Profetas menores parte 1 natalino das neves
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ESCOLA BÍBLICA DE OBREIROS
ALMIRANTE TAMANDARÉ
PROFETAS
MENORES
Prof. Ms. Natalino das Neves
www.
natalinodasneves.
blogspot.com.br
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
• Profeta menores X grau de importância.
• Serão abordados os seguintes assuntos:
• A figura do profeta;
• O contexto e principais mensagens de cada livro dos profetas menores.
• Despertar um senso + crítico da interpretação dos livros.
• Aplicação prática do conteúdo estudado.
I – A FIGURA
DO PROFETA
JUDAÍSMO CRISTIANISMO
TORÁ NOVO TESTAMENTO
PENTATEUCO – 67% PENTATEUCO – 32%
PROFETAS – 11% PROFETAS 34%
RELAÇÃO = 1/6 RELAÇÃO = 1/1
A SOCIEDADE TRIBAL
ISRAELITA
A ORGANIZAÇÃO
MONÁRQUICA
• Baseada nas
relações de
parentesco;
• Forte vínculos
sociais entres seus
membros
• Solidariedade mútua
de modo muito
rigoroso.
• Baseava-se na centralização do
poder nas mãos do governante
dinástico;
• Oposição cidade x campo e
minando a solidariedade;
• Ética javista vai sendo
progressivamente substituída
pela baalização;
• Exploração do camponês;
• Denunciam o mau
funcionamento das instituições
do Estado monárquico .
Sacerdote
• Relação do sacerdote com a profecia
(adivinhação) (urim e tumim – éfode):
• Jz 1:1-2; 20:18-28;
• Jz 18:5-6,20 – Éfode e terafim;
• 1 Sm 14:36-37 - LXX indica urim e tumim);
• 1 Sm 23:9-12; 1 Sm 30:7-8 – Éfode;
• Js 9:14 – autoridades são repreendidas por não
consultarem a Deus (sacerdote);
• Séc. V – Não há sacerdotes especializados em
consultar o urim e tumim (Ed 2:63; Ne 7:65).
TÍTULOS
“Grande intermediário” – Dt 18:14-18:
1. Homem de Deus (‘is’ ‘elohîm) – 1 Sm 9:6-9
2. Vidente (ro’eh) – 1 Sm 9:6-9;
3. Profeta (nabî) – 1 Sm 9:6-9
4. Visionário (hozeh) – 1 Cr 29:29
Obs: ver Dt 18:10-12; 1 Sm 14;41.
CÂNON JUDAICO
• Profetas anteriores (Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis);
• Profetas posteriores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze)
MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Palavra e visão são dois meios de comunicação
divina aos profetas (Os 12:11; Gn 15:1; Is
21:1-10).
FINALIDADE DO MOVIMENTO
PROFÉTICO
• Restaurar o monoteísmo hebreu;
• Combater a idolatria;
• Denunciar as injustiças sociais;
• Proclamar o Dia do Senhor;
• Reacender a esperança messiânica.
Fonte: ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Rio
de Janeiro: CPAD, 2009, p. 429-430).
Século VIII
a.C.
Século VII a. C. Século VI-V
a. C.
Data
incerta
Oseias
Amós
Miqueias
Naum
Habacuque
Sofonias
Joel
Obadias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Jonas
SÉCULO VIII - CONTEXTO
SÉCULO VIII - CONTEXTO
• Jeroboão II foi uma grande figura militar. Levou as
fronteiras de seu país ao extremo norte da região.
Submeteu a Síria ao seu poder, incluindo as
regiões disputadas da Transjordânia, chegando, no
sul, até Moabe;
• Uzias, rei de Judá, e contemporâneo de Jeroboão II,
na época em paz com Israel, participou plenamente
deste programa de conquistas na região;
• Somadas as conquistas, os dois reinos irmãos
chegaram bem perto das mesmas dimensões que
tivera na época de Davi e Salomão, a era áurea de
Israel;
• Mas todo mundo prosperou nesta época de
"milagre israelita"?
• Que nada! Se olhada menos superficialmente, a situação de
Israel não era tão brilhante assim para toda a população;
• O sistema administrativo adotado por Jeroboão provocou a
concentração da renda nas mãos de poucos privilegiados
com o consequente empobrecimento da maioria da
população;
• Os pequenos agricultores ficavam tão endividados que
chegavam à escravidão para pagar suas dívidas;
• Os tribunais, que teoricamente deveriam defendê-los da
exploração dos mais poderosos, bem pagos por quem podia,
decidiam sempre a favor dos ricos.
