Plurale em Revista

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PARQUE ESTADUAL CAMINHOS DAS GERAIS (MG) - FOTO DE EVANDRO RODNEY/ IEF- MG AÇÃO | CIDADANIA | AMBIENTE www.plurale.com.br ARTIGOS INÉDITOS GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS RIO GANGES E SANTUÁRIO DE ELEFANTES NA TAILÂNDIA ano sete | nº 40 | março / abril 2014 | R$ 10,00 água Especial AÇÃO | CIDADANIA | AMBIENTE

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ano sete | nº 40 | março / abril 2014

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ARTIGOSINÉDITOS

GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

RIO GANGES E SANTUÁRIO DE ELEFANTES NA TAILÂNDIA

ano sete | nº 40 | março / abril 2014 | R$ 10,00

águaEspecial

AÇÃO | CIDADANIA | AMBIENTE

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ÁGUA no centro das atenções:

Guimarães Rosa, sertões e veredas, Rio Ganges, Tailândia, artigos inéditos e muito mais.

Por Sônia Araripe, Editora de Plurale em revista e Plurale em site

O escritor mineiro Guimarães Rosa era um curioso por natureza. Por tão bem saber ouvir, aprendeu a riqueza de

poder contar. Por suas andanças em sertões e veredas, Guimarães viu de tudo um pouco. Soube, desde cedo, valorizar a relevância da água, abundante em algumas regiões e tão escassa em outras.

“A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba”, advertiu o escritor. Já vive-mos dias de escassez em várias áreas como no Nordeste, mas também em outras localidades que chegaram a viver

dias de abundância de água, afetando reservatórios e o abastecimento não só de água, mas também de energia.Este foi um dos debates na Semana das Águas 2014, evento realizado em Belo Horizonte, coordenado pelo Instituto Mineiro de

Gestão das Águas (IGAM). Cobrimos o relevante evento e contamos aqui um resumo do que foi apresentado. Seca de um lado, excesso de outro. A cheia do Rio Madeira, na região Norte, deixou o Estado do Acre completamente isolado

por terra. É sobre esta verdadeira “convulsão” que falamos nesta edição especial sobre Água.Trazemos artigos inéditos de Jetro Menezes e Rafaela Brito, assim como apresentamos case de sucesso de privatização do fornecimento de serviços de saneamento. Nícia Ribas visitou a Chapada dos Veadeiros (GO)

e fala sobre a riqueza natural do Rio Tocantins e sua gente.Esta edição desbrava ainda duas experiências encantadoras e místicas em países asiáticos próximos:

o místico banho nas sagradas águas do Rio Ganges, pela jovem Carolina Araripe, editora do Blog Garota de Projetos e ainda a recuperação de elefantes maltratados na Tailândia, pela jornalista Paula Scheidt.

Geise Assis Mascarenhas esteve na França e relata a incrível história do vinho orgânico francês com sotaque brasileiro. Não é só. Vivian Simonato e Elisabeth Reuter trazem causos

interessantes também da Europa.Do Rio de Janeiro, Fernando Gonçalves apresenta o lirismo de paisagens incríveis

e a entrevista é com o professor Wilson Jardim, da Unicamp, pelos parceiros da IHU On-Line, sobre os contaminantes emergentes na água.

Tudo isso e muito mais, como as colunas Ecoturismo, de Isabella Araripe e Cinema verde, por Isabel Capaverde. Boa leitura!

Editorial

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58.EU ME BANHEI NO RIO GANGES POR CAROLINA ARARIPE

Conte xto

ECOTURISMOPOR ISABELLA ARARIPE

36ESTUDO DE CASO

38 e 39

CHAPADA DOSVEADEIROSPOR NÍCIA RIBAS

30

CINEMA SUSTENTÁVELPOR ISABEL CAPAVERDE

56

BAZAR ÉTICO48.

12.

.50

VINHO FRANCÊS COM

PERSONALIDADE BRASILEIRA,

POR GEISE ASSIS MASCARENHAS

42.SANTUÁRIO RECUPERA ELEFANTES MALTRATADOS NA TAILÂNDIA, POR PAULA SCHEIDT

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ARQUIVO PESSOAL ARQUIVO PESSOAL

ARTIGOS INÉDITOS

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18.MINAS REALIZA EVENTO

SEMANA DAS ÁGUAS E INAUGURA SALA DE

SITUAÇÃO DE EVENTOS CRÍTICOS E GEOLÓGICOS

POR SÔNIA ARARIPE

Page 6: Plurale em Revista

DiretoresSônia Araripe [email protected] [email protected]

Plurale em site:www.plurale.com.brPlurale em site no twitter:http://twitter.com/pluraleemsite

Comercial

[email protected]

ArteSeeDesign Marcelo Tristão e Marcos Gomes

FotografiaLuciana Tancredo e Eny Miranda (Cia da Foto); Agência Brasil e Divulgação

Colaboradores nacionaisAna Cecília Vidaurre, Geraldo Samor,Isabel Capaverde, Nícia Ribas,Paulo Lima e Sérgio Lutz

Colaboradores internacionaisAline Gatto Boueri (Buenos Aires),Ivna Maluly (Bruxelas), Vivian Simonato (Dublin), Wilberto Lima Jr.(Boston)

Colaboraram nesta ediçãoCarolina Araripe (Blog Garota de Projetos), Cristina Curti (Envolverde), Fabiano Ávila (Carbono Brasil), Fernando Frazão (Agência Brasil), Fundação Grupo Boticário, Geise Assis Mascarenhas, Jean Pierre Verdaguer, João Felipe Toledo (Ascom do Cieds), Márcia Vaz e Luiza Genari (Fetranspor), Marcus Quintella, Paulo Lima (Balaio de Notícias), Raquel Ribeiro; Raphael Lima, Tata Barreto, Tatiane Amorim (Fotos/ Cieds), Roberto Saturnino Braga e Tom Correia.

Impressa com tinta a base de soja

Plurale é a uma publicaçãoda SA Comunicação Ltda(CNPJ 04980792/0001-69)Impressão: WalPrint

Plurale em Revista é impressa em papel certificado, proveniente de reflorestamentos certificados pelo FSC de acordo com rigorosos padrões sociais e ambientais.

Rio de Janeiro | Rua Etelvino dos Santos 216/202CEP 21940-500 | Tel.: 0xx21-3904 0932

Os artigos só poderão ser reproduzidoscom autorização dos editores

© Copyright Plurale em Revista

c a r t a s @ p l u r a l e . c o m . b r

Cartas

etores

Quem faz

Plurale em revista,

Edição 28

“Agradeço o envio de

“Adorei a matéria sobre água com status gourmet,

de Letícia Koeler, publicada na Edição 28 de Plurale

The Beauty Box veio para trazer mais calor

e proximidade ao mundo da beleza e dos

cosméticos. A loja reúne marcas nacionais

e internacionais, além da sua própria marca

de cosméticos e acessórios, a Produtinhos

da Beauty.

quem disse, berenice? leva em seus produtos

a ideia de que cada mulher deve ser livre para

encontrar a sua própria beleza.

Empreender, realizar, transformar.Essas são algumas das belezas que a gente faz.

O Boticário acredita que a beleza transforma, cria relações,

encanta, conquista e também pode ser conquistada. Hoje, é a

maior rede de franquias do Brasil, com 3.600 lojas em todo o país

e um portfólio de mais de 1.100 produtos.

Page 7: Plurale em Revista

7

A Fundação Grupo Boticário de Proteção

à Natureza é uma das principais instituições

fi nanciadoras de projetos de conservação da

natureza ligados à iniciativa privada do Brasil.

Além disso, desenvolve constantemente

estratégias de conservação inovadoras para

o contexto nacional e protege mais de 11 mil

hectares de Mata Atlântica e Cerrado, os dois

biomas mais ameaçados do país.

Uma marca de beleza que faz as mulheres se sentirem poderosas

para conquistar o que quiserem. Foi criada para mulheres que

sabem que beleza e atitude, juntas, ajudam nessas conquistas.

Existem várias formas de fazer beleza.

Empreender no mercado de cosméticos é

apenas uma delas. Mas o Grupo Boticário

vai além. Faz beleza ao investir em cada

um dos mais de 6 mil colaboradores das

quatro unidades de negócio. Faz beleza com

a Fundação Grupo Boticário de Proteção

à Natureza. E nunca para de buscar novas

formas de espalhar beleza por onde passa.

Assim é o Grupo Boticário. Porque beleza é

o que a gente faz.

grupoboticario.com.br

Page 8: Plurale em Revista

DiretoresSônia Araripe [email protected] [email protected]

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ArteSeeDesign Marcelo Tristão e Marcos Gomes

FotografiaLuciana Tancredo e Eny Miranda (Cia da Foto); Agência Brasil e Divulgação

Colaboradores nacionaisAna Cecília Vidaurre, Isabella Araripe, Isabel Capaverde, Nícia Ribas, Paulo Lima e Sérgio Lutz

Colaboradores internacionaisAline Gatto Boueri (Buenos Aires),Ivna Maluly (Bruxelas), Vivian Simonato (Dublin), Wilberto Lima Jr.(Boston)

Colaboraram nesta ediçãoColaboraram nesta edição: Alessandro Carvalho (Fotos Fiemg), Carolina Araripe (Blog Garota de Projetos), Carolina Velloso (fotos França), Comunicação da CI Brasil, Elisabeth Reuter (de Hamburgo, Alemanha), Fabiano Ávila (Instituto Carbono Brasil), Fernando Gonçalves, Gabriele Bittelbrun (Instituto Ideal), Geise Assis Mascarenhas, Helena Rocha (Pipa Social), Jéssica Lipinski (Instituto CarbonoBrasil), Jetro Menezes, Lenina Mariano (Ipema), Marie Chauffray, Paula Scheidt, Portal Ciclovivo, Portal PetroNotícias, Rafaela Brito e Silvia Godoy.

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Plurale é a uma publicaçãoda SA Comunicação Ltda(CNPJ 04980792/0001-69)Impressão: WalPrint

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Quem faz

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Cartas

Plurale em revista, Edição 39

“Acuso e agradeço recebimento da Plurale em revista, Edição de janeiro/fevereiro de 2014, endereçada ao Vice-Presidente da República, Michel Temer. Atenciosamente,”Nara de Deus Vieira, Chefe de Gabinete da Vice-Presidência da República, Brasília, DF

“Linda como sempre! Que vontade de ir a Granada (matéria de Raquel Ribeiro e Jean Pierre Verdaguer), Camboja (por Carolina Araripe), conhecer melhor alguns projetos. Enfim, a revista cumpre seu papel de provocar a mente e o olhar. Parabéns!”Lenina Mariano, Coordenação de Comunicação do IPEMA, Ubatuba (SP)

“Muito bom o trabalho da equipe na matéria sobre Alhambra, em Granada. Gostei especialmente da forma das fotos, porque não são do tipo cartão postal, mas registram o movimento de visitantes. Parabéns á Raquel Ribeiro e Jean Pirre Verdaguer”Pedro A. R. Oliveira, sociólogo, Juiz de Fora (MG)

“Querida CarolinaParabéns pela ótima matéria sobre Camboja na Edição 39 de Plurale em revista”Inês Freitas, pelo facebook

“Mobilidade urbana é assunto de todos e para todos que vivem na cidade. Parabéns à Plurale em revista pelo Case “Diálogo Jovem sobre Mobilidade”, assinado por Márcia Vaz e Luiza Genari, que fala sobre o exemplo da Fetranspor no projeto Diálogo Jovem. É direito de todos o transporte publico de qualidade, e por isso o debate deve caminhar para o engajamento e responsabilidade de todas as partes para melhoria do serviço na cidade.”Tatiana Antunes, Instituto IJCA, Niterói (RJ)

“Cara Sônia,Gostaria de parabenizar a você e toda equipe pela matéria de qualidade com Carlos Tufvesson e o conteúdo ótimo de Plurale em revista. Abraço,”João Felipe Toledo, Assessor de Comunicação Social da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS), Rio de Janeiro (RJ)

“Muito relevante a entrevista com Carlos Tufvesson, por Sônia Araripe, na Edição 39 de

Plurale em revista. Recomendamos”Be Neviani, pelo twitter

“Belíssima reportagem de Nícia Ribas sobre a maranhense guerreira que fugiu da violência e pobreza na página 18 da Edição 39 de Plurale em revista”Rosana Amin, pelo site

Gastronomia Sustentável em Paraty

Querida Geise,“Que matéria bonita, bem escrita, interessante e que fotografias! Parabéns!”Gleyde Selma da Hora, Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (RJ)

“Caríssima Geise,Amei tua reportagem, posso escutar tua voz enquanto eu lia, amei a interpretação dos valores culturais e gastronômicos, e através das cores pude viajar em Paraty. Precisamos de pessoas “vivas” que possam interpretar o território e seus valores. Beijo”Adriana de Souza, Bolonha, Itália, por email

“Cara Geise, Adorei a matéria e as fotos, você realmente é uma estrela!Gostei muito do jeito que escreveu, tem um lirismo, uma coisa poética e a leitura fica macia, gostosa. Parabéns!”Sylvia Campos Bello de Andrade, por email

“Geise,Parabéns pela matéria sobre a Gastronomia Sustentável em Paraty. Abraço,”Eli de Fátima Napoleão de LIma, professora, Rio de Janeiro (RJ) Plurale em site

“Agradecemos imensamente a parceria de Plurale em site, apoiando, voluntariamente a divulgação do Programa Prêmio Criança 2014 que tanto contribuiu de forma positiva.”Renata Cabral, Marketing Fundação Abrinq, São Paulo (SP)

“Prezada Carla, Fico feliz em ter mais uma parceira na luta pela proteção, preservação e defesa do meio ambiente, agora ESPACIAL. Tema novo, ainda desconhecido do cidadão comum. Já venho alguns anos tentando com meu produto evitar o desperdício de água potável no planeta. Tarefa árdua, mas não impossível. Desejos de sucesso, conte comigo. Abraço,”Armando Fantini, comentário no site sobre artigo da Dra. Carla Martins sobre Meio Ambiente Espacial

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FEIR A INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA PAR A O MEIO AMBIENTE

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Novos comportamentos.Novos conhecimentos.

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Análise recente da água de 20 capi-tais brasileiras demonstra que há altos índices de contaminantes emergentes, substâncias “não legisladas”, presentes na água

utilizada para consumo. Entre os contami-nantes, foram encontrados fármacos, produ-tos de higiene pessoal, hormônios naturais e sintéticos, agentes antichamas, protetores solares, nanomateriais e pesticidas. O coor-denador da pesquisa, Wilson Jardim, pro-fessor do Instituto de Química da Univer-sidade Estadual de Campinas – Unicamp, explica que existem mais de mil substâncias que se encaixam nessa categoria e que, “nas últimas décadas, por uma série de fatores, como padrão de consumo, falta de sanea-mento e adensamento populacional, entre outros, aumentaram sua concentração no ambiente e podem fazer com que a exposi-ção humana a elas seja preocupante”.

Jardim assinala que ainda não é pos-

Por Patrícia Fachin, da IHU On-Line.

Entrevista

emergentes afetam o equilíbrio do sistema hormonal dos seres vivos e essa falta de in-formação é“preocupante”, porque já foram

em algumas espécies. “Há inúmeras evidên-cias relatando a feminização de peixes e rép-teis em rios que recebem cargas elevadas de esgoto sanitário.

Por outro lado, em seres humanos, há um número crescente de casos de câncer em testículo, na tireoide, na mama em mulheres jovens, diminuição do número de esperma em homens férteis, má forma-ção genital, e isso tem chamado a atenção da Organização Mundial de Saúde - OMS. O fato é que este crescimento não pode ser explicado apenas pela genética e, por-tanto, deve haver outro fator”, aponta, na entrevista a seguir, concedida à IHU On--Line por e-mail.

Na avaliação do pesquisador, os dados da pesquisa revelam que grande parte dos mananciais brasileiros está “critica-

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mente impactada com o lançamento de esgoto sanitário”.

E acrescenta: “O Brasil tem um sanea-mento deplorável, totalmente incompa-tível com uma economia que se situa en-tre as dez maiores do planeta. Isso exige muito das estações de tratamento de água, que ainda usam um processo secular e que não estão preparadas para tratar uma água de péssima qualidade, muito embora o preço das tarifas seja elevado”.

Wilson Jardim é graduado em Química pela Universidade Federal de São Carlos e doutor em Ciências Ambientais pela Uni-versity of Liverpool, Inglaterra. Atualmente é professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas, onde desenvolve pesquisas na área de química ambiental, processos oxidativos avançados, remediação de áreas contaminadas, conta-minantes emergentes em águas, fotocatálise, desinfecção de atmosferas internas e exter-nas e ciclo do mercúrio na Amazônia.

WILSON JARDIM,

professor da Unicamp

Contaminantes emergentes na água: “A cada ano temos mais de mil novas substâncias sendo introduzidas no nosso dia a dia”, alerta o pesquisador.

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Page 11: Plurale em Revista

IHU On-Line - O que são os conta-minantes emergentes encontrados na água de 20 capitais brasileiras? Pode nos contar como ocorreu o processo

água? Quais foram os contaminantes encontrados nas águas brasileiras?

