Profetas da alegria e do encontro Prof. Pe. Marcial Maçaneiro, SCJ.

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1. Ler hoje nossa história carismática

Repassar a própria história é indispensável para manter viva a identidade, robustecer a unidade da família e o sentido de pertença.

Não se trata de fazer arqueologia nem cultivar inúteis nostalgias, mas de percorrer novamente o caminho das gerações passadas para captar a centelha inspiradora: ideais, projetos, valores que as moveram, a começar dos Fundadores / Fundadoras e das primeiras comunidades.

É uma forma de se tomar consciência de como foi vivido o carisma ao longo da história: que criatividade desencadeou, que dificuldades enfrentou e como foram superadas. Poder-se-á descobrir incoerências, fruto das fraquezas humanas e mesmo algum esquecimento de aspectos essenciais do carisma. Tudo é instrutivo, tornando-se simultaneamente apelo à conversão. Narrar a própria história é agradecera Deus por todos os seus dons.

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2. Discernindo o presente

Este Ano chama-nos a viver com paixão o presente. A lembrança agradecida do passado nos impele, numa escuta atenta daquilo que o Espírito diz hoje à Igreja, a implementar de maneira cada vez mais profunda os aspectos constitutivos da nossa vida consagrada.

A pergunta que somos chamados a fazer, neste Ano, é se e como nos deixamos interpelar pelo Evangelho; se o Evangelho é efetivamente a referência modelar para a vida de cada dia e para as opções que somos chamados a fazer. Isto é exigente e pede para ser vivido com radicalismo e sinceridade. Não basta lê-lo (e no entanto a leitura e o estudo permanecem de extrema importância), nem basta meditá-lo (e fazemo-lo com alegria todos os dias); Jesus pede-nos para pô-lo em prática, para viver as suas palavras.

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3. Renovando nosso primeiro amor

Jesus – devemos perguntar-nos ainda – é verdadeiramente o primeiro e único amor, como nos propusemos quando professamos os nossos votos?

Os nossos serviços, as nossas obras, a nossa presença correspondem àquilo que o Espírito pediu aos nossos Fundadores, sendo adequados para encalçar as suas finalidades na sociedade e na Igreja atual? Há algo que devemos mudar? Temos a mesma paixão pelo nosso povo, solidarizamo-nos com ele até ao ponto de partilhar as suas alegrias e sofrimentos, a fim de podermos compreender verdadeiramente as suas necessidades e contribuir com a nossa parte para lhes dar resposta? A mesma generosidade e abnegação que impeliram os Fundadores devem nos levar a manter vivos os seus carismas, que continuam adaptar-se, sem perder o seu caráter genuíno.

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4. Sob o signo da comunhão

Os Fundadores e as Fundadoras viviam fascinados pela unidade dos Doze ao redor de Jesus, pela comunhão que caracterizava a primeira comunidade de Jerusalém. Cada um deles, ao dar vida à sua comunidade, pretendeu reproduzir tais modelos evangélicos, formar um só coração e uma só alma, gozar da presença do Senhor.

Sejam mulheres e homens de comunhão, marquem presença com coragem onde há disparidades e tensões; sejam sinal crível da presença do Espírito que infunde nos corações a paixão pela unidade (cf. Jo 17,21). Vivam a mística do encontro: a capacidade de ouvir as outras pessoas, a capacidade de procurar juntos o caminho, deixando-se iluminar pelo amor que vincula as três Pessoas divinas (cf. 1 Jo 4,8) e tomando-o como modelo para as relações interpessoais.

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5. Para abraçar com esperança o futuro

A esperança não se funda sobre números ou obras, mas sobre Aquele em quem pusemos a nossa confiança e para Quem «nada é impossível» (Lc 1,37). Esta é a esperança que não desilude, que permitirá à vida consagrada continuar a escrever uma grande história no futuro, para o qual devemos voltar nosso olhar, cientes de que é para o Espírito Santo nos impele para adiante, a fim de continuar a fazer, conosco, grandes coisas.

Com atenta vigilância, perscrutem os horizontes de suas vidas e do momento presente. Não se unam aos profetas de desventura, que proclamam o fim ou a falta de sentido da vida consagrada dos nossos dias; pelo contrário, revistam-se de Cristo e tomem as armas da luz, como exorta Paulo ( Rm 13,11-14), permanecendo despertos e vigilantes.

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6. Na condição de jovens consagrados

Vocês são o presente, porque já vivem ativamente dentro de seus Institutos, prestando decisiva contribuição com a juventude e a generosidade de sua opção. Vocês são também o futuro: em breve serão chamados a tomar nas mãos a liderança da animação, da formação, do serviço, da missão.