SÉCULO VIII - CONTEXTO
• O Estado alargou suas fronteiras geográficas, políticas e comerciais e aprofundou a divisão campo/cidade, típica do regime tributário.
• A opressão contra os pobres era intensa (Am 2:6s), os famintos eram desprezados (Am 6:3-6), os membros judiciais eram subornáveis (Am 2:6 e 8:6), os agiotas exploravam os menos favorecidos (Am 5:11s;8:4-6);
• Os sacerdotes ficaram do lado do poder.
• A religião não era negligenciada, mas havia sido pervertida (Am 3:4; 4:4 e 7:9);
• Por tudo isso, o julgamento divino era iminente.
SÉCULO VIII - CONTEXTO
PROFETAS MENORES DO
SÉCULO VIII
OSÉIAS, AMÓS E MIQUÉIAS
O LIVRO
DE OSÉIAS
Prof. Ms. Natalino das Neves
TEMA
“O POVO AFASTOU DE JAVÉ”
03 TEMAS TÍPICOS EM OSÉIAS
1. As relações entre Iahweh e Israel são ditas pela imagem do matrimônio;
2. A imagem paterna para mostrar a relação Iahweh-povo (misericórdia e perdão paternos, apesar da rebeldia do filho);
3. A noção de que Iahweh prefere o amor sincero aos sacrifícios cultuais, que está em Os 6:6.
DATA
• Contemporâneo de Amós, parece que Oseias atuou durante os últimos dias de Jeroboão II e durante o governo dos 6 reis que o sucederam.
• Ao que tudo indica, Oseias não viu a queda de Samaria em 721 a.C., pois não faz qualquer menção ao grande desastre.
• Portanto, a data aproximada, provável, da atuação de Oséias é de 755 a 725 a.C.
VERSÍCULOS-CHAVE
“Eu te desposarei a mim para sempre, eu te desposarei a mim na justiça e no
direito, no amor e na ternura. Eu te desposarei a mim na fidelidade
e conhecerás a Iahweh" (Os 2:21-22).
"Eu curarei a sua apostasia, eu os amarei com generosidade,
pois a minha ira afastou-se dele" (Os 14:5).
O PROTAGONISTA
• Pouco se sabe sobre a sua vida, a menos que os capítulos 1-3 sejam biográficos.
• O seu nome significa "salvação" ou "livramento" e é aproximadamente equivalente a "Josué" no AT e "Jesus" no NT.
• Sua pátria era Efraim (Reino Norte).
• Dos chamados "profetas clássicos", ele é o único oriundo do Reino Norte.
DESTAQUES EM OSÉIAS
• A crítica e a condenação da idolatria, cultual e política: os ritos da fertilidade, a adoração dos baalim e a sacralização da natureza em geral deviam estar em pleno florescimento na sua época, a julgar pela intensidade de sua crítica.
• Visão crítica do passado. Para o profeta do norte, toda a história passada do povo israelita é uma história de transgressão e rebeldia e não uma "história de salvação".
• Atitude de Iahweh para com Israel (relacionado à figura do casamento de Oséias) – GT.
CONTEXTO
• Após a morte de Jeroboão II, em 753 a.C., Israel do norte entrou em grande crise, época em que atuou Oseias.
• De 753 a 721 a.C., seis reis de sucederam no trono de Samaria, abalado por assassinatos e golpes sangrentos.
• A Assíria passou a constituir-se na grande ameaça internacional a partir da política expansionista do rei Tiglat-Pileser III, inaugurada em 745 a.C.;
CONTEXTO
• Neste período começaram os golpes de Estado em Israel. As alianças com a Assíria ou contra a Assíria se sucediam.
• Sem legitimidade perante o povo, a maioria dos reis de Israel abandonou o javismo, e por interesse, se apoiou na crescente adoração à Baal.
• Cúmplices seus são também os profetas, talvez os profetas oficiais da corte.
CONTEXTO
• Em 721 a.C., Samaria foi destruída pelas tropas assírias de Salmanasar V e Sargão II.
• Conforme os anais de Sargão II, foram deportados para a Mesopotâmia e a Média 27.290 samaritanos (Silva, 1998, p. 58).
• Outros povos foram trazidos para o território de Israel e ocorre uma grande mistura e perda de identidade (Ver 2 Rs 17:5-6, 24).
