
estudantes com a realidade do mundo do trabalho.
A dimensão de estágio proposta incorpora a concepção de
Educação Profissional, que pretende superar à de considerá-la como parte
de uma política assistencialista ou de linear ajustamento às demandas do
mercado de trabalho, mas sim, de assumir a função social da formação
para o trabalho como importante estratégia para que os cidadãos tenham
efetivo acesso às conquistas científicas e tecnológicas da sociedade.
Esta compreensão presente na proposta tem por finalidade, firmar
também no estágio, a concepção que perpassa as propostas curriculares
dos cursos de Educação Profissional, Técnico de nível Médio, e, ao mesmo
tempo, atender os dispositivos de sua recente legislação específica. A
normatização do estágio sofreu alterações e o Departamento de
Educação Profissional da Secretaria de Estado da Educação discutiu com
os professores as novas orientações e aspectos legais a serem
considerados, quais sejam:
⁍ A Constituição Federal em seu art. 203, inciso III e art. 214, inciso IV;
⁍ A Lei n° 6.494/77;
⁍ O Decreto n° 87.497/82;
⁍ A Lei 9394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional;
* Lei Federal nº 11788/08 de 25 de setembro de 2008.
⁍ O dispositivo no art. 82 da Lei de Diretrizes e Bases, no que se refere a
estágio orientando os alunos do Ensino Médio e da Educação Profissional
para os alunos matriculados a partir do ano de 2004;
⁍ A Resolução n° 01, de 21 de janeiro de 2004 (DOU n° 24, 04/02/2004,
Seção 1, P. 21/22) que estabelece a Diretriz Nacional para a organização
e a realização de Estágio de alunos da Educação Profissional e do Ensino
Médio.
⁍ O Parecer n° 35, de 05 de novembro de 2003, que estabelece as
normas para a organização e realização de estágio de alunos do Ensino
Médio e da Educação Profissional.
4
Deliberação nº 02/09 do Conselho Estadual de Educação, que estabelece
normas para a organização e a realização de Estágio obrigatório e não
obrigatório
Considerada as bases políticas, curriculares e legais, pode-se firmar
que o estágio supervisionado, no âmbito do sistema político educacional
do Estado do Paraná, é um componente curricular obrigatório, a ser
operacionalizado como um recurso didático-pedagógico, para permitir ao
aluno estabelecer o confronto entre os desafios profissionais e a sua
formação acadêmica, entendida como formação teórico-prática, trazendo
permanentes desafios a serem discutidos no âmbito escolar, num
intercâmbio profícuo entre escola e trabalho.
Pensando nesta dimensão, o estágio supervisionado é visto como
fundamental na formação dos alunos, para que venham a ser
profissionais da área agrícola, pecuária e ambiental com percepção crítica
da realidade, com capacidade de análise das novas relações técnicas e
organizacionais de trabalho e possibilidade de inserção no mundo do
trabalho, de forma a poder a poder ampliar as capacidades produtivas de
sua propriedade rural, auxiliar e assessorar técnica e tecnologicamente
os produtores rurais, para que possam a vir a ser agentes de seu próprio
desenvolvimento, com consciência de sua contribuição para a melhoria
da qualidade de vida da sociedade em geral.
O Estágio Supervisionado desta instituição de ensino é de caráter
obrigatório uma vez que consta na matriz curricular como disciplina,
portanto atende a legislação desta modalidade de estágio. Também está
previsto no Projeto Político Pedagógico o estágio curricular não obrigatório
ficando facultativo ao aluno sua participação uma vez que a
disponibilidade de tempo dos alunos do Curso Técnico em Agropecuária é
restrita, devido ao curso ser integral e com 200 dias letivos. Essa
modalidade também segue a legislação e o acompanhamento do
estagiário será realizado pela coordenação de estágio da instituição, a
equipe pedagógica e o supervisor na empresa que acompanha o
estagiário.
4
MATRIZ CURRICULAR
MATRIZ CURRICULAREstabelecimento: Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo - Ensino Médio e ProfissionalCurso: Técnico em AgropecuáriaModalidade: IntegradoTurno: IntegralAno de Implantação: 2008 - Forma: SimultâneaModulo: 40
DISCIPLINAS1ª
2ª
3ª
Nº TotalHoras/Aul
aNº Total
Horas/Relógio
4
BASE NACIONAL COMUM
Língua Portuguesa e Literatura 4 4 4 480 400
Arte 2 80 67
Educação Física 2 2 2 240 200
Matemática 4 4 4 480 400
Física 2 2 2 240 200
Química 2 2 2 240 200
Biologia 3 2 3 320 267
História 2 2 2 240 200
Geografia 2 2 2 240 200
Filosofia 2 80 67
Sociologia 2 80 67
PD
SUBTOTAL 23
22
23
2720 2267
L.E.M. - Inglês 2 2 160 133SUBTOTAL 2 2 0 160 133
FORMAÇÃO ESPECÍFICA
Administração e Economia Rural 2 2 160 133Agroindústria 2 2 160 133Solos 2 2 160 133Zootecnia 2 2 2 240 200Criações 3 3 3 360 300Horticultura 2 2 2 240 200Mecanização Agrícola 2 2 160 133Prática Agropecuária 8 5 5 720 600Culturas 2 2 3 280 233Irrigação e Drenagem 2 80 67Topografia 2 80 67Construções e Instalações Rurais 2 80 67Extensão Rural 2 80 67Agroecologia 2 80 67Plantio Direto 2 80 67Informática Aplicada 2 2 160 133Estágio Profissional Supervisionado 3 3 3 360 300
TOTAL GERAL 6360 5300
9.8 Contextualização
A contextualização vai ampliar as possibilidades de interação não
apenas entre as disciplinas nucleares em uma área como entre as
próprias áreas de nucleação transformando-se um recurso para conseguir
esse objetivo. Contextualizar o conteúdo que se quer aprendido significa
em primeiro lugar assumir que todo conhecimento envolve uma relação
4
entre sujeito e objeto. Na escola fundamental ou média o conhecimento é
quase sempre reproduzido das situações originais nas quais acontece sua
produção. Por esta razão quase sempre o conhecimento escolar se vale
de uma transposição didática para na qual a linguagem joga papel
decisivo.
O Tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que a
escola tem para retirar o aluno da condição de espectador passivo. Se
bem trabalhado permite que, ao longo da transposição didática, o
conteúdo do ensino provoque aprendizagens significativas que mobilizam
ente ele e o objeto do conhecimento uma relação de reciprocidade. A
contextualização evoca por isto áreas, âmbitos ou dimensões presentes
na vida pessoal, social e cultural, e mobiliza competências cognitivas já
adquiridas. As dimensões de vida ou contextos valorizados
explicitamente pela LDB são: o trabalho e a cidadania. As competências
estão indicadas quando a lei prevê um ensino que facilite a ponte entre a
teoria e a prática. É isto também que propõe Piaget, Quando analisa o
papel da atividade na aprendizagem: “compreender é inventar, ou
reconstruir através da reinvenção, e será preciso curvar-se ante tais
necessidades se o que se pretende, para o futuro, é moldar indivíduos
capazes de produzir ou de criar, e não apenas de repetir” .