Neste Ano, sejam protagonistas no diálogo com a geração que vai à sua frente: enriqueçam-se com experiência e sabedoria de quem caminhou mais e, ao mesmo tempo, renovem a proposta dos primeiros ideais com o seu entusiasmo. Assim tomam forma, em comunidade, novos modos de viver o Evangelho e novas respostas à missão.

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7. Vivendo a alegria

Somos chamados a experimentar e mostrar que Deus é capaz de preencher o nosso coração e fazer-nos felizes; que a fraternidade vivida nas nossas Casas alimenta a nossa alegria e que nossa entrega aos irmãos faz plena a vida.

Entre nós não se vejam rostos tristes, pessoas desgostosas e insatisfeitas: um seguimento triste é um triste seguimento.

Claro que sentimos dificuldades, noites do espírito, desilusões, doenças, declínio das forças devido à idade... Mas até nisto haveremos de encontrar a «perfeita alegria»: aprender a reconhecer o rosto de Cristo, que em tudo Se fez semelhante a nós e viver alegres por saber que somos semelhantes a Ele que, por nosso amor, não Se recusou a sofrer a cruz.

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8. Despertando o mundo [profecia]O profeta sonda a história em que vive e interpreta os acontecimentos: é

como uma sentinela que vigia durante a noite e sabe quando chega a aurora (cf. Is 21, 11-12). Conhece a Deus e conhece a humanidade de seu tempo. É capaz de discernir o bem e denunciar o mal e as injustiças, porque é livre: não responde a outros senhores, senão a Deus somente; não tem outros interesses além dos de Deus. Habitualmente o profeta está da parte dos pobres e indefesos, pois reconhece que Deus mesmo está da parte deles.

Espero que vocês saibam criar outros lugares onde se viva o dom, a fraternidade, o acolhimento da diversidade, o amor recíproco. Mosteiros, comunidades, centros de espiritualidade, centros de convivência, escolas, hospitais, casas-família e todos aqueles lugares que a caridade e a criatividade carismática fazem nascer, devem se tornar o fermento para uma sociedade inspirada no Evangelho, a «cidade sobre o monte» que manifesta a verdade e a força das palavras de Jesus.

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9. Restaurados pela graça [terapia]

Às vezes, como aconteceu com Elias e Jonas, pode vir a tentação de fugir, de subtrair-se ao dever de profeta, porque é demasiado exigente, porque se está cansado, desiludido com os resultados. Mas o profeta sabe que nunca está sozinho. Também a nós, como fez a Jeremias, Deus assegura: «Não terás medo (...), pois Eu estou contigo para te livrar» (Jr 1, 8).

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10. Liderando projetos de comunhão

Em comunidades:

aFraternasaMulti-culturais

aIntercongregacionais

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11. Em saída missionária

Às fronteiras existenciais: pessoas que perderam toda a esperança, famílias em dificuldade, crianças abandonadas, jovens a quem está vedado qualquer futuro, doentes e idosos abandonados, ricos saciados de bens, mas com o vazio no coração, homens e mulheres à procura do sentido da vida, sedentos do divino.

Ao encontro dos demais: acolhimento dos refugiados, solidariedade com os pobres; com criatividade na catequese, no anúncio do Evangelho, na iniciação à vida de oração. Que se efetue a racionalização das estruturas, a reutilização das grandes casas em favor de obras que melhor respondam às exigências atuais da evangelização e da caridade, com adaptação das obras às novas necessidades.

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Lc 4,17-21: proclamar o ano da graça

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Lc 15,4-7: priorizar a misericórdia

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At 10,34-47: ousar novos aprendizados

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Conversão pastoral para ações proativas

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Atitudes para a nova evangelização:

Discernindo os “sinais dos tempos” com olhar de esperança

Escolhendo o Evangelho entre crises, sinais e oportunidades:- sim ao dinamismo missionário [não à triste comodidade]- sim às relações evangélicas [não ao isolamento justificado]- sim à esperança ativa [não ao pessimismo estéril]- sim aos novos territórios de missão [não à estreiteza

excludente]

Atuando de modo proativo

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Os “sins” e os “nãos” fundamentais:

sim à Verdade que liberta [não ao mundanismo espiritual] sim à reconciliação [não às feridas e divisões] sim à dignidade de quem serve [não ao funcionalismo

pastoral] sim à dinâmica dos sujeitos [não à imobilidade de métodos e

instâncias] na alegria de encontrar o Ressuscitado na ousadia de mover-se pelo Espírito Santo