Press Review page - clipquick.com · faram sobre a antiga moda dos animais ... Palavras cruzadas,...
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Cruzadex. O seupassatempo é otrabalho deles
Há 35 anos que aJ. E. Andrade edita revistas depassatempos. Visitámos o armazém de Corroios,forrado de milhares de quebra-cabeças
MARIA RAMOS SILVA (Texto)
[email protected] VICENTE (Fotos)manuel. [email protected]
Os 92 anos foram cautelosos na encomen-da feita há um ano por telefone Doze núme-ros. Nem mais, nem menos. "Não sei se
daqui a um ano estou viva", justificava a
partir do Porto a interlocutora Quatro esta-
ções volvidas, floriam boas novas: a saúdenão se acanhou a solicitar mais uma dúziade revistas. A faixa etária de pedidos é esma-gadoramente elevada, mas conhece as suas
excepções no mercado dos passatempos,receptivo a publicações infantis aconselha-das pelos professores e a cruzadas numé-ricas que entretém bancários.
Se o recheio oscila consoante a especia-lidade, há um dado transversal a desafiosna horizontal, vertical e combinações comalgarismos. "A moda das raparigas na capaé com o meu pai, e quase sempre louras.Há excepções, mas é raro. Ainda por cima,a maioria das compradoras são senhoras",lembra Alexandra Nos escritórios da J. E.Andrade, celebridades bafejadas por cur-vas e palmos de cara, como as predilectasClaudia Schiffer e Nicole Kidman, triun-faram sobre a antiga moda dos animaisou dos desenhos assinados por ilustrado-res, como Augusto Trigo.
Há 35 anos que o negócio se mantém emfamília, sobrevivendo a avanços digitaiscom os seus convidativos e acessíveis for-matos de bolso, acompanhados pela espe-
cialização progressiva de conteúdos. Hoje,as imagens das estrelas são compradasatravés da agência Lusa. "É mais fácil com-prar de estrangeiras que nacionais."
Palavras cruzadas, sopas de letras, cru-zadex numéricos, sudokus: os pioneirosna publicação de revistas de passatemposcontinuam a escoar do armazém de Cor-roios dez títulos resistentes a modas, comuma história que remonta ao início dosanos 70. "O meu tio foi à exposição univer-sal na Bélgica e viu que havia muita gen-te a fazer passatempos. Na altura, nãohavia cá nada."
Três irmãos, José, João e Hugo de Andra-de, uniram vontades e esforços e come-çaram a trabalhar inspirados por revis-tas internacionais. Montaram um escri-tório em casa e criaram um arquivo parapoderem lançar a primeira revista detodas, em 1974, ainda antes da liberda-de de Abril. Chamava-se "Passatempo",contemplava um pouco de tudo e ante-cedeu a famosa "Cruzadex", lançada em
Junho de 1975. "Nunca tiveram proble-mas com a censura, apesar de correr aideia de que podiam transmitir mensa-gens quando começaram a sair nos jor-nais", recorda ainda Alexandra, filha deJoão Andrade, que há quatro décadasacabou por abandonar a ideia de mon-tar uma empresa de import-export.
Mais tarde, cada qual seguiu o seu cami-nho, refinando a sua área de intervenção.Um dos irmãos já está reformado, outrofunciona a partir da Madeira. João Andra-de continua a supervisionar o trabalho
assegurado pela filha e pelo genro, Jorge,e a empenhar-se directamente na realiza-
ção de cada número. Enquanto os descen-
dentes procedem ao envio do trabalho
para a gráfica em suporte de CD, o funda-dor faz seguir por correio as suas páginas,lavradas meticulosamente à mão, não váa falível tecnologia tecê-las.
Revistas mensais, bimestrais, ediçõesespeciais, compilações de Verão. Todas
as publicações se mantiveram no mer-cado desde que vieram ao mundo da edi-
ção, apesar de algumas terem sido rebap-rizadas, a bem do sucesso no ouvido dos
fãs. "O que é facto é que as pessoas gos-tam mais de uns títulos que de outros.Adoram a 'King', por exemplo, associa-da ao Eusébio", explica Jorge. Já a anti-
ga "Minigrama" cedeu lugar a "PalavrasCruzadas". Tal como a "Cruzadas" per-deu a coroa para a "Mini King".