Wilson Jardim - Contaminantes Emer-gentes - CE são substâncias não legisladas e que nas últimas décadas, por uma série de fatores, como padrão de consumo, falta de saneamento e adensamento populacional, entre outros, aumentaram sua concentra-ção no ambiente e podem fazer com que a exposição humana a elas seja preocupante. Dentre os CE podemos citar os fármacos, produtos de higiene pessoal, hormônios na-turais e sintéticos, agentes antichamas, pro-tetores solares, nanomateriais, pesticidas e inúmeros outros. Dentre as mais de mil

de CE, nós trabalhamos com os hormônios naturais e sintéticos (como o da pílula an-ticoncepcional), alguns fenóis, ftalatos, atra-zina, bisfenol-A, triclosan e cafeína. Nosso banco de dados mostrou que a cafeína é um excelente indicador da atividade estrogêni-ca nas águas naturais e de abastecimento. Assim, muito embora a cafeína não seja um problema nas concentrações em que ocor-re tanto na água de abastecimento como em mananciais, ela é um indicador da qua-lidade dessas águas. Desse modo, focamos

embora tenhamos encontrado atrazina, bis-fenol-A e triclosan.

“Apenas no início dos anos 1990, quando o Ministério Público começou a exigir que as

-tar esgoto, é que o cenário mudou”

IHU On-Line - Porto Alegre é a capi-tal em que o índice de contaminantes é mais elevado. Em contraposição, For-taleza é a que possui o percentual mais

diferenças desses resultados?Wilson Jardim - -

pitais costeiras apresentaram uma água de abastecimento de melhor qualidade quando confrontadas com águas de capitais localiza-das no interior do país. Uma das explicações para este fato seria que as capitais costeiras lançam seu esgoto no mar, impactando bem menos os mananciais.

IHU On-Line - Como e em que me-dida o equilíbrio do sistema hormonal dos seres vivos tem sido alterado pelos contaminantes presentes na água?

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Wilson Jardim - Não sabemos, e isso é preocupante. Há inúmeras evidências rela-tando a feminização de peixes e répteis em rios que recebem cargas elevadas de esgoto sanitário. Por outro lado, em seres humanos, há um número crescente de casos de cân-cer em testículo, na tireoide, na mama em mulheres jovens, diminuição do número de esperma em homens férteis, má formação genital, e isso tem chamado a atenção da Or-ganização Mundial de Saúde - OMS. O fato é que este crescimento não pode ser expli-cado apenas pela genética e, portanto, deve haver outro fator.

IHU On-Line - Internacionalmen-te, como a questão da contamina-ção da água por contaminantes tem sido discutida?

Wilson Jardim - Há uma preocupação

pela OMS e pelo Programa das Nações Uni-das para o Ambiente - UNEP. A Comunidade Europeia, os Estados Unidos, o Canadá e o Japão têm buscado aprimorar as legisla-ções, mas ainda não há padrões para estas substâncias. Mesmo porque são tantas que seria impossível legislá-las individualmente.

“Há várias tecnologias disponíveis, as quais chamamos de tecnologias de polimen-to. Não são usadas porque as concessioná-rias não querem”

IHU On-Line - O que essa pesqui-sa revela sobre o tratamento da água no Brasil?

Wilson Jardim - Revela que grande parte dos nossos mananciais está critica-mente impactada com o lançamento de esgoto sanitário. O Brasil tem um sanea-mento deplorável, totalmente incompa-

tível com uma economia que se situa en-tre as dez maiores do planeta. Isso exige muito das estações de tratamento de água, que ainda usam um processo secular e que não estão preparadas para tratar uma água de péssima qualidade, muito embora o preço das tarifas seja elevado.

IHU On-Line - Os contaminantes emergentes deveriam ser controlados por alguma legislação?

Wilson Jardim - Certamente serão, num futuro breve. Talvez não em termos indivi-duais, mas, por exemplo, pode-se estipular que uma determinada amostra de água não possa apresentar atividade estrogênica aci-ma de um valor estabelecido. Este ensaio não mede compostos individuais, mas sim a somatória de todos eles atuando no sistema endócrino. Acho que caminhamos para este tipo de abordagem, a qual é bem mais realis-ta e adequada para atacar o problema.

IHU On-Line - A que o senhor atri-bui o deterioramento da qualidade da água nos mananciais brasileiros?

Wilson Jardim - Às concessionárias (ou produtoras) de água que nunca se preocu-param com a coleta e o tratamento de esgo-to. Apenas no início dos anos 1990, quando o Ministério Público começou a exigir que as

esgoto, é que o cenário mudou. E ainda hoje elas são relutantes em investir nesta área, muito embora esteja provado que é mais ba-rato tratar esgoto do que tratar água de má qualidade. E parte desta culpa é nossa, que não sabemos escolher nossos governantes, que seriam os grandes disseminadores e executores destas mudanças.

IHU On-Line - Quais são as tecnolo-gias existentes para tratar a água? Por que elas não são adotadas no Brasil?

Wilson Jardim - Há várias tecnologias disponíveis, as quais chamamos de tecnolo-gias de polimento. Não são usadas porque as concessionárias não querem, ou não se sentem pressionadas a fazer isso.

IHU On-Line - Recentemente o se-nhor declarou que a Portaria 2.914, do Ministério da Saúde, que normatiza a qualidade da água potável, é muito estática. A portaria precisa de uma re-visão? Em que sentido?

Wilson Jardim - O mundo anda mais rá-pido do que a burocracia. A cada ano temos mais de mil novas substâncias sendo intro-duzidas no nosso dia a dia. Recentemente a portaria foi revisada, mas este processo pre-cisa ser mais dinâmico.

CONFIRA A ENTREVISTA.

Page 12: Plurale em Revista

12 PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 201412

Colunista

JetroMenezes

Quando decidi escrever este

na Internet e encontrei mais de 835 mil resultados para a frase: “as chuvas castigam”. Castiga

quem, cara pálida? Vivemos numa cidade onde um chuvisco já é motivo de enchen-te, provocando inundações, problemas na rede elétrica, portanto, nos semáforos, e gerando trânsito intenso.

A imprensa “noticia” todos os anos, a cada período chuvoso (normalmente, no

verão), que as chuvas “castigam” os mora-dores de uma determinada região.” E olha que neste ano nem tivemos tanta chuva, as-sim como em algumas cidades brasileiras.

Esta informação não é verdadeira. As chuvas não castigam ninguém. As pessoas ocupam as áreas de risco nas cidades, os topos de morro, as áreas de várzea, tudo

dos órgãos competentes. Depois de invadi-das, já se torna mais difícil tirar (desfazer, nome técnico) moradias irregulares desses

locais de risco. As pessoas, na maioria das vezes, são motivadas por um “líder” com pretensão eleitoreira. As promessas são do tipo: “A gente ocupa e resiste! Depois eles (o governo) têm que levar água e luz. De-pois asfalta a nossa rua e pronto, já somos mais um bairro. Tem que ocupar e resistir.”

Honestamente, não sou contra. Desde que essas ocupações se deem em locais adequados. A atitude mais comum para com as famílias é levá-las (como boiadas) a ocupar áreas de risco de vida. Então, as-

A natureza chora

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cia

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Jetro Menezes, é professor e gestor ambiental, especialista em saneamento ambiental. Responsá-vel pela JetroAmbiental Consultoria http://www.jetroambiental.eco.br Gestão Ambiental para Empresas e Municípios.

sim que cair a primeira chuva, as famílias e as suas casas começam a ter as experiên-cias de risco e perda de bens. Nessa hora, onde está o suposto líder que ofereceu o local para aquelas pessoas? Já vi isso com os meus próprios olhos.

Mas vamos tocando o texto porque pretendo falar sobre o teor deste artigo: a natureza chora. E quando ela chora (ou chove), pra onde vai toda a água? As ruas

-te vamos encontrar ruas com calçadas ou ruas permeáveis. A maioria das cida-des está optando,obsessivamente, por asfalto. Tirando os velhos e fortes para-lelepípedos das ruas, como se mantê-los representasse um atraso. Os rios, lagos e córregos estão cobertos! Estamos vivendo um momento de seca nos reservatórios jamais visto em São Paulo. Por outro lado, no norte do país, famílias estão perdendo suas casas devido às inundações nos rios e reservatórios. Temos um bom exemplo na cidade de Osasco, onde a Secretaria de Meio Ambiente tem o Programa Mu-nicipal de Preservação e Conservação das Nascentes. Lá, quando uma nascente é encontrada, são tomadas iniciativas para ser preservada rapidamente. Esses bons exemplos podem ser usados pelo Brasil

afora. Não são caros. Basta cercar a nas-cente, colocar uma placa e manter acesa a chama da esperança.

Mas vivemos num país onde a menta-lidade de quem administra o País, os es-tados e municípios está atrasada demais. O pensamento de quem governa está mais para as questões econômicas e so-ciais. O aspecto ambiental se traduz ain-

assim como um tema para ser acrescido nos discursos eleitorais.

Enquanto isso, a natureza vai continu-ar chorando. Seja com chuva ou mesmo com aquela plantinha que nasce entre os cimentos. Mas vamos pedir a Deus que cuide daqueles que habitam em áreas de risco ou em áreas de inundações e en-chentes. E a natureza chora as dores de parto por haver governantes que sequer têm os cuidados básicos com as nossas riquezas naturais, como a água, o assun-to “da moda”. Desviar o curso de rios ou mesmo enterrá-los é uma agressão e, por consequência, estamos pagando caro nas grandes cidades urbanizadas.

Se quem governa não tiver coragem de

da gestão ambiental nas cidades, todos nós vamos chorar.

Page 14: Plurale em Revista

PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2014

A correria, que assola as nossas vidas cotidianas, faz com que não pensemos na qualidade e proveniência dos alimentos que ingerimos. Muitas vezes,

a solução mais rápida para o consumo de alimentos, para quem trabalha longe de casa, é a de produtos de redes ´fast food’. O termo designa ‘comida rápida’, ou seja, o preparo é de maneira rápida e atende a um público que não dispõe de muito tempo para se alimentar bem.

Em contrapartida a este estilo estres-sante de se alimentar, surgiu o movimento ‘slow food’ (‘comida lenta’), fundado pelo italiano Carlo Petrini, na década de 1980. Sugere um novo tipo de gastronomia, em que a consciência ambiental faz-se presen-te, desde a forma de produção até a hora de comer, defendendo, assim, um sistema alimentar “bom, limpo e justo”.

De acordo com o Relatório Brun-dtland, o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades da atual geração, sem comprometer a capa-cidade das futuras gerações em prover suas próprias demandas... e é um proces-so de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento dos investi-mentos, a orientação do desenvolvimen-to tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o atual e futuro potencial para satisfazer as aspira-ções e necessidades humanas

Visando atender ao conceito de sus-tentabilidade, o movimento ‘slow food’ também opta pela prática da ecogastro-nomia. Isto quer dizer que o equilíbrio entre ecologia e gastronomia resulta em um novo estilo, permitindo que a quali-dade da comida seja boa, a produção res-peite a biodiversidade e o ambiente em

Colunista

RafaelaBrito

que é produzida, isto é, limpa, e que seja justa, na hora de pagar o que é de direito aos produtores. É a alternativa para se va-lorizar as cozinhas regionais de todos os lugares, visando respeitar a cultura culi-nária, ligada às tradições alimentares, de cada comunidade.

A associação internacional do ´slow food´ está presente em mais de 150 países e abrange mais de 100.000 asso-ciados, que procuram viver e difundir a

-da, nos mais de 1.500 convívios. Esses convívios são grupos locais que fazem a articulação com os produtores e defen-

dem as campanhas de proteção aos ali-mentos tradicionais. Buscam, também, a conscientização de ‘chefs’ para o uso de alimentos regionais na culinária.

Os benefícios do slow food , pre-sentes desde a escolha dos ingredientes, passando pelo preparo das refeições e chegando até a degustação das comi-das, reforçam o convívio e o prazer de se apreciar, lentamente, o que se vai ingerir. São benefícios positivos tanto para a pró-pria saúde quanto para a harmonização do prazer de se comer bem diariamente, não somente em ocasiões de festas ou

14

‘Slow food’,sustentabilidade e a proteção ao uso da água

Page 15: Plurale em Revista

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ir na contramão do conceito de produ-ção em série, ou seja, onde se come, por exemplo, o mesmo ‘hambúrguer’ no Bra-sil, na Alemanha ou na Coreia. Procura--se, com isso, valorizar o regionalismo cultura gastronômico, a produção e a co-zinha locais e o prazer de apreciar uma boa comida. Consiste, ainda, em agregar valor social, evitando que os produtores rurais sejam marginalizados. Procura-se trabalhar, desta forma, evitando os des-perdícios alimentícios, os exageros dos insumos químicos, que contaminam, principalmente, o solo e a água.

A filosofia do ‘slow food’ consiste em ir na contramão do conceito de produção em série, ou seja, onde se come, por exemplo, o mesmo ‘hambúrguer’ no Brasil, na Alemanha ou na Coreia. Procura-se, com isso, valorizar o regionalismo cultura gastronômico, a produção e a cozinha locais e o prazer de apreciar uma boa comida. Consiste, ainda, em agregar valor social, evitando que os produtores rurais sejam marginalizados.”

A produção em série, na filosofia do ´fast food´, nos continentes menos desenvolvidos, como na África, causa a marginalização dos atores envolvi-dos na cadeia de produção, porque trabalham com águas contaminadas pelos agrotóxicos, pelos insumos quí-micos em exagero, quando a prática é a agricultura intensiva. Para evitar que haja o desperdício e o uso ineficiente da água, além da superexploração das reservas subterrâneas, o ‘slow food’ objetiva a conscientização de centenas de milhares de pessoas para o consu-mo racional e crítico dos alimentos derivados de locais que estejam valo-rizando a proteção ao ambiente e que utilizem somente o necessários dos recursos hídricos.

Em 2010, a Declaração da ‘ONU Água’ para o Dia Mundial da Água di-zia que “a água potável limpa, segura e adequada é vital para a sobrevivência de todos os organismos vivos e para o funcionamento dos ecossistemas, comunidades e economias. Mas a qualidade da água em todo o mundo é cada vez mais ameaçada à medida que as populações humanas crescem, atividades agrícolas e industriais se expandem e as mudanças climáticas ameaçam alterar o ciclo hidrológi-

co global. (…)”. Foi um chamado de atenção para que, mais uma vez, o mo-vimento do slow food´ respondesse com a sua filosofia, para que se evite o consumo de alimentos provenientes de agricultura intensiva, que provo-que danos ao ambiente, em particular, danos à água.

Nesta dinâmica e nova proposta oferecidas pelo movimento, é neces-sário que todos os atores envolvidos no circuito alimentar façam sua parte. Logo, nós, consumidores, temos de as-sumir uma postura mais ativa e menos passiva, quando formos nos alimentar, empreendendo o esforço de sermos co-produtores. É importante que o esforço de mudança comportamental seja comunitário para que, enfim, al-cancemos a justiça social e para que o progresso mundial seja sustentável.

Rafaela Brito é Bacharela em Direito com Habilitação em Di-reito Agrário e Direito Ambiental pela Universidade da Amazônia - Belém. Advogada, em Fortaleza e em Brasília, atuante no direi-

Membro da comissão de Direito Ambiental da OAB-DF.

Page 16: Plurale em Revista

16

Já ouviu falar do baru? O fruto do Cer-rado tem feito sucesso entre consumidores e gerado transformação social em pequenas ci-dades. A castanha é co-mestível e de alto valor nutricional. Projeto no povoado de Caxambu, em Pirenópolis (GO), tem transformado a vida de alguns habitantes,

reunidos na Associação de Desenvolvimento Comunitário de Caxambu. O interesse pelo fruto surgiu no ano de 1997: hoje a média de produção dos baruzeiros na região é entre 250 kg e 300 kg/safra. A extração da amêndoa do baru requer cuidado especial, que se inicia com a seleção dos frutos. Em seguida vem a quebra da casca e depois a seleção das amêndoas. Dele, tudo se aproveita – as castanhas são vendidas torradas ou em forma de doce, pesto, paçoca salgada e doce, pé-de-moleque. A casca tam-bém pode ser usada para a produção de carvão ou mesmo utilizada em substituição à brita em calçamento, devido à sua resistência. Saiba mais sobre o baru e este projeto no link: www.cerratinga.org.br

Quem não so-fre com olheiras? Especialmente nos dias atuais, de mui-to trabalho, pouco sono e estresse constante. Os es-pecialistas dão al-gumas dicas úteis para combater as olheiras. Importante notar que nem sempre são hábitos poucos saudáveis de vida que provocam esta aparência de cansado ao redor dos olhos. Saiba que alergias a certos alimentos também podem provocar o problema. Assim, uma ótima dica é procurar sempre variar cardápio. A nutricionista Flávia Morais, da equipe do Mundo Verde, explica que de acordo com a medicina chi-

sugere que se “inclua no cardápio suco de fruta orgânico com

boldo e de camomila que auxiliam no processo de eliminação de toxinas pelo fígado” A nutricionista recomenda que se evite os

preferindo os cereais integrais e inclua no cardápio uma varieda-de de frutas e verduras, de preferência orgânicas.” Compressas no local com infusão de chá de camomila também ajuda.

A Embrapa A g r o i n d ú s t r i a de Alimentos (Rio de Janei-ro, RJ) lançou um espaço pri-vilegiado na internet para divulgação de tecnologias e

produtos agroindustriais. O hotsite “Tecnologia ao alcance das suas mãos” reúne tecnologias simples e aplicáveis aos pequenos e médios empresários, agroindústrias familiares e cooperativas.

O ambiente virtual apresenta 23 soluções tecnológicas, desenvolvidas por pesquisadores da Embrapa. O texto de apresentação aborda os principais benefícios da tecnologia. O interessado pode acessar ainda publicações e notícias re-lacionadas ao tema. Para saber mais sobre o novo site acesse: http://www.ctaa.embrapa.br/tecnologia/

Boas dicas para as olheirasBaru, riqueza do Cerrado

VIDASaudável

16

Grandes empresas de alimentos melhoram suas políticas de compras Embrapa lançou hotsite com

tecnologias para a agroindústria de alimentosA mobilização de mi-

lhares de pessoas fez com que nove das dez maiores empresas de alimentos e bebidas em todo o mundo melhorassem políticas de compras com impactos so-ciais e ambientais em suas cadeias de fornecimento ao

longo dos últimos doze meses, declara a Oxfam, organização não governamental internacional que combate a pobreza.