A riqueza do contexto do trabalho para dar significado às
aprendizagens da escola média é incomensurável. Dede logo sua
experiência da própria aprendizagem como um trabalho de constituição
de conhecimentos, dando à vida escolar um significado de maior
protagonismo e responsabilidade. Da mesma forma o trabalho é um
contexto importante das ciências humanas e sociais, visando
compreendê-lo enquanto produção de riqueza e forma de interação do
ser humano com a natureza e o mundo social O contexto do trabalho é
também imprescindível para a compreensão dos fundamentos científico-
tecnológicos, dos processos produtivos a que se refere o artigo 35 da
LDB.
9.9 Interdisciplinaridade
4
• A interdisciplinaridade é fundamentalmente um processo e uma
filosofia de trabalho que entra em ação na hora de enfrentar os
problemas e questões que preocupam em cada sociedade. Embora não
exista apenas um processo, nem muito menos uma linha rígida de ações
a seguir, existem alguns passos que, com flexibilidade, costumam estar
presentes em qualquer intervenção interdisciplinar.
Deve ir além da mera justaposição de disciplinas e ao mesmo
tempo evitar a diluição das mesmas em generalidades. De fato será
principalmente na possibilidade de relacionar as disciplinas em atividades
ou projetos de estudo, pesquisa e ação, que a interdisciplinaridade
poderá ser uma prática pedagógica e didática adequada aos objetivos do
ensino médio.
O conceito de interdisciplinaridade fica mais claro quando se
considera o fato trivial de que todo conhecimento mantém um diálogo
permanente com outros conhecimentos, que pode ser de
questionamento, de confirmação, de complementação, de negação, de
ampliação, de iluminação de aspectos não distinguidos. A
interdisciplinaridade também está envolvida quando os sujeitos que
conhecem, ensinam e aprendem, sentem necessidade de procedimentos
que, numa única visão disciplinar podem parecer heterodoxos, mas fazem
sentido quando chamados a dar conta de temas complexos.
É importante enfatizar que a interdisciplinaridade supõe um eixo
integrador que pode ser o objeto de conhecimento. Nesse sentido ela
deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de
explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia uma
disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar. Explicação,
compreensão, intervenção, são processos que requerem um
conhecimento que vai além da descrição da realidade e mobiliza
competências cognitivas para deduzir, tirar inferências ou fazer previsões
a partir do fato observado.
10. Princípios didáticos e pedagógicos
4
O Princípio Pedagógico da Escola enquanto formadora de sujeitos
articulada a um projeto de emancipação humana. A educação do campo
deve compreender que os sujeitos possuem história, participam de lutas
sociais, sonham, têm nomes e rostos, lembranças gêneros, raças e etnias
diferenciadas. Cada sujeito individual e coletivamente se forma na
relação de pertença a terra e nas formas de solidária.
O Princípio Pedagógico da valorização dos diferentes saberes no
processo educativo. Conhecimento, todas as pessoas possuem e podem
construir, sendo assim, a escola precisa levar em conta os conhecimentos
que os pais, os/as alunos/as, as comunidades possuem, e resgatá-los
dentro da sala de aula num diálogo permanente com os saberes
produzidos nas diferentes dentro da sala de aula num diálogo
permanente com os saberes produzidos nas diferentes áreas do
conhecimento.
O Princípio Pedagógico dos espaços e tempos de formação dos
sujeitos da aprendizagem. A educação do campo ocorre tanto em
espaços escolares quanto fora deles. Envolve saberes métodos, tempos e
espaços físicos diferenciados.
O Princípio Pedagógico do lugar da escola vinculado à realidade dos
sujeitos. Enquanto direito, a escola precisa estar onde os sujeitos estão
como assegura o artigo 6º das Diretrizes Operacionais ao instituir o
regime de colaboração entre os entes federados na oferta de educação
aos povos do campo.
O Princípio Pedagógico da educação como estratégia para o
desenvolvimento sustentável. Pensar a educação na relação com o
desenvolvimento sustentável é pensar a partir da idéia de que o local, o
território, pode ser reinventado através das suas potencialidades.
O Princípio Pedagógico da autonomia e colaboração entre os
sujeitos do campo e o sistema nacional de ensino. Para programar
políticas públicas que fortaleçam a sustentabilidade dos povos do campo,
os sujeitos devem estar atentos para o fato de que existem diferenças de
ordem diversa entre os povos do campo.
4
10.1 A Escola e sua função social
A Proposta Pedagógica do Colégio agrícola assume o fato trivial de
que a cidadania não é dever nem privilégio de uma área específica do
currículo nem deve ficar restrita a um projeto determinado. O exercício de
cidadania é testemunho que se inicia na convivência cotidiana e deve
contaminar toda a organização curricular. As práticas sociais e políticas,
as práticas culturais e de comunicação são parte integrante do exercício
cidadão, assim como a vida pessoal, o cotidiano e a convivência e as
questões ligadas ao meio ambiente, corpo e saúde também. Assim,
trabalhar os conteúdos das ciências naturais no contexto da cidadania
pode significar um projeto de tratamento da água ou do lixo da escola.
Assim como, em outras áreas podem ser trabalhadas no contexto da
comunicação na sala de aula, na análise de programas de televisão, dos
diferentes usos da língua dependendo das situações.
O contexto que é mais próximo do aluno e mais facilmente
explorável par dar significado aos conteúdos da aprendizagem é o da
vida pessoal, cotidiano e convivência. O aluno vive num mundo de fatos
regidos pelas leis naturais e está imerso num universo de relações
sociais. Está exposto a informações cada vez mais acessíveis e rodeado
por bens cada vez mais diversificados, produzidos com materiais sempre
novos. Está exposto também a vários tipos de comunicação pessoal e de
massa.
O cotidiano e as relações estabelecidas com o ambiente físico e
social devem permitir dar significado a qualquer conteúdo curricular,
fazendo ponte entre o que se aprende na escola e o que se faz, vive e
observa no dia a dia. Aprender sobre a sociedade, o indivíduo e a cultura
e não compreender e reconhecer as relações existentes entre adultos e
jovens na própria família, é perder a oportunidade de descobrir que as
ciências também contribuem para a convivência e a troca afetiva. O
respeito ao outro e ao público, essenciais à cidadania, também se iniciam
nas relações de convivência cotidiana, na família, na escola, no grupo de
amigos.
5
É função social da escola, comprometer-se com um projeto de
desenvolvimento justo, igualitário e sustentável. Ter o social como eixo,
apoiar-se no princípio da democratização do Estado e das relações
sociais, exigir do governo o comprometimento com os interesses da
grande maioria da sociedade. Assumir que o desenvolvimento econômico
é fundamental para reduzir as desigualdades extremas, consolidar a
democracia e assegurar um mínimo de soberania para o país.