ESTRUTURA DO LIVRO
TEXTO TEMAS
Capítulos
1-3
O casamento de Oseias como figura do
relacionamento de Israel com seu Deus
Capítulos
4-11
O povo se afasta de Iahweh, quando O busca,
busca de forma errada
Capítulos
12-14 Volta Israel para Iahweh, teu Deus!
TEMA DO MOVIMENTO
TEXTO TEMAS
4:1-5,7 Israel não volta para Iahweh: é a
constatação da impenitência
5:8-7,16 Israel volta, mas volta mal: é a
constatação da falsa penitência
8:1-14
Como castigo, o povo irá para o Egito: é
o rompimento da aliança, pelo bezerro
de ouro e pela monarquia sem
fidelidade a Iahweh
9:1-11; 11
As etapas deste exílio são: a expulsão
da terra; a volta à terra: é o anúncio da
cura que consiste em novo êxodo para
Israel.
Fonte: (SILVA, 1998, p. 59) – Adaptado
MULHER DE OSÉIAS –
FORMAS DE INTERPRETAÇÃO
• A interpretação literal - Ela foi prostituta desde o início.
• A interpretação alegórica - O casamento do profeta com a prostituta é tido como não realizado, mas simplesmente era uma alegoria, em que o profeta ilustrava as relações de Iahweh com Israel. Calvino defendia essa interpretação.
• A interpretação dupla - A mulher do capítulo 3 não é Gômer do capítulo 1. Trata-se de uma mulher separada dos seus amantes a fim de mostrar como Iahweh separaria Israel dos seus ídolos.
MULHER DE OSÉIAS –
FORMAS DE INTERPRETAÇÃO
• A interpretação retrospectiva - escrita depois dos acontecimentos e o mandamento descrito (moça casta que tinha se tornado uma adúltera). Um fato contato depois do ocorrido, de forma que, quando se lê se tem a impressão de que na época da escrita já era uma realidade.
• A interpretação espiritualizada - Gômer era idólatra, o que a constituía em prostituta no sentido espiritual ou religioso. Pelas influências da religião popular ela foi levada a prostituição depois do casamento (cf. 4.13).
TRABALHO
EM
GRUPO
QUAL FORMA DE INTERPRETAÇÃO VOCÊ
ENTENDE SER A MAIS CORRETA?
TRABALHO EM GRUPO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Polêmica sobre o casamento de Oséias, símbolo do relacionamento de Israel com Iahweh.
• Israel passava por grandes dificuldades após a morte de Jeroboão II, a decadência espiritual foi maior do que nos dias de Amós.
• Mesmo quando o povo buscava a Deus, não era da forma adequada, mas dissimuladamente.
• O povo não se arrepende e o castigo ocorreu com a destruição pelos Assírios em 721/2 a.C.;
• O livro finaliza com promessa de perdão e de futura restauração.
O LIVRO DO PROFETA AMÓS
Prof. Ms. Natalino das Neves
PROPÓSITO DO LIVRO
“Anunciar o juízo de Deus sobre Israel, o Reino do
Norte, por sua complacência, idolatria e opressão
aos pobres”
(BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL)
VERSÍCULO CHAVE
“Antes, corra o juízo como as águas; e a justiça,
como ribeiro perene.” (5:24)
(BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL)
PROFETA AMÓS
• Um dos mais clássicos exemplos de atuação profética.
• As chamadas "visões simbólicas" de seu livro apresentam esta maturação vocacional do pastor de Técua.
• Época = aparente prosperidade criada pelo governo de Jeroboão II em Israel.
• Amós não era sacerdote, nem filho de profeta. Era um boiadeiro e colhedor de sicômoros.
PROFETA AMÓS
• Dirigindo-se aos seus ouvintes do norte, Amós acusa-os de espoliar o pequeno camponês, que está perdendo sua herança e sua liberdade.
• Ele era um homem culto e conhecedor da região e seus problemas cotidianos.
• Passou de uma vida tranquila de boiadeiro para uma vida de visões que indicavam que Israel estava prestes a ser aniquilada como nação.
PROFETA AMÓS
• A mensagem da destruição foi proferida pelo profeta aproximadamente umas 03 décadas antes da derrota aos Assírios.
• Foi acusado de conspiração contra Jeroboão e foi ameaçado por Amazias, sumo sacerdote de Betel (7:10b-11a).
• Após cumprir sua breve missão (- 1 ano), retornou a Judá;
• Permanecem desconhecidos o tempo e a maneira de sua morte, bem como quaisquer detalhes subsequentes ao termino da missão.