A avaliação do primeiro ano do ranking de políticas empresariais da campanha Por trás das Marcas, lançado pela organização em 26 de fevereiro de 2013, mostrou que algumas empresas líderes do se-

de compras de matérias primas envolvendo toda a cadeia de forneci-mento, com impacto nos direitos à terra, direitos das mulheres e na redução das emissões de carbono. Um ano depois do lançamento da campanha, de maneira geral, as “Dez Grandes” evoluíram pouco como grupo, desmotivadas sobretudo por empresas que não de-monstram interesse ou vontade de mudar. Veja ranking completo em: www.behindthebrands.org

PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2014

Divu

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ão

Page 17: Plurale em Revista

Apoios de divulgação

Apoiadores institucionais

Patrocinadores Prata

Patrocinadores Ouro

Patrocinadores Diamante

OrganizaçãoRealização

Incorporando os Fatores Ambientais, Sociais e de Governança na Análise de Investimentos

1ª Conferência Internacional EFFAS - Taking ESG into Account - TESGIA, a ser realizada na América Latina, estabelecendo um passo importante no caminho de aproximação com a União Europeia na discussão sobre a adoção dos fatores ESGs aos

Público-Alvo:

29 2014Local: Praça Antonio Prado - 48, Centro, São Paulo - SP

Page 18: Plurale em Revista

PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 201418

A Semana das Águas 2014 tratou do tema da água e de sua escassez entre os dias 25 e 27 de março em Belo Horizonte, Mi-nas Gerais. O evento, que

contou com seminários, minicursos e palestras, foi organizado pelo Instituto Mineiro das Águas (IGAM). Em foco, como a ciência e a inovação podem promover um salto de qualidade na gestão das águas.

Com o apoio da Anglo American, da ArcelorMittal, da Cemig, da Cibapar, da Copasa, do CREA Minas, da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), da Ferrous, do Hidroex, da UFMG e Plurale, a Semana das Águas contou com público atento e participativo em todas as ativida-des. “Investir em ciência é essencial, pois sem inovação e pesquisa não há política

-ra-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Marília Carvalho Melo.

POR SÔNIA ARARIPE E ISABELLA ARARIPE, de Plurale em revistaDe Belo Horizonte. Fotos de Divulgação / Copasa, Alessandro Carvalho (Fiemg) e IGAM

Semana das Águas 2014:Diálogo relevante

Evento, realizado em Belo Horizonte, reúne especialistas em torno do tema, realiza minicursos e mostra científica.

A solenidade de abertura contou com as presenças dos Secretários de Estado de Meio Ambiente e Desenvol-vimento Sustentável de Minas Gerais, Adriano Magalhães; de Ciência, Tecno-logia e Ensino, Narcio Rodrigues; secre-tário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Paulo Afonso Romano e o Reitor da UFMG, Jaime Arturo Ramírez, além de vários empresários, acadêmicos, consultores e representantes dos Comitês de Bacias.

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Page 19: Plurale em Revista

19

SERGIO ABRANCHES FEZ A PALESTRA DE ABERTURA

O sociólogo, cientista político e jornalista Sergio Abranches , editor do Portal Ecopolítica e comentarista da Rá-dio CBN, fez a abertura do evento. Ele defendeu a preservação de nascentes, a participação da sociedade civil na gestão

das águas e advertiu que o Brasil preci-sa urgentemente incentivar ainda mais o uso de energias renováveis para evitar o racionamento quando os reservatórios estiverem em níveis muito baixos, como está acontecendo atualmente.

“Um reservatório bom é um reser-vatório cheio. Precisamos utilizar mais

energia renovável para liberar a pressão sobre o uso de energia das hidrelétricas”,

no auditório da reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Ao mostrar dados sobre o total das emissões de CO2 no Brasil ele destacou a redução acentuada do desmatamento, mas advertiu para a forte pressão da agro-pecuária e de transportes rodoviários que representam 67% do total de emissões.

Abranches criticou os recentes incenti-vos para compra de carros e advertiu que o Brasil não pode perder a oportunidade de sair na frente e migrar para a economia de baixo carbono. “O Brasil tem que parar de pensar o futuro olhando pelo retrovi-sor. É preciso focar no novo”, diz.

Na visão do sociólogo, a ciência e a tecnologia já estão fazendo a diferença neste cenário citando exemplos bem sucedidos na nanociência e nanotecnolo-gia, mudança climática, etc.

Ao lembrar que o estado de Minas é considerado a verdadeira caixa d’água do Brasil, Abranches destacou que não é jus-to um Estado querer interferir na gestão das águas de outros estados vizinhos, dando um recado para São Paulo.

Um reservatório bom é um reservatório cheio. Precisamos utilizar mais energia renovável para liberar a pressão sobre o uso de energia das hidrelétricas”

Sergio Abranches, sociólogo, cientista político e jornalista

Autoridades prestigiaram o evento de abertura

Page 20: Plurale em Revista

PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 201420

“Alguns estados não cuidaram de seus rios e agora querem os rios de ou-

Mineiro de Curvelo, o sociólogo foi aplaudido ao defender a proteção das “veredas” de Guimarães Rosa e dos rios

muito importante a participação da so-ciedade civil na proteção de nascentes e

-

-

um dilema, colapso ou mudança de pa-

ÁGUA E ENERGIA

-cia, Tecnologia e Inovação em Recursos

--

para o Brasil e para o Estado de Minas: a

Entre os palestrantes, o gerente de Energia da S/A Usina Coruripe Açúcar

-

cana começou em 2002, com o raciona-

“A Coruripe foi a primeira usina de Minas

Grupo Boticário de Proteção à Nature---

-ção de áreas naturais para conservação

nidades Aquáticas em Minas Gerais” e

--

e o gerente do Centro Internacional de Hidroinformática da Unesco coordenou o curso “Gestão Territorial Aplicada à

SEGURANÇA HÍDRICA

No último dia do evento, 27 de

-

água atuais e futuros, que deverão ser enfrentados pelo Estado, não mais restritos apenas às regiões Norte, Nor-

--

sões vão nortear novos procedimen-tos e algumas correções em diretrizes

climáticas temos que lidar com as ma-

programa de gestão voltado para as

Para o professor do departamento

-

-va foi inspirada no modelo adotado nos

onde foi adotado o pagamento aos pro-

Região Metropolitana de São Paulo, em

MINICURSOS LOTAM

Na parte da tarde, durante todos os -

nicursos com foco em água e meio am--

Antunes, fez o minicurso de Panorama da Conservação de Comunidades Aquá-

-to como a fazer rede, aprendendo com

que está se capacitando ainda mais para -

---

-

“Panorama da Conservação de Comu-

Investir em ciência é

essencial, pois sem inovação e

pesquisa não há política ambiental

consistente” Marília Melo, Diretora-Geral

do IGAM

Page 21: Plurale em Revista

21

retor para o Brasil do Columbia Water Center, Francisco Assis, não há como prever a demanda por água para os pró-ximos 10 ou 20 anos, porque os proto-colos de intenções nem sempre se con-cretizam. Mas, é certo que a demanda está crescendo mais rápido, assim como as incertezas da oferta, com as variações climáticas. “O cenário a ser gerenciado é de complexidade e de incertezas”, diz.

Assis também aponta a necessidade de aproveitar as oportunidades. “Só nos lembramos da seca ou das enchentes quando elas ocorrem. Romper isso é

-tão das secas, com planejamento de es-cala global e a longo prazo”, avalia.

O professor adjunto da Escola de En-genharia da UFMG Mário Cicareli Pinheiro falou sobre o cenário estadual e ressaltou a crise de abastecimento e a disputa pelas águas da Bacia do Rio Paraíba do Sul e o ano hidrológico em Minas. Entre os exem-plos do desequilíbrio estão os recordes de chuva no Vale do Rio Doce e a falta dela no Sul de Minas. Na cidade de Aimorés no Vale do Rio Doce, em seis dias do mês de dezembro do último ano, o total precipita-do foi equivalente a metade da chuva anu-al, enquanto em algumas regiões do Sul de Minas, o total precipitado em janeiro de 2014 passou de 35 mm, o equivalente a 10% do esperado para o mês.

O evento, mediado por Wagner So-ares, ainda contou com a palestra do consultor Gilberto Valente Canali, que falou sobre os instrumentos normativos e segurança hídrica e com a presença da diretora geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Marília de Carvalho Mello, e do deputado estadual

e presidente da Comissão Especial das Águas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Almir Paraca.

Neste dia também foi lançado o Mapa da Qualidade das Águas de Minas Gerais. Segundo o mapa das nove bacias do esta-do, cinco tiveram melho-ras e quatro tiveram uma piora. Entre as que tive-ram piora na qualidade das águas na comparação de 2012 com 2013 estão as Bacias do Paranaíba, Doce, Jequitinhonha e Pardo. “O monitoramen-to da qualidade da água é um importante indica-

explica Marília Melo, do IGAM.

PORTAL INFOHIDRO E RELATÓRIO DE SITUAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Durante a abertura foi lançado pela diretora geral do IGAM o Portal InfoHidro e o relatório de situação dos recursos hídricos. “A metodologia é baseada no trabalho da Agência Nacional de Águas (ANA) e busca dar total transparência dos dados à sociedade”, ex-plicou Marília.

Já o portal InfoHidro é parte do trabalho do

Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) na estruturação do Sistema Es-tadual de Informações sobre Recursos Hídricos (InfoHidro), um dos instrumen-tos de gestão das águas estabelecido pela Política Estadual de Recursos Hídricos. O objetivo principal do Portal é disponi-bilizar dados e informações sobre gestão das águas que são produzidas pelo IGAM e por seus parceiros, tais como Comitês de Bacia, Agências de Bacias, Universida-des, entre outros.

Nele, é possível encontrar dados sobre outorgas, informações sobre a cobrança pelo uso de recursos hídricos, séries históricas de monitoramento da qualidade da água, mapas e relatórios de qualidade da água, além de bases

estado de Minas Gerais.

Seminário na FIEMG reuniu especialistas sobre Segurança Hídrica

Page 22: Plurale em Revista

INAUGURAÇÃO DA SALA DE SITUAÇÃO DE EVENTOS CRÍTICOS E HIDROLÓGICOS DE MINAS GERAIS

Ainda ao longo da Semana das águas também foi inaugurada a Sala de Situação de Eventos Críticos e Hidrológicos de Minas Gerais, situada na Cidade Admi-nistrativa. O espaço tem como objetivo monitorar e gerar informações mais rápi-das e detalhadas sobre eventos hidrome-teorológicos críticos, como tempestades,

de Defesa Civil municipais e estadual na tomada de decisão.

Tendo em vista o desenvolvimento das atividades de monitoramento hidro-meteorológico, o intercâmbio de dados, a gestão de riscos ambientais, bem como o aperfeiçoamento do conhecimento relativo às informações ambientais, hi-drológicas e meteorológicas, a Sala de Situação permitirá a adoção de medidas preventivas e mitigadoras dos efeitos de secas e inundações.

De acordo com a diretora geral do Igam, Marília Melo, por meio da Sala será possível compilar dados, potencializá-los e antecipar a informação para as defesas civis. “Ao conseguir antecipar esses dados estaremos ajudando as autoridades na tomada de decisão de retirar ou não as populações das áreas atingidas por tem-

pestades e enchentes minimizando, assim, perdas materiais e humanas”, destacou.

Segundo Marília, a região da Bacia do -

cia do sistema. “Nessa região conseguimos uma previsão com 12 horas de antecedên-

Os investimentos na Sala de Situação foram feitos pela Agência Nacional das Águas (ANA) que incentiva os estados a criarem seus próprios espaços para mo-nitoramento de eventos críticos. Até ago-ra, a Agência já inaugurou ou estruturou Salas de Situação em 25 estados, exceto no Espírito Santo e no Distrito Federal. Em Minas, será investido cerca de R$ 1,1 milhão em equipamentos, programas de computador e treinamento técnico. To-

de Situação, anexa à sala do Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Mi-nas Gerais (Simge), que já recebe infor-mações geradas pelo radar meteorológi-co localizado em Mateus Leme, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e por imagens de satélite.

com os resultados do amplo diálogo de três dias intensos de trabalho. “Na nossa avaliação o balanço do evento foi muito positivo. Cumprimos o objetivo de inte-grar a sociedade em uma discussão de temas relevantes sobre a agenda de recur-

sos hídricos. Por meio do guarda-chuva da Semana: Pesquisa e Inovação na gestão de recursos hídricos tivemos a oportunidade de entender a importância da água para a geração de energia considerando diferen-tes matrizes e não só a hidráulica. Debater o tema de segurança hídrica e o posicio-namento de Minas e oportunidades neste tema. Que nos mostrou que temos que fa-zer uma avaliação da infraestrutura hídrica

às questões climáticas e garantir a deman-da hídrica para os diversos usos, inclusive o ambiental”, avaliou.

Maríia Melo lembrou ainda que a -

de e à academia os projetos de pesquisa que a CEMIG tem desenvolvido no tema água e energia, buscando aprimoramen-to tecnológico e metodológico. “Além disso entregamos produtos à socieda-de. O portal Infohidro, garantindo apri-moramento da gestão da informação e maior transparência aos nossos dados. A Sala de situação de eventos críticos hi-drológicos uma inovação para a gestão de eventos críticos hidrológicos de en-

-lidade da água que apresenta nossas me-lhorias do ponto de vista de qualidade e

temos em algumas regiões no controle ambiental”, concluiu.

PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 201422

Page 23: Plurale em Revista

O Governo de Minas, através da Secretaria

de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,

juntamente com os parceiros e organizadores,

agradece a todos os participantes da Semana das Águas 2014.

Esperamos que as questões discutidas, com a presença

de cerca de 900 participantes durante todo o evento, possam

trazer novas soluções para a conservação e preservação dos

recursos hídricos de Minas Gerais.

Palestrantes, convidados, imprensa e demais participantes:

graças a vocês, a Semana das Águas foi um grande sucesso!

Contamos com a presença

de todos no ano que vem!

Organização:

Parceiros:

Realização:

SEMANA DAS ÁGUAS 2014.CIÊNCIA E INOVAÇÃO

NA GESTÃO DAS ÁGUAS.

Page 24: Plurale em Revista

Frases

MACHADO DE ASSISA vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal.

FIDEL CASTRO“Jesus Cristo foi o primeiro comunista. Repartiu o pão, repartiu os peixes e transformou a água em vinho.”

VIRGINIA WOOLF

“Uma paixão tão completamente centrada em si recusa o resto do mundo tal como a água límpida e calma filtra todas as matérias estranhas.”

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE“O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.”

GUIMARÃESROSA“A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba.”

FRANZ KAFKAUm livro deve ser o machado que quebra o mar geladoem nós.

ARTHUR SCHOPENHAUER “A riqueza influencia-nos como a água do mar. Quanto mais bebemos, mais sede temos.”

WILLIAM SHAKESPEARE“As falhas dos homens eternizam-se no bronze, as suas virtudes escrevemos na água.”

PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 201424

Page 25: Plurale em Revista

25

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Page 26: Plurale em Revista

P elo Brasi l

Da CI Brasil

Pela primeira vez, o Brasil dispõe de um índice que reúne aspectos am-bientais, sociais e econômicos pro-vidos pelo mar. Trata-se do Índice

de Saúde do Oceano do Brasil (em inglês, OHI-Brasil), publicado na noite da última

PLOS ONE, que avaliou todos os 17 esta-dos da costa brasileira, usando as melho-res bases de dados disponíveis referentes a 2012. Cada estado recebeu sua própria pontuação. Na média geral, o Brasil atin-giu a nota 60, em uma escala de 100. Sob coordenação da pesquisadora Cristiane Elfes, do Departamento de Ecologia, Evo-lução e Biologia Marinha, da Universidade da Califórnia Santa Bárbara, EUA, o estudo contou com a colaboração de especialistas de universidades americanas e da ONG ambientalista Conservação Internacional.

O Brasil foi escolhido para esse levan-tamento regional porque possui uma das mais longas linhas de costa do mundo, uma alta diversidade biológica marinha e costeira e uma das maiores economias mundiais. A Zona Econômica Exclusiva do Brasil totaliza 3.660.995 km2 no Oce-ano Atlântico Sul.

Produtos Naturais, Turismo e Recreação e Provisão de Alimentos receberam as menores pontuações

– biológica, física, econômica e social – para mensurar o quão sustentável é o uso que as pessoas fazem dos recursos e ser-viços oferecidos pelo oceano e ambientes costeiros.

pesquisadores na elaboração do OHI--Brasil se concentrou na reunião de da-dos para alguns setores importantes, como a pesca, por exemplo, “porque eles simplesmente não existem para todos os estados”, contou Guilherme Dutra, diretor do Programa Marinho da Conser-vação Internacional (CI-Brasil) e coautor do estudo. “O governo federal parou o monitoramento pesqueiro nacional em 2011 e mesmo antes disso os dados eram descontínuos no tempo e na distribuição espacial. É imprescindível que o governo gere informações básicas como estas, pois sem monitoramento não há gestão sustentável”, enfatizou Dutra.

Um resumo do OHI Brasil, dados e métodos detalhados podem ser encontra-dos em: Regionals/Brazil_Assessment_Portuguese

Essa primeira tentativa de levantamen-to da saúde do oceano no Brasil fornece uma linha de base relevante a partir da qual mudanças futuras podem ser mensu-radas. Também destaca onde são

necessárias melhores informações que podem ajudar a guiar ações de políti-cas e gerenciamento em escalas nacionais e sub-nacionais.