10.2 A política da igualdade
O ponto de partida deste princípio inspirador é o reconhecimento
dos direitos humanos e o exercício dos direitos da cidadania, como
fundamento da preparação do educando para a sua vida civil.
Vai se expressar na busca da equidade e no acesso à educação, ao
emprego, à saúde, ao meio ambiente saudável e outros benefícios, bem
como, no combate a todas as formas de preconceitos e discriminação por
motivo de raça, senso, religião, cultura, condição econômica, aparência
ou condição física.
Outra faceta da Política da Igualdade é a do respeito ao bem
comum com protagonismo. Isto se expressa por condutas de participação
e solidariedade, respeito e senso de responsabilidade pelo outro e pelo
público. Leva também o ideal de igualdade para as relações pessoais na
família e no trabalho. Além disso, num outro sentido, provoca o
envolvimento crescente das pessoas e organizações não governamentais
nas decisões antes reservadas ao “poder público”.
“A Política da Igualdade, inspiradora do ensino de todos os
conteúdos, é, ela mesma, um conteúdo de ensino, sempre que nas
ciências, nas artes, nas linguagens, estiverem presentes os temas dos
direitos da pessoa humana, do respeito, da responsabilidade e da
solidariedade, significados dos conteúdos curriculares se
contextualizarem nas relações pessoais e práticas sociais convocatórias
da igualdade” (DCNEM p. 23).
É o âmbito privilegiado do aprender a conviver e se relacionar.
Há também que se reconhecer a diversidade da clientela e superar
estereótipos que alimentam a discriminação, isto é, “oferecer
5
oportunidades iguais são necessárias, mas, não suficientes para
oportunizar tratamento diferenciado visando promover igualdade entre os
desiguais”( DCNEM p. 23 ).
10.3 A ética da identidade
“Educar sob a inspiração da ética não é transmitir valores morais,
mas criar as condições para que as identidades se constituam pelo
desenvolvimento da sensibilidade e pelo reconhecimento do direito à
igualdade a fim de orientar suas condutas por valores que respondam as
exigências do seu tempo” (DCNEM, pag. 24).
A identidade se constitui mais com os semelhantes, diretamente na
convivência, a qual é o âmbito privilegiado do aprender a ser. Visa formar
pessoas solidárias, autônomas. A ética da identidade tem como fim mais
importante a autonomia, daí seu imenso valor na educação escolar, visto
que o jovem terá que fazer suas escolhas ou projeto de vida. Todas as
situações de fracasso escolar são profundamente antiéticas porque
abalam a auto-estima de seres que estão constituindo suas identidades e
que acabam incorporando o fracasso em suas vidas.
“Situações antiéticas” também ocorrem no ambiente escolar
quando a responsabilidade, o esforço e a qualidade não são praticados e
recompensados. Contextos nos quais o sucesso resulta da astúcia e não
da qualidade do trabalho realizado, que recompensam o “levar vantagem
em tudo”, em lugar do esforçar-se, não favorecem nos alunos identidades
constituídas com sensibilidade, estética e igualdade política”. (DCNEM,
pag. 25).
Enfim, o que se quer é desenvolver nos jovens os conhecimentos,
as competências cognitivas e sociais aliadas à constituição de
identidades comprometidas com a verdade, com a autonomia intelectual
e o pensamento crítico. Integrar formação para o trabalho com o
desenvolvimento da pessoa humana será o desafio que a LDB nos coloca
no art. 35 inciso III. Seu ideal é o humanismo.
A educação é um processo de construção de identidades. Educar
sob inspiração da ética, criar as condições para que as identidades se
constituam pelo desenvolvimento da sensibilidade e pelo reconhecimento
5
do direito à igualdade afim de que orientem suas condutas por valores
que respondam ás exigências do seu tempo.
A educação deve estar comprometida com o desenvolvimento total
da pessoa. A essência do currículo consiste no entrelaçamento do
desvelar da história do eu individual com o desvelar do eu coletivo.
11. Instâncias Colegiadas
A filosofia de trabalho desta instituição tem uma visão de gestão
democrática, onde todos os atores do processo educativo participam das
decisões que são de forma colegiada.
Segundo Jose Carlos Vaz a gestão democrática na educação é
permitir que a sociedade exerça seu direito à informação e à participação
deve fazer parte dos objetivos de um governo que se comprometa com a
solidificação da democracia. Democratizar a gestão da educação requer,
fundamentalmente, que a sociedade possa participar no processo de
formulação e avaliação da política de educação e na fiscalização de sua
execução, através de mecanismos institucionais. Esta presença da
sociedade materializa-se através da incorporação de categorias e grupos
sociais envolvidos direta ou indiretamente no processo educativo, e que,
normalmente, estão excluídos das decisões (pais, alunos, funcionários,
professores). Ou seja, significa tirar dos governantes e dos técnicos na
área o monopólio de determinar os rumos da educação no município.
A criação de mecanismos institucionais deve privilegiar os
organismos permanentes, que possam sobreviver às mudanças de
direção no governo municipal. Os órgãos colegiados, como conselhos, são
os principais instrumentos.
Alguns elementos facilitam a implantação de medidas de
democratização da gestão: a educação é uma política de muita
visibilidade, atingindo diretamente grande parte das famílias e não é
difícil mobilizar profissionais, pais e alunos.
5
É necessário que os mecanismos de democratização da gestão da
educação alcancem todos os níveis do sistema de ensino. Devem existir
instâncias de participação popular junto à secretaria municipal de
educação, junto a escolas e, onde for o caso, em nível regional. Também
é possível imaginar instâncias de participação especializadas,
correspondentes aos diferentes serviços de educação oferecidos (creches,
ensino de primeiro e segundo graus, alfabetização de adultos, ensino
profissionalizante). Em qualquer instância, os mecanismos institucionais
criados devem garantir a participação do mais amplo leque de
interessados possível. Quanto mais representatividade houver, maior será
a capacidade de intervenção e fiscalização da sociedade civil.
A democratização da gestão - especialmente quando se dá através
de ações estruturadas - permite que os setores interessados participem
da elaboração da política municipal de educação. São gerados, assim,
ganhos em qualidade das decisões, pois estas podem refletir a
pluralidade de interesses e visões que existem entre os diversos atores
sociais envolvidos. As ações empreendidas passam a um patamar de
legitimidade mais elevado.
A criação de instâncias participativas na gestão da educação
diminui os lobbies corporativistas, por aumentar a capacidade de
fiscalização da sociedade civil sobre a execução da política educacional.
Força um aumento da transparência das ações do governo municipal,
através da ampliação do acesso à informação.
Como a educação é uma política e um serviço público de grande
visibilidade, a democratização de sua gestão traz resultados positivos
para a ampliação da cidadania, por oferecer a um grande contingente de
cidadãos a oportunidade de participar da gestão pública.
A democratização da gestão da educação atua sempre como um
reforço da cidadania, constituindo-se em fator de democratização da
gestão municipal como um todo.