100% NACIONAL O nome da Empresa Jor-nalística J. E. Andrade Lda. foi mantido,
apesar da sua adequação a outros tempos.'Dantes era considerado trabalho jorna-lístico, até porque depois vendiam paraiornais, e ficou até hoje. Há muita genteque nos telefona a pensar que somos umjornaL" Não são, mas nem por isso se livram
do fardo da concorrência Para fintar inva-sões castelhanas, as revistas da J. E. Andra-de exibem uma bandeira portuguesa na
capa, garantindo a total produção nacio-nal. "Muitas vezes ligam-nos a pedir revis-
tas que pensam que são nossas e são espa-nholas. Não conseguimos entrar no mer-cado espanhol, mas eles entram cá comimensa facilidade. Tentam aportuguesar,com palavras mal escritas."
Jorge, que há 18 anos trocou o gosto pelo
desporto pelas palavras e números, e Ale-xandra socorrem-se de alguns colabora-dores, mas o grosso do serviço é despa-chado por estas quatro mãos, frente ao
computador, num exercício permanentedo cérebro. "Há quem pense que usamosuma série de programas, mas é tudo fei-
to aqui", explica Jorge. Se algo escapa ao
rigor e à revisão destes quatro olhos, a edi-
ção seguinte inclui uma errata para tran-quilizar os leitores.
Em média demoram uma semana aconcluir cada revista, planeando a sua
chegada às papelarias e quiosques comuma antecedência de dois meses. "Somos
como a formiguinha. Temos de apostarno Verão para amealhar para o Inver-no. Trabalhamos para as férias dosoutros." No armazém, onde também se
acumulam os excedentes, é preciso empi-lhar, contar maços e plastificar as revis-
tas, impressas em Mafra e na Venda do
Pinheiro, com uma tiragem de 10 milexemplares. Pode ligar para a editora e
fazer o seu pedido directamente, ou ain-da assinar as publicações, que seguempara África do Sul ou Alemanha, emremessas para emigrantes. Para agra-dar a todos, combinam títulos que obe-decem à velha e à nova ortografia.
01 David Beckham e Scolari,ou os poucos homens aroubar protagonismo àshabituais beldades da pri-meira página
02 Antes de se compraremfotos para as capas emagências, recorria-se aoslide
03 Já não há exemplares das
primeiras revistas, excluin-do a compilação feita porJoão Andrade, com direitoa encadernação especial,que adorna a secretária doescritório
PALAVRA PUXAPALAVRAS
CruzadexÉ a revista mais antiga daeditora, com 35 anos. O nomeda revista foi inspirado em
publicações brasileiras domesmo género. As primeirasedições custavam dezescudos. Inclui
criptocruzadas, directas,cruzadas inglesas, palavrascruzadas, etc. (Formato:16x22) Revista bimestral -
Preço: 1,75€.
Bom Observador Nasceu emJunho de 1978. Hoje dedica-
-se em exclusivo às sopas deletras, em formato de bolso.
(12x17). Revista bimestral -
Preço: 1 ,60€.
Pensador Adora números?
Aqui encontra sudoku,cruzadexes numéricos,
quebra-cabeças numéricos.
(Formato: 12x17) Revistabimestral - Preço: 1 ,60€.
Palavras Cruzadas OuroUma nova revista 100% de
palavras cruzadas, em formatode bolso e com 48 páginas.(Formato: 16x22) Revistabimestral - Preço: .
1 ,70€.
King Revista especializada emcruzadexes que figura entre as
predilectas do público. O nomeda líder de vendas da J. E.
Andrade homenageia o rei
Eusébio. (Formato: 16x22)Revista bimestral - Preço:1,75€.
Mini King O mesmoconteúdo, agora em formatomais reduzido. A "Mini King"rendeu o antigo nome de"Cruzadas" e mantém aespecialidade em cruzadexes.
(Formato: 12x17)Revista bimestral - Preço:1,60€.
Super Sudokus Jogos deraciocínio e lógica para -
desafiar a mente.
(Formato: 12x17) Revistamensal - Preço: 1 ,60€.
Mini Recreio Feita no períodode Verão, está recheada depassatempos para os mais
pequenos. Também há álbuns
para pintar.
Contos Policiais Contos--mistério para resolvercharadas? Também os há poraqui.
Quebra-cabeças temáticosPontualmente são feitas
edições especiais.