Para Cristiane Elfes, a relevância desse indicador se dá por seu ineditismo. “Sa-bemos que ainda há pontos a aprimorar, mas o primeiro passo foi dado. Espera-mos tornar o OHI-Brasil um programa conduzido por instituições brasileiras, para monitorar a situação dos mares em longo prazo. Essa é uma ferramenta fun-damental para a tomada de decisões no ambiente marinho”, garante.

O OHI-Brasil é uma variação regio-nal do estudo global lançado em 2012, em um trabalho colaborativo de várias universidades e ONGs, liderado por Ben Halpern, do Centro Nacional para Análise e Síntese Ecológica dos EUA, e reavaliado anualmente para incluir dados mais re-

-mente e combina os elementos chaves de todas as dimensões da saúde do oceano

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Em Índice de Saúde do Oceano exclusivo, Brasil recebe nota 6

PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2014

Enric

o M

aron

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Page 27: Plurale em Revista

27

Por Lenina Mariano, de UbatubaEspecial para Plurale em revista

Aconteceu no dia 21 de março o lançamento do projeto “Diag-nóstico Ambiental da Bacia

-ca – Ubatuba/SP”, na sede da Sociedade Amigos da Itamambuca – SAI. Estavam presentes 53 pessoas, dentre autoridades locais, presidentes das associações que compõem a bacia, membros do Instituto de Terras do Estado de São Paulo – ITESP, Fundação Florestal, Secretaria Executiva do CBH-LN, alunos do Curso Técnico em Meio Ambiente da Escola Municipal Tan-credo de Almeida Neves, dentre outros. O evento homenageou o Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março.

Inicialmente houve a apresentação do Plano de Gestão Ambiental da Bacia

-lizada por seu coordenador, Marcio José dos Santos. Logo após, o coordenador do projeto, Luis Gustavo Dall Fabro, fez uma apresentação sobre os objetivos do proje-

das condições ambientais da comunidade, com foco na despoluição do Rio Itamam-buca. Falou sobre as cinco áreas que serão alvos de estudo: uso e ocupação do solo; geodinâmica e clima; recursos hídricos; vegetação; e gestão participativa. Com o

Dia da Água é celebrado com lançamento de projeto na Bacia Hidrográfica do Rio Itamambuca

desenvolvimento dos trabalhos de cam-po, um banco de dados será alimentado constantemente, de modo a oferecer um diagnóstico que permitirá maior agilidade na análise de dados dos órgãos gestores atuantes na bacia.

Além de realizar um diagnóstico par-ticipativo, será lançado um concurso para a criação da identidade visual do projeto, com o tema “Itamambuca, o Rio que ca-minha ao mar”. Também serão seleciona-dos os agentes multiplicadores de todas as ações que fazem parte do projeto.

Promovido pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO), por in-

termédio do Comitê de Bacias Hidro-

projeto tem como entidade responsável a Associação Amigos de Itamambuca – SAI, e conta com a parceria da Fundação Florestal, por meio da Área de Proteção Marinha do Litoral Norte (APAMLN) e Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Picinguaba, além das Secretarias Muni-cipais de Meio Ambiente e Assistência Social, da Prefeitura Municipal de Uba-tuba, Associação Ubatuba de Surf – AUS, Associação dos Amigos e Moradores de Itamambuca – SAMITA, Associação de Remanescentes da Comunidade Sertão de Itamambuca.

PRÓXIMAS ETAPAS:

Estão previstas para o início de abril as atividades de campo, com realiza-

comunidades para levantamento das demandas, parte integrante do proces-so de gestão participativa, que objetiva a aquisição de dados primários junta-mente com o público alvo da bacia a ser

-dade de participação das comunidades e gestores locais nas próximas etapas, já

de ação para a localidade, levando em consideração o eixo técnico e empírico integrantes do processo.

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Fotos de Divulgação

Page 28: Plurale em Revista

P elo Brasi l

PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 201428

A edição deste mês da Revista RI - Rela-ções com Investido-res, celebra 16 anos de edições mensais ininterruptas e se consolida como a mais longeva e

importante publicação do mercado de capitais no Brasil.

Desde seu lançamento, em março de 1998, a RI tem como objetivo difundir as melhores práticas nas Relações com In-vestidores, levando ao conhecimento dos leitores temas relevantes ao desenvolvi-mento do mercado de capitais brasileiro, tais como: Governança Corporativa, Co-municação Corporativa, Sustentabilidade, Branding, Criação de Valor, Legislação Societária, Mercado Global, Ativismo, as-sim como experiências de empresas bra-sileiras e estrangeiras que possam servir de exemplos ou modelos no campo das relações com investidores.

A edição comemorativa dos 16 anos da RI trás, como destaque de capa, uma ampla reportagem sobre a crise no mercado de

capitais brasileiro, que segundo especialistas o principal motivo está na política econômica do governo Dilma Rousse-ff - que vem resultando em fraco desempenho do PIB, cujo cresci-mento foi de apenas 2,3% em 2013, além de mudanças em marcos regulatórios, como o de concessões do setor elé-trico e de exploração do petróleo, que jogaram o principal índice de preço de ações no país, o Ibovespa, para a lanterna dos ganhos em bolsas de valores. Os dados apresentados na edição, são alarmantes: em 2013, o Ibo-vespa caiu 15,5%, o pior resultado entre bolsas de 48 países.

A matéria de capa da RI deste mês teve

sendo pauta em diversos veículos, como Exame.com, Jornal do Commercio, Moni-tor Mercantil, etc - com destaque para a honrosa homenagem feita pelo jornalista

Lucas Mendes, pelo aniversário da publi-cação, no programa semanal Manhattan Connection da Globo News.

Além da edição impressa, distribuída para assinantes, mailing dirigido e prin-cipais bancas - a RI pode também ser integralmente acessada, a qualquer mo-mento e em qualquer lugar do mundo, através da edição “digital”, podendo ao download ser feito a partir de link dispo-nível no site: .

Revista RI celebra 16 anos e se consolida como a mais longeva revista do mercado de capitais no Brasil

Adaçõredi

importa

A visitação turística em unidades de conservação (UCs), especialmente nos par-ques nacionais, tem crescido a cada ano. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em 2012 5,6 milhões de visitantes passaram pelas UCs brasileiras e esse número pode ser ainda maior neste ano. A partir desta semana, internautas do mundo inteiro te-rão mais facilidade para conhecer e visitar os parques nacionais brasileiros, com o lançamento o WikiParques, idealizado pela Associação O Eco e pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

A partir da mesma tecnologia utiliza-da pela conhecida Wikipédia, essa nova plataforma colaborativa (www.wiki parques.org) disponibiliza, inicial-

mente, informações gratuitas sobre os 69 parques nacionais do país: principais atrações, contatos, mapas de acesso, histórico, além de informações sobre a biodiversidade protegida no local. Todas essas infor-mações podem ser editadas e comple-mentadas por qual-quer internauta, além de poderem ser compartilhadas nas principais redes sociais. Também será possível adicionar novas unidades de conservação à plataforma (com a in-clusão de verbetes e fotos), como par-

WikiParques é lançado

ques estaduais, Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), estações ecológicas, monumentos naturais entre outras. Os usuários também poderão debater nos fóruns da plataforma.

compartilhadas ques estaduais Reservas Particulares do

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Da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza

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Fetranspor e Instituto Ethos firmam parceria pela sustentabilidade nos transportes públicos

No dia 26 de março, a Fetranspor – Fe-deração das empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro, e o Instituto Ethos assinaram um termo de parceria para marcar a adesão da entidade aos Indicadores Ethos para Negócios Sus-tentáveis e Responsáveis.

Os Indicadores Ethos são uma ferra-menta de gestão que visa apoiar as empre-sas de qualquer segmento na incorporação da sustentabilidade e da responsabilidade social empresarial (RSE) em suas estraté-gias de negócio.

Ao longo dos anos a Fetranspor vem articulando parcerias e capacitando as 211 empresas do sistema com o objetivo de incorporar a seus modelos de negócios as melhores práticas de RSE/Sustentabilidade.

– Queremos estimular as empresas do setor a aplicar os indicadores Ethos para que façam um autodiagnóstico de suas gestões e assim aprimo-rem e aprofundem suas ações de RSE e sustentabilidade com foco no negócio – expli-cou a gerente de Responsabi-lidade Social da Fetranspor, Márcia Vaz.

A cerimônia contou com as presenças do presidente da Fetranspor, Lélis Teixeira, e do diretor de Operações, Prá-ticas Empresariais e Políticas Públicas do Instituto Ethos, Caio Magri. Antes da assinatura, a gerente de Responsa-bilidade Social da Fetranspor, Márcia

Vaz, apresentou o plano de trabalho para mobilizar e apoiar as empresas e sindicatos do segmento na aplicação dos indicadores.

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çãoDa Fetranspor

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Centenas de nascentes e cursos d`água, incluindo a nascente do Rio Tocantins, integram ocenário paradisíaco do Parque Nacional Chapada dos Veadei-

ros, no estado de Goiás.. O Tocantinsnasce ali, passando logo após pelos esta-dos do Tocantins, Maranhão e Pará, até a sua foz no Golfão Amazônico - próximo a Belém, onde se localiza a ilha de Marajó.

Navegável em muitos dos seus 2.640 quilômetros de comprimento, o Tocan-tins recebe em seu percurso, na região do Bico de Papagaio, outro importante rio brasileiro, o Araguaia, que se divide,

a Ilha do Bananal. Além disso, possui im-portante potencial elétrico, aproveitadopela Usina de Tucuruí.

Segundo maior rio totalmente brasi-leiro, atrás apenas do São Francisco, em alguns trechos, como no sudeste do Pará,em épocas de cheias, o Tocantins atinge níveis acima de 10 metros, ultrapassando a cota de segurança e assustando a popu-lação ribeirinha.

CHAPADA DOS VEADEIROSCOM GUIA, É MAIS BONITA

-ranã, formadores do Rio Tocantins que drenam a Chapada dos Veadeiros, for-mada por planaltos levemente inclina-dos, entalhados por veredas e morros. Um enorme platô com área de 4.492km quadrados, e altitude média de 1.200m, está situado no ponto mais alto do Pla-nalto Central do Brasil. Suas nascentessão os principais formadores da bacia do

Textos e Fotos: Nícia Ribas, De Plurale em revista Todo brasileiro,

o Rio Tocantins dá vida à Chapada dos Veadeiros

PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 201430

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31

Rio Tocantins, um dos últimos mananciais de águas não poluídas do planeta

Por sua vez, os visitantes do Parque festejam a inicia-tiva do Instituto Chico Mendes - ICMbio de desobrigar, no ano passado, a contratação de guias para conhecer as trilhas do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros. De outro, os guias (ou condutores, como eles se auto intitulam), queixam-se de desemprego e de maus tratos

cristais, que brotam no solo. Desde 1961, quando foi criado, o Parque protege

uma área de 65.514 ha do Cerrado de altitude. Além das inúmeras nascentes e cursos d água; rochas com mais de um bilhão de anos; e um visual de tirar o fôlego. Ali também estão preservadas áreas de antigos garimpos. O

Parque foi declarado Patrimônio Mundial Natural em 2001 pela UNES-CO. E desde 1991 era proibido entrar sem um condutor, que cobra R$100,00 por grupo.

31

O GUIA MAIS ANTIGOWilson José Dourado, 59 anos, condutor do Parque desde os 16, ainda está lá, guiando os visitantes que preferem entrar acompanha-dos. Ele segue pelas trilhas, reparando nas espécies que desaparecem de um dia para o outro. “O pior animal é o ser humano, que destrói sua própria casa”. Ao longo da caminhada, Wilson vai mostrando cada

-vel, tivemos um incêndio há três anos; canela da ema, um chá bom para dor na coluna; a congonha é diurética; a copaíba, seu óleo é bom para o rim, a próstata; e o barbatimão recupera a virgindade da mulher.”Wilson lembra-se da época em que havia garimpo na região e encontravam cristais puros de até 20 quilos. “Orgulhoso do lugar onde nasceu e da camisa que veste, com a logo da Associação dos Condutores, ele sabe tudo: “Aqui nós temos um cerradão com campo rupestre, campo limpo e campo sujo. Desde a Rio 92, serve só para turismo, acabaram com a agricultura e o garimpo,” festeja. A decisão de acabar com a obrigatoriedade de contratação de guias, que na época eram 130 para uma população de 600 pessoas (mais de 20%) foi discutida com a comunidade, que considerou a Vila de São Jorge, porta de entrada do Parque, capaz de absorver a mão de obra para serviços em bares, restaurantes e pousadas. Mesmo não sendo obrigatório, o ICMBio continua incentivando a contratação dos condutores de visitantes porque eles tornam a visita muito mais interessante, ajudando a melhor compreender a história humana e natural do Parque.

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E n s a i o

Lagoa Rodrigo de Freitas

A gaivota parece emoldurar a Praia de Ipanema

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33

Stand-up na Praia de Ipanema

33

O publicitário Fernando Gonçalves é um carioca apai-xonado pela cidade que nasceu e sempre o acolheu. Neste ensaio, especial para os leitores de Plurale, ele buscou no seu arquivo de centenas de fotos ângulos e olhares apaixo-nados por uma cidade que é “aquática” por natureza.

“A água no nosso Rio de Janeiro brota em todos os can-tos, recantos e encantos, nos presenteando com formas

que insiste em ser maravilhosa, circulando livre por praias, rios, lagoas, cachoeiras, nascentes.

Seja no veleiro que singra a Baía de Guanabara, na gaivota que parece emoldurar a Praia de Ipanema, onde carioca pratica o esporte do momento, o stand-up. Acos-tumado a cruzar a Baía, Fernando fotografou o Rio da Praia de Piratininga, em Niterói e esteve ainda na Ilha Fiscal, ce-nário histórico.

Salgada ou doce, azul ou verde, quente ou fria, cintila ao sol de dia e se tinge de prata ao luar, promovendo es-petáculos de onda e espuma.

Água de todas as fontes, que irriga os campos, produz energia, gera vida e lava a alma!

Fotos:

FERNANDO GONÇALVES

RIO: ÁGUA DE TODAS AS FONTES

O Rio visto de Piratininga (em Niterói)

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PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 201334

Veleiro na Enseada de Botafogo

Ilha Fiscal

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O professor da Universidade de Columbia (EUA), Jeffrey Sachs, considerado um dos principais interlocutores sobre Economia e Sustentabilidade deixou um

duro recado ao visitar o Rio – em março - para o lançamento da Rede Brasileira de Soluções para o Desenvolvimento Susten-tável (RSDS Brasil). Ele criticou o uso de-senfreado de combustíveis fósseis, alertou para os problemas causados pelo clima nas hidrelétricas, defendeu que o Brasil reforce a busca por energias renováveis e frisou a urgência da migração para a chamada economia de baixo carbono.

“Temos que descarbonizar a sociedade, procurar soluções baseadas em tecnologia de ponta. Vivemos uma crise acentuada e

-mou Sachs para uma plateia atenta no auditório do novo Museu de Arte Mod-erna do Rio, na área revitalizada do Porto. Simpático, cordial, o professor americano falou durante cerca de 40 minutos para marcar o lançamento da RSDS Brasil, que será uma espécie de think thank para discu-tir soluções para cidades mais sustentáveis.

Na avaliação de Sachs, os governos são parte, é claro, neste cenário, mas não irão liderar estas mudanças tão relevantes. “Acredito que empresas e centros de pes-quisa possam impulsionar esta migração por deterem tecnologia de ponta. Mas os governos também são importantes”, disse, destacando que as mudanças levam uma a duas gerações para acontecerem. Frisou também que a questão da governança tam-bém é essencial neste diálogo em curso.

Mais tarde, em entrevista para imprensa, o professor da Universidade de Columbia - autor de vários best-sellers e autor de ar-

-mar que não vê esta visão macro no gover-

Economia

Jeffrey Sachs defende a migração para a economia de baixo carbono e lança, no Rio, a Rede de soluções para cidades sustentáveis

no americano. “No governo americano não vejo white paper (estudos estratégico para solução de problema), nem verdes, nem de cor alguma”, ironizou.

Perguntado pelos repórteres sobre o Brasil, ele reforçou a importância das fontes de energia renovável. “No Brasil, a energia tem uma emissão relativamente baixa de carbono se comparado a países como os Estados Unidos. As hidrelétri-cas e o biocombustível feito de cana-de-açúcar são contribuições positivas, mas

Parte da RSDS Mundial, a Rede Brasileira é uma iniciativa de organizações do ter-ceiro setor, academia, governo e empresas. Seu objetivo é aproximar diferentes esferas da sociedade para disseminar soluções concretas para que os objetivos de desen-volvimento sustentável sejam alcançados.

Até o momento, a RSDS Brasil é for-mada por organizações como o Instituto de Economia e a COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); o Pro-grama de Graduação em Práticas de De-senvolvimento Sustentável (MDP Brasil) e o Centro Internacional de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Univer-sidade Federal Rural do Rio de Janeiro; o Programa Multidisciplinar Ambiental da Universidade Católica do Rio de Janeiro; o Instituto Pereira Passos (IPP); a Funda-ção Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS); a Fundação Roberto Marinho; o Centro Rio +; o CEBDS, Pacto Global do Brasil; o Observatório de Fave-las e a Conservação Internacional (CI).