5
A obtenção destes resultados, no entanto, depende da vontade
política da administração de ampliar os espaços de participação da
sociedade na gestão municipal. Depende, também, da adoção de outras
medidas visando a democratização do ensino. Um governo que não se
preocupar com estes dois pontos dificilmente conseguirá implantar um
verdadeiro sistema de gestão democrática da educação.
11.1 Conselho Escolar
O Conselho Escolar é responsável pela execução, acompanhamento
e avaliação do Projeto Político-Pedagógico, é discutir e delinear a
educação a ser construída, ouvindo os diversos segmentos sociais e
debatendo com eles os problemas que afetam o dia-a-dia da escola, na
busca de soluções. Nesse sentido, sua função é política e pedagógica a
um só tempo, pois o Projeto Político-Pedagógico estabelece as
transformações necessárias na prática educativa e indica os mecanismos
para que essas transformações realmente aconteçam.
Para que a gestão democrática se realize de fato é necessário que
todos se expressem com liberdade sobre a atuação da escola,
propiciando relações mais dinâmicas, mais solidárias e menos
autoritárias.
O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da
Comunidade Escolar, de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e
fiscalizadora, sobre a organização e realização do trabalho pedagógico e
administrativo da instituição escolar em conformidade com as políticas e
diretrizes educacionais da SEED, observando a Constituição, a LDB, o
ECA, o Projeto Político-Pedagógico e o Regimento Escolar, para o
cumprimento da função social e específica da escola.
11.2 Associação de Pais, Mestres e Funcionários.
A APMF é um órgão de representação dos Associação de Pais,
Mestres e Funcionários do Estabelecimento de Ensino, não tendo caráter
político partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo
remunerados os seus dirigentes e conselheiros.
5
A Associação de Pais, Mestres e Funcionários é um órgão formado
não somente por pais, mas também com a participação de toda a
comunidade escolar, onde aqueles envolvidos no processo são
igualmente responsáveis pelo sucesso da Educação da Escola Pública que
objetiva dar apoio à Direção de escolas, primando pelo entrosamento
entre pais, alunos, professores, funcionários e toda a comunidade, com as
atividades sócio-educativas, culturais e desportivas.
Uma de suas grandes responsabilidades é discutir, colaborar e
participar das decisões coletivas sobre as ações da equipe pedagógico-
administrativa e do Conselho Escolar, visando a assistência ao educando,
o aprimoramento do ensino e a integração família-escola-comunidade.
11.3 Grêmio Estudantil
Os Grêmios Estudantis compõem uma das mais duradouras
tradições da nossa juventude. Pode-se afirmar que no Brasil, com o
surgimento dos grandes estabelecimentos de ensino secundário,
nasceram também os Grêmios Estudantis, que cumpriram sempre
importante papel na formação e no desenvolvimento educacional,
cultural e esportivo da nossa juventude, organizando debates,
apresentações teatrais, festivais de música, torneios esportivos e outras
festividades. As atividades dos Grêmios Estudantis representam para
muitos jovens os primeiros passos na vida social, cultural e política.
Assim, os grêmios estudantis contribuem, decisivamente, para a
formação e o enriquecimento educacional de grande parcela da nossa
juventude.
O grêmio é a organização dos estudantes da Escola. Ele é formado
apenas por alunos, de forma independente, desenvolvendo atividades
culturais e esportivas, produzindo jornal, organizando debates sobre os
assuntos de interesse dos estudantes, que não fazem parte do Currículo
Escolar, e também organizando reivindicações, tais como compra de
livros para a biblioteca, transporte gratuito para estudantes e muitas
outras coisas.
5
O Grêmio Estudantil de nossa escola está no início de seu segundo
mandato e vem desenvolvendo algumas atividades recreativas e
pertinentes aos discentes em seus anseios.
11.4 Conselho de Classe
O Conselho de Classe é parte integrante do processo de avaliação
desenvolvido pela escola. Constitui um momento de reflexão sobre as
práticas presentes no cotidiano escolar, com o objetivo de atingir a real
aprendizagem dos alunos:
Deseja-se que todos os alunos aprendam. Os processos de
reflexão/ação nos tornam sujeitos através da tomada de consciência que
nos situa historicamente como agentes transformadores.
Um dos objetivos da educação é levar professores e discentes a
serem sujeitos da história. Neste contexto a avaliação (da qual o conselho
é parte) deve auxiliar o processo. Não pode tornar-se apenas um
instrumento para a promoção ou retenção de um processo educativo
fragmentado.
É uma instância que pode desenvolver um processo de luta pela
democratização do saber, que exige reflexão, consciência, coragem e
determinação. Necessita de explicitação dos critérios a serem respeitadosxplicitação dos critérios a serem respeitados
no decorrer do Conselho de Classe; de auto-avaliação dosno decorrer do Conselho de Classe; de auto-avaliação dos
professores(as) sobre o processo pedagógico;professores(as) sobre o processo pedagógico;
O Conselho de Classe é um espaço educativo que pode qualificar ou
desqualificar o trabalho da escola. Impõe um processo dialético de
construção histórica que não se esgota, está sempre aberto a novos
encaminhamentos.
Pode contribuir para uma organização do trabalho escolar através
de uma proposta articulada com os interesses e necessidades dos alunos,
com as questões evidenciadas no dia a dia da escola e com suas
possibilidades e limitações.
Redefine as práticas pedagógicas na escola: o processo de ensino-
aprendizagem e o processo de gestão, elucidando novos
encaminhamentos.
5
Propicia debate permanente e geração de idéias, resgatando o valor das
instâncias colegiadas na escola. É o local que dá voz aos sujeitos, apesar
de contraditoriamente existirem os que negam o seu papel e deslocam as
questões para um processo fatalista, pessimista, buscando encontrar os
culpados.
12. Linhas de Ação.
Neste plano de ação procuraremos envolver tanto aspectos
administrativos quanto pedagógicos e práticos, articulados por objetivos
comuns, visando o desempenho escolar do aluno juntamente com o bom
desenvolvimento e organização da entidade.
Este plano definira as metas que nortearão as ações administrativa
e pedagógica da escola como um todo, no qual terá a participação e o
envolvimento de toda comunidade escolar.
Buscaremos traçar linhas de ação, avaliação e construção, visando:
• Um processo de mudança cultural;
• Compreensão e entendimento dos fundamentos científicos e
tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria e
prática;
• Construir para a realização de um projeto de sociedade, cuja meta
seja torná-la mais justa;
• Desenvolvimento ao máximo das potencialidades
• Organizar atividades sócio culturais da entidade.
AÇÕES:
AÇÕES CRONOGRAMA ENVOLVIMENTO1 – Semana Pedagógica Fevereiro Direção –
Equipe/Professores2 – Sistema de Avaliação Fevereiro/Dezembr
oDireção Equipe/Professores Pais e Alunos
3 – Reuniões da U.D.P. Fevereiro/Dezembro
Direção/coordenação/Professores
4 – Semana do Técnico/ Novembro Direção/ Equipe/
5
Feira de Ciências Professores/Alunos e Comunidade.