ESTRUTURA DO LIVRO
TEXTO TEMAS
Capítulo 1 e 2
Juízos proferidos contra várias nações:
a) Damasco, Filístia, Fenícia, Edom, Amom e Moabe (1:1-2:3);
b) Israel (2:6-16); e
c) Judá (2:4,5).
Capítulo 3 a 9:10
Acusação e denúncias contra Israel:
a) Os sermões de denúncia (3:1 – 6:15)
b) Cinco visões simbólicas (7:1 – 9:10)
• Visão dos Gafanhotos Devoradores (7.1-3)
• Visão do Fogo Consumidor (7.4-6)
• Visão do Prumo (7.7-9)
• Visão de um Cesto de Frutos (8.1-14)
• Visão do Senhor Julgando (9.1-10)
Capítulo 9:11-15
Restauração futura de Israel:
a) O reinado do Messias (9;11,12)?
b) A prosperidade do milênio (9:13)?
c) A nação judaica restaurada (9:14,15)?
TRABALHO
EM
GRUPO
TRABALHO EM GRUPO
Cinco visões simbólicas (7:1 – 9:10):
1) Visão dos Gafanhotos Devoradores (7.1-3)
2) Visão do Fogo Consumidor (7.4-6)
3) Visão do Prumo (7.7-9)
4) Visão de um Cesto de Frutos (8.1-14)
5) Visão do Senhor Julgando (9.1-10)
AS 05 VISÕES DE AMÓS - INTERPRETAÇÃO
1. O que conta a 1a visão (7:1-3)? O que Amós fez? Qual o resultado?
2. E a 2a visão, que está em Am 7:4-6? O que mostra da realidade de Amós?
3. A 3a visão (7:7-9) trata do mesmo assunto? Qual o significado?
4. Será que a 4a visão (8:1-3) forma um par com a 3a? O que difere das duas primeiras visões?
5. E o que nos conta a 5ª visão (9:1-4)? Qual é o alvo principal da destruição de Javé?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Ficou evidenciado que o tema central de Amós é o
fim de Israel, porque os ricos oprimem os pobres,
os poderosos deturpam a justiça (tsedhâqâh) e o
direito (mishpât), subornam os juízes nos
tribunais e cometem muitas outras barbaridades;
• Como se não bastasse, também vão aos santuários
e ali oferecem custosos sacrifícios e participam de
grandes celebrações, ocultando a opressão que se comete sistematicamente;
• Deus entra em defesa dos oprimidos, quer
seja pelas nações pagãs, quer seja por Israel, “o povo
de Deus”.
Prof. Ms. Natalino das Neves
VII – PROFETA MIQUEIAS
• Na mesma época em que Isaías pregava em Jerusalém surgiu outro importante profeta, Miqueias.
• O seu livro, de sete capítulos, parece ser um debate constante com falsos profetas que discordam de suas severas palavras de julgamento para Judá.
• Na sua franca linguagem camponesa denuncia duramente as autoridades de Jerusalém como responsáveis pela crise imensa porque passa o país (desprezo pela justiça e respeito ao direito do pobre “cozinhado pelos poderosos”).
VII – PROFETA MIQUEIAS
• Sicre (2008, p. 276) apresenta o seguinte contexto para o livro de Miqueias:
"A presença de militares e funcionários reais devia ser
frequente na região e, pelo que diz Miqueias, não
muito benéfica. Além dos impostos, é provável que
requisitassem trabalhadores para conduzi-los a
Jerusalém (cf. 3,10). Latifundismo, impostos, roubo a
mão armada, trabalhos forçados: este é o ambiente
que cerca o profeta”.
ESTRUTURA DO LIVRO
TEXTO TEMAS
Capítulo 1-5:
• O profeta anuncia e denuncia generalidades (1);
• O profeta passa à denúncia de pecados concretos
(2-3);
• A restauração do país (4-5)
Capítulo 6-7:
• Convocação da assistência do julgamento de Deus
pela (6:1-5);
• O culto é rechaçado (6:6-7)
• O caminho certo passa pela justiça e pela lealdade
(6:8-9);
• Duro ataque à cidade que se enriqueceu à custa
de injustiças (6:9b-16);
• Confiança somente em Iahweh (7:1-7);
• Reconhecimento da culpa e reconciliação (7:8-20).