A nova rede global foi lançada pelo se-cretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, em agosto de 2012, e tem como objetivo mobilizar especial-istas da sociedade civil e dos setores cien-

soluções sustentáveis para problemas de escala global, nacional e local. Jeffrey Sachs é conselheiro especial do secretário-geral da ONU nas Metas de Sustentabilidade do Milênio e foi considerado pela revista The Economist como um dos três economis-

No Brasil, a nova Rede selecionou o Rio como primeiro estudo de caso e outro foco será na Amazônia. O lançamento da RSDS para a Amazônia será nesta terça, dia 18 de março, com apoio da Fundação Am-azonas Sustentável (FAS). A ideia, no caso das cidades, é pensar soluções susten-táveis para cidades e o Rio de Janeiro foi escolhido entre várias outras megalópoles globais. “Queríamos que essa rede global ajudasse a pensar o desenvolvimento sus-tentável em algumas importantes cidades no mundo. Pensaremos soluções para o Rio. No caso da Amazônia, as soluções serão outras, é claro”, explicou.

Se alguém imaginava um acadêmico -

preso ao ouvir as declarações ontem de Jeffrey Sachs. Ele advertiu que “as emissões

planeta” e criticou o consumo excessivo, por exemplo, de carne vermelha. “Gasta-se muita terra e água para produzir esta carne. Defendo o maior consumo de vegetais”, disse. Autor de recente best-seller sobre soluções para combater a pobreza no pla-neta, ele defendeu a educação como trans-formadora e lembrou que os milionários deveriam mesmo ser convocados a ajudar a quitar esta conta. “O novo prefeito de Nova York defendeu mais impostos para

-ciar a educação pré-escolar universal. As pessoas acharam que ele é louco, atacaram a sugestão. Mas a ideia é correta”, citou.

Por Sônia Araripe, Editora de Plurale Foto de Giselle Paulino

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O Parque Nacional do Iguaçu recebeu a maior visitação de sua história. Foram 431,3 mil visitantes apenas de janeiro a março deste ano - e a expectativa é ainda melhor para o segundo trimestre, o que inclui o período da Copa do Mundo. São aguardados 163 mil turistas no estado do Paraná apenas durante o evento, de acordo com estimativa do Ministério do Turismo. No ano passado, mais de 1,5 milhão de pessoas visitaram as Cataratas do Iguaçu.

Considerado um polo de turismo de aventura no Brasil, a cidade de Socorro, a 132 quilômetros de São Paulo, recebeu

espanhol, que visa a promoção e o desenvolvimento de ativi-dades culturais e artísticas. A cidade paulista foi a vencedora na categoria para até 100 mil habitantes. A cerimônia foi rea-lizada no Palácio Zarzuela, residência dos reis da Espanha, e

A Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) inaugurou no dia 2 de abril a Trilha Ecológica do Rio Vermelho, em Florianópolis. Com um quilôme-

do Rio Vermelho e é totalmente acessível para cadeiran-tes, através de decks de madeira. No entorno do cami-nho, há 16 viveiros com mais de 150 animais silvestres de 35 espécies da fauna catarinense, entre elas macacos, jabutis, araras, papagaios, pumas. A trilha, totalmente gratuita, terá uma estrutura de monitores bilíngues e estará aberta a agendamento de escolas.

A Baía do Sancho, praia do arquipélago de Fernando de Noronha, foi escolhida como a mais bela do mundo no prêmio Traveller’s Choice do Trip Advisor. A pesquisa é divulgada anu-almente pelo site de viagens e leva em conta as praias mais bem avaliadas por seus usuários nos últimos 12 meses. Além da ilha, outras duas praias brasileiras aparecem na lista mundial de 25 des-tinos: são a Praia dos Carneiros, em Tamandaré (PE) e a praia de Lopes Mendes, em Ilha Grande (RJ).

Baía do Sancho, em Fernando de Noronha, é eleita a melhor praia

do planeta

Florianópolis ganha nova trilha ecológica

Socorro ganha prêmio internacional por turismo acessível

Parque Nacional do Iguaçu tem recorde de visitantes

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Florianópolis ganhaPPPPPPPaarrque NNacional do Iguaçu tem recorde

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Ecoturismo ISABELLA ARARIPE

Page 37: Plurale em Revista

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CAMINHOS PARA CONQUISTAR A ACEITAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA.

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Page 38: Plurale em Revista

ESTUDO DE CASO

Um processo de profunda trans-formação começa a acontecer na Zona Oeste do Rio de Ja-neiro, região conhecida como Área de Planejamento 5 que

abrange 21 bairros, de Deodoro a Santa Cruz. Para ampliar os índices de coleta e tratamento de esgoto neste território que representa 48% do município e reúne uma população de cerca de 2 milhões de habitantes, concentradas na faixa de renda mensal média de R$ 1.400, a Prefeitura do Rio de Janeiro concedeu à iniciativa priva-da o esgotamento sanitário. Desde 2012, a Foz Águas 5, formada pelos grupos Ode-brecht Ambiental e Águas do Brasil, tem trabalhado para contribuir com o desen-volvimento de um território sustentável.

Em um breve balanço de dois anos de operação, os números são notáveis. O atendimento funciona 24 horas todos os dias da semana. São realizadas cerca de 1.800 desobstruções por mês, sendo que 90% dos chamados são resolvidos em até 24 horas e 80% em até 12 horas. Não ter esgoto com vazamento na porta é um ga-nho imediato para a população. Além dis-so, reformas e reativações de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) elevaram, em apenas um ano, sete pontos percen-tuais os índices de tratamento. Ainda há muito trabalho a ser feito.

O modelo de concessão prevê metas claras para expansão das redes de coleta e tratamento. Até 2017, a Zona Oeste terá 40% de cobertura. Esse número será 70%

Zona Oeste em transformação

em 2022. Para atingir os 40%, a Foz Águas 5 investe R$ 640 milhões na construção de novas redes e estações de tratamen-to em Deodoro e Bangu. Em 30 anos de concessão serão R$ 2.8 bilhões. As obras iniciaram em outubro do ano passado em

-venções serão concluídas a tempo de ga-rantir o esgotamento sanitário nas unida-des que receberão os Jogos Olímpicos de 2016 e vão contribuir com a despoluição da Baia de Guanabara.

A obra de saneamento, de um modo em geral, consiste no seguinte processo: abre-se a vala, assenta-se o tubo, fecha-se o buraco e inicia-se a recomposição do pavi-mento. Metro a metro as redes vão sendo construídas e conectadas para comporem

38

POR MILENA MORAES - GERENTE DE SUSTENTABILIDADE, RELAÇÕES SOCIAIS E COMUNICAÇÃO DA FOZ ÁGUAS 5 E ALINE BRANDÃOESPECIALISTA EM COMUNICAÇÃO E SUSTENTABILIDADE DA FOZ ÁGUAS 5

383838 PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2014

Page 39: Plurale em Revista

39

um grande sistema. A complexidade des-sas intervenções está diretamente relacio-nada ao impacto na vida dos moradores e à percepção do benefício para melhoria da qualidade de vida.

Águas 5 é contribuir para que a população reconheça a efetiva prestação do serviço e valorize os novos ativos como um direito à

-nal, depois de enfrentar eventuais trans-tornos como poeira, barulho e interdições no trânsito, o que foi feito está fora do al-cance dos olhos.

Os tubos estão enterrados e, na maio-ria das vezes, o usuário não tem a percep-ção de mudança para a sua vida e para o meio ambiente. Isso porque o esgoto, na maioria das vezes, sempre sai da casa do usuário. A diferença é que antes os dejetos seguiam in natura para valões e rios e, ago-ra, passam a ter o destino correto: a Esta-ção de Tratamento de Esgoto. Em geral, as pessoas não pensam muito a respeito do destino de seus esgotos. O que acontece após dar descarga? Qual o destino da água após lavar a louça do jantar? Ninguém é fa-vorável à poluição de rios e mares, mas, de um modo geral, a discussão ainda é inci-piente quando se fala sobre a participação de cada um no destino da água quando se fecha a torneira. Pensar no destino dos seus esgotos é uma questão que deve en-trar na pauta da sociedade.

Nesse sentido, a Foz Águas 5, para além dos esforços na construção de novas redes de coleta, desenvolveu programa de Sustentabilidade ancorado no conceito de Diálogo. Realizado em parceria com a UNESCO e tendo como premissa a constru-ção conjunta com a população, a concessio-nária implementará projetos socioambien-tais sustentados por Plataforma de Diálogo. A primeira iniciativa é a Rede de Diálogo. Composta por 20 jovens moradores da Zona Oeste, na faixa entre 18 e 25 anos, esta Rede tem como uma das funções apoiar na divulgação de informações sobre os benefí-cios das intervenções.

São novas vozes que reverberarão no território a partir de seus capitais sociais. São jovens que entendem a dinâmica local e estão preocupados com a melhoria do bairro onde vivem. Antes de irem a campo, esses jovens passam por um treinamento intensivo que inclui desde alinhamentos discursivos até técnicas de pesquisa e de Diálogo Social. Como para muitos, a parti-cipação na Rede representa o ingresso no

diferencial que os acompanhará para o res-

preocupados em ouvir o outro e atentos às demandas de sustentabilidade social e am-biental que urgem na nossa sociedade.

A expectativa é que os moradores ao entenderem a importância do benefício percebam seus papéis enquanto cidadãos.

A desinformação ainda é um dos principais entraves no que diz respeito aos avanços do saneamento básico. Programas de des-poluição de rios e baías, por exemplo, só darão certo se caminharem juntamente com a expansão dos serviços e conscienti-zação da população sobre a participação de cada um no saneamento básico.

Para apoiar a atuação da Rede de Diálo-go, a Foz Águas 5 e a UNESCO terão ainda outras ferramentas de suporte. Um carro, que circulará pelos bairros, funcionará como uma exposição itinerante levando educação ambiental, informações e entre-tenimento para os moradores. De forma lúdica, crianças e adultos poderão perceber o quanto pode ser interessante, divertido e ambientalmente responsável pensar sane-amento básico. Além disso, serão fomenta-dos ainda grupos de discussão coletiva com o objetivo de se buscar soluções compar-tilhadas para o desenvolvimento da região.

No que tange aos projetos socioam-bientais, a Foz Águas 5 e a UNESCO co-meçarão, também em 2014, o projeto de Sustentabilidade nas escolas da rede mu-nicipal de ensino em parceria com a Escola de Formação do Professor Carioca - Paulo Freire. A proposta é capacitar professores na temática do saneamento. Cada ciclo terá 160 educadores de 40 escolas da re-gião. Esses educadores, posteriormente, replicarão os conteúdos aprendidos para seus alunos em sala de aula. A inovação consiste na proposta pedagógica adotada, que utilizará os jogos desenvolvidos pelos professores a partir da realidade dos seus discentes. Essa metodologia de pesquisa--ação propõe a transformação participativa com o objetivo de que os sujeitos atuem na produção de novos conhecimentos a partir da junção entre pesquisa e prática.

As iniciativas da Foz Águas 5 estão fun-damentadas na crença de que investir em ações de educação e de difusão de infor-mações é acreditar na mudança de menta-lidade das gerações de agora e do futuro. Conquistamos o apoio da UNESCO nesta empreitada porque o nosso programa de

globais da entidade em prol do desenvolvi-mento local e às metas do milênio que de-vem ser cumpridas. Mais do que fomentar a valorização da Zona Oeste, a Foz Águas 5 quer construir em conjunto com a popula-ção um horizonte de boas possibilidades e de sonhos.

Rede de Diálogos - Composta por 20 jovens moradores da Zona Oeste, na faixa entre 18 e 25 anos, tem como uma das funções apoiar na divulgação de

informações sobre os benefícios das intervenções.

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ção

Page 40: Plurale em Revista

P elo MundoHamburgo e suas águas

Dicas de torneira

Texto e foto por Elisabeth Cattapan Reuter, Especial para Plurale De Hamburgo, Alemanha

Situada nas margens do Rio Elba, Hamburgo é cortada por muitos canais e braços de rios. A cidade gaba-se de de-ter o recorde europeu de pontes (2.479) mais do que Veneza ou Amsterdã, mas a superfície da cidade é também bem mais vasta do que suas concorrentes.

Água sempre foi um fator econômico muito importante para a cidade-estado. Já

-presado. Nas suas margens, hoje em dia um lindo parque, instalaram-se moinhos que abasteciam a cidade em farinhas e cereais. Essa barragem teve também a vantagem de proteger a cidade de invasores e foi refor-çada no correr dos séculos por muralhas e fortalezas. No entanto, a cidade devido a

a água sofrendo inundações, ataques de piratas ou exércitos inimigos. A água não tratada, a pestilência e a falta de higiene eram os principais responsáveis pelas epi-demias de peste e cólera que atacavam a cidade com regularidade. Apesar de tanta água em volta, a cidade foi assolada várias

O terrível incêndio de 5 a 8 de maio de 1842 destruiu quase completamente o centro histórico e um terço da cidade. Justamente essa tragédia serve de marco

histórico em Hamburgo para uma mu-dança no comportamento dos respon-sáveis pela cidade, tornando a água, sua distribuição e tratamento um bem públi-co. Tudo começou com o plano gigantes-co de reconstruir o centro da cidade de modo moderno, seguindo planos de um arquiteto inglês, refazendo monumentos e fazendo esgotos. A construção de esgo-

tos, de reservatórios de água, a obrigação dos donos de imóveis de se servirem dos esgotos públicos, a proibição de venda de água em fontes precárias, a construção do primeiro reservatório de água limpa em 1859 são etapas desse processo.

Hoje, 5.500 quilômetros de tubulação garantem o abastecimento em água lim-pa para mais de 2,8 milhões de usuários, transportando todos os dias um volume de entre 250.000 e 400.000 metros cúbi-cos de água.

A água para Hamburgo vem do estado limítrofe Baixa-Saxônia. Quem se encarre-

ga de nossa água é uma empresa estadual, Hamburg Wasser, responsável pela qualida-

distribuição, reuso de nossas águas. O aproveitamento das águas pluviais e

de esgoto dá-se em várias etapas na cen-tral de tratamento instalada numa ilha da zona portuária. Essas águas são bombeadas numa estação de tratamento situada a 80 metros debaixo da terra onde elas são “la-vadas“ liberando-as de micro-organismos e substâncias tóxicas. Depois disso a lama ou lodo sofrem um tratamento especial visando seu aproveitamento máximo. Seca--se lama e lodo, elas viram cinzas ou gesso reusados na construção civil. Dos 450.000 metros cúbicos diários de esgoto quase tudo se aproveita.

No entanto tudo isso tem um preço:

usuários tem um relógio marcador do uso da água e um metro cúbico de água corres-ponde a 1.000 litros ou seja lavar as mãos 400 vezes beber 5.000 copos de água ou tomar 20 banhos de chuveiro.

Hoje, as águas do Rio Elba e do Lago Alster ainda não foram liberadas pelos ser-viços de higiene pública para banhos. O Rio Elba chega em Hamburgo ainda bem po-luído pelas inúmeras cidades e complexos industriais que se instalaram em suas mar-gens. Um grande esforço continua sendo feito para limpá-lo: este é um dos grandes

-sim iatismo, canoagem nas águas do Alster e do Elba, jardinagem nas margens dos ca-nais marcam o paisagismo de nossa cidade.

panhia semi-estatal Irish Water com mais de 2 mil habitantes. Um dos problemas, de acordo com 81% dos entrevistados, é, ain-da, a falta de noção exata do tanto de água gasta em atividades diárias como banho, descarga, molhar as plantas e até a água do cafezinho. Por exemplo, um banho de sete minutos num chuveiro normal gasta em média 49 litros de água, enquanto que um chuveiro de alta potência (presente em 65% das casas dos entrevistados) pode gastar até 125 litros de água, o que representa 63,800 li-

Por Vivian Simonato, De DublinCorrespondente de Plurale na União Europeia

Estima-se que cada um dos 1,5 milhão de habitantes da grande Dublin usa, em média,

de 54,750 litros de água por ano, que na maio-ria das vezes é descartada sem cerimônia. Os dados são da pesquisa realizada pela com-

tros por ano. A simples redução do tempo de banho em 1 minuto pode economizar cerca de 9 mil litros de água. A ideia de chamar a atenção para pequenas atitudes que eco-nomizem água inspirou o governo irlandês a criar o www.taptips.ie. No site, que em

os cidadãos podem checar sua pegada hídri-ca e ter ideias simples de como economizar esse bem precioso em casa, no trabalho e também orientar crianças como usar a água de maneira sustentável e responsável.

PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 201440

Page 41: Plurale em Revista

Plurale em revista e Plurale em site: Sete anos de informação plural sobre sustentabilidade.

www.plurale.com.br(021) 3904 0932 [email protected]

e.

Page 42: Plurale em Revista

PLURALE EM REVISTA | Setembro / Outubro 201342

E n s a i o

SANTUÁRIO RESGATA ELEFANTES VÍTIMAS DE ABUSO NA TAILÂNDIA

Refúgio nas montanhas permite aos visitantes conviver de maneira única com os gigantes que são símbolo do país.

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4343

Vendo o movimento certeiro de Jokia, esticando sua longa tromba em direção ao alimento que lhe é ofe-recido, é difícil acreditar que se trata de uma elefanta cego. Ela sofreu mais do que qualquer animal deveria, mas agora está tendo o descanso que merece.

Por anos, Jokia foi forçada a carregar pesadas toras de madeira

seu dono a obrigou a subir uma colina íngreme. No meio do cami-nho, deu a luz e viu seu bebê rolar morro abaixo. Desesperada, ten-tou correr para resgatá-lo, mas foi forçada a prosseguir o caminho,

passou a se recusar a trabalhar. Revoltado, seu proprietário a apunha-lou nos olhos.

Esses dias de sofrimento fazem parte do passado de Jokia, que desde 2001 mora no Elephant Nature Park, um refúgio para elefantes aposentados ou resgatados por problemas de saúde resultantes do trabalho forçado, situado há 60 km de Chiang Mai, nas montanhas do norte da Tailândia.

O parque foi criado nos anos 1990 por Sangduen “Lek” Chai-lert que cresceu convivendo com esses gigantes em uma vila da região. Ainda jovem, Lek testemunhou como os animais usados na indústria madeireira eram maltratados, uma imagem que, se-gundo ela, a perseguiu como uma sombra. Foi então que decidiu dedicar sua vida a protegê-los.

Hoje, além de ser uma referência como santuário e centro de resgate, é uma atração imperdível para turistas que visitam a região. No parque, Jokia agora é inseparável de Mae Perm, que se transfor-

43 >

Texto e Fotos: PAULA SCHEIDT

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mou em seus olhos nas andanças pelos 250 acres. Junto delas, estão ou-tros 34 elefantes tirados de seus antigos donos para viverem em uma área verde, com rio, alimentação balanceada e cuidados diários para prepará--los para, quem sabe um dia, serem libertados para a vida selvagem.

Parte desses cuidados é feita pelos visitantes, como o café da manhã que Jokia espera ansiosa todos os dias. Ao lado dela está Lucky, também cega e a quem iremos alimentar. Antes de vir para o Elephant Nature Park, há pouco mais de um ano, ela morou em um circo de elefantes durante os seus 30 anos de vida. Além da depressão - sim, elefantes têm depressão -, pelo tem-

consequências perversas do seu desejo de levar uma lembrança para casa.

UM DIA COM ELEFANTES

Eu e outros turistas da Coreia do Sul, Austrália, Inglaterra e Alema-nha não vemos a hora de acariciá-la e dar os quilos de frutas na sua cesta de café da manhã. Um elefante come entre 150 a 300 quilos por dia.

O dia no parque segue com uma caminhada por entre os animais, aprendendo sobre seu comportamento e conhecendo suas histórias. Enquanto escutamos nosso guia Ruby contar o que cada um passou antes de chegar ali, podemos observá-los de perto e até abraçá-los. Cada um possui um tratador, mas que ao invés de punição, utiliza recompensas para conduzir os animais, tais como dar bananas, a fruta predileta da maioria.

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Elefantes andam em grupo e adoram brincar na água. Uma família formada ali mesmo chega descontraidamente até o rio, molham uns aos outros, relaxam e se divertem. E é por isso que o banho é um dos momentos mais esperados pelos turistas, princi-palmente pelas crianças. Na tranquilidade do rio que cruza o par-que, recebemos baldinhos para banhá-los, enquanto eles fazem mais um lanchinho pegando as frutas diretamente de um cesto.

Além dos grandalhões, quem visita o parque agora tem a

chegaram prenhas. Há apenas um macho no parque, pois as fê-meas são as preferidas para trabalhos forçados, já que têm um temperamento menos agressivo. O mascote, com apenas três

outras duas elefantas que atuam como babás do pequeno.

HISTÓRIA, DOMESTICAÇÃO E TURISMO

é possível esquecer o sofrimento e abusos que viveram em anos de trabalho forçado na indústria madeireira ou em atrações turís-ticas. Apesar de serem animais sagrados na Tailândia, não existe nenhuma lei que os proteja e, até os anos 1980, os elefantes eram

-

sem “utilidade” para muitos de seus donos.A saída encontrada foi empregá-los em passeios turísticos, como

os que permitem que as pessoas montem sobre os animais, algo mui-to comum nessa região do país, ou ainda para mendigar em grandes cidades. Outros ainda seguem em atividades de desmatamento ilegal na fronteira com a Burma. Os maus tratos, contudo, seguem nesses locais, com treinamentos abusivos, uso da força para punição, de drogas para maior desempenho e de uma má alimentação.

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Texto e Fotos: PAULA SCHEIDT

SERV

IÇO

Há 100 anos, haviam mais de cem mil elefantes no Sião (atual Tailândia); hoje a estimativa é de existam menos de 3000. Desde 1986, os elefantes asiáticos es-tão na lista da International Union for Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN) de espécies ame-açadas de extinção.

No país, elefantes podem ser mantidos como ani-mais domésticos. Mas diferente de gatos e cachor-ros, são selvagens e domesticá-los pode envolver rituais dramáticos. Em 2011, o fotógrafo Brent Lewin ganhou o Prêmio “Science/ Natural History Award of Excellence” por uma imagem de treinamento de um bebê elefante na vila Karen, na Burma, na frontei-ra com a Tailândia. O animal é mantido amarrado, sem alimentos e sob pancadas por três dias. Assim, acredita-se que seu “espírito selvagem” seja quebra-do e ele passe a entender que deve obedecer ao seu proprietário. Os criadores fazem parte de uma rede de comércio ilegal e clandestino de captura e venda de elefantes para atrações turísticas na Tailândia.

Elefantes nunca esquecem o que viveram e, por isso, podem ser extremamente perigosos. Não são raros os casos de criadores machucados ou até mortos por eles. Mas ao mesmo tempo, são inteli-gentes e sensíveis. Por isso, mesmo depois de anos sofrendo maus tratos, os animais que vivem no Ele-phant Nature Park compreendem que seus novos criadores e os visitantes que chegam todos os dias não estão ali para machucá-los e nos recompensam permitindo esse contato tão próximo.

caminhando lado a lado de elefantes livres, e não sen-tados assistindo as suas proezas como dançarinos ou pintores, nos faz ir embora com a esperança de que esse seja o modelo de turismo futuro, não só para a Tailândia, mas para todos os cantos do mundo. Animais sendo tratado com respeito e nos ensinando muito mais do que nós somos capazes de ensinar a eles.

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HOSPEDAGEM Há opções para todos os bolsos. Em média, um bom hotel sai por cerca de US$ 40,00. O site Agoda (www.agoda.com) é o melhor para reservas online nos países asiáticos

TRANSPORTEViajar de ônibus pelo país é o modo mais barato e prá-tico. Alguns trechos mais distantes, como de Chiang Mai, no Norte, para Puket, Krabi ou Koh Samui, no Sul, faça de avião com companhias “low fare”, como Air Asia (www. airasia.com) e Bangkok Airways (www.bangkokairways.com). Nós voamos com as duas, e recomendo principal-mente a segunda, que em alguns aeroportos, possui sala especial com café da manhã e internet wifi gratuitos.

MALAA Tailândia é um país tropical e únido, portanto, espere muito calor. Leve roupas leves, confortáveis e que, eventualmente, possam sujar, para passeios mais aventureiros como o Par-

que de Elefantes ou Erawan Falls. Não esqueça de muitas roupas de banho, protetor solar e um bom repelente!

QUANDO IRA melhor época para conhecer o país é de novembro a mar-ço, evitando assim o período das monções. No Sul, os meses de setembro a dezembro são os mais chuvosos (mas viaja-mos em dezembro e não vimos muita chuva por lá)

SEGURONós optamos pelo World Nomads (http://www.worldnomads.com/), que tem o melhor custo-benefício para quem vai pra-ticar esportes radicais, como mergulho.

VOONós voamos pela Qatar Airways (www.qatarairways.com) e gostamos. Se você tiver tempo, considere fazer uma parada no oriente médio ou na África do sul de um ou dois dias para amenizar o efeito do jet lag.

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48 >Bazar éticoPipa Social lança nova coleção que remete a vento, sol, céu,

liberdade e cores A Pipa Social , polo de criação coletiva, de

produção e de informação voltado para pessoas talentosas que moram em comunidades de baixa renda, acaba de lançar nova coleção. As peças remetem ao conceito da pipa, como vento, sol, céu, liberdade, cores.

As fotos desta página ilustram variedade de materiais, produtos, cores e estampas. A coleção Pipa é criada com o aproveitamento de fios e retalhos e para isso contamos com a doação de materiais das melhores marcas.

Os tecidos finos são leves e confortáveis, doados pela La Estampa, nossa maior parceira. As peças apresentam bordados, crochês, misturas de tecidos, fios, cordas e aplicações. Produtos exclusivos e peças limitadas fazem o diferencial da coleção.

Entre os destaques, estão as cangas feitas com retalhos da La Estampa que estão sendo vendidas na loja Novo Desenho dos museus MAR e do MAM. São cangas exclusivas, criativas, alegres como o Rio. Na parte de bijuterias, as artesãs criaram colares, brincos e pulseiras em mandalas multicoloridas.

A Pipa Social investe em um Banco de Talentos de empreendedores sociais que trabalham com arte, artesanato e moda, para promover a qualificação profissional com geração de trabalho e renda, acesso à informação com consultoria exclusiva, e formalização nos negócios.

“Queremos ser referência como projeto de inclusão que ousou dar um passo a mais na transformação social de pessoas que vivem em comunidades de baixa renda para diminuir o abismo entre morro e asfalto”, explica Helena Rocha, Diretora da Pipa Social

Com hora marcara é possível conferir a nova coleção na sede, na Rua das Palmeiras, Botafogo. Também são aceitas encomendas para brindes corporativos, objetos de decoração, produtos para casa, lojas multimarcas, vitrines etc..

Contato:Helena Rocha – Diretora da Pipa Social

Telefones: 21. 2527.7720 e 21.99369.7878Rua das Palmeiras, 54 – Botafogo - Rio

[email protected]

Este espaço é destinado à divulgação voluntária de produtos étnicos e de comércio solidário de empresas, cooperativas, instituições e ONGs.

POR ISABELLA ARARIPE

Fotos Divulgação

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Os principais temas que impactamas Relações com Investidores, você

encontra em uma só revista: na RI

www.revistaRI.com.br

Tambémdisponívelno tablet!

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Gastronomia

Uma mulher produzindo vinho. Isso soa estranho mesmo na França, ainda mais quando esta mulher é uma brasileira que teima em produzir vinho

da maneira mais natural possível, desa-

masculina, defendendo o savoir faire (sa-ber fazer) e o terroir (características que

determinado produto) em um mercado globalizado que prioriza produtos mais uniformes e menos diferenciados.

Independentemente das discussões e legislações que tratam o vinho não apenas como bebida, mas também como alimento, dos benefícios que faz tanto para o corpo como para a alma, o vinho é, antes de tudo, uma referência econô-mica e de status na França. A região de Languedoc-Roussillon, no sul, é a maior produtora de vinho do país e é ali que encontramos Marie, o seu vinhedo e os seus vinhos.

Marie Chauffray nasceu em São Pau-lo, se formou em agronomia na França, mas foi no Brasil que conheceu a biodi-nâmica que utiliza hoje nos seus vinhe-dos. Marie e seu marido Frédéric, que também é músico, tinham uma empresa de comercialização de vinho em Paris e viajaram por toda França para conhecer a produção, os vinhedos e as pessoas que faziam os vinhos que vendiam. Viajaram e provaram muito vinho até chegarem à conclusão de que tinham que produzir o próprio vinho.

Mas levou dez anos entre decidir fa-zer vinho e encontrar o lugar certo. Em

vinhedo,”único e original”, em Arboras, nos Terraços do Larzac. Foi amor à primei-ra vista. E foi assim que ela e Fred criaram o Domaine La Réserve D’O. Domaine é lu-gar onde se planta a uva, produz o vinho e se faz a comercialização da produção.

Vinho francês com personalidade brasileira

ma mulher produzindo vinho. Isso soa estranho mesmo na

Por Geise Assis Mascarenhas, Especial para PluraleFotos: Geise Assis Mascarenhas, Marie Chauffray, Carolina Velloso e Divulgação

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40 euros. Fica difícil competir com os vi-

pelos acordos do Mercosul”.

NÃO É SIMPLES SER VIGNERONNE

Marie tem um riso fácil e fala por-tuguês fluente com um delicado sota-que francês. Ela confessa que “não é simples ser vigneronne (mulher que produz uva e vinho). Tem que ter mui-ta energia. Tem que ter muita paixão. É bem complicado. É difícil trabalhar no inverno, quando tem muito vento e muito frio. E é horrível trabalhar no verão, quando está muito quente. Mas também tem coisas boas: gostamos deste lugar, do vinho que produzimos e das pessoas com as quais trabalha-mos e vivemos. Tem coisas complica-das, mas também tem coisas que fazem com que a vida seja boa, mesmo que às vezes seja fisicamente e economica-mente difícil”.

Sobre o trabalho no Domaine, Ma-rie diz que no início fazia quase tudo sozinha - da plantação à vinificação. Frédéric, seu marido, nunca tinha tra-

Para Marie, o vinho produzido nos Terraços

“quer dizer que estamos produzindo vinhos .

TERRAÇOS DO LARZAC: WOODSTOCK FRANCÊS E TERROIR

Os Terraços do Larzac têm uma longa história de luta pela terra. O mo-vimento que ficou conhecido como o Woodstock francês, na década de 70, foi registrado por Christian Rouad em um documentário lançado no final de 2011 («Tous au Larzac»). A comovente história sobre a resistência e luta dos agricultores pela terra, que seria desa-propriada para ser transformar em área militar, teve como um dos principais líderes José Bové, sindicalista francês, militante do movimento antiglobaliza-ção e porta-voz da Via Campesina.

Para Marie, o vinho produzido nos Terraços do Larzac tem um significado muito especial “quer dizer que esta-mos produzindo vinhos numa área que tem especificidade. O clima, a terra, a região contribuem para a certificação de Appellation d’Origine Contrôlée

do norte. A terra seca (300 dias de sol por ano) contribui para o terroir, mas também para uma baixa produtividade.

Para Marie, o seu vinhedo oferece uvas que expressam plenamente o ter-

e sem padronização. E o trabalho com a agricultura orgânica e a biodinâmica per-mite o desenvolvimento da biodiversida-de e um equilíbrio real entre a planta e seu ambiente.

“As pessoas no Brasil estão muito in-teressadas em vinhos orgânicos”

Esta foi a nona vindima (colheita da uva e produção do vinho) de Marie. Cer-ca de 60% da produção é exportada para os Estados Unidos, Suíça, Bélgica, Ingla-terra e Japão. “Os importadores estão in-teressados em vinhos ‘bio’ (natural, bio-lógico, biodinâmico)”, ela comenta e, ao mesmo tempo, confessa o grande desejo de vender seu vinho no Brasil. Ela che-gou a participar da Expovinis Brasil, em São Paulo, com mais quatro vitiviniculto-res ‘bio’. “Os brasileiros gostaram muito dos nossos vinhos, queriam comprar, mas ainda não tínhamos um importador, mas foi bom ver que as pessoas no Brasil estão realmente muito interessadas em vinhos orgânicos”. Mas o problema, se-gundo ela, são os impostos altos – “este vinho que estamos tomando agora é ven-dido aqui por 12 euros, no Brasil custaria

vem deste lugar, que é único. Não é o merlot que você encontra em todo canto. Mas o que realmente importa é o terroir (conjunto de fatores naturais que caracte-rizam um vinhedo) e não a cépage (varie-dade da uva). Isso é o que faz a diferença.

Os 10 hectares do Domain La Réserve D’O têm o solo de pedra calcária muito pobre varrido diariamente pelos ventos

“Este vinho que estamos tomando agora é vendido aqui por 12 euros, no Brasil custaria 40 euros. Fica difícil competir com os vinhos chilenos e argentinos beneficiados pelos acordos do Mercosul.”

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balhado com a terra. Foi aprendendo aos poucos e hoje cuida do vinhedo. Marie faz o vinho, é responsável pela administração, comercialização e pela comunicação. Ajuda Fred na época da poda e da colheita quando contratam trabalhadores temporários.

Frédéric passa pela sala e comenta: “se a gente quer qualquer coisa bem feita tem que ter muito trabalho todos os dias. O trabalho ainda é maior quan-do é ‘bio’. Se você trabalha com quími-ca é mais fácil. Por isso a nossa idéia sempre foi ter um Domaine pequeno, onde pudéssemos trabalhar de forma integrada e intervir de forma precisa”. Marie concorda: “nós estamos muito envolvidos e sabemos tudo que acon-tece, temos o domínio do processo”.

NO CAMINHO DE SÃO THIAGO DE COMPOSTELA E NOS PIRINEUS

La Réserve D’O fica no caminho de São Thiago de Compostela (o cami-nho dos peregrinos que vão da França para Espanha). Entre a páscoa (abril) e o fim de setembro (verão europeu), passam por ali de 10 a 40 pessoas por

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Gastronomia

dia. Esse é outro nicho a ser explorado num lugar de grande beleza natural. “Acho importante investir no turismo, pois estamos numa rota turística”, diz Marie, que já pensa na construção de um gîte (pousada ru-ral), com piscina, no terreno do Domaine, uma forma de integrar os turistas à produção de uvas e vinho.

Enquanto fala, Marie gesticula. Suas pequenas mãos têm marcas profundas da lida diária com o vi-

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“Temos pouca doença em comparação com outras regiões. Produzir uvas com as técnicas da biodinâmica aqui é muito fácil, explica ela, que defende ainda que tudo deveria ser ‘bio’, natural. “Isso é que deveria ser o normal. É possível!”

nhedo, marcadas por calos e rachaduras, entranhadas pelo sumo das uvas recém--colhidas e com terra sob as unhas - resulta-do do trabalho pesado com a plantação, da exposição ao vento e frio intensos. As mãos de Frédéric são tão machucadas quanto às de Marie. Ele reclama. Diz que com as mãos

Marie conta como é o trabalho com a biodinâmica: “o que utilizamos na produção das uvas nós mesmos prepa-ramos. Usamos chifres e esterco. Em 28 de setembro botamos o esterco nos chi-fres e os chifres na terra. Vamos buscar nas montanhas, nos Pirineus, as plantas que utilizamos no combate às pragas.