5 – PALESTRAS: Pecuária Geral, Agricultura Geral, Administração, Agro Indústria e Saúde Social.
Março / Dezembro Direção/Palestrantes/Parceiros/ Equipe/Alunos
6 – Promoções: Festa Junina/jogos escolares/dia do estudante/Rifas/almoços beneficentes.
Março/Novembro APMF/Conselho Escolar/Direção/Equipe/alunos.
7 – Atividades Pedagógicas e Culturais: Páscoa/Dia da Terra/Semana do Meio Ambiente/Dia do Estudante/Semana da Pátria/entre outras.
Março/Novembro Equipe Pedagógica/comunidade Escolar/Professores/Alunos/Direção
8 – Cursos e Palestras c/ Parceiros: COODETEC/UFPR/C-VALE/IAPAR/Sindicato Patronal/Acipa/Prefeitura Municipal/Rotari/CTA-Assis Chateub.
Março/Novembro Direção/ Equipe/ Alunos/Professores/Empresas/Entidades Parceiras.
9 – PROJETOS P/ AULAS PRATICAS: Piscicultura/Culturas/Horticultura/Pecuária Geral/Indústria Rurais/Jardinocultura/Plastucultura/Minhocultura/Fruticultura/Apicultura/Esportes.
Fevereiro/Janeiro Direção/Coordenação/Professores/Funcionários de Campo/Pais/Comunidade.
10 - Jogos Escolares Fase Municipal e Estadual (Organização treinamento e Participação)
Março/ Novembro Direção/Equipe/Alunos/Professores.
11 – Estágios Supervisionado
Janeiro/Fevereiro/Julho/Dezembro
Alunos/Coordenação/Direção/Empresas/Entidades Especifica.
12 – Laboratórios e Equipamentos p/ Projetos (Aquisição)
Março/Dezembro Direção/Equipe/Professores/ SEED
13 – Reformas e Manutenção das Instalações
Março/Dezembro SEED-PR/Direção
14 – Reformas de Instalações p/ Aula Práticas/aquisição de Animais
Março/Dezembro. SEED-PR/Direção/SEAB-PR/Comunidade.
5
13. Formação continuada
A efetivação da implantação dessa proposta passa pelo
entendimento da concepção do ensino integrado, pelo domínio dos
conteúdos e pelo uso de metodologias de ensino adequadas.
A formação continuada se faz necessária para capacitar os
professores a atuarem de forma integrada, articulando os conteúdos da
Base Nacional Comum com os da Formação Específica, envolvendo todos
os professores que atuam no curso.
A capacitação também deve ser garantida através de cursos de
formação pedagógica para técnicos de nível superior das áreas de
ciências agrárias, considerando que a maioria não possui licenciatura.
Assim, faz-se necessário oferecer cursos que abordem a concepção
de ensino integrado, cursos para capacitar a Equipe Técnico-Pedagógica e
cursos de atualização pedagógica e dos conteúdos específicos para os
professores, entre outros.
Esses cursos serão oferecidos pela SEED/DEP, nas jornadas
pedagógicas realizadas na escola, a nível de Núcleo Regional e de
maneira externa, buscada pelo próprio professor como maneira de
capacitar–se para melhor atender aos alunos da rede.
14. Projeto Celem
O ensino da Língua Espanhola na escola vem para atender as
necessidades dos alunos do Ensino fundamental, Médio e Profissional,
pois o atual contexto sócio econômico e cultural é marcado por intensas
mudanças. Em nossa realidade do Oeste do Paraná, região de fronteira e
área de lazer, com grande potencial turístico, é importante que os
educandos recebam o conhecimento básico da Língua Espanhola.
Através do CELEM pretende-se que o aluno não apenas manipule
estruturas e tenha domínio formal da língua, mas que faça uso apropriado
e significativo da linguagem, em seus vários contextos, interagindo com
os outros alunos, centrando-se em função de linguagens extraídos de
contextos culturalmente significativos e reais.
6
O CELEM é regido pela resolução nº 3977/2006 que regulamenta e
organiza a oferta de ensino extracurricular e plurilinguista de LEM para
alunos de Rede Estadual de Educação Básica, matriculados no Ensino
Fundamental ( anos finais), no Ensino Médio e Educação Profissional.
Ofertamos em nosso estabelecimento de ensino o curso de aprendizado
de Língua Espanhola básico, com carga horária de 320 horas/aulas,
organizado em 4 semestres de 80 horas/aulas cada.
A carga horária semanal é de 4 horas/aulas, distribuídas em 2 dias
letivos, com turmas formadas com um mínimo de 15 e máximo de 30
alunos.
O CELEM em nosso Colégio atende primeiramente os alunos
internos nessa instituição que no período noturno fazem aulas de Língua
Espanhola, preparando-os para uma formação mais completa e
aproveitando o tempo que residem na escola.
Objetivos gerais do CELEM
1. Refletir sobre os costumes e as maneiras das pessoas de outros
países.
2. Identificar no universo que o cerca a Língua Espanhola como
cooperadora no sistema de comunicação, percebendo-se como
parte integrante de um mundo multilingue e compreendendo o
papel hegemônico que a Língua Espanhola desempenha neste
momento histórico.
Nas aulas do CELEM o professor deverá propor um ensino que
concentre seus objetivos, atenção e atividades na dimensão sócio cultural
da comunicação; um ensino que organize as experiências de aprender em
termos de atividades de interação, de real interesse do aluno para que
ele se capacite a utilizar o Espanhol para a realização de ações
autenticas.
Dentro das aulas deverão ser feitas leitura e produção de diferentes
textos utilizando materiais audiovisuais, como música, filmes, jornais,
revistas e reportagens. Também serão feitas simulações, diálogos, jogos
6
mostrando ao aluno a importância da língua e praticando o uso da
mesma.
15. Feira de Ciências
A feira de ciências tem como objetivo despertar nos alunos o
interesse pela ciência, criando a necessidade do mesmo realizar estudos
e pesquisas para o desenvolvimento dos trabalhos, possibilitando que sua
inventividade, criatividade, e responsabilidade possam ser exercitadas e
desenvolvidas além de proporcionar uma maior interatividade com os
professores e demais alunos.
A Feira de Ciências realizadas no Colégio Agrícola Estadual Adroaldo
Augusto Colombo, não é apenas um evento onde os alunos apresentam
trabalhos sobre as ciências exatas, disciplinas mais mensuráveis e
experimentáveis.
É um evento onde priorizamos a integração entre as disciplinas da
Base Nacional Comum e da Formação Específica, apresentando trabalhos
elaborados pelos alunos, com a supervisão e orientação dos professores,
que englobem duas ou mais disciplinas do currículo do Curso Técnico em
Agropecuário.
A feira de ciências é uma mostra dos projetos aplicáveis na escola e
dos possíveis projetos que podem ser aplicados nas propriedades e
empresas do ramo agrícola.
A integração com a comunidade é grande na mostra deste evento,
uma vez que a comunidade escolar e profissionais convidados avaliam os
trabalhos realizado pelo alunos, formando uma banca examinadora. São
convidados alunos de outras escolas para participarem do evento.