VERSÍCULOS-CHAVE
"Ouvi, todos os povos, prestai atenção, ó terra e tudo o que
ela contém, e seja o SENHOR Deus testemunha contra vós
outros, o Senhor desde o seu santo templo.“
(Mq 1:2)
"E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como
grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar
em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos,
desde os dias da eternidade.“
(Mq 5:2)
VERSÍCULOS-CHAVE
"Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede
de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes
humildemente com o teu Deus.“
(Mq 6:8)
"Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te
esqueces da transgressão do restante da tua herança? O SENHOR não
retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia.
Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e
lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.“
(Mq 7:18-19)
PROPÓSITO DO LIVRO
• A exemplo da maioria dos livros proféticos, Miquéias é uma mistura complexa de julgamento e esperança.
• Por um lado, as profecias anunciam o juízo sobre Israel pelos males sociais, liderança corrupta e idolatria. O julgamento culminaria com a destruição de Samaria e Jerusalém.
• Por outro lado, o livro proclama não apenas a restauração da nação, mas a transformação e exaltação de Israel e Jerusalém.
O PROTAGONISTA
• Miqueias - um grande defensor dos camponeses e dos direitos dos oprimidos de seu tempo.
• Atuou durante os anos que se seguiram à guerra siro-efraimita (reinado de Acaz e de Ezequias) até a grande derrota de Judá e o castigo imposto ao país pela Assíria.
• As pessoas acusadas por Miqueias não são os "marginais" da sociedade israelita. São pessoas “honradas e respeitadas” (2:1-5).
O PROTAGONISTA
• Uma de suas características mais marcantes é a denúncia da teologia oficial que se elaborava em Jerusalém para sustentar a opressão enquanto a maior parte da população passava necessidades.
• Denunciava os profetas que defendiam essa teologia (“não há o que temer, os filhos de Israel são abençoados” 2:6-11).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Miqueias faz desfilar diante de nós as vítimas da exploração de seu tempo.
• Ele vê a sociedade dividida entre:
• De um lado: donos de terra, autoridades civis e militares,
juízes, sacerdotes e falsos profetas;
• Do outro lado: "o povo de Iahweh”, as vítimas da opressão.
• Miqueias denuncia a "teologia da opressão" que se elabora em Jerusalém e que serve para ocultar e/ou legitimar as injustiças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKER, David W.; ALEXANDER, T. Desmond; STURZ,
Richard J. Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque
e Sofonias: introdução e comentário. São Paulo: Vida
Nova, 2008.
BALANCIN, Euclides M.; STORNIOLO, Ivo. Como ler o livro
de Sofonias. 3ª Edição. São Paulo: Paulus, 2011.
CROATTO, J. S. Isaías. Vol I: 1-39. O profeta da justiça e
da fidelidade. Petrópolis: Vozes, 1989.
FEINBERG, Charles L. Os profetas menores. São Paulo:
Vida, 1988.
LIVERANI, M. Para além da Bíblia: História antiga de
Israel. São Paulo: Loyola/Paulus, 2008.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RENDTORFF, Rolf. Antigo Testamento: uma introdução.
Santo André-SP: Academia Cristã, 2009.
ROSSI, Luiz Alexandre Solano. Como ler o livro de
Abdias. 2ª Edição. São Paulo: Paulus, 2006.
ROSSI, Luiz Alexandre Solano. Como ler o livro de Naum.
2ª Edição. São Paulo: Paulus, 2007.
SCHOKEL, Alonso Luís; SICRE. José Luís. Os profetas.
São Paulo: Paulus, 2004.
SCHWANTES, M. A terra não pode suportar suas
palavras (Am 7,10): reflexão e estudo sobre Amós. São
Paulo: Paulinas, 2004.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SHREINER, J. Palavra e mensagem do Antigo
Testamento. São Paulo: Teológica, 2004.
SICRE, José Luís. Profetismo em Israel. 3ª Edição.
Petrópolis: Vozes, 2008.
SILVA, Airton José. A voz necessária: encontro com os
profetas do século VIII a.C. São Paulo: Paulus, 1998.
ZABATIERO, Júlio Paulo Tavares. Miquéias: voz dos sem-
terra. Petrópolis-RJ: Vozes, 1996.
ZENGER, E. et al. Introdução ao Antigo Testamento. São
Paulo: Loyola, 2003.
Ev. Natalino das Neves
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AS CINCO VISÕES (CAP. 7 a 9)
O que significam as "visões simbólicas"?
"Trata-se de uma trajetória vocacional. Amós percorre
todo um caminho visionário. As próprias visões deixam
entrever isso, com bastante nitidez.
A visão dos gafanhotos (cf. 7,1-3) cabe no início do ano
agrícola. A da seca (cf. 7,4-6), em pleno verão. A do
cesto (cf. 8,1-3), dá-se no outono.
Estas visões cobrem, no mínimo, meio ano.
Talvez seja o período em que Amós é preparado, de
modo incisivo, para seu ministério.”
(SCHWANTES, 2004, p. 38);
O que significam as "visões simbólicas"?
• Estas visões parecem ser sinais que o profeta
percebe no cotidiano da vida e simbolizam a
situação da nação israelita;
• Elas vão fazendo nascer em Amós uma
conscientização do que está acontecendo e acabam
determinando sua decisão de deixar sua casa e seu
trabalho e ir anunciar o castigo e a ruína do país;
• As visões cumprem, em Amós, o mesmo papel dos
textos de vocação em Isaías, Jeremias ou Ezequiel;
O que significam as "visões simbólicas"?
• Amós via, certamente, coisas absolutamente
comuns na região (exceto última visão), como uma
praga de gafanhotos, uma seca, um cesto de frutas
maduras e coisas;
• Mas, como ele estava preocupado com o destino do
país, "antenado" na situação do povo, estas coisas
viravam símbolos do que estava acontecendo ou por
acontecer com Israel.
O que conta a 1a visão?
• Fala de uma praga de gafanhotos que destrói as plantações dos camponeses.
• Ocorre depois do corte do feno para o pagamento do tributo ao palácio.
• Amós apela a Javé, argumentando que os camponeses são frágeis demais para sofrer tal ameaça de fome.
• Javé revoga o castigo.
2ª visão - Incêndio
• Nesta visão o profeta Amós vê um incêndio terrível
que, de tão forte, consome até as fontes subterrâneas
de água depois de ter acabado com os campos;
• Novamente Amós apela a Javé para que suspenda a
praga, porque a ameaça agora é de grande seca,
penalizando os fracos agricultores de sua época;
• Esta visão se parece muito, no seu jeito, com a dos
gafanhotos. Elas formam um par;
2ª visão - Incêndio
• Mostram a realidade da roça na época de Amós,
quando os pequenos agricultores sofrem muitas
ameaças, sejam naturais, sejam da exploração que
vinha lá de cima, do governo;
• Javé tem compaixão dos pequenos e retira os castigos
que os ameaçam.
• Mas e os mecanismos sociais que provocam fome e
sede no campo? Estes permanecem...
• Estas duas visões são indicadores do nível de
consciência profética de Amós (campo).
3ª visão – Mesmo assunto?
• Não! A 3ª visão é um pouco diferente.
• Nesta visão o profeta vê Javé verificando o
alinhamento de um muro com um fio de prumo;
• O muro simboliza Israel que está torto e deverá ser
demolido para ser realinhado, porque muro torto não
tem conserto. Só derrubando;
• Desta vez Amós não intercede e a certeza do castigo
torna-se mais forte.
4ª visão – Forma par com a 3ª?
• Forma!
• Na 4ª visão Amós vê um cesto de frutas maduras e
isto simboliza para ele o fim de Israel. Também desta
vez Amós não pede nada a Javé;
• E ela forma, sim, um par com a 3ª, porque estas duas
avançam em relação às duas primeiras, chamando a
atenção para a gravidade da situação e para a
proximidade do fim de Israel;
4ª visão – Forma para com a 3ª?
• O contexto muda, não é mais a situação da roça.
• As duas visões (3ª e 4ª) tratam de realidades urbanas:
sofrem com os castigos a cidade, os santuários, o
palácio.
• Para este grupo não há intercessão de Amós.
• É uma realidade corrupta que não tem conserto.
5ª visão – Forma para com a 3ª?
• O próprio Javé quem atua e de modo dramático. De pé
sobre o altar dos holocaustos - portanto, diante do
edifício do santuário - ele bate nos capitéis, provocando
um terremoto que destrói o santuário e mata as pessoas
que estão ali dentro;
• Não há possibilidade de fuga, garante o texto;
• Esta visão é o ponto máximo deste ciclo. O próprio
Javé volta-se contra o local no qual se lhe presta culto;
5ª visão – Forma para com a 3ª?
• Na visão de Amós, o santuário (de Betel) traiu seu
papel de conduzir o povo a Javé e à vida;
• Tornou-se um lugar de culto sem sentido, amparando e
ocultando as múltiplas opressões e injustiças que se
cometem no país.