-queno, e com duas grandes vantagens: o clima mais fresco de altitude proporcio-na um amadurecimento mais lento das uvas e, além disso, temos muito vento. São quase 300 dias de vento por ano. E isso é muito importante, pois afasta os fungos”. As roseiras espalhadas pelo vinhedo não são apenas capricho femi-nino. As rosas falam. São as primeiras a serem atacadas pelas pragas, permitin-do um rápido controle. “Temos pouca doença em comparação com outras re-giões. Produzir uvas com as técnicas da biodinâmica aqui é muito fácil”, explica ela, que defende ainda que tudo deveria ser ‘bio’, natural. “Isso é que deveria ser

Marie acha importante que as pessoas saibam e vejam como o trabalho é feito: “mexemos com a terra, isso é bonito, tem um lado verdadeiro. Não é apenas uma imagem de marketing. Não é uma moda. É a realidade e conta muito quando você bebe o vinho produzido aqui nos Terraços do Larzac com as minhas pequenas mãos. Eu coloco toda a minha energia e a planta coloca a energia dela. E isso faz diferença.”

AS GAROTAS DO VINHO

Marie diz que um dos problemas que enfrenta “é que as pessoas não me con-sideram daqui”. Ela faz parte dos 25% de ‘estrangeiros’ que produzem vinho na re-gião. Ser ‘estrangeira’ e ‘vigneronne’ são abordagens de um livro lançado recente-mente pela jornalista Catherine Bernard que, como Marie, abandonou o trabalho e a vida em Paris para se dedicar à produção de uvas e vinho ‘bio’ na região. (“Dans les vig-nes – chroniques d’une reconversion”/Nos vinhedos - crônicas de uma reconversão).

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Apesar das mulheres terem uma importante contribuição na construção da história da França, ainda se observa uma situação de desigualdade de gêne-ro e invisibilidade do trabalho feminino. Uma reportagem da revista do Le Figa-ro, de 23 de dezembro de 2011, “Ces femmes qui ont fait l’histoire de Fran-ce”, destaca que Joana D’Arc, um exem-plo emblemático de mulher que lidera-va homens, mas segundo a revista, “ao contrário do que se pensa, ela não é um exemplo isolado: bem antes do feminis-mo e da luta pela igualdade de direitos, inúmeras mulheres ocuparam papel de destaque na história da França”. Mas tanto Marie quanto Catherine reclamam do machismo existente no universo da vitivinicultura. Marie conta que quando está sozinha nas feiras as pessoas se di-rigem a ela, perguntam sobre o vinho, conversam, “mas se estou com o Fred, nunca, mas nunca mesmo, as pessoas se dirigem a mim para perguntar como eu faço o vinho. Vão direto perguntar para o meu marido... Isso é incrível!”

Talvez por isso Marie dê tanta impor--

les (garotas do vinho), um grupo de 18 mulheres que produzem vinho na re-

Marie Chauffray nasceu em São Paulo, se formou em agronomia na França

gião. “Queremos mostrar aos jovens que a mulher pode ser vigneronne e que esse não é um trabalho só de homem. Faze-mos a promoção do vinho, das tradições culinárias francesas e também intercam-biamos as nossas competências. Fazemos um trabalho bem interessante. É uma or-ganização que funciona muito bem”, diz

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ela. Marie também acha que o trabalho com as mulheres ‘rola’ melhor, “com os rapazes não é tão simples, há sempre uma espécie de competição”.

-dam em tudo. Ela comenta que as meni-

ação inusitada, previamente combinada, para ser realizada em um local público - uma dança que Marie, por ser brasileira, deveria fazer. “E sabe com que música?” ela me pergunta. “Ai se eu te pego, do Michel Teló. Elas gostam muito e eu não gosto de jeito nenhum e não sei o que fazer. É um hit chiclete e elas querem que eu dance isso. Imagina!”.

foi reconhecido em dezembro de 2011, quando receberam o Prêmio de igualda-de no trabalho de homens e mulheres (“Prix de l’Égalité au Travail Homme/Femme”), cujo objetivo é valorizar os tomadores de decisão do mundo eco-nômico, político e cultural que con-tribuem para o dinamismo da região de Languedoc.

“MEU CORAÇÃO ESTÁ NO BRASIL”

O vinho ocupa integralmente a vida de Marie. “As únicas coisas que não estão ligadas ao vinho são os meus filhos: Camille, que estuda veterinária em Liege (Bélgica), e Angel, que está entre os melhores jogadores de golfe

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Gastronomia

da França”, diz ela. Suas preocupações estão relacionadas aos filhos e ao mun-do em crise: “Eu não gosto destas cri-ses mundiais. Fico angustiada quando vejo pessoas sem trabalho. O mundo podia ser melhor. Eu dou o melhor de mim, e Fred também. Procuramos sem-pre enxergar o lado positivo da vida”.

O que lhe tira o sono hoje é um pro-blema relacionado às mudanças climá-ticas: “Temos um problema importan-te para resolver. O inverno está muito quente, os brotos estão saindo meses antes do previsto, isso não é bom de jei-to nenhum. Se podamos agora e nevar não vamos ter uva este ano”.

Mas apesar da paixão pelo que faz, Marie confessa: “eu vivo aqui e gosto do que faço, mas o meu coração está no Brasil. O meu sonho era ter uma fazenda de cacau com um terroir ma-ravilhoso no sul da Bahia. O cacau é especial. Você não vende o produto bruto, é preciso transformar, secar... Encanta-me porque você não tem que desmatar para produzir, pode traba-lhar com um siste-ma de agroecolo-gia. É interessante esse jeito de traba-lhar com a nature-za e, além disso, eu gosto muito de chocolate. Tanto o vinho como o cacau dão muito prazer, tanto no fazer quanto no degustar. Mas tem que gos-tar. Senão não é a mes-ma coisa”.

“O trabalho realizado pelas Vinifilles foi reconhecido em dezembro de 2011, quando receberam o Prêmio de igualdade no trabalho de homens e mulheres, cujo objetivo é valorizar os tomadores de decisão do mundo econômico, político e cultura que contribuem para o dinamismo da região de Languedoc.”

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Olivier Consuegra, 32 anos, sommelier e conseiller de vinhos

A nossa história com La Réserve D’O é um pouco particular. Na Trinque-Fougasse (caves e restauran-tes) nós associamos o vinho à música - duas coisas que combinam muito bem. Em 2010, convidamos Fred e outros produtores de vinho, que também

são músicos, para a «Noite de Beaujolais sem Beaujolais». Quería-mos colocar em cena um grupo de músicos produtores de vinho do Languedoc e, também, apresentar os vinhos da região que se aproximam do ‘estilo’ dos vinhos beaujolais: leves, frescos e fáceis de beber. Vinhos festivos. E La Reserve D’O nos oferecia os dois elementos: Fred, o vigneron músico, e o «Sanssoo», seu vinho especial, natural, frutado e muito delicado: fácil e agradável de degustar. Foi assim que começamos a vender os vinhos do La Reserve D’O e conhecemos Marie.

Os vinhos produzidos por Marie e Fred representam bem o terroir dos Terraços do Larzac onde há vinhos frescos, com uma boa acidez e frutados. Respeitam a tradição, com variedades de uvas da região de Languedoc, a terra e a natureza, pois são vinhos ‘bio’ (naturais). E isso é muito apreciado. Quase 90% de toda nos-sa seleção são de vinhos ‘bio’.

Ao meu ver podemos encontrar nas garrafas a personalidade

mesmo dizer que são vinhos gentís, agradáveis, fáceis de beber, -

cebe muito bem a feminilidade nos vinhos produzidos por ela.

Além disso, acho que Marie colocou o Brasil em garrafas... Para nós franceses o Brasil é fes-ta, alegria, prazer de viver... Pessoas cheias de vida e com o espírito aberto. Os vinhos de Marie refletem isso maravilhosamente! São vinhos vi-vos e cheios de energia... revigorantes. Não são vinhos feitos para um concurso de degustação, mas vinhos realmente feitos para se beber entre amigos. Vinhos que alegram.

Olivier Consuegra, 32 anos, sommelier e con-seiller de vinhos das caves e restaurantes de Trin-que-Fougasse, em Montpellier, sul da França.

Marie colocou o Brasil em garrafasPor Olivier Consuegra

Olivier Consuegra, 32 anos, sommelier e conseiller de vinhos das caves e restaurantes de Trinque-Fougasse, em Montpellier, sul da França.

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i s a b e l c a p a v e r d e @ p l u r a l e . c o m . b r

CINEMA Verde ISABEL CAPAVERDE

Está disponível na internet, no YouTube, com legendas em português e vale assistir o documentário Ouro Azul: A Guer-ra Mundial pela Água - no original Blue Gold: World Water Wars - realizado por Sam Bozzo e produzido pela Purple Tur-tle Films, baseado no livro “Ouro Azul”, de Maude Barlow e

de prêmios em festivais internacionais. Para assistir acesse:

Garimpando na internet

O Cinema Nosso – organização localizada na Lapa, Centro do Rio de Janeiro, com 10 anos de experiência em educação audiovisual para adolescentes e jovens oriundos das classes populares – tem projetos que contemplam a inclusão e uso da sua sala de cinema através de agendamento. Como o Projeto Cinema Inclusivo, que propõe a utili-zação de recursos de acessibilidade, possibilitando que pessoas com

-vremente das sessões. O público mínimo para agendamento é de 20 pessoas. Mais informações acesse www.cinemanosso.org.br.

Inclusão pelo cinema

Um pouco de história do Brasil

Personagem controverso da nossa história política, o presiden--

do por Joâo Jardim e produzido por Carla Camuratti. O thriller po-lítico Getúliodo então presidente, nos 19 dias que antecedem o 24 de agosto de 1954. Do primeiro tiro, o atentado contra Carlos Lacerda na Rua Tonelero, na madrugada de 5 de agosto; ao segundo, o tiro no peito que matou o presidente na manhã do dia 24. Vargas criou a Justiça do Trabalho (1939) instituiu o salário mínimo, a Consolida-ção das Leis do Trabalho, também conhecida por CLT. Os direitos

-nal, semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas.

O Deserto Verde

Filme argentino vencedor da 3ª Mostra Ecofalante de Cinema, em São Paulo, Deserto Verde - co-produzido pela Universidade Na-cional de Tres de Febrero - é resultado de uma extensa pesquisa do diretor Ulises de La Orden, sobre os efeitos do uso dos agrotóxicos no mundo. Utilizados na produção agrícola há mais de um século, eles chegaram a uma situação de abuso prejudicando a saúde de milhões. Segundo o diretor, existem propostas muito concretas so-bre a forma de produzir alimentos sem contaminação. O que não é

de produção. Portanto, é necessário aumentar a conscientização e discussão em torno do tema.

Incentivando o turismo através das borboletas

Instituições e o governo mexicano re-solveram inovar incentivando o turismo no seu país através de um documentário sobre a migração das borboletas Monarca. Segun-do especialistas, a migração dessa espécie

em nosso planeta, começando no Canadá e parte do norte dos -

O Voo das Borboletas Monarcas terá versão em 3D.

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Pág 57- Anúncio Evento SP / aqui é o de RI que é só em junho ou

22 e 23 de julho de 2014Local de realização: Fecomercio – São Paulo/SP

APOIO INSTITUCIONAL:

ABRAPP, ABVCAP, AMEC, ANBIMA, ANCORD, ANEFAC, APIMEC NACIONAL, APIMEC SÃO PAULO, CODIM, FIPECAFI, IBEF, IBGC, IBRACON e IBRADEMP

Estão abertas as inscrições para o maior evento da área de RI e Mercado de Capitais da América Latina. As vagas são limitadas, faça já sua inscrição.

O maior encontro do mercado de capitais brasileiro e da América Latina, em Relações com Investidores, já tem data marcada: dias 22 e 23 de julho próximos. Uma vez mais a capital de São Paulo sediará o Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais, promovido conjuntamente entre a ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas e o IBRI – Instituto Brasileiro de Relações com Investidores.

O 16º Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais é parte do calendário de eventos das principais compan-hias abertas, agentes reguladores, dirigentes de entidades, analistas e profi ssionais de investimentos, bem como advogados, auditores e especialistas em relações com investidores de todo o Continente.

Como acontece todos os anos, representantes de companhias abertas, bolsas de valores estrangeiras, consultorias internacionais e companhias listadas no exterior deverão passar pelo evento, que reúne público superior a 700 pessoas em seus dois dias de realização.

Paralelamente aos painéis da programação ofi cial, haverá uma exposição de serviços composta de estandes onde as empresas e instituições expõem seus produtos e serviços pra um público customizado, tornando-se também um oportuno ponto de encontro de todo o mercado.

Maiores Informações:(11) 3107.5557 - (11) 3106.1836www.encontroderi.com.br

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PATROCINADOR DIAMANTE:

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PATROCINADORES PRATA:

PATROCINADORES OURO:

C

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A Índia é um país que chama atenção de todo o globo por sua grande extensão e diversidade, seja

ela cultural, gastronômica ou re-ligiosa. E nesses 3.287.590 Km² de extensão, a religião que possui o maior número de seguidores é o hinduísmo, uma religião de muitas crenças e devoção e que possui mais de 330 milhões de deuses e deusas.

Uma das crenças desta reli-gião diz que a água possui po-

corpo e alma de suas impurezas. Por isso, o primeiro ritual de cada manhã deve ser uma limpeza matinal com água, para somente então poder dar início às orações.

Não à toa, a presença da água na natureza é tida como sagrada. Junto a outros seis rios também sagrados, o rio Ganges é reve-renciado como o rio da criação e da abundância. Fiéis acreditam que apenas uma gota de sua água possa ser capaz de aliviar todos os tipos de doenças e de livrar o corpo de todos os seus pecados. Um mergulho nas águas do rio, por sua vez, seria capaz de carre-gar qualquer impureza para bem

Para ver e sentir o rio bem de perto, todos os anos milhões de peregrinos encaram as longas e precárias estradas indianas rumo às suas margens. Os peregrinos mais devotos, como os sadhus, também conhecidos como os ho-mens santos da Índia, preferem fazer o caminho até o rio a pé, de-morando muitos meses para per-correr todo o trajeto. Entre sua nascente nos himalayas, ao norte da Índia, e seu delta somente em Bangladesh, os principais pontos

Rio Ganges: o ciclo da pureza que ameaça a sua própria sustentabilidade

P elo MundoTexto e Fotos: Carolina Araripe,Especial para Plurale em revistaDo Blog Garota de Projetoshttp://garotadeprojetos.wordpress.com/

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de peregrinação para o contato com o Ganges no país são Gangotre, Haridwar e Varanasi.

Segundo a mitologia hindu, foi em Gangotre, a 3000 metros de altitude que o rio deixou de correr nos céus e veio à Terra com a missão de limpar as impurezas mundanas. Ainda de acordo com a lenda, para amortecer a queda e poupar a população desse grande impacto, o deus Shiva teria recebido o rio em seus cabelos. Apesar de seu difícil acesso, a cidade é muito popular entre os hindus, pois ali o rio é mais puro devido à proximidade com sua nascente e, con-sequentemente, maior seria o seu potencial de puri-

-tros, é possível chegar a Haridwar, cidade onde ele deixa as montanhas e adentra as planícies. Lá, o rio possui forte correnteza por ser recém-chegado das montanhas e sua água possui alto teor de oxigênio

dias, uma cerimônia de oferenda chamada Ganga Aarti é conduzida em adoração à deusa Ganga, que deu origem ao nome do rio. Para diminuir o risco de acidentes com os visitantes, autoridades locais construíram degraus e instalaram correntes às mar-gens do rio. Posso dizer com experiência que elas são extremamente úteis e importantes, pois não pude largá-las durante o meu rápido mergulho no rio, em setembro de 2013.

O único local onde o rio corre no sentido da sua nascente é Varanasi, lar espiritual de todas as 330 mi-lhões de deidades hindus. Por conta disso, acredita--se que os corpos que forem cremados na cidade e tiverem suas cinzas jogadas no rio terão a salvação

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PLURALE EM REVISTA | Novembro / Dezembro 2013

eterna. Muitos doentes terminais

o mais próximo possível ao rio. Em muitos destes casos, essas pessoas partem para a cidade sozinhas, dei-xando suas famílias e todos os seus bens materiais para trás.

Como resultado da devoção e dos poderes que são creditados ao rio, o desenvolvimento urbano vem dominando seus maiores centros de peregrinação e as vilas ao seu redor. A poluição proveniente das indústrias locais, como a de couro, e os resíduos das águas das próprias cidades por onde passa vem fazendo com que as águas do rio Ganges sejam classi-

do mundo. A necessidade é clara: o

convencer e engajar a população em um plano de despoluição, se para eles o rio já é naturalmente puro?

Governantes e população preci--

dições atuais do rio e desenhar um plano de despoluição do mesmo. Pode ser que demore alguns anos para que seus resultados sejam evi-denciados e, por isso mesmo, esse

o quanto antes. As condições das milhões de vida que dependem do rio, precisam ser melhoradas. Para garantir a sustentabilidade do rio, é fundamental para que suas águas sejam encaradas não apenas como

SERVIÇO:

P elo Mundo

Para aqueles que têm vontade de conhecer a Índia, mas se assustam com os altos pre-ços dos bilhetes aéreos, Carolina diz que essa é a despesa de maior valor dessa viagem. Uma vez na Índia, o gasto diário de um viajante é reduzido em função do baixo custo de alimentação, hospedagem e transporte no país. Eles podem ser ainda drasticamente redu-zidos para aqueles que toparem explorar a Índia como ela o fez, no melhor estilo mochilão.

Como conselho mais valioso que pode dar, ela indica que a pesquisa pré-viagem seja a mais básica, deixando a viagem o mais surpreendente possível. Vá com a com a cabeça totalmente aberta, livre de preconceitos e padrões ocidentais, aproveitando toda a intensi-dade que lhe será apresentada. Evite ir à Índia agarrado à ideia de que essa será uma jornada de elevação espiritual. Entregue-se a todas as experiências e o seu processo de transforma-

ção será natural, com muitos paradigmas quebrados ao retornar.

a antitetânica além, é claro, de contratar um seguro de saúde para viajantes. E não deixe

culinária local, que é apimentada com muita masala.

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SOBRE CAROLINA ARARIPE:

Carolina Araripe se autoentitula Ga-rota de Projetos em seu blog, que leva o mesmo nome. Formada em adminis-tração de empresas, tinha um emprego estável em uma grande multinacional, quando decidiu que queria viver novas e diferentes experiências. Tinha acaba-do de completar 24 anos quando, em janeiro de 2013, entrou em um avião que seguia para a Ásia, continente no qual passou o último ano de sua vida. Começou sua jornada na Índia, no es-tado natal de Gandhi, onde implemen-tou a atividade de marketing digital em uma start-up de tecnologia da infor-mação. Após sete meses de trabalho, entendeu que era hora de partir dali e explorar um pouco mais a Índia e a Ásia. Jogou-se na estrada, no projeto chamado por ela de “Mochilão Ásia – 100 pros 25”, uma referência aos cem dias que faltavam para que completas-se seus vinte e cinco anos, e viajou por quase quatro meses pela Índia, Laos, Camboja e Tailândia.

Viajou sozinha, mas nunca esteve sozinha; conheceu mochileiros dos quatro cantos do mundo. Dos lugares que visitou, gosta de destacar a incrível vista dos Himalayas e a cultura budista no norte da Índia, a pequena cidade de Vang Vieng no Laos, a imensidão da ar-quitetura e riqueza cultural dos templos no Camboja e as paradisíacas praias das ilhas no sul da Tailândia. Adorava passar horas e horas barganhando para con-seguir descontos e trouxe na bagagem aventuras inesquecíveis como pegar ca-

-do em cima de carros do tipo 4x4, com bicicleta e tudo.

Atualmente, já de volta ao Brasil, divide seu tempo compartilhando suas experiências com pessoas próximas e se

-nais, através dos quais presta consulto-ria de projetos, inovação e marketing, explorando o potencial de pequenos negócios. Isso tudo sem deixar de so-nhar e começar a planejar outros proje-tos futuros, é claro.

Para saber mais sobre a Carolina e seus projetos, basta visitar: www.garotadeprojetos.wordpress.com

TEXTO E FOTOS POR CAROLINA ARARIPE

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ISABELLA ARARIPEP elas Empr esas

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Para marcar o Dia da Água, come-morado em 22 de março, a Tetra Pak reforçou o seu compromisso com a sustentabilidade e anunciou um ba-lanço do Projeto Nascentes, realizado na região de Vargem, Socorro e Serra Negra, no interior paulista. Lançado no início de 2013, o projeto visa a pre-servação das nascentes e a geração de água de boa qualidade, por meio de diversas ações.

Neste primeiro ano, além do plan-tio de mil mudas de árvores nativas para a recuperação da mata ciliar do entorno de dez nascentes, o projeto já instalou 20 estações de tratamento de esgoto doméstico nas propriedades rurais ribeirinhas para evitar a contaminação do lençol freático. En-tre as ações realizadas ainda está a instalação de 116 unidades coletoras de chuva (bar-

raginhas), contribuindo para a retenção de um maior volume de água .

De acordo com Fernando von Zuben, Diretor de Meio Ambiente da Tetra Pak, o projeto segue a premissa da empresa de proteger o meio ambiente e a biodi-versidade e de buscar resultados em lon-go prazo. “Trata-se de um projeto piloto da Tetra Pak no mundo. Muito antes de sentirmos os efeitos da falta de água, que assola o estado de São Paulo, iniciamos o plantio de árvores, o tratamento de água e também investimos na capacitação da comunidade, para que saibam a impor-tância da preservação dos recursos natu-

Tetra Pak desenvolve projeto de preservação de nascentes

Natura supera meta de redução de CO2 na atmosfera

compromisso voluntário de reduzir um terço das emissões relativas de Gases de Efeito Estufa (GEE) na atmosfera. A meta foi superada e a Natura diminuiu em 33,2% as emissões de CO2 na atmosfera.

Para cumprir com o objetivo, a Natura contemplou o envolvimento de todos os processos de sua cadeia de valor, desde o fornecimento de matérias-primas até a dis-

reforçou o olhar sobre toda essa cadeia pensando no compromisso de trabalhar

em uma economia de baixa emissão de carbono e essa postura tem gerado um im-portante aprendizado sobre os impactos e investimentos em novas ações da empresa.

Atualmente, o tema do carbono já está incorporado na tomada de decisão de qualquer nova iniciativa. “É muito gra-

pois assumimos a responsabilidade, há sete anos, de reduzir todas as emissões causadas por nossa operação”, orgulha--se Denise Alves, diretora de Sustentabi-lidade da Natura.Denise Alves

A Petrobras assinou no dia 18 de março, em Brasília, o termo de compromisso da empresa à 5ª edição do Programa Pró-Equi-dade de Gênero e Raça. A ação, coordena-da pela Secretaria de Políticas para Mulhe-res da Presidência da República (SPM-PR), propõe iniciativas para alcançar a equidade de gênero e raça no mercado de trabalho.

A assinatura do termo teve a presen-ça da ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, da ministra-chefe da Secretaria de Políti-cas de Promoção de Igualdade Racial da

Petrobras reafirma em Brasília compromisso em prol da igualdade de gênero e raça

Presidência da República, Luiza Barros, do representante da Petrobras, o geren-te executivo de Responsabilidade Social, Armando Tripodi, da gerente de Relacio-namento Institucional da Liquigás Distri-buidora, dentre outros representantes de instituições públicas e privadas.

A Petrobras participa do programa desde a primeira edição, em 2005, e por quatro vezes consecutivas conquistou o Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça por cumprir com êxito os planos de ação es-

o plano da c o m p a n h i a prevê, entre outras ações, a ampliação do número de salas de apoio à amamentação; diag-nóstico e adequação de instalações físicas e equipamentos para atender as especi-

além de programas de sensibilização e ca-pacitação de gestores sobre gênero, raça/etnia, assédio moral e sexual.

MinistraEleonora Menicucci

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“Empresas brasileiras ajudam a globalizar a América Latina”

Invepar tem receita líquida de R$ 2,5 bilhões em 2013

Coca-Cola Brasil lança embalagens com tecnologia verde em toda a linha Del Valle

A Invepar - um dos maiores operado-res privados de infraestrutura de trans-porte da América Latina, com atuação nos segmentos de Rodovias, Aeroportos e Mobilidade Urbana - divulgou os re-

-do receita líquida de serviços de R$ 2,5 bilhões em 2013 (não inclui receita de construção), um crescimento de 124% em relação a 2012. O lucro líquido da Companhia foi de R$ 96,2 milhões no pe-ríodo, o que representa um aumento de 291% em relação ao ano anterior.

A Coca-Cola Brasil dá mais um passo rumo à sustentabilidade e torna-se pioneira mun-dial no uso de embalagens produzidas com polietileno verde pela Tetra Pak. A novidade chegou ao mercado em março, em todo o Brasil. Em breve, a tecnologia verde estará disponível no portfólio completo de embala-gens cartonadas da Coca-Cola Brasil.

Na nova embalagem cartonada, as cama-das de polietileno convencional, fabricadas a partir do petróleo, são substituídas pelo polie-

Os números positivos devem-se ao crescimento de todos os segmentos de atuação da Invepar, especialmente Ae-roportos, que registrou R$ 1,3 bilhão de receita líquida de serviços, aumento de 847% em relação a 2012. Os resultados

pelo segmento de Rodovias, que teve re-ceita líquida de serviços de R$ 642,2 mi-lhões, 41% superior ao mesmo período de 2012. Comprometida com o desenvol-vimento sustentável, a Invepar é signatária do Pacto Global da ONU desde 2010.

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O recado foi dado durante o Fórum Eco-nômico Mundial sobre a América Latina, que reuniu líderes mundiais na cidade do Pana-má, entre os dias 1º e 3 de abril. Durante o encontro, os discursos foram pontuados pela importância de países como o Brasil, que muitas vezes são estereotipados, mas que contam com empresas e marcas fortes para globalizar o continente e ajudar a Amé-rica Latina a enfrentar crises globais, além de contribuir para o amplo desenvolvimento econômico da região. Ainda nesta linha, o Fórum reconheceu o Grupo Boticário como “Empresa de Crescimento Global”, pelos investimentos e resultados nos últimos três anos. Para o gerente de assuntos institucio-nais do Grupo Boticário, Sandro Rego, a homenagem é a indicação de que o Grupo acertou em manter o ritmo forte de inves-timentos. “Estar aqui é um prêmio ao traba-

lho de gestão corporativa e à construção de imagem e reputação de um dos principais grupos de beleza do mundo”, destaca.

O Fórum Econômico Mundial sobre a América Latina aborda, entre outros temas, os esforços empreendidos na região para manter o positivo crescimento econômico,

-mia e fortalece o comércio e o investimento em capital humano. O encontro deste ano, com tema “Abrindo Caminhos para um Pro-gresso Compartilhado”, reuniu mais de 500 dos principais líderes regionais e globais. Durante o fórum, duas empresas brasileiras foram homenageadas pela performance e in-vestimentos apresentados nos últimos anos: o Grupo Boticário que atua na fabricação e comercialização de cosméticos e perfuma-ria; e a Beraca, que atua no desenvolvimento de tecnologias, soluções e matérias-primas

de alta performance para os mercados de tratamento de águas, cosméticos, nutrição animal e indústria.

Sandro Rego, Gerente de Assuntos Institucionais do Grupo Boticário (à esquerda), recebe o prêmio de David

Aikman, Diretor-Geral do Fórum

tileno à base de cana-de-açúcar, que se renova de forma natural, sem se esgotar. Dessa forma, a linha Del Valle utilizará até 78% de materiais prove-nientes de fontes renováveis em suas embalagens. A utilização desses ma-teriais contribui ainda para a redução em até 22% das emissões de gases de efeito estufa, por meio da absorção de CO2 da atmosfera durante o pro-cesso de crescimento das plantas.

Estrada do Coco/Linha Verde

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PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 201464

SISTEMA CANTAREIRA VAI ESVAZIAR ATÉ A COPA, AFIRMA COMITÊ

ENERGIA & CARBONO

Do Ciclovivo

O chamado “volume útil” do Sistema Can-tareira poderá se esgotar completamente em julho, mês da Copa do Mundo, segundo as previsões do comitê anticrise que monitora a situação do manancial. Com a estiagem mais severa já registrada na história, o abastecimento

da Grande São Paulo e na região de Campinas.A previsão feita pelos especialistas desper-

ta grande preocupação entre a população e pressiona a Sabesp, que deverá instalar equi-

pamentos para fazer a captação de água do “volume morto”, uma reser-va estratégica de 400 bilhões de litros situada no fundo dos reservatórios. A Sabesp informou que vai dar início à operação em maio, dois meses antes do possível esgotamento da água re-presada acima do nível das bombas. O chamado “volume morto” é uma

-gências e que nunca foi utilizada an-teriormente.

Por Jéssica Lipinski , do Instituto CarbonoBrasil

A secretária-executiva da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), Christiana Figueres,

combustíveis fósseis deve buscar uma mu-dança drástica em direção a uma produção mais limpa, sustentável e de baixo carbono, acrescentando que, para isso, boa parte das reservas do setor deve permanecer intocada.W

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“A hora para experimentação, para mu-danças marginais e para respostas condicio-nais acabou. Os combustíveis devem ser uti-lizados com moderação e responsabilidade. Três quartos das reservas de combustíveis

costarriquense em um discurso no encon-tro da Associação da Indústria Global de Petróleo e Gás para Questões Ambientais e Sociais (IPIECA).

UNFCCC: 75% DAS RESERVAS DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS NÃO DEVERIAM SER UTILIZADAS

Por Gabrielle Bittelbrun, do Instituto Ideal

Eco_lógicas 2013/2014, promovido pelo Ins-tituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal), foi divulgada no dia 4 de abril. Pesquisas de pós--graduação de sete países da América Latina e Caribe receberão uma premiação inicial de US$ 2 mil cada uma, e serão reunidas em li-vro, distribuído a bibliotecas. É a primeira vez

que tantos países são contemplados nesta primeira etapa de seleção.

No dia 22 de abril, serão divulgados os dois grandes vencedores do concurso: um da categoria energias renováveis e outro

-cedores receberão mais US$ 10 mil, além de US$ 5 mil para o professor orientador, em premiação durante o Seminário Energia + Limpa. O seminário será realizado pelo

DIVULGADOS OS 10 SELECIONADOS NO CONCURSO DE MONOGRAFIAS ECOLÓGICAS Ideal no mês de maio, em Florianópolis-SC.

O Eco_lógicas é promovido pelo Institu-to Ideal, Parlamento Del Mercosur, Centro de Formación para Integración Regional

Ciencia de la Unesco para América Latina y el Caribe e Organização Latino-americana de Energia (Olade). Para saber mais, acesse www.institutoideal.org/ecologicas.

Do Portal Petronotícias

O setor de compósitos no Brasil faturou pouco mais de R$ 3,2 bilhões no ano passado, valor 9% maior do que em 2012. De acordo com a Asso-ciação Latino-Americana de Materiais Compósitos (Almaco), os mercados de energia eólica, construção civil e agrícola contribuíram fortemente no

resultado das vendas do produto.O setor de geração de energia eó-

lica consumiu 89% das 56.000 tone-ladas de compósitos de epóxi pro-cessadas em 2013. O mercado de petróleo foi o segundo segmento que mais adquiriu o produto, com 6% de participação nas vendas do ano passado.

SETOR EÓLICO ALAVANCA VENDA DE COMPÓSITOS NO BRASIL

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EstanteMICO-LEÃO-PRETO: A HISTÓRIA DE SUCESSO NA CONSERVAÇÃO DE UMA ESPÉCIE AMEAÇADA De Gabriela Cabral Rezende, Editora Matrix, 176 páginas, R$ 34,90

Em 1970, o mico--leão-preto era considera-

do um animal extinto. A descoberta de alguns espécimes levou um grupo de pessoas a lutar por sua conservação e a elaborar estratégias que podem hoje servir de exemplo para a ma-nutenção da vida e do hábitat de diversas outras espécies. Este livro mostra como foi desenvol-vido esse trabalho. Um exemplo de dedicação, planejamento e sucesso. Parte da venda do livro será destinada ao Programa de Conservação do Mico-Leão-Preto, realizado pelo Instituto IPÊ.

PANTANÁUTILUSDe Ana Carolina Neves, Editora FTD, 96 páginas, R$ 37,00

Um boa dica de leitura para a criançada conhecer o Pantanal, uma das principais reservas de recursos hídricos do Brasil e do mundo, é o livro Pantanáutilus. A história é uma viagem às pro-

fundezas do Pantanal, onde a menina vai passar as férias com os avós. A época é de cheias e os rios estão transbordados e as estradas alaga-das. O cenário é perfeito para o avô, uma figura curiosa, meio poeta, meio inventor, explorar sua criação, o Pantanáutilus. O equipamento é uma espécie de “submarino” de vidro, parecido com uma bolha de ar, com o qual ele imagina explo-rar a planície inundada. A obra integra a coleção Quero Mais. Tem autoria de Ana Carolina Neves e ilustração de Carlos Fonseca.

A HUMANIDADE CONTRA AS CORDAS Por Eduardo Felipe Matias, Editora Paz e Terra, 348 páginas, R$ 45,00

Como fazer a transição para a economia verde e engajar a sociedade na busca por um modelo compatível com o desenvolvimento susten-

tável? Para Eduardo Felipe Matias - doutor em Di-reito Internacional pela USP e vencedor do Prêmio Jabuti com A Humanidade e suas Fronteiras -, a mudança não ocorrerá sem o envolvimento do setor privado. Em seu novo livro, A humanidade contra as cordas, relaciona sustentabilidade à globaliza-ção e analisa duas grandes crises que têm afligido a humanidade: a ambiental e a financeira. Publica-da pela Editora Paz e Terra, com apoio do Planeta Sustentável, a obra ainda avalia o papel do Estado e de uma governança global eficiente para deter as mudanças climáticas.

ABRE ALAS De Paulo Lima, Editora Penalux, 78 páginas, R$ 28,00, compras pelo site:http://www.editorapenalux.com.br/loja/product_info.php?products_id=170

O livro Abre Alas, do jornalista sergipano Paulo

Lima, editor da revista virtual Balaio de Notícias e colaborador de Plurale, já está à venda no site da Editora Penalux. O livro traz 100 microcontos sobre o carnaval, essa folia tipicamente brasileira. São muitos carnavais dentro de um só carnaval. Há microcontos para todos os paladares. O humor é o ponto em comum entre todas elas. O livro custa R$ 28,00.

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PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 201466

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A cheia no Rio Madeira atingiu os estados de Rondônia e Acre. O Acre chegou a ficar 20 dias isolado do resto do País por conta do nível das águas do Rio Madeira. Em algumas cidades e até mesmo na capital, Rio Branco, houve dificuldades no abastecimento de combustível e alimentos. Carretas mais pesadas passaram com a ajuda de balsas e tratores pela BR 364. De acordo com a Defesa Civil, a rodovia federal alcançou o momento mais crítico da cheia histórica: o rio atingiu a cota 19,65 metros no dia 26 de março. Produtos e combustíveis vindos

do Peru ajudaram a evitar o desabastecimento do estado.

Foto: Josenir MeloSecom / Acre

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www.alusa.com.br

ALUSA ENGENHARIA: COMPROMISSO COM A MELHORIA CONTÍNUA DOS PROCESSOS E SISTEMA DE GESTÃO.

Mais de 50 anos trabalhando pelo desenvolvimento sustentável do Brasil, cuidando sempre da performance e do bem-estar dos colaboradores.

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