Buscamos aprimorar esse evento a cada ano e é uma das propostas
de ação amplia-la para ser realizada juntamente com as comemorações
do dia do Técnico em Agropecuária, que se comemora em 05 de
novembro.
Os trabalhos para serem apresentados devem conter:
Pesquisa
6
Conteúdo
Originalidade
Comunicação (Visual e Oral)
Tecnologia
Inventividade
Integração BCN e Formação Específica
16. Projeto de Monitoria
Um maior vínculo das atividades produtivas do Colégio com os
alunos é uma questão fundamental para a melhoria tanto da qualidade
de ensino e aprendizagem, quanto para o próprio processo de produção
agropecuária.
Em virtude desta afirmativa, a implantação de um sistema de
integração entre a administração escolar e seus alunos é de fundamental
importância para que as propostas da Unidade Didática Produtiva – UDP,
bem como seus resultados possam ser disseminados junto aos alunos e
comunidade escolar.
O projeto objetiva a criação da atividade de Monitoria da UDP, que
ofertará a um grupo de alunos, o aprimoramento dos conhecimentos
técnico- científicos e aumento de sua prática em áreas correlacionadas às
diversas atividades produtivas do colégio.
A UDP em conjunto com a equipe pedagógica procederá a seleção
dos candidatos à monitoria, divulgando uma lista com a classificação dos
alunos, e estes serão divididos e encaminhados para participar dos
projetos conforme aptidão individual.
Os alunos realizarão as aulas práticas do colégio, sob a orientação da
UDP, que formalizará a sua nota bimestral e encaminhará ao professor
responsável pela disciplina de prática agropecuária na época do
lançamento das notas.
Os alunos desenvolverão relatórios, e apresentarão para os demais
alunos do colégio, em datas pré agendadas pela equipe pedagógica, além
de realizarem visitas pré-estabelecidas em entidades e ou
estabelecimentos públicos ou privados relacionados com a Agropecuária.
6
Os projetos que estarão atrelados a monitoria serão discutidos e
elaborados juntamente com os professores que quiserem participar do
projeto de monitoria, sendo que os mesmos poderão utilizar até 50% de
sua hora atividade na participação do projeto.
A avaliação individual de cada aluno será realizada pela direção da
UDP, em conjunto com a coordenação de curso da área técnica, enquanto
a avaliação do projeto de Monitoria, será pautado sobre a análise dos
resultados obtidos através dos projetos, bem como a relação entre as
atividades programadas e atividades realizadas.
17. Projeto Interdisciplinar
Tema: Cultura Brasileira
Título: Arte e Cultura Brasileiras em Evidência: Das Raízes à Atualidade.
DISCIPLINAS ENVOLVIDAS: Português, Artes, Educação Física, Filosofia,
Sociologia, Geografia e História.
JUSTIFICATIVA
O conhecimento artístico é um dos tripés da educação. Junto aos
conhecimentos científicos e filosóficos, acreditamos contribuir para a
plena formação do aluno. A escolha pela metodologia está relacionada à
motivação dos educandos em participar de eventos de manifestações
artísticas, como dança e música, e o tema Cultura Brasileira relaciona-se
ao ambiente escolar e/ou tipo de curso profissionalizante, técnico em
agropecuária, o qual nos remete à cultura do campo e, no aspecto
musical, à música e dança caipira, sertaneja e popular.
OBJETIVOS GERAIS
6
Incentivar o conhecimento artístico e valorizar a cultura brasileira
por meio da música, dança, pintura e outras manifestações artísticas
integrando corpo docente e discente em uma proposta interdisciplinar.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Incentivar o trabalho interdisciplinar por meio da temática Arte e
Cultura Brasileira , integrando as disciplinas de Português, Artes,
Educação Física, Filosofia, Sociologia, Geografia e História;
• Desenvolver o espírito de trabalho em equipe;
• Valorizar as manifestações artísticas brasileiras;
• Respeitar e valorizar a inteligência artística do educando, como
parte importante de sua formação.
METODOLOGIA
Trabalhos de pesquisa em equipe;
Confecção de murais temáticos, por exemplo, história da música e dança
brasileira;
Exposição de tipos de instrumentos musicais;
Elaboração de informativos sobre vários gêneros musicais do Brasil ao
longo do tempo;
FESTIVAL DE MÚSICA, DANÇA E EXPOSIÇÕES, OCUPANDO 1 DIA DA
SEMANA CULTURAL.
RECURSOS
Livros e internet para pesquisa;
Rádio;
CDs, vídeos, caixa de som;
Instrumentos musicais;
Papéis, tintas, etc.
6
18. Projeto Cultura Afro Brasileira
Dentro do espaço democrático organizado na escola com princípios
de não discriminação racial e igualdade de condições à todos previsto em
constituição não se pode negar qualquer etnia e nem esconder parte de
nossa história e como nosso povo brasileiro foi formado. É necessário
então que a escola resgate a identidade afro-brasileira de alguma
maneira.
De acordo com a Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003 em seu
parágrafo 2º “ os conteúdos referentes à Historia e Cultura Afro-Brasileira
serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas
áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.
Para efetivação desse trabalho dentro do currículo do curso Técnico
em Agropecuário organizamos algumas formas de contemplar os
conteúdos afro-brasileiros dentro das disciplinas. Em agricultura
trabalhamos as culturas e pastagens oriundas dos paises africanos e sua
contribuição em nossa cultura hoje através do melhoramento genético e
biotecnologia.
Em pecuária trabalhamos as criações vindas da áfrica, seus
cruzamentos com raças europeias e o manejo realizado historicamente.
Dentro da disciplina de Agroindústria trabalhamos as influências
gastronômicas e o processamento da cana de açúcar, fubá e defumados.
Dentro de todos as disciplinas buscamos contemplar através de
filmes, textos, pesquisas e debates sobre a influencia afro em nossas
raízes e costumes e a importância de se valorizar as relações étnicas
raciais.
A finalização dos trabalhos se deu no dia 20 de novembro de 2007,
dia da consciência negra, com uma feira de exposição dos trabalhos
realizados durante o ano e apresentações culturais como capoeira, recital
de poesias e danças.
Para os anos seguintes daremos continuidade aos trabalhos
ampliando ainda mais o projeto com um seminário de discussões sobre as
6
cotas raciais, o papel do afro-descendente na sociedade e a
discriminação racial.
19. SEGUNDO TEMPO
É o programa com atividades esportivas, recreativas e artísticas
desenvolvido com alunos em contra turno escolar oportunizando a
socialização e o aproveitamento do tempo livre na escola.
O projeto segundo tempo atendo os alunos internos e moradores da
vizinhança da escola no período noturno.
Atendemos 102 alunos com atividades esportivas das diversas
modalidades: futebol, futsal, xadrez, tênis de mesa, ginástica e atletismo.
Contamos com um professor de Educação Física para acompanhar
as atividades dos alunos, promovendo torneios inter quartos para
integração e socialização maior dos alunos que no noturno ficavam
ociosos.
20. MULTIMEIOS
Dentro dos multimeios utilizados no colégio temos a TV Multimídia,
os laboratórios de informática do Paraná Digital e Proinfo, e o incentivo do
uso das tecnologias na educação para melhorar o apoio didático nas
aulas.
O uso das tecnologias enriquece o processo de ensino-
aprendizagem desde que utilizados de forma adequada, de modo
contextualizado, para que tenha incidência sobre a aprendizagem dos
alunos. A utilização de recursos digitais no espaço escolar é recente e
gera desafios aos professores.
De acordo com NEVADO(2006) “o papel do professor no contexto
educacional é proporcionar, mediar e intermediar o crescimento cognitivo
e afetivo de seus educandos, explorando através de experiências em sala
de aula situações que os façam interagir, trocar informações, indagar,
debater e raciocinar sobre os conteúdos que fazem parte do currículo".
Dessa forma o conhecimento é gerado numa relação dialógica entre
alunos e professores.
6
O pen drive é um dispositivo capaz de armazenar arquivos digitais,
entre eles imagens, vídeos, áudios. Possui uma conexão USB, isto é, uma
conexão universal que permite que o pen drive receba dados para
armazenamento, ou transfira dados já armazenados para um outro
equipamento. Entre as vantagens do pen drive a que se destaca é a
reusabilidade, que permite a utilização e a reutilização dos dados
armazenados em várias bases tecnológicas e plataformas.
Nesse projeto, para viabilizar o acesso às informações contidas no
pen drive de uma maneira mais eficaz, foi desenvolvido uma tecnologia
capaz de integrar o pen drive a uma televisão com possibilidade de ler
arquivos de áudios, vídeos e imagens nos formatos MP3, MPEG1, MPEG2,
DIVX, e JPG.
A integração da TV e o pen drive possibilitam a acessibilidade aos
objetos de aprendizagem produzidos em diversas plataformas por
diferentes ferramentas e mídias. A inserção do recurso tecnológico na
escola não é garantia de uma transformação efetiva e qualitativa nas
práticas pedagógicas, mas pode provocar profundas transformações na
realidade social, desde que seu uso seja adequado com uma prática que
propicie a construção de conhecimento e não a sua mera transmissão.
Nos laboratórios de informática trabalhamos com os alunos
pesquisas distintas de cada disciplina, temos a disciplina de Informática
Aplicada, onde nosso aluno inicia o conhecimento da informática como
ferramenta do seu trabalho através de planília de calculo ou programas
de textos para relatórios, assim como programas para preparação de
slides que possam servir para o trabalho de extensão que nosso aluno
técnico utilizará no campo de trabalho.
A proposta da secretaria de educação consiste na integração e
articulação das mídias com o mundo moderno por meio de ações
desenvolvidas pela TV Paulo Freire, que produz e veicula conteúdos
digitais educacionais; pelo Multimeios, que oportuniza o desenvolvimento
e a produção de recursos midiáticos; e pelo Portal Dia-a-dia-educação,
que pesquisa e disponibiliza diferentes conteúdos, os quais podem ser
acessados nos laboratórios de informática do Paraná Digital,
6
armazenados no pen drive e exibidos na TV Multimídia.
21. EDUCAÇÃO DA DIVERSIDADE – TEMAS
CONTEMPORANEOS.
Desafios Educacionais Contemporâneos são demandas que possuem uma
historicidade, por vezes fruto das contradições da sociedade capitalista,
outras vezes oriundas dos anseios dos movimentos sociais e, por isso,
prementes na sociedade contemporânea. São de relevância para a
comunidade escolar, pois estão presentes nas experiências, práticas,
representações e identidades de educandos e educadores. Temos como
temas contemporâneos trabalhados no colégio: a Educação Ambiental, a
Sexualidade, a Prevenção ao uso indevido de drogas, o enfrentamento a
violência na escola.
Muitas controvérsias e equívocos também são percebidos quando
buscamos novos referenciais e categorias de análise, isso,
evidentemente, para darmos conta das especificidades concernentes a
alguns dos desafios educacionais contemporâneos. A situação da
exclusão social, historicamente construída em nosso país em relação à
população afrodescendente é um exemplo e se explica na interseção
entre a pertencimento étnico-racial e a estruturação de uma sociedade
de classes. Uma não exclui a outra, ambas se complementam.
Assim, inserida nos conteúdos das diferentes disciplinas do
currículo, contempladas neste Projeto Político-Pedagógico, muito além de
uma simples pedagogia de projetos (pautada por ações esporádicas e
pontuais), a abordagem pedagógica desses assuntos, a partir dos
conteúdos escolares e da apropriação dos conhecimentos sistematizados,
visa propiciar o resgate da função social da escola.
Educação Ambiental
É sabido de todos que atualmente as questões ambientais não mais
podem ser tratadas como acessórias, visto que os padrões e modelos de
desenvolvimento estão resultando, entre outros problemas, em
6
desequilíbrios climáticos e no esgotamento dos recursos naturais não
renováveis, alguns deles, como a água doce, indispensáveis à vida no
Planeta. Ante essa configuração, é indispensável que sujeitos e
instituições sociais, entre elas as escolas, conheçam mais profundamente
e debatam a problemática, e planetária, questão do meio ambiente, indo
além da enumeração dos efeitos da chamada “crise ambiental”, ou seja,
relacionando-a com suas causas, em sua maioria identificadas aos fatores
de natureza econômica. Entendemos que este esforço deve ser feito por
todos e todas com um objetivo muito claro: a elaboração e, consequente
prática, de alternativas, quer sejam elas individuais, coletivas, regionais
ou globais, visando enfrentar ao desafio de manter o desenvolvimento
com sustentabilidade e, sobretudo, realizá-lo de forma a superar os
dramas da desigualdade e da exploração humanas.
Destacamos a preocupação em discutir, de modo científico e, ao
mesmo tempo, acessível, aspectos importantes relacionados ao atual
quadro da Educação Ambiental no Brasil. Dentro das disciplinas técnicas,
principalmente a disciplina de Agroecologia e Horticultura; e da base
nacional comum, principalmente Biologia, a comunidade escolar terá
acesso a um painel geral sobre a questão ambiental e sobre a aplicação
pedagógica dos temas ligados ao meio ambiente e à sustentabilidade,
passando por uma série de registros e reflexões sobre a situação legal e
institucional acerca da matéria, até os principais marcos legais da
Educação Ambiental
Atualmente as questões ambientais e a sua crise se impõem
perante a sociedade. Um dos instrumentos apresentados como meio para
minimizar, mitigar esta problemática é a Educação Ambiental. No que
concerne a esse assunto, é necessário estimular um processo de reflexão
e tomada de consciência dos aspectos sociais que envolvem as questões
ambientais emergentes, para que se desenvolva uma maior compreensão
crítica por parte de educadores e educandos. Assim, almeja-se incentivar
a comunidade escolar a adotar uma posição mais consciente e
participativa na utilização e conservação dos recursos naturais,
7
contribuindo para a diminuição contínua das disparidades sociais e do
consumismo desenfreado.
Trabalhar sob esta perspectiva significa atuar pedagogicamente por
meio do conhecimento sistematizado, em busca de um sujeito histórico
capaz de pensar e agir criticamente na sociedade, com vistas à
emancipação e à transformação social.
O enfrentamento à violência na escola
Vivemos em uma sociedade marcada pela desigualdade, resultante
de uma economia capitalista com feições liberais, alicerçada na
exploração do homem pelo homem. Como resultado dessa lógica, tem-se
a visível distância que separa homens e mulheres, segundo sua classe
social. Temos clareza que os fatores que determinam e condicionam os
diferentes tipos de ações e comportamentos violentos, infelizmente tão
“corriqueiros” em nossa sociedade, têm raízes na desigualdade social e
na organização econômica que a configura e a sustenta.
Compreendemos que a comunidade escolar deva pautar suas
discussões sobre a violência com base em percepções mais globais dos
mecanismos e dos sujeitos sociais nela envolvidos. Esta postura supõe a
compreensão e a reflexão tanto da violência praticada por sujeitos
sociais, dentro e fora da escola, como da violência praticada pela ou a
partir da escola.
A Violência, no âmbito das escolas públicas estaduais, pode ser
entendida como um processo complexo e desafiador que requer um
tratamento adequado, cuidadoso e fundamentado teoricamente, por
meio de conhecimentos científicos, desprovidos de preconceitos e
discriminações. Por isso a atarefa da escola é complexa pois
necessitamos enfrentar e superar situações concretas de violência, na
medida em que aborda estes fenômenos a partir das discussões
contemporâneas acerca da organização da sociedade, assim como
7
discute com propriedade o caso especifico da violência vivida dentro e
fora dos muros escolares.
Falar em violência nos dias atuais não possibilita uma resposta a
qual possa elucidar ou justificar esse fenômeno tão simplesmente. Deve-
se considerar uma gama de fatores que contribuem para a sua
existência. Não há, até o momento atual, uma pesquisa que forneça
dados numéricos cientificamente comprovados sobre a violência nas
escolas. Entretanto, os educadores sabem, pela experiência que lhes é
somada no dia-a-dia escolar, que as escolas estão trabalhando,
ensinando e aprendendo, e formando seus alunos. Os atos de violência
acontecem, o número deles aumentou nas duas últimas décadas, como
também aumentou o número de escolas e maior se tornou a população
numericamente.
Relações Étnico raciais
Compreendemos que a instituição escolar é um espaço privilegiado
de formação dos cidadãos e cidadãs de nosso estado. Por isso,
assumimos, uma política educacional para as relações étnico-raciais, de
forma que possamos, mediante a formação dos coletivos escolares,
contribuir para reverter esta dívida histórica nacional, traduzida pela
situações de exclusão e de invisibilidade às quais foram remetidas, desde
a colonização portuguesa, toda uma população de afrodescendentes e
africanos buscando uma educação cada vez mais comprometida com
a construção dos ideais de justiça social e solidariedade.
Na busca de uma educação anti-racista, tem-se a perspectiva do
reconhecimento das diferenças para, a partir daí, construir identidades e
efetivar uma igualdade, tanto de condições, como de direitos e deveres.
Prevenção ao uso indevido de drogas.
A Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, no âmbito das escolas
públicas estaduais, pode ser entendida como um processo complexo e
7
desafiador que requer um tratamento adequado, cuidadoso e
fundamentado teoricamente, por meio de conhecimentos científicos
desprovidos de preconceitos e discriminações.
As propostas de prevenção predominantes na sociedade legitimam
um discurso moralista e repressivo, limitando, assim, a compreensão das
múltiplas manifestações das drogas na sociedade. Diante disso, percebe-
se a necessidade de problematizá-las e desconstruí-las, a fim de avançar
em outras perspectivas que possibilitem uma análise contextualizada
sobre a questão das drogas e sua prevenção.
Sexualidade
Podemos afirmar que a sexualidade e suas formas de expressão são
produções humanas e, como tais, estão sujeitas a uma série de
determinantes socioeconômicos. Assim, as desigualdades de direito e de
fato que observamos quando falamos de homens e mulheres são
produções históricas, e, portanto, passíveis de mudanças. Da mesma
forma, é possível a superação de outros tipos de preconceito sexual.
A necessidade de trazermos o tema para o interior das instituições
de ensino se justifica pelo intuito maior de proporcionar a toda a
comunidade escolar, o acesso a informações sérias e interpretações
críticas acerca de diversos assuntos e situações que permeiam a
sociedade contemporânea. Entendemos que a compreensão da realidade
em que estamos inseridos é fundamental, pois é por meio do
conhecimento que nos emancipamos; é por meio do conhecimento que
nos damos conta de que as questões afetas à sexualidade humana são
tratadas de forma diferenciada, de acordo com o momento histórico em
que se manifestam.
A Sexualidade, nesta perspectiva, é entendida como uma
construção social, histórica e cultural e precisa ser discutida na escola –
espaço privilegiado para o tratamento pedagógico desse desafio
educacional contemporâneo. O trabalho educativo com a Sexualidade
insere-se nas diversas disciplinas do currículo por meio dos conteúdos
7
elencados nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica. Esse
encaminhamento pedagógico considera os referenciais de classe,
raça/etnia, gênero e diversidade sexual.
22. PATRULHA ESCOLAR COMUNITÁRIA
A Patrulha Escolar Comunitária é a alternativa inteligente que a
PMPR encontrou para assessorar as comunidades escolares na busca de
soluções para os problemas de segurança encontrados nas escolas.
Problemas esses que se faziam presentes em quase todos os
estabelecimentos de ensino e que em uns, mais que em outros,
determinavam comprometimento na segurança dos alunos, professores,
funcionários e instalações dos estabelecimentos.
Cabe aos educadores a formação e instrução dos cidadãos. A PMPR
é a instituição estadual mais especializada nas questões de segurança.
Destes conhecimentos nasceu a Patrulha Escolar Comunitária que visa
assessorar os estabelecimentos de ensino para restabelecer e manter a
ordem e a segurança.
A participação efetiva de todos as autoridades locais juntamente
com a comunidade escolar nas reflexões sobre a realidade não desejada,
as soluções para mudanças e o compromisso de cada um para juntos se
chegar à realidade projetada é a retomada para a conquista do
sentimento de segurança e das rédeas do crescimento social. O processo
educativo deve ser constante e certeiro para que os resultados sejam
satisfatórios.
Por isso, a Patrulha Escolar Comunitária acontece de acordo com o ritmo
e característica de cada Comunidade Escolar.
O trabalho educativo que a Patrulha Escolar vem realizando em
nosso estabelecimento de ensino tem nos ajudado a manter a segurança,
a discutir a violência com os alunos em forma de reflexão e tem
diminuído as ocorrências de delitos no âmbito escolar